Você está na página 1de 27

PROJETO DE

PESQUISA
MATERIAL DE APOIO

ALIANNA CAROLINE SOUSA CARDOSO VANÇAN


Tel.: (53) 99143-1175
Email: aliannaprofessora@gmail.com
A elaboração de um projeto de pesquisa indica para o pesquisador
(ou para as instituições às quais se encaminha o projeto) quais são os
aspectos e questões estabelecidos em relação à investigação de um
determinado tema. No texto a seguir são apresentados de forma sintética
os elementos constitutivos de um projeto de pesquisa. O guia foi
elaborado a partir da sistematização de obras principalmente dos
seguintes autores: DESLANDES(1995), GIL (1995) e LAVILLE(1999).

O QUE É UM PROJETO DE PESQUISA

Vamos por partes. O primeiro passo é entender o que é um


projeto de pesquisa.
De forma objetiva, é um formato de trabalho intermediário que
antecede a pesquisa, com a descrição dos planos de desenvolvimento das
atividades de pesquisa.
A ABNT define o projeto de pesquisa como “uma descrição da
estrutura de um empreendimento a ser realizado“. O objetivo principal do
projeto é estruturar a pesquisa que vai ser realizada.
Então, deve constar o tema, o recorte da pesquisa, o problema que
você quer responder, os objetivos que você pretende alcançar e a
metodologia que será necessária. Ou seja, é um esboço da pesquisa,
apenas um planejamento. Não o trabalho final.
O projeto de pesquisa pode ser considerado como uma descrição
da estrutura de um trabalho a ser realizado. Portanto, ele é um
documento que irá apresentar os planos e propostas para o
desenvolvimento de possíveis atividades realizadas durante a pesquisa.

O projeto é um documento através do qual se articula e se


organiza uma proposta de pesquisa e que se elabora, conforme
DESLANDES (1996), orientado pelos seguintes aspectos:

a) Definição de um conjunto de recortes na realidade social.

b) Cartografia das escolhas para abordar a realidade, ou seja,

• O que pesquisar;

• Por que pesquisar;

• Como pesquisar.

FINALIDADES DO PROJETO DE PESQUISA


A pesquisa possui um viés de discussão e diálogo, porém não se
pode dispensar a sistematização do que se pretende fazer, de como
proceder e a que resultados se espera chegar. Além disso, você
dificilmente terá êxito em uma pesquisa cuja coleta de dados seja feita de
forma desleixada e sem um norteamento teórico-metodológico.
A finalidade do projeto de pesquisa, então, é de esclarecer ao
próprio pesquisador as questões que ele pretende enfrentar e
dialogar. Assim como, quais estratégias irá utilizar para embasar o
projeto e a pesquisa.
As finalidades do projeto de pesquisa, na perspectiva proposta por
DESLANDES (1996), são as seguintes:
a) Mapear o caminho a ser seguido durante a investigação;

b) Orientar o pesquisador durante o percurso de investigação;

c) Comunicar os propósitos da pesquisa para a comunidade científica.

Elaborar um projeto de pesquisa exige


muito trabalho, persistência e paciência. É um exercício
através do qual você vai e volta muitas vezes para poder construir
uma boa proposta. Isso ocorre porque o projeto de pesquisa
precisa ter uma lógica interna. Ou seja, o objeto de estudo deve
dialogar com o problema, que deve dialogar com os objetivos, que
devem dialogar com os procedimentos metodológicos e assim por
diante.
A construção de um projeto de pesquisa requer planejamento.
Como a vida é dinâmica e cheia de imprevistos (sem querer
parecer pessimista), o planejamento exige ser sempre
replanejado. Isso quer dizer que algo pode ser modificado aos “45
do segundo tempo” e você deve entender, inclusive recuando
quando for necessário.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO PROJETO

O projeto é composto por elementos teóricos e metodológicos, conforme


se especifica no quadro a seguir.
10 PASSOS PARA VOCÊ ELABORAR UM PROJETO DE PESQUISA:

# PASSO 01 – O tema

Toda caminhada precisa do primeiro passo. Para elaborar um projeto de


pesquisa, este primeiro passo é dado com a escolha do tema. Trata-se
ainda de uma definição genérica do que você pretende estudar.

Com o grande acúmulo de produção acadêmica ao qual chegamos, fica


quase impossível eleger algum tema inteiramente original. E não há
problema nenhum nisso, já que há diversos aspectos (objeto de estudo,
procedimentos metodológicos, referencial teórico, etc.) que vão diferir a
sua pesquisa de outra realizada anteriormente, como veremos mais
adiante.

Portanto, não esqueça: o que confere originalidade ao tema é a


abordagem dada a ele, e não o tema em si. Por isso, não se preocupe de
estudar algo que outra pessoa está investigando naquele momento ou
que pareça ter sido muito explorado por pesquisadores.

Mas como escolher o que você quer pesquisar diante de uma


infinidade de assuntos? Eis alguns pontos para te ajudar nesta tarefa:

1. Questão reflexiva: geralmente, uma pesquisa parte de alguma


pergunta; aproveite para colocá-la no papel (para poder respondê-la).

2. Afinidade pessoal: pense naquilo que você gosta ou tenha alguma


familiaridade.

3. Interesse profissional: busque algo que esteja dentro do seu interesse


(ou faça parte da sua experiência) profissional.
4. Relevância acadêmica: tenha em mente um tema que possibilite um
diálogo com seus pares.

# PASSO 02 – O objeto de estudo

Se o tema é genérico, o objeto de estudo deve ser específico. Assim,


na passagem do tema (genérico, amplo) para o objeto de estudo
(específico, restrito), seu projeto de pesquisa começa a tomar forma,
delimitando-se e, consequentemente, distinguindo-se de outras
investigações que, num primeiro olhar, assemelham-se à sua.

Este recurso (delimitar o objeto de estudo) vai te ajudar a ter foco na


pesquisa, evitando que você corra o risco de ficar perdido no meio do
caminho.

Uma boa recomendação para transformar seu tema em objeto de


estudo é colocá-lo num contexto particular: tempo e espaço
definidos.

Veja abaixo alguns exemplos de objetos de estudo:

1. A REALIDADE DO SISTEMA PENITENCIÁRIO (SOB A ÓTICA DOS


POLICIAIS PENAIS OU PRIVADOS DE LIBERDADE OU EQUIPE
TÉCNICA) DURANTE A PANDEMIA entre os anos de 2020 e 2021,
no CENTRO DE RESSOCIALIZAÇÃO DE CUIABÁ – CRC

2. A ditadura militar na cidade do Rio de Janeiro entre os anos de 1968


e 1970.
3. A representação da violência em jornais populares da cidade de
Salvador.

4. Os fatos que levaram ao impeachment do presidente Fernando collor


em 1992.

5. A construção da imagem do presidente Getúlio Vargas durante o


Estado Novo.

6. O uso de dispositivos tecnológicos em escolas públicas estaduais da


cidade de Recife.

7. A trajetória profissional dos presidentes do STF entre 2001 e 2016.

8. A formação de professores de sociologia em faculdades públicas de São


Paulo.

9. O processo de formação da “identidade maranhense” em manifestações


culturais populares da cidade de São Luís.

# PASSO 03 – O problema de pesquisa

Uma ideia que vai servir de base para um projeto de pesquisa parte,
geralmente, de uma pergunta (ou várias perguntas). Por exemplo: “por
que algo acontece de tal forma?” ou “como tal coisa ocorre?”.

No entanto, a pergunta nem sempre aparece de modo claro para o


iniciante (e também para o pesquisador em formação). É bom lembrar
que essa “pergunta inicial” pode levar a outras perguntas (secundárias).

O ideal é forçar-se (trata-se efetivamente de um exercício necessário) para


que ela apareça, transpareça, manifeste-se. Surge daí o que se chama no
campo científico de problema de pesquisa.
Insista nessa tarefa (tente colocar no papel as perguntas que
despontarem na sua cabeça)! Afinal, essa é uma parte importante do
projeto de pesquisa.

Seguem algumas dicas que podem te auxiliar na formulação do problema


de pesquisa, bem como na viabilidade da proposta:

1. Dá para elucidar o problema numa pesquisa acadêmica?


2. O problema é original?
3. Vou conseguir dar conta de resolver o problema no prazo estipulado
(lembrando que são dois anos de mestrado e quatro de doutorado)
4. Dá para realizar a pesquisa proposta?
5. Tenho recursos (financeiros, bibliográficos, cognitivos, etc.) para
executar a pesquisa?
6. A pesquisa tem relevância científica e social?

# PASSO 04 – As hipóteses

Se uma pesquisa parte, geralmente, de uma pergunta (ou várias


perguntas), podemos dizer que elas carregam consigo possíveis
respostas. Tais respostas, ainda não comprovadas, são denominadas
hipóteses.

Essas possíveis respostas podem estar na cabeça do pesquisador de


modo consciente ou não. Por isso, também se trata de um exercício. A
hipótese pode “aparecer” ou não.

É importante ressaltar que a construção de hipóteses não é um consenso


na investigação acadêmica. Ou seja, a hipótese não é um item obrigatório
no projeto de pesquisa, como os outros. Ela vai depender do tipo de
orientação (muitas vezes, essa é uma exigência do orientador), da
necessidade da pesquisa (a depender do objeto, há hipóteses claras) e da
capacidade/vontade do próprio pesquisador (é comum que um
pesquisador a nível de mestrado não tenha maturidade para elaborar
hipóteses).

É necessário que o pesquisador tome cuidado, pois uma hipótese


desenvolvida de modo forçado pode contaminar todo o trabalho. Ele pode
querer confirmá-la a todo custo, colocando a pesquisa em risco. Saiba
que uma hipótese pode ser confirmada total ou parcialmente ou, até
mesmo, negada.

# PASSO 05 – Os objetivos

Os objetivos deixam claro aquilo que você quer realizar de maneira


efetiva. Eles compreendem, portanto, uma instância mais prática da
pesquisa, configurando sua própria execução, como metas que devem
ser rigorosamente cumpridas.

Os objetivos dividem-se em dois níveis:

1. Objetivo geral: define a dimensão macro da pesquisa.


2. Objetivos específicos: apontam a dimensão micro da pesquisa e
estão ligados ao objetivo geral, complementando-o.

OBS: os objetivos iniciam-se com um verbo no infinitivo (exemplos:


analisar, identificar, caracterizar, descrever, comparar, etc.),
indicando o que deve ser feito.

# PASSO 06 – As justificativas

Neste tópico, deve ser revelada a pertinência da pesquisa. Ou melhor,


sua relevância científica e social, bem como as motivações que levaram
a aspectos como, escolha do tema, delimitação do objeto de estudo,
opções metodológicas, objeto empírico, etc.

Claro que não há necessidade de justificar ponto a ponto, mas elementos


que ajudam a estruturar a pesquisa. Com isso, o pesquisador passa a
ter clareza e consciência sobre sobre cada decisão tomada, sabendo
a importância de cada passo dado para o propósito que busca alcançar.

# PASSO 07 – Os procedimentos metodológicos

Este ponto representa a operacionalização da pesquisa. Ou melhor,


como o estudo vai ser colocado em prática. Cabe, então, fazer
uma descrição detalhada dos métodos e técnicas que serão
adotados pelo pesquisador.

OBS: É preciso fazer uma distinção entre método e técnica de


pesquisa. O método representa uma opção ou um caminho que possa
levar a um determinado lugar que se busca alcançar. A técnica de
pesquisa consiste em instrumentos operatórios que integram o
método adotado. O método é, portanto, construído pelo pesquisador.

Os procedimentos metodológicos explicitam como os objetivos serão


alcançados. Por isso a importância em estabelecer objetivos (geral e
específicos). Lembra deles?

Há uma enorme variedade de métodos e técnicas para os mais variados


tipos de pesquisa. É preciso, no entanto, tomar cuidado no momento de
escolha desses vários recursos metodológicos para não se perder no
caminho.

A recomendação é que, ao optar por determinado método, você tenha em


mente o objeto de estudo, o problema de pesquisa e os objetivos (geral e
específicos).
# PASSO 08 – O referencial teórico

O referencial teórico integra, basicamente, os autores com os quais você


irá “conversar” durante seu percurso de pesquisa. São eles que vão
“iluminar” sua análise. Isso quer dizer que é da relação dialética e
dialógica entre teoria e empiria que a realidade é explicada.

Por isso, escolha bem os autores com quem você vai “conversar”. Busque
conhecer sua escola de pensamento teórico, o contexto da obra, etc.
Manifeste tais aspectos no seu texto. Isso demonstra capacidade de
contextualização não só do objeto de estudo, mas também do autor com
quem se “fala”, das circunstâncias (históricas, geográficas, sociais, etc.)
em que se deram determinado fenômeno e dos seus conceitos.

É importante destacar que não acrescenta em nada à pesquisa escolher


apenas autores que reiteram o que você pensa. Não vire as costas para
autores cujo pensamento você se opõe. Discorde, mas exponha os
argumentos. Por outro lado, tome cuidado com autores que você tenha
predileções. Desconfie sobretudo de quem você tende a concordar. Seja
crítico!

OBS: Não deixe os autores “falarem” por você e não faça uma mera
compilação de conceitos. Procure dialogar com os autores e ilustrar
os conceitos, problematizando ambos.

# PASSO 09 – O sumário preliminar

O sumário preliminar, também chamado de sumário


ampliado ou sumário provisório, serve como uma espécie de mapa do
trajeto a ser seguido. Ele ajuda a organizar o trabalho que está por
vir, uma vez que compõe a estrutura de capítulos (com a descrição de
cada um deles).

Claro que o sumário pode passar por alterações no decorrer da


pesquisa. Por isso, ele é preliminar.

Veja abaixo os elementos básicos que constituem um projeto de


pesquisa:

1. Resumo (com palavras-chave)


2. Introdução (tema de pesquisa, objeto de estudo e problema de
pesquisa)
3. Hipóteses
4. Objetivos (geral e específicos)
5. Justificativas
6. Procedimentos metodológicos
7. Referencial teórico
8. Sumário preliminar
9. Cronograma de pesquisa
10. Referências
11. Anexos e apêndices

OBS: Anexo refere-se a algum item ou documento elaborado por


outrem. Apêndice diz respeito a algo produzido pelo próprio autor do
trabalho.

# PASSO 10 – O cronograma

O cronograma ajuda a organizar a pesquisa no que se refere à sua


duração. Trata-se da relação entre o número de dias até o prazo final
(são, pelo menos, 2 anos de mestrado e 4 de doutorado) e o trabalho que
precisa ser executado até lá.
Defina as datas e as tarefas que precisam ser realizadas! Cada dia
“perdido” é um dia a menos. Por isso, é importante seguir o cronograma
à risca, já que imprevistos acontecem (tempo a mais na redação de
determinado capítulo, questões pessoais, etc.).

ELEMENTOS ESTRUTURANTES DO PROJETO DE PESQUISA

Definir o tema é a parte mais importante e estará na capa do seu projeto,


guiando todo o desenvolvimento.
Aqui vai nossa sugestão de estrutura para um projeto e pesquisa:

 Capa
A capa é um elemento externo do projeto de pesquisa. Ela deve conter:
 Nome da instituição de ensino para qual o projeto será submetido
– costuma vir centralizado, em letras maiúsculas no topo da página
 Nome dos autores
 Título e subtítulo do trabalho
 Número do volume (se tiver mais de um)
 Na parte inferior da folha, a cidade e o ano de entrega do projeto de
pesquisa

Elementos pré-textuais
Os elementos pré-textuais são: folha de rosto, lista de ilustrações, lista
de tabelas, lista de abreviatura e de siglas, lista de símbolos e sumário.

Folha de rosto

A folha de rosto é um elemento obrigatório do projeto de pesquisa. Em


resumo, ela apresenta os detalhes das informações para identificação do
trabalho.

Nessa ordem, a folha de rostoÉ deve conter:

 Nome dos autores


 Título do trabalho
 Subtítulo do trabalho
 Número do volume (se tiver mais de um volume)
 Tipo do projeto de pesquisa e nome da instituição a que será
submetido
 Nome do orientador, coorientador e coordenador, se tiver
 Na parte inferior da página, cidade e ano em que será entregue o
projeto de pesquisa

Lista de ilustrações

É um elemento opcional. A lista de ilustrações deve conter a informação


de todas as ilustrações utilizadas no decorrer do projeto.

É preciso seguir o modelo: Nome específico – Título e número da página.

Por exemplo:

Figura 1 – Vista área da cidade em 2021………………………………………5

Lista de tabelas

A lista de tabelas também é opcional e deve contar as informações de


todas as tabelas do projeto.

Elas devem seguir o mesmo modelo:

Tabela 1 – Perfil da população da cidade em 2021………………………….13

Lista de abreviaturas e siglas

É um elemento opcional. Em ordem alfabética, deve conter todas as siglas


e abreviações e seus respectivos significados.

Exemplo:

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

SUS Sistema Único de Saúde


Sumário

O sumário é um elemento obrigatório. É o local que aparece a estrutura


do trabalho: a divisão dos capítulos e das seções e as respectivas páginas.

Existem algumas regras pro sumário:

 Ele deve ser centralizado na página


 É o último elemento pré-textual
 Não deve conter as informações dos outros elementos pré-textuais
 Todas as folhas do trabalho, a partir da folha de rosto, devem ser
contadas sequencialmente, mas não deve conter o número da
página
 A numeração deve ser colocada a partir dos elementos textuais –
introdução, desenvolvimento e conclusão.

Ou seja: o número da página – no canto inferior direito da folha – só vai


aparecer a partir da introdução, mas deve ser contado desde a folha de
rosto. Então, a introdução jamais será a página 1.

Introdução
Inicie dizendo qual é o seu objeto de estudo, o seu tema (definido
anteriormente).

O tema já deve trazer, em sua descrição, o problema.

Então, apresente genericamente a gênese do problema, o contexto do


problema, sob o ponto de vista sócio-cultural, da história, do Direito, ou
de outro aspecto que permita situar o problema que pretende investigar
em sua inter-relação com a sociedade.

Nesta etapa não se deve tomar posições sobre o tema, apenas reproduzir
a realidade.

 Justificativa do projeto de pesquisa

Depois, é preciso se debruçar sobre a justificativa.


Quando for fazer seu projeto de pesquisa, pense nesse aspecto como a
parte em que você explica para um investidor porque é um bom negócio
investir na sua ideia.
Podem estar envolvidos na Justificativa as possibilidades que o projeto
tem para ser desenvolvido levando-se em consideração a sua própria
carga de experiências e níveis formativos, que auxiliem demonstrar que
você é o pesquisador ideal para desenvolvê-la.

Como a Justificativa nada mais é que “convencer o outro”, é importante


o pesquisador colocar-se na posição de alguém alheio à pesquisa para
analisar os motivos pelos quais seria levado a ler tal estudo.

Assim, é importante realizar também conexões do seu tema a outras


pesquisas, bibliografias, descobertas recentes, em função de que a
importância do tema a ser trabalho, cresce á medida que consigamos ligá-
lo ao mundo externo.

Seja sucinto: fale apenas o que realmente vai chamar a atenção para seu
projeto.
Para complementar a importância, destaque a pergunta a ser respondida
pela pesquisa.

 Problema de pesquisa

O problema de pesquisa terá formato de uma pergunta que deverá ser


respondida no decorrer da pesquisa. Em geral, essa pergunta pode ser
algo como “qual parcela da população mora com os pais?”.
Ou, “qual o processo mais viável economicamente para fazer um
determinado produto?”.
Então, formule também uma hipótese de encontro ao problema de
pesquisa: ela é a explicação de onde você acredita que a resposta para
sua pergunta pode estar e onde você pretende dedicar seu tempo
procurando.
Isso ajuda a definir o cronograma que será apresentado e ajuda a definir
a importância do projeto de pesquisa.
Com a questão a ser respondida e a forma de encontrar a resposta
definidos, o próximo passo é definir os objetivos do seu trabalho.
 Objetivos

Esta etapa deverá estar subdividido em duas partes.


A primeira, chamada objetivo geral, é a definição do que será feito:
explicar, entender, analisar, realizar uma coleta de dados, interpretar
informações.
Já, na segunda, os objetivos específicos, estão diretamente relacionados
com a justificativa, são aqueles que buscam demonstrar exatamente o
que se pretende com o assunto.
Assim, deve-se sempre utilizar verbos no infinitivo para iniciar os
objetivos:

 Exploratórios (conhecer, identificar, levantar, descobrir)


 Descritivos (caracterizar, descrever, traçar, determinar)
 Explicativos (analisar, avaliar, verificar, explicar)

Este é o único capítulo de todo o Projeto que deve aparecer na forma de


tópicos, já que os demais estarão em texto cursivo e problematizado.

Por isso ele é geralmente curto porque pode desvirtuar a pesquisa para
sem que alcance os objetivos propostos.

Defina por exemplo se pretende dar uma solução definitiva ou se deseja


apenas esclarecer melhor a questão por trás do que está pesquisando.

 Embasamento ou fundamentação teórica do projeto de


pesquisa (ESTADO DA ARTE)

Consiste em apresentar um resumo do que já foi escrito sobre o tema no


modelo de referencial teórico.

Pode-se dizer que a fundamentação teórica é uma pesquisa prévia sobre


o que já foi escrito sobre o tema sobre o qual pretende estudar.
Mesmo que seja uma pesquisa inédita como em uma tese, por exemplo,
a procura destas fontes, documentais ou bibliográficas, é fundamental
para que você não proponha uma pesquisa que já está feita.

A citação das principais conclusões a que outros autores chegaram


permite destacar a contribuição da pesquisa realizada, além das
contradições ou reafirmar comportamentos e atitudes.

o As normas da ABNT para a formatação seguem o padrão básico:

 Metodologia do projeto de pesquisa

A metodologia diz respeito às técnicas de obtenção de informações que


serão utilizadas levando em consideração os tipos de pesquisa.
É aqui que se deve falar de entrevistas, uso de ferramentas de laboratório,
se as informações serão retiradas de livros, quais serão os gastos gerais,
entre outras opções.

 Cronograma
O cronograma é uma forma de explicar em qual data se espera começar
e terminar o estudo.
É impossível determinar a importância do projeto de pesquisa sem que
ele tenha sido devidamente encerrado, então é preciso acabar,
eventualmente.

 Resultados
O item dos resultados esperados é um espaço específico para que você
possa explicitar de forma concreta o que espera alcançar com os objetivos
específicos.

Deste modo, os objetivos específicos e os resultados devem apresentar


uma correlação estreita.

 Referências bibliográficas

Tendo em vista que a maioria dos trabalhos acadêmicos dependerão


de citações para a sua fundamentação, as referências bibliográficas são
feitas como nos demais trabalhos acadêmicos, sempre respeitando as
regras de catalogação bibliotecária.
As referências seguem uma ordem lógica, de acordo com as regras e
normas da ABNT:

Ordem alfabética única

Em primeiro lugar, observe a ordem alfabética. Inicie pelo sobrenome do


autor. Em caso de entidades autoras, a regra é seguir pelo título da
entidade.

Espaçamento simples

Também não se esqueça de alinhar todas as referências à margem


esquerda.

Título em destaque

O destaque pode ser feito em itálico, sublinhado ou negrito. Subtítulos


não recebem destaque.

Sobrenomes em caixa alta

Os nomes apenas com letra maiúscula.

 Apêndices e anexos
Apêndices são elementos pós-textuais, que complementam o projeto,
elaborados pelo próprio pesquisador. Podemos trazer como exemplos os
questionários, formulários da pesquisa ou fotografias.

Os anexos são textos elaborados por outras pessoas e não pelo


pesquisador. Como exemplo temos: mapas, plantas documentos originais
e fotografias tiradas por outros.

Só devem aparecer nos projetos de pesquisa anexos extremamente


importantes:

Os apêndices localizam-se após as referências e os anexos, após os


apêndices, se houver.

Seus critérios de apresentação são:


 devem ser enumerados individualmente com algarismos arábicos,
caso haja apenas um apêndice e/ou anexo, estes não deverá ser
numerados;
 cada apêndice ou anexo pode ser antecedido por uma página de
rosto, devendo constar, escritos em letras maiúsculas estilo normal
e centralizados na 13ª linha do texto, a palavra APÊNDICE e/ou
ANEXO;
 cada anexo ou apêndice deve iniciar em página distinta;
 na página de rosto do anexo pode-se incluir elementos que
identifiquem a fonte da qual foi extraído o conteúdo do anexo.

BOM TRABALHO!
REFERÊNCIAS

CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. São


Paulo: Cortez, 1995.

DESLANDES, S. F. O projeto de pesquisa. In: MINAYO, Maria Cecília de


Souza. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes,
1995.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo:


Atlas,1991.

LAVILLE, Christian ; DIONNE, Jean. A construção do saber: manual de


metodologia da pesquisa em Ciências humanas. Trad. Heloísa Monteiro
e Francisco Settineri. Porto Alegre: Artmed; Belo Horizonte: Editora
UFMG, 1999.

Você também pode gostar