Você está na página 1de 7

Diagnóstico dos resíduos industriais disponíveis para uma possível rede de simbiose industrial

na região metropolitana de Salvador.

Se tratando de biossólido é necessário caracterizar a composição do lodo em termos


de organismos patogênicos e metais pesados, teor de nutrientes e concentração de
matéria orgânica, além da quantificação do fluxo de materiais disponíveis e quais os
requisitos para cada alternativa de aplicação [CITAÇÃO]. A priori pode-se pensar que
alguns usos devam ser considerados mais nobres, levando em conta a constituição
predominante do biossólido, ou seja, sua riqueza de nutrientes e microrganismos pode
sugerir formas de reaproveitamento mais ecológicas, do ponto de vista da ciclagem
biológica. Entretanto a implementação de muitos processos para o tratamento e
estabilização do lodo de esgoto para uma aplicação no solo ou outro uso que
preconize a preservação da microbiota, a depender de sua patogenicidade, pode se
tornar inviável ou gerar uma pegada ambiental maior que o previsto numa solução
‘’menos nobre’’. Além disso, em termos de simbiose industrial a matriz industrial da
região determinará as demandas majoritárias para aquele recurso, seja pelo volume
requerido, seja pela escassez de materiais equivalentes, logo o valor do
aproveitamento deste material está submetida a critérios amplos, próprios do
pensamento da sustentabilidade, como pegada hídrica ou impacto social, que não
serão definidos agora pois não é o foco desta pesquisa. 
São muitos os fatores a serem relacionados dentro da proposição de uma rede de
simbiose industrial, por outro lado os resultados obtidos em outros contextos
semelhantes, considerando o cenário apresentado no setor de saneamento nos dias
de hoje, podem demonstrar possíveis estratégias para a gestão desses recursos neste
Estado. O objetivo da presente revisão é encontrar evidências da eficiência do uso de
biossólido como fonte de recurso material e energético na indústria mundial,
identificar suas limitações e apontar caminhos para o estabelecimento de uma rede de
troca de recursos entre a estação de tratamento de efluentes e as empresas
interessadas no biossolido. Como critério de seleção de artigos foram considerados os
trabalhos relacionados aos setores industriais mais expressivos na Bahia, agricultura,
construção civil, geração de energia e manejo florestal, publicados no período de 2015
a 2022. Como parte da metodologia foi feito um levantamento dos últimos dados
sobre o setor industrial na Bahia, em termos de setores em expansão, demanda
energética e volume de recursos materiais requeridos, para subsidiar uma avaliação
sistemática dos estudos revisados. Por fim serão descritos as oportunidades e desafios
para a formação de uma rede de simbiose industrial com o biossolido diante do
panorama de saneamento na Bahia. 

A proposição de rede de simbiose industrial perpassa pela necessidade de se fazer um


levantamento do principais resíduos gerados nas cadeias produtivas e industriais
predominantes na região metropolitana de Salvador. O melhor emprego do biossolido numa
planta industrial depende da competitividade e viabilidade de mercado, frente a
disponibilidade de outros resíduos que podem se tornar resíduos mais interessantes para
determinado fim, que o biossolido. NA verdade pode-se fazer um escalonamento dos resíduos
disponíveis e relaciona-los a melhor indicação para reutilização como insumo em
determinadas plantas.
Para tanto é necessário conhecer de perto as plantas de produção e a constituição dos
resíduos gerados, para inferir sobre as possibilidades de gestão considerando a premissa dos
5Rs: repensar, recusar, reduzir, reutilização e reciclagem.

A Petroreconcavo por exemplo gera resíduos classe XX, contaminados com óleo, o que lhe
confere um alto poder calorífico que pode ser reaproveitado como combustível de fornos. O
processo de extração, armazenamento e transporte do petróleo gera a borra do paetroleo,
material concentrado derivado de petróleo que se acumula no fundo dos tanques de
armazenamento numa taxa lenta e proporcional a sua viscosidade, além de luvas de metal
descartadas por avarias mecânicas, hastes metálicas utilizadas nas sondas, sacos, panos, luvas
e outros materiais contaminados com óleo ou petróleo. De natureza distinta, a borra do
petróleo pode ser reaproveitada para fins energéticos, enquanto que os demais materiais
podem ser utilizados também para incorporar materiais cerâmicos na construção civil.

Umamodificação da planta produtiva de uma petroleira não é algo simples de ser


implementado, visto que o método é muito simplificado e consolidado, tornando desafiador
ter brechas para propor alguma modificação na ordem da produção. Propor uma etapa que
exige mais gasto de energia sem ganho significativo de eficiência, não viabiliza a modificação
da planta. Em casos onde o processo produtivo não apresenta tantas possibilidades de
recuperação de recursos devido a suas poucas fases para se inferir pela não geração de
resíduo, é necessário se pensar na reutilização do resíduo gerado. É o caso da borra de
petróleo que dificilmente pode ser revertida, visto que sua não geração é condicionada a um
investimento significativo em uma nova mecânica de armazenamento e energia para manter
essa modificação. Na taxa em que ocorre sua sedimentação talvez não seja tão eficiente tentar
recuperar aquilo que se acumula. Talvez seja mais valido reaproveitar o que inevitalmente irá
ocorrer (eventuais limpezas dos tanques).

O pensar em simbiose requer que tomemos cuidado com a modificação propostas para os
processos produtivos e ao mesmo tempo respeito ao conhecimento adquirido pelos setores
até aqui. É por isso que este mercado surge, como uma oportunidade de recuperar aquilo que
antes era irrecuperável, mas que de certa forma sua geração é inevitável. Nas relações
ecológicas observamos vários tipos de relações: comensalismo, cooperação, dependência...É
assim que o mercado deve pensar as relações simbióticas.

O emprego de certos resíduos devem ser pensados para os fins mais preponderantes de
acordo com sua constituição. As politicas de direcionamento de recursos deve obedecer, além
das premissas de mercado, a hierarquia das demandas mais urgentes da sociedade. No Brasil,
diferentemente dos países industrializado, as emissões atmosferiacas estão associadas ao
aumento do desmatamento e queimadas, e não das atividades industriais em si. A prioridade
de conter as mudanças climáticas causadas por esse fato está relacionado por tanto a
contenção desse fenômeno e a promoção de ações que revertam esse quadro, como a
recuperação dos ecossistemas e florestas.

O setor de saneamento tem o papel de promover o norteamento do mercado de


reaproveitamento de lodo motivado principalmente pelo compromisso institucional de ser
exemplo de sustentabilidade num cenário de mudanças climáticas com as premissas básicas
acordadas nos marcos regulatórios e regulamentações decorrentes de convenções ambientais.
Além disso, faz parte da sua alçada de serviços sanar este tipo de resíduo de forma adequada,
por meio de uma medida ambientalmente correta, economicamente viável e socialmente
justa. Devemos pensar de que forma podemos transformas os resíduos identificados no
diagnóstico em recursos para a insdutria que temos... o que é insumo e p que é resíduo. Um
bando de dados de entradas e saídas.

A SEEG (IMA Flora) dentro do observatório do clima publicou o histórico de emissões de gases
de efeito estufa.

Muito se discute sobre resiliência das cidades diante das mudanças climáticas, ações de
mitigação e adaptação. A academia lança todos os anos diversas indicações de caminhos para
a sustentabilidade, dos quais foram investigados X trabalhos para Simbiose Industrial
relacionados as matrizes industriais presentes em Salvador. A cooperação entre as instituições,
assim como sugere as relações ecológicas, podem ser estabelecidas sob diversas formas
jurídicas, como contratos de parceria, fomento a pesquisa, criação de cooperativas, consórcios
ou contratação de serviços terceirizados. O papel que cabe ao setor de saneamento pode ou
não ser assumido pelo mesmo, sob pena de ser excluído de um mercado que certamente
tomará forma devido à todas as demandas materiais e legais que ele corresponde.

Química; Petroquímica; Fertilizantes; Celulose; Automotiva; Plásticos; Química fina; Metalurgia

Química; Metal-mecânica; Fertilizantes; Produtos Alimentares.

Um estudo que indique alternativas de parceria e simbiose entre o setor de saneamento e as


industrias locais deve levar em consideração a hierarquia de necessidades daquela região. Por
meio de uma analise de SWAT pode-se determinar minimamente os recursos e os passivos
dentro de uma sistema produtivo econômico e determinar de que forma este produto do
saneamento pode atuar para maximizar a sustentabilidade do sistema. Por exemplo: No oeste
da Bahia foram desmatados cerca de 51 mil campos de futebol no ultimo ano, o que concedeu
a região um enorme passivo pela emissão de CO2 na atmosfera, perda da biodiversidade,
modificação da qualidade do solo e dinâmicas de lixiviação, além do aumento da
susceptibilidade à desertificação, dentre outros impactos. Neste caso, cabe ao detentor do
biossolido direcionar este recurso de maneira intencional para a reposição dos recursos
naturais deste ambiente degradado, seja por meio da incorporação na adubação da produção
agrícola ou na composição do substrato utilizado para reflorestamento. Desta forma pode se
considerar que a sustentabilidade do sistema se alcança, na medida de que suas atividades
produzem, além de serviços e bens de consumo, a promoção da conservação ambiental,
postura necessária de ser adquirida não só pelo setor de saneamento, mas por toda a
sociedade.

Nesse interim se reforça a responsabilidade dos grandes detentores do capital financeiro e


intelectual deste país, responsáveis por promover efetivamente as mudanças estruturais na
economia e possivelmente no sistema político, de fomentar as adaptações às mudanças
climáticas, visto que são a combinação do que é requisitado para enfrentar esse grande
desafio milenar, ter a técnica e o recurso financeiro para executar as ações planejadas.

 Construção Civil;
 Infraestrutura;
 Fábricas de Alimentos;
 Manutenção de Máquinas;
 Confecções.

Para a CNI, a consolidação de uma economia de baixo carbono no Brasil, que seja dinâmica e
próspera deve se basear em quatro pilares: transição energética, precificação de carbono,
economia circular e... conservação de florestas

Entre as recomendações da indústria estão a consolidação do mercado de carbono regulado,


no modelo de Sistema de Comércio de Emissões (SCE); o fortalecimento da política nacional de
biocombustíveis; a promoção de incentivos adequados para tornar o consumo energético mais
eficiente, a implementação de parques para geração de energia eólica em alto mar (pffshore),
e a regulamentação do mercado de hidrogênio. O objetivo é impulsionar a economia de baixo
carboro e assima tingir metas do acordo de paris. A indústria também vem fazendo
investimentos expressivos na descarbonização dos processos de produção. Atualmente, as
emissões de gases de efeito estufa dos fabricantes de cimento instalados no país s...

Leia mais em: https://veja.abril.com.br/insights-list/economia-de-baixo-carbono-os-pilares-


para-desenvolvimento/
Leia mais em: https://veja.abril.com.br/insights-list/economia-de-baixo-carbono-os-pilares-
para-desenvolvimento/

Leia mais em: https://veja.abril.com.br/insights-list/economia-de-baixo-carbono-os-pilares-


para-desenvolvimento/

Para aproveitar essas vantagens é preciso definir uma estratégia solida que contribua para o
enfrentamento dos desafios climáticos e estimule os investimentos em pesquisa, inovação e
desenvolvimento de tencologias sutentaveis. Ação governamental articulada , associado ao
trabalho que vem sendo feito pela indústria, o pais pode liderar a mobilização global pela
economia de baixo carbono. Acelerar os aprimoramento regulatórios e estruturais para
fortalecer a indústria nacional, atrair investidores. Redução do custo brasil, melhoria da
segurança jurídica, para os investidores atuarem com foco nas agendas internacionais, com a
produção eólica offshore, hidrogênio verde e hidrogênio azul.

Tecnologias para uso de H₂


Estão em andamento estudos sobre a utilização do CO₂ na fabricação do
metanol — produto importante para a indústria química e que o Brasil
importa — que já alcançam 30% do uso do CO₂ e podem reduzir o custo
de todo o processo industrial.
Com 90% de resultado, a tecnologia de captura de CO₂ (na sigla, em
inglês, CCUS — Carbon, Capture, Utilisation and Storage) permitirá atingir
menos que 3 kg de CO₂/kgH₂, podendo chegar a 100 % de captura.
Se for utilizada a biomassa como combustível consorciado ao carvão,
pode gerar emissões negativas.

Transportador de energia do futuro


As tecnologias de produção de H₂ estão ganhando cada vez mais
atenção porque podem transformar o hidrogênio no transportador de
energia do futuro.

É um produto extremamente limpo quando reage com o oxigênio


(produzindo água) e apresenta alta densidade de energia por massa.

Com investimento de US$ 370 milhões, o projeto da planta piloto é visto


como a primeira etapa para desenvolver uma cadeia produtiva de zero
carbono, tornando-se um exemplo mundial. O hidrogênio pode ser usado
para alimentar células de combustível ou queimado em uma turbina de
hidrogênio para gerar eletricidade. E  pode ainda alimentar veículos com
células de combustível. Embora existam desafios a serem superados, a
gaseificação de carvão para produzir H₂ é um componente-chave para a
economia de hidrogênio e para geração de energia. Tem todo o potencial
para desenvolver uma cadeia produtiva no Brasil, gerando emprego e
renda no sul do país. Fernando Luiz Zancan é presidente da Associação
Brasileira do Carvão Mineral (ABCM). Opinião
 

 25 de maio de 2022

Em Colunas e opinião, Setor elétrico, Transição energética

Você também pode gostar