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CURSO DE GRADUAÇÃO TECNOLÓGICO EM

GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

ANDRESSA FERNANDES DE AZEVEDO


DAVI ROCCO DE SOUSA
HELLEN GAUDENCIO CABRAL
NICKOLLY DA SILVA CONCOURD
MARIA JÚLIA LOURENÇO VIANA DE SOUSA
RAFAEL FARIA PALLARES

DISCRIMINAÇÃO NO MUNDO CORPORATIVO:


ESTUDO DE CASO DE DISCRIMINAÇÕES
VIVENCIADAS NAS ORGANIZAÇÕES BRASILEIRAS

GUARULHOS
2021
ANDRESSA FERNANDES DE AZEVEDO
DAVI ROCCO DE SOUSA
HELLEN GAUDENCIO CABRAL
NICKOLLY DA SILVA CONCOURD
MARIA JÚLIA LOURENÇO VIANA DE SOUSA
RAFAEL FARIA PALLARES

DISCRIMINAÇÃO NO MUNDO CORPORATIVO:


ESTUDO DE CASO DE DISCRIMINAÇÕES
VIVENCIADAS NAS ORGANIZAÇÕES BRASILEIRAS

Trabalho de Projeto Discriminação no Mundo Corporativo como conclusão do


módulo 4º semestre do Curso de Graduação Tecnológica em Gestão de Recursos
Humanos. Área de concentração de TECNOLOGIA. Orientador: Camila Nathalia
Padula de Godoy.

GUARULHOS
2021
Dedicamos este trabalho, a Professora Camila
Padula que nos capacitou e auxiliou durante
todo o processo de nosso projeto
Discriminação no Mundo Corporativo. Tópicos
Integradores II (Recursos Humanos).
AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaríamos de agradecer nossos professores, que nos


conduziram durante nossa trajetória, no Curso de Graduação Tecnológica em Gestão
de Recursos Humanos.
Aos colegas que que dividiram ideias e conhecimentos conosco e
agradecer imensamente nossos familiares, que sempre nos apoiaram e estiveram ao
nosso lado em todos os momentos.

AZEVEDO, Andressa Fernandes; SOUSA, Davi Rocco; CABRAL, Hellen Gaudencio;


SOUSA, Maria Júlia L. V.; CONCOURD, Nickolly da Silva; PALLARES, Rafael Faria.
Discriminação do mundo corporativo: estudo de caso de discriminações
vivenciadas nas organizações brasileiras. 2021. 23 páginas. Trabalho de Conclusão
de Curso da Disciplina de Tópicos Integradores II do Curso de Gestão de Recursos
Humanos – Universidade Guarulhos, Guarulhos, 2021.
RESUMO

Este artigo aborda o grande problema ainda existente dentro das organizações, a
discriminação, que ainda vem prejudicando e impedindo diversos grupos sociais de
obter crescimento profissional e adquirir oportunidades iguais para todos. A pesquisa
tem como objetivo, analisar casos encontrados nas organizações relacionados a
discriminação nas empresas brasileiras. Foram realizadas pesquisas bibliográficas e
documentais, para obter o desenvolvimento do trabalho, com base no preconceito
identificado dentro do mercado de trabalho. Após essa análise, conclui-se apresentar
as instituições empresariais, uma maneira de promover a inclusão desses grupos
sociais, sem desprezar a personalidade de cada um, garantindo um clima saudável
entre todos, com uma boa gestão de recursos humanos.

Palavras-chave. Mercado de trabalho. Gestão da diversidade. Responsabilidade


empresarial
Tabela com os gráficos apresentados:

Gráfico 1 Comparativo dos rendimentos entre brancos, Página 18


negros e mulheres

Gráfico 2 Salário médio de pessoas com ensino superior Página 22


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13

1.1 Causa da Pesquisa ..................................................................................... 14


1.2 Objetivos Gerais e Específicos ................................................................... 14
1.3 Metodologia ................................................................................................ 15
1.4 Organização do Trabalho............................................................................ 15
2 DESENVOLVIMENTO ....................................................................................... 16

2.1 Gestão da Diversidade: Discriminação Entre Raça e Gênero .................... 16


2.2 Frequencia da Discriminação no Mercado de Trabalho ............................... 18
2.3 Responsabilidade Empresarial: Segmentos Com o Maior Número de
Discriminanção ......................................................................................................... 19
2.4 Estudo de Caso por Meio de Cargos ......................................................... 21
3 CONCLUSÃO ...................................................... Error! Bookmark not defined.

REFERÊNCIAS .........................................................................................................24
13

INTRODUÇÃO

Essa pesquisa foi realizada para levantar informações sobre a atual situação
da discriminação encontrada dentro das organizações empresariais. Será
apresentado neste projeto de pesquisa alguns cenários enfrentados pelos
funcionários com as questões raciais dentro do seu cotidiano.

Segundo Moreira (2017), a discriminação pressupõe uma relação de hierarquia


entre grupos ou indivíduos, mas ela pode ocorrer entre membros de um mesmo grupo.

As questões centrais como o impacto das políticas públicas recentes sobre a


discriminação dentro da estrutura organizacional do mercado de trabalho seguem sem
uma resposta concreta. Consequentemente, têm surgido propostas radicalmente
distintas para combater o problema. Entre as formas de manifestação dessas
desigualdades, a por cor ou raça ocupa espaço central nesse debate, pois envolve
aspectos relacionados às características do processo de desenvolvimento brasileiro,
que produziu importantes clivagens ao longo da história do País.

Contudo, admite-se que a expressão tem um interesse mais específico no


campo da sociologia, por isso é considerada como uma construção social, baseada a
partir das relações sociais numa organização (BERGER; LUCKMANN, 1983). Assim
dentro das empresas, seja ela pública ou privada, a discriminação infelizmente ainda
é presente e promove exclusão e transtornos para alguns funcionários.

ALMEIDA (2018) afirma que (...) O preconceito racial é o juízo baseado em


estereótipos acerca de indivíduos que pertençam a um determinado grupo racializado,
e que pode ou não resultar em práticas discriminatórias.

O grupo social que mais sofre com a discriminação são negros e pardos, mas,
não são os únicos, o ser humano é julgado dentro das empresas por possuir
tatuagens, ter uma crença ou religião diferente dos demais, nordestinos, mulheres e
até mesmo refugiados são vítimas dessa discriminação, que ocorre desde o
14

recrutamento e seleção.

Desta forma, é de extrema importância promovemos a importância da


igualdade racial dentro das organizações a fim de traze perspectiva do quanto esse
processo pode ser positivo. A partir disso conseguimos obter mais respeito
aprendendo a lidar com diversas culturas e gêneros, além de dirimir o racismo ou
qualquer preconceito existente na equipe de trabalho.

1.1 CAUSA DA PESQUISA

Quais medidas as empresas poderiam tomar, a fim de promover a igualdade


racial dentro da companhia e com isso impactar positivamente no clima
organizacional?

1.2 OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS

Essa pesquisa tem como objetivo geral, “levantar e analisar os mais


relevantes casos encontrados nas organizações relacionados a discriminação no
Brasil”.

Os objetivos específicos deste estudo, buscam:


✓ Identificar as causas que levam a discriminação;
✓ Verificar quais os segmentos das organizações que tem o maior número
de casos de discriminação;
✓ Analisar a frequência que a discriminação acontece nas organizações;
✓ Mostrar a discriminação por meio de cargos que negros e brancos ocupam
nas organizações.
15

Metodologia

A metodologia deste trabalho consolida em levantamentos bibliográficos de


estudos de caso, baseado em pesquisa Demográfica e Socioeconômica do IBGE.

De acordo com Gil (2002) a pesquisa bibliográfica se utiliza


fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado
assunto, a pesquisa documental vale-se de matérias que não recebem ainda um
tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos
de pesquisa.

1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

A organização deste trabalho está dividida em três partes, a introdução


onde trata sobre o tema abordado, no qual se refere a discriminação dentro das
organizações, tendo em vista, não ser um assunto atual, mas, que ainda é muito
discutido pela sociedade brasileira. A segunda parte dessa pesquisa traz o
desenvolvimento do tema, onde foi pesquisado como referência alguns autores e
sites, sobre os seguintes assuntos diversidade e discriminação, combate ao
preconceito e a exclusão, gestão da mudança organizacional entre outros. Na terceira
parte temos a conclusão, trazendo a iniciativa de inclusão desses grupos sociais e por
fim, recomendações dos autores do trabalho sobre o tema estudado.
16

2 DESENVOLVIMENTO

No decorrer do desenvolvimento veremos o quão frequente é a


discriminação dentro das organizações. Os grupos que mais sofrem são os negros e
mulheres, que ocupam a minoria dos cargos de alta gestão e possuem salários bem
inferiores aos demais.

2.1 GESTÃO DA DIVERSIDADE: DISCRIMINAÇÃO ENTRE RAÇA E GÊNERO

A discriminação é a ação de tratar um indivíduo ou grupo de maneira injusta


ou desigual. Segundo o Novo Dicionário Aurélio e o Dicionário Houaiss da Língua
Portuguesa o termo discriminar:

Significa separar; diferenciar; estabelecer diferença; distinguir; não se


misturar; formar grupo à parte por alguma característica étnica, cultural,
religiosa etc; tratamento desigual ou injusto de uma pessoa ou grupo de
indivíduos, em face de alguma característica pessoal, cultural, racial, étnica,
classe social ou convicções religiosas.

A discriminação é resultado do preconceito com pessoas de diferentes


grupos sociais. Quem sofre esse tratamento desigual enxerga a intenção do outro que
o discriminou de provocar uma sensação de inferioridade, o ato de discriminar pode
vir de uma pessoa ou um grupo de pessoas com a finalidade de menosprezar alguém.
Por exemplo, desqualificar, falar mal, humilhar, tratar de forma diferente uma pessoa
ou um grupo de pessoas são formas de discriminação.
Exclusivamente quando a prioridade por pessoas ou grupos sociais é
motivada em razões irrelevantes que dificultem a igualdade de direitos de se
concretizar, essa ação se torna ilegal. A discriminação, assim entendida, é uma atitude
que interfere de forma negativa nos direitos das pessoas, dificultando por razões sem
fundamento, de exercerem plenamente o direito à igualdade de oportunidades.
Existem inúmeros tipos de discriminação, algumas delas por raça, gênero,
classe social, religião, ideologia, origem étnica, orientação sexual. Dentro das
organizações as discriminações mais comuns em relação aos grupos sociais são
étnico-raciais e de gênero, onde negros, mulheres e mulheres negras são tratados de
forma desigual.
17

Entende-se discriminação étnico-racial como qualquer distinção, exclusão,


restrição ou preferência baseada na raça, ascendência, cor, origem nacional
ou étnica com a finalidade ou o efeito de dificultar ou impedir o
reconhecimento e/ou exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos
e liberdades fundamentais nos campos social, político, econômico, cultural ou
qualquer outra área da vida pública. (USP DIVERSIDADE, 2018, p. 01).

Constantemente a discriminação de gênero é presenciada no mercado de


trabalho, é comum encontrar casos de mulheres que sofrem assédio moral e sexual
no ambiente corporativo.
Além disso, dentro das empresas, esses grupos sociais na maioria das
vezes, estão sempre em número menor e tem desvantagens, considerando que a
outra parcela de funcionários de cor ou raça branca possuem mais facilidade de se
encaixar no ambiente de trabalho, possuindo benefícios e tratamento melhor que os
demais.

O rendimento médio mensal das pessoas ocupadas brancas (R$ 2.796) foi
73,9% superior ao das pretas ou pardas (R$ 1.608). Destaca-se a vantagem
dos homens brancos sobre os demais grupos populacionais, sendo que a
maior distância de rendimentos ocorre quando comparados às mulheres
pretas ou pardas, que recebem menos da metade do que os homens brancos
(44,4%). O segundo grupo de maior vantagem é o da mulher branca, que
possui rendimentos superiores não só aos das mulheres pretas ou pardas,
como também aos dos homens dessa cor ou raça (razões de 58,6% e 74,1%,
respectivamente). Os homens pretos ou pardos, por sua vez, possuem
rendimentos superiores somente aos das mulheres dessa mesma cor ou raça
(razão de 79,1%, a maior entre as combinações). (IBGE, 2018, p. 03).

É possível observar no gráfico abaixo a diferença salarial entre pessoas


brancas e negras ou entre homens e mulheres que possuem a mesma posição de
trabalho.

Gráfico 1 – Comparativo dos rendimentos entre brancos, negros e mulheres


18

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, 2018.

2.2 FREQUÊNCIA DA DISCRIMINAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO

Analisar com precisão a frequência em que a discriminação ocorre dentro


das organizações é algo muito difícil, muitos funcionários deixam de fazer
reclamações ao departamento de Recursos Humanos (RH) ou mesmo ir a uma
delegacia prestar queixa sobre o ato ilegal que sofreu, por temer o desemprego. De
fato, a desigualdade é muito presente dentro das instituições brasileiras, é comum
presenciar relatos de pessoas que sofreram e sofrem algum tipo de discriminação no
ambiente de trabalho, até mesmo podemos ouvir pessoas que presenciaram esse tipo
de ação com algum colega, mas quase não se vê denúncias sobre tal negligência,
segundo aponta G1 ECONOMIA (2019) 1 a cada 3 pessoas dizem se sentir
encorajados a levar o assunto ao departamento de Recursos Humanos, isto significa
que o número dos casos registrados sobre discriminação no ambiente corporativo, é
apenas uma pequena parcela de um enorme problema.
Existem três tipos mais frequentes de discriminação com negros no
ambiente de trabalho:
A primeira é a ocupacional, que questiona a capacidade do negro de
desempenhar tarefas mais complexas, mesmo que este profissional seja
capacitado para tais funções.
A segunda é a discriminação salarial, com o desrespeito à equiparação na
remuneração de brancos e negros, sugerindo que o trabalho feito pelo negro
tem menor valor. E a terceira é a discriminação pela imagem, na qual a pele
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escura e os cabelos crespos são alvo de preconceito e deixam os negros de


fora de diversas oportunidades de trabalho. (BOEHM, 2017, p. 01).

As mulheres passam por diversas situações, ela encontra uma maior


dificuldade de inserção no mercado, a desigualdade na remuneração, e o assédio
moral que a mulher sofre é maior que a de um homem, na qual passa por humilhações
que podem abalar seu psicológico. De acordo com o site Justiça do Trabalho de Minas
Gerais “mulheres sofrem mais assédio moral do que os homens e 65% das
entrevistadas relataram atos repetidos de violência psicológica, contra 35% dos
homens”.

O assédio moral constitui-se em fenômeno que consiste na exposição dos


trabalhadores e trabalhadoras (quando o assédio ocorre no ambiente de
trabalho) a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e
prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções.
(ÂMBITO JURÍDICO, 2012, p. 01).

2.3 RESPONSABILIDADE EMPRESARIAL: SEGMENTOS COM O MAIOR


NÚMERO DE DISCRIMINAÇÃO

As desvantagens dos grupos étnicos-raciais e de gênero vão além dos


salários inferiores, em alguns segmentos organizacionais as mulheres ainda são
minoria na força do trabalho. Segundo pesquisa IBGE (2012), as mulheres com mais
de dez anos de idade estudam em média durante 7,5 anos, número superior ao
desempenho dos homens, que é de 7,1 anos de estudos.
A discriminação com o gênero feminino se mostra por meio da suposição
que mulheres não sabem ou não conseguem exercer algumas profissões que por sua
maioria dominadas por homens em determinados segmentos. Podemos citar áreas
como Vigilância\Segurança, Tecnologia e Construção Civil. Ao ingressar nesses
segmentos já citados, a necessidade de provar seus conhecimentos e experiências
são constantes e em geral por todos os seus supervisores e superiores. Em algumas
áreas, inclusive, como as de tecnologia e construção civil, a atuação feminina ainda é
vista com desconfiança, como se, por ser mulher, a profissional não tivesse
capacidade de atuar naquela profissão. (ENTSCHEV, 2014).
Mulheres negras são ainda mais discriminadas, primeiro por sua cor e
20

segundo por ser mulher, as dificuldades que elas enfrentam são semelhantes à de
uma profissional branca, porém sua luta maior vem por conta de sua raça. Para ser
contratada em segmentos mais vantajosos, existem obstáculos a serem superados,
uma vez que são julgadas pessoas com baixa qualificação, em alguns casos é exigido
qualificações para dificultar seu ingresso dentro da organização. De acordo com
Santos (2009)

apesar dos avanços alcançados pelas mulheres no mercado de trabalho,


ocupando posições importantes a nível profissional, este avanço é muito
reduzido quando se observa o universo negro. Há poucas mulheres negras
trabalhando como executivas, médicas, enfermeiras, juízas, dentre outras
profissões de destaque; o que se verifica ainda é a maioria realizando
trabalhos domésticos e recebendo salários baixos. (apud MOURA, 2018, p.
546).

Já a discriminação com negros, se torna mais clara, com as dificuldades


encontradas ao assumirem cargos de confiança e com a exigência de determinadas
qualificações acadêmicas, anteriormente por fatores socioeconômicos os negros
começavam a trabalhar mais cedo, optando em deixar de estudar para conseguir
ajudar sua família ou até mesmo para sobreviver, atualmente a população negra tem
tido mais acesso à educação, assim melhorando o seu conhecimento, entretanto
continuam por ocupar departamentos ou setores de com menor nível de capacitação
e ainda ocupam a maioria das vagas em serviços braçais (GOMES, 2018).
O principal objetivo desta pesquisa é exemplificar a discriminação que
existe nas empresas e expor em quais segmentos é mais evidente essas
discriminações e preconceitos de níveis raciais e gênero, mas não foi encontrado
nenhum material para dar embasamento teórico a está pesquisa o que nos
proporciona a possibilidade de uma futura procura sobre o determinado tema.
21

2.4 ESTUDO DE CASO POR MEIO DE CARGOS

É possível identificar as causas que levam a discriminação através da


distribuição de cargos, pois a diversidade dentro das empresas ainda se mostra muito
fraca. É comum ver em cargos executivos, profissionais brancos, já os negros e
mulheres são pouco representados nesse mesmo posto de trabalho, por mais
capacitado e qualificado esse profissional seja, a maioria ocupa posições inferiores.

O cargo é uma composição de todas as atividades desempenhadas por uma


pessoa – o ocupante – que podem ser englobadas em um todo unificado e
que figura em certa posição formal do organograma da empresa.
(CHIAVENATO. 2010. p.199)

Dentro das organizações a discriminação por meio dos cargos, é bem


visível, enquanto os funcionários, principalmente homens brancos ocupam cargos
mais altos dentro das instituições, os grupos étnico-raciais e de gênero ocupam cargos
menos valorizados. Para ser mais específico, os negros ocupam o maior número de
cargos de auxiliar e operacional. Ao responder sobre o cargo que ocupavam, 47,6%
dos negros trabalham no nível operacional ou de auxiliar. Os diretores são apenas
0,7%. (GRANATO, 2020).

Em cargos de supervisão, os brancos são 72,2% contra 25,9% de


afrodescendentes. Em cargos de gerência, os negros são apenas 6,3% ante
com 90,1% de brancos; no quadro executivo são 4,7%, comparados com
94,2% de brancos; e nos conselhos de administração são 4,9%, contra 95,1%
de brancos. (SCRIVANO, 2016, p. 01)

O gênero feminino vem conquistando pouco a pouco espaço no mercado


de trabalho, mas ainda não ocupam um grande número em cargos de liderança,
chefia, ou setores executivos, ainda que elas tenham maior proporção de formadas
no ensino superior: 23,5% entre as brancas e 10,4% entre as negras. de acordo com
Luiza Calegari (EXAME, 2018).

Em cargos de gerência, a proporção de homens é quase o dobro que a de


mulheres (68,7% comparados com 31,3%); no quadro executivo, a proporção
de homens é seis vezes maior que a de mulher (86,4% de homens,
comparado com 13,6% de mulheres); e nos conselhos de administração, é
oito vezes maior (89% comparados com 11%). (SCRIVANO, 2016, p. 02)
22

Ainda que esteja ocupando os mesmos cargos e tenham cursado ensino


superior, o que mais chama atenção e fica evidente é a diferença na remuneração de
tais grupos, eles precisam demonstrar resultados sempre, mostrar o quão qualificados
são para estarem em determinada área e ainda assim recebem um salário desigual.
Uma diferença gritante é o salário de uma mulher negra com a de um homem branco,
que ultrapassa 159% a 128%.

No topo da remuneração, os homens brancos formados em universidades


públicas têm um salário médio de R$ 7.891,78, e os que possuem ensino
superior privado alcançam um ganho médio de R$ 6.626,84. Portanto, uma
diferença em relação às mulheres negras de 159% e 128%, respectivamente.
(G1 ECONOMIA, 2020, p. 01)

O gráfico abaixo mostra claramente a desigualdade salarial entre os


colaboradores que possuem ensino superior em instituições de ensino no segmento
público ou privado, o que mais impressiona é a discrepância entre os salários de uma
mulher negra e um homem branco.

Gráfico 1 - Salário médio de pessoas com ensino superior

Fonte: G1 Economia, 2020


23

3 CONCLUSÃO

A luta dos grupos étnico-raciais e de gênero é grande, todos eles precisam


mostrar diariamente o seu valor no mercado de trabalho, podemos observar que a
desigualdade ainda é muito presente mesmo atualmente.

No momento da entrevista, sabemos que a discriminação já se mostra


presente, quando os entrevistados são escolhidos por sexo ou cor, na contratação é
dado um salário inferior, e dentro do seu ambiente de trabalho passam por situações
constrangedoras e humilhantes, vinda de seus colegas de trabalho ou por seus
superiores. Isso revela o quanto as empresas ainda não estão preparadas e não
adotaram medidas contra a discriminação.

É necessário a implantação de métodos de combate à discriminação e que


promovam a equidade dentro das organizações, é necessário deixar claro para todos
os colaboradores da empresa, que qualquer ato de discriminação, vai contra os
valores da organização e pode acarretar uma futura demissão por justa causa.
Promover palestram que abordem o assunto é muito importante, e serve para
conscientizar a todos, mostrando que tal ação pode ser prejudicial para aquele que o
sofre. No momento da admissão, optar por contratar profissionais de diferentes
origens é uma forma de incentivar a diversidade dentro do ambiente de trabalho.

É importante ressaltar que a discriminação no mundo corporativo não existe


somente com os negros e mulheres, mas sim com diferentes grupos sociais, desde o
religioso até o por idade.
24

REFERÊNCIAS

ÂMBITO JURÍDICO. Assédio moral no ambiente de trabalho., 01 de jun de 2016.


Disponível em: < https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-161/assedio-moral-no-
ambiente-de-trabalho/>. Acesso em: 22 de out de 2021

BOEHM, Camila. Negros enfrentam mais dificuldades que brancos no mercado


de trabalho. Agência Brasil, 08 de nov de 2017. Disponivel em:
<https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-11/negros-enfrentam-mais-
dificuldades-que-negros-no-mercado-de-trabalho-diz-mpt>. Acesso em: 20 de out de
2021

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. 3ª Edição. Rio de Janeiro: Elsevier,


2010.

Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil. IBGE, 2019. Disponível em:
<https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101681_informativo.pdf>. Acesso
em: 30 de out de 2021.

ENTSCHEV, Bernt. Preconceito nas Empresas e Segmentos. Gazeta do Povo, 03


de mar de 2014. Disponivel em: <https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/talento-
em-pauta/preconceito-nas-empresas-e-segmentos/>. Acesso em: 16 de out de 2021

G1 Economia 80% das pessoas já viram discriminação no trabalho, mas só 1 em


cada 3 relatou à empresa. 01 de out de 2019. Disponível em:
<https://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/noticia/2019/10/01/80percent-
das-pessoas-ja-viram-discriminacao-no-trabalho-mas-so-1-em-cada-3-relatou-a-
empresa-diz-pesquisa.ghtml>. Acesso em: 12 de out de 2021

G1 ECONOMIA. Na mesma profissão, homem branco chega a ganhar mais que


o dobro que mulher negra., 15 de set de 2020. Disponível em: <
https://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/noticia/2020/09/15/na-mesma-
profissao-homem-branco-chega-a-ganhar-mais-que-o-dobro-da-mulher-negra-diz-
estudo.ghtml>. Acesso em: 20 de set de 2021

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar Projetos de Pesquisa. 4ª Edição. São Paulo:
Atlas, 2002.

GOMES, Helton Simões. Brancos são maioria em empregos de elite e negros


ocupam vagas sem qualificação. G1 Economia, 14 de maio de 2018. Disponível em:
25

< https://g1.globo.com/economia/noticia/brancos-sao-maioria-em-empregos-de-elite-
e-negros-ocupam-vagas-sem-qualificacao.ghtml>. Acesso em: 30 de out de 2021

GRANATO, Luísa. Pesquisas mostram abismo no mercado de trabalho para


profissionais negros. Exame, 17 de set de 2020. Disponível em: <
https://exame.com/carreira/pesquisas-mostram-abismo-no-mercado-de-trabalho-
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HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva,


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MOURA, Renan Gomes. “Somos Mais Sofridas do que Marginais”: A Mulher Negra
Do Mercado de Trabalho, 2018. Disponível em:
<https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:GwGdicHqmgsJ:https://r
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SCRIVANO, Roberta. Negros e mulheres ocupam menos de 20% dos cargos altos
das empresas. O Globo Economia, 11 de maio de 2016. Disponível em: <
https://oglobo.globo.com/economia/negros-mulheres-ocupam-menos-de-20-dos-
cargos-altos-das-empresas-19277091>. Acesso em: 11 de set de 2021

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<https://prceu.usp.br/uspdiversidade/discriminacao-etnico-racial/>. Acesso em: 11 de
set de 2021.

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