1. INTRODUÇÃO
A infância é considerada uma das melhores fases da vida, senão a melhor, pois nela
podemos imaginar, brincar, aprender, descobrir e fazer atividades sem medo de errar.
Quando trabalhamos com crianças pequenas, precisamos aprender a lidar com as diferentes
linguagens que elas possuem, como o choro, a birra, as expressões, gestos, movimentos,
desenhos, escrita, música, arte e, também, no brincar. Para François (2006), partimos da
compreensão de que a linguagem não se restringe apenas ao uso da fala pela criança, mas a
todas às formas de comunicação e expressão que carregam sentidos, ou que se constituem de
signos, como a linguagem do corpo, das imagens, dentre outras.
Durante as brincadeiras os pequenos entram em contato com objetos diferentes,
aprendem a conviver em grupos, a compartilhar, a respeitar regras, incentivando a motricidade
e, principalmente, a imaginação, onde eles podem avançar e voltar no tempo, ser o que e quem
desejar, durante o tempo que optar.
Sendo assim, o professor em suas práticas pedagógicas deve explorar todas essas formas
de comunicação que notoriamente precisam ser observadas diariamente no contexto de ações
individuais e conjuntas.
Agora vamos entender um pouco mais sobre essa linguagem com tantas possibilidades e
o que é o brincar.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Coisa gostosa é brincar! Brinquedos dão alegria: bonecas, pipas, piões, bolas, petecas,
balanços, escorregadores... Os brinquedos podem ser feitos com os mais diferentes
materiais: madeira, plástico, metal, pano, papel. Mas há brinquedos que são feitos com
algo que a gente não pode nem tocar e nem pegar: brinquedos que são feitos com
palavras.
Temos uma fonte muito rica de aprendizagem para as crianças que é o brincar. Podemos
afirmar que o brincar abre múltiplas janelas de interpretações, compreensão e ação sobre a
realidade para a criança. Através dele, a criança consegue reproduzir situações reais, modificar
coisas e objetos, inventar e realizar ações e interações com a ajuda dos gestos, expressões e
palavras.
Quando a criança está brincando, ela não está apenas expressando e se comunicando suas
experiências, mas se reelaborando, se reconhecendo como sujeito pertencente a um grupo social
e a um contexto cultural, onde representa as relações sociais e os significados culturais ali
presentes.
Desta forma a brincadeira é um fenômeno cultural, pois se configura junto a um conjunto
de práticas e conhecimentos produzidos, construído e acumulado ao longo do tempo; exemplo
disso, e que ainda podemos observar crianças brincando de amarelinha, passa o anel, ciranda,
bolinha de gude e outras brincadeiras que seus avós brincavam, quando eram crianças.
Em uma entrevista para o site Educando Tudo Muda, a pedagoga e especialista em
Educação Infantil, Raquel Franzim (2019) disse que “O essencial na educação infantil é a
possibilidade da criança interagir com uma comunidade maior que suas próprias famílias.
Ampliar os horizontes sociais e culturais. Se sentir pertencente a uma comunidade, participando
ativamente dela...”, e continuou dizendo que “O brincar, na primeira infância, não é apenas uma
forma da criança aprender o mundo. É especialmente sua principal linguagem e meio de criação
e reinvenção da vida. Não há fase na vida com tamanha intensidade como essa.” Pois ao brincar
é desencadeado todo um processo de magia, cores e movimentos que auxiliam no
desenvolvimento integral do indivíduo.
As crianças necessitam de oportunidade para que possam explorar o mundo, investigar,
entender o momento de brincar, desenvolvendo suas capacidades motora, emocionais,
cognitivas, enfim, desenvolve-se integralmente. O brincar se revela imprescindível na ação
pedagógica, gerando o prazer de aprender apontado no Referencial Nacional para a Educação
Infantil (BRASIL, 1998).
Por meio das brincadeiras, os professores podem observar e constituir uma visão dos
processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em particular,
registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim como de suas capacidades
sociais e dos recursos afetivos e emocionai que dispõem (BRASIL, 1998, p.28).
3
Para a criança brincar é viver, e viver é muito sério. Essa é a forma que deveria ser
entendido por todos, pois é por meio da brincadeira que a criança desenvolve potencialidades e
experimenta novas habilidades, descobre e recria papéis sociais, conhecem seus limites,
formando conceitos pessoais e avança para novas etapas de domínio de si e do mundo que a
cerca. A criança se empenha durante as suas atividades do brincar da mesma maneira que se
esforça para engatinhar, a andar, a correr, a falar, a comer, ou seja, a viver intensamente os
momentos.
O Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (1998, v.2) apresenta concepções
acerca do brincar:
Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da
autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de
gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela
desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas
capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação.
Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da
utilização e experimentação de regras e papéis sociais. (BRASIL, 1998, v.2, p.23).
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Essa imagem foi escolhida, pois ela retrata as crianças brincando de forma descontraída e
lúdica com seus carrinhos artesanais, aguardando o comando do agente de trânsito para
prosseguir a brincadeira, vivenciando assim, a aprendizagem de forma significativa. Brincar e
aprender são dois processos interligados que proporcionam a criança bem-estar e
desenvolvimento das habilidades físicas, intelectuais e emocionais.
6
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ALVES, Rubem Azevedo. Estórias de quem gosta de ensinar. 6. ed. São Paulo: Cortez, 1993.
VYGOTSKY, L. S. A formação Social da Mente, 6º ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.