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CAMPUS III – CURSO DE PSICOLOGIA

DISCIPLINA: PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO


TRABALHO.
DOCENTE: BRUNO GUSTAVO LINS
DISCENTE: KELLY DOS SANTOS SOARES

FICHAMENTO

A Loucura do Trabalho.

Relação trabalho-saúde – Considerações Históricas:


Texto: O objeto inicial de Dejours é a psicopatologia do trabalho. Ele pretende pôr em
discussão "aquilo que, no enfrentamento do homem com sua tarefa, põe em perigo sua vida
mental".
Reflexões: Seus estudos tendo como base a psicopatologia do trabalho francês nos anos 50,
usa a vivencia subjetiva do trabalho, onde o autor narra a história da saúde do trabalhador e
enfoca todo avanço desenvolvido na saúde do trabalhador, que foi conquistada a força de
muito trabalho.
Dejours divide a história da saúdes dos trabalhadores em três momentos.
1 – Século 19, período de desenvolvimento do capitalismo industrial.
Texto: Neste período o importante para o trabalhador era a luta pela sobrevivência, dada
às péssimas condições de trabalho existentes.
Reflexões: A falta de higiene no local de trabalho, o esgotamento físico, a falta de
alimentação, eram grandes fatores que geravam muitas doenças nos trabalhadores, onde
existiam muitas mortes por doenças ou acidentes, os trabalhadores viviam bem menos que
atualmente e essa época foi denominada como miséria operária.
2 – Da primeira guerra mundial a 1968.
Texto: A preocupação principal é com a proteção do corpo: "Salvar o corpo dos acidentes,
prevenir as doenças profissionais e as intoxicações por produtos industriais."
Reflexões: As mudanças exigidas nas performances quanto ao tempo e ritmo de trabalho,
fazem com que o corpo apareça como o maior prejudicado, sendo a maior vítima do sistema.
Esse corpo sem defesa e frágil tem maior risco de adoecer.
3 – Após 1968.
Texto: A reestruturação das tarefas, como alternativa para Organização Científica do
Trabalho, faz nascerem amplas discussões sobre o objetivo do trabalho, sobre a relação ao
homem-tarefa, e acentua a dimensão mental do trabalho industrial.
Reflexões: O surgimento de uma preocupação com a saúde mental, faz com que haja
sensibilidade às cargas intelectuais e psicossensoriais de trabalho inicia as preocupações com a
saúde mental. Em 68 quando esse trabalho se tornou o centro de alienação desse trabalhador,
houve muitas greves dos operários mesmo sem apoio das unidades sindicais. E através desses
movimentos reivindicaram novos temas como: mudar de vida, palavra de ordem
fundamentalmente original.
Capítulo 1 – As Estratégias defensivas.
Texto: Para ele haveria uma negação da doença na medida em que ela traz consigo ameaças
graves de ser colocado à parte, de perder a inserção social que ainda se tem, de literalmente “ir
para baixo da ponte”.
Reflexões: O trabalhador não aceitava estar doente, pois isso colocaria em risco o seu
trabalho, gerando desconforto para toda família, já que o responsável por ela não poderia arcar
com suas responsabilidades perante o trabalho e a sociedade. Denominado de comportamento
insólito, que era só procurar ajuda quando a doença já estivesse muito grave.
Capítulo 2 – Que sofrimento?
Texto: Esses sentimentos se condensam numa vivência depressiva dominada pelo cansaço.
Esse cansaço não se origina a só dos esforços físicos, mas do esforço de realizar uma tarefa
anulando seu conteúdo significativo, quer em relação ao sujeito quer em relação ao objeto.
Reflexões: As queixas dos trabalhadores giravam em torno da insatisfação ou da ansiedade
(medo), em não serem úteis ou de desenvolver tarefas que não se adequavam ao seu perfil, e
isso gerava um cansaço e um estado de depressão que muitas das vezes anulava o relação do
sujeito com o objeto.
Capítulo 3 – Trabalho e medo.
Texto: O problema do medo do trabalho surge desta oposição entre a natureza coletiva e
material do risco residual e a natureza individual e psicológica da prevenção a cada instante de
trabalho.
Reflexões: O medo de acidente ou morte do trabalhador existe, mesmo que esse colaborador
não externe o sentimento, o trabalho em grupo oferece o risco coletivo e esses risco na maioria
da vezes são combatidos através de regras de segurança. Muitas empresas oferecem proteção
de forma incompleta por não querer investir nesse tipo de prevenção. E muitas das vezes os
trabalhadores conhecem a falha e eles mesmos procuram uma maneira de se defender, se essas
defesas funcionam bem esse medo some do discurso do colaborador.
Capítulo 5 – A exploração do sofrimento.
Texto: O que é explorado pela organização do trabalho não é o sofrimento em si mesmo,
mas os mecanismos de defesa utilizados contra esse sofrimento.
Reflexões: A ideologia defensiva é funcional e favorável a produção, desenvolver atividades
condicionadas organizam o trabalho e através desse sofrimento mental se tem uma maior
rentabilidade na função exercida. A insatisfação faz com que a produção aumente e a
irritabilidade provocada através da organização de suas atividades provoca auto repressão, e
esse cansaço mental coloca esse trabalhador em um círculo vicioso, onde a frustação alimenta
a disciplina.
Capítulo 6 – A organização do trabalho e da doença.
Texto: A questão é saber se a exploração do sofrimento pode ter repercussões sobre a saúde
dos trabalhadores, do mesmo modo que podemos observar a exploração da força física.
Reflexões: Muito difícil associar doença mental como consequência de algum acidente de
trabalho, o que se pode avaliar é que, a exploração mental é uma das maiores aliadas na
execução de tarefas denominadas manuais, mas que exige muito esforço mental do
trabalhador. Na medida que o sofrimento desse trabalhador avança no sentido de transforma-se
em patologia, o afastamento desse funcionário, demonstra a facilidade que as empresas
encontram em fazer uma limpeza mental em seus trabalhadores.
Conclusões.
Texto: O sofrimento de natureza mental começa quando o homem, no trabalho, já não pode
fazer nenhuma modificação na sua tarefa no sentido de torna-lo mais conforme as suas
necessidades fisiológicas e seus desejos psicológicos, isto é, quando a relação homem trabalho
é bloqueada.
Reflexões: Insatisfação e medo, criam no ambiente de trabalho um clima propenso a doenças,
mas os trabalhadores desenvolvem mecanismos de defesas, que os auxiliam a driblar e
mascará perturbações mentais que de certa forma produzem resultados satisfatórios para as
empresas por um determinado período de tempo. Mas em um dado momento quando essa
insatisfação ultrapassa a tolerância, esse trabalhador logo é identificado e excluído de suas
atividades, bloqueando esse indivíduo para o trabalho e para a sociedade.
Resenha Crítica

A Loucura do Trabalho.

A psicopatologia do trabalho vem sendo estudada desde os anos 50, e no texto o autor
enfoca na história da saúde do trabalhador e os avanços conseguidos para o desenvolvimento de
promoção a saúde através de muitas lutas.

Muitas doenças desenvolvidas por eles decorriam da falta de alimentação, falta de higiene
e esgotamento físico, a morte era bastante presente nas industrias devido a doenças fisiológicas e
acidentes de trabalho, mesmo com atividades de prevenção de acidentes que as empresas
utilizavam, de maneira bastante precária, pois não havia interesse de investimento nessa área.
Houve mudanças quanto ao tempo e ritmo de trabalho, mas isso não diminuiu o aparecimento de
doenças nos corpos sofridos dessas vítimas do sistema.

Surge então, a preocupação com a saúde mental, sensibilizando o trabalhador a lutar,


muitas das vezes, sem apoio sindical, por mudanças de vida, utilizando greves para chamar a
atenção para sua causa.

Para garantir o seu sustento e da sua família, esse trabalhador não aceitava ficar doente,
pois com a responsabilidade financeira e social de sua família em suas costas, ele só se afastaria
de suas atividades quando a doença já estivesse bastante grave.

Os trabalhadores sempre tiveram medo e se sentiram insatisfeitos em seus trabalhos, pois


muitas das vezes desenvolviam trabalhos que não se sentiam a vontade ou que não se
encaixavam em seu perfil, isso o deixa cansado e inútil. A segurança do trabalho trouxe para o
coletivo a sensação de menor risco.

Essa ideologia defensiva é funcional e favorável a produção, desenvolver atividades


condicionadas organizam o trabalho e através desse sofrimento mental se tem uma maior
rentabilidade na função exercida. Funcionário insatisfeitos desenvolvem melhor suas atividades,
transformando as frustações em produção.
Mesmo antes, nunca foi fácil associar doença mental como consequência de algum
acidente de trabalho, mas sabe-se que a exploração mental é uma das maiores aliadas na
execução de tarefas condicionadas. Quanto mais o sofrimento aumenta, mais esse trabalhador
patologiza esse sentimento de insatisfação e medo. Os trabalhadores por sua vez criam
mecanismos de defesa, e esses mecanismos ajudam a mascarar as perturbações que resultam na
produção de bons resultados nas atividades atribuídas. Em alguns momentos essas defesas
podem e vão falhar, e dessa forma esse trabalhador será afastado de suas atividades e deixará de
ser produtivo e automaticamente será um item fora da sociedade e da economia, causando mais
transtornos, medo e sofrimento.

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