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● Trabalho de Neuropsicologia II:

➔ Livro Avaliação Neuropsicológica 2ª Edição : Capítulo 7 - Linguagem.

● Objetivos deste capítulo:

> Enfoca avaliação da linguagem do adulto com lesões neurológicas.

> Introduz o tema: definição da linguagem.

> Apresenta objetivos e fundamentos para a construção de instrumentos


de avaliação.

> Examina os processos de avaliação nos diversos métodos e


instrumentos de coleta de dados de linguagem.

➢ Tópico I - O que é a Linguagem?

A linguagem é definida por aspectos biológicos e sociais que


favorecem a adaptação do indivíduo ao ambiente. Logo, na
neuropsicologia, a linguagem é dissociada de componentes linguísticos,
cognitivos e sociais.

● Cognitivo:Transformação da informação do ambiente em


conhecimento, organização, armazenamento, recuperação e
transformação.

● Linguístico: Aspectos fonológicos e sintáticos, organizados segundo


regras também aos aspectos semânticos e pragmáticos.

● Sociais: O uso da linguagem é organizado segundo regras sociais


que fornecem informações sobre práticas sociais da linguagem.

➢ Tópico II - Avaliação da linguagem e seus objetivos:

A avaliação da linguagem é a prática em que se sistematizam


dados, de forma integrada, de todos os componentes anteriores com
vários objetivos:
● determinação de normalidade.
● constatação da presença de déficits.
● estabelecimento de diagnóstico ou prognóstico.
● indicações terapêuticas.
● verificação de evolução e desfecho de condições clínicas.

★ Importante: A avaliação deve ser abrangente e incluir a análise de


aspectos preservados, íntegros e comprometidos nos domínios
linguísticos, observar déficits permite caracterizar o diagnóstico de:
afasias, demências, alterações linguístico-cognitivas, síndromes de
hemisfério direito e outras disfunções.

➢ Tópico III - Fundamentos para a construção dos instrumentos de


avaliação:

Os instrumentos de avaliação de linguagem tem base em dados


neurobiológicos originados da afasiologia clássica e de investigações
recentes, com técnicas de neuroimagem modernas, em construtos da
psicolinguística, neuropsicologia e em construtos sociais.

➢ Tópico IV - Fundamentos neurobiológicos:

O conhecimento recentemente construído sobre a linguagem tem


como base a tomografia por emissão de pósitrons e ressonância
magnética funcional, que avaliam aspectos temporais de linguagem. Isso
é importante pois isso auxilia a respaldar e validar instrumentos
utilizados na avaliação comportamental da linguagem. Logo, demonstra
que outras áreas, além das clássicas áreas de Broca e Wernicke, são
importantes para o processamento da linguagem. Ou seja, demonstra o
caráter distribuído, a flexibilidade dos circuitos cerebrais, sua capacidade
de adaptação e participação em diferentes aspectos da produção de
fala, e revisão do entendimento sobre as implicações de lesões cerebrais
específicas.

➢ Tópico V - Fundamentos linguísticos e psicolinguísticos:

A descrição das alterações dos processos de compreensão e


produção da linguagem (oral e escrita) constitui o foco da avaliação que
se fundamenta em conhecimentos linguísticos e psicolinguísticos. Esta
busca a análise de alteração nos componentes linguísticos e como essas
alterações comprometem o processo de compreensão e produção da
linguagem.

As teorias psicolinguísticas trouxeram referenciais para a


construção de avaliações de linguagem em moldes fundamentados nas
duplas dissociações cognitivas, estas buscam respaldo em
conhecimentos neurobiológicos. Em outras palavras, os modelos
psicolinguísticos são validados e fundamentados a partir de observações
de respostas comportamentais documentadas em exames de
neuroimagem.

➢ Tópico VI - Fundamentos sociais:

Outra perspectiva de avaliação, foi influenciada pela Organização


Mundial da Saúde (OMS). A funcionalidade e qualidade de vida passaram
a integrar a avaliação de linguagem, o modelo atual da OMS estendeu as
dimensões sociais e enfatiza a inclusão social dos pacientes.

➢ Tópico VII - Confiabilidade e validade dos instrumentos de avaliação:

Assim como os demais testes neuropsicológicos, os instrumentos


para avaliação da linguagem devem ser considerados confiáveis e
válidos. A confiabilidade e a validade de um teste permitem a
generalização com segurança e a redução da margem de erro na
interpretação dos resultados.

★ Importante: A confiabilidade refere-se ao nível de consistência ou


estabilidade nos valores de pontuação obtidos em determinado
instrumento. esta pode ser avaliada por vários métodos, como o
teste-reteste, o método parallel-form (considerado o padrão-ouro),
aplicação de split-half e aplicação de consistência interna. Logo, diz
respeito à precisão com que um instrumento mede determinada
habilidade. Além dela, os testes devem ser validados e verificados
em relação à sua acurácia.

➢ Tópico VIII - Processos de avaliação de linguagem: coleta de dados e os


instrumentos:

Os dados de linguagem podem ser coletados por meio de


observações diretas e relatos do paciente ou de familiares sobre
habilidades/inabilidades de comunicação. A coleta de informações
permite o delineamento de hipóteses a serem testadas para a
determinação do diagnóstico.

➢ Tópico IX - Relatos e questionários:

Familiares e pessoas que convivem, conhecem a história, ou têm


experiências diretas de contato social com o paciente ou o paciente em
si, são importantes fontes de dados. Por esse motivo, foram desenvolvidos
questionários para obter informações sobre o paciente. Na maioria das
vezes, os questionários dirigem-se à busca de informações a respeito da
comunicação, ou seja, a linguagem no uso cotidiano. Logo, dois
questionários merecem destaque: o CETI e a avaliação funcional de
habilidades de comunicação para adultos.

a) CETI: tem aplicação rápida e baseia-se nas respostas fornecidas a


16 questões dirigidas a situações naturais, como a “capacidade de
chamar a atenção do interlocutor”.

b) A avaliação funcional de habilidades de comunicação para adultos:


é um questionário com 43 itens que avalia quatro domínios:
comunicação social, necessidades básicas, leitura, escrita e
conceitos numéricos, e planejamento diário.

➢ Tópico X - Observações diretas de situações naturais:

Há outros métodos de se obter dados de situações naturais, como a


conversação analisada segundo métodos específicos. Esses, podem
tomar como ponto de partida amostras, e por meio de observação
empírica, classificar ocorrências que dizem respeito à organização global
da conversação, como capacidade de iniciar um tópico, de manter e/ou
transferir o turno, e ainda, habilidade de perceber e corrigir os próprios
erros.

➢ Tópico XI - Testes e avaliações formais:

Frequentemente, a situação de avaliação é conduzida em


ambientes pouco naturais, como hospitais/consultórios e dirige-se à
busca dos “problemas de comunicação” incluindo exames de beira de
leito, rastreios, baterias de avaliação e testes de habilidades específicas
de linguagem.
➢ Tópico XII - Testes abrangentes:

As baterias abrangentes incluem testes em diferentes níveis de


dificuldade, organizados segundo modalidades de input e output. são
construídos de modo a minimizar efeitos de contexto e partem de um
modelo de linguagem patológica e da observação sistemática de
pacientes e seus problemas, enfatizando déficits cuja presença é
consensualmente admitida nas afasias.

➢ Tópico XIII - Testes de rastreio e testes resumidos:

Os rastreios destinam-se à identificação da presença ou ausência


de alterações de linguagem e ao fornecimento de indicadores para a
continuidade da avaliação e a introdução de procedimentos
terapêuticos. são interessantes para aplicações em situações de
internação, nesses casos, é importante que o clínico faça a máxima
utilização de mínima informação, o que exige treino e experiência.

➢ Tópico XIV - Testes de habilidades específicas:

Esses testes são interessantes quando as respostas do paciente


sofreram efeito “teto” ou “solo“, ou quando é necessário aprofundar a
avaliação de determinado aspecto do processamento da linguagem. os
testes auxiliam a identificar componentes preservados e comprometidos,
com base na observação de efeitos de lesão e de variáveis
psicolinguísticas “críticas”. Como também são fontes de dados para
interpretação a natureza dos erros (ex: erros visuais vs erros semânticos
na nomeação) e o contraste de desempenhos em diferentes provas.

➢ Tópico XV - Avaliação de interfaces da linguagem e outras habilidades


cognitivas:

Um teste que avalia indivíduos em suas habilidades cognitivo-


linguísticas é o CLT que em curto tempo auxilia a avaliação da condição
cognitiva em cinco domínios: atenção, memória, linguagem, funções
executivas e habilidades visuoespaciais em adultos com disfunção
neurológica.

➢ Tópico XVI - Avaliações subjetivas:


As avaliações de linguagem não excluem aspectos qualitativos e
subjetivos. Nesses casos é preciso considerar a necessidade de métodos
que garantam a consistência e a estabilidade das observações obtidas
por meio de medidas repetidas, adição de juízes para observações,
análise de congruência e consistência de julgamentos.

★ Importante: A avaliação da qualidade de vida em afásicos foi estudada


em nosso meio por Ribeiro (2008) e mostrou ser possível a obtenção de
respostas dos próprios pacientes afásicos quanto a dificuldades
específicas de compreensão e expressão da linguagem e o impacto das
sequelas da afasia na qualidade de vida.

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