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Curso: ADMINISTRAÇÃO Aluno(a):

Disciplina: COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Matrícula: Turma:

Professor:ADELSON FLORÊNCIO DE Semestre: Data: MAIO Nota:


BARROS 2013.1

1. Frase, período e oração:

Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para estabelecer comunicação.


Expressa juízo, indica ação, estado ou fenômeno, transmite um apelo, ordem ou exterioriza
emoções.

Normalmente a frase é composta por dois termos - o sujeito e o predicado - mas não
obrigatoriamente, pois, em Português há orações ou frases sem sujeito: Há muito tempo que
não chove.

Enquanto na língua falada a frase é caracterizada pela entoação, na língua escrita, a


entoação é reduzida a sinais de pontuação.

Quanto aos tipos de frases, além da classificação em verbais e nominais, feita a partir de
seus elementos constituintes, elas podem ser classificadas a partir de seu sentido global:

 frases interrogativas: o emissor da mensagem formula uma pergunta. / Que queres


fazer?
 frases imperativas: o emissor da mensagem dá uma ordem ou faz um pedido. / Dê-me
uma mãozinha! - Faça-o sair!
 frases exclamativas: o emissor exterioriza um estado afetivo. / Que dia difícil!
 frases declarativas: o emissor constata um fato. / Ele já chegou.

Quanto a estrutura da frase, as frases que possuem verbo são estruturadas por dois
elementos essenciais: sujeito e predicado.

O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa. É o "ser de
quem se declara algo", "o tema do que se vai comunicar".

O predicado é a parte da frase que contém "a informação nova para o ouvinte". Ele se
refere ao tema, constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito.

Quando o núcleo da declaração está no verbo, temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo
estiver num nome, teremos um predicado nominal.

Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de opinião.

A existência é frágil.

A oração, às vezes, é sinônimo de frase ou período (simples) quando encerra um


pensamento completo e vem limitada por ponto-final, ponto-de-interrogação, ponto-de-
exclamação e por reticências.
Um vulto cresce na escuridão. Clarissa se encolhe. É Vasco.

Acima temos três orações correspondentes a três períodos simples ou a três frases.

Mas, nem sempre oração é frase: "convém que te apresses" apresenta duas orações
mas uma só frase, pois somente o conjunto das duas é que traduz um pensamento completo.

Outra definição para oração é a frase ou membro de frase que se organiza ao redor de
um verbo. A oração possui sempre um verbo (ou locução verbal), que implica, na existência de
um predicado, ao qual pode ou não estar ligado um sujeito.

Assim, a oração é caracterizada pela presença de um verbo. Dessa forma:

Rua!

Que é uma frase, não é uma oração.

Já em:

"Quero a rosa mais linda que houver, para enfeitar a noite do meu bem."

Temos uma frase e três orações: As duas últimas orações não são frases, pois em si
mesmas não satisfazem um propósito comunicativo; são, portanto, membros de frase.

Quanto ao período, ele denomina a frase constituída por uma ou mais orações,
formando um todo, com sentido completo. O período pode ser simples ou composto.

Período simples é aquele constituído por apenas uma oração, que recebe o nome de
oração absoluta.

Chove.

A existência é frágil.

Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de opinião.

Quero uma linda rosa.

Período composto é aquele constituído por duas ou mais orações:

"Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver."

Cantei, dancei e depois dormi.

Estrutura da Frase

As frases que possuem verbo são geralmente estruturadas a partir de dois elementos
essenciais: sujeito e predicado. Isso não significa, no entanto, que tais frases devam ser
formadas, no mínimo, por dois vocábulos. Na frase "Saímos", por exemplo, há um sujeito
implícito na terminação do verbo: nós.
O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa. É
normalmente o "ser de quem se declara algo", "o tema do que se vai comunicar".

O predicado é a parte da frase que contém "a informação nova para o ouvinte".
Normalmente, ele se refere ao sujeito, constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito. É
sempre muito importante analisar qual é o núcleo significativo da declaração: se o núcleo da
declaração estiver no verbo, teremos um predicado verbal (ocorre nas frases verbais); se o
núcleo da declaração estiver em algum nome, teremos um predicado nominal (ocorre nas
frases nominais que possuem verbo de ligação).

Observe:

O amor é eterno.

O tema, o ser de quem se declara algo, o sujeito, é "O amor". A declaração referente a
"o amor", ou seja, o predicado, é "é eterno". É um predicado nominal, pois seu núcleo
significativo é o nome "eterno". Já na frase:

Os rapazes jogam futebol.

O sujeito é "Os rapazes", que identificamos por ser o termo que concorda em número e
pessoa com o verbo "jogam". O predicado é "jogam futebol", cujo núcleo significativo é o
verbo "jogam". Temos, assim, um predicado verbal.

Oração

Uma frase verbal pode ser também uma oração. Para isso é necessário:

- que o enunciado tenha sentido completo;

- que o enunciado tenha verbo (ou locução verbal).

Por Exemplo:

Camila terminou a leitura do livro.

Obs.: Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como partes de um conjunto
harmônico: elas são os termos ou as unidades sintáticas da oração. Assim, cada termo da
oração desempenha uma função sintática.

Atenção:

Nem toda frase é oração.

Por Exemplo:

Que dia lindo!


Esse enunciado é frase, pois tem sentido.

Esse enunciado não é oração, pois não possui verbo.

Assim, não possuem estrutura sintática, portanto não são orações, frases como:

Socorro! - Com Licença! - Que rapaz ignorante!

A frase pode conter uma ou mais orações. Veja:

Brinquei no parque. (uma oração)


Entrei na casa e sentei-me. (duas orações)
Cheguei, vi, venci. (três orações)

ESTRUTURAÇÃO DO PARÁGRAFO

Segundo Viana, et. al (1998, p,62-65), há dois tipos de estruturas: simples e mistas;
estas, fazem harmonizar a idéia principal de cada parágrafo. Isto nos ajudará a ter coerência e
coesão.

A estrutura simples tem várias técnicas que são: retomada da palavra-chave; por
encadeamento; por divisão; por recorte. A primeira, que é a retomada da palavra-chave, o
aluno escolhe um vocábulo da idéia principal, através desta palavra é retomada na seguinte
frase em relação à frase anterior e assim sucessivamente. Estas frases sempre estarão
retomadas pelas seguintes sem repeti-las. Se não se encontra palavra para substituir, pode se
colocar o mesmo vocábulo, mas sempre somando novas informações.

Mostrando num esquema:

Palavra-chave dentro do tema recuperar por coesão a cada frase

A segunda técnica seria por encadeamento. Encadear significa formar cadeia ou série,
ou seja, é como se houvesse uma corrida de reversão, em que o segundo período leva para
frente um vocábulo do primeiro, o terceiro do segundo; até chegar ao final do parágrafo. Este
método é importante, porque se pode escrever à vontade até onde achar necessário. A
escolha do vocábulo a ser escrito é pessoal, pois cada palavra escolhida do período é uma
opção do autor que está escrevendo.

Mostrando um esquema:

Frase2à frase1; frase3 à frase2; frase4 à frase3. E assim sucessivamente.

Outra técnica é por divisão. Divisão significa separar partes; isto funciona assim: para
separar os vocábulos do primeiro parágrafo que se desenvolve o raciocínio em duas partes,
para depois, explicá-las no seguinte parágrafo, seja no mesmo parágrafo ou diferentes. Pode
colocar as expressões como: em primeiro lugar...em segundo...por último; por um lado...por
outro lado. Na frase seguinte, explica os detalhes de cada um, e por último, finaliza o tema.
Mostrando o esquema:

No final do primeiro parágrafo citar os dois vocábulos divisão das duas palavras em
parágrafos diferentes ou frases Frase 3 escreve detalhes frase 4 finaliza o assunto.

Outra técnica é por recorte. Neste método tem uma palavra que nos leva a interpretar
vários pontos de vista. Para isso, escolhe-se um ponto de vista para ser trabalhado; daí, usam-
se exemplos para confirmar o ângulo, para depois concluir.

Mostrando o esquema:

Palavra generalizada, na frase 1 recorte-se num ângulo, na frase 2 nas


seguintes frases pôr exemplos na última frase se conclui.

Por último, a estrutura mista, que é uma combinação das anteriores: pode ser uma
retomada da palavra-chave no primeiro, segundo, terceiro, para depois mudar para
encadeamento ou por divisão depois mudar para recorte. O mais importante é não perder a
seqüência do parágrafo.

Eis, em síntese, o que você deve observar para escrever um parágrafo:

Um parágrafo é formado por vários períodos. Dentro das orações deve haver unidade,
para formar um todo, já que, em cada um, se colocará um tema e uma palavra-chave de peso.
Se essa idéia principal fosse vaga, confundiria cada unidade de pensamento. Também se deve
evitar palavras soltas, sem coesão com o assunto, pois quando se exploram vários
pensamentos, a produção de textos fica incoerente.

Um exemplo do livro Redação Inquieta aclarará como autor montou o parágrafo.


Segundo Bernardo (2000, p, 40),

O que Você deve observar para escrever um bom parágrafo

1. o parágrafo é formado por um conjunto de enunciados. Todos eles devem convergir para
produção de um sentido;

2. a primeira frase de cada parágrafo, que se denomina tópico frasal, é sempre muito
importante. Ela deve ter uma palavra de peso que possa ser explorada;

3. todo parágrafo deve ter sempre uma palavra que o norteie;

4. cada parágrafo deve explorar uma só idéia. Explorar várias idéias ao mesmo tempo torna o
texto confuso, sem nenhuma coerência.

COESÃO TEXTUAL

Para que um texto apresente coesão, devemos escrever de maneira que as ideias se liguem
umas às outras, formando um fluxo lógico e contínuo. Quando um texto está coeso, temos a
sensação de que sua leitura se dá com facilidade.

Dispomos de vários mecanismos para conectar e relacionar as partes de um texto. Abaixo,


citamos os principais:

1. Coesão referencial
Alcançamos a coesão referencial utilizando expressões que retomam ou antecipam nossas
ideias:

onde: indica a noção de "lugar" e pode substituir outras palavras.


São Paulo é uma cidade onde a poluição atinge níveis muito altos. [No caso, "onde" retoma a
palavra "cidade".]

cujo: pode estabelecer uma relação de posse entre dois substantivos.


Raul Pompeia é um escritor cujas obras lemos com prazer.

que: pode substituir (e evitar a repetição de) palavras ou de uma oração inteira.
Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil, o que permitiu aos portugueses ampliarem seu
império marítimo.

esse(a), isso: podem conectar duas frases, apontando para uma ideia que já foi mencionada no
texto.
O presidente de uma ONG tem inúmeras funções a cumprir. Essas responsabilidades, no
entanto, podem ser divididas com outros membros da diretoria.

este(a), isto: podem conectar duas frases, apontando para uma ideia que será mencionada no
texto.
O que me fascina em Machado de Assis é isto: sua ironia.

2. Coesão lexical
Permite evitar a repetição de palavras e, também, unir partes de um texto. Pode ser alcançada
utilizando-se:
sinônimos: palavras semelhantes que podem ser usadas em diferentes contextos, mas sem
alterar o que o texto pretende transmitir.

O presidente do Palmeiras, Silvano Eustáquio, afirmou que o time tem todas as condições
para ganhar o campeonato. Segundo o dirigente, com Miudinho na zaga, o gol palmeirense
será impenetrável. Na opinião do cartola, a torcida só terá motivos de alegria.
hiperônimos: vocábulo de sentido mais genérico em relação a outro.

Lucinha estava na poltrona do cinema, esperando o filme começar, quando, de repente, no


assento ao lado, uma idosa desmaiou.

perífrases: construção mais complexa para caracterizar uma expressão mais simples.

A vigilância policial nos estádios de futebol é sempre necessária, pois as torcidas às vezes
agem com violência. Na verdade, não é mais possível a realização de qualquer campeonato
sem a presença de elementos treinados para garantir não só a ordem, mas também proteger
a segurança dos cidadãos que desejam acompanhar o jogo em tranquilidade.

3. Coesão sequencial
Trata-se de estabelecer relações lógicas entre as ideias do texto. Para tanto, utilizamos os
chamados conectivos (principalmente preposições e conjunções). Veja os principais:

Consequência (ou conclusão): por isso, logo, portanto, pois, de modo que, assim, então, por
conseguinte, em vista disso.
Ela é muito competente, por isso conseguiu a vaga.

Causa: porque, pois, visto que, já que, dado que, como, uma vez que, porquanto, por, por
causa de, em vista de, em virtude de, devido a, por motivo de, por razões de.
Ela conseguiu a vaga, já que é muito competente.

Oposição: entretanto, mas, porém, no entanto, todavia, contudo.


Paulo tinha tudo para ganhar a corrida, no entanto, no dia da prova, sofreu um acidente de
carro.

Condição: se, caso, desde que, contanto que.


Você pode ir brincar na rua, desde que faça todo o dever.

Finalidade: para que, a fim de que, com o objetivo de, com o intuito de.
Com o intuito de conseguir a vaga na faculdade, Sílvia estudava oito horas todos os dias.

Coerência e coesão textuais são dois conceitos importantes para uma melhor
compreensão do texto e para a melhor escrita de trabalhos de redação de qualquer área. Exp:
Aquele garoto não gosta de futebol mas fica chamando seus amigos para jogar (Incoerência).

A coesão trata basicamente das articulações gramaticais existentes entre as palavras,


as orações e frases para garantir uma boa sequenciação de eventos. A coerência, por sua vez,
aborda a relação lógica entre ideias, situações ou acontecimentos, apoiando-se, por vezes, em
mecanismos formais, de natureza gramatical ou lexical, e no conhecimento compartilhado
entre os usuários da língua.

Pode-se dizer que o conceito de coerência está ligado ao conteúdo, ou seja, está no sentido
constituído pelo leitor.

Coesão - É a conexão, harmonia entre os elementos de um parágrafo. Percebemos tal


definição quando lemos um texto e verificamos que as palavras, as frases e os parágrafos estão
entrelaçados, um dando continuidade ao outro.

Coerência - É a relação psicológica entre as ideias, pois essas devem se complementar; é o


resultado da não contradição entre as partes do texto, fazendo referência a termos e
expressões anteriormente empregados. Resumindo, a coesão é o sentido de cada uma das
frases e a coerência o entrelaçamento desses sentidos.

Um texto apresenta coesão quando há conexão e harmonia entre as partes que o


compõem. Consideramos como elementos de coesão as palavras ou expressões que
estabelecem a transição de idéias, os elos para criar as relações entre frases e parágrafos –
pronomes, advérbios e conjunções, como mas, portanto, dessa forma, porque, uma vez que,
assim, embora, apesar de, entre outros.
Cada elemento de coesão mantém determinado tipo de relação e, por isso, é
necessário atentar muito bem para o seu uso. Vejamos alguns exemplos:
“Os sem-terra fizeram um protesto em Brasília contra a política agrária do país, porque
consideram injusta a atual distribuição de terras. Porém, o ministro da Agricultura considerou
a manifestação um ato de rebeldia, uma vez que o projeto de Reforma Agrária pretende
assentar milhares de sem-terra”

Nesse texto, os elementos de coesão foram utilizados de forma correta:


1- A palavra porque está iniciando a oração que estabelece a causa do protesto:
“consideram injusta a atual distribuição de terra”.
2- A palavra porém está iniciando a oração que estabelece um contraste de
idéias: protesto (para os sem-terra) X ato de rebeldia ( para o ministro).
3- A expressão uma vez que está iniciando a oração que estabelece a causa da
indignação do ministro “o projeto da Reforma Agrária pretende assentar milhares de sem-
terra”.
Quando se usa o elemento de coesão inadequado, o enunciado certamente fica
prejudicado, pois pode não só mudar o sentido pretendido, mas também produzir idéias
absurdas:
“Os sem-terra fizeram um protesto em Brasília contra a política agrária do país, porém
consideram injusta a atual distribuição de terras”
Logo, para se obter um bom texto, não basta ter boas idéias. É preciso também
ordená-las e cuidar da disposição das palavras nas frases, a fim de que a redação seja um
conjunto harmonioso.

MECANISMOS DE COESÃO

Há vários elementos no idioma que permitem o mecanismo de coesão. Alguns deles,


são:

1- Emprego adequado de tempos e modos verbais:


Ex: Embora não estivessem gostando muito, eles participavam da festa.

2- Emprego adequado de pronomes, conjunções, preposições, artigos:


Ex: O papa João Paulo II visitou o México. Na capital mexicana sua Santidade beijou
o chão. As pessoas tinham a certeza de que o papa lhes guardava respeito e as amava.

3- Emprego adequado de construções por coordenação e subordinação:


Ex: “Amanhece. Poucos barulhos se ouvem. Logo mais a cidade vai ferver. Um
carro aqui. Um ônibus. Duas motos. Alguém buzina duas vezes, depois três vezes, mais uma
buzina insistente. A mocinha de uniforme grita pela janela que já vai. O pai na direção (deve
ser um pai, porque está impaciente, de terno e gravata) tamborila os dedos na direção do
carro, que não é carro do ano, logo se vê pelo ar meio baça da lataria...”
(Note que o texto foi inicialmente construído por um encadeado de orações
coordenadas e depois, lentamente, foram sendo introduzidas as subordinadas.

4- Emprego adequado do discurso direto, indireto e indireto livre:


DD= “Maria Eugenia chegou cedo e perguntou:
- Paulinho já saiu?
Claudia respondeu:
- Ele ainda está dormindo”.
DI= “Maria Eugenia chegou cedo e perguntou se Paulinho já havia saído. Cláudia
respondeu-lhe que ele ainda estava dormindo”.

5- Emprego adequado de vocabulário (coesão lexical):


Ex: “A China é um país fascinante, onde tudo é dimensionado em termos
gigantescos. O país amarelo é uma civilização milenar. O grande dragão oriental abriga, na
terceira maior extensão territorial planetária cerca de 01 bilhão e 100 mil habitantes”.

PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO

PARALELISMO: consiste em uma sequência de expressões com estrutura idêntica.

PARALELISMO SINTÁTICO: ocorre paralelismo sintático quando a estrutura de termos


coordenados entre si é idêntica.

Esclarecendo: termos coordenados entre si são aqueles que desempenham a mesma função
sintática dentro do período. Podem aparecer expressões nominais ou orações coordenadas em
uma frase.

Vejamos os exemplos:

Ela vende balas e biscoitos.

 Os termos coordenados são: “balas” e “biscoitos”. Veja que esses termos estão unidos
pela conjunção “e” e apresentam a mesma função sintática na sentença: ambos são
objetos do verbo “vender”.

 O paralelismo sintático encontra-se na semelhança dos termos coordenados: veja que


tanto a palavra “balas” quanto a palavra “biscoitos” são expressões nominais simples,
ou seja, elas se apresentam, na sentença, em uma estrutura sintática idêntica.

Ela pensou na carreira, isto é, no futuro.

 Os termos coordenados são: “na carreira” e “no futuro”. Veja que esses termos estão
separados pela expressão “isto é” e apresentam a mesma função sintática: ambos são
complemento do verbo “pensar”, que rege a preposição “em”(“pensar em algo”).

 O paralelismo sintático encontra-se na semelhança dos termos coordenados: veja que


tanto a expressão “na carreira” quanto a expressão “no futuro” são formadas pela
preposição “em” mais um substantivo, ou seja, elas se apresentam, na sentença, em
uma estrutura sintática idêntica.

Eu li todos os livros, mas não entendi tudo.

 Os termos coordenados são: “Eu li todos os livros” e “não entendi tudo”. Veja que
esses termos são duas orações unidas pela conjunção “mas”.

 O paralelismo sintático encontra-se na semelhança das orações coordenadas: ambas


apresentam estruturas sintáticas equivalentes, e os verbos estão flexionados
adequadamente.
Prefiro um grupo de estudos pequeno a uma turma de cursinho lotada.

 Os termos coordenados são: “um grupo de estudos pequeno” e “uma turma de


cursinho lotada”. Veja que esses termos são separados pela preposição “a” e
apresentam a mesma função sintática: são complementos do verbo “preferir”
(“preferir isso a aquilo”).

 O paralelismo sintático encontra-se na semelhança dos termos coordenados: veja que


tanto a expressão “um grupo de estudos pequeno” quanto a expressão “uma turma de
cursinho lotada” são estruturas que têm como núcleo uma substantivo, ou seja,
apresentam uma estrutura sintática idêntica.

Agora veja:

Prefiro estudar em casa a aulas particulares.

 Da mesma forma como na frase anterior, temos dois termos coordenados entre si:
“estudar em casa” e “aulas particulares”. Veja que esses termos também são
separados pela preposição “a” e desempenham a mesma função sintática de
complementos do verbo “preferir”.

 Nessa frase, porém, temos um problema de paralelismo sintático: veja que a primeira
expressão estrutura-se em forma de oração reduzida “estudar”, já a segunda
expressão é um termo nominal, isto é, tem como núcleo um nome: “aulas
particulares” = núcleo: “aulas”. Essa diferença de estrutura sintática determina o
problema de paralelismo.

PARALELISMO SEMÂNTICO: consiste em uma sequência de expressões simétricas no plano das


ideias. É a coerência entre as informações.

Vejamos os exemplos:

João gosta de uva e de maçã verde.

 Sem dificuldade podemos entender a relação semântica entre as expressões “uva” e


“maçã verde”: são frutas de que João gosta.

Agora veja:

Ele gosta de livros de ficção e de ovo mexido.

 Nesse exemplo, os termos “livros de ficção” e “ovo mexido” não constituem uma
sequência lógica e esperada na frase. Temos dificuldade de relacionar a presença de
ambos os termos na forma como foram apresentados. Esse é um exemplo de falta de
paralelismo semântico.

Vejamos um texto retirado da Folha.com:


Português: Falta de paralelismo semântico cria efeito de estilo

THAÍS NICOLETI DE CAMARGO da Folha de S.Paulo

Já tratamos neste espaço da importância do paralelismo sintático para a clareza da expressão.


Em: "Ele hesitava entre ir ao cinema ou ir ao teatro", falta simetria no plano sintático. O uso da
preposição "entre" pressupõe a existência de dois elementos de mesmo valor sintático ligados
pela conjunção "e". Como a conjunção "ou" indica alternativa, é possível ocorrer confusão num
contexto como esse.

É preciso lembrar, entretanto, que a preposição "entre" delimita um intervalo entre dois pontos
definidos. Daí o motivo de reger dois elementos ligados por "e".

Mas, atenção. Embora claro do ponto de vista do paralelismo sintático, um enunciado como "A
diferença entre os alunos e as carteiras disponíveis na sala é muito grande" contém um
problema semântico. Alunos e carteiras não são elementos comparáveis entre si.

A diferença a que se refere a sentença é numérica. Então, o ideal é dizer: "A diferença entre o
número de alunos e o de carteiras é muito grande". Agora, sim, a informação ganhou precisão.
Faltava na frase o que chamamos paralelismo semântico, ou seja, a simetria no plano das
idéias.

Esse é o mesmo problema verificado em construções do tipo: "O time brasileiro vai enfrentar a
França nas quartas-de-final". Ora, um time não pode enfrentar um país. Então, entre outras
possibilidades: "O time brasileiro vai enfrentar a seleção da França" ou "O Brasil vai enfrentar a
França".

Preservar o paralelismo semântico é tão importante quanto preservar o paralelismo sintático.


Mas, na pena de um bom escritor, a quebra da simetria semântica pode resultar em curiosos
efeitos de estilo. Não foi outra coisa o que fez Machado de Assis no conhecido trecho de
"Memórias Póstumas de Brás Cubas", em que, irônica e amargamente, o narrador diz:
"Marcela amou-me durante 15 meses e 11 contos de réis". No mesmo livro: "antes cair das
nuvens que de um terceiro andar".

O uso desse artifício parece ser uma das marcas estilísticas do autor. Na abertura de "Dom
Casmurro", o narrador diz: "(...) encontrei (...) um rapaz (...), que eu conheço de vista e de
chapéu".

No conto "O Enfermeiro", ao anunciar que vai relatar um episódio, o narrador adverte que
poderia contar sua vida inteira, "mas para isso era preciso tempo, ânimo e papel". O elemento
"papel", disposto nessa seqüência, surpreende o leitor e instala o discurso irônico.Ter ou não
papel para escrever é algo prosaico. A falta de ânimo, um problema pessoal, está em outro
patamar semântico.

Essa interpenetração de planos é um dos articuladores do tom irônico do discurso machadiano.

Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha


O que se denomina paralelismo sintático é um encadeamento de funções sintáticas
idênticas ou encadeamento de orações de valores sintáticos iguais. Orações que se
apresentam com a mesma estrutura sintática externa, ao ligarem-se umas às outras em
processo no qual não se permite estabelecer maior relevância de uma sobre a outra, criam um
processo de ligação por coordenação. Diz-se que estão formando um paralelismo sintático.

Paralelismos Frequentes

e, sem

Ele conseguiu transformar-se no Ministro das Relações Exteriores e no homem forte do


governo.

Não adianta invadir a Bolívia sem romper o contrato do gás.

não só... mas também

O projeto 'não só será apreciado, como também será aprovado.

mas sim

Não estou descontente com seu desempenho, mas sim com sua arrogância.

ou

O governo ou se torna racional ou se destrói de vez. " Maria Rita, ou seja amiga dos alunos ou
perca o emprego."

tanto... quanto

Estávamos questionando tanto seu modo de ver os problemas quanto sua forma de solucioná-
los.

isto é, ou seja

Você deveria estar preocupado com seu futuro, ou seja, com sua sobrevivência.

ora...ora

Ora a desejava, ora a ignorava .


Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, segurança, inteligência e ambição.
Ou empregar a forma oracional reduzida uniformemente:
Certo: No discurso de posse, mostrou ser determinado e seguro, ter inteligência e ambição.

Errado: O Presidente visitou Paris, Born, Roma e o Papa.


Nesta frase, colocou-se em um mesmo nível cidades (Paris, Born, Roma) e uma pessoa (o
Papa). Uma possibilidade de correção é transformá-la em duas frases simples, com o cuidado
de não repetir o verbo da primeira (visitar):
Certo: O Presidente visitou Paris, Born e Roma. Nesta última capital, encontrou-se com o Papa.

Errado: Ou Vossa Senhoria apresenta o projeto, ou uma alternativa.


Certo: Vossa Senhoria ou apresenta o projeto, ou propõe uma alternativa.
Errado: O interventor não só tem obrigação de apurar a fraude como também a de punir os
culpados.
Certo: O interventor tem obrigação não só de apurar a fraude, como também de punir os
culpados.

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