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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA

MESTRADO EM MEIO AMBIENTE, ÁGUA E


SANEAMENTO (MAASA)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA
MESTRADO EM MEIO AMBIENTE, ÁGUA E
SANEAMENTO (MAASA)

REDAÇÃO
“Perspectivas das tecnologias e práticas socioambientais para atender os ODS”.

O alargamento das metas políticas estabelecidas entre os países que compõe as Nações
Unidas por meio da Agenda 2030 demonstra um reconhecimento global sobre a importância de situar
um norte para o crescimento das nações, que considere as pessoas, a paz, o planeta, as parcerias e
a prosperidade, para além das economias. Isto porque as mudanças climáticas por si só, advindas
de uma ação do homem ou não, atingem de formas distintas cada região do planeta e considerando
as grandes diferenças socioeconômicas existentes, é sabido que os impactos dessas mudanças
serão diretamente proporcionais ao grau de pobreza de cada população. Assim, a Agenda 2030
define valores comuns que devem ser incorporados nas políticas públicas de cada Estado para
fomentar algo mais complexo, que permeia um desenvolvimento humano justo e meio ambiente
equilibrado.
Os problemas de saúde pública enfrentados na última década expõem a relação intrínseca
entre o desequilíbrio ambiental e uma depressão econômica. Neste caso, o esforço comum para
solucionar alguns problemas graves da sociedade, como a pobreza, a fome e as desigualdades,
podem ser fomentados a partir do fortalecimento da educação, parcerias, inovações na indústria e
geração de emprego, por exemplo, fatores traduzidos como Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável (ODS) e contidos nas metas para 2030. Nesse sentido, a medida em que a globalização
econômica avança, a discussão sobre transferência de tecnologias se torna justificável, uma vez que
a troca de recursos naturais e financeiros já acontecem, de certa forma, e promovem impactos
significativos do ponto de vista socio ambiental. A importação de tecnologias ou mesmo políticas que
maximizem a capacidade produtiva e regenerativa do meio ambiente em cada país é um desafio que
ainda se enfrenta pelos próprios interesses econômicos, entretanto, os ODS ampliam as
possibilidades de intervenção a fim de compartilhar a responsabilidade da regeneração planetária
com toda a sociedade.
A problemática advinda da geração de resíduos, por exemplo, não possui um responsável
único a quem se atribui a tarefa homérica de tratá-los e destiná-los corretamente, ela está distribuída
com toda a sociedade, seja através da participação nos programas de coleta seletiva municipais
pelos cidadãos comuns ou na adoção de tecnologias mais limpas pelas grandes corporações.
Obviamente, a cada escala de influência e poder são atribuídos graus de comprometimento, o que
significa dizer que se espera um investimento compensatório maior das organizações que são
grandes geradoras de resíduos proporcional ao impacto socio ambiental gerado e ao seu
desempenho financeiro/econômico. O fomento de pesquisa científica para o reaproveitamento de
resíduos, como a implementação de uma rede colaborativa industrial, tem o potencial de promover
uma nova cultura de gestão empresarial com vistas ao fortalecimento da economia circular, além de
reduzir os danos ambientais e os riscos à saúde pública. A responsabilidade compartilhada entre os
atores sociais depende ainda da capacidade crítica daquela sociedade que pode ser codificada por
meio de suas regulamentações e órgãos de controle.
Por fim, os ODSs buscam firmar compromissos comuns advindos de uma construção
participativa pautada em direitos básicos reconhecidos em todo o planeta, como o direito a liberdade
e ao meio ambiente de qualidade. É de grande valor que as entidades públicas e da sociedade civil
organizada tomem para si a responsabilidade conferida a sua relevância econômica e social, tal qual
tomam os cidadãos comuns quando atingidos pelos ônus do desenvolvimento econômico, que são
as mudanças climáticas, que seriam. A implementação de tecnologias e práticas socioambientais
tornam-se por tanto meios pelos quais se exercem o equilíbrio entre os ônus e bônus do
desenvolvimento (econômico) sustentável.

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