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de 2001
Região Enigmática
Uma verdadeira cidade subterrânea, formada por túneis e grandes galerias, a partir do
Castelo dos Mouros e construídos pelos mouros e pelos Templários há cerca de oito
séculos, fez com que a Serra de Sintra se pareça mais com um enorme queijo "gruyère"
do que com uma montanha, a quem já Ptolomeu apelidava de Montanha da Lua, nome
aliás repetido por Camões quando a ela se refere, em verso, nos "Lusíadas".
Em tempos ainda mais remotos, Festo Avieno chamou-lhe Ofiusa, palavra de origem
grega significando "terra das serpentes". Serpentes seriam, segundo vários autores, os
ídolos das tribos indígenas, mas não se pode esquecer que os Iniciados em determinada
Via do Conhecimento eram conhecidos por idêntico nome.
- Aqui no castelo acontecem coisas estranhas. As pedras até parecem que crescem, tal e
qual como as pessoas.
Abílio Duarte falou sobre a existência dos túneis da serra da Lua, existência igualmente
garantida por documentos antigos, só que de impossível demonstração, pois essas
galerias encontram-se obstruídas, nas suas entradas, por grandes porções de terra e
entulho, embora notando-se perfeitamente os vários tipos de acesso.
Guiando-nos até junto das entradas de diversos túneis, parte deles escavados nas rochas,
Abílio Duarte insiste:
- Tudo isto, aqui por baixo, tem subterrâneos. Um deles vai ligar ao Convento dos
Capuchinhos, que fica a oito quilômetros daqui, e um outro desemboca perto da
povoação do Rio de Mouro, mesmo junto ao ribeiro que passa naquela povoação.
Outras galerias, segundo antigos textos, descem pelo interior da montanha até ao Palácio
da Vila, edificação mais moderna, mas não menos enigmática em certos aspectos de sua
arquitetura, para já não falar no Palácio da Penha, erradamente conhecido por "Pena",
mandado edificar por D. Fernando II, verdadeira jóia de simbologia oculta, igualmente
minado por longos subterrâneos que ninguém sabe onde levam.
Outro local onde se descobriram túneis e passagens plutônicas foi na famosa Quinta da
Torre, também conhecida por Quinta da Regaleira, situada na subida para Seteais.
Esta propriedade, adquirida em 1893 pelo dr. Antônio Augusto de Carvalho Monteiro, a
quem deram a alcunha de Monteiro dos Milhões devido à sua enorme fortuna pessoal,
viria a provar a grande amplitude da rede de subterrâneos da serra de Sintra quando o seu
não menos rico e enigmático proprietário resolveu mandar abrir duas passagens no
subsolo para ligar o palácio à capela e à casa do guarda.
Talvez sem surpresa do milionário, estas obras foram desembocar numa rede de túneis
antigos, surgindo numa das grutas assim postas a descoberto, pequena imagem de pedra
cor-de-rosa, representando um ser com aspecto feminino, mas pisando um animal
parecido com o mitológico dragão, só que exibindo certas formas humanas.
Monteiro dos Milhões veio a falecer oito anos após se terem concluído as obras na quinta
e no palácio, as quais levaram dezenove anos a fazer. Se tivermos em conta o que a
Kabala diz acerca do número oito, seremos forçados a pensar que o mistério se adensa.
Considerado, por alguns, como um dos últimos alquimistas portugueses, o dr. Antônio
Augusto de Carvalho Monteiro seguiu, igualmente, a insólita tradição de fazer buracos
profundos na Montanha da Lua, pois, além das diversas galerias de sua autoria, ainda
encontráveis na Quinta da Regaleira, ordenou a escavação de um "poço" com 30 metros
de profundidade e 6 de largura.
Pelas paredes deste "poço", cuja possibilidade de servir para captar água é posta de parte
por quem nele penetra, desce uma escada em caracol com 139 degraus e apoiada em
colunas.
No fundo depara-se com mais passagens subterrâneas, reforçando a idéia de que tanto
buraco não teria sido aberto por acaso.
"A terra e o mar interpetram-se. De uma ponta à outra, da serra de Sintra à serra de
Montejunto, a montanha está rota por baixo e o mar chega a entrar por ela dentro".
O Reino de Agharta
Será esta montanha, às portas de Lisboa, uma das Cem Portas do mais fabuloso que
mítico Reino de Agharta, onde "reside" o Rei do Mundo?
Nelas este estranho homem profetizou muitos acontecimentos de grande relevo que
vieram a suceder alguns cem anos depois da sua morte, entre eles a implantação do
Comunismo na China, e a união da Europa, ou Comunidade Econômica Européia...
Após contatos com uma personagem misteriosa, a quem chamou Instrutor, o escritor
publicou a "Missão da Índia", livro enigmático, onde diz revelar os segredos desvendados
por seu Mestre.
O Reino de Agharta seria, então, uma cidade subterrânea e iniciática, onde viveriam
milhões de pessoas, Igreja primitiva conservada em segredo, talvez a equivalência do
Reino do Prestes João, conservando-se assim até a implantação da SINARQUIA no
Mundo.
- O Castelo dos Mouros, localizado no cimo da Montanha da Lua, tem sido assinalado, ao
longo dos tempos, como uma das entradas para o Reino Lendário de Agharta. Também
foi local de existência de uma inscrição profética que se encontrava à entrada do referido
castelo, mas foi mandada retirar por D. João III.
E prosseguiu ele:
É caso para aconselhar que quem souber ler que leia, mas sempre acrescentaremos dois
pormenores importantes, possivelmente ligados a este vaticínio.
Indícios
Outro foi a descoberta, por parte do Kabalista contactado na serra de Sintra, de duas
lápides importantes, fato por ele próprio narrado, através das palavras seguintes:
- Existem, na Quinta da Penha Verde, restos de um Templo dedicado à Lua, onde duas
lápides, escritas em sânscrito - idioma nunca falado na Europa - contam a história da
união do Oriente com o Ocidente, verdadeiro tratado ensinando a viver segundo as regras
canônicas do Espírito Santo.
Talvez não seja, pois, em vão, tudo quanto se escreveu e disse acerca do possível
QUINTO IMPÉRIO de Portugal, desde que o entendamos não como um domínio terreno
ou colonial, mas como um Império Espiritual e Universalista.
Par quem conheça a história de Parsifal, talvez não seja necessário acrescentar mais...