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O ENSINO DA GRAMÁTICA: o ideal e o real desafio e perspectivas no

ensino da Língua'gem

Resumo: Aqui cumpre-nos a missão de abordar sobre o ensino da gramática, na


vertente tradicionalista e interacionista para estabelecer elos entre as duas vertentes.
Com base aos interesses o artigo visa apresentar ideias que a escola adota para o
ensino da gramática, comparando-as com as propostas e tipos de ensino apresentados
por alguns autores, que mais abaixo serão elencados Para inaltecer e fomentar o
ensino produtivo de gramática que aceite o conhecimento e o contexto do falante.

Palavras-chave: Gramática; Ensino;Tradicionalista; Interacionista;Língua/gem


Abstrat:
Introdução

O ensino da Língua, é feita com base aos postulados da gramática


prescritiva-normativa sobre tudo ao ensino tradicionalista, onde os programas e
manuais destes vêm de um contexto diferente ao de aplicação, sendo assim, inaltece
de certa forma alguns falantes. Quando a escola diz que aquilo que os órgãos
competentes pela área do ensino imana como variante padrão, que todos devem
aprender por via da escola, isso faz com que haja um fenómeno de afastamento e,
gerando o preconceito linguístico. Todos aqueles que falam uma variante diferente com
a que foi divulgada como ideal neste caso, quem fala o real não sabe falar o português.
A gramática tradicional não se importa com os factos extra-linguisticos ou de de índole
social afastando assim no aluno toda possibilidade possível para ampliação de seu
círculo de letramento, esquecendo-se que na sala há vários alunos, uns da zona
+urbana e outras -urbanas, uns socialmente bem estável e outros não. (Bagno, 1999),
o aluno da suborbana sobretudo não se revê e nem percebe o seu " potencial de
linguagem" tudo porque a escola por intermédio do ensino tradicional não reconhece a
lingua(gem) real e contextualizada do aluno.
Sobre estas abordagem a Linguística Aplicada tem se apresentado firme
cauto de que deve se "ressignificar" a ideias que temos sobre a língua(gem) em geral
e, de modo particular de gramática existentes no ensino. Com esta abordagem
queremos reflectir sobre o ensino da gramática face aos usos reais do falante em
determento do tradicional ou ideal, evidenciar novos passos e, metodologias do seu
ensino de modo que o discente seja visto como activo e protagonista do processo, que
esse seja seu reflexo.
.
Tem sido nos últimos dias a preocupação de muitos estudiosos, o modo como é
dado as aulas de língua "portuguesa"/ensino da gramática no contexto de sala de aula,
baseando-se simplesmente na gramática normativa, onde o saber do discente não é
levado em consideração. O ensino obsoleto não se revê com a situação real da língua.
Sendo assim, ao invés de fomentar um ensino harmonioso no seio dos alunos acaba
de certa forma excluir todo aquele que não se reveja no tal ensino.
Sabemos que a sala de aula é homogénea, onde alguns alunos têm-no a língua
segunda, mesmo aqueles cujo tal língua primeira, apresentam dificuldades na
comunicação devido de existência de um amontoado de regras que eles deve
memorizar, ainda se assim podemos considerar o português de escola não é o mesmo
que eles falam no seu dia dia, obrigando-os numa possível readaptação e isso não
gera um ensino de qualidade e muito menos agradável . De acordo com Antunes (2003)
“O estudo da gramática deve ser estimulante, desafiador, instigante, de maneira que se
desfaça essa ideia errônea de que estudar a língua é, inevitavelmente, uma tarefa
desinteressante, penosa e, quase sempre, adversa” (p. 97).
Nessa visão de ideias, é a tarefa do docente estar medodologicamente preparado
para suscitar nos alunos pensamentos construtivos, que trantem os factos linguísticos na visão
internacionista que possam consilar teoria à prática, para que todos possam se rever nos seus
contextos reais, valorizando assim, o real e o ideal vice-versa.
A gramática não é uma língua(gem), ela venha a ser representação dela, assim
entendemos. Ao se ensinar não se pode ignorar o seu caráter funcional e abordar os elementos
da lingua de acordo com o contexto (situacional) do seu uso por cada falante. No entender de
Antunes (2003) “a gramática compreende o conjunto de regras que especificam o
funcionamento de uma língua”( p. 85), ou seja, não adianta o seu ensino, caso for dado
fora do se seu contexto de uso, não considerando assim, a sua funcionalidade. Ela deve
estar "ancorada" ligada em "fatos linguísticos" existentes no contexto dos discentes, posto
que esses fatos circundam todas as ocorrências da língua. O aluno deve ter um
posicionamento quando assunto é o ensino da gramática, segundo Franchi (1987) , ao dizer
que “é somente sobre fatos relevantes de sua língua (relevantes = carregados de
significação) que o aluno de gramática pode fazer hipóteses sobre a natureza e o
caráter sistemático das construções linguísticas” (p. 42). É aqui, onde o responsável pela
essa aula(professor) de língua portuguesa ao dar suas aulas deve primeiro trazer todos os
elementos do dia dia, para a sua aula, que vão ser de imputes, de modo a familiarizar os
alunos e de que possam aprender e compreender o conteúdo, junto a sua funcionalidade.
Antunes (2003), apresenta um descontentamento como são dada as aulas de língua
portuguesa, mencionado o modo in-produtivo que o ensino da gramática se basea, uma vez
que essas não atenda o contexto real da língua. Assim diz:

Uma gramática fragmentada, de frases isoladas, voltada para a nomenclatura e a


classificação das unidades, sem sujeitos interlocutores, sem contexto, sem função, que
não leva em consideração o desenvolvimento da competência comunicativa dos falantes
(p.31).

É consensual, a ideia de que, ensinar a gramática a partir do seu contexto


(ensino contextualizado) é uma prática muito melhor e por consequência passa a ser
mais rica e produtiva, levando com que os aprendiz, além de compreender as suas
regras de escrita que têm que ver com escrever de forma adequada e correcta,
permita-o também a pensar sobre a língua, como deve ser usada, apartir de contextos
distintos e sua funcionalidade. A Língua enquanto manifestação social e reflexo cultural
de um povo, ela tem um propósito para a sua empregabilidade/utilização que é o de,
comunicação e interação. É de recalcar que, a existência da gramática para o ensino
da Língua, no contexto escolar (sala de aula) tem de ser estudado na vertente
funcionalista. Para fomentar ou desenvolver aos utentes competências linguístico-
comunicativas. Assim, estudar a língua é reconhecer a sua constituição que tem a ver
com os "factos linguísticos" não linguísticos (social), morfossintáticos, semânticos e
pragmático. Ou até mesmo os da fala espontânea e os do convívio social.
Em consonância com Neves (2000):
Ensinar eficientemente a língua e, portanto, a gramática é, acima de tudo, propiciar e
conduzir a reflexão sobre o funcionamento da linguagem, e de uma maneira, afinal,
óbvia: indo pelo uso linguístico, para chegar aos resultados de sentido. Afinal, as pessoas
falam, exercem a linguagem, usam a língua para produzir sentidos, e, desse modo,
estudar gramática é, exatamente, pôr sob exame o exercício da linguagem, o uso da
língua, afinal, a fala (p. 52).

Assim, julga-se pertinente a utilização de textos para fomentar um ensino


rico e produtivo da gramática, partindo na ideia de que os textos são objectos de
estudo de uma determinada língua/gem. Pois, para darmos consistência à nossa
abordagem trazemo-la aqui alguns teóricos da linguística textual, para tal relevância.
Um dos conceituados desta área Marcuschi (2008) diz o seguinte “A Linguística
textual parte da premissa de que a língua não funciona nem se dá em unidades
isoladas, tais como os fonemas, os morfemas, as palavras ou as frases soltas.
Mas sim em unidades de sentido chamados texto, sejam elas orais ou
escritos”(p.73).
Todavia, o texto é uma gama constituído de lógica, assim, um texto está
além dos enunciados, onde os seus constituintes relacionam-se para formar sentidos
coeso, enquanto, esse for desmebrado da sua excencia ou contexto apresentam-se
finitos e distorce o seu sentido textual. O desenvolvimento desta área está ligado com
o modo como a gramática normativa se representa quando assunto é asserção
"elementos" de ordem pragmático-semântica e sintáticos, trabalhar pronominalização
etc, por exemplo obrigam que se fossem com base ao contexto situacional para uma
melhor adequação.
Basear-se na composição das frases e não levar em consideração o
contexto de uso da língua é um ensino sem lucros "improdutivo" irritante e
desconstrutivo. Sendo que a língua ultrapassa esses empecilhos " e reverbera
mediante textos, não obstante,a língua é materializada através de textos, logo,
estudar gramática é observar e compreender cada uma dessas ocorrências em
seu sentido funcional".
Em vários níveis de escolaridade no contexto angolano esta unidade
curricular anda presente desde ensino primário ao universitário, mas é comum
ouvirmos e vermos alunos que carecem da competência comunicativa ou linguística. É
de salientar que seu ensino não se deve cingir-se simplesmente na momemorização
das suas regras, quando se trabalha como se deve ser o texto pode se desenvolver
nos alunos a competência. Assim diz SILVA (2004) "[ …]Em outras palavras, a
gramática não seria apenas um conjunto de normas a serem memorizadas, mas um
conjunto de princípios em que as línguas se estruturam naturalmente" (p. 79). Halliday,
McIntosh e Strevens (1974) citados em Travaglia (2009), para que se valorize o
contexto de cada falante, é importante que o ensino da lingua seja feito em três modos,
deve ser "prescritivo, descritivo e produtivo"
A postura de professor ao ensinar esta unidade curricular deve levar enconta os factos
linguísticos, que a constituem para fomentar um ensino real e rico, e não limitar-se
apenas em descrever os elementos constituintes da frase e fraseologias.
Assim, entende Franchi (2006) quando afirma que:
Não é verdade que a gramática nada tem a ver com a produção e a
compreensão do texto: ela está na frasezinha mais simples que pronunciamos.
Mas é preciso concebê-la de um modo diferente: como o conjunto das regras e
princípios de construção e transformação das expressões de uma língua natural
que as correlacionam com o seu sentido e possibilitam a interpretação (p.99) .

Trabalhar a gramática sob uma nova tendência, avaliar o processo de ensino


e sobretudo a prática pedagógica pautando em cotrubutos e subsídios teóricos que
apoiam a postura do aluno no domínio e uso da gramática baseando-se em situações
linguísticas de contexto em uso são algumas ferramentas adotadas e que podem ser
adotadas por profesores sob prisma de possibilitar a reflexão sobre a pertinência
desse estudo, bem como promover um ensino produtivo de língua.
Segundo Travaglia (2009) espirando-se em Halliday et. al.(1974) a escola
deveria ensinar a língua mediante aos tipos de ensino que são prescritivo, descritivo e
ensino produtivo.
O ensino prescritivo é baseado nas regras gramáticas, fazendo com que o
discente ignore seu jeito de falar (forma natural e livre), para adaptar a outra, que foi
eleita como padrão. É o ensino que leve o aluno a escolher o correcto e errado,
prestando um modo.
Pois, o aluno é levado a reconhecer que existem duas modalidades adequadas
e inadequada, cabendo a ele escolher qual delas deve usar para estabelecer
comunicação conforme dito em Halliday, Mclntosh e Strevens (1974), assim:
O ensino prescritivo significa, portanto, selecionar os padrões, em qualquer nível, que
são favorecidos por alguns membros da comunidade linguística, inclusive os mais
influentes, e usar práticas padronizadas de ensino, para persuadir os estudantes a se
conformarem àqueles padrões (p. 261).

Se a escola privilegiar e basear-se num único estilo sobretudo o ensino prescritivo,


levar-se- à os alunos a ter uma falsa imagem da natureza da língua, (.p. 264).
Os mesmos autores apresentam o ensino descritivo que se ocupa em
descrever os factos da língua como funciona ou deve funcionar, "consiste, portanto,
em mostrar ao aluno como a língua funciona, mediante a exposição, a ordenação e os
acréscimos relativos ao seu uso da Língua Materna” (idem). Assim fazendo com esses
vejam a língua num único rolo.
Partindo desse pressupos, o aluno ao aprender a língua no contexto de sala de
aula o responsável de turma neste caso a figura de professor ao exercer tal abordagem
não deve (rá) dizer ao seus discentes que devem reproduzir "memorizar" a única forma
ou regra, mas sim faz com que o aluno saiba a usá-la de modo distinto, baseando-se
aos seus conhecimentos existentes ou interno que cada um dele possuem diante da
sua língua.
Assim, “o aluno precisa (...) aprender as variedades da língua
adequadas a diferentes situações, a amplitude e o uso de seus
registros e línguas restritas” (HALLIDAY, MCINTOSH &
STREVENS, 1974, p. 277), afinal de contas, “é a amplitude e o
uso de diferentes variedades da Língua Materna, mais do que a
real introdução de novos padrões e elementos, que constitui o
foco do ensino linguístico produtivo” (HALLIDAY, MCINTOSH &
STREVENS, 1974, p. 277).

O ensino produtivo da língua(gem) é uma tipologias de ensino que suscita no aluno


novas características e halidades, por conseguinte é o último ensino proposto por
Halliday et al. (1974). Segundo esses autores este ensino auxilia os alunos na
compreensão e no uso da língua segunda assim sendo:

O ensino produtivo da língua interessa-se por ajudá-lo [o aluno] a estender o uso de sua
Língua Materna de maneira mais eficiente. (...) o [ensino] produtivo não pretende alterar
padrões que o aluno já adquiriu, mas aumentar os recursos que possui, e fazer isso de
modo tal que tenha a seu dispor, para uso adequado(…) (HALLIDAY, MCINTOSH &
STREVENS, 1974, p. 276).

As pessoas trazem consigo uma regra e uma gramática, o funcionamento da língua


é visto como algo natural que se circunscreve na mente de cada falante. Como aponta
Geraldi (1997), , trata-se da “gramática natural, o sistema de regras que formam
a estrutura da língua, e que os falantes interiorizam ouvindo e falando" (p. 119).
Assim, “não existe língua complicada para os falantes nativos de qualquer língua. Todos sabem
dizer o que dizer, o que precisam dizer” (ANTUNES, 2007, p. 28). querem
Travaglia (2013) acrescenta que tal mecanismo linguístico já está na mente dos
falantes. Antunes (2009, 117 p. 49) considera que a tarefa de desenvolver a
competência comunicativa não é algo fácil, vi sto que “a atividade da linguagem
é muito complexa, pois mobiliza tipos bem diferentes de saberes e de
competências”.
A autora ressalta que a sociedade é regida por convenções que ditam
certos modelos aceitáveis também nas atividades comunicativas. Além da s
regras linguísticas , existe também um conjunto de normas sociais que regulam o
comportamento das pessoas em situações de interação verbal.
Portanto, não se pode falar o que se quer em qualquer momento e em
qualquer lugar. Marcusch se quer ou do jeito que (2003, p. 16) defende que não
são as “regras da língua nem a morfologia os merecedores de nossa atenção,
mas os usos da língua, pois o que determina a variação linguística em todas as
suas manifestações são os usos que fazemos da língua. São as formas qu e se
adéquam aos usos e não o inverso”.
Assim, o ensino produtivo da língua portuguesa deve ter como mote o
uso. Isso não significa dizer que não devamos ensinar a norma, o sistema linguístico,
mas, sim, ensiná desenvollo com o objetivo de levar o aluno a ver suas
habilidades comunicativas ao interagir em sociedade

Conclusão

REFERÊNCIAS
ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro e interação. São Paulo: Parábola
Editorial, 2003.

FRANCHI, Carlos. Linguagem - atividade constitutiva. In. Almanaque 5. São Paulo: Brasiliense.
1987.
NEVES, Maria Helena de Moura. A gramática: conhecimento e ensino. In: AZEREDO, José
Carlos de. (Org.). Língua portuguesa em debate: conhecimento e ensino. Petrópolis: Vozes,
2000.
MARCUSHI, Luis Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo:
Parábola Editorial, 2008.
TRAVAGLIA, L. C. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática. São Paulo:
Cortez, 2009.
GERALDI, J. W. Portos de passagem. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

HALLIDAY, M. A. K; MCINTOSH, A.; STREVENS, P. As ciências linguísticas e o ensino de


línguas. Tradução de Myriam Freire Morau. Petrópoles: Vozes, 1974

NEVES, M. H. de M. A gramática: história, teoria e análise, ensino. São Paulo: UNESP, 2002.

NEVES, M. H. de M. A gramática passada a limpo: conceitos, análises e parâmetros. São Paulo:


Parábola, 2012.

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