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PROCESSO Nº: 0802237-40.2017.4.05.

8200 - APELAÇÃO / REMESSA NECESSÁRIA


APELANTE: CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DA PARAIBA
APELADO: JOSEILMA DANTAS DE SOUSA PAIVA
ADVOGADO: Charlys Augusto Pinto De Alencar Freire
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Edilson Pereira Nobre Junior - 4ª Turma
JUIZ PROLATOR DA SENTENÇA (1° GRAU): Juiz(a) Federal Bruno Teixeira De Paiva

RELATÓRIO

O Exmº. Sr. Desembargador Federal EDILSON PEREIRA NOBRE JÚNIOR (Relator):

Cuida-se de remessa oficial e apelação interpostas em face de sentença que concedeu


a segurança para determinar ao impetrado que averbe em seus cadastros o título de
especialista da impetrante, caso o único impedimento seja a frequência desta à graduação e à
pós-graduação de forma concomitante.

Aduz a apelante, em síntese, que tem a atribuição de fiscalizar a regularidade técnica e


ética dos profissionais, sendo isso o necessário para o legítimo exercício da profissão.
Argumenta que a apelada não atende aos requisitos determinados em lei e na resolução do
Conselho Federal de Enfermagem para ter validado o seu título de especialista. Sustenta que o
Ministério da Educação considera ilegal a matrícula em pós-graduação antes do término de
curso de nível superior.

Sem contrarrazões.

É o relatório.

PROCESSO Nº: 0802237-40.2017.4.05.8200 - APELAÇÃO / REMESSA NECESSÁRIA


APELANTE: CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DA PARAIBA
APELADO: JOSEILMA DANTAS DE SOUSA PAIVA
ADVOGADO: Charlys Augusto Pinto De Alencar Freire
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Edilson Pereira Nobre Junior - 4ª Turma
JUIZ PROLATOR DA SENTENÇA (1° GRAU): Juiz(a) Federal Bruno Teixeira De Paiva

VOTO

O Exmº. Sr. Desembargador Federal EDILSON PEREIRA NOBRE JÚNIOR (Relator):

Na hipótese dos autos, a impetrante, ora apelada, embora tenha apresentado certificado
válido de conclusão do curso de pós - graduação , lato sensu (Enfermagem Obstetrícia),
teve o pedido de registro da sua titulação indeferido, por meio da Decisão COREN/PB nº.
43/2017, em razão de ter iniciado a especialização sem antes concluir a g raduação de
Enfermagem .

Conforme o disposto na Lei 9.394/96, em seus artigos 9º, inciso IX, e 80, § 2º, a União é
o ente responsável, através do Ministério da Educação, do Conselho Nacional de Educação -
CNE, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP e da
Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior – CONAES, por autorizar,
reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar os cursos das instituições de educação superior
e os estabelecimentos do seu sistema de ensino, bem como regulamentar os requisitos para o
registro de diplomas de cursos de especialização.

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No que concerne aos conselhos profissionais, suas atribuições dizem respeito à
“fiscalização e ao acompanhamento das atividades inerentes ao exercício da profissão, o que
certamente não engloba nenhum aspecto relacionado à formação acadêmica” (STJ, Primeira
Turma, REsp nº 1.453.336-RS, Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, DJe 04/09/2014).

Demais disso, a Lei de diretrizes e bases da educação nacional, em seu artigo 48,
dispõe que os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando registrados, terão
validade nacional como prova da formação recebida por seu titular.

Deste modo, ainda que a recorrida tenha cursado concomitantemente os cursos de


graduação e de pós - graduação , é certo que a instituição de ensino superior certificou a
sua titulação, com todas as formalidades legais, mostrando-se, pois, defeso ao conselho
profissional, por exorbitância de suas atribuições, indeferir o pedido de registro. Qualquer
irregularidade descoberta deve ser imediatamente comunicada ao Ministério da Educação, a
fim de que este tome as atitudes pertinentes.

Com essas considerações, NEGO PROVIMENTO à remessa necessária e à apelação.

É como voto.

PROCESSO Nº: 0802237-40.2017.4.05.8200 - APELAÇÃO / REMESSA NECESSÁRIA


APELANTE: CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DA PARAIBA
APELADO: JOSEILMA DANTAS DE SOUSA PAIVA
ADVOGADO: Charlys Augusto Pinto De Alencar Freire
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Edilson Pereira Nobre Junior - 4ª Turma
MAGISTRADO CONVOCADO: Desembargador(a) Federal Ivan Lira De Carvalho
JUIZ PROLATOR DA SENTENÇA (1° GRAU): Juiz(a) Federal Bruno Teixeira De Paiva

EMENTA

ADMINISTRATIVO. APELAÇÃO. MANDADO DE SEGURANÇA. ENSINO SUPERIOR.


REGISTRO DE TÍTULO DE ESPECIALISTA PERANTE CONSELHO PROFISSIONAL.
CONCOMITÂNCIA PARCIAL DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO.
REGULARIDADE DO DIPLOMA. COMPETÊNCIA DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO.
DESPROVIMENTO.

1. Conforme o disposto na Lei 9.394/96, em seus artigos 9º, inciso IX, e 80, § 2º, a União é o ente
responsável por autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar os cursos das instituições de
educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino, bem como regulamentar os requisitos
para o registro de diplomas de cursos de especialização.

2. No que concerne aos conselhos profissionais, suas atribuições dizem respeito à "fiscalização e ao
acompanhamento das atividades inerentes ao exercício da profissão, o que certamente não engloba
nenhum aspecto relacionado à formação acadêmica" (STJ, Primeira Turma, REsp nº 1.453.336-RS,
Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, DJe 04/09/2014).

3. Hipótese em que a impetrante, ora apelada, embora tenha apresentado certificado válido de conclusão
do curso de pós-graduação, lato sensu (Enfermagem Obstetrícia), teve o pedido de registro da sua
titulação indeferido, por meio da Decisão COREN/PB nº. 43/2017, em razão de ter iniciado a
especialização sem antes concluir a graduação de Enfermagem.

4. Ainda que a recorrida tenha cursado concomitantemente os cursos de graduação e de pós-graduação, é

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certo que a instituição de ensino superior certificou a sua titulação, com todas as formalidades legais,
mostrando-se, pois, defeso ao conselho profissional, por exorbitância de suas atribuições, indeferir o
pedido de registro. Qualquer irregularidade descoberta deve ser imediatamente comunicada ao Ministério
da Educação, a fim de que este tome as atitudes pertinentes.

5. Apelação e remessa oficial desprovidas.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos do processo tombado sob o número em epígrafe, em que
são partes as acima identificadas, acordam os Desembargadores Federais do Tribunal Regional Federal da
5ª Região, em sessão plenária realizada nesta data, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas
que integram o presente, por unanimidade, negar provimento à apelação e à remessa oficial, nos termos
do voto do Relator.

Recife (PE), 27 de fevereiro de 2018 (data do julgamento).

Processo: 0802237-40.2017.4.05.8200
Assinado eletronicamente por:
EDILSON PEREIRA NOBRE JUNIOR - Magistrado
18030117093208600000003148433
Data e hora da assinatura: 01/03/2018 17:15:38
Identificador: 4050000.10415167
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfpb.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 3/6
PROCESSO Nº: 0802237-40.2017.4.05.8200 - APELAÇÃO / REMESSA NECESSÁRIA
APELANTE: CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DA PARAIBA
APELADO: JOSEILMA DANTAS DE SOUSA PAIVA
ADVOGADO: Charlys Augusto Pinto De Alencar Freire
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Edilson Pereira Nobre Junior - 4ª Turma
JUIZ PROLATOR DA SENTENÇA (1° GRAU): Juiz(a) Federal Bruno Teixeira De Paiva

RELATÓRIO

O Exmº. Sr. Desembargador Federal EDILSON PEREIRA NOBRE JÚNIOR (Relator):

Cuida-se de remessa oficial e apelação interpostas em face de sentença que concedeu


a segurança para determinar ao impetrado que averbe em seus cadastros o título de
especialista da impetrante, caso o único impedimento seja a frequência desta à graduação e à
pós-graduação de forma concomitante.

Aduz a apelante, em síntese, que tem a atribuição de fiscalizar a regularidade técnica e


ética dos profissionais, sendo isso o necessário para o legítimo exercício da profissão.
Argumenta que a apelada não atende aos requisitos determinados em lei e na resolução do
Conselho Federal de Enfermagem para ter validado o seu título de especialista. Sustenta que o
Ministério da Educação considera ilegal a matrícula em pós-graduação antes do término de
curso de nível superior.

Sem contrarrazões.

É o relatório.

PROCESSO Nº: 0802237-40.2017.4.05.8200 - APELAÇÃO / REMESSA NECESSÁRIA


APELANTE: CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DA PARAIBA
APELADO: JOSEILMA DANTAS DE SOUSA PAIVA
ADVOGADO: Charlys Augusto Pinto De Alencar Freire
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Edilson Pereira Nobre Junior - 4ª Turma
JUIZ PROLATOR DA SENTENÇA (1° GRAU): Juiz(a) Federal Bruno Teixeira De Paiva

VOTO

O Exmº. Sr. Desembargador Federal EDILSON PEREIRA NOBRE JÚNIOR (Relator):

Na hipótese dos autos, a impetrante, ora apelada, embora tenha apresentado certificado
válido de conclusão do curso de pós - graduação , lato sensu (Enfermagem Obstetrícia),
teve o pedido de registro da sua titulação indeferido, por meio da Decisão COREN/PB nº.
43/2017, em razão de ter iniciado a especialização sem antes concluir a g raduação de
Enfermagem .

Conforme o disposto na Lei 9.394/96, em seus artigos 9º, inciso IX, e 80, § 2º, a União é
o ente responsável, através do Ministério da Educação, do Conselho Nacional de Educação -
CNE, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP e da
Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior – CONAES, por autorizar,
reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar os cursos das instituições de educação superior
e os estabelecimentos do seu sistema de ensino, bem como regulamentar os requisitos para o
registro de diplomas de cursos de especialização.

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No que concerne aos conselhos profissionais, suas atribuições dizem respeito à
“fiscalização e ao acompanhamento das atividades inerentes ao exercício da profissão, o que
certamente não engloba nenhum aspecto relacionado à formação acadêmica” (STJ, Primeira
Turma, REsp nº 1.453.336-RS, Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, DJe 04/09/2014).

Demais disso, a Lei de diretrizes e bases da educação nacional, em seu artigo 48,
dispõe que os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando registrados, terão
validade nacional como prova da formação recebida por seu titular.

Deste modo, ainda que a recorrida tenha cursado concomitantemente os cursos de


graduação e de pós - graduação , é certo que a instituição de ensino superior certificou a
sua titulação, com todas as formalidades legais, mostrando-se, pois, defeso ao conselho
profissional, por exorbitância de suas atribuições, indeferir o pedido de registro. Qualquer
irregularidade descoberta deve ser imediatamente comunicada ao Ministério da Educação, a
fim de que este tome as atitudes pertinentes.

Com essas considerações, NEGO PROVIMENTO à remessa necessária e à apelação.

É como voto.

PROCESSO Nº: 0802237-40.2017.4.05.8200 - APELAÇÃO / REMESSA NECESSÁRIA


APELANTE: CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DA PARAIBA
APELADO: JOSEILMA DANTAS DE SOUSA PAIVA
ADVOGADO: Charlys Augusto Pinto De Alencar Freire
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Edilson Pereira Nobre Junior - 4ª Turma
MAGISTRADO CONVOCADO: Desembargador(a) Federal Ivan Lira De Carvalho
JUIZ PROLATOR DA SENTENÇA (1° GRAU): Juiz(a) Federal Bruno Teixeira De Paiva

EMENTA

ADMINISTRATIVO. APELAÇÃO. MANDADO DE SEGURANÇA. ENSINO SUPERIOR.


REGISTRO DE TÍTULO DE ESPECIALISTA PERANTE CONSELHO PROFISSIONAL.
CONCOMITÂNCIA PARCIAL DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO.
REGULARIDADE DO DIPLOMA. COMPETÊNCIA DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO.
DESPROVIMENTO.

1. Conforme o disposto na Lei 9.394/96, em seus artigos 9º, inciso IX, e 80, § 2º, a União é o ente
responsável por autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar os cursos das instituições de
educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino, bem como regulamentar os requisitos
para o registro de diplomas de cursos de especialização.

2. No que concerne aos conselhos profissionais, suas atribuições dizem respeito à "fiscalização e ao
acompanhamento das atividades inerentes ao exercício da profissão, o que certamente não engloba
nenhum aspecto relacionado à formação acadêmica" (STJ, Primeira Turma, REsp nº 1.453.336-RS,
Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, DJe 04/09/2014).

3. Hipótese em que a impetrante, ora apelada, embora tenha apresentado certificado válido de conclusão
do curso de pós-graduação, lato sensu (Enfermagem Obstetrícia), teve o pedido de registro da sua
titulação indeferido, por meio da Decisão COREN/PB nº. 43/2017, em razão de ter iniciado a
especialização sem antes concluir a graduação de Enfermagem.

4. Ainda que a recorrida tenha cursado concomitantemente os cursos de graduação e de pós-graduação, é

2/6
certo que a instituição de ensino superior certificou a sua titulação, com todas as formalidades legais,
mostrando-se, pois, defeso ao conselho profissional, por exorbitância de suas atribuições, indeferir o
pedido de registro. Qualquer irregularidade descoberta deve ser imediatamente comunicada ao Ministério
da Educação, a fim de que este tome as atitudes pertinentes.

5. Apelação e remessa oficial desprovidas.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos do processo tombado sob o número em epígrafe, em que
são partes as acima identificadas, acordam os Desembargadores Federais do Tribunal Regional Federal da
5ª Região, em sessão plenária realizada nesta data, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas
que integram o presente, por unanimidade, negar provimento à apelação e à remessa oficial, nos termos
do voto do Relator.

Recife (PE), 27 de fevereiro de 2018 (data do julgamento).

Processo: 0802237-40.2017.4.05.8200
Assinado eletronicamente por:
EDILSON PEREIRA NOBRE JUNIOR - Magistrado
18030117093171500000003148434
Data e hora da assinatura: 01/03/2018 17:15:38
Identificador: 4050000.10415166
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfpb.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 3/6

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