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Demonstrações

Contábeis
Demonstrações Contábeis

Relatórios Contábeis (Informes Contábeis)

É a exposição resumida e ordenada de dados colhidos pela


contabilidade.
Os relatórios contábeis mais importantes são as
Demonstrações Contábeis (Demonstrações Financeiras)
A Lei das S.A. determina a elaboração a cada 12 meses:
- Balanço Patrimonial;
- Demonstração do Resultado do Exercício;
- Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados;
- Demonstração de Fluxo de Caixa.
Demonstrações Contábeis

Balanço Patrimonial
Reflete a posição financeira em determinado momento

P
A
PL
Obrigações com
Bens e Direitos (A) Terceiros (P)
Recursos dos
Proprietários (PL)
Demonstrações Contábeis

Balanço Patrimonial (Detalhamento)


As contas são agrupadas de acordo com a sua liquidez

PC
AC PNC
ANC
PL

Grau de Liquidez Ativo Passivo e PL


decrescente
Rápida Circulante Circulante
Lenta Não Circulante Não Circulante
Não há Não Circulante Patrimônio Líquido
Demonstrações Contábeis

Balanço Patrimonial (Grupo de Contas)

• Ativo Circulante Financeiro • Passivo Circulante Financeiro


– Caixa e Bancos – Empréstimos Bancários
– Aplicações Financeiras – Financiamentos
– Duplicatas Descontadas
• Ativo Circulante Operacional – Dividendos
– Duplicatas a Receber
– Estoques
• Passivo Circulante Operacional
– Fornecedores
– Adiantamentos e Despesas do
Exercício Seguinte – Salários e Encargos
– Impostos e Taxas
– Adiantamentos de Clientes
• Ativo Não Circulante
- Ativo Realizável a longo Prazo
• Passivo Não Circulante
- Investimentos • Patrimônio Líquido
- Imobilizado
- Intangível
Demonstrações Contábeis

Análise Horizontal do Balanço Patrimonial

- É um dos indicadores da análise financeira.


- Calcula-se o percentual de cada conta em
relação ao demonstrativo do período (ano)
anterior.

Análise Vertical do Balanço Patrimonial


- É um dos indicadores da análise financeira.
- Calcula-se o percentual de cada conta em
relação a uma determinada conta do mesmo
período (ano) do balanço.
Demonstrações Contábeis

Demonstração do Resultado do Exercício


RECEITA BRUTA
(-) deduções
RECEITA LÍQUIDA
(-) custo das vendas ou dos serviços
LUCRO BRUTO
(-) despesas operacionais
LUCRO OPERACIONAL
(-) despesas não operacionais
LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA - LAIR
(-) provisão para o imposto de renda
LUCRO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA
(-) participações, contribuições, doações
LUCRO LÍQUIDO
LUCRO LÍQUIDO POR AÇÃO DO CAPITAL SOCIAL
Demonstrações Contábeis

Análise das Demonstrações Contábeis

Ênfase no Balanço Patrimonial (BP) e na Demonstração de


Resultados do Exercício (DRE)

BP Situação Financeira
BP + DRE Situação Econômica

Índice de Liquidez Índice de Endividamento


Índice de Atividade Índice de Rentabilidade
Outros índices Relevantes
Análise das
Demonstrações
Contábeis
FUNÇÃO DA CONTABILIDADE
ÁREA DE ATUAÇÃO DO CONTADOR

Administração
Investidores

Bancos
Governo
Outros

Usuários (tomada
Coleta de Dados Registro de Dados Relatórios de decisão
RENTABILIDADE
NÍVEL INTERMEDIÁRIO

ANÁLISE DOS
ALAVANCAGE FLUXOS DE
M CAIXA
FINANCEIRA NECESSIDAD
ESTRUTURA
DE CAPITAL SITUAÇÃO E CAPITAL DE
ESTRUTURA FINANCEIRA GIRO
DE CAPITAL
NÍVEL INTRODUTÓRIO
INDICES DE
ATIVIDADE
SITUAÇÃO
ECONÔMICA

MODELO DU LUCRATIVIDADE
PONT PRODUTIVIDAD
ANÁLISE DO E
VALOR MVA
AGREGADO INDICADORE
DIVIDENDOS
S
NÍVEL AVANÇADO POR AÇÕES
COMBINADOS
PROJEÇÕES BALANCED
LIQUIDEZ
DINÂMICA NÍVEL DE SCORECARD
PREÇOS EVA
UNIVERSO DA ANÁLISE
• Balanço Patrimonial;
• Demonstração do Resultado do Exercício;
• Demonstração de Lucros ou Prejuízos
Acumulados;
• Demonstração das Mutações do Patrimônio
Líquido;
UNIVERSO DA ANÁLISE

• Fluxos de Caixa (direto e indireto)


• Demonstração do Valor Agregado;
• Notas Explicativas das Demonstrações
Financeiras;
• Parecer da Auditoria.
QUALIDADE DAS
DEMONSTRAÇÕES
• Uma análise do Parecer de Auditoria deve
ser feita para se averiguar se a qualidade
dos relatórios é boa.

• A falta deste parecer reduz a confiança que


podemos ter para fins de análise.
RELATÓRIOS CONTÁBEIS
OBRIGATÓRIOS
Lei das Sociedades Anônimas (6.404/76)
• Balanço Patrimonial.
• AC
• Demonstração
Segregação dosPCdo Resultado
itens Ativodo
e Exercício.
• AC
Falta•
Passivode com base
Demonstração
destaque PC
deno exercício
Lucros
dos ou
“itens ou
Prejuízos
no ciclo operacional,
extraordinários”. quando esse
Acumulados.
for• maior;
Demonstração de Origens e Aplicação de
• Receitas e despesas financeiras
• Circulante
tratadas como X Não Circulante;
Recursos.
itens operacionais.
• Leasing tratado como aluguel;
RECLASSIFICAÇÃO
DAS DEMONSTRAÇÕES
• Imóvel à venda;
• Receitas e Despesas Financeiras;
• Duplicatas Descontadas;
• Despesas do Exercício Seguinte;
• Ativo Permanente/Despesas Diferidas;
• Resultado de Exercícios Futuros;
• Leasing.
TÉCNICAS DE ANÁLISE
ECONÔMICO-FINANCEIRAS
• Análise Vertical ou de Estrutura;
• Análise Horizontal ou de Evolução;
• Análise Por Quocientes (Indicadores);
• Análise da Taxa de Retorno sobre Investimentos;
• Análise de outras Demonstrações Contábeis.
ANÁLISE VERTICAL OU
ANÁLISE DE ESTRUTURA
ATIVO
X1 V%
CIRCULANTE 620 89%

REALIZÁVEL A
LONGO PRAZO 30 4%

PERMANENTE 50 7%

TOTAL 700 100%


ANÁLISE HORIZONTAL OU
ANÁLISE DE TENDÊNCIA
ATIVO
X2 X1 H%
CIRCULANTE 860 620 39%

REALIZÁVEL A
LONGO PRAZO 70 30
133%

PERMANENTE 70 50 40%

TOTAL 1000 700 43%


ANÁLISE POR ÍNDICES
Um índice
é uma
relação
entre duas
grandezas.

• Ativo Circulante - $ 396.420


= 2,0
• Passivo Circulante - $ 198.210
INTERPRETAÇÃO DE
ÍNDICES
A P
• Qual empresa está CIRCULANTE
100
CIRCULANTE
50
mais folgada em
termos de
capacidade de A P
pagamento de CIRCULANTE CIRCULANTE
curto prazo? 51 1
1. INDICADORES DA SITUAÇÃO
FINANCEIRA

• Indicadores de Estrutura Patrimonial.


• Indicadores de Solvabilidade (Liquidez).
ÍNDICES DE ESTRUTURA
PATRIMONIAL

• Capital de terceiros pelo Patrimônio


Líquido;
• Composição do endividamento;
• Endividamento geral;
• Imobilização do capital próprio;
• Imobilização dos recursos permanentes.
ÍNDICES DE SOLVÊNCIA

• Liquidez geral;
• Liquidez corrente;
• Liquidez seca;
• Liquidez Imediata.
2. INDICADORES DA GESTÃO DE
RECURSOS

• Índices de rotação dos recursos.


• Índices de prazos médios.
ÍNDICES DE ROTAÇÃO
DOS RECURSOS

• Giro dos estoques totais;


• Giro das duplicatas a receber;
• Giro do ativo circulante;
• Giro do ativo fixo;
• Giro do ativo operacional;
• Giro do investimento total.
ÍNDICES DE PRAZOS MÉDIOS

• Prazo médio de estocagem;


• Prazo médio de cobrança;
• Prazo médio de pagamento
dos fornecedores.
CICLO FINANCEIRO
NORMAL

PMRE PMRV

PMPC CICLO FINANCEIRO

CICLO OPERACIONAL
CICLO FINANCEIRO
INVERSO

PMRE PMRV

PMPC

CICLO OPERACIONAL CICLO FINANCEIRO


3. INDICADORES DE
RENTABILIDADE
Margens de lucratividade das
vendas;
Taxas de retorno.
MARGENS DE LUCRATIVIDADE
DAS VENDAS

• Margem bruta;
• Margem operacional;
• Margem líquida;
• Mark-up global.
TAXAS DE RETORNO

Retorno sobre o ativo operacional;


Retorno sobre o
investimento total;
Retorno sobre
o capital próprio.
Índices Combinados

Fator de Insolvência

O objetivo não é somente prever


falências, mas dar uma nota média
geral para a empresa, que concatene
diversos índices.

34
ÍNDICES COMBINADOS
X1 = ( LL / PL ) x 0,05
X2 = ( AC + RLP / PC + ELP ) x 1,65
X3 = ( AC - Estoques / PC ) x 3,55
X4 = ( AC / PC ) x 1,06
X5 = ( PC + ELP / PL ) x 0,33
FATOR DE INSOLVÊNCIA =
X1 + X2 + X3 - X4 - X5
Índices Combinados

Termômetro de Insolvência

Depois de encontrado o Fator de


Insolvência verifica-se em qual
intervalo do Termômetro de
Insolvência recai.

36
TERMÔMETRO DE
INSOLVÊNCIA
7

INTERVALO DE
SOLVÊNCIA

0
PENUMBRA
-3
INSOLVÊNCIA
EBITDA

• O que é o "EBITDA”?

Em Inglês
- Earnings Before Interest, Taxes.
EBITDA

• É uma medida de avaliação de


desempenho que parte do lucro e ajusta
alguns valores do resultado, estimando o
fluxo de caixa gerado por atividades
operacionais. Assim, descontam-se do
lucro os valores que não afetam o caixa,
como depreciações e amortizações.
EBITDA

• Descontam-se ainda despesas financeiras


de empréstimos e financiamentos - juros
("Interest"), incluindo descontos aos
clientes, juros pagos a fornecedores e
outros.
Demonstrações Contábeis

Índices de Liquidez

LIQUIDEZ IMEDIATA (Disponível / PC)


Mostra quantos R$ a empresa tem no disponível (caixa,
bancos e aplicações financeiras disponíveis), para pagar as
dividas vencíveis em um ano.
Revela a capacidade de pagamento no curtíssimo prazo
(imediata).

LIQUIDEZ CORRENTE (AC / PC)


Mostra quantos R$ a empresa tem no ativo circulante, para
pagar cada real de divida vencível de um ano.
Revela a capacidade de pagamento a curto prazo.
Demonstrações Contábeis

Índices de Liquidez
LIQUIDEZ SECA (AC - Estoques - Desp Antec) / PC

Mostra quanto tem no ativo circulante (não considerados os


estoques e as despesas antecipadas) para pagar cada real
de divida vencível dentro de um ano.
Revela a capacidade de pagamento caso ocorra uma
paralisação nas vendas. Não aplicável com just-in-time.

LIQUIDEZ GERAL (AC + ARLP) / (PC + PELP)


Mostra quantos Reais a empresa tem de valores disponíveis e
realizáveis (em qualquer prazo) para pagar cada real do total
de suas dívidas (a curto e a longo prazo).
Revela a capacidade de pagamento geral.
Demonstrações Contábeis

Índices de Endividamento

PARTICIPAÇÃO DE CAPITAL DE TERCEIROS


(PC + PELP) / PL
Indica o quanto há de capital de terceiros em relação ao
patrimônio líquido, retratando a dependência da empresa em
relação aos recursos externos.

IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (AP / PL)


Indica quanto do patrimônio líquido da empresa está aplicado no
ativo permanente.
Demonstrações Contábeis

Índices de Endividamento

COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO PC/ (PC+PELP)


Indica a proporção das obrigações de curto prazo em relação ao
total das obrigações (curto prazo somado ao longo prazo).

PASSIVO ONEROSO SOBRE O ATIVO


(PCf + PELPf) / A
Indica a parcela do ativo que está sendo financiada por
empréstimos (curto e longo prazo) com encargos financeiros.
Demonstrações Contábeis

Índices de Rentabilidade/Lucratividade

RETORNO SOBRE O ATIVO (LL / A)


Return on Investiment (ROI)
Indica a rentabilidade que a empresa propicia com a utilização
dos investimentos totais (total do ativo).

RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO (LL / PL)


Return on Equity (ROE)
Indica quanto de prêmio os acionistas ou proprietários da
empresa estão obtendo em relação aos seus investimentos no
empreendimento.
Demonstrações Contábeis

Como Prever Falências? (Insolvência)

X1 = ( Lucro Líquido / PL ) x 0,05 Stephen C. Kanitz


X2 = Liquidez Geral x 1,65 FEA / USP
X3 = Liquidez Seca x 3,55 Aplicável à indústria e
ao comércio.
X4 = Liquidez Corrente x 1,06
Não aplicável em
X5 = ( P / PL ) x 0,33 bancos e construtoras

Fator de Insolvência = X1 + X2 + X3 - X4 - X5
-7 -3 0 +7

Insolvência Indefinida Solvência


Demonstrações Contábeis

Como Prever Falências? (Insolvência)

Fator de Insolvência = X1 + X2 + X3 - X4 - X5
-7 -3 0 +7

Insolvência Indefinida Solvência

Empresas que estão mal Empresas que estão bem


-7 a -1 +3,5 a + 7

Média brasileira = 3,5


90% das empresas estão abaixo de 6
80% das empresas estão abaixo de 5
60% das empresas estão abaixo de 4
2,5% das empresas estão abaixo de zero
Demonstrações Contábeis

Termomêtro de Insolvência
Demonstrações Contábeis

Análise de Tendência
O Capital de Giro
O Capital de Giro

CAPITAL DE GIRO

Também chamado de CAPITAL CIRCULANTE


Corresponde aos recursos aplicados em ativos circulantes,
que transformam-se constantemente dentro do ciclo
operacional.

Conceito de Capital de Giro


São os ativos que representam a parcela do investimento
que circula durante a condução dos negócios empresariais.
O Capital de Giro

Capital de Giro Líquido


É a diferença entre o ativo corrente (ativo circulante) e o
passivo corrente (passivo circulante).
CGL = AC - PC
É também chamado de Capital Circulante Líquido

AC > PC CGL Positivo


AC < PC CGL Negativo
AC = PC CGL Nulo
O Capital de Giro

Capital de Giro Líquido

Ativo Passivo Ativo


Ativo Passivo
Circulante Circulante Circulante
Passivo Circulante Circulante
Circulante

Passivo Ativo Ativo Passivo


Não Não Não
Ativo Passivo Não
Circulante Circulante Circulante
Não Não Circulante
Circulante Circulante

CGL Positivo CGL Negativo CGL Nulo


O Capital de Giro

Capital de Giro Líquido

O CGL constitui uma medida estática da folga financeira que a


empresa tem para liquidar seus compromissos de curto prazo.

CGL Insolvência
Cuidados na análise estática:
Se os estoques forem de realização difícil ou demorada a folga financeira
é ilusória. Exemplo: período de retração nas vendas de automóveis.
Um supermercado gira rápido os estoques, mas terá que pagar
futuramente as exigibilidades. Enquanto isso são feitas aplicações no
mercado financeiro, tornando o CGL negativo.
O Capital de Giro

CGL X Rentabilidade

O CGL elevado pode prejudicar a rentabilidade da empresa, pois:

- O excesso de AC pode indicar ineficiência no uso de


recursos financeiros;
- Há o risco da inflação (exceto em estoques);
- Os recursos de terceiros a longo prazo tem custo
elevado (inflação, variação cambial, juros e serviços
bancários, IOF, etc.)
O Capital de Giro

Redução do CGL

Benefícios produzidos por reduções no CGL:

- Libera capital investido, reduzindo o custo de oportunidade;


- Eficiência operacional;
- Repasse dos benefícios aos preços de venda (ganho em volume);
- Limites na redução do CGL.
O Capital de Giro

Alterações no CGL
TRANSAÇÕES QUE ELEVAM O CGL:
- Novas dívidas (empréstimos e financiamentos);
- Aumento de Capital Próprio por integralização de novas ações;
- Geração de lucro líquido;
- Reduções de ativos não circulantes.

TRANSAÇÕES QUE REDUZEM O CGL:


- Reduções de dívidas não circulantes;
- Pagamentos de dividendos;
- Apuração de prejuízos líquidos;
- Elevações de ativos não circulantes.
O Capital de Giro

Evolução do Capital de Giro

A Evolução do Capital de Giro pode ser feita através da

Análise Vertical do Balanço Patrimonial

O Ativo Circulante é a base 100


em cada posição da análise vertical
O Capital de Giro

Dez/01 Dez/02 Dez/03 Dez/01 Dez/02 Dez03


Caixa e Bancos 200 250 380 3,3 2,8 3,1
Duplicatas a receber 3120 4200 5850 52,0 46,7 47,7
Provisão Dev. Duvidosos (93) (126) (175) (1,5) (1,4) (1,4)
Estoques 2400 3600 5200 40,0 40,0 42,5
Diversos 373 1076 995 6,2 11,9 8,1
ATIVO CIRCULANTE 6000 9000 12250 100,0 100,0 100,0
Fornecedores 1580 2400 3540 26,3 26,7 28,9
Empréstimos Bancários 2300 2300 5100 38,3 25,6 41,6
Diversos 1120 1850 1910 18,7 20,5 15,6
PASSIVO CIRCULANTE 5000 6550 10550 83,3 72,8 86,1
CGL 1000 2450 1700 16,7 27,2 13,9
ATIVO CIRCULANTE 6000 9000 12250 100,0 100,0 100,0
O Capital de Giro

Análise da Evolução do Capital de Giro

AC Estoques Duplicatas a receber

PC Fornecedores Empréstimos bancários

PC CGL
O Capital de Giro

Financiamento do Ativo Circulante

As vendas não são uniformes durante todo o ano


SAZONALIDADE

A sazonalidade pode provocar expansão ou contração no AC


Elevação dos estoques de produtos agrícolas na safra
Estoques de sorvete durante o inverno
Estoques de brinquedos para as vendas de natal

Portanto trabalha-se com projeções das necessidades de recursos


O Capital de Giro

Financiamento do Ativo Circulante

Alternativas de Financiamento:
Agressiva  Mínimo de CGL, Eleva a rentabilidade, Prejudica a liquidez

Conservadora  Máximo de CGL, Ruim p/ a rentabilidade, Eleva a liquidez

Intermediária  representa um meio termo entre as opções anteriores

Em um processo inflacionário há a necessidade de se elevar o CGL para a


manutenção do mesmo nível de produção e vendas.
As empresas não conseguem repassar integralmente os índices de inflação aos
seus preços de venda, pois perderiam clientes.
A Administração do
Capital de Giro

Retornar
Administração do Capital de Giro

Circulante x Não Circulante


Caixa
Clientes Fornecedores

Ativo Mercadorias
Passivo
Circulante Circulante
Bens Estoques,
AC Caixa
Direitos Duplicatas a receber,
Passivo Bancos
Ativo Não
Circulante
Fornecedores, Salários,
Não Aluguéis, Contas a pagar,
Circulante PC Obrigações Impostos a recolher,
Financiamentos,
Juros a pagar
Administração do Capital de Giro

Análise Dinâmica do Capital de Giro

CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO (AC - PC)


Representa o volume de recursos de longo prazo (próprios ou
de terceiros) investidos no giro.

NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (ACo - PCo)


Revela o montante de capital permanente que uma empresa
necessita para financiar seu capital de giro. Esse volume é
determinado pelo nível de atividade da empresa (produção e
vendas) e prazos operacionais.
Administração do Capital de Giro

Análise Dinâmica do Capital de Giro

SALDO DE TESOURARIA (CGL - NCG) ou (ACf - PCf)


É uma medida de margem de segurança financeira de uma
empresa, que indica sua capacidade interna de financiar um
crescimento da atividade operacional. É uma reserva
financeira.

NECESSIDADE TOTAL DE FINANCIAMENTO PERMANENTE


(NCG + ANC)
É o crescimento mínimo de passivo não circulante que a
empresa deve manter visando lastrear seus investimentos em
giro e fixo, e estabelecer seu equilíbrio financeiro.
Administração do Capital de Giro

Análise e Dimensionamento dos


Investimentos em Capital de Giro

Capital de Giro Líquido


CGL = AC – PC
Necessidade de Capital de Giro
NCG = ACo – PCo
Necessidade Total de Financiamento Permanente
NTFP = NCG + ANC
Saldo de Tesouraria
ST = CGL – NCG ou ST = ACf – PCf
Administração do Capital de Giro

Cia AZ
AC Financeiro PC Financeiro CGL = AC – PC
$20
$30 $90 - $60 = $30

PC Operacional NCG = ACo – PCo


$40 $60 - $40 = $20
AC Operacional
$60 NTFP = NCG + ANC
$20 + 50 = $70

Passivo
ST = CGL – NCG
Não Circulante
Ativo $30 - $20 = $10
Não Circulante $80
$50 ST = ACf - PCf
$30 - $20 = $10
Administração do Capital de Giro

Cia AZ – Capital de Giro Líquido (CGL)


AC Financeiro PC Financeiro
$20
$30
$60
PC Operacional
$90 $40
AC Operacional
$60

Passivo
Não Circulante
Ativo CGL
Não Circulante $80
$90 - $60
$50 $30
Administração do Capital de Giro

Cia AZ – Necessidade de Capital de Giro (NCG)


AC Financeiro PC Financeiro
$20
$30

PC Operacional $40
$40
AC Operacional
$60
$60

Passivo
Não Circulante
Ativo NCG
Não Circulante $80
$60 - $40
$50 $20
Administração do Capital de Giro

Cia AZ – Necessidade Total de Financiamento Permanente (NTFP)

AC Financeiro PC Financeiro
$20
$30

PC Operacional $40
$40
$60 AC Operacional
$60

Passivo
Não Circulante
Ativo
$80 NTFP
$50 Não Circulante
($60-$40)+$50
$50 $70
Administração do Capital de Giro

Cia AZ – Saldo de Tesouraria (ST)


PC Financeiro
$30
AC Financeiro $20 $20
$30

PC Operacional $40
$40
AC Operacional
$60 $60

Passivo
Não Circulante
Ativo ST
Não Circulante $80
CGL - NCG
$50 $10

ST = [($60+$30)-($20+$40)] – [$60-$40] = $10


Administração do Capital de Giro

Cia AZ – Saldo de Tesouraria (ST)


PC Financeiro
AC Financeiro $20
$30 $30
$20

PC Operacional
$40
AC Operacional
$60

Passivo
Não Circulante
Ativo ST
Não Circulante $80
$30-$20
$50 $10
Administração do Capital de Giro

Exemplo: Cia FPOLIS


Ativo Circulante Financeiro 100 Passivo Circulante Financeiro 120
Ativo Circulante Operacional 400 Passivo Circulante Operacional 280
Ativo Não Circulante 500 Passivo Não Circulante 600
TOTAL DO ATIVO 1000 TOTAL DO PASSIVO 1000

Os principais indicadores são:

NCG = $400 - $280 = $120 (ACo - PCo)


ST = $100 - $120 = $-20 (ACf - PCf)
NTFP = $120 + $500 = $620 (NCG + ANC)

Desconsiderando as características sazonais e fixas do NIG


tem-se uma inadequada estrutura financeira  NTFP > PNC
IDEAL NTFP < PNC
Administração do Capital de Giro

EXERCÍCIO:
A Cia Centauro apresenta as seguintes contas
(em milhares de Reais):
Duplicatas a receber 145; Caixa 30; Estoques 104; Despesas
antecipadas 7; Aplicações financeiras 50; Adiantamentos a
fornecedores 6; Provisão para devedores duvidosos 5;
Fornecedores 90; Empréstimos bancários 60; Encargos sociais
e fiscais 52; Adiantamentos a clientes 18.
Sabendo-se que o ARLP era de 123, o Imobilizado de 500, o
PELP de 340 e o PL de 400, Calcule:
CGL = ?
NCG = ?
NTFP = ?
ST = ?
Administração do Capital de Giro
Resolução:
Cia Centauro (em milhares de $)
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Financeiro Passivo Circulante Financeiro
Caixa ................................ 30 Empréstimo Bancários .. 60
Aplic Financeiras ............ 50 Passivo Circulante Operacional
Ativo Circulante Operacional Fornecedores ................... 90
Duplic Receber ............. 145 Encargos Sociais ............. 52
Estoques ........................ 104 Adiantam Clientes ....... 18
Desp Antecipadas .......... 7 Passivo Exigível a LP .................. 340
Adiantam Fornecedor .. 6 Patrimônio Líquido ..................... 400
Provisão Deved Duvid .. (5)
Ativo Não Circulante
Ativo Realizável LP ...... 123
Imobilizado ................... 500
TOTAL DO ATIVO .................... 960 TOTAL DO PASSIVO ............... 960
Administração do Capital de Giro

Resolução:
Cia Centauro (em milhares de $)

CGL = AC - PC
CGL = ($80 + $257) - ($60 + $160) = $117

NCG = ACo - PCo


NCG = $257 - $160 = $97

ST = CGL - NCG ou ST = ACf - PCf


ST = $117 - $97 = 20 ou ST = $80 - $60 = $20

NTFP = NCG + ANC


NTFP $720 < PNC $740 (Ideal)
NTFP = $97 + $623 = $720
Administração de
Disponibilidades
Administração de Disponibilidades

O que são disponibilidades?


Numerário mantido em caixa;
Saldo bancário de livre movimentação;
Aplicações financeiras de liquidez imediata.

Disponibilidades  Capacidade de solvência ruim

Disponibilidades  Prejuízo na rentabilidade

Adm. de Disponibilidades: Busca o equilíbrio


Administração de Disponibilidades

Princípio da Administração Financeira


A maximização da rentabilidade deve ser alcançada
através das atividades operacionais e não com aplicações
financeiras de alto risco.

Aplicações Financeiras de Alto Risco


RENTABILIDADE
Atividade Operacionais

“Eficácia na administração dos recursos financeiros”


Administração de Disponibilidades

A administração eficiente do caixa (disponibilidades)


contribui para a maximização do lucro das empresas.

TESOURARIA

Contas que exercem forte impacto no caixa:


Contas a receber; Coordenação das
Estoques; atividades de compra,
Contas a pagar. estocagem e vendas
Administração de Disponibilidades

Sempre deve existir um saldo de caixa adequado às


atividades da organização.

Incertezas nos Necessidade de


Recebimentos Saldo em Caixa

Geralmente aplicações de liquidez imediata geram rendimentos


menores do que aplicações de prazos mais longos.

Conflito: LIQUIDEZ x RENTABILIDADE


Administração de Disponibilidades

Por que manter o saldo de caixa?

MOTIVO TRANSAÇÃO: Pagamentos de transações geradas


pelas atividades operacionais como matérias-primas, serviços
profissionais e salários.
MOTIVO PRECAUÇÃO: Pagamentos de eventos não previstos
MOTIVO ESPECULAÇÃO: Com a finalidade de se aproveitar
oportunidades lucrativas

Numerários em trânsito – FLOAT;


Reciprocidades em saldo médio exigidas pelos bancos.
Administração de Disponibilidades

Custo de Oportunidade
Opção A

Opção B
Administração de Disponibilidades

Ciclo Operacional, Econômico e Financeiro


Mês 0 Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4

Fabricação Estocagem

Compra de Término de Venda Pagamento da Recebimento


Matéria-prima Fabricação e Pgto Matéria-prima da Venda
de outros Custos
CICLO ECONÔMICO (CE)

CICLO FINANCEIRO (CF)

CICLO OPERACIONAL (CO)

PRE = PF + PEPA
CE = PRE
CO = PRE + PRV CO = do início do CE até o final do CF
CF = do primeiro desembolso até o final do PRV
Administração de Disponibilidades

Financiamento do Giro das Operações


Fornecedores (prazo de pagamento da matéria-prima) e
Outras fontes de recursos (até o recebimento da venda)

Estratégias para Reduzir o Ciclo Financeiro (CF)


Retardar os pagamentos aos fornecedores (sem comprometer o crédito)
Acelerar o recebimento de duplicatas (sem constranger os clientes)
Elevar o giro dos estoques (sem riscos de paralisação por falta de estoques)
Administração de Disponibilidades

Desembolsos Operacionais (DO)


São os pagamentos relacionados com as atividades operacionais
(fornecedores, salários, encargos sociais, impostos e contas a pagar)

Caixa Operacional (COp)


É a média mensal de recursos que suporta o desembolso operacional
É a parcela do capital de giro necessária para suportar determinado
nível de vendas.

Giro de Caixa (GC)


Mostra quantas vezes o caixa operacional foi renovado no período.
Divisão do total anual de desembolsos operacionais pelo caixa
operacional
Administração de Disponibilidades

Equações

DesembolsosOperacionais
GirodeCaixa 
CaixaOperacional

360dias
GirodeCaixa 
CicloFinan ceiro

DO 360dias
GC  GC 
COp CF
Administração de Disponibilidades

Redução do Ciclo Financeiro


Situação Base Situação 1 Situação 2
Ciclo Financeiro 135dias 120dias 80dias
Giro de Caixa (360/CF) 2,667 3,000 4,500
Desembolsos Operacionais $21.451 $21.451 $21.451
Caixa Operacional (DO/GC) $8.043 $7.150 $4.767
C. de oportunidade (22,4%ano) $1.802 $1.602 $1.068
Redução do COp - $893 $3.276
Benefício anual (22,4%ano) - $200 $734

[(1,025)12 – 1] x (1 – 0,35) = 0,224 ou 22,4% a.a. (taxa de juros – IR)


Risco e Retorno
Risco e Retorno

Conceituação de Risco
RISCO: É a probabilidade de perda ou ganho em
uma decisão de investimento. Pode ser denominado também
como o grau de incerteza do retorno de um investimento.

Geralmente tem relação direta com o nível de renda


do investimento: Quanto maior o risco, maior o potencial de
renda do investimento.

0 0,5 1
Incerteza
Risco e Retorno

Exemplificação do Risco
Em uma situação de risco, esperam-se vários
resultados possíveis e com probabilidades determinadas de
virem a acontecer.
Com probabilidade desconhecidas, em eventos
dicotômicos (sucesso ou fracasso), tem-se um maior grau de
incerteza (0,5 ou 50%).

Exemplos:
- Risco de queda na taxa de juros
- Risco de recusa do produto pelo consumidor
- Risco de investir numa aplicação financeira
Risco e Retorno

Fontes deRisco
- Risco do negócio (incapacidade de cobrir custos operacionais);
- Risco financeiro (incapacidade de cobrir obrigações financeiras);
- Risco da taxa de juros (quando ocorre elevação das taxas de juros);
- Risco de liquidez (dificuldade de liquidar um investimento);
- Risco de mercado (lei da oferta e da procura reduz o valor de um ativo);
- Risco de evento (fatores contingenciais, como a proibição de vendas);
- Risco da taxa cambial (grandes flutuações nas taxas de câmbio);
- Risco de poder de compra (alterações de preços pela inflação);
- Risco fiscal (alterações nas leis fiscais elevando a tributação).
Risco e Retorno

Risco Diversificável

É o risco específico de uma empresa ou setor que


pode ser dirimido através da compra de ativos de empresas
de outros setores econômicos.

Ocorre em situações extremas, como com possíveis


alterações de políticas econômicas com forte influência
governamental.

yInvestimentos em Carteira  É uma forma de Diversificar o Risco


Risco e Retorno

Conceituação de Retorno
RETORNO: É o ganho ou perda total obtido sobre
um investimento em dado período (Gitman, 2005). O resultado
esperado deve ser igual ou superior ao retorno.

O retorno pode ser mensurado pelo EBITDA

Sigla inglesa EBITDA:


Earning Before Interest Tax, Depreciation and Amortization

É um indicador financeiro que mostra se os ativos operacionais estão


gerando caixa.
Risco e Retorno

Formas de Retorno

LUCRO CORRENTE: É o fluxo de caixa recebido


sobre um investimento durante um dado período.

O ativo (matéria-prima) de uma empresa gera retorno (lucro).

GANHO DE CAPITAL: É uma mudança positiva


no valor de um investimento num dado período.

Uma carteira de ações pode sofrer valorização.


Risco e Retorno

AVALIAÇÃO DE RISCOS

ANÁLISE DE SENSIBILIDADE:
Estabelecem-se cenários otimistas (melhor), esperados
(realista) e pessimistas (pior).

- O risco é mensurado pelo Intervalo.


 Quanto maior o intervalo maior o risco.

Intervalo ou Amplitude (A) é uma medida estatística.


A = Retorno Otimista - Retorno Pessimista
Risco e Retorno

AVALIAÇÃO DE RISCOS

ANÁLISE PELO DESVIO PADRÃO:


Mede a dispersão em torno de um valor esperado.
 Quanto maior o desvio padrão maior o risco.

Na calculadora Financeira HP12c pode-se facilmente


calcular o desvio padrão com o uso da função s

.
s
Risco e Retorno

AVALIAÇÃO DE RISCOS

ANÁLISE PELO COEFICIENTE DE VARIAÇÃO:


É uma medida de dispersão relativa (%) que é útil na
comparação do risco de ativos com diferentes retornos
esperados.
 Quanto maior o coeficiente de variação maior o risco.

Fórmula Algébrica do Coeficiente de Variação:

Coeficiente de Variação = 100 . Desvio Padrão


Média
Risco e Retorno

RISCO DE UMA CARTEIRA

ANÁLISE PELO COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO:


É uma medida estatística da relação entre duas séries de
números.
O Coeficiente de Correlação de Pearson varia de -1 a +1.

Pode estar Positivamente Correlacionado (próximo de +1) ou


Pode estar Negativamente Correlacionado (próximo de -1)
Risco e Retorno

COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO DE PEARSON

r = n .  (X.Y) -  X .  Y
n .  X2 - ( X)2 . n .  Y2 - ( Y)2

(X.Y) = Fazem-se os produtos X.Y p/ cada par e depois efetua-se a soma


X = Somatório dos valores da variável X
Y = Somatório dos valores da variável Y
X2 = Elevam-se ao quadrado cada valor de X e depois efetua-se a soma
Y2 = Elevam-se ao quadrado cada valor de Y e depois efetua-se a soma
Risco e Retorno

COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO DE PEARSON

• O Valor de r (Correlação Linear de Pearson) varia de -1 a +1.


• O sinal indica o sentido (correlação positiva ou negativa).
• O valor indica a força da correlação (fraca, moderada ou forte)

valor de r
Forte Moderada Fraca Ausência Fraca Moderada Forte

-1 - 0,7 - 0,3 0 + 0,3 + 0,7 +1


Risco e Retorno

Cálculo do Retorno Médio de uma Carteira


ANÁLISE PELA MÉDIA PONDERADA:
Uma carteira de investimentos é composta de 20% da ação
A, 40% da ação B e o restante da ação C. Os retornos
anuais de A, B e C são de, respectivamente, 25%, 10% e
15%. Qual será o retorno médio anual da carteira?

A = 25% x 0,20 = 5%
B = 10% x 0,40 = 4%
C = 15% x 0,40 = 6%
Retorno Médio Anual = A + B + C = 15%
Alavancagem
Financeira
Alavancagem Financeira

Estrutura de Capital

Capital de
PC Curto P razo
Capital de
Terceiros

A PELP
Capital de
Longo Prazo e
Capital
PL Próprio
Permanente (PNC)

Todo o capital de uma empresa está investido no ativo,


para gerar retornos adequados
Alavancagem Financeira

Estrutura de Capital
O capital é um fundo de valores ou conjunto de bens,
créditos e débitos colocados à disposição da empresa, com a
finalidade de gerar resultados econômicos.

FONTES DE CAPITAL:

PC + PELP Recursos de terceiros


PL Recursos dos sócios ou acionistas

Ativo P + PL
Alavancagem Financeira

Alavancagem Financeira
Ocorre quando o capital de terceiros produz efeitos
sobre o patrimônio líquido.
O Processo é como se o capital de terceiros,
utilizando-se de uma “alavanca”, produzisse efeitos
(positivos ou negativos) sobre o patrimônio líquido.
Alavancagem Financeira

Alavancagem Financeira

É o produto do uso de ativos ou fundos a


custo fixo para multiplicar recursos para os
proprietários da empresa.
Gitman (2005)
Alavancagem Financeira

Valor da Empresa

Estrutura de Capital A Estrutura de Capital B

40%
40%
60% P 60%
PL
PL P

Capital Próprio (PL) x Capital de Terceiros (P)


Alavancagem Financeira

Valor da Empresa

 As alterações de estrutura de capital


beneficiam os acionistas somente se o valor da
empresa aumenta.

 Os administradores devem escolher a


estrutura de capital que acreditam poder levar
ao maior valor possível para a empresa, pois essa
estrutura de capital será a mais benéfica para os
acionistas.
Alavancagem Financeira

Demonstração do Resultado do Exercício


RECEITA BRUTA
(-) deduções
RECEITA LÍQUIDA
(-) custo das vendas ou dos serviços
LUCRO BRUTO
(-) despesas operacionais
(-) despesas financeiras
LUCRO OPERACIONAL
(-) despesas não operacionais
LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA - LAIR
(-) provisão para o imposto de renda
LUCRO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA
(-) participações, contribuições, doações
LUCRO LÍQUIDO
LUCRO LÍQUIDO POR AÇÃO DO CAPITAL SOCIAL
Alavancagem Financeira

Cálculo da Alavancagem Financeira

Método Assaf Neto


(utiliza-se uma fórmula americana e modifica-se o D.R.E.)

GAF = Lucro Operacional


Lucro Operacional - Despesas Financeiras
Alavancagem Financeira

Grau de Alavancagem Financeira

GAF = Lucro Operacional


Lucro Operacional - Despesas Financeiras

GAF = 1: Alavancagem Financeira Nula


GAF > 1: Alavancagem Financeira Favorável
GAF < 1: Alavancagem Financeira Desfavorável
Alavancagem Financeira

Grau de Alavancagem Financeira


GAF = 1: Alavancagem Financeira Nula
GAF > 1: Alavancagem Financeira Favorável
GAF < 1: Alavancagem Financeira Desfavorável

Interpretação:
A alavancagem resulta da participação de recursos de terceiros
na estrutura de capital da empresa.
O endividamento é interessante sempre que seu custo for
menor que o retorno produzido pela aplicação desses recursos.
Alavanca a Rentabilidade.
Alavancagem Financeira

Alavancagem Financeira

Definição:
Alavancagem financeira é a capacidade que os os recursos de
terceiros apresentam de elevar os resultados líquidos dos
proprietários.
É medida pelo Grau de Alavancagem Financeira (GAF).
GAF = 1: Alavancagem Financeira Nula
GAF > 1: Alavancagem Financeira Favorável
GAF < 1: Alavancagem Financeira Desfavorável
Alavancagem Financeira

Exemplo
Uma empresa tem um ativo de $300, que lhe proporciona um lucro
operacional de $45, equivalentes a uma rentabilidade de 15% sobre o
investimento total (ativo).
A empresa está financiada por capital próprio (PL) de $200 e em
empréstimos bancários de $100, cujo custo é de 12%, ou seja, despesas
financeiras de $12.

Passivo $100 Custo $12


LOp $45 Ativo $300
Patr. Líquido $200

GAF = LOp = $45 = 1,36


LOp - DF $45 - $12
Alavancagem Financeira

Exemplo
Passivo $100 Custo $12
LOp $45 Ativo $300
Patr. Líquido $200

GAF = LOp = $45 = 1,36


LOp - DF $45 - $12

GAF > 1: Alavancagem Financeira Favorável


Uma variação no lucro operacional indica uma variação 1,36 vezes maior
no lucro líquido.

Lucro Líquido = Lucro Operacional x GAF


Alavancagem Financeira

Exemplo
Uma variação no lucro operacional indica uma variação 1,36 vezes maior
no lucro líquido.

Lucro Líquido = Lucro Operacional x GAF

Supondo-se um aumento de 20% no Lucro Operacional, é de se esperar um


aumento de 27,2% no Lucro Líquido.

Lucro Líquido = Lucro Operacional x GAF


Lucro Líquido = 20% x 1,36 = 27,2%
Alavancagem Financeira

GAF para Diferentes Estruturas de Capital


ESTRUTURAS DE CAPITAL A B C D
Ativo Total 100.000 100.000 100.000 100.000
Passivo Exigível 0 20.000 60.000 90.000
Patrimônio Líquido 100.000 80.000 40.000 10.000
Receitas de Vendas 110.000 110.000 110.000 110.000
CMV (50.000) (50.000) (50.000) (50.000)
Lucro Bruto 60.000 60.000 60.000 60.000
Despesas Vendas e Adm (15.000) (15.000) (15.000) (15.000)
Lucro Operacional (antesIR) 45.000 45.000 45.000 45.000
Imposto de Renda (40%) (18.000) (18.000) (18.000) (18.000)
Lucro Operacional (apósIR) 27.000 27.000 27.000 27.000
Despesas Financeiras (25%) - (5.000) (15.000) (22.500)
Redução de IR - 2.000 6.000 9.000
Lucro Líquido 27.000 24.000 18.000 13.500
GAF 1,00 1,13 1,50 2,00
Alavancagem Financeira

GAF para Diferentes Estruturas de Capital


O retorno produzido pelos ativos é de 27%
GAF > 1
O custo do capital de terceiros é de 25% (menor)

GAF > 1
 Significa que a empresa está “alavancando” o retorno de seus
proprietários mediante o uso de passivos onerosos que custam menos
do que rendem aplicados no ativo.

GAF < 1
 Revela que o custo dos passivos onerosos foi superior a
rentabilidade das operações, causando um efeito desfavorável no
retorno do capital próprio.
Alavancagem Financeira

Reduções nas Vendas


ESTRUTURAS DE CAPITAL A B C D
Ativo Total 100.000 100.000 100.000 100.000
Passivo Exigível 0 20.000 60.000 90.000
Patrimônio Líquido 100.000 80.000 40.000 10.000
Lucro Operacional (após IR) 10.000 10.000 10.000 10.000
Despesas financeiras (25%) 0 (5.000) (15.000) (22.500)
Redução de IR 0 2.000 6.000 9.000
Lucro/Prejuízo Acumulado 10.000 7.000 1.000 (3.500)
Variação LOp -62,96% -62,96% -62,96% -62,96%
Variação LL -62,96% -70,83% -94,44% -125,93%
GAF 1,00 1,13 1,50 2,00

Com a redução do volume de atividade da empresa, quanto maior o


endividamento, menor será a remuneração dos proprietários.
Se o LOp passa de 27.000 para $10.000  redução de 62,96%
Custo de Capital
Custo de Capital

Maximizar valor ou riqueza

Ativos Passivos

Investimentos Financiamentos

TMA CMPC
Técnicas
TMA = Taxa Mínima de Atratividade
CMPC = Custo Médio Ponderado de Capital
Custo de Capital

Entendendo o ...
Custo
Médio
CMPC Ponderado de
Capital

WACC = Weighted Average Capital Cost


Custo de Capital

As fontes de financiamento …

INVESTIMENTOS
PC
ELP

PL
Custo de Capital

Separando as fontes de financiamento

Estrutura de Capital
Terceiros
PC CP

ELP LP

PL Próprios
Custo de Capital

Fontes externas

Capital de terceiros
É preciso considerar
o benefício fiscal!
Custo de Capital

Benefício fiscal
...

Empresas tributadas por

Lucro Real
Custo de Capital

Símbolo do custo externo

Kd
Dívida

Custo de Capital
Custo de Capital

Benefício fiscal

• Juros representam despesas


financeiras
• Dedutíveis do IR
• Parte dos juros pagos retorna sob a
forma de IR não pago
Custo de Capital

Empresas Nada Deve e Algo Deve


Nada Deve Algo Deve
Ativos 400 400
Dívidas (20% a.a.) 0 200
PL 400 200
Passivos 400 400
Resultado
LAJIR 100 100
(-) Juros 0 -40
LAIR 100 60
(-) IR (30%) -30 -18
Lucro Líquido 70 42
Desembolso efetivo = $28,00
Custo de Capital

Do custo aparente da dívida, deve ser extraído o benefício fiscal

Kd = Ka . (1 - IR)
Alíquota
do IR
Custo aparente
da dívida
Custo efetivo
da dívida
Custo de Capital

Balanço
Nada Deve Algo Deve
Patrimonial
Kd de Algo Deve
Ativos 400 400
Dívidas (20%) 0 200
PL 400 200
Kd = Ka . (1 - IR)
Passivos 400 400
Kd = 20% . (1 – 0,30)
Resultado Nada Deve Algo Deve
LAJIR 100 100 Kd = 14% a.a.
(-) Juros 0 -40 ou
LAIR 100 60 Kd = 28/200
(-) IR (30%) -30 -18
Kd = 14% a.a.
LL 70 42
Custo de Capital

Para não esquecer …


Números:
• A Cia do Mundo Mágico possui Dívidas = $500 mil
dívidas no valor de $500 mil, sobre Juros = $80 mil
as quais paga juros anuais iguais a IR = 34%
$80 mil.
• Sabendo que a alíquota de IR da
empresa é igual a 34%, calcule: Respostas:
– Custo aparente da dívida Ka = 16%
– Custo efetivo da dívida
Kd = 10,56%
Custo de Capital

Fontes internas

Capital Próprio
Custo de Capital

Lembre-se!!!!
• É um custo de oportunidade!
• A empresa não tem obrigação de remunerar os
sócios!
• Porém, os sócios tem uma expectativa de retorno

Um retorno esperado é
desejado na operação!
Custo de Capital

Símbolo do custo próprio

Ks Sócio
Custo de Capital
Custo de Capital

Para Calcular o Custo do Capital Próprio

Modelo de Crescimento Constante


de Gordon e Shapiro
Custo de Capital

Modelo de Gordon e Shapiro

Ks = D1 + g
P0
Ks = Custo do capital dos acionistas (Shareholders)
D1 = Dividendo por ação no ano 1
P0 = Preço da ação no ano zero
g = Taxa de crescimento dos dividendos
Custo de Capital

 A empresa Maquinaria Industrial S.A. está cotada


atualmente a $5,60 (P0). Sabendo que o próximo dividendo
anual (D1) a ser distribuido pela empresa será igual a $0,75 e
que os dividendos têm crescido a uma média anual igual a
3%, deseja-se calcular o custo do capital próprio da empresa
(Ks), mediante o emprego do modelo de Gordon e Shapiro.

Ks = D1 + g Ks = 0,75 + 0,03
P0 5,60

Ks = 0,1639 = 16,39%
Custo de Capital

 O CMPC é uma ponderação entre os valores do Kd e do Ks


 Kd sai do Passivo do Balanço patrimonial
 Ks sai do Patrimônio líquido do Balanço patrimonial.

Empresa ABC
Percentuais Calculados
com base no IR
PASSIVO
Banco A $12.000 Kd = 18,85%  $2.262
Banco B $26.000 Kd = 20,15%  $5.239
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social $59.000 Ks = 16,39%  $9.670
TOTAL ………..….. $97.000 CMPC (17.171/97.000)  17,70%
Custo de Capital

Cuidado na Agressividade!!!
• Algumas empresas financiam suas necessidades
sazonais de financiamento com capital de terceiros a
curto prazo e as necessidades permanentes com
capitais de terceiros de longo prazo.

Estratégia Agressiva de
Financiamento
Custo de Capital

 A empresa XYZ paga dividendos a uma taxa


constante de 9%. A taxa exigida pelo mercado é de 16% e o
próximo valor a ser pago em dividendos é de $1,80. Calcule o
valor da ação com o modelo de Gordon e Shapiro.

Ks = D1 + g 0,16 = 1,80 + 0,09


P0 P0

P0 = $25,71
Formação do
Preço de Venda
Formação do Preço de Venda

Gastos x Custos x Despesas


Gastos ou Dispêndios  Sacrifícios para a aquisição de um
bem ou serviço com pagamento no ato (desembolso) ou futuro
(criando uma dívida).

Custos - São os gastos no processo de industrialização


(produção). Exemplos: Matéria-prima, Mão-de-obra,
Embalagem, etc.
Despesas - São gastos que não contribuem ou não se identificam
com a transformação da matéria-prima. Exemplos: Comissão
de vendedores, Juros, Aluguel de escritório, Honorários
administrativos, etc.
Despesas Administrativas - Despesas de Vendas - Despesas Financeiras
Formação do Preço de Venda

Custos e Despesas Fixas


O custo é fixo quando o desembolso não varia em
função da quantidade produzida (aluguel de um galpão).
O mesmo raciocínio é feito para as despesas fixas
(salário do gerente comercial).
Unitariamente os CDFs são Variáveis

Custo do Aluguel

$ 80.000

$ 50.000

$ 20.000

0 5.000 10.000 15.000 20.000 Quantidade (produtos)


Formação do Preço de Venda

Custos e Despesas Variáveis


O valor dos custos e despesas variáveis varia
proporcionalmente à quantidade de produção (compra de
matéria-prima, comissões e impostos sobre vendas)

Unitariamente os CDVs são Fixos

Custo da
Matéria-Prima

$ 80.000

$ 50.000

$ 20.000

0 5.000 10.000 15.000 20.000 Quantidade (produtos)


Formação do Preço de Venda

Margem de Contribuição
É o valor resultante das vendas (líquidas de impostos)
deduzidas dos CDVs.
MC = MCU x Quantidade produtos vendidos
A Margem de Contribuição Unitária (MCU) está
relacionada a um produto.

Preço unitário de venda (líquido de impostos) ................ $10,00


(-) Custos variáveis ............................................................. $ 4,30
(-) Despesas variáveis ......................................................... $ 0,90
(=) Margem de Contribuição Unitária (MCU) .................$ 4,80
Formação do Preço de Venda

Margem de Contribuição Negativa


A margem de contribuição deve ser positiva.
Explicação: quanto mais se vende, maior é o prejuízo.

Alguns ramos de negócios trabalham com margem de


contribuição negativa (jornais e revistas). O prejuízo é coberto
pelos anunciantes.

Preço unitário de venda (líquido de impostos) ................ $ 2,00


(-) Custos variáveis ............................................................. $ 1,60
(-) Despesas variáveis ......................................................... $ 1,00
(=) Margem de Contribuição Unitária (MCU) .................$ (0,60)
Formação do Preço de Venda

Ponto de Equilíbrio
É a quantidade de produtos que uma empresa precisa
vender para conseguir cobrir todos os custos e despesas.

PE = CDF (Custos e Despesas Fixas)

MCU (Margem de Contribuição Unitária)

Exemplo:
Se a margem de contribuição de uma empresa é de $ 4,80 os seus Custos e
despesas fixas são de $ 36.000, a quantidade de produtos vendidos necessária
para cobrir todos os custos e despesas é de:
PE = CDF = 36.000 = 7.500 unidades
MCU 4,80
Formação do Preço de Venda

Ponto de Equilíbrio
É a quantidade de produtos que uma empresa precisa vender para
conseguir cobrir todos os custos e despesas.

Receitas
Líquidas
LUCRO
$ 100.000
Ponto de Equilíbrio (PE)

$ 75.000 CDV

$ 36.000
CDF

0 5000 7500 10000 Quantidade de Produtos


Formação do Preço de Venda

Formação do Preço de Venda


Princípios Básicos Preço alto inibe as vendas
Preço baixo não cobre os custos e despesas

Com base nos custos e Despesas:


Preço de Venda = Custos + Despesas + Lucros

Com base no mercado:


A competitividade se dá pelo preço
Deve-se reduzir custos e despesas para maximizar o lucro
Formação do Preço de Venda

Formação do Preço de Venda


Com base nos custos e despesas:
RLU = CDVU + CDFU + LU
RLU = Receita Líquida Unitária
CDVU = Custos e Despesas Variáveis Unitárias
CDFU = Custos e Despesas Fixas Unitárias
LU = Lucro Unitário
PVU = [RLU / (1 - %ICMS)] x [1 + (%IPI + %PIS)]
PVU = Preço de Venda Unitário
%ICMS, %IPI, %PIS = Alíquotas dos Impostos
Formação do Preço de Venda

Formação do Preço de Venda


Com base nos custos e despesas:
RLU = CDVU + CDFU + LU
RLU = 5,20 + 3,60 + 0,15 RLU
RLU = $10,3529

PVU = [RLU / (1 - %ICMS)] x [1 + (%IPI + %PIS)]


PVU = [10,3529 / (1 - 0,18)] x [1 + (0,20 + 0,0265)]
PVU = $15,4852

Com base no Método do Mark-up:


Base (CDVU, CMV) x Fator (Frango cru x 2,5)
Formação do Preço de Venda

Formação do Preço de Venda


Com base no mercado:
Método do Preço Corrente
Quando há muita semelhança de preços em todos os concorrentes.

Método de Imitação de Preços


Adota-se o preço de um produto concorrente semelhante.
Método de Preços Agressivos
Adota-se um preço abaixo dos concorrentes para se conquistar maior
participação no mercado.
Método de Preços Promocionais
Preços tentadores em alguns produtos para vender outros produtos.

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