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Silvia da Fátima António Elias Lucas

Correntes Teóricas da Antropologia

(Licenciatura em Gestão de Empresas, 2° ano)

Instituto Superior de Transporte, Turismo e Comunicação

Nacala porto
2022
Silvia da Fátima António Elias Lucas

Correntes Teóricas da Antropologia

(Licenciatura em Gestão de Empresas, 2° ano)

Trabalho de carácter avaliativo


da cadeira de Antropologia
Cultural de Moçambique a ser
entregue ao docente: Luís Pereira

Instituto Superior de Transporte, Turismo e Comunicação


Nacala porto,

2022
Índice
Introdução..................................................................................................................3

Evolucionismo............................................................................................................5

Difusionismo..............................................................................................................6

Culturalismo...............................................................................................................7

Funcionalismo............................................................................................................8

Estruturalismo na Antropologia.................................................................................9

Conclusão.................................................................................................................11

Bibliografia..............................................................................................................12
Introdução

O presente trabalho de caracter avaliativo aborda sobre Evolucionismo, Difusionismo,


Culturalismo, Funcionalismo e Estruturalismo. Dizer que o evolucionismo de acordo
com alguns autores (Colleyn, 2005; Gonzaga, 2000; Santos, 2002) foi influenciado pelo
darwinismo e pela teoria da evolução das espécies. Esta escola ou corrente
antropológica afirma que a espécie humana evolui lentamente e que se podem
classificar todas as sociedades existentes em função do estádio de desenvolvimento
alcançado. E por outro lado realçar que o difusionismo busca uma explicação histórica
para explicar a relação existente entre as outras culturas particulares. Acrescentar que
O culturalismo tenta fazer uma descrição de sociedade sobre a perspetiva combinada da
antropologia e de psicanálise. O culturalismo constitui um dos ramos da sociologia que
dominou a sociologia americana de 1930 a 1950.

Objetivo geral

 Conhecer as correntes teóricas da antropologia

Objetivo específico

 Dar a conhecer as correntes teorias desde o seu início ate a sua atualidade
Evolucionismo

O evolucionismo de acordo com alguns autores (Colleyn, 2005; Gonzaga, 2000; Santos,
2002) foi influenciado pelo darwinismo e pela teoria da evolução das espécies. Esta
escola ou corrente antropológica afirma que a espécie humana evolui lentamente e que
se podem classificar todas as sociedades existentes em função do estádio de
desenvolvimento alcançado. A ideia parte do princípio enunciado por Charles Darwin,
segundo o qual, o mundo vivo é resultado de uma longa acumulação de mutações e
evolução das espécies, isto é, na visão dos autores representantes desta corrente
antropológica, tal como as espécies animais evoluem, as culturas também evoluem com
o tempo. As culturas evoluem através de mutações, interagindo ou não com o meio
exterior. Etward Taylor, Lewis Morgan e Herbert Spencer são alguns dos autores
associados ao evolucionismo oficial e as suas teorias constituíram-se como uma
tentativa de formalizar o pensamento antropológico com linhas científicas modeladas
conforme a teoria biológica da evolução, ou seja, se os organismos podem se
desenvolver com o passar do tempo com leis compreensíveis e deterministas, parece
então razoável que sociedades também o possam. Assim sendo, para MELLO, as
principais características do evolucionismo resumem-se em:

1. Vastidão do objeto:  o objeto do evolucionismo é tão vasto que se confunde com o da


Antropologia no geral, pois, abrange a cultura como um todo ligado à espécie humana.
O evolucionismo não trata sobre manifestações culturais de um povo particular, mas diz
respeito à cultura como um património comum a toda a humanidade, procurando
explicar os aspetos culturais comuns aos povos.

2. Factor tempo: o evolucionismo levou em consideração o factor cronológico, tendo


criado uma temporização nova designada “tempo cultural” por meio do qual são
caracterizados os estádios de cultura vividos pelos povos, daí resulta a utilização do
conceito “paralelismo cultural” que assenta no pressuposto de que tanto os povos
primitivos como os civilizados têm uma origem cultural simultânea, diferindo no facto
de os povos primitivos terem-se retardo na evolução cultural devido ao facto de se terem
apegado aos valores e tradições do passado.
3. Uso do método comparativo: o evolucionismo faz interpretações das instituições do
passado através da reconstrução do próprio passado, por intermédio do método
comparativo, explicando o desconhecido por aquilo que se conhece.

4. Introdução de novos temas e conceitos: os principais temas abordados pelo


evolucionismo são a religião e a família e em qualquer destes temas a preocupação é
explicar que a cultura obedece a uma evolução universal, isto é, que a cultura surgiu
simultaneamente em todas as partes. O evolucionismo teve o seu mérito de trazer para a
Antropologia uma série de neologismo que enriqueceu o quadro conceptual desta
disciplina e que até hoje se mantém atualizado, por exemplo, o conceito de cultura,
religião, patriarcado, magia, clã, tribo, incesto, totem, matriarcado, parentesco, evolução
cultural, etc.

Difusionismo

O difusionismo pode ser visto como um movimento de relação a orientação


evolucionista dominante na antropologia desde o seu nascimento. O difusionismo
busca uma explicação histórica para explicar a relação existente entre as outras
culturas particulares. O difusionismo similarmente ao evolucionismo cultural foi uma
abordagem diacrônica para explicar a diversidade da cultura. Os dados sobre as
diferenças entre os povos acumulados exponencialmente desde as grandes navegações
não possuíam coerência. Enquanto o evolucionismo tentava explicar essas variações
pelos diferentes estágios que supostamente a humanidade passaria (mas sem
esclarecer como passava de um estágio a outro), o difusionismo pressupunha uma falta
de inventividade. As grandes invenções teriam local de origem certa e se propagariam
por difusão, migração, apropriação, aculturação ou assimilação, depois adquirindo
conotações locais. Essas teorias ganharam corpo no final do século XIX entre
antropólogos de língua alemã, mas teve seu auge entre 1910 e 1925. Apesar da
cronologia, seus temas, métodos e pressupostos pertencem mais ao século XIX que ao
século XX. Logo, abordagens sincrônicas a substituiriam como paradigmas na
antropologia.
Influências

 Conceitos de Volkskunde (ciência da nação) e Völkerkund (ciência das


nações): essa distinção entre povos de língua alemã delineou o interesse para
estudar sistematicamente outros povos além do folclore local.
 Lendas e especulações de contatos transoceânicos: quando os europeus
encontraram civilizações com tecnologias complexas nas Américas, Ásia e
África subsaariana foi dificultoso admitirem a igualdade entre eles e esses
“bárbaros”. Logo surgiram explicações mirabolantes, continentes submersos,
fenícios viajantes, cidades desparecidas e tribos perdidas de Israel. Embora
povos como os malaio-polinésios e os vikings fizeram longas viagens
transoceânicas, foram exceções. A semelhança entre estruturas, como as
pirâmides, ao redor do mundo, resultaram de invenção independente. Todavia,
no século XIX essas teorias reacenderam-se, contribuindo para alimentar o
difusionismo. (Fritz Gräbner (1877—1934): autor do Methode der
Ethnologie (1911)

Culturalismo

A escola americana de antropologia ou simplesmente culturalismo, enquanto o


evolucionismo florescia na antropologia inglesa em meados do século XIX, não
obstante tenha também tido expoentes americanos como Morgan, na América surgia a
formação da escola de antropologia americana, sobejamente conhecida por
culturalismo”.
O culturalismo tenta fazer uma descrição de sociedade sobre a perspetiva combinada da
antropologia e de psicanálise. O culturalismo constitui um dos ramos da sociologia que
dominou a sociologia americana de 1930 a 1950. Emprestando o conceito de cultura dos
antropólogos, ele, procura dar conta da integração social. Dois antropólogos escolhidos
para atender essa perspectiva foram: Clifford James Geertz (1926-2006), apresenta uma
abordagem simbiótica da cultura e defende que a antropologia é uma análise etnográfica
densa e interpretativa, o trabalho da análise etnográfica é similar ao de um decifrador de
códigos ou ainda, semelhante a um crítico literário, que determina a base social e
importância da obra. A outra figura proeminente desse período foi o geógrafo e físico
alemão Franz Boas (1859-1942), ele radicou-se nos Estados Unidos de América em
1886, após fazer pesquisa com o povo esquimó da baía de baffin, no Canadá. Sua
preocupação era com questões relacionadas ou determinismo geográfico, mas foi nessa
viagem do campo quer se transformara na conversão em antropólogo, que reconhece a
importância da cultura no processo adaptação dos grupos sociais ao meu ambiente. A
antropologia que Boas defendia era antagónica aos grandes esquemas evolucionistas,
seu interesse não se dirigia para encontrar um grande esquema explicativo que
abrangesse todas culturas, porém se questionava pela diversidade e pela mudança
cultural. Isto é, é porque alguns povos aceitam um traço cultural e outros não.

No ponto de vista do grupo, Boas não se opunha há explicações históricas, mas, em


oposição aos evolucionistas. Ainda Boas salienta a utilidade dos estudos empíricos e
indutivos, sem descorar os históricos. Boas apontou no texto clássico
as limitações  do método comparativo da antropologia de 1896, a importância
fundamental das diferenças e não semelhanças, para este objectivo da pesquisa
antropológica tende ser o estudo dos processos, pelos quais certos estágios culturais se
desenvolveram. (BAERNARDI, Bernardo; Introdução aos Estudos Etno-
Antropológicos, Franco Angeli, Editores, Milão 1974.)

Funcionalismo

Em antropologia, funcionalismo é uma vertente que resulta da reação ao evolucionismo,


que, no início do século XX, era o paradigma dominante também nas ciências sociais.
Os funcionalistas buscaram explicar os fenômenos em termos das suas funções. Assim,
cada escola social seria determinada por uma ou várias funções, e cada elemento
da cultura destinar-se-ia a cumprir uma determinada tarefa uma função dentro de uma
estrutura social mais abrangente. Influenciados por algumas ideias
de Durkheim, Malinowski e Radcliffe-Brown são geralmente considerados como
fundadores da antropologia funcionalista - e da própria antropologia social. Alan
Barnard  diferencia o "funcionalismo em sentido estrito" e o "funcionalismo estrutural".
Na primeira vertente, a figura destacada é Lamarck, com discípulos como Raymond
Firth. Ao funcionalismo estrutural pertencem Radcliffe-Brown e seguidores seus,
como Evans-Pritchard (nos primeiros trabalhos), Isaac Schapera, Meyer Fortes e outros,
abordando principalmente as estruturas sociais e os sistemas de relações sociais que
mantêm uma sociedade estável e integrada. Por outro lado, Malinowski concentra a sua
atenção nas funções sociais e psicológicas de vários fatos e processos culturais que são
fundamentais para a reprodução tanto da sociedade como dos indivíduos. Malinowski
procura mostrar que a cada tipo de civilização, a cada costume, a cada objeto material, a
cada ideia ou crença, está associada uma necessidade, uma tarefa indispensável no todo
funcional.

A abordagem da antropologia funcionalista foi criticada por sua tentativa de assimilar as


culturas a organismos, enfatizando o equilíbrio e a estabilidade do todo, de modo que
conflitos ou mudanças eram consideradas como anomalias ou, segundo
Durkheim, dinamias - no sentido de fases a serem superadas mediante adaptações, de
maneira a assegurar a volta ao equilíbrio e à normalidade

BARNARD, Alan (2004). History and Theory in Anthropology. Cambridge: Cambridge


University Press.

Estruturalismo na Antropologia

O estruturalismo é uma corrente de pensamento nas ciências humanas que se inspirou


no modelo da linguística e que depreende a realidade social a partir de um conjunto
considerado elementar (ou formal) de relações. Para a sociologia, antropologia e
linguística, o estruturalismo é a metodologia pela qual elementos da cultura humana
devem ser entendidos em face a sua relação com um sistema ou estrutura maior, mais
abrangente.

O estruturalismo opera no sentido de descobrir as estruturas que sustentam todas as


coisas que os seres humanos fazem, pensam, percebem e sentem. O filósofo Simon
Blackburn resume afirmando que o estruturalismo é "a crença de que os fenômenos da
vida humana não são inteligíveis exceto através de suas inter-relações. Estas relações
constituem uma estrutura e, ainda por trás das variações locais dos fenômenos
superficiais, existem leis constantes do estrato cultural.  (Blackburn, Simon (2008).
Oxford Dictionary of Philosophy, second edition revised.)

O principal estudioso do funcionalismo na antropologia foi Claude Lévi-Strauss (1908 -


2009). O antropólogo apontou que as estruturas culturais são produtos da mente
humana. O estruturalismo na antropologia demonstrou que as sociedades consideradas
primitivas não representavam uma etapa atrasada na história da humanidade. Esse era o
produto do pensamento positivista.
Na antropologia, o estruturalismo permitiu relativizar o pensamento e entender que a
maneira de organização das sociedades depende das estruturas culturais. O
estruturalismo antropológico de Claude Lévi-Strauss. A antropologia social e cultural
ocupou-se principalmente das sociedades elementares, no seio das quais os processos
psicossociais são indissociáveis das estruturas linguísticas, econômicas e jurídicas,
donde o acento que colocamos sobre essa disciplina sintética, a fim de remediar a
brevidade das observações que precedem.
Conclusão

Depois de termo pesquisado e feito o presente trabalho chegamos a perceber que com de
acordo de alguns autores, Evolucionismo, Difusionismo, Culturalismo, Funcionalismo e
Estruturalismo. Todos são ramos da antropologia que tentam desvendar ou dar uma
explicação exata a mistérios antropólogos. Como por exemplos o difusionismo, o
difusionismo busca uma explicação histórica para explicar a relação existente entre as
outras culturas particulares. O difusionismo similarmente ao evolucionismo
cultural foi uma abordagem diacrônica para explicar a diversidade da cultura. E
segundo Blackburn deu para entender que o estruturalismo opera no sentido de
descobrir as estruturas que sustentam todas as coisas que os seres humanos fazem,
pensam, percebem e sentem.
Bibliografia

PIAGET, Jean. O estruturalismo. Rio de Janeiro: Difel, 1979. pág. 86-96.

DE MELLO, Luiz Gonzaga. Antropologia cultural, p. 220-277.

BLACKBURN, Simon (2008). Oxford Dictionary of Philosophy, second edition revised

BARNARD, Alan (2004). History and Theory in Anthropology. Cambridge: Cambridge


University Press. 
LÉVI, Claude-Strauss (1908 - 2009).
GEERTZ, Clifford James (1926-2006)

BAERNARDI, Bernardo; Introdução aos Estudos Etno-Antropológicos, Franco Angeli,


Editores, Milão 1974.

Fritz Gräbner (1877—1934): autor do Methode der Ethnologie (1911)

BOAS, Franz (1859-1942)

SCHAPERA, Isaac (1969-1982)

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