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SORAIA APARECIDA DE OLIVEIRA AMARAL

“A Base Nacional Comum Curricular e as práticas pedagógicas”

Rio do Pires
2021
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SORAIA APARECIDA DE OLIVEIRA AMARAL

“A Base Nacional Comum Curricular e as práticas pedagógicas”

Trabalho apresentado à Universidade Pitágoras Unopar, como requisito parcial à


aprovação no 1º/2º semestre do curso de Pedagogia.

Rio do Pires
2021
SUMÁRIO
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INTRODUÇÃO .............................................................................................................
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DESENVOLVIMENTO .................................................................................................5
CONSIDERAÇÕES
FINAIS .......................................................................................10
REFERÊNCIAS .........................................................................................................11
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INTRODUÇÃO

A educação é a peça principal de desenvolvimento das nações e, por isso,


precisa ser encarada de forma séria e baseando-se numa ótica de sustentabilidade.
Não se pode tratar de esquemas simplistas ou situações desprovidas do interesse
realístico, mas deve se fundamentar na promoção do bem estar das pessoas e
oferecer, paulatinamente, as condições de evolução em variadas instâncias.
Nesse prisma, o referido trabalho de produção interdisciplinar parte de uma
análise das políticas públicas direcionadas ao ato educacional, especialmente no
que se refere à Base Nacional Curricular Comum, principal norteador da educação
brasileira em tempos atuais.
O estudo pormenorizado da mesma leva a considerar uma necessidade de
dinamização do processo de ensino e aprendizagem, com requintes a se alcançar
níveis de excelência no qual os sujeitos escolares possam constantemente
vislumbrar melhorias na sua condição pessoal, social e profissional.
Diante disso, essa produção acadêmica foca o desenrolar histórico
educacional, com sistemas de aprendizagem adaptados a cada contexto sócio
espacial, no qual as tendências pedagógicas em diversas realidades diferentes
acabam por margear a configuração da base supracitada.
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DESENVOLVIMENTO

A questão educacional é amplamente debatida em tempos


históricos, haja vista a mesma possibilitar evoluções em diversos sentidos e
amplitudes. Nesses termos, menciona-se o desejo humano em constantemente
renovar e/ou melhorar a captação de conhecimentos e, para isso, lançam-se em
desafios e perspectivas que modificam existencialmente as formas de vida.
A educação é, senão a maior, uma das maiores fontes de
desenvolvimento pessoal, psíquico e coletivo, pois engendra em seus postulados
uma imperiosa necessidade de trabalho social, de amadurecimento dos seres
humanos e recrudescimento de suas potencialidades e habilidades.
Considerando o exposto, destaca-se em termos nacionais as
diferentes políticas e atividades empreendidas que em suma trabalham sob a
perspectiva de desenvolvimento educacional. Todo esse trabalho culminou, nos dias
atuais, com a aprovação e sistematização da Base Nacional Curricular Comum, que
adaptando-se aos diferentes contextos e realidades sócio espaciais consubstancia a
emergência de um currículo diferenciado, capaz de atender as demandas locais.
Nessa perspectiva, é interessante parafrasear as seguintes
colocações:

É também da alçada dos entes federados responsáveis pela implementação


da BNCC o reconhecimento da experiência curricular existente em seu
âmbito de atuação. Nas duas últimas décadas, mais da metade dos Estados
e muitos Municípios vêm elaborando currículos para seus respectivos
sistemas de ensino, inclusive para atender às especificidades das diferentes
modalidades. Muitas escolas públicas e particulares também acumularam
experiências de desenvolvimento curricular e de criação de materiais de
apoio ao currículo, assim como instituições de ensino superior construíram
experiências de consultoria e de apoio técnico ao desenvolvimento
curricular. Inventariar e avaliar toda essa experiência pode contribuir para
aprender com acertos e erros e incorporar práticas que propiciaram bons
resultados. (BRASIL 2018, p. 18)

A concepção da referida base parte de um pressuposto democrático e


centralizado na descentralização das decisões escolares. Uma das maiores críticas
encontradas ao fazer educacional é, sem dúvida, o privilegiar de situações
hierárquicas e verticalizadas no qual os conhecimentos a serem trabalhados no
ensino muitas vezes desmereciam a condição local e a estruturação dos currículos.
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A BNCC, a partir de tais considerações, vem trazendo discussões massivas


sobre a necessidade de potencializar os diferentes tipos de currículos, numa
perspectiva de aproveitamento da bagagem cultural dos diferentes personagens,
emergindo-se uma condição de garantia dos direitos de aprendizagem dos
discentes. A este respeito, o documento da BNCC diz o seguinte:

Além disso, BNCC e currículos têm papéis complementares para assegurar


as aprendizagens essenciais definidas para cada etapa da Educação
Básica, uma vez que tais aprendizagens só se materializam mediante o
conjunto de decisões que caracterizam o currículo em ação. São essas
decisões que vão adequar as proposições da BNCC à realidade local,
considerando a autonomia dos sistemas ou das redes de ensino e das
instituições escolares, como também o contexto e as características dos
alunos (BRASIL 2018, p. 16)

Entende-se que a construção paulatina do currículo não é algo


estanque, mas metamorfoseado segundo as necessidades e expressões mais
latentes. Assim, nessa empreitada a escola não se trata de um espaço isolado, mas
que constantemente tece relações com o meio social, daí a preponderância do
envolvimento da família na consolidação do projeto pedagógico da escola.
Baseado num enfoque de dinamização da práxis educativa, com a
consolidação de competências e habilidades, destaca-se que:

Ao adotar esse enfoque, a BNCC indica que as decisões pedagógicas


devem estar orientadas para o desenvolvimento de competências. Por meio
da indicação clara do que os alunos devem “saber” (considerando a
constituição de acontecimentos, habilidades, atitudes e valores) e,
sobretudo, do que devem “saber fazer” (considerando a mobilização desses
conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver demandas
complexas da vida cotidiana, do pleno exercício e do mundo do trabalho), a
explicitação das competências oferece referências para o fornecimento de
ações que assegurem as aprendizagens essenciais definidas na BNCC.

Essa busca por uma equidade no processo educacional é histórico,


no sentido de que diversas correntes de pensadores, com suas teorias e tendências
pedagógicas, tentaram recrudescer a condição de ensino e aprendizagem de cada
contexto espacial e de cada personagem.
Nesse sentido, a existência de tendências pedagógicas retratam um
esforço coletivo, centrado nas necessidades mais latentes de cada época. Mister se
faz elucidar que cada concepção criada, obedecendo uma lógica científica, acabou
por ganhar “terreno” e suas ideias foram amplamente assimiladas pelas sociedades
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outrora presentes.
Cada concepção, no entanto, se modifica diante dos imperativos dos
diferentes contextos e o que antes parecia ser algo natural, no tradicionalismo por
exemplo, pode não ganhar aceitação no sistema educacional hodierno, daí se
pensar numa postura de criticidade e desvelamento.
Sobre essa alternância e complementariedade de tendências
pedagógicas no fazer educacional, Apolinário (2021, p. 33235) comenta:

As tendências pedagógicas surgiram para melhor direcionar a prática


educativa e essa prática não se reduz ao pedagógico apenas, mas aos
movimentos sócio-políticos e filosóficos que são fortes norteadores dessas
concepções. Cada concepção formulou-se na tentativa de interpretar o
processo educativo e buscar soluções que serão refletidas no ato de
educar, ação e intenção para aprendizagens significativas. Em suma, as
concepções pedagógicas ainda permanecem intrínsecas mesmo com as
novas competências da BNCC.

Toda a evolução que se enxerga hoje é um direcionamento de


discussões passadas que repercutiram em ações profícuas e voltadas a entender a
trama de relações no fazer educacional. A BNCC, principal política nacional em
termos educacionais, não nasceu de uma hora para outra, mas se consubstanciou
em lutas e atividades em prol da manutenção e/ou aquisição de uma escola ou
processo escolar com qualidade e equidade e, nessa prerrogativa, se dimensiona o
sujeito social enquanto construtor de uma realidade multifacetada no qual as
tendências pedagógicas tentavam e ainda tentam explicar e condicionar a ação
docente frente aos imperativos do mundo discente.
Adaptar-se aos corolários discentes é um dos papéis mais
essenciais da educação, haja vista que “para servir aos interesses populares a
escola deve oferecer ensino de qualidade e possibilitar conteúdos articulados com a
vivência social do aluno. A educação destaca-se como atividade mediadora na
prática social, passando de uma experiência fragmentada para uma visão unificada”
(SILVA 2018, p. 102). Tanto as tendências pedagógicas quanto a BNCC trabalham
sob essa perspectiva, de um modelo educacional unificado e distanciado dos rótulos
tradicionais.
A postura em sala de aula, apresentando elementos diversificados
no tocante às tendências pedagógicas, acopladas com os preceitos encontrados na
Base Nacional Curricular Comum, asseveram a necessidade da implantação de
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situações de ensino e aprendizagem dialógicas, no qual a criticidade seja marca


preponderante. Nesse escopo, a escola deve e cumprir uma missão social de
correção da injustiças e inserção dos indivíduos nos diferentes contextos.
Sobre tais características, Santos (2018, p. 46) comenta que:

Nesse sentido, uma teoria crítica (que não seja reprodutivista) só poderá ser
formulada do ponto de vista do interesse dos dominados, assumindo a
escola como um instrumento de luta contra a marginalidade, o que significa
engajar-se no esforço para garantir aos trabalhadores um ensino da melhor
qualidade possível nas condições históricas atuais.

Cumpre à escola e aos seus profissionais uma metamorfose nas formas de


se pensar o fazer pedagógico, é preciso ter em mente que os conhecimentos
sistematizados, recorrentes, por exemplo, na BNCC e nas tendências pedagógicas,
só ganharão significado quando acoplam um sentido social e permitem que se trace
a emancipação dos sujeitos. Nessa perspectiva:

O professor precisa reconhecer que sem a aquisição desses conhecimentos


o indivíduo será privado de sua participação na sociedade e o caráter de
humanização presente na transmissão dos conhecimentos, já que por meio
desse processo o homem acessa os conhecimentos produzidos pela
humanidade ao longo da história a partir das demandas por objetivação.
(SANTOS 2018, p. 48)

Todo o aparato de informações apontam para a importância que a Base


Nacional Curricular Comum tem para os adventos educacionais. Frisa-se também
que os seus preceitos não são condições estritamente recentes, mas desenrolados
com os acontecimentos históricos no qual as tenências pedagógicas estariam e
estão presentes, numa tentativa de dinamizar o processo de ensino e aprendizagem.

Apresentação - Posturas e Propostas que caminham em direção ao


desenvolvimento de cada uma das competências gerais indicadas na BNCC.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

São muitas as políticas e atividades voltadas à educação, todas elas retratam


um contexto histórico no qual as conjunturas sociais moldaram as diferentes formas
do conceber pedagógico. Dentre essas implementações destaca-se a Base
Nacional Curricular Comum, um documento norteador que enfatiza o currículo
enquanto uma criação necessária em diferentes contextos escalares e espaciais.
Baseada na garantia dos direitos de aprendizagem dos discentes, a BNCC é
o resultado de um processo cumulativo, no qual as condições pedagógicas foram
paulatinamente implantadas. Assim, mencionou-se nesse trabalho a relevância das
diferentes tendências pedagógicas para a consolidação de políticas educacionais
que resultaram na implementação desse importante documento.
Nesse escopo, atribui-se à pesquisa efetuada e à sistematização da produção
um importante meio de estudo sobre as potencialidades do meio educacional,
principalmente quando se passa a valorizar e potencializar as condições da práxis.
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REFERÊNCIAS

APOLINÁRIO, Josimeire de Souza Lima; TARRAGÓ, Saiuri Totta; FERST, Enia


Maria. Tendências pedagógicas e competências gerais da base nacional comum
curricular para a educação básica: implicações para o currículo. Brazilian Journal
of Development, Curitiba, v.7, n.3, mar 2021;
BRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Brasília. 2018. “Introdução” (da página 7 até 21);
SANTOS, Raquel Elisabete de Oliveira. Pedagogia histórico crítica: que pedagogia é
essa? Horizontes, v. 36, n. 2, p. 45-56, mai./ago. 2018;
SILVA, Aracéli Girardi da. Tendências pedagógicas: perspectivas históricas e
reflexões para a educação brasileira. Unoesc & Ciência, v. 9, n. 1, p. 97-106,
jan./jun. 2018.

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