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AGRADECIMENTOS
Ao Professor Doutor Carlos Lopes, que com a sua experiência e sabedoria tornaram este
trabalho mais enriquecido.
Ao Professor José Teixeira, pelo tempo e ajuda que tornou possível este trabalho.
Ao meu Marido, pelo seu apoio incondicional e colaboração na realização deste trabalho.
Aos meus Pais e Irmã pela presença contínua, apoio e ponto de equilíbrio neste e em
outros momentos, e por permitirem mais uma etapa no meu conhecimento.
A Ana Almeida, grande amiga, que me ajudou na aplicação dos questionários e pela
força dada ao longo da realização do mesmo, obrigada por não me deixares desistir.
Aos doentes que participaram neste estudo, sem eles não seria possível a realização do
mesmo.
Ao IPO Porto que permitiu que desenvolvesse este estudo nos seus serviços de Cirurgia.
In recent years, the concept of Social Representation have appeared frequently in various
fields of knowledge. The theory of social representations is an instrument of
understanding and transformation of social life and, consequently, on their meanings.
In the professional field the study of representations is complex since there is a diversity
of knowledge and culture. In clinical context it is unthinkable that only a few professionals
effectively perform a required number of complex actions. This study discusses the
theoretical level the concept of Social Representation. Describes the origin, evolution,
structure, size and training. It also discusses the concept of multidisciplinary team and
skills of its players.
Objective: Understand which the different invocations that lead to the current social
representation of the multidisciplinary team.
Method: The study population was patients hospitalized on surgical wards of Oporto IPO
between January 2011 and June 2011. The sample is composed of 181 patients. We
used a non-probability sampling process and a convenience sample. It is a descriptive-
correlational study and the methodology used to investigate the same, part of a
quantitative paradigm. As an instrument of data collection, was used a questionnaire and
statistical analysis was performed using SPSS (Statistic Package for Social Sciences)
version 17.0.
ÍNDICE
0. Introdução .................................................................................................................... 10
Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
ÍNDICE TABELAS
Tabela 1. Distribuição dos indivíduos por idade, género, estado civil, habilitações e sector
de actividade...................................................................................................................... 70
........................................................................................................................................... 73
Tabela 6. Análise da opinião dos inquiridos por género da categoria profissional com
papel mais importante no internamento ............................................................................ 75
Tabela 7. Análise da opinião dos inquiridos por estado civil da categoria profissional com
papel mais importante no internamento ............................................................................ 75
Tabela 10. Análise da opinião dos inquiridos por categorias etárias da categoria
profissional com maior intervenção no internamento ....................................................... 78
Tabela 11. Análise da opinião dos inquiridos por género da categoria profissional com
maior intervenção no internamento ................................................................................... 79
Tabela 12. Análise da opinião dos inquiridos por estado civil da categoria profissional
com maior intervenção no internamento ........................................................................... 80
Tabela 13. Análise da opinião dos inquiridos por habilitações literárias da categoria
profissional com maior intervenção no internamento ........................................................ 81
Tabela 14. Análise da opinião dos inquiridos por sector económico de actividade da
categoria profissional com maior intervenção no internamento ........................................ 82
Tabela 15. Análise da opinião dos inquiridos por número de internamentos da categoria
profissional com papel mais importante no internamento ................................................. 83
Tabela 16. Análise da opinião dos inquiridos por número de internamentos da categoria
profissional com maior intervenção no internamento ........................................................ 84
Tabela 17. Distribuição da opinião dos inquiridos pelas categorias dos elementos sócio-
demográficas relativamente à disponibilidade dos profissionais de saúde ....................... 85
Tabela 19. Distribuição da opinião dos inquiridos acerca do modo de trabalhar da equipa
multidisciplinar e influência de opinião por terceiros ........................................................ 87
Tabela 20. Distribuição da opinião dos inquiridos sobre a autonomia dos profissionais de
saúde no processo de decisão .......................................................................................... 88
Tabela 22. Distribuição da opinião dos inquiridos por idade sobre as evocações
associadas à equipa multidisciplinar ................................................................................ 90
Tabela 23. Distribuição da opinião dos inquiridos por género sobre as evocações
associadas equipa multidisciplinar ................................................................................... 90
Tabela 24. Distribuição da opinião dos inquiridos por estado civil sobre as evocações
associadas equipa multidisciplinar ................................................................................... 91
Tabela 25. Distribuição da opinião dos inquiridos por habilitações literárias sobre as
evocações associadas equipa multidisciplinar ................................................................. 91
Tabela 26. Distribuição da opinião dos inquiridos por sector económico de actividade
sobre as evocações associadas equipa multidisciplinar .................................................. 92
Tabela 27. Distribuição da opinião dos inquiridos por número de internamentos sobre as
evocações associadas equipa multidisciplinar ................................................................. 93
Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
0. INTRODUÇÃO
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Na elaboração deste trabalho foi utilizado o método expositivo/descritivo, uma vez que se
pretende transmitir sucintamente e de uma forma clara e objectiva a informação
seleccionada através da pesquisa bibliográfica, tanto através de livros científicos,
Internet, artigos.
Pretendemos com este estudo conseguir responder à questão “Quais as evocações que
levam à Representação Social da Equipa Multidisciplinar por parte do doente oncológico”
Pretende-se também com este trabalho atingir os seguintes objectivos:
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Este estudo decorreu entre Janeiro de 2011 e Junho de 2011. Foram aplicados
questionários aos utentes internados nos serviços de internamento de cirurgia do IPO
Porto.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
“Por representação eu quero dizer um conjunto de estímulos feitos pelos homens, que têm a finalidade
de serem como um substituto a um sinal ou som que não pode ocorrer naturalmente. Algumas
representações funcionam como substitutos de estímulos, elas produzem a mesma experiência que o
mundo natural produziria”(Bower, 1977).
“Representar significa, a uma vez e ao mesmo tempo trazer presentes coisas ausentes e
apresentar coisas de tal forma que satisfaçam as condições de uma coerência
argumentativa, de uma racionalidade e da integridade normativa do grupo” (Moscovici,
2005).
“ Representar uma coisa (…) não é com efeito simplesmente duplica-la, repeti-la ou reproduzi-la; é
reconstituí-la, retocá-la, modificar-lhe o texto. A comunicação que se estabelece entre o conceito e a
percepção, um penetrando no outro, transformando a substância concreta comum, cria a impressão de
“realismo” (…) Essas constelações intelectuais uma vez fixadas nos fazem esquecer de que são obra
nossa, que tiveram um começo e que terão um fim, que a sua existência o exterior leva a marca e uma
passagem pelo psiquismo individual e social” (Moscovici, 1976).
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Ainda segundo a ideia deste autor toda a “representação social é constituída como um
processo em que se pode localizar uma origem, mas uma origem é sempre inacabada, a
tal ponto que outros factos e discursos virão nutri-la ou deteriora-la” (Moscovici 2005).
“Elas são, sobretudo, o objecto de um permanente trabalho social, que pode ser
reincorporado dentro de modelos explicativos e justificativos que são familiares e
consequentemente aceitáveis”. (Moscovici, 2005, p. 216)
Esta autora faz referência ao papel da comunicação nos processos da formação das
representações sociais. Assim, tem-se a noção que “a representação social é
compreendida como sistema de interpretação, teorias não oficiais e espontâneas, saber
prático de senso comum que rege a relação do homem com o mundo, além de orientar e
organizar a sua conduta e as comunicações sociais” (Jodelet, 2001).
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
A teoria das Representações Sociais foi elaborada inicialmente pelo psicólogo Romeno,
naturalizado em França, Serge Moscovici, a partir dos dados recolhidos em estudos
realizados entre 1952 e 1959 e a partir dos quais resultou na sua tese de doutoramento.
O objectivo da sua pesquisa era compreender como uma novidade, no campo do
conhecimento especializado, no caso a psicanálise, era recebida pelo público francês na
década de 1950 e reconstruída no imaginário social, transformando-se em saber prático
do senso comum.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Assim, estas não são o denominador comum daquelas, mas antes a sua origem,
correspondendo “á maneira pela qual esse ser especial, que é a sociedade, pensa as
coisas da sua própria experiência” (Durkheim, 1968, p. 621).
Compreende-se que tal representação seja homogénea e vivida por todos os membros
de um grupo, da mesma forma que partilham uma língua. Ela tem por função preservar o
vínculo entre eles, prepará-los para pensar e agir de modo uniforme. Ela é colectiva
porque perdura pelas gerações e exerce uma coerção sobre os indivíduos, traço comum
a todos os factores sociais.
“ Se é comum a todos é porque é obra da comunidade. Já que não traz a marca de nenhuma
inteligência particular, é porque é elaborada por uma inteligência única, onde todas as outras se
reúnem e vêm, de certa forma, alimentar-se. Se ele tem mais estabilidade que as sensações ou as
imagens é porque as representações colectivas são mais estáveis que as individuais, pois, enquanto o
indivíduo é sensível até mesmo a pequenas mudanças que se produzem em seu meio interno ou
externo, só eventos suficientemente graves conseguem afectar o equilíbrio mental da sociedade”.
“ É evidente que essas situações colectivas que fazem parte do pensamento quotidiano ou do
pensamento jurídico (ou de qualquer outro pensamento especializado) são representações de algo
que, para uma parte do ser, para uma parte do dever ser, paira sobre a cabeça dos homens reais (não
só os juízes e os funcionários, mas também o público), segundo as quais eles orientam sua actividade;
e tais estruturas têm uma importância causal considerável, até mesmo frequentemente dominante,
para a natureza do desenvolvimento da actividade dos homens reais” (Weber, 1971, p.12).
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Moscovici (1961) com a publicação do seu trabalho Psychanalyse: son image et son
public, tentou mostrar como e porquê, diversos grupos sociais elaboram a representação
de um objecto mal conhecido, e no fundo, como é uma teoria científica, difundida e como
é que esta muda a visão que as pessoas têm.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Abric (1984) e Flament (1989) desenvolveram ainda um modelo teórico que caracteriza a
representação social formada a partir de um núcleo central e um núcleo periférico. Esta
concepção foi aceite e validada através de trabalhos laboratoriais e constituiu um grande
progresso na compreensão das representações sociais.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Piaget esteve sempre muito íntimo ao pensamento de Lévy-Bruhl, tanto no seu método,
como na sua psicologia. Sem exagero, pode-se dizer que a psicologia das
representações “primitivas” estabelecidas por Lévy-Bruhl é repetida na psicologia das
representações das crianças por exemplo, no animismo infantil, no realismo intelectual,
etc. Por outras palavras, um descobriu nas representações públicas das sociedades, o
outro redescobriu, de maneira transposta, nas representações supostamente privadas
das crianças.
Freud através das teorias sexuais acerca das crianças mostrou como elas elaboram e
interiorizam as suas próprias teorias sobre questões fundamentais para a humanidade,
que carregam marcas sociais da sua origem.
Lévy- Bruhl contribuiu por meio dos seus estudos sobre pensamento místico encontrado
em povos distantes, aponta outras formas lógicas para pensar o mundo, baseado em
princípios diversos dos do pensamento ocidental.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Desde o inicio dos anos oitenta que têm sido realizadas inúmeros estudos sobre a
organização interna das representações sociais (Abric, 1984; Flament, 1989; Sá, 1996).
Umas das primeiras proposições quanto á organização interna das representações,
estabelece que esta se configura ao longo de três dimensões: informação, atitude e
campo de representação ou imagem.
“… a atitude é a mais frequente das três dimensões e, talvez geneticamente a primeira. Por
conseguinte, é razoável concluir que as pessoas se informam e representam alguma coisa somente
depois de terem tomado uma posição e em função da posição tomada” (Moscovici cit in Sá 2002).
“ Com efeito, o tipo de realidade social para que aponta o conceito de representação social está
finamente tecido por um conjunto de elementos de natureza muito diversa: processos cognitivos,
inserções sociais, factores afectivos, sistemas de valores… que devem caber simultaneamente no
instrumento conceitual utilizado para elucidá-lo” (Ibañez cit in Sá 2002).
Moscovici (1981) atribui às representações sociais a função de tornar uma novidade algo
familiar. Percebe-se, assim, a sua importância como fonte de segurança para um grupo,
na medida em que representar o novo permite ao grupo manter o seu sentimento de
estabilidade diante de algo estranho e desprovido de significado.
Uma explicação adequada sobre as representações sociais deve ter em conta a sua
origem, fins ou funções e das circunstâncias da sua produção. Deste modo Abric
sistematizou a questão das finalidades próprias das representações sociais, atribuindo-
lhe quatro funções essenciais:
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
“Funções de saber: permitem compreender e explicar a realidade. (…) elas permitem aos actores
sociais adquirir conhecimentos e integrá-los a um quadro assimilável e compreensível para eles, em
coerência com o seu funcionamento cognitivo e os valores aos quais aderem. Por outro lado, elas
facilitam – e são mesmo condição necessária para a comunicação social;
Funções identitárias: definem a identidade e permitem a salvaguarda da especificidade dos grupos. “
(…) As representações têm também por função situar os indivíduos e os grupos no campo social
(permitindo) a elaboração de uma identidade social e pessoal gratificante, ou seja compatível com
sistemas de normas e de valores sociais e historicamente determinados;
Funções de orientação: guiam comportamentos e as práticas. A representação intervém directamente
na definição da finalidade da situação, determinando assim a priori o tipo de relações pertinentes para
o sujeito;
Funções justificatórias – permitem justificar a posteriori as tomadas de posição e os comportamentos”
Abric (cit in Sá 2002).
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
“O primeiro mecanismo tenta ancorar ideias estranhas, reduzi-las a categorias e imagens comuns,
coloca-las num contexto familiar. O segundo mecanismo tem como finalidade objectivá-los, ou seja,
transformar algo abstracto em concreto, transferir algo que esta na mente em alguma coisa presente
no mundo físico. Estes mecanismos transformam o não familiar em familiar, primeiramente
transferindo-o para a nossa própria esfera particular onde nós somos capazes de compará-lo e
interpretá-lo e depois reproduzindo-o entre as coisas que nós podemos ver e tocar e
consequentemente controlar” (Moscovici, 2001).
“A ancoragem mantém a memória em movimento e a memória é dirigida para dentro, está sempre a
colocar e a retirar pessoas, objectos e acontecimentos, que classifica de acordo com um tipo e rotula
com um nome. A objectivação é direccionada para fora, para os outros, tira daí conceitos e imagens
para juntá-los e reproduzi-los no mundo exterior, para fazer as coisas conhecidas a partir do que já é
conhecido” (Moscovici, 2005).
6.1. Objectivação
Objectivar é “descobrir a qualidade icónica de uma ideia, ou ser mal definido isto é, fazer
equivaler o conceito com a imagem”(Moscovici, 1981, p. 199).
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
“Aquelas [palavras] que, devido à sua capacidade para serem representadas, tiverem sido
seleccionadas, (…) são integradas ao que chamei de um padrão de núcleo figurativo, um complexo de
imagens que reproduz visivelmente um conjunto de ideias (…). Uma vez que a sociedade tenha
adoptado tal paradigma ou núcleo figurativo, fica mais fácil falar sobre qualquer coisa que possa ser
associado ao paradigma e, por causa dessa facilidade, as palavras referentes a ele são usadas mais
frequentemente” (Moscovici cit in Sá, 2002).
6.2. Ancoragem
“Processo que transforma algo estranho e perturbador, que nos intriga, no nosso sistema
particular de categorias e o compara com um paradigma de uma categoria que nós
pensamos ser apropriada” (Moscovici, 2005, p.61).
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
A ancoragem é designada como operação mental que vai permitir incorporar qualquer
coisa que não conhecemos ou conhecemos pouco, aproximando-a de qualquer coisa que
já conhecemos.
“No momento em que determinado objecto ou ideia é comparado ao paradigma de uma categoria,
adquire características dessa categoria e é reajustado para que se enquadre nela, se a classificação,
assim obtida, é geralmente aceite, então qualquer opinião que se relacione com a categoria irá se
relacionar também com o objecto ou com a ideia” (Moscovici, 2005, p.61).
Rotular, relaciona-se à nomeação com uma palavra que o faz, significa, segundo
Moscovici, receber uma posição segura dentro da matriz de identidade da cultura a qual o
grupo pertence.
Desta forma no final desse processo o não identificável passa a ter uma identidade, o que
permite, por exemplo, que um conceito científico penetre na linguagem do dia-a-dia.
“Mas classificar e dar nomes não são simplesmente meios de graduar e de rotular
pessoas ou objectos considerados como entidades discretas. O seu principal objectivo é
facilitar a interpretação de características, a compreensão de intenções e motivos
subjacentes às acções das pessoas, ou seja, formar opiniões” (Moscovici, 2005).
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Foi na base das constatações feitas por Abric (1976) que ele procurou mostrar que na
representação social existem elementos centrais em torno dos quais a representação se
organiza.
Assim sendo, a organização interna das representações sociais contém dois sistemas
fundamentais:
“ um central e outro periférico que em permanente dinâmica influenciam por sua vez as ancoragens e
as tomas de posição, colocando em relevo duas dimensões, uma individual, através das atitudes a
influenciaremos princípios organizadores das tomadas de posição e outra social através das pertenças
grupais”. (Pereira cit in Vala, 1993)
Em 1992 Abric afirmou que as representações sociais têm a estrutura proposta por
Flament.
“É determinado pela história do grupo, pelas suas referências ideológicas e normativas assim é
extremamente marcado pela memória colectiva;
Tem uma função consensual porque constitui a base comum colectivamente compartilhado das
representações sociais;
A sua estabilidade, a sua coerência, a sua resistência às mudanças permitem-lhe assegurar uma
segunda função, a de continuidade e a permanência da representação;
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
“O sistema periférico tem como primeira função a concretização do sistema central em termos de
conduções ou tomadas de posição. Por outro lado, o sistema central é menos flexível e evolutivo, o
que permite assegurar uma segunda função, a de regulação e adaptação deste à realidade concreta
na qual o grupo está organizado” (Flament, 1989).
São os elementos periféricos que protegem o núcleo central, alguns destes elementos
podem ser transformados sem que haja diminuição do significado central.
“As representações sociais são consensuais pelos seus núcleos centrais mas podem absorver fortes
diferenças inter-individuais nos seus sistemas periféricos. É a articulação deste duplo sistema que
permite as representações sociais assumir a sua função essencial: a adaptação sócio cognitiva”
(Guimelli, 1994).
Abric (2005), aponta, num trabalho recente, para a existência de uma região de difícil
explicitação das representações sociais, que denominou “zona muda” (zone muette).
“Esse fenómeno aconteceria, sobretudo, para determinados tipos de objectos mais
sensíveis, fortemente marcados por valores e normas sociais” (Abric, 2005).
“Exactamente, nessas situações existem duas facetas da representação: uma representação explícita,
verbalizada pelos sujeitos; e uma segunda parte da representação, não verbalizada ou não expressa
pelos sujeitos, a qual consistiria em uma zona muda das representações sociais” (Abric, 2005).
Segundo Abric (2005) é importante salientar que a zona muda das representações
sociais não é a parte inconsciente das representações. Os elementos nela contidos
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
integram a consciência de cada indivíduo, mas devido à situação social, normas e valores
não podem ser expressos.
“ Ele será na representação o elemento que mais vai resistir à mudança. Com efeito, toda modificação
do núcleo central conduz a uma transformação completa da representação. Nós assumimos portanto
que é o levantamento desse núcleo central que permite o estudo comparativo das representações.
Para que duas representações sejam diferentes, elas devem ser organizadas em torno de dois núcleos
centrais diferentes. A simples descrição do conteúdo de uma representação não é portanto suficiente
para reconhecê-la e especificá-la. É a organização desse conteúdo que é essencial: duas
representações definidas pelo mesmo conteúdo podem ser radicalmente diferentes, se a organização
desse conteúdo, e portanto a centralidade de certos elementos, for diferente” (Abric, 1994, p.22).
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
É este núcleo central que permite determinar, se uma representação é ou não autónoma.
É autónoma se, segundo Flament (1989) o princípio organizador (núcleo central) em si
mesmo é único.
Este autor refere ainda que a teoria do núcleo central procura explicar as diferenças
individuais a partir do sistema periférico. Para a teoria do núcleo central as diferenças
individuais são materializadas nas diferentes organizações do sistema cognitivo, a partir
de crenças normativas que impõe modulações diferentes.
A noção de núcleo figurativo, elaborado por Moscovici, foi retomada e desenvolvida por
Abric sob o tema de núcleo central ou (núcleo estruturante). Segundo esta teoria, uma
representação é um conjunto organizado à volta do núcleo central, composta por
elementos que dão significado à representação. O núcleo estruturante é um elemento
fundamental da representação. A sua localização permite o estudo comparativo das
representações sociais.
Abric (1994, p.22) afirma que o núcleo central assegura o comprimento de duas funções
essenciais:
“uma função geradora: ele é o elemento pelo qual se cria, ou se transforma, a significação dos outros
elementos constitutivos da representação. É por ele que esses elementos tomam um sentido, um
valor;
uma função organizadora: é o núcleo central que determina a natureza dos laços que unem entre si o
elemento unificador e estabilizador da representação”.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Para Flament, os elementos periféricos são os esquemas que indicam o que é normal, ou
que não é, numa dada situação. São então os esquemas normais.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
A noção de normal;
A designação do elemento estranho;
A afirmação de uma contradição entre dois termos;
A proposição de uma racionalização que permita suportar (no decurso do tempo)
a contradição (Flament, 1994).
Segundo Abric (2005), há algum desfasamento entre o que as pessoas dizem e o que
elas pensam, entre o que elas dizem (nos seus discursos) e o que elas fazem (na sua
prática), o que coloca em dúvida a compreensão das representações sociais. Para este
autor as pessoas entrevistadas não nos dizem tudo, elas escondem alguns componentes
dos seus pensamentos em certas situações, e nestas existem duas facetas da
representação: uma explícita, verbalizada e outra não verbalizada, não expressa,
denominada “zona muda”.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Para Abric (2005), a “zona muda” é “constituída pelos elementos da representação que
têm um carácter contra-normativo”. Para explicar essa ideia, Abric (2005) toma as
concepções de Guimelli e Deschamps (2000), que denominam a zona muda como um
subconjunto específico de cognições ou de crenças que, mesmo sendo disponíveis, não
são expressas pelos sujeitos nas condições normais de produção, e, se fossem
expressas (notadamente em certas situações), poderiam questionar os valores morais ou
as normas valorizadas pelos grupos.
Para Abric (2005) e Menin, (2006), conseguir revelar os elementos da zona muda de
representação implica descobrir e desenvolver novos instrumentos de investigação que
permitam demarcá-la e evidenciá-la.
Menin (2006) sugere instrumentos que reduzam a pressão normativa sobre o sujeito que
representa, permitindo que ele expresse seus pensamentos através da redução dos
riscos de julgamento negativo da parte de seus interlocutores.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
O estudo teórico das Representações Sociais pode ser feito, segundo Camargo (1998)
de 3 formas:
Dimensional
Estrutural
Dinâmica
Abric (1998) organiza a abordagem estrutural da mesma forma que Moscovici, e trabalha
com a teoria do núcleo central das representações.
O núcleo central é identificado através das palavras que são primeiramente evocadas e
possuem maior frequência, o sistema periférico é identificado através das demais
palavras, possui uma maior variedade mas uma menor frequência.
No que diz respeito à abordagem dinâmica trabalha-se com dois elementos: a ancoragem
e a objectivação, abordados anteriormente.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
“Certos acontecimentos têm um grau de incidência mais ou menos importante nas representações
sociais de um grupo. Assim sendo, para que um determinado acontecimento possa ter repercussões a
nível das representações sociais dos indivíduos é necessário que estes sejam particularmente
implicados. Naturalmente, nem todos os grupos sociais são implicados da mesma forma para um
mesmo acontecimento. Isto, depende da natureza do grupo ao qual o indivíduo pertence” (Rouquette,
1990).
Segundo o autor supracitado, o grau de implicação dos actores sociais numa situação
nova não é o suficiente para desencadear transformações nas representações sociais.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Segundo Peduzzi (1998), o termo equipa deriva da palavra francesa “esquif”, cujo
significado se relacionava com filas de barcos amarrados uns aos outros e rebocados por
homens ou cavalos. Como os homens que puxavam os barcos trabalhavam
colectivamente na busca de um objectivo comum – rebocar a fila de barcos amarrados –
compartilhando sua tarefa, acabou-se por utilizar o termo equipa de trabalhadores para
designar o trabalho colectivo, compartilhado, de vários trabalhadores no desenvolvimento
de uma tarefa, compreendida como a meta comum do grupo.
De acordo com Velloso (2005) na área da saúde até à primeira metade do século
passado, cerca de quatro profissionais formalmente habilitados dominavam todo o
conhecimento e exerciam todas as acções do sector
“No decorrer do século XX, a sociedade observou várias transformações de ordem económica, social,
cultural e tecnológica, com reflexo nas organizações, constituindo grandes modificações no mundo do
trabalho, o que provocou mudanças nas filosofias das administrações, controle e gestão da produção
de bens e serviços” (Alves et al 1999).
Equipa, e trabalho em equipa são noções que fazem parte da mitologia das profissões
relacionadas com a saúde. Trabalhar em equipa implica a realização de um conjunto de
tarefas ou missões concretas como expressão da nossa linguagem profissional.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Há uma tendência, de acordo com Peduzzi (2002), a uma maior qualificação dos
trabalhadores, pois o produto depende cada vez menos das operações directas do
trabalhador individual, e cada vez mais da articulação dos trabalhos colectivos.
Para Almeida e Mishima (2001) a construção do trabalho em equipa, pode levar, na
prática, para além de um trabalho técnico hierarquizado, um trabalho com interacção
social entre os trabalhadores, com maior horizontalidade e flexibilidade dos diferentes
poderes, possibilitando maior autonomia e criatividade dos agentes e, maior integração
dos trabalhadores.
O ‘trabalho em equipa” não tem na sua origem apenas o carácter de racionalização da assistência
médica, no sentido de garantir a melhor relação custo-benefício do trabalho médico e ampliar o acesso
e a cobertura da população atendida, mas também responde à necessidade de integração das
disciplinas e das profissões entendida como imprescindível para o desenvolvimento das práticas de
saúde a partir da nova concepção biopsicossocial do processo saúde doença (Almeida e Mishima,
2001).
Fortuna (1999) e Fortuna et al. (2005, p. 264) definem o ‘trabalho em equipa’ como “uma
rede de relações entre pessoas, rede de relações de poderes, saberes, afectos,
interesses e desejos, onde é possível identificar processos grupais”. As autoras destacam
a dinâmica grupal das equipas e propõem o reconhecimento e a compreensão desses
processos grupais pelos seus integrantes como forma de construir a própria equipa,
concebendo o ‘trabalho em equipa’ como as relações que o grupo de trabalhadores
constroem no quotidiano do trabalho.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Nas relações de trabalho, embora essa dinâmica seja válida, torna-se mais complexa
pelo facto de os indivíduos não escolhem os seus grupos, mas são neles inseridos de
acordo com suas responsabilidades e actividades dentro da instituição. Esses grupos são
denominados grupos formais, uma vez que não são compostos de acordo com as
afinidades pessoais, mas sim de acordo com uma estrutura formal de trabalho (Ingram,
Desombre, 1999; Robbins, 2001).
Já os chamados grupos informais são aqueles compostos a partir das escolhas pessoais
dos indivíduos, de acordo com suas afinidades, que se formam naturalmente dentro dos
ambientes formais. São os grupos de amigos de uma empresa, os colegas de escola,
enfim, aqueles grupos que respondem pelas necessidades sociais dos sujeitos (Ingram,
Desombre, 1999; Robbins, 2001).
“Embora os termos grupo e equipa sejam largamente utilizados para denominar um conjunto de
sujeitos, é importante considerar que tanto o grupo quanto a equipa definem um conjunto de pessoas
que desenvolvem as suas tarefas de acordo com um objectivo comum definido pelo conjunto, de
maneira que o resultado não seja simplesmente a soma das habilidades individuais de cada
membro”(Robbins, 2001; Abreu et al., 2005).
“Tanto o processo de planeamento como a tomada de decisão são desenvolvidos por todos os
agentes do grupo, sendo que a tarefa de liderar a equipe é alternada entre seus membros, de acordo
com as necessidades do trabalho, assim como a partir do grau de maturidade da equipe e de seus
membros “(Canoletti, 2008).
-40-
Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
“O alcance da maturidade da equipa pode ser reconhecido, a partir dessas duas análises, no momento
em que os indivíduos do grupo se reconhecem como membros da equipa sentem-se responsáveis
tanto pelos seus fracassos quanto pelos seus sucessos, participam da tomada de decisão e
principalmente, possuem clareza quanto à comunicação das informações relevantes para o trabalho
da equipa” (Ingram, Desombre, 1999; Wasch, 2005).
-41-
Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
“Embora uma equipa de trabalho possa, de forma sumária e restrita, ser definida como um grupo de
pessoas trabalhando com uma meta comum, não se pode deixar de compreender que tais grupos
apresentam diferenças relevantes se analisados à luz da ideia de equipa”(Canoletti, 2008).
-42-
Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Peduzzi (1998; 2001) reitera que “é por meio da relação entre trabalho e interacção que
os agentes da equipa são capazes de construir projectos comuns, que respondam às
necessidades dos usuários dos serviços de saúde”.
Embora muito se fale acerca do termo equipa, a sua utilização restringe-se àquele
conjunto de sujeitos que trabalham em busca do alcance de uma meta comum
determinada por eles mesmos, que articulam as suas acções de acordo com seus
diferentes saberes e experiências, e interagem entre si, de maneira que os seus esforços
estejam em sinergia, isto é, os esforços da equipa são maiores do que simplesmente a
soma dos esforços individuais (Lorimer, Manion, 1996; Ingram, Desombre, 1999;
McCalling, 2001; Abreu et al., 2005; Wasch, 2005).
Posto isto, não se pode negligenciar o facto de que embora o trabalho seja de equipa,
esta é composta por indivíduos com diferentes histórias de vida, saberes e formações
diversas (Canoletti, 2008).
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
1998; 2001). Dessa forma, percebe-se que o trabalho em equipa não pode ser
considerado uma actividade automática ou natural da capacidade técnica ou profissional
dos sujeitos, mas sim uma qualidade constantemente desenvolvida como propriedade
colectiva, na qual as habilidades necessárias ao trabalho em equipa eficaz devem ser
constantemente desenvolvidas e amadurecidas (Matheus, 1995; McCalling, 2001).
“As equipas podem ser mais flexíveis que os indivíduos isolados, reagindo melhor às
situações de mudança, tão rápidas e vitais nos dias actuais” (Robbins, 2001).
-44-
Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Logo, a comunicação é uma relação de um ser, o emissor com outro ser o receptor, que
recebe a mensagem, a percebe e emite uma resposta para que se tenha a certeza de
que a comunicação ocorreu. Possui um significado comum tanto para o emissor quanto
ao receptor (Peruzzolo 2002).
-45-
Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Segundo Peduzzi e Ciampone (2005, p. 15), o trabalho em equipa eficiente exige certas
competências que devem ser constantemente desenvolvidas, tais como “o aprender a
viver junto, a viver com os outros, a conviver (...) aprender a questionar o próprio
conhecimento, aprender a aprender com o outro (...). Implica, em última instância, em
trabalhar o autoconhecimento e a auto-estima”.
-46-
Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Competências profissionais é aquilo que nos constitui e nos caracteriza como indivíduos,
são capacidades relacionais – facilitadoras ou impeditivas de uma boa inserção social.
-47-
Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
12.1. ENFERMEIROS
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
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12.2. MÉDICOS
Prestação dos melhores cuidados ao seu alcance, agindo sempre com correcção
e delicadeza, no exclusivo intuito de promover ou restituir a saúde, conservar a
vida e a sua qualidade, suavizar os sofrimentos, nomeadamente nos doentes sem
esperança de cura ou em fase terminal, no pleno respeito pela dignidade do ser
humano.
Tomar decisões ditadas pela ciência e pela sua consciência.
Liberdade de escolha de meios de diagnóstico e terapêutica, devendo, porém,
abster-se de prescrever desnecessariamente exames ou tratamentos onerosos ou
de realizar actos médicos supérfluos.
Deve exercer a sua profissão em condições que não prejudiquem a qualidade dos
seus serviços e a especificidade da sua acção, não aceitando situações de
interferência externa que lhe cerceiem a liberdade de fazer juízos clínicos e éticos
e de actuar em conformidade com as leges artis.
Dever de comunicar à Ordem todas as tentativas de condicionar a liberdade do
seu exercício ou de imposição de condições que prejudiquem os doentes.
Responsável pelos seus actos e pelos praticados por profissionais sob a sua
orientação, desde que estes não se afastem das suas instruções, nem excedam
os limites da sua competência.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
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12.4. FISIOTERAPEUTAS
O Fisioterapeuta centra-se na
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Ao fisioterapeuta compete-lhe:
Planear, recolher, seleccionar, preparar e aplicar os elementos necessários ao
desenvolvimento normal da sua actividade profissional;
Recolher os meios e prestar os serviços e cuidados de saúde necessários à
prevenção da doença, à manutenção, à defesa e à promoção do bem-estar e
qualidade de vida do indivíduo e da comunidade;
Prestar cuidados directos de saúde, necessários ao tratamento e reabilitação do
doente, por forma a facilitar a sua reintegração no respectivo meio social;
Preparar o doente para a execução de exames, assegurando a sua vigilância
durante os mesmos, bem como no decurso do respectivo processo de
diagnóstico, tratamento e reabilitação, por forma a garantir a eficácia e
efectividade daqueles;
Assegurar, através de métodos e técnicas apropriados, o diagnóstico, o
tratamento e a reabilitação do doente, procurando obter a participação esclarecida
deste no seu processo de prevenção, cura, reabilitação ou reinserção social;
Assegurar, no âmbito da sua actividade, a oportunidade, a qualidade, o rigor e a
humanização dos cuidados de saúde;
Assegurar a gestão, aprovisionamento e manutenção dos materiais e
equipamentos com que trabalha, participando nas respectivas comissões de
análise e escolha;
Assegurar a elaboração e a permanente actualização dos ficheiros dos utentes do
seu sector, bem como de outros elementos estatísticos, e assegurar o registo de
exames e tratamentos efectuados;
Integrar júris de concursos;
Articular a sua actuação com outros profissionais de saúde, para a prossecução
eficaz dos cuidados de saúde;
Zelar pela formação contínua, pela gestão técnico- científica e pedagógica dos
processos de aprendizagem e aperfeiçoamento profissional, bem como pela
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12.5. PSICÓLOGOS
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Segundo o código de ética da Associação Nacional dos Assistentes Sociais (Março 2007)
são competências profissionais:
Ajudar pessoas carentes e ter em conta problemas sociais.
Elevar o seu trabalho acima dos próprios interesses.
Utilizar os seus conhecimentos, valores e capacidades de modo a ajudar pessoas
necessitadas tendo em atenção os problemas sociais.
Exercer serviço voluntário sem esperarem retribuição financeira significante.
Procurar a mudança social particularmente no interesse de indivíduos ou grupos
sociais oprimidos e vulneráveis. Os esforços dos assistentes sociais no que diz
respeito à mudança social centram-se principalmente em questões de pobreza,
desemprego, discriminação e outras formas de injustiça social. Estas actividades
procuram promover sensibilidade e conhecimentos acerca da opressão e acerca
da diversidade étnica e cultural.
Assegurar a todas as pessoas o acesso à informação necessária, serviços e
recursos, promovendo a igualdade de oportunidades e a participação activa na
tomada de decisões.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
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1. INVESTIGAÇÃO
Esta situação deriva do facto de nos últimos anos se terem produzido uma série de
transformações na sociedade portuguesa, que trouxeram mudanças estruturais.
Apesar de todas estas transformações continuamos sem saber qual o “valor social” da
prática da equipa multidisciplinar. Põem-se ainda uma outra questão, com tantas
alterações que existiram, como é que estas contribuíram para a alteração da prática
desenvolvida pelos diferentes elementos da equipa multidisciplinar?
O estudo deste tema contribuirá não só para perceber as evocações que levam á actual
representações social da equipa multidisciplinar, mas também, como é que os diferentes
elementos da equipa multidisciplinar podem fazer para contribuir, caso seja necessário,
para uma representação social que se enquadre com o desempenho e competência dos
mesmos.
-60-
Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Outros direitos que assistem aos investigados e que foram assegurados são a
confidencialidade e o anonimato. Segundo Rogers (1997, p.448), confidencialidade
significa que as informações divulgadas por um indivíduo, objecto da investigação, serão
guardadas e não serão tornadas públicas nem partilhadas com terceiros. O anonimato
verifica-se quando a identidade dos indivíduos não pode ser associada às suas
respostas.
A nível ético teve-se em conta o tipo, a finalidade, os resultados e como é feito o estudo.
Como já foi referido anteriormente, a pessoa tem que aceitar participar no estudo e pode
desistir em qualquer altura. Todos estes princípios foram respeitados de forma a tornar
este estudo válido.
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2.1. Metodologia
-63-
Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Tem como variável dependente a Representação Social, que vai ter uma acção directa
na variável independente.
A variável independente, ou seja, aquela que vai ser manipuladas com a finalidade de
estudar os seus efeitos na variável dependente, é a perspectiva dos doentes.
A população deste estudo são os doentes internados no IPO Porto nos serviços de
cirurgia, no período de Janeiro de 2011 e Junho de 2011.
A amostra é constituída por 181 doentes internados. Foi escolhido o número de 181 por
se considerar uma amostra suficientemente grande para detectar diferenças estatísticas,
considerando o tempo disponível para a realização deste estudo.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Para a colheita de dados optámos pelo questionário, com questões fechadas, onde
figuram um conjunto estruturado de questões, as quais são respondidas na ausência do
pesquisador.
O questionário utilizado neste estudo foi elaborado pelo investigador, tendo-se realizado
um pré-teste, pois houve necessidade de verificar se todos os termos eram facilmente
compreensíveis e desprovidos de equívocos (verificação de compreensão semântica).
O pré teste foi realizado na última semana de Dezembro de 2010 a 20 doentes da
população.
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Para tornar possível o tratamento dos dados foi necessário transformar em unidades de
medida toda a informação recolhida, ou seja, operacionalizar as variáveis, isto significa
definir as variáveis de maneira a que possam ser medidas, significa também atribuir um
significado às variáveis, especificando as operações necessárias para as medir.
Para Fortin (1999, p. 222), a escala de medida nominal representa o grau mais elementar
das escalas de medida. O investigador com este tipo de escala está limitado no que diz
respeito à utilização das estatísticas, porque os números utilizados na escala nominal não
podem ser tratados de forma aritmética. A escala nominal permite a utilização de
estatísticas descritivas.
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Segundo Ribeiro (1999, p.106) dois critérios se impõem à utilização deste tipo de escalas
e são eles os critérios de mútua exclusividade e da exaustibilidade, que foram objecto de
atenção aquando da sua utilização.
Com o intuito de se alcançar não apenas a estrutura mas os elementos que constituem o
núcleo central e periférico das representações sociais optei por aplicar a técnica do
“Quadro das Quatro Casas, criados Vergés (1992). Este quadro é indicado para analisar
evocações, considerando a frequência e a ordem em que estas foram produzidas. Para
este autor, os termos que atendam simultaneamente aos critérios aos critérios de
evocação com maior frequência e nos primeiros lugares, teriam maior importância no
esquema cognitivo do sujeito. Estes seriam então o núcleo central da representação.
O trabalho de análise estatística que se apresenta foi realizado com recurso ao software
SPSS 17.0. Ao longo de todo o estudo apenas se considerou as respostas válidas. Tendo
em consideração a exactidão que o estudo exige optou-se por definir, para todas as
análises inferenciais, um nível de significância de 0,05, ou seja, que se admite um erro de
5%.
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2. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
A amostra é constituída por 181 indivíduos que internados nos diferentes serviços de
internamento de cirurgia do IPO Porto entre Janeiro e Junho de 2011.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Tabela 1 – Distribuição dos indivíduos por idade, género, estado civil, habilitações e sector de actividade
Caracterização sociológica n %
Desempregado 9 5,0%
Estudante 2 1,1%
A idade dos elementos inquiridos está compreendida entre os 20 e 85 anos, com uma
média de 58,4 anos e um desvio padrão de 14,7 anos. Agrupou-se a idade em quatro
categorias nomeadamente entre 20 e 39 anos com 12,2%, entre 40 e 59 anos com
35,9%, entre 60 e 79 anos com 45,3% e superior a 80 anos com 6,6%. Relativamente ao
género, verifica-se que, 45,9% dos inquiridos são do sexo feminino e 54,1% do sexo
masculino. Ao nível do estado civil constata-se que 56,9% são casados, 11,6% solteiros,
24,9% viúvos e 6,6% são divorciados. Relativamente às habilitações 38,1% referem 4º
ano, 23,8% escolaridade de 6º e 9º ano, 12,2% escolaridade de 12º ano, 17,7% estudos
superiores e 8,3% outras habilitações. Acerca da profissão verificou-se uma grande
diversidades de actividades pelo que se decidiu proceder-se ao seu agrupamento por
sectores económicos de actividade e aos quais se acrescentaram as situações de
-70-
Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Tabela 2 – Distribuição dos indivíduos por local e frequência de internamento
n % n % n % n %
Verificamos que dos 180 doentes que responderam à questão, 45% não era a primeira
vez que se encontravam internados e 55% era a primeira vez. Dos 81 doentes que já
tinham estado internados no serviço onde foi aplicado o questionário 48,1% esteve
internado uma ou duas vezes naquele serviço e 51,9% três ou mais vezes.
4. ANÁLISE DA QUALIDADE PERCEPCIONADA NO SERVIÇO
-71-
Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Tabela 3 – Distribuição da opinião dos inquiridos acerca das experiências negativas e positivas nas dimensões da qualidade nos serviços
1
Parasuraman et al. (1988) identificaram cinco dimensões da qualidade nos serviços nomeadamente a Tangibilidade
ligada à aparência dos elementos físicos e humanos, a fiabilidade associada à capacidade da organização prestar o
serviço de forma digna e cuidada, a capacidade de resposta que traduz a disponibilidade para ajudar os clientes e prestar
um serviço rápido, a confiabilidade e segurança que reflecte o conhecimento e cortesia dos empregados e a sua
capacidade de criar confiança e segurança e a empatia relacionada com o cuidado e a atenção individual dados ao cliente.
-72-
Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Tabela 4 – Distribuição da opinião dos inquiridos acerca dos profissionais de saúde relativamente à importância do seu papel e à frequência
de intervenção no internamento
Nesta fase procede-se à caracterização e análise da opinião dos indivíduos por grupos
etários relativamente à importância do papel dos profissionais de saúde durante o
internamento. Para o efeito apresenta-se para cada categoria etária a frequência e
respectiva percentagem da menção ao profissional de saúde e o valor e a significância do
teste de Fisher, conforme evidencia a Tabela 5.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Tabela 5 – Análise da opinião dos inquiridos por categorias etárias da categoria profissional com papel mais importante no internamento
Categoria Assistentes
Global Enfermeiros Médicos Fisioterapeutas Assistente Social Psicólogos
Profissional Operacionais
Teste Teste Teste Teste Teste
n n % n % n % Teste Fisher n % n % n %
Idade Fisher Fisher Fisher Fisher Fisher
Entre 40 e 59 anos 65 61 93,8% =0,881 55 84,6% =0,845 23 35,4% =5,430 4 6,2% =3,013 2 3,1% =1,358 3 4,6% =0,881
Entre 60 e 79 anos 82 77 93,9% p=0,882 73 89,0% p=0,849 37 45,1% p=0,140 1 1,2% p=0,336 1 1,2% p=0,777 3 3,7% p=0,882
De uma forma global, as respostas obtidas nesta pergunta foram dadas em maior número
por inquiridos com idades compreendidas entre os 69 e 79 anos e entre os 40 e 59 anos.
Se observarmos a tabela por categoria profissional, podemos verificar que dos inquiridos
que seleccionaram a categoria profissional enfermeiro 77 respostas foram dadas por
indivíduos com idade compreendidas entre os 60 e 79 anos, seguidos dos inquiridos com
idades compreendidas entre os 40 e 59 anos. O mesmo se passa para a categoria
profissional médicos que obtêm maior número de respostas de inquiridos com idades
compreendidas entre os 60 e 79 anos (73 respostas) seguidos dos inquiridos com idades
compreendidas entre os 40 e 59 anos (55 respostas). Na categoria assistentes
operacionais a situação repete-se sendo o número de respostas inferiores às anteriores
categorias mas em maior número dadas por inquiridos com idades compreendidas entre
os 60 e 79 anos (37 respostas), seguidos dos inquiridos com idades compreendidas entre
os 40 e 59 anos (23 respostas). Nas categorias fisioterapeutas, assistentes sociais e
psicólogos as idades dos inquiridos que escolheram esta categoria profissional, em maior
número, têm idades compreendidas entre os 40 e 59 anos, sendo que os psicólogos têm
o mesmo número de respostas de inquiridos com idades entre os 60 e 79 anos. Podemos
observar que não existe diferença estatisticamente significativa entre a opinião dos
inquiridos diferentes faixas etárias sobre a categoria profissional com papel mais
importante no internamento.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Tabela 6 – Análise da opinião dos inquiridos por género da categoria profissional com papel mais importante no internamento
Categoria Assistentes
Global Enfermeiros Médicos Fisioterapeutas Assistente Social Psicólogos
Profissional Operacionais
Teste Teste Teste Teste Teste
n n % n % n % Teste Fisher n % n % n %
Género Fisher Fisher Fisher Fisher Fisher
Masculino 98 94 95,9% p=0,350 87 88,8% p=0,655 40 40,8% p=0,368 2 2,0% p=0,662 2 2,0% p=1,000 5 5,1% p=0,221
Tabela 7 – Análise da opinião dos inquiridos por estado civil da categoria profissional com papel mais importante no internamento
Categoria Assistentes
Global Enfermeiros Médicos Fisioterapeutas Assistente Social Psicólogos
Profissional Operacionais
Teste Teste Teste Teste Teste
n n % n % n % Teste Fisher n % n % n %
Estado Civil Fisher Fisher Fisher Fisher Fisher
Viúvo(a) 45 43 95,6% p=0,383 43 95,6% p=0,217 23 51,1% p=0,664 0 0,0% p=0,267 0 0,0% p=0,263 2 4,4% p=0,539
-75-
Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Quando verificamos qual o estado civil dos inquiridos que seleccionaram o profissional
enfermeiros como o que possui o papel de maior importância durante o internamento
podemos verificar que 97 doentes são casados, 43 são viúvos, 18 solteiros e 12
divorciados. Ao profissional médico o maior número de doentes 87 pertencem ao estado
civil casados, 43 viúvos, 18 solteiros e 10 divorciados. Os assistentes sociais obtêm 42
respostas de inquiridos casados, 23 respostas de inquiridos viúvos, 9 de solteiros e 6 de
divorciados. Dos inquiridos que seleccionaram os fisioterapeutas 4 são casados e 1
divorciado. Os que seleccionaram os assistentes sociais 2 são casados e 1 divorciado.
Os psicólogos obtêm 3 respostas de inquiridos casados e 1 uma resposta de divorciado.
Relativamente ao estado civil dos inquiridos podemos afirmar que não existem diferenças
estatisticamente significativas na opinião destes sobre categoria profissional com papel
mais importante no internamento
Tabela 8 – Análise da opinião dos inquiridos por habilitações literárias da categoria profissional com papel mais importante no internamento
Categoria Assistentes
Global Enfermeiros Médicos Fisioterapeutas Assistente Social Psicólogos
Profissional Operacionais
Teste Teste Teste Teste Teste
Habilitações n n % n % n % Teste Fisher n % n % n %
Fisher Fisher Fisher Fisher Fisher
Literárias
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
obtêm o mesmo número de respostas de inquiridos com o 4º ano de escolaridade (1) 12º
ano (1) e estudos superiores (1). Os psicólogos obtêm respostas de inquiridos com o 4º
ano (3), 12º ano (1) e estudos superiores (2). Através da tabela acima mencionada,
podemos afirmar que para a resposta dos inquiridos sobre categoria profissional com
papel mais importante no internamento existem diferenças estatisticamente significativas
dos indivíduos com diferentes habilitações literárias.
Tabela 9 – Análise da opinião dos inquiridos por sector económico de actividade da categoria profissional com papel mais importante no
internamento
Categoria Assistentes
Global Enfermeiros Médicos Fisioterapeutas Assistente Social Psicólogos
Profissional Operacionais
Teste Teste Teste Teste Teste
Sector de n n % n % n % Teste Fisher n % n % n %
Fisher Fisher Fisher Fisher Fisher
Actividade
Sector Primário 19 18 94,7% 16 84,2% 5 26,3% 0 0,0% 0 0,0% 2 10,5%
Sector Secundário 37 34 91,9% 31 83,8% 16 43,2% 3 8,1% 2 5,4% 2 5,4%
Sector Terciário 71 66 93,0% 62 87,3% 30 42,3% 2 2,8% 1 1,4% 1 1,4%
=1,418 =1,839 =6,224 =5,371 =5,169 =5,464
Desempregado 9 9 100,0% p=0,969 9 100,0% p=0,858 4 44,4% p=0,267 0 0,0% p=0,347 0 0,0% p=0,440 0 0,0% p=0,288
Reformado 43 41 95,3% 38 88,4% 23 53,5% 0 0,0% 0 0,0% 1 2,3%
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
A maior parte das respostas que indicam o enfermeiro como o profissional de saúde que
possui o papel de maior importância no internamento pertence a inquiridos do sector
terciário de actividade (66), o mesmo acontece com os médicos (62) e com os
assistentes operacionais (30). As respostas atribuídas aos fisioterapeutas são em maior
número do sector secundário de actividade (2). As respostas dos indivíduos que
seleccionaram a categoria profissional psicólogos são provenientes de inquiridos com
actividade no sector primário (2), secundário (2), terciário (1) e reformados (1). Não se
observam diferenças estatisticamente significativas no que diz respeito ao sector de
actividade de cada indivíduo da categoria profissional com papel mais importante no
internamento
Nesta fase procede-se à caracterização e análise da opinião dos indivíduos por grupos
etários relativamente à importância da intervenção aos profissionais de saúde durante o
internamento. Para o efeito apresenta-se para cada categoria etária a frequência e
respectiva percentagem da menção ao profissional de saúde e o valor e a significância do
teste de Fisher, conforme evidencia a Tabela 10.
Tabela 10 – Análise da opinião dos inquiridos por categorias etárias da categoria profissional com maior intervenção no internamento
Categoria Assistentes
Global Enfermeiros Médicos Fisioterapeutas Assistente Social Psicólogos
Profissional Operacionais
Teste Teste Teste Teste
n n % Teste Fisher n % n % Teste Fisher n % n % n %
Idade Fisher Fisher Fisher Fisher
Entre 40 e 59 anos 65 60 92,3% =1,572 51 78,5% =2,096 24 36,9% =2,108 5 7,7% =4,238 1 1,5% =1,312 3 4,6% =0,779
Entre 60 e 79 anos 82 75 91,5% p=0,677 63 76,8% p=0,548 34 41,5% p=0,556 1 1,2% p=0,201 1 1,2% p=1,000 4 4,9% p=0,855
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Tabela 11 – Análise da opinião dos inquiridos por género da categoria profissional com maior intervenção no internamento
Categoria Assistentes
Global Enfermeiros Médicos Fisioterapeutas Assistente Social Psicólogos
Profissional Operacionais
Teste Teste Teste
n n % n % n % Teste Fisher n % Teste Fisher n % Teste Fisher n %
Género Fisher Fisher Fisher
Feminino 83 73 88,0% 67 80,7% 31 37,3% 3 3,6% 1 1,2% 4 4,8%
=2,853 =0,128 =0,566 =0,043 =0,014 =0,374
Masculino 98 93 94,9% p=0,109 77 78,6% p=0,854 42 42,9% p=0,543 3 3,1% p=1,000 1 1,0% p=1,000 3 3,1% p=0,704
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Tabela 12 – Análise da opinião dos inquiridos por estado civil da categoria profissional com maior intervenção no internamento
Categoria Assistentes
Global Enfermeiros Médicos Fisioterapeutas Assistente Social Psicólogos
Profissional Operacionais
Teste Teste Teste Teste Teste Teste
n n % n % n % n % n % n %
Estado Civil Fisher Fisher Fisher Fisher Fisher Fisher
Casado(a) 103 94 91,3% 78 75,7% 35 34,0% 5 4,9% 2 1,9% 4 3,9%
Solteiro(a) 21 18 85,7% 21 100,0% =7,91 8 38,1% =5,41 0 0,0% =0,90 0 0,0% =1,52 0 0,0% =1,71
=4,928
0 5 3 7 5
Viúvo(a) 45 44 97,8% p=0,126 36 80,0% 24 53,3% 1 2,2% 0 0,0% 2 4,4%
p=0,041 p=0,143 p=0,806 p=1,000 p=0,612
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Tabela 13 – Análise da opinião dos inquiridos por habilitações literárias da categoria profissional com maior intervenção no internamento
Categoria Assistentes
Global Enfermeiros Médicos Fisioterapeutas Assistente Social Psicólogos
Profissional Operacionais
Teste Teste Teste
Habilitações n n % n % n % Teste Fisher n % Teste Fisher n % Teste Fisher n %
Fisher Fisher Fisher
Literárias
4º ano 69 64 92,8% 60 87,0% 24 34,8% 1 1,4% 1 1,4% 3 4,3%
6º ano e 9º ano 43 38 88,4% 28 65,1% 15 34,9% 3 7,0% 0 0,0% 1 2,3%
Outro 15 13 86,7% 13 86,7% 7 46,7% 0 0,0% 0 0,0% 1 6,7%
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Tabela 14 – Análise da opinião dos inquiridos por sector económico de actividade da categoria profissional com maior intervenção no
internamento
Categoria Assistentes
Global Enfermeiros Médicos Fisioterapeutas Assistente Social Psicólogos
Profissional Operacionais
Teste Teste Teste Teste Teste Teste
Sector de n n % n % n % n % n % n %
Fisher Fisher Fisher Fisher Fisher Fisher
Actividade
Sector Primário 19 17 89,5% 17 89,5% 4 21,1% 0 0,0% 0 0,0% 1 5,3%
Sector
37 33 89,2% 30 81,1% 15 40,5% 4 10,8% 2 5,4% 2 5,4%
Secundário
Sector Terciário 71 64 90,1% 53 74,6% 26 36,6% 2 2,8% 0 0,0% 2 2,8%
=2,280 =4,461 =8,041 =6,966 =7,516 =4,049
Desempregado 9 9 100,0% p=0,813 9 100,0% p=0,453 4 44,4% p=0,135 0 0,0% p=0,170 0 0,0% p=0,170 1 11,1% p=0,527
Reformado 43 41 95,3% 33 76,7% 22 51,2% 0 0,0% 0 0,0% 1 2,3%
6. ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA DA EQUIPA MULTIDISCIPLINAR POR NÚMERO DE
INTERNAMENTOS
Seguidamente procede-se à caracterização e análise da opinião dos indivíduos por
número de internamentos relativamente à importância do papel dos profissionais de
saúde durante o internamento. Para o efeito apresenta-se para cada categoria do número
de internamentos a frequência e respectiva percentagem da menção ao profissional de
saúde e o valor e a significância do teste de Fisher, conforme evidencia a Tabela 15.
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Tabela 15 – Análise da opinião dos inquiridos por número de internamentos da categoria profissional com papel mais importante no
internamento
Categoria Assistentes
Global Enfermeiros Médicos Fisioterapeutas Assistente Social Psicólogos
Profissional Operacionais
Teste Teste Teste Teste Teste
Nº de n n % n % n % Teste Fisher n % n % n %
Fisher Fisher Fisher Fisher Fisher
internamentos
Nunca esteve
99 93 93,9% 86 86,9% 35 35,4% 4 4,0% 2 2,0% 2 2,0%
internado
Três ou mais vezes
42 42 100,0% 36 85,7% 24 57,1% 1 2,4% 1 2,4% 1 2,4%
internado
Quisemos saber de que forma as respostas obtidas pelos inquiridos se alteravam ou não
com o número de internamentos a que eram sujeitos. Podemos verificar que à medida
que o número de internamentos cresce, o número de inquiridos que seleccionam o
profissional enfermeiros decresce, o mesmo se passa com a categoria profissional
médicos assistentes operacionais. No caso dos fisioterapeutas os inquiridos que
estiveram internados uma ou duas vezes não seleccionam esta categoria profissional e o
maior número de respostas são obtidas por inquiridos que nunca estiveram internados.
Os psicólogos obtêm maior número de respostas de doentes que estiveram internados
uma ou duas vezes, os inquiridos com três ou mais internamentos seleccionaram esta
resposta em menor número. Não se observam diferenças estatisticamente significativas.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Tabela 16 – Análise da opinião dos inquiridos por número de internamentos da categoria profissional com maior intervenção no internamento
Categoria Assistentes
Global Enfermeiros Médicos Fisioterapeutas Assistente Social Psicólogos
Profissional Operacionais
Teste Teste Teste Teste Teste
n n % n % n % Teste Fisher n % n % n %
Estado Civil Fisher Fisher Fisher Fisher Fisher
Nunca esteve
99 90 90,9% 80 80,8% 40 40,4% 6 6,1% 2 2,0% 4 4,0%
internado
Três ou mais vezes
42 39 92,9% 33 78,6% 15 35,7% 0 0,0% 0 0,0% 1 2,4%
internado
No que diz respeito ao profissional com maior intervenção nas diferentes etapas do
internamento verificamos que em todas as categorias profissionais o número de
respostas atribuídas a cada profissional diminui com o número de internamentos. Não se
observam diferenças estatisticamente significativas.
2
A escala estava definida por: 1- Nada Disponível; 2- Pouco Disponível; 3- Nem muito nem pouco disponível; 4-
Disponível; 5- Muito Disponível.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Tabela 17 – Distribuição da opinião dos inquiridos pelas categorias dos elementos sociológicos relativamente à disponibilidade dos
profissionais de saúde
W=8336,5
Masculino 96 5,0
p=0,491
Estudante 2 4,5
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
p Divorciado(a)/Viúvo(a) = 0,004) (Anexo 17B) sendo a categoria Divorciado(a) aquela que revela
a existência de uma menor disponibilidade por parte dos profissionais de saúde.
8. ANÁLISE DO DESEMPENHO DA EQUIPA MULTIDISCIPLINAR
Assistentes Assistente
Enfermeiros Médicos Fisioterapeutas Psicólogos
Operacionais Social
n % n % n % n % n % n %
Satisfação das necessidades dos doentes 163 90,1% 66 36,5% 87 48,1% 6 3,3% 4 2,2% 5 2,8%
Promover a saúde 152 84,0% 144 79,6% 9 5,0% 10 5,5% 1 0,6% 6 3,3%
Bem‐estar e autonomia do doente 174 96,1% 62 34,3% 117 64,6% 11 6,1% 0 0,0% 5 2,8%
Organização dos cuidados de saúde 173 95,6% 51 28,2% 69 38,1% 1 0,6% 2 1,1% 2 1,1%
Ensinos 170 93,9% 57 31,5% 9 5,0% 20 11,0% 1 0,6% 3 1,7%
Adaptação às novas condições/limitações após
164 90,6% 88 48,6% 13 7,2% 23 12,7% 5 2,8% 10 5,5%
cirurgia
Apoio Emocional 162 89,5% 34 18,8% 85 47,0% 5 2,8% 3 1,7% 31 17,1%
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Da mesma forma que acontece com os ensinos, também as categorias profissionais que
surgem quando questionados os indivíduos sobre a categoria profissional mais
importante na adaptação às novas condições/limitações após cirurgia são os enfermeiros
(90,6%) os médicos (48,6%) e os fisioterapeutas (12,7%) que surgem como sendo os
mais importantes.
Tabela 19 – Distribuição da opinião dos inquiridos acerca do modo de trabalhar da equipa multidisciplinar e influência de opinião por
terceiros
Sim Não
n % n %
Como podemos verificar 78,5% dos inquiridos consideram que os profissionais de saúde
trabalham em equipa e 18,8% considera que não.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Quisemos saber se a opinião dos outros contribui de algum modo para a opinião pessoal
que os inquiridos têm sobre a equipa multidisciplinar observamos que apenas 5% dos
inquiridos responde que sim e 95% responde que a sua opinião não é influenciada por
terceiros.
Tabela 20 – Distribuição da opinião dos inquiridos sobre a autonomia dos profissionais de saúde no processo de decisão
Independência no processo de decisão
Profissionais de Saúde
n %
Assistentes Operacionais 3 1,7%
A classe profissional que apresenta maior autonomia para os inquiridos são os médicos
com 93,4% das respostas, seguidos dos enfermeiros com 56,4%, os fisioterapeutas com
27,6% das respostas, os psicólogos com 22,1% os assistentes sociais com 18,8% e os
profissionais com menor autonomia no processo de decisão os assistentes operacionais
com 1,7%.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Iniciemos esta fase com a caracterização e análise da opinião dos indivíduos acerca das
evocações associados à categoria profissional dos elementos da equipa multidisciplinar.
Para o efeito apresenta-se para cada conceito por categoria profissional a frequência e
respectiva percentagem conforme evidencia a Tabela 21.
Tabela 21 – Distribuição da opinião dos inquiridos relativamente às evocações associadas à equipa multidisciplinar de forma global
IMPORTÂNCIA
FORTE FRACA
EVOCAÇÕES % EVOCAÇÕES %
Frequência
Prestação de Cuidados 11,6%
Como podemos observar pela tabela as evocações que pertencem ao núcleo central são
“Profissionalismo e Ajuda”, as que pertencem ao núcleo periférico são as evocações “
Prestação de cuidados e Medicação”. As evocações “Competência e Humanos” são
elementos intermediários.
Para uma análise global da equipa multidisciplinar optou-se por construir uma escala
avaliativa para cada conceito resultante da soma das evocações atribuídas a cada
categoria profissional em cada conceito. Deste modo obteve-se para cada conceito uma
escala que varia entre um mínimo de zero e um máximo de seis, que permitirá
desenvolver a análise da opinião dos indivíduos sobre os conceitos que se encontram
associados à equipa multidisciplinar pelos diversos elementos sociológicos considerados.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Tabela 22 – Distribuição da opinião dos inquiridos por idade sobre conceitos associados equipa multidisciplinar
Numa segunda fase procede-se à caracterização e análise da opinião dos indivíduos por
género sobre dos conceitos associados à equipa multidisciplinar. Para o efeito apresenta-
se para cada género a média associada a cada conceito e apresenta-se o valor do teste
de Mann-Whitney e a respectiva significância conforme evidencia a Tabela 23.
Tabela 23 – Distribuição da opinião dos inquiridos por género sobre conceitos associados equipa multidisciplinar
Elemento sociológico ‐
Teste de Teste de Teste de Teste de Teste de Teste de
Género
Média Mann‐ Média Mann‐ Média Mann‐ Média Mann‐ Média Mann‐ Média Mann‐
Whitney Whitney Whitney Whitney Whitney Whitney
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Tabela 24 – Distribuição da opinião dos inquiridos por estado civil sobre conceitos associados equipa multidisciplinar
Solteiro(a) 2,3 H=0,835 1,8 H=1,556 0,7 H=7,244 0,9 H=6,558 2,2 H=1,393 1,8 H=4,293
Viúvo(a) 2,1 p=0,841 2,1 p=0,669 1,2 p=0,065 1,2 p=0,087 2,0 p=0,707 2,3 p=0,231
Numa quarta fase procede-se à caracterização e análise da opinião dos indivíduos por
habilitações literárias sobre dos conceitos associados à equipa multidisciplinar. Para o
efeito apresenta-se para cada categoria das habilitações literárias a média associada a
cada conceito e apresenta-se o valor do teste de Kruskal-Wallis e a respectiva
significância conforme evidencia a Tabela 25.
Tabela 25 – Distribuição da opinião dos inquiridos por habilitações literárias sobre conceitos associados equipa multidisciplinar
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Numa última fase procede-se à caracterização e análise da opinião dos indivíduos por
sector económico de actividade sobre dos conceitos associados à equipa multidisciplinar.
Para o efeito apresenta-se para cada categoria do sector económico de actividade a
média associada a cada conceito e apresenta-se o valor do teste de Kruskal-Wallis e a
respectiva significância conforme evidencia a Tabela 26.
Tabela 26 – Distribuição da opinião dos inquiridos por sector económico de actividade sobre conceitos associados equipa multidisciplinar
Sector
2,1 1,6 1,1 1,1 1,6 2,1
Secundário
Reformado 2,1 1,9 1,0 1,0 1,9 2,2
Estudante 2,5 2,0 1,5 1,5 3,0 4,5
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Tabela 27 – Distribuição da opinião dos inquiridos por número de internamentos sobre conceitos associados equipa multidisciplinar
Nunca esteve
2,3 1,9 1,0 1,2 2,1 2,0
internado
Três ou mais
2,2 2,2 1,3 1,4 2,0 2,4
vezes internado
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Com a finalidade de darmos resposta aos objectivos propostos no início deste trabalho
de investigação, vamos discutir os resultados por nós encontrados. Recordamos os
objectivos por nós propostos:
Esta será a ordem pela qual nos propomos a apresentar discussão dos resultados por
nós encontrados.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Sabemos pela pesquisa efectuada que o trabalho em equipa tornou-se uma realidade na
grande maioria das instituições. Apesar do núcleo central ser pouco sensível ao contexto
imediato e dos os elementos periféricos evoluírem primariamente e protegerem os
elementos do núcleo central de sofrerem alterações, estes ainda nos parecem muito
primitivos e longe de traduzir a evolução da equipa multidisciplinar no contexto hospitalar.
No que se refere às variáveis idade, género, estado civil e sector de actividade foi
demonstrado pelas tabelas anteriormente apresentadas (tabelas nº 5,6,7 e 9) não existe
diferença estatisticamente significativa no que respeita à relação das variáveis sócio-
demográficas acima referidas e a categoria profissional que possui um papel de maior
importância durante o internamento, isto quer dizer que independentemente do que neste
estudo são os enfermeiros e o médicos. Mas podemos observar pela tabela
anteriormente apresentada (tabela nº 8) que nas respostas dos inquiridos de diferentes
habilitações literárias sobre a categoria profissional médicos à diferenças estatisticamente
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
De acordo com a Tabela nº 25, referente às habilitações literárias dos inquiridos e a sua
influência ao nível da representação social apenas observamos diferenças
estatisticamente significativas para o conceito “Ajuda”.
Contudo com os testes realizados podemos afirmar que as medias das respostas dos
inquiridos pertencentes à categoria 12º ano e às categorias Estudos Superiores e Outro
são significativamente diferentes, o que traduz de alguma forma o conhecimento sobre a
evolução do trabalho da equipa multidisciplinar tal como nos diz Velloso (2005).
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
PARTE IV – CONCLUSÃO
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
Como é evidente este estudo de âmbito limitado, não se pretende apresentar análises
definitivas no campo das representações sociais da equipa multidisciplinar profissão de
enfermagem, mas sim compreender o que está em modificação e, essencialmente
conhecer o que é evocado em relação á representação dos profissionais de saúde
No que diz respeito á pergunta de partida e para a qual pretendíamos uma resposta
fidedigna chegamos á conclusão que as principiais evocações que caracterizam os
elementos da equipa multidisciplinar para esta amostra, no que diz respeito à sua
representação social, são o profissionalismo e a ajuda.
Podemos ainda retirar deste estudo que o número de internamentos altera as evocações
que os utentes têm dos profissionais da equipa multidisciplinar, o que quer dizer que com
o aumento do numero dos internamentos as evocações sobre estes profissionais alteram-
se, o que nos leva a crer que competências e características profissionais não estão
ainda bem definidas para os doentes deste estudo. Referimos ainda que as habilitações
literárias, de um modo geral, são um factor sócio-demográfico importante para a
percepção do trabalho e evolução da equipa multidisciplinar.
Pela nossa parte, e após reflexão sobre esta temática, achamos que seria pertinente, que
se desenvolvessem ao nível do campo de investigação, outros estudos que visassem
estudar esta problemática.
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
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Representação Social da Equipa Multidisciplinar – Perspectiva do Doente Oncológico
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Anexos
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