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Cartilha:

Higiene Realização

Pessoal
Projeto de Pesquisa: História
da hanseníase na Amazônia:
estigmatizaçã e espaços de
memórias.

Escola de Aplicação da
Universidade Federal do
Pará (UFPA).

Belém-Pará
2021
Créditos
Projeto de Pesquisa: História da hanseníase na Amazônia: estigmatização
e espaços de memórias. (Escola de Aplicação da UFPA)
Coordenação
Elane Cristina Rodrigues Gomes
Bolsitas
Calebe Sousa Ferreira Serra (Pibic-Ensino Médio)
Rebeca Junior Cardoso Martins (Prodoutor-UFPA)
Colaboradores
Cainã Lobato Melo (discente/UFPA Licenciatura em Ciências Biológicas)
Mateus Cunha Gomes (discente/UFPA faculdade de Enfermagem)
Texto
Calebe Sousa Ferreira Serra
Cainã Lobato Melo
Elane Cristina Rodrigues Gomes
Mateus Cunha Gomes
Rebeca Junior Cardoso Martins
Revisão
Cainã Lobato Melo, Calebe Sousa Ferreira Serra, Danielle Figuerêdo
Moura, Elane C. Rodrigues Gomes, Juliana Santos dos Santos, Mateus
Cunha Gomes, Rebeca Junior Cardoso Martins
Capa
Cainã Lobato Melo
Créditos das imagens da capa
https://m.brasilescola.uol.com.br/saude-na-escola/importancia-
lavar-as-maos.htm
https://revistagalileu.globo.com/amp/Ciencia/Biologia/noticia/2015
/06/uma-biologa-cultivou-os-microbios-que-estavam-na-mao-de-seu-
filho-de-oito-anos-e-o-resultado-e-maravilhoso.html
Sumário

►Apresentação 4
►História da Higiene 5
► “Será que as doenças têm
História?” 7
►Higiene Pessoal 8
► Para saber Mais 14
►Referência Bibliográfica 15
Apresentação

A cartilha Higiene pessoal é resultado da elaboração da primeira oficina do


Projeto intitulado “História da hanseníase na Amazônia: estigmatização e
espaços de memórias”, desenvolvido na Escola de Aplicação da
Universidade Federal do Pará, trata-se de uma proposta destinada a
dialogar sobre a estigmatização que as pessoas acometidas por hanseníase
vivenciaram no século XX, tendo em vista o processo histórico de
isolamento que tais doentes tiveram no passado pelo significado atrelado a
doença. A cartilha compõe uma das etapas do projeto ao abordar a História
da higiene, saúde e doença para os leitores, em diálogo com orientações
sobre os cuidados que as pessoas devem tomar em seu cotidiano na
prevenção de doenças, tendo como ponto de partida a observação, a
higiene e o conhecimento sobre o corpo, para identificar sinais ou sintomas
de possíveis doenças em seu corpo ou de seus familiares. Portanto
pretendemos que essa cartilha tenha uma função instrutiva durante o
processo educacional no cuidado com a saúde e doença, tendo em vista a
imediata busca por órgãos competentes ao identificar danos à saúde ou na
qualidade de vida do ser humano.
História da Higiene
Nossas atitudes em relação aos sentimentos, preocupações com a
higiene corporal, parecem ser coisas tão naturais e recorrentes em
nosso cotidiano que chegamos a pensar que tudo sempre foi tal
como vivemos hoje. Entretanto quando olhamos para o passado
notamos que existiam muitos detalhes bem diferentes do que
costumamos fazer hoje.

A Palavra higiene vem da mitologia grega a partir das narrativas de


uma deusa conhecida como Hígia ou Higéia, tida como deusa da
preservação da saúde. Hígia era filha de Asclépio (deus da
medicina) e Epíone (deusa calmante da dor), seu nome em Roma
era Salus de onde vem a denominação “Saúde".
História da Higiene
Os banhos públicos eram mais frequentes na antiguidade, fala-se que
Hipocrates, um grego tido como o pai da medicina, na antiguidade, já sugeria
regras de higiene e produtos para serem usados ao cuidar do corpo. Dessa
forma indicava banho de sol, banho e ar puro como parte desse tratamento. No
entanto com o declínio do Império romano por volta de 537 d.C os aquedutos
que abasteciam a cidade de Roma foram destruídos e com o crescimento da
doutrina cristã criou-se a ideia de que a única cura para os males do corpo era
via intervenção divina, o que contribuiu para a redução das práticas de higiene
também.
Durante o chamado medievo observa-se que o banho ganha quase um
significado de violação ao mundo sagrado, pois o contato com o corpo colocava
o indivíduo a prova de tentações, entre essas a vaidade, veja que uma mudança
cultural no campo da religião pode provocar alterações no comportamento da
sociedade, nesse caso reduzindo os banhos em seu dia a dia pelo significado de
pecado atribuído ao corpo.

O paradoxo do corpo na Idade Média


Durante o período do medievo, o corpo
humano possuía duas visões segundo os
dogmas da Igreja Católica: 1) Como um
meio que facilitava para o pecado da
carne ou 2) ser exaltado visto que o filho
de Deus havia caminhado na terra com
um corpo humano. Logo, o corpo de
homens e mulheres deveria manter-se
sobre cuidados e precauções, como a
virgindade e castidade, tal como as
orientações da Igreja Católica.
Será que as doenças têm História?
O QUE É DOENÇA?
O que é doença para você? Acredito que em algum momento da sua vida você já tenha sido
acometido por uma doença, sentiu-se estranho ou limitado por apresentar alguns sintomas.
Geralmente nossa compreensão sobre a doença é partir do conceito biológico, ou seja, das impressões
ou sinais emitidos pelo corpo, pois quando um agente nocivo adentra nosso corpo pode provocar
diferentes sintomas enfraquecer o organismo.
Todavia, ao trata-se de uma doença não podemos apenas observar o seu quadro clínico e biológico,
mas também buscar compreender os significados e representações que ela produz na sociedade.
A existência de doenças em uma comunidade permite a criação de métodos e práticas de cura que
estão relacionadas à forma de pensar, as classes sociais, as crenças, instituições dentro de um tempo e
lugar. Logo significa dizer que as doenças têm História e que os historiadores vêm realizando
pesquisas sobre as práticas de saúde e doenças em diversos tempos e lugares do mundo.
Assim, em algumas sociedades do passado, as doenças além de apresentarem significados científicos e
médicos, também foram tratadas como adversidades relacionadas às práticas religiosas. Por sua vez,
as dores e sintomas podiam ser atrelados aos médicos do corpo (profissionais da saúde) ou aos
médicos da alma (padres ou sacerdotes, curandeiros, etc).
Ainda sobre como uma sociedade compreende as doenças é possível afirmar que a doença foi
registrada ao longo do tempo, através de diferentes maneiras: pintura, fotografia, filme, litografia,
peça teatral, procissão religiosa, história em quadrinho, escultura, etc). Observe abaixo uma pintura
em que foi retratada a peste bubônica!
O que é higiene ?

Higiene é o conjunto de práticas que tem como objetivo


promover a saúde e evitar doenças.
PELE

Epiderme

Derme

Hipoderme

A pele é a primeira linha de defesa do nosso


corpo, mas se houver ferimento esta proteção
fica comprometida permitindo a entrada de
microrganismos que são nocivos para a saúde.
Quando Devemos Lavar
as Mãos.
A limpeza das mãos é considerada uma prática profilática muito eficaz na
prevenção e na transmissão de doenças, as pesquisas científicas
demonstram. Sendo considerada uma prática simples, econômica e eficaz
reconhecida por órgãos internacionais como Centros de Controle e Prevenção
de Doenças (CDC) e Organização Mundial de Saúde (OMS) e nacionais
como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Técnica dos 6 passos

Google imagens:
DICAS PARA A HIGIENE
PESSOAL
Banho
Proporcionar limpeza da pele, retirando
microrganismos que estejam aderidos a pele e
as impurezas como fumaça, poeira,
oleosidade, etc.

Cortar as unhas
Debaixo das unhas se acumula sujeira,
bactérias, fungos e ovos de vermes que podem
ser facilmente levados a boca e olhos.

Escovar os dentes
È de extrema importância o cuidado com a
boca pois ela é a porta de entrada para o
nosso corpo.
Higiene Genital Feminina
A região genital feminina necessita de cuidados diários, podendo acumular
diferentes secreções, sofrer alterações de pH e ser submetida as agressões
como fricção e abafamento pelo uso de roupas e absorventes.

6 passos para fazer a higienização:


2. usar sabonete líquido íntimo

3. Lavar a virilha e dobras dos pequenos


e grandes lábios.

4. lavar somente a parte externa.

Google imagens:

5. Usar calcinhas de algodão, 6.Na menstruação, ficar atenta ao


para manter a região arejada. tempo de troca do absorvente .
Higiene Genital
Masculina
Como qualquer outra parte do nosso corpo, os órgãos sexuais necessitam de cuidados
higiênicos. Os homens devem aprender desde criança a lavar o pênis e retirar a
substância sebácea (esmegma), que se acumula em volta da glande, pois pode levar a
infecções, além de manipular o pênis sempre com as mãos limpas para evitar
contaminações.

5 passos para fazer a higienização:


1. fazer a higienização 2. usar apenas sabonetes
ao tomar banho. neutros.

3. Secar bem a glande e a região para evitar 4. Não compartilhar roupas


proliferação de fungos. intimas e toalha.

5. Não usar cuecas apertadas.

O correto

Google imagens:
FONTE: www2.ifal.edu.br/campus/palmeira/noticias/avaliacao-final-dos-projetos-de-pesquisa-
do-ifal-palmeira-esta-marcada-para-26-e-27-de-setembro
Referência Bibliográfica
GELUK, A. Longitudinal assessment of anti-PGL-I serology in contacts of
leprosy patients in Bangladesh. PLoS Neglected Tropical Diseases, v. 11, n. 12,
11 dez. 2017.
Health and Health ServicesBMC Infectious DiseasesBioMed Central Ltd., , 5
out. 2018. Disponível em: </pmc/articles/PMC6173927/?report=abstract>.
Acesso em: 2 dez. 2020.
LE GOFF, Jacques. As doenças têm História. Lisboa: Terramar-editores, 1997.
MANTOVANI, Rafael; MARQUES, Maria Cristina da Costa. Higiene como
prática individual e como instrumento de Estado. História, Ciências, Saúde
– Manguinhos, Rio de Janeiro, v.27, n.2, abr.-jun. 2020, p.337-354.
MIERAS, L. F. et al. An enhanced regimen as post-exposure
chemoprophylaxis for leprosy: PEP++ 11 Medical and Health Sciences 1117
Public. RICHARDUS, R. A.; ZWET, K. VAN DER; HOOIJ, A. VAN; WILSON, L.;
OSKAM, L.; FABER, R.; EEDEN, S. J. F. VAN DEN; PAHAN, D.; ALAM, K.;
RICHARDUS, J. H.;
SCHUTZ, Camila Pícolo et al. Linha do tempo: a História da higiene e do
embelezamento. Ver:
http://siaibib01.univali.br/pdf/Camila%20Schutz,%20Murilo%20Schaefer.p
df acessado em 30 de setembro de 2020.
PORTER, Roy. História da Medicina. Rio de Janeiro: Editora Revinter, 2006.
VIGARELLO, Georges. O limpo e o sujo: a higiene do corpo desde a idade
média. Lisboa: Fragmentos, 1985.

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