Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
- O sujeito da educação
Tomaz Tadeu da Silva (org.)
- Neoliberalismo, qualidade total e educação
Tomaz Tadeu da Silva e Pablo Gentili (orgs.)
- Currículo – Teoria e história
Ivor F. Goodson
- Escritos de educação
Maria Alice Nogueira e Afrânio Catani (orgs.)
- Família e escola – Trajetórias de escolarização em camadas médias e populares
Maria Alice Nogueira, Geraldo Romanelli e Nadir Zago (orgs.)
- A escolarização das elites
Ana Maria Fonseca de Almeida e Maria Alice Nogueira (orgs.)
- Homem plural – Os determinantes da ação
Bernard Lahire
- Sociologia da Educação – Pesquisa e realidade brasileira
Lea Pinheiro Paixão e Nadir Zago (orgs.)
- As políticas de currículo e de escolarização – Abordagens históricas
Ivor F. Goodson
- Estudos da infância – Educação e práticas sociais
Manuel Sarmento e Maria Cristina Soares de Gouvêa (orgs.)
- Família e escola – Novas perspectivas de análise
Geraldo Romanelli, Maria Alice Nogueira e Nadir Zago (orgs.)
- Ensino explícito e desempenho dos alunos – A gestão dos aprendizados
Clermont Gauthier, Steve Bissonnette e Mario Richard
Gauthier, Clermont
Ensino explícito e desempenho dos alunos : a gestão dos aprendizados /
Clermont Gauthier, Steve Bissonnette, Mario Richard, com a colaboração de
Mireille Castonguay / tradução de Stephania Matousek. – Petrópolis, RJ :
Vozes, 2018. – (Coleção Ciências Sociais da Educação)
14-06704 CDD-370
Título original francês: Enseignement explicite et réussite des élèves – La gestion des
apprentissages
Direitos de publicação em língua portuguesa – Brasil:
2014, Editora Vozes Ltda.
Rua Frei Luís, 100
25689-900 Petrópolis, RJ
www.vozes.com.br
Brasil
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou
transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo
fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da editora.
CONSELHO EDITORIAL
Diretor editorial
Gilberto Gonçalves Garcia
Editores
Aline dos Santos Carneiro
Edrian Josué Pasini
Marilac Loraine Oleniki
Welder Lancieri Marchini
Conselheiros
Francisco Morás
Ludovico Garmus
Teobaldo Heidemann
Volney J. Berkenbrock
Secretário executivo
João Batista Kreuch
_______________________
À
s vezes escrevemos com um público específico em mente.
Imaginamos então um leitor com o qual passamos a
conversar. Queremos lhe dizer o que achamos que é
importante saber. Este livro pertence a essa categoria: ele se dirige
a estudantes em formação pedagógica inicial e professores em
exercício, a quem queremos oferecer o fruto de nossas pesquisas
sobre estratégias eficazes para ensinar.
Porém, não é necessariamente fácil encontrar a maneira exata,
o tom certo, a palavra apropriada, a expressão que cai bem.
Quando queremos escrever para alguém, precisamos de um
feedback seu. É importante escutar seu ponto de vista, perceber
suas reações, saber como ele ouve o que estamos dizendo. É por
isso que várias pessoas contribuíram, de perto ou de longe, para a
produção deste livro. Gostaríamos de mencionar, primeiramente,
os estudantes de mestrado e doutorado do seminário sobre a
formação dos professores, dirigido por Clermont Gauthier na
Universidade Laval, durante o primeiro semestre de 2012. Os
comentários recolhidos, as perguntas colocadas e as dúvidas
expressas nos permitiram ajustar o texto. Ficamos devendo a
generosidade deles. Queríamos agradecer de todo o coração
igualmente a Anthony Cerqua, estudante de doutorado, atento
leitor e sério pesquisador no campo da Pedagogia, por suas
observações e nuanças muito pertinentes. Obrigado também a
Sylvie Bidjang, profissional de pesquisa no Centro de Pesquisa
Interuniversitária sobre a Formação e a Profissão Docente, que se
deu ao trabalho de nos ler atentamente e dar muitas sugestões que
Prefácio I
Prefácio II
Introdução
Primeira parte
1 O efeito professor e a eficácia do ensino explícito
1.1 A influência do meio socioeconômico
1.2 A influência da escola
1.3 A influência do professor
1.4 A eficácia do ensino explícito
2 O que é o ensino explícito
2.1 Ensino explícito, uma abordagem cuja eficácia já foi
demonstrada
2.2 Uma abordagem instrucionista do ensino
2.3 Ensino explícito, ensino tradicional e ensino magistral
2.4 A guerra dos paradigmas
Segunda parte
4 A preparação da gestão dos aprendizados (P)
4.1 Definir os objetivos de aprendizado
4.2 Delimitar as ideias mestras
4.3 Determinar os conhecimentos prévios
4.4 Integrar estrategicamente os diferentes tipos de
conhecimento
4.5 Planejar o ensino explícito de estratégias cognitivas
4.6 Planejar mecanismos de apoio ao aprendizado
4.7 Planejar revisões e reutilizações dos aprendizados
4.8 Verificar o alinhamento curricular
4.9 Estabelecer um roteiro de aula
4.10 Um exemplo ilustrando o emprego das estratégias de
planejamento
5 A fase interativa (I), estratégias gerais
5.1 Maximizar o tempo de aprendizado escolar
5.2 Garantir uma taxa de sucesso elevada
5.3 Cobrir a matéria a apresentar aos alunos
5.4 Favorecer modalidades de agrupamento eficazes
5.5 Dar apoio ao aprendizado (scaffolding)
5.6 Levar em conta diferentes formas de conhecimento
5.7 Utilizar uma linguagem clara e precisa
Terceira parte
8 Rumo a uma escola eficaz
8.1 O que é uma escola eficaz?
8.2 Que estudos já foram realizados sobre escolas eficazes?
8.3 Estudos relevantes sobre escolas eficazes
8.4 Que lições tirar dos estudos sobre escolas eficazes?
Conclusão
Anexos
Léxico
Referências
E uBissonnette
conheci Clermont Gauthier, Mario Richard e Steve
há mais de cinco anos já. Eles tinham vindo do
Quebec para me encontrar em Saint-Jérôme. Eu queria ver com
eles se era possível combinar meus problemas de diretor-geral
adjunto de uma comissão escolar que estava lutando contra o
fracasso e a evasão dos jovens com as soluções que aqueles três
pesquisadores vinham propondo havia anos para melhorar o
desempenho e a perseverança dos alunos. Nós nos demos bem
logo de início. A conversa terminou em um restaurante, e nós nos
despedimos sem ter nenhum plano claro em mente, mas
convencidos de que iríamos “fazer negócios” pedagógicos juntos. E,
desde então, projetos em comum foi o que não faltou.
A verdadeira conclusão
É
um grande prazer apresentar esta obra, pois ela reveste
especial significado a meus olhos. Eu sou professor de
formação e gostaria muito de ter tido em mãos, nos anos que
passei na universidade, no início da década de 1970, um livro que
me iniciasse às melhores estratégias de ensino. Não era o apetite
intelectual que me faltava então, mas sim esse alimento que não me
era oferecido nas faculdades das recém-nascidas ciências da
educação. Ensinavam-nos muitas coisas, mas nunca aquilo por que
eu tinha decidido estar ali: aprender a ensinar.
Eu entendi vários anos mais tarde as razões pelas quais as coisas
eram assim. Primeiro, com o fim das escolas normais e a
transferência da formação inicial dos professores para as
universidades, o projeto dos reformadores da nossa Revolução
Tranquila1 era propor uma formação que se distanciasse o máximo
possível dos truques e receitas e oferecesse aos mestres uma
formação mais científica. Foi o que eu recebi como formação: uma
gama de cursos em todas as disciplinas que compunham as ciências
da educação, mas, infelizmente, nada sobre o bê-á-bá de como
ensinar. Isso sempre me deixou frustrado.
A segunda razão se deve mais à evolução das pesquisas sobre
ensino. Foi só nos anos de 1960 e de 1970 que alguns
pesquisadores, principalmente anglo-saxões, começaram a observar
os professores em contexto de trabalho em suas salas de aula. Foi
somente depois, vários anos mais tarde, que começaram a surgir
sínteses de pesquisas e que foi possível observar convergências
quanto a boas práticas pedagógicas. Portanto, eu não fico mais
N oessenciais:
âmago do ofício docente, observam-se duas grandes funções
a gestão dos aprendizados e a gestão da classe. Por
gestão dos aprendizados, entendem-se todas as estratégias que os
professores mobilizam para fazer os alunos aprenderem conteúdos
(saberes, habilidades, regras). A gestão da classe remete, por sua
vez, aos comportamentos que o professor deseja que os alunos
adotem em sua aula e que facilitam o aprendizado e a convivência.
Identificam-se essas duas grandes funções, mas sem que elas
apresentem essa nomenclatura, já nos tratados de pedagogia do
século XVII. De fato, elas lá figuram sem dúvida em razão do maior
número de alunos presentes nas salas de aula a partir daquele
momento. Para dar aula a grupos maiores, era preciso aperfeiçoar
estratégias de ensino mais eficazes do que as que existiam até
então, as quais haviam sido concebidas segundo o modo
individualizado do preceptorado ou seu equivalente. Algumas
estratégias de gestão dos aprendizados e gestão da classe foram
elaboradas com muito capricho por experientes mestres de escolas
infantis do século XVII. Depois, retomadas e repetidas por gerações
de professores, elas progressivamente foram ficando obsoletas ao
longo dos séculos, de tal modo que pouco a pouco se perderam
suas origens, sentido e pertinência.
Os críticos dessa maneira de ensinar, que havia parado no
tempo, multiplicaram-se a partir e ao longo do século XX, fazendo
com que surgisse um novo discurso, o discurso da “nova
pedagogia”, focado na criança, em sua atividade, necessidades e
interesses. Essa nova visão, que agora já tem mais de um século de
PLANO DO CAPÍTULO
Resumo
1.1 A influência do meio socioeconômico
1.2 A influência da escola
1.3 A influência do professor
1.3.1 A mega-análise de Fraser e seus colaboradores (1987)
1.3.2 A mega-análise de Wang, Haertel e Walberg (1993)
1.3.3 A mega-análise de Hattie (2003)
1.3.4 Uma segunda mega-análise de Hattie (2012)
1.3.5 Pesquisas sobre o valor agregado do professor
1.3.5.1 Estudos sobre o valor agregado no Tennessee
1.3.5.2 Estudos sobre o valor agregado no Texas
1.4 A eficácia do ensino explícito
Resumo
O objetivo deste primeiro capítulo é mostrar que, em
igualdade de circunstâncias, o professor é o fator de maior
impacto no desempenho dos alunos que lhe são entregues.
Certamente, o meio socioeconômico, a família e as
características do aluno também têm efeito no aprendizado,
mas, em condições semelhantes, existem diferenças no
desempenho dos alunos que podem ser explicadas antes de
tudo pelas intervenções do professor. E mais, certas pesquisas
já permitiram constatar que alguns professores têm um valor
agregado mais elevado do que outros e que aqueles com alto
FATORES T SCORES
Fonte: WANG, M.C.; HAERTEL, G.D. & WALBERG, H.J. (1993). “Toward a Knowledge
Base for School Learning”. Review of Educational Research, vol. 63, n. 3. Reproduzido
com a autorização de Sage Publications.
FATORES EXEMPLOS
1 Gestão da classe Técnicas para manter o interesse dos
alunos (recorrer a perguntas e recitações,
no intuito de obter uma participação ativa
de todos os alunos)
2 Processos metacognitivos Avaliação da compreensão (planejamento;
exame da eficácia e dos resultados das
medidas experimentadas; revisão e
avaliação das estratégias de aprendizado)
3 Processos cognitivos Extensão dos conhecimentos escolares em
uma área específica
4 Meio familiar e apoio dos pais Atenção que os pais dão à execução dos
deveres pelo aluno
5 Interações sociais entre os alunos e o Reação positiva dos alunos às perguntas do
professor professor e dos outros alunos
6 Atributos sociais e comportamentais Comportamento construtivo, não
perturbador
7 Motivação e atributos afetivos Atitude com relação à matéria ensinada
8 Outros alunos Nível de aspiração dos outros alunos
9 Número de horas de ensino Envolvimento ativo nos estudos
Fonte: HATTIE, J.A. (2012). Visible Learning for Teachers – Maximizing Impact on
Learning. Nova York: Routledge.
INTERFERENT INFLUÊNCIAS
E
Aluno • Conhecimentos prévios em matéria de aprendizado.
• Expectativas.
• Grau de abertura a novas experiências.
• Convicções emergentes quanto ao valor e à vantagem de investir no
aprendizado, bem como em uma reputação de aprendiz.
• Envolvimento.
• Capacidade de construir um sentido para si mesmo a partir de seu
envolvimento no aprendizado, bem como uma reputação de aprendiz.
Meio familiar • Expectativas e aspirações dos pais com relação ao filho.
• Conhecimento da língua de ensino pelos pais.
Escola • Clima em sala de aula.
• Influência dos colegas.
Professor • Qualidade do ensino, tal como percebida pelos alunos.
• Expectativas do professor.
• Concepções do professor em matéria de ensino, aprendizado,
avaliação e alunos.
• Abertura do professor.
Fonte: HATTIE, J.A. (2009). Visible Learning – A Synthesis of over 800 Meta-analyses
Relating to Achievement. Nova York: Routledge.
PLANO DO CAPÍTULO
Resumo
2.1 Ensino explícito, uma abordagem cuja eficácia já foi demonstrada
2.2 Uma abordagem instrucionista do ensino
2.3 Ensino explícito, ensino tradicional e ensino magistral
2.4 A guerra dos paradigmas
2.5 As duas grandes funções do ensino: a gestão da classe e a gestão dos
aprendizados
2.6 A natureza do ensino explícito
2.7 Ensino explícito e psicologia cognitiva
2.7.1 A arquitetura cognitiva
2.7.1.1 A memória sensorial
2.7.1.2 A memória de longo prazo
2.7.1.3 A memória de trabalho ou memória de curto prazo
2.7.2 A abordagem cognitiva do aprendizado
2.7.2.1 Um modelo de desenvolvimento das competências e da especialização
2.7.2.2 A Teoria da Carga Cognitiva
2.7.2.3 A construção da representação
2.7.2.4 O desenvolvimento da metacognição
Resumo
Este capítulo tem vários objetivos. Em um primeiro
momento, definimos o ensino explícito, descrevemos suas
grandes características, tendo em vista as exigências do
trabalho docente, e situamos essa abordagem pedagógica no
panorama das correntes atuais. A esse respeito, o ensino
PLANO DO CAPÍTULO
Resumo
3.1 Os exercícios “matam” o pensamento
3.2 Ensino dirigido e aprendizado por descoberta: Que suporte privilegiar?
3.3 Ensino focado no aluno e ensino focado no professor
3.4 Ensino contextualizado e ensino descontextualizado
3.5 Todas as abordagens pedagógicas têm o mesmo valor?
3.6 O singular e o regular
3.7 Universal ou limitado ao contexto americano?
3.8 “Novo” não necessariamente significa “melhor”
3.9 Epistemologia, um grande conceito aviltado
3.10 Processos de pensamento superiores e ensino explícito
3.11 Aprendizado primário e aprendizado secundário
3.12 Ensino estruturado e passividade
3.13 Outras pesquisas dizem o contrário... Então nada tem valor!
3.14 A relação com a ciência – Os resultados da ciência não podem ser
traduzidos como regras de conduta
3.15 Um ensino estruturado prejudica a criatividade e a autonomia
profissional dos professores
3.16 O ensino explícito ignora as diferenças individuais
3.17 O ensino explícito produz efeitos negativos na dimensão afetiva
3.18 Ensino explícito e senso comum
3.19 Ensino explícito e ensino estratégico
3.20 O reino de uma ideologia defendida por uma ortodoxia
Resumo
Fonte: MARZANO, R.; PICKERING, D.J. & POLLOCK, J.E. (2001). Classroom
Instruction that Worksi – Research-based Strategies for Increasing Student
Achievement3. Alexandria: Associação de Supervisão e Desenvolvimento do Currículo.
Fonte: HATTIE, J.A. (2009). Visible Learning – A Synthesis of over 800 Meta-analyses
Relating to Achievement. Nova York: Routledge.
Quadro 3.3 – Projeto Iserp – Repartição das escolas de acordo com o nível
socioeconômico dos bairros e em função da eficácia das mesmas
Quadro 3.4 Estratégias que se deve privilegiar de acordo com o nível dos
alunos
Fonte: ROSENSHINE, B. (2008). “Systematic Instruction”. In: GOOD, T.L. (org.). 21st
Century Education: A Reference Handbook. Newbury Park: Sage, p. 242.
PLANO DO CAPÍTULO
Resumo
4.1 Definir os objetivos de aprendizado
4.2 Delimitar as ideias mestras
4.3 Determinar os conhecimentos prévios
4.4 Integrar estrategicamente os diferentes tipos de conhecimento
4.5 Planejar o ensino explícito de estratégias cognitivas
4.6 Planejar mecanismos de apoio ao aprendizado
4.7 Planejar revisões e reutilizações dos aprendizados
4.8 Verificar o alinhamento curricular
4.9 Estabelecer um roteiro de aula
4.9.1 Definir os objetivos de aprendizado
4.9.2 Planejar a abertura da aula
4.9.3 Planejar a conduta da aula
4.9.4 Planejar a objetivação da aula,
4.9.5 Determinar um tempo para cada etapa e definir o material necessário
4.10 Um exemplo ilustrando o emprego das estratégias de planejamento
4.10.1 Definir os objetivos de aprendizado
4.10.2 Delimitar as ideias mestras
4.10.3 Determinar os conhecimentos prévios
4.10.4 Integrar estrategicamente os conhecimentos
4.10.5 Planejar o ensino explícito de estratégias cognitivas
4.10.6 Planejar mecanismos de apoio ao aprendizado
4.10.7 Planejar revisões e reutilizações dos aprendizados
4.10.8 Verificar o alinhamento curricular
4.10.9 Preparar um roteiro de aula
Para que a aula seja eficaz, o professor deve planejar como introduzir
a matéria, o que chamamos aqui de abertura da aula. Trata-se de uma
etapa importante, porque ela lança a atividade, permite explicitar a
direção que será tomada e suscitar a motivação necessária para chegar lá.
Os fatores a seguir contribuem para compor bem o cenário, mas
Coerência textual
• Reconhecer e utilizar, desde o início do ciclo, os conectores
temporais fornecidos pelo léxico, os organizadores textuais e os
marcadores discursivos; acrescentar gradualmente os do
sistema verbal e dar especial atenção à harmonização dos
tempos verbais em narrações no passado.
• Observar e utilizar diferentes formas de integrar informações
novas no texto (marcadores discursivos, organizadores textuais,
substitutos etc.) e dar especial atenção à coordenação, bem
como à justaposição7.
a) Objetivo de aprendizado:
Reconhecer, interpretar e utilizar os marcadores discursivos tant
literatura quanto em redação.
d) Condições de realização:
Em literatura e redação, com textos correntes e literários.
TIPO DE EXEMPLOS
MARCADORES
DISCURSIVOS
Adição e, também, além disso, bem como, assim como, com, igualmente;
Alternativa ou, ou então, seja... seja;
Tempo antes, quando, depois, após, antes que, enquanto, desde, ao longo de,
primeiro, durante, agora, em seguida, ao mesmo tempo em que, às vezes,
no momento, logo que, finalmente, então, doravante;
Lugar à frente, atrás, acima, embaixo, em, dentro, aqui, lá;
Causa pois, de fato, efetivamente, porque, já que, visto que, dado que, tendo em
vista que, em razão de, por causa de, graças a, como;
Consequência então, a tal ponto que, portanto, de modo que, de maneira que, de modo a,
por isso, consequentemente, por conseguinte, em consequência, é por esse
Em literatura:
Em Estudos Sociais e Ciências, o aluno deve observar e notar os
diferentes marcadores que os autores utilizarem para integrar informações
novas (o aluno deve deixar por escrito as etapas do método ensinado). De
volta à sala de aula, os alunos vão, um de cada vez, compartilhar suas
observações e comentar se a escolha dos marcadores utilizados foi
relevante ou não.
Em redação:
O aluno deve resumir uma história, prestando especial atenção à
coerência textual (através de marcadores discursivos no resumo
produzido).
Além disso, para revisar a matéria, o professor pode fazer
recapitulações no início dos períodos, em forma de brincadeiras ou
diálogos. Ele pode, por exemplo, propor um jogo de associações
(marcadores discursivos/relação estabelecida) ou escrever uma frase e
pedir para os alunos identificarem ou trocarem o marcador discursivo etc.
1. Algumas seções deste capítulo foram tiradas de uma obra publicada anteriormente:
BISSONNETTE, S.; RICHARD, M. & GAUTHIER, C. (2006). Comment enseigne-t-on dans
les écoles efficaces? – Efficacité des écoles et des réformes. Quebec: Presses de l’Université
Laval, 163 p. [Col. Formation et Profession].
2. Em razão de sua difusão no meio escolar, decidimos traduzir aqui o termo Curricular
Alignment por “alinhamento curricular”.
3. Nós não abordaremos aqui a questão dos manuais. Certos estudiosos são absolutamente
contra os manuais; nosso ponto de vista é diferente. Se o manual for bem-construído e respeitar
certos princípios de design curricular, por que se privar deles? Um professor que não utilize
manuais está decidindo efetuar a etapa de planejamento por si próprio. No secundário, isso é
mais fácil, tendo em vista o menor número de matérias a ensinar. Todavia, mesmo no
secundário, o ensino em diferentes níveis exige vários planejamentos diferentes. No primário, a
tarefa rapidamente se torna demasiado pesada, sobretudo para um professor inexperiente. Os
manuais não são perfeitos, mas podem ser melhorados a partir das estratégias de preparação
que nós expomos aqui. Seja como for, deve-se evitar improvisações e ter em mente que um
planejamento minucioso permite impedir muitos erros de ensino.
4. Se houve um tema da área da educação que floresceu desde os trabalhos de Tyler (1949), foi
de fato a formulação de objetivos. São inúmeras as obras que apresentam diversas técnicas de
redação e propõem diferentes critérios. A principal diferença reside, em nossa opinião, no
critério 5, ou seja, as condições de realização. Certos estudiosos mencionam em detalhe uma
série de condições (contexto, quantidade, duração, nota mínima para passar etc.). Nesse
domínio, nós pensamos que quem tudo quer nada tem: ao querer indicar uma quantidade
excessiva de condições, corre-se o risco de perder de vista a meta perseguida. O importante é
que o objetivo estipule as intenções do professor a respeito do que se espera do aluno com
relação a um conteúdo ou habilidade.
5. Decidimos traduzir a expressão advance organizer por “ferramenta estruturante”. Esse
termo remete a mapas conceituais, quadros de apresentação, folhas de anotações estruturadas,
planos, diagramas, esquemas e outras representações visuais que facilitam a compreensão inicial
de um conteúdo antes mesmo de ele ser ensinado explicitamente.
6. Equivalente ao 7º, 8º e 9º anos do Ensino Fundamental no Brasil [N.T.].
7. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, LAZER E ESPORTE DO QUEBEC (2006). Programme de
formation de l’école québécoise, programme de français, premier cycle du secondaire.
Quebec: Governo do Quebec, p. 105, 132.
8. Inspirado em uma atividade texte plat de BOYER, C. (1993). L’enseignement explicite de la
compréhension en lecture: modéles d’activités d’enseignement. Boucherville: Graficor, p. 64.
PLANO DO CAPÍTULO
Resumo
5.1 Maximizar o tempo de aprendizado escolar
5.2 Garantir uma taxa de sucesso elevada
5.3 Cobrir a matéria a apresentar aos alunos
5.4 Favorecer modalidades de agrupamento eficazes
5.4.1 Agrupar os alunos por nível de habilidade ou por nível de desempenho?
5.4.2 Favorecer o aprendizado em grupo com o professor
5.4.3 Utilizar a estratégia do ensino recíproco
5.4.4 Utilizar a estratégia do aprendizado cooperativo
5.4.5 A tutoria de colegas
5.5 Dar apoio ao aprendizado (scaffolding)
5.6 Levar em conta diferentes formas de conhecimento
5.7 Utilizar uma linguagem clara e precisa
5.8 Verificar a compreensão
5.9 Explicar, ilustrar através de modelagens, demonstrar
5.10 Manter um ritmo constante
5.11 Diferenciar de outra forma
5.11.1 A natureza e os limites da pedagogia diferenciada
5.11.2 Diferenciar através de uma abordagem única, mas de intensidade variável de
acordo com os níveis
Resumo
Uma vez a preparação feita, o professor passa para a etapa
seguinte, a interação com os alunos, isto é, o ensino
propriamente dito. Durante essa fase, ele coloca em prática
seu plano de ação. Obviamente, será preciso fazer mudanças
NÍVEL 3
Ensino explícito, intensivo, individualizado, oferecido temporariamente por um professor
especializado, em geral um ortopedagogo, fora das aulas normais.
NÍVEL 2
Ensino explícito oferecido em aulas normais, proporcionando oportunidades de
aprendizado adicionais e o auxílio de um ortopedagogo para obter êxito.
NÍVEL 1
Ensino explícito oferecido em aulas normais.
PLANO DO CAPÍTULO
Resumo
6.1 Corrigir os deveres cotidianamente
6.2 Abrir a aula
6.2.1 Obter a atenção dos alunos
6.2.2 Apresentar o objetivo de aprendizado
6.2.3 Justificar o objetivo da aula
6.2.4 Ativar os conhecimentos prévios
6.3 Conduzir a aula: o método de ensino explícito
6.3.1 A modelagem: demonstrar os aprendizados a realizar (“Eu faço”)
6.3.1.1 Utilizar exemplos e contraexemplos
6.3.2 Guiar a prática (“Nós fazemos juntos”)
6.3.2.1 Ensinar conceitos, habilidades e regras
6.3.2.2 Demonstrar etapa por etapa
6.3.2.3 Fazer perguntas e solicitar respostas
6.3.2.4 Dar feedback, corrigir e parabenizar
6.3.2.5 Estudar problemas já resolvidos
6.3.2.6 Utilizar um apoio adequado
6.3.2.7 Obter uma taxa de sucesso elevada
6.3.3 Fazer os alunos praticarem de maneira autônoma (“Você faz sozinho”)
6.4 Encerrar a aula
6.4.1 Objetivar os aprendizados realizados
6.4.2 Anunciar a próxima aula
6.4.3 Continuar a automatização
Resumo
Fonte: ARCHER, A.L. & HUGHES, C.A. (2011). Explicit Instruction – Effective and
Efficient Teaching. Nova York: Guilford Press, p. 84.
Fonte: ARCHER, A.L. & HUGHES, C.A. (2011). Explicit Instruction – Effective and
Efficient Teaching. Nova York: Guilford Press, p. 250.
GUIAR A PRÁTICA
“Nós fazemos juntos”
Ensinar conceitos, habilidades e regras
Fazer perguntas
Verificar a compreensão
OBJETIVAÇÃO
Continuar a automatização
ABERTURA DA AULA
• Captar a atenção dos alunos
• Dar um panorama
- Apresentar o objetivo da aula
- Justificar sua importância
• Revisar os conhecimentos ou habilidades prévios
Verificar a compreensão
CORPO DA AULA
Verificar a compreensão
2) Prática guiada “Nós fazemos juntos”
Mecanismos de apoio
- físicos
- verbais
- visuais
Retirar progressivamente
Níveis de apoio
- Dizer o que fazer
- Perguntar o que deve ser feito
- Relembrar
Verificar a compreensão
Alta taxa de sucesso
ENCERRAMENTO DA AULA
Objetivação
- Revisar o conteúdo essencial
Anunciar o conteúdo da aula seguinte
Supervisionar a execução
Dar feedback
Fonte: ARCHER, A.L. & HUGHES, C.A. (2011). Explicit Instruction – Effective and Efficient
Teaching. Nova York: Guilford Press, p. 40.
1. Essas três etapas correspondem ao que alguns chamavam, no início dos anos de 1980, de
“simulação”, “experiência de aprendizado” e “objetivação”. O Ministério da Educação, Lazer e
Esporte do Quebec utiliza agora os seguintes termos: “preparação”, “experiência de ensino-
aprendizado” e “integração dos aprendizados”. Embora haja fortes semelhanças entre essas
expressões, preferimos empregar os termos “abertura”, “corpo” e “encerramento” da aula,
que são mais neutros, menos conotados e situam bem a etapa na qual o professor se encontra
em seu método de ensino.
2. Este e os três próximos parágrafos, bem como o quadro 6.2, foram tirados de GAUTHIER,
C. & TARDIF, M. (org.) (2012). La pédagogie: theories et pratiques de l’Antiquité à nos jours.
3. ed. Montreal: Gaëtan Morin, 304 p. [Chenelière Éducation].
PLANO DO CAPÍTULO
Resumo
7.1 Passar deveres de casa
7.2 Proceder a revisões cotidianas, semanais e mensais
7.2.1 As revisões cotidianas
7.2.2 As revisões semanais e mensais
7.2.3 As avaliações formativas e as avaliações sumativas
7.3 Avaliar para verificar a transferência dos aprendizados
Resumo
Neste capítulo examinaremos as estratégias pedagógicas que o
professor deve instaurar para consolidar os aprendizados com os
alunos. Tais estratégias correspondem a deveres de casa, bem como
a revisões cotidianas, semanais e mensais. Elas envolvem
igualmente avaliações formativas e avaliações sumativas. Por fim,
discutiremos que condições são necessárias para que a
transferência dos conhecimentos se realize e veremos como o
professor pode verificar se os alunos são capazes de transferir os
aprendizados realizados.
PLANO DO CAPÍTULO
Resumo
8.1 O que é uma escola eficaz?
8.2 Que estudos já foram realizados sobre escolas eficazes?
8.3 Estudos relevantes sobre escolas eficazes
8.3.1 Os estudos de Teddlie et al.
8.3.1.1 O estudo de Stringfield, Teddlie e Suarez (1985)
8.3.1.2 O estudo de Teddlie, Kirby e Stringfield (1989)
8.3.1.3 O estudo de Teddlie e Stringfield (1993)
8.3.1.4 O estudo de Virgilio, Teddlie e Oescher (1991)
8.3.1.5 O estudo de Crone e Teddlie (1995)
8.3.1.6 O estudo de Taylor et al. (1998)
8.3.1.7 O estudo de Reynolds et al. (2002)
8.3.2 Outros estudos
8.3.2.1 O estudo de Bearden, Bembry e Babu (1995)
8.3.2.2 O estudo de Waxman et al. (1997)
8.3.2.3 O estudo de Waxman e Huang (1997)
8.3.2.4 O estudo de Henchey et al. (2001)
8.4 Que lições tirar dos estudos sobre escolas eficazes?
Resumo
No presente capítulo definiremos o conceito de escola eficaz.
Em seguida, explicaremos brevemente a metodologia que
empregamos para comparar textos científicos e apresentaremos os
resultados dos diferentes estudos que selecionamos. Depois
analisaremos os resultados de tais estudos, a fim de determinar que
práticas de ensino são utilizadas em escolas eficazes, em especial
nas que se situam em bairros desfavorecidos, e por que tais práticas
são compatíveis com os resultados de pesquisas sobre o ensino
OUTROS ESTUDOS
8) Bearden, Bembry e Babu (1995) 14 Grelha de observação concebida
pelos pesquisadores
9) Waxman et al. (1997) 8 Classroom Observation Schedule
(COS)
10) Waxman e Huang (1997) 8 COS
Resultados
Os resultados, apresentados no quadro 8.2, mostram que os
professores da Escola Adams (escola eficaz) interagiam mais com seus
alunos (44,65%) do que os da Escola Fillmore (24,18%) e precisavam
chamar menos a atenção para manter os comportamentos sob controle.
Quadro 8.2 Comparação dos resultados obtidos por duas escolas no Classroom
Snapshot (CS)
Metodologia
As escolas eram colocadas em paralelo em função do nível de
semelhança entre si. Para avaliar as práticas de ensino utilizadas, foram
observadas, no total, 116 turmas, distribuídas igualmente entre as oito
escolas eficazes e as oito escolas menos eficazes. O protocolo
metodológico seguido nesse estudo era idêntico ao da pesquisa de
Stringfield, Teddlie e Suarez (1985). No entanto, as observações eram
realizadas através de uma grelha concebida a partir dos trabalhos de
Rosenshine (1983) sobre o ensino explícito – os Classroom Observation
Instruments (COI).
Resultados
Os resultados apresentados no quadro 8.3 mostram notáveis
diferenças entre as práticas de ensino empregadas nas escolas eficazes e
as empregadas nas escolas menos eficazes. No geral, as escolas eficazes
** p < 0,01
Fonte: TEDDLIE, C.; KIRBY, P.C. & STRINGFIELD, S. (1989). “Effective Versus Ineffective
Schools: Observable Differences in the Classroom”. American Journal of Education, vol. 97, n.
3. Universidade de Chicago © 1989. Reprodução autorizada pela University of Chicago Press –
Journals.
Metodologia
Gostaríamos de relembrar que as 16 escolas elementares haviam sido
escolhidas, entre outras, com base nos resultados de seus respectivos
alunos nas provas padronizadas de 1982-1983 e 1983-1984. Pois bem,
Resultados
As conclusões, apresentadas no quadro 8.4, revelaram que os
professores das escolas eficazes continuavam obtendo resultados
superiores aos das escolas pouco eficazes em todas as dimensões
avaliadas, apesar de mudanças do quadro docente e das direções das
escolas em torno de 50% em ambos os tipos de estabelecimento.
Outrossim, os pesquisadores afirmam que as diferenças observadas no
VTBI eram significativas em três entre cinco dimensões avaliadas: gestão
da classe, estratégia de ensino e clima social e psicológico.
Quadro 8.4 Comparação dos resultados obtidos no VTBI de acordo com o tipo de
escola (eficaz ou pouco eficaz), 1989-1990
Fonte: TEDDLIE, C. & STRINGFIELD, S. (1993). Schools Make a Difference: Lessons Learned
from a 10-year Study of School Effects. Nova York: Teachers College Press. © 1993 Teachers
College, Universidade Columbia. Todos os direitos reservados.
Metodologia
Todas as escolas ficavam em um único distrito escolar da Louisiana.
Elas foram divididas em três categorias distintas: cinco escolas eficazes,
cinco escolas típicas e cinco escolas pouco eficazes. Além disso, cada
uma das três categorias compreendia três escolas elementares (nove, ao
todo) e duas escolas intermediárias (seis, ao todo). Em comparação com
o estudo de Teddlie, Kirby e Stringfield (1989), essa pesquisa se
interessava, portanto, por um novo tipo de escola (típica) e um outro
nível de ensino (intermediário). Gostaríamos de ressaltar que uma escola
Resultados
Os resultados das observações de 96 professores foram compilados e
estão apresentados no quadro 8.5. Com 12 dos professores, as
observações produziram dados insuficientes, que foram eliminados da
análise final dos resultados. Os resultados indicam que os professores de
escolas eficazes obtinham dos alunos um tempo de envolvimento
dedicado à tarefa (Time on Task) maior (79%) do que os dos outros dois
tipos de escola (74 e 58%). Os mesmos professores também obtinham
resultados superiores aos dos seus colegas das outras escolas em todas as
dimensões avaliadas pelo VTBI (gestão da classe, gestão do ensino e
clima da turma). Todas as diferenças observadas entre os diversos tipos
de escola no VTBI e no CS são estatisticamente significativas. Além
disso, Virgilio, Teddlie e Oescher (1991) afirmam que havia pouca
variabilidade entre os comportamentos dos diferentes professores
observados nas escolas eficazes e os comportamentos dos professores
dos outros tipos de escola.
Fonte: VIRGILIO, I.; TEDDLIE, C. & OESCHER, J. (1991). “Variance and Context Differences
in Teaching at Differentially Effective Schools”. School Effectiveness and School Improvement,
vol. 2, n. 2.
Metodologia
Os pesquisadores selecionaram 11 escolas elementares (5 eficazes e
6 pouco eficazes) em dois distritos escolares (um urbano e outro rural)
com base nos resultados dos alunos (3º e 5º anos) em provas nacionais
de Matemática e Inglês. Essa seleção também foi efetuada de acordo com
uma análise de regressão múltipla incluindo fatores como o nível
socioeconômico, a escolaridade da mãe etc. Portanto, o protocolo
metodológico utilizado nesse estudo é semelhante ao das pesquisas
anteriores. Em cada uma das escolas, os pesquisadores observaram cinco
professores de Matemática ou Inglês do 3º e 5º anos, selecionados ao
acaso. No total, eles observaram 25 professores de escolas eficazes e 30
professores de escolas pouco eficazes. As observações foram realizadas
com o auxílio do VTBI e do CS.
Resultados
Os resultados, apresentados no quadro 8.6, mostram diferenças
estatisticamente significativas entre ambas as categorias de escolas em
cinco das sete dimensões avaliadas.
Foram constatadas grandes diferenças entre ambos os tipos de
estabelecimento com relação à globalidade das dimensões avaliadas pelo
VTBI, isto é: gestão da classe, habilidades de apresentação e
questionamento, estratégias de ensino, clima social e psicológico e clima
físico. Além disso, Crone e Teddlie (1995) afirmam que a variação dos
resultados nessas dimensões é menor em escolas eficazes. Embora sejam
mais elevados, os resultados obtidos no CS por professores de escolas
eficazes não apresentam diferenças significativas com relação aos obtidos
por professores de escolas pouco eficazes. Os resultados desse segundo
estudo confirmam, portanto, os obtidos no Lses.
* p < 0,001
** p < 0,0001
Fonte: CRONE, L.J. & TEDDLIE, C. (1995). “Further Examination of Teacher Behavior in
Differentially Effective Schools: Selection and Socialisation Processes”. Journal of Classroom
Interaction, vol. 30, n. 1.
Resultados
Os resultados obtidos em cada escola, apresentados no quadro 8.7,
mostram que os professores das escolas eficazes situadas em bairros de
classe média e desfavorecida obtiveram notas mais altas do que seus
colegas de escolas comparáveis em todas as dimensões avaliadas.
Todavia, os pesquisadores constataram que somente uma das duas
escolas eficazes parecia oferecer aos alunos atividades estimulantes no
âmbito intelectual. Após essa constatação, os pesquisadores sugeriram
prestar maior atenção ao processo de seleção das escolas ditas eficazes.
Um último ponto que merece atenção é o critério utilizado para considerar uma escola
como eficaz [...]. Obviamente, êxito em testes padronizados é um grande indicador da
eficácia de uma escola, e seria conveniente continuar utilizando-o. Porém, em nosso
estudo, os resultados apontam a necessidade de elaborar critérios adicionais para
determinar que escolas são eficazes (TAYLOR et al., 1998, p. 131).
Fonte: TAYLOR et al. (1998). “A Child’s Day at School: Variations in More and Less Effective
Schools in Low and Middle Socioeconomic Status Contexts”. Journal of Education for Students
Placed at Risk, vol. 3, n. 2.
Metodologia
Essa pesquisa mista analisou dados quantitativos e qualitativos
recolhidos em escolas primárias10. Cada país participante devia, durante
dois anos letivos, analisar práticas docentes em uma ou duas escolas
eficazes, uma ou duas escolas medianamente eficazes e uma ou duas
escolas pouco eficazes, em bairros muito desfavorecidos e medianamente
desfavorecidos. Cada escola que participou do projeto foi alvo de um
estudo de caso baseado em entrevistas com a direção da escola e os
professores, observações do funcionamento da escola, observações
realizadas em sala de aula através de grelhas e coletas de dados relativos
aos resultados escolares e quocientes intelectuais dos alunos. Esse
esquema de pesquisa permitiu, portanto, analisar de 6 a 12 escolas por
país e criou condições propícias para determinar fatores transversais nos
diversos contextos estudados.
Fonte: REYNOLDS et al. (2002). World Class Schools – International Perspectives on School
Effectiveness. Nova York: Routledge-Farmer.
Metodologia
O valor agregado das escolas de Dallas foi calculado em função de
diferentes análises de regressão múltipla, levando em conta o nível
socioeconômico, a porcentagem de população estudante multiétnica, a
elegibilidade a programas de ajuda alimentícia etc. Após tais análises, as
escolas foram classificadas de acordo com um índice de eficácia (school
effectiveness indices). Essa classificação foi divulgada publicamente e
constitui uma das medidas de imputabilidade instauradas pelo Sistema de
Responsabilidade de Dallas. Os pesquisadores observaram 36
professores de escolas pouco eficazes e 46 professores de escolas
eficazes. As sessões de observação duravam de 30 a 45 minutos. A
grelha de observação utilizada havia sido concebida pelos pesquisadores.
Resultados
Os resultados apresentados nos quadros 8.9 e 8.10 revelam
significativas diferenças entre escolas eficazes e escolas menos eficazes.
Bearden, Bembry e Babu (1995) afirmam que professores oriundos de
escolas eficazes obtinham dos alunos um nível de envolvimento maior
(50%) do que os de escolas menos eficazes (33%). Além disso, aqueles
mesmos professores passavam aos alunos uma quantidade maior (41%)
de atividades que exigiam habilidades superiores da mente do que seus
colegas de escolas pouco eficazes (22%).
Fonte: BEARDEN, B.; BEMBRY, K. & BABU, S. (1995). Effective Schools: Is There a Winning
Combination of Administrators, Teachers and Students? São Francisco. Palestra apresentada no
congresso anual da Associação Americana de Pesquisa em Educação, 18-22/04.
Fonte: BEARDEN, B.; BEMBRY, K. & BABU, S. (1995). Effective Schools: Is There a Winning
Combination of Administrators, Teachers and Students? São Francisco. Palestra apresentada no
congresso anual da Associação Americana de Pesquisa em Educação, 18-22/04.
Metodologia
Os pesquisadores observaram 15 turmas em cada uma das oito
escolas. As sessões de observação, que duravam 45 minutos, ocorreram
no meio do ano letivo. O instrumento de observação utilizado foi o
Classroom Observation Schedule (COS), uma grelha de observação
aprovada empiricamente (WAXMAN et al., 1988).
Resultados
O quadro 8.11 apresenta os resultados do estudo, que revelam
diferenças estatisticamente significativas. Podemos constatar que os
professores de escolas eficazes recorriam a trabalhos individuais (20%)
com mais frequência do que os de escolas menos eficazes (14%). Além
disso, dar aula em grandes grupos era uma estratégia de ensino menos
empregada em escolas eficazes (72%) do que em escolas pouco eficazes
(81%). Dar aula em pequenos grupos era, ao contrário, uma estratégia
utilizada com mais frequência pelos professores de escolas eficazes (8%)
do que pelos de escolas menos eficazes (5%). Havia muito mais
interações entre professor e alunos em escolas eficazes (70%) do que em
escolas menos eficazes (47%). O tempo durante o qual nenhuma
interação (professor-alunos ou alunos-alunos) havia sido observada era o
dobro em escolas pouco eficazes (42%) em comparação com escolas
eficazes (21%). É interessante notar que, em ambos os tipos de escola, as
diferenças observadas nas interações entre professor e alunos
correspondiam aos resultados das pesquisas de Teddlie e seus
colaboradores, que haviam utilizado o CS.
* p < 0,05
** p < 0,01
Metodologia
As oito escolas se situavam em bairros desfavorecidos. Uma das
diferenças com relação à pesquisa de Waxman et al. (1997) é que, aqui,
as escolas foram selecionadas em função dos resultados dos alunos em
provas padronizadas que avaliavam os seguintes domínios: Matemática,
Literatura e Redação. O protocolo metodológico empregado
(instrumento de observação, número de turmas observadas, duração das
sessões de observação etc.) era semelhante ao do estudo de 1997.
Resultados
O quadro 8.12 apresenta os resultados obtidos em sessões de
observação com a utilização do Classroom Observation Schedule. Os
resultados apresentados se referem apenas a dimensões em que foi
possível notar diferenças estatisticamente significativas.
* p < 0,05
Fonte: WAXMAN, H.C. & HUANG, S.L. (1997). “Classroom Instruction and Learning
Environment Differences Between Effective and Ineffective Urban Elementary Schools for African
American Students”. Urban Education, vol. 32, n. 1.
Metodologia
Os pesquisadores analisaram doze escolas secundárias públicas em
três províncias diferentes: Colúmbia Britânica, Alberta e Quebec. Todas
as escolas se situavam em bairros urbanos desfavorecidos (WENDEL,
2000). Dentre as doze escolas, nove (três por província) eram
consideradas como eficazes, pois o desempenho escolar e as taxas de
Resultados
A análise revelou que as características associadas a escolas
canadenses ditas eficazes eram semelhantes a aspectos identificados no
conjunto da literatura acadêmica sobre a eficácia das escolas.
Os fatores de sucesso em tais escolas não parecem ser significativamente diferentes
daqueles mencionados pela literatura científica: clima propício a ordem e segurança,
liderança ativa, colaboração entre os professores, programas e serviços de apoio,
expectativas de rendimento altas, comportamentos adequados e êxito para todos os
alunos, bem como relações carinhosas entre professores e alunos e um vasto leque de
possibilidades de aprendizado e recursos para todos os alunos (HENCHEY et al., 2001,
p. 55).
O caminho percorrido
Na primeira parte deste livro examinamos os fundamentos do
ensino explícito. Definimos a natureza desse método, identificamos
as bases científicas nas quais ele se apoia, mostramos os vínculos
existentes entre o ensino explícito e os trabalhos contemporâneos
sobre a memória e, por fim, refutamos um certo número de críticas
formuladas por seus opositores.
No primeiro capítulo mostramos que, embora o meio
socioeconômico, a família e as características dos alunos exerçam
efeito no aprendizado, existem, em meios comparáveis, diferenças
em termos de desempenho dos alunos que podem ser explicadas,
antes de tudo, pelo papel do professor. O efeito professor no
desempenho escolar dos alunos é hoje reconhecido pela esfera
acadêmica. Além disso, mostramos que, dentre os professores,
alguns ensinam melhor do que outros e que esse valor agregado se
ANEXO 1
Quadro de síntese: o modelo PIC de gestão
dos aprendizados
1 A preparação (P)
- Preparar a modelagem.
- Planejar a prática guiada.
- Planejar a prática autônoma.
- Planejar a avaliação dos aprendizados.
Planejar a objetivação da aula.
2 A interação (I)
ESTRATÉGIAS GERAIS
1) Maximizar o tempo de aprendizado escolar
2) Garantir uma taxa de sucesso elevada
ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS
1) Corrigir os deveres cotidianamente
2) Abrir a aula
Captar a atenção dos alunos.
4) Encerrar a aula
Objetivar os aprendizados realizados.
Continuar a automatização.
ANEXO 2
Exemplos de aulas no ensino fundamental e
médio
EXEMPLO 1
Aula sobre a estratégia “Ativar seus conhecimentos anteriores”1 7º, 8º
e 9º ano do ensino fundamental
ABERTURA DA AULA
Apresentar o objetivo de aprendizado
CORPO DA AULA
Modelagem
Prática guiada
somar frações;
Prática autônoma
Nos dias seguintes, relembrar o método que deve ser seguido para
ativar seus conhecimentos anteriores.
Pedir para os alunos realizarem, de forma autônoma, mas sob sua
supervisão, as seguintes atividades:
Ativar seus conhecimentos anteriores para:
utilizar diagramas para expor os resultados de uma experiência;
subtrair frações.
ENCERRAMENTO DA AULA
Objetivação
ABERTURA DA AULA
Apresentar o objetivo de aprendizado
CORPO DA AULA
Modelagem
Então, eu quero escrever para o tal autor de livros juvenis para dizer que adorei o último
livro dele. Vou consultar minhas perguntas para ter certeza de preparar bem minha carta.
Primeira pergunta: Que forma de tratamento utilizar? Você ou o senhor? Eu nunca falei
com o tal escritor, acho que seria melhor tratá-lo com respeito. Mas ele escreve para os
jovens... não, mas ele próprio é um adulto, acho que é mais educado chamá-lo de
“senhor”. Agora, minha segunda pergunta – o vocabulário. Será que eu devo empregar
um vocabulário familiar ou formal? “E aí, meu chapa?” ou “Prezado Fulano”? Acho que
vou escolher a segunda opção pelas mesmas razões. Por fim, minha terceira pergunta.
Por que motivo estou escrevendo para ele? Eu quero dizer que gostei muito do último
romance dele e em especial de algumas partes que me emocionaram profundamente. Eu
vou até citar meu trecho preferido e explicar por que gostei dele.
ENCERRAMENTO DA AULA
Objetivação
EXEMPLO 3
Aula sobre a estratégia “Inferir a partir de um texto” 7º, 8º e 9º ano
do ensino fundamental
ABERTURA DA AULA
Apresentar o objetivo de aprendizado
CORPO DA AULA
Modelagem
ENCERRAMENTO DA AULA
Objetivação
CORPO DA AULA
Modelagem
ENCERRAMENTO DA AULA
Objetivação
ABERTURA DA AULA
CORPO DA AULA
Modelagem
ENCERRAMENTO DA AULA
Objetivação
ABERTURA DA AULA
Apresentar o objetivo da aula
CORPO DA AULA
Modelagem
O polvo4
Certos polvos possuem até 1.920 ventosas dispostas em fileiras
duplas ao longo de seus oito potentes tentáculos. Se cada ventosa de
um dos polvos pode levantar uma massa de 150g, qual é a massa
máxima que esse tipo de polvo pode deslocar utilizando somente um
de seus tentáculos?
Já peguei meu lápis, então posso começar. Bom, vou percorrer o texto. Vou ler o
título – “O polvo”– e olhar o desenho. Acho que vou ter de calcular o número de
ventosas que há em um tentáculo ou no polvo inteiro. Vou ler. A palavra “qual” indica
uma pergunta, e, no final, tem um ponto de interrogação. Eu leio: “qual é a massa?”
Massa é o mesmo que peso. Então, o que eu tenho de encontrar é o peso ou a massa
máxima, em gramas, que um único tentáculo aguenta. Não tem nada a ver com o que
eu tinha previsto, mas não faz mal. Vou reler para confirmar. É isso mesmo, eu
entendi direitinho o que tenho de buscar. Vou escrevê-lo. Tenho de buscar a massa
máxima, em gramas, que o polvo pode levantar com um único tentáculo.
ENCERRAMENTO DA AULA
Objetivação
- Relembrar os conhecimentos, conceitos, estratégias ou atitudes essenciais que devem ser
guardados em mente.
- Conservar por escrito as forças e próximos desafios a enfrentar.
- Mostrar como o aprendizado dessa estratégia de compreensão de problemas se insere
no método de resolução de problemas.
- Repetir o porquê e fazer com que os alunos verbalizem os impactos da utilização dessa
estratégia.
- Relembrar quando essa estratégia pode ser utilizada.
- Fazer associações com as outras matérias (definir intenções, percorrer textos, fazer
previsões).
ANEXO 3
Tabela de conversão de efeito de amplitude
(AE (d)) e percentis