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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DO ENSINO SUPERIOR, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DO SOYO
DEPARTAMENTO DE ENSINO E INVESTIGAÇÃO EM LICENCIATURA EM
ENGENHARIA MECÂNICA

Projeção e Construção de um protótipo de sistema de refrigeração (arca)


para o desenvolvimento das disciplinas Refrigeração, Ventilação e
Climatização e Equipe de Transferência, na carreira de Engenharia
Mecânica..

TRABALHO FINAL APRESENTADO PARA A OBTENÇÃO DO TÍTULO EM


LICENCIATURA EM ENGENHARIA MECÂNICA

Autor: João Casimiro António

Soyo 2021
REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DO ENSINO SUPERIOR, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DO SOYO
DEPARTAMENTO DE ENSINO E INVESTIGAÇÃO EM LICENCIATURA EM
ENGENHARIA MECÂNICA

Projeção e Construção de um protótipo de sistema de refrigeração (arca)


para o desenvolvimento das disciplinas Refrigeração, Ventilação e
Climatização e Equipe de Transferência, na carreira de Engenharia
Mecânica.

TRABALHO FINAL APRESENTADO PARA A OBTENÇÃO DO TÍTULO EM


LICENCIATURA EM ENGENHARIA MECÂNICA

Autor: João Casimiro António

Tutor: Professor auxiliar MSc. Carlos Eduardo Alfaro Rodriguez.

Soyo, 2021

Número de registro de trabalho_____________


PENSAMENTO
“Educar uma pessoa apenas no intelecto, mas não na moral, é criar uma
ameaça á sociedade”.

Theodore Roosevelt

iii
DEDICATORIA

Dedico este trabalho para a minha Bisavó Isabel Maria Nengudi por ser o
meu porto seguro e meu modelo.

iv
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, por ter me abençoado e me conduzido nesta jornada.

A minha família e amigos por toda amizade, amor e apoio em tudo.

Aos meus colegas que passamos por tantos momentos nestes 5 anos juntos e sem
esquecer a todos os meus professores que me ajudaram nesta caminhada e em especial
ao Professor auxiliar MSc. Carlos Eduardo Alfaro Rodriguez, pela orientação e
dedicação ao meu trabalho de conclusão de curso.

Luntondele!

v
RESUMO

No trabalho que se entitula projeção e construção de um protótipo de sistema


de refrigeração (arca) para o desenvolvimento da disciplina Refriegeração,
Climatização e Equipe de transferência, na carreira de Engenharia Mecânica,
tem como objectivo a projecção e construção de um protótipo de sistema de
refrigeração. Para cumprir com os objetivos, se faz uma revisão bibliográfica
sobre a estrutura e funcionamento dos sistemas de refrigeração em específico
os ciclos de refrigeração por compressão de vapor, e realizar sua projecção e
construção. Aplicam-se distintos métodos para a projecção aplicando
questionários aos estudantes e especialista para a tomada de decisões e
melhoria do protótipo, onde se obteve fazer uma construção do sistema de
refrigeração com um custo de 90.700 Kz onde o critério dos peritos e o
resultado foi de 80% bastante adequado e 20% muito adequado.

Palavras-chave: critério dos peritos ; ciclo de refrigeração: protótipo.

vi
ABSTRACT

In the work entitled design and construction of a cooling system prototype


(freezer) for the development of the discipline Cold, Air Conditioning and
transfer team, in the career of Mechanical Engineering, which aims to design
and build a system prototype of refrigeration. To comply with the objectives, a
bibliographic review is made on the structure and functioning of the refrigeration
systems, specifically the refrigeration cycles by vapor compression, and to carry
out their projection or construction. Different methods are applied for the
projection, applying questionnaires to students and specialists for decision
making and improvement of the prototypes, where it is possible to build the
refrigeration system at a cost of 90 700 Kz where the experts' criteria and the
result was 80% quite adequate and 20% very adequate.

Keywords: experts' criterion; refrigeration cycle: prototype.

vii
Índice
INTRODUÇÃO ..................................................................................................14

CAPITULO I MARCO TEÓRICO ......................................................................18

1.1 Breve histórico da refrigeração ................................................................18

1.2 Ciclos de refrigeração ..............................................................................18

1.2.1 Ciclo de refrigeração de Carnot ........................................................20

1.2.2 Ciclo Ideal ou Teórico de Compressão de Vapor ..............................23

1.2.3 Ciclo Real de Compressão de Vapor ................................................26

1.2.4 Balanço de energia para o ciclo de refrigeração por compressão de


vapor ..........................................................................................................27

1.3 PRINCIPAIS APLICAÇÕES DO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO ..........32

1.4 Estructura dos Sistemas de Refrigeração ...............................................33

1.4.1 Compressores ...................................................................................33

1.4.2 Compressores Alternativos ...............................................................35

1.4.3 Compressores scroll .........................................................................36

1.4.4 Compressores centrífugos ................................................................37

1.4.5 Compressores parafuso ....................................................................37

1.5 Accionamento dos compressores ............................................................37

1.6 TROCADORES DECALOR .....................................................................38

1.6.1 Evaporadores ....................................................................................38

1.6.2 Condensadores .................................................................................39

1.7 DISPOSITIVOS DE EXPANSÃO.............................................................39

1.8 TUBULAÇÕES ........................................................................................41

1.9 REFRIGERANTES ..................................................................................41

1.10 Isolantes Térmicos ................................................................................42

1.11 Componentes Auxiliares ........................................................................44

1.11.1Pressostatos ....................................................................................44

viii
1.11.2 Termostatos........................................................................................45

1.11.3 Filtros Secadores ............................................................................45

CAPÍTULO II METODOLOGÍA PARA A PROJECÇÃO E CONSTRUCÇÃO DO


PROTÓTIPO DE UM SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO POR COMPRESSÃO
DE VAPOR. ......................................................................................................47

2.1 Diagnóstico sobre o estado de compreensão dos conteúdos relacionados


com o tema de Refrigeração por compressão de vapor na cadeira de
Refrigeração,ventilação e Climatização na especialidade de Engenharia
Mecânica. ......................................................................................................47

2.2 Dimensionamento teórico do sistema ......................................................48

2.3. Procedimento de construção do Protótipo de um Sistema de


Refrigeração. .................................................................................................51

2.3.1 Elaboração do desenho de acordo a projecção. ...............................52

2.3.3 Análise de custos ..............................................................................53

2.3.4 Construção do protótipo ....................................................................54

2.3.5 Circuito Eléctrico do Protótipo ...........................................................59

2.3.6 Teste de Vazamento ou Teste de pressão .......................................59

CAPITULO3 AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DA UTILIZAÇÃO DO


PROTÓTIPO DE UM SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO POR COMPRESSÃO
DE VAPOR. ......................................................................................................61

3.1. Resultados da avaliação dos peritos sobre o protótipo de um sistema de


refrigeração e sua possível efectividade na compreensão dos conteúdos com
a sua utilização. .............................................................................................61

CONCLUSÃO ...................................................................................................63

SUGESTÕES. ...................................................................................................64

BIBLIOGRÁFIAS ..............................................................................................65

ANEXOS

ix
Lista das Figuras

Figura 1.1– O ciclo frigorífico de Carnot, E o seu diagrama T vs S...................21

Figura 1.2: Esquema e diagrama T- s do ciclo ideal de compressão de vapor .24

Figura 1.3: Diagrama P-h do ciclo ideal de compressão de vapor ....................25

Figura 1.4: Esquema e diagrama T-S do ciclo real de refrigeração ..................26

Figura 1.5 – Diferenças entre o ciclo teórico e o real de refrigeração. ..............27

Figura 1.6 - Processo de transferência de calor no evaporador, diagrama P vs,


..........................................................................................................................28

Figura 1.7 - Processo de compressão adiabático reversível no compressor ....29

Figura 1.8 - Processo de transferência de calor no condensador .....................30

Figura 1.9 - Processo no dispositivo de expansão ............................................31

Figura 1.5 Compressor alternativo ...................................................................36

Figura 1.6 – Compressor scroll .........................................................................36

Figura 1.7 – Trocador de placas .......................................................................39

Figura 2.1 O ciclo teórico de refrigeração do protótipo nos diagramas P-h (a) e
T-S (b) ...............................................................................................................50

Figura 2.2 Elaboração do desenho de acordo a projecção. ..............................52

Figura 2.3 Mostra se a base pintada de castanho com as rodas. .....................54

Figura 2.4. Vista superior do protótipo com os seus elementos anexado .........55

Figura 2.5 Parte interna da caixa térmica com o evaporador de forma aspiral e
com as setas indicando a solda do evaporador com o tubo capilar áte a sua
saída. ................................................................................................................56

Figura 2.6 Conexão na alta pressão(condensador ,manómetro de alta pressão


com a saida do motor) ......................................................................................56

Figura 2.7 Conexão do tubo capilar e auto vide na saida do filtro.....................57

Figura 2.8 Conexão na baixa pressão(evaporador ,manómetro de baixa


pressão com a entrada no motor) .....................................................................58

Figura 2.9. Protótipo finalizado com seus elementos enumerados. ..................59

x
Figura 2.10. Sistema electrico do protótipo .......................................................59

Lista de Tabelas

Tabela 2.1 Lista dos materiais utilizados na construção do protótipo ...............53

xi
Lista de anexos

Anexo 1-Propriedades do Refrigerante R134a Saturado (líquido e vapor)

Anexo 2-Propriedades do Refrigerante R134a, Vapor Sobreaquecido

Anexo 3 Questionário a estudantes

Anexo 4 Questionário a especialista

xii
LISTA DE SIGLAS E SIMBOLOS

Qo - Capacidade frigorífica

Mf - Fluxo de massa do refrigerante


h1 - Entalpia específica na sucção do compressor
h2 - Entalpia específica na entrada do condensador
h3 - Entalpia específica na entrada da válvula de expansão
h4 - Entalpia na entrada do evaporador
To -Temperatura do Evaporador
Tc -Temperatura do Condensador
Kg/s - Quilograma por segundo
S - Entropia
EF - Efeito frigorífico
Kj - Quilo joule
Pc - Potencia teórica do compressor
KW - Quilo watt
W - watt
Kj/S - Quilo joule por segundo
Qc - Capacidade de rejeição de calor pelo condensador
COP - Coeficiente de eficácia

xiii
INTRODUÇÃO

A refrigeração tem um grande valor para a sociedade, está presente por toda a
parte e é peça fundamental para qualidade de vida da humanidade. Seja nos
lares, nas indústrias, comércios, restaurantes ou escolas, por toda parte é
possível encontrar uma aplicação da refrigeração.

Nas últimas décadas é possível observar uma crescente demanda da


refrigeração, que justifica-se principalmente pelos avanços e transformações
sociais; crescimento econômico; e mudanças no estilo de vida adotado pela
população (NIENCHESKI, 2010).

Para acompanhar o ritmo das transformações e exigências do mercado, os


equipamentos e tecnologias de refrigeração passam por constantes mutações
e melhorias, para atender da melhor maneira essas necessidades.

As pesquisas científicas desenvolvidas nas universidades são fundamentais


para auxiliar essas constantes melhorias. Por meio desses estudos, teóricos e
práticos, é possível apontar falhas e identificar características que possibilitem
transformações fundamentais em equipamentos.

Segundo Salvador (1999, p. 14) “a refrigeração pode ser caracterizada como


qualquer processo que vise transferir continuamente a energia térmica de uma
região de baixa temperatura para uma de maior temperatura”.

Aulas práticas são de suma importância durante qualquer curso de Engenharia,


pois é nelas que o aluno tem a oportunidade de visualizar o funcionamento das
teorias vistas em sala e, se deparar com problemas que serão recorrentes em
sua vida profissional.É nesse cenário que desenvolveu-se, a presente
pesquisa. Com enfoque principal na área de refrigeração, permitindo a prática
dos conhecimentos de algumas disciplinas estudadas no curso de engenharia
mecânica. A presente pesquisa desenvolveu uma bancada didática para
experimentoos de refrigeração, afim de auxiliar os discentes a aplicar os
conhecimentos teóricos na prática.

O presente protótipo de sistema de Refrigeração, visa facilitar o aprendizado


dos alunos, apresentando um ciclo real de refrigeração, no qual muitos alunos,
futuramente, podem se deparar em suas vidas profissionais. Esse protótipo

14
possibilita a análise e o estudo do ciclo de refrigeração, assim os alunos podem
realizar experimentos, observar e aprender com seus resultados.

A complexiblidade das cadeirass de Refrigeração, Climatização e Ventilação,


surge a necessidade de aumentar os meios de ensino de modo a melhorar o
processo de aprendizagem entre o professor da área e os estudantes.

Deste modo surge o seguinte problema cientifico Como contribuir ao


desenvolvimento das disciplinas de Refrigeração,Ventilação e Climatização e
Equipe de Transfererencia.

Logo tem-se como objecto de estudo o sistema de refrigeração que por sua
vez apresenta como objectivo geral a projecção e construção de um protótipo
de sistema de refrigeração.

Que por sua vez terá como objectivos especificos:

1. Revisão Bibliográfica acerca do tema de refrigeração, suas características


e estrutura.
2. Projectar o protótipo de um ciclo de refrigeração por compressão de vapor.
3. Construir um protótipo de um ciclo de refrigeração por compressão de
vapor

No presente trabalho temos como campo de acção o sistema de refrigeração


por compressão de vapor.

Por tanto a ideia a defender é se for aplicada a construção deste prototipo


poderá elevar os índices de aprendizagem nas cadeiras de Refrigeração,
Ventilação e Climatização e Equipe de Transferência.

No presente trabalho se utiliza os métodos de investigação teóricos,


empíricos e o matemático.

Os métodos do nível teórico se utilizam para estudar o problema científico,


estabelecer os fundamentos teóricos da investigação, analisar qualitativamente
os resultados e modelar a elaboração dos meios, eles são:

Histórico - lógico,Aplica se para conhecer acerca dos ciclos de refrigeração,


seus elementos como tema de pesquisa. Estes métodos empregam se, para

15
fazer uma revisão bibliográfica do contesto histórico, aplicando um razoamento
lógico dos conteúdos do tema de investigação.

Análise – síntese, aplica se para valorar os conteúdos tratados, ou seja, a


revisão bibliográfica referida dos ciclos de refrigeração e os resultados desta
investigação. De facto, com a aplicação deste método se faz uma análise dos
conteúdos e se tiram conclusões dos resultados obtidos.

Método sistêmico – estrutural, para explicar o objeto e campo da pesquisa e


modelar a construção do protótipo de acordo a sua tipologia, função e
utilização.

No processo da investigação se empregam métodos de nível empírico para a


acumulação dos factos e a confirmação da problemática, através da
constatação dos dados obtidos por meio dos instrumentos aplicados. Para isso
se utilizaram:

Observação, a partir das aulas de Refrigeração, Ventilação e Climatização e


de Equipes de Transferência de calor para obter informação primária sobre a
presença de meios de ensino e a sua utilização.

Critério de especialistas, como parte da triangulação, para corroborar os


resultados obtidos com outros métodos a respeito da viabilidade do Meio para
as disciplinas supre citado.

Experimentação, permite comprovar a hipótese.

Método estatístico- matemático:

Análise percentual para o processamento da informação obtida através dos


métodos empíricos selecionados, a determinação de medidas da estatística
descritiva e a confecção de tabelas e gráficos.

Estructura do trabalho

O presente trabalho divide-se em introdução, três capítulos, conclusões,


sugestão, bibliografia e anexos. Na Introdução faz-se uma abordagem geral em
relação ao tema e aos seus objetivos. No capítulo um apresenta-se uma
revisão bibliográfica quanto a refrigeração, bem como sobre os diferentes ciclos
de refrigeração e os seus elementos. No capitulo dois apresenta-se a
construção do protótipo, enquanto que no capítulo três foi feita a analise de

16
viabilidade do meio por método de criterio de peritos, finalmente as conclusões
e sugestões para trabalhos futuros.

Importância do tema

Este tema vai permitir que o estudante possa observar na sala de aula os
elementos que formam um ciclo de refrigeração por compressão de vapor,
como também como eles estão interligados entre si, formando um sistema.

A pesquisa também contribui como um campo científico, sendo fonte de


informação para futuras pesquisas sobre o tema.

17
CAPITULO I MARCO TEÓRICO

Tendo em vista que, este trabalho visa á construção de um protótipo de um


sistema de refrigeração por compressão de vapor faz-se uma revisão
bibliográfica acerca da refrigeração, seus elementos e seus ciclos.

1.1 Breve histórico da refrigeração

A refrigeração já era utilizada pelo homem desde a época das antigas


civilizações. Há indícios de que a civilização chinesa, muitos séculos antes da
Era Cristã, usava o gelo natural, colhido nas superfícies dos rios e lagos
congelados, e conservava-os cuidadosamente em poços, cobertos com palha e
cavados na terra, com a finalidade de preservar as folhas de chá que
consumiam. No início do século XX, e com o surgimento da electricidade,
pequenas máquinas e motores passaram a ser movimentadas por essa forma
de energia. Com esta nova fonte de energia, os técnicos buscaram meios de
produzir o frio em pequena escala, na própria residência dos usuários. O
primeiro refrigerador doméstico surgiu em 1913, mas sua aceitação foi mínima,
tendo em vista que o mesmo era constituído de um sistema de operação
manual, exigindo atenção constante, muito esforço e apresentando baixo
rendimento.

1.2 Ciclos de refrigeração

Pode-se definir como ciclo de refrigeração o processo onde o refrigerante


circula por meio de um sistema, passando por transformações relacionadas ao
estado ou a condição (DOSSAT, 2004). Segundo o autor esse ciclo se dá da
seguinte forma: o refrigerante que parte de um estado ou condição inicial
percorre uma sequência determinada de processos e retorna a sua condição
inicial.

Existem diferentes tipos de ciclos de refrigeração, como por exemplo: o ciclo


por compressão, o ciclo por absorção e o ciclo de gás. O ciclo de refrigeração
mais difundido actualmente é o sistema por compressão de vapor, no qual o
efeito de refrigeração é alcançado por meio da retirada de calor do ambiente
mediante a evaporação de um líquido (refrigerante) em baixas temperatura e
pressão (MARQUES, 2010).

18
Existe 4 tipos de ciclos de refrigeração

Ciclo de compressão de vapor

Ciclo de absorção de vapor

Ciclo de gás

Ciclo stirling

Os últimos 3 ciclos de refrigeração serão abordados apenas de uma forma


resumida, pois o foco do trabalho baseia-se no ciclo de compressão de vapor.

Ciclo de absorção de vapor: este ciclo é semelhante ao ciclo de compressão,


excepto no que diz respeito ao método de subir a pressão do vapor
refrigerante, o compressor é substituído por um absorvedor que dissolve o
refrigerante num líquido adequado, uma bomba que faz subir a pressão do
líquido e por um gerador que com adição de calor afasta o vapor refrigerante
do líquido a alta pressão. Num refrigerador de absorção é usada uma
adequada combinação de refrigerante e de absorvente, uma das mais usadas
é de amónio como refrigerante a água como absorvente, este ciclo é pouco
usado devido ao seu baixo coeficiente de desempenho que é cerca de um
quinto do ciclo de compressão.

Ciclo de gás: Consiste num ciclo de refrigeração do que utiliza um gás que é
comprimido e expandido, mas que não muda de fase, o fluido mais usado é o
ar. Como não existe condensação e evaporação neste ciclo, os componentes
correspondentes ao condensador e ao evaporador num ciclo de compressão
de vapor são os permutadores de calor de gás quente para gás frio. Este ciclo
é menos eficiente que o ciclo de compressão de vapor uma vez que trabalha
com base num ciclo Brayton inverso em vez de sobre ciclo de Rankine inverso,
como tal o fluido não recebe nem rejeita calor a uma temperatura constante,
devido a sua menor eficiência e maior volume, os refrigeradores de ar não são
frequentemente aplicados em refrigeração terrestre.

Ciclo Stirling; é realizado mediante o inicio e a manutenção de condições


estáveis de uma oscilação cíclica do fluido utilizado, de modo que, numa região
definida do dispositivo que gera o ciclo, o fluido esteja em expansão e em
seguida, resfriado e em outra região esteja em compressão e em seguida

19
aquecido, a parte aquecida produz calor e a parte arrefecida extrai calor do
ambiente exterior, provocando assim o efeito frigorifico.

Este ciclo é pouco conhecido e pouco utilizado, tem característica importante


de não obrigar a qualquer alteração do estado do fluido do ciclo, ao contrario
de outros ciclos que são obrigados e limitados a operar sob gamas precisas de
temperatura e tais limites são estabelecidos pelo tipo de fluido utilizado, este
ciclo é igualmente eficiente a todas as temperaturas utiliza sempre o mesmo
fluido, não sendo este portanto particularmente vinculativo, desde que seja
gasoso com as temperaturas de operação, quando as temperaturas de
operação são muito baixas, podem ser utilizados como fluidos o hélio ou o
hidrogénio. O ciclo Stirling é assim o único adequado para temperaturas muito
baixas.

1.2.1 Ciclo de refrigeração de Carnot

Não se pode falar do ciclo de compressão sem antes falar do ciclo de carnot,
pois ele é o modelo de comparação para os outros ciclos.

Na termodinâmica, o ciclo de Carnot é representado por um processo cíclico


reversível que se divide em quatro etapas ou transformações, sendo que duas
são isotérmicas e duas são adiabáticas. O ciclo opera entre dois reservatórios
térmicos ideais, que não mudam suas características em função do processo,
estando um deles a alta temperatura e outro a baixa temperatura.

O ciclo de Carnot pode actuar como um motor térmico, utilizando o calor do


reservatório de alta temperatura e rejeitando o excedente num reservatório de
baixa temperatura. Se operado de forma inversa e reversível, o ciclo passa e
se comportar como um refrigerador, que desloca calor do reservatório de baixa
temperatura para o de alta temperatura, à custa de um trabalho.

A figura 1.1 representa o ciclo frigorífico de Carnot com suas quatro etapas.
Entre os pontos 1 e 2 ocorre a compressão adiabática e reversível, entre os
pontos 2 e 3 há a rejeição de calor a temperatura constante, entre os pontos 3
e 4 ocorre a expansão adiabática e reversível, e finalmente entre os pontos 4 e
1 há a remoção isotérmica de calor de um ambiente a baixa temperatura
(STOECKER e JABARDO, 2002).

20
O ciclo de Carnot é considerado ideal porque opera de forma reversível, e essa
reversibilidade permite obter a maior eficiência térmica sob os níveis
estabelecidos de temperatura. Na prática o ciclo real de refrigeração não opera
de forma reversível, pois as diferenças de temperatura nos trocadores de calor
não são infinitesimais e, além disso, o compressor e a válvula de expansão não
operam de forma isoentrópica, pois apresentam perdas como o atrito.

Embora seja apenas um processo ideal, compreender o ciclo frigorífico de


Carnot é algo importante sob o ponto de vista da engenharia, já que ele
estabelece o limite máximo de eficiência que o equipamento pode atingir
operando entre dois níveis de temperatura. Esselimite pode ser relacionado
com o valor de eficiência real de modo a visualizar o quanto um sistema está
ou não bem dimensionado.

Figura 1.1– O ciclo frigorífico de Carnot, E o seu diagrama T vs S

Fonte: adaptado de Stoecker e Jabardo 2002.

O sistema de compressão a vapor é o mais usado na prática. Neste sistema, o


vapor é comprimido, condensado, tendo posteriormente sua pressão diminuída
de modo que o fluido possa evaporar a baixa pressão.

Os ciclos podem ser definidos como ideal e real, onde o primeiro como o nome
já sugere é uma idealização dos processos de forma perfeita, um ciclo
completamente reversível. Já o ciclo real é a representação do que ocorre na
natureza, um sistema com irreversibilidades, que podem ser geradas por atrito,
por ineficiência, por perda de carga, entre outros.

21
Se um líquido for introduzido num vaso onde existe, inicialmente, um grau de
vácuo e cujas paredes são mantidas a temperatura constante, ele se evaporará
imediatamente. No processo, o calor latente de vaporização, ou seja, o calor
necessário para a mudança do estado líquido para o estado vapor é fornecido
pelas paredes do vaso. O efeito de resfriamento resultante é o ponto de partida
do ciclo de refrigeração, que será examinado neste capítulo.

À medida que o líquido se evapora, a pressão dentro do vaso aumenta até


atingir, eventualmente, a pressão de saturação para a temperatura
considerada. Depois disto nenhuma quantidade de líquido evaporará e,
naturalmente, o efeito de resfriamento cessará. Qualquer quantidade adicional
de líquido introduzido permanecerá no neste estado, isto é, como líquido no
fundo do vaso. Se for removida parte do vapor do recipiente conectando-o ao
lado de sucção de uma bomba, a pressão tenderá a cair, isto provocará uma
evaporação adicional do líquido.

Neste aspecto, o processo de resfriamento pode ser considerado contínuo. E,


para tal, necessita-se: de um fluido adequado, o refrigerante; um recipiente
onde a vaporização e o resfriamento sejam realizados, chamado de
evaporador; e um elemento para remoção do vapor, chamado de compressor.

O sistema apresentado até agora não é prático, pois envolve um consumo


contínuo de refrigerante. Para evitar este problema é necessário converter o
processo num ciclo. Para fazer o vapor retornar ao estado líquido, o mesmo
deve ser resfriado e condensado. Usualmente, utiliza-se a água ou o ar, como
meio de resfriamento, os quais se encontram a uma temperatura,
substancialmente, mais elevada do que a temperatura reinante no evaporador.
A pressão de vapor correspondente à temperatura de condensação deve,
portanto, ser bem mais elevada do que a pressão no evaporador. O aumento
desejado de pressão é promovido pelo compressor.

A liquefação do refrigerante é realizada num condensador que é,


essencialmente, um recipiente resfriado externamente pelo ar ou água. O gás
refrigerante quente (superaquecido) com alta pressão é conduzido do
compressor para o condensador, onde é condensado. Resta agora completar o
ciclo, o que pode ser feito pela inclusão de uma válvula ou outro dispositivo
regulador, que será usado para injecção de líquido no evaporador. Este é um

22
componente essencial de uma instalação de refrigeração e é chamado de
válvula de expansão.

1.2.2 Ciclo Ideal ou Teórico de Compressão de Vapor

Os ciclos de refrigeração por compressão ideal de vapor podem ser analisados


com recurso ao ciclo de Carnot, que consiste em dois processos isotérmicos
reversíveis e dois isentrópicos. O ciclo de compressão de vapor,
comparativamente ao ciclo de Carnot, considera que o fluido refrigerante está
completamente vaporizado antes da compressão e a turbina usada no ciclo de
Carnot é substituída por um tubo capilar ou válvula de expansão.

Atendendo à Figura 1.2, que apresenta um esquema correspondente a um


ciclo ideal de compressão de vapor, podem-se analisar os pontos fundamentais
do ciclo de compressão. No ponto 1, que representa a entrada do compressor,
o refrigerante no estado de vapor saturado vai sofrer um aumento de pressão e
de temperatura, num processo de compressão isentrópico. O refrigerante
atinge o condensador no estado de vapor sobreaquecido, no ponto 2,
libertando calor para as zonas envolventes.

O fluido deixa o condensador no estado de líquido saturado, devido á libertação


de calor para o meio envolvente que levou a uma diminuição da sua
temperatura. Após a saída do condensador (ponto 3), o liquido saturado é
obrigado a passar por uma válvula de expansão ou tubo capilar, sendo que
neste processo vai haver uma diminuição de temperatura do refrigerante
devido a uma queda brusca da pressão. O fluido, no ponto 4, encontra-se no
estado de mistura bifásica, a baixa temperatura. No evaporador o refrigerante
vai a absorver o calor do meio envolvente, ocorrendo uma mudança de fase do
fluido a uma temperatura constante. O refrigerante deixa o evaporador no
estado de vapor saturado ou vapor sobreaquecido, voltando ao compressor
para desta forma completar um ciclo de refrigeração completo (CENGEL et al.,
2006).

23
Figura 1.2: Esquema e diagrama T- s do ciclo ideal de compressão de
vapor

Fonte:CENGEL et al., 2006.

A Figura 1.2 mostra um esquema básico de um sistema de refrigeração por


compressão de vapor com seus principais componentes, e o seu respectivo
ciclo teórico construído sobre um diagrama de Mollier, no plano P-h.

Os processos termodinâmicos que constituem o ciclo teórico em seus


respectivos equipamentos são:

Processo 1-2. Ocorre no compressor, sendo um processo adiabático reversível


e, portanto, isentrópico. O refrigerante entra no compressor à pressão do
evaporador (Po) e com título igual a 1 (x =1). O refrigerante é então comprimido
até atingir a pressão de condensação (Pc) e, ao sair do compressor está
superaquecido à temperatura T2, que é maior que a temperatura de
condensaçãoTC.

Processo 2-3. Ocorre no condensador, sendo um processo de rejeição de


calor, do refrigerante para o meio de resfriamento, à pressão constante. Neste
processo o fluido frigorífico é resfriado da temperatura T2 até a temperatura de
condensação TC e, a seguir, condensado até se tornar líquido saturado na
temperatura T3, que é igual à temperaturaTC.

24
Processo 3-4. Ocorre no dispositivo de expansão, sendo uma expansão
irreversível a entalpia constante (processo isentálpico), desde a pressão PC e
líquido saturado (x=0), até a pressão de vaporização (P o). Observe que o
processo é irreversível e, portanto, a entropia do refrigerante na saída do
dispositivo de expansão (s4) será maior que a entropia do refrigerante na sua
entrada (s3).

Processo 4-1. Ocorre no evaporador, sendo um processo de transferência de


calor a pressão constante (Po), consequentemente a temperatura constante
(To), desde vapor húmido (estado 4), até atingir o estado de vapor saturado
seco (x=1). Observe que o calor transferido ao refrigerante no evaporador não
modifica a temperatura do refrigerante, mas somente muda sua qualidade
(título).

Outro tipo de diagrama frequentemente usado na análise destes sistemas é o


diagrama P-h, ou seja, um gráfico que representa a evolução da pressão e
entalpia. Esse gráfico, referente ao ciclo ideal de compressão de vapor,
encontra-se caracterizado na Figura 1.3.

Figura 1.3: Diagrama P-h do ciclo ideal de compressão de vapor

Fonte:CENGEL et al., 2006

Todos os componentes associados à refrigeração por compressão ideal de


vapor, são aparelhos de fluxo constante, logo o processo pode ser analisado
em estado estacionário. As variações de energia cinética e potencial do fluido
refrigerante são normalmente insignificantes em relação ao trabalho realizado e
ao calor transferido, sendo usualmente desprezáveis. Considerando condições

25
de estado estacionário, pode-se obter a expressão seguinte para o balanço
energético do ciclo de refrigeração, numa base mássica (CENGEL et al., 2006).

1.2.3 Ciclo Real de Compressão de Vapor

O ciclo real de refrigeração por compressão de vapor difere do ideal em vários


pontos, sobretudo devido às irreversibilidades que ocorrem nos diversos
componentes do circuito. Duas fontes de irreversibilidades comuns são o atrito
e as perdas energéticas sob a forma de calor que ocorrem ao longo do circuito.
O atrito é gerado pela resistência à circulação do fluido refrigerante provocada
pelas paredes dos tubos de ligação entre os diversos componentes, assim
como nos permutadores de calor do sistema. Ao longo do circuito também
ocorrem perdas ou ganhos de calor, devido aos vários gradientes térmicos
gerados ao longo dos diversos componentes dos equipamentos de
refrigeração.

Figura 1.4: Esquema e diagrama T-S do ciclo real de refrigeração

Fonte: CENGEL et al., 2006.

Outra diferença é o sub-refriamento do refrigerante na saída do condensador


(nem todos os sistemas são projetados com sub-refriamento), e o
superaquecimento na sucção do compressor, sendo este também um processo

26
importante que tem a finalidade de evitar a entrada de líquido no compressor.
Outro processo importante é o processo de compressão, que no ciclo real é
politrópico (s1=s2), e no processo teórico é isentrópico.

Devido ao superaquecimento e ao processo politrópico de compressão a


temperatura de descarga do compressor (T2) pode ser muito elevada,
tornando-se um problema para os óleos lubrificantes usados nos compressores
frigoríficos. A temperatura de descarga não deve ser superior a 130 oC, o que,
por vezes, exige o resfriamento forçado do cabeçote dos compressores,
principalmente quando são utilizados os refrigerantes R717 e R22, (com baixas
temperaturas de evaporação). Muitos outros problemas de ordem técnica,
dependendo do sistema e sua aplicação, podem introduzir diferenças
significativas além das citadas até aqui.

Figura 1.5 – Diferenças entre o ciclo teórico e o real de refrigeração.

Fonte: ASHRAE, 1996.

1.2.4 Balanço de energia para o ciclo de refrigeração por compressão de


vapor

O balanço de energia do ciclo de refrigeração é feito considerando-se o


sistema operando em regime permanente nas condições de projecto, ou seja, à
temperatura de condensação (Tc) e à temperatura de vaporização (T o). Os
sistemas reais e teóricos têm comportamentos idênticos, tendo o ciclo real

27
apenas um desempenho pior. A análise do ciclo teórico permitirá, de forma
simplificada, verificar quais parâmetros têm influência no desempenho do ciclo.

a) Capacidade frigorífica

A capacidade frigorífica (Qo) é a quantidade de calor,por unidade de tempo,


retirada do meio que se quer resfriar (produto), através do evaporador do
sistema frigorífico. Este processo está indicado na Figura 1.6. Considerando-se
que o sistema opera em regime permanente e desprezando-se as variações de
energia cinética e potencial, pela Primeira Lei da Termodinâmica, tem-se:

Figura 1.6 - Processo de transferência de calor no evaporador, diagrama P


vs,

Fonte: (Pirane, M. J - 2011)

Q0=Mf (h1-h4)

Normalmente conhece-se a capacidade frigorífica do sistema de refrigeração, a


qual deve ser igual à carga térmica, para operação em regime permanente. Se
forem estabelecidos o ciclo e o fluido frigorífico com o qual o sistema deve
trabalhar, pode-se determinar o fluxo mássico que circula através dos
equipamentos, pois as entalpias h1 e h4 são conhecidas e, consequentemente
o compressor fica determinado. A quantidade de calor por unidade de massa
de refrigerante retirada no evaporador é chamada de “efeito frigorífico” (EF).
Este é um dos parâmetros usados para definir o fluido frigorífico que será
utilizado em uma determinada instalação.

A quantidade de calor por unidade de massa de refrigerante retirada no


evaporador é chamada de “Efeito Frigorífico” (EF), e é um dos parâmetros

28
usados para definir o fluido frigorífico que será utilizado em uma determinada
instalação.

EF=h1-h4

b) Potência teórica de compressão

Chama-se potência teórica de compressão a quantidade de energia, por


unidade de tempo, que deve ser fornecida ao refrigerante, no compressor, para
se obter a elevação de pressão necessária do ciclo teórico. Neste ciclo, o
processo de compressão é adiabático reversível (isentrópico), como indicado
na Figura 1.7. No sistema de refrigeração real, o compressor perde calor para o
meio ambiente. Entretanto, este calor é pequeno quando comparado à energia
necessária para realizar o processo de compressão. Aplicando-se a Primeira
Lei da Termodinâmica, em regime permanente, no volume de controle da figura
baixo e desprezando-se a variação de energia cinética e potencial, tem-se
equação.

Wc=Mf (h2-h1)

Figura 1.7 - Processo de compressão adiabático reversível no compressor


Fonte:Pirane, M. J - 2011

c) Calor rejeitado no condensador

Conforme mencionado, a função do condensador é transferir calor do fluido


frigorífico para o meio de resfriamento do condensador (água ou ar). Este fluxo

29
de calor pode ser determina por meio de um balanço de energia no volume de
controlo da Figura 1.8.

Assim, considerando o regime permanente, tem-se :

Qc=Mf (h2-h3)

A equação acima fornece a potência, em (kcal/s) teoricamente necessária para


que o fluxo de refrigerante (Mf) em (kg/h), que entra no compressor, passe do
estado 1 ao estado 2.

Figura 1.8 - Processo de transferência de calor no condensador

Fonte:Pirane, M. J - 2011

Assim, o condensador a ser especificado para o sistema de refrigeração deve


ser capaz de rejeitar a taxa de calor calculada pela equação antes descrita, a
qual depende da carga térmica do sistema e da potência de acionamento do
compressor.

d) Dispositivo de expansão

No dispositivo de expansão,que pode ser de vários tipos,o processo teórico é


adiabático, como mostra a 1.9. Neste caso, aplicando-se a Primeira Lei da
Termodinâmica, em regime permanente, desprezando-se as variações de
energia cinética e potencial, tem-se:

30
Figura 1.9 - Processo no dispositivo de expansão

Fonte:Pirane, M. J – 2011.

h3=h4

e) Coeficiente de performance do ciclo

O coeficiente de performance, COP, é um parâmetro importante na análise das


instalações frigoríficas.Embora o COP do ciclo real seja sempre menor que o
do ciclo teórico,para as mesmas condições de operação, pode-se, com o ciclo
teórico, verificar que parâmetros influenciam no desempenho do
sistema.Assim, o COP é definido por:

COP= energia útil / energia gasta = Q0/wc = (h1-h4)/(h2-h1)

COP é função somente das propriedades do refrigerante. Consequentemente,


depende das temperaturas de condensação e vaporização. Para o ciclo real,
entretanto, o desempenho dependerá muito das propriedades na sucção do
compressor, do próprio compressor e dos demais equipamentos do sistema,
como será visto adiante.

As equações consideram condições ideais de operação, como deslocamento


volumétrico de 100 % no compressor, e entalpia constante através da válvula
de expansão, a qual não apresenta transferências de calor, variação de energia
potencial ou cinética.

Sistemas reais operam de forma diferente em relação aos ciclos ideais sob
vários aspectos. Perdas de pressão ocorrem em todos os lugares do sistema,

31
exceto no processo de compressão. Transferências de calor ocorrem entre o
fluido refrigerante e o ambiente em todos os componentes. O processo de
compressão real se difere substancialmente em relação à compressão
isoentrópica (ASHRAE,1997).

Todos os desvios mencionados acima geram irreversibilidades no sistema, que


devem ser compensadas com um acréscimo de energia no trabalho de
compressão. Para o dimensionamento e até mesmo o entendimento do
funcionamento de algum sistema, é bastante importante compreender e
estimar as irreversibilidades, pois a redução delas tem ligação direta com o
coeficiente de eficácia(COP).

O coeficiente de eficácia é bastante utilizado em equipamentos de refrigeração


para informar os quão eficientes eles são. Pelas equações fica fácil observar
que quanto menor for a diferença entre a temperatura de evaporação e
condensação, maior será o coeficiente de eficácia, no entanto essas
temperaturas não podem ser determinadas arbitrariamente pelo projectista,
mas sim pelas condições de instalação e operação do equipamento.

1.3 PRINCIPAIS APLICAÇÕES DO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO

Tamanha sua importância e usualidade nos dias actuais, várias são as


possibilidades de aplicações da refrigeração. Com o passar dos anos e
transformações que ocorreram nos elementos relacionados a refrigeração, é
quase impossível imaginar o desenvolvimento e sobrevivência da humanidade
sem sua utilização.

Sabendo-se então das inúmeras possibilidades de aplicações da refrigeração,


é possível classifica-las em seis grupos, para permitir uma compreensão mais
didática dessas possibilidades. Foi o que fez Dossat (2004), formulando seis
categorias de aplicações, são elas: I refrigeração doméstica; II refrigeração
comercial; III refrigeração industrial; IV refrigeração marítima e de transporte; V
condicionamento de ar de conforto; e por fim, VI condicionamento industrial.

Tem como objetivos principais: controlar o teor de umidade de materiais


hidroscópicos; controlar taxas de reações químicas e bioquímicas; limitar as
variações de tamanho dos artigos de precisão manufaturados; e, garantir
pureza.

32
Refrigeração domestica:é a área da refrigeração que envolve principalmente
a fabricação de refrigeradores domesticos e congeladores caseiros.

Refrigeração Comercial: envolve acções como desenvolvimento de projectos,


instalações e manutenções de equipamentos utilizados pelo comercio.

Refrigeração Industrial: é um pouco aparecido com a refrigeração comercial,


este tipo se difere do anterior principalmente pelo porte dos equipamentos e
pela necessidade de um operador de serviços.

Refrigeração Marítima e de Transporte: esta relacionada a refrigeração a


bordo de embarcações marítimas. Enquanto a do transporte é aquela que trata
de equipamentos de refrigeração em caminhões.

Condicionamento de ar de Conforto: possui como foco o condicionamento


para o conforto humano.

Condicionamento Industrial: tem como focos principais (controlar o teor de


humidade de materiais microscópicos, controlar as taxas de reacções químicas
e bioquímicas e garantir pureza).

1.4 Estructura dos Sistemas de Refrigeração

No ciclo de refrigeração de compressão de vapor, como vimos, tem 4


elementos principais, tais como: Compressor, Válvula de expansão e 2
trocadores de calor (condensador e evaporador), porem na prática
encontramos mais outros elementos tais como: filtro desidrator, tubulação,
refrigerante.

1.4.1 Compressores

O compressor é um dos principais componentes do sistema de refrigeração,


sua função é aumentar a pressão do fluido refrigerante e promover a circulação
desse fluido no sistema. Os principais tipos de compressores utilizados são:
alternativo, centrífugo, de parafusos, palhetas e Scroll. A escolha do tipo de
compressor depende essencialmente da capacidade da instalação, que pode
ser dividida em pequena capacidade (< 2,5 TR), média capacidade (entre 2,5 e
75 TR) e grande capacidade (> 75 TR), da temperatura de vaporização e do
fluido frigorífico utilizado. O símbolo TR é a tonelada de refrigeração, um termo
comumente utilizado em refrigeração que corresponde a energia necessária

33
para liquefazer, aproximadamente, uma tonelada de gelo em 24 horas (1,0 TR
= 3,53 kW = 3024 kcal/h) (CARMEIS, 2002).

De acordo com as características do processo de compressão, os


compressores utilizados em refrigeração podem ser classificados como
máquinas de deslocamento positivo ou máquinas de fluxo. O compressor de
deslocamento positivo aumenta a pressão do vapor de fluido refrigerante pela
redução do volume interno de uma câmara de compressão através de uma
força mecânica aplicada. Os compressores alternativos, de parafusos, de
palhetas e Scroll são de deslocamento positivo. O único compressor
classificado como máquina de fluxo em sistemas de refrigeração é o centrífugo.
Nesse tipo de compressor, o aumento de pressão se deve, principalmente, a
conversão de pressão dinâmica em pressão estática.

Dependendo da concepção de construção, os compressores podem ser


classificados como herméticos, semi-herméticos e abertos. No compressor
hermético tanto o compressor, propriamente dito, quanto o motor de
acionamento são alojados no interior de uma carcaça, possuindo como acesso
de entrada e saída apenas as conexões elétricas do motor. Esse tipo de
compressor opera predominantemente com refrigerantes halogenados e o
vapor de fluido refrigerante entra em contacto com o enrolamento do motor,
resfriando-o. São geralmente utilizados em refrigeradores domésticos e
condicionadores de ar com potências da ordem de 30kW.

Os compressores semi-herméticos são semelhantes aos herméticos, porém,


permitem a remoção do cabeçote, tornando possível o acesso às válvulas e
aos pistões, facilitando os serviços de manutenção.

Nos compressores do tipo aberto, o eixo de acionamento do compressor


atravessa a carcaça permitindo o acionamento por um motor externo. Esse tipo
de compressor é adequado para operar com amônia, podendo também utilizar
refrigerantes halogenados.

O sistema elétrico tem a função de colocar o compressor em movimento,


mantendo-o funcionando em condições adequadas. Este sistema é constituído
de um motor elétrico, capacitor de partida, relé de partida e protetor térmico.

34
O relé de partida é um dispositivo eletromagnético que liga e desliga o
enrolamento auxiliar do motor, responsável por aumentar o torque inicial do
motocompressor cuja energia elétrica extra é fornecida pelo capacitor de
partida.

1.4.2 Compressores Alternativos

Os compressores alternativos são os mais utilizados em sistemas de


refrigeração, se encontram em estágio de desenvolvimento bastante avançado
e são amplamente utilizados em sistemas de pequena e média capacidade.
São fabricados com capacidades que variam desde uma fração de TR até
cerca de 200 TR (de 1 a 700kW).

Os compressores alternativos podem ser:

De simples ou duplo efeito;

De um ou mais cilindros;

Abertos, herméticos ou semi-herméticos;

Horizontais, verticais, em V, em W ou radiais.

A Figura 1.5 apresenta esquematicamente o princípio de funcionamento de um


compressor alternativo. Durante a expansão do êmbolo, gás refrigerante é
aspirado pela válvula de admissão, que pode estar localizada no próprio
êmbolo ou no cabeçote. Durante a compressão, o êmbolo comprime o
refrigerante, empurrando-o para fora através da válvula de descarga, localizada
normalmente no cabeçote do cilindro.

35
Figura 1.5 Compressor alternativo

Fonte: adaptado de Silva 2010.

1.4.3 Compressores scroll

Os compressores do tipo scroll possuem origem mais recente, no entanto estão


sendo amplamente utilizados em sistemas residenciais e comerciais de
refrigeração. Sua forma permite deslocar o fluido refrigerante entre uma espiral
fixa e outra móvel, dispensando assim o uso de válvulas na sucção e descarga.
A Figura 1.6 demonstra o princípio de funcionamento

Os compressores scroll apresentam vantagens tanto na redução de ruídos e


vibração, como em termos de desempenho energético. De acordo com Aprea,
Mastrullo e Renno (2005), os resultados de desempenho deste tipo de
compressor podem ser comparados com os de compressores de alta eficiência
do tipo semi-hermético recíproco. De fato, para altas taxas de compressão, os
resultados do tipo recíproco são melhores que o scroll, mas é possível
aumentar a eficiência deste, injetando refrigerante no estado de saturação
líquidovapor.

Figura 1.6 – Compressor scroll

Fonte: adaptado de Chen, Halm, Groll e Braun 2001.

Aprea, Mastrullo e Renno (2005) ainda comentam, que outra possibilidade para
aumentar a eficiência dos compressores scroll está ligada a sua tendência de
modulação de velocidade, variando assim a capacidade de refrigeração. Estes

36
equipamentos permitem ser operados com uma frequência de até 15 Hz, o que
não é viável para compressores semi- herméticos recíprocos, que abaixo de 30
Hz têm o ruído e vibração aumentados consideravelmente, além de problemas
na lubrificação devido ao sistema de esguicho.

1.4.4 Compressores centrífugos

Estes compressores podem ser utilizados em sistemas de grande capacidade


em lugar de compressores alternativos. As vantagens principais do compressor
centrífugo é que ele pesa menos, é mais compacto e vibra menos que o
alternativo de mesmacapacidade.

Inicialmente o vapor vindo do refrigerador atinge a entrada da primeira roda. As


palhetas montadas na roda, que giram rapidamente, imprimem velocidade ao
vapor, que é então dirigido ao centro da segunda roda através de passagens
aerodinamicamente projetadas que reduzem a velocidade do vapor e
convertem sua energia cinética em pressão (SILVA, 2010).

1.4.5 Compressores parafuso

Este tipo de compressor costuma ser utilizado em aplicações de grande porte,


devido sua alta capacidade de compressão. Seu principio construtivo está
baseado em dois rotores, sendo que um deles é macho e outro fêmea. Quando
engrenados, estes rotores se responsabilizam pelos processos de sucção,
compressão e descarga. Uma boa vantagem da utilização dos compressores
parafuso é o número reduzido de peças sujeitas ao desgaste.

1.5 Accionamento dos compressores

Todos os tipos de compressores vistos acima podem ser ainda classificados


quanto a forma de accionamento, que se divide em três grupos: herméticos,
semi-herméticos e abertos. Os compressores herméticos são aqueles em que
o motor e o compressor estão alojados na mesma carcaça e não tem acesso.

Nos semi-herméticos o compressor e motor também ficam na mesma carcaça,


porém separados e abertos ao acesso. Finalmente os compressores abertos
são aqueles que o eixo de accionamento do compressor atravessa a carcaça
do mesmo, e por isso um motor fica completamente separado, permitindo
assim diversas formas de accionamento.

37
1.6 TROCADORES DECALOR

Nos sistemas de refrigeração, os trocadores de calor são elementos


fundamentais, que têm por função principal absorver calor (evaporadores) e
rejeitar calor (condensadores). Existem diversos modelos que apresentam
vantagens e desvantagens de acordo com a aplicação.

1.6.1 Evaporadores

Os evaporadores são equipamentos responsáveis por retirar o calor do meio a


ser refrigerado, diretamente pelo fluido refrigerante (sistema de expansão
direta), ou indiretamente através da passagem pela serpentina de água gelada
(nos sistemas do tipo expansão indireta). Este último tem como vantagem
principal, a centralização da produção de frio em uma casa de máquinas, onde
está o chiller (resfriador), e a distribuição de água gelada através de tubulações
hidráulicas (SILVA,2010).

Quanto à forma construtiva, os evaporadores podem ser do tipo casco e tubos,


duplo tubo e placas para o resfriamento de líquidos, ou serpentinas aletadas
para o resfriamento de ar. Para utilização de amônia como fluido refrigerante,
os trocadores são construídos de aço, e para os fluidos convencionais
costumam ser feitos de cobre, latão ou alumínio. A Figura 1.7 ilustra um
evaporador do tipo placas.

De acordo com Huang, Sheer e Bailey-Mcewan (2012), algumas características


básicas dos trocadores de placa incluem elevada eficácia e compacidade,
flexibilidade de acordo com a carga térmica desejada e perda de pressão, e
custo competitivo. Os trocadores de placa geralmente apresentam eficiências
térmicas melhores que os trocadores do tipo casco e tubo. O aumento de
desempenho para transferência de calor se deve principalmente pela complexa
geometria, que provoca um alto grau de turbulência do fluido, melhorando
assim a trocatérmica.

38
,

Figura 1.7 – Trocador de placas

Fonte: adaptado de Silva 2010.

1.6.2 Condensadores

Os condensadores são responsáveis por liberar o calor absorvido pelo


evaporador somado ao calor absorvido no processo de compressão. Segundo
Silva (2010), o processo de resfriamento do fluido refrigerante no condensador
primeiro se dá através da troca de calor sensível, pela qual o fluido tem sua
temperatura reduzida até a temperatura de saturação para a pressão em que
se encontra. Nesse momento inicia-se a condensação propriamente dita do
fluido.

Os três tipos de condensadores aplicados em refrigeração são os resfriados a


ar, resfriados a água e evaporativo. Dos condensadores resfriados a água, dois
tipos disputam o mercado: o tradicional casco e tubo, e o de placas. No caso
do tipo casco e tubo, o refrigerante condensa no casco e a água circula pelos
tubos. No caso do tipo placas, o refrigerante se condensa escoando no sentido
descendente ao passo que a água circula no sentido ascendente. A água
aquecida pela condensação do refrigerante é circulada por bombas através de
uma torre de resfriamento, de onde retorna ao condensador (STOECKER e
JABARDO,2002).

1.7 DISPOSITIVOS DE EXPANSÃO

Os dispositivos de expansão têm a função de controlar a quantidade de líquido


através do evaporador e de evitar que os vapores provenientes da evaporação
sejam aspirados excessivamente quentes pelo compressor, ou que chegue
fluido refrigerante no estado líquido ao compressor (SILVA, 2010).

39
Os tipos mais utilizados de dispositivos são: tubo capilar, válvula de
expansão automática e válvula de expansão termostática. O tubo capilar é
considerado o dispositivo mais simples (VENTURINI; PIRANI, 2005), pois
opera com a perda de pressão devido ao atrito com as paredes internas do
tubo, que geralmente tem um diâmetro na ordem de 6 mm. Para determinar o
comprimento do tubo leva-se em consideração o tipo de fluido refrigerante
utilizado.

A válvula de expansão automática, opera de acordo com as variações de


pressão através de seu diafragma, que tem em um dos lados submetido a
pressão atmosférica, e o outro a pressão interna do evaporador. Caso o
compressor esteja desligado, uma mola exerce pressão sobre o tucho, fazendo
com que a passagem de refrigerante seja bloqueada. Ao ligar o compressor,
uma redução de pressão interna no evaporador é provocada, fazendo com que
o diafragma se movimente, regulando assim a passagem de fluido refrigerante.

A válvula de expansão termostática também opera com um diafragma


submetido a diferenças de pressões, mas neste caso, um dos lados do
diafragma fica conectado diretamente a pressão do evaporador, e o outro a
pressão exercida por um fluido de acionamento, que está contido dentro de um
bulbo, fixado na saída do evaporador. Esse fluido é composto por uma mistura
de líquido e vapor do refrigerante da instalação. As variações de temperatura
no bulbo alteram a pressão interna do fluido, e com isso atuam a válvula que
permite uma maior ou menor passagem de refrigerante. O ajuste da válvula é
relativamente simples, através de um parafuso que regula a pressão exercida
pela mola.

Tanto as aplicações de ar condicionado como de refrigeração, têm utilizado


largamente a válvula de expansão termostática. Embora seja um dispositivo
bastante comum, esta válvula revela algumas características que podem limitar
sua versatilidade e desempenho. Isso fica mais evidente em plantas que
apresentam uma carga térmica com bastante variação durante o ano. Uma
solução para resolver quase todos estes problemas, é a utilização da válvula
de expansão eletrônica, que controla o fluxo de refrigerante monitorando a
pressão e temperatura na saída do evaporador. Esses parâmetros são tratados

40
electronicamente em tempo real, actuando na abertura da válvula (LAZZARIN e
NORO,2008).

Para fins de cálculo em algum sistema de refrigeração, pode-se considerar que


a entalpia é constante através da válvula de expansão. As grandezas que
sofrem variação são a pressão e a temperatura, que tem seus valores
substancialmente reduzidos ao passar pela válvula.

1.8 TUBULAÇÕES

As tubulações têm a finalidade de transportar o refrigerante através dos


componentes que formam o equipamento de refrigeração. Esse transporte
ocorre sob condições variadas, dependendo do estado do refrigerante e do
equipamento a que ele serve. Os tubos são industrializados com um
determinado material de forma a obterem as especificações necessárias para o
uso. Os matérias usados na elaboração dos tubos são: Cobre (os mais
usados), tubos de aço, tubos de alumínio, tubos de ferro e tubos de aço
inoxidável.

1.9 REFRIGERANTES

São substâncias químicas que têm a função de absorver calor no ambiente a


ser refrigerado através de sua vaporização. Os fluidos podem se classificar em
hidrocarbonetos halogenados, misturas azeotrópicas, hidrocarbonetos,
componentes inorgânicos e misturas não azeotrópicas.

Segundo Silva (2010), os hidrocarbonatos alogenados possuem em sua


composição um ou mais halogênios como cloro, flúor e bromo. Os mais
comuns são: R12, R22, R13, R21, R114 e R134a. As misturas azeotrópicas se
caracterizam por não ter seus componentes separados por destilação se
comportando como substâncias simples. Os hidrocarbonetos se destacam pela
utilização na indústria petroquímica e como exemplo pode-se citar o R50, R170
e E290. Os compostos inorgânicos têm como principal exemplo a amônia,
amplamente utilizada naindústria.

Os Hidrofluorcarbonetos (HFCs) são refrigerantes sintéticos e compreendem


uma vasta gama de compostos individuais e misturas. O principal refrigerante
de composto simples é o R134a, enquanto as misturas são R404A
(R125/R143a/R134a), o R507 (R125/R143a), o R407C (R32/R125/R134a) e o

41
R410A (R32/R125). As misturas foram criadas para atender as mais diversas
aplicações.

Os Hidrocarbonetos se destacam pela utilização do R290 (Propano), o R600a


(Isobutano) e o R1270 (Propileno). Outros hidrocarbonetos, tais como as
misturas que contém etano, propano ou butano, também têm sido utilizados
como refrigerantes. Desde que os refrigerantes a base de Clorofluorcarbonos
(CFCs) começaram as ser substituídos, o R600a foi utilizado em aplicações
domésticas na Europa Ocidental. Mais tarde o R290 foi introduzido para
substituir o R134a, o R22 ou R404A em algumas aplicações.

O Dióxido de Carbono (CO2) ou R744 é quimicamente inerte e ambientalmente


benigno, mas mesmo assim impõe dificuldades no dimensionamento de algum
sistema, em função de suas várias propriedades exclusivas.

A Amônia (NH3) ou R717 é conhecida pela ampla utilização nas plantas


industriais, a qual permite explorar todas suas vantagens sem comprometer a
segurança das pessoas que trabalham na instalação, desde que devidamente
treinados. Suas propriedades termodinâmicas são favoráveis, de modo que sua
eficiência teórica é bastante elevada e ligeiramente superior a do R134a ou
Propano.

Embora as emissões de refrigerante tenham sido levadas bastante a sério


pelas indústrias, essas emissões não podem ser totalmente evitadas. Isso cria
a necessidade da utilização de novos refrigerantes, que tenham um impacto
limitado sobre o meio ambiente, caso venham a ter. Para compreender os
impactos do processo de substituição de um refrigerante, é necessário
considerar o projeto do sistema e os riscos de uso. Mesmo que algum
refrigerante seja viável em termos termodinâmicos, eles nem sempre podem
ser utilizados em sistemas já existentes (DANFOSS e METAPHOR,2011).

1.10 Isolantes Térmicos

Um isolante térmico é qualquer material que, interposto entre dois ambientes a


temperaturas diferentes, retarda de maneira apreciável a transferência de calor
do ambiente mais quente para o mais frio. Desconsiderando-se a transferência
de calor por radiação, o isolante perfeito é o vácuo. Entretanto, a utilização de

42
câmaras frigoríficas com isolamento a vácuo não é comum pelas dificuldades
técnicas e alto custo.

Os isolantes térmicos são materiais formados por uma infinidade de células


ocas, cheias de ar ou outro gás. As células devem ser pequenas de maneira a
impedir o movimento do gás nelas encerrado, e quanto maior o número de
células (poros) melhor será os materiais isolantes, implicando também numa
pequena densidade.

Os isolantes devem possuir também outras características:

Baixa densidade (para não sobrecarregar o peso do sistema);

Não possuir ou fixar cheiro;

Ser Imputrescíveis;

Baixa absorção de humidade (baixa permeabilidade);

Adequada resistência à difusão de vapor de água;

Não ser atacado por insectos ou roedores;

Resistência a deformações causadas por diferenças de temperatura;

Alta resistência mecânica a trepidações;

Não atacar nem ser atacado pelos produtos a serem conservados;

Baixo custo operacional

Não ser inflamável;

De fácil colocação

Nenhum material apresenta simultaneamente todas estas características. A


escolha do isolante deve se basear nas condições associadas a cada
aplicação. Os principais materiais isolantes na refrigeração:

Cortiça:

Foi o material mais utilizado na construção de refrigeradores, produzido a partir


da casca do sobreiro, árvore originária da regiãomediterrânea.

Espuma rígida de vidro (vidro celular expandido):

43
Obtida pela expansão a quente do vidro quimicamente puro a cerca de 15
vezes o seu volume.

Espuma Rígida de Poliuretano e Poliuretano Expandido

Obtida pela reacção química entre dois componentes líquidos: isocianato e


polihidroxilo, na presença de catalisadores. A estrutura celular é formada pelo
desprendimento de CO2 em uma reacção química secundária ou pela ebulição
de um líquido (agente de expansão) sob o efeito do calor de reacção.

Nas últimas décadas, o poliuretano atraiu a atenção no campo do isolamento


térmico a baixas temperaturas. As suas características principais são:
Condutividade térmica baixa devido à substituição do ar nas células por um gás
de peso molécula relevado; Possibilidade de ser expandido no local de
emprego; Suportam temperaturas superficiais elevadas; Resistem ao mofo e ao
ataque de diversos parasitas.

1.11 Componentes Auxiliares

1.11.1Pressostatos

Os pressostatos são interruptores eléctricos comandados pela pressão. O


ajuste da pressão se faz por meio de um parafuso. Em alguns modelos o
diferencial de pressão, diferença entre pressão de desarme e rearme, é
regulável. O rearme pode ser automático ou manual.

Os pressostatos podem ser classificados em:

Pressostatos de baixa pressão, que desligam, quando a pressão de sucção se


torna menor do que um determinado valor;

Pressostatos de alta pressão, que desligam, quando a pressão de descarga se


torna maior do que um determinado valor;

Pressostatos de alta e baixa, que reúnem os dois tipos anteriores num único
aparelho;

Pressostatos diferenciais, destinados ao controle da pressão do óleo de


lubrificação dos compressores, que desligam quando a diferença entre a

44
pressão da bomba e o cárter do compressor é insuficiente para uma
lubrificação adequada.

1.11.2 Termostatos

Indicam variações de temperatura e fecham ou abrem os contatos elétricos. Os


termostatos podem ser classificados de acordo com o elemento de medição de
temperatura como bimetálico, de bulbo sensor de temperatura e de resistência
eléctrica.

Bimetálico: converte variações de temperatura em deflexões de uma barra


metálica, fechando abrindo os contactos. O bimetal é preparado justapondo-se
dois tipos de metais diferentes, que apresentam diferentes coeficientes de
dilatação térmica. Assim o conjunto se deflete quando a temperatura varia.

Termostato com bulbo sensor de temperatura: o bulbo contém um gás ou um


líquido que quando a temperatura no bulbo aumenta, há também aumento de
pressão no fluido que é transmitido ao fole do termostato. O movimento do fole
proporciona o fechamento ou abertura dos conctatos através do mecanismo de
alavanca.

Termostato electrônico: composto por um termistor que é um resistor cuja


resistência varia (de forma não linear) com a temperatura. O termistor pode
estar em contato com o ar ou a água. A comutação dos contatos fica sendo em
função da temperatura. Um aumento de temperatura resultará na diminuição da
resistência.

1.11.3 Filtros Secadores

Os filtros são empregados para eliminar partículas estranhas nas tubulações de


sistemas refrigeração.

São constituídos por um invólucro metálico, no interior do qual se encontra uma


tela de malha fina feito de níquel ou bronze. Os filtros podem ser montados
tanto na linha de sucção como na linha de líquido. Quando colocados na linha
de sucção evitam que impurezas penetrem no compressor juntamente com o
vapor de refrigerante. O filtro na linha de líquido destina-se a evitar que
impurezas fluam para o evaporador juntamente com o refrigerante líquido.

45
Os filtros secadores são dispositivos destinados a eliminar a umidade que,
apesar dos cuidados tomados antes e durante a carga, sempre está presente
nas instalações de refrigeração, ocasionando diversos problemas. São
constituídos por um corpo com elementos filtrantes, cheio de material
altamente higroscópico (sílica gel). Os filtros secadores são colocados
normalmente nas linhas de líquido.

46
CAPÍTULO II METODOLOGÍA PARA A PROJECÇÃO E CONSTRUCÇÃO DO
PROTÓTIPO DE UM SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO POR COMPRESSÃO
DE VAPOR.

Nesse capítulo será feita uma abordagem sobre a situação actual concernente
aos meios de ensino na cadeira de frio e climatização tambem sera
apresentado os materiais e métodos utilizados para desenvolvimento do
trabalho para alcançar os objetivos propostos.

2.1 Diagnóstico sobre o estado de compreensão dos conteúdos


relacionados com o tema de Refrigeração por compressão de vapor na
cadeira de Refrigeração,ventilação e Climatização na especialidade de
Engenharia Mecânica.

Para se saber da situação de compressão dos conteúdos relacionado com o


tema de Refrigeração por compressão de vapor na cadeira de
Refrigeração, Ventilação e Climatização na especialidade de Engenharia
Mecânica, realizou-se uma pesquisa no Instituto Superior Politécnico do Soyo
na área da engenharia mecânica, na turma do 5ºano, com uma amostra de 30
alunos com a finalidade de se saber o estado dos meios de ensino na cadeira
de refrigeração e ventilação, as preguntas feitas se mostram no questionário
(anexo 3).

Na primeira questão do total da amostra o 20 % (6) considera alta a


compreensão dos conteúdos do tema Refrigeração por compressão de vapor,
26,7 % (8) meia e 53,3 % ( 16) considera baixa respectivamente.

Na questão 2 onde pregunta-se qual o elemento que é utilizado para resfriar o


fluido refrigerante fazendo com que sua temperatura baixe? Nesta obteve-se
que 12 alunos (40%) acertaram a resposta e 18 (60%) erraram.

Na questão 3, onde pregunta-se Quantos trocadores de calor tem num


refrigerador domestico? 14 alunos acertaram (46,7%) e 16 alunos erraram
(53,3%).

Pelo que se demostra a necessidade de elementos físicos para melhorar a


compreensão das matéria por apresentar muitos elementos.

47
2.2 Dimensionamento teórico do sistema

Como se trata de um protótipo didatico e não de uma aplicação real, foi


determinada uma condição inicial de operação, para então se estabelecer o
dimensionamento dos componentes. Como o motor Compressor obtido usa
apenas o fluido refrigerante R134a, então usaremos as suas tabelas de
propriedades (anexo 1 e 2). Outro ponto determinado foram as temperaturas de
condensação e evaporação, sendo definidas em -18,88 °C e 31,33 °C,
respectivamente.

O último dado a ser determinado antes de se iniciar o dimensionamento foi a


carga térmica do sistema. Em um caso real, uma série de cálculos e
considerações deveriam ser feitos para que essa carga fosse encontrada, mas
para a bancada, o valor considerado foi de até 1400 W. Para achar os
elementos que precisamos(Mf, Pc, Q3 e o COPTEORICO), primeiramente temos
que ter cada parâmetro de cada estado, de modo a ter todas as entalpias.

Dados

(R134)

T1 = -18,88ºC

T3 = 31,33ºC

Qo= 1400 W= 1,4 kJ/kg

Estado 1

Vapor Saturado

Dados 1

T1 = -18,88ºC

P1 = P4 = 0,14 MPa=1,4 bar

Com esta pressão e temperatura vai se a busca dos restantes elementos na


tabela das propriedades de saturação do refrigerante R134 (anexo 1), sabendo
que estamos na zona de vapor saturado.

h1 = 236,53 KJ/Kg ; S1 = 0,9315 KJ/Kg

Estado 2

48
Vapor Sobreaquecido

Sabendo que P2 = P3 = 0,8 MPa= 8 bar e que a S1 = S2= 0,9315 KJ/Kg

Com esta pressão e entropia vamos na tabela das propriedades do vapor


superaquecido do refrigerante R134 (anexo 2).

h2 = 273,66 KJ/Kg ; T2 = 40ºC ; S2= 0,9315 KJ/Kg ;

Estado 3

Líquido Saturado

Dados 3

P2 = P3 = 8 bar

Com esta pressão vai se a busca dos restantes elementos na tabela das
propriedades de saturação do refrigerante R134 (anexo 1), na zona de Líquido
saturado.

h3 = 93,42 KJ/Kg ; T3 = 31,33ºC ; S3= 0,3459 KJ/Kg ;

Estado 4

Zona da Mistura

P1 = P4 = 0,14 MPa=1,4 bar h3 = h4= 93,42 KJ/Kg e T4= T1 = -18,88ºC

Na figura 2.1 estão representado os ciclos de refrigeração para as condições


teórica do ciclo onde na figura 2.1a se representa um diagrama P vs H e na
figura 2.1b um diagrama T vs S.

49
(a)

(b)

Figura 2.1 O ciclo teórico de refrigeração do protótipo nos diagramas P-h


(a) e T-S (b)

Fonte : o autor

50
De acordo com a potência térmica estabelecida de 1400 W dissipada através
do evaporador, determina-se considerando as condições já estabelecidas de
trabalho. Sendo assim, pela seguinte equação tem-se o fluxo de massa de
refrigerante.

Qo= 1400 W= 1,4 kJ/kg

Qo = Mf (h1-h4) →

Mf = Qo/( h1-h4) → Mf = 1,4/(236,53-93,42)

Mf = 0.00978 kg/s

Com o fluxo de massa encontrado, pode-se determinar a potência de


compressão, conforme a equação.

Pc= Mf (h2-h1)

Pc= 0.00978 (273,66-236,53) → Pc= 0,36 kW = 360 W

O condensador do sistema deve rejeitar o calor absorvido pelo evaporador


somado ao calor absorvido pelo fluído no processo de compressão, de acordo
com a equação.

Q3= Mf (h2-h3)

Q3= 0.00978 (273,66-93,42) = 1,736 kW =1736W

O COP teórico do sistema pode ser determinado pela equação seguinte


considerando-se para tal a capacidade frigorífica e a potência de compressão
acima determinados. Observa-se um favorecimento do COP em função da
temperatura de evaporação, que é relativamente próxima a de compressão.

COPTEORICO=Q0/PC

COPTEORICO= 1400 /360 =3,89

2.3. Procedimento de construção do Protótipo de um Sistema de


Refrigeração.

Para a construção do protótipo se parte da projecção dos elementos a partir do


ciclo de refrigeração descrito onde primeiro se faz um desenho como referencia
a futura construção de maneira que descreve os seguintes passos:

51
• Elaboração do desenho de acordo a projecção,
• Selecção e Busca dos Materiais,
• Análise de custos,
• Construção do protótipo,
• Teste de Vazamento ou Teste de pressão,

2.3.1 Elaboração do desenho de acordo a projecção.

A construção do protótipo projetou-se a partir do aplicativo solidworks, como se


mostra na figura 2.2.

Figura 2.2 Elaboração do desenho de acordo a projecção.

Fonte (proprio autor)

2.3.2 Selecção e Busca dos Materiais

A selecção dos materias baseou-se nos seguintes criterios:

➢ Baixo custo
➢ Fácil Acesso
➢ Manuseio Fácil

A base é de madeira que encontrei mesmo em casa, foram usados também


rodas sem freio sobre a bancada de modo a facilitar o transporte da estrutura.
Neste prototipo de refrigeração de pequeno porte, o evaporador é de cobre

52
pelo facto de corresponder aqueles criterios e apresenta também boas
características de transferência térmica.

O compressor seleccionado é o hermético e a sua ligação é Áspera. A válvula


de expansão selecionada foi o tubo capilar, a marca do filtro é o Filter Drier 15
G.

A instrumentação da bancada é composta por 1 sensor de temperatura e 2


manómetros (1 de baixa pressão e 1 de alta pressão). Essas duas grandezas
permitem alguma análise termodinâmica do processo.

2.3.3 Análise de custos

Depois de determinar os componentes de mercado para a construção do


protótipo, passou-se a fase das compras. Como podemos observar na tabela
2.1, a compra dos materiais para a construção do protótipo foi de
aproximadamente 97.100 kz.

Tabela 2.1 Lista dos materiais utilizados na construção do protótipo


Importe
N elementos UM Quantidade Preço(kz)
(kz)
1 Motor compressor 1(1/8 HP) u 1 30.000 30000
2 Tubo de cobre m 3 1.066,7 3600
3 Tubo Capilar de 0.036mm m 2 1500 3000
4 Filtro desidratador u 1 500 500
5 Condensador u 1 4000 4000
6 Vareta(cobre) u 2 500 1000
7 Rodas u 4 1000 4000
8 Caixa térmica u 1 4000 4000
9 R 134 kg 0.5 2900 2900
10 Gás butano kg 1 1000 1000
Manómetro de alta e baixa
11 u 1 25000
pressão (R134) 25000
12 Fita isoladora u 1 300 300
13 Relé Térmico u 1 2000 2000
14 Pregos e anilhas u 5 400 2000
15 Plug com a caixa de conexão u 1 1500 1500
16 Termostato u 1 5000 5000
17 Fita Teflon u 1 300 300
18 Porca u 2 500 1000
Total 97100
Fonte:o autor

53
Notamos que os custos relativos a instrumentação são expressivos perante o
custo total da bancada, chegando a aproximadamente 33,1%.

2.3.4 Construção do protótipo

Após a aquisição de todos os itens listados iniciou-se o processo de


construção, que começou na melhoria da madeira que servira de base, foi
limada e pintada de castanho e foi acrescentada com 4 rodas. (figura 2.3)

Figura 2.3 Mostra se a base pintada de castanho com as rodas.

Fonte:o autor.

Em seguida foi anexada a caixa térmica, o motor compressor, termostato e a


caixa de conexão por meio de uniões por rebites, que permitiu que eles
ficassem fixo na base, o condensador foi fixado através de um pedaço de
madeira que adicionei na base para ela ter estabilidade por causa da sua
altura, em seguida ajustei o tubo cobre (evaporador) dentro da caixa térmica de
forma espiral e foi necessário fazer um furo numa das laterias da caixa de
modo a permitir a saída do evaporador.

54
Figura 2.4. Vista superior do protótipo com os seus elementos anexado

Fonte:o autor.

Depois de todos esses elementos estarem fixos na base, passou se para a


soldagem de alguns materiais sabendo que para a solda foi necessário
aquecer os tubos com auxilio de um maçarico a gás Butano e usando como
elemento aditivo a vareta de cobre, método este escolhido para garantir a
segurança do protótipo e por se ligar mais facilmente com outros metais; o
evaporador(tubo cobre) na sua extremidade foi soldada com a válvula de
expansão (Tubo capilar), como podemos ver na figura 2.5.

55
Figura 2.5 Parte interna da caixa térmica com o evaporador de forma
aspiral e com as setas indicando a solda do evaporador com o tubo
capilar áte a sua saída.

Fonte:o autor

Na saída do motor compressor (alta pressão) foi soldada uma bracilete


adaptada que permitiu ter duas saída uma que foi conectada com a entrada do
condensador (soldagem) e a parte de cima que foi áte ao manómetro de alta
pressão e esta união fez se usando Teflon e porcas como a figura 2.6.

Figura 2.6 Conexão na alta pressão(condensador, manómetro de alta


pressão com a saida do motor)

Fonte:proprío autor.

56
Antes de ligar a saida do condensador com os restantes elementos foi
necessario fazer a limpeza, normalmente nesta zona para a sua limpeza usa-
se geralmente gás 11, Azoto e a pressão da bomba do motor (foi seleccionado
a pressão da bomba do motor pois nao envolve custos adicionais), depois de
se fazer a limpeza na zona de alta pressão, soldou-se a saida do condensador
com o filtro desidrator e na saida do filtro uniu-se com a entrada do tubo capilar
com um pedaço de tubo capilar chamado auto vide (este elemento é
responsavel por retirar a húmidade no sistema na falta da bomba vacuo).
conforme a figura 2.7.

Figura 2.7 Conexão do tubo capilar e auto vide na saida do filtro

Fonte: o autor

Depois conectou-se a baixa pressão, usamos igualmente outra bracilete que


soldou-se na saída do tubo cobre (evaporador) com a entrada do motor
compressor (baixa pressão) e a parte superior da bracilete foi conectada com o
manómetro de baixa pressão por porcas e fita teflon, em seguida se fez a
limpeza da umidade (auto vide) figura 2.8.

57
Figura 2.8 Conexão na baixa pressão(evaporador ,manómetro de baixa
pressão com a entrada no motor)

Fonte:o autor.

Na figura 2.9 se mostra as partes que compõem o protótipo onde se da nome


a cada componente de acordo com a enumeração definida

1-Caixa térmica, 2-Evaporador, 3-Motor Compressor, 4- Manómetro de baixa pressão, 5-


Manómetro de alta pressão, 6-Filtro desidrator, 7-Tubo capilar, 8- Condensador, 9-Termostato,
10- Caixa de Conexão
Figura 2.9: Protótipo finalizado com seus elementos enumerados

Fonte:o autor

58
2.3.5 Circuito Eléctrico do Protótipo

Neste circuito mostra como está ligado a parte eléctrica do protótipo, Após
conectar o aparelho á fonte de alimentação, a corrente flui através do grupo de
contactos do termostato, do relé termico, da bobina indutiva do relé de partida e
do enrolamento principal do motor eléctrico. Quando o relé de partida é
activado, o enrolamento de indutancia é conectada ao circuito, o relé se abre e
o motor eléctrico opera no modo normal, depois de resfriar a camara (caixa
térmica) até a temperatura exigida no refrigerador o termostato dispara e
interrompe o circuito da fonte de alimentação do motor eléctrico, logo ele
permite ligar e desligar o compressor, mantendo a temperatura interna do
refrigerador dentro de uma faixa constante, mas esta mesma corrente antes de
chegar no motor eléctrico passa pelo protetor termico, que protege o motor
contra temperaturas excessivas nas bobinas.

Figura 2.10. Sistema electrico do protótipo.

Fonte:o Autor.

2.3.6 Teste de Vazamento ou Teste de pressão

O presente prótotipo na sua construção para a ligação dos diferentes


elementos do sistema foi possivel por soldagem e por flange(porcas flange) e
que ambos os procedimentos acarretam riscos de vazamento (fuga) , por isso
para avaliar a segurança do protótipo em relação a possíveis vazamentos, o
mesmo foi submetido a um teste de pressão. Este teste é efectuado no sistema
frigorífico com o objetivo de se obter um sistema totalmente estanque. Nestes
sistemas esse teste tem por finalidade, evitar prejuízos decorrentes da perda
total do refrigerante e mau funcionamento, ou falhas devido à diminuição do

59
fluxo de refrigerante. Inicialmente o sistema foi carregado a 50 Psi do gás
R134, o sistema foi mantido pressurizado durante 3 horas e depois deste
tempo notou-se que não houve diminuição da pressão que demonstra que o
aparelho não tem vazamentos e poderia se carregar todo o gás restante no
sistema.

60
CAPITULO3 AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DA UTILIZAÇÃO DO
PROTÓTIPO DE UM SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO POR COMPRESSÃO
DE VAPOR.

Neste capítulo se apresenta a avaliação da proposta efectuada, por intermédio


do método de critério de peritos simplificado. Explana-se como decorreu o
desenvolvimento da avaliação

3.1. Resultados da avaliação dos peritos sobre o protótipo de um sistema


de refrigeração e sua possível efectividade na compreensão dos
conteúdos com a sua utilização.

Tendo a conformidade de comprovar e compulsar os resultados da


investigação, é essencial avaliar a elaboração a utilização e adequação do
meio de ensino, que é um protótipo de um sistema de refrigeração por
compressão de vapor que se estudam na disciplina Refrigeração, Climatização
e Ventilação na carreira de engenharia mecânica. Neste caso aplica-se o
método de critério de perito, para o qual exige-se efeitos de buscas e consultas
de autores predominantes como:

Oñate e outros (1987), Moráguez (2006), Cruz (2006) e outros. Segundo Oñate
e outros (1987), o método consiste, na utilização sistemática do julgamento
intuitivo de um grupo de peritos para obter um consenso de opiniões
informadas,

Segundo Linston e Turoff (2002), pode ser descrito como um método de


estruturação de um processo de comunicação de grupo que é eficaz para
permitir um grupo de indivíduos, como um todo, lide com um problema
complexo. Somerville (2008) define como um processo iterativo, normalmente
de mais de 1 rodadas de perguntas, cada uma com base nos resultados da
consulta prévia e cujo objetivo é a exploração aberta sobre um tema até atingir
ao consenso com repetidas contribuições de todo o grupo.

Segundo Dalkney e Helmer (1962), referiram-se a ele como um dispositivo a


fim de obter o consenso mais confiável de opinião de um grupo de
especialistas, por meio da aplicação de uma série de questionários
aprofundados que são intercaladas com feedback dos resultados.

61
Segundo Varela-Ruiz et al. (2012), o que se busca é obter o grau de consenso
ou acordo entre especialistas sobre o problema proposto, em vez de deixar a
decisão para um único profissional. Landeta (1999) enfatiza sua finalidade
preditiva, com base na mesma condição “… obter uma opinião de grupo
confiável de um grupo de especialistas”(p. 39) e esses peritos que cumprem
determinadas características, tais como: experiência docente na formação de
engenheiros mecânicos, experiência inquiridora, nível de criatividade,
capacidade de análise, interesse coletivista, nível crítico e autocrítico e
disposição a participar da pesquisa.

Os autores preeminentes que se consultam coincidem de forma geral, em que


a elaboração e utilização de meios de ensino, de um protótipo de um sistema
de refrigeração por compressão de vapor que se estudam na disciplina
Refrigeração, Climatização e Ventilação mecânica por engrenagem são muito
adequados e bastante adequados.

Para aplicarmos o método de critério de perito simplificado em um processo


interactivo e de aperfeiçoamento contínuo, desenha-se um questionário
(Anexo 4) com o objectivo de consultar aos 5 peritos seleccionados sobre o
grau de adequação da maquete para o desenvolvimento do tema, lhes é
solicitado que avaliem com as categorias.

Onde 80 % (4) consideram como muito adequado e só 1 que representa o 20%


considera o protótipo bastante adequado. Como sugestão fundamental foi feita
a melhoria da presentação do protótipo em função da qualidade do
acabamento e identificação do elemento.

62
CONCLUSÃO

1. A presente pesquisa construiu um protótipo de experimentação de


refrigeração, que representa um instrumento de aplicação de
conhecimentos práticos, de fácil manuseio e observação dos seus
componentes e favorecendo a observação de pressões nas diferentes fases
do processo.
2. A selecção dos diferentes elementos do protótipo baseou-se no baixo custo,
fácil acesso e manuseio fácil. O custo total da bancada está
aproximadamente em 90.700 kz e constatamos que a instrumentação está
em 33,3% do custo do protótipo.
3. O presente trabalho demostra o funcionamento de um protótipo didático de
um sistema de compressão de vapor, com intuito de ser um facilitador para
estudos futuros no Instituto Superior politécnico do Soyo, já que estará
localizado no laboratório da mesma, disponível para todos os docentes.
4. Ápos a construção deste protótipo fez-se a avaliação da viabilidade da
utilização do presente protótipo para meios didaticos por meio do método
do criterio de peritos e o resultado foi de 80% bastante adequado e 20%
muito adequado..

63
SUGESTÕES.

Para os docentes porem em prática a aplicação do protótipo para que com isto,
possa-se garantir melhor compreensão do conteúdo do tema.

Faz-se um apelo aos estudantes da carreira de engenharia mecânica a


fazerem um aperfeiçoamento do protótipo acoplando termopares e visor de
líquido que não se poderam inserir neste presente trabalho.

Adaptar ao protótipo painéis solares para a sua alimentação para adicionar


outros elementos de estudo.

O mesmo protótipo ainda pode ser usado para diversas cadeiras como
Medição Industrial e Equipe Transferência de calor.

64
BIBLIOGRÁFIAS

1. SILVA, Jesué Graciliano da.. Introdução à tecnologia da refrigeração


e da climatização. 2.ed. São Paulo: Artliber Editora, 2010. 263 p.
2. STOECKER, Wilbert F.; JABARDO, José M. Saiz. Refrigeração
industrial. 2.ed. São Paulo: E. Blücher, 2002. xii, 371 p. ISBN 9788521203056.
3. ÉVERTON TOIGO, DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE UMA
BANCADA DIDÁTICA DE REFRIGERAÇÃO POR COMPRESSÃO DE
VAPOR ,CAXIAS DO SUL JULHO 2013.
4. JOÃO PAULO DA SILVA, ANÁLISE DO DESEMPENHO DE
REFRIGERADORES , JUIZ DE FORA 2016.
5. Ivan Schneider Lopes,Gabriel Magalhães e Juvenal Almeida,
IMPLEMENTAÇÃO DE AULAS PRÁTICAS NA DISCIPLINA DE
INSTALAÇÕES TERMOMECÂNICAS 1,Brasília, 26 de Junho de 2015
6. CASTRO, J. de. Refrigeração comercial e climatização industrial.
São Paulo: Leopardo Editora, 2010. (Coleção hemus mecânica).
7. STOECKER, W. F.; JONES, J. W. Refrigeration and air conditioning.
2nd. ed. New York: McGraw-Hill, 1982.
8. WYLEN, Gordon Van. Fundamentos da termodinâmica clássica. 4.
ed. São Paulo, Ed. Edgard Blucher Ltda, 1995.
9. Celso Ricardo Guimarães Celso Ricardo Guimarães,
DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO PARA UMA
MÁQUINA FABRICADORA DE GELO, São Paulo – Dezembro de 2012.
10. Çengel, Y. e Ghajar, A. (2012), Transferência de calor e Massa. Porto
Alegre 4º edição.
11. COSTA, C. ÊNNIO (1982). Refrigeração. São Paulo: Editora Edgard
Blucher 3ª edição.
12. MARTINELLI C. LUIZ. Refrigeração e ar Condicionado 2005.
Monografia – Unijui, Ijui, 2005. Disponível
em:/<http://wiki.sj.ifsc.edu.br/wiki/images/b/b4/RAC_III.pdf> Acesso em: 02 de
ago. de 2014.
13. Diego Jankiel Luft, ESTUDO DE UMA BANCADA DIDÁTICA DE
REFRIGERAÇÃO ,Horizontina 2014.

65
14. COSTA, Fernando Nascimento. Análise comparativa da válvula de
expansão eletrônica e do tubo capilar em sistemas de refrigeração . 2014.
99 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica)- Universidade Estadual
de Campinas, Campinas, 2014.
15. DOSSAT, Roy J. Princípios de refrigeração: teoria, prática,
exemplos, problemas,soluções . São Paulo: Hemus, 2004. 883 p.
16. FERRAZ, F.; GOMES, M. O histórico da refrigeração. Curso de
eletromecânica. Santo Amaro. 2009. Apostila de refrigeração
17. LOESCH, Alexandro Vammes; SANTOS, Andrei dos; GARCIA, Marciano
Emanuel. Bancada didática para testes de falhas de sistemas de
refrigeração . 2012. 72 f. Trabalho de diplomação (Curso superior de
tecnologia em manutenção industrial)- Universidade Tecnológica Federal do
Paraná, Medianeira, 2012.
18. LUIZETTO, Luciano E. F. Conforto térmico em ambientes de
escritório . 2014. 69 f. Monografia (MBA em Gerenciamento de Facilidades)-
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014.
19. MARQUES, João Carlos Borges. Análise de desempenho de um
refrigerador de pequeno porte com drop in de refrigerantes
hidrocarbonetos . 2010. 126 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Mecânica)- Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2010.
20. QUEIROZ, Márcio Henrique Bastos de. Bancada didática para sistema
de refrigeração por absorção . 2013. 33 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Curso Superior de Tecnologia em Eletromecânica)- Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, Medianeira, 2013
21. SALVADOR, Francisco. Projeto de um sistema de refrigeração
industrial com 'set-point' variável . 1999. 136 f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia)- Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.
22. EDOM JOBABE PEREIRA,DESENVOLVIMENTO DE UMA BANCADA
MODELO DE REFRIGERAÇÃO, CARAÚBAS 2018.
23. Sadrack Luzolo Munsoma, Construir uma transmissão
mecânica por engrenagem cilíndrica de dentes rectos de perfil evolvente,
para o desenvolvimento do tema na disciplina elementos de máquinas na
carreira de engenharia mecânica, Soyo 2020

66
ANEXOS

Anexo 1-Propriedades do Refrigerante R134a Saturado (líquido e vapor)


Anexo 2-Propriedades do Refrigerante R134a, Vapor Sobreaquecido
Anexo 3 Questionário a estudantes

Caro colega o questionário apresentado faz parte do trabalho de pesquisa de


fim de curso na área da engenharia mecânica, cujo o tema: construção de um
protótipo de refrigeração por compressão de vapor na carreira de engenharia
mecânica.

1-Marque com um "X" a opção de como considera a compreensão dos


conteúdos do tema Refrigeração por compressão de vapor na cadeira de
Refrigeraçao,ventilaçao e Climatizaçao.

Alta ____ Meia ____ Baixa ____

2- Assine com um circulo a linea certa. Qual o elemento que é utilizado


para resfriar o fluido refrigerante fazendo com que sua temperatura
baixe?

a) Condensador b) Evaporador c) Valvula de expansão d) Filtro


e)Compressor

3. Assine com um circulo a linea certa. Quantos trocadores de calor tem


num refrigerador doméstico?

a) 1 b) 3 c) Nenhuma dessas lineas


Anexo 4 Questionário a especialista

O presente questionário faz parte do trabalho de pesquisa de fim de curso na


área da engenharia mecânica tem como foco, saber o grau de adequação do
protótipo de refrigeração por compressão de vapor, por meio do critério de
peritos.

1-Sobre o grau de adequação do protótipo para o desenvolvimento do


tema. Lhes pede que avaliem com as categorias de:

Muito adequado (MA), _____

Bastante adequado (BA), _____

Adequado (A), _____

pouco adequado (P) _____

Inadequado (I),_____.

R:

2-Sobre as modificações que sugerem para que se obtenha um maior


grau de adequação na proposta do protótipo realizado?

R:

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