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COMO FUNCIONA O APRENDIZADO DE ACORDO COM

A NEUROCIÊNCIA

PSICOLOGIA IV SEMESTRE

2022
NOMES DOS COMPONENTES

COMO FUNCIONA O APRENDIZADO DE ACORDO COM


A NEUROCIÊNCIA

Trabalho apresentado como defesa


de nota da disciplina Neurociências II,
ministrado pelo docente Me. Paulo
Teixeira.

2022
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................04
CAPÍTULO 1: O QUE É A NEUROCIÊNCIA?..........................................05
1.1 Entendendo Neurociência............................................................05
1.2 Educação e Neurociência.............................................................06
CAPÍTULO 2: NEUROCIÊNCIA E APRENDIZADO.................................10
2.1 Como a Neurociência se relaciona com a aprendizagem.........10
2.1.1 Como unir a Neurociência com a aprendizagem..............13
2.2 Neurociência, aprendizagem e psicologia.................................16
CAPÍTULO 3: NEUROCIÊNCIA COGNITIVA E EDUCAÇÃO................17
3.1 Neurociência cognitiva...............................................................17
PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES.............................................................20
REFERÊNCIAS.......................................................................................21
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INTRODUÇÃO

Conforme a sociedade vai evoluindo, os estudos vão avançando,


principalmente em se tratando dos comportamentos humanos, com a finalidade
de entender como a mente funciona. Diante disso, a neurociência está
ganhando destaque em muitas áreas, inclusive a da educação e ensino
aprendizagem. É possível dizer que, a neurociência vem ajudando os
educadores a conduzir de uma melhor forma o processo de aprendizagem,
Cada vez fica evidenciado da importância de falar como a neurociência pode
contribuir com a aprendizagem, tudo isso afim de que se tenha uma educação
de sucesso e com resultados proveitosos, de forma rápida e eficaz.
Em primeiro momento é importante conceituar a neurociência, para
entendemos da melhor forma qual os seus objetivos, e partir daí fazer a
conexão da educação com a neurociência, como que ocorre essa relação, em
segundo momento saber como unir esses dois pilares da aprendizagem, bem
como toda a relação das mesmas com a psicologia, que é uma grande aliada
nesse processo.
Por fim, falar sobre a neurociência cognitiva no campo da educação e
suas contribuições, que tem como escopo, as capacidades mentais mais
complexas, como a memória e a linguagem. A memória tem sido indicada
como um dos principais bases e alicerce da aprendizagem humana.  Desse
modo é possível recomendar achados resultantes dos estudos nessa área, o
que colaboram para aprimorar o entendimento de como acontece a
aprendizagem.
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CAPÍTULO 1: O QUE É A NEUROCIÊNCIA?

1.1Entendendo Neurociência

A neurociência é uma área de estudo que está ligada a medicina, porém


ela também trabalha em outras áreas de estuco como psicologia, que é o
nosso foco. O principal objetivo é esclarecer o que acontece no cérebro
humano, que ocorre desde a sua formação até o envelhecimento. Através das
compreensões obtidas, fazer o uso de técnicas específicas para ajudar a
melhorar e aprimorar a educação.
De acordo com Guerra (2015), as neurociências são ciências naturais que
descobrem os princípios da estrutura e do funcionamento neural,
proporcionando a compreensão dos fenômenos observados. A educação tem
outra natureza, e sua finalidade é a de criar condições, estratégias
pedagógicas, ambiente favorável, infraestrutura material e recursos humanos
que atendam a um objetivo específico – por exemplo, o desenvolvimento de
competências pelo aprendiz.
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A neurociência é responsável pelo estudo que envolve o funcionamento


do sistema nervoso. A busca pela compreensão das capacidades humanas,
como as emoções, a memória e o aprendizado.
A neurociência é dívida em especialidades, cada uma diferente da outra:

 Neuropsicologia: estuda sobre como o comportamento do ser humano e


as funções cognitivas são influenciadas pelo cérebro;
 Neurociência cognitiva: é voltada para o entendimento das ações
cerebrais na memória, pensamento e aprendizado. Por isso, também é
chamada, muitas vezes, de neurociência da aprendizagem;
 Neurociência comportamental: busca compreender a relação das
emoções com os comportamentos que podem ser notados visualmente
como, por exemplo, os gestos;
 Neuroanatomia: focada em estudar como o sistema nervoso é formado e
em compreender as suas estruturas;
 Neurofisiologia: busca entender as funções do sistema nervoso.

1.2 Educação e neurociência

O homem percebe o mundo através de seu aparelho perceptual, em um


processo interpretativo dos fenômenos que envolve os sua memória e os seus
sentidos. Nas palavras de Izquierdo:

Memória é a aquisição, a formação, a conservação e a


evocação de informação. A aquisição é também chamada de
aprendizagem: só se 'grava' aquilo que foi aprendido. A
evocação é também chamada de recordação, lembrança,
recuperação. Só lembramos aquilo que gravamos, aquilo que
foi aprendido (Izquierdo, 2002, p. 9).

O indivíduo está sempre em busca de respostas para suas ações e


percepções, fica sobre constante reorganização as suas conexões neurais, e
seus padrões conectivos a todo momento sendo alterado, isso tudo ocorre
mediante processos que fortalecem ou enfraquecem as sinapses. Há neurônios
nos cérebros prontos para a estimulação. A atividade mental é quem estimula a
reconstrução, processando experiências que já foram vividas, as linguísticas,
em refluxo e fluxo de informação.
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Essas informações, são captadas pelos sentidos e logo transformadas


em estímulos elétricos que irão percorrer os neurônios, são catalogadas e em
seguida arquivadas na memória. É vai ser essa capacidade de agregar dados e
novos a informações já armazenadas na memória, que irão estabelecer
relações entre o já conhecido e o novo, e reconstrói aquilo que já foi aprendido,
em um reprocessamento constante das interpretações que são advindas da
percepção, o que caracteriza a plasticidade do cérebro.

A aprendizagem, portanto, é o processo em virtude do qual se


associam coisas ou eventos no mundo, graças à qual
adquirimos novos conhecimentos. Denominamos memória o
processo pelo qual conservamos esses conhecimentos ao
longo do tempo. Os processos de aprendizagem e memória
modificam o cérebro e a conduta do ser vivo que os
experimenta (Mora, 2004, p. 94)

Apresentar situações de aprendizagem respaldadas em experiências


ricas em estímulos estimular atividades intelectuais pode possibilitar a ativação
de novas sinapses. As informações do meio, quando selecionadas uma vez,
não são apenas armazenadas na memória, mas irão gerar e integrar um novo
sistema funcional, e com isso caracterizando a complexificação da
aprendizagem.
Uma informação pode, pela desordem que gera, levar à evolução do
conhecimento do indivíduo, pois ele precisará desenvolver estratégias
cognitivas a fim de reorganizar e retomar o equilíbrio na construção do
conhecimento. E isso é obtido por meio de um processo dinâmico e recursivo
presente na reconstrução do próprio ato de conhecer. Segundo Demo, "a
aprendizagem, embora dependa de substratos físicos estruturados caracteriza-
se pelo processo de contínua inovação, maleável por natureza, flexível e
dinâmico" (Demo, 2001, p. 50).
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A neurociência integra de forma interdisciplinar a psicologia, a neurociência e a pedagogia.


Revista
Meucerebro.

São fundamentais para a evolução do indivíduo como ser social, a


memória e a aprendizagem, já que ultrapassam a apreensão das informações
pelo sujeito que aprende, passando assim a fundamentar o seu pensamento e
as suas ações.

Pensar é, com efeito, um processo, uma função biológica


desempenhada pelo cérebro. O processamento do
pensamento é o ato de receber, perceber e compreender,
armazenar, manipular, monitorar, controlar e responder ao
fluxo constante de dados. A capacidade para ligar de forma
competente as informações oriundas das áreas de associação
motora, sensorial e mnemônica é decisiva para o
processamento do pensamento e para a consideração e
planejamento de futuras ações (Ratey, 2001, p. 198).

É necessário ressaltar que as emoções desempenham papel decisivo


em relação a aprendizagem. A consciência da experiência vivenciada se torna
atingida quando no momento que passa pelo córtex cerebral, iguala-se a
9

experiência com pensamentos anteriores. Deste modo, quando conseguimos


estabelecer uma ligação entre a informação nova e a memória preexistente,
são liberadas substâncias neurotransmissoras - como a acetilcolina e a
dopamina - que aumentam a concentração e geram satisfação.
É dessa maneira que emoção e motivação influenciam a aprendizagem.
Os sentimentos, intensificando a atividade das redes neuronais e fortalecendo
suas conexões sinápticas, podem estimular a aquisição, a retenção, a
evocação e a articulação das informações no cérebro. Diante desse quadro, os
autores defendem a importância de contextos que ofereçam aos indivíduos os
pré-requisitos necessários a qualquer tipo de aprendizado: interesse, alegria e
motivação. Conforme Lent, "a razão é fortemente relacionada com a emoção.
De um modo ou de outro, nossos atos e pensamentos são sempre
influenciados pelas emoções" (Lent, 2001, p. 671).
Dentro de uma perspectiva de aprendizagem sustentada nas relações
entre os elementos constituintes da percepção - sentidos e memória - e no
pensamento sistêmico, no qual essas relações acontecem inseridas na
complexidade da reestruturação permanente do conhecimento no
cérebro/mente, é imprescindível que o professor se reconheça como
responsável pela configuração de um ambiente que propicie a autor
reorganização dos indivíduos.
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CAPÍTULO 2: NEUROCIÊNCIA E APRENDIZAGEM

2.1 Como a neurociência se relaciona com a aprendizagem

De acordo com a neurociência na aprendizagem, é comprovado que o


cérebro nunca para de aprender, ou seja o indivíduo pode aprender algo novo
a cada dia, isso independe da sua idade ou de outros fatores pessoais. Com
essa descoberta, os professores são colocados em posição de incentivar o
aprendizado constantemente, fortalecer as conexões neurais de cada aluno e
mostrar que eles são capazes, mesmo que a sua autoestima diga o contrário.

O processo de aprendizagem já não é considerado uma ação


passiva de      recepção, nem o ensinamento uma simples
transmissão de informação. Ao contrário, hoje falamos da
aprendizagem interativa, dimensionalidade do saber. A
aprendizagem supõe uma construção que ocorre por meio de
um processo mental que implica na aquisição de um
conhecimento novo. É sempre uma reconstrução interna e
subjetiva, processada e construída interativamente (GÓMEZ &
TERÁN, 1900 p. 31).
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O aprendizado ocorre de maneiras distintas, por isso certas pessoas tem


mais facilidade de aprender do que outras, e porque alguns tem maior
finalidade com certas disciplinas em escolas e faculdades. Tem indivíduos que
detecta melhor a informação por meio de áudios, outros por meios de vídeos, e
outros por meio das leituras ou escrita, isso é uma questão sensorial, logo há
diversos modos de aprendizagem.

Tieppo, em seu livro, “Uma viagem pelo cérebro – a via rápida


para entender neurociência” de 2019, diz que as grandes
descobertas sobre do corpo humano em especial o cérebro,
foram realizado por pesquisadores renomados, tais como os
neurologistas, psicólogos e cientistas como Paul Broca, William
James, Wilhelm Wundt, Karl Wernicke, Santiago Ramon &
Cajal, Charles Sherrington, Korbinian Brodmann, James Papez,
Harvey Cushing, Wilheim Penfield, Egar Moniz, entre outros,
debruçaram-se sobre a fisiologia do corpo humano e
especialmente sobre o cérebro para explicar processos de
aprendizagem, comportamento, desenvolvimento e patologias.
Afirmando que, Kandel, no seu livro “Princípios de
Neurociência” (Principles of Neural Science), de 1995, diz que
a neurociência moderna representa uma fusão da biologia
molecular com a neuropsicologia, anatomia, embriologia,
biologia celular e a psicologia. Para ele, uma abordagem
transdisciplinar é que nos fará avançar no entendimento do
cérebro (TIEPPO, 2019 p. 252).

Com a neurociência e a aprendizagem, aprendemos como tornar mais


proveitosa para todos, os benefícios vão de as informações serem absorvidas
de fato e não apenas decoradas.
Há cinco canais de aprendizagem:

 auditivo, por meio de músicas, debates, palestras entre outras


formas;
 visual, empreende recursos gráficos para a captação e retenção
ao aprendizado e atenção, exemplos: como vídeos e slides
 motor, por meio do manuseamento de movimentos e objetos do
nosso corpo;
 oral, por meio de apresentação de seminários e realizações de
atividades em grupo;
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 registro de memorização, é um meio de aprender através de


expressões artísticas, como por exemplo o desenho, a escrita, a
pintura entre outros.

A aprendizagem para os neurocientistas é um processo cerebral em


reação a um estímulo que vai aliar percepção, tratamento e integração de
informações. Isso resulta da integração de todas as informações são recebidas
e tratadas. Essa integração é materializada pelas modificações estruturais no
próprio cérebro: ocorrem então as mudanças microscópicas, o que permitem a
cada informação tratada deixar um “trapo” físico de sua passagem
(BRANQUINHO-SILVA, 2016).
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2.1.1 Como unir a neurociência e a aprendizagem

Já que aprendizado surgir de múltiplas maneiras, é fundamental saber


como esse estímulo pode ser proporcionado nos métodos de ensino. Dessa
maneira, não irá importar o assunto que esteja sendo disseminado, é provável
trabalhar para que essa absorção seja mais enérgica.
Modelos de áreas que a neurociência e aprendizagem caminham juntas:

a) Emoção

As emoções influenciam de forma ativa a cognição. Quando estamos


estressados, preocupados ou cansados, a concentração vai baixar a guarda e
dificultar o aprendizado. Simultaneamente, o ensino poderá ser usado de
maneira estratégica e planejada para controlar as emoções da sua audiência.
Compartilhamentos de experiências, histórias cativantes, entre outros métodos
são exemplos bons de como conquistar a emoção do público e ajudar a reter e
absorver o conhecimento. 

b) Motivação

Quanto mais interferências positivas, mas elas podem ajudar a estimular


o aprendizado. É fundamental entender, primeiro, quais os elementos que
ajudam a estimular essa sensação nas pessoas e, assim, aplicá-las para
assegurar que o indivíduo queira e deseje aprender o que está sendo proposto.
Um exemplo são os treinamentos corporativos. Quando são aplicados sem
este elemento, propende a afastar o estímulo ao. Usar essa motivação é um
fator decisivo para garantir mais acertos na absorção e aproveitar mais das
ideias dissipadas. 

c) Atenção

É difícil ocorrer o processo de aprendizagem sem que haja a devida


atenção das pessoas. O sistema nervoso tem o hábito de arranjar informações
quando se existe esse elemento (a atenção) na equação. E, para isso, cabe
tanto a quem está recebendo a atenção, quanto a quem está transmitindo a
informação. É obvio que, para tanto, deve ser planejado com cuidado para que
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a mensagem seja bastante objetiva, cativante e clara. Explorar isso de maneira


equilibrada e com cuidado.

Figura 1 – Principais áreas envolvidas no processamento da atenção

Fonte: Autores (2020), adaptado de iconicbestiary/Freepik.

d) Socialização

O ambiente e as experiências sociais também impactam o método de


ensino. Assim, neurociências e aprendizagem se relacionam por meio desses
fatores determinantes para promover a cognição. No meio, as pessoas
aprendem a comunicação não verbal, a verbal e principalmente a interagir com
as pessoas, exercitar e despertar a empatia e consequentemente aprimorar as
suas personalidades e características pessoais.

e) Memória

A melhor forma de exercitar o cérebro é a repetição. É possível aprender


fazendo algo repetidas vezes, como o desenvolvimento dessa habilidade de
tocar um novo instrumento. Mas, para isso, a atividade deve ser do interesse
do indivíduo. É como ocorre em salas de aula, na qual os alunos só decoram
e nem sequer recordam-se do que foi absorvido há pouco tempo atrás.
15

site http://www.revistaeducacao.com.br/ de 2 de fevereiro de 2015


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2.2 Neurociência, aprendizagem e psicologia

Tanto a neurociência quanto a psicologia têm em comum o estudo do


cérebro. A psicologia busca identificar os comportamentos e sinais que podem
causar alguns transtornos mentais, ou ao menos, diminuir consideravelmente a
qualidade de vida de uma pessoa, fazendo isso propondo algumas práticas
terapêuticas para que possa restabelecer a saúde. A neurociência procura
estudar as funções estrutura do sistema nervoso, e com isso identificar as
causas biológicas para várias doenças, entre elas, os transtornos mentais.

Os transtornos específicos do desenvolvimento das habilidades


escolares compreendem grupos específicos de transtornos
manifestados por comprometimentos e significativos na
aprendizagem. [...] Eles não nãos simplesmente uma falta de
oportunidade de aprender, e sim, dificuldades decorrentes de
desenvolvimento neurológico (HENNEMANN, 2015 p.3).

A Psicologia Cognitiva e a neurociência se ocupam de entender a


aprendizagem, mas elas têm diferentes focos. A neurociência faz isso através e
do uso de aparelhos como os tomografia e ressonância magnéticas,
experimentos comportamentais, todos que permitem refletir as alterações no
cérebro durante o seu funcionamento. As duas áreas permitem entender de
forma abrangente o desenvolvimento da criança.
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CAPÍTULO 3: NEUROCIÊNCIA COGNITIVA E EDUCAÇÃO

3.1 Neurociência cognitiva

A Neurociência Cognitiva é um campo de pesquisa que investiga o


cérebro, estudando como ele sustenta as atividades mentais (BARROS et al.,
2004) relacionadas à cognição, ou seja, como ocorrem os processos de
Percepção, Pensamento, Aprendizagem e Memória, compreendendo desta
forma, o comportamento humano a partir do processamento cognitivo. Deste
modo, a Neurociência Cognitiva pode ser compreendida como sendo uma
subdivisão das Neurociências, que se ocupa em investigar como se dão os
processos cognitivos complexos no cérebro possibilitando a aprendizagem, isto
é, como este aprende (KANDEL, 2014; FONSECA; CASSIA, 2012).
As Neurociências também buscam compreender como o fluxo de sinais
elétricos através de circuitos neurais origina a mente (como agimos,
percebemos, pensamos, aprendemos e lembramos) (KANDEL, 2014). Os
neurocientistas cognitivos objetivam, através de informações sobre o
comportamento e o cérebro, analisar como a anatomia e a fisiologia do sistema
nervoso central relacionam-se com a cognição humana. Com esse fim, utilizam
técnicas para obtenção de imagem cerebral, análise de sinais elétricos gerados
pelo cérebro e estudo dos efeitos da lesão cerebral na cognição humana
(EYSENCK; KEANE, 2017).
Os estudos nessa área estão diretamente relacionados à teoria da
neuroplasticidade. De acordo com essa teoria a interferência do meio no
sistema nervoso provoca mudanças anatômicas e funcionais no cérebro. Desta
forma, a quantidade de neurônios e conexões entre eles (sinapses) mudam de
acordo com as experiências vivenciadas pelo sujeito (BARBOSA et al., 2016).
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Figura: Resposta emocional com notícias (Neurociência Translacional 10, 1)

A neurociência cognitiva tem a capacidade de estimar o efeito da


comunicação, e é possível desenvolver um banco de dados de alguns usuários
de mídia e com isso utilizar para entender o comportamento e efeitos da
comunicação de forma melhor nos usuários. É bastante interessante, pois é
possível até melhorar a comunicação.

FIGURA 2 – Síntese da contribuição da neurociência para a aprendizagem

APRENDIZAGEM
NEUROCIÊNCIA
COGNITIVA

Funções
Contato com o meio– mentais
SISTEMA
Interação social
– Afeto superiores
NERVOSO
(Em equilíbrio) (Piaget, Vygostsky, Wallon)
PIAGET

Atenção
Percepção
Memória
É o processo de tornar
-se Linguagem
sujeito em contato com Processos de Funções Viso
outros sujeitos Subjetivação Espaciais
(TOURAINE, 2012 apud (a partir dos 3 anos
) Funções
GOES, 2017) Executivas
Inteligência

Fonte: Autoria própria, 2018.


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A Neurociência Cognitiva tem como objeto de estuda a compreensão, na


prática, sobre como a nossa mente processa as informações, como isso
possibilita aprender, desenvolver e acumular conhecimentos e aperfeiçoar as
múltiplas inteligências. Essa consciência dos pontos fortes e de limitação é
fundamental no processo de ensino, uma vez que possibilita desenvolver
modelos de aprendizado que levem em conta o processo cognitivo de cada um
e com soluções adequadas a cada pessoa.
Neste sentido, é essencial que professores e demais educadores
interessem-se cada vez mais pelos estudos neurocientíficos, pois, conforme
pudemos acompanhar ao longo de todo este conteúdo, a Neurociência,
principalmente a Cognitiva, tem o grande poder de contribuir, efetivamente e na
prática, para que transformações aconteçam, tanto em sala de aula, quanto na
educação de uma forma geral.
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PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES

Diante do avanço das pesquisas científicas e das tecnologias sobre o


cérebro, hoje em dia é possível compreender seu funcionamento e suas
reações ao ambiente externo e as informações captadas nesses ambientes. A
partir disso, começou-se a pensar em uma possibilidade de relacionar os
estudos com a educação, com a finalidade de contribuir para o ensino e
aprendizagem, tendo em vista que todos somos seres humanos diferentes, e
cada um com suas características.
É possível observar a grande importância da neurociência e do cérebro
para a aprendizagem. A aproximação da área da neurociência e da educação
sustenta a ideia de que instituições responsáveis pela formação de educadores
precisam discutir e examinar os componentes curriculares das licenciaturas,
revistando a estrutura desses cursos, com a finalidade de que os alunos, e
futuros profissionais da educação, possam assim, buscar otimizar sua ação
pedagógica.
A Neurociência aplicada à educação tem a finalidade o desenvolvimento
dos novos comportamentos ou conhecimentos que irão ajudar no processo de
ensino e aprendizagem. O cérebro é o órgão da aprendizagem, visto que as
sinapses neuronais proporcionam uma reorganização contínua no sistema
neurológico e a aprendizagem tem interferência direta nesse processo. Neste
sentido, espera-se que conhecendo a forma que se aprende e como é
construído as teias de relações entre os conhecimentos, o educador deve e
pode criar estratégias que auxiliem o desenvolvimento das potencialidades
para aprender do aluno.
É fundamental que os educadores atuais conheçam os pontos
apresentados através as neurociências de como funciona o cérebro. E a partir
disso aprimoras práticas para lhe dar melhor com as dificuldades doas alunos e
também aprimorar aquilo já existente em relação ao saber, e o objetivo final é o
de promover uma educação de excelência e sucesso.
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REFERÊNCIAS

ASSMANN, Hugo. Reencantar a educação: rumo à sociedade aprendente.


Petrópolis: Vozes, 2001.

BRANQUINHO-SILVA, Aline. Neurociência e aprendizagem: Compreender o


cérebro para aprender mais e melhor. São Paulo: EBooks, 2016.

CLAXTON, Guy. O desafio de aprender ao longo da vida Porto Alegre:


Artmed, 2005.

DEMO, Pedro. Professor do futuro e reconstrução do


conhecimento Petrópolis: Vozes, 2005.

______. Educação e conhecimento: relação necessária, insuficiente e


controversa. Petrópolis: Vozes, 2002.

______. Saber pensar 2. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

FONSECA, Vitor da. Aprender a aprender: a educabilidade cognitiva. Porto


Alegre: Artmed, 1998.

GÓMEZ Ana Maria Salgado & TERÁN Nora Espinosa – livro- Dificuldades


em Aprendizagem – detecção e estratégia de ajuda. p.31. 1ª edição MMXI
cultural..S.A – 1900.

HENNEMANN, Ana L. Considerações sobre o


livro Neuropsicopedagogia Clínica - Introdução, Conceitos, Teoria e
Prática. Novo Hamburgo, 03 nov/ 2015. Disponível online
em: http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/2015/11/livro-
neuropsicopedagogia-clinica.html

IZQUIERDO, Ivan. Questões sobre memória São Leopoldo: Unisinos, 2004.


______. Memória Porto Alegre: Artmed, 2002.

LENT, Robert. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais da


neurociência. São Paulo: Atheneu, 2001.7

MORA, Francisco. Como funciona o cérebro Porto Alegre: Artmed, 2004.

POSNER, Michael I.; RAICHLE, Marcus E. Imagens da mente Porto: Porto


Editora, 2001.

POZO, Juan Ignácio. Aprendizes e mestres: a nova cultura da


aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002.

SHORE, Rima. Repensando o cérebro: novas visões sobre o


desenvolvimento inicial do cérebro. Porto Alegre: Mercado Aberto, 2000.
22

TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional Petrópolis:


Vozes, 2003.

TIEPPO, Carla. Uma viagem pelo cérebro: a via rápida para entender


a neurociência / Carla Tieppo. -– São Paulo, SP: Conectomus, 2019. p. 252.

Zheng, X. (2019). Research on digital news distribution based on cognitive


neuroscience. Translational Neuroscience, 10(1), 50-56.

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