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EPISTEMOLOGIA

FEMINISTA

Profa. Élen Cristiane Schneider


EPISTEMOLOGIA E MÉTODO CS
• EPISTEMOLOGIA FEMINISTA
Construir ferramentas científicas de análise e
reflexão das relações sociais marcadas pelas
desigualdades de gênero e estruturadas pelo
patriarcado.
... Quando pensamos em CIÊNCIA, ou em
CIENTISTAS, quais os nomes que lembramos?
HABERMAS

Alfred Schutz

Roy Bhaskar – Realismo Crítico

História das Ciências


Gaston Bachelard Pós Positivismo e
Positivismo Lógico
KUHN - POPPER

LATOUR – realismo
Pragmático

David Bloor – Programa Ciência do Poder


Forte FOUCAULT / DELEUSE
Albert Eistein 1879 -1955
René Descartes 1596-1650
Isaac Newton 1643-1727
Galileu Galilei 1564 -1642
Platão (428 a.e.c)
Aristóteles (385 a.e.c)
Max Weber (1864-1920)
Emile Durkheim (1858-1917)
Karl Marx (1818-1883)

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778);


Thomas Hobbes (1588-1679);
John Locke (1632-1704)
Sigmund Freud (1856-1939)
Immanuel Kant (1724-1804)
Primeira Conferência de Solvay, em
1911 - Única Mulher Marie Curie
Einstein era o mais jovem entre eles, com apenas 32 anos
Segunda conferência - 1913 A estrutura da matéria
Terceira conferência - 1921 - Átomos e elétrons - pós guerra
...
Décima conferência - 1954 - Os elétrons nos metais
Pensamento Kantiano: O Belo e a Virtude.
“Assim, a menos que queira renunciar a quaisquer conceitos de direito, a primeira coisa
que tem a resolver é estabelecer o princípio segundo o qual é preciso abandonar o
estado de natureza, no qual cada um segue seu próprio critério, unir-se com todos os
outros (com os quais a interação é inevitável), submeter-se a uma coação legal
externa pública e, assim, ingressar numa condição na qual o que tem que ser
reconhecido como a ela pertinente é determinado pela lei e lhe é atribuído pelo poder
adequado (não lhe é próprio, mas sim um poder externo); em síntese: deve-se, acima
de tudo o mais, ingressar numa condição civil” (KANT, 2003: 154).

“A virtude da mulher é uma virtude bela. A do sexo masculino deve ser uma virtude
nobre.
Evitarão o mal não por injusto, mas por feio, e atos virtuosos são para elas os moralmente
belos. Nada de dever, nada de necessidade, nada de obrigação. À mulher é insuportável
toda a ordem, toda a construção mal-humorada. Fazem alguma coisa somente porque
lhes agrada, e a arte consiste em fazer que lhes agrade aquilo que é bom. Mas parece
difícil que o belo sexo seja capaz de princípios – espero não o ofender com isto, pois
também são extremamente raros no masculino. Por isso a Providência outorgou ao
seu coração sentimentos bondosos e benévolos, um fino sentimento para a
honestidade e uma alma complacente “(KANT, 2000: 50).
“Observações sobre o belo e o sublime” (1764)
TRANSIÇÃO DA

POLIS x OIKOS (300-400 a.e.c) .... Pensamento Aristotélico

PARA

Pensamento Cartesiano separou radicalmente:

CORPO E MENTE (PSIQUE)


RAZÃO E EMOÇÃO

PÚBLICO-PRIVADO,
Réne Descartes – França - 1596 POLÍTICO-DOMÉSTICO,
-1650 PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO
1647/48 “Descrição do Corpo
Humano”
1649 “As paixões da Alma”
• Debate Superficial: não há mulheres entre os homens,
[é preciso produzir políticas de equidade – mulheres no poder]

• Debate Científico:

Por quê os sujeitos mulheres estão ausentes?

Quais são as relações sociais-econômicas-culturais que atribuíram


alguns espaços aos homens e outros à mulheres?

REIVENTAR/CRIAR RELAÇÕES
Estruturas
Instituições
Políticas
• Michelle Perrot – historiadora Francesa:

Identifica a necessidade de uma forma de produção


acadêmica que problematizasse as relações entre
os sexos, mais do que produzisse análises a partir do foco
no Sujeito (MULHER OU HOMEM).

Por volta de 1960 - Nascem


os estudos de
patriarcado, gênero e relações sociais de
sexo.
[antes: estudos da mulher – estudos da condição feminina]

Simone de Beauvoir em O segundo Sexo (1949).


“Não se nasce mulher, torna-se mulher”
• Existiria uma maneira feminina de
fazer/escrever a história, radicalmente
diferente da masculina?

Categoria do gênero na ciência evidenciou a existência de


uma sexualização da experiência humana no discurso.
[onde?]

Quais são as questões e descobertas


cientificas que mais importam?
• Margareth Rago, socióloga brasileira (Epistemologia
Feminista, Gênero e História).

“Afinal, se considerarmos que a epistemologia define um


campo e uma forma de produção do conhecimento, o campo
conceitual a partir do qual operamos ao produzir o
conhecimento científico, a maneira pela qual estabelecemos a
relação sujeito objeto do conhecimento e a própria
representação de conhecimento como verdade com que
operamos, deveríamos prestar atenção ao movimento de
constituição de uma (ou seriam várias?) epistemologia
feminista, ou de um projeto feminista de ciência.”

• O feminismo não apenas tem produzido uma crítica


contundente ao modo dominante de produção do
conhecimento científico, como também propõe um modo
alternativo de operação e articulação nesta esfera.
Sandra Harding
• Não foram as experiências de mulheres que
fundamentaram as teorias modernas.
• Ao trazer essas experiências (inverter ou nublar os
indivíduos e relações sociais até então concebidas) –
Abala-se as estruturas centrais das teorias.

[Mas as teorias não eram para explicar a sociedade de


homens em geral, mas sim os HOMENS,
HETEROSSEXUAIS, BURGUESES E OCIEDENTAIS]
Sandra Harding
• O FEMINISMO APONTOU QUE A CIÊNCIA FOI “MAL
CONDUZIDA” – distorcida pela visão masculina de
mundo.
• O projeto de ciência das feministas mostra a RELAÇÃO
ENTRE DOIS MUNDOS (negada pela ciência moderna) –
ENTRURURA MENTAL/ABSTRATA versus ESTRUTURA
MANUAL/CONCRETA. RAZÃO E EMOÇÃO
• A objetividade, na verdade, é BRANCA, BURGUESA E
OCIDENTAL – portanto, os próprios métodos científicos
reproduzem as hierarquias.
... O que precisamos saber para
construir OUTRA ciência?

1. Patriarcado e Gênero

2. Condições de surgimento dos feminismos: o


sujeito-mulher (e as críticas ao sujeito mulher
universal)

3. Diferença e Diversidade: classe-etnia/raça-


sexualidade.
O que é o patriarcado?

• Patriarcado é uma palavra derivada do grego pater, e se


refere a um território ou jurisdição governado por um patriarca;
• É de onde deriva a palavra pátria.

• O patriarcado é um invenção social.

• É um sistema que combinou, desde o nascimento das


civilizações, instituições e crenças. Um sistema de
hierarquias e estruturas – de mais de SETE MILENIOS.

(Política, Economia, Cultura, símbolos, esquemas de percepção


e linguagem, sistema de valores – religião, casamento,
família, propriedade).
• A sociedade patriarcal é uma sociedade de tipo familial caracterizado
pela preponderância do pai (patriarca) sobre todos os demais
membros do grupo.
ANTES – DIREITO PATERNO
HOJE – DIRETOS PRIVADOS E PÚBLICOS – DIREITO A PROPRIEADE PRIVADA.

• Os hebreus foram os primeiros a usar o termo pai para denominar o


que até então era a Deusa Mãe ou Mãe Terra, a divindade da religião
entre os antigos que cultuava as mulheres.

“a homossexualidade”
O sistema econômico e o patriarcado
• O deslocamento da caça e coleta para a agricultura e mais tarde à pecuária
[domesticação de animais] pôs fim gradualmente a um sistema de considerável
igualdade entre homens e mulheres (cooperativo).

• Na caça e na coleta, ambos os sexos, trabalhando separados, contribuíam


com bens econômicos importantes.

[armazenamento de excedentes – permite a hierarquia e controle]

[período que na história “normal” se entende por Neolítico – último período “pré-
histórico” Mesolítico]

Período em que ainda havia o “culto à mulher”.


Há mais de 12 mil anos.
• Segundo Saffioti, antes da emergência de instituições da sociedade
dita civilizada, a unidade mãe-filho era absolutamente fundamental
para a perpetuação do grupo – status quo.
“A mãe, doadora de vida, detinha poder de vida e de morte sobre a prole
indefesa” (p.120).

Numa sociedade que domesticava animais para corte e tração, descobriu-


se também que a reprodução tinha grande valor econômico – Quanto
maior a quantidade de filhos, maior número de braços para cultivar
áreas extensas de terra – o que permitia a acumulação.

- A observação da reprodução animal minou os poderes femininos. – os


homens passaram a se considerar a fonte de vida.
Surge a Hierarquização – Divisão sexual do Trabalho

Interpretou-se a reprodução não mais como um poder feminino.

• O surgimento do patriarcalismo segundo Engels (Origem da família, da


propriedade privada e do estado, 1884) e as subsequentes modificações
na estrutura familiar nada deviam à crescente proeminência dos deuses
masculinos, mas sim à introdução do princípio da propriedade privada.

• Com o surgimento do costume do cercamento e da delimitação das terras,


adotadas pelos homens vitoriosos em combates e guerras, os machos
passaram, disse Engels, a exigir fidelidade sexual das mulheres porque
não aceitavam ter de legar os seus bens, obtidos com sangue e pela
exploração do próximo, a um descendente que não fosse seu filho
legítimo, gente do seu próprio sangue.

Monogamia como elemento cultural da dominação patriarcal.


• Foi então que o adultério feminino passou a ser considerado grave
infração, senão crime capital.
Surge a Propriedade (e com ela o)
– Trabalho Doméstico destinado à
mulheres

(Fator biológico como justificação


moral:
gestação – o corpo/propriedade
[do patriarca e das ideias])
• O biológico é, AINDA, recorrentemente utilizado
para justificar as desigualdades.

• No argumento das diferenças biológicas se


construíram as hierarquias de controle do
Patriarcado

público e privado; emoção e razão; frágil e forte


que irão refletir nas hierarquias de valores
orientadores da educação/socialização, do
mercado de trabalho e da política.
SOCIALIZAÇÃO DE GÊNERO.
• De Aristóteles (384 a.C – 322 a.C) a Freud (1856-1939) o sexo feminino é
visto como carência, um defeito, uma fraqueza da natureza. O homem
mal-acabado, a inveja do pênis.

(A homossexualidade, que já foi vista como poder na Grécia, somente


quando associada ao feminino depreciado é discriminada).

• A mulher é um ser em concavidade, marcado pela passividade, pela sua


anatomia e sua biologia. Sua água, sangue e leite não teriam o mesmo
poder criador do esperma, seriam apenas nutrizes.

• Somente se descobrirá o mecanismo da ovulação no


século XVII e é somente em meados do século XIX que se
reconhecerá a sua importância.
• O corpo feminino passa a ser considerado um feminino um desvio do
padrão masculino – um corpo mais delicado e frágil - .
“A institucionalização médica do parto no Brasil” - Elizabeth Eriko Ishida
Nagahama; Silvia Maria Santiago
• Após o século XVII e as descobertas das ciências naturais e
médicas sobre o corpo da mulher o elemento da
castidade e virgindade é ressaltada. Nesse período
“Deus muda de sexo”.
• As virgens das catedrais e das igrejas
transmitem uma imagem pacificadora.
• O Ritual da noite de núpcias como de “tomada de posse”.
[doméstico - domesticação] Vigilância do corpo e dos hábitos
– pureza, pudor, obediência moral e sexual, dever da
maternidade.
Domesticação: Saberes para a arte de “criar”; “gerar”.

• Religião
• Educação: professoras
• Escrita (diários) e leitura (romances)
• Arte: Enxoval de casa (bordado, pintura, costura).
• Música (piano).
• Etiqueta

(Recomendação de leitura:
Livro: Madame Bovary
Ou vários de Balzac (Fr) e Machado de Assis (Br).)
Século XIX

Século XXI
Agrava-se a contradição e hierarquia
entre:
Público-Privado e Razão-Emoção
Paternalismo
O princípio social orientador das práticas
coletivas é androcentrico.
Veja só como o
Patriarcado é um sistema
E sociedades sem
que juntou propriedade e
Propriedade Privada, como
valor moral.
Cuba?
Antagonismo indissolúvel.
As duas mudanças são
necessárias
Qual a principal reivindicação dos movimentos de mulheres neste cenário
mundial – já nos anos 1930?

IGUALDADE
Contexto para surgimento do
feminismo: O SUJEITO MULHER
O feminismo constituiu-se em vias de afirmação própria das mulheres:
FEMINISMOS

a) Em metodologias de luta;

b) Em conceitos e correntes teóricas c) Em forças políticas.

Não há “unidade”
Embora haja um acordo sobre “o inimigo principal” (C. Delphy)

(Sistema Patriarcal que organiza hierarquicamente homens,


mulheres, crianças, idosos, etc. Criando desigualdades-
privilégios...)
• Movimentos sufragistas já existiam por várias
partes do mundo.

• 1968 - Ano de efervescência política. “Mudar a


vida agora e já”. Período que vai até 1980, no
contexto dos países do norte.

• Movimentos feministas surgem mais à esquerda-


liberal e com apoio das mulheres de classes
populares.

Pautas: igualdade e direitos.


• Após 1980 os movimentos terão rupturas com a
inclusão das categorias de gênero, raça e classe. Pós-
feminismo, feminismo crítico ou materialista,
feminismo popular, movimentos de mulheres
populares, indígenas, negras, feminismo lésbico, etc.
Influência também das teorias sociais de:
Diferença, Múltiplas identidades e mais
atualmente de Multiculturalismo.

Pautas diversidade, pluralidade,


emancipação, libertação.
Três Momentos “do Feminismo”
•1ª Onda: Sufragista (liberal)
Luta contra a exclusão do mundo público
Busca da Cidadania
• 2ª Onda: Revolução dos costumes. Melhorias de
políticas públicas. Acesso a trabalho e direitos do
Trabalho. Elaboração das constituintes
• 3ª Onda: Diversidade, Violência. Crítica ao
feminismo branco e heterossexual. Movimentos
de Mulheres negras, lésbicas, trans, teorias das
masculinidades.
As lutas feministas incorporaram uma intersecção de –
raça, classe, sexo, origem

Para Guacira Lopes Louro, a construção de gênero é


histórica e se faz incessantemente. Também os
“marcadores” classe, raça/etnia, gênero e sexualidade
não podem ser tratados como variáveis independentes,
porque a opressão de cada uma está
inscrita no interior da outra, é constituída
e constituinte da outra.
Origens do conceito de gênero
• “Não se nasce mulher, torna-se”
• Sexo biológico X natureza
• Poder

• BEAUVOIR, Simone de. O Segundo Sexo. Vol.1 Fatos e Mitos.


• BEAUVOIR, Simone de. O Segundo Sexo. Vol. 2 A experiência
vivida.
• SAFFIOTI, Heleieth I. B. Primórdios do Conceito de Gênero.
Cadernos pagu (12) 1999: pp.157-163.
GÊNERO:
Aplicabilidades do conceito
• SCOTT, Joan. Gênero. Uma categoria útil para
a análise histórica. Disponível em:
http://www.dhnet.org.br/direitos/textos/gene
rodh/gen_categoria.html.

• transversal
• “A pesquisa histórica tem muita importância
para a nossa luta contemporânea. E nós [...],
precisamos resgatar essa luta
contemporânea por justiça. O grande desafio
[...] é fazer a ligação entre o público e o
privado, entre o pessoal e o político, de
maneira a estabelecer a relação entre a
violência doméstica e a pública.”
Angela Davis
Gênero e Classe: O Feminismo
Socialista
• PATRIARCADO COMO CONDIÇÃO PARA ACUMULAÇÃO ORIGINÁRIA DO CAPITAL
• DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO
• MULHERES NA SOCIEDADE DE CLASSES “A CLASSE OPERÁRIA TEM DOIS SEXOS”
• MORAL SEXUAL - INDIVIDUAL E CASTA
• AMOR CAMARADA

• ENGELS, Friedrich. A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado. Rio de Janeiro;


Civilização Brasileira, 1984
• FEDERICI, Silvia. Calibán y la Bruja: Mujeres, Cuerpo y Acumulación originaria. España:
Traficantes de Sueños, 2010
• FEDERICI, Silvia. Revolución en Punto Cero: Trabajo doméstico, reproducción y luchas
feministas. España: Traficantes de Sueños, 2013
• FONSECA, Cláudia. Ser mulher, mãe e pobre. História das Mulheres no Brasil.
• GOLDMAN, Wendy. Mulher, Estado e Revolução. Política: Política Familiar e Social Soviéticas
1917-1936.
• HIDRATA, Helena. Globalização e Divisão Sexual do Trabalho. In: Cadernos Pagu, n° 17-18, pp.
139-156, 2° sem, 2001
• KOLLONTAI, Alexandra. Autobiografia de uma mujer emancipada; La juventud y la moral
sexual; El comunismo y la familia; Plataforma de la oposición obrera. Barcelona: Fontamara,
1978.
• REICH, Wilhelm. A Revolução Sexual. 7ªed. Rio de Janeiro: Zahar, 1968.
• TRISTÁN, Flora. Peregrinaciones de una paria. Lima: Fondo Editorial, 2013.
Gênero e Raça: O Black feminismo
• MEMÓRIA VERSUS CONSCIÊNCIA
• Solidão da Mulher negra; mãe-preta; criada de servir; trabalhadora
doméstica.
• PATRIARCADO VERSUS DEMOCRACIA RACIAL (Mulata)
• FEMINISMO INTERSECCIONAL – OPRESSÕES CONJUNTAS

• CARNEIRO, Sueli. Mulheres e Movimento. In: Estudos Avançados 17 (49),


2003
• DAVIS, Angela. Mujeres, raza y clase. Madrid: Alcal, 2005.
• Tema: Feminismo Afrodiaspórico.
• GONZALES, Lelia. Racismo e Sexismo na Cultura Brasileira. In: Revista
Ciências Sociais Hoje, Anpocs, 1984, pp. 223-244
• LORDE, Audre. As Ferramentas do Senhor nao desmantelam a casa-
grande. Difusão Erética. S/a
• NASCIMENTO, Elisa Larkin. Sortilégio da Cor: Identidade, Raça e Genero no
Brasil. São Pulir> Summus, 2003
Enegrecendo o Feminismo...
“ Quando falamos do mito da fragilidade feminina, que justificou
historicamente a proteção paternalista dos homens sobre as
mulheres, de que mulheres estamos falando?
Nós, mulheres negras, fazemos parte de um contingente de
mulheres, provavelmente majoritário, que nunca reconheceram
em si mesmas esse mito, porque nunca fomos tratadas como
frágeis.
Fazemos parte de um contingente de mulheres que trabalharam
durante séculos como escravas nas lavouras ou nas ruas, como
vendedoras, quituteiras, prostitutas... Mulheres que não
entenderam nada quando as feministas disseram que as mulheres
deveriam ganhar as ruas e trabalhar!
Fazemos parte de um contingente de mulheres com identidade de
objeto. Ontem, a serviço de frágeis sinhazinhas e de senhores de
engenho tarados.”

(Sueli Carneiro. Enegrecer o feminismo).


Gênero, identidade e diversidade:
Feministas Lésbicas e Teoria Queer
• Feminismo Lésbico
• É POLÍTICO – de la cama a la calle
• a sexualidade é pública; aborto, concepção; libertação do aparelho reprodutor
• Opressão e propriedade do homem X opressão da sociedade

• QUEER
• ÚNICA OPRESSÃO QUE NÃO TEM LUGAR – POVOS NEM CLASSE.
• ARMÁRIO COMO INSTRUMENTO DE OPRESSÃO – REVELAR.
• REVOLUÇÃO ESTÉTICA E POLÍTICA
• HETEROSSEXUALIDADE VERSUS HOMOSSEXUALIDADE – VERTENTE FOUCAULTIANA (normais/anormais; direito de
viver e direito de morrer.

• BUTLER, Judith. O parentesco é sempre tido como heterossexual? Cadernos Pagu 21, 2003:219-260.
• BUTLER, Judith. Cuerpos que importan: Sobre los límites materiales y discursivos del sexo. Buenos Aires: Paidós,
2002.
• FALQUET, Jules. Breve reseña de algunas teorías lésbicas. Fem-e-libros. México, 2004.
• FOUCAULT, Michel. A história da Sexualidade.
• LOURO, Guacira Lopes. Um corpo estranho. Ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica,
2004.
• SEDGWICK. Eve Kosofsky. A Epistemologia do Armário.
Dominação, Emancipação e Justiça
• A dominação Masculina Habitus da dominação masculina – Poder simbólico – Ser percebido
• BOURDIEU, Pierre. La dominación masculina. Barcelona: Anagrama, 1998.

• Emancipação “novo sujeito” – “eu sou mulher”


• TOURAINE, Alain. O Mundo das Mulheres. Rio de Janeiro: Vozes, 2007.

• Justiça e Reconhecimento
Redistribuição de status e reconhecimento como pares iguais. PARIDADE
Feminismo como um contra-público

• FRASER, Nancy. Mapeando a imaginação feminista: da redistribuição ao reconhecimento e à representação.


Revista Estudos Feministas. Florianópolis maio-agosto 2007.
• FRASER Nancy. Políticas Feministas na era do reconhecimento: uma abordagem bidimensional da justiça de
gênero, in gênero in Gênero, Democracia e Sociedade Brasileira (orgs. Bruschini e Unbehaum). Editora 34, 2002,
p.59-78.
• FRASER, Nancy; HONNETH, Axel. Redistribuición o reconocimiento? Un debate político-filosófico. Madrid,
2006.

• PARTICIPAÇÃO E REPRESENTAÇÃO
Contrato sexual - Minorias – Esfera pública e democracia
• PHILLIPS, Anne. De uma política de idéias a uma política de presença?. Estudos Feministas, Ano 9. pp. 268-
209
• YONG, Iris. Representação Política, Identidade e Minorias. In: Revista Lua Nova, n° 67, pp. 139-190. São
Paulo, 2005
Feminismo Decolonial
• Mulheres latino-americanas

• CAROSIO, Alba. Feminismo y cambio social em América Latina y el Caribe.


Buenos Aires:CLACSO.
• GARGALLO, Francesca. Feminismos desde Abya Yala. Ideas y proposiciones
de las mujeres de 607 pueblos de nuestra América. Colombia: Desde abajo.
• ROVIRA, Guiomar. Mujeres de Maíz. México: Era, 1998.
• SAGATO, Rita Laura. Gênero e Colonialidade: em busca de chaves de leitura
e de um vocabulário estratégico descolonial. In: e-cadernos CES, 2015
• SPIVAK, Sayatri Chakravorty. Puede hablar el subalterno. In: Revista
Colombiana de Antropología. Vol. 30, pp. 297-364, jan-de, 2003
Feminismo Comunitário
• Entronque Patriarcal
• Despatriarcalização
• Comunidade
• Estado Proxeneta

• CABNAL, Lorena. Feministas Siempre. In: Feminismos diversos: El


feminismo comunitario. ACSUR- Las Segovias, 2010
• GALINDO, María. No se puede descolonizar sin despatriarcalizar: teoría y
propuesta de la despatriarcalización. Bolivia: Mujeres Creando, 2010
• PAREDES, Julieta C.; GUZMÁN, Adriana. Qué es el Feminismo Comunitario?
Comunidad Mujeres creando comunidad. Bolivia: El Tejido de la Reveldía,
2014
“No se puede descolonizar sin despatriarcalizar”
FSJ: ¿Cuáles son las diferencias fundamentales entre el feminismo comunitario y el
feminismo europeo y norteamericano?
JP: Que la patriz del Feminismo Europeo es el individualismo, la modernidad, la
propiedad privada, la democracia, los derechos civiles, el maniqueísmo y la concepción
lineal del tiempo, entre otras.
Nuestra matriz como feministas comunitarias es la comunidad, el vivir bien, el tiempo
considerado circular, el profundo amor por nuestros pueblos, la autonomía de nuestros
cuerpos, territorios y conocimientos. La libertad y la política como el compromiso con
las luchas de nuestros pueblos y remarco que las mujeres somos la mitad de cada
pueblo luchando contra el sistema Patriarcal, que es el sistema de todas las opresiones
construido sobre los cuerpos de las mujeres.

“Nuestro feminismo que retoma las luchas de nuestras abuelas en Bolivia pues el feminismo
comunitario nace en Bolivia desde las vertientes de nuestro feminismo de mujeres creando
comunidad y el proceso de cambio de nuestro pueblo.
Al recuperar nuestra memoria larga es un feminismo que tiene sentido para muchas mujeres en
distintos países.
Entrevista Julieta Paredes - Rebelión
“No pensamos frente a los hombres, sino mujeres
y hombres en relación a la comunidad”.

Resposta ao individualismo e ao feminismo liberal


“Corpo político” – Comunidade.
Julieta Paredes / Lorena Cabnal / Maria Galindo

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