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jag EDITOR | Y ¢ Dae a 2) relagao a observar: we/o; 8)f= 8 GHz; 9)22.1 Aim; = 0.3138; B=0.04189; 11) E=— BB no-25. EL >; D=ee,E H=B/y; 12) Ha Boor —B2)j; B=yH; 13) Vx)= -x2 +1; JI=104; 14) cdlculo me que dD/arl J; F ce oA al 4 _ Capitulo 3: ) —— ede ay Eyal | Ame,R 4méR 2& 5 : B) E. =—; E} % Teg) Olea eae : 3 Re 9 B= ee Oa 24= SME) =z rs By ae 4e,r° (campos radiais); ©) E(R)= 20% ; 4) a E, = 0.076 q)/&; 4€ ca qi Ameya 8) E,= E,=—# Wi-y; = Eletromagnetismo para Fi 2 9) g,(0)=4)0/a; E,= cad direita); E, Bea (para baixo); 37) int: FE, o Sere =£4, Ve EE 0.41qs. 38) dentro: Boe Vee re hed EC) eed a roy kee +Ky 204 Sey" Ser Po. ade 10) Ey ome! —— 12) E,= coe (P-R}); &) B@)= or 13) a)E=0; b) z0)=52 3 wv 39) S=0.011 m?; a(x) =— Be € sa Baad Js 6e 6€ Q Gr, =i 4 14) £, = 2, 15) a) B()= %, Fra ORO Gop a pina wl p= A Me, ey . RG q descontinuidade pois D, se conserva; 16) Ea nes i 0,=60; 42)V (N= ‘nal Va 0; 4) 4-2 46, RR 27)x=0.68a; 28)n=1/3; 29) C=AZ2 EE: 39) 2 =3; ROR n= vs * (ex); 5) HO= saa H)=sos r 2H x 31)a) n=1/5; b) n= 3/5; 32)x=0.761h; 33) C=: af | r R,-R “i /R) HO=55|I- ae ; H=0; nulo no exterior; 7 2 60 H= di n3; 7) H= I ieee ie 1 Ate ty ddsag 2aL 2nA x mA x RA 3A=x' Alliga x=08654; 8) H=0; H@=-- LX, ane, w=0; OS pea Re Ra Oa 34) C=2€,R(18/In2 +12); 35) interior : BaF vij=-2 0 pRinr 26, R no exterior: E(r) =P, Vin=- +K, 2 =VIL- =2 VIL: - . 265, aa BOE = Vi: b) BoD: 0) pn2eV i; a) C= 9) H, =0.0551/ A; H,=0.1251/ 4; 10) H(x)=Hoe "'; ; H(x) = 693.2 eh ON; pean 8s t= (208) anbaa? +b? anvai+b\b a iE I BS _ 12 +y8) | Ot errre H=—| 42 “i 13) @=z; 14) do rma 3 4R Tab ( 1 1 = os a” mate be ate 1B. yo, QnL? } 16) um fio: 17) ae (para esquerda); 18) #=——-—n 2, 19) H=J,e/2; Tl 2(R,-R) RK 20) H=0.0251/R; 21) H=0.1182/R; 22)a) H= 31N3 _3INB, an aH -b) H,= b) dobro de “a”; 23) a) H, mR” ) A, 4aR ths bee 2nRV3 6R° 25) Haz 326) h=h,= == x y ener Eo 2e’ e onl, _ 6nl,_, _4nl 6 Monts , 28) a) hy =T5 shh= ize shay Ty Fi Poon = 190 “6 i Hg 9 nl Lal 3 al 9 nl | =e big hae ee) Mme i ph ai ee sth ce” 16 ee “nt, Otin 5 dy nl S Daa" b= I= fe Og lle lle ll ie 29) h, =107901 A/m; h, =h, =38149 A/m; h, =53950 Alm; a nt 30) h, =157895 A/m; h, =142105 A/m; 31) Ry=y R+R; Ih =h, Oe 32) h, = 489706 A/m; hy = h, = 244853 A/m; B, = 0.6157; ie ‘es 0.4 >) ee (0.5+e/L)’ 5 0)2; 24) H=00571/ 4; Aptndice C= Solugdes dos problemas 387 34) h, = 53647 Alm; hy = 429182 A/m; B, = 0.547; 35) fh, = 561000 A/m; hy =h, = 198000 A/m; B, = 0.77; 36) B = 0.587; h, =397890+62500=460390 A/ me fh, =2h, =920780 Alm ; 37) h, =397 890-62500 = 335390 A/m; h, =2h, =670780 A/m; 38) 1, =970 tg; Hy = 32.3; 39) 6, = 0°; O, = 0°; 8, =—45"; 40) todos B, = 0.08667; B,=0.057;B, =10T; 8, =2.57;B,=0.057; 200 n° A? ORS 43) M,,= Beige, 44) My =f inv; 45) Myy = 0.1357 fp Ry; 0, =89.5°; 8, =88°; 6, =30"; ay 2-42, 42) L= Zz a a 46) Ly as :M,=2NS. 5, = Mot S ag, oa: Se 5 Se 41) H=400A/m; L=5mH;, nao-linear e L(); 48) apés convergéncia: h=1.159x10° A/m; h, =1.303x10* A/m; MW, =89 py; by = 1.467; Capitulo 5: 1) aplicagao da Eq. (5.27); 2) B=0.244 T; defasagem z/5=—1.41 rad; 3) espessura=4.40 mm; 4) P,=7.2 Wy Pepin =7.23 W; 5) P-=2.4 W; 6) P,=14.4 W; P. =9.6 W; Foucault aumenta, pois proporcional a Gee 7) f =180 Hz; para e= 0.5 mm f= 65 Hz; 8)a)I=18.85 cosat A; b) P,=2.232W; c)B,=0.0006T; 9)a) et) = Ron =F oar b) P, =0.0140 Bw xzR*; c) B. ae ER os at; 2 10) a) Hes) = Bool E+) cose b) 1) -228, 0 OR’ poser: 11) 10) cosa 12) ¢) 1()=11.45sencot; 13) a) I=1.18 cos ot A;b) 10.314 4; 14) c) I(t) =0.038cos@t A; 15) c)W =0.364x10" J ; 16) fem=0.1V; 17) fem(1)=0.04 1 V 18) fem= 0.02(Ssem120% 1+ x120eco812001) 4 : _ fie) B Iv oS, Bly Be) He ROS, +2040)" OTe) +2D42v0 f Byd fem, a aN : i= ; at == 0.78; 20) a) 1=3.056 mA: b) I(t) Or (P=v) aE Her SEM vain Bn) femezrsBdcsenar; 23) LR _ HIV. Z 2ar 24) a) B()=0.2+0.1senat (f =60Hz); b) fem=4.74 cosat Capitulo 6: 1) a)F =2x10° N/m; b) idem atragio, 2) x=2A/3; 3) F=2BIR; 4) R= All, (atrago); 5) F=2BIR para ambos; Resultante nula; a re 1 4nd 1 84 TR : gy f= 2at 10) b) 0<6<180°; c) T,=BlaP/n; ca Mak=" b) E=vB; 12)a)1=204; b)F=02N; c)v=2m/s: q dfem=0.02V; e)I= 16.6.4; f) F=0.16N; g)v=10ms e& t= 05; oe Os: RFs ams, 4b 3 15) a) F=5.712. Ny b) F=5.669 N (mais correta); 16) dF. BH -H;)ds, + UHH, ds, idem para dF, com troca de indices; dF =Buras; 17) expressdes andlogas as Eqs. (6.24) e (6.25), com troca de indices; 18) F= 5.655 N (valor mais correto); 19) P= 0.314 N; 20) F, =27.93 N (para cima); 21) [=3.26.A; 22) P=71.2 N (ima de terras raras, alta capacidade de geragiio de fluxo); 23) F,, = 43.3 N (para esquerda); F,, =3.93 N (para cima); Apéndice C ~ Solugd 24) F. =14,83 N (para direita); 25)n=127espiras; 26) F =25.1 N (resultante para cima); F, =15.9 N (resultante para cima); cria-se um momento no sentido Noro; 27) P = 12380 N (peso elevado devido ao ima potente e sua grande massa); 28) F, =1.2 N (para esquerda). | Capitulo 2 O ELETROMAGNETISMO A PARTIR DAS EQUAGGOES DE MAXWELL 2.1 INTRODUCAO A teoria do Eletromagnetismo (EM) classico foi estabelecida com grandes dificuldades se comparada, por exemplo, com a Mec4nica, para a qual Isaac Newton (1642-1727) formulou as leis principais. Havia duas razbes para retardar o desenvolvimento do Eletromagnetismo: por um lado as grandezas sdo “abstratas”, invisiveis a olho nu, o que dificultava a observagio das mesmas. Por outro lado, ao contrério da Mecdnica, as aplicagées praticas s6 apareceram de forma preponderante a partir do final do século XIX. Nesse momento, motores elétricos e redes urbanas foram desenvolvidos ¢ implementados, o que selou uma nova forma de vida — pelo menos no aspecto tecnolégico — para a humanidade. Ao evocarmos que o Eletromagnetismo é baseado nas quatro ) equagdes de Maxwell estamos, involuntariamente, cometendo uma injustiga. A genialidade do fisico escocés James Clerk Maxwell (1831-1879) 6 incontestavel, porém, cabe salientar que “suas” quatro leis sdo baseadas em trabalhos prévios desenvolvidos principalmente por Carl Gauss (1777- 1855), André Marie Ampére (1775-1836), Michel Faraday (1791-1867) e Eletromagnetismo para Engenharia; Estitien ¢ | Capitulo 2 ~O Eletromagnetismo a partir das equagdes de Maxwell 43 Emil Lenz (1804-1865), entre outros. No entanto, no momento em que Maxwell iniciou seus trabalhos neste campo (1855) a teoria eletromagnética ainda nao possuia total coeréncia. Através da introdugao da nogao de “corrente de deslocamento” (1862), Maxwell possibilitou, sob forma completa, o estabelecimento de um grupo de equagdes que sintetiza o comportamento fisico das grandezas eletromagnéticas. Cabe notar que Maxwell no apresentou essas equacdes sob a forma que hoje sao conhecidas. Oliver Heaviside (1850-1925) foi o precursor da Analise Vetorial e, interessado nos trabalhos de Maxwell, apresentou suas equagdes sob a consagrada forma que veremos a seguir. As “equagdes de Maxwell” formam um conjunto de quatro leis que, em adigio com as equagdes constitutivas (onde as caracteristicas dos materiais estio presentes) regem fendmenos tao diversos como as ondas eletromagnéticas e 0 campo criado por um ima permanente. Em outras ilavras, a abrangéncia das equagdes de Maxwell ¢ muito grande, e é etetoaft ressaltar que, em se conhecendo somente quatro equagdes € algumas relagdes complementares, temos em maos uma ferramenta poderosa que possibilita a solucdo de inimeros problemas. Cabe também salientar que os fendmenos fisicos descritos pelas equagdes de Maxwell sao, intrinsecamente, bastante simples, ou seja, as leis sdo de facil compreensao. No entanto, as situacdes fisicas envolvendo geometrias complexas e caracteristicas de materiais podem gerar problemas de dificil solugaéo. Porém insistimos no grande interesse didatico em apresentar o Bletromagnetismo a partir das equagdes de Maxwell, ao invés de descrevermos as intmeras situagdes particulares que convergem as quatro equagées. A maioria das obras segue o caminho inverso, talvez por tradigao 0u por respeitar a cronologia da descoberta das leis. Mas, sob o ponto de vista fenomenoldgico, partir de um micleo simples, compacto e completo de equagSes nos parece um procedimento mais adequado. Desta forma, tentaremos mostrar que as intimeras situagGes fisicas descritas nao passam, em geral, de casos particulares das equagdes de Maxwell. Portanto, dominar as ferramentas é 0 ponto que julgamos didaticamente preponderante. Sabemos que € impossivel memorizar situagdes particulares, mas é totflmente factivel conhecermos poucas leis e, sobretudo, a filosofia e a légica cientifica das equagdes de Maxwell. 2.2 AS EQUACOES DE MAXWELL Como ja evocado, podemos distinguir dois dominios do Eletromagnetismo, ambos inclusos nas equagdes de Maxwell: — O dominio das altas freqiiéncias, que compreende a andlise ¢ estudo de ondas eletromagnéticas e a propagagao de energia pelas mesmas (freqiiéncias superiores a algumas dezenas de kHz). —O dominio das baixas freqiiéncias, que compreende a maior parte dos dispositivos eletromagnéticos, como motores elétricos, _relés, transformadores, disjuntores, etc... (freqiiéncias nao superiores a algumas dezenas de kHz). Nesta Area, correspondente aos estados "quase- estaciondrios", podemos, em geral, estudar campos elétricos ¢ magnéticos separadamente, ao contrario do outro acima citado, onde estes campos sao interdependentes. Esquematicamente, podemos dividir 0 Eletromagnetismo segundo 0 diagrama abaixo, onde cada bloco representa uma situagio particular das equagées de Maxwell. ELETROMAGNETISMO eqs. Maxwell ELETROMAGNETISMO Baixas Freqiiéncias Altas Freqiiéncias (Eletrotéenica) (Ondas) ELETROSTATICA MAGNETISMO, MAGNETODINAMICA MAGNETOSTATICA, 2.2.1 As grandezas fisicas fundamentais do Eletromagnetismo Apresentaremos abaixo as grandezas fisicas que aparecem nas equagdes de Maxwell. Porém, cabe ressaltar que tais grandezas existem como fendmenos naturais, como por exemplo, a massa de um corpo e 0 \ Eletromagnetismo para Engenharia: »C tempo. Portanto, ndo ha meios de explicd-las ou apresentar justificativas para as suas existéncias. Essas grandezas sao locais, ou seja, podem existir em todos os pontos do universo; s4o também, em grande maioria, campos vetoriais ¢ nao vetores isolados (como por exemplo, a velocidade de um ponto mével). Isto terd forte correlagao com as equagdes de Maxwell, apresentadas logo apés, também sob forma local. As grandezas eletromagnéticas sao: —O campo elétrico E —A indugao elétrica D (também chamada densidade de aes elétrico) —O campo magnético H — A indugdo magnética B (também chamada densidade de fluxo magnético) — A densidade superficial de corrente J — A densidade volumétrica de carga p Detinaros ainda: — A permeabilidade magnética yz —A permissividade elétrica € — A condutividade elétrica 0 Relembramos entio o significado de cada uma dessas grandezas; no entanto, admitiremos que as nogées de carga e corrente elétrica ja sio conhecidas. a) O campo elétrico E ‘Uma carga ou um conjunto de cargas elétricas O, sem movimento no espago, tem a propriedade de criar, no volume. que a envolve, uma grandeza chamada campo elétrico E conforme Fig. 2.1. E Sees —— EE 2 Figura 2.1 ~ Campo elétrico criado por carga £0 O campo elétrico E é um campo de vetores. A maneira com a qual podemos calcular E sera vista nos proximos capitulos. Sua unidade é V/m. b) O campo magnético H Suponhamos que a mesma carga, ou conjunto de cargas da Fig, 2.2, ao invés de estar em repouso, possua uma velocidade de deslocamento, Neste caso, havera a formagao do campo magnético H, conforme esta figura. Carga Figura 2.2 - Campo magnético criado por cargas em movimento Um conjunto de cargas em deslocamento nos conduz a nogao de corrente elétrica ¢ esta ultima cria entdo o campo de vetores H, cuja maneira de calcular sera também vista em breve. Se este movimento de cargas ocorrer em um fio condutor (como na maior parte de situagdes reais), 0 campo elétrico passa praticamente a nao existir, pois os elétrons transitam entre posigSes vagas dos 4tomos que compdem o meio condutor e o somatério final de cargas é praticamente nulo. Como veremos posteriormente, im&s permanentes e€ variagdes de campos elétricos podem também gerar campos magnéticos. A unidade de campo magnético & 4/m. vés de uma superficie aberta S o=[B-as ste fluxo ® é chamado fluxo magnético. ____A permeabilidade # de um meio expressa intrinsecamente sua aacidade de se mostrar mais ou menos suscetivel A passagem de fluxo magnético. Seria dificil introduzir estes conceitos sem utilizar a relagao constitutiva B=yuH Imaginemos dois meios geometricamente idénticos, porém permeabilidade “4, e 4, diferentes, sendo 4, > 4, conforme a " © eae S w Bets * dl Figura 2.3 — Campos em meios de diferentes permeabilidades Petit aioe Suponhamos que, por um meio externo, criemos campos H idénticos ambos os meios, e que H seja constante em toda a secao S. Temos, B=uH iH uxos P, e ®, sao @=BS=4HS e ,=BS=4HS , © B, sao os médulos de B, e B, perpendiculares a S. eve ee ®, Bb, “! Notamos entio que quanto maior a permeabilidade do meio, maior a,/ sua indugdo e maior o fluxo que podera passar em sua secao S. Em outras palavras, B é chamado "inducao" pois esta grandeza expressa a capacidade de induzir fluxo em um dado meio. Sua unidade é T (Tes/a), enquanto o fluxo magnético é dado em Wb (Weber). Como no exemplo acima, a alta indu¢ao esta associada a alta permeabilidade yz. Utilizando o sentido literal das expressdes "indugao" e "permeabilidade", podemos dizer que se um meio "induz" mais fluxo é porque ele o "permite" mais. A permeabilidade do ar é 4 =42x107 Henry/metro. Utilizaremos freqiientemente a nogdo de permeabilidade relativa expressa por “ Hp a " Hy Como exemplo, a permeabilidade relativa do ar 6 1, ao passo que em certos materiais (por exemplo, chapas de Fe-Si) esta grandeza adimensional pode chegar a valores entre 10° e 10°. d) A indugiio D e a permissividade elétrica € Podemos fazer um paralelismo direto entre os pares de grandezas @, 8 e (B, 4), vistos acima. Desta maneira, chegamos a outra relagdo constitutiva D=cE No entanto cabe salientar algumas diferengas de ordem pratica. A primeira delas vem do fato de que € dos diferentes meios varia relativamente pouco se comparado 4 permeabilidade yz. Nota-se de fato, que para os meios dielétricos mais utilizados, € varia no maximo de um fator 100 ao passo que avariagdo de yz pode freqiientemente atingir fatores da ordem de 10*. A segunda observag’io € que, em geral, quando resolvemos problemas praticos relativos a campos e indugdes elétricas, nos interessamos em particular pelo campo elétrico, ao passo que, em Eletromagnetismo para Engenharia: Estitier magnetismo, ¢ a indugao magnética que assume o papel preponderante na andlise do fenédmeno. A permissividade do ar é 6, =8.854x10"" Farad/metro, A permissividade relativa ¢ definida da mesma forma que a permeabilidade relativa. A inducdo elétrica é dada em Coulomb / metro” . e) A densidade superficial de corrente J Imaginemos um fio condutor retilineo e de segéo S percorrido de forma uniforme por uma corrente J, no sentido indicado na Fig. 2.4 +O ==) | s Figura 2.4 — Condutor com corrente I Definamos um vetor unitério u perpendicular a sego S ¢ no sentido no qual a corrente flui. A densidade superficial média de corrente atravessando a segao ¢ dada por Tees Ss (em A/mm’). Podemos definir entéo 0 vetor J como possuindo um médulo igual a J com direcio e sentido dados por u, ou seja, J=Ju. Desta maneira, 0 calculo do fluxo de J através de S nos fornece J, pois T= [J-as sendo ds uma parcela elementar de superficie. Nesta ultima expressio podemos considerar que J varie na segao S. f) A densidade vyolumétrica de carga p E certamente uma grandeza de definicdo simples. Suponhamos que o somatério de cargas Q ocupe um volume V. Temos entio que a densidade volumétrica média de carga é Pay Capitulo 2 = 0 Eletromagnetismo a partir das equagées de Maxwell 49 (dada em Coulomb/ metro’). Levando em conta que as cargas podem nao estar distribuidas uniformemente no volume em questao, teriamos que o=[pav sendo dy uma quantidade elementar de volume. g) A condutividade elétrica o Em geral, quando analisamos problemas de campos elétricos, podemos ter dois tipos de meios:'meios dielétricos ou isolantes e meios condutores. Os isolantes sao caracterizados por € e por sua rigidez dielétrica (que sera vista posteriormente). Os meios condutores sao caracterizados por sua condutividade o; cuja unidade é Siemens/metro. Esta ultima expressa a capacidade do meio de conduzir “mais” ou “menos” corrente elétrica, Apresentamos a relagiio abaixo, J=oE que é a “lei de Ohm” sob forma local. Sobre esta relagdo, sugerimos a leitura do exemplo 2.4.1, onde ela é mostrada sob forma integral aplicada a um condutor retilineo. Esta lei J=oE, bem como B=WH e D=€E sio chamadas equagées ou relacdes de “passagem” ou “constitutivas” e elas sao utilizadas de forma complementar 4s equagdes de Maxwell. 2.2.2 As equagdes de Maxwell sob a forma local As quatro equagdes de Maxwell sao as seguintes: rot 252. or divB =0 0B roth = -—— ot divD = p } Eletromagnetismo para Engenharia: Es A ordem em que estas equacdes sao apresentadas ¢ puramente arbitraria e pode diferir de texto para texto, Das mesmas, que serio analisadas a seguir, podemos deduzir uma outra. Aplicando a divergéncia na Eq. (2.1) temos div(rotH) = divd + dive it 0=divd 2 (divD) Utilizando a Eq. (2.4) temos 2 op div =-£ Es (2.5) Esta equagao ¢ chamada de "equago da continuidade elétrica". Ela nao introduz nenhum conceito particular, pois esté inclusa na equacao de Maxwell (2.1). Sobre seu significado fisico, aconselhamos a leitura do Exemplo 2.4.2, Examinemos entao, as equagdes acima. = Equagiio (2.1) A equagio rot =3 +22 ot ‘expressa a maneira com a qual o campo magnético pode ser criado a partir da corrente de condugao (ligada a J) ¢ da variagao temporal de indugao elétrica (associada a OD/ds). Imaginemos inicialmente a situagio da Fig. fe onde nao ha indugo elétrica, ou, caso esta exista, sua variagado temporal nula, — e { os ju i eg” Figura 2.5 —Posicionamento entre campo magnético e densidade de corrente | A equagéo torna-se entio rofH=J. Como visto no capitulo anterior, sendo H e J ligados por um rotacional, o posicionamento geométrico entre estas grandezas é como 0 mostrado na Fig. 2.5. O fluxo do vetor J é a corrente de condugiio, termo em geral preponderante em relag&o ao termo dD/dt (no dominio das baixas freqiiéncias), que sera discutido mais em detalhe nos paragrafos seguintes. - Equagio (2.2) A equagao divB=0 significa, conforme o que foi visto no capitulo anterior, que o fluxo magnético € conservativo. Pode-se entender entao que o fluxo magnético que entra em um volume é idéntico ao que sai do mesmo. Esta equagao corresponde a uma condigao que deve ser conhecida, ¢ serve, em varios casos, como um apoio para a determinacao do campo magnético, No entanto, é a Eq, (2.1) que estabelece a relagao entre o campo magnético H e J permitindo, na maior parte de casos praticos, a determinagdo de H em fungao de J. - Equagiio (2.3) A equagaio OB at rotl em analogia com a Eq. (2.1), mostra que uma variag&io temporal de indugio magnética é capaz de criar um campo elétrico E. A situag&o geométrica entre estas grandezas é a mostrada na Fig. 2.6. ™~ { Oo \E ae Figura 2.6 - Posicionamento entre E e variagao temporal de indugdo magnética —. 52 Eletromagnetismo para Engenharia: Estitie Imaginemos que B esteja aumentando no sentido que sai do plano da figura. Neste caso, devido ao sinal negativo da expressio, o campo elétrico E teria a diregdo e o sentido mostrado na Fig. 2.6. - Equagao (2.4) A observagao da equagio divD = p mostra que 0 vetor D é divergente e que seu fluxo nao é conservativo. Desta maneita, podemos conceber volumes no espago onde ha uma variagio entre os fluxos elétricos que entram e saem destes. Esta situagdo pode ser exemplificada na Fig. 2.7, onde temos uma carga elétrica centrada numa esfera que pode ser o volume através do qual ha uma variagdo (no caso, uma criagéo) de fluxo. D D Figura 2.7 ~ Posicionamento entre indugio elétrica e carga elétrica Sendo D ¢ p ligados por um divergente, conforme 0 que foi visto no Cap. 1, posicionamento geométrico entre a carga e D é o mostrado na Fig. 2.7. O fluxo do vetor D através da superficie que envolve 0 volume da esfera é diferente de zero. As equagées de Maxwell podem ser aplicadas a diversas situagdes particulares e para cada uma delas as caracteristicas do problema devem ser adotadas de tal forma que o equacionamento resultante seja coerente com as condig¢Ges do caso em questao. Sugerimos aqui a leitura dos exemplos 2.4.3, 2.4.4¢2.4.5, 2.2.3 As equacdes de Maxwell sob a forma integral As equagdes de Maxwell sob a forma local sio extremamente convenientes para que fagamos manipulagdes matematicas, pois elas sio de Capitulo 2 =O Eletromagneti escrita compacta, e as operagées envolvendo gradiente, divergente © rotacional sfio bem conhecidas e simples. Podemos, por exemplo, sem dificuldades, obter as equagdes diferenciais de segunda ordem envolvendo as grandezas eletromagnéticas. No entanto, para a resolugio analitica de problemas, onde por exemplo, desejamos conhecer H criado por J é mais conveniente utilizar as equagdes de Maxwell sob a forma integral. Neste caso, é necessdrio que associemos estas equagdes a volumes ou se¢oes nos ‘is devemos integra-las. ee A ntlizacdo dos teoremas da divergéncia e de Stokes sao fundamentais para que, na resolugao, no precisemos manipular diretamente com divergentes ou rotacionais. ; Veremos agora as quatro equagdes de Maxwell sob a forma integral, - Equagao (2.1) Utilizando a mesma numera¢ao do paragrafo 2.2.2, temos a equagio; 1D roth =3+ 22 Definamos uma superficie S onde desejamos realizar um estudo envolvendo correntes € campos magnéticos. Chamemos L(S) a linha delimitando esta superficie; aplicando a integragao em S na equagdo acima, temos: [roti a [a-ast (2a Aplicando 0 teorema de Stokes, temos: (fg Hea= [sas [Pas (2.6) Temos entio, do lado esquerdo desta equacdo, a circulagdo de campo H ao longo de L(S). No lado direito temos dois termos: —O primeiro, chamado "corrente de condugao" J; T= [J-ds Eletromagnetismo para Engenharia; Estati i que representa as correntes, atravessando a sego S, em geral, através de condutores. : ~ O segundo, é chamado "corrente de deslocamento” Id; Id= (Pas Este termo pode ter duas conotagées. A primeira é relativa a ondas eletromagnéticas e representa a variacdo do campo elétrico Gee) que cria tee ee © campo magnético. A segunda, relativa a fenémenos capacitivos, sera vista logo a seguir. Como exemplo de utilizag’o desta equa¢do, consideremos, para um caso estatico, um fio infinito percorrido por uma corrente J; suponhamos que se_ deseja calcular o campo magnético criado por este fio a uma distancia r do mesmo, conforme Fig. 2.8. al H L(S) led, % s Figura 2.8 ~ Campo criado por um fio inftnito Nesta figura temos uma vista do fio segundo o qual a corrente I (e sua densidade superficial J) esta saindo do plano da figura. Como superficie s escolhemos um circulo de raio r, Em qualquer um dos pontos da cirounferéncia L(S) podemos obter o valor do campo H. Neste caso sé temos a corrente J de condugao. A equagao sob a forma integral é: (Ba [a Como H e J sao ligados por um rotacional, H é tangencial ¢, por uma questo de homogeneidade, podemos supor que seu médulo, para um constante, é também constante. Como H e dl sao colineares e de mesmo sentido (Fig. 2.8), temos, para o primeiro lado da equagao acima cf, Hed= Hal = H{f, di =2arH (S) HLS) (8) Quanto ao segundo membro da equagao, podemos destacar (na superficie total S) a superficie Sf do fio onde J #0. A integracdo 6 sera diferente de zero na sego do fio e ela valeré J. Obtemos assim H-dl=I 27) os) Esta equagao, escrita sob esta forma, é chamada “Lei de Ampére”. Neste caso particular, levando-se em conta o desenvolvimento de ambos os lados da equagao, temos: gabe 2.8) 2ar Vejamos agora um exemplo onde temos um dispositivo constituido por duas placas metalicas paralelas separadas por um material isolante, conforme Fig. 2.9a. Este tipo de dispositive, conhecido como "capacitor" sera visto mais em detalhe no préximo capitulo. Suponhamos que em f=0, a chave é fechada; havera entio uma corrente J que sera criada. No entanto, esta corrente nao atravessara 0 isolante, e sua existéncia é relacionada com o movimento de cargas positivas e negativas para as placas. 56 Eletromagnetismo para Engenharia: B LS) xa pre 4 Vr Vv Figura 2.90 — Capacitor e fonte de tensio 2.9 — Campo H criado por I Representemos esta situago sob a forma esquematica da Fig. 2.9b Havendo corrente no fio, existe ento o campo magnético H. Porém, nada impede que a superficie S, correspondente ao L(S), passe pelo meio isolante por onde niio hé corrente, Neste caso, onde J=0, é 0 termo 9D/at (cuja integragao fornece a corrente de deslocamento) o responsavel pela geragio de H. Assim, o campo H é justificado pela variagdo temporal de indugdo elétrica D no dielétrico, nao havendo corrente entre as placas. O termo “corrente de deslocamento” foi introduzido no século XIX pois, naquela €poca, o estudo do EM era seguidamente feito em analogia com a fisica mecanica (em particular com a mecdnica de fluidos) e a derivada /dt traz, em si, a idéia de “deslocamento” material. O termo 0D/dt, introduzido por Maxwell, foi decisivo para fornecer suporte correto para a situagao acima. Ademais, este mesmo termo € diretamente ligado ao fendmeno de ondas eletromagnéticas (ver exemplo 2.4.3) e também permite a completa interpretagao da lei da “continuidade elétrica” (ver exemplo 2.4.2), - Equagao (2.2) A equagao divB =0 associaremos um volume dentro do qual B é definido. Chamaremos S(V) a superficie que envolve o volume VY. Temos entao, utilizando o teorema da divergéncia que: [diBdv=[f., Beas =0 2.9) i Capitulo 2-0 Eletromagnetismo & partir das ‘equagdes de Maxwell eT significando que o somatério do fluxo de B através de uma betes fechada é nulo, ou seja, que o fluxo magnético é conservativo. Em outras palavras, o fluxo que penetra num volume € idéntico ao que sai do a Sugerimos a leitura da segfo 1.5.3, onde a conservagao de fluxo é mostrada num tubo de fluxo. - Equagao (2.3) A equacao rofE --3 é certamente a mais complexa, e veremos t i sucil A mais detalhado no Cap. 5. aqui sucintamente um exemplo que sera mais ( : Imaginemos uma superficie S onde E e B sejam definidos ¢ apliquemos a integragao [rome-ds= [ Bas Pelo teorema de Stokes obtemos aB thE = [a4 onde (S) é a linha que limita a superficie S. Vejamos a aplicagéo da expresso acima no exemplo relativo as Figs. 2.10a ¢ 2.10b. B~ a_.t Ods Ss SeB/ar L(S) Figura 2.10a — Variagao de B e campo E 2.10b — Vista superior Consideremos a existéncia de um nucleo de um material magnético de tal maneira que este possua a propriedade de manter B constante em sua Eletromagnetismo para Engenharia: Estiti segio S. No entanto, suponhamos que B é varidvel no tempo. Como superficie S utilizemos a propria segio deste nucleo. Uma espira de material condutor sera colocada em contato com este nticleo (porém isolada eletricamente do mesmo), de tal forma que possamos considera-la como sendo o caminho L(S). Fazendo uma analogia entre as equagées rofH=J e roth = oat It notamos que a variacao de B cria um campo elétrico E na espira que seré A Pa, OB . rotacional em relagao 4 — rye , da mesma forma que J cria H. Observemos inicialmente que, assumindo como sentido de ds o mostrado na Fig. 2.10b, 0 sentido de dl deve ser o indicado na mesma figura, Com o sentido de 2 assitnido, temo BOBS 0 e E-di>0 ot mostrando a coeréncia do posicionamento dos vetores da Fig. 2.10b. A circulagio de E ao longo de L(S) nos conduz 4 uma forga eletromotriz detectada em um voltimetro sob a forma de tensio U (este conceito sera visto posteriormente). Temos entao U= (2.10) Vejamos 0 outro termo Como B sé depende do tempo, ¢ no da sua posig&o na superficie de Stemos que oe 8 Baan ae Como a integragao na superficie de S ¢ a derivagdo no tempo sio OperagGes independentes, temos entio: . ir das equagdes de Maxwell [Se igualando o resultado acima com o obtido na Eq. (2.10), obtemos a expressio ae dt U= (2.11) que € conhecida como "lei de Faraday", pois foi Faraday que inicialmente evidenciou este fendmeno, segundo o qual "uma variago de fluxo cria uma forga eletromotriz na espira envolvendo a segao através da qual este fluxo variou". Notamos que a lei de Faraday corresponde a uma das equagdes de Maxwell. Veremos no Cap. 5 que a “lei de Lenz” é também contemplada por esta mesma equagao. - Equagio (2.4) A Eq. 2.4) divD =p associaremos um volume V, envolvido por uma superficie S(V). Suponhamos que o campo de vetores D seja definido em Ve que existam cargas no interior deste volume. Temos assim [ avav= [ea Utilizando o teorema da divergéncia obtemos D-ds= [ pdv 2) Chamando Q a carga total contida no volume Q= [pa chegamos a D-ds=Q w) Eletromagnetismo Esta expressiio significa que o fluxo do vetor D através de uma superficie que envolye um volume é igual 4 carga contida neste volume. Esta equagao acima é o "teorema de Gauss". Como exemplo de utilizagao. desta equagao, vejamos 0 caso de uma carga pontual no espago, conforme a Fig. 2.1 1a. oO Figura 2.11a—Indugao elétrica criada por carga 2.11b — Posigéo dos vetores O volume V sera a esfera de raio r, Sendo D e op ligados por um divergente, D sera um vetor radial em relagio a carga Q; sendo ds um vetor também radial, conforme Fig. 2.11b, temos: pre pact sieges hen? ds= hen? = Doh, ds hip pois 0 médulo de D é idéntico em qualquer ponto de S(V) e portanto independe de S/V). Admitindo que estejamos no vacuo (D=&E), € igualando os dois resultados, obtemos: 5-2 Amegr™ (2.13) 2.3 A APROXIMAGAO DAS EQUACOES DE MAXWELL No inicio deste capitulo, colocamos que as equagdes de Maxwell podem, em geral, ser aplicadas a dois dominios distintos do Eletromagnetistho, ou seja, a Estatica (e 4 Quase-Estatica) e campos de alta freqiiéncia (associado as ondas eletromagnéticas). Capitulo 2 = O Eletrom: das equagdes de Maxwell Procuraremos mostrar abaixo que, em baixas freqiiéncias, os campos elétricos e magnéticos podem ser estudados em geral de forma independente. As equages de Maxwell sob forma completa sao: rotH =J3 sae) ot divB =0 oB roth =-—— divD = p ecom as relagdes constitutivas (2.14) (2.15) (2.16) formam um sistema fechado de equagdes que deve ser resolvido de forma simultanea, No entanto, para que possamos fazer uma simplificagio das equagdes de Maxwell, ¢ necessirio que entendamos de forma clara a associagao entre as mesmas. Para tal, examinemos o sistema fisico da Fig. 2.12. A senot Figura 2.12 — Diferentes meios para andlise de inter-relacdo entre equagbes Admitamos que neste dominio temos um conjunto de materiais formado por ar (€), Hy). por um dielétrico (,), por um material magnético condutor (o ¢ ##,). Num fio elétrico flui uma corrente definida por sua Eletromagnetismo para Engenharia: Estitien densidade superficial J. Nos limites superior e inferior do dominio temos duas placas condutoras sendo que na superior a densidade de carga elétrica varia senoidalmente entre —, € ,; a placa inferior esta aterrada. Esta variagdo temporal de cargas pode ser assimilada como uma variagéo do potencial (conceito que veremos em detalhe mais adiante) entre as placas (com Vsenar, em Volts). Definido este conjunto, podemos observar as seguintes relagdes (sem que as mesmas sejam exaustivas) entre as grandezas © equagdes: a) J cria H através da relagio rofH =J (veremos logo a seguir o termo 0D/d¢); b) B é determinado no material | através da relagio B=y H, obedecendo a condig&o de fluxo conservativo por divB = 0 (conex4o entre ‘as Eqs. (2.1) e (2.2); c) supondo que J seja varidvel no tempo (corrente senoidal, por exemplo) teremos a criagéo de E no material 1 (bem como em todo o ee ow dominio) através de rofE =-—,, pois = nao é nulo (conexao entre as ar’ Eqs. (2.2) e (2.3); d) sendo 1 um material condutor (o # 0) haverd criagdo de densidade de corrente induzida Jj através de J; =oE ; ) J, em conjungio com J do fio sera responsavel pela criagdo do campo magnético Hm (modificado) levando em conta as duas fontes de corrente através de rofH,, = J+J, (conexio entre as Eqs. (2.3) ¢ (2.1); Observemos agora a variagdo de carga entre as duas placas condutoras. f) As cargas criam uma indugdo elétrica D através de divD = p; g) Se pé varidvel no tempo, D também o sera, e teremos @D/dt #0. Biste termo (densidade de corrente de deslocamento) ira novamente —_ Capitulo 2~ 0 Eletromagnetiamo a partir das equagdes de Maxwell 63 modificar 0 campo magnético para Hm através de rofH,, = J+J, +0D/00 (conexao entre as Eqs. (2.1) e (2.4)); h) Finalmente, no interior do material (2) teremos 0 campo elétrico E determinado por duas parcelas: E=D/e, sendo que D foi obtido pela Eq. (2.4) conforme ponto “f” acima e outro E oriundo da variagao temporal de B conforme ponto “c”. Este conjunto de relagdes mostra que o sistema 6 interdependente & que as equagdes nfo podem ser solucionadas, teoricamente, de forma isolada, Para proceder, de maneira formal, a separagdéo ou a aproximagio deste grupo de equagdes em duas partes, efetuaremos abaixo um raciocinio baseado nas trés “desigualdades” que definem o dominio da Eletrotécnica, ‘ou da “quase-estatica’. 1) Consideraremos um sistema fisico representado pela grandeza G(r,t), dependente do tempo ¢ e de sua posigaio no espago r. Sua derivada temporal ¢ dG/dte suas derivadas espaciais dG/ax, IG/dy e IG/dz serdo designadas por VG. A aproximagao da “quase estitica” é expressa por ac sol \Va| para praticamente todos os pontos do dominio; c é a velocidade da luz. Em caso de baixas freqiiéncias, 0 comprimento de onda gerado no sistema ¢ muito maior que as dimensdes do mesmo, ¢ portanto essas ondas nao tém influéncia sobre o sistema que “pulsa” em fase. No entanto as derivadas parciais espaciais podem ser muito intensas. Imaginemos, por exemplo, um estreito entreferro de uma maquina elétrica onde os campos sao fortes (bem como as suas variagGes espaciais) para dimensdes pequenas. Este conjunto cria altos valores de VG. 2) A velocidade v dos materiais é muito inferior 4 velocidade da luz c, ou seja, as partes méveis da estrutura nao se descolam na velocidade da luz, 0 que teria implicagées relativistas. 64 Eletromagnetismo para Engenharia; Estitien 3) A densidade volumétrica de energia de campos magnéticos é preponderante quando comparada 4 de campos elétricos, Utilizando as expresses correspondentes (que sero discutidas posteriormente), temos: 2 Leg bee Fhe MyEyE? << B? z 2 Mo Observando que c=l/ Ee: 1 ppt © que & também valido para suas derivadas espaciais (|VE|<0 ot mostrando a coeréncia do posicionamento dos vetores da Fig. 2.10b. A ciroulagdio de E ao longo de L(S) nos conduz 4 uma forga eletromotriz detectada em um yoltimetro sob a forma de tens%io U (este conceito sera Visto posteriormente). Temos entio Us E-d (2.10) HS) Vejamos 0 outro termo Como B s6 depende do tempo, e nao da sua posig’io na superficie de 0B dB St —=—., EmOs Me ie Como a integragao na superficie de S e a derivagdo no tempo sdo operagées independentes, temos entao: i Capitulo 2 0 Eletromagnetismo a partir das equagdes de Maxwell 59 igualando o resultado acima com o obtido na Eq. (2.10), obtemos a expressio do Us 2.11 a 11) que é conhecida como "lei de Faraday", pois foi Faraday que inicialmente evidenciou este fendmeno, segundo o qual "uma variacao de fluxo cria uma forca eletromotriz na espira envolvendo a secao através da qual este fluxo variou". Notamos que a lei de Faraday corresponde a uma das equacdes de Maxwell. Veremos no Cap. 5 que a “lei de Lenz” é também contemplada por esta mesma equagao. - Equagiio (2.4) A Eq. (2.4) divD =p associaremos um volume V, envolyido por uma superficie S(V). Suponhamos que o campo de vetores D seja definido em V e que existam cargas no interior deste volume. Temos assim J divDav= [ pav Utilizando 0 teorema da divergéncia obtemos D-ds= | pdv ) Chamando Q a carga total contida no volume o= [pa chegamos a -ds= 2.12) oP ds=Q (2.12) Eletromagnetismo para Engenharia; Estat Esta expressio significa que o fluxo do vetor D através de uma superficie que envolve um volume é igual 4 carga contida neste volume. Esta equagao acima é o "teorema de Gauss". Como exemplo de utilizagao desta equag4o, vejamos 0 caso de uma carga pontual no espago, conforme a Fig. 2.1 1a. D Q Figura 2.11a—Indugéo elétrica criada por carga 2.11b — Posigdo dos vetores O yolume V sera a esfera de raio r. Sendo D e pp ligados por um divergente, D sera um vetor radial em relagdo a carga Q; sendo ds um vetor também radial, conforme Fig. 2.11b, temos: us = sD 90 Lp )D-as= thh.. 24 2 Dh. ds =4ar°D pois 0 médulo de D 6 idéntico em qualquer ponto de S(V) e portanto independe de S/V). Admitindo que estejamos no vacuo (D=€)E), & igualando os dois resultados, obtemos: Q Amegr™ (2.13) 2.3 A APROXIMAGAO DAS EQUACOES DE MAXWELL No inicio deste capitulo, colocamos que as equagdes de Maxwell podem, em geral, ser aplicadas a dois dominios distintos do Eletromagnetistho, ou seja, a Estatica (e 4 Quase-Estatica) e campos de alta freqiiéncia (associado as ondas eletromagnéticas). Procuraremos mostrar abaixo que, em baixas freqiiéncias, os campos elétricos e magnéticos podem ser estudados em geral de forma independente, As equagdes de Maxwell sob forma completa sao: aD fA = J + rol o divB =0 oB fE =-—— an ot divD = p com as relagdes constitutivas (2.14) (2.15) (2.16) formam um sistema fechado de equagdes que deve ser resolvido de forma simultinea. No entanto, para que possamos fazer uma simplificagdo das equagdes de Maxwell, é necessario que entendamos de forma clara a associagao entre as mesmas. Para tal, examinemos o sistema fisico da Fig. 2.12. 2 senot A Figura 2.12 Diferentes meios para andlise de inter-relagdo entre equagdes Admitamos que neste dominio temos um conjunto de materiais formado por ar (€, Hy), por um dielétrico (é,), por um material magnético condutor (6 e f,). Num fio elétrico flui uma corrente definida por sua 62 Bletromagnetismo para Engenharia; Estitien 6 QuaveEstitica densidade superficial J. Nos limites superior e inferior do dominio temos duas placas condutoras sendo que na superior a densidade de carga elétrica varia senoidalmente entre —, ¢ py; a placa inferior esta aterrada. Esta variagdo temporal de cargas pode ser assimilada como uma variagao do potencial (conceito que veremos em detalhe mais adiante) entre as placas (com Vsenax, em Volts). Definido este conjunto, podemos observar as seguintes relagdes (sem que as mesmas sejam exaustivas) entre as grandezas € equagdes: a) J cria H através da relagio rofl =J (veremos logo a seguir 0 termo dD/dt); b) B é determinado no material 1 através da relacdo B= “H, obedecendo a condigao de fluxo conservativo por divB=0 (conexio entre as Eqs. (2.1) e (2.2)); ¢c) supondo que J seja varidvel no tempo (corrente senoidal, por exemplo) teremos a criago de E no material 1 (bem como em todo o ‘ ss oB OB dominio) através de OME ss a pois —— nao é nulo (conexdo entre as ot Eqs. (2.2) (2.3)); d) sendo 1 um material condutor (o #0) haverd criagdo de densidade de corrente induzida Jj através de J, =oE ; €) J, em conjungio com J do fio seré responsdvel pela criago do campo magnético Hm (modificado) levando em conta as duas fontes de corrente através de roi, = J+J, (conexao entre as Eqs. (2.3) ¢ (2.1); Observemos agora a variagdo de carga entre as duas placas condutoras. f) As cargas criam uma indugao elétrica D através de divD = p; 8) Se pé varidvel no tempo, D também o ser4, e teremos 9D/dt #0. Bste termo (densidade de corrente de deslocamento) ira novamente | Capitulo 2 O Eletromagnetismo a partir das equagiies de Maxwell 63 modificar 0 campo magnético para Hm através de rofl, =J+J,+0D/dt (conexdo entre as Eqs. (2.1) e (2.4); h) Finalmente, no interior do material (2) teremos 0 campo elétrico determinado por duas parcelas: E=D/e, sendo que D foi obtido pela Bq. (2.4) conforme ponto “f’ acima e outro E oriundo da variag&o temporal de B conforme ponto “c”. Este conjunto de relagdes mostra que o sistema é interdependente ¢ que as equagdes nao podem ser solucionadas, teoricamente, de forma isolada, Para proceder, de maneira formal, a separagio ou a aproximagiio deste grupo de equagdes em duas partes, efetuaremos abaixo um raciocinio baseado nas trés “desigualdades” que definem o dominio da Eletrotécnica, ou da “quase-estatica”. 1) Consideraremos um sistema fisico representado pela grandeza G(r,t), dependente do tempo ft e de sua posi¢ao no espago r. Sua derivada temporal € dG/dte suas derivadas espaciais dG/dx, IG/dy e AG/dz serio designadas por VG. A aproximagao da “quase estitica” 6 expressa por <<|VG| La c ot para praticamente todos os pontos do dominio; c € a velocidade da luz. Em caso de baixas freqiiéncias, 0 comprimento de onda gerado no sistema é muito maior que as dimensdes do mesmo, e portanto essas ondas nado tém influéncia sobre o sistema que “pulsa” em fase. No entanto as derivadas parciais espaciais podem ser muito intensas. Imaginemos, por exemplo, um estreito entreferro de uma maquina elétrica onde os campos sio fortes (bem como as suas variagées espaciais) para dimensdes pequenas. Este conjunto cria altos valores de VG. 2) A velocidade v dos materiais é muito inferior 4 velocidade da luz c, ou seja, as partes méveis da estrutura nao se descolam na velocidade da luz, o que teria implicagées relativistas. 3) A densidade volumétrica de energia de campos magnéticos € reponderante quando comparada 4 de campos elétricos. Utilizando as xXpressdes correspondentes (que sero discutidas posteriormente), temos: i 1 1B ze A a 0 MpEyE? << B? Observando que c= If féslly : ij re pal >> 4 © que & também valido para suas derivadas espaciais ({VE|< 0, ou seja, um aumento de cargas no volume com 0 tempo. 2.4.3 As equacées de Maxwell no vacuo No vacuo, nao havendo matéria, nao ha suporte fisico para correntes cargas. Temos assim que J=0 e p=0. Temos também que €=€) e& = fy. As equagdes de Maxwell apresentam-se entio sob a seguinte forma: oD rot =— ot divB =0 oB rote = -— a divD =0 Capitulo 2 ~ 0 Eletrom: Levando em consideragio que a permeabilidade e a permissividade sfo constantes, as equagSes assumem a forma abaixo: rotH = &% = divH =0 roth =—Ly a » divE=0 Notamos entdo que os fluxos de H e de E sao conservativos. No dominio de altas freqiiéncias, e em particular para ondas eletromagnéticas, verifica-se que a variago temporal de campo elétrico é responsavel pela geragdo de H; inversamente a variagio de H gera E. O termo oD/ ot, proposto por Maxwell, fez prever a existéncia do fenémeno de ondas cletromagnéticas, 0 que foi realizado posteriormente por H. Hertz (1857- 1894) em 1888, apés a morte de Maxwell. , Adicionalmente, podemos deduzir as equagdes de ondas em regime senoidal onde apenas uma varidvel, E ou H, é presente. Vejamos a equagiio relativa a H e, para tal apliquemos rot na equagao acima. dE rot rotH = €, rot—— or No termo do lado esquerdo, aplicamos a igualdade vetorial da Eq. (1.23), ou seja, rot rot H = grad divH -AH Tendo em vista que div H = 0, temos rot rot H =—AH . Quanto ao termo do lado direito, temos: oE a e E &, rot— = &, — rot E=—&) — Hl =~ Eph = rot = Loa 0 5p Mo olla Igualando os termos obtemos: AH = eu, ee = Fol Eletromagnetismo para Engenharia; Estitien Finalmente, observando que 4, =I1/c? (c € a velocidade da luz) e que a aaa segunda do tempo em regime senoidal pode ser substituida por ~@ =(j@)(ja), obtemos a equaciio 2 an+2H=0 e De maneira andloga podemos também obte: ai i : T a equac para E, ou seja, aie San 2 AE+2 E=0 ¢ A solucdo dessas equagdes fomecerd o comportamento geométrico e pepe dos campos eletromagnéticos. Como no vacuo nao temos as fontes ‘isicas de campo (correntes, cargas ou materiais carregados), 0 campo eletromagnético sera gerado Por condigé i a ligdes de contorno dominio de estudo, aeoun 2.4.4 As equacdes de Maxwell em meios COM & e {lg Neste caso, J ¢ p podem ser nao nulas, porém €=€) e w= My. AS equagdes assumem entio a forma abaixo: dE rotH = J + €— Ot divH =0 oH Toth = — 1, — Ho a dive =2 £0 2.4.5 As equacées aplicadas a meios anisotrépicos quaisquer ; E possivel imaginar a aplicagao das equagdes de Maxwell em varias Siluagdes © combinagdes de diferentes meios. £ praticamente imposstvel que descreyamos todas as situagGes possiveis. i. een Capitulo 2 O Eletromagnetismo a partir das equagdes de Maxwell 7 Procuraremos apresenté-las para uma situagfo relativamente abrangente. Para tanto, é necessdrio introduzir o conceito de anisotropia magnética. Suponhamos que existam meios cuja permeabilidade magnética seja preponderante em uma certa direcdio. Imaginemos uma chapa de ferro com graos orientados, ou mesmo um empilhamento de chapas para formacdo de, por exemplo, um nucleo de transformador, conforme a Fig Zloy Figura 2.15 - Metos anisotrépicos E concebivel que em ambos os casos o fluxo magnético flua com mais facilidade no sentido Ox. No primeiro caso isto é devido a orientagdio de grios e no segundo devido a presenga de micro entreferros entre as chapas. Imaginemos entao a existéncia de um campo H tal que seus componentes H; e Hy sejam iguais 4 H. Sendo w, e #4, as permeabilidades nas diregdes Ox e Oy, temos B=, e B,=H,H Notamos que B, sera maior que By. Portanto, haverd uma defasagem angular entre H e B. Se H,=H), H formard um 4ngulo de 45° com Ox; no entanto, B formard um Angulo diferente de 45° pois By e By sao diferentes, Concluimos que a relagao B=wH onde w é um escalar nao é geral, pois nao satisfaz o caso acima. Vamos entao introduzir 0 conceito de "tensor de permeabilidade" que sera notado sob a forma [4]. Relembremos antes que, em algebra matricial, um vetor, ; por exemplo B, é expresso sob a forma de uma matriz-coluna como abaixo: B, i B=|B, B, O tensor ||| sera a matriz quadrada seguinte: H, 0 0 2 0 0 ww A expressio geral B =||u\H 6, matricialmente, B.) |x 0 0) A, B,|=|0 yu, 0||#, B.} 19 0 4, ][H. Assim, efetuando as operagdes matriciais convenientes, teremos B.=KH,, B,=",H,, B.=u,H, Observemos que se o material ¢ api j yf q isotrépico, ou seja “=f, =H, =H, a equagio B=||u\H assume a forma particular B= WH. Neste caso os termos nao diagonais de lal sao nulos, pois supomos que nao havia interdependéncia de variaveis. Assim, no exemplo acima, B, s6 depende de HH, No entanto, poderiamos ter relagdes mais complexas como si B. = HA, + My, + HoH, tensor Jal nao hayeria termos nulos. Além do conceito de anisotropia, que torna complexo o estudo de materiais magnéticos, temos um outro fenémeno freqiiente na maior parte de dispositivos eletromagnéticos segundo o qual a permeabilidade « no é constante, pois depende do proprio valor de H existente no material magnético em questio. Este fendmeno échamado "saturagdo" e faz com que arelacao geral de passagem entre B e H passe a ser B=[4(7)|8 O conceito de anisotropia pode ser estendido 4 pemnissividade elétrica ¢ ¢, de maneira andloga, temos D=|elE onde o fenémeno de saturagio é geralmente desprezivel. Este mesmo conceito também pode ser aplicado a condutividade o, e a outra relacdo de passagem torna-se J=|olE As equagdes de Maxwell e suas relagdes complementares para meios quaisquer sao: rot = J+—— ot divB =0 oB tE =-—— rol ou divD = p B=|4(#)|H D=|elE J=lo]E Sob esta forma, temos as equagdes expressas de maneira mais geral. 2.4.6 O potencial escalar elétrico O uso de potenciais ¢ muito freqiiente e conveniente na resolugtio de problemas de campos. O potencial escalar elétrico (que sera visto com mais detalhes no proximo capitulo) possibilita a determinagao de campos elétricos em problemas estiticos. Observe-se que o potencial escalar, por Sua propria natureza, possui um tnico valor para cada ponto no espago (uma vez especificadas as condigées de contorno), ao passo que o campo, sendo um yetor, possui trés. Assim, definiremos V tal que E=-gradV (2.25) que, para problemas estaticos, é coerente com oB roth=-<=0 ot pois, rot(grad V) = 0. Aplicando esta definig&o acima na equagiio divD = p para meios dielétricos temos diveE = dive(-gradV) =p © que em 2D conduz a we +e =p (2.26) A solugio desta equagao (equagao de Poisson) fornece a distribuigao de V no espaco e, em conseqiiéncia E, pela relagao E=-grad V. A mesma definigéo de E pode ser também aplicada na equagio de continuidade elétrica divJ =0, em casos estaticos. Observando-se que em meios condutores temos J = cE, temos div J = div oE =—divo(gradV)=0 ou av, o ay _ Hoarty ase (2.27) que & a equacao de Laplace definindo a distribuigao de V em meios condutores. A resolucao desta equagdo permite a obtencdo de E e, através de J =E, a distribuigao de corrente no dominio que pode possuir um ou mais materiais condutores. 2.4.7 O potencial vetor magnético Em problemas onde a densidade de corrente nao é nula, definimos um potencial vetor A tal que B=rotA Esta relagio é coerente com a equagio de Maxwell divB=0, pois div(rotA) € nulo. Podemos entio aplicar esta relagao na equagao romr=a4 2. ek rota or “ ot Esta equagiio pode assumir diferentes formas conforme a situagio fisiea tratada, e sugerimos a solugao do problema 2.14 para que obtenhamos uma formulasao muito utilizada no calculo numérico 2D. 5 a Ademais, podemos substituir B=rotA na equagéo rofE =—-—~ ot 50 que da rof+2-roth =0 ot oA “\l=0 ro + 2 ) E+ aes —grad® ot Podemos colocar que onde @ é um potencial escalar, pois rot grad é nulo. Desta maneira, podemos escrever que E =A. grad@ (2.28) Elettomagnetismo para Engenharia: Estiticn Significando que E pode ser obtido por uma variacdo temporal de A (ou Seja, da indugdo B) ou através de um potencial " ¢ escalar, com exemplo precedente. B como visto no 2.4.8 Corrente de deslocamento no capacitor de placas planas 4 Embora nao tenhamos abordado ainda os capacitores (isto sera feito e proximo capitulo), vamos aqui calcular as correntes de condugao e de leslocamento num circuito onde temos um capacitor de placas planas de segao 5 com distancia entre placas d e tendo um dielétrico de petmissividade € entre as placas. O intuito aqui é aprofundar a discussao sobre a corrente de deslocamento. Este capacitor é conectado a uma fonte de voltagem senoidal V = Vye/". Adiantemos aqui que sua capaciténcia é dada por C=eSid e calcularemos a corrente de condugéo estabelecida no ee pare através da teoria de circuitos. Logo apés, calcularemos o lermo t criado no dielétrico que conduz A i iZ A nogiio de deslocamento. * an Inicialmente, da teoria de circuitos para um capacitor conectado a uma fonte de voltagem num circuito com resisténcia nula temos, para a corrente de conducdo no condutor, , a I, =C—=CGjave™ = jCov dt O termo dD / dt é aqui chamado Jy jo Died, OE 1 Tap at sendo E=V /d temos t= SE jane /d=jeoVid integrando J, na secdo do capacitor temos 1,= jeoV Sid Capitulo 2 0 Eletromagnetismo a partir das equagdes de Maxwell observando-se que C = eS/d , obtemos 1,=joCV que € idéntico a /,, 0 que € coerente com a situagao da Fig. 2.9. Porém cabe aqui salientar que J, tem unidade de corrente, é chamado de “corrente de deslocamento” mas no corresponde a uma corrente fisicamente atravessando o dielétrico do capacitor, pois o mesmo é considerado ideal e, portanto, isolante. J, corresponde unicamente a variagao temporal de D, que se estabelece no dielétrico do capacitor devido 4 variagéo de cargas impostas nas placas condutoras pela fonte de tensao. 2.5 EXERCICIOS (2.1) Demonstre que, para qualquer superficie S fechada, temos. oD if[3+2) 4-0 2.2) Com 0 objetivo de observar se, em fungao da freqiiéncia, um meio se comporta predominantemente como isolante ou condutor, compare os médulos de 2 e J para as freqiiéncias de 60 Hz, | kHz, 1 MHz e 1 GHz t para 0 cobre (o =5.8x10’ S/m, € = £,), chumbo (a =0.5x10' S/m, £=&y), gua do mar (a 24 S/m, €=816,)¢ terra (@=107 Sim, €=106). (2,3) Estabelega as equagdes de Maxwell para campos magnéticos produzidos por densidades de correntes ¢ de cargas constantes. 2.4) Mostre que, para uma regido sem fontes (9 =0 ¢ J=0), um campo uniforme B = B, sen @ti nao satisfaz as equagdes de Maxwell. 2.5) Mostre que, em regime senoidal para regides sem fontes (9 =0 © J=0), as duas equagdes de Maxwell utilizando a divergéncia podem ser demonstradas a partir das duas equagdes envolvendo o rotacional. 2.6) Demonstre que, para um caso geral, a equagiio div B = 0 nao pode ser P IB ‘ . eee 2 obtida a partir de rofE = -<, obrigando a sua imposigo para satisfazer 0 ot fendémeno natural implicado por ela. 8 Eletromagnetismo para Engenharia: Estitica e Quase-Estitioa 2.7) Demonstre que em Tegime estatico, para meios homogéneos e sem cargas estaticas, podemos obter divD=0 a Partir da equagdo rotH=J, 2.8) Um isolante dielétrico possuindo baixa condutividade é colocado entre as duas placas de um capacitor de placas planas conectado a uma fonte AC. Suas caracteristicas sio: o=4 Sime e= 9¢€,. A fonte de voltagem é dada por V = Icos@t. Calcule a freqiiéncia para a qual a densidade de corrente de deslocamento ¢ igual a densidade de corrente de condugao no dielétrico. 2.9) Um campo elétrico E= E,cosa@ti & aplicado em um dielétrico Possuindo €,=25.Se Ey =100 Vim e w=10° rad/s, calcule o valor de pico da densidade de corrente de deslocamento que se estabelece no dielétrico. 2.10) Caleule 0 valor de 4 e para que os campos E= 1207 cos(10°a ~fx)i (Vim) He Arcos(10°xt— Bx) k (4/m) satisfagam as equacdes de Maxwell num meio linear, isotrépico e homogéneo caracterizado por €,=4, w, =4 e o=0. Considere que nao ha correntes nem cargas no dominio de calculo, 211) A indugio magnética B=, e°"""){ ¢ imposta num material com E= 66, © f= U,ll,. Assuma que nao existem fontes (p=0 e€ J=0) no material, Utilizando as equacdes de Maxwell, calcule o campo elétrico E,o campo magnético H e¢ a indugio elétrica D que se estabelece no material. Obtenha este resultado de duas maneiras, fazendo o calculo através das duas equagdes envolvendo 0 rotacional; mostre que os resultados sao idénticos (observe que B= aJep ). 2.12) O campo elétrico E= E, cos(@t—fz) i é aplicado num material fom &=€,€ © = 41,4. Considerando p=0 e J= 0, calcule o campo magnético He a inducdo magnética B no material, Utilize as duas equagdes de Maxwell envolvendo o rotacional, como no problema acima. 2.13) Dada a equagao roffl = J + 2 It 4) Obtenha a equagao da continuidade elétrica; b) particularize a mesma para uma situagao estatica; —" Capitulo 2 — © Eletromagnetismo a partir das equagdes de Maxwell 19 c) considere um meio condutor homogéneo com cane ! 4 ‘ demonstre que podemos definir um potencial escalar elétrico ql ‘iva o campo E; eae a ese de que o campo elétrico E se desenvolve unicamente na diregdo Ox e, utilizando a lei de Ohm (J =0E), BCE ° ee equacio da continuidade elétrica, obtendo a mesma fungao oH fungao fi particularizando-a para um meio homogéneo e unidimensional; v 16. e) aplicagao: considere um condutor com o = 10’ S/m, conforme a Fig.2.16. Figura 2.16 eo transversal do = 1 Volt e V(2) = 0 Volt; sabendo que a segao : peau a2 ni, any a solugdo V(x) e calcule a corrente fluindo no 514) Entre duas placas condutoras paralelas ¢ separadas por uma distancia 5 i i tencial V =2.5x10° sent “de d= 10 m é aplicada uma diferenga de potencia van com freqiencia igual a 100 kHz. Neste dominio, temos ona doaduieae segdio transversal de 1 mm? no qual lui uma corrente de i. Sabendo que |E|=//d, demonstre que nesta situagdo a equagdo Maxwell rofH = J +—— pode ser aproximada por ro/H = ip) P ot 2.15) a) Escreva as equagGes de Maxwell para problemas ooo dé b) mostre que a definic&o de um potencial vetor magnético A, qi =rotA, é valida; 7 i , 3 numa situagio bidimensional no plano Oxy (Bz = 0) site a tenha somente um componente na diregao Oz (A = Ak ); calcule tes de B em fungao de A; ¥ ; i cai $) eaponha também que J= Jk © particularze a equagio roidl=J em fungdo de A. 2.16) Demonstre que desprezando a densidade de corrente de deslocamento para um meio homogéneo, linear e sem cargas, com condutividade o e oE, ar permeabilidade yu, podemos obter AE = ou 2.17) Refaga os célculos andlogos e, nas mesmas condigées do exercicio acima, obtenha on AH = ou a 2.18) a) Escreva as equagdes de Maxwell Para 0 caso estacionario; b) sob estas condigdes, podemos definir um potencial escalar elétrico do qual derivamos E através de E=~gradV. Mostre que esta definigdo é valida; ©) a relacdo constitutiva é aqui D=|e[E , onde consideramos a anisotropia de um meio dielétrico tal que [5 2] calcule os componentes de D em fungao de E ©, apés, em fungao de V; d) aplique D em fungao de V na equacao divD = P © obtenha a equagao 2D de Poisson correspondente. 2.19) De forma similar ao Exemplo 2.4.6, demonstre que, em estatica, podemos definir um potencial escalar magnético Q quando J = 0. Obtenha a equagao de Laplace correspondente para um dominio contendo meios caracterizados por suas permeabilidades A 2.20) Demonstre que a lei de Kirchhoff relativa a soma de correntes num no de uma malha de circuito elétrico esta diretamente relacionada com divJ =0. Capitulo a ELETROSTATICA 3.1 INTRODUCAO Na parte final do capitulo precedente, foi visto que, em geral, no dominio das baixas freqiiéncias, podem-se abordar os campos elétricos de forma independente dos campos magnéticos. Optou-se por estudar, inicialmente, os campos elétricos criados por cargas ou variagdes de potenciais elétricos 0 que, agregado de alguns conceitos complementares, constitui a Eletrostatica. Suas equagdes basicas sio duas: divyD = P, oriunda do grupo das quatro equagdes de Maxwell e D=€E, relaciio constitutiva onde a permissividade do material se faz presente. Aparentemente, a Eletrostatica. € 0 “imo pobre” do Eletromagnetismo pois conceitualmente um sé fenémero seria associado a esta area (uma sé equacio de Maxwell) e, conparando-a com 0 magnetismo, pouca pesquisa é feita em Eletrostatica. Mas seria um erro crasso considerar a Eletrostatica sob este prisma, pois problemas e aplicagdes complexas de Engenharia estdo diretamente relacionados com campos elétricos. Como veremos adiante, excesso de campo elétrico produz nao somente as mais danosas conseqiiéncias para euipamentos, como também pode colocar em risco a vida de seres vivos no local onde ocorre a falha. Por exemplo, uma mé distribuigo de campo elético pode ocasionar

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