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Antes de falar especificamente sobre os conteúdos de filosofia que mais caem no Enem, é
interessante fazermos alguns apontamentos sobre a forma como esses assuntos são abordados na
prova. Primeiro, é importante que você tenha em mente que o Enem não é uma prova de decoreba.
Ou seja, você não precisa saber ao pé da letra o nome de todos filósofos ou saber citar cada linha
teórica da área.
A maioria das questões do Enem de Filosofia, como grande parte da área de Ciências
Humanas, são acompanhadas por textos de apoio extensos. Esses enunciados são ótimos guias
para situá-lo sobre qual campo da filosofia a questão trata e fornecem muitas pistas sobre a resposta
certa. Dessa forma, é essencial dar uma atenção especial ao enunciado. Afinal, saber interpretá-lo
corretamente é um passo fundamental para encontrar a resposta certa.
Além disso, não se esqueça que o Enem é uma prova que busca fazer o estudante pensar. Ou
seja, é muito mais importante que você tenha um conhecimento geral sobre as teorias e filósofos,
sabendo relacionar esses conceitos, do que ter tudo decorado de forma mecânica e sem um
entendimento profundo.
Por isso, na hora de estudar, não foque em saber tudo sobre Filosofia. É preciso
compreender de forma plena os principais conceitos e teorias, tendo capacidade para fazer relações
entres eles e situá-los na história. Isso certamente garantirá um bom desempenho na prova, mas
lembre-se: muita atenção ao enunciado também!
1. Filosofia pré-socrática
Os primeiros filósofos surgiram na Grécia, há mais ou menos 2600 anos. O primeiro período
da Filosofia Ocidental é denominado como Pré-Socrático. Essa fase da filosofia se caracteriza pela
busca de uma maneira racional de entender a origem do universo, em oposição à visão mitológica
que ainda era predominante na época. Nesse período, a mitologia grega explicava o universo através
da cosmogonia. Ou seja, a existência humana girava em torno dos deuses.
Os pensadores pré-socráticos, contudo, não estavam satisfeitos com essa explicação. Eles
procuraram nos elementos da natureza as respostas sobre a origem do ser e do mundo. Não é à toa
que grande parte dos estudiosos desse período ficaram conhecidos como "filósofos da natureza".
Sendo assim, eles foram responsáveis pela transição da consciência mítica para a consciência
filosófica. Os filósofos pré-socráticos abandonaram uma visão mítica e construíram a cosmologia,
explicação do universo baseado no logos ("argumentação", "lógica", "razão").
Nesse sentido, os deuses deram lugar à natureza na compreensão sobre a origem das coisas.
Assim, esses primeiros filósofos deram origem a toda uma produção de conhecimento e de
representação da realidade. Toda essa construção serviu como base para o desenvolvimento da
cultura ocidental.
Platão foi discípulo de Sócrates e um dos mais importantes filósofos da Grécia Antiga. A
principal contribuição de Platão para a Filosofia foi sua teoria idealista. Essa teoria propõe uma
distinção entre mundo sensível, inferior e enganoso, que seria obtido pelos sentidos do corpo, e o
universo inteligível, superior e ideal, que nos permitiria acessar a verdade sobre as coisas.
Ou seja, para Platão, tudo aquilo que pode ser percebido através dos sentidos não passa de
uma imitação de uma ideia. Afinal, os sentidos são falhos e conduzem os seres humanos a uma vida
de ignorância, presa às aparências.
Para ilustrar melhor sua teoria, Platão utilizou o Mito da Caverna, uma história criada por
ele próprio para explicar a condição de ignorância em que vivem os seres humanos.
Para Platão, o verdadeiro conhecimento estaria no uso da razão, a única ferramenta para
alcançar o conhecimento verdadeiro, o conhecimento das ideias. Nessa instância, estariam as
essências das coisas, os conceitos, as ideias fixas e imutáveis que descrevem essencialmente cada
ser ou objeto existente.
Alegoria da Caverna de Platão
3. Filosofia Moderna
A filosofia moderna começa no século XV, quando tem início a Idade Moderna. Esse
período marca a transição do pensamento medieval, fundamentado na fé e nas relações entre os
homens e Deus, para o pensamento antropocêntrico (homem no centro do mundo). É nessa fase
que a humanidade se torna o grande objeto de estudos.
O racionalismo e o empirismo, principais correntes de pensamento construídas no período,
demonstram essa mudança. Ambas visam dar respostas sobre a origem do conhecimento humano. O
primeiro associando à razão humana e o segundo, baseado na experiência.
Esse período da história da humanidade reúne diversas descobertas científicas,
especialmente nos campos da astronomia, ciências naturais, matemática e física. Esse avanço
científico foi o principal fator para a mudança do pensamento teocêntrico para antropocêntrico.
Abaixo, listamos alguns conceitos-chave para compreender a filosofia moderna:
Antropocentrismo e Humanismo: pensamento filosófico que coloca o homem como
indivíduo central para o entendimento do mundo. Listamos alguns conceitos-chave para
compreender a filosofia moderna:
Cientificismo
Valorização da natureza
Racionalismo (razão)
Empirismo (experiências)
Liberdade e idealismo
Renascimento e iluminismo
Filosofia laica (não religiosa)
Os principais filósofos desse período são Nicolau Maquiavel, Francis Bacon, Galileu
Galilei, René Descartes, Baruch Espinosa, Thomas Hobbes, John Locke, David Hume,
Montesquieu, Voltaire, Adam Smith, Jean-Jacques Rousseau e Immanuel Kant.
4. Ética
A ética é um campo de estudo da Filosofia que se dedica a pensar sobre as ações adotadas
pelos indivíduos e os princípios que as orientam. Ou seja, é a parte da Filosofia que estuda os
motivos que constroem e distorcem os padrões de comportamento do ser humano, resultado da
convivência em sociedade.
Toda cultura e toda sociedade estabelece-se baseada em valores definidos a partir de uma
interpretação do que é o bem e o mal, o certo e o errado. Essas interpretações são fundamentadas
em valores morais socialmente construídos e cabe à ética se dedicar ao estudo deles.
Desde a Antiguidade, os filósofos, estudiosos e pensadores tentam compreender e analisar os
princípios e os valores de uma sociedade e como eles ocorrem na prática. Destes pensadores,
destacamos Aristóteles, Maquiavel e Kant.
5. Escola de Frankfurt
A Escola de Frankfurt foi uma escola de análise e pensamento filosófico e sociológico que
surgiu na Universidade de Frankfurt, na Alemanha.
A teoria estabelecida pelos intelectuais da Escola de Frankfurt é chamada de teoria crítica.
Esse nome se dá por dois motivos: primeiro, porque faz uma crítica social do desenvolvimento
intelectual da sociedade que incide sobre as teorias iluministas; e, em segundo lugar, porque propõe
uma leitura crítica do marxismo, com novas propostas para além dele, sem perder de vista os
principais ideais que podem caros a outras concepções ideológicas.
Sua análise recai sobre a “superestrutura”. Ou seja, os mecanismos que determinam a
personalidade, a família e a autoridade, analisadas no contexto da estética e da cultura de massa.
Para os estudiosos, as técnicas de dominação seriam ditadas pela Indústria Cultural, principal
responsável pela massificação do conhecimento, da arte e da cultura.
As técnicas físicas de reprodução da obra de arte, bem como sua função social também são
temáticas recorrentes da Escola de Frankfurt.
Immanuel Kant
Filósofo alemão com influência iluminista, Kant buscou explicar os tipos de juízos e
conhecimento desenvolvendo um “exame crítico da razão”. Ou seja, a filosofia kantiana buscou
criar uma ética cujos princípios não se baseassem na religião e, sim, em um conhecimento
fundamentado na sensibilidade e no entendimento.
Theodor Adorno
Filósofo alemão, Theodor Adorno foi um dos maiores críticos da degradação gerada pelo
capitalismo em nome das forças que mercantilizam a cultura e as relações sociais. Adorno foi um
dos fundadores da Escola de Frankfurt, junto a nomes como Herbert Marcuse, Jürgen Habermas,
Max Horkheimer e Wilhelm Reich.
Michel Foucault
Michel Foucault foi um filósofo francês contemporâneo. Ele é conhecido por suas teorias
acerca da relação entre poder e conhecimento, e como estes são usados para o controle social
através das instituições.
David Hume
David Hume foi um filósofo, historiador, ensaísta e diplomata escocês. Tornou-se conhecido
por seu radical sistema filosófico baseado no empirismo, ceticismo e naturalismo. Foi considerado
um dos mais importantes representantes do empirismo radical e um dos mais destacados filósofos
modernos do Iluminismo.
Nicolau Maquiavel
Nicolau Maquiavel foi um filósofo, historiador, poeta, diplomata e músico de origem
florentina do Renascimento. É reconhecido como fundador do pensamento e da ciência política
moderna, pelo fato de ter escrito sobre o Estado e o governo como realmente são, e não como
deveriam ser. “O Príncipe” é a principal obra do filósofo.
Max Horkheimer
Max Horkheimer foi um filósofo e sociólogo alemão. Ele fazia críticas à razão instrumental
e ao cartesianismo aplicado à ciência, pois acreditava que seu modelo matemático era extremamente
formal e instrumental e, neste sentido, não serviria de maneira eficaz à ciência.
Walter Benjamin
Walter Benjamin foi filósofo, ensaísta, tradutor e crítico literário alemão. É considerado um
dos maiores pensadores do século XX e principal responsável por uma concepção dialética e não
evolucionista da história.
O estudioso discorreu principalmente sobre a arte, particularmente em seu texto “A Obra de
Arte na Época de sua Reprodutibilidade Técnica”, no qual ele defende uma visão materialista,
segundo a qual toda produção artística é circundada por uma certa ‘aura’, que revela sua
singularidade.
Jürgen Habermas
Jürgen Habermas é um filósofo e sociólogo alemão vinculado à teoria crítica, corrente de
pensamento desenvolvida pela Escola de Frankfurt. A vasta obra do filósofo e sociólogo alemão
Jürgen Habermas deixou um extenso legado de ideias e teorias para a compreensão da política, da
ética e da comunicação.