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CÓD: SL-012AG-22

7908433225058

EMBASA
EMPRESA BAIANA DE ÁGUAS E SANEAMENTO S.A.

Assistente de Saneamento -
Agente Administrativo
EDITAL DE CONCURSO PÚBLICO Nº 01/2022
DICA

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação.
É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa
encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou este artigo com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!

• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho.
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área.
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total.
• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo.
• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame.
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

Se prepare para o concurso público


O concurseiro preparado não é aquele que passa o dia todo estudando, mas está com a cabeça nas nuvens, e sim aquele que se
planeja pesquisando sobre o concurso de interesse, conferindo editais e provas anteriores, participando de grupos com enquetes sobre
seu interesse, conversando com pessoas que já foram aprovadas, absorvendo dicas e experiências, e analisando a banca examinadora do
certame.
O Plano de Estudos é essencial na otimização dos estudos, ele deve ser simples, com fácil compreensão e personalizado com sua
rotina, vai ser seu triunfo para aprovação, sendo responsável pelo seu crescimento contínuo.
Além do plano de estudos, é importante ter um Plano de Revisão, ele que irá te ajudar na memorização dos conteúdos estudados até
o dia da prova, evitando a correria para fazer uma revisão de última hora.
Está em dúvida por qual matéria começar a estudar? Vai mais uma dica: comece por Língua Portuguesa, é a matéria com maior
requisição nos concursos, a base para uma boa interpretação, indo bem aqui você estará com um passo dado para ir melhor nas outras
disciplinas.

Vida Social
Sabemos que faz parte algumas abdicações na vida de quem estuda para concursos públicos, mas sempre que possível é importante
conciliar os estudos com os momentos de lazer e bem-estar. A vida de concurseiro é temporária, quem determina o tempo é você,
através da sua dedicação e empenho. Você terá que fazer um esforço para deixar de lado um pouco a vida social intensa, é importante
compreender que quando for aprovado verá que todo o esforço valeu a pena para realização do seu sonho.
Uma boa dica, é fazer exercícios físicos, uma simples corrida por exemplo é capaz de melhorar o funcionamento do Sistema Nervoso
Central, um dos fatores que são chaves para produção de neurônios nas regiões associadas à aprendizagem e memória.
DICA

Motivação
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Caso você não seja aprovado de primeira, é primordial que você PERSISTA, com o tempo você irá adquirir conhecimento e experiência.
Então é preciso se motivar diariamente para seguir a busca da aprovação, algumas orientações importantes para conseguir motivação:
• Procure ler frases motivacionais, são ótimas para lembrar dos seus propósitos;
• Leia sempre os depoimentos dos candidatos aprovados nos concursos públicos;
• Procure estar sempre entrando em contato com os aprovados;
• Escreva o porquê que você deseja ser aprovado no concurso. Quando você sabe seus motivos, isso te da um ânimo maior para seguir
focado, tornando o processo mais prazeroso;
• Saiba o que realmente te impulsiona, o que te motiva. Dessa maneira será mais fácil vencer as adversidades que irão aparecer.
• Procure imaginar você exercendo a função da vaga pleiteada, sentir a emoção da aprovação e ver as pessoas que você gosta felizes
com seu sucesso.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Se você quer aumentar as suas chances
de passar, conheça os nossos materiais, acessando o nosso site: www.apostilasolucao.com.br

Vamos juntos!
ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão E Interpretação De Texto. Tipologia E Gêneros Textuais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2. Figuras De Linguagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3. Significação De Palavras E Expressões. Relações De Sinonímia E De Antonímia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4. Ortografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
5. Acentuação Gráfica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
6. Uso Da Crase. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
7. Morfologia: Classes De Palavras Variáveis E Invariáveis E Seus Empregos No Texto. Locuções Verbais (Perífrases Verbais). Função
Textual Dos Vocábulos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
8. Funções Do “Que” E Do “Se” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
9. Elementos De Comunicação E Funções Da Linguagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
10. Domínio Dos Mecanismos De Coesão Textual: Emprego De Elementos De Referenciação, Substituição E Repetição, De Conectores E De
Outros Elementos De Sequenciação Textual; Emprego De Tempos E Modos Verbais. Domínio Dos Mecanismos De Coerência Textual.
32
11. Reescrita De Frases E Parágrafos Do Texto: Significação Das Palavras; Substituição De Palavras Ou De Trechos De Texto; Reorganização
Da Estrutura De Orações E De Períodos Do Texto; Reescrita De Textos De Diferentes Gêneros E Níveis De Formalidade. . . . . . . . . 33
12. Sintaxe: Relações Sintático-Semânticas Estabelecidas Na Oração E Entre Orações, Períodos Ou Parágrafos (Período Simples E Período
Composto Por Coordenação E Subordinação). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
13. Concordância Verbal E Nominal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
14. Regência Verbal E Nominal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
15. Colocação Pronominal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
16. Emprego Dos Sinais De Pontuação E Sua Função No Texto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
17. Variação Linguística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

Informática
1. COnceitos E Fundamentos Básicos. Conhecimento E Utilização Dos Principais Softwares Utilitários (Compactadores De Arquivos,
Chat, Clientes De E-Mails, Reprodutores De Vídeo, Visualizadores De Imagem, Antivírus). Conceitos Básicos De Hardware (Placa-Mãe,
Memórias, Processadores (Cpu) E Disco De Armazenamento Hds, Cds E Dvds). Periféricos De Computadores . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
2. Identificação E Manipulação De Arquivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
3. Backup De Arquivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4. Ambientes Operacionais: Utilização Dos Sistemas Operacionais Windows 7 E Windows 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
5. Conceitos Básicos Sobre Linux . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
6. Software Livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
7. Utilização De Ferramentas De Texto, Planilha E Apresentação Do Pacote Microsoft Office (Word, Excel E Powerpoint) - Versões 2010,
2013 E 2016 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
8. Utilização De Ferramentas De Texto, Planilha E Apresentação Do Pacote Libreoffice (Writer, Calc E Impress) - Versões 5 E 6 . . . . 130
9. Utilização E Configuração De E-Mail No Microsoft Outlook . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142
10. Conceitos De Tecnologias Relacionadas À Internet E Intranet, Busca E Pesquisa Na Web, Mecanismos De Busca Na Web. Navegadores
De Internet: Internet Explorer, Mozilla Firefox, Google Chrome . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144
11. Segurança Na Internet; Vírus De Computadores; Spyware; Malware; Phishing E Spam . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147
12. Transferência De Arquivos Pela Internet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151

Raciocínio Lógico E Matemático


1. Raciocínio Lógico E Matemático: Resolução De Problemas Envolvendo Frações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157
2. Conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159
3. Porcentagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168
4. Sequências (Com Números, Com Figuras, De Palavras). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
5. Proposições, Conectivos, Equivalência E Implicação Lógica, Argumentos Válidos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 170
ÍNDICE

Legislação
1. Lei Federal Nº 13.303, De 30 De Junho De 2016 (Estatuto Jurídico Da Empresa Pública, Da Sociedade De Economia Mista E De Suas
Subsidiárias) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197
2. Noções Gerais Da Igualdade Racial E De Gênero. Constituição Da República Federativa Do Brasil (Art. 1º, 3º, 4º E 5º) . . . . . . . . . 215
3. Constituição Do Estado Da Bahia, (Cap. Xxiii “Do Negro”) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 222
4. Lei Federal N° 12.288, De 20 De Julho De 2010 (Estatuto Da Igualdade Racial) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 222
5. Lei Estadual Nº 13.182, De 06 De Junho De 2014 (Estatuto Da Igualdade Racial E De Combate A Intolerância Religioso), Regulamentada
Pelo Decreto Estadual Nº 15.353 De 08 De Agosto De 2014 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 228
6. Lei Federal N° 7.716, De 5 De Janeiro De 1989, Alterada Pela Lei Federal N° 9.459 De 13 De Maio De 1997 (Tipificação Dos Crimes
Resultantes De Preconceito De Raça Ou De Cor) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 238
7. Decreto Federal N° 65.810, De 08 De Dezembro De 1969 (Convenção Internacional Sobre A Eliminação De Todas As Formas De
Discriminação Racial) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 239
8. Decreto Federal N° 4.377, De 13 De Setembro De 2002 (Convenção Sobre Eliminação De Todas As Formas De Discriminação Contra A
Mulher) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 244
9. Lei Federal Nº 2.889/56 (Combate Ao Genocídio) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 249
10. Lei Federal N° 7.437, De 20 De Dezembro De 1985 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 250
11. Lei Estadual N° 10.549 De 28 De Dezembro De 2006 (Cria A Secretaria De Promoção Da Igualdade Racial); Alterada Pela Lei Estadual
No 12.212/2011 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 250
12. Lei Federal N° 10.678 De 23 De Maio De 2003 (Cria A Secretaria De Políticas De Promoção Da Igualdade Racial Da Presidência Da
República) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 264
13. Resolução Agersa Nº 002, De 17 De Julho 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 264
14. Lei Nº 14.026 De 15 De Julho De 2020 - Atualiza O Marco Legal Do Saneamento Básico E Altera A Lei Nº 9.984, De 17 De Julho De
2000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 288

Conhecimentos Específicos
Assistente De Saneamento - Agente Administrativo
1. Qualidade No Atendimento Ao Público. Comunicabilidade, Apresentação, Atenção, Cortesia, Interesse, Presteza, Eficiência, Tolerância,
Discrição, Conduta E Objetividade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 305
2. Trabalho Em Equipe. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 313
3. Personalidade E Relacionamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 315
4. Eficácia No Comportamento Interpessoal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 317
5. Fatores Positivos Do Relacionamento. Comportamento Receptivo E Defensivo, Empatia E Compreensão Mútua, Divisão Do Trabalho.
Relações Humanas No Trabalho; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 319
6. Conhecimentos Básicos De Administração. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 320
7. Características Das Organizações Formais: Tipos De Estrutura Organizacional, Natureza, Finalidades E Critérios De
Departamentalização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 326
8. Processo Organizacional: Planejamento, Direção, Comunicação, Controle E Avaliação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 333
9. Comportamento Organizacional: Motivação, Liderança E Desempenho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 339
10. Gestão Da Qualidade; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 351
11. Patrimônio.. Conceito.. Componentes. Variações E Configurações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 369
12. Hierarquia E Autoridade; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 373
13. Conceitos Eficiência, Eficácia E Produtividade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 375
14. Técnicas De Arquivamento: Classificação, Organização, Arquivos Correntes E Protocolo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 381
15. Noções De Cidadania. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 389
16. Noções De Uso E Conservação De Equipamentos De Escritório. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 390
17. Compras Na Administração Pública. Licitações E Contratos (Lei Nº 8.666/1993 E Lei Nº 14.133/2021). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 391
18. Noções Segurança Do Trabalho: Normas Regulamentadoras, Epis E Epcs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 405
LÍNGUA PORTUGUESA

• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens,


COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO. fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra.
TIPOLOGIA E GÊNEROS TEXTUAIS

Compreensão e interpretação de textos


Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo o
seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa habilidade
é essencial e pode ser um diferencial para a realização de uma boa
prova de qualquer área do conhecimento.
Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpretação?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de
forma explícita, aquilo que está na superfície do texto.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tempo
que Jorge era infeliz, devido ao cigarro.
A interpretação é quando você entende o que está implícito,
nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no texto • Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as pa-
ou que faça com que você realize inferências. lavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem verbal
Quando Jorge fumava, ele era infeliz. com a não-verbal.
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas
podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora é feliz.
Percebeu a diferença?

Tipos de Linguagem
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que
facilite a interpretação de textos.
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela
pode ser escrita ou oral.

Além de saber desses conceitos, é importante sabermos iden-


tificar quando um texto é baseado em outro. O nome que damos a
este processo é intertextualidade.

Interpretação de Texto
Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar a
uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada ao su-
bentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir
de um texto.
A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos pré-
vios que cada pessoa possui antes da leitura de um determinado
texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça
uma relação com a informação já possuída, o que leva ao cresci-
mento do conhecimento do leitor, e espera que haja uma aprecia-
ção pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido, afetan-
do de alguma forma o leitor.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO
leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura analíti- O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia
ca e, por fim, uma leitura interpretativa. principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen-
É muito importante que você: tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja,
- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade, esta- você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo
do, país e mundo; significativo, que é o texto.
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um
(e também da estrutura das palavras para dar opiniões); texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações orto- título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre
gráficas, gramaticais e interpretativas; o assunto que será tratado no texto.
- Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais po- Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
lêmicos; que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atra-
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre ído pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas. comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
Dicas para interpretar um texto: pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
– Leia lentamente o texto todo. Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
compreender o sentido global do texto e identificar o seu objetivo. o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
– Releia o texto quantas vezes forem necessárias. cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada pa- estudos?
rágrafo e compreender o desenvolvimento do texto. Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?
– Sublinhe as ideias mais importantes.
Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia CACHORROS
principal e das ideias secundárias do texto.
– Separe fatos de opiniões. Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e mu- seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
tável). zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
– Retorne ao texto sempre que necessário. precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
enunciados das questões. comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
– Reescreva o conteúdo lido. casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, tó- outro e a parceria deu certo.
picos ou esquemas.
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
Além dessas dicas importantes, você também pode grifar pa- sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
lavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu vocabu- to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
lário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo
distração, mas também um aprendizado. do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compre- ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
ensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula nossa mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.
imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nos- As informações que se relacionam com o tema chamamos de
so foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além de subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram,
melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória. ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida-
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias se- de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto
letas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães.
do texto. Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a iden- capaz de identificar o tema do texto!
tificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias
secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explica- Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-
ções, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na -secundarias/
prova.
Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um signi-
ficado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por isso o can-
didato só precisa entendê-la – e não a complementar com algum
valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao texto, e nunca
extrapole a visão dele.

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LÍNGUA PORTUGUESA
IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM Ironia dramática (ou satírica)
TEXTOS VARIADOS A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que
Ironia tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
Ironia  é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar
está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado
com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem). pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé-
A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex- dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con-
pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo
novo sentido, gerando um efeito de humor. da narrativa.
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o
Exemplo: que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem-
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos.

Humor
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare-
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor.
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti-
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor-
rer algo fora do esperado numa situação.
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico;
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente
acessadas como forma de gerar o riso.
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges.

Exemplo:

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-


dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).

Ironia verbal
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
intenção são diferentes.
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível! ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ-
NERO EM QUE SE INSCREVE
Ironia de situação Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja. pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li- com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces- principal. Compreender relações semânticas é uma competência
so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
morte. -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Busca de sentidos Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia-
Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a
os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O
apreensão do conteúdo exposto. tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de-
Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais
citadas ou apresentando novos conceitos. curto.
Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que
espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para
entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não
que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun- é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos
damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas. como horas ou mesmo minutos.

Importância da interpretação Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin-


A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento,
informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter- a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de
pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos imagens.
específicos, aprimora a escrita.
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa- Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre- opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto
sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi- que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con-
ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto, vencer o leitor a concordar com ele.
pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um
sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações.
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apre- Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas
ensão do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não de destaque sobre algum assunto de interesse.
estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira alea-
tória, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido, za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos. crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au- os professores a identificar o nível de alfabetização delas.
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que berdade para quem recebe a informação.
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.
Fato
Diferença entre compreensão e interpretação O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta- uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei-
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.
leitor tira conclusões subjetivas do texto. Exemplo de fato:
A mãe foi viajar.
Gêneros Discursivos
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- Interpretação
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No sas, previmos suas consequências.
romance nós temos uma história central e várias histórias secun- Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
dárias. tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente ças sejam detectáveis.
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso-
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única Exemplos de interpretação:
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
encaminham-se diretamente para um desfecho. tro país.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
do que com a filha.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Opinião Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado
A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras
juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma
que fazemos do fato. pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias con-
Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên- clusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento.
cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião Outro aspecto que merece especial atenção são  os conecto-
pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais. res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais
fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as
Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do perí-
anteriores: odo, e o tópico que o antecede.
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou- Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto
tro país. Ela tomou uma decisão acertada. ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão para a clareza do texto.
do que com a filha. Ela foi egoísta. Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér-
Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião. bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas
Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên- vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro,
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões sem coerência.
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta- Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta-
mos expressando nosso julgamento. tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores.
É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião, Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es-
principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento
analisamos um texto dissertativo. mais direto.

Exemplo: NÍVEIS DE LINGUAGEM


A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando
com o sofrimento da filha. Definição de linguagem
Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos,
Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti-
texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa
ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto. linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com
e o do leitor. o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as
Parágrafo incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua
desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma- e caem em desuso.
do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto
dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela- Língua escrita e língua falada
cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre- A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua
sentada na introdução. falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande
parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e
Embora existam diferentes formas de organização de parágra- ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é
fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís- mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na
ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão
três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem do falante. Nessas situações informais, muitas regras determinadas
a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em pa- pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da li-
rágrafos curtos, é raro haver conclusão. berdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante.

Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz Linguagem popular e linguagem culta
uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lingua-
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo gem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala,
escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja
prova. presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou
valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que
Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e o diálogo é usado para representar a língua falada.
ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possí-
vel usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até
citações de pessoas que tenham autoridade no assunto.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Linguagem Popular ou Coloquial Características principais:
Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase • Os recursos formais mais encontrados são os de valor adje-
sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de lin- tivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função
guagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo caracterizadora.
– erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleo- • Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enu-
nasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação, meração.
que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular • A noção temporal é normalmente estática.
está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas, • Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a defini-
irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na ção.
expressão dos esta dos emocionais etc. • Normalmente aparece dentro de um texto narrativo.
• Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anún-
A Linguagem Culta ou Padrão cio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial.
É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que
se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas ins- Exemplo:
truídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediên- Era uma casa muito engraçada
cia às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem Não tinha teto, não tinha nada
escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, Ninguém podia entrar nela, não
mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas, Porque na casa não tinha chão
conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi- Ninguém podia dormir na rede
cas, noticiários de TV, programas culturais etc. Porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi
Gíria Porque penico não tinha ali
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como Mas era feita com muito esmero
arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam Na rua dos bobos, número zero
a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensa- (Vinícius de Moraes)
gens sejam decodificadas apenas por eles mesmos.
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam TIPO TEXTUAL INJUNTIVO
o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe,
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o
novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e
acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário comportamentos, nas leis jurídicas.
de pequenos grupos ou cair em desuso.
Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”, Características principais:
“mina”, “tipo assim”. • Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com ver-
bos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futuro
Linguagem vulgar do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas).
Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco • Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª
ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc.
há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na
comida”. Exemplo:
Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleito-
Linguagem regional ral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam exprimir-se
Regionalismos são variações geográficas do uso da língua pa- na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou defi-
drão, quanto às construções gramaticais e empregos de certas pala- nitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis, desde
vras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico, que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou
nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino. suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino su-
perior para formação de oficiais.
Tipos e genêros textuais
Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran- Tipo textual expositivo
gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver racio-
como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e cínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de exposição,
explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A dissertação
como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clás- pode ser expositiva ou argumentativa.
sicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um as-
dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos alguns sunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de ma-
exemplos e as principais características de cada um deles. neira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.

Tipo textual descritivo Características principais:


A descrição é uma modalidade de composição textual cujo • Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma • O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, infor-
pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto, mar.
um movimento etc. • Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente.
• Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa
de ponto de vista.

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Apresenta linguagem clara e imparcial. • Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em
prosa, não em verso.
Exemplo:
O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no Exemplo:
questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex- Solidão
pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um de- João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era
terminado tema. o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, só e fe-
Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disserta- liz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se.
ção expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opinativa). Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar certo: ao se uni-
Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as- rem, um tirou do outro a essência da felicidade.
sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente. Nelson S. Oliveira
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossurre-
Tipo textual dissertativo-argumentativo ais/4835684
Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concur-
sos — apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias GÊNEROS TEXTUAIS
apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade, Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes
clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu in- de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um
tuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu pro-
(leitor ou ouvinte). dutor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e exercem
funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais, são pas-
Características principais: síveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preservan-
• Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento do características preponderantes. Vejamos, agora, uma tabela que
e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estraté- apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos textu-
gias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho ais que neles predominam.
de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, exemplo,
enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com su- Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais
gestão/solução).
• Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumentações Descritivo Diário
informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (normalmente Relatos (viagens, históricos, etc.)
nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e Biografia e autobiografia
um caráter de verdade ao que está sendo dito. Notícia
• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modali- Currículo
zações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou Lista de compras
probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados. Cardápio
• Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o de- Anúncios de classificados
senvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se rodeios. Injuntivo Receita culinária
Bula de remédio
Exemplo: Manual de instruções
A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol- Regulamento
vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente Textos prescritivos
administração política (tese), porque a força governamental certa-
mente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negligência Expositivo Seminários
de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metró- Palestras
poles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os Conferências
traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo Entrevistas
dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da popula- Trabalhos acadêmicos
ção, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa: fato- Enciclopédia
-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar Verbetes de dicionários
de mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o Dissertativo-argumentativo Editorial Jornalístico
caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de colaborar com uma Carta de opinião
cobrança efetiva (conclusão). Resenha
Artigo
Tipo textual narrativo Ensaio
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta Monografia, dissertação de
um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lu- mestrado e tese de doutorado
gar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo,
Narrativo Romance
personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo).
Novela
Crônica
Características principais:
Contos de Fada
• O tempo verbal predominante é o passado.
Fábula
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da his-
Lendas
tória – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história –
onisciente).

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LÍNGUA PORTUGUESA
Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da for- As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas
ma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são fluidos, infi- uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a
nitos e mudam de acordo com a demanda social. veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocu-
INTERTEXTUALIDADE tor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o
A  intertextualidade  é um recurso realizado entre textos, ou que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio
seja, é a influência e relação que um estabelece sobre o outro. As- da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur-
sim, determina o fenômeno relacionado ao processo de produção sos de linguagem.
de textos que faz referência (explícita ou implícita) aos elementos Para compreender claramente o que é um argumento, é bom
existentes em outro texto, seja a nível de conteúdo, forma ou de voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa
ambos: forma e conteúdo. obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de
Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, de escolher entre duas ou mais coisas”.
forma que essa relação pode ser estabelecida entre as produções
textuais que apresentem diversas linguagens (visual, auditiva, escri- Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des-
ta), sendo expressa nas artes (literatura, pintura, escultura, música, vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar.
dança, cinema), propagandas publicitárias, programas televisivos, Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas
provérbios, charges, dentre outros. coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, pre-
cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O argu-
Tipos de Intertextualidade mento pode então ser definido como qualquer recurso que torna
• Paródia: perversão do texto anterior que aparece geralmen- uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no
te, em forma de crítica irônica de caráter humorístico. Do grego domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer
(parodès), a palavra “paródia” é formada pelos termos “para” (se- que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pos-
melhante) e “odes” (canto), ou seja, “um canto (poesia) semelhante sível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra.
a outro”. Esse recurso é muito utilizado pelos programas humorís- O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de
ticos. um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o
• Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a enunciador está propondo.
mesma ideia contida no texto original, entretanto, com a utilização Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação.
de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do grego (paraphrasis), O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende
significa a “repetição de uma sentença”. demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das pre-
• Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras e textos cientí- missas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados
ficos. Consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de
alguma relação com o que será discutido no texto. Do grego, o ter- crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadea-
mo “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) mento de premissas e conclusões.
e “graphé” (escrita). Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento:
• Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa produção A é igual a B.
textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem expressa A é igual a C.
entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro autor. Então: C é igual a B.
Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação sem re-
lacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o termo Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
“citação” (citare) significa convocar. que C é igual a A.
• Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros Outro exemplo:
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois Todo ruminante é um mamífero.
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar). A vaca é um ruminante.
• Outras formas de intertextualidade menos discutidas são Logo, a vaca é um mamífero.
o pastiche, o sample, a tradução e a bricolagem.
Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
ARGUMENTAÇÃO também será verdadeira.
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma informa- No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
ção a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem positiva a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-se
de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou inteligente, mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plau-
ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja admitido como sível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais
verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada
o desejo de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um
propõe. banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso, con-
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo fiável. Embora não haja relação necessária entre a solidez de uma
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o instituição bancária e sua antiguidade, esta tem peso argumentati-
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir vo na afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é provável
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo que se creia que um banco mais antigo seja mais confiável do que
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de outro fundado há dois ou três anos.
vista defendidos. Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer as
pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante enten-
der bem como eles funcionam.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso Argumento de Existência
acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o auditó- É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar
rio, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas
mais os argumentos estiverem de acordo com suas crenças, suas provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o ar-
expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório gumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na mão
pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomi- do que dois voando”.
na. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele considera Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais
positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência (fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas concre-
associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos, tas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. Durante
essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o exérci-
não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo to americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. Essa
de um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalori- afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ser
zado numa dada cultura. vista como propagandística. No entanto, quando documentada pela
comparação do número de canhões, de carros de combate, de na-
Tipos de Argumento vios, etc., ganhava credibilidade.
Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a fa- Argumento quase lógico
zer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um argu- É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa
mento. Exemplo: e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios são
chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios lógi-
Argumento de Autoridade cos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias entre os
É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, plausí-
pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber, para veis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “en-
servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse recur- tão A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade lógica.
so produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do produtor Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo”
do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao texto a não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade provável.
garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente
um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e ver- aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que con-
dadeira. Exemplo: correm para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir do
“A imaginação é mais importante do que o conhecimento.” tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se
fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações
ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há conhe-
indevidas.
cimento. Nunca o inverso.
Alex José Periscinoto.
Argumento do Atributo
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2
É aquele que considera melhor o que tem propriedades típi-
cas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais impor-
raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
tante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir a ela,
que é mais grosseiro, etc.
o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Se
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, ce-
um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem
lebridades recomendando prédios residenciais, produtos de beleza,
acreditar que é verdade.
alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o consumidor
Argumento de Quantidade tende a associar o produto anunciado com atributos da celebrida-
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior nú- de.
mero de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento competência linguística. A utilização da variante culta e formal da
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz língua que o produtor do texto conhece a norma linguística social-
largo uso do argumento de quantidade. mente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um texto
em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de
Argumento do Consenso dizer dá confiabilidade ao que se diz.
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saúde
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas manei-
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que o ras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais ade-
objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia de quada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria certa
que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao indiscu- estranheza e não criaria uma imagem de competência do médico:
tível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que não - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, as conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que por bem determinar o internamento do governador pelo período
as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. Ao de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos argu- - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque al-
mentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as frases guns deles são barrapesada, a gente botou o governador no hospi-
carentes de qualquer base científica. tal por três dias.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen- A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão váli-
tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser da, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou pro-
ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunicação posição, e o interlocutor pode questionar cada passo do raciocínio
deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda ser, um empregado na argumentação. A persuasão não válida apoia-se em
texto tem sempre uma orientação argumentativa. argumentos subjetivos, apelos subliminares, chantagens sentimen-
A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante tais, com o emprego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mí-
traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um mica e até o choro.
homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades,
ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza. expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a fa-
O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto vor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresen-
dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos episó- ta dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos
dios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e não dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma
outras, etc. Veja: “tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta-
“O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras troca- ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse
vam abraços afetuosos.” ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, de-
bate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, a
O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade
e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar
fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até, um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos fun-
que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada. damentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de vista.
Além dos defeitos de argumentação mencionados quando tra- Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude argu-
tamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros: mentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de dis-
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão am- curso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia.
plo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu contrá- Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
rio. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, pode ser é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e
usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras podem ter valor seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas ve-
positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas zes, a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre,
de valor negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente, essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício para
injustiça, corrupção). aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol-
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por ver as seguintes habilidades:
um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são - argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição total-
o argumento. mente contrária;
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do con- - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os
texto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresenta-
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por ria contra a argumentação proposta;
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite - refutação: argumentos e razões contra a argumentação opos-
que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido, ta.
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir
outros à sua dependência política e econômica”. A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, ar-
gumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situa- válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
ção concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvi- não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
dos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de
o assunto, etc). sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno em ques-
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com mani- tão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade.
festações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo men- Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o mé-
tir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas feitas todo de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que parte do
(como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é evidente, simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência são a mes-
afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto, ma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a conclusões
sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em partes, co-
construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas quali- meçando-se pelas proposições mais simples até alcançar, por meio
dades não se prometem, manifestam-se na ação. de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana,
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, ordenar
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os seus elementos
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. e determinar o lugar de cada um no conjunto da dedução.
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. Ar- regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
gumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações para che- série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
gar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é um processo da verdade:
de convencimento, por meio da argumentação, no qual procura-se - evidência;
convencer os outros, de modo a influenciar seu pensamento e seu - divisão ou análise;
comportamento. - ordem ou dedução;

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LÍNGUA PORTUGUESA
- enumeração. Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular)
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades.
A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral
e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o – conclusão falsa)
encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
A forma de argumentação mais empregada na redação acadê- Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão
mica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas, que pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são pro-
contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e a con- fessores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Reden-
clusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, que a con- tor. Comete-se erro quando se faz generalizações apressadas ou
clusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A premissa infundadas. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise
maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não superficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, base-
caracteriza a universalidade. ados nos sentimentos não ditados pela razão.
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução (silo- Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não fundamen-
gística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai do tais, que contribuem para a descoberta ou comprovação da verda-
particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo é o de: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, existem
silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se em outros métodos particulares de algumas ciências, que adaptam os
uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva à processos de dedução e indução à natureza de uma realidade par-
conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, de ticular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu método próprio
verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação de demonstrativo, comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a
fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa para classificação a definição são chamadas métodos sistemáticos, por-
o efeito. Exemplo: que pela organização e ordenação das ideias visam sistematizar a
pesquisa.
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal) Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados;
Fulano é homem (premissa menor = particular) a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para o
Logo, Fulano é mortal (conclusão) todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma de-
pende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto a
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseia- síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém,
se em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém
caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, par- reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu
te de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconheci- o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria
dos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo: todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combina-
O calor dilata o ferro (particular) das, seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então,
O calor dilata o bronze (particular) o relógio estaria reconstruído.
O calor dilata o cobre (particular) Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo por
O ferro, o bronze, o cobre são metais meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num con-
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) junto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a análise,
que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma decompo-
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido sição organizada, é preciso saber como dividir o todo em partes. As
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas operações que se realizam na análise e na síntese podem ser assim
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fatos, relacionadas:
pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma conclu- Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
são falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição inexata, Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa analogia são
algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe má fé, intenção A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o sofisma não tem a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação
essas intenções propositais, costuma-se chamar esse processo de de abordagens possíveis. A síntese também é importante na esco-
argumentação de paralogismo. Encontra-se um exemplo simples de lha dos elementos que farão parte do texto.
sofisma no seguinte diálogo: Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou in-
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? formal. A análise formal pode ser científica ou experimental; é ca-
- Lógico, concordo. racterística das ciências matemáticas, físico-naturais e experimen-
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? tais. A análise informal é racional ou total, consiste em “discernir”
- Claro que não! por vários atos distintos da atenção os elementos constitutivos de
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou fenômeno.
A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabe-
Exemplos de sofismas: lece as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
Dedução confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
Todo professor tem um diploma (geral, universal) análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
Fulano tem um diploma (particular) Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenôme-
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) nos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais,
a classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou
Indução menos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (parti- são empregados de modo mais ou menos convencional.
cular)

17
LÍNGUA PORTUGUESA
A classificação, no reino animal, em ramos, classes, ordens, su- É muito comum formular definições de maneira defeituosa,
bordens, gêneros e espécies, é um exemplo de classificação natural, por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em par-
pelas características comuns e diferenciadoras. A classificação dos tes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando é
variados itens integrantes de uma lista mais ou menos caótica é ar- advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é
tificial. forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importan-
te é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973,
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão, p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”.
canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio, Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos:
sabiá, torradeira. - o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em
Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá. que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está
Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo. realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta
Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira. ou instalação”;
Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus. - o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito
Os elementos desta lista foram classificados por ordem alfabé- para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade;
tica e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer critérios de - deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade,
classificação das ideias e argumentos, pela ordem de importância, é definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”;
uma habilidade indispensável para elaborar o desenvolvimento de - deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui
uma redação. Tanto faz que a ordem seja crescente, do fato mais definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem”
importante para o menos importante, ou decrescente, primeiro não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);
o menos importante e, no final, o impacto do mais importante; é - deve ser breve (contida num só período). Quando a definição,
indispensável que haja uma lógica na classificação. A elaboração ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos
do plano compreende a classificação das partes e subdivisões, ou ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição expan-
seja, os elementos do plano devem obedecer a uma hierarquização. dida;d
(Garcia, 1973, p. 302304.) - deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) +
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na in- cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as
trodução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para expres- diferenças).
sar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara e racio-
nalmente as posições assumidas e os argumentos que as justificam. As definições dos dicionários de língua são feitas por meio de
É muito importante deixar claro o campo da discussão e a posição paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística que
adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também os pontos consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a pala-
de vista sobre ele. vra e seus significados.
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lingua- A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. Sem-
gem e consiste na enumeração das qualidades próprias de uma pre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira e
ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento conforme a necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
espécie a que pertence, demonstra: a característica que o diferen- com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional do
cia dos outros elementos dessa mesma espécie. mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma funda-
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição mentação coerente e adequada.
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. A Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica clás-
definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às pa- sica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julgamento
lavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e pode reco-
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica nhecer-se facilmente seus elementos e suas relações; outras vezes,
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: as premissas e as conclusões organizam-se de modo livre, mistu-
- o termo a ser definido; rando-se na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender a
- o gênero ou espécie; reconhecer os elementos que constituem um argumento: premis-
- a diferença específica. sas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar se tais elementos
são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar se o argumento está
O que distingue o termo definido de outros elementos da mes- expresso corretamente; se há coerência e adequação entre seus
ma espécie. Exemplo: elementos, ou se há contradição. Para isso é que se aprende os pro-
cessos de raciocínio por dedução e por indução. Admitindo-se que
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: raciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um tipo espe-
cífico de relação entre as premissas e a conclusão.
Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Elemento especie diferença Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
a ser definidoespecífica de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns nes-
se tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de maior
relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, acompa-
nhados de expressões: considerando os dados; conforme os dados
apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de
causas e consequências, usando-se comumente as expressões: por-
que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa de, em
virtude de, em vista de, por motivo de.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é expli- dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra-
car ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar -argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-ar-
esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpreta- gumentação:
ção. Na explicitação por definição, empregamse expressões como: Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demonstran-
quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista, do o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a contraargu-
ou melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme, mentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o cordeiro”;
segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses
entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga ver-
interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece, dadeira;
assim, desse ponto de vista. Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à opi-
Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de nião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a universali-
elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração dade da afirmação;
de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: consis-
frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, de- te em refutar um argumento empregando os testemunhos de auto-
pois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, de- ridade que contrariam a afirmação apresentada;
pois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente, Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em de-
respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de sautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador baseou-se
espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí, em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou inconsequentes.
além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por meio de dados
interior, nas grandes cidades, no sul, no leste... estatísticos, que “o controle demográfico produz o desenvolvimen-
Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de to”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se em
se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar uma uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Para contra-
ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da mesma argumentar, propõese uma relação inversa: “o desenvolvimento é
forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. Para esta- que gera o controle demográfico”.
belecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, menos Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para
que, melhor que, pior que. desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas ao
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em segui-
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se: da, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados para a
elaboração de um Plano de Redação.
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade
reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma afir-
Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
mação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a credi-
tecnológica
bilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais no
- Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao fazer
a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da respos-
uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos na li-
ta, justificar, criando um argumento básico;
nha de raciocínio que ele considera mais adequada para explicar ou
- Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tem mais
construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
caráter confirmatório que comprobatório. que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam expli- (rever tipos de argumentação);
cação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido por - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. Nesse que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias po-
caso, incluem-se dem ser listadas livremente ou organizadas como causa e consequ-
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem, ência);
mortal, aspira à imortalidade); - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos postula- argumento básico;
dos e axiomas); - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de nature- poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se em
za subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria razão argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do argu-
desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto não se mento básico;
discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda que - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma se-
parece absurdo). quência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo às
partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de menos a seguinte:
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados con-
cretos, estatísticos ou documentais. Introdução
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação se - função social da ciência e da tecnologia;
realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: cau- - definições de ciência e tecnologia;
sa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência. - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações,
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opini- Desenvolvimento
ões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada, - apresentação de aspectos positivos e negativos do desenvol-
e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que ex- vimento tecnológico;
presse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na - como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade condições de vida no mundo atual;

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LÍNGUA PORTUGUESA
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologica- Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será transmi-
mente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países sub- tida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história é contada
desenvolvidos; por mais de um ser fictício, a transição do ponto de vista de um para
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social; outro deve ser bem clara, para que quem estiver acompanhando a
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do pas- leitura não fique confuso.
sado; apontar semelhanças e diferenças;
- analisar as condições atuais de vida nos grandes centros ur-
banos; FIGURAS DE LINGUAGEM
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar
mais a sociedade. Figuras de Linguagem
As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para
Conclusão valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um re-
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/consequ- curso linguístico para expressar de formas diferentes experiências
ências maléficas; comuns, conferindo originalidade, emotividade ao discurso, ou tor-
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos nando-o poético.
apresentados.
As figuras de linguagem classificam-se em
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de reda- - figuras de palavra;
ção: é um dos possíveis. - figuras de pensamento;
Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece - figuras de construção ou sintaxe.
entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida- Figuras de palavra: emprego de um termo com sentido dife-
de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis- rente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conse-
tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções guir um efeito mais expressivo na comunicação.
diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela
é inserida. Metáfora: comparação abreviada, que dispensa o uso dos co-
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, nectivos comparativos; é uma comparação subjetiva. Normalmente
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários. vem com o verbo de ligação claro ou subentendido na frase.
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a Exemplos
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, ...a vida é cigana
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois É caravana
textos caracterizada por um citar o outro. É pedra de gelo ao sol.
(Geraldo Azevedo/ Alceu Valença)
PONTO DE VISTA
O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes Encarnado e azul são as cores do meu desejo.
sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos de (Carlos Drummond de Andrade)
vista diferentes. É considerado o elemento da narração que com-
preende a perspectiva através da qual se conta a história. Trata-se Comparação: aproxima dois elementos que se identificam,
da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar de existir ligados por conectivos comparativos explícitos: como, tal qual, tal
diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma narrativa, con- como, que, que nem. Também alguns verbos estabelecem a com-
sidera-se dois pontos de vista como fundamentais: O narrador-ob- paração: parecer, assemelhar-se e outros.
servador e o narrador-personagem.
Exemplo:
Primeira pessoa Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol, quando
Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto você entrou em mim como um sol no quintal.
de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos (Belchior)
o livro com a sensação de termos a visão do personagem poden- Catacrese: emprego de um termo em lugar de outro para o
do também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma qual não existe uma designação apropriada.
leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas
vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e Exemplos
só descobrimos ao decorrer da história. – folha de papel
– braço de poltrona
Segunda pessoa – céu da boca
O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um diá- – pé da montanha
logo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se sinta
quase como outro personagem que participa da história. Sinestesia: fusão harmônica de, no mínimo, dois dos cinco sen-
tidos físicos.
Terceira pessoa
Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas obser- Exemplo:
vasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa em Vem da sala de linotipos a doce (gustativa) música (auditiva)
primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como al- mecânica.
guém que estivesse apenas contando o que cada personagem disse. (Carlos Drummond de Andrade)

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LÍNGUA PORTUGUESA
A fusão de sensações físicas e psicológicas também é sineste- Exemplo:
sia: “ódio amargo”, “alegria ruidosa”, “paixão luminosa”, “indiferen- Vai o ouvido apurado
ça gelada”. na trama do rumor suas nervuras
inseto múltiplo reunido
Antonomásia: substitui um nome próprio por uma qualidade, para compor o zanzineio surdo
atributo ou circunstância que individualiza o ser e notabiliza-o. circular opressivo
zunzin de mil zonzons zoando em meio à pasta de calor
Exemplos da noite em branco
O filósofo de Genebra (= Calvino). (Carlos Drummond de Andrade)
O águia de Haia (= Rui Barbosa).
Observação: verbos que exprimem os sons são considerados
Metonímia: troca de uma palavra por outra, de tal forma que onomatopaicos, como cacarejar, tiquetaquear, miar etc.
a palavra empregada lembra, sugere e retoma a que foi omitida.
Figuras de sintaxe ou de construção: dizem respeito a desvios
Exemplos: em relação à concordância entre os termos da oração, sua ordem,
Leio Graciliano Ramos. (livros, obras) possíveis repetições ou omissões.
Comprei um panamá. (chapéu de Panamá)
Tomei um Danone. (iogurte) Podem ser formadas por:
omissão: assíndeto, elipse e zeugma;
Alguns autores, em vez de metonímia, classificam como siné- repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
doque quando se têm a parte pelo todo e o singular pelo plural. inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;
ruptura: anacoluto;
Exemplo: concordância ideológica: silepse.
A cidade inteira viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro
sumir de ladrão, fugindo nos cascos de seu cavalo. (singular pelo Anáfora: repetição da mesma palavra no início de um período,
plural) frase ou verso.
(José Cândido de Carvalho)
Exemplo:
Dentro do tempo o universo
Figuras Sonoras [na imensidão.
Aliteração: repetição do mesmo fonema consonantal, geral- Dentro do sol o calor peculiar
mente em posição inicial da palavra. [do verão.
Dentro da vida uma vida me
Exemplo: [conta uma estória que fala
Vozes veladas veludosas vozes volúpias dos violões, vozes ve- [de mim.
ladas. Dentro de nós os mistérios
(Cruz e Sousa) [do espaço sem fim!
(Toquinho/Mutinho)
Assonância: repetição do mesmo fonema vocal ao longo de um
verso ou poesia. Assíndeto: ocorre quando orações ou palavras que deveriam
vir ligadas por conjunções coordenativas aparecem separadas por
Exemplo: vírgulas.
Sou Ana, da cama,
da cana, fulana, bacana Exemplo:
Sou Ana de Amsterdam. Não nos movemos, as mãos é
(Chico Buarque) que se estenderam pouco a
pouco, todas quatro, pegando-se,
Paronomásia: Emprego de vocábulos semelhantes na forma ou apertando-se, fundindo-se.
na prosódia, mas diferentes no sentido. (Machado de Assis)
Polissíndeto: repetição intencional de uma conjunção coorde-
Exemplo: nativa mais vezes do que exige a norma gramatical.
Berro pelo aterro pelo desterro berro por seu berro pelo seu
[erro Exemplo:
quero que você ganhe que Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem
[você me apanhe tuge, nem muge.
sou o seu bezerro gritando (Rubem Braga)
[mamãe.
(Caetano Veloso) Pleonasmo: repetição de uma ideia já sugerida ou de um ter-
mo já expresso.
Onomatopeia: imitação aproximada de um ruído ou som pro-
duzido por seres animados e inanimados. Pleonasmo literário: recurso estilístico que enriquece a expres-
são, dando ênfase à mensagem.

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Exemplos: Hipálage: inversão da posição do adjetivo (uma qualidade que
Não os venci. Venceram-me pertence a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase).
eles a mim.
(Rui Barbosa) Exemplo:
...em cada olho um grito castanho de ódio.
Morrerás morte vil na mão de um forte. (Dalton Trevisan)
(Gonçalves Dias) ...em cada olho castanho um grito de ódio)

Pleonasmo vicioso: Frequente na linguagem informal, cotidia- Silepse:


na, considerado vício de linguagem. Deve ser evitado.
Silepse de gênero: Não há concordância de gênero do adjetivo
Exemplos: ou pronome com a pessoa a que se refere.
Ouvir com os ouvidos.
Rolar escadas abaixo. Exemplos:
Colaborar juntos. Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho...
Hemorragia de sangue. (Rachel de Queiroz)
Repetir de novo.
V. Ex.a parece magoado...
Elipse: Supressão de uma ou mais palavras facilmente suben- (Carlos Drummond de Andrade)
tendidas na frase. Geralmente essas palavras são pronomes, con-
junções, preposições e verbos. Silepse de pessoa: Não há concordância da pessoa verbal com
o sujeito da oração.
Exemplos:
Compareci ao Congresso. (eu) Exemplos:
Espero venhas logo. (eu, que, tu) Os dois ora estais reunidos...
Ele dormiu duas horas. (durante) (Carlos Drummond de Andrade)
No mar, tanta tormenta e tanto dano. (verbo Haver)
(Camões) Na noite do dia seguinte, estávamos reunidos algumas pessoas.
(Machado de Assis)
Zeugma: Consiste na omissão de palavras já expressas anterior-
mente. Silepse de número: Não há concordância do número verbal
com o sujeito da oração.
Exemplos:
Foi saqueada a vila, e assassina dos os partidários dos Filipes. Exemplo:
(Camilo Castelo Branco) Corria gente de todos os lados, e gritavam.
(Mário Barreto)
Rubião fez um gesto, Palha outro: mas quão diferentes.
(Machado de Assis)
SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS E EXPRESSÕES.
Hipérbato ou inversão: alteração da ordem direta dos elemen- RELAÇÕES DE SINONÍMIA E DE ANTONÍMIA
tos na frase.
Significação de palavras
Exemplos: As palavras podem ter diversos sentidos em uma comunicação.
Passeiam, à tarde, as belas na avenida. E isso também é estudado pela Gramática Normativa: quem cuida
(Carlos Drummond de Andrade) dessa parte é a Semântica, que se preocupa, justamente, com os
significados das palavras. Veremos, então, cada um dos conteúdos
Paciência tenho eu tido... que compõem este estudo.
(Antônio Nobre)
Antônimo e Sinônimo
Começaremos por esses dois, que já são famosos.
Anacoluto: interrupção do plano sintático com que se inicia a
frase, alterando a sequência do processo lógico. A construção do O Antônimo são palavras que têm sentidos opostos a outras.
período deixa um ou mais termos desprendidos dos demais e sem Por exemplo, felicidade é o antônimo de tristeza, porque o signi-
função sintática definida. ficado de uma é o oposto da outra. Da mesma forma ocorre com
homem que é antônimo de mulher.
Exemplos:
E o desgraçado, tremiam-lhe as pernas. Já o sinônimo são palavras que têm sentidos aproximados e
(Manuel Bandeira) que podem, inclusive, substituir a outra. O uso de sinônimos é mui-
to importante para produções textuais, porque evita que você fi-
Aquela mina de ouro, ela não ia deixar que outras espertas bo- que repetindo a mesma palavra várias vezes. Utilizando os mesmos
tassem as mãos. exemplos, para ficar claro: felicidade é sinônimo de alegria/conten-
(José Lins do Rego) tamento e homem é sinônimo de macho/varão.

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Hipônimos e Hiperônimos
Estes conceitos são simples de entender: o hipônimo designa uma palavra de sentido mais específico, enquanto que o hiperônimo
designa uma palavra de sentido mais genérico. Por exemplo, cachorro e gato são hipônimos, pois têm sentido específico. E animais domés-
ticos é uma expressão hiperônima, pois indica um sentido mais genérico de animais. Atenção: não confunda hiperônimo com substantivo
coletivo. Hiperônimos estão no ramo dos sentidos das palavras, beleza?!?!

Outros conceitos que agem diretamente no sentido das palavras são os seguintes:

Conotação e Denotação
Observe as frases:
Amo pepino na salada.
Tenho um pepino para resolver.

As duas frases têm uma palavra em comum: pepino. Mas essa palavra tem o mesmo sentido nos dois enunciados? Isso mesmo, não!
Na primeira frase, pepino está no sentido denotativo, ou seja, a palavra está sendo usada no sentido próprio, comum, dicionarizado.
Já na segunda frase, a mesma palavra está no sentindo conotativo, pois ela está sendo usada no sentido figurado e depende do con-
texto para ser entendida.
Para facilitar: denotativo começa com D de dicionário e conotativo começa com C de contexto.

Por fim, vamos tratar de um recurso muito usado em propagandas:

Ambiguidade
Observe a propaganda abaixo:

https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambiguidade-na-propaganda/

Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção. Podemos interpretar que os móveis não durarão no estoque da loja, por
estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato, não têm qualidade e, por isso, terão vida útil curta.
Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é justamente a duplicidade de sentidos que podem haver em uma palavra,
frase ou textos inteiros.

ORTOGRAFIA

ORTOGRAFIA OFICIAL
• Mudanças no alfabeto: O alfabeto tem 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y.
O alfabeto completo é o seguinte: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
• Trema: Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui,
que, qui.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Regras de acentuação 2. Prefixo terminado em consoante:
– Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das – Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-
palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima -bibliotecário.
sílaba) – Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, su-
persônico.
– Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.
Como era Como fica
alcatéia alcateia Observações:
apóia apoia • Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra
iniciada por r: sub-região, sub-raça. Palavras iniciadas por h perdem
apóio apoio essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de pala-
Atenção: essa regra só vale para as paroxítonas. As oxítonas vra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano.
continuam com acento: Ex.: papéis, herói, heróis, troféu, troféus. • O prefixo co aglutina-se, em geral, com o segundo elemento,
mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, coope-
– Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no rar, cooperação, cooptar, coocupante.
u tônicos quando vierem depois de um ditongo. • Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-al-
mirante.
Como era Como fica • Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam
a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva,
baiúca baiuca pontapé, paraquedas, paraquedista.
bocaiúva bocaiuva • Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró,
usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar,
Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.
posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos:
tuiuiú, tuiuiús, Piauí. Viu? Tudo muito tranquilo. Certeza que você já está dominando
muita coisa. Mas não podemos parar, não é mesmo?!?! Por isso
– Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem vamos passar para mais um ponto importante.
e ôo(s).
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Como era Como fica
abençôo abençoo Acentuação é o modo de proferir um som ou grupo de sons
crêem creem com mais relevo do que outros. Os sinais diacríticos servem para
indicar, dentre outros aspectos, a pronúncia correta das palavras.
Vejamos um por um:
– Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/
para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.
Acento agudo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
aberto.
Atenção:
Já cursei a Faculdade de História.
• Permanece o acento diferencial em pôde/pode.
Acento circunflexo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
• Permanece o acento diferencial em pôr/por.
fechado.
• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural
Meu avô e meus três tios ainda são vivos.
dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter,
Acento grave: marca o fenômeno da crase (estudaremos este
reter, conter, convir, intervir, advir etc.).
caso afundo mais à frente).
• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as
Sou leal à mulher da minha vida.
palavras forma/fôrma.
As palavras podem ser:
Uso de hífen
– Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu-
Regra básica:
-já, ra-paz, u-ru-bu...)
Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-ho-
– Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa,
mem.
sa-bo-ne-te, ré-gua...)
– Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima
Outros casos
(sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…)
1. Prefixo terminado em vogal:
– Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.
As regras de acentuação das palavras são simples. Vejamos:
– Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto,
• São acentuadas todas as palavras proparoxítonas (médico,
semicírculo.
íamos, Ângela, sânscrito, fôssemos...)
– Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracis-
• São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em L, N,
mo, antissocial, ultrassom.
R, X, I(S), US, UM, UNS, OS, ÃO(S), Ã(S), EI(S) (amável, elétron, éter,
– Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-on-
fênix, júri, oásis, ônus, fórum, órfão...)
das.
• São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em A(S),
E(S), O(S), EM, ENS, ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S) (xarás, convéns, robô, Jô, céu,
dói, coronéis...)

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LÍNGUA PORTUGUESA
• São acentuados os hiatos I e U, quando precedidos de vogais
(aí, faísca, baú, juízo, Luísa...) MORFOLOGIA: CLASSES DE PALAVRAS VARIÁVEIS
E INVARIÁVEIS E SEUS EMPREGOS NO TEXTO.
Viu que não é nenhum bicho de sete cabeças? Agora é só trei- LOCUÇÕES VERBAIS (PERÍFRASES VERBAIS). EMPREGO
nar e fixar as regras. DE TEMPOS E MODOS VERBAIS. FUNÇÃO TEXTUAL
DOS VOCÁBULOS

USO DA CRASE CLASSES DE PALAVRAS

A crase é a fusão de duas vogais idênticas. A primeira vogal a Substantivo


é uma preposição, a segunda vogal a é um artigo ou um pronome São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou imagi-
demonstrativo. nários (pessoas, animais, objetos), lugares, qualidades, ações e sen-
a (preposição) + a(s) (artigo) = à(s) timentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata. 

• Devemos usar crase: Classificação dos substantivos


– Antes palavras femininas:
Iremos à festa amanhã SUBSTANTIVO SIMPLES: Olhos/água/
Mediante à situação. apresentam um só radical em muro/quintal/caderno/
O Governo visa à resolução do problema. sua estrutura. macaco/sabão
– Locução prepositiva implícita “à moda de, à maneira de” SUBSTANTIVOS COMPOSTOS: Macacos-prego/
Devido à regra, o acento grave é obrigatoriamente usado nas são formados por mais de um porta-voz/
locuções prepositivas com núcleo feminino iniciadas por a: radical em sua estrutura. pé-de-moleque
Os frangos eram feitos à moda da casa imperial. SUBSTANTIVOS PRIMITIVOS: Casa/
Às vezes, porém, a locução vem implícita antes de substanti- são os que dão origem a mundo/
vos masculinos, o que pode fazer você pensar que não rola a crase. outras palavras, ou seja, ela é população
Mas... há crase, sim! a primeira. /formiga
Depois da indigestão, farei uma poesia à Drummond, vestir-
-me-ei à Versace e entregá-la-ei à tímida aniversariante. SUBSTANTIVOS DERIVADOS: Caseiro/mundano/
são formados por outros populacional/formigueiro
– Expressões fixas radicais da língua.
Existem algumas expressões em que sempre haverá o uso de SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS: Rodrigo
crase: designa determinado ser /Brasil
à vela, à lenha, à toa, à vista, à la carte, à queima-roupa, à von- entre outros da mesma /Belo Horizonte/Estátua da
tade, à venda, à mão armada, à beça, à noite, à tarde, às vezes, às espécie. São sempre iniciados Liberdade
pressas, à primeira vista, à hora certa, àquela hora, à esquerda, à por letra maiúscula.
direita, à vontade, às avessas, às claras, às escuras, à mão, às escon-
SUBSTANTIVOS COMUNS: biscoitos/ruídos/estrelas/
didas, à medida que, à proporção que.
referem-se qualquer ser de cachorro/prima
• NUNCA devemos usar crase:
uma mesma espécie.
– Antes de substantivos masculinos:
Andou a cavalo pela cidadezinha, mas preferiria ter andado a SUBSTANTIVOS CONCRETOS: Leão/corrente
pé. nomeiam seres com existência /estrelas/fadas
própria. Esses seres podem /lobisomem
– Antes de substantivo (masculino ou feminino, singular ou ser animadoso ou inanimados, /saci-pererê
plural) usado em sentido generalizador: reais ou imaginários.
Depois do trauma, nunca mais foi a festas. SUBSTANTIVOS ABSTRATOS: Mistério/
Não foi feita menção a mulher, nem a criança, tampouco a ho- nomeiam ações, estados, bondade/
mem. qualidades e sentimentos que confiança/
não tem existência própria, ou lembrança/
– Antes de artigo indefinido “uma” seja, só existem em função de amor/
Iremos a uma reunião muito importante no domingo. um ser. alegria
– Antes de pronomes SUBSTANTIVOS COLETIVOS: Elenco (de atores)/
Obs.: A crase antes de pronomes possessivos é facultativa. referem-se a um conjunto acervo (de obras artísticas)/
de seres da mesma espécie, buquê (de flores)
Fizemos referência a Vossa Excelência, não a ela. mesmo quando empregado
A quem vocês se reportaram no Plenário? no singular e constituem um
Assisto a toda peça de teatro no RJ, afinal, sou um crítico. substantivo comum.
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
– Antes de verbos no infinitivo QUE NÃO ESTÃO AQUI!
A partir de hoje serei um pai melhor, pois voltei a trabalhar.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Flexão dos Substantivos
• Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: masculino e feminino. E no caso dos substantivos podem ser biformes ou uni-
formes
– Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta uma forma para o masculino e uma para o feminino: tigre/tigresa, o pre-
sidente/a presidenta, o maestro/a maestrina
– Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma única forma para o masculino e o feminino. Os uniformes dividem-se em
epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros.
a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invariáveis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/pulga fêmea, palmeira ma-
cho/palmeira fêmea.
b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo contexto que aparecem que se determina o gênero: a criança (o criança), a tes-
temunha (o testemunha), o individuo (a individua).
c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma tanto para o masculino quanto para o feminino: o/a turista, o/a agente, o/a
estudante, o/a colega.
• Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais de 1).
– Singular: anzol, tórax, próton, casa.
– Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas.

• Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau diminutivo.


– Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra.
– Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme.
– Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha
– Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula. 

Adjetivo
É a palavra variável que especifica e caracteriza o substantivo: imprensa livre, favela ocupada. Locução adjetiva é expressão composta
por substantivo (ou advérbio) ligado a outro substantivo por preposição com o mesmo valor e a mesma função que um adjetivo: golpe de
mestre (golpe magistral), jornal da tarde (jornal vespertino).

Flexão do Adjetivos
• Gênero:
– Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o feminino: homem feliz, mulher feliz.
– Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro japonês/ indústria japo-
nesa, aluno chorão/ aluna chorona. 

• Número:
– Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de número que os substantivos: sábio/ sábios, namorador/ namoradores,
japonês/ japoneses.
– Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos da cor de chumbo.

• Grau:
– Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso quanto o seu.
– Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosíssimo.
– Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito famoso.
– Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o mais famoso de todos.
– Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é menos famoso de todos.

Artigo
É uma palavra variável em gênero e número que antecede o substantivo, determinando de modo particular ou genérico.
• Classificação e Flexão do Artigos
– Artigos Definidos: o, a, os, as.
O menino carregava o brinquedo em suas costas.
As meninas brincavam com as bonecas.
– Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas.
Um menino carregava um brinquedo.
Umas meninas brincavam com umas bonecas.

Numeral
É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam numa série.
• Classificação dos Numerais
– Cardinais: indicam número ou quantidade:
Trezentos e vinte moradores.
– Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência:

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LÍNGUA PORTUGUESA
Quinto ano. Primeiro lugar.
– Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é multiplicada:
O quíntuplo do preço.
– Fracionários: indicam a parte de um todo:
Dois terços dos alunos foram embora.

Pronome
É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam, indicando a pessoa do discurso.
• Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em uma conversa. Eles indicam as três pessoas do discurso.

Pronomes Retos Pronomes Oblíquos


Pessoas do Discurso
Função Subjetiva Função Objetiva
1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
3º pessoa do singular Ele, ela,  Se, si, consigo, lhe, o, a
1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
3º pessoa do plural Eles, elas Se, si, consigo, lhes, os, as

• Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pessoas, normalmente, em situações formais de comunicação.

Pronomes de Tratamento Emprego


Você Utilizado em situações informais.
Senhor (es) e Senhora (s) Tratamento para pessoas mais velhas.
Vossa Excelência Usados para pessoas com alta autoridade
Vossa Magnificência Usados para os reitores das Universidades.
Vossa Senhoria Empregado nas correspondências e textos escritos.
Vossa Majestade Utilizado para Reis e Rainhas
Vossa Alteza Utilizado para príncipes, princesas, duques.
Vossa Santidade Utilizado para o Papa
Vossa Eminência Usado para Cardeais.
Vossa Reverendíssima Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral.

• Pronomes Possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.

Pessoa do Discurso Pronome Possessivo


1º pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
2º pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
3º pessoa do singular seu, sua, seus, suas
1º pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas
2º pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas
3º pessoa do plural Seu, sua, seus, suas

• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no tempo
ou no espaço.

Pronomes Demonstrativos Singular Plural


Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas
Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e invariáveis (não variam em gênero e número).

Classificação Pronomes Indefinidos


algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, muita, muitos, muitas, pouco,
pouca, poucos, poucas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros, outras, certo, certa, certos, certas, vário, vá-
Variáveis
ria, vários, várias, tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas, qualquer, quaisquer, qual, quais,
um, uma, uns, umas.
Invariáveis quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada.

• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis utilizadas para formular perguntas diretas e indiretas.

Classificação Pronomes Interrogativos


Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
Invariáveis quem, que.

• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anteriormente na oração, evitando sua repetição.  Eles também podem ser
variáveis e invariáveis.

Classificação Pronomes Relativos


Variáveis o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
Invariáveis quem, que, onde.

Verbos
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos meteorológicos, sempre em relação ao um determinado tempo.

• Flexão verbal
Os verbos podem ser flexionados de algumas formas.
– Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. O modo é dividido
em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza, subjetividade) e imperativo (ordem, pedido).
– Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo. Existem três tempos no modo indicativo: presente,
passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito) e futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo, são três: presente, pre-
térito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural.
– Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa (ele amou, eles amaram).

• Formas nominais do verbo


Os verbos têm três formas nominais, ou seja, formas que exercem a função de nomes (normalmente, substantivos). São elas infinitivo
(terminado em -R), gerúndio (terminado em –NDO) e particípio (terminado em –DA/DO).

• Voz verbal
É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou reflexiva.
– Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação praticada pelo
sujeito. Veja:
João pulou da cama atrasado
– Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas recebe a ação. A voz passiva pode ser analítica ou sintética. A voz passiva
analítica é formada por:
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) + verbo principal da ação conjugado no particípio + preposição por/
pelo/de + agente da passiva.
A casa foi aspirada pelos rapazes

A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva pronominal (devido ao uso do pronome se) é formada por:
Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plural) + pronome apassivador «se» + sujeito paciente.
Aluga-se apartamento.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Advérbio
É a palavra invariável que modifica o verbo, adjetivo, outro advérbio ou a oração inteira, expressando uma determinada circunstância.
As circunstâncias dos advérbios podem ser:
– Tempo: ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, amanhã, tarde, sempre, nunca, quando, jamais, ontem, anteontem, breve-
mente, atualmente, à noite, no meio da noite, antes do meio-dia, à tarde, de manhã, às vezes, de repente, hoje em dia, de vez em quando,
em nenhum momento, etc.
– Lugar: Aí, aqui, acima, abaixo, ali, cá, lá, acolá, além, aquém, perto, longe, dentro, fora, adiante, defronte, detrás, de cima, em cima,
à direita, à esquerda, de fora, de dentro, por fora, etc.
– Modo: assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapidamente, lentamente, apressadamente, felizmente, às pressas, às ocul-
tas, frente a frente, com calma, em silêncio, etc.
– Afirmação: sim, deveras, decerto, certamente, seguramente, efetivamente, realmente, sem dúvida, com certeza, por certo, etc. 
– Negação: não, absolutamente, tampouco, nem, de modo algum, de jeito nenhum, de forma alguma, etc.
– Intensidade: muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, assaz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase, apenas, quanto, de pouco, de
todo, etc.
– Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, porventura, etc.

Preposição
É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo complete o sentido do primeiro. As preposições são as seguintes:

Conjunção
É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma oração a outra. As conjunções podem ser coordenativas (que ligam
orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que ligam orações com uma relação hierárquica, na qual um elemento é de-
terminante e o outro é determinado).

• Conjunções Coordenativas

Tipos Conjunções Coordenativas


Aditivas e, mas ainda, mas também, nem...
Adversativas contudo, entretanto, mas, não obstante, no entanto, porém, todavia...
Alternativas já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, quer…
Conclusivas assim, então, logo, pois (depois do verbo), por conseguinte, por isso, portanto...
Explicativas pois (antes do verbo), porquanto, porque, que...

• Conjunções Subordinativas

Tipos Conjunções Subordinativas


Causais Porque, pois, porquanto, como, etc.
Concessivas Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, etc.
Condicionais Se, caso, quando, conquanto que, salvo se, sem que, etc.
Conformativas Conforme, como (no sentido de conforme), segundo, consoante, etc.
Finais Para que, a fim de que, porque (no sentido de que), que, etc.
Proporcionais À medida que, ao passo que, à proporção que, etc.
Temporais Quando, antes que, depois que, até que, logo que, etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Comparativas Que, do que (usado depois de mais, menos, maior, menor, melhor, etc.
Consecutivas Que (precedido de tão, tal, tanto), de modo que, De maneira que, etc.
Integrantes Que, se.

Interjeição
É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções, apelos, sentimentos e estados de espírito, traduzindo as reações das
pessoas.
• Principais Interjeições
Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum!

Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas é muito importante, pois se você tem bem construído o que é e a fun-
ção de cada classe de palavras, não terá dificuldades para entender o estudo da Sintaxe.

FUNÇÕES DO “QUE” E DO “SE”

As palavras “que” e “se” podem exercer inúmeros papéis em uma frase, como conjunção, pronome, partícula expletiva ou de realce
etc.

Funções do “QUE”
Funções morfológicas: A palavra “que” pode pertencer às seguintes classes gramaticais:

– Substantivo
Precedido de artigo ou outro termo que funcione como adjunto adnominal, e recebe acento.

Percebi um quê de mistério.

– Pronome
interrogativo:
Que livros você leu? (= quais)
De que eles estavam reclamando? (= que coisa)

indefinido: é precedido por substantivo. Equivale a QUANTO(A).


Veja que horas o ônibus sai. (= quantas)

c) relativo: inicia a oração subordinada adjetiva, e pode ser substituído por: o qual, a qual, os quais, as quais.
Os móveis que me restam são de doações.

– Preposição
Equivalente à preposição de.
Você tem que ir à festa.

– Advérbio de intensidade
Aparece antes de adjetivos, e equivale a QUÃO.
Que difícil foi o trabalho! (=quão)

– Interjeição
Representa surpresa, e recebe acento. É usado com ponto de exclamação.
Quê! Todos sumiram!

– Partícula expletiva (ou de realce)


É uma expressão dispensável no ponto de sintático.
Quase que ela tropeçou.

– Conjunção subordinativa
a) Integrante: inicia a oração subordinada substantiva. Pode ser trocada pelo termo “isso”.
É certo que ele seja reconhecido.

b) Causal: carrega em si a relação de causa e efeito. Pode ser substituída por “porque”.
Faça tudo certo, que se sua mãe chega e vê vira uma fera!

c) Comparativa:
Os homens são mais lentos que as mulheres.

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LÍNGUA PORTUGUESA
d)Temporal: d) Causal:
“Já são oito anos passados que nos separamos.” Se ele sabe o que quer da vida, sabe que precisa tratar bem
uma mulher.
e) Consecutiva:
Estudou tanto, que caiu no sono. – Conjunção coordenativa alternativa
f) Concessiva: Se há lágrimas, se há risos, a felicidade habita em seu coração.
Jovem que é, não gosta de esporte.
– Pronome (ou partícula) apassivador
– Conjunção coordenativa Vendem-se ovos.

a) Aditiva: dá ideia de adição, e pode ser trocada pela conjun- – Partícula (ou índice) de indeterminação do sujeito
ção “e”. Vive-se bem.
“Dize-me com quem andas, que te direi quem és.”
– Parte integrante de verbo
b) Explicativa: equivale a “porque”, “pois”. Ele se arrependeu de tê-la deixado.
Não saiam, que vai chover.
– Partícula expletiva ou de realce (junto a verbos intransitivos)
c) Adversativa: dá ideia de oposição. Pode ser substituída por Passam-se as horas.
“mas”, “porém”, “contudo”.
Ele tem uma coragem que eu não. – Pronome
a) Reflexivo:
d) Alternativa: denota alternância entre ideias. Ele feriu-se com a faca.
Que deixem, que não deixem, farei o que quero.
b) Recíproco:
Funções sintáticas: O pronome “que” pode desempenhar as Mãe e filho deram-se as mãos.
seguintes funções sintáticas:
Funções sintáticas: Como pronome, o se pode exercer as se-
– Sujeito guintes funções sintáticas:
Há muros que impedem a felicidade.
– Objeto direto
– Objeto direto Marina se apressou em pedir perdão.
Os carros que vimos são interessantes.
– Objeto indireto
– Objeto indireto O réu reservou-se no direito de permanecer calado.
A mulher a que me referi, partiu.
– Sujeito (de uma oração infinitiva)
– Predicativo Marcus deixou-se estar à espera dela.”
“Não conheço que fui no que hoje sou.”

– Adjunto adnominal ELEMENTOS DE COMUNICAÇÃO E FUNÇÕES DA


Que horas são? LINGUAGEM

– Complemento nominal Processo de Comunicação


O partido a que sou afiliado é este. Comunicação constitui uma das mais importantes ferramentas
que as pessoas têm à sua disposição para desempenhar as suas fun-
– Adjunto adverbial ções de influência. A comunicação é frequentemente definida como
Esta é a empresa em que trabalho. a troca de informações entre um transmissor e um receptor, e a in-
ferência (percepção) do significado entre os indivíduos envolvidos.
– Agente da passiva O processo de comunicação ocorre quando o emissor (ou co-
Encontrou-se a arma por que ele foi alvejado. dificador) emite uma mensagem (ou sinal) ao receptor (ou decodi-
ficador), através de um canal (ou meio). O receptor interpretará a
Funções do “SE” mensagem que pode ter chegado até ele com algum tipo de bar-
reira (ruído, bloqueio, filtragem) e, a partir daí, dará o feedback ou
Funções morfológicas resposta, completando o processo de comunicação.

– Conjunção subordinativa Elementos do Processo de Comunicação


a) Integrante: Para a comunicação1 atingir os objetivos devemos considerar
Não sei se vocês já foram à Londres. alguns cuidados, com eles diminuímos o risco de estabelecer ruídos
ou barreiras à comunicação.
b) Condicional:
Se você prefere ser feliz, arrisque-se.

c) Concessiva:
1 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/administracao/o-pro-
Se não traçou o próprio destino, ficou à mercê da sorte.
cesso-de-comunicacao/36775

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LÍNGUA PORTUGUESA
Para Transmissão
- Seja o mais objetivo possível. DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL:
- Tenha paciência. Fale pausadamente. Observe o ritmo do ou- EMPREGO DE ELEMENTOS DE REFERENCIAÇÃO,
tro e siga-o. SUBSTITUIÇÃO E REPETIÇÃO, DE CONECTORES E DE
- Estude primeiro o que vai falar. Cuide para ter um objetivo OUTROS ELEMENTOS DE SEQUENCIAÇÃO TEXTUAL.
claro. DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COERÊNCIA TEXTUAL
- Procure adaptar sua linguagem a da pessoa. Não use palavras
difíceis, gírias ou palavras típicas de regiões que possam prejudicar Coesão e coerência fazem parte importante da elaboração de
a comunicação. um texto com clareza. Ela diz respeito à maneira como as ideias são
- Observe a linguagem verbal e a não-verbal. Os gestos, as ex- organizadas a fim de que o objetivo final seja alcançado: a compre-
pressões faciais, a postura, são fundamentais para nós. ensão textual. Na redação espera-se do autor capacidade de mobili-
zar conhecimentos e opiniões, argumentar de modo coerente, além
Para Recepção de expressar-se com clareza, de forma correta e adequada.
- Esteja sempre presente na situação, não “voe”, não se distraia.
- Não pense na resposta antes do outro terminar a mensagem. Coerência
Escute, reflita e após, exponha o seu ponto de vista. É uma rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto.
- Anote pontos básicos se necessário. Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada relação se-
- Evite expressar não-verbalmente cansaço, desinteresse ou fal- mântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na
ta de atenção. linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com
- Respeite as colocações do outro. Mesmo que discorde, mos- outra”).
tre que aceita o pensamento dele. Não somos donos da verdade. Coerência é a unidade de sentido resultante da relação que se
estabelece entre as partes do texto. Uma ideia ajuda a compreen-
Um dos maiores vícios2 é que percebendo que temos desenvol- der a outra, produzindo um sentido global, à luz do qual cada uma
tura para expressão, verbal, escrita ou outra, achamos que somos das partes ganha sentido. Coerência é a ligação em conjunto dos
bons comunicadores. Entretanto existe uma diferença fundamental elementos formativos de um texto.
entre informação e comunicação. Informar é um ato unilateral, que A coerência não é apenas uma marca textual, mas diz respeito
apenas envolve a pessoa que tem uma informação a dar. Comuni- aos conceitos e às relações semânticas que permitem a união dos
cação é tornar algo comum. Fazer-se entender, provocar no outro elementos textuais.
reações. A coerência de um texto é facilmente deduzida por um falante
Outro vício, não menos importante, é nossa incapacidade de de uma língua, quando não encontra sentido lógico entre as propo-
ouvir. Precisamos saber falar, escrever, demonstrar sentimentos e sições de um enunciado oral ou escrito. É a competência linguística,
emoções, mas igualmente importante no processo é estarmos pre- tomada em sentido lato, que permite a esse falante reconhecer de
parados para ouvir. Observe que muitas vezes numa conversa é fácil imediato a coerência de um discurso.
identificar que as pessoas estão muito mais preocupadas com a ma-
neira que irão responder. Numa análise mais fria não estão ouvindo. A coerência:
Se podemos facilitar porque complicar? O custo de uma comu- - assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto;
nicação deficiente, não se revela apenas nas relações organizacio- - situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão concei-
nais, causa profundo mal-estar e sérios conflitos pessoais. tual;
Uma das alternativas para tornar a comunicação com qualida- - relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com
de é entendermos como o processo de comunicação se realiza. Não o aspecto global do texto;
se trata de analisarmos cada diferente tipo de comunicação, mas - estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases.
de identificar certos pontos em comuns entre elas. A forma como
se relacionam e se processam nos mais diferentes ambientes e si- Coesão
tuações. É um conjunto de elementos posicionados ao longo do texto,
Um modelo de processo de comunicação, entre tantos outros, numa linha de sequência e com os quais se estabelece um vínculo
elaborado por Berlo, em 1963, apresenta alguns elementos co- ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via gramática,
muns: fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário,
– emissor: é a pessoa que tem algo, uma ideia, uma mensagem, tem-se a coesão lexical.
para transmitir, ou que deseja comunicar; A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre pala-
– codificador: o tipo, ou a forma que o emissor irá exteriorizar; vras, expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos
– mensagem: é a expressão da ideia que o emissor deseja co- gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre os compo-
municar; nentes do texto.
– canal: é o meio pelo qual a mensagem seja conduzida; Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a lexical,
– decodificador: é o mecanismo responsável pela decifração da que é obtida pelas relações de sinônimos, hiperônimos, nomes ge-
mensagem pelo receptor; e néricos e formas elididas, e a gramatical, que é conseguida a partir
– receptor: o destinatário final da mensagem, ideia etc. do emprego adequado de artigo, pronome, adjetivo, determinados
advérbios e expressões adverbiais, conjunções e numerais.
A coesão:
- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal;
- situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial;
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes
componentes do texto;
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases.
2 https://www.portalcmc.com.br/o-processo-de-comunicacao/

32
LÍNGUA PORTUGUESA
Expressões que demandam atenção
REESCRITA DE FRASES E PARÁGRAFOS DO TEXTO: – acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS; SUBSTITUIÇÃO – aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser e estar,
DE PALAVRAS OU DE TRECHOS DE TEXTO; aceito
REORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA DE ORAÇÕES E – acendido, aceso (formas similares) – idem
DE PERÍODOS DO TEXTO; REESCRITA DE TEXTOS DE – à custa de – e não às custas de
DIFERENTES GÊNEROS E NÍVEIS DE FORMALIDADE – à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo que, con-
forme
A reescrita é tão importante quanto a escrita, visto que, difi- – na medida em que – tendo em vista que, uma vez que
cilmente, sobretudo para os escritores mais cuidadosos, chegamos – a meu ver – e não ao meu ver
ao resultado que julgamos ideal na primeira tentativa. Aquele que – a ponto de – e não ao ponto de
observa um resultado ruim na primeira versão que escreveu terá, – a posteriori, a priori – não tem valor temporal
na reescrita, a possibilidade de alcançar um resultado satisfatório. – em termos de – modismo; evitar
A reescrita é um processo mais trabalhoso do que a revisão, pois, – enquanto que – o que é redundância
nesta, atemo-nos apenas aos pequenos detalhes, cuja ausência não – entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a
implicaria em uma dificuldade do leitor para compreender o texto. – implicar em – a regência é direta (sem em)
– ir de encontro a – chocar-se com
Quando reescrevemos,  refazemos  nosso texto, é um proces- – ir ao encontro de – concordar com
so bem mais complexo, que parte do pressuposto de que o autor – se não, senão – quando se pode substituir por caso não, se-
tenha observado aquilo que está ruim para que, posteriormente, parado; quando não se pode, junto
possa melhorar seu texto até chegar a uma versão final, livre dos er- – todo mundo – todos
ros iniciais. Além de aprimorar a leitura, a reescrita auxilia a desen- – todo o mundo – o mundo inteiro
volver e melhorar a escrita, ajudando o aluno-escritor a esclarecer – não pagamento = hífen somente quando o segundo termo
melhor seus objetivos e razões para a produção de textos. for substantivo
– este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a tempo
Nessa perspectiva, esse autor considera que reescrever seja presente; a futuro próximo; ao anunciar e a que se está tratando)
um processo de descoberta da escrita pelo próprio autor, que passa – esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte
a enfocá-la como forma de trabalho, auxiliando o desenvolvimento (tempo futuro, desejo de distância; tempo passado próximo do pre-
do processo de escrever do aluno. sente, ou distante ao já mencionado e a ênfase).

Operações linguísticas de reescrita: Expressões não recomendadas


A literatura sobre reescrita aponta para uma tipologia de ope-
rações linguísticas encontradas neste momento específico da cons- – a partir de (a não ser com valor temporal).
trução do texto escrito. Opção: com base em, tomando-se por base, valendo-se de...
- Adição, ou acréscimo: pode tratar-se do acréscimo de um ele-
mento gráfico, acento, sinal de pontuação, grafema (...) mas tam- – através de (para exprimir “meio” ou instrumento).
bém do acréscimo de uma palavra, de um sintagma, de uma ou de Opção: por, mediante, por meio de, por intermédio de, se-
várias frases. gundo...
- Supressão: supressão sem substituição do segmento suprimi-
do. Ela pode ser aplicada sobre unidades diversas, acento, grafe- – devido a.
mas, sílabas, palavras sintagmáticas, uma ou diversas frases. Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por causa de.
- Substituição: supressão, seguida de substituição por um ter-
mo novo. Ela se aplica sobre um grafema, uma palavra, um sintag- – dito.
ma, ou sobre conjuntos generalizados. Opção: citado, mencionado.
- Deslocamento: permutação de elementos, que acaba por mo-
dificar sua ordem no processo de encadeamento. – enquanto.
Opção: ao passo que.
Graus de Formalismo
São muitos os tipos de registros quanto ao formalismo, tais – inclusive (a não ser quando significa incluindo-se).
como: o registro formal, que é uma linguagem mais cuidada; o colo- Opção: até, ainda, igualmente, mesmo, também.
quial, que não tem um planejamento prévio, caracterizando-se por
construções gramaticais mais livres, repetições frequentes, frases – no sentido de, com vistas a.
curtas e conectores simples; o informal, que se caracteriza pelo uso Opção: a fim de, para, com a finalidade de, tendo em vista.
de ortografia simplificada e construções simples ( geralmente usado
entre membros de uma mesma família ou entre amigos). – pois (no início da oração).
Opção: já que, porque, uma vez que, visto que.
As variações de registro ocorrem de acordo com o grau de for-
malismo existente na situação de comunicação; com o modo de – principalmente.
expressão, isto é, se trata de um registro formal ou escrito; com a Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em particular.
sintonia entre interlocutores, que envolve aspectos como graus de
cortesia, deferência, tecnicidade (domínio de um vocabulário espe-
cífico de algum campo científico, por exemplo).

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LÍNGUA PORTUGUESA

SINTAXE: RELAÇÕES SINTÁTICO-SEMÂNTICAS ESTABELECIDAS NA ORAÇÃO E ENTRE ORAÇÕES, PERÍODOS OU


PARÁGRAFOS (PERÍODO SIMPLES E PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO)

Agora chegamos no assunto que causa mais temor em muitos estudantes. Mas eu tenho uma boa notícia para te dar: o estudo da
sintaxe é mais fácil do que parece e você vai ver que sabe muita coisa que nem imagina. Para começar, precisamos de classificar algumas
questões importantes:

• Frase: Enunciado que estabelece uma comunicação de sentido completo. 


Os jornais publicaram a notícia.
Silêncio! 

• Oração: Enunciado que se forma com um verbo ou com uma locução verbal.
Este filme causou grande impacto entre o público.
A inflação deve continuar sob controle.

• Período Simples: formado por uma única oração.


O clima se alterou muito nos últimos dias.

• Período Composto: formado por mais de uma oração.


O governo prometeu/ que serão criados novos empregos.

Bom, já está a clara a diferença entre frase, oração e período. Vamos, então, classificar os elementos que compõem uma oração:
• Sujeito: Termo da oração do qual se declara alguma coisa.
O problema da violência preocupa os cidadãos.
• Predicado: Tudo que se declara sobre o sujeito.
A tecnologia permitiu o resgate dos operários.
• Objeto Direto: Complemento que se liga ao verbo transitivo direto ou ao verbo transitivo direto e indireto sem o auxílio da prepo-
sição.
A tecnologia tem possibilitado avanços notáveis.
Os pais oferecem ajuda financeira ao filho.
• Objeto Indireto: Complemento que se liga ao verbo transitivo indireto ou ao verbo transitivo direto e indireto por meio de preposi-
ção. 
Os Estados Unidos resistem ao grave momento.
João gosta de beterraba.
• Adjunto Adverbial: Termo modificador do verbo que exprime determinada circunstância (tempo, lugar, modo etc.) ou intensifica um
verbo, adjetivo ou advérbio.
O ônibus saiu à noite quase cheio, com destino a Salvador.
Vamos sair do mar.
• Agente da Passiva: Termo da oração que exprime quem pratica a ação verbal quando o verbo está na voz passiva.
Raquel foi pedida em casamento por seu melhor amigo.
• Adjunto Adnominal: Termo da oração que modifica um substantivo, caracterizando-o ou determinando-o sem a intermediação de
um verbo.
Um casal de médicos eram os novos moradores do meu prédio.
• Complemento Nominal: Termo da oração que completa nomes, isto é, substantivos, adjetivos e advérbios, e vem preposicionado.
A realização do torneio teve a aprovação de todos.
• Predicativo do Sujeito: Termo que atribui característica ao sujeito da oração.
A especulação imobiliária me parece um problema.
• Predicativo do Objeto: Termo que atribui características ao objeto direto ou indireto da oração.
O médico considerou o paciente hipertenso.
• Aposto: Termo da oração que explica, esclarece, resume ou identifica o nome ao qual se refere (substantivo, pronome ou equivalen-
tes). O aposto sempre está entre virgulas ou após dois-pontos.
A praia do Forte, lugar paradisíaco, atrai muitos turistas.
• Vocativo: Termo da oração que se refere a um interlocutor a quem se dirige a palavra.
Senhora, peço aguardar mais um pouco.

Tipos de orações
As partes de uma oração já está fresquinha aí na sua cabeça, não é?!?! Estudar os tipos de orações que existem será moleza, moleza.
Vamos comigo!!!
Temos dois tipos de orações: as coordenadas, cuja as orações de um período são independentes (não dependem uma da outra para
construir sentido completo); e as subordinadas, cuja as orações de um período são dependentes (dependem uma da outra para construir
sentido completo).
As orações coordenadas podem ser sindéticas (conectadas uma a outra por uma conjunção) e assindéticas (que não precisam da
conjunção para estar conectadas. O serviço é feito pela vírgula).

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LÍNGUA PORTUGUESA
Tipos de orações coordenadas

Orações Coordenadas Sindéticas Orações Coordenadas Assindéticas

Aditivas Fomos para a escola e fizemos o exame final. • Lena estava triste, cansada, decepcionada.
Adversativas Pedro Henrique estuda muito, porém não passa •
no vestibular. • Ao chegar à escola conversamos, estudamos,
lanchamos.
Alternativas Manuela  ora  quer comer hambúrguer,  ora quer
comer pizza. Alfredo está chateado, pensando em se mudar.
Conclusivas Não gostamos do restaurante,  portanto  não
iremos mais lá. Precisamos estar com cabelos arrumados, unhas feitas.

Explicativas Marina não queria falar,  ou seja, ela estava de João Carlos e Maria estão radiantes, alegria que dá inveja.
mau humor.

Tipos de orações subordinadas


As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais. Cada uma delas tem suas subclassificações, que veremos
agora por meio do quadro seguinte.

Orações Subordinadas
Subjetivas É certo que ele trará os a sobremesa do
Exercem a função de sujeito jantar.
Completivas Nominal Estou convencida de que ele é solteiro.
Exercem a função de complemento
nominal
Predicativas O problema é que ele não entregou a
Orações Subordinadas Substantivas Exercem a função de predicativo refeição no lugar.
Apositivas Eu lhe disse apenas isso: que não se
Exercem a função de aposto aborrecesse com ela.
Objetivas Direta Espero que você seja feliz.
Exercem a função de objeto direto
Objetivas Indireta Lembrou-se da dívida que tem com ele.
Exercem a função de objeto indireto

Explicativas Os alunos, que foram mal na prova de


Explicam um termo dito anteriormente. quinta, terão aula de reforço.
SEMPRE serão acompanhadas por
vírgula.
Orações Subordinadas Adjetivas
Restritivas Os alunos que foram mal na prova de quinta
Restringem o sentido de um termo terão aula de reforço.
dito anteriormente. NUNCA serão
acompanhadas por vírgula.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Causais Estou vestida assim porque vou sair.


Assumem a função de advérbio de causa
Consecutivas Falou tanto que ficou rouca o resto do dia.
Assumem a função de advérbio de
consequência
Comparativas A menina comia como um adulto come.
Assumem a função de advérbio de
comparação
Condicionais Desde que ele participe, poderá entrar na
Assumem a função de advérbio de reunião.
condição
Conformativas O shopping fechou, conforme havíamos
Assumem a função de advérbio de previsto.
Orações Subordinadas Adverbiais
conformidade
Concessivas Embora eu esteja triste, irei à festa mais
Assumem a função de advérbio de tarde.
concessão
Finais Vamos direcionar os esforços para que todos
Assumem a função de advérbio de tenham acesso aos benefícios.
finalidade
Proporcionais Quanto mais eu dormia, mais sono tinha.
Assumem a função de advérbio de
proporção
Temporais Quando a noite chega, os morcegos saem de
Assumem a função de advérbio de suas casas.
tempo

Olha como esse quadro facilita a vida, não é?! Por meio dele, conseguimos ter uma visão geral das classificações e subclassificações
das orações, o que nos deixa mais tranquilos para estudá-las.

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL

Concordância Nominal
Os adjetivos, os pronomes adjetivos, os numerais e os artigos concordam em gênero e número com os substantivos aos quais se
referem.
Os nossos primeiros contatos começaram de maneira amistosa.

Casos Especiais de Concordância Nominal


• Menos e alerta são invariáveis na função de advérbio:
Colocou menos roupas na mala./ Os seguranças continuam alerta.

• Pseudo e todo são invariáveis quando empregados na formação de palavras compostas:


Cuidado com os pseudoamigos./ Ele é o chefe todo-poderoso.

• Mesmo, próprio, anexo, incluso, quite e obrigado variam de acordo com o substantivo a que se referem:
Elas mesmas cozinhavam./ Guardou as cópias anexas.

• Muito, pouco, bastante, meio, caro e barato variam quando pronomes indefinidos adjetivos e numerais e são invariáveis quando
advérbios:
Muitas vezes comemos muito./ Chegou meio atrasada./ Usou meia dúzia de ovos.

• Só varia quando adjetivo e não varia quando advérbio:


Os dois andavam sós./ A respostas só eles sabem.

• É bom, é necessário, é preciso, é proibido variam quando o substantivo estiver determinado por artigo:
É permitida a coleta de dados./ É permitido coleta de dados.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Concordância Verbal Deparar (encontrar) com
O verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa:
O público aplaudiu o ator de pé./ A sala e quarto eram enor- Implicar (consequência) Não usa preposição
mes. Lembrar Não usa preposição

Concordância ideológica ou silepse Pagar (pagar a alguém) a


• Silepse de gênero trata-se da concordância feita com o gêne- Precisar (necessitar) de
ro gramatical (masculino ou feminino) que está subentendido no
Proceder (realizar) a
contexto.
Vossa Excelência parece satisfeito com as pesquisas. Responder a
Blumenau estava repleta de turistas. Visar ( ter como objetivo a
• Silepse de número trata-se da concordância feita com o nú- pretender)
mero gramatical (singular ou plural) que está subentendido no con-
texto. NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
O elenco voltou ao palco e [os atores] agradeceram os aplau- QUE NÃO ESTÃO AQUI!
sos.
• Silepse de pessoa trata-se da concordância feita com a pes-
soa gramatical que está subentendida no contexto. COLOCAÇÃO PRONOMINAL
O povo temos memória curta em relação às promessas dos po-
líticos.
A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da
frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono-
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma
culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou
• Regência Nominal  após o verbo – ênclise.
A regência nominal estuda os casos em que nomes (substan- De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini-
tivos, adjetivos e advérbios) exigem outra palavra para completar- cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua-
-lhes o sentido. Em geral a relação entre um nome e o seu comple- gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita,
mento é estabelecida por uma preposição. formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele.
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem
• Regência Verbal as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju-
verbo (termo regente) e seu complemento (termo regido).  dique a eufonia da frase.
Isto pertence a todos.
Próclise
Regência de algumas palavras Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.

Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.


Esta palavra combina com Esta preposição Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa-
Acessível a cientemente.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise:
Apto a, para
Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus.
Atencioso com, para com Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.
Coerente com Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa?
Conforme a, com Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante-
Dúvida acerca de, de, em, sobre posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor!
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita!
Empenho de, em, por
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se-
Fácil a, de, para, jam reduzidas: Percebia que o observavam.
Junto a, de Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando,
tudo dá.
Pendente de Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in-
Preferível a tentos são para nos prejudicarem.
Próximo a, de Ênclise
Respeito a, com, de, para com, por Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo.
Situado a, em, entre
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do
Ajudar (a fazer algo) a indicativo: Trago-te flores.
Aludir (referir-se) a Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre-
Aspirar (desejar, pretender) a posição em: Saí, deixando-a aflita.
Assistir (dar assistência) Não usa preposição

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LÍNGUA PORTUGUESA
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com A partir da definição citada por Bechara podemos perceber a
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise: importância dos sinais de pontuação, que é constituída por alguns
Apressei-me a convidá-los. sinais gráficos assim distribuídos: os separadores (vírgula [ , ], pon-
to e vírgula [ ; ], ponto final [ . ], ponto de exclamação [ ! ], reti-
Mesóclise cências [ ... ]), e os de comunicação ou “mensagem” (dois pontos
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. [ : ], aspas simples [‘ ’], aspas duplas [ “ ” ], travessão simples [ – ],
travessão duplo [ — ], parênteses [ ( ) ], colchetes ou parênteses
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no retos [ [ ] ], chave aberta [ { ], e chave fechada [ } ]).
futuro do pretérito que iniciam a oração.
Dir-lhe-ei toda a verdade. Ponto ( . )
Far-me-ias um favor? O ponto simples final, que é dos sinais o que denota maior pau-
sa, serve para encerrar períodos que terminem por qualquer tipo
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de de oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa e as
qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise. reticências.
Eu lhe direi toda a verdade. Estaremos presentes na festa.
Tu me farias um favor?
Ponto de interrogação ( ? )
Colocação do pronome átono nas locuções verbais Põe-se no fim da oração enunciada com entonação interrogati-
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal va ou de incerteza, real ou fingida, também chamada retórica.
não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve- Você vai à festa?
rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal.
Exemplos: Ponto de exclamação ( ! )
Devo-lhe dizer a verdade. Põe-se no fim da oração enunciada com entonação exclama-
Devo dizer-lhe a verdade. tiva.
Ex: Que bela festa!
Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes
do auxiliar ou depois do principal. Reticências ( ... )
Exemplos: Denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou
Não lhe devo dizer a verdade. porque se quer deixar em suspenso, ou porque os fatos se dão com
Não devo dizer-lhe a verdade. breve espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso interlocutor
nos toma a palavra), ou hesitação em enunciá-lo.
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise, Ex: Essa festa... não sei não, viu.
o pronome átono ficará depois do auxiliar.
Exemplo: Havia-lhe dito a verdade. Dois-pontos ( : )
Marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída.
Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do Em termos práticos, este sinal é usado para: Introduzir uma citação
auxiliar. (discurso direto) e introduzir um aposto explicativo, enumerativo,
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade. distributivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva.
Ex: Uma bela festa: cheia de alegria e comida boa.
Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois
do infinitivo. Ponto e vírgula ( ; )
Exemplos: Representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que o
Hei de dizer-lhe a verdade. ponto, e é empregado num trecho longo, onde já existam vírgulas,
Tenho de dizer-lhe a verdade. para enunciar pausa mais forte, separar vários itens de uma enume-
ração (frequente em leis), etc.
Observação Ex: Vi na festa os deputados, senadores e governador; vi tam-
Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções: bém uma linda decoração e bebidas caras.
Devo-lhe dizer tudo.
Estava-lhe dizendo tudo. Travessão ( — )
Havia-lhe dito tudo. Não confundir o travessão com o traço de união ou hífen e com
o traço de divisão empregado na partição de sílabas (ab-so-lu-ta-
-men-te) e de palavras no fim de linha. O travessão pode substituir
vírgulas, parênteses, colchetes, para assinalar uma expressão inter-
EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO E SUA calada e pode indicar a mudança de interlocutor, na transcrição de
FUNÇÃO NO TEXTO um diálogo, com ou sem aspas.
Ex: Estamos — eu e meu esposo — repletos de gratidão.
Pontuação
Com Nina Catach, entendemos por pontuação um “sistema
de reforço da escrita, constituído de sinais sintáticos, destinados a
organizar as relações e a proporção das partes do discurso e das
pausas orais e escritas. Estes sinais também participam de todas as
funções da sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas”. (BE-
CHARA, 2009, p. 514)

38
LÍNGUA PORTUGUESA
Parênteses e colchetes ( ) – [ ] Brasileiros, é chegada a hora de votar.
Os parênteses assinalam um isolamento sintático e semântico • Separa termos repetidos.
mais completo dentro do enunciado, além de estabelecer maior in- Aquele aluno era esforçado, esforçado.
timidade entre o autor e o seu leitor. Em geral, a inserção do parên-
tese é assinalada por uma entonação especial. Intimamente ligados • Separa certas expressões explicativas, retificativas, exempli-
aos parênteses pela sua função discursiva, os colchetes são utiliza- ficativas, como: isto é, ou seja, ademais, a saber, melhor dizendo,
dos quando já se acham empregados os parênteses, para introduzi- ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com
rem uma nova inserção. efeito, digo.
Ex: Vamos estar presentes na festa (aquela organizada pelo go- O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara,
vernador) ou seja, de fácil compreensão.

Aspas ( “ ” ) • Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complemen-


As aspas são empregadas para dar a certa expressão sentido tos).
particular (na linguagem falada é em geral proferida com entoação O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particula-
especial) para ressaltar uma expressão dentro do contexto ou para res. (= ... a portaria regulamenta os casos particulares)
apontar uma palavra como estrangeirismo ou gíria. É utilizada, ain-
da, para marcar o discurso direto e a citação breve. • Separa orações coordenadas assindéticas.
Ex: O “coffe break” da festa estava ótimo. Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as
ideias na cabeça...
Vírgula
São várias as regras que norteiam o uso das vírgulas. Eviden- • Isola o nome do lugar nas datas.
ciaremos, aqui, os principais usos desse sinal de pontuação. Antes Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006.
disso, vamos desmistificar três coisas que ouvimos em relação à
vírgula: • Isolar conectivos, tais como: portanto, contudo, assim, dessa
1º – A vírgula não é usada por inferência. Ou seja: não “senti- forma, entretanto, entre outras. E para isolar, também, expressões
mos” o momento certo de fazer uso dela. conectivas, como: em primeiro lugar, como supracitado, essas infor-
2º – A vírgula não é usada quando paramos para respirar. Em mações comprovam, etc.
alguns contextos, quando, na leitura de um texto, há uma vírgula, o Fica claro, portanto, que ações devem ser tomadas para ame-
leitor pode, sim, fazer uma pausa, mas isso não é uma regra. Afinal, nizar o problema.
cada um tem seu tempo de respiração, não é mesmo?!?!
3º – A vírgula tem sim grande importância na produção de tex-
tos escritos. Não caia na conversa de algumas pessoas de que ela é VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
menos importante e que pode ser colocada depois.
Agora, precisamos saber que a língua portuguesa tem uma or- Variedades Linguísticas
dem comum de construção de suas frases, que é Sujeito > Verbo > A língua escrita e falada apresenta uma série de variações e
Objeto > Adjunto, ou seja, (SVOAdj). transformações ao passar do tempo. Tais variações decorrem das
Maria foi à padaria ontem. diferenças entre as épocas, condições sociais, culturais e regionais
Sujeito Verbo Objeto Adjunto dos falantes. Tomemos como exemplo a transformação ortográfica
do vocábulo “farmácia” que antes era grafado com “ph”, assim, a
Perceba que, na frase acima, não há o uso de vírgula. Isso ocor- palavra era escrita “pharmácia”.
re por alguns motivos: Todas as variedades linguísticas são adequadas, desde que
1) NÃO se separa com vírgula o sujeito de seu predicado. cumpram com eficiência o papel fundamental da língua, o de per-
2) NÃO se separa com vírgula o verbo e seus complementos. mitir e estabelecer a comunicação entre as pessoas. Apesar disso,
3) Não é aconselhável usar vírgula entre o complemento do há uma entre as variedades que tem maior prestígio social, a norma
verbo e o adjunto. culta ou norma padrão.
A norma culta é a variedade linguística ensinada nas escolas,
Podemos estabelecer, então, que se a frase estiver na ordem contida na maior parte dos livros, registros escritos, nas mídias te-
comum (SVOAdj), não usaremos vírgula. Caso contrário, a vírgula levisivas, entre outros. Como variantes da norma padrão aparecem:
é necessária: a linguagem regional, a gíria, a linguagem específica de grupos ou
Ontem, Maria foi à padaria. profissões (policiais, jogadores de futebol, advogados, surfistas).
Maria, ontem, foi à padaria. O ensino da língua culta na escola não tem a finalidade de
À padaria, Maria foi ontem. condenar ou eliminar a língua que falamos em nossa família ou em
nossa comunidade. Ao contrário, o domínio da língua culta, somado
Além disso, há outros casos em que o uso de vírgulas é neces- ao domínio de outras variedades linguísticas, torna-nos mais prepa-
sário: rados para nos comunicarmos nos diferentes contextos lingísticos,
• Separa termos de mesma função sintática, numa enumera- já que a linguagem utilizada em reuniões de trabalho não deve ser
ção. a mesma utilizada em uma reunião de amigos no final de semana.
Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a Portanto, saber usar bem uma língua equivale a saber empre-
serem observadas na redação oficial. gá-la de modo adequado às mais diferentes situações sociais de que
• Separa aposto. participamos.
Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica.
• Separa vocativo.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Variação social Exemplos de variações diacrônicas
A variação social está relacionada a fatores sociais como etnia,
sexo, faixa etária, grau de escolaridade e grupo profissional. Os vá- Palavras que caíram em desuso:
rios estudos que enfocam este tipo de relação língua/fatores sociais – vossemecê;
têm privilegiado a variação morfossintática ou a morfo-fonológica. – botica;
Fica claro que a variação social não compromete a compreen-
são entre indivíduos, uma vez que alguns momentos de incoerência Grafias que caíram em desuso:
são sanados pelo contexto em que a fala se forma. – flôr;
Não é difícil perceber que a norma culta – por diversas razões – pharmácia;
de ordem política, econômica, social, cultural – é algo reservado
a poucas pessoas no Brasil; talvez porque haja um distanciamento Vocabulário e expressões típicas de uma determinada faixa etá-
entre as normatizações gramaticais e a obediência dos falantes em ria:
seguir tais normas. Há uma indagação implícita neste fato: “ Existe – Ele é maior barbeiro.
alguma disfunção, alguma impossibilidade de uso da gramática nor- – Vá catar coquinho.
mativa pela grande maioria dos falantes? ” Ou “Estamos apenas a
observar a língua como um fator de identidade? ” Variações diastráticas
Sendo esse o caso, a língua como referencial humano traria As variações diastráticas, também chamadas de variações so-
inúmeras variações, porque decididamente não somos todos iguais ciais, são variações que ocorrem de acordo com os hábitos e cultura
e devido ao meio espacial ou social em que estejamos haverá uma de diferentes grupos sociais. Este tipo de variação ocorre porque di-
tendência da língua em se caracterizar por esses agentes, sendo ferentes grupos sociais possuem diferentes conhecimentos, modos
assim, o indivíduo que protagoniza a fala poderá adequá-la a seu de atuação e sistemas de comunicação.
perfil ou ao grupo a que pertence. Exemplos de variações diastráticas
Comunidades diferentes vivenciam experiências diferentes e
isto se reflete nos respectivos sistemas linguísticos: léxico, morfo- Gírias próprias de um grupo com interesse comum, como os
lógico e sintático. Um grupo acadêmico de uma universidade apre- skatistas:
sentará uma variedade linguística bem diferente de um grupo de – Prefiro freestyle.
vendedores ambulantes do interior do Brasil. Cada qual usará o – O gringo tem um carrinho irado.
recurso linguístico que lhe foi concebido em seu processo de apren-
dizagem para efetuar a comunicação. Jargões próprios de um grupo profissional, como os policiais e
Do exposto, concluímos que a língua signo/privilegiado de militares:
identidade não é um instrumento neutro, um contingente meio de – Ele deu sopa na crista.
comunicação entre os homens, mas principalmente a expressão de – Vamos na rota dele.
sua diferença.
Tipos de variação linguística Variações diafásicas
As variações linguísticas ocorrem principalmente nos âmbitos As variações diafásicas, também chamadas de variações situ-
geográficos, temporais e sociais. acionais, são variações que ocorrem de acordo com o contexto ou
situação em que decorre o processo comunicativo. Há momentos
Variações diatópicas em que é utilizado um registro formal e outros em que é utilizado
As variações diatópicas, também chamadas de variações regio- um registro informal.
nais ou geográficas, são variações que ocorrem de acordo com o
local onde vivem os falantes, sofrendo sua influência. Este tipo de Variação linguística e preconceito linguístico
variação ocorre porque diferentes regiões têm diferentes culturas, O preconceito linguístico surge porque nem todas as variações
com diferentes hábitos, modos e tradições, estabelecendo assim di- linguísticas usufruem do mesmo prestígio. Algumas são conside-
ferentes estruturas linguísticas. radas superiores, mais corretas e cultas e outras são consideradas
menos cultas ou mesmo incorretas.
Exemplos de variações diatópicas Preconceito linguístico ocorre sempre que uma determinada
Diferentes palavras para os mesmos conceitos: variedade é referida com um tom pejorativo e depreciativo, estan-
– aipim, mandioca, macaxeira; do associada a situações de deboche ou até de violência, o que con-
– abóbora, jerimum, moranga; tribui para a exclusão social de diversos indivíduos e grupos.

Diferentes sotaques, dialetos e falares:


– dialeto caipira;
– dialeto gaúcho;

Reduções de palavras ou perdas de fonemas:


– véio (velho);
– muié (mulher);

Variações diacrônicas
As variações diacrônicas, também chamadas de variações his-
tóricas, são variações que ocorrem de acordo com as diferentes
épocas vividas pelos falantes, sendo possível distinguir o português
arcaico do português moderno, bem como diversas palavras que
ficam em desuso.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Analise as assertivas e responda:
EXERCÍCIOS (A) Somente a I é correta.
(B) Somente a II é incorreta.
1. (FEMPERJ – VALEC – JORNALISTA – 2012) Intertextualidade é (C) Somente a III é correta
a presença de um texto em outro; o pensamento abaixo que NÃO (D) A III e IV são corretas.
se fundamenta em intertextualidade é:
(A) “Se tudo o que é bom dura pouco, eu já deveria ter morrido 3. Observe as assertivas relacionadas ao texto “A lama que ain-
há muito tempo.” da suja o Brasil”:
(B) “Nariz é essa parte do corpo que brilha, espirra, coça e se I- O texto é coeso, mas não é coerente, já que tem problemas
mete onde não é chamada.” no desenvolvimento do assunto.
(C) “Une-te aos bons e será um deles. Ou fica aqui com a gente II- O texto é coerente, mas não é coeso, já que apresenta pro-
mesmo!” blemas no uso de conjunções e preposições.
(D) “Vamos fazer o feijão com arroz. Se puder botar um ovo, III- O texto é coeso e coerente, graças ao bom uso das classes
tudo bem.” de palavras e da ordem sintática.
(E) “O Neymar é invendável, inegociável e imprestável.” IV- O texto é coeso e coerente, já que apresenta progressão
temática e bom uso dos recursos coesivos.
Leia o texto abaixo para responder a questão. Analise as assertivas e responda:
A lama que ainda suja o Brasil (A) Somente a I é correta.
Fabíola Perez(fabiola.perez@istoe.com.br) (B) Somente a II é incorreta.
(C) Somente a III é correta.
A maior tragédia ambiental da história do País escancarou um (D) Somente a IV é correta.
dos principais gargalos da conjuntura política e econômica brasilei-
ra: a negligência do setor privado e dos órgãos públicos diante de Leia o texto abaixo para responder as questões.
um desastre de repercussão mundial. Confirmada a morte do Rio
Doce, o governo federal ainda não apresentou um plano de recu- UM APÓLOGO
peração efetivo para a área (apenas uma carta de intenções). Tam- Machado de Assis.
pouco a mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale e pela
anglo-australiana BHP Billiton. A única medida concreta foi a aplica- Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
ção da multa de R$ 250 milhões – sendo que não há garantias de — Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrola-
que ela será usada no local. “O leito do rio se perdeu e a calha pro- da, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
funda e larga se transformou num córrego raso”, diz Malu Ribeiro, — Deixe-me, senhora.
coordenadora da rede de águas da Fundação SOS Mata Atlântica, — Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está
sobre o desastre em Mariana, Minas Gerais. “O volume de rejeitos com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me
se tornou uma bomba relógio na região.” der na cabeça.
Para agravar a tragédia, a empresa declarou que existem ris- — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
cos de rompimento nas barragens de Germano e de Santarém. Se- Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem
gundo o Departamento Nacional de Produção Mineral, pelo menos o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos
16 barragens de mineração em todo o País apresentam condições outros.
de insegurança. “O governo perdeu sua capacidade de aparelhar — Mas você é orgulhosa.
órgãos técnicos para fiscalização”, diz Malu. Na direção oposta — Decerto que sou.
Ao caminho da segurança, está o projeto de lei 654/2015, — Mas por quê?
do senador Romero Jucá (PMDB-RR) que prevê licença única em um — É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
tempo exíguo para obras consideradas estratégicas. O novo marco ama, quem é que os cose, senão eu?
regulatório da mineração, por sua vez, também concede priorida- — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora
de à ação de mineradoras. “Ocorrerá um aumento dos conflitos ju- que quem os cose sou eu, e muito eu?
diciais, o que não será interessante para o setor empresarial”, diz — Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pe-
Maurício Guetta, advogado do Instituto Sócio Ambiental (ISA). Com daço ao outro, dou feição aos babados…
o avanço dessa legislação outros danos irreversíveis podem ocorrer. — Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
FONTE: http://www.istoe.com.br/reportagens/441106_A+LA MA+- puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e
QUE+AINDA+SUJA+O+BRASIL mando…
— Também os batedores vão adiante do imperador.
2. Observe as assertivas relacionadas ao texto lido: — Você é imperador?
I. O texto é predominantemente narrativo, já que narra um — Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel su-
fato. balterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o
II. O texto é predominantemente expositivo, já que pertence ao trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto…
gênero textual editorial. Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa.
III. O texto é apresenta partes narrativas e partes expositivas, já Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que
que se trata de uma reportagem. tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a
IV. O texto apresenta partes narrativas e partes expositivas, já costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, en-
se trata de um editorial. fiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando
orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre
os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a
isto uma cor poética. E dizia a agulha:

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— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? (A) “- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda en-
Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é rolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?” (L.02)
que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo (B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
e acima… Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar?” (L.06)
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela (C) “- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço
o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que e mando...” (L.14-15)
ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era (D) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?
tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-pli- Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo;
c-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando
costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até abaixo e acima.” (L.25-26)
que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. (E) “- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de
a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém.
dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da Onde me espetam, fico.” (L.40-41)
bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali,
alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha, 5. (CORE-MT - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - INSTITUTO EX-
perguntou-lhe: CELÊNCIA - 2019)
— Ora agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da Na tirinha abaixo, há dois exemplos de figura de linguagem,
baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que identifique-os e assinale a alternativa CORRETA:
vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para
a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas?
Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de ca-
beça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é
que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze
como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam,
fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me dis-
se, abanando a cabeça: — Também eu tenho servido de agulha a
muita linha ordinária!

4. De acordo com o texto “Um Apólogo” de Machado de Assis


e com a ilustração abaixo, e levando em consideração as persona-
gens presentes nas narrativas tanto verbal quanto visual, indique
a opção em que a fala não é compatível com a associação entre os
elementos dos textos:
(A) Metáfora e pleonasmo.
(B) Metáfora e antítese.
(C) Metonímia e hipérbole.
(D) Metonímia e ironia.
(E) Nenhuma das alternativas.

6. (CESGRANRIO – SEPLAG/BA – PROFESSOR PORTUGUÊS –


2010) Estabelece relação de hiperonímia/hiponímia, nessa ordem,
o seguinte par de palavras:
(A) estrondo – ruído;
(B) pescador – trabalhador;
(C) pista – aeroporto;
(D) piloto – comissário;
(E) aeronave – jatinho.

7. (FDC – PROFESSOR DE PORTUGUÊS II – 2005) Marque a série


em que o hífen está corretamente empregado nas cinco palavras:
(A) pré-nupcial, ante-diluviano, anti-Cristo, ultra-violeta, infra-
-vermelho.
(B) vice-almirante, ex-diretor, super-intendente, extrafino, in-
fra-assinado.
(C) anti-alérgico, anti-rábico, ab-rupto, sub-rogar, antihigiênico.
(D) extraoficial, antessala, contrassenso, ultrarrealismo, con-
trarregra.
(E) co-seno, contra-cenar, sobre-comum, sub-humano, infra-
-mencionado.

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LÍNGUA PORTUGUESA
8. (FUNIVERSA – CEB – ADVOGADO – 2010) Assinale a alterna- 14. (VUNESP – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO –
tiva em que todas as palavras são acentuadas pela mesma razão. 2011) Assinale a alternativa em que a concordância verbal está cor-
(A) “Brasília”, “prêmios”, “vitória”. reta.
(B) “elétrica”, “hidráulica”, “responsáveis”. (A) Haviam cooperativas de catadores na cidade de São Paulo.
(C) “sérios”, “potência”, “após”. (B) O lixo de casas e condomínios vão para aterros.
(D) “Goiás”, “já”, “vários”. (C) O tratamento e a destinação corretos do lixo evitaria que
(E) “solidária”, “área”, “após”. 35% deles fosse despejado em aterros.
(D) Fazem dois anos que a prefeitura adia a questão do lixo.
9. (FGV – SENADO FEDERAL – POLICIAL LEGISLATIVO FEDERAL – (E) Somos nós quem paga a conta pelo descaso com a coleta
2008) Assinale a alternativa em que se tenha optado corretamente de lixo.
por utilizar ou não o acento grave indicativo de crase.
(A) Vou à Brasília dos meus sonhos. 15. (FCC – INFRAERO – ADMINISTRADOR – 2011) Está inteira-
(B) Nosso expediente é de segunda à sexta. mente correta a pontuação do seguinte período:
(C) Pretendo viajar a Paraíba. (A) Os personagens principais de uma história, responsáveis
(D) Ele gosta de bife à cavalo. pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes, de peque-
nas providências que, tomadas por figurantes aparentemente
10. Em relação à classe e ao emprego de palavras no texto, na sem importância, ditam o rumo de toda a história.
oração “A abordagem social constitui-se em um processo de traba- (B) Os personagens principais, de uma história, responsáveis
lho planejado de aproximação” (linhas 1 e 2), os vocábulos subli- pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes, de pequenas
nhados classificam-se, respectivamente, em providências que tomadas por figurantes, aparentemente sem
(A) preposição, pronome, artigo, adjetivo e substantivo. importância, ditam o rumo de toda a história.
(B) pronome, preposição, artigo, substantivo e adjetivo. (C) Os personagens principais de uma história, responsáveis
(C) conjunção, preposição, numeral, substantivo e pronome. pelo sentido maior dela dependem muitas vezes de pequenas
(D) pronome, conjunção, artigo, adjetivo e adjetivo. providências, que, tomadas por figurantes aparentemente,
(E) conjunção, conjunção, numeral, substantivo e advérbio. sem importância, ditam o rumo de toda a história.
(D) Os personagens principais, de uma história, responsáveis
11. (IMA – PREF. BOA HORA/PI – PROCURADOR MUNICIPAL – pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes de pequenas
2010) No verso “Para desentristecer, leãozinho”, Caetano Veloso providências, que tomadas por figurantes aparentemente sem
cria um neologismo. A opção que contém o processo de formação importância, ditam o rumo de toda a história.
utilizado para formar a palavra nova e o tipo de derivação que a (E) Os personagens principais de uma história, responsáveis,
palavra primitiva foi formada respectivamente é: pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes de peque-
(A) derivação prefixal (des + entristecer); derivação parassinté- nas providências, que tomadas por figurantes, aparentemente,
tica (en + trist + ecer); sem importância, ditam o rumo de toda a história.
(B) derivação sufixal (desentriste + cer); derivação imprópria
(en + triste + cer);
(C) derivação regressiva (des + entristecer); derivação parassin- GABARITO
tética (en + trist + ecer);
(D) derivação parassintética (en + trist + ecer); derivação prefi-
xal (des + entristecer); 1 E
(E) derivação prefixal (en + trist + ecer); derivação parassintéti-
ca (des + entristecer). 2 C
3 D
12. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – MECÂNICO DE VEÍCULOS –
4 E
2007) Leia a seguinte sentença: Joana tomou um sonífero e não dor-
miu. Assinale a alternativa que classifica corretamente a segunda 5 C
oração. 6 E
(A) Oração coordenada assindética aditiva.
(B) Oração coordenada sindética aditiva. 7 D
(C) Oração coordenada sindética adversativa. 8 A
(D) Oração coordenada sindética explicativa. 9 A
(E) Oração coordenada sindética alternativa.
10 B
13. (FCC – TRE/MG – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2005) As liberda- 11 A
des ...... se refere o autor dizem respeito a direitos ...... se ocupa a
12 C
nossa Constituição. Preenchem de modo correto as lacunas da frase
acima, na ordem dada, as expressões: 13 A
(A) a que – de que; 14 E
(B) de que – com que;
(C) a cujas – de cujos; 15 A
(D) à que – em que;
(E) em que – aos quais.

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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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INFORMÁTICA

CONCEITOS E FUNDAMENTOS BÁSICOS.


CONHECIMENTO E UTILIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS
SOFTWARES UTILITÁRIOS (COMPACTADORES
DE ARQUIVOS, CHAT, CLIENTES DE E-MAILS,
REPRODUTORES DE VÍDEO, VISUALIZADORES
DE IMAGEM, ANTIVÍRUS). CONCEITOS
BÁSICOS DE HARDWARE (PLACA-MÃE,
MEMÓRIAS, PROCESSADORES (CPU) E DISCO DE
ARMAZENAMENTO HDS, CDS E DVDS). PERIFÉRICOS
DE COMPUTADORES

Hardware
O hardware são as partes físicas de um computador. Isso
inclui a Unidade Central de Processamento (CPU), unidades de
armazenamento, placas mãe, placas de vídeo, memória, etc.1.
Gabinete.2
Outras partes extras chamados componentes ou dispositivos
periféricos incluem o mouse, impressoras, modems, scanners,
Processador ou CPU (Unidade de Processamento Central)
câmeras, etc.
É o cérebro de um computador. É a base sobre a qual é cons-
Para que todos esses componentes sejam usados apropria-
truída a estrutura de um computador. Uma CPU funciona, basi-
damente dentro de um computador, é necessário que a funcio-
camente, como uma calculadora. Os programas enviam cálculos
nalidade de cada um dos componentes seja traduzida para algo
para o CPU, que tem um sistema próprio de “fila” para fazer os
prático. Surge então a função do sistema operacional, que faz
cálculos mais importantes primeiro, e separar também os cál-
o intermédio desses componentes até sua função final, como,
culos entre os núcleos de um computador. O resultado desses
por exemplo, processar os cálculos na CPU que resultam em
cálculos é traduzido em uma ação concreta, como por exemplo,
uma imagem no monitor, processar os sons de um arquivo MP3
aplicar uma edição em uma imagem, escrever um texto e as le-
e mandar para a placa de som do seu computador, etc. Dentro
tras aparecerem no monitor do PC, etc. A velocidade de um pro-
do sistema operacional você ainda terá os programas, que dão
cessador está relacionada à velocidade com que a CPU é capaz
funcionalidades diferentes ao computador.
de fazer os cálculos.
Gabinete
O gabinete abriga os componentes internos de um computa-
dor, incluindo a placa mãe, processador, fonte, discos de armaze-
namento, leitores de discos, etc. Um gabinete pode ter diversos
tamanhos e designs.

CPU.3

1 https://www.palpitedigital.com/principais-componentes-internos- 2 https://www.chipart.com.br/gabinete/gabinete-gamer-gamemax-
-pc-perifericos-hardware-software/#:~:text=O%20hardware%20s%- -shine-g517-mid-tower-com-1-fan-vidro-temperado-preto/2546
C3%A3o%20as%20partes,%2C%20scanners%2C%20c%C3%A2meras%- 3 https://www.showmetech.com.br/porque-o-processador-e-uma-pe-
2C%20etc. ca-importante

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INFORMÁTICA
Coolers Fonte
Quando cada parte de um computador realiza uma tarefa, É responsável por fornecer energia às partes que compõe
elas usam eletricidade. Essa eletricidade usada tem como uma um computador, de forma eficiente e protegendo as peças de
consequência a geração de calor, que deve ser dissipado para surtos de energia.
que o computador continue funcionando sem problemas e sem
engasgos no desempenho. Os coolers e ventoinhas são respon-
sáveis por promover uma circulação de ar dentro da case do
CPU. Essa circulação de ar provoca uma troca de temperatura
entre o processador e o ar que ali está passando. Essa troca de
temperatura provoca o resfriamento dos componentes do com-
putador, mantendo seu funcionamento intacto e prolongando a
vida útil das peças.

Fonte 6

Placas de vídeo
Permitem que os resultados numéricos dos cálculos de um
processador sejam traduzidos em imagens e gráficos para apare-
cer em um monitor.

Cooler.4

Placa-mãe
Se o CPU é o cérebro de um computador, a placa-mãe é o es-
queleto. A placa mãe é responsável por organizar a distribuição
dos cálculos para o CPU, conectando todos os outros compo-
nentes externos e internos ao processador. Ela também é res-
ponsável por enviar os resultados dos cálculos para seus devidos
destinos. Uma placa mãe pode ser on-board, ou seja, com com-
ponentes como placas de som e placas de vídeo fazendo parte
da própria placa mãe, ou off-board, com todos os componentes
sendo conectados a ela. Placa de vídeo 7

Periféricos de entrada, saída e armazenamento


São placas ou aparelhos que recebem ou enviam informa-
ções para o computador. São classificados em:
– Periféricos de entrada: são aqueles que enviam informa-
ções para o computador. Ex.: teclado, mouse, scanner, microfo-
ne, etc.

Placa-mãe.5

4 https://www.terabyteshop.com.br/produto/10546/cooler-deepcool- 6 https://www.magazineluiza.com.br/fonte-atx-alimentacao-pc-230w-
-gammaxx-c40-dp-mch4-gmx-c40p-intelam4-ryzen -01001-xway/p/dh97g572hc/in/ftpc
5 https://www.terabyteshop.com.br/produto/9640/placa-mae-biostar- 7https://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2012/12/conheca-
-b360mhd-pro-ddr4-lga-1151 -melhores-placas-de-video-lancadas-em-2012.html

46
INFORMÁTICA
– Periféricos de armazenamento: são aqueles que armaze-
nam informações. Ex.: pen drive, cartão de memória, HD exter-
no, etc.

Periféricos de entrada.8 Periféricos de armazenamento.11

– Periféricos de saída: São aqueles que recebem informa- Software


ções do computador. Ex.: monitor, impressora, caixas de som. Software é um agrupamento de comandos escritos em uma lin-
guagem de programação12. Estes comandos, ou instruções, criam as
ações dentro do programa, e permitem seu funcionamento.
Um software, ou programa, consiste em informações que
podem ser lidas pelo computador, assim como seu conteúdo au-
diovisual, dados e componentes em geral. Para proteger os di-
reitos do criador do programa, foi criada a licença de uso. Todos
estes componentes do programa fazem parte da licença.
A licença é o que garante o direito autoral do criador ou dis-
tribuidor do programa. A licença é um grupo de regras estipula-
das pelo criador/distribuidor do programa, definindo tudo que é
ou não é permitido no uso do software em questão.
Os softwares podem ser classificados em:
– Software de Sistema: o software de sistema é constituído
pelos sistemas operacionais (S.O). Estes S.O que auxiliam o usu-
Periféricos de saída.9 ário, para passar os comandos para o computador. Ele interpreta
nossas ações e transforma os dados em códigos binários, que
– Periféricos de entrada e saída: são aqueles que enviam podem ser processados
e recebem informações para/do computador. Ex.: monitor tou- – Software Aplicativo: este tipo de software é, basicamen-
chscreen, drive de CD – DVD, HD externo, pen drive, impressora te, os programas utilizados para aplicações dentro do S.O., que
multifuncional, etc. não estejam ligados com o funcionamento do mesmo. Exemplos:
Word, Excel, Paint, Bloco de notas, Calculadora.
– Software de Programação: são softwares usados para
criar outros programas, a parir de uma linguagem de programa-
ção, como Java, PHP, Pascal, C+, C++, entre outras.
– Software de Tutorial: são programas que auxiliam o usuá-
rio de outro programa, ou ensine a fazer algo sobre determinado
assunto.
– Software de Jogos: são softwares usados para o lazer, com
vários tipos de recursos.
– Software Aberto: é qualquer dos softwares acima, que te-
nha o código fonte disponível para qualquer pessoa.

Todos estes tipos de software evoluem muito todos os dias.


Periféricos de entrada e saída.10 Sempre estão sendo lançados novos sistemas operacionais, no-
vos games, e novos aplicativos para facilitar ou entreter a vida
8https://mind42.com/public/970058ba-a8f4-451b-b121-3ba-
35c51e1e7
das pessoas que utilizam o computador.
9 https://aprendafazer.net/o-que-sao-os-perifericos-de-saida-para- trada-e-saida
-que-servem-e-que-tipos-existem 11 https://www.slideshare.net/contatoharpa/perifricos-4041411
10 https://almeida3.webnode.pt/trabalhos-de-tic/dispositivos-de-en- 12 http://www.itvale.com.br

47
INFORMÁTICA

IDENTIFICAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS

Pasta
São estruturas que dividem o disco em várias partes de tamanhos variados as quais podem pode armazenar arquivos e outras
pastas (subpastas)13.

Arquivo
É a representação de dados/informações no computador os quais ficam dentro das pastas e possuem uma extensão que identi-
fica o tipo de dado que ele representa.

Extensões de arquivos

EXTENSÃO TIPO
.jpg, .jpeg, .png, .bpm, .gif, ... Imagem
.xls, .xlsx, .xlsm, ... Planilha
.doc, .docx, .docm, ... Texto formatado
.txt Texto sem formatação
.mp3, .wma, .aac, .wav, ... Áudio
.mp4, .avi, rmvb, .mov, ... Vídeo
.zip, .rar, .7z, ... Compactadores
.ppt, .pptx, .pptm, ... Apresentação
.exe Executável
.msl, ... Instalador

Existem vários tipos de arquivos como arquivos de textos, arquivos de som, imagem, planilhas, etc. Alguns arquivos são univer-
sais podendo ser aberto em qualquer sistema. Mas temos outros que dependem de um programa específico como os arquivos do
Corel Draw que necessita o programa para visualizar. Nós identificamos um arquivo através de sua extensão. A extensão são aquelas
letras que ficam no final do nome do arquivo.
Exemplos:
.txt: arquivo de texto sem formatação.
.html: texto da internet.
.rtf: arquivo do WordPad.
.doc e .docx: arquivo do editor de texto Word com formatação.

É possível alterar vários tipos de arquivos, como um documento do Word (.docx) para o PDF (.pdf) como para o editor de texto
do LibreOffice (.odt). Mas atenção, tem algumas extensões que não são possíveis e caso você tente poderá deixar o arquivo inutili-
zável.

Nomenclatura dos arquivos e pastas


Os arquivos e pastas devem ter um nome o qual é dado no momento da criação. Os nomes podem conter até 255 caracteres
(letras, números, espaço em branco, símbolos), com exceção de / \ | > < * : “ que são reservados pelo sistema operacional.

13 https://docente.ifrn.edu.br/elieziosoares/disciplinas/informatica/aula-05-manipulacao-de-arquivos-e-pastas

48
INFORMÁTICA
Bibliotecas
Criadas para facilitar o gerenciamento de arquivos e pastas, são um local virtual que agregam conteúdo de múltiplos locais em
um só.
Estão divididas inicialmente em 4 categorias:
– Documentos;
– Imagens;
– Músicas;
– Vídeos.

Windows Explorer
O Windows Explorer é um gerenciador de informações, arquivos, pastas e programas do sistema operacional Windows da Mi-
crosoft14.
Todo e qualquer arquivo que esteja gravado no seu computador e toda pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Ex-
plorer.
Possui uma interface fácil e intuitiva.
Na versão em português ele é chamado de Gerenciador de arquivo ou Explorador de arquivos.
O seu arquivo é chamado de Explorer.exe
Normalmente você o encontra na barra de tarefas ou no botão Iniciar > Programas > Acessórios.

Na parte de cima do Windows Explorer você terá acesso a muitas funções de gerenciamento como criar pastas, excluir, reno-
mear, excluir históricos, ter acesso ao prompt de comando entre outras funcionalidades que aparecem sempre que você selecionar
algum arquivo.
14 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/05/conceitos-de-organizacao-e-de-gerenciamento-de-informacoes-arquivos-pastas-e-programas/

49
INFORMÁTICA
A coluna do lado esquerdo te dá acesso direto para tudo que você quer encontrar no computador. As pastas mais utilizadas são
as de Download, documentos e imagens.

Operações básicas com arquivos do Windows Explorer


• Criar pasta: clicar no local que quer criar a pasta e clicar com o botão direito do mouse e ir em novo > criar pasta e nomear
ela. Você pode criar uma pasta dentro de outra pasta para organizar melhor seus arquivos. Caso você queira salvar dentro de uma
mesma pasta um arquivo com o mesmo nome, só será possível se tiver extensão diferente. Ex.: maravilha.png e maravilha.doc
Independente de uma pasta estar vazia ou não, ela permanecerá no sistema mesmo que o computador seja reiniciado
• Copiar: selecione o arquivo com o mouse e clique Ctrl + C e vá para a pasta que quer colar a cópia e clique Ctrl +V. Pode tam-
bém clicar com o botão direito do mouse selecionar copiar e ir para o local que quer copiar e clicar novamente como o botão direito
do mouse e selecionar colar.
• Excluir: pode selecionar o arquivo e apertar a tecla delete ou clicar no botão direito do mouse e selecionar excluir
• Organizar: você pode organizar do jeito que quiser como, por exemplo, ícones grandes, ícones pequenos, listas, conteúdos,
lista com detalhes. Estas funções estão na barra de cima em exibir ou na mesma barra do lado direito.
• Movimentar: você pode movimentar arquivos e pastas clicando Ctrl + X no arquivo ou pasta e ir para onde você quer colar o
arquivo e Clicar Ctrl + V ou clicar com o botão direito do mouse e selecionar recortar e ir para o local de destino e clicar novamente
no botão direito do mouse e selecionar colar.

Localizando Arquivos e Pastas


No Windows Explorer tem duas:
Tem uma barra de pesquisa acima na qual você digita o arquivo ou pasta que procura ou na mesma barra tem uma opção de
Pesquisar. Clicando nesta opção terão mais opções para você refinar a sua busca.

Arquivos ocultos
São arquivos que normalmente são relacionados ao sistema. Eles ficam ocultos (invisíveis) por que se o usuário fizer alguma
alteração, poderá danificar o Sistema Operacional.
Apesar de estarem ocultos e não serem exibido pelo Windows Explorer na sua configuração padrão, eles ocupam espaço no
disco.

BACKUP DE ARQUIVOS

Backup é uma cópia de segurança que você faz em outro dispositivo de armazenamento como HD externo, armazenamento na
nuvem ou pen drive por exemplo, para caso você perca os dados originais de sua máquina devido a vírus, dados corrompidos ou
outros motivos e assim possa restaurá-los (recuperá-los)15.
Backups são extremamente importantes, pois permitem16:
• Proteção de dados: você pode preservar seus dados para que sejam recuperados em situações como falha de disco rígido,
atualização malsucedida do sistema operacional, exclusão ou substituição acidental de arquivos, ação de códigos maliciosos/ata-
cantes e furto/perda de dispositivos.
• Recuperação de versões: você pode recuperar uma versão antiga de um arquivo alterado, como uma parte excluída de um
texto editado ou a imagem original de uma foto manipulada.

15 https://centraldefavoritos.com.br/2017/07/02/procedimentos-de-backup/
16 https://cartilha.cert.br/mecanismos/

50
INFORMÁTICA
Muitos sistemas operacionais já possuem ferramentas de backup e recuperação integradas e também há a opção de instalar
programas externos. Na maioria dos casos, ao usar estas ferramentas, basta que você tome algumas decisões, como:
• Onde gravar os backups: podem ser usadas mídias (como CD, DVD, pen-drive, disco de Blu-ray e disco rígido interno ou exter-
no) ou armazená-los remotamente (on-line ou off-site). A escolha depende do programa de backup que está sendo usado e de ques-
tões como capacidade de armazenamento, custo e confiabilidade. Um CD, DVD ou Blu-ray pode bastar para pequenas quantidades
de dados, um pen-drive pode ser indicado para dados constantemente modificados, ao passo que um disco rígido pode ser usado
para grandes volumes que devam perdurar.
• Quais arquivos copiar: apenas arquivos confiáveis e que tenham importância para você devem ser copiados. Arquivos de pro-
gramas que podem ser reinstalados, geralmente, não precisam ser copiados. Fazer cópia de arquivos desnecessários pode ocupar
espaço inutilmente e dificultar a localização dos demais dados. Muitos programas de backup já possuem listas de arquivos e diretó-
rios recomendados, podendo optar por aceitá-las ou criar suas próprias listas.
• Com que periodicidade realizar: depende da frequência com que os arquivos são criados ou modificados. Arquivos frequen-
temente modificados podem ser copiados diariamente ao passo que aqueles pouco alterados podem ser copiados semanalmente
ou mensalmente.

Tipos de backup
• Backups completos (normal): cópias de todos os arquivos, independente de backups anteriores. Conforma a quantidade de
dados ele pode ser é um backup demorado. Ele marca os arquivos copiados.
• Backups incrementais: é uma cópia dos dados criados e alterados desde o último backup completo (normal) ou incremental,
ou seja, cópia dos novos arquivos criados. Por ser mais rápidos e ocupar menos espaço no disco ele tem maior frequência de backup.
Ele marca os arquivos copiados.
• Backups diferenciais: da mesma forma que o backup incremental, o backup diferencial só copia arquivos criados ou alterados
desde o último backup completo (normal), mas isso pode variar em diferentes programas de backup. Juntos, um backup completo
e um backup diferencial incluem todos os arquivos no computador, alterados e inalterados. No entanto, a diferença deste para o
incremental é que cada backup diferencial mapeia as modificações em relação ao último backup completo. Ele é mais seguro na
manipulação de dados. Ele não marca os arquivos copiados.

• Arquivamento: você pode copiar ou mover dados que deseja ou que precisa guardar, mas que não são necessários no seu dia
a dia e que raramente são alterados.

AMBIENTES OPERACIONAIS: UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS OPERACIONAIS WINDOWS 7 E WINDOWS 10

O Windows 7 é um dos sistemas operacionais mais populares desenvolvido pela Microsoft 17.
Visualmente o Windows 7 é semelhante ao seu antecessor, o Windows Vista, porém a interface é muito mais rica e intuitiva.
É Sistema Operacional multitarefa e para múltiplos usuários. O novo sistema operacional da Microsoft trouxe, além dos recursos
do Windows 7, muitos recursos que tornam a utilização do computador mais amigável.
Algumas características não mudam, inclusive porque os elementos que constroem a interface são os mesmos.

Edições do Windows 7
– Windows 7 Starter;
– Windows 7 Home Premium;
– Windows 7 Professional;
– Windows 7 Ultimate.

17 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/materialDemo/AulaDemo-4147.pdf

51
INFORMÁTICA
Área de Trabalho

Área de Trabalho do Windows 7.18

A Área de trabalho é composta pela maior parte de sua tela, em que ficam dispostos alguns ícones. Uma das novidades do Win-
dows 7 é a interface mais limpa, com menos ícones e maior ênfase às imagens do plano de fundo da tela. Com isso você desfruta
uma área de trabalho suave. A barra de tarefas que fica na parte inferior também sofreu mudanças significativas.

Barra de tarefas
– Avisar quais são os aplicativos em uso, pois é mostrado um retângulo pequeno com a descrição do(s) aplicativo(s) que está(ão)
ativo(s) no momento, mesmo que algumas estejam minimizadas ou ocultas sob outra janela, permitindo assim, alternar entre estas
janelas ou entre programas.

Alternar entre janelas.19

18 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2012/05/como-ocultar-lixeira-da-area-de-trabalho-do-windows.html
19 Fonte: https://pplware.sapo.pt/tutoriais/windows-7-flip-3d

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INFORMÁTICA
– A barra de tarefas também possui o menu Iniciar, barra de inicialização rápida e a área de notificação, onde você verá o relógio.
– É organizada, consolidando os botões quando há muitos acumulados, ou seja, são agrupados automaticamente em um único botão.
– Outra característica muito interessante é a pré-visualização das janelas ao passar a seta do mouse sobre os botões na barra
de tarefas.

Pré-visualização de janela.20

Botão Iniciar

Botão Iniciar21

O botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tarefas. Ele dá acesso ao Menu Iniciar, de onde se podem acessar outros menus
que, por sua vez, acionam programas do Windows. Ao ser acionado, o botão Iniciar mostra um menu vertical com várias opções.

Menu Iniciar.22
20 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2010/12/como-aumentar-o-tamanho-das-miniaturas-da-taskbar-do-win-
dows-7.html
21 Fonte: https://br.ign.com/tech/47262/news/suporte-oficial-ao-windows-vista-acaba-em-11-de-abril
22 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/2019/04/como-deixar-a-interface-do-windows-10-parecida-com-o-windows-7.ghtml

53
INFORMÁTICA
Desligando o computador
O novo conjunto de comandos permite Desligar o computador, Bloquear o computador, Fazer Logoff, Trocar Usuário, Reiniciar,
Suspender ou Hibernar.

Ícones
Representação gráfica de um arquivo, pasta ou programa. Você pode adicionar ícones na área de trabalho, assim como pode
excluir. Alguns ícones são padrões do Windows: Computador, Painel de Controle, Rede, Lixeira e a Pasta do usuário.

Windows Explorer
No computador, para que tudo fique organizado, existe o Windows Explorer. Ele é um programa que já vem instalado com o
Windows e pode ser aberto através do Botão Iniciar ou do seu ícone na barra de tarefas.
Este é um dos principais utilitários encontrados no Windows 7. Permite ao usuário enxergar de forma interessante a divisão
organizada do disco (em pastas e arquivos), criar outras pastas, movê-las, copiá-las e até mesmo apagá-las.
Com relação aos arquivos, permite protegê-los, copiá-los e movê-los entre pastas e/ou unidades de disco, inclusive apagá-los
e também renomeá-los. Em suma, é este o programa que disponibiliza ao usuário a possibilidade de gerenciar todos os seus dados
gravados.

23

Uma das novidades do Windows 7 são as Bibliotecas. Por padrão já consta uma na qual você pode armazenar todos os seus ar-
quivos e documentos pessoais/trabalho, bem como arquivos de músicas, imagens e vídeos. Também é possível criar outra biblioteca
para que você organize da forma como desejar.

23 Fonte: https://www.softdownload.com.br/adicione-guias-windows-explorer-clover-2.html

54
INFORMÁTICA

Bibliotecas no Windows 7.24

Aplicativos de Windows 7
O Windows 7 inclui muitos programas e acessórios úteis. São ferramentas para edição de texto, criação de imagens, jogos, fer-
ramentas para melhorar o desempenho do computador, calculadora e etc.
A pasta Acessórios é acessível dando-se um clique no botão Iniciar na Barra de tarefas, escolhendo a opção Todos os Programas
e no submenu, que aparece, escolha Acessórios.

Bloco de Notas
Aplicativo de edição de textos (não oferece nenhum recurso de formatação) usado para criar ou modificar arquivos de texto.
Utilizado normalmente para editar arquivos que podem ser usados pelo sistema da sua máquina.
O Bloco de Notas serve para criar ou editar arquivos de texto que não exijam formatação e não ultrapassem 64KB. Ele cria ar-
quivos com extensões .INI, .SYS e .BAT, pois abre e salva texto somente no formato ASCII (somente texto).

Bloco de Notas.

WordPad
Editor de texto com formatação do Windows. Pode conter imagens, tabelas e outros objetos. A formatação é limitada se com-
parado com o Word. A extensão padrão gerada pelo WordPad é a RTF. Por meio do programa WordPad podemos salvar um arquivo
com a extensão DOC entre outras.

24 Fonte: https://www.tecmundo.com.br/musica/3612-dicas-do-windows-7-aprenda-a-usar-o-recurso-bibliotecas.htm

55
INFORMÁTICA

WordPad.25

Paint
Editor simples de imagens do Windows. A extensão padrão é a BMP. Permite manipular arquivos de imagens com as extensões:
JPG ou JPEG, GIF, TIFF, PNG, ICO entre outras.

Paint.26

25 Fonte: https://www.nextofwindows.com/windows-7-gives-wordpad-a-new-life
26 Fonte: https://www.techtudo.com.br/listas/noticia/2017/03/microsoft-paint-todas-versoes-do-famoso-editor-de-fotos-do-windows.html

56
INFORMÁTICA
• Calculadora
Pode ser exibida de quatro maneiras: padrão, científica, programador e estatística.

Painel de Controle
O Painel de controle fornece um conjunto de ferramentas administrativas com finalidades especiais que podem ser usadas
para configurar o Windows, aplicativos e ambiente de serviços. O Painel de Controle inclui itens padrão que podem ser usados para
tarefas comuns (por exemplo, Vídeo, Sistemas, Teclado, Mouse e Adicionar hardware). Os aplicativos e os serviços instalados pelo
usuário também podem inserir ícones no Painel de controle.

Painel de Controle.27

27 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2016/06/como-mudar-o-idioma-do-windows-7.html

57
INFORMÁTICA
Novidades do Windows 7

Ajustar: o recurso Ajustar permite o redimensionamento rápido e simétrico das janelas abertas, basta arrastar a janela para as
bordas pré-definidas e o sistema a ajustará às grades.
Aero Peek: exclusivo das versões Home Premium, Professional e Ultimate, o Aero Peek permite que o usuário visualize as jane-
las que ficam ocultadas pela janela principal.
Nova Barra de Tarefas: o usuário pode ter uma prévia do que está sendo rodado, apenas passando o mouse sobre o item mi-
nimizado.
Alternância de Tarefas: a barra de alternância de tarefas do Windows 7 foi reformulada e agora é interativa. Permite a fixação
de ícones em determinado local, a reorganização de ícones para facilitar o acesso e também a visualização de miniaturas na própria
barra.
Gadgets: diferentemente do Windows Vista, que prendia as gadgets na barra lateral do sistema. O Windows 7 permite que o
usuário redimensione, arraste e deixe as gadgets onde quiser, não dependendo de grades determinadas.
Windows Media Center: o novo Windows Media Center tem compatibilidade com mais formatos de áudio e vídeo, além do
suporte a TVs on-line de várias qualidades, incluindo HD. Também conta com um serviço de busca mais dinâmico nas bibliotecas
locais, o TurboScroll.
Windows Backup: além do já conhecido Ponto de Restauração, o Windows 7 vem também com o Windows Backup, que permite
a restauração de documentos e arquivos pessoais, não somente os programas e configurações.
Windows Touch: uma das inovações mais esperadas do novo OS da Microsoft, a compatibilidade total com a tecnologia do to-
que na tela, o que inclui o acesso a pastas, redimensionamento de janelas e a interação com aplicativos.
Windows Defender: livre-se de spywares e outras pragas virtuais com o Windows Defender do Windows 7, agora mais limpo e
mais simples de ser configurado e usado.
Windows Firewall: para proteção contra crackers e programas mal-intencionados, o Firewall do Windows. Agora com confi-
guração de perfis alternáveis, muito útil para uso da rede em ambientes variados, como shoppings com Wi-Fi pública ou conexões
residências.
Flip 3D: Flip 3D é um feature padrão do Windows Vista que ficou muito funcional também no Windows 7. No Windows 7 ele
ficou com realismo para cada janela e melhorou no reconhecimento de screens atualizadas.

Windows 10
Lançado em 2015, O Windows 10 chega ao mercado com a proposta ousada, juntar todos os produtos da Microsoft em uma
única plataforma. Além de desktops e notebooks, essa nova versão equipará smartphones, tablets, sistemas embarcados, o console
Xbox One e produtos exclusivos, como o Surface Hub e os óculos de realidade aumentada HoloLens 28.

Versões do Windows 10

– Windows 10 Home: edição do sistema operacional voltada para os consumidores domésticos que utilizam PCs (desktop e
notebook), tablets e os dispositivos “2 em 1”.
– Windows 10 Pro: o Windows 10 Pro também é voltado para PCs (desktop e notebook), tablets e dispositivos “2 em 1”, mas traz
algumas funcionalidades extras em relação ao Windows 10 Home, os quais fazem com que essa edição seja ideal para uso em peque-
nas empresas, apresentando recursos para segurança digital, suporte remoto, produtividade e uso de sistemas baseados na nuvem.
– Windows 10 Enterprise: construído sobre o Windows 10 Pro, o Windows 10 Enterprise é voltado para o mercado corporativo.
Os alvos dessa edição são as empresas de médio e grande porte, e o Sistema apresenta capacidades que focam especialmente em
tecnologias desenvolvidas no campo da segurança digital e produtividade.
– Windows 10 Education: Construída a partir do Windows 10 Enterprise, essa edição foi desenvolvida para atender as necessi-
dades do meio escolar.
– Windows 10 Mobile: o Windows 10 Mobile é voltado para os dispositivos de tela pequena cujo uso é centrado no touchscre-
en, como smartphones e tablets
– Windows 10 Mobile Enterprise: também voltado para smartphones e pequenos tablets, o Windows 10 Mobile Enterprise tem
como objetivo entregar a melhor experiência para os consumidores que usam esses dispositivos para trabalho.
– Windows 10 IoT: edição para dispositivos como caixas eletrônicos, terminais de autoatendimento, máquinas de atendimento
para o varejo e robôs industriais – todas baseadas no Windows 10 Enterprise e Windows 10 Mobile Enterprise.
– Windows 10 S: edição otimizada em termos de segurança e desempenho, funcionando exclusivamente com aplicações da Loja
Microsoft.
– Windows 10 Pro – Workstation: como o nome sugere, o Windows 10 Pro for Workstations é voltado principalmente para uso
profissional mais avançado em máquinas poderosas com vários processadores e grande quantidade de RAM.

Área de Trabalho (pacote aero)


Aero é o nome dado a recursos e efeitos visuais introduzidos no Windows a partir da versão 7.

28 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/materialDemo/SlideDemo-4147.pdf

58
INFORMÁTICA

Área de Trabalho do Windows 10.29

Aero Glass (Efeito Vidro)


Recurso que deixa janelas, barras e menus transparentes, parecendo um vidro.

Efeito Aero Glass.30

29 https://edu.gcfglobal.org/pt/tudo-sobre-o-windows-10/sobre-a-area-de-trabalho-do-windows-10/1/
30 https://www.tecmundo.com.br/windows-10/64159-efeito-aero-glass-lancado-mod-windows-10.htm

59
INFORMÁTICA
Aero Flip (Alt+Tab)
Permite a alternância das janelas na área de trabalho, organizando-as de acordo com a preferência de uso.

Efeito Aero Flip.

Aero Shake (Win+Home)


Ferramenta útil para quem usa o computador com multitarefas. Ao trabalhar com várias janelas abertas, basta “sacudir” a janela
ativa, clicando na sua barra de título, que todas as outras serão minimizadas, poupando tempo e trabalho. E, simplesmente, basta
sacudir novamente e todas as janelas serão restauradas.

Efeito Aero Shake (Win+Home)

60
INFORMÁTICA
Aero Snap (Win + Setas de direção do teclado)
Recurso que permite melhor gerenciamento e organização das janelas abertas.
Basta arrastar uma janela para o topo da tela e a mesma é maximizada, ou arrastando para uma das laterais a janela é dividida
de modo a ocupar metade do monitor.

Efeito Aero Snap.

Aero Peek (Win+Vírgula – Transparência / Win+D – Minimizar Tudo)


O Aero Peek (ou “Espiar área de trabalho”) permite que o usuário possa ver rapidamente o desktop. O recurso pode ser útil
quando você precisar ver algo na área de trabalho, mas a tela está cheia de janelas abertas. Ao usar o Aero Peek, o usuário consegue
ver o que precisa, sem precisar fechar ou minimizar qualquer janela. Recurso pode ser acessado por meio do botão Mostrar área de
trabalho (parte inferior direita do Desktop). Ao posicionar o mouse sobre o referido botão, as janelas ficam com um aspecto trans-
parente. Ao clicar sobre ele, as janelas serão minimizadas.

Efeito Aero Peek.

61
INFORMÁTICA
Menu Iniciar
Algo que deixou descontente grande parte dos usuários do Windows 8 foi o sumiço do Menu Iniciar.
O novo Windows veio com a missão de retornar com o Menu Iniciar, o que aconteceu de fato. Ele é dividido em duas partes: na
direita, temos o padrão já visto nos Windows anteriores, como XP, Vista e 7, com a organização em lista dos programas. Já na direita
temos uma versão compacta da Modern UI, lembrando muito os azulejos do Windows Phone 8.

Menu Iniciar no Windows 10.31


Nova Central de Ações
A Central de Ações é a nova central de notificações do Windows 10. Ele funciona de forma similar à Central de Ações das versões
anteriores e também oferece acesso rápido a recursos como modo Tablet, Bloqueio de Rotação, Luz noturna e VPN.

Central de ações do Windows 10.32

Paint 3D
O novo App de desenhos tem recursos mais avançados, especialmente para criar objetos em três dimensões. As ferramentas
antigas de formas, linhas e pintura ainda estão lá, mas o design mudou e há uma seleção extensa de funções que prometem deixar
o programa mais versátil.
Para abrir o Paint 3D clique no botão Iniciar ou procure por Paint 3D na caixa de pesquisa na barra de tarefas.

31 https://pplware.sapo.pt/microsoft/windows/windows-10-5-dicas-usar-melhor-menu-iniciar
32 Fonte: https://support.microsoft.com/pt-br/help/4026791/windows-how-to-open-action-center

62
INFORMÁTICA

Paint 3D.

Cortana
Cortana é um/a assistente virtual inteligente do sistema operacional Windows 10.
Além de estar integrada com o próprio sistema operacional, a Cortana poderá atuar em alguns aplicativos específicos. Esse é o
caso do Microsoft Edge, o navegador padrão do Windows 10, que vai trazer a assistente pessoal como uma de suas funcionalidades
nativas. O assistente pessoal inteligente que entende quem você é, onde você está e o que está fazendo. O Cortana pode ajudar
quando for solicitado, por meio de informações-chave, sugestões e até mesmo executá-las para você com as devidas permissões.
Para abrir a Cortana selecionando a opção na Barra de Tarefas. Podendo teclar ou falar
o tema que deseja.

Cortana no Windows 10.33

Microsot Edge
O novo navegador do Windows 10 veio para substituir o Internet Explorer como o browser-padrão do sistema operacional da
Microsoft. O programa tem como características a leveza, a rapidez e o layout baseado em padrões da web, além da remoção de
suporte a tecnologias antigas, como o ActiveX e o Browser Helper Objects.
Dos destaques, podemos mencionar a integração com serviços da Microsoft, como a assistente de voz Cortana e o serviço de
armazenamento na nuvem OneDrive, além do suporte a ferramentas de anotação e modo de leitura.
O Microsoft Edge é o primeiro navegador que permite fazer anotações, escrever, rabiscar e realçar diretamente em páginas da
Web. Use a lista de leitura para salvar seus artigos favoritos para mais tarde e lê-los no modo de leitura . Focalize guias abertas
para visualizá-las e leve seus favoritos e sua lista de leitura com você quando usar o Microsoft Edge em outro dispositivo.
33 https://www.tecmundo.com.br/cortana/76638-cortana-ganhar-novo-visual-windows-10-rumor.htm

63
INFORMÁTICA
O Internet Explorer 11, ainda vem como acessório do Windows 10. Devendo ser descontinuado nas próximas atualizações.
Para abrir o Edge clique no botão Iniciar , Microsoft Edge ou clique no ícone na barra de tarefas.

Microsoft Edge no Windows 10.

Windows Hello
O Windows Hello funciona com uma tecnologia de credencial chamada Microsoft Passport, mais fácil, mais prática e mais se-
gura do que usar uma senha, porque ela usa autenticação biométrica. O usuário faz logon usando face, íris, impressão digital, PIN,
bluetooth do celular e senha com imagem.
Para acessar o Windows Hello, clique no botão , selecione Configurações > Contas > Opções de entrada. Ou procure
por Hello ou Configurações de entrada na barra de pesquisa.

Windows Hello.

Bibliotecas
As Bibliotecas são um recurso do Windows 10 que permite a exibição consolidada de arquivos relacionados em um só local. Você
pode pesquisar nas Bibliotecas para localizar os arquivos certos rapidamente, até mesmo quando esses arquivos estão em pastas,
unidades ou em sistemas diferentes (quando as pastas são indexadas nos sistemas remotos ou armazenadas em cache localmente
com Arquivos Offline).

64
INFORMÁTICA

Tela Bibliotecas no Windows 10.34

One Drive
O OneDrive é serviço um de armazenamento e compartilhamento de arquivos da Microsoft. Com o Microsoft OneDrive você
pode acessar seus arquivos em qualquer lugar e em qualquer dispositivo.
O OneDrive é um armazenamento on-line gratuito que vem com a sua conta da Microsoft. É como um disco rígido extra que está
disponível para todos os dispositivos que você usar.

OneDivre.35

Manipulação de Arquivos
É um conjunto de informações nomeadas, armazenadas e organizadas em uma mídia de armazenamento de dados. O arquivo
está disponível para um ou mais programas de computador, sendo essa relação estabelecida pelo tipo de arquivo, identificado pela
extensão recebida no ato de sua criação ou alteração.
Há arquivos de vários tipos, identificáveis por um nome, seguido de um ponto e um sufixo com três (DOC, XLS, PPT) ou quatro
letras (DOCX, XLSX), denominado extensão. Assim, cada arquivo recebe uma denominação do tipo arquivo.extensão. Os tipos mais
comuns são arquivos de programas (executavel.exe), de texto (texto.docx), de imagens (imagem.bmp, eu.jpg), planilhas eletrônicas
(tabela.xlsx) e apresentações (monografia.pptx).
34 https://agorafunciona.wordpress.com/2017/02/12/como-remover-as-pastas-imagens-da-camera-e-imagens-salvas
35 Fonte: https://tecnoblog.net/286284/como-alterar-o-local-da-pasta-do-onedrive-no-windows-10

65
INFORMÁTICA

Pasta
As pastas ou diretórios: não contém informação propriamente dita e sim arquivos ou mais pastas. A função de uma pasta é
organizar tudo o que está dentro das unidades.
O Windows utiliza as pastas do computador para agrupar documentos, imagens, músicas, aplicações, e todos os demais tipos
de arquivos existentes.
Para visualizar a estrutura de pastas do disco rígido, bem como os arquivos nela armazenados, utiliza-se o Explorador de Arqui-
vos.

Manipulação de arquivos e/ou pastas (Recortar/Copiar/Colar)


Existem diversas maneiras de manipular arquivos e/ou pastas.
1. Através dos botões RECORTAR, COPIAR E COLAR. (Mostrados na imagem acima – Explorador de arquivos).
2. Botão direito do mouse.
3. Selecionando e arrastando com o uso do mouse (Atenção com a letra da unidade e origem e destino).

Central de Segurança do Windows Defender


A Central de Segurança do Windows Defender fornece a área de proteção contra vírus e ameaças.
Para acessar a Central de Segurança do Windows Defender, clique no botão , selecione Configurações > Atualização e
segurança > Windows Defender. Ou procure por Windows Defender na barra de pesquisa.

66
INFORMÁTICA

Windows Defender.36

Lixeira
A Lixeira armazena temporariamente arquivos e/ou pastas excluídos das unidades internas do computador (c:\).
Para enviar arquivo para a lixeira:
- Seleciona-lo e pressionar a tecla DEL.
- Arrasta-lo para a lixeira.
- Botão direito do mouse sobre o arquivo, opção excluir.
- Seleciona-lo e pressionar CTRL+D.

Arquivos apagados permanentemente:


- Arquivos de unidades de rede.
- Arquivos de unidades removíveis (pen drive, ssd card...).
- Arquivos maiores do que a lixeira. (Tamanho da lixeira é mostrado em MB (megabytes) e pode variar de acordo com o tamanho
do HD (disco rígido) do computador).
- Deletar pressionando a tecla SHIFT.
- Desabilitar a lixeira (Propriedades).

Para acessar a Lixeira, clique no ícone correspondente na área de trabalho do Windows 10.

Outros Acessórios do Windows 10


Existem outros, outros poderão ser lançados e incrementados, mas os relacionados a seguir são os mais populares:
– Alarmes e relógio.
– Assistência Rápida.
– Bloco de Notas.
– Calculadora.
– Calendário.
– Clima.
– E-mail.
– Facilidade de acesso (ferramenta destinada a deficientes físicos).
– Ferramenta de Captura.
– Gravador de passos.
– Internet Explorer.
– Mapas.
– Mapa de Caracteres.
– Paint.
– Windows Explorer.
– WordPad.
– Xbox.
36 Fonte: https://answers.microsoft.com/pt-br/protect/forum/all/central-de-seguran%C3%A7a-do-windows-defender/9ae1b77e-de-
7c-4ee7-b90f-4bf76ad529b1

67
INFORMÁTICA

Principais teclas de atalho


CTRL + F4: fechar o documento ativo.
CTRL + R ou F5: atualizar a janela.
CTRL + Y: refazer.
CTRL + ESC: abrir o menu iniciar.
CTRL + SHIFT + ESC: gerenciador de tarefas.
WIN + A: central de ações.
WIN + C: cortana.
WIN + E: explorador de arquivos.
WIN + H: compartilhar.
WIN + I: configurações.
WIN + L: bloquear/trocar conta.
WIN + M: minimizar as janelas.
WIN + R: executar.
WIN + S: pesquisar.
WIN + “,”: aero peek.
WIN + SHIFT + M: restaurar as janelas.
WIN + TAB: task view (visão de tarefas).
WIN + HOME: aero shake.
ALT + TAB: alternar entre janelas.
WIN + X: menu de acesso rápido.
F1: ajuda.

CONCEITOS BÁSICOS SOBRE LINUX

O Linux é um sistema operacional livre baseado no antigo UNIX, desenvolvido nos anos 60.
Ele é uma cópia do Unix feito por Linus Torvalds, junto com um grupo de hackers pela Internet. Seguiu o padrão POSIX (família
de normas definidas para a manutenção de compatibilidade entre sistemas operacionais), padrão usado pelas estações UNIX e de-
senvolvido na linguagem de programação, C37.
Linus Torvalds, em 1991, criou um clone do sistema Minix (sistema operacional desenvolvido por Andrew Tannenbaun que era
semelhante ao UNIX) e o chamou de Linux38.
LINUS + UNIX = LINUX.

Composição do Linux
Por ser um Sistema Operacional, o Linux tem a função de gerenciar todo o funcionamento de um computador, tanto a parte de
hardware (parte física) como a parte de software (parte Lógica).
O Sistema Operacional Linux é composto pelos seguintes componentes.
• Kernel (núcleo): é um software responsável por controlar as interações entre o hardware e outros programas da máquina.
O kernel traduz as informações que recebe ao processador e aos demais elementos eletrônicos do computador. É, portanto, uma
série de arquivos escritos em linguagem C e Assembly, que formam o núcleo responsável por todas as atividades executadas pelo
sistema operacional. No caso do Linux, o código-fonte (receita do programa) é aberto, disponível para qualquer pessoa ter acesso,
assim podendo modificá-lo.
• Shell (concha): o intérprete de comandos é a interface entre o usuário e o sistema operacional. A interface Shell funciona
como o intermediário entre o sistema operacional e o usuário graças às linhas de comando escritas por ele. A sua função é ler a linha
de comando, interpretar seu significado, executar o comando e devolver o resultado pelas saídas.
• Prompt de comando: é a forma mais arcaica de o usuário interagir com o Kernel por meio do Shell.

37 MELO, F. M. Sistema Operacional Linux. Livro Eletrônico.


38 https://bit.ly/32DRvTm

68
INFORMÁTICA

Prompt de comando.39

• Interface gráfica (GUI): conhecida também como gerenciador de desktop/área de trabalho, é a forma mais recente de o usuá-
rio interagir com o sistema operacional. A interação é feita por meio de janelas, ícones, botões, menus e utilizando o famoso mouse.
O Linux possui inúmeras interfaces gráficas, sendo as mais usadas: Unity, Gnome, KDE, XFCE, LXDE, Cinnamon, Mate etc.

Ubuntu com a interface Unity.40

Principais Características do Linux


• Software livre: é considerado livre qualquer programa que pode ser copiado, usado, modificado e redistribuído de acordo
com as necessidades de cada usuário. Em outras palavras, o software é considerado livre quando atende a esses quatro tipos de
liberdades definidas pela fundação.
• Multiusuário: permite que vários usuários acessem o sistema ao mesmo tempo. Geralmente o conceito se aplica a uma rede,
na qual podemos ter um servidor e várias pessoas acessando simultaneamente.
• Código aberto (Open Source): qualquer pessoa pode ter acesso ao código-fonte (receita) do programa.
• Multitarefa: permite que diversos programas rodem ao mesmo tempo, ou seja, você pode estar digitando um texto no Libre
Office Writer e ao mesmo tempo trabalhar na planilha de vendas do Calc, por exemplo. Sem contar os inúmeros serviços disponibi-
lizados pelo Sistema que estão rodando em background (segundo plano) e você nem percebe.
39 https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2016/09/como-executar-dois-ou-mais-comandos-do-linux-ao-mesmo-tempo.html
40 Fonte: http://ninjadolinux.com.br/interfaces-graficas.

69
INFORMÁTICA
• Multiplataforma: o Linux roda em diversos tipos de plata- Para utilizá-los, basta digitá-los e pressionar a tecla Enter do
formas de computadores, sejam eles x86 (32bits) ou x64 (64bits). teclado. É importante frisar que, dependendo de sua distribui-
As distribuições mais recentes do Ubuntu estão abolindo as ar- ção Linux, um ou outro comando pode estar indisponível. Além
quiteturas de 32 bits. disso, alguns comandos só podem ser executados por usuários
• Multiprocessador: permite o uso de mais de um processa- com privilégios de administrador.
dor no mesmo computador. O Linux é case sensitive, ou seja, seus comandos têm que
• Protocolos: pode trabalhar com diversos protocolos de ser digitados em letras minúsculas, salvo algumas letras de co-
rede (TCP/IP). mandos opcionais, que podem ter tanto em maiúscula como em
• Case Sensitive: diferenciar letras maiúsculas (caixa alta) minúscula, mas terá diferença de resposta de uma para a outra.
de letras minúsculas (caixa baixa). Exemplo: ARQUIVO1ºdt é di- A relação a seguir mostra os comandos seguidos de uma
ferente de arquivo1ºdt. descrição.
O caractere ponto “.”, antes de um nome, renomeia o arqui- bg: colocar a tarefa em background (segundo plano).
vo para arquivo oculto. cal: exibe um calendário.
O caractere não aceito em nomes de arquivos e diretórios cat arquivo: mostra o conteúdo de um arquivo. Por exem-
no Linux é a barra normal “/”. plo, para ver o arquivo concurso. txt, basta digitar cat concurso.
• Preemptivo: é a capacidade de tirar de execução um pro- txt. É utilizado também para concatenar arquivos exibindo o re-
cesso em detrimento de outro. O Linux interrompe um processo sultado na tela. Basta digitar: $ cat arquivo1 > arquivo2.
que está executando para dar prioridade a outro. cd diretório: abre um diretório. Por exemplo, para abrir a
• Licença de uso (GPL): GPL (licença pública geral) permite pasta /mnt, basta digitar cd /mnt. Para ir ao diretório raiz a partir
que os programas sejam distribuídos e reaproveitados, manten- de qualquer outro, digite apenas cd.
do, porém, os direitos do autor por forma a não permitir que Cd–: volta para o último diretório acessado (funciona como
essa informação seja usada de uma maneira que limite as liber- a função “desfazer”).
dades originais. A licença não permite, por exemplo, que o có- Cd~: funciona como o “home”, ou seja, vai para o diretório
digo seja apoderado por outra pessoa, ou que sejam impostas do usuário.
sobre ele restrições que impeçam que seja distribuído da mesma Cd..: “volta uma pasta”.
maneira que foi adquirido. chattr: modifica atributos de arquivos e diretórios.
• Memória Virtual (paginada/paginação): a memória virtu- chmod: comando para alterar as permissões de arquivos e
al é uma área criada pelo Linux no disco rígido (HD) do computa- diretórios.
dor de troca de dados que serve como uma extensão da memó- chown: executado pelo root permite alterar o proprietário
ria principal (RAM). ou grupo do arquivo ou diretório, alterando o dono do arquivo
• Bibliotecas compartilhadas: são arquivos que possuem ou grupo.
módulos que podem ser reutilizáveis por outras aplicações. Em # chown usuário arquivo
vez de o software necessitar de ter um módulo próprio, poderá # chown usuário diretório
recorrer a um já desenvolvido e mantido pelo sistema (arquivo. Para saber quem é o dono e qual o grupo que é o proprietá-
so). rio da pasta, basta dar o comando:
• Administrador (Super usuário/Root): é o usuário que tem # ls -l /
todos os privilégios do sistema. Esse usuário pode alterar tudo Dessa forma, pode-se ver os proprietários das pastas e dos
que há no sistema, excluir e criar partições na raiz (/) manipular arquivos.
arquivos e configurações especiais do sistema, coisa que o usuá- clear: elimina todo o conteúdo visível, deixando a linha de
rio comum não pode fazer. Representado pelo símbolo: #. comando no topo, como se o sistema acabasse de ter sido aces-
• Usuário comum (padrão): é o usuário que possui restri- sado.
ções a qualquer alteração no sistema. Esse usuário não consegue cp origem destino: copia um arquivo ou diretório para ou-
causar danos ao sistema devido a todas essas restrições. Repre- tro local. Por exemplo, para copiar o arquivo concurso.txt com o
sentado pelo símbolo: $. nome concurso2.txt para /home, basta digitar cp concurso. txt /
home/ concurso 2.txt.
Distribuições do Linux cut: o comando cut é um delimitador de arquivos, o qual
As mais famosas distribuições do Linux são: Red Hat, Ubun- pode ser utilizado para delimitar um arquivo em colunas, núme-
tu, Conectiva, Mandriva, Debian, Slackware, Fedora, Open Suse, ro de caracteres ou por posição de campo.
Apache (WebServer), Fenix, Kurumim, Kali, Kalango, Turbo Linux, Sintaxe: # cut <opções> <arquivo>
Chrome – OS, BackTrack, Arch Linux e o Android (Linux usados date: mostra a data e a hora atual.
em dispositivos móveis; Smartphone, Tablets, Relógios, etc.). df: mostra as partições usadas, espaço livre em disco.
diff arquivo1 arquivo2: indica as diferenças entre dois arqui-
Os Comandos Básicos do Linux vos, por exemplo: diff calc.c calc2.c.
O Linux entra direto no modo gráfico ao ser inicializado, mas dir: lista os arquivos e diretórios da pasta atual; comando
também, é possível inserir comandos no sistema por meio de “ls” é o mais usado e conhecido para Linux. dir é comando típico
uma aplicação de terminal. Esse recurso é localizável em qual- do Windows.
quer distribuição. Se o computador não estiver com o modo du diretório: mostra o tamanho de um diretório.
gráfico ativado, será possível digitar comandos diretamente, emacs: abre o editor de textos emacs.
bastando se logar. Quando o comando é inserido, cabe ao inter- fg: colocar a tarefa em foreground (primeiro plano).
pretador de comandos executá-lo. O Linux conta com mais de file arquivo: mostra informações de um arquivo.
um, sendo os mais conhecidos o bash e o sh.

70
INFORMÁTICA
find diretório parâmetro termo: o comando find serve para localizar informações. Para isso, deve-se digitar o comando seguido
do diretório da pesquisa mais um parâmetro (ver lista abaixo) e o termo da busca. Parâmetros:
name – busca por nome
type – busca por tipo
size – busca pelo tamanho do arquivo
mtime – busca por data de modificação
Exemplo: find /home name tristania
finger usuário: exibe informações sobre o usuário indicado.
free: mostra a quantidade de memória RAM disponível.
grep: procura por um texto dentro de um arquivo.
gzip: compactar um arquivo.
Entre os parâmetros disponíveis, tem-se:
-c – extrai um arquivo para a saída padrão;
-d – descompacta um arquivo comprimido;
-l – lista o conteúdo de um arquivo compactado;
-v – exibe detalhes sobre o procedimento;
-r – compacta pastas;
-t – testa a integridade de um arquivo compactado.
halt: desliga o computador.
help: ajuda.
history: mostra os últimos comandos inseridos.
id usuário: mostra qual o número de identificação do usuário especificado no sistema.
ifconfig: é utilizado para atribuir um endereço a uma interface de rede ou configurar parâmetros de interface de rede.
-a – aplicado aos comandos para todas as interfaces do sistema.
-ad – aplicado aos comandos para todos “down” as interfaces do sistema.
-au – aplicado aos comandos para todos “up” as interfaces do sistema.

Permissões no Linux
As permissões são usadas para vários fins, mas servem principalmente para proteger o sistema e os arquivos dos usuários.
Somente o superusuário (root) tem ações irrestritas no sistema, justamente por ser o usuário responsável pela configuração,
administração e manutenção do Linux. Cabe a ele, por exemplo, determinar o que cada usuário pode executar, criar, modificar etc.
A forma usada para determinar o que o usuário pode fazer é a determinação de permissões.

Observe:

Observe que a figura acima exibe uma listagem dos arquivos presentes no Linux. No lado esquerdo, são exibidas as permissões
dos arquivos.

• Detalhando as Permissões

Tipos de arquivos (observe a primeira letra à esquerda):


“d” Arquivo do tipo diretório (pasta)
“-” Arquivo comum (arquivo de texto, planilha, imagens…)
“l” Link (atalho)

71
INFORMÁTICA
Tipos de permissões (o que os usuários poderão fazer com os arquivos):
r: read (ler)
w: writer (gravar)
x: execute (executar)
“-”: não permitido

Tipos de usuários (serão três categorias de usuários):


Proprietário (u)
Grupos de usuários (g)
Usuário comum (o)

Tabela de permissões (a tabela é composta de oito combinações):


0: sem permissão
1: executar
2: gravar
3: gravar/executar
4: ler
5: ler/executar
6: ler/gravar
7: ler/gravar/executar

Comando para alterar uma permissão:


chmod

Estrutura de Diretórios e Arquivos


O Linux, assim como o Windows, possui seu sistema de gerenciamento de arquivos, que pode variar de acordo com a distribui-
ção. Os mais conhecidos são: Konqueror, Gnome, Dolphin, Krusader, Pcman, XFE.

Gerenciador de arquivos Dolphin.41

Enquanto no Windows a partição raiz geralmente é “C:\”, os programas são instalados em “C:\Arquivos de Programas” e os
arquivos do sistema em C:\WINDOWS, no GNU/Linux, é basicamente o contrário: o diretório raiz é representado pela barra “/”,
que pode ficar armazenado no disco físico ou em uma unidade de rede, e todos os arquivos e pastas do sistema ficam dentro dele.
Vejamos:
/ – diretório raiz, armazena todos os outros.
/bin – armazena os executáveis dos comandos básicos do sistema.
/boot – é onde ficam o kernel e os arquivos de boot (inicialização) do sistema.
/cdrom – o diretório /cdrom não faz parte do padrão FHS, mas você pode encontrá-lo no Ubuntu e em outras versões do sistema
operacional. É um local temporário para CD-ROMs inseridos no sistema. No entanto, o local padrão para a mídia temporária está
dentro do diretório /media.
/dev – dispositivos de entrada/saída (disquete, disco rígido, paca de som etc.). Todos os arquivos contidos nesse diretório (/dev/
hda, /dev/dsp, /dev/fd0 etc) são ponteiros para dispositivos de hardware.
41 https://linuxdicasesuporte.blogspot.com/2018/02/gerenciador-de-arquivos-dolphin-para.html

72
INFORMÁTICA
/etc – armazena os arquivos de configuração do sistema, Atalhos de Teclado com o Gnome
como se fossem o arquivo de registro do Windows. Ctrl + Alt + Barra de espaço: reiniciar o Gnome.
/home – aqui ficam as pastas e os arquivos dos usuários. O Alt + F2: abrir a caixa “Executar comando”.
root tem acesso a todas elas, mas cada usuário só tem acesso às Alt + F4: fechar a janela atual.
suas próprias pastas. Alt + Tab: alternar entre janelas.
/lib – bibliotecas do sistema, como se fosse o diretório Sys- Ctrl + Alt + F1: mudar para o primeiro terminal ou tty1 (sem
tem32 do Windows. modo gráfico).
/lib64 – bibliotecas do sistema, arquitetura 64 bits. Alt + Print: tirar uma captura de tela da tela ativa.
/media – o diretório /media contém subdiretórios em que
os dispositivos de mídia removível inseridos no computador são Atalhos de Terminal
montados. Por exemplo, quando você insere um CD, DVD, pen Seta para cima ou para baixo: pesquisar entre o histórico de
drive em seu sistema Linux, um diretório será criado automati- comandos usados.
camente dentro do diretório /media. Você pode acessar o conte- Ctrl + C: matar o processo atual ou em execução.
údo do CD dentro desse diretório. Ctrl + U: excluir a linha atual.
/mnt – ponto de montagem para dispositivos de hardware
que estão em /dev. O leitor de CD encontrado em /dev/fd0, por
exemplo, será montado em /mnt/cdrom. Ao contrário do Win-
dows, no qual os discos e partições aparecem como C:, D:, E:, no SOFTWARE LIVRE
GNU/Linux, eles aparecem como hda1, hda2, hdb, sdb, CD-ROM
etc. Software Livre refere-se a todo programa de computador
/opt – possui os softwares que não fazem parte da instala- que pode ser executado, copiado, modificado e redistribuído
ção padrão do GNU/Linux. sem que haja a necessidade da autorização do seu proprietário
/proc – é criado na memória (portanto, não ocupa espaço para isso42. Esse tipo de software disponibiliza para seus usuários
em disco) pelo kernel e fornece informações sobre ele e os pro- e desenvolvedores o livre acesso ao código-fonte para que pos-
cessos ativos. sam realizar alterações da maneira que desejarem.
/root – diretório local do superusuário (root). O código-fonte são as instruções que formam um progra-
/run – o diretório /run é relativamente novo e oferece aos ma43. É baseado em uma linguagem de programação. Depois de
aplicativos um local padrão para armazenar arquivos temporá- concluído, esse código deve ser transformado em linguagem de
rios, como soquetes e identificações de processos. Esses arqui- máquina para que o computador efetivamente faça das instru-
vos não podem ser armazenados em /tmp, pois os arquivos loca- ções um software. Tendo acesso ao código-fonte, uma pessoa
lizados em /tmp podem ser apagados. com conhecimentos para isso pode estudá-lo ou mesmo alterá-
/sbin – contém arquivos referentes à administração e manu- -lo conforme sua necessidade ou interesse
tenção de hardware e software. A FSF (Free Software Foundation - Fundação para o Software
/snap – arquivos de implantação e um sistema de gerencia- Livre) é a criadora do conceito. Ela é uma organização sem fins
mento de pacotes que foi projetado e construído pela Canonical lucrativos, fundada no ano de 1985 por Richard Stallman, ideali-
para o sistema operacional Ubuntu phone. Com o suporte a Snap zador do GNU - sistema operacional tipo Unix. A filosofia da FSF
instalado em sua distribuição, já é possível instalar aplicativos apoia-se na liberdade de expressão e não nos lucros. Stallman
diversos para o Linux. acredita que os softwares proprietários (aqueles que não são li-
/srv – o diretório /srv contém “dados para serviços presta- vres) são injustos, restritivos e de certa forma discriminatórios.
dos pelo sistema”. Se você usa o servidor Apache em um site, Em 1983, Stallman começou o Projeto GNU após ter sofrido
provavelmente armazena os arquivos do seu site em um diretó- uma experiência negativa com um software comercial. Funcio-
rio dentro do /srv. nário do Laboratório de Inteligência Artificial do MIT, ele identi-
/sys – a pasta sys tem basicamente a mesma finalidade atri- ficou uma falha no software de uma impressora Xerox e tentou
buída ao diretório proc. consertá-la. No entanto, a empresa não liberou para Stallman o
/tmp – arquivos temporários. código-fonte, motivando-o a criar um mecanismo legal que ga-
/usr – é o diretório com o maior número de arquivos, in- rantisse que todos pudessem desfrutar dos direitos de copiar,
cluindo bibliotecas (/usr/lib) e executáveis (/usr/bin) dos princi- modificar e redistribuir um software. Isso gerou a criação da Li-
pais programas. cença GPL e, posteriormente, da FSF.
/usr/X11 – arquivos do sistema do gerenciador de janelas. Os usuários de software livre estão isentos dessas restrições,
/usr/man – manuais on-line. pois eles não necessitam pedir autorização ao proprietário, além
/var – arquivos variáveis, que mudam com frequência. de não serem obrigados a concordar com cláusulas restritivas de
outros, bem como licenças proprietárias, como cópias restritas.
Teclas de Atalhos Algumas licenças de utilização foram criadas para poder ga-
Ctrl + Q: fechar o aplicativo ativo. rantir a equidade e a organização de direitos entre os usuários.
Ctrl + A: selecionar tudo. A mais utilizada delas é a GPL - General Public License (Licença
Ctrl + S: salvar o documento ou alterações feitas. Pública do Uso Geral).
Ctrl + P: imprimir o documento. Um programa pode ser considerado software livre quando
Ctrl + C: copiar o conteúdo selecionado. se enquadra nas quatro liberdades essenciais:
Ctrl + V: colar o conteúdo da área de transferência. Liberdade 0: a liberdade de execução do programa para
Ctrl + X: cortar o conteúdo selecionado. qualquer finalidade;
42 https://canaltech.com.br/software/o-que-e-software-livre-25494/
43 https://www.infowester.com/freexopen.php

73
INFORMÁTICA
Liberdade 1: a liberdade de estudar e entender como o pro- No caso do software livre, o desenvolvedor poderia deixar
grama funciona, além de poder adaptá-lo de acordo com as suas seu programa em domínio público, isto é, sujeito a toda e qual-
necessidades. Para isso, o acesso ao código-fonte do software quer forma de utilização, alteração e distribuição. Porém, esta si-
faz-se necessário; tuação pode fazer com que indivíduos ou entidades modifiquem
Liberdade 2: a liberdade de redistribuir cópias com o intuito este software e o disponibilizem mediante uma série de restri-
de ajudar outras pessoas; ções, ignorando as liberdades que o tornariam livre.
Liberdade 3: a liberdade de distribuir cópias alteradas a ou- É para evitar problemas do tipo que o copyleft entra em
tras pessoas. Isso permite que as demais pessoas tenham acesso cena: com ele, as liberdades de modificação e distribuição são
ao software em sua versão melhorada, se beneficiando de suas garantidas, tanto em um projeto original quanto em um deriva-
mudanças. do. Isso significa que uma pessoa ou uma organização não pode-
rá obter um software livre, modificá-lo e distribuí-lo de maneira
Software Gratuito restrita, devendo compartilhar o programa - seja ele alterado ou
Software gratuito (freeware) é um programa que pode ser não - pelas mesmas condições em que o obteve (compartilha-
utilizado sem pagar por ele. Ou seja, um software pode ser gra- mento pela mesma licença).
tuito e livre, por outro lado, pode ser também gratuito e fecha- Este cenário é válido para as licenças compatíveis com tais
do. Um software nesta condição é restrito, isto é, somente o au- condições, como é o caso da GPL.
tor ou a entidade que o desenvolve tem acesso ao código-fonte, Vale frisar, no entanto, que há licenças para software livre
portanto você não pode alterá-lo ou simplesmente estudá-lo, que não contemplam as características do copyleft.
somente usá-lo da forma como foi disponibilizado. Muitas vezes,
há limitações também em sua distribuição. Open Source
Portanto, software livre e software gratuito não são a mes- É comum ver Software Livre e Código Aberto (Open Source)
ma coisa. sendo tratados como se fossem a mesma coisa. De igual maneira,
não é difícil encontrar a expressão “código aberto” como mero
Software livre é gratuito? sinônimo de “código-fonte aberto”. Não há, necessariamente,
Software livre consiste na ideia de que pode ser utilizado, erros aqui, mas há diferenças.
distribuído, estudado o código-fonte e até modificado, sem ne- O Open Source é um movimento que surgiu em 1998 por
cessidade de pedir autorização ao seu desenvolvedor. Softwares iniciativa principal de Bruce Perens, mas com o apoio de várias
nestas condições geralmente não requerem pagamento, mas outras pessoas que não estavam totalmente de acordo com os
isso não é regra: um programa pode ser livre, mas não necessa- ideais filosóficos ou com outros aspectos do Software Livre, re-
riamente gratuito. sultando na criação da Open Source Initiative (OSI).
Uma pessoa pode pagar para receber um software livre ou A Open Source Initiative não ignora as liberdades da Free
cobrar para distribuir um programa nesta condição, por exem- Software Foundation, por outro lado, tenta ser mais flexível.
plo, desde que esta ação não entre em conflito com as liberda- Para isso, a organização definiu dez quesitos para que um sof-
des apontadas pela Free Software Foundation. tware possa ser considerado Open Source:
Como exemplo, um programador pode desenvolver um apli- 1- Distribuição livre;
cativo, disponibilizá-lo como software livre e vendê-lo em seu 2- Acesso ao código-fonte;
site, desde que não impeça o comprador de acessar o código- 3- Permissão para criação de trabalhos derivados;
-fonte, fazer alterações, redistribuir e assim por diante. 4- Integridade do autor do código-fonte;
5- Não discriminação contra pessoas ou grupos;
GNU Public License (GPL) 6- Não discriminação contra áreas de atuação;
Quando um software é criado, o desenvolvedor o associa a 7-Distribuição da licença;
um documento que determina quais ações o utilizador pode ou 8- Licença não específica a um produto;
não executar. Esta é a licença de software. Por exemplo, ao ad- 9- Licença não restritiva a outros programas;
quirir uma solução de ERP, é possível que ela seja implementada 10- Licença neutra em relação à tecnologia.
em um número limitado de máquinas. Esta e outras condições
devem ficar explícitas na licença. Analisando as características da Free Software Foundation
A GNU Public License (GPL) nada mais é do que uma licen- e da Open Source Initiative, percebemos que, em muitos casos,
ça criada pela Free Software Foundation baseada nas liberdades um software livre pode também ser considerado código aberto
que a entidade defende. Ou seja, quando um programa possui e vice-versa.
licença GPL, significa que é, de fato, um software livre. A diferença está, essencialmente, no fato de a OSI ter recep-
É importante frisar que um programa não necessita obri- tividade maior em relação às iniciativas de software do merca-
gatoriamente de uma licença GPL para ser um software livre. É do. Assim, empresas como Microsoft e Oracle, duas gigantes do
possível o uso de outras licenças, desde que compatíveis com as software proprietário, podem desenvolver soluções de código
liberdades em questão. aberto utilizando suas próprias licenças, desde que estas respei-
tem os critérios da OSI. No Software Livre, empresas como estas
Copyleft provavelmente enfrentariam algum tipo de resistência, uma vez
A expressão copyleft (copy + left) é um trocadilho com o ter- que suas atividades principais ou mesmo os programas ofere-
mo copyright (copy + right), que se refere aos direitos de uso ou cidos podem entrar em conflito com os ideais morais da Free
cópia de uma propriedade intelectual. No caso, a palavra left faz Software Foundation.
alusão a um contexto mais generoso: enquanto o copyright dá
mais foco nas restrições, o copyleft se baseia nas permissões.

74
INFORMÁTICA

UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE TEXTO, PLANILHA E APRESENTAÇÃO DO PACOTE MICROSOFT OFFICE (WORD,


EXCEL E POWERPOINT) - VERSÕES 2010, 2013 E 2016
O Word faz parte da suíte de aplicativos Office, e é considerado um dos principais produtos da Microsoft sendo a suíte que do-
mina o mercado de suítes de escritório.
Word é um processador de textos versátil com recursos avançados de editoração eletrônica capaz de criar textos, elementos
gráficos, cartas, relatórios, páginas da Internet e e-mail44.
A versão 2010 trouxe muitos novos recursos úteis para o programa, junto com alterações importantes na interface do usuário
que foi projetada para aprimorar o acesso a toda a ampla variedade de recursos do Word.
A interface do Word 2010 é bem diferente da versão 2003 e bem parecida com o Word 2007. Dentre as vantagens oferecidas
pelo aplicativo, podemos destacar: efeitos de formatação como preenchimentos de gradiente e reflexos, diretamente no texto do
documento, aplicar ao texto e às formas, muitos dos mesmos efeitos que talvez já use para imagens, gráficos e elementos gráficos
SmartArt, uso do Painel de Navegação que facilita a pesquisa e até a reorganização do conteúdo do documento em poucos cliques,
além de ferramentas para trabalhos em rede.

Interface do Word 2010.

1. Barra de título: exibe o nome de arquivo do documento que está sendo editado e o nome do software que você está usando 45.
Ele também inclui a minimizar padrão, restauração, botões e fechar.
2. Ferramentas de acesso rápido: comandos que costumam ser usados, como Salvar, Desfazer, e Refazer estão localizados aqui.
No final da barra de ferramentas de acesso rápido é um menu suspenso onde você pode adicionar outros comumente usados ou
necessários comumente comandos.
3. Guia de arquivo: clique neste botão para localizar comandos que atuam no documento, em vez do conteúdo do documento,
como o Novo, Abrir, Salvar como, Imprimir e Fechar.
4. A faixa de opções: comandos necessários para o seu trabalho estão localizados aqui. A aparência da faixa de opções será
alterada dependendo do tamanho do seu monitor. O Word irá compactar a faixa de opções alterando a organização dos controles
para acomodar monitores menores.
5. Janela de editar: mostra o conteúdo do documento que você está editando.
6. Barra de rolagem: permite a você alterar a posição de exibição do documento que você está editando.
7. Barra de status: exibe informações sobre o documento que você está editando.

44 Monteiro, E. Microsoft Word 2007.


45 https://support.microsoft.com/pt-br/office/word-para-novos-usu%C3%A1rios-cace0fd8-eed9-4aa2-b3c6-07d39895886c#ID0EAABAAA=Office_2010
75
INFORMÁTICA
8. Botões de exibição: permite a você alterar o modo de exibição do documento que você está editando para atender às suas
necessidades.
9. Controle de slide de zoom: permite que você alterar as configurações de zoom do documento que você está editando.

Salvar a abrir um documento


No Word, você deve salvar seu documento para que você pode sair do programa sem perder seu trabalho. Quando você salva
o documento, ele é armazenado como um arquivo em seu computador. Posteriormente, você pode abrir o arquivo, alterá-lo e im-
primi-lo.
Para salvar um documento, faça o seguinte:
1. Clique no botão Salvar na barra de ferramentas de acesso rápido.
2. Especifique o local onde deseja salvar o documento na caixa Salvar em. Na primeira vez em que você salvar o documento, a
primeira linha de texto no documento é previamente preenchida como nome do arquivo na caixa nome do arquivo. Para alterar o
nome do arquivo, digite um novo nome de arquivo.
3. Clique em Salvar.
4. O documento é salvo como um arquivo. O nome do arquivo na barra de título é alterado para refletir o nome de arquivo salvo.

É possível abrir um documento do Word para continuar seu trabalho. Para abrir um documento, faça o seguinte:
1. Clique no botão Iniciar e, em seguida, clique em documentos.
2. Navegue até o local onde você armazenou o arquivo e clique duas vezes no arquivo. Aparece a tela de inicialização do Word
e, em seguida, o documento é exibido.
É possível também abrir um documento a partir do Word clicando na guia arquivo e, em seguida, clicando em Abrir. Para abrir
um documento que salvo recentemente, clique em recentes.

Criando documentos no Word


O texto padrão criado no Word é chamado de documento, quando salvos no computador, este documento recebe o nome defi-
nido pelo usuário e a extensão .DOCX (ponto DOCX).
Ao salvar um documento do Word, você também poderá criar seus próprios modelos no Word. Bastando para isso informar que
o arquivo será salvo no formato Modelo de documento, na janela do comando Arquivo/Salvar como...
Neste caso, a extensão adotada pelo arquivo será .DOTX e serão gravados em uma pasta específica, ao invés da extensão para
documentos comuns .DOCX. Também é possível usar o comando Arquivo/Salvar como para salvar seu documento em diferentes
formatos como .HTM, .PDF, .ODT e .DOC utilizado pelas versões mais antigas do Word.

Editar e formatar texto


Antes de editar ou formatar texto, primeiro selecione o texto. Siga as etapas abaixo para selecionar o texto.
1. Coloque o cursor no início do texto que você gostaria de editar ou formatar e, em seguida, pressione o botão esquerdo do
mouse.
2. Ao manter pressionado o botão esquerdo do mouse, movê-la para a direita (chamada de “arrastar”) para selecionar o texto.
Uma cor de plano de fundo é adicionada no local do texto selecionado para indicar que o intervalo de seleção.
A maioria das ferramentas de formatação de texto são encontrados clicando na guia página inicial e, em seguida, escolhendo
no grupo fonte.

1. Esta é a guia página inicial.


2. Este é o grupo fonte na guia página inicial.
3. Este é o botão negrito. Consulte a tabela abaixo para os nomes e funções de todos os botões no grupo fonte.

76
INFORMÁTICA
Ícones e teclas de atalho
F1: Ajuda do Word
Novo (Ctrl + O): exibe um novo documen-
to em branco. Alterar Estilos: exibe o painel de formata-
ção de estilo.
Ctrl + A (Abrir): abre documentos ante-
Ctrl+Shift+F (Fonte): apresenta uma lista
riormente salvos.
de opções para modificar a tipografia da
fonte (letra).
Ctrl + B (Salvar): grava o arquivo.
Ctrl+Shift+P (Tamanho da Fonte): apre-
senta uma lista de opções para modificar
Ctrl + P (Imprimir): imprime o documento. o tamanho da fonte.

Ctrl+> ou Ctrl+]: aumentar fonte.


Visualizar a impressão.

Ctrl+< ou Ctrl+[: diminuir fonte.


Verificar Ortografia e Gramática F7

Limpar Formatação.
Ctrl+U (Substituir): permite substituir um
texto no documento.
Ctrl + X (Copiar): copia dados para a Área Ctrl+N: negrito.
de Transferência sem deixar de exibir a
imagem na tela.
Ctrl+I: itálico.
Ctrl + C (Copiar): copia dados para a Área
de Transferência sem deixar de exibir a
imagem na tela. Ctrl+S: sublinhado.
Ctrl + V (Colar): recupera dados enviados
para a Área de Transferência. Tachado.
Ctrl+Shift+C e Ctrl+Shift+V (Pincel): copia
e cola formatações de texto. Texto Subscrito.

Ctrl + Z (Desfazer): desfazer a última ação.


Ctrl+Shift++: texto sobrescrito.
Ctrl + R (Refazer): retorno ao estado antes
de ter acionado o Desfazer. Shift+F3: alternar entre maiúsculas e mi-
núsculas.
F4 (Repetir): repete a última ação.
Funciona como uma caneta marca-texto.
Ctrl + K (Inserir Hiperlink): insere links de
parágrafos, arquivos ou Web. Cor-da-fonte.
Desenhar Tabela: permite ao usuário in-
serir uma tabela, desenhando linhas. Marcadores: aplica marcadores aos pará-
grafos selecionados.
Colunas: formata o texto em colunas. Numeração: formata como lista numera-
da os parágrafos selecionados.
Desenho: exibe ou oculta a Barra de Fer-
Tab (para descer um nível) e Shift+Tab
ramentas Desenho.
(para subir um nível): numeração de Vá-
Ctrl + *: exibe ou oculta caracteres não rios Níveis: formata os parágrafos com lis-
imprimíveis. ta numerada em vários níveis.

Efeito de Texto: atribui um efeito visual Diminuir recuo: avança o texto em dire-
(brilho, sombra ou reflexo) ao texto sele- ção à margem esquerda.
cionado.
Aumentar recuo: distancia o texto da
Shift + F3 (Maiúsculas e Minúsculas): al- margem esquerda.
terna a capitalização do texto.

77
INFORMÁTICA

Classificar: coloca em ordem alfabética pa-


rágrafos iniciados por textos ou números.

Ctrl+Shift+* (Mostrar Tudo): exibe/Ocul-


ta caracteres não imprimíveis

Ctrl+Q: alinhar à esquerda.

Ctrl+E: centralizar.

Alinhar à Direita.

Ctrl+J: justificar

Ctrl+1 (Espaçamento Simples), Ctrl+2


(Espaçamento Duplo) e Ctrl+5 (1,5 li-
nhas): espaçamento entrelinhas
Sombreamento: preenche com cor o pla-
no de fundo.

Bordas: opções de bordas para o texto


selecionado.

WORD 2013
Conhecido como o mais popular editor de textos do mercado, a versão 2013 do Microsoft Word traz tudo o que é necessário
para editar textos simples ou enriquecidos com imagens, links, gráficos e tabelas, entre outros elementos 46.
A compatibilidade entre todos os componentes da família Office 2013 é outro dos pontos fortes do Microsoft Word 2013. É pos-
sível exportar texto e importar outros elementos para o Excel, o PowerPoint ou qualquer outro dos programas incluídos no Office.
Outra das novidades do Microsoft Word 2013 é a possibilidade de guardar os documentos na nuvem usando o serviço SkyDrive.
Dessa forma, é possível acessar documentos do Office de qualquer computador e ainda compartilhá-los com outras pessoas.

47

46 https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4685295/mod_resource/content/1/Apostila%20de%20Word.pdf
47 Fonte: http://www.etec.sp.gov.br/view/file/wv_file.aspx?id=84AFA42DFAD089D53534D753C0488CE2E8CCFF5EC8324596BECE07A8164EDF-

78
INFORMÁTICA
Os menus e as barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções (Guias e Comandos) e pelo modo de exibição
Backstage (área de gerenciamento de arquivo)48.

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido


Esta barra permite acesso rápido para alguns comandos que são executados com frequência: como iniciar um novo arquivo,
salvar um documento, desfazer e refazer uma ação, entre outros.

Na parte superior do Word 2013 você encontra uma faixa de opções, que também é organizada por guias. Cada guia tem várias
faixas de opções diferentes. Estas faixas de são formadas por grupos e estes grupos têm vários comandos. O comando é um botão,
uma caixa para inserir informações ou um menu.

Botão Arquivo
Ao clicar sobre ele será exibido opções como Informações, Novo, Abrir, Salvar, Salvar como, Imprimir, etc. Portanto, clique sobre
ele e visualize essas opções.

12521C97DA04C93379CD1A503BE1561B8D7DFDD0202571B27264EF62AF01F952C6
48 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/20/word-2013-estrutura-basica-dos-documentos/

79
INFORMÁTICA
Página inicial
Área de transferência, Fonte, Parágrafo, Estilo e Edição.

Inserir
Páginas, Tabelas, Ilustrações, Aplicativos, Links, comentários, Cabeçalho e Rodapé, Texto e Símbolos.

Design
Formatação do documento.

Layout da Página
Configurar Página, Parágrafo e Organizar.

Referências
Sumário, Notas de Rodapé, Citações e Bibliografia, Legendas e Índice.

Correspondências
Criar, Iniciar Mala Direta, Gravar e Inserir Campos, Visualizar Resultados e Concluir.

80
INFORMÁTICA
Exibição
Modo de Exibição, Mostrar, Zoom, Janela e Macros.

Formatos de arquivos Word 2013


Formatos de arquivo suportados e suas extensões49:
.doc: documento do Word 97-2003
.docm: documento para macro do Word. Baseado em XML par macro do Word 2019, 2016, 2013 2010 e 2007
.docx: padrão Word 2019, 2016, 2013, 2010 e 2007 e Documento Strict de Open XML
.htm e .html: página da Web Página da Web, Filtrado
.mht e .mhtml: página da Web de Arquivo Único
.odt: texto do OpenDocument. Este é a extensão do LibreOffice, mas o Word dá suporte para que os arquivos salvos do Word
2019, 2016 e 2013 possam ser abertos no Writer do LibreOffice e arquivos do Writer possam ser abertos no Word 2019, 2016 e 2013,
mas atenção, a formatação do documento pode ser perdida.
.dot: modelo do Word 97-2003
.dotm: modelo habilitado para macro do Word
.dotx: modelo do Word
.pdf: arquivos que usam o formato de arquivo PDF podem ser visualizados, editados e salvos em .docx ou .pdf usando o Word
2019, o Word 2016 e o Word 2013. Atenção: Os arquivos PDF podem não ter uma correspondência perfeita de página para paginação
com o original.
.rtf: formato Rich Text . Formato para ser multiplataforma. Os documentos criados em diferentes sistemas operacionais e apli-
cativos de software podem ser utilizados entre eles.
.txt: texto simples. Quando o documento é salvo perde sua formatação. É o formato do bloco de notas e WordPad.
.xml: documento XML do Word 2003 e Word 2019, 2016, 2013 e 2007 (Open XML). É também chamado de MetaFile e arquivo
de MetaDados (arquivos com informações extras).
.xps: XML Paper Specification, um formato de arquivo que preserva a formatação do documento e habilita o compartilhamento
de arquivos.
.wps: documento Works 6-9. Este é o formato de arquivo padrão do Microsoft Works, versões 6.0 a 9.0.

Criando um documento
Ao criar um documento no Word 2013, é possível começar com um documento em branco ou deixar que um modelo faça a
maior parte do trabalho50.

Iniciando um documento
A maioria das pessoas costuma criar um documento a partir de uma página em branco, apesar de o Word ter vários modelos
com temas e estilos pré-definidos, assim só é preciso adicionar conteúdo.

49 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/17/word-2013-formatos-de-arquivos/
50 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/21/edicao-e-formatacao-de-textos-word-2013/

81
INFORMÁTICA
Abrir um documento
Ao iniciar o Word, aparece uma galeria de modelo separado por categorias. É só clicar em uma delas e escolher um modelo que
atenda melhor seu objetivo.
Aparecerá do lado esquerdo (ver imagem anterior) uma lista com os documentos recentes que você usou.
É só clicar em uma delas e escolher um modelo que atenda melhor seu objetivo.
Caso queira outro documento que não está nesta lista você verá bem abaixo desta coluna a opção abrir outros documentos.

Se já estiver trabalhando no Word e quiser abrir um arquivo é só ir na Barra de Opções e clicar em Arquivo > Abrir e navegar
até o local onde se encontra o arquivo.
Caso você esteja abrindo um documento criado em versões anteriores do Word, você verá Modo de Compatibilidade na barra
de título da janela do documento. Você pode trabalhar no modo de compatibilidade ou atualizar o documento e usar os recursos
do Word 2013.
Ctrl + O: atalho para abrir um documento novo documento.
Ctrl + A: atalho para abrir um documento já existente.

Salvando e Fechando o Arquivo


Para salvar um documento digitado, clique na guia Arquivo.

Em seguida, clique na opção Salvar como.

Após o clique, a caixa de diálogo Salvar como será aberta, onde devemos informar o nome do arquivo e o local onde será salvo.
É possível também salvar na nuvem (on-line) clicando em OneDrive e assim podendo compartilhar o arquivo em vários disposi-
tivos como no celular ou outros computadores.
O Word já salva automaticamente o arquivo no formato .docx mas caso queira salvar em outro formato, logo abaixo do nome
do arquivo tem uma lista de tipos de arquivos suportados pelo Word 2013.

No Word tem uma barra de acesso rápido no topo do editor na qual o documento pode ir sendo
salvo conforme se vai trabalhando nele.
Ctrl + B: atalho para salvar documento.

82
INFORMÁTICA
Funções básicas em um editor de texto
Ctrl + C (Copiar): é quando copiar um texto para repetir no mesmo texto ou colar em outro lugar. Selecione o texto e clique com
direito do mouse e clique em Copiar.
Ctrl + X (Recortar): recurso para tirar o texto selecionado e colar em outro lugar. Selecione o texto e clique com botão direito do
mouse e selecione Recortar. Este arquivo copiado ou recortado irá para a área de transferência.
Área de transferência: área separada do sistema operacional para guardar uma pequena quantidade de dados.
Ctrl + V (Colar): recurso para colar o texto que foi copiado ou recortado. Selecione o local que quer colar e clique no botão di-
reito do mouse e selecione o tipo de colagem.

Cabeçalho e rodapé
Para colocar números das páginas, título ou data em todas as páginas de seu documento, você deve adicionar um cabeçalho ou
rodapé51.
Basta clicar na aba Inserir e em adicionar Cabeçalho ou rodapé.
Seleciona o formato clicando no modelo de seu interesse. Abrirá o cabeçalho para editar a parte interna dele.

Digite o Título e feche o cabeçalho.

Todas as páginas do documento terão o mesmo cabeçalho.

Parágrafos
No Word 2013 tem dois lugares em que encontramos funções para formatarmos parágrafos52.

Guia Página Inicial

51 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/28/cabecalho-e-rodape-word-2013/
52 https://centraldefavoritos.com.br/2019/10/28/paragrafos-word-2013/

83
INFORMÁTICA
Guia Layout de Páginas

A formatação propriamente dita é feita na página inicial.

Alinhamento de parágrafos

Alinhar à esquerda (Ctrl+Q): alinha todo parágrafo na margem esquerda do documento.


Centralizar (Ctrl+E): centraliza o texto no centro da página, dando ao documento uma aparência mais formal
Alinhar à direita (Ctrl+G): alinha o conteúdo à margem direita do documento.
Justificar (Ctrl+J): distribui o texto uniformemente entre as margens

Espaçamento de linhas e parágrafos

84
INFORMÁTICA
Escolhe o espaçamento entre linha ou parágrafos.
Clicando na seta de opções tem os valores de espaçamento. Quanto maior o número maior o espaçamento.

Sombreamento de parágrafo

Para realçar o texto, parágrafo ou célula de tabela selecionada.


Ele simplesmente muda a cor atrás dando maior destaque.

Bordas
Além do sombreamento, você pode dar um destaque a um texto colocando uma borda. E clicando na seta você poderá alterar
o estilo da borda.

85
INFORMÁTICA
Para colocar a borda basta selecionar o texto ou parágrafo e Guia Inserir (Grupo Tabelas)
clica na borda desejada.

Classificar Tabela: permite inserir e trabalhar com tabelas no do-


cumento53. Ao clicar na setinha logo abaixo do botão
Tabela, abre-se um menu com opções.

Nesta opção, pode-se classificar itens selecionado em or-


dem alfabética ou numérica.
Ex.: Lista de animais
Vaca
Elefante
Porco
Girafa

Ao selecionar a lista e clica na opção ela fica em or-


dem alfabética; Na janela que abrir, pode-se colocar a lista em
ordem crescente ou decrescente.

Recuos
Selecionando-se uma sequência de quadradinhos, é possível
inserir uma tabela automaticamente, após soltar o mouse.
Exemplo: Na figura abaixo, é possível notar a seleção de al-
guns quadradinhos e a indicação Tabela 3x2, o que significa que
ao soltar o botão do mouse, será inserida no documento uma
tabela com 3 colunas e 2 linhas.

A primeira opção o parágrafo vai para mais perto da margem


(DIMINUIR RECUO)
A segunda opção o parágrafo vai para mais longe da margem
(AUMENTAR RECUO)
É só selecionar o parágrafo e clicar na opção. Cada clicada
ele salta 1,25 cm.

Mostrar tudo (Ctrl+*)

Inserir Tabela: permite inserir uma


tabela na posição do cursor. Note
que a opção tem reticências no final,
Mostra as marcas de parágrafo e outros símbolos de forma- o que significa que será aberta uma
tação ocultos. É útil para formatação de layouts avançados. janela de opções, para que sejam
feitas as configurações da tabela que
será inserida no documento.

53 https://bit.ly/2BH2KiN

86
INFORMÁTICA

Neste quadro é possível configurar o número de colunas e Ao armazenar um documento on-line no OneDrive ou no
o número de linhas da tabela, além de largura de coluna fixa, SharePoint e compartilhá-lo com colegas que usam o Word 2016
ajustada automaticamente. ou Word On-line, vocês podem ver as alterações uns dos outros
no documento durante a edição. Após salvar o documento on-
-line, clique em Compartilhar para gerar um link ou enviar um
WORD 2016 convite por e-mail. Quando seus colegas abrem o documento
Essa versão de edição de textos vem com novas ferramentas e concordam em compartilhar automaticamente as alterações,
e novos recursos para que o usuário crie, edite e compartilhe você vê o trabalho em tempo real.
documentos de maneira fácil e prática54.
O Word 2016 está com um visual moderno, mas ao mes-
mo tempo simples e prático, possui muitas melhorias, modelos
de documentos e estilos de formatações predefinidos para agi-
lizar e dar um toque de requinte aos trabalhos desenvolvidos.
Trouxe pouquíssimas novidades, seguiu as tendências atuais da
computação, permitindo o compartilhamento de documentos e
possuindo integração direta com vários outros serviços da web,
como Facebook, Flickr, Youtube, Onedrive, Twitter, entre outros.

Novidades no Word 2016


– Diga-me o que você deseja fazer: facilita a localização e a
realização das tarefas de forma intuitiva, essa nova versão possui
a caixa Diga-me o que deseja fazer, onde é possível digitar um
termo ou palavra correspondente a ferramenta ou configurações
que procurar.

– Pesquisa inteligente: integra o Bing, serviço de buscas da


Microsoft, ao Word 2016. Ao clicar com o botão do mouse sobre
qualquer palavra do texto e no menu exibido, clique sobre a fun-
ção Pesquisa Inteligente, um painel é exibido ao lado esquerdo
da tela do programa e lista todas as entradas na internet relacio-
nadas com a palavra digitada.
– Equações à tinta: se utilizar um dispositivo com tela sen-
sível ao toque é possível desenhar equações matemáticas, utili-
zando o dedo ou uma caneta de toque, e o programa será capaz
de reconhecer e incluir a fórmula ou equação ao documento.

– Trabalhando em grupo, em tempo real: permite que vá-


rios usuários trabalhem no mesmo documento de forma simul-
tânea.
54 http://www.popescolas.com.br/eb/info/word.pdf

87
INFORMÁTICA
– Histórico de versões melhorado: vá até Arquivo > Histórico para conferir uma lista completa de alterações feitas a um docu-
mento e para acessar versões anteriores.
– Compartilhamento mais simples: clique em Compartilhar para compartilhar seu documento com outras pessoas no Share-
Point, no OneDrive ou no OneDrive for Business ou para enviar um PDF ou uma cópia como um anexo de e-mail diretamente do
Word.

– Formatação de formas mais rápida: quando você insere formas da Galeria de Formas, é possível escolher entre uma coleção
de preenchimentos predefinidos e cores de tema para aplicar rapidamente o visual desejado.
– Guia Layout: o nome da Guia Layout da Página na versão 2010/2013 do Microsoft Word mudou para apenas Layout 55.

Interface Gráfica

Guia de Início Rápido.56

55 CARVALHO, D. e COSTA, Renato. Livro Eletrônico.


56 https://www.udesc.br/arquivos/udesc/id_cpmenu/5297/Guia_de_Inicio_Rapido___Word_2016_14952206861576.pdf

88
INFORMÁTICA
Ao clicar em Documento em branco surgirá a tela principal do Word 201657.

Área de trabalho do Word 2016.

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido


Permite adicionar atalhos, de funções comumente utilizadas no trabalho com documentos que podem ser personalizados de
acordo com a necessidade do usuário.

Faixa de Opções
Faixa de Opções é o local onde estão os principais comandos do Word, todas organizadas em grupos e distribuídas por meio de
guias, que permitem fácil localização e acesso. As faixas de Opções são separadas por nove guias: Arquivos; Página Inicial, Inserir,
Design, Layout, Referências, Correspondências, Revisão e Exibir.

– Arquivos: possui diversas funcionalidades, dentre algumas:


– Novo: abrir um Novo documento ou um modelo (.dotx) pré-formatado.
– Abrir: opções para abrir documentos já salvos tanto no computador como no sistema de armazenamento em nuvem da Mi-
crosoft, One Drive. Além de exibir um histórico dos últimos arquivos abertos.
– Salvar/Salvar como: a primeira vez que irá salvar o documento as duas opções levam ao mesmo lugar. Apenas a partir da se-
gunda vez em diante que o Salvar apenas atualiza o documento e o Salvar como exibe a janela abaixo. Contém os locais onde serão
armazenados os arquivos. Opções locais como na nuvem (OneDrive).
57 Melo, F. INFORMÁTICA. MS-Word 2016.

89
INFORMÁTICA
– Imprimir: opções de impressão do documento em edição. Desde a opção da impressora até as páginas desejadas. O usuário
tanto pode imprimir páginas sequenciais como páginas alternadas.

– Página Inicial: possui ferramentas básicas para formatação de texto, como tamanho e cor da fonte, estilos de marcador, ali-
nhamento de texto, entre outras.

Grupo Área de Transferência


Para acessá-la basta clicar no pequeno ícone de uma setinha para baixo no canto inferior direito, logo à frente de Área de Trans-
ferência.
Colar (CTRL + V): cola um item (pode ser uma letra, palavra, imagem) copiado ou recortado.
Recortar (CTRL + X): recorta um item (pode ser uma letra, palavra, imagem) armazenando-o temporariamente na Área de Trans-
ferência para em seguida ser colado no local desejado.
Copiar (CTRL+C): copia o item selecionado (cria uma cópia na Área de Transferência).
Pincel de Formatação (CTRL+SHIFT+C / CTRL+SHIFT+V): esse recurso (principalmente o ícone) cai em vários concursos. Ele per-
mite copiar a formatação de um item e aplicar em outro.

Grupo Fonte

90
INFORMÁTICA

Fonte: permite que selecionar uma fonte, ou seja, um tipo de letra a ser exibido em seu texto. Em cada texto pode
haver mais de um tipo de fontes diferentes.

Tamanho da fonte: é o tamanho da letra do texto. Permite escolher entre diferentes tamanhos de fonte na lista ou
que digite um tamanho manualmente.

Negrito: aplica o formato negrito (escuro) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará
toda em negrito. Se a seleção ou a palavra já estiver em negrito, a formatação será removida.

Itálico: aplica o formato itálico (deitado) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará toda
em itálico. Se a seleção ou palavra já estiver em itálico, a formatação será removida.

Sublinhado: sublinha, ou seja, insere ou remove uma linha embaixo do texto selecionado. Se o cursor não está em
uma palavra, o novo texto inserido será sublinhado.

Tachado: risca uma linha, uma palavra ou apenas uma letra no texto selecionado ou, se o cursor somente estiver
sobre uma palavra, esta palavra ficará riscada.

Subscrito: coloca a palavra abaixo das demais.

Sobrescrito: coloca a palavra acima das demais.

Cor do realce do texto: aplica um destaque colorido sobre a palavra, assim como uma caneta marca texto.

Cor da fonte: permite alterar a cor da fonte (letra).

Grupo Parágrafo

Marcadores: permite criar uma lista com diferentes marcadores.

Numeração: permite criar uma lista numerada.

Lista de vários itens: permite criar uma lista numerada em níveis.

Diminuir Recuo: diminui o recuo do parágrafo em relação à margem esquerda.

Aumentar Recuo: aumenta o recuo do parágrafo em relação à margem esquerda.

Classificar: organiza a seleção atual em ordem alfabética ou numérica.

91
INFORMÁTICA

Mostrar tudo: mostra marcas de parágrafos e outros símbolos de formatação ocultos.

Alinhar a esquerda: alinha o conteúdo com a margem esquerda.

Centralizar: centraliza seu conteúdo na página.

Alinhar à direita: alinha o conteúdo à margem direita.

Justificar: distribui o texto uniformemente entre as margens esquerda e direita.

Espaçamento de linha e parágrafo: escolhe o espaçamento entre as linhas do texto ou entre parágrafos.

Sombreamento: aplica uma cor de fundo no parágrafo onde o cursor está posicionado.

Bordas: permite aplicar ou retirar bordas no trecho selecionado.

Grupo Estilo
Possui vários estilos pré-definidos que permite salvar configurações relativas ao tamanho e cor da fonte, espaçamento entre
linhas do parágrafo.

Grupo Edição

CTRL+L: ao clicar nesse ícone é aberta a janela lateral, denominada navegação, onde é possível localizar um
uma palavra ou trecho dentro do texto.

CTRL+U: pesquisa no documento a palavra ou parte do texto que você quer mudar e o substitui por outro
de seu desejo.

Seleciona o texto ou objetos no documento.

Inserir: a guia inserir permite a inclusão de elementos ao texto, como: imagens, gráficos, formas, configurações de quebra de
página, equações, entre outras.

92
INFORMÁTICA

Adiciona uma folha inicial em seu documento, parecido como uma capa.

Adiciona uma página em branco em qualquer lugar de seu documento.

Uma seção divide um documento em partes determinadas pelo usuário para que sejam aplicados diferen-
tes estilos de formatação na mesma ou facilitar a numeração das páginas dentro dela.

Permite inserir uma tabela, uma planilha do Excel, desenhar uma tabela, tabelas rápidas ou converter o texto em tabela e
vice-versa.

Design: esta guia agrupa todos os estilos e formatações disponíveis para aplicar ao layout do documento.

Layout: a guia layout define configurações características ao formato da página, como tamanho, orientação, recuo, entre outras.

Referências: é utilizada para configurações de itens como sumário, notas de rodapé, legendas entre outros itens relacionados
a identificação de conteúdo.

Correspondências: possui configuração para edição de cartas, mala direta, envelopes e etiquetas.

Revisão: agrupa ferramentas úteis para realização de revisão de conteúdo do texto, como ortografia e gramática, dicionário de
sinônimos, entre outras.

93
INFORMÁTICA
Exibir: altera as configurações de exibição do documento.

Formatos de arquivos
Veja abaixo alguns formatos de arquivos suportados pelo Word 2016:
.docx: formato xml.
.doc: formato da versão 2003 e anteriores.
.docm: formato que contém macro (vba).
.dot: formato de modelo (carta, currículo...) de documento da versão 2003 e anteriores.
.dotx: formato de modelo (carta, currículo...) com o padrão xml.
.odt: formato de arquivo do Libre Office Writer.
.rtf: formato de arquivos do WordPad.
.xml: formato de arquivos para Web.
.html: formato de arquivos para Web.
.pdf: arquivos portáteis.

EXCEL 2010
O Microsoft Excel 2010 é um programa de planilha eletrônica de cálculos, em que as informações são digitadas em pequenos
quadrados chamadas de células.
É um programa voltado para construção de tabelas simples até as mais complexas. Ao abrir o aplicativo, o que se visualiza é uma
folha composta de colunas e linhas formando células.

Tela inicial do Excel 2010.

94
INFORMÁTICA
Nessa versão temos uma maior quantidade de linhas e colunas, sendo especificamente, 1.048.576 linhas e 16.384 colunas.

As cinco principais funções do Excel são58:


– Planilhas: você pode armazenar manipular, calcular e analisar dados tais como números, textos e fórmulas. Pode acrescentar
gráfico diretamente em sua planilha, elementos gráficos, tais como retângulos, linhas, caixas de texto e botões. É possível utilizar
formatos pré-definidos em tabelas.
– Bancos de dados: você pode classificar pesquisar e administrar facilmente uma grande quantidade de informações utilizando
operações de bancos de dados padronizadas.
– Gráficos: você pode rapidamente apresentar de forma visual seus dados. Além de escolher tipos pré-definidos de gráficos,
você pode personalizar qualquer gráfico da maneira desejada.
– Apresentações: Você pode usar estilos de células, ferramentas de desenho, galeria de gráficos e formatos de tabela para criar
apresentações de alta qualidade.
– Macros: as tarefas que são frequentemente utilizadas podem ser automatizadas pela criação e armazenamento de suas pró-
prias macros.

Planilha Eletrônica
A Planilha Eletrônica é uma folha de cálculo disposta em forma de tabela, na qual poderão ser efetuados rapidamente vários
tipos de cálculos matemáticos, simples ou complexos.
Além disso, a planilha eletrônica permite criar tabelas que calculam automaticamente os totais de valores numéricos inseridos,
imprimir tabelas em layouts organizados e criar gráficos simples.

Barra de ferramentas de acesso rápido


Essa barra localizada na parte superior esquerdo, ajudar a deixar mais perto os comandos mais utilizados, sendo que ela pode
ser personalizada. Um bom exemplo é o comando de visualização de impressão que podemos inserir nesta barra de acesso rápido.

Barra de ferramentas de acesso rápido.

58 http://www.prolinfo.com.br

95
INFORMÁTICA
Barra de Fórmulas
Nesta barra é onde inserimos o conteúdo de uma célula podendo conter fórmulas, cálculos ou textos, mais adiante mostraremos
melhor a sua utilidade.

Barra de Fórmulas.

Guia de Planilhas
Quando abrirmos um arquivo do Excel, na verdade estamos abrindo uma pasta de trabalho onde pode conter planilhas, gráficos,
tabelas dinâmicas, então essas abas são identificadoras de cada item contido na pasta de trabalho, onde consta o nome de cada um.
Nesta versão quando abrimos uma pasta de trabalho, por padrão encontramos apenas uma planilha.

Guia de Planilhas.

– Coluna: é o espaçamento entre dois traços na vertical.


– Linha: é o espaçamento entre dois traços na horizontal.
– Célula: é o cruzamento de uma linha com uma coluna. Na figura abaixo podemos notar que a célula selecionada possui um
endereço que é o resultado do cruzamento da linha 2 e a coluna B, então a célula será chamada B2, como mostra na caixa de nome
logo acima da planilha.

Células.

Faixa de opções do Excel (Antigo Menu)


A “faixa de opções introduzida pela primeira vez no Excel 2007, foi aprimorada na versão 2010 e possui algumas diferenças que
estão listadas:

A volta do “Arquivo”: o botão “Arquivo”, que ficou amplamente divulgado nas versões anteriores à versão 2007 retorna na ver-
são 2010. Na versão 2007 este botão havia sido substituído pelo “Botão do Office”, mas na versão 2010, ele voltou a ser chamado
de “Arquivo”, que ao receber o clique, ingressará no “modo de exibição do Microsoft Office Backstage”.
A faixa de opções está organizada em guias/grupos e comandos. Nas versões anteriores ao MS Excel 2007 a faixa de opções era
conhecida como menu.
1. Guias: existem sete guias na parte superior. Cada uma representa tarefas principais executadas no Excel.
2. Grupos: cada guia tem grupos que mostram itens relacionados reunidos.
3. Comandos: um comando é um botão, uma caixa para inserir informações ou um menu.

96
INFORMÁTICA
Pasta de trabalho
É denominada pasta todo arquivo que for criado no MS Excel. Tudo que for criado será um arquivo com extensão: xls, xlsx, xlsm,
xltx ou xlsb.

Fórmulas
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores na planilha. Uma fórmula sempre inicia com um sinal de igual (=).
Uma fórmula também pode conter os seguintes itens: funções, referências, operadores e constantes.

– Referências: uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa ao Microsoft Excel
onde procurar os valores ou dados a serem usados em uma fórmula.
– Operadores: um sinal ou símbolo que especifica o tipo de cálculo a ser executado dentro de uma expressão. Existem opera-
dores matemáticos, de comparação, lógicos e de referência.

OPERADOR ARITMÉTICO SIGNIFICADO EXEMPLO


+ (Sinal de Adição) Adição 3+3
- (Sinal de Subtração) Subtração 3-1
* (Sinal de Multiplicação) Multiplicação 3*3
/ (Sinal de Divisão) Divisão 10/2
% (Símbolo de Percentagem) Percentagem 15%
^ (Sinal de Exponenciação) Exponenciação 3^4

OPERADOR DE COMPARAÇÃO SIGNIFICADO EXEMPLO


> (Sinal de Maior que) Maior do que B2 > V2
< (Sinal de Menor que) Menor do que C8 < G7
>= (Sinal de Maior ou igual a) Maior ou igual a B2 >= V2
=< (Sinal de Menor ou igual a) Menor ou igual a C8 =< G7
<> (Sinal de Diferente) Diferente J10 <> W7

OPERADOR DE REFERÊNCIA SIGNIFICADO EXEMPLO


: (Dois pontos) Operador de intervalo sem exceção B5 : J6
; (Ponto e Vírgula) Operador de intervalo intercalado B8; B7 ; G4

– Constantes: é um valor que não é calculado, e que, portanto, não é alterado. Por exemplo: =C3+5.
O número 5 é uma constante. Uma expressão ou um valor resultante de uma expressão não é considerado uma constante.

Níveis de Prioridade de Cálculo


Quando o Excel cria fórmulas múltiplas, ou seja, misturar mais de uma operação matemática diferente dentro de uma mesma
fórmula, ele obedece a níveis de prioridade.
Os Níveis de Prioridade de Cálculo são os seguintes:
Prioridade 1: Exponenciação e Radiciação (vice-versa).
Prioridade 2: Multiplicação e Divisão (vice-versa).
Prioridade 3: Adição e Subtração (vice-versa).
Os cálculos são executados de acordo com a prioridade matemática, conforme esta sequência mostrada, podendo ser utilizados
parênteses “ () ” para definir uma nova prioridade de cálculo.

97
INFORMÁTICA
Criando uma fórmula
Para criar uma fórmula simples como uma soma, tendo como referência os conteúdos que estão em duas células da planilha,
digite o seguinte:

Copiar Fórmula para células adjacentes


Copiar uma fórmula para células vizinhas representa ganho de tempo ao trabalhar com planilhas.
Para isso, podemos usar a alça de preenchimento. Sua manipulação permite copiar rapidamente conteúdo de uma célula para
outra, inclusive fórmulas.

Alça de Preenchimento.

Funções
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos, denominados argumentos, em uma deter-
minada ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas para executar cálculos simples ou complexos.
Assim como as fórmulas, as funções também possuem uma estrutura (sintaxe), conforme ilustrado abaixo:

Estrutura da função.

NOME DA FUNÇÃO: todas as funções que o Excel permite usar em suas células tem um nome exclusivo.
Para obter uma lista das funções disponíveis, clique em uma célula e pressione SHIFT+F3.
ARGUMENTOS: os argumentos podem ser números, texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matrizes, valores de
erro como #N/D ou referências de célula. O argumento que você atribuir deve produzir um valor válido para esse argumento. Os
argumentos também podem ser constantes, fórmulas ou outras funções.

Função SOMA
Esta função soma todos os números que você especifica como argumentos. Cada argumento pode ser um intervalo, uma refe-
rência de célula, uma matriz, uma constante, uma fórmula ou o resultado de outra função. Por exemplo, SOMA (A1:A5) soma todos
os números contidos nas células de A1 a A5. Outro exemplo: SOMA (A1;A3; A5) soma os números contidos nas células A1, A3 e A5.

98
INFORMÁTICA

Função MÉDIA
Esta função calcula a média aritmética de uma determinada faixa de células contendo números. Para tal, efetua o cálculo so-
mando os conteúdos dessas células e dividindo pela quantidade de células que foram somadas.

Função MÁXIMO e MÍNIMO


Essas funções dado um intervalo de células retorna o maior e menor número respectivamente.

Função SE
A função SE é uma função do grupo de lógica, onde temos que tomar uma decisão baseada na lógica do problema. A função SE
verifica uma condição que pode ser Verdadeira ou Falsa, diante de um teste lógico.
Sintaxe
SE (teste lógico; valor se verdadeiro; valor se falso)

Exemplo:
Na planilha abaixo, como saber se o número é negativo, temos que verificar se ele é menor que zero.
Na célula A2 digitaremos a seguinte formula:

99
INFORMÁTICA
Função SOMASE
A função SOMASE é uma junção de duas funções já estudadas aqui, a função SOMA e SE, onde buscaremos somar valores desde
que atenda a uma condição especificada:

Sintaxe
SOMASE (intervalo analisado; critério; intervalo a ser somado)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.
Intervalo a ser somado (opcional): caso o critério seja atendido é efetuado a soma da referida célula analisada. Não pode conter
texto neste intervalo.

Exemplo:
Vamos calcular a somas das vendas dos vendedores por Gênero. Observando a planilha acima, na célula C9 digitaremos a função
=SOMASE (B2:B7;”M”; C2:C7) para obter a soma dos vendedores.

Função CONT.SE
Esta função conta quantas células se atender ao critério solicitado. Ela pede apenas dois argumentos, o intervalo a ser analisado
e o critério para ser verificado.

Sintaxe
CONT.SE (intervalo analisado; critério)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.

Aproveitando o mesmo exemplo da função anterior, podemos contar a quantidade de homens e mulheres.
Na planilha acima, na célula C9 digitaremos a função =CONT.SE (B2:B7;”M”) para obter a quantidade de vendedores.

100
INFORMÁTICA
EXCEL 2013
É o principal software de planilhas eletrônicas entre as empresas quando se trata de operações financeiras e contabilísticas 59.
O Microsoft Excel 2013 tem um aspeto diferente das versões anteriores.

Tela inicial do Excel 2013.

As cinco principais funções do Excel são:


– Planilhas: Você pode armazenar manipular, calcular e analisar dados tais como números, textos e fórmulas. Pode acrescentar
gráfico diretamente em sua planilha, elementos gráficos, tais como retângulos, linhas, caixas de texto e botões. É possível utilizar
formatos pré-definidos em tabelas.
– Bancos de dados: você pode classificar pesquisar e administrar facilmente uma grande quantidade de informações utilizando
operações de bancos de dados padronizadas.
– Gráficos: você pode rapidamente apresentar de forma visual seus dados. Além de escolher tipos pré-definidos de gráficos,
você pode personalizar qualquer gráfico da maneira desejada.
– Apresentações: Você pode usar estilos de células, ferramentas de desenho, galeria de gráficos e formatos de tabela para criar
apresentações de alta qualidade.
– Macros: as tarefas que são frequentemente utilizadas podem ser automatizadas pela criação e armazenamento de suas pró-
prias macros.

Planilha Eletrônica
A Planilha Eletrônica é uma folha de cálculo disposta em forma de tabela, na qual poderão ser efetuados rapidamente vários
tipos de cálculos matemáticos, simples ou complexos.
Além disso, a planilha eletrônica permite criar tabelas que calculam automaticamente os totais de valores numéricos inseridos,
imprimir tabelas em layouts organizados e criar gráficos simples.

59 http://www.prolinfo.com.br

101
INFORMÁTICA
Barra de ferramentas de acesso rápido
Essa barra localizada na parte superior esquerdo, ajudar a
deixar mais perto os comandos mais utilizados, sendo que ela
pode ser personalizada. Um bom exemplo é o comando de visua-
lização de impressão que podemos inserir nesta barra de acesso
rápido.

Linhas e colunas.

– Célula: é o cruzamento de uma linha com uma coluna. Na figu-


ra abaixo podemos notar que a célula selecionada possui um en-
dereço que é o resultado do cruzamento da linha 4 e a coluna B,
então a célula será chamada B4, como mostra na caixa de nome
logo acima da planilha.

Barra de ferramentas de acesso rápido.

Barra de Fórmulas
Nesta barra é onde inserimos o conteúdo de uma célula po-
dendo conter fórmulas, cálculos ou textos, mais adiante mostra-
remos melhor a sua utilidade.

Células.

Faixa de opções do Excel (Antigo Menu)


Como na versão anterior o MS Excel 2013 a faixa de opções
está organizada em guias/grupos e comandos. Nas versões ante-
Barra de Fórmulas. riores ao MS Excel 2007 a faixa de opções era conhecida como
menu.
Guia de Planilhas Guias: existem sete guias na parte superior. Cada uma repre-
Quando abrirmos um arquivo do Excel, na verdade estamos senta tarefas principais executadas no Excel.
abrindo uma pasta de trabalho onde pode conter planilhas, grá- Grupos: cada guia tem grupos que mostram itens relaciona-
ficos, tabelas dinâmicas, então essas abas são identificadoras de dos reunidos.
cada item contido na pasta de trabalho, onde consta o nome de Comandos: um comando é um botão, uma caixa para inserir
cada um. informações ou um menu.
Nesta versão quando abrimos uma pasta de trabalho, por
padrão encontramos apenas uma planilha. Pasta de trabalho
É denominada pasta todo arquivo que for criado no MS Ex-
cel. Tudo que for criado será um arquivo com extensão: xls, xlsx,
xlsm, xltx ou xlsb.

Fórmulas
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores
na planilha. Uma fórmula sempre inicia com um sinal de igual
Guia de Planilhas. (=).
Uma fórmula também pode conter os seguintes itens: fun-
– Coluna: é o espaçamento entre dois traços na vertical. As ções, referências, operadores e constantes.
colunas do Excel são representadas em letras de acordo com a
ordem alfabética crescente sendo que a ordem vai de “A” até
“XFD”, e tem no total de 16.384 colunas em cada planilha.
– Linha: é o espaçamento entre dois traços na horizontal. As
linhas de uma planilha são representadas em números, formam
um total de 1.048.576 linhas e estão localizadas na parte vertical
esquerda da planilha.

102
INFORMÁTICA
– Referências: uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa ao Microsoft Excel
onde procurar os valores ou dados a serem usados em uma fórmula.
– Operadores: um sinal ou símbolo que especifica o tipo de cálculo a ser executado dentro de uma expressão. Existem opera-
dores matemáticos, de comparação, lógicos e de referência.

OPERADOR ARITMÉTICO SIGNIFICADO EXEMPLO


+ (Sinal de Adição) Adição 3+3
- (Sinal de Subtração) Subtração 3-1
* (Sinal de Multiplicação) Multiplicação 3*3
/ (Sinal de Divisão) Divisão 10/2
% (Símbolo de Percentagem) Percentagem 15%
^ (Sinal de Exponenciação) Exponenciação 3^4

OPERADOR DE COMPARAÇÃO SIGNIFICADO EXEMPLO


> (Sinal de Maior que) Maior do que B2 > V2
< (Sinal de Menor que) Menor do que C8 < G7
>= (Sinal de Maior ou igual a) Maior ou igual a B2 >= V2
=< (Sinal de Menor ou igual a) Menor ou igual a C8 =< G7
<> (Sinal de Diferente) Diferente J10 <> W7

OPERADOR DE REFERÊNCIA SIGNIFICADO EXEMPLO


: (Dois pontos) Operador de intervalo sem exceção B5 : J6
; (Ponto e Vírgula) Operador de intervalo intercalado B8; B7 ; G4

– Constantes: é um valor que não é calculado, e que, portanto, não é alterado. Por exemplo: =C3+5.
O número 5 é uma constante. Uma expressão ou um valor resultante de uma expressão não é considerado uma constante.

Níveis de prioridade de cálculo


Quando o Excel cria fórmulas múltiplas, ou seja, misturar mais de uma operação matemática diferente dentro de uma mesma
fórmula, ele obedece a níveis de prioridade.
Os Níveis de Prioridade de Cálculo são os seguintes:
Prioridade 1: Exponenciação e Radiciação (vice-versa).
Prioridade 2: Multiplicação e Divisão (vice-versa).
Prioridade 3: Adição e Subtração (vice-versa).
Os cálculos são executados de acordo com a prioridade matemática, conforme esta sequência mostrada, podendo ser utilizados
parênteses “ () ” para definir uma nova prioridade de cálculo.

Criando uma fórmula


Para criar uma fórmula simples como uma soma, tendo como referência os conteúdos que estão em duas células da planilha,
digite o seguinte:

Funções
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos, denominados argumentos, em uma deter-
minada ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas para executar cálculos simples ou complexos.

103
INFORMÁTICA
Assim como as fórmulas, as funções também possuem uma estrutura (sintaxe), conforme ilustrado abaixo:

Estrutura da função.

NOME DA FUNÇÃO: todas as funções que o Excel permite usar em suas células tem um nome exclusivo.
Para obter uma lista das funções disponíveis, clique em uma célula e pressione SHIFT+F3.
ARGUMENTOS: os argumentos podem ser números, texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matrizes, valores de
erro como #N/D ou referências de célula. O argumento que você atribuir deve produzir um valor válido para esse argumento. Os
argumentos também podem ser constantes, fórmulas ou outras funções.

Função SOMA
Esta função soma todos os números que você especifica como argumentos. Cada argumento pode ser um intervalo, uma refe-
rência de célula, uma matriz, uma constante, uma fórmula ou o resultado de outra função. Por exemplo, SOMA (A1:A5) soma todos
os números contidos nas células de A1 a A5. Outro exemplo: SOMA (A1;A3; A5) soma os números contidos nas células A1, A3 e A5.

Função MÉDIA
Esta função calcula a média aritmética de uma determinada faixa de células contendo números. Para tal, efetua o cálculo so-
mando os conteúdos dessas células e dividindo pela quantidade de células que foram somadas.

• Função MÁXIMO e MÍNIMO


Essas funções dado um intervalo de células retorna o maior e menor número respectivamente.

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INFORMÁTICA

• Função SE
A função SE é uma função do grupo de lógica, onde temos que tomar uma decisão baseada na lógica do problema. A função SE
verifica uma condição que pode ser Verdadeira ou Falsa, diante de um teste lógico.

Sintaxe
SE (teste lógico; valor se verdadeiro; valor se falso)

Exemplo:
Na planilha abaixo, como saber se o número é negativo, temos que verificar se ele é menor que zero.
Na célula A2 digitaremos a seguinte formula:

Função SOMASE
A função SOMASE é uma junção de duas funções já estudadas aqui, a função SOMA e SE, onde buscaremos somar valores desde
que atenda a uma condição especificada:

Sintaxe
SOMASE (intervalo analisado; critério; intervalo a ser somado)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.
Intervalo a ser somado (opcional): caso o critério seja atendido é efetuado a soma da referida célula analisada. Não pode conter
texto neste intervalo.

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INFORMÁTICA
Exemplo:
Vamos calcular a somas das vendas dos vendedores por Gênero. Observando a planilha acima, na célula C9 digitaremos a função
=SOMASE (B2:B7;”M”; C2:C7) para obter a soma dos vendedores.

Função CONT.SE
Esta função conta quantas células se atender ao critério solicitado. Ela pede apenas dois argumentos, o intervalo a ser analisado
e o critério para ser verificado.

Sintaxe
CONT.SE (intervalo analisado; critério)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.

Aproveitando o mesmo exemplo da função anterior, podemos contar a quantidade de homens e mulheres.
Na planilha acima, na célula C9 digitaremos a função =CONT.SE (B2:B7;”M”) para obter a quantidade de vendedores.

EXCEL 2016
O Microsoft Excel 2016 é um software para criação e manutenção de Planilhas Eletrônicas.
A grande mudança de interface do aplicativo ocorreu a partir do Excel 2007 (e de todos os aplicativos do Office 2007 em relação
as versões anteriores). A interface do Excel, a partir da versão 2007, é muito diferente em relação as versões anteriores (até o Excel
2003). O Excel 2016 introduziu novas mudanças, para corrigir problemas e inconsistências relatadas pelos usuários do Excel 2010 e
2013.
Na versão 2016, temos uma maior quantidade de linhas e colunas, sendo um total de 1.048.576 linhas por 16.384 colunas.
O Excel 2016 manteve as funcionalidades e recursos que já estamos acostumados, além de implementar alguns novos, como 60:
- 6 tipos novos de gráficos: Cascata, Gráfico Estatístico, Histograma, Pareto e Caixa e Caixa Estreita.
- Pesquise, encontra e reúna os dados necessários em um único local utilizando “Obter e Transformar Dados” (nas versões an-
teriores era Power Query disponível como suplemento.
- Utilize Mapas 3D (em versões anteriores com Power Map disponível como suplemento) para mostrar histórias junto com seus
dados.

Especificamente sobre o Excel 2016, seu diferencial é a criação e edição de planilhas a partir de dispositivos móveis de forma
mais fácil e intuitivo, vendo que atualmente, os usuários ainda não utilizam de forma intensa o Excel em dispositivos móveis.

60 https://ninjadoexcel.com.br/microsoft-excel-2016/

106
INFORMÁTICA

Tela Inicial do Excel 2016.

Ao abrir uma planilha em branco ou uma planilha, é exibida a área de trabalho do Excel 2016 com todas as ferramentas neces-
sárias para criar e editar planilhas61.

61 https://juliobattisti.com.br/downloads/livros/excel_2016_basint_degusta.pdf

107
INFORMÁTICA
As cinco principais funções do Excel são62:
– Planilhas: Você pode armazenar manipular, calcular e analisar dados tais como números, textos e fórmulas. Pode acrescentar
gráfico diretamente em sua planilha, elementos gráficos, tais como retângulos, linhas, caixas de texto e botões. É possível utilizar
formatos pré-definidos em tabelas.
– Bancos de dados: você pode classificar pesquisar e administrar facilmente uma grande quantidade de informações utilizando
operações de bancos de dados padronizadas.
– Gráficos: você pode rapidamente apresentar de forma visual seus dados. Além de escolher tipos pré-definidos de gráficos,
você pode personalizar qualquer gráfico da maneira desejada.
– Apresentações: Você pode usar estilos de células, ferramentas de desenho, galeria de gráficos e formatos de tabela para criar
apresentações de alta qualidade.
– Macros: as tarefas que são frequentemente utilizadas podem ser automatizadas pela criação e armazenamento de suas pró-
prias macros.

Planilha Eletrônica
A Planilha Eletrônica é uma folha de cálculo disposta em forma de tabela, na qual poderão ser efetuados rapidamente vários
tipos de cálculos matemáticos, simples ou complexos.
Além disso, a planilha eletrônica permite criar tabelas que calculam automaticamente os totais de valores numéricos inseridos,
imprimir tabelas em layouts organizados e criar gráficos simples.

Barra de ferramentas de acesso rápido


Essa barra localizada na parte superior esquerdo, ajudar a deixar mais perto os comandos mais utilizados, sendo que ela pode
ser personalizada. Um bom exemplo é o comando de visualização de impressão que podemos inserir nesta barra de acesso rápido.

Barra de ferramentas de acesso rápido.

Barra de Fórmulas
Nesta barra é onde inserimos o conteúdo de uma célula podendo conter fórmulas, cálculos ou textos, mais adiante mostraremos
melhor a sua utilidade.

Barra de Fórmulas.

Guia de Planilhas
Quando abrirmos um arquivo do Excel, na verdade estamos abrindo uma pasta de trabalho onde pode conter planilhas, gráficos,
tabelas dinâmicas, então essas abas são identificadoras de cada item contido na pasta de trabalho, onde consta o nome de cada um.
Nesta versão quando abrimos uma pasta de trabalho, por padrão encontramos apenas uma planilha.

62 http://www.prolinfo.com.br

108
INFORMÁTICA

Guia de Planilhas.

– Coluna: é o espaçamento entre dois traços na vertical. As colunas do Excel são representadas em letras de acordo com a or-
dem alfabética crescente sendo que a ordem vai de “A” até “XFD”, e tem no total de 16.384 colunas em cada planilha.
– Linha: é o espaçamento entre dois traços na horizontal. As linhas de uma planilha são representadas em números, formam um
total de 1.048.576 linhas e estão localizadas na parte vertical esquerda da planilha.

Linhas e colunas.

Célula: é o cruzamento de uma linha com uma coluna. Na figura abaixo podemos notar que a célula selecionada possui um
endereço que é o resultado do cruzamento da linha 4 e a coluna B, então a célula será chamada B4, como mostra na caixa de nome
logo acima da planilha.

Células.

Faixa de opções do Excel (Antigo Menu)


Como na versão anterior o MS Excel 2013 a faixa de opções está organizada em guias/grupos e comandos. Nas versões anterio-
res ao MS Excel 2007 a faixa de opções era conhecida como menu.
Guias: existem sete guias na parte superior. Cada uma representa tarefas principais executadas no Excel.
Grupos: cada guia tem grupos que mostram itens relacionados reunidos.
Comandos: um comando é um botão, uma caixa para inserir informações ou um menu.

Pasta de trabalho
É denominada pasta todo arquivo que for criado no MS Excel. Tudo que for criado será um arquivo com extensão: xls, xlsx, xlsm,
xltx ou xlsb.

109
INFORMÁTICA
Fórmulas
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores na planilha. Uma fórmula sempre inicia com um sinal de igual (=).
Uma fórmula também pode conter os seguintes itens: funções, referências, operadores e constantes.

– Referências: uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa ao Microsoft Excel
onde procurar os valores ou dados a serem usados em uma fórmula.
– Operadores: um sinal ou símbolo que especifica o tipo de cálculo a ser executado dentro de uma expressão. Existem opera-
dores matemáticos, de comparação, lógicos e de referência.

OPERADOR ARITMÉTICO SIGNIFICADO EXEMPLO


+ (Sinal de Adição) Adição 3+3
- (Sinal de Subtração) Subtração 3-1
* (Sinal de Multiplicação) Multiplicação 3*3
/ (Sinal de Divisão) Divisão 10/2
% (Símbolo de Percentagem) Percentagem 15%
^ (Sinal de Exponenciação) Exponenciação 3^4

OPERADOR DE COMPARAÇÃO SIGNIFICADO EXEMPLO


> (Sinal de Maior que) Maior do que B2 > V2
< (Sinal de Menor que) Menor do que C8 < G7
>= (Sinal de Maior ou igual a) Maior ou igual a B2 >= V2
=< (Sinal de Menor ou igual a) Menor ou igual a C8 =< G7
<> (Sinal de Diferente) Diferente J10 <> W7

OPERADOR DE REFERÊNCIA SIGNIFICADO EXEMPLO


: (Dois pontos) Operador de intervalo sem exceção B5 : J6
; (Ponto e Vírgula) Operador de intervalo intercalado B8; B7 ; G4

– Constantes: é um valor que não é calculado, e que, portanto, não é alterado. Por exemplo: =C3+5.
O número 5 é uma constante. Uma expressão ou um valor resultante de uma expressão não é considerado uma constante.

Níveis de Prioridade de Cálculo


Quando o Excel cria fórmulas múltiplas, ou seja, misturar mais de uma operação matemática diferente dentro de uma mesma
fórmula, ele obedece a níveis de prioridade.
Os Níveis de Prioridade de Cálculo são os seguintes:
Prioridade 1: Exponenciação e Radiciação (vice-versa).
Prioridade 2: Multiplicação e Divisão (vice-versa).
Prioridade 3: Adição e Subtração (vice-versa).
Os cálculos são executados de acordo com a prioridade matemática, conforme esta sequência mostrada, podendo ser utilizados
parênteses “ () ” para definir uma nova prioridade de cálculo.

Criando uma fórmula


Para criar uma fórmula simples como uma soma, tendo como referência os conteúdos que estão em duas células da planilha,
digite o seguinte:

110
INFORMÁTICA
Funções
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos, denominados argumentos, em uma deter-
minada ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas para executar cálculos simples ou complexos.
Assim como as fórmulas, as funções também possuem uma estrutura (sintaxe), conforme ilustrado abaixo:

Estrutura da função.

NOME DA FUNÇÃO: todas as funções que o Excel permite usar em suas células tem um nome exclusivo.
Para obter uma lista das funções disponíveis, clique em uma célula e pressione SHIFT+F3.
ARGUMENTOS: os argumentos podem ser números, texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matrizes, valores de
erro como #N/D ou referências de célula. O argumento que você atribuir deve produzir um valor válido para esse argumento. Os
argumentos também podem ser constantes, fórmulas ou outras funções.

Função SOMA
Esta função soma todos os números que você especifica como argumentos. Cada argumento pode ser um intervalo, uma refe-
rência de célula, uma matriz, uma constante, uma fórmula ou o resultado de outra função. Por exemplo, SOMA (A1:A5) soma todos
os números contidos nas células de A1 a A5. Outro exemplo: SOMA (A1;A3; A5) soma os números contidos nas células A1, A3 e A5.

111
INFORMÁTICA
Função MÉDIA
Esta função calcula a média aritmética de uma determinada faixa de células contendo números. Para tal, efetua o cálculo so-
mando os conteúdos dessas células e dividindo pela quantidade de células que foram somadas.

Função MÁXIMO e MÍNIMO


Essas funções dado um intervalo de células retorna o maior e menor número respectivamente.

Função SE
A função SE é uma função do grupo de lógica, onde temos que tomar uma decisão baseada na lógica do problema. A função SE
verifica uma condição que pode ser Verdadeira ou Falsa, diante de um teste lógico.

Sintaxe
SE (teste lógico; valor se verdadeiro; valor se falso)

Exemplo:
Na planilha abaixo, como saber se o número é negativo, temos que verificar se ele é menor que zero.
Na célula A2 digitaremos a seguinte formula:

112
INFORMÁTICA

Função SOMASE
A função SOMASE é uma junção de duas funções já estudadas aqui, a função SOMA e SE, onde buscaremos somar valores desde
que atenda a uma condição especificada:

Sintaxe
SOMASE (intervalo analisado; critério; intervalo a ser somado)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.
Intervalo a ser somado (opcional): caso o critério seja atendido é efetuado a soma da referida célula analisada. Não pode conter
texto neste intervalo.

Exemplo:
Vamos calcular a somas das vendas dos vendedores por Gênero. Observando a planilha acima, na célula C9 digitaremos a função
=SOMASE (B2:B7;”M”; C2:C7) para obter a soma dos vendedores.

Função CONT.SE
Esta função conta quantas células se atender ao critério solicitado. Ela pede apenas dois argumentos, o intervalo a ser analisado
e o critério para ser verificado.

Sintaxe
CONT.SE (intervalo analisado; critério)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.

Aproveitando o mesmo exemplo da função anterior, podemos contar a quantidade de homens e mulheres.
Na planilha acima, na célula C9 digitaremos a função =CONT.SE (B2:B7;”M”) para obter a quantidade de vendedores.

113
INFORMÁTICA
POWERPOINT 2010
O PowerPoint 2010 é um aplicativo visual e gráfico, integrante do pacote Office, usado principalmente para criar apresentações.
Com ele, você pode criar visualizar e mostrar apresentações de slides que combinam texto, formas, imagens, gráficos, animações,
tabelas, vídeos e muito mais.
Programa utilizado para criação e apresentações de Slides. Ele permite um acesso prático, fácil e criativo para todas as necessi-
dades de apresentações, além de dispor de diversos recursos novos e aprimorados que as tornarão dinâmicas e atraentes, como as
novas capacidades para os gráficos, temas do PowerPoint e ferramentas de formatação aprimoradas para tipografia63.
É importante ressaltar que a página do Office 2010 não é muito diferente do PowerPoint 2007. O que muda na verdade são
algumas teclas de comando e a distribuição dos recursos.

Tela inicial do PowerPoint 2010.

1. Guia Arquivo: ao clicar na guia Arquivo, serão exibidos comandos básicos: Novo, Abrir, Salvar, Salvar Como, Imprimir, Prepa-
rar, Enviar, Publicar e Fechar.

2. Barra de Ferramentas de Acesso Rápido : localiza-se no canto superior esquerdo ao lado do Botão do
Microsoft Office (local padrão), é personalizável e contém um conjunto de comandos independentes da guia exibida no momento.
É possível adicionar botões que representam comandos à barra e mover a barra de um dos dois locais possíveis.
3. Barra de Título: exibe o nome do programa (Microsoft PowerPoint) e, também exibe o nome do documento ativo.
4. Botões de Comando da Janela: acionando esses botões, é possível minimizar, maximizar e restaurar a janela do programa
PowerPoint.

5. Faixa de Opções: a Faixa de Opções é usada para localizar rapidamente os comandos necessários para executar uma tarefa. Os
comandos são organizados em grupos lógicos, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade como gravação
ou disposição de uma página. Para diminuir a desorganização, algumas guias são exibidas somente quando necessário. Por exemplo,
a guia Ferramentas de Imagem somente é exibida quando uma imagem for selecionada.
63 https://www2.unifap.br/unifapdigital/files/2017/01/M%C3%B3dulo-5.pdf

114
INFORMÁTICA
Grande novidade do Office 2007/2010, a faixa de opções elimina grande parte da navegação por menus e busca aumentar a
produtividade por meio do agrupamento de comandos em uma faixa localizada abaixo da barra de títulos 64.

6. Painel de Anotações: nele é possível digitar as anotações que se deseja incluir em um slide.
7. Barra de Status: exibe várias informações úteis na confecção dos slides, entre elas: o número de slides; tema e idioma.

8. Nível de Zoom: clicar para ajustar o nível de zoom.

Modos de Exibição do PowerPoint


O menu das versões anteriores, conhecido como menu Exibir, agora é a guia Exibição no Microsoft PowerPoint 2010. O Power-
Point 2010 disponibiliza aos usuários os seguintes modos de exibição:
– Normal,
– Classificação de Slides,
– Anotações,
– Modo de exibição de leitura,
– Slide Mestre,
– Folheto Mestre,
– Anotações Mestras.

O modo de exibição Normal é o principal modo de edição, onde você escreve e projeta a sua apresentação.

Criar apresentações
Criar uma apresentação no Microsoft PowerPoint 2010 engloba: iniciar com um design básico; adicionar novos slides e conte-
údo; escolher layouts; modificar o design do slide, se desejar, alterando o esquema de cores ou aplicando diferentes modelos de
estrutura e criar efeitos, como transições de slides animados.
Para iniciar uma nova apresentação basta clicar no Botão do Microsoft Office, e em seguida clicar em Novo.
Então escolher um modelo para a apresentação (Em Branco, Modelos Instalados, Meus modelos, Novo com base em documento
existente ou Modelos do Microsoft Office On-line).
Depois de escolhido o modelo clicar em Criar.

64 LÊNIN, A; JUNIOR, M. Microsoft Office 2010. Livro Eletrônico.

115
INFORMÁTICA

Tema
No PowerPoint, você verá alguns modelos e temas internos. Um tema é um design de slide que contém correspondências de
cores, fontes e efeitos especiais como sombras, reflexos, dentre outros recursos.
1. Clique na guia Design.

2. Clique no tema com as cores, as fontes e os efeitos desejados.


3. Para alterar o Layout do slide selecionado, basta clicar na guia Início e depois no botão Layout, escolha o layout desejado
clicando sobre ele.

Então basta começar a digitar.

116
INFORMÁTICA
Formatar texto
Para alterar um texto, é necessário primeiro selecioná-lo. Para selecionar um texto ou palavra, basta clicar com o botão esquer-
do sobre o ponto em que se deseja iniciar a seleção e manter o botão pressionado, arrastar o mouse até o ponto desejado e soltar
o botão esquerdo.

Fonte: altera o tipo de fonte.


Tamanho da fonte: altera o tamanho da fonte.
Negrito: aplica negrito ao texto selecionado. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+N.
Itálico: aplica Itálico ao texto selecionado. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+I.
Sublinhado: sublinha o texto selecionado. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+S.
Tachado: desenha uma linha no meio do texto selecionado.
Sombra de Texto: adiciona uma sombra atrás do texto selecionado para destacá-lo no slide.
Espaçamento entre Caracteres: ajusta o espaçamento entre caracteres.
Maiúsculas e Minúsculas: altera todo o texto selecionado para MAIÚSCULAS, minúsculas, ou outros usos comuns de maiúscu-
las/minúsculas.
Cor da Fonte: altera a cor da fonte.
Alinhar Texto à Esquerda: alinha o texto à esquerda. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+Q.
Centralizar: centraliza o texto. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+E.
Alinhar Texto à Direita: alinha o texto à direita. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+G.
Justificar: alinha o texto às margens esquerda e direita, adicionando espaço extra entre as palavras conforme o necessário,
promovendo uma aparência organizada nas laterais esquerda e direita da página.
Colunas: divide o texto em duas ou mais colunas.

Excluir slide
Para excluir um slide basta selecioná-lo e depois clicar no botão , localizado na guia Início.

Salvar Arquivo
Para salvar o arquivo, acionar a guia Arquivo e sem sequência, salvar como ou pela tecla de atalho Ctrl + B.

117
INFORMÁTICA
Inserir Figuras
Para inserir uma figura no slide clicar na guia Inserir, e clicar em um desses botões:
– Imagem do Arquivo: insere uma imagem de um arquivo.
– Clip-Art: é possível escolher entre várias figuras que acompanham o Microsoft Office.
– Formas: insere formas prontas, como retângulos e círculos, setas, linhas, símbolos de fluxograma e textos explicativos.
– SmartArt: insere um elemento gráfico SmartArt para comunicar informações visualmente. Esses elementos gráficos variam
desde listas gráficas e diagramas de processos até gráficos mais complexos, como diagramas de Venn e organogramas.
– Gráfico: insere um gráfico para ilustrar e comparar dados.
– WordArt: insere um texto com efeitos especiais.

Transição de Slides
A Microsoft Office PowerPoint 2010 inclui vários tipos diferentes de transições de slides. Basta clicar no guia transição e escolher
a transição de slide desejada.

Exibir apresentação
Para exibir uma apresentação de slides no Power Point.
1. Clique na guia Apresentação de Slides, grupo Iniciar Apresentação de Slides.
2. Clique na opção Do começo ou pressione a tecla F5, para iniciar a apresentação a partir do primeiro slide.
3. Clique na opção Do Slide Atual, ou pressione simultaneamente as teclas SHIFT e F5, para iniciar a apresentação a partir do
slide atual.

Slide mestre
O slide mestre é um slide padrão que replica todas as suas características para toda a apresentação. Ele armazena informações
como plano de fundo, tipos de fonte usadas, cores, efeitos (de transição e animação), bem como o posicionamento desses itens. Por
exemplo, na imagem abaixo da nossa apresentação multiuso Power View, temos apenas um item padronizado em todos os slides
que é a numeração da página no topo direito superior.
Ao modificar um ou mais dos layouts abaixo de um slide mestre, você modifica essencialmente esse slide mestre. Embora cada
layout de slide seja configurado de maneira diferente, todos os layouts que estão associados a um determinado slide mestre contêm
o mesmo tema (esquema de cor, fontes e efeitos).
Para criar um slide mestre clique na Guia Exibição e em seguida em Slide Mestre.

118
INFORMÁTICA

POWERPOINT 2013
O PowerPoint 2013 é um do programa para produção de apresentações incluído no conjunto de programas do Microsoft Office
201365. Munido de um vasto conjunto de ferramentas, o PowerPoint permite ao utilizador produzir apresentações dinâmicas e pro-
fissionais.

Tela inicial do PowerPoint 2013.

– Ideal para apresentar uma ideia, proposta, empresa, produto ou processo, com design profissional e slides de grande impacto;
– Os seus temas personalizados, estilos e opções de formatação dão ao utilizador uma grande variedade de combinações de cor,
tipos de letra e feitos;
– Permite enfatizar as marcas (bullet points), com imagens, formas e textos com estilos especiais;
– Inclui gráficos e tabelas com estilos semelhantes ao dos restantes programas do Microsoft Office (Word e Excel), tornando a
apresentação de informação numérica apelativa para o público.
– Com a funcionalidade SmartArt é possível criar diagramas sofisticados, ideais para representar projetos, hierarquias e esque-
mas personalizados.
– Permite a criação de temas personalizados, ideal para utilizadores ou empresas que pretendam ter o seu próprio layout.
Pode ser utilizado como ferramenta colaborativa, onde os vários intervenientes (editores da apresentação) podem trocar infor-
mações entre si através do documento, através de comentários.

1. Guia Arquivo: ao clicar na guia Arquivo, serão exibidos comandos básicos: Novo, Abrir, Salvar, Salvar Como, Imprimir, Prepa-
rar, Enviar, Publicar e Fechar.
2. Barra de Ferramentas de Acesso Rápido66 : localiza-se no canto superior esquerdo ao lado do
Botão do Microsoft Office (local padrão), é personalizável e contém um conjunto de comandos independentes da guia exibida no
momento. É possível adicionar botões que representam comandos à barra e mover a barra de um dos dois locais possíveis.
65 https://carlosdiniz.pt/manuais/Manual_PowerPoint2013.pdf
66 http://www.professorcarlosmuniz.com.br

119
INFORMÁTICA
3. Barra de Título: exibe o nome do programa (Microsoft PowerPoint) e, também exibe o nome do documento ativo.

4. Botões de Comando da Janela: acionando esses botões, é possível minimizar, maximizar e restaurar a janela do programa
PowerPoint.

5. Faixa de Opções: a Faixa de Opções é usada para localizar rapidamente os comandos necessários para executar uma tarefa. Os
comandos são organizados em grupos lógicos, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade como gravação
ou disposição de uma página. Para diminuir a desorganização, algumas guias são exibidas somente quando necessário. Por exemplo,
a guia Ferramentas de Imagem somente é exibida quando uma imagem for selecionada.
Grande novidade do Office 2007/2010, a faixa de opções elimina grande parte da navegação por menus e busca aumentar a
produtividade por meio do agrupamento de comandos em uma faixa localizada abaixo da barra de títulos 67.

6. Painel de Anotações: nele é possível digitar as anotações que se deseja incluir em um slide.
7. Barra de Status: exibe várias informações úteis na confecção dos slides, entre elas: o número de slides; tema e idioma.

8. Nível de Zoom: clicar para ajustar o nível de zoom.

Modos de Exibição do PowerPoint


O menu das versões anteriores, conhecido como menu Exibir, agora é a guia Exibição no Microsoft PowerPoint 2010. O Power-
Point 2010 disponibiliza aos usuários os seguintes modos de exibição:
– Normal,
– Classificação de Slides,
– Anotações,
– Modo de exibição de leitura,
– Slide Mestre,
– Folheto Mestre,
– Anotações Mestras.

67 LÊNIN, A; JUNIOR, M. Microsoft Office 2010. Livro Eletrônico.

120
INFORMÁTICA

O modo de exibição Normal é o principal modo de edição, onde você escreve e projeta a sua apresentação.

Criar apresentações
Criar uma apresentação no Microsoft PowerPoint 2013 engloba: iniciar com um design básico; adicionar novos slides e conte-
údo; escolher layouts; modificar o design do slide, se desejar, alterando o esquema de cores ou aplicando diferentes modelos de
estrutura e criar efeitos, como transições de slides animados.
Para iniciar uma nova apresentação basta clicar no Botão do Microsoft Office, e em seguida clicar em Novo.
Então escolher um modelo para a apresentação (Em Branco, Modelos Instalados, Meus modelos, Novo com base em documento
existente ou Modelos do Microsoft Office On-line).
Depois de escolhido o modelo clicar em Criar.

Tema
No PowerPoint, você verá alguns modelos e temas internos. Um tema é um design de slide que contém correspondências de
cores, fontes e efeitos especiais como sombras, reflexos, dentre outros recursos.
1. Clique na guia Design.

2. Clique no tema com as cores, as fontes e os efeitos desejados.


3. Para alterar o Layout do slide selecionado, basta clicar na guia Início e depois no botão Layout, escolha o layout desejado
clicando sobre ele.

121
INFORMÁTICA

Então basta começar a digitar.

Formatar texto
Para alterar um texto, é necessário primeiro selecioná-lo. Para selecionar um texto ou palavra, basta clicar com o botão esquer-
do sobre o ponto em que se deseja iniciar a seleção e manter o botão pressionado, arrastar o mouse até o ponto desejado e soltar
o botão esquerdo.

Fonte: altera o tipo de fonte.


Tamanho da fonte: altera o tamanho da fonte.
Negrito: aplica negrito ao texto selecionado. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+N.
Itálico: aplica Itálico ao texto selecionado. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+I.
Sublinhado: sublinha o texto selecionado. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+S.
Tachado: desenha uma linha no meio do texto selecionado.
Sombra de Texto: adiciona uma sombra atrás do texto selecionado para destacá-lo no slide.
Espaçamento entre Caracteres: ajusta o espaçamento entre caracteres.
Maiúsculas e Minúsculas: altera todo o texto selecionado para MAIÚSCULAS, minúsculas, ou outros usos comuns de maiúscu-
las/minúsculas.
Cor da Fonte: altera a cor da fonte.
Alinhar Texto à Esquerda: alinha o texto à esquerda. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+Q.
Centralizar: centraliza o texto. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+E.
Alinhar Texto à Direita: alinha o texto à direita. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+G.
Justificar: alinha o texto às margens esquerda e direita, adicionando espaço extra entre as palavras conforme o necessário,
promovendo uma aparência organizada nas laterais esquerda e direita da página.
Colunas: divide o texto em duas ou mais colunas.

Excluir slide
Selecione o slide com um clique e tecle Delete no teclado.

Salvar Arquivo
Para salvar o arquivo, acionar a guia Arquivo e sem sequência, salvar como ou pela tecla de atalho Ctrl + B.

Inserir Figuras
Para inserir uma figura no slide clicar na guia Inserir, e clicar em um desses botões:
– Imagem do Arquivo: insere uma imagem de um arquivo.

122
INFORMÁTICA
– Clip-Art: é possível escolher entre várias figuras que acompanham o Microsoft Office.
– Formas: insere formas prontas, como retângulos e círculos, setas, linhas, símbolos de fluxograma e textos explicativos.
– SmartArt: insere um elemento gráfico SmartArt para comunicar informações visualmente. Esses elementos gráficos variam
desde listas gráficas e diagramas de processos até gráficos mais complexos, como diagramas de Venn e organogramas.
– Gráfico: insere um gráfico para ilustrar e comparar dados.
– WordArt: insere um texto com efeitos especiais.

Transição de Slides
A Microsoft Office PowerPoint 2013 inclui vários tipos diferentes de transições de slides. Basta clicar no guia transição e escolher
a transição de slide desejada.

Exibir apresentação
Para exibir uma apresentação de slides no Power Point.
1. Clique na guia Apresentação de Slides, grupo Iniciar Apresentação de Slides.
2. Clique na opção Do começo ou pressione a tecla F5, para iniciar a apresentação a partir do primeiro slide.
3. Clique na opção Do Slide Atual, ou pressione simultaneamente as teclas SHIFT e F5, para iniciar a apresentação a partir do
slide atual.

Slide mestre
O slide mestre é um slide padrão que replica todas as suas características para toda a apresentação. Ele armazena informações
como plano de fundo, tipos de fonte usadas, cores, efeitos (de transição e animação), bem como o posicionamento desses itens. Por
exemplo, na imagem abaixo da nossa apresentação multiuso Power View, temos apenas um item padronizado em todos os slides
que é a numeração da página no topo direito superior.
Ao modificar um ou mais dos layouts abaixo de um slide mestre, você modifica essencialmente esse slide mestre. Embora cada
layout de slide seja configurado de maneira diferente, todos os layouts que estão associados a um determinado slide mestre contêm
o mesmo tema (esquema de cor, fontes e efeitos).
Para criar um slide mestre clique na Guia Exibição e em seguida em Slide Mestre.

123
INFORMÁTICA

POWER POINT 2016


O aplicativo Power Point 2016 é um programa para apresentações eletrônicas de slides. Nele encontramos os mais diversos
tipos de formatações e configurações que podemos aplicar aos slides ou apresentação de vários deles. Através desse aplicativo,
podemos ainda, desenvolver slides para serem exibidos na web, imprimir em transparência para projeção e melhor: desenvolver
apresentações para palestras, cursos, apresentações de projetos e produtos, utilizando recursos de áudio e vídeo.
O MS PowerPoint é um aplicativo de apresentação de slides, porém ele não apenas isso, mas também realiza as seguintes ta-
refas68:
– Edita imagens de forma bem simples;
– Insere e edita áudios mp3, mp4, midi, wav e wma no próprio slide;
– Insere vídeos on-line ou do próprio computador;
– Trabalha com gráficos do MS Excel;
– Grava Macros.

Tela inicial do PowerPoint 2016.

– Ideal para apresentar uma ideia, proposta, empresa, produto ou processo, com design profissional e slides de grande impacto;
– Os seus temas personalizados, estilos e opções de formatação dão ao utilizador uma grande variedade de combinações de cor,
tipos de letra e feitos;
– Permite enfatizar as marcas (bullet points), com imagens, formas e textos com estilos especiais;
– Inclui gráficos e tabelas com estilos semelhantes ao dos restantes programas do Microsoft Office (Word e Excel), tornando a
apresentação de informação numérica apelativa para o público.
68 FRANCESCHINI, M. Ms PowerPoint 2016 – Apresentação de Slides.

124
INFORMÁTICA
– Com a funcionalidade SmartArt é possível criar diagramas sofisticados, ideais para representar projetos, hierarquias e esque-
mas personalizados.
– Permite a criação de temas personalizados, ideal para utilizadores ou empresas que pretendam ter o seu próprio layout.
– Pode ser utilizado como ferramenta colaborativa, onde os vários intervenientes (editores da apresentação) podem trocar in-
formações entre si através do documento, através de comentários.

Novos Recursos do MS PowerPoint


Na nova versão do PowerPoint, alguns recursos foram adicionados. Vejamos quais são eles.
• Diga-me: serve para encontrar instantaneamente os recursos do aplicativo.
• Gravação de Tela: novo recurso do MS PowerPoint, encontrado na guia Inserir. A Gravação de Tela grava um vídeo com áudio
das ações do usuário no computador, podendo acessar todas as janelas do micro e registrando os movimentos do mouse.

• Compartilhar: permite compartilhar as apresentações com outros usuários on-line para edição simultânea por meio do OneDrive.
• Anotações à Tinta: o usuário pode fazer traços de caneta à mão livre e marca-texto no documento. Esse recurso é acessado
por meio da guia Revisão.

• Ideias de Design: essa nova funcionalidade da guia Design abre um painel lateral que oferece sugestões de remodelagem do
slide atual instantaneamente.

125
INFORMÁTICA
Guia Arquivo
Ao clicar na guia Arquivo, serão exibidos comandos básicos: Novo, Abrir, Salvar, Salvar Como, Imprimir, Preparar, Enviar, Publicar
e Fechar69.

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido70


Localiza-se no canto superior esquerdo ao lado do Botão do Microsoft Office (local padrão), é personalizável e contém um con-
junto de comandos independentes da guia exibida no momento. É possível adicionar botões que representam comandos à barra e
mover a barra de um dos dois locais possíveis.

Barra de Título
Exibe o nome do programa (Microsoft PowerPoint) e, também exibe o nome do documento ativo.

69 popescolas.com.br/eb/info/power_point.pdf
70 http://www.professorcarlosmuniz.com.br

126
INFORMÁTICA
Botões de Comando da Janela

Acionando esses botões, é possível minimizar, maximizar e restaurar a janela do programa PowerPoint.

Faixa de Opções
A Faixa de Opções é usada para localizar rapidamente os comandos necessários para executar uma tarefa. Os comandos são
organizados em grupos lógicos, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade como gravação ou disposição
de uma página. Para diminuir a desorganização, algumas guias são exibidas somente quando necessário. Por exemplo, a guia Ferra-
mentas de Imagem somente é exibida quando uma imagem for selecionada.
Grande novidade do Office 2007/2010, a faixa de opções elimina grande parte da navegação por menus e busca aumentar a
produtividade por meio do agrupamento de comandos em uma faixa localizada abaixo da barra de títulos 71.

Painel de Anotações
Nele é possível digitar as anotações que se deseja incluir em um slide.

Barra de Status
Exibe várias informações úteis na confecção dos slides, entre elas: o número de slides; tema e idioma.

Nível de Zoom
Clicar para ajustar o nível de zoom.

Modos de Exibição do PowerPoint


O menu das versões anteriores, conhecido como menu Exibir, agora é a guia Exibição no Microsoft PowerPoint 2010. O Power-
Point 2010 disponibiliza aos usuários os seguintes modos de exibição:
– Normal,
– Classificação de Slides,
– Anotações,
– Modo de exibição de leitura,
– Slide Mestre,
– Folheto Mestre,
– Anotações Mestras.

71 LÊNIN, A; JUNIOR, M. Microsoft Office 2010. Livro Eletrônico.

127
INFORMÁTICA

O modo de exibição Normal é o principal modo de edição,


onde você escreve e projeta a sua apresentação.

Criar apresentações
Criar uma apresentação no Microsoft PowerPoint 2013 en-
Então basta começar a digitar.
globa: iniciar com um design básico; adicionar novos slides e con-
teúdo; escolher layouts; modificar o design do slide, se desejar,
Formatar texto
alterando o esquema de cores ou aplicando diferentes modelos
Para alterar um texto, é necessário primeiro selecioná-lo.
de estrutura e criar efeitos, como transições de slides animados.
Para selecionar um texto ou palavra, basta clicar com o botão
Ao iniciarmos o aplicativo Power Point 2016, automatica-
esquerdo sobre o ponto em que se deseja iniciar a seleção e
mente é exibida uma apresentação em branco, na qual você
manter o botão pressionado, arrastar o mouse até o ponto dese-
pode começar a montar a apresentação. Repare que essa apre-
jado e soltar o botão esquerdo.
sentação é montada sem slides adicionais ou formatações, con-
Para formatar nossa caixa de texto temos os grupos da guia
tendo apenas uma caixa de texto com título e subtítulo, sem pla-
Página Inicial. O primeiro grupo é a Fonte, podemos através des-
no de fundo ou efeito de preenchimento. Para dar continuidade
te grupo aplicar um tipo de letra, um tamanho, efeitos, cor, etc.
ao seu trabalho e criar uma outra apresentação em outro slide,
Fonte: altera o tipo de fonte.
basta clicar em Página Inicial e em seguida Novo Slide.
Tamanho da fonte: altera o tamanho da fonte.
Negrito: aplica negrito ao texto selecionado. Também pode
ser acionado através do comando Ctrl+N.
Itálico: aplica Itálico ao texto selecionado. Também pode ser
acionado através do comando Ctrl+I.
Sublinhado: sublinha o texto selecionado. Também pode ser
acionado através do comando Ctrl+S.
Tachado: desenha uma linha no meio do texto selecionado.
Sombra de Texto: adiciona uma sombra atrás do texto sele-
cionado para destacá-lo no slide.
Espaçamento entre Caracteres: ajusta o espaçamento entre
caracteres.
Maiúsculas e Minúsculas: altera todo o texto selecionado
para MAIÚSCULAS, minúsculas, ou outros usos comuns de mai-
úsculas/minúsculas.
Cor da Fonte: altera a cor da fonte.
Alinhar Texto à Esquerda: alinha o texto à esquerda. Tam-
bém pode ser acionado através do comando Ctrl+Q.
Centralizar: centraliza o texto. Também pode ser acionado
através do comando Ctrl+E.
Layout
Alinhar Texto à Direita: alinha o texto à direita. Também
O layout é o formato que o slide terá na apresentação como
pode ser acionado através do comando Ctrl+G.
títulos, imagens, tabelas, entre outros. Nesse caso, você pode
Justificar: alinha o texto às margens esquerda e direita, adi-
escolher entre os vários tipos de layout.
cionando espaço extra entre as palavras conforme o necessário,
Para escolher qual layout você prefere, faça o seguinte pro-
promovendo uma aparência organizada nas laterais esquerda e
cedimento:
direita da página.
1. Clique em Página Inicial;
Colunas: divide o texto em duas ou mais colunas.
2. Após clique em Layout;
3. Em seguida, escolha a opção.

128
INFORMÁTICA

Excluir slide
Selecione o slide com um clique e tecle Delete no teclado.

Salvar Arquivo
Para salvar o arquivo, acionar a guia Arquivo e sem sequência, salvar como ou pela tecla de atalho Ctrl + B.

Inserir Figuras
Para inserir uma figura no slide clicar na guia Inserir, e clicar em um desses botões:
– Imagem do Arquivo: insere uma imagem de um arquivo.
– Clip-Art: é possível escolher entre várias figuras que acompanham o Microsoft Office.
– Formas: insere formas prontas, como retângulos e círculos, setas, linhas, símbolos de fluxograma e textos explicativos.
– SmartArt: insere um elemento gráfico SmartArt para comunicar informações visualmente. Esses elementos gráficos variam
desde listas gráficas e diagramas de processos até gráficos mais complexos, como diagramas de Venn e organogramas.
– Gráfico: insere um gráfico para ilustrar e comparar dados.
– WordArt: insere um texto com efeitos especiais.

Transição de Slides
A Microsoft Office PowerPoint 2016 inclui vários tipos diferentes de transições de slides. Basta clicar no guia transição e escolher
a transição de slide desejada.

Exibir apresentação
Para exibir uma apresentação de slides no Power Point.
1. Clique na guia Apresentação de Slides, grupo Iniciar Apresentação de Slides.
2. Clique na opção Do começo ou pressione a tecla F5, para iniciar a apresentação a partir do primeiro slide.
3. Clique na opção Do Slide Atual, ou pressione simultaneamente as teclas SHIFT e F5, para iniciar a apresentação a partir do
slide atual.

Slide mestre
O slide mestre é um slide padrão que replica todas as suas características para toda a apresentação. Ele armazena informações
como plano de fundo, tipos de fonte usadas, cores, efeitos (de transição e animação), bem como o posicionamento desses itens. Por
exemplo, na imagem abaixo da nossa apresentação multiuso Power View, temos apenas um item padronizado em todos os slides
que é a numeração da página no topo direito superior.
Ao modificar um ou mais dos layouts abaixo de um slide mestre, você modifica essencialmente esse slide mestre. Embora cada
layout de slide seja configurado de maneira diferente, todos os layouts que estão associados a um determinado slide mestre contêm
o mesmo tema (esquema de cor, fontes e efeitos).

129
INFORMÁTICA
Para criar um slide mestre clique na Guia Exibição e em seguida em Slide Mestre.

UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE TEXTO, PLANILHA E APRESENTAÇÃO DO PACOTE LIBREOFFICE


(WRITER, CALC E IMPRESS) - VERSÕES 5 E 6

O LibreOffice é uma suíte de escritório livre compatível com os principais pacotes de escritório do mercado. O pacote oferece
todas as funções esperadas de uma suíte profissional: editor de textos, planilha, apresentação, editor de desenhos e banco de da-
dos72. Ele é uma das mais populares suítes de escritório multiplataforma e de código aberto.

O LibreOffice é um pacote de escritório assim como o MS Office73. Embora seja um software livre, pode ser instalado em vários
sistemas operacionais, como o MS Windows, Mac OS X, Linux e Unix. Ao longo dos anos, passou por várias modificações em seu
projeto, mudando até mesmo de nome, mas mantendo os mesmos aplicativos.

Aplicativos do LibreOffice
Writer: editor de textos.
Exatensão: .odt
Calc: planilhas eletrônicas.
Extensão: .ods
Impress: apresentação de slides.
Extensão: .odp
Draw: edição gráfica de imagens e figuras.
Extensão: .odg
Base: Banco de dados.
Extensão: .odb
Math: fórmulas matemáticas.
Extensão: .odf

ODF (Open Document Format)


Os arquivos do LibreOffice são arquivos de formato aberto e, por isso, pertencem à família de documentos abertos ODF, ou seja,
ODF não é uma extensão, mas sim, uma família de documentos estruturada internamente pela linguagem XML.

72 https://www.edivaldobrito.com.br/libreoffice-6-0/
73 FRANCESCHINI, M. LibreOffice – Parte I.

130
INFORMÁTICA
LibreOffice Writer
Writer é o editor de textos do LibreOffice. Além dos recursos usuais de um processador de textos (verificação ortográfica,
dicionário de sinônimos, hifenização, autocorreção, localizar e substituir, geração automática de sumários e índices, mala direta e
outros), o Writer fornece importantes características:
- Modelos e estilos;
- Métodos de layout de página, incluindo quadros, colunas e tabelas;
- Incorporação ou vinculação de gráficos, planilhas e outros objetos;
- Ferramentas de desenho incluídas;
- Documentos mestre para agrupar uma coleção de documentos em um único documento;
- Controle de alterações durante as revisões;
- Integração de banco de dados, incluindo bancos de dados bibliográficos;
- Exportação para PDF, incluindo marcadores.

Principais Barras de Ferramentas

74

– Barra de Títulos: exibe o nome do documento. Se o usuário não fornecer nome algum, o Writer sugere o nome Sem título 1.
– Barra de Menu: dá acesso a todas as funcionalidades do Writer, categorizando por temas de funcionalidades.
– Barra de ferramentas padrão: está presente em todos os aplicativos do LibreOffice e é igual para todos eles, por isso tem esse
nome “padrão”.
– Barra de ferramentas de formatação: essa barra apresenta as principais funcionalidades de formatação de fonte e parágrafo.
– Barra de Status: oferece informações sobre o documento e atalhos convenientes para rapidamente alterar alguns recursos.

Principais Menus
Os menus organizam o acesso às funcionalidades do aplicativo. Eles são praticamente os mesmos em todos os aplicativos, mas
suas funcionalidades variam de um para outro.

Arquivo
Esse menu trabalha com as funcionalidades de arquivo, tais como:
– Novo: essa funcionalidade cria um novo arquivo do Writer ou de qualquer outro dos aplicativos do LibreOffice;
– Abrir: abre um arquivo do disco local ou removível ou da rede local existente do Writer;
– Abrir Arquivo Remoto: abre um arquivo existente da nuvem, sincronizando todas as alterações remotamente;
– Salvar: salva as alterações do arquivo local desde o último salvamento;
– Salvar Arquivo Remoto: sincroniza as últimas alterações não salvas no arquivo lá na nuvem;
– Salvar como: cria uma cópia do arquivo atual com as alterações realizadas desde o último salvamento;

Para salvar um documento como um arquivo Microsoft Word75:


1. Primeiro salve o documento no formato de arquivo usado pelo LibreOffice (.odt).
Sem isso, qualquer mudança que se tenha feito desde a última vez em que se salvou o documento, somente aparecerá na versão
Microsoft Word do documento.
74 https://bit.ly/3jRIUme
75 http://coral.ufsm.br/unitilince/images/Tutoriais/manual_libreoffice.pdf

131
INFORMÁTICA
2. Então escolha Arquivo → Salvar como. No menu Salvar Exibir
como. Esse outro menu define as várias formas que o documento é
3. No menu da lista suspensa Tipo de arquivo (ou Salvar exibido na tela do computador. Principais funcionalidades:
como tipo), selecione o tipo de formato Word que se precisa. – Normal: modo de exibição padrão como o documento será
Clique em Salvar. exibido em uma página;
A partir deste ponto, todas as alterações realizadas se apli- – Web: exibe o documento como se fosse uma página web
carão somente ao documento num navegador;
Microsoft Word. Desde feito, a alterado o nome do docu- – Marcas de Formatação: exibe os caracteres não imprimí-
mento. Se desejar voltar a trabalhar com a versão LibreOffice do veis, como os de quebra de linha, de parágrafo, de seção, tabu-
documento, deverá voltar a abri-lo. lação e espaço. Tais caracteres são exibidos apenas na tela, não
são impressas no papel (CTRL+F10);
– Navegador: permite navegar nos vários objetos existentes
no documento, como tabelas, links, notas de rodapé, imagens
etc.

(F5);

– Galeria: exibe imagens e figuras que podem ser inseridas


no documento;
– Tela Inteira: suprime as barras de ferramenta e menus
(CTRL+SHIFT+J).

Inserir
Nesse menu, é possível inserir inúmeros objetos ao texto,
tais como:
– Quebra de página: insere uma quebra de página e o cursor
é posicionado no início da próxima página a partir daquele ponto
em que a quebra foi inserida;
– Quebra manual: permite inserir uma quebra de linha, de
Salvando um arquivo no formato Microsoft Word. coluna e de página;
– Figura: insere uma imagem de um arquivo;
– Exportar como PDF: exporta o arquivo atual no formato – Multimídia: insere uma imagem da galeria LibreOffice,
PDF. Permite definir restrições de edição, inclusive com senha; uma imagem digitalizada de um scanner ou vídeo;
– Enviar: permite enviar o arquivo atual por e-mail no for- – Gráfico: cria um gráfico do Calc, com planilha de dados
mato.odt,.docx,.pdf. Também permite compartilhar o arquivo embutida no Writer;
por bluetooth; – Objeto: insere vários tipos de arquivos, como do Impress
– Imprimir: permite imprimir o documento em uma impres- e do Calc dentre outros;
sora local ou da rede; – Forma: cria uma forma geométrica, tipo círculo, retângulo,
– Assinaturas digitais: assina digitalmente o documento, ga- losango etc.;
rantindo sua integridade e autenticidade. Qualquer alteração no – Caixa de Texto: insere uma caixa de texto ao documento;
documento assinado viola a assinatura, sendo necessário assinar – Anotação: insere comentários em balões laterais;
novamente. – Hiperlink: insere hiperlink ou link para um endereço da
internet ou um servidor FTP, para um endereço de e-mail, para
Editar um documento existente ou para um novo documento (CTRL+K);
Esse menu possui funcionalidades de edição de conteúdo, – Indicador: insere um marcador ao documento para rápida
tais como: localização posteriormente;
– Desfazer: desfaz a(s) última(s) ação(ões); – Seção: insere uma quebra de seção, dividindo o documen-
– Refazer: refaz a última ação desfeita; to em partes separadas com formatações independentes;
– Repetir: repete a última ação; – Referências: insere referência a indicadores, capítulos, tí-
– Copiar: copia o item selecionado para a área de transfe- tulos, parágrafos numerados do documento atual;
rência; – Caractere Especial: insere aqueles caracteres que você
– Recortar: recorta ou move o item selecionado para a área não encontra no teclado do computador, tais como ©, ≥, ∞;
de transferência; – Número de Página: insere numeração nas páginas na posi-
– Colar: cola o item da área de transferência; ção atual do cursor;
– Colar Especial: cola o item da área de transferência permi- – Campo: insere campos de numeração de página, data,
tindo escolher o formado de destino do conteúdo colado; hora, título, autor, assunto;
– Selecionar Tudo: seleciona todo o documento; – Cabeçalho e Rodapé: insere cabeçalho e rodapé ao docu-
– Localizar: localiza um termo no documento; mento;
– Localizar e Substituir: localiza e substitui um termo do do-
cumento por outro fornecido;
– Ir para a página: permite navegar para uma página do do-
cumento.

132
INFORMÁTICA
Formatar
Esse menu trabalha com a formatação de fonte, parágrafo, página, formas e figuras;
– Texto: formata a fonte do texto;
Pode-se aplicar vários formatos de caracteres usando os botões da barra de ferramentas Formatação.

Barra de Formatação, mostrando ícones para formatação de caracteres.

– Espaçamento: formata o espaçamento entre as linhas, entre os parágrafos e também o recuo do parágrafo. A
– Alinhar: alinha o parágrafo uniformemente em relação às margens.
Pode-se aplicar vários formatos para parágrafos usando os botões na barra de ferramentas Formatação.

Ícones para formatação de parágrafos.

– Listas: transforma os parágrafos em estrutura de tópicos com marcadores ou numeração.


– Clonar Formatação: essa ferramenta é chamada de “pincel de formatação” no MS Word e faz a mesma função, ou seja, clona
a formatação de um item selecionado e a aplica a outro ;

– Limpar Formatação Direta: limpa a formatação do texto selecionado, deixando a formatação original do modelo do documento;
Nessa janela, é possível formatar o tipo de fonte, o estilo de formatação (negrito, itálico, regular), o efeito de formatação (ta-
chado, sublinhado, sombra etc.), a posição do texto (sobrescrito, subscrito, rotação, espaçamento entre as letras do texto), inserir
hiperlink, aplicar realce (cor de fundo do texto) e bordas;
– Caractere...: diferentemente do MS Word, o Write chama a fonte de caractere.
Nessa janela, é possível formatar o tipo de fonte, o estilo de formatação (negrito, itálico, regular), o efeito de formatação (ta-
chado, sublinhado, sombra etc.), a posição do texto (sobrescrito, subscrito, rotação, espaçamento entre as letras do texto), inserir
hiperlink, aplicar realce (cor de fundo do texto) e bordas;
– Parágrafo...: abre a caixa de diálogo de formatação de parágrafo.
– Marcadores e Numeração: abre a caixa de diálogo de formatação de marcadores e de numeração numa mesma janela. Perce-
ba que a mesma função de formatação já foi vista por meio dos botões de formatação. Essa mesma formatação é encontrada aqui
na caixa de diálogo de marcadores e numeração;
– Página...: abre a caixa de diálogo de formatação de páginas. Aqui, encontramos a orientação do papel, que é se o papel é ho-
rizontal (paisagem) ou vertical (retrato);
– Figura: formata figuras inseridas ao texto;
– Caixa de Texto e Forma: formata caixas de texto e formas inseridas no documento;
– Disposição do Texto: define a disposição que os objetos como imagens, formas e figuras ficarão em relação ao texto.
– Estilos: esse menu trabalha com estilos do texto. Estilos são o conjunto de formatação de fonte, parágrafo, bordas, alinhamen-
to, numeração e marcadores aplicados em conjunto. Existem estilos predefinidos, mas é possível também criar estilos e nomeá-los.
Também é possível editar os estilos existentes. Os estilos são usados na criação dos sumários automáticos.

133
INFORMÁTICA
Tabelas CTRL+N: novo documento (new).
Esse menu trabalha com tabelas. As tabelas são inseridas CTRL+ O: abrir documento existente (open).
por aqui, no menu Tabelas. As seguintes funcionalidades são en- CTRL+P: imprimir (print).
contradas nesse menu: CTRL+Q: fechar o aplicativo Writer.
– Inserir Tabela: insere uma tabela ao texto; CTRL+R: alinhar à direita (right).
– Inserir: insere linha, coluna e célula à tabela existente; CTRL+S: salvar o documento (save).
– Excluir: exclui linha, coluna e tabela; CTRL+T: sem ação.
– Selecionar: seleciona célula, linha, coluna e tabela; CTRL+U: sublinhar.
– Mesclar: mescla as células adjacentes de uma tabela, CTRL+V: colar.
transformando-as em uma única tabela. Atenção! O conteúdo CTRL+X: recortar.
de todas as células é preservado; CTRL+W: fechar o arquivo.
– Converter: converte texto em tabela ou tabela em texto; CTRL+Y: refazer última ação.
– Fórmulas: insere fórmulas matemáticas na célula da tabe- CTRL+Z: desfazer última ação.
la, tais como soma, multiplicação, média, contagem etc.
LibreOffice Calc
Ferramentas O Calc é o aplicativo de planilhas eletrônicas do LibreOffice.
Esse menu trabalha com diversas ferramentas, tais como: Assim como o MS Excel, ele trabalha com células e fórmulas.
– Ortografia e Gramática: essa ferramenta aciona o corretor Outras funcionalidades oferecidas pelo Calc incluem76:
ortográfico para fazer a verificação de ocorrências de erros em – Funções, que podem ser utilizadas para criar fórmulas para
todo o documento. Ela corrige por alguma sugestão do dicioná- executar cálculos complexos;
rio, permite inserir novos termos ao dicionário ou apenas ignora – Funções de banco de dados, para organizar, armazenas e
as ocorrências daquele erro (F7); filtrar dados;
– Gráficos dinâmicos; um grande número de opções de grá-
– Verificação Ortográfica Automática: marca automatica- ficos em 2D e 3D;
mente com um sublinhado ondulado vermelho as palavras que – Macros, para a gravação e execução de tarefas repetitivas;
possuem erros ortográficos ou que não pertencem ao dicionário as linguagens de script suportadas incluem LibreOffice Basic, Py-
(SHIFT+F7); thon, BeanShell, e JavaScript;
– Capacidade de abrir, editar e salvar planilhas no formato
– Dicionário de Sinônimos: apresenta sinônimos e antôni- Microsoft Excel;
mos da palavra selecionada; – Importação e exportação de planilhas em vários formatos,
– Idioma: define o idioma do corretor ortográfico; incluindo HTML, CSV, PDF e PostScript.
– Contagem de palavras: faz uma estatística do documento,
contando a quantidade de caracteres, palavras, linhas, parágra- Planilhas e células
fos e páginas; O Calc trabalha como elementos chamados de planilhas. Um
– Autocorreção: substitui automaticamente uma palavra ou arquivo de planilha consiste em várias planilhas individuais, cada
termo do texto por outra. O usuário define quais termos serão uma delas contendo células em linhas e colunas. Uma célula par-
substituídos; ticular é identificada pela letra da sua coluna e pelo número da
– Autotexto: insere automaticamente um texto por meio de sua linha.
atalhos, por exemplo, um tipo de saudação ou finalização do do- As células guardam elementos individuais – texto, números,
cumento; fórmulas, e assim por diante – que mascaram os dados que exi-
bem e manipulam.
– Mala Direta: cria uma mala direta, que é uma correspon- Cada arquivo de planilha pode ter muitas planilhas, e cada
dência endereçada a vários destinatários. É formada por uma uma delas pode conter muitas células individuais. No Calc, cada
correspondência (carta, mensagem de e-mail, envelope ou eti- planilha pode conter um máximo de 1.048.576 linhas e 1024 co-
queta) e por uma lista de destinatários (tabela, planilha, banco lunas.
de dados ou catálogo de endereços contendo os dados dos des-
tinatários).

Principais teclas de atalho


CTRL+A: selecionar todo o documento (all).
CTR+B: negritar (bold).
CTRL+C: copiar.
CTRL+D: sublinhar.
CTRL+E: centralizar alinhamento.
CTRL+F: localizar texto (find).
CTRL+G: sem ação.
CTRL+H: localizar e substituir.
CTRL+I: itálico.
CTRL+J: justificar.
CTRL+K: adicionar hiperlink. 76 WEBER, J. H., SCHOFIELD, P., MICHEL, D., RUSSMAN, H., JR, R. F.,
CTRL+L: alinhar à esquerda (left). SAFFRON, M., SMITH, J. A. Introdução ao Calc. Planilhas de Cálculo no
CTRL+M: limpar formatação. LibreOffice

134
INFORMÁTICA
Janela principal
Quando o Calc é aberto, a janela principal abre. As partes dessa janela estão descritas a seguir.

Janela principal do Calc e suas partes, sem a Barra lateral.

Principais Botões de Comandos

Assistente de Função: auxilia o usuário na criação de uma função. Organiza as funções por categoria.

Autossoma: insere a função soma automaticamente na célula.

Formatação de porcentagem: multiplica o número por 100 e coloca o sinal de porcentagem ao final dele.

Formatação de número: separa os milhares e acrescenta casas decimais (CTRL+SHIFT+1).

Formatação de data: formata a célula em formato de data (CTRL+SHIFT+3).

Adiciona casas decimais.

Diminui casas decimais.

Filtro: exibe apenas as linhas que satisfazem o critério do filtro da coluna.

Insere gráfico para ilustrar o comportamento dos dados tabulados.

Ordena as linhas em ordem crescente ou decrescente. Pode ser aplicada em várias colunas.

Mesclar e centralizar células: transforma duas ou mais células adjacentes em uma única célula.

Alinhar em cima: alinha o conteúdo da célula na parte superior dela.

135
INFORMÁTICA

Centralizar verticalmente: alinha o conteúdo da célula ao centro verticalmente.

Alinhar embaixo: alinha o conteúdo da célula na parte inferior dela.

Congelar linhas e colunas: fixa a exibição da primeira linha ou da primeira coluna ou ainda permite congelar as linhas aci-
ma e as colunas à esquerda da célula selecionada. Não é proteção de células, pois o conteúdo das mesmas ainda pode ser
alterado.

Insere linha acima da linha atual.

Insere linha abaixo da linha atual.

Exclui linhas selecionadas.

Insere coluna à esquerda.

Insere coluna à direita.

Exclui colunas selecionadas.

Barra de título
A barra de título, localizada no alto da tela, mostra o nome da planilha atual. Quando a planilha for recém-criada, seu nome é
Sem título X, onde X é um número. Quando a planilha é salva pela primeira vez, você é solicitado a dar um nome de sua escolha.

Barra de Menu
A Barra de menu é onde você seleciona um dos menus e aparecem vários submenus com mais opções.
– Arquivo: contém os comandos que se aplicam a todo o documento, como Abrir, Salvar, Assistentes, Exportar como PDF, Impri-
mir, Assinaturas Digitais e assim por diante.
– Editar: contém os comandos para a edição do documento, tais como Desfazer, Copiar, Registrar alterações, Preencher, Plug-in
e assim por diante.
– Exibir: contém comandos para modificar a aparência da interface do usuário no Calc, por exemplo Barra de ferramentas, Ca-
beçalhos de linhas e colunas, Tela Inteira, Zoom e assim por diante.
– Inserir: contém comandos para inserção de elementos em uma planilha; por exemplo, Células, Linhas, Colunas, Planilha, Fi-
guras e assim por diante.

Inserir novas planilhas


Clique no ícone Adicionar planilha para inserir uma nova planilha após a última sem abrir a caixa de diálogo Inserir planilha. Os
seguintes métodos abrem a caixa de diálogo Inserir planilha onde é possível posicionar a nova planilha, criar mais que uma planilha,
definir o nome da nova planilha, ou selecionar a planilha de um arquivo.
– Selecione a planilha onde deseja inserir uma nova e vá no menu Inserir > Planilha; ou
– Clique com o botão direito do mouse na aba da planilha onde você deseja inserir uma nova e selecione Inserir planilha no
menu de contexto; ou
– Clique no espaço vazio no final das abas das planilhas; ou
– Clique com o botão direito do mouse no espaço vazio no final das abas das planilhas e selecione Inserir planilha no menu de
contexto.

136
INFORMÁTICA

Caixa de diálogo Inserir planilha.

– Formatar: contém comandos para modificar o leiaute de uma planilha; por exemplo,
Células, Página, Estilos e formatação, Alinhamento e assim por diante.
– Ferramentas: contém várias funções que auxiliam a verificar e personalizar a planilha, por exemplo, Ortografia, Compartilhar
documento, Macros e assim por diante.
– Dados: contém comandos para manipulação de dados em sua planilha; por exemplo, Definir intervalo, Selecionar intervalo,
Classificar, Consolidar e assim por diante.
– Janela: contém comandos para exibição da janela; por exemplo, Nova janela, Dividir e assim por diante.
– Ajuda: contém links para o sistema de ajuda incluído com o software e outras funções; por exemplo, Ajuda do LibreOffice,
Informações da licença, Verificar por atualizações e assim por diante.

Barra de ferramentas
A configuração padrão, ao abrir o Calc, exibe as barras de ferramentas Padrão e Formatação encaixadas no topo do espaço de
trabalho.
Barras de ferramentas do Calc também podem ser encaixadas e fixadas no lugar, ou flutuante, permitindo que você mova para
a posição mais conveniente em seu espaço de trabalho.

Barra de fórmulas
A Barra de fórmulas está localizada no topo da planilha no Calc. A Barra de fórmulas está encaixada permanentemente nesta
posição e não pode ser usada como uma barra flutuante. Se a Barra de fórmulas não estiver visível, vá para Exibir no Menu e sele-
cione Barra de fórmulas.

Barra de fórmulas.

Indo da esquerda para a direita, a Barra de Fórmulas consiste do seguinte:


– Caixa de Nome: mostra a célula ativa através de uma referência formada pela combinação de letras e números, por exemplo,
A1. A letra indica a coluna e o número indica a linha da célula selecionada.

– Assistente de funções : abre uma caixa de diálogo, na qual você pode realizar uma busca através da lista de funções
disponíveis. Isto pode ser muito útil porque também mostra como as funções são formadas.

– Soma : clicando no ícone Soma, totaliza os números nas células acima da célula e então coloca o total na célula selecio-
nada. Se não houver números acima da célula selecionada, a soma será feita pelos valores das células à esquerda.

– Função : clicar no ícone Função insere um sinal de (=) na célula selecionada, de maneira que seja inserida uma fórmula na
Linha de entrada.

137
INFORMÁTICA
– Linha de entrada: exibe o conteúdo da célula selecionada (dados, fórmula, ou função) e permite que você edite o conteúdo da
célula. Você pode editar o conteúdo da célula diretamente, clicando duas vezes nela. Quando você digita novos dados numa célula,
os ícones de Soma e de Função mudam para os botões Cancelar e Aceitar .

Operadores aritméticos

Operadores aritméticos.

Operadores aritméticos.

Operadores comparativos

Operadores comparativos.

• Principais fórmulas
=HOJE(): insere a data atual do sistema operacional na célula. Essa data sempre será atualizada toda vez que o arquivo for
aberto. Existe uma tecla de atalho que também insere a data atual do sistema, mas não como função, apenas a data como se fosse
digitada pelo usuário. Essa tecla de atalho é CTRL+;.
=AGORA(): insere a data e a hora atuais do sistema operacional. Veja como é seu resultado após digitada na célula.

=SOMA(): apenas soma os argumentos que estão dentro dos parênteses.


=POTÊNCIA(): essa função é uma potência, que eleva o primeiro argumento, que é a base, ao segundo argumento, que é o
expoente.
=MÁXIMO(): essa função escolhe o maior valor do argumento.
=MÍNIMO(): essa função faz exatamente o contrário da anterior, ou seja, escolhe o menor valor do argumento.
=MÉDIA(): essa função calcula a média aritmética ou média simples do argumento, que é a soma dos valores dividida pela sua
quantidade.
Atenção! Essa função será sempre a média aritmética. Essa função considera apenas valores numéricos e não vazios.
=CONT.SE(): essa função é formada por dois argumentos: o primeiro é o intervalo de células que serão consideradas na opera-
ção; o segundo é o critério.
=SE(): essa função testa valores, permitindo escolher um dentre dois valores possíveis. A sua estrutura é a seguinte:

138
INFORMÁTICA
A condição é uma expressão lógica e dá como resultado VERDADEIRO ou FALSO. O resultado1 é escolhido se a condição for
verdadeira; o resultado2 é escolhido se a condição for falsa. Os resultados podem ser: “texto” (entre aspas sempre), número, célula
(não pode intervalo, apenas uma única célula), fórmula.
A melhor forma de ler essa função é a seguinte: substitua o primeiro “;” por “Então” e o segundo “;” por “Senão”. Fica assim: se
a condição for VERDADEIRA, ENTÃO escolha resultado1; SENÃO escolha resultado2.
=PROCV(): a função PROCV serve para procurar valores em um intervalo vertical de uma matriz e devolve para o usuário um
valor de outra coluna dessa mesma matriz, mas da mesma linha do valor encontrado.

Essa é a estrutura do PROCV, na qual “valor” é o valor usado na pesquisa; “matriz” é todo o conjunto de células envolvidas;
“coluna_resultado” é o número da coluna dessa matriz onde o resultado se encontra; “valor_aproximado” diz se a comparação do
valor da pesquisa será apenas aproximada ou terá que ser exatamente igual ao procurado. O valor usado na pesquisa tem que estar
na primeira coluna da matriz, sempre! Ou seja, ela procurará o valor pesquisado na primeira coluna da matriz.

Entendendo funções
Calc inclui mais de 350 funções para analisar e referenciar dados77. Muitas destas funções são para usar com números, mas
muitos outros são usados com datas e hora, ou até mesmo texto.
Uma função pode ser tão simples quanto adicionar dois números, ou encontrar a média de uma lista de números. Alternativa-
mente, pode ser tão complexo como o cálculo do desvio-padrão de uma amostra, ou a tangente hiperbólica de um número.
Algumas funções básicas são semelhantes aos operadores. Exemplos:
+ Este operador adiciona dois números juntos para um resultado. SOMA(), por outro lado adiciona grupos de intervalos contí-
guos de números juntos.
* Este operador multiplica dois números juntos para um resultado. MULT() faz o mesmo para multiplicar que SOMA() faz para
adicionar

Estrutura de funções
Todas as funções têm uma estrutura similar.
A estrutura de uma função para encontrar células que correspondam a entrada de critérios é:
=BDCONTAR(Base_de_dados;Campo_de_Base_de_dados;CritériosdeProcura)
Uma vez que uma função não pode existir por conta própria, deve sempre fazer parte de uma fórmula. Consequentemente,
mesmo que a função represente a fórmula inteira, deve haver um sinal = no começo da fórmula. Independentemente de onde na
fórmula está a função, a função começará com seu nome, como BDCONTAR no exemplo acima. Após o nome da função vem os seus
argumentos. Todos os argumentos são necessários, a menos que especificados como opcional. Argumentos são adicionados dentro
de parênteses e são separados por ponto e vírgula, sem espaço entre os argumentos e o ponto e vírgula.

LibreOffice Impress
O Impress é o aplicativo de apresentação de slides do LibreOffice. Com ele é possível criar slides que contenham vários elemen-
tos diferentes, incluindo texto, listas com marcadores e numeração, tabelas, gráficos e uma vasta gama de objetos gráficos tais como
clipart, desenhos e fotografias78.
O Impress também é compatível com o MS PowerPoint, permitindo criar, abrir, editar e salvar arquivos no formato.PPTX.

Janela principal do Impress


A janela principal do Impress tem três partes: o Painel de slides, Área de trabalho, e Painel lateral. Além disso, várias barras de
ferramentas podem ser exibidas ou ocultas durante a criação de uma apresentação.

Área de trabalho
A Área de trabalho (normalmente no centro da janela principal) tem cinco abas: Normal, Estrutura de tópicos, Notas, Folheto e
Classificador de slides. Estas cinco abas são chamadas de botões de visualização A área de trabalho abaixo da visualização de botões
muda dependendo da visualização escolhida. Os pontos de vista de espaço de trabalho são descritos em “Visualização da Área de
trabalho”’.

77 Duprey, B.; Silva, R. P.; Parker, H.; Vigliazzi, D. Douglas. Guia do Calc, Capítulo 7. Usando Formulas e Funções.
78 SCHOFIELD, P.; WEBER, J. H.; RUSSMAN, H.; O’BRIEN, K.; JR, R. F. Introdução ao Impress. Apresentação no LibreOffice

139
INFORMÁTICA

Janela principal do Impress; ovais indicam os marcadores Ocultar/Exibir.

Painel de slides
O Painel de slides contém imagens em miniaturas dos slides em sua apresentação, na ordem em que serão mostradas, a menos
que você altere a ordem de apresentação de slides. Clicando em um slide neste painel, este é selecionado e colocado na Área e
trabalho. Quando um slide está na Área de trabalho, você pode fazer alterações nele.
Várias operações adicionais podem ser realizadas em um ou mais slides simultaneamente no Painel de slides:
– Adicionar novos slides para a apresentação.
– Marcar um slide como oculto para que ele não seja exibido como parte da apresentação.
– Excluir um slide da apresentação se ele não for mais necessário.
– Renomear um slide.
– Duplicar um slide (copiar e colar)

Também é possível realizar as seguintes operações, embora existam métodos mais eficientes do que usar o Painel de slides:
– Alterar a transição de slides seguindo o slide selecionado ou após cada slide em um grupo de slides.
– Alterar o design de slide.

Barra lateral
O Barra lateral tem cinco seções. Para expandir uma seção que você deseja usar, clique no ícone ou clique no pequeno triângulo
na parte superior dos ícones e selecione uma seção da lista suspensa. Somente uma seção de cada vez pode ser aberta.

PROPRIEDADES

Mostra os layouts incluídos no Impress. Você pode escolher o que você quer e usá-lo como ele é, ou modificá-lo para atender às suas
necessidades. No entanto, não é possível salvar layouts personalizados.

PÁGINAS MESTRE

Aqui você define o estilo de página (slide) para sua apresentação. O Impress inclui vários modelos de páginas mestras (slide mestre).
Um deles – Padrão – é branco, e o restante tem um plano de fundo e estilo de texto.

ANIMAÇÃO PERSONALIZADA

Uma variedade de animações podem ser usadas para realçar ou melhorar diferentes elementos de cada slide. A seção Animação per-
sonalizada fornece uma maneira fácil para adicionar, alterar, ou remover animações.

140
INFORMÁTICA

TRANSIÇÃO DE SLIDES

Fornece acesso a um número de opções de transição de slides. O padrão é definido como Sem transição, em que o slide seguinte
substitui o existente. No entanto, muitas transições adicionais estão disponíveis. Você também pode especificar a velocidade de tran-
sição (Lenta, Média, Rápida), escolher entre uma transição automática ou manual, e escolher quanto tempo o slide selecionado será
mostrado (somente transição automática).

ESTILOS E FORMATAÇÃO

Aqui você pode editar e aplicar estilos gráficos e criar estilos novos, mas você só pode editar os estilos de apresentação existentes.
Quando você edita um estilo, as alterações são aplicadas automaticamente a todos os elementos formatados com este estilo em sua
apresentação. Se você quiser garantir que os estilos em um slide específico não sejam atualizados, crie uma nova página mestra para
o slide.

GALERIA

Abre a galeria Impress, onde você pode inserir um objeto em sua apresentação, quer seja como uma cópia ou como um link. Uma
cópia de um objeto é independente do objeto original. Alterações para o objeto original não têm efeito sobre a cópia. Uma ligação
permanece dependente do objeto original. Alterações no objeto original também são refletidas no link.

NAVEGADOR

Abre o navegador Impress, no qual você pode mover rapidamente para outro slide ou selecionar um objeto em um slide. Recomen-
da-se dar nomes significativos aos slides e objetos em sua apresentação para que você possa identificá-los facilmente quando utilizar
a navegação.

• Principais Funcionalidades e Comandos

Inicia a apresentação do primeiro slide (F5).

Inicia a apresentação do slide atual (SHIFT+F5).

Insere áudio e vídeo ao slide.

Insere caixa de texto ao slide.

Insere novo slide, permitindo escolher o leiaute do slide que será inserido.

Exclui o slide selecionado.

Altera o leiaute do slide atual.

Cria um slide mestre.

Oculta o slide no modo de apresentação.

Cronometra o tempo das animações e transições dos slides no modo de apresentação para posterior exibição automática usan-
do o tempo cronometrado.

Configura as transições dos slides, ou seja, o efeito de passagem de um para o outro.

Configura a animação dos conteúdos dos slides, colocando efeitos de entrada, ênfase, saída e trajetória.

141
INFORMÁTICA
existir, a mensagem do remetente é entregue ao servidor POP3
UTILIZAÇÃO E CONFIGURAÇÃO DE E-MAIL NO ou IMAP, que armazena a mensagem na caixa de e-mail do des-
MICROSOFT OUTLOOK tinatário.

E-mail Ações no correio eletrônico


O e-mail revolucionou o modo como as pessoas recebem Independente da tecnologia e recursos empregados no cor-
mensagem atualmente79. Qualquer pessoa que tenha um e-mail reio eletrônico, em geral, são implementadas as seguintes fun-
pode mandar uma mensagem para outra pessoa que também ções:
tenha e-mail, não importando a distância ou a localização. – Caixa de Entrada: caixa postal onde ficam todos os e-mails
Um endereço de correio eletrônico obedece à seguinte es- recebidos pelo usuário, lidos e não-lidos.
trutura: à esquerda do símbolo @ (ou arroba) fica o nome ou – Lixeira: caixa postal onde ficam todos os e-mails descarta-
apelido do usuário, à direita fica o nome do domínio que fornece dos pelo usuário, realizado pela função Apagar ou por um ícone
o acesso. O resultado é algo como: de Lixeira. Em geral, ao descartar uma mensagem ela permanece
na lixeira, mas não é descartada, até que o usuário decida excluir
maria@apostilassolucao.com.br as mensagens definitivamente (este é um processo de segurança
para garantir que um usuário possa recuperar e-mails apagados
Atualmente, existem muitos servidores de webmail – cor- por engano). Para apagar definitivamente um e-mail é necessá-
reio eletrônico – na Internet, como o Gmail e o Outlook. rio entrar, de tempos em tempos, na pasta de lixeira e descartar
Para possuir uma conta de e-mail nos servidores é necessá- os e-mails existentes.
rio preencher uma espécie de cadastro. Geralmente existe um – Nova mensagem: permite ao usuário compor uma mensa-
conjunto de regras para o uso desses serviços. gem para envio. Os campos geralmente utilizados são:
– Para: designa a pessoa para quem será enviado o e-mail.
Correio Eletrônico Em geral, pode-se colocar mais de um destinatário inserindo os
Este método utiliza, em geral, uma aplicação (programa de e-mails de destino separados por ponto-e-vírgula.
correio eletrônico) que permite a manipulação destas mensa- – CC (cópia carbono): designa pessoas a quem também re-
gens e um protocolo (formato de comunicação) de rede que per- passamos o e-mail, ainda que elas não sejam os destinatários
mite o envio e recebimento de mensagens80. Estas mensagens principais da mensagem. Funciona com o mesmo princípio do
são armazenadas no que chamamos de caixa postal, as quais po- Para.
dem ser manipuladas por diversas operações como ler, apagar, – CCo (cópia carbono oculta): designa pessoas a quem re-
escrever, anexar, arquivos e extração de cópias das mensagens. passamos o e-mail, mas diferente da cópia carbono, quando
os destinatários principais abrirem o e-mail não saberão que o
Funcionamento básico de correio eletrônico e-mail também foi repassado para os e-mails determinados na
Essencialmente, um correio eletrônico funciona como dois cópia oculta.
programas funcionando em uma máquina servidora: – Assunto: título da mensagem.
– Servidor SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): protocolo – Anexos: nome dado a qualquer arquivo que não faça parte
de transferência de correio simples, responsável pelo envio de da mensagem principal e que seja vinculada a um e-mail para
mensagens. envio ao usuário. Anexos, comumente, são o maior canal de
– Servidor POP3 (Post Office Protocol – protocolo Post Offi- propagação de vírus e malwares, pois ao abrirmos um anexo,
ce) ou IMAP (Internet Mail Access Protocol): protocolo de aces- obrigatoriamente ele será “baixado” para nosso computador e
so de correio internet), ambos protocolos para recebimento de executado. Por isso, recomenda-se a abertura de anexos apenas
mensagens. de remetentes confiáveis e, em geral, é possível restringir os ti-
pos de anexos que podem ser recebidos através de um e-mail
Para enviar um e-mail, o usuário deve possuir um cliente de para evitar propagação de vírus e pragas. Alguns antivírus per-
e-mail que é um programa que permite escrever, enviar e rece- mitem analisar anexos de e-mails antes que sejam executados:
ber e-mails conectando-se com a máquina servidora de e-mail. alguns serviços de webmail, como por exemplo, o Gmail, per-
Inicialmente, um usuário que deseja escrever seu e-mail, deve mitem analisar preliminarmente se um anexo contém arquivos
escrever sua mensagem de forma textual no editor oferecido com malware.
pelo cliente de e-mail e endereçar este e-mail para um desti- – Filtros: clientes de e-mail e webmails comumente forne-
natário que possui o formato “nome@dominio.com.br“. Quan- cem a função de filtro. Filtros são regras que escrevemos que
do clicamos em enviar, nosso cliente de e-mail conecta-se com permitem que, automaticamente, uma ação seja executada
o servidor de e-mail, comunicando-se com o programa SMTP, quando um e-mail cumpre esta regra. Filtros servem assim para
entregando a mensagem a ser enviada. A mensagem é dividida realizar ações simples e padronizadas para tornar mais rápida
em duas partes: o nome do destinatário (nome antes do @) e o a manipulação de e-mails. Por exemplo, imagine que queremos
domínio, i.e., a máquina servidora de e-mail do destinatário (en- que ao receber um e-mail de “joao@blabla.com”, este e-mail
dereço depois do @). Com o domínio, o servidor SMTP resolve o seja diretamente descartado, sem aparecer para nós. Podemos
DNS, obtendo o endereço IP do servidor do e-mail do destinatá- escrever uma regra que toda vez que um e-mail com remetente
rio e comunicando-se com o programa SMTP deste servidor, per- “joao@blabla.com” chegar em nossa caixa de entrada, ele seja
guntando se o nome do destinatário existe naquele servidor. Se diretamente excluído.
79 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20
Avan%E7ado.pdf
80 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/11/correio-eletronico-
-webmail-e-mozilla-thunderbird/

142
INFORMÁTICA

81

Respondendo uma mensagem


Os ícones disponíveis para responder uma mensagem são:
– Responder ao remetente: responde à mensagem selecionada para o autor dela (remetente).
– Responde a todos: a mensagem é enviada tanto para o autor como para as outras pessoas que estavam na lista de cópias.
– Encaminhar: envia a mensagem selecionada para outra pessoa.

Clientes de E-mail
Um cliente de e-mail é essencialmente um programa de computador que permite compor, enviar e receber e-mails a partir de
um servidor de e-mail, o que exige cadastrar uma conta de e-mail e uma senha para seu correto funcionamento. Há diversos clientes
de e-mails no mercado que, além de manipular e-mails, podem oferecer recursos diversos.
– Outlook: cliente de e-mails nativo do sistema operacional Microsoft Windows. A versão Express é uma versão mais simplifi-
cada e que, em geral, vem por padrão no sistema operacional Windows. Já a versão Microsoft Outlook é uma versão que vem no
pacote Microsoft Office possui mais recursos, incluindo, além de funções de e-mail, recursos de calendário.
– Mozilla Thunderbird: é um cliente de e-mails e notícias Open Source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma cria-
dora do Mozilla Firefox).

Webmails
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já que funciona
como uma página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu login e senha. Desta forma, o
usuário ganha mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de e-mail está instalado para acessar seu e-mail.
A desvantagem da utilização de webmails em comparação aos clientes de e-mail é o fato de necessitarem de conexão de Internet
para leitura dos e-mails, enquanto nos clientes de e-mail basta a conexão para “baixar” os e-mails, sendo que a posterior leitura
pode ser realizada desconectada da Internet.
Exemplos de servidores de webmail do mercado são:
– Gmail
– Yahoo!Mail
– Microsoft Outlook: versão on-line do Outlook. Anteriormente era conhecido como Hotmail, porém mudou de nome quando a
Microsoft integrou suas diversas tecnologias.

81 https://support.microsoft.com/pt-br/office/ler-e-enviar-emails-na-vers%C3%A3o-light-do-outlook-582a8fdc-152c-4b61-85fa-ba5ddf07050b

143
INFORMÁTICA

82

Diferença entre webmail e correio eletrônico


O webmail (Yahoo ou Gmail) você acessa através de seu navegador (Firefox ou Google Chrome) e só pode ler conectado na in-
ternet. Já o correio eletrônico (Thunderbird ou Outlook) você acessa com uma conexão de internet e pode baixar seus e-mails, mas
depois pode ler na hora que quiser sem precisar estar conectado na internet.

CONCEITOS DE TECNOLOGIAS RELACIONADAS À INTERNET E INTRANET, BUSCA E PESQUISA NA WEB, MECANISMOS


DE BUSCA NA WEB. NAVEGADORES DE INTERNET: INTERNET EXPLORER, MOZILLA FIREFOX, GOOGLE CHROME

Internet
A Internet é uma rede mundial de computadores interligados através de linhas de telefone, linhas de comunicação privadas,
cabos submarinos, canais de satélite, etc83. Ela nasceu em 1969, nos Estados Unidos. Interligava originalmente laboratórios de
pesquisa e se chamava ARPAnet (ARPA: Advanced Research Projects Agency). Com o passar do tempo, e com o sucesso que a rede
foi tendo, o número de adesões foi crescendo continuamente. Como nesta época, o computador era extremamente difícil de lidar,
somente algumas instituições possuíam internet.
No entanto, com a elaboração de softwares e interfaces cada vez mais fáceis de manipular, as pessoas foram se encorajando a
participar da rede. O grande atrativo da internet era a possibilidade de se trocar e compartilhar ideias, estudos e informações com
outras pessoas que, muitas vezes nem se conhecia pessoalmente.

Conectando-se à Internet
Para se conectar à Internet, é necessário que se ligue a uma rede que está conectada à Internet. Essa rede é de um provedor de
acesso à internet. Assim, para se conectar você liga o seu computador à rede do provedor de acesso à Internet; isto é feito por meio
de um conjunto como modem, roteadores e redes de acesso (linha telefônica, cabo, fibra-ótica, wireless, etc.).

World Wide Web


A web nasceu em 1991, no laboratório CERN, na Suíça. Seu criador, Tim Berners-Lee, concebeu-a unicamente como uma lingua-
gem que serviria para interligar computadores do laboratório e outras instituições de pesquisa, e exibir documentos científicos de
forma simples e fácil de acessar.
Hoje é o segmento que mais cresce. A chave do sucesso da World Wide Web é o hipertexto. Os textos e imagens são interligados
por meio de palavras-chave, tornando a navegação simples e agradável.

Protocolo de comunicação
Transmissão e fundamentalmente por um conjunto de protocolos encabeçados pelo TCP/IP. Para que os computadores de uma
rede possam trocar informações entre si é necessário que todos os computadores adotem as mesmas regras para o envio e o rece-
bimento de informações. Este conjunto de regras é conhecido como Protocolo de Comunicação. No protocolo de comunicação estão

82 https://www.dialhost.com.br/ajuda/abrir-uma-nova-janela-para-escrever-novo-email
83 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20Avan%E7ado.pdf

144
INFORMÁTICA
definidas todas as regras necessárias para que o computador de Navegadores
destino, “entenda” as informações no formato que foram envia- Um navegador de internet é um programa que mostra infor-
das pelo computador de origem. mações da internet na tela do computador do usuário.
Existem diversos protocolos, atualmente a grande maioria Além de também serem conhecidos como browser ou web
das redes utiliza o protocolo TCP/IP já que este é utilizado tam- browser, eles funcionam em computadores, notebooks, disposi-
bém na Internet. tivos móveis, aparelhos portáteis, videogames e televisores co-
O protocolo TCP/IP acabou se tornando um padrão, inclusive nectados à internet.
para redes locais, como a maioria das redes corporativas hoje Um navegador de internet condiciona a estrutura de um site
tem acesso Internet, usar TCP/IP resolve a rede local e também e exibe qualquer tipo de conteúdo na tela da máquina usada
o acesso externo. pelo internauta.
Esse conteúdo pode ser um texto, uma imagem, um vídeo,
TCP / IP um jogo eletrônico, uma animação, um aplicativo ou mesmo ser-
Sigla de Transmission Control Protocol/Internet Protocol vidor. Ou seja, o navegador é o meio que permite o acesso a
(Protocolo de Controle de Transmissão/Protocolo Internet). qualquer página ou site na rede.
Embora sejam dois protocolos, o TCP e o IP, o TCP/IP aparece Para funcionar, um navegador de internet se comunica com
nas literaturas como sendo: servidores hospedados na internet usando diversos tipos de pro-
- O protocolo principal da Internet; tocolos de rede. Um dos mais conhecidos é o protocolo HTTP,
- O protocolo padrão da Internet; que transfere dados binários na comunicação entre a máquina,
- O protocolo principal da família de protocolos que dá su- o navegador e os servidores.
porte ao funcionamento da Internet e seus serviços.
Funcionalidades de um Navegador de Internet
Considerando ainda o protocolo TCP/IP, pode-se dizer que: A principal funcionalidade dos navegadores é mostrar para
A parte TCP é responsável pelos serviços e a parte IP é res- o usuário uma tela de exibição através de uma janela do nave-
ponsável pelo roteamento (estabelece a rota ou caminho para o gador.
transporte dos pacotes). Ele decodifica informações solicitadas pelo usuário, através
de códigos-fonte, e as carrega no navegador usado pelo inter-
Domínio nauta.
Se não fosse o conceito de domínio quando fossemos aces- Ou seja, entender a mensagem enviada pelo usuário, solici-
sar um determinado endereço na web teríamos que digitar o seu tada através do endereço eletrônico, e traduzir essa informação
na tela do computador. É assim que o usuário consegue acessar
endereço IP. Por exemplo: para acessar o site do Google ao invés
qualquer site na internet.
de você digitar www.google.com você teria que digitar um nú-
O recurso mais comum que o navegador traduz é o HTML,
mero IP – 74.125.234.180.
uma linguagem de marcação para criar páginas na web e para
É através do protocolo DNS (Domain Name System), que é
ser interpretado pelos navegadores.
possível associar um endereço de um site a um número IP na
Eles também podem reconhecer arquivos em formato PDF,
rede. O formato mais comum de um endereço na Internet é algo
imagens e outros tipos de dados.
como http://www.empresa.com.br, em que:
Essas ferramentas traduzem esses tipos de solicitações por
www: (World Wide Web): convenção que indica que o en-
meio das URLs, ou seja, os endereços eletrônicos que digitamos
dereço pertence à web.
na parte superior dos navegadores para entrarmos numa deter-
empresa: nome da empresa ou instituição que mantém o minada página.
serviço. Abaixo estão outros recursos de um navegador de internet:
com: indica que é comercial. – Barra de Endereço: é o espaço em branco que fica loca-
br: indica que o endereço é no Brasil. lizado no topo de qualquer navegador. É ali que o usuário deve
digitar a URL (ou domínio ou endereço eletrônico) para acessar
URL qualquer página na web.
Um URL (de Uniform Resource Locator), em português, Lo- – Botões de Início, Voltar e Avançar: botões clicáveis bási-
calizador-Padrão de Recursos, é o endereço de um recurso (um cos que levam o usuário, respectivamente, ao começo de aber-
arquivo, uma impressora etc.), disponível em uma rede; seja a tura do navegador, à página visitada antes ou à página visitada
Internet, ou uma rede corporativa, uma intranet. seguinte.
Uma URL tem a seguinte estrutura: protocolo://máquina/ – Favoritos: é a aba que armazena as URLs de preferência
caminho/recurso. do usuário. Com um único simples, o usuário pode guardar esses
endereços nesse espaço, sendo que não existe uma quantidade
HTTP limite de links. É muito útil para quando você quer acessar as
É o protocolo responsável pelo tratamento de pedidos e res- páginas mais recorrentes da sua rotina diária de tarefas.
postas entre clientes e servidor na World Wide Web. Os ende- – Atualizar: botão básico que recarrega a página aberta na-
reços web sempre iniciam com http:// (http significa Hypertext quele momento, atualizando o conteúdo nela mostrado. Serve
Transfer Protocol, Protocolo de transferência hipertexto). para mostrar possíveis edições, correções e até melhorias de
estrutura no visual de um site. Em alguns casos, é necessário
Hipertexto limpar o cache para mostrar as atualizações.
São textos ou figuras que possuem endereços vinculados a – Histórico: opção que mostra o histórico de navegação do
eles. Essa é a maneira mais comum de navegar pela web. usuário usando determinado navegador. É muito útil para recu-
perar links, páginas perdidas ou revisitar domínios antigos. Pode
ser apagado, caso o usuário queira.

145
INFORMÁTICA
– Gerenciador de Downloads: permite administrar os down- Além disso, a ferramenta otimiza a experiência do usuário
loads em determinado momento. É possível ativar, cancelar e convertendo sites complexos em páginas mais amigáveis para
pausar por tempo indeterminado. É um maior controle na usabi- leitura.
lidade do navegador de internet.
– Extensões: já é padrão dos navegadores de internet terem
um mecanismo próprio de extensões com mais funcionalidades.
Com alguns cliques, é possível instalar temas visuais, plug-ins
com novos recursos (relógio, notícias, galeria de imagens, íco-
nes, entre outros.
– Central de Ajuda: espaço para verificar a versão instalada
do navegador e artigos (geralmente em inglês, embora também
existam em português) de como realizar tarefas ou ações espe- Outras características do Edge são:
cíficas no navegador. – Experiência de navegação com alto desempenho.
– Função HUB permite organizar e gerenciar projetos de
Firefox, Internet Explorer, Google Chrome, Safari e Opera qualquer lugar conectado à internet.
são alguns dos navegadores mais utilizados atualmente. Tam- – Funciona com a assistente de navegação Cortana.
bém conhecidos como web browsers ou, simplesmente, brow- – Disponível em desktops e mobile com Windows 10.
sers, os navegadores são uma espécie de ponte entre o usuário – Não é compatível com sistemas operacionais mais antigos.
e o conteúdo virtual da Internet.
Firefox
Internet Explorer Um dos navegadores de internet mais populares, o Firefox é
Lançado em 1995, vem junto com o Windows, está sendo conhecido por ser flexível e ter um desempenho acima da média.
substituído pelo Microsoft Edge, mas ainda está disponível como Desenvolvido pela Fundação Mozilla, é distribuído gratui-
segundo navegador, pois ainda existem usuários que necessitam tamente para usuários dos principais sistemas operacionais. Ou
de algumas tecnologias que estão no Internet Explorer e não fo- seja, mesmo que o usuário possua uma versão defasada do sis-
ram atualizadas no Edge. tema instalado no PC, ele poderá ser instalado.
Já foi o mais navegador mais utilizado do mundo, mas hoje
perdeu a posição para o Google Chrome e o Mozilla Firefox.

Principais recursos do Internet Explorer: Algumas características de destaque do Firefox são:


– Transformar a página num aplicativo na área de trabalho, – Velocidade e desempenho para uma navegação eficiente.
permitindo que o usuário defina sites como se fossem aplicati- – Não exige um hardware poderoso para rodar.
vos instalados no PC. Através dessa configuração, ao invés de – Grande quantidade de extensões para adicionar novos re-
apenas manter os sites nos favoritos, eles ficarão acessíveis mais cursos.
facilmente através de ícones. – Interface simplificada facilita o entendimento do usuário.
– Gerenciador de downloads integrado. – Atualizações frequentes para melhorias de segurança e
– Mais estabilidade e segurança. privacidade.
– Suporte aprimorado para HTML5 e CSS3, o que permite – Disponível em desktop e mobile.
uma navegação plena para que o internauta possa usufruir dos
recursos implementados nos sites mais modernos. Google Chorme
– Com a possibilidade de adicionar complementos, o nave- É possível instalar o Google Chrome nas principais versões
gador já não é apenas um programa para acessar sites. Dessa do sistema operacional Windows e também no Linux e Mac.
forma, é possível instalar pequenos aplicativos que melhoram a O Chrome é o navegador de internet mais usado no mundo.
navegação e oferecem funcionalidades adicionais. É, também, um dos que têm melhor suporte a extensões, maior
– One Box: recurso já conhecido entre os usuários do Google compatibilidade com uma diversidade de dispositivos e é bas-
Chrome, agora está na versão mais recente do Internet Explorer. tante convidativo à navegação simplificada.
Através dele, é possível realizar buscas apenas informando a pa-
lavra-chave digitando-a na barra de endereços.

Microsoft Edge
Da Microsoft, o Edge é a evolução natural do antigo Explo-
rer84. O navegador vem integrado com o Windows 10. Ele pode
receber aprimoramentos com novos recursos na própria loja do
aplicativo.
84 https://bit.ly/2WITu4N

146
INFORMÁTICA
Principais recursos do Google Chrome: – Modo de navegação privada não guarda os dados das pá-
– Desempenho ultra veloz, desde que a máquina tenha re- ginas visitadas, inclusive histórico e preenchimento automático
cursos RAM suficientes. de campos de informação.
– Gigantesca quantidade de extensões para adicionar novas – Compatível também com sistemas operacionais que não
funcionalidades. seja da Apple (Windows e Linux).
– Estável e ocupa o mínimo espaço da tela para mostrar con- – Disponível em desktops e mobile.
teúdos otimizados.
– Segurança avançada com encriptação por Certificado SSL Intranet
(HTTPS). A intranet é uma rede de computadores privada que assenta
– Disponível em desktop e mobile. sobre a suíte de protocolos da Internet, porém, de uso exclusivo
de um determinado local, como, por exemplo, a rede de uma
Opera empresa, que só pode ser acessada pelos seus utilizadores ou
Um dos primeiros navegadores existentes, o Opera segue colaboradores internos85.
evoluindo como um dos melhores navegadores de internet. Pelo fato, a sua aplicação a todos os conceitos emprega-se
Ele entrega uma interface limpa, intuitiva e agradável de à intranet, como, por exemplo, o paradigma de cliente-servidor.
usar. Além disso, a ferramenta também é leve e não prejudica a Para tal, a gama de endereços IP reservada para esse tipo de
qualidade da experiência do usuário. aplicação situa-se entre 192.168.0.0 até 192.168.255.255.
Dentro de uma empresa, todos os departamentos possuem
alguma informação que pode ser trocada com os demais setores,
podendo cada sessão ter uma forma direta de se comunicar com
as demais, o que se assemelha muito com a conexão LAN (Local
Area Network), que, porém, não emprega restrições de acesso.
A intranet é um dos principais veículos de comunicação em
corporações. Por ela, o fluxo de dados (centralização de docu-
mentos, formulários, notícias da empresa, etc.) é constante, pre-
tendendo reduzir os custos e ganhar velocidade na divulgação e
Outros pontos de destaques do Opera são: distribuição de informações.
– Alto desempenho com baixo consumo de recursos e de Apesar do seu uso interno, acessando aos dados corpora-
energia. tivos, a intranet permite que computadores localizados numa
– Recurso Turbo Opera filtra o tráfego recebido, aumentan- filial, se conectados à internet com uma senha, acessem conteú-
do a velocidade de conexões de baixo desempenho. dos que estejam na sua matriz. Ela cria um canal de comunicação
– Poupa a quantidade de dados usados em conexões móveis direto entre a empresa e os seus funcionários/colaboradores,
(3G ou 4G). tendo um ganho significativo em termos de segurança.
– Impede armazenamento de dados sigilosos, sobretudo em
páginas bancárias e de vendas on-line.
– Quantidade moderada de plug-ins para implementar no- SEGURANÇA NA INTERNET; VÍRUS DE
vas funções, além de um bloqueador de publicidade integrado. COMPUTADORES; SPYWARE; MALWARE; PHISHING E
– Disponível em desktop e mobile. SPAM

Safari Segurança da informação é o conjunto de ações para prote-


O Safari é o navegador oficial dos dispositivos da Apple. Pela ção de um grupo de dados, protegendo o valor que ele possui,
sua otimização focada nos aparelhos da gigante de tecnologia, seja para um indivíduo específico no âmbito pessoal, seja para
ele é um dos navegadores de internet mais leves, rápidos, segu- uma organização86.
ros e confiáveis para usar. É essencial para a proteção do conjunto de dados de uma
corporação, sendo também fundamentais para as atividades do
negócio.
Quando bem aplicada, é capaz de blindar a empresa de ata-
ques digitais, desastres tecnológicos ou falhas humanas. Porém,
qualquer tipo de falha, por menor que seja, abre brecha para
problemas.
A segurança da informação se baseia nos seguintes pilares87:
– Confidencialidade: o conteúdo protegido deve estar dis-
ponível somente a pessoas autorizadas.
– Disponibilidade: é preciso garantir que os dados estejam
acessíveis para uso por tais pessoas quando for necessário, ou
O Safari também se destaca em: seja, de modo permanente a elas.
– Sincronização de dados e informações em qualquer dispo-
sitivo Apple (iOS).
85 https://centraldefavoritos.com.br/2018/01/11/conceitos-basicos-
– Tem uma tecnologia anti-rastreio capaz de impedir o dire- -ferramentas-aplicativos-e-procedimentos-de-internet-e-intranet-par-
cionamento de anúncios com base no comportamento do usu- te-2/
ário. 86 https://ecoit.com.br/seguranca-da-informacao/
87 https://bit.ly/2E5beRr

147
INFORMÁTICA
– Integridade: a informação protegida deve ser íntegra, ou • Política de confidencialidade: define como são tratadas as
seja, sem sofrer qualquer alteração indevida, não importa por informações institucionais, ou seja, se elas podem ser repassa-
quem e nem em qual etapa, se no processamento ou no envio. das a terceiros.
– Autenticidade: a ideia aqui é assegurar que a origem e
autoria do conteúdo seja mesmo a anunciada. Mecanismos de segurança
Um mecanismo de segurança da informação é uma ação,
Existem outros termos importantes com os quais um profis- técnica, método ou ferramenta estabelecida com o objetivo de
sional da área trabalha no dia a dia. preservar o conteúdo sigiloso e crítico para uma empresa.
Podemos citar a legalidade, que diz respeito à adequação Ele pode ser aplicado de duas formas:
do conteúdo protegido à legislação vigente; a privacidade, que – Controle físico: é a tradicional fechadura, tranca, porta e
se refere ao controle sobre quem acessa as informações; e a qualquer outro meio que impeça o contato ou acesso direto à
auditoria, que permite examinar o histórico de um evento de informação ou infraestrutura que dá suporte a ela
segurança da informação, rastreando as suas etapas e os respon- – Controle lógico: nesse caso, estamos falando de barreiras
sáveis por cada uma delas. eletrônicas, nos mais variados formatos existentes, desde um
antivírus, firewall ou filtro anti-spam, o que é de grande valia
Alguns conceitos relacionados à aplicação dos pilares para evitar infecções por e-mail ou ao navegar na internet, passa
– Vulnerabilidade: pontos fracos existentes no conteúdo por métodos de encriptação, que transformam as informações
protegido, com potencial de prejudicar alguns dos pilares de se- em códigos que terceiros sem autorização não conseguem deci-
gurança da informação, ainda que sem intenção frar e, há ainda, a certificação e assinatura digital, sobre as quais
– Ameaça: elemento externo que pode se aproveitar da falamos rapidamente no exemplo antes apresentado da emissão
vulnerabilidade existente para atacar a informação sensível ao da nota fiscal eletrônica.
negócio.
– Probabilidade: se refere à chance de uma vulnerabilidade Todos são tipos de mecanismos de segurança, escolhidos
ser explorada por uma ameaça. por profissional habilitado conforme o plano de segurança da
– Impacto: diz respeito às consequências esperadas caso o informação da empresa e de acordo com a natureza do conteúdo
conteúdo protegido seja exposto de forma não autorizada. sigiloso.
– Risco: estabelece a relação entre probabilidade e impacto,
ajudando a determinar onde concentrar investimentos em segu- Criptografia
rança da informação. É uma maneira de codificar uma informação para que so-
mente o emissor e receptor da informação possa decifrá-la atra-
Tipos de ataques vés de uma chave que é usada tanto para criptografar e descrip-
Cada tipo de ataque tem um objetivo específico, que são
tografar a informação89.
eles88:
Tem duas maneiras de criptografar informações:
– Passivo: envolve ouvir as trocas de comunicações ou gra-
• Criptografia simétrica (chave secreta): utiliza-se uma cha-
var de forma passiva as atividades do computador. Por si só, o
ve secreta, que pode ser um número, uma palavra ou apenas
ataque passivo não é prejudicial, mas a informação coletada du-
uma sequência de letras aleatórias, é aplicada ao texto de uma
rante a sessão pode ser extremamente prejudicial quando utili-
mensagem para alterar o conteúdo de uma determinada manei-
zada (adulteração, fraude, reprodução, bloqueio).
ra. Tanto o emissor quanto o receptor da mensagem devem sa-
– Ativos: neste momento, faz-se a utilização dos dados co-
ber qual é a chave secreta para poder ler a mensagem.
letados no ataque passivo para, por exemplo, derrubar um sis-
• Criptografia assimétrica (chave pública): tem duas chaves
tema, infectar o sistema com malwares, realizar novos ataques
a partir da máquina-alvo ou até mesmo destruir o equipamento relacionadas. Uma chave pública é disponibilizada para qualquer
(Ex.: interceptação, monitoramento, análise de pacotes). pessoa que queira enviar uma mensagem. Uma segunda chave
Política de Segurança da Informação privada é mantida em segredo, para que somente você saiba.
Este documento irá auxiliar no gerenciamento da segurança Qualquer mensagem que foi usada a chave púbica só poderá
da organização através de regras de alto nível que representam ser descriptografada pela chave privada.
os princípios básicos que a entidade resolveu adotar de acordo Se a mensagem foi criptografada com a chave privada, ela só
com a visão estratégica da mesma, assim como normas (no nível poderá ser descriptografada pela chave pública correspondente.
tático) e procedimentos (nível operacional). Seu objetivo será A criptografia assimétrica é mais lenta o processamento
manter a segurança da informação. Todos os detalhes definidos para criptografar e descriptografar o conteúdo da mensagem.
nelas serão para informar sobre o que pode e o que é proibido, Um exemplo de criptografia assimétrica é a assinatura digi-
incluindo: tal.
• Política de senhas: define as regras sobre o uso de senhas • Assinatura Digital: é muito usado com chaves públicas e
nos recursos computacionais, como tamanho mínimo e máximo, permitem ao destinatário verificar a autenticidade e a integrida-
regra de formação e periodicidade de troca. de da informação recebida. Além disso, uma assinatura digital
• Política de backup: define as regras sobre a realização de não permite o repúdio, isto é, o emitente não pode alegar que
cópias de segurança, como tipo de mídia utilizada, período de não realizou a ação. A chave é integrada ao documento, com
retenção e frequência de execução. isso se houver alguma alteração de informação invalida o docu-
• Política de privacidade: define como são tratadas as in- mento.
formações pessoais, sejam elas de clientes, usuários ou funcio- • Sistemas biométricos: utilizam características físicas da pes-
nários. soa como os olhos, retina, dedos, digitais, palma da mão ou voz.
88 https://www.diegomacedo.com.br/modelos-e-mecanismos-de- 89 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-
-seguranca-da-informacao/ -protecao-e-seguranca-da-informacao-parte-2/

148
INFORMÁTICA
Firewall
Firewall ou “parede de fogo” é uma solução de segurança baseada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um
conjunto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para determinar quais operações de transmissão ou recepção de dados
podem ser executadas. O firewall se enquadra em uma espécie de barreira de defesa. A sua missão, por assim dizer, consiste basi-
camente em bloquear tráfego de dados indesejado e liberar acessos bem-vindos.

Representação de um firewall.90

Formas de segurança e proteção


– Controles de acesso através de senhas para quem acessa, com autenticação, ou seja, é a comprovação de que uma pessoa que
está acessando o sistema é quem ela diz ser91.
– Se for empresa e os dados a serem protegidos são extremamente importantes, pode-se colocar uma identificação biométrica
como os olhos ou digital.
– Evitar colocar senhas com dados conhecidos como data de nascimento ou placa do seu carro.
– As senhas ideais devem conter letras minúsculas e maiúsculas, números e caracteres especiais como @ # $ % & *.
– Instalação de antivírus com atualizações constantes.
– Todos os softwares do computador devem sempre estar atualizados, principalmente os softwares de segurança e sistema
operacional. No Windows, a opção recomendada é instalar atualizações automaticamente.
– Dentre as opções disponíveis de configuração qual opção é a recomendada.
– Sempre estar com o firewall ativo.
– Anti-spam instalados.
– Manter um backup para caso de pane ou ataque.
– Evite sites duvidosos.
– Não abrir e-mails de desconhecidos e principalmente se tiver anexos (link).
– Evite ofertas tentadoras por e-mail ou em publicidades.
– Tenha cuidado quando solicitado dados pessoais. Caso seja necessário, fornecer somente em sites seguros.
– Cuidado com informações em redes sociais.
– Instalar um anti-spyware.
– Para se manter bem protegido, além dos procedimentos anteriores, deve-se ter um antivírus instalado e sempre atualizado.

Códigos maliciosos (Malware)


Códigos maliciosos (malware) são programas especificamente desenvolvidos para executar ações danosas e atividades maliciosas em
um computador92. Algumas das diversas formas como os códigos maliciosos podem infectar ou comprometer um computador são:
– Pela exploração de vulnerabilidades existentes nos programas instalados;
– Pela autoexecução de mídias removíveis infectadas, como pen-drives;
– Pelo acesso a páginas Web maliciosas, utilizando navegadores vulneráveis;
– Pela ação direta de atacantes que, após invadirem o computador, incluem arquivos contendo códigos maliciosos;
– Pela execução de arquivos previamente infectados, obtidos em anexos de mensagens eletrônicas, via mídias removíveis, em
páginas Web ou diretamente de outros computadores (através do compartilhamento de recursos).

Uma vez instalados, os códigos maliciosos passam a ter acesso aos dados armazenados no computador e podem executar ações
em nome dos usuários, de acordo com as permissões de cada usuário.
Os principais motivos que levam um atacante a desenvolver e a propagar códigos maliciosos são a obtenção de vantagens fi-
nanceiras, a coleta de informações confidenciais, o desejo de autopromoção e o vandalismo. Além disto, os códigos maliciosos são
muitas vezes usados como intermediários e possibilitam a prática de golpes, a realização de ataques e a disseminação de spam (mais
detalhes nos Capítulos Golpes na Internet, Ataques na Internet e Spam, respectivamente).
A seguir, serão apresentados os principais tipos de códigos maliciosos existentes.
90 Fonte: https://helpdigitalti.com.br/o-que-e-firewall-conceito-tipos-e-arquiteturas/#:~:text=Firewall%20%C3%A9%20uma%20solu%-
C3%A7%C3%A3o%20de,de%20dados%20podem%20ser%20executadas.
91 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-seguranca-da-informacao-parte-3/
92 https://cartilha.cert.br/malware/

149
INFORMÁTICA
Vírus enviar instruções para que ações maliciosas sejam executadas,
Vírus é um programa ou parte de um programa de computa- como desferir ataques, furtar dados do computador infectado e
dor, normalmente malicioso, que se propaga inserindo cópias de enviar spam.
si mesmo e se tornando parte de outros programas e arquivos. Um computador infectado por um bot costuma ser chamado
Para que possa se tornar ativo e dar continuidade ao pro- de zumbi (zombie computer), pois pode ser controlado remo-
cesso de infecção, o vírus depende da execução do programa ou tamente, sem o conhecimento do seu dono. Também pode ser
arquivo hospedeiro, ou seja, para que o seu computador seja in- chamado de spam zombie quando o bot instalado o transforma
fectado é preciso que um programa já infectado seja executado. em um servidor de e-mails e o utiliza para o envio de spam.
O principal meio de propagação de vírus costumava ser os Botnet é uma rede formada por centenas ou milhares de
disquetes. Com o tempo, porém, estas mídias caíram em desuso computadores zumbis e que permite potencializar as ações da-
e começaram a surgir novas maneiras, como o envio de e-mail. nosas executadas pelos bots.
Atualmente, as mídias removíveis tornaram-se novamente o Quanto mais zumbis participarem da botnet mais potente
principal meio de propagação, não mais por disquetes, mas, ela será. O atacante que a controlar, além de usá-la para seus
principalmente, pelo uso de pen-drives. próprios ataques, também pode alugá-la para outras pessoas ou
Há diferentes tipos de vírus. Alguns procuram permanecer grupos que desejem que uma ação maliciosa específica seja exe-
ocultos, infectando arquivos do disco e executando uma série cutada.
de atividades sem o conhecimento do usuário. Há outros que Algumas das ações maliciosas que costumam ser executadas
permanecem inativos durante certos períodos, entrando em ati- por intermédio de botnets são: ataques de negação de serviço,
vidade apenas em datas específicas. Alguns dos tipos de vírus propagação de códigos maliciosos (inclusive do próprio bot), co-
mais comuns são: leta de informações de um grande número de computadores,
– Vírus propagado por e-mail: recebido como um arquivo envio de spam e camuflagem da identidade do atacante (com o
anexo a um e-mail cujo conteúdo tenta induzir o usuário a clicar uso de proxies instalados nos zumbis).
sobre este arquivo, fazendo com que seja executado.
– Vírus de script: escrito em linguagem de script, como VBS- Spyware
cript e JavaScript, e recebido ao acessar uma página Web ou por Spyware é um programa projetado para monitorar as ati-
e-mail, como um arquivo anexo ou como parte do próprio e-mail vidades de um sistema e enviar as informações coletadas para
escrito em formato HTML. terceiros.
– Vírus de macro: tipo específico de vírus de script, escrito Pode ser usado tanto de forma legítima quanto maliciosa,
em linguagem de macro, que tenta infectar arquivos manipula- dependendo de como é instalado, das ações realizadas, do tipo
de informação monitorada e do uso que é feito por quem recebe
dos por aplicativos que utilizam esta linguagem como, por exem-
as informações coletadas. Pode ser considerado de uso:
plo, os que compõe o Microsoft Office (Excel, Word e Power-
– Legítimo: quando instalado em um computador pessoal,
Point, entre outros).
pelo próprio dono ou com consentimento deste, com o objetivo
– Vírus de telefone celular: vírus que se propaga de celular
de verificar se outras pessoas o estão utilizando de modo abusi-
para celular por meio da tecnologia bluetooth ou de mensagens
vo ou não autorizado.
MMS (Multimedia Message Service). A infecção ocorre quando
– Malicioso: quando executa ações que podem comprome-
um usuário permite o recebimento de um arquivo infectado e o
ter a privacidade do usuário e a segurança do computador, como
executa.
monitorar e capturar informações referentes à navegação do
usuário ou inseridas em outros programas (por exemplo, conta
Worm de usuário e senha).
Worm é um programa capaz de se propagar automatica- Alguns tipos específicos de programas spyware são:
mente pelas redes, enviando cópias de si mesmo de computador – Keylogger: capaz de capturar e armazenar as teclas digita-
para computador. das pelo usuário no teclado do computador.
Diferente do vírus, o worm não se propaga por meio da in- – Screenlogger: similar ao keylogger, capaz de armazenar a
clusão de cópias de si mesmo em outros programas ou arquivos, posição do cursor e a tela apresentada no monitor, nos momen-
mas sim pela execução direta de suas cópias ou pela exploração tos em que o mouse é clicado, ou a região que circunda a posição
automática de vulnerabilidades existentes em programas insta- onde o mouse é clicado.
lados em computadores. – Adware: projetado especificamente para apresentar pro-
Worms são notadamente responsáveis por consumir muitos pagandas.
recursos, devido à grande quantidade de cópias de si mesmo que
costumam propagar e, como consequência, podem afetar o de- Backdoor
sempenho de redes e a utilização de computadores. Backdoor é um programa que permite o retorno de um in-
vasor a um computador comprometido, por meio da inclusão de
Bot e botnet serviços criados ou modificados para este fim.
Bot é um programa que dispõe de mecanismos de comuni- Pode ser incluído pela ação de outros códigos maliciosos,
cação com o invasor que permitem que ele seja controlado re- que tenham previamente infectado o computador, ou por ata-
motamente. Possui processo de infecção e propagação similar cantes, que exploram vulnerabilidades existentes nos programas
ao do worm, ou seja, é capaz de se propagar automaticamente, instalados no computador para invadi-lo.
explorando vulnerabilidades existentes em programas instalados Após incluído, o backdoor é usado para assegurar o acesso
em computadores. futuro ao computador comprometido, permitindo que ele seja
A comunicação entre o invasor e o computador infectado acessado remotamente, sem que haja necessidade de recorrer
pelo bot pode ocorrer via canais de IRC, servidores Web e redes novamente aos métodos utilizados na realização da invasão ou
do tipo P2P, entre outros meios. Ao se comunicar, o invasor pode infecção e, na maioria dos casos, sem que seja notado.

150
INFORMÁTICA
Cavalo de troia (Trojan) Outro jeito de contaminar é através de dispositivos de arma-
Cavalo de troia, trojan ou trojan-horse, é um programa que, zenamentos móveis como HD externo e pen drive. Nestes casos
além de executar as funções para as quais foi aparentemente devem acionar o antivírus para fazer uma verificação antes.
projetado, também executa outras funções, normalmente mali- Existem diversas opções confiáveis, tanto gratuitas quanto
ciosas, e sem o conhecimento do usuário. pagas. Entre as principais estão:
Exemplos de trojans são programas que você recebe ou ob- – Avast;
tém de sites na Internet e que parecem ser apenas cartões virtu- – AVG;
ais animados, álbuns de fotos, jogos e protetores de tela, entre – Norton;
outros. Estes programas, geralmente, consistem de um único – Avira;
arquivo e necessitam ser explicitamente executados para que – Kaspersky;
sejam instalados no computador. – McAffe.
Trojans também podem ser instalados por atacantes que,
após invadirem um computador, alteram programas já existen- Filtro anti-spam
tes para que, além de continuarem a desempenhar as funções Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails não soli-
originais, também executem ações maliciosas. citados, que geralmente são enviados para um grande número
de pessoas.
Rootkit Spam zombies são computadores de usuários finais que fo-
Rootkit é um conjunto de programas e técnicas que permite ram comprometidos por códigos maliciosos em geral, como wor-
esconder e assegurar a presença de um invasor ou de outro có- ms, bots, vírus e cavalos de tróia. Estes códigos maliciosos, uma
digo malicioso em um computador comprometido. vez instalados, permitem que spammers utilizem a máquina para
Rootkits inicialmente eram usados por atacantes que, após o envio de spam, sem o conhecimento do usuário. Enquanto uti-
invadirem um computador, os instalavam para manter o acesso lizam máquinas comprometidas para executar suas atividades,
privilegiado, sem precisar recorrer novamente aos métodos uti- dificultam a identificação da origem do spam e dos autores tam-
lizados na invasão, e para esconder suas atividades do respon- bém. Os spam zombies são muito explorados pelos spammers,
sável e/ou dos usuários do computador. Apesar de ainda serem
por proporcionar o anonimato que tanto os protege.
bastante usados por atacantes, os rootkits atualmente têm sido
Estes filtros são responsáveis por evitar que mensagens in-
também utilizados e incorporados por outros códigos maliciosos
desejadas cheguem até a sua caixa de entrada no e-mail.
para ficarem ocultos e não serem detectados pelo usuário e nem
por mecanismos de proteção.
Anti-malwares
Ferramentas anti-malware são aquelas que procuram de-
Ransomware
tectar e, então, anular ou remover os códigos maliciosos de um
Ransomware é um tipo de código malicioso que torna ina-
computador. Antivírus, anti-spyware, anti-rootkit e anti-trojan
cessíveis os dados armazenados em um equipamento, geralmen-
são exemplos de ferramentas deste tipo.
te usando criptografia, e que exige pagamento de resgate (ran-
som) para restabelecer o acesso ao usuário93.
TRANSFERÊNCIA DE ARQUIVOS PELA INTERNET
O pagamento do resgate geralmente é feito via bitcoins.
Pode se propagar de diversas formas, embora as mais co-
muns sejam através de e-mails com o código malicioso em anexo Acesso à distância (acesso remoto)
ou que induzam o usuário a seguir um link e explorando vul- Acesso à distância ou acesso remoto é uma tecnologia que
nerabilidades em sistemas que não tenham recebido as devidas permite que um computador consiga acessar um servidor pri-
atualizações de segurança. vado – normalmente de uma empresa – por meio de um outro
computador que não está fisicamente conectado à rede94. A co-
Antivírus nexão à distância é feita com segurança de dados em ambos os
O antivírus é um software de proteção do computador que lados e pode trazer diversos benefícios para manutenção, por
elimina programas maliciosos que foram desenvolvidos para preju- exemplo.
dicar o computador. Na prática, essa tecnologia é o que permite acessar e-mails
O vírus infecta o computador através da multiplicação dele (có- e arquivos corporativos fora do local de trabalho, assim como
pias) com intenção de causar danos na máquina ou roubar dados. compartilhar a tela do seu computador em aulas ou palestras
O antivírus analisa os arquivos do computador buscando pa- à distância, de modo a fazer com que o receptor visualize exa-
drões de comportamento e códigos que não seriam comuns em tamente o que é reproduzido no computador principal e, por
algum tipo de arquivo e compara com seu banco de dados. Com vezes, faça edições e alterações mediante permissão no PC.
isto ele avisa o usuário que tem algo suspeito para ele tomar Acesso remoto conecta servidores de empresas e permite
providência. controlar máquinas.
O banco de dados do antivírus é muito importante neste O acesso remoto também pode ocorrer via Internet, e con-
processo, por isso, ele deve ser constantemente atualizado, pois trolar computadores de terceiros. Seu uso mais frequente é para
todos os dias são criados vírus novos. suporte técnico de softwares, já que o técnico pode ver e até pe-
Uma grande parte das infecções de vírus tem participação dir permissões para manipular a máquina completamente sem
do usuário. Os mais comuns são através de links recebidos por estar diante do computador.
e-mail ou download de arquivos na internet de sites desconheci- Utilizando as ferramentas adequadas, é possível acessar
dos ou mesmo só de acessar alguns sites duvidosos pode acon- computadores com qualquer sistema operacional, em qualquer
tecer uma contaminação. rede, a partir de desktop, smartphone ou tablet conectado.
93 https://cartilha.cert.br/ransomware/ 94 https://bit.ly/3gmqZ4w

151
INFORMÁTICA
A maneira mais comum de usar o acesso remoto é por meio Download
de uma VPN (Rede Privada Virtual, e português), que consegue Está relacionado com a obtenção de conteúdo da Internet, o
estabelecer uma ligação direta entre o computador e o servidor popular “baixar”, onde um servidor remoto hospeda dados que
de destino – criando uma espécie de “túnel protegido” na In- são acessados pelos clientes através de aplicativos específicos
ternet. Isto significa que o usuário pode acessar tranquilamente que se comunicam com o servidor através de protocolos, como
seus documentos, e-mails corporativos e sistemas na nuvem, via é o caso do navegador web que acessa os dados de um servidor
VPN, sem preocupação de ser interceptado por administradores web normalmente utilizando o protocolo HTTP.
de outras redes.
Para criar uma VPN existem duas maneiras: por meio do Upload
protocolo SSL ou softwares. Na primeira, a conexão pode ser O termo upload faz referência a operação inversa a do down-
feita usando somente um navegador e um serviço em nuvem. load, isto é, ao envio de conteúdo à Internet.
No entanto, sem o mesmo nível de segurança e velocidade dos
programas desktop. Já na segunda e mais comum forma de aces-
so remoto, é necessário um software que utiliza protocolo IPseg EXERCÍCIOS
para fazer a ligação direta entre dois computadores ou entre um
computador e um servidor. Nesse caso, a conexão tende a ser 1. (PREFEITURA DE PORTÃO/RS - MÉDICO - OBJETIVA/2019)
mais rápida e a segurança otimizada. São exemplos de dois softwares e um hardware, respectivamen-
te:
(A) Placa de vídeo, teclado e mouse.
(B) Microsoft Excel, Mozilla Firefox e CPU.
(C) Internet Explorer, placa-mãe e gravador de DVD.
(D) Webcam, editor de imagem e disco rígido.

2. (PREFEITURA DE CANANÉIA/SP - MÉDICO 20H - VU-


NESP/2020) Assinale a alternativa que apresenta apenas exten-
sões de arquivos reconhecidas por padrão, no MS-Windows 7,
em sua configuração padrão, como arquivos de imagens.
95
(A) bmp e pptx.
(B) xlsx e docx.
Transferência de informação e arquivos, bem como aplica- (C) txt e jpg.
tivos de áudio, vídeo e multimídia (D) jpg e png.
Um meio recente e também uma ótima forma de exemplo (E) png e doc.
para explicar a transferência remota são os aplicativos e sites de
“Nuvem” isso é, Cloud. Google Drive e Dropbox são exemplos 3. (PREFEITURA DE BRASÍLIA DE MINAS/MG - ENGENHEIRO
conhecidos desses aplicativos, mas como isso funciona? A inter- AMBIENTAL - COTEC/2020) Sobre organização e gerenciamento
net serve nesse caso como conexão entre o usuário e o servidor de informações, arquivos, pastas e programas, analise as seguin-
onde os arquivos estão guardados, um usuário cadastrado pode tes afirmações e assinale V para as verdadeiras e F para as falsas.
acessar esses arquivos de qualquer lugar do mundo, pode baixá- ( ) - Arquivos ocultos são arquivos que normalmente são re-
-los (download) ou até mesmo carregá-los (upload) na internet. lacionados ao sistema. Eles ficam ocultos, pois alterações podem
O processo não funciona diferente de movimentar pastas danificar o Sistema Operacional.
em seu computador ou smartphone, porém essas pastas estão ( ) - Existem vários tipos de arquivos, como arquivos de tex-
localizadas em um computador ou servidor na maioria das vezes tos, arquivos de som, imagem, planilhas, sendo que o arquivo
muitos quilômetros longe do usuário. .rtf só é aberto com o WordPad.
( ) - Nas versões Vista, 7, 8 e 10 do Windows, é possível usar
Upload e Download criptografia para proteger todos os arquivos que estejam arma-
São termos utilizados para definir a transmissão de dados de zenados na unidade em que o Windows esteja instalado.
um dispositivo para outro através de um canal de comunicação ( ) - O Windows Explorer é um gerenciador de informações,
previamente estabelecido96. arquivos, pastas e programas do sistema operacional Windows
da Microsoft.
( ) - São bibliotecas padrão do Windows: Programas, Docu-
mentos, Imagens, Músicas, Vídeos.

A sequência CORRETA das afirmações é:


(A) F, V, V, F, F.
(B) V, F, V, V, F.
(C) V, F, F, V, V.
(D) F, V, F, F, V.
97
(E) V, V, F, V, F.
95 https://www.kickidler.com/br/remote-access.html
96 Hunecke, M. Acesso à Distância a Computadores, Transferência de Informa-
ção e Arquivos.
97 https://www.cursosdeinformaticabasica.com.br/qual-a-diferenca-entre- -download-e-upload/

152
INFORMÁTICA
4. (CÂMARA DE MONTES CLAROS/MG - AGENTE DO LEGISLATIVO - COTEC/2020) Dado o recorte de tabela a seguir, as fórmulas
necessárias para se obter a quantidade de alunos aprovados, conforme exposto na célula B16 e a média de notas da Prova 1, dispos-
ta na célula B13, estão na alternativa:

(A) B16=CONT.APROVADO (F2:F11) e B13=MÉDIA (B2:B11).


(B) B16=SOMA (APROVADO) e B13=MÉDIA (B2:B11).
(C) B16=CONT.APROVADO (F2:F11) e B13=MED (B13).
(D) B16=CONT.SE (F2:F11;”APROVADO”) e B13=MÉDIA (B2:B11).
(E) B16=SOMA (F2:F11) –(F4+F5+F6+F7) e B13=MED(B13).

5. (PREFEITURA DE AVELINÓPOLIS/GO - TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ITAME/2019) No Microsoft Word 2010 ao selecionar um


texto e pressionar CTRL + G o que ocorre:
(A) O texto é alinhado à direita.
(B) O texto é copiado para área de transferência
(C) O texto recebe o comando go-back.
(D) O texto fica com a fonte grande.

6. (PREFEITURA DE PORTO XAVIER/RS - TÉCNICO EM ENFERMAGEM - FUNDATEC/2018)


Os ícones , pertencentes ao programa Microsoft Word 2013, são chamados, respectivamente, de:
(A) Maiúsculas e Minúsculas.
(B) Subscrito e Sobrescrito.
(C) Negrito e Itálico.
(D) Imprimir e Substituir.
(E) Itálico e Imprimir.

7. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - ASSISTENTE SOCIAL - COTEC/2020) No processador de texto Microsoft Word, per-
tencente à suíte de Escritório Microsoft Office 2016, um rodapé permite a inclusão de informações na parte inferior da página. Por
padrão, rodapés são incluídos:
(A) Na primeira página.
(B) Na última página.
(C) Em todas as páginas.
(D) Em páginas ímpares.
(E) Em páginas pares.

8. (TJ/DFT - ESTÁGIO - CIEE/2019) O PowerPoint permite, ao preparar uma apresentação, inserir efeitos de transições entre os
slides. Analise os passos para adicionar a transição de slides.
( ) Selecionar Opções de Efeito para escolher a direção e a natureza da transição
( ) Selecionar a guia Transições e escolher uma transição; selecionar uma transição para ver uma visualização.
( ) Escolher o slide no qual se deseja adicionar uma transição.
( ) Selecionar a Visualização para ver como a transição é exibida.

A sequência está correta em


(A) 3, 2, 1, 4.
(B) 1, 2, 3 ,4.
(C) 3, 4, 1, 2.
(D) 1, 4, 2, 3.

153
INFORMÁTICA
9. (UFPEL - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO - UFPEL- 12. (PREFEITURA DE JAHU/SP - MONITOR DE ALUNOS COM
-CES/2019) Analise as afirmações: NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS - OBJETIVA/2019) Em
I) O Calc do LibreOffice funciona no Linux mas não no Win- conformidade com a Cartilha de Segurança para Internet, quanto
dows. a alguns cuidados que se deve tomar ao usar redes, independen-
II) O LibreOffice tem Editor de Texto e Planilha Eletrônica, temente da tecnologia, analisar os itens abaixo:
mas não tem Banco de Dados. I. Manter o computador atualizado, com as versões mais re-
III) A planilha eletrônica do LibreOffice é o Writer. centes e com todas as atualizações aplicadas.
IV) Arquivos gerados no Calc do LibreOffice no ambiente II. Utilizar e manter atualizados mecanismos de segurança,
Linux podem ser abertos pelo Microsoft Excel no ambiente Win- como programa antimalware e firewall pessoal.
dows. III. Ser cuidadoso ao elaborar e ao usar suas senhas.

Está(ão) correta(s), Estão CORRETOS:


(A) III e IV, apenas. (A) Somente os itens I e II.
(B) I e II, apenas. (B) Somente os itens I e III.
(C) II e IV, apenas. (C) Somente os itens II e III.
(D) IV, apenas. (D) Todos os itens.
(E) I, apenas.
13. (PREFEITURA DE CUNHA PORÃ/SC - ENFERMEIRO - INS-
10. (CRN - 3ª REGIÃO (SP E MS) - OPERADOR DE CALL CEN- TITUTO UNIFIL/2020) Considerando os conceitos de segurança
TER - IADES/2019) A navegação na internet e intranet ocorre de da informação e os cuidados que as organizações e particulares
diversas formas, e uma delas é por meio de navegadores. Quan- devem ter para proteger as suas informações, assinale a alterna-
to às funções dos navegadores, assinale a alternativa correta. tiva que não identifica corretamente um tipo de backup.
(A) Na internet, a navegação privada ou anônima do navega- (A) Backup Incremental.
dor Firefox se assemelha funcionalmente à do Chrome. (B) Backup Excepcional.
(B) O acesso à internet com a rede off-line é uma das vanta- (C) Backup Diferencial.
gens do navegador Firefox. (D) Backup Completo ou Full.
(C) A função Atualizar recupera as informações perdidas
quando uma página é fechada incorretamente. 14. (PREFEITURA DE ARACATI/CE - TÉCNICO EM ARQUIVO -
(D) A navegação privada do navegador Chrome só funciona ACEP/2019) Os sistemas operacionais Linux® e Windows® têm,
na intranet. entre si, inúmeras diferenças. No entanto, é possível encontrar
(E) Os cookies, em regra, não são salvos pelos navegadores também algumas semelhanças. Considerando versões recentes
quando estão em uma rede da internet. dos dois sistemas operacionais (considerando o Ubuntu como
referência de Linux), em configuração padrão, pode-se citar
11. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - TÉCNICO EM como uma semelhança:
INFORMÁTICA - COTEC/2020) Os softwares antivírus são comu- (A) ambos dispõem de código fonte aberto.
mente utilizados para proteger os sistemas de ameaças e poten- (B) ambos executam em um só nível de execução.
ciais softwares malintencionados (conhecidos por malwares). (C) ambos compartilham o mesmo sistema de arquivos pa-
Alguns usuários de computadores chegam a instalar mais de um drão (NTFS).
antivírus na mesma máquina para sua proteção. Verifique o que (D) ambos disponibilizam ferramenta de linha de comando.
pode ocorrer no caso da instalação de mais de um antivírus:
I - Um antivírus pode identificar o outro antivírus como sen- 15. (PREFEITURA DE SOBRAL/CE - ANALISTA DE INFRAES-
do uma possível ameaça. TRUTURA - UECE-CEV/2018) Angélica enviou um e-mail para
II - Vai ocasionar um uso excessivo de processamento na três colaboradoras, Luíza, Rafaela e Tatiana, tendo preenchido
CPU do computador. os campos do destinatário da seguinte forma:
III - Apesar de alguns inconvenientes, há um acréscimo do Para: luiza@email.com.br
nível de segurança. Cc: rafaela@email.com.br
IV - Instabilidades e incompatibilidades podem fazer com Cco: tatiana@email.com.br
que vulnerabilidades se apresentem. Assunto: reunião importante

Estão CORRETAS as afirmativas: Todas as três colaboradoras receberam o e-mail de Angélica


(A) I, II e IV, apenas. e o responderam através do comando “Responder a todos”. Con-
(B) I, III e IV, apenas. siderando a situação ilustrada, é correto afirmar que:
(C) II e III, apenas. (A) somente Angélica recebeu todas as respostas.
(D) II e IV, apenas. (B) Tatiana não recebeu nenhuma das respostas.
(E) II, III e IV, apenas. (C) somente Luíza e Rafaela receberam todas as respostas.
(D) todas receberam as respostas umas das outras.

154
INFORMÁTICA

GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________
1 B
______________________________________________________
2 B
3 B ______________________________________________________
4 D
5 A ______________________________________________________
6 B
______________________________________________________
7 C
8 A ______________________________________________________
9 D
______________________________________________________
10 A
11 A ______________________________________________________
12 D
13 B ______________________________________________________
14 D
______________________________________________________
15 B
______________________________________________________

______________________________________________________
ANOTAÇÕES
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155
INFORMÁTICA

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156
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Na adição e subtração de duas ou mais frações que têm os


RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO: RESOLUÇÃO DE denominadores diferentes, reduzimos inicialmente as frações ao
PROBLEMAS ENVOLVENDO FRAÇÕES menor denominador comum, após o que procedemos como no pri-
meiro caso.
Números Fracionários
Multiplicação
Adição e Subtração
Exemplo 4
Frações com denominadores iguais: 2
De uma caixa de frutas, 5 são bananas. Do total de bananas,
estão estragadas. Qual é a fração de frutas da caixa que estão
3
Exemplo 3 2 estragadas?
Jorge comeu 8 de um tablete de chocolate e Miguel 8 desse
mesmo tablete. Qual a fração do tablete de chocolate que Jorge e
Miguel comeram juntos?
A figura abaixo representa o tablete de chocolate. Nela tam-
Representa 4/5 do conteúdo da caixa
bém estão representadas as frações do tablete que Jorge e Miguel
comeram:

3/8 2/8
Representa 2/3 de 4/5 do conteúdo da caixa.
5/8

3 2 5 Repare que o problema proposto consiste em calcular o valor


2
Observe que + = de 3 de 4 que, de acordo com a figura, equivale a 8 do total de fru-
8 8 8 5 15
tas. De acordo com a tabela acima, 2 de 4 equivale a 2 . 4 . Assim
Portanto, Jorge e Miguel comeram juntos 5 do tablete de cho- 3 5 3 5
sendo:
colate. 8
Na adição e subtração de duas ou mais frações que têm deno-
2. 4= 8
minadores iguais, conservamos o denominador comum e somamos 3 5 15
ou subtraímos os numeradores.
Ou seja:
Outro Exemplo:
2 2 4 8
de 4 = . = 2.4 =
3 5 7 3+5−7 1 3 5 3 5 3.5 15
+ − = =
2 2 2 2 2
O produto de duas ou mais frações é uma fração cujo numera-
Frações com denominadores diferentes: dor é o produto dos numeradores e cujo denominador é o produto
3 5 dos denominadores das frações dadas.
Calcular o valor de 8 + 6 . Inicialmente, devemos reduzir as fra-
ções ao mesmo denominador comum: Outro exemplo: 2 . 4 . 7 2.4.7 56
= =
3 5 9 3.5.9 135
mmc (8,6) = 24 3 + 5 = 9 + 20
8 6 24 24 Observação: Sempre que possível, antes de efetuar a multipli-
24 : 8 . 3 = 9 cação, podemos simplificar as frações entre si, dividindo os nume-
24 : 6 . 5 = 20 radores e os denominadores por um fator comum. Esse processo de
Devemos proceder, agora, como no primeiro caso, simplifican- simplificação recebe o nome de cancelamento.
do o resultado, quando possível:
3
21 . 4 . 9 12
9 20 = 9 + 20 29 =
+ = 31 5 10 5 25
24 24 24 24
3 5 9 20 9 + 20 29
Portanto: + = + = =
8 6 24 24 24 24

157
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Divisão Transformaremos, inicialmente, os números decimais em fra-
Duas frações são inversas ou recíprocas quando o numerador ções decimais:
de uma é o denominador da outra e vice-versa.
5,32 + 12,5 + 0, 034 = 352 + 125 + 34 =
Exemplo 100 10 1000
2 3 5320 12500 34 17854
é a fração inversa de = + + = = 17, 854
3 2 1000 1000 1000 1000
1
5 ou 5 é a fração inversa de
1 5
Portanto: 5,32 + 12,5 + 0, 034 = 17, 854

Considere a seguinte situação: Na prática, a adição e a subtração de números decimais são


4
obtidas de acordo com a seguinte regra:
Lúcia recebeu de seu pai os dos chocolates contidos em uma
5
caixa. Do total de chocolates recebidos, Lúcia deu a terça parte para - Igualamos o número de casas decimais, acrescentando zeros.
o seu namorado. Que fração dos chocolates contidos na caixa rece- - Colocamos os números um abaixo do outro, deixando vírgula
beu o namorado de Lúcia? embaixo de vírgula.
- Somamos ou subtraímos os números decimais como se eles
A solução do problema consiste em dividir o total de chocolates fossem números naturais.
4
que Lúcia recebeu de seu pai por 3, ou seja, 5 : 3. - Na resposta colocamos a vírgula alinhada com a vírgula dos
1
Por outro lado, dividir algo por 3 significa calcular desse algo. números dados.
3
4 1 4
Portanto: : 3 = de Exemplo
5 3 5 2,35 + 14,3 + 0, 0075 + 5

4 1 4 4 Disposição prática:
1 1 4
Como de = . = . , resulta que 4 : 3 = 2,3500
3 5 3 5 5
3 5 5
14,3000
0,0075
: 3= 4 . 1 5,0000
1 5 3
21,6575

São frações inversas

Observando que as frações 3 e 1 são frações inversas, pode-


mos afirmar que: 1 3
Para dividir uma fração por outra, multiplicamos a primeira
pelo inverso da segunda. Multiplicação
4 4 3 4 1 4 Vamos calcular o valor do seguinte produto: 2,58 x 3,4.
Portanto :3= : = . = Transformaremos, inicialmente, os números decimais em fra-
5 5 1 5 3 15
ções decimais:
4
Ou seja, o namorado de Lúcia recebeu do total de chocola-
15 258 34 8772
tes contidos na caixa. 2,58 x 3,4 = . = = 8,772
100 10 1000
4 8 41 5 5
Outro exemplo: : = . = Portanto 2,58 x 3,4 = 8,772
3 5 3 82 6
Observação: Na prática, a multiplicação de números decimais é obtida de
3 acordo com as seguintes regras:
2 3 1
Note a expressão: . Ela é equivalente à expressão : .
1 2 5 - Multiplicamos os números decimais como se eles fossem nú-
3 5
meros naturais.
2 3 1 3 5 15
Portanto 1 = : = . = - No resultado, colocamos tantas casas decimais quantas forem
2 5 2 1 2
5 as do primeiro fator somadas às do segundo fator.
Números Decimais
Exemplo: 652,2 x 2,03
Adição e Subtração
Vamos calcular o valor da seguinte soma:

5,32 + 12,5 + 0, 034

158
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Disposição prática: Nesse caso, o resto da divisão é diferente de zero. Assim sendo,
a divisão é chamada de divisão aproximada e o quociente é apro-
652,2 → 1 casa decimal ximado.
x 2,03 → 2 casas decimais
19 566 Se quisermos continuar uma divisão aproximada, devemos
1 304 4 acrescentar zeros aos restos e prosseguir dividindo cada número
1 323,966 → 1 + 2 = 3 casas decimais obtido pelo divisor. Ao mesmo tempo em que colocamos o primeiro
zero no primeiro resto, colocamos uma vírgula no quociente.

9,775 4,250 9,775 4,250


1 2750 2, 1 2750 2,3
DIVISÃO 0000

Numa divisão em que:

D é o dividendo Acrescentamos um zero Colocamos uma


d é o divisor temos: D d D=q.d+r ao primeiro resto. vírgula no quociente.
q é o quociente r q
r é o resto
Exemplo 3
Numa divisão, o resto é sempre menor que o divisor 0,14 : 28

0,14000 28,00
Vamos, por exemplo, efetuar a seguinte divisão: 24 : 0,5. 0000 0,005

Inicialmente, multiplicaremos o dividendo e o divisor da divi-


são dada por 10.
Exemplo 4
24 : 0,5 = (24 . 10) : (0,5 . 10) = 240 : 5 2 : 16
A vantagem de tal procedimento foi a de transformarmos em
número natural o número decimal que aparecia na divisão. Com
isso, a divisão entre números decimais se transforma numa equiva- 20 16
lente com números naturais. 40 0,125
80
Portanto: 24 : 0,5 = 240 : 5 = 48 0
Na prática, a divisão entre números decimais é obtida de acor-
do com as seguintes regras:
- Igualamos o número de casas decimais do dividendo e do di-
visor.
- Cortamos as vírgulas e efetuamos a divisão como se os núme-
ros fossem naturais. CONJUNTOS

Exemplo 1 Conjunto está presente em muitos aspectos da vida, sejam eles


24 : 0,5 cotidianos, culturais ou científicos. Por exemplo, formamos conjun-
tos ao organizar a lista de amigos para uma festa agrupar os dias da
Disposição prática: 24,0 0,5 semana ou simplesmente fazer grupos.
40 48 Os componentes de um conjunto são chamados de elementos.
0 Para enumerar um conjunto usamos geralmente uma letra
maiúscula.

Representações
Nesse caso, o resto da divisão é igual à zero. Assim sendo, a Pode ser definido por:
divisão é chamada de divisão exata e o quociente é exato. -Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1, 3, 5, 7, 9}
-Simbolicamente: B={x>N|x<8}, enumerando esses elementos
Exemplo 2 temos:
9,775 : 4,25 B={0,1,2,3,4,5,6,7}
Disposição prática: 9,775 4,250
1 275 2

159
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
– Diagrama de Venn Igualdade
Propriedades básicas da igualdade
Para todos os conjuntos A, B e C,para todos os objetos x ∈ U,
temos que:
(1) A = A.
(2) Se A = B, então B = A.
(3) Se A = B e B = C, então A = C.
(4) Se A = B e x ∈ A, então x∈ B.
Se A = B e A ∈ C, então B ∈ C.

Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem exata-


mente os mesmos elementos. Em símbolo:
Para saber se dois conjuntos A e B são iguais, precisamos saber
apenas quais são os elementos.
Não importa ordem:
Há também um conjunto que não contém elemento e é repre- A={1,2,3} e B={2,1,3}
sentado da seguinte forma: S = c ou S = { }.
Quando todos os elementos de um conjunto A pertencem tam- Não importa se há repetição:
bém a outro conjunto B, dizemos que: A={1,2,2,3} e B={1,2,3}
A é subconjunto de B
Ou A é parte de B Classificação
A está contido em B escrevemos: A ⊂ B Definição
Chama-se cardinal de um conjunto, e representa-se por #, ao
Se existir pelo menos um elemento de A que não pertence a número de elementos que ele possui.
B: A ⊄ B
Exemplo
Símbolos Por exemplo, se A ={45,65,85,95} então #A = 4.
∈: pertence
∉: não pertence Definições
⊂: está contido Dois conjuntos dizem-se equipotentes se têm o mesmo cardi-
⊄: não está contido nal.
⊃: contém Um conjunto diz-se
⊅: não contém a) infinito quando não é possível enumerar todos os seus ele-
/: tal que mentos
⟹: implica que b) finito quando é possível enumerar todos os seus elementos
⇔: se,e somente se c) singular quando é formado por um único elemento
∃: existe d) vazio quando não tem elementos
∄: não existe
∀: para todo(ou qualquer que seja) Exemplos
∅: conjunto vazio N é um conjunto infinito (O cardinal do conjunto N (#N) é infi-
N: conjunto dos números naturais nito (∞));
Z: conjunto dos números inteiros A = {½, 1} é um conjunto finito (#A = 2);
Q: conjunto dos números racionais B = {Lua} é um conjunto singular (#B = 1)
Q’=I: conjunto dos números irracionais { } ou ∅ é o conjunto vazio (#∅ = 0)
R: conjunto dos números reais
Pertinência
O conceito básico da teoria dos conjuntos é a relação de per-
tinência representada pelo símbolo ∈. As letras minúsculas desig-
nam os elementos de um conjunto e as maiúsculas, os conjuntos.
Assim, o conjunto das vogais (V) é:
V={a,e,i,o,u}
A relação de pertinência é expressa por: a∈V
A relação de não-pertinência é expressa por:b∉V, pois o ele-
mento b não pertence ao conjunto V.

Inclusão
A Relação de inclusão possui 3 propriedades:
Propriedade reflexiva: A⊂A, isto é, um conjunto sempre é sub-
conjunto dele mesmo.
Propriedade antissimétrica: se A⊂B e B⊂A, então A=B
Propriedade transitiva: se A⊂B e B⊂C, então, A⊂C.

160
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Operações Exemplo
União A={1,2,3} B={1,2,3,4,5}
Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro formado CBA={4,5}
pelos elementos que pertencem pelo menos um dos conjuntos a
que chamamos conjunto união e representamos por: A∪B. Representação
Formalmente temos: A∪B={x|x ∈ A ou x ∈ B} -Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1, 2, 3, 4, 5}
Exemplo: -Simbolicamente: B={x∈ N|2<x<8}, enumerando esses ele-
A={1,2,3,4} e B={5,6} mentos temos:
A∪B={1,2,3,4,5,6} B={3,4,5,6,7}

Interseção - por meio de diagrama:


A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado pelos
elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é representada
por : A∩B. Simbolicamente: A∩B={x|x∈A e x∈B}

Quando um conjunto não possuir elementos chama-se de con-


junto vazio: S=∅ ou S={ }.
Exemplo:
A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g} Igualdade
A∩B={d,e} Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem exata-
mente os mesmos elementos. Em símbolo:
Diferença
Uma outra operação entre conjuntos é a diferença, que a cada
par A, B de conjuntos faz corresponder o conjunto definido por:
A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o comple-
mentar de B em relação a A. Para saber se dois conjuntos A e B são iguais, precisamos saber
A este conjunto pertencem os elementos de A que não perten- apenas quais são os elementos.
cem a B. Não importa ordem:
A\B = {x : x∈A e x∉B}. A={1,2,3} e B={2,1,3}

Não importa se há repetição:


A={1,2,2,3} e B={1,2,3}

Relação de Pertinência
Relacionam um elemento com conjunto. E a indicação que o
elemento pertence (∈) ou não pertence (∉)
Exemplo: Dado o conjunto A={-3, 0, 1, 5}
0∈A
2∉A

Relações de Inclusão
Relacionam um conjunto com outro conjunto.
Simbologia: ⊂(está contido), ⊄(não está contido), ⊃(contém),
Exemplo: ⊅ (não contém)
A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
Então os elementos de A – B serão os elementos do conjunto A A Relação de inclusão possui 3 propriedades:
menos os elementos que pertencerem ao conjunto B. Exemplo:
Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}. {1, 3,5}⊂{0, 1, 2, 3, 4, 5}
{0, 1, 2, 3, 4, 5}⊃{1, 3,5}
Complementar
Sejam A e B dois conjuntos tais que A⊂B. Chama-se comple- Aqui vale a famosa regrinha que o professor ensina, boca aber-
mentar de A em relação a B, que indicamos por CBA, o conjunto ta para o maior conjunto.
cujos elementos são todos aqueles que pertencem a B e não per-
tencem a A. Subconjunto
A⊂B⇔ CBA={x|x∈B e x∉A}=B-A O conjunto A é subconjunto de B se todo elemento de A é tam-
bém elemento de B.
Exemplo: {2,4} é subconjunto de {x∈N|x é par}

161
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Operações Exemplo:
União A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro formado Então os elementos de A – B serão os elementos do conjunto A
pelos elementos que pertencem pelo menos um dos conjuntos a menos os elementos que pertencerem ao conjunto B.
que chamamos conjunto união e representamos por: A∪B. Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.
Formalmente temos: A∪B={x|x ∈A ou x∈B}
Exemplo: Complementar
A={1,2,3,4} e B={5,6} O complementar do conjunto A( ) é o conjunto formado pelos
A∪B={1,2,3,4,5,6} elementos do conjunto universo que não pertencem a A.

Interseção
A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado pelos
elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é representada
por : A∩B. Fórmulas da união
Simbolicamente: A∩B={x|x ∈A e x ∈B} n(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
n(A ∪B∪C)=n(A)+n(B)+n(C)+n(A∩B∩C)-n(A∩B)-n(A∩C)-n(B
C)

Essas fórmulas muitas vezes nos ajudam, pois ao invés de fazer


todo o diagrama, se colocarmos nessa fórmula, o resultado é mais
rápido, o que na prova de concurso é interessante devido ao tempo.
Mas, faremos exercícios dos dois modos para você entender
melhor e perceber que, dependendo do exercício é melhor fazer de
uma forma ou outra.
Exemplo:
A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g} Exemplo
A∩B={d,e} (MANAUSPREV – Analista Previdenciário – FCC/2015) Em um
grupo de 32 homens, 18 são altos, 22 são barbados e 16 são care-
Diferença cas. Homens altos e barbados que não são carecas são seis. Todos
Uma outra operação entre conjuntos é a diferença, que a cada homens altos que são carecas, são também barbados. Sabe-se que
par A, B de conjuntos faz corresponder o conjunto definido por: existem 5 homens que são altos e não são barbados nem carecas.
A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o comple- Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não são altos
mentar de B em relação a A. nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que são carecas e não
A este conjunto pertencem os elementos de A que não perten- são altos e nem barbados. Dentre todos esses homens, o número
cem a B. de barbados que não são altos, mas são carecas é igual a
(A) 4.
A\B = {x : x ∈A e x∉B}. (B) 7.
(C) 13.
(D) 5.
(E) 8.

B-A = {x : x ∈B e x∉A}.

162
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Primeiro, quando temos 3 diagramas, sempre começamos pela Quando somarmos 5+x+6=18
interseção dos 3, depois interseção a cada 2 e por fim, cada um X=18-11=7

Carecas são 16

7+y+5=16
Se todo homem careca é barbado, não teremos apenas ho- Y=16-12
mens carecas e altos. Y=4
Homens altos e barbados são 6
Então o número de barbados que não são altos, mas são care-
cas são 4.
Nesse exercício ficará difícil se pensarmos na fórmula, ficou
grande devido as explicações, mas se você fizer tudo no mesmo dia-
grama, mas seguindo os passos, o resultado sairá fácil.

Exemplo
(SEGPLAN/GO – Perito Criminal – FUNIVERSA/2015) Suponha
que, dos 250 candidatos selecionados ao cargo de perito criminal:

1) 80 sejam formados em Física;


2) 90 sejam formados em Biologia;
3) 55 sejam formados em Química;
Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não são 4) 32 sejam formados em Biologia e Física;
altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que são carecas 5) 23 sejam formados em Química e Física;
e não são altos e nem barbados 6) 16 sejam formados em Biologia e Química;
7) 8 sejam formados em Física, em Química e em Biologia.

Considerando essa situação, assinale a alternativa correta.


(A) Mais de 80 dos candidatos selecionados não são físicos nem
biólogos nem químicos.
(B) Mais de 40 dos candidatos selecionados são formados ape-
nas em Física.
(C) Menos de 20 dos candidatos selecionados são formados
apenas em Física e em Biologia.
(D) Mais de 30 dos candidatos selecionados são formados ape-
nas em Química.
(E) Escolhendo-se ao acaso um dos candidatos selecionados,
a probabilidade de ele ter apenas as duas formações, Física e
Sabemos que 18 são altos Química, é inferior a 0,05.

Resolução
A nossa primeira conta, deve ser achar o número de candidatos
que não são físicos, biólogos e nem químicos.
n (F ∪B∪Q)=n(F)+n(B)+n(Q)+n(F∩B∩Q)-n(F∩B)-n(F∩Q)-
-n(B∩Q)
n(F ∪B∪Q)=80+90+55+8-32-23-16=162
Temos um total de 250 candidatos
250-162=88
Resposta: A.

163
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Números Naturais Subconjuntos do conjunto :
Os números naturais são o modelo matemático necessário 1)Conjunto dos números inteiros excluindo o zero
para efetuar uma contagem.
Começando por zero e acrescentando sempre uma unidade, {...-2, -1, 1, 2, ...}
obtemos o conjunto infinito dos números naturais
2) Conjuntos dos números inteiros não negativos

{0, 1, 2, ...}
- Todo número natural dado tem um sucessor 3) Conjunto dos números inteiros não positivos
a) O sucessor de 0 é 1.
b) O sucessor de 1000 é 1001. {...-3, -2, -1}
c) O sucessor de 19 é 20.
Números Racionais
Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero. Chama-se de número racional a todo número que pode ser ex-
presso na forma , onde a e b são inteiros quaisquer, com b≠0
{1,2,3,4,5,6... . } São exemplos de números racionais:

-12/51
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um anteces- -3
sor (número que vem antes do número dado).
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente de zero. -(-3)
a) O antecessor do número m é m-1. -2,333...
b) O antecessor de 2 é 1.
c) O antecessor de 56 é 55. As dízimas periódicas podem ser representadas por fração,
d) O antecessor de 10 é 9. portanto são consideradas números racionais.
Como representar esses números?
Expressões Numéricas
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtrações, mul- Representação Decimal das Frações
tiplicações e divisões. Todas as operações podem acontecer em Temos 2 possíveis casos para transformar frações em decimais
uma única expressão. Para resolver as expressões numéricas utili-
zamos alguns procedimentos: 1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o número de-
cimal terá um número finito de algarismos após a vírgula.
Se em uma expressão numérica aparecer as quatro operações,
devemos resolver a multiplicação ou a divisão primeiramente, na
ordem em que elas aparecerem e somente depois a adição e a sub-
tração, também na ordem em que aparecerem e os parênteses são
resolvidos primeiro.

Exemplo 1
10 + 12 – 6 + 7
22 – 6 + 7
16 + 7
23 2º) Terá um número infinito de algarismos após a vírgula, mas
lembrando que a dízima deve ser periódica para ser número racio-
Exemplo 2 nal
40 – 9 x 4 + 23 OBS: período da dízima são os números que se repetem, se
40 – 36 + 23 não repetir não é dízima periódica e assim números irracionais, que
4 + 23 trataremos mais a frente.
27

Exemplo 3
25-(50-30)+4x5
25-20+20=25

Números Inteiros
Podemos dizer que este conjunto é composto pelos números
naturais, o conjunto dos opostos dos números naturais e o zero.
Este conjunto pode ser representado por:

Representação Fracionária dos Números Decimais


1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar com o
denominador seguido de zeros.

164
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
O número de zeros depende da casa decimal. Para uma casa,
Exemplo: - = 0 e 0 é um número racional.
um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim por diante.
– O quociente de dois números irracionais, pode ser um núme-
ro racional.

Exemplo: : = = 2 e 2 é um número racional.

– O produto de dois números irracionais, pode ser um número


racional.

Exemplo: . = = 7 é um número racional.

Exemplo: radicais( a raiz quadrada de um número na-


tural, se não inteira, é irracional.
2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, então como
Números Reais
podemos transformar em fração?

Exemplo 1
Transforme a dízima 0, 333... .em fração
Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízima dada
de x, ou seja
X=0,333...

Se o período da dízima é de um algarismo, multiplicamos por


10.
10x=3,333...

E então subtraímos:
10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
X=3/9
Fonte: www.estudokids.com.br
X=1/3
Representação na reta
Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de período.

Exemplo 2
Seja a dízima 1,1212...
Façamos x = 1,1212...
100x = 112,1212... .

Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
Intervalos limitados
99x=111
Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou iguais a
X=111/99
e menores do que b ou iguais a b.
Números Irracionais
Identificação de números irracionais
– Todas as dízimas periódicas são números racionais.
– Todos os números inteiros são racionais.
Intervalo:[a,b]
– Todas as frações ordinárias são números racionais.
Conjunto: {x ϵ R|a≤x≤b}
– Todas as dízimas não periódicas são números irracionais.
– Todas as raízes inexatas são números irracionais.
Intervalo aberto – números reais maiores que a e menores que
– A soma de um número racional com um número irracional é
b.
sempre um número irracional.
– A diferença de dois números irracionais, pode ser um número
racional.
– Os números irracionais não podem ser expressos na forma ,
com a e b inteiros e b≠0.
Intervalo:]a,b[
Conjunto:{xϵR|a<x<b}

165
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores que a ou Casos
iguais a A e menores do que B. 1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.

Intervalo:{a,b[ 2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio número.


Conjunto {x ϵ R|a≤x<b}

Intervalo fechado à direita – números reais maiores que a e


menores ou iguais a b.

3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, resulta em


um número positivo.

Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x ϵ R|a<x≤b}

Intervalos Ilimitados
Semirreta esquerda, fechada de origem b- números reais me- 4) Todo número negativo, elevado ao expoente ímpar, resulta
nores ou iguais a b. em um número negativo.

Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x ϵ R|x≤b} 5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos passar o sinal
para positivo e inverter o número que está na base.
Semirreta esquerda, aberta de origem b – números reais me-
nores que b.

Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x ϵ R|x<b} 6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o valor do
expoente, o resultado será igual a zero.
Semirreta direita, fechada de origem a – números reais maiores
ou iguais a A.

Propriedades
Intervalo:[a,+ ∞[ 1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de mesma
Conjunto:{x ϵ R|x≥a} base, repete-se a base e soma os expoentes.

Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais maiores Exemplos:


que a. 24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27

Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x ϵ R|x>a} 2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mesma base.
Conserva-se a base e subtraem os expoentes.
Potenciação
Multiplicação de fatores iguais Exemplos:
96 : 92 = 96-2 = 94
2³=2.2.2=8

166
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e multiplica-se De modo geral, se
os expoentes.

Exemplos:
a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * ,
(52)3 = 52.3 = 56
Então:

n
a.b = n a .n b

4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores elevados a um O radical de índice inteiro e positivo de um produto indicado é
expoente, podemos elevar cada um a esse mesmo expoente. igual ao produto dos radicais de mesmo índice dos fatores do radi-
(4.3)²=4².3² cando.

5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente, podemos Raiz quadrada de frações ordinárias
elevar separados.
1 1
2 2 2 2 2
2
Observe: =  = 1 =
3 3 3
32
Radiciação a na
Radiciação é a operação inversa a potenciação
* *
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R , n ∈ N , então: n =
+
b nb
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente indicado
é igual ao quociente dos radicais de mesmo índice dos termos do
radicando.

Raiz quadrada números decimais

Técnica de Cálculo
A determinação da raiz quadrada de um número torna-se mais
fácil quando o algarismo se encontra fatorado em números primos.
Veja:
Operações
64 2
32 2
16 2
8 2
4 2 Operações
2 2
1 Multiplicação

64=2.2.2.2.2.2=26 Exemplo
Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-se” um
e multiplica.
Divisão

Observe:
Exemplo
1 1 1
3.5 = (3.5) 2 = 3 .5 = 3. 5
2 2

167
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Adição e subtração ACRÉSCIMO OU LUCRO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO


10% 1,10
Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20. 15% 1,15
20% 1,20
8 2 20 2
47% 1,47
4 2 10 2
67% 1,67
2 2 5 5
1 1 Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 temos:

10 x 1,10 = R$ 11,00

Desconto
Caso tenha: No caso de haver um decréscimo, o fator de multiplicação será:
Fator de Multiplicação =1 - taxa de desconto (na forma decimal)
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo. Veja a tabela abaixo:

Racionalização de Denominadores
DESCONTO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO
Normalmente não se apresentam números irracionais com
radicais no denominador. Ao processo que leva à eliminação dos 10% 0,90
radicais do denominador chama-se racionalização do denominador. 25% 0,75
1º Caso: Denominador composto por uma só parcela
34% 0,66
60% 0,40
90% 0,10

Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 temos:

10 X 0,90 = R$ 9,00
2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.
Chamamos de lucro em uma transação comercial de compra e
venda a diferença entre o preço de venda e o preço de custo.
Lucro=preço de venda -preço de custo

Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de duas


Devemos multiplicar de forma que obtenha uma diferença de formas:
quadrados no denominador:

PORCENTAGENS
Exemplo
Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100, seu sím- (DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala de aula
bolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que a encontramos com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está com gripe. Se x%
nos meios de comunicação, nas estatísticas, em máquinas de cal- das meninas dessa sala estão com gripe, o menor valor possível
cular, etc. para x é igual a
(A) 8.
Os acréscimos e os descontos é importante saber porque ajuda (B) 15.
muito na resolução do exercício. (C) 10.
(D) 6.
Acréscimo (E) 12.
Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um determina-
do valor, podemos calcular o novo valor apenas multiplicando esse Resolução
valor por 1,10, que é o fator de multiplicação. Se o acréscimo for 45------100%
de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim por diante. Veja a tabela X-------60%
abaixo: X=27

168
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
O menor número de meninas possíveis para ter gripe é se todos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2 meninas estão.

Resposta: C.

SEQUÊNCIAS (COM NÚMEROS, COM FIGURAS, DE PALAVRAS)

As sequências podem ser formadas por números, letras, pessoas, figuras, etc. Existem várias formas de se estabelecer uma sequência,
o importante é que existem pelo menos três elementos que caracterize a lógica de sua formação, entretanto algumas séries necessitam
de mais elementos para definir sua lógica1. Um bom conhecimento em Progressões Algébricas (PA) e Geométricas (PG), fazem com que
deduzir as sequências se tornem simples e sem complicações. E o mais importante é estar atento a vários detalhes que elas possam ofe-
recer. Exemplos:

Progressão Aritmética: Soma-se constantemente um mesmo número.

Progressão Geométrica: Multiplica-se constantemente um mesmo número.

Sequência de Figuras: Esse tipo de sequência pode seguir o mesmo padrão visto na sequência de pessoas ou simplesmente sofrer
rotações, como nos exemplos a seguir. Exemplos:

Exemplos:
Analise a sequência a seguir:

Admitindo-se que a regra de formação das figuras seguintes permaneça a mesma, pode-se afirmar que a figura que ocuparia a 277ª
posição dessa sequência é:

Resolução:
A sequência das figuras completa-se na 5ª figura. Assim, continua-se a sequência de 5 em 5 elementos. A figura de número 277 ocu-
pa, então, a mesma posição das figuras que representam número 5n + 2, com n N. Ou seja, a 277ª figura corresponde à 2ª figura, que é
representada pela letra “B”.
Resposta: B

1 https://centraldefavoritos.com.br/2017/07/21/sequencias-com-numeros-com-figuras-de-palavras/

169
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
(CÂMARA DE ARACRUZ/ES - AGENTE ADMINISTRATIVO E LEGISLATIVO - IDECAN) A sequência formada pelas figuras representa as
posições, a cada 12 segundos, de uma das rodas de um carro que mantém velocidade constante. Analise-a.

Após 25 minutos e 48 segundos, tempo no qual o carro permanece nessa mesma condição, a posição da roda será:

Resolução:
A roda se mexe a cada 12 segundos. Percebe-se que ela volta ao seu estado inicial após 48 segundos.
O examinador quer saber, após 25 minutos e 48 segundos qual será a posição da roda. Vamos transformar tudo para segundos:
25 minutos = 1500 segundos (60x25)
1500 + 48 (25m e 48s) = 1548
Agora é só dividir por 48 segundos (que é o tempo que levou para roda voltar à posição inicial)
1548 / 48 = vai ter o resto “12”.
Portanto, após 25 minutos e 48 segundos, a roda vai estar na posição dos 12 segundos.
Resposta: B

PROPOSIÇÕES, CONECTIVOS, EQUIVALÊNCIA E IMPLICAÇÃO LÓGICA, ARGUMENTOS VÁLIDOS

RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO


Este tipo de raciocínio testa sua habilidade de resolver problemas matemáticos, e é uma forma de medir seu domínio das diferentes
áreas do estudo da Matemática: Aritmética, Álgebra, leitura de tabelas e gráficos, Probabilidade e Geometria etc. Essa parte consiste nos
seguintes conteúdos:
- Operação com conjuntos.
- Cálculos com porcentagens.
- Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais.
- Geometria básica.
- Álgebra básica e sistemas lineares.
- Calendários.
- Numeração.
- Razões Especiais.
- Análise Combinatória e Probabilidade.
- Progressões Aritmética e Geométrica.

RACIOCÍNIO LÓGICO DEDUTIVO


Este tipo de raciocínio está relacionado ao conteúdo Lógica de Argumentação.

ORIENTAÇÕES ESPACIAL E TEMPORAL


O raciocínio lógico espacial ou orientação espacial envolvem figuras, dados e palitos. O raciocínio lógico temporal ou orientação tem-
poral envolve datas, calendário, ou seja, envolve o tempo.
O mais importante é praticar o máximo de questões que envolvam os conteúdos:
- Lógica sequencial
- Calendários

170
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
RACIOCÍNIO VERBAL
Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar conclusões lógicas.
Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de habilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a uma vaga.
Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou inteligência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação do conhecimento
por meio da linguagem.
Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirmações,
selecionando uma das possíveis respostas:
A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das informações ou opiniões contidas no trecho)
B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as informações ou opiniões contidas no trecho)
C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é verdadeira ou falsa sem mais informações)

ESTRUTURAS LÓGICAS
Precisamos antes de tudo compreender o que são proposições. Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual podemos atri-
buir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca ambos. Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.

Elas podem ser:


• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Proposições Compostas – Conectivos


As proposições compostas são formadas por proposições simples ligadas por conectivos, aos quais formam um valor lógico, que po-
demos vê na tabela a seguir:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

171
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões

172
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Exemplo:
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 E 16 – CESPE)

A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F corres-
pondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a

( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:

R Q P [P v (Q ↔ R) ]
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V V V F F V
V F F F F F F V
F V V V V V F F
F V F F F V F F
F F V V V F V F
F F F F V F V F

Resposta: Certo

Proposição
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensamento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensamentos,
isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a respeito de determinados conceitos ou entes.

Valores lógicos
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a proposi-
ção é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
Com isso temos alguns aximos da lógica:
– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
existindo um terceiro caso.

“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que são: V ou F.”

173
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Classificação de uma proposição
Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

Exemplos
r: Thiago é careca.
s: Pedro é professor.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

Exemplo
P: Thiago é careca e Pedro é professor.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Exemplos:
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
– O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?

Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.

Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantidade
certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.

174
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Conectivos (conectores lógicos)
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

175
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B.

Tabela Verdade
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determinamos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a com-
põe. O valor lógico de qualquer proposição composta depende UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples componentes,
ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.

• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado pelo seguinte
teorema:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* proposições simples componentes contém 2n linhas.”

Exemplo:
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições simples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da propo-
sição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.

Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência


• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da Tauto-
logia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.

Exemplos:
4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na qual
identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposições).
No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.

Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, independentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou falsas.
( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
Considerando P e Q como V.
(V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F
(F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V

176
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
Resposta: Certo.

Equivalência
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a mesma
solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.

Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.

Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo por
“e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

Resposta: B.

Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.

ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

177
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
CONECTIVOS
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA EXEMPLOS


Negação ~ Não p A cadeira não é azul.
Conjunção ^ peq Fernando é médico e Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Inclusiva v p ou q Fernando é médico ou Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q Ou Fernando é médico ou João é Engenheiro.
Condicional → Se p então q Se Fernando é médico então Nicolas é Engenheiro.
Bicondicional ↔ p se e somente se q Fernando é médico se e somente se Nicolas é Engenheiro.

Conectivo “não” (~)


Chamamos de negação de uma proposição representada por “não p” cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falsa e falsidade (F)
quando p é verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de p. Pela tabela verdade temos:

Conectivo “e” (˄)


Se p e q são duas proposições, a proposição p ˄ q será chamada de conjunção. Para a conjunção, tem-se a seguinte tabela-verdade:

ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou argumen-
tos lógicos, tiverem valores verdadeiros.

Conectivo “ou” (v)


Este inclusivo: Elisabete é bonita ou Elisabete é inteligente. (Nada impede que Elisabete seja bonita e inteligente).

Conectivo “ou” (v)


Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa).

178
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
• Mais sobre o Conectivo “ou”
– “inclusivo”(considera os dois casos)
– “exclusivo”(considera apenas um dos casos)
Exemplos:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa
No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeira

Ele pode ser “inclusivo”(considera os dois casos) ou “exclusivo”(considera apenas um dos casos)

Exemplo:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa

No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeiro

Conectivo “Se... então” (→)


Se p e q são duas proposições, a proposição p→q é chamada subjunção ou condicional. Considere a seguinte subjunção: “Se fizer sol,
então irei à praia”.
1. Podem ocorrer as situações:
2. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
3. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade)
5. Não fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade, pois eu não disse o que faria se não fizesse sol. Assim, poderia ir ou não ir à praia).
Temos então sua tabela verdade:

Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa.

Conectivo “Se e somente se” (↔)


Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p é con-
dição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição necessária e suficiente para p”.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e somente se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabela verdade:

Observe que uma bicondicional só é verdadeira quando as proposições formadoras são ambas falsas ou ambas verdadeiras.

ATENÇÃO: O importante sobre os conectivos é ter em mente a tabela de cada um deles, para que assim você possa resolver qualquer
questão referente ao assunto.

179
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Ordem de precedência dos conectivos:
O critério que especifica a ordem de avaliação dos conectivos ou operadores lógicos de uma expressão qualquer. A lógica matemática
prioriza as operações de acordo com a ordem listadas:

Em resumo:

Exemplo:
(PC/SP - DELEGADO DE POLÍCIA - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B

CONTRADIÇÕES
São proposições compostas formadas por duas ou mais proposições onde seu valor lógico é sempre FALSO, independentemente do
valor lógico das proposições simples que a compõem. Vejamos:
A proposição: p ^ ~p é uma contradição, conforme mostra a sua tabela-verdade:

Exemplo:
(PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a proposição ~P ∧ P é:
(A) uma tautologia.
(B) equivalente à proposição ~p ∨ p.
(C) uma contradição.
(D) uma contingência.
(E) uma disjunção.

Resolução:
Montando a tabela teremos que:

P ~p ~p ^p
V F F
V F F
F V F
F V F

Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos diante de uma CONTRADIÇÃO.
Resposta: C

180
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição Q(p,- Regras de Inferência obtidas da implicação lógica
q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verdadeira.
Representamos a implicação com o símbolo “⇒”, simbolicamente
temos:

P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).

ATENÇÃO: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente distin-


tos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um conec-
tivo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação lógica • Silogismo Disjuntivo
que pode ou não existir entre duas proposições.

Exemplo:

• Modus Ponens

Observe:
- Toda proposição implica uma Tautologia:

• Modus Tollens

- Somente uma contradição implica uma contradição:

Propriedades
• Reflexiva:
– P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
– Uma proposição complexa implica ela mesma.

• Transitiva: Tautologias e Implicação Lógica


– Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então • Teorema
P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...) P(p,q,r,..) ⇒ Q(p,q,r,...) se e somente se P(p,q,r,...) → Q(p,q,r,...)
– Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R

Regras de Inferência
• Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas
de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em ou-
tras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de propo-
sições verdadeiras já existentes.

181
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Observe que: • Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”
→ indica uma operação lógica entre as proposições. Ex.: das Teremos duas possibilidades.
proposições p e q, dá-se a nova proposição p → q.
⇒ indica uma relação. Ex.: estabelece que a condicional P →
Q é tautológica.

Inferências

• Regra do Silogismo Hipotético

Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido no


conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é tam-
bém elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente de
“Todo B é A”.
Princípio da inconsistência
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação lógica • Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B”
p ^ ~p ⇒ q Tais proposições afirmam que não há elementos em comum
– Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer propo- entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o mes-
sição q. mo que dizer “nenhum B é A”.
Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte dia-
A proposição “(p ↔ q) ^ p” implica a proposição “q”, pois a grama (A ∩ B = ø):
condicional “(p ↔ q) ^ p → q” é tautológica.

Lógica de primeira ordem


Existem alguns tipos de argumentos que apresentam proposi-
ções com quantificadores. Numa proposição categórica, é impor-
tante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma coeren-
te e que a proposição faça sentido, não importando se é verdadeira
ou falsa.
• Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”
Vejamos algumas formas: Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta pro-
- Todo A é B. posição:
- Nenhum A é B.
- Algum A é B.
- Algum A não é B.

Onde temos que A e B são os termos ou características dessas


proposições categóricas.

• Classificação de uma proposição categórica de acordo com


o tipo e a relação
Elas podem ser classificadas de acordo com dois critérios fun-
damentais: qualidade e extensão ou quantidade.
– Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposição
categórica em afirmativa ou negativa.
– Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica
uma proposição categórica em universal ou particular. A classifica-
ção dependerá do quantificador que é utilizado na proposição.
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto “A”
tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. Con-
tudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem todo
A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”.

Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualidade


e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados pelas
letras A, E, I e O.

182
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B” Resolução:
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição
representações possíveis: do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação.

O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, seguindo


o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou nenhum).
Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção,
em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
mos a alternativa B.
Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por: Todo
A é não B.
Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
são pardos NÃO miam alto.
Resposta: C

Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o (CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer que a
conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do ponto de
conjunto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o mesmo vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira
que Algum B não é A. (A) Todos os não psicólogos são professores.
(B) Nenhum professor é psicólogo.
• Negação das Proposições Categóricas (C) Nenhum psicólogo é professor.
Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar as (D) Pelo menos um psicólogo não é professor.
seguintes convenções de equivalência: (E) Pelo menos um professor não é psicólogo.
– Ao negarmos uma proposição categórica universal geramos
uma proposição categórica particular. Resolução:
– Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma proposição Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a nega-
categórica particular geramos uma proposição categórica universal. ção de um quantificador universal categórico afirmativo se faz atra-
– Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos, vés de um quantificador existencial negativo. Logo teremos: Pelo
sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca, menos um professor não é psicólogo.
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre, Resposta: E
uma proposição de natureza afirmativa.
• Equivalência entre as proposições
Em síntese: Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo na
resolução de questões.

Exemplo:
Exemplos: (PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação
(DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou igual
são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto. a cinco”?
Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da afir- (A) Todo número natural é menor do que cinco.
mação anterior é: (B) Nenhum número natural é menor do que cinco.
(A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par- (C) Todo número natural é diferente de cinco.
dos. (D) Existe um número natural que é menor do que cinco.
(B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos. (E) Existe um número natural que é diferente de cinco.
(C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
não miam alto.
(D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
(E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é
pardo.

183
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Resolução:
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pede-
-se a sua negação.
O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o
esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe
ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com To-
dos e Nenhum, que também são universais.
Existe pelo menos um elemento co-
mum aos conjuntos A e B.
Podemos ainda representar das seguin-
ALGUM tes formas:
I
AéB

Portanto, já podemos descartar as alternativas que trazem


quantificadores universais (todo e nenhum). Descartamos as alter-
nativas A, B e C.
Seguindo, devemos negar o termo: “maior do que ou igual a
cinco”. Negaremos usando o termo “MENOR do que cinco”.
Obs.: maior ou igual a cinco (compreende o 5, 6, 7...) ao ser
negado passa a ser menor do que cinco (4, 3, 2,...).
Resposta: D

Diagramas lógicos
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-
mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po-
dem ser formadas por proposições categóricas.
ALGUM
O
A NÃO é B
ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para
conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.

Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:


Perceba-se que, nesta sentença, a aten-
ção está sobre o(s) elemento (s) de A que
TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS não são B (enquanto que, no “Algum A é
B”, a atenção estava sobre os que eram B,
ou seja, na intercessão).
Temos também no segundo caso, a dife-
TODO rença entre conjuntos, que forma o con-
A junto A - B
AéB
Exemplo:
Se um elemento pertence ao conjunto A, (GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO
então pertence também a B. – IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é
casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
(A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
NENHUM (D) existe casa de cultura que não é cinema.
E
AéB (E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.

Existe pelo menos um elemento que Resolução:


pertence a A, então não pertence a B, e Vamos chamar de:
vice-versa. Cinema = C
Casa de Cultura = CC

184
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura

(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-


cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor-
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que
- Existem teatros que não são cinemas todo cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura
também não é cinema.

- Algum teatro é casa de cultura Resposta: E

LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de propo-
sições iniciais redunda em outra proposição final, que será conse-
quência das primeiras. Ou seja, argumento é a relação que associa
um conjunto de proposições P1, P2,... Pn , chamadas premissas do
argumento, a uma proposição Q, chamada de conclusão do argu-
mento.

Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC


Segundo as afirmativas temos:
(A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último
diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe
pelo menos um dos cinemas é considerado teatro.

Exemplo:
P1: Todos os cientistas são loucos.
P2: Martiniano é louco.
Q: Martiniano é um cientista.

O exemplo dado pode ser chamado de Silogismo (argumento


formado por duas premissas e a conclusão).
A respeito dos argumentos lógicos, estamos interessados em
verificar se eles são válidos ou inválidos! Então, passemos a enten-
der o que significa um argumento válido e um argumento inválido.
(B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes-
mo princípio acima. Argumentos Válidos
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado, Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou bem
a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama construído), quando a sua conclusão é uma consequência obrigató-
nos afirma isso ria do seu conjunto de premissas.

185
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Exemplo:
O silogismo...
P1: Todos os homens são pássaros.
P2: Nenhum pássaro é animal.
Q: Portanto, nenhum homem é animal.

... está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um


argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e da
conclusão sejam totalmente questionáveis.

ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CONTE-


ÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é válido,
independentemente do conteúdo das premissas ou da conclusão! Comparando a conclusão do nosso argumento, temos:
NENHUM homem é animal – com o desenho das premissas
• Como saber se um determinado argumento é mesmo váli- será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequência
do? necessária das premissas? Claro que sim! Observemos que o con-
Para se comprovar a validade de um argumento é utilizando junto dos homens está totalmente separado (total dissociação!) do
diagramas de conjuntos (diagramas de Venn). Trata-se de um mé- conjunto dos animais. Resultado: este é um argumento válido!
todo muito útil e que será usado com frequência em questões que
pedem a verificação da validade de um argumento. Vejamos como Argumentos Inválidos
funciona, usando o exemplo acima. Quando se afirma, na premissa Dizemos que um argumento é inválido – também denominado
P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos representar ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a verdade
essa frase da seguinte maneira: das premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclu-
são.

Exemplo:
P1: Todas as crianças gostam de chocolate.
P2: Patrícia não é criança.
Q: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate.

Este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois


as premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão.
Patrícia pode gostar de chocolate mesmo que não seja criança, pois
a primeira premissa não afirmou que somente as crianças gostam
de chocolate.
Utilizando os diagramas de conjuntos para provar a validade
do argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo arti-
fício, que o argumento em análise é inválido. Comecemos pela pri-
meira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”.
Observem que todos os elementos do conjunto menor (ho-
mens) estão incluídos, ou seja, pertencem ao conjunto maior (dos
pássaros). E será sempre essa a representação gráfica da frase
“Todo A é B”. Dois círculos, um dentro do outro, estando o círculo
menor a representar o grupo de quem se segue à palavra TODO.
Na frase: “Nenhum pássaro é animal”. Observemos que a pa-
lavra-chave desta sentença é NENHUM. E a ideia que ela exprime é
de uma total dissociação entre os dois conjuntos.

Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Patrícia não é


criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama acima (da
primeira premissa) e nele indicar onde poderá estar localizada a Pa-
trícia, obedecendo ao que consta nesta segunda premissa. Vemos
facilmente que a Patrícia só não poderá estar dentro do círculo das
crianças. É a única restrição que faz a segunda premissa! Isto posto,
Será sempre assim a representação gráfica de uma sentença concluímos que Patrícia poderá estar em dois lugares distintos do
“Nenhum A é B”: dois conjuntos separados, sem nenhum ponto em diagrama:
comum. 1º) Fora do conjunto maior;
Tomemos agora as representações gráficas das duas premissas 2º) Dentro do conjunto maior. Vejamos:
vistas acima e as analisemos em conjunto. Teremos:

186
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Em síntese:

Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia não


gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se este ar-
gumento é válido ou não, é justamente confirmar se esse resultado
(se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!
- É necessariamente verdadeiro que Patrícia não gosta de cho-
colate? Olhando para o desenho acima, respondemos que não!
Pode ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora do círcu-
lo), mas também pode ser que goste (caso esteja dentro do círculo)!
Enfim, o argumento é inválido, pois as premissas não garantiram a
veracidade da conclusão!

Métodos para validação de um argumento


Aprenderemos a seguir alguns diferentes métodos que nos
possibilitarão afirmar se um argumento é válido ou não! Exemplo:
1º) Utilizando diagramas de conjuntos: esta forma é indicada Diga se o argumento abaixo é válido ou inválido:
quando nas premissas do argumento aparecem as palavras TODO,
ALGUM E NENHUM, ou os seus sinônimos: cada, existe um etc. (p ∧ q) → r
2º) Utilizando tabela-verdade: esta forma é mais indicada _____~r_______
quando não for possível resolver pelo primeiro método, o que ocor- ~p ∨ ~q
re quando nas premissas não aparecem as palavras todo, algum e
nenhum, mas sim, os conectivos “ou” , “e”, “” e “↔”. Baseia-se Resolução:
na construção da tabela-verdade, destacando-se uma coluna para -1ª Pergunta) O argumento apresenta as palavras todo, algum
cada premissa e outra para a conclusão. Este método tem a des- ou nenhum?
vantagem de ser mais trabalhoso, principalmente quando envolve A resposta é não! Logo, descartamos o 1º método e passamos
várias proposições simples. à pergunta seguinte.
3º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos e consi-
derando as premissas verdadeiras. - 2ª Pergunta) O argumento contém no máximo duas proposi-
Por este método, fácil e rapidamente demonstraremos a vali- ções simples?
dade de um argumento. Porém, só devemos utilizá-lo na impossibi- A resposta também é não! Portanto, descartamos também o
lidade do primeiro método. 2º método.
Iniciaremos aqui considerando as premissas como verdades. - 3ª Pergunta) Há alguma das premissas que seja uma proposi-
Daí, por meio das operações lógicas com os conectivos, descobri- ção simples ou uma conjunção?
remos o valor lógico da conclusão, que deverá resultar também em A resposta é sim! A segunda proposição é (~r). Podemos optar
verdade, para que o argumento seja considerado válido. então pelo 3º método? Sim, perfeitamente! Mas caso queiramos
4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, conside- seguir adiante com uma próxima pergunta, teríamos:
rando premissas verdadeiras e conclusão falsa. - 4ª Pergunta) A conclusão tem a forma de uma proposição
É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação do simples ou de uma disjunção ou de uma condicional? A resposta
terceiro método não possibilitará a descoberta do valor lógico da também é sim! Nossa conclusão é uma disjunção! Ou seja, caso
conclusão de maneira direta, mas somente por meio de análises queiramos, poderemos utilizar, opcionalmente, o 4º método!
mais complicadas. Vamos seguir os dois caminhos: resolveremos a questão pelo
3º e pelo 4º métodos.

187
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Resolução pelo 3º Método
Considerando as premissas verdadeiras e testando a conclusão
verdadeira. Teremos:
- 2ª Premissa) ~r é verdade. Logo: r é falsa!
- 1ª Premissa) (p ∧ q)r é verdade. Sabendo que r é falsa,
concluímos que (p ∧ q) tem que ser também falsa. E quando uma
conjunção (e) é falsa? Quando uma das premissas for falsa ou am-
bas forem falsas. Logo, não é possível determinamos os valores
lógicos de p e q. Apesar de inicialmente o 3º método se mostrar
adequado, por meio do mesmo, não poderemos determinar se o
argumento é ou NÃO VÁLIDO. A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª falsa,
utilizando isso temos:
Resolução pelo 4º Método O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então Fernando
Considerando a conclusão falsa e premissas verdadeiras. Tere- estava estudando. // B → ~E
mos: Iniciando temos:
- Conclusão) ~p v ~q é falso. Logo: p é verdadeiro e q é verda- 4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A → ~B
deiro! = V – para que o argumento seja válido temos que Quando chove
Agora, passamos a testar as premissas, que são consideradas tem que ser F.
verdadeiras! Teremos: 3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema (V).
- 1ª Premissa) (p∧q)r é verdade. Sabendo que p e q são ver- // C → B = V - para que o argumento seja válido temos que Maria
dadeiros, então a primeira parte da condicional acima também é vai ao cinema tem que ser V.
verdadeira. Daí resta que a segunda parte não pode ser falsa. Logo: 2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C → ~D
r é verdadeiro. = V - para que o argumento seja válido temos que Quando Cláudio
- 2ª Premissa) Sabendo que r é verdadeiro, teremos que ~r é sai de casa tem que ser F.
falso! Opa! A premissa deveria ser verdadeira, e não foi! 5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove (V).
// E → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está estudando pode
Neste caso, precisaríamos nos lembrar de que o teste, aqui no ser V ou F.
4º método, é diferente do teste do 3º: não havendo a existência si- 1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V
multânea da conclusão falsa e premissas verdadeiras, teremos que
o argumento é válido! Conclusão: o argumento é válido! Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi ao
cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou F); pois temos
Exemplos: dois valores lógicos para chegarmos à conclusão (V ou F).
(DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE) Considere que as Resposta: Errado
seguintes proposições sejam verdadeiras.
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. (PETROBRAS – TÉCNICO (A) DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. JÚNIOR – INFORMÁTICA – CESGRANRIO) Se Esmeralda é uma fada,
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. então Bongrado é um elfo. Se Bongrado é um elfo, então Monarca
• Quando Fernando está estudando, não chove. é um centauro. Se Monarca é um centauro, então Tristeza é uma
• Durante a noite, faz frio. bruxa.
Ora, sabe-se que Tristeza não é uma bruxa, logo
Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue o (A) Esmeralda é uma fada, e Bongrado não é um elfo.
item subsecutivo. (B) Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando. (C) Bongrado é um elfo, e Monarca é um centauro.
( ) Certo (D) Bongrado é um elfo, e Esmeralda é uma fada
( ) Errado (E) Monarca é um centauro, e Bongrado não é um elfo.

Resolução: Resolução:
A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas as pre- Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza não é
missas chegamos a uma conclusão. Enumerando as premissas: bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como conclusão
A = Chove o valor lógico (V), então:
B = Maria vai ao cinema (4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo (F)
C = Cláudio fica em casa →V
D = Faz frio (3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um centauro
E = Fernando está estudando (F) → V
F = É noite (2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma bruxa(F)
A argumentação parte que a conclusão deve ser (V) →V
Lembramos a tabela verdade da condicional: (1) Tristeza não é uma bruxa (V)

Logo:
Temos que:
Esmeralda não é fada(V)
Bongrado não é elfo (V)
Monarca não é um centauro (V)

188
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será verdadeiro quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo, a única que
contém esse valor lógico é:
Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
Resposta: B

LÓGICA MATEMÁTICA QUALITATIVA


Aqui veremos questões que envolvem correlação de elementos, pessoas e objetos fictícios, através de dados fornecidos. Vejamos o
passo a passo:

01. Três homens, Luís, Carlos e Paulo, são casados com Lúcia, Patrícia e Maria, mas não sabemos quem ê casado com quem. Eles tra-
balham com Engenharia, Advocacia e Medicina, mas também não sabemos quem faz o quê. Com base nas dicas abaixo, tente descobrir o
nome de cada marido, a profissão de cada um e o nome de suas esposas.
a) O médico é casado com Maria.
b) Paulo é advogado.
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.

Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.
1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas no
enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia
Patrícia
Maria

Também criamos abaixo do nome dos homens, o nome das esposas.

2º passo – construir a tabela gabarito.


Essa tabela não servirá apenas como gabarito, mas em alguns casos ela é fundamental para que você enxergue informações que ficam
meio escondidas na tabela principal. Uma tabela complementa a outra, podendo até mesmo que você chegue a conclusões acerca dos
grupos e elementos.

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos
Luís
Paulo

3º passo preenchimento de nossa tabela, com as informações mais óbvias do problema, aquelas que não deixam margem a nenhuma
dúvida. Em nosso exemplo:
- O médico é casado com Maria: marque um “S” na tabela principal na célula comum a “Médico” e “Maria”, e um “N” nas demais
células referentes a esse “S”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

ATENÇÃO: se o médico é casado com Maria, ele NÃO PODE ser casado com Lúcia e Patrícia, então colocamos “N” no cruzamento
de Medicina e elas. E se Maria é casada com o médico, logo ela NÃO PODE ser casada com o engenheiro e nem com o advogado (logo
colocamos “N” no cruzamento do nome de Maria com essas profissões).

189
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preenchemos
sua tabela gabarito.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro
Luís Médico
Paulo Advogado

4º passo – após as anotações feitas na tabela principal e na tabela gabarito, vamos procurar informações que levem a novas conclu-
sões, que serão marcadas nessas tabelas.
Observe que Maria é esposa do médico, que se descobriu ser Luís, fato que poderia ser registrado na tabela-gabarito. Mas não vamos
fazer agora, pois essa conclusão só foi facilmente encontrada porque o problema que está sendo analisado é muito simples. Vamos con-
tinuar o raciocínio e fazer as marcações mais tarde. Além disso, sabemos que Patrícia não é casada com Paulo. Como Paulo é o advogado,
podemos concluir que Patrícia não é casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N N
Maria S N N

190
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N N S
Patrícia N S N
Maria S N N

Concluímos, então, que Lúcia é casada com o advogado (que é Paulo), Patrícia é casada com o engenheiro (que e Carlos) e Maria é
casada com o médico (que é Luís).
Preenchendo a tabela-gabarito, vemos que o problema está resolvido:

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro Patrícia
Luís Médico Maria
Paulo Advogado Lúcia

Exemplo:
(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em janeiro, todos
para diferentes cidades, que foram Fortaleza, Goiânia, Curitiba e Salvador. Com relação às cidades para onde eles viajaram, sabe-se que:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
− Mariana viajou para Curitiba;
− Paulo não viajou para Goiânia;
− Luiz não viajou para Fortaleza.

É correto concluir que, em janeiro,


(A) Paulo viajou para Fortaleza.
(B) Luiz viajou para Goiânia.
(C) Arnaldo viajou para Goiânia.
(D) Mariana viajou para Salvador.
(E) Luiz viajou para Curitiba.

Resolução:
Vamos preencher a tabela:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N
Arnaldo N
Mariana
Paulo

− Mariana viajou para Curitiba;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N N
Arnaldo N N
Mariana N N S N
Paulo N

191
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
− Paulo não viajou para Goiânia; ATENÇÃO: Todo homem é mortal, mas nem todo mortal é ho-
mem.
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador A frase “todo homem é mortal” possui as seguintes conclusões:
1ª) Algum mortal é homem ou algum homem é mortal.
Luiz N N 2ª) Se José é homem, então José é mortal.
Arnaldo N N
A forma “Todo A é B” pode ser escrita na forma: Se A então B.
Mariana N N S N
A forma simbólica da expressão “Todo A é B” é a expressão (∀
Paulo N N (x) (A (x) → B).
Observe que a palavra todo representa uma relação de inclusão
− Luiz não viajou para Fortaleza. de conjuntos, por isso está associada ao operador da condicional.
Aplicando temos:
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Agora, se escrevermos da for-
ma ∀ (x) ∈ N / x + 2 = 5 ( lê-se: para todo pertencente a N temos x
Luiz N N N + 2 = 5), atribuindo qualquer valor a x a sentença será verdadeira?
Arnaldo N N A resposta é NÃO, pois depois de colocarmos o quantificador,
a frase passa a possuir sujeito e predicado definidos e podemos jul-
Mariana N N S N
gar, logo, é uma proposição lógica.
Paulo N N
• Quantificador existencial (∃)
Agora, completando o restante: O símbolo ∃ pode ser lido das seguintes formas:
Paulo viajou para Salvador, pois a nenhum dos três viajou. En-
tão, Arnaldo viajou para Fortaleza e Luiz para Goiânia

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N S N N
Arnaldo S N N N
Exemplo:
Mariana N N S N
“Algum matemático é filósofo.” O diagrama lógico dessa frase
Paulo N N N S é:

Resposta: B

Quantificador
É um termo utilizado para quantificar uma expressão. Os quan-
tificadores são utilizados para transformar uma sentença aberta ou
proposição aberta em uma proposição lógica.

QUANTIFICADOR + SENTENÇA ABERTA = SENTENÇA FECHADA O quantificador existencial tem a função de elemento comum.
A palavra algum, do ponto de vista lógico, representa termos co-
Tipos de quantificadores muns, por isso “Algum A é B” possui a seguinte forma simbólica: (∃
(x)) (A (x) ∧ B).
• Quantificador universal (∀)
O símbolo ∀ pode ser lido das seguintes formas: Aplicando temos:
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Escrevendo da forma (∃ x) ∈
N / x + 2 = 5 (lê-se: existe pelo menos um x pertencente a N tal que x
+ 2 = 5), atribuindo um valor que, colocado no lugar de x, a sentença
será verdadeira?
A resposta é SIM, pois depois de colocarmos o quantificador,
a frase passou a possuir sujeito e predicado definidos e podemos
Exemplo: julgar, logo, é uma proposição lógica.
Todo homem é mortal.
A conclusão dessa afirmação é: se você é homem, então será ATENÇÃO:
mortal. – A palavra todo não permite inversão dos termos: “Todo A é B”
Na representação do diagrama lógico, seria: é diferente de “Todo B é A”.
– A palavra algum permite a inversão dos termos: “Algum A é
B” é a mesma coisa que “Algum B é A”.

Forma simbólica dos quantificadores


Todo A é B = (∀ (x) (A (x) → B).
Algum A é B = (∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Nenhum A é B = (~ ∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Algum A não é B= (∃ (x)) (A (x) ∧ ~ B).

192
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
2. (CRMV/SC – RECEPCIONISTA – IESES/2017) Sabe-se que
Exemplos: 17% dos moradores de um condomínio tem gatos, 22% tem cachor-
Todo cavalo é um animal. Logo, ros e 8% tem ambos (gatos e cachorros). Qual é o percentual de
(A) Toda cabeça de animal é cabeça de cavalo. condôminos que não tem nem gatos e nem cachorros?
(B) Toda cabeça de cavalo é cabeça de animal. (A) 53
(C) Todo animal é cavalo. (B) 69
(D) Nenhum animal é cavalo. (C) 72
(D) 47
Resolução:
A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes conclu- 3. (MPE/GO – SECRETÁRIO AUXILIAR – MPEGO/2017) Em
sões: uma pesquisa sobre a preferência entre dois candidatos, 48 pessoas
– Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal. votariam no candidato A, 63 votariam no candidato B, 24 pessoas
– Se é cavalo, então é um animal. votariam nos dois; e, 30 pessoas não votariam nesses dois candida-
Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça tos. Se todas as pessoas responderam uma única vez, então o total
de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda forma de pessoas entrevistadas foi:
de conclusão). (A) 141.
Resposta: B (B) 117.
(C) 87.
(CESPE) Se R é o conjunto dos números reais, então a proposi- (D) 105.
ção (∀ x) (x ∈ R) (∃ y) (y ∈ R) (x + y = x) é valorada como V. (E) 112.

Resolução: 4. (DESENBAHIA – TÉCNICO ESCRITURÁRIO – INSTITUTO


Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números reais AOCP/2017) Para realização de uma pesquisa sobre a preferência
(R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos reais (R) de algumas pessoas entre dois canais de TV, canal A e Canal B, os
tal que x + y = x. entrevistadores colheram as seguintes informações: 17 pessoas
– 1º passo: observar os quantificadores. preferem o canal A, 13 pessoas assistem o canal B e 10 pessoas
X está relacionado com o quantificador universal, logo, todos gostam dos canais A e B. Assinale a alternativa que apresenta o total
os valores de x devem satisfazer a propriedade. de pessoas entrevistadas.
Y está relacionado com o quantificador existencial, logo, é ne- (A) 20
cessário pelo menos um valor de x para satisfazer a propriedade. (B) 23
– 2º passo: observar os conjuntos dos números dos elementos (C) 27
x e y. (D) 30
O elemento x pertence ao conjunto dos números reais. (E) 40
O elemento y pertence ao conjunto os números reais.
– 3º passo: resolver a propriedade (x+ y = x). 5. (SAP/SP – AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA – MS-
A pergunta: existe algum valor real para y tal que x + y = x? CONCURSOS/2017) Numa sala de 45 alunos, foi feita uma votação
Existe sim! y = 0. para escolher a cor da camiseta de formatura. Dentre eles, 30 vota-
X + 0 = X. ram na cor preta, 21 votaram na cor cinza e 8 não votaram em ne-
Como existe pelo menos um valor para y e qualquer valor de nhuma delas, uma vez que não farão as camisetas. Quantos alunos
x somado a 0 será igual a x, podemos concluir que o item está cor- votaram nas duas cores?
reto. (A) 6
Resposta: CERTO (B) 10
(C) 14
(D) 18
EXERCÍCIOS
6. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2017) Durante um trei-
namento, o chefe da brigada de incêndio de um prédio comercial
1. (CRF/MT - AGENTE ADMINISTRATIVO – QUADRIX/2017) informou que, nos cinquenta anos de existência do prédio, nunca
Num grupo de 150 jovens, 32 gostam de música, esporte e leitu- houve um incêndio, mas existiram muitas situações de risco, feliz-
ra; 48 gostam de música e esporte; 60 gostam de música e leitura; mente controladas a tempo. Segundo ele, 1/13 dessas situações
44 gostam de esporte e leitura; 12 gostam somente de música; 18 deveu-se a ações criminosas, enquanto as demais situações haviam
gostam somente de esporte; e 10 gostam somente de leitura. Ao sido geradas por diferentes tipos de displicência. Dentre as situa-
escolher ao acaso um desses jovens, qual é a probabilidade de ele ções de risco geradas por displicência,
não gostar de nenhuma dessas atividades?
(A) 1/75 − 1/5 deveu-se a pontas de cigarro descartadas inadequada-
(B) 39/75 mente;
(C) 11/75 − 1/4 deveu-se a instalações elétricas inadequadas;
(D) 40/75 − 1/3 deveu-se a vazamentos de gás e;
(E) 76/75 − As demais foram geradas por descuidos ao cozinhar.

193
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
De acordo com esses dados, ao longo da existência desse pré- 11. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA - MS-
dio comercial, a fração do total de situações de risco de incêndio CONCURSOS/2017) Um aparelho de televisão que custa R$1600,00
geradas por descuidos ao cozinhar corresponde à estava sendo vendido, numa liquidação, com um desconto de 40%.
(A) 3/20. Marta queria comprar essa televisão, porém não tinha condições de
(B) 1/4. pagar à vista, e o vendedor propôs que ela desse um cheque para
(C) 13/60. 15 dias, pagando 10% de juros sobre o valor da venda na liquidação.
(D) 1/5. Ela aceitou e pagou pela televisão o valor de:
(E) 1/60. (A) R$1120,00
(B)R$1056,00
7. (ITAIPU BINACIONAL - PROFISSIONAL NÍVEL TÉCNICO I - (C)R$960,00
TÉCNICO EM ELETRÔNICA – NCUFPR/2017) Assinale a alternativa (D) R$864,00
que apresenta o valor da expressão
12. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2017) A equipe de
segurança de um Tribunal conseguia resolver mensalmente cerca
de 35% das ocorrências de dano ao patrimônio nas cercanias desse
prédio, identificando os criminosos e os encaminhando às autorida-
des competentes. Após uma reestruturação dos procedimentos de
segurança, a mesma equipe conseguiu aumentar o percentual de
(A) 1. resolução mensal de ocorrências desse tipo de crime para cerca de
(B) 2. 63%. De acordo com esses dados, com tal reestruturação, a equipe
(C) 4. de segurança aumentou sua eficácia no combate ao dano ao patri-
(D) 8. mônio em
(E) 16. (A) 35%.
(B) 28%.
8. (UNIRV/GO – AUXILIAR DE LABORATÓRIO – UNIRV- (C) 63%.
GO/2017) (D) 41%.
(E) 80%.
Qual o resultado de ?
13. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2017) Três irmãos, An-
(A) 3 dré, Beatriz e Clarice, receberam de uma tia herança constituída pe-
(B) 3/2 las seguintes joias: um bracelete de ouro, um colar de pérolas e um
(C) 5 par de brincos de diamante. A tia especificou em testamento que
(D) 5/2 as joias não deveriam ser vendidas antes da partilha e que cada um
deveria ficar com uma delas, mas não especificou qual deveria ser
9. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO MUNICIPAL E SUPERVISOR dada a quem. O justo, pensaram os irmãos, seria que cada um re-
– FGV/2017) Suponha que a # b signifique a - 2b . cebesse cerca de 33,3% da herança, mas eles achavam que as joias
tinham valores diferentes entre si e, além disso, tinham diferentes
Se 2#(1#N)=12 , então N é igual a: opiniões sobre seus valores. Então, decidiram fazer a partilha do
(A) 1; seguinte modo:
(B) 2; − Inicialmente, sem que os demais vissem, cada um deveria
(C) 3; escrever em um papel três porcentagens, indicando sua avaliação
(D) 4; sobre o valor de cada joia com relação ao valor total da herança.
(E) 6. − A seguir, todos deveriam mostrar aos demais suas avaliações.
− Uma partilha seria considerada boa se cada um deles rece-
10. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO MUNICIPAL E SUPERVISOR besse uma joia que avaliou como valendo 33,3% da herança toda
– FGV/2017) Uma equipe de trabalhadores de determinada empre- ou mais.
sa tem o mesmo número de mulheres e de homens. Certa manhã, As avaliações de cada um dos irmãos a respeito das joias foi a
3/4 das mulheres e 2/3 dos homens dessa equipe saíram para um seguinte:
atendimento externo.
Desses que foram para o atendimento externo, a fração de mu- ANDRÉ Bracelete: 40% Colar: 50% Brincos: 10%
lheres é:
(A) 3/4; BEATRIZ Bracelete: 30% Colar: 50% Brincos: 20%
(B) 8/9; CLARICE Bracelete: 30% Colar: 20% Brincos: 50%
(C) 5/7;
(D) 8/13; Assim, uma partilha boa seria se André, Beatriz e Clarice rece-
(E) 9/17. bessem, respectivamente,
(A) o bracelete, os brincos e o colar.
(B) os brincos, o colar e o bracelete.
(C) o colar, o bracelete e os brincos.
(D) o bracelete, o colar e os brincos.
(E) o colar, os brincos e o bracelete.

194
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
14. (UTFPR – TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 2. Resposta: B
– UTFPR/2017) Um retângulo de medidas desconhecidas foi alte-
rado. Seu comprimento foi reduzido e passou a ser 2/ 3 do com-
primento original e sua largura foi reduzida e passou a ser 3/ 4 da
largura original.
Pode-se afirmar que, em relação à área do retângulo original, a
área do novo retângulo:
(A)foi aumentada em 50%.
(B) foi reduzida em 50%.
(C) aumentou em 25%.
(D) diminuiu 25%.
(E)foi reduzida a 15%.

15. (MPE/GO – OFICIAL DE PROMOTORIA – MPEGO/2017)


Paulo, dono de uma livraria, adquiriu em uma editora um lote de
apostilas para concursos, cujo valor unitário original é de R$ 60,00.
Por ter cadastro no referido estabelecimento, ele recebeu 30% de
desconto na compra. Para revender os materiais, Paulo decidiu 9+8+14+x=100
acrescentar 30% sobre o valor que pagou por cada apostila. Nestas X=100-31
condições, qual será o lucro obtido por unidade? X=69%
(A) R$ 4,20.
(B) R$ 5,46. 3. Resposta: B
(C) R$ 10,70.
(D) R$ 12,60.
(E) R$ 18,00.

GABARITO

1. Resposta: C

24+24+39+30=117

4. Resposta: A
N(A∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
N(A∪B)=17+13-10=20

5. Resposta: C
Como 8 não votaram, tiramos do total: 45-8=37
N(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
37=30+21- n(A∩B)
n(A∩B)=14
32+10+12+18+16+28+12+x=150
X=22 que não gostam de nenhuma dessas atividades 6. Resposta: D.
P=22/150=11/75

Gerado por descuidos ao cozinhar:

Mas, que foram gerados por displicência é 12/13(1-1/13)

195
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
7. Resposta: C. Portanto foi reduzida em 50%

15. Resposta: D.
Como ele obteve um desconto de 30%, pagou 70% do valor:
60⋅0,7=42
Ele revendeu por:
42⋅1,3=54,60
Teve um lucro de: 54,60-42=12,60

8. Resposta: D.
ANOTAÇÕES

______________________________________________________

______________________________________________________
9. Resposta: C.
______________________________________________________
2-2(1-2N)=12
2-2+4N=12 ______________________________________________________
4N=12
N=3 ______________________________________________________

10. Resposta: E. ______________________________________________________


Como tem o mesmo número de homens e mulheres:
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
Dos homens que saíram:
______________________________________________________

______________________________________________________

Saíram no total ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

11. Resposta: B. ______________________________________________________


Como teve um desconto de 40%, pagou 60% do produto.
______________________________________________________
1600⋅0,6=960
______________________________________________________
Como vai pagar 10% a mais:
960⋅1,1=1056 ______________________________________________________
12. Resposta: E. ______________________________________________________
63/35=1,80
Portanto teve um aumento de 80%. ______________________________________________________

13. Resposta: D. ______________________________________________________


Clarice obviamente recebeu o brinco.
Beatriz recebeu o colar porque foi o único que ficou acima de ______________________________________________________
30% e André recebeu o bracelete.
______________________________________________________
14. Resposta: B. ______________________________________________________
A=b⋅h
______________________________________________________

______________________________________________________

196
LEGISLAÇÃO

§ 5º Submetem-se ao regime previsto nesta Lei a empre-


LEI FEDERAL Nº 13.303, DE 30 DE JUNHO DE 2016 sa pública e a sociedade de economia mista que participem de
(ESTATUTO JURÍDICO DA EMPRESA PÚBLICA, consórcio, conforme disposto no art. 279 da Lei nº 6.404, de 15 de
DA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA E DE SUAS dezembro de 1976 , na condição de operadora.
SUBSIDIÁRIAS) § 6º Submete-se ao regime previsto nesta Lei a sociedade, in-
clusive a de propósito específico, que seja controlada por empresa
LEI Nº 13.303, DE 30 DE JUNHO DE 2016. pública ou sociedade de economia mista abrangidas no caput .
§ 7º Na participação em sociedade empresarial em que a
Dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da empresa pública, a sociedade de economia mista e suas subsidi-
sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito árias não detenham o controle acionário, essas deverão adotar,
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. no dever de fiscalizar, práticas de governança e controle propor-
cionais à relevância, à materialidade e aos riscos do negócio do
O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de qual são partícipes, considerando, para esse fim:
PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacio- I - documentos e informações estratégicos do negócio e de-
mais relatórios e informações produzidos por força de acordo de
nal decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
acionistas e de Lei considerados essenciais para a defesa de seus
interesses na sociedade empresarial investida;
TÍTULO I
II - relatório de execução do orçamento e de realização de
DISPOSIÇÕES APLICÁVEIS ÀS EMPRESAS PÚBLICAS E ÀS
investimentos programados pela sociedade, inclusive quanto ao
SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA alinhamento dos custos orçados e dos realizados com os custos
CAPÍTULO I de mercado;
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES III - informe sobre execução da política de transações com
partes relacionadas;
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa IV - análise das condições de alavancagem financeira da so-
pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, ciedade;
abrangendo toda e qualquer empresa pública e sociedade de V - avaliação de inversões financeiras e de processos re-
economia mista da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos levantes de alienação de bens móveis e imóveis da sociedade;
Municípios que explore atividade econômica de produção ou co- VI - relatório de risco das contratações para execução de
mercialização de bens ou de prestação de serviços, ainda que a obras, fornecimento de bens e prestação de serviços relevantes
atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da para os interesses da investidora;
União ou seja de prestação de serviços públicos. VII - informe sobre execução de projetos relevantes para os
§ 1º O Título I desta Lei, exceto o disposto nos arts. 2º, interesses da investidora;
3º, 4º, 5º, 6º, 7º, 8º, 11, 12 e 27, não se aplica à empresa pú- VIII - relatório de cumprimento, nos negócios da sociedade,
blica e à sociedade de economia mista que tiver, em conjunto de condicionantes socioambientais estabelecidas pelos órgãos
com suas respectivas subsidiárias, no exercício social anterior, ambientais;
receita operacional bruta inferior a R$ 90.000.000,00 (noventa IX - avaliação das necessidades de novos aportes na socie-
milhões de reais). dade e dos possíveis riscos de redução da rentabilidade espera-
§ 2º O disposto nos Capítulos I e II do Título II desta Lei da do negócio;
aplica-se inclusive à empresa pública dependente, definida nos X - qualquer outro relatório, documento ou informação
termos do inciso III do art. 2º da Lei Complementar nº 101, de 4 produzido pela sociedade empresarial investida considerado re-
de maio de 2000 , que explore atividade econômica, ainda que levante para o cumprimento do comando constante do caput .
a atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da Art. 2º A exploração de atividade econômica pelo Estado
União ou seja de prestação de serviços públicos. será exercida por meio de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de suas subsidiárias.
§ 3º Os Poderes Executivos poderão editar atos que esta-
§ 1º A constituição de empresa pública ou de sociedade
beleçam regras de governança destinadas às suas respectivas
de economia mista dependerá de prévia autorização legal que
empresas públicas e sociedades de economia mista que se en-
indique, de forma clara, relevante interesse coletivo ou impera-
quadrem na hipótese do § 1º, observadas as diretrizes gerais
tivo de segurança nacional, nos termos do caput do art. 173 da
desta Lei. Constituição Federal .
§ 4º A não edição dos atos de que trata o § 3º no prazo de § 2º Depende de autorização legislativa a criação de subsi-
180 (cento e oitenta) dias a partir da publicação desta Lei sub- diárias de empresa pública e de sociedade de economia mista,
mete as respectivas empresas públicas e sociedades de econo- assim como a participação de qualquer delas em empresa priva-
mia mista às regras de governança previstas no Título I desta Lei. da, cujo objeto social deve estar relacionado ao da investidora,
nos termos do inciso XX do art. 37 da Constituição Federal .

197
LEGISLAÇÃO
§ 3º A autorização para participação em empresa privada I - elaboração de carta anual, subscrita pelos membros do
prevista no § 2º não se aplica a operações de tesouraria, adju- Conselho de Administração, com a explicitação dos compromis-
dicação de ações em garantia e participações autorizadas pelo sos de consecução de objetivos de políticas públicas pela empre-
Conselho de Administração em linha com o plano de negócios sa pública, pela sociedade de economia mista e por suas subsi-
da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas diárias, em atendimento ao interesse coletivo ou ao imperativo
respectivas subsidiárias. de segurança nacional que justificou a autorização para suas
Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personali- respectivas criações, com definição clara dos recursos a serem
dade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei empregados para esse fim, bem como dos impactos econômico-
e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente -financeiros da consecução desses objetivos, mensuráveis por
detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos meio de indicadores objetivos;
Municípios. II - adequação de seu estatuto social à autorização legisla-
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante tiva de sua criação;
permaneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito III - divulgação tempestiva e atualizada de informações re-
Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa levantes, em especial as relativas a atividades desenvolvidas,
pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito pú- estrutura de controle, fatores de risco, dados econômico-finan-
blico interno, bem como de entidades da administração indireta ceiros, comentários dos administradores sobre o desempenho,
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. políticas e práticas de governança corporativa e descrição da
Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada composição e da remuneração da administração;
de personalidade jurídica de direito privado, com criação autori- IV - elaboração e divulgação de política de divulgação de
zada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com informações, em conformidade com a legislação em vigor e com
direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, as melhores práticas;
ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administra- V - elaboração de política de distribuição de dividendos,
ção indireta. à luz do interesse público que justificou a criação da empresa
§ 1º A pessoa jurídica que controla a sociedade de econo- pública ou da sociedade de economia mista;
mia mista tem os deveres e as responsabilidades do acionista VI - divulgação, em nota explicativa às demonstrações fi-
controlador, estabelecidos na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro nanceiras, dos dados operacionais e financeiros das atividades
de 1976 , e deverá exercer o poder de controle no interesse da relacionadas à consecução dos fins de interesse coletivo ou de
companhia, respeitado o interesse público que justificou sua segurança nacional;
criação. VII - elaboração e divulgação da política de transações com
§ 2º Além das normas previstas nesta Lei, a sociedade de partes relacionadas, em conformidade com os requisitos de
economia mista com registro na Comissão de Valores Mobiliá- competitividade, conformidade, transparência, equidade e co-
rios sujeita-se às disposições da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro mutatividade, que deverá ser revista, no mínimo, anualmente e
de 1976 . aprovada pelo Conselho de Administração;
VIII - ampla divulgação, ao público em geral, de carta anual
CAPÍTULO II de governança corporativa, que consolide em um único docu-
DO REGIME SOCIETÁRIO DA EMPRESA PÚBLICA E DA SO- mento escrito, em linguagem clara e direta, as informações de
CIEDADE DE ECONOMIA MISTA que trata o inciso III;
SEÇÃO I IX - divulgação anual de relatório integrado ou de susten-
DAS NORMAS GERAIS tabilidade.
§ 1º O interesse público da empresa pública e da socieda-
Art. 5º A sociedade de economia mista será constituída sob de de economia mista, respeitadas as razões que motivaram a
a forma de sociedade anônima e, ressalvado o disposto nesta autorização legislativa, manifesta-se por meio do alinhamento
Lei, estará sujeita ao regime previsto na Lei nº 6.404, de 15 de entre seus objetivos e aqueles de políticas públicas, na forma
dezembro de 1976 . explicitada na carta anual a que se refere o inciso I do caput .
Art. 6º O estatuto da empresa pública, da sociedade de eco- § 2º Quaisquer obrigações e responsabilidades que a em-
nomia mista e de suas subsidiárias deverá observar regras de go- presa pública e a sociedade de economia mista que explorem
vernança corporativa, de transparência e de estruturas, práticas atividade econômica assumam em condições distintas às de
de gestão de riscos e de controle interno, composição da admi- qualquer outra empresa do setor privado em que atuam deve-
nistração e, havendo acionistas, mecanismos para sua proteção, rão:
todos constantes desta Lei. I - estar claramente definidas em lei ou regulamento, bem
Art. 7º Aplicam-se a todas as empresas públicas, as socieda- como previstas em contrato, convênio ou ajuste celebrado com
des de economia mista de capital fechado e as suas subsidiárias o ente público competente para estabelecê-las, observada a am-
as disposições da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e as pla publicidade desses instrumentos;
normas da Comissão de Valores Mobiliários sobre escrituração e II - ter seu custo e suas receitas discriminados e divulgados
elaboração de demonstrações financeiras, inclusive a obrigato- de forma transparente, inclusive no plano contábil.
riedade de auditoria independente por auditor registrado nesse § 3º Além das obrigações contidas neste artigo, as socie-
órgão. dades de economia mista com registro na Comissão de Valores
Art. 8º As empresas públicas e as sociedades de economia Mobiliários sujeitam-se ao regime informacional estabelecido
mista deverão observar, no mínimo, os seguintes requisitos de por essa autarquia e devem divulgar as informações previstas
transparência: neste artigo na forma fixada em suas normas.

198
LEGISLAÇÃO
§ 4º Os documentos resultantes do cumprimento dos re- Art. 11. A empresa pública não poderá:
quisitos de transparência constantes dos incisos I a IX do caput I - lançar debêntures ou outros títulos ou valores mobiliá-
deverão ser publicamente divulgados na internet de forma per- rios, conversíveis em ações;
manente e cumulativa. II - emitir partes beneficiárias.
Art. 9º A empresa pública e a sociedade de economia mista Art. 12. A empresa pública e a sociedade de economia mista
adotarão regras de estruturas e práticas de gestão de riscos e deverão:
controle interno que abranjam: I - divulgar toda e qualquer forma de remuneração dos ad-
I - ação dos administradores e empregados, por meio da ministradores;
implementação cotidiana de práticas de controle interno; II - adequar constantemente suas práticas ao Código de
II - área responsável pela verificação de cumprimento de Conduta e Integridade e a outras regras de boa prática de go-
obrigações e de gestão de riscos; vernança corporativa, na forma estabelecida na regulamentação
III - auditoria interna e Comitê de Auditoria Estatutário. desta Lei.
§ 1º Deverá ser elaborado e divulgado Código de Conduta e Parágrafo único. A sociedade de economia mista poderá so-
Integridade, que disponha sobre: lucionar, mediante arbitragem, as divergências entre acionistas
I - princípios, valores e missão da empresa pública e da so- e a sociedade, ou entre acionistas controladores e acionistas mi-
ciedade de economia mista, bem como orientações sobre a pre- noritários, nos termos previstos em seu estatuto social.
venção de conflito de interesses e vedação de atos de corrupção Art. 13. A lei que autorizar a criação da empresa pública e
e fraude; da sociedade de economia mista deverá dispor sobre as diretri-
II - instâncias internas responsáveis pela atualização e apli- zes e restrições a serem consideradas na elaboração do estatuto
cação do Código de Conduta e Integridade; da companhia, em especial sobre:
III - canal de denúncias que possibilite o recebimento de I - constituição e funcionamento do Conselho de Adminis-
denúncias internas e externas relativas ao descumprimento do tração, observados o número mínimo de 7 (sete) e o número
Código de Conduta e Integridade e das demais normas internas máximo de 11 (onze) membros;
de ética e obrigacionais; II - requisitos específicos para o exercício do cargo de dire-
IV - mecanismos de proteção que impeçam qualquer espé- tor, observado o número mínimo de 3 (três) diretores;
cie de retaliação a pessoa que utilize o canal de denúncias; III - avaliação de desempenho, individual e coletiva, de pe-
V - sanções aplicáveis em caso de violação às regras do Có-
riodicidade anual, dos administradores e dos membros de comi-
digo de Conduta e Integridade;
tês, observados os seguintes quesitos mínimos:
VI - previsão de treinamento periódico, no mínimo anual,
a) exposição dos atos de gestão praticados, quanto à licitu-
sobre Código de Conduta e Integridade, a empregados e admi-
de e à eficácia da ação administrativa;
nistradores, e sobre a política de gestão de riscos, a administra-
b) contribuição para o resultado do exercício;
dores.
c) consecução dos objetivos estabelecidos no plano de ne-
§ 2º A área responsável pela verificação de cumprimento de
gócios e atendimento à estratégia de longo prazo;
obrigações e de gestão de riscos deverá ser vinculada ao diretor-
IV - constituição e funcionamento do Conselho Fiscal, que
-presidente e liderada por diretor estatutário, devendo o esta-
exercerá suas atribuições de modo permanente;
tuto social prever as atribuições da área, bem como estabelecer
mecanismos que assegurem atuação independente. V - constituição e funcionamento do Comitê de Auditoria
§ 3º A auditoria interna deverá: Estatutário;
I - ser vinculada ao Conselho de Administração, diretamen- VI - prazo de gestão dos membros do Conselho de Adminis-
te ou por meio do Comitê de Auditoria Estatutário; tração e dos indicados para o cargo de diretor, que será unifica-
II - ser responsável por aferir a adequação do controle do e não superior a 2 (dois) anos, sendo permitidas, no máximo,
interno, a efetividade do gerenciamento dos riscos e dos pro- 3 (três) reconduções consecutivas;
cessos de governança e a confiabilidade do processo de coleta, VII – (VETADO);
mensuração, classificação, acumulação, registro e divulgação de VIII - prazo de gestão dos membros do Conselho Fiscal não
eventos e transações, visando ao preparo de demonstrações fi- superior a 2 (dois) anos, permitidas 2 (duas) reconduções con-
nanceiras. secutivas.
§ 4º O estatuto social deverá prever, ainda, a possibilidade
de que a área de compliance se reporte diretamente ao Conse- SEÇÃO II
lho de Administração em situações em que se suspeite do en- DO ACIONISTA CONTROLADOR
volvimento do diretor-presidente em irregularidades ou quando
este se furtar à obrigação de adotar medidas necessárias em re- Art. 14. O acionista controlador da empresa pública e da so-
lação à situação a ele relatada. ciedade de economia mista deverá:
Art. 10. A empresa pública e a sociedade de economia I - fazer constar do Código de Conduta e Integridade, aplicá-
mista deverão criar comitê estatutário para verificar a confor- vel à alta administração, a vedação à divulgação, sem autoriza-
midade do processo de indicação e de avaliação de membros ção do órgão competente da empresa pública ou da sociedade
para o Conselho de Administração e para o Conselho Fiscal, com de economia mista, de informação que possa causar impacto na
competência para auxiliar o acionista controlador na indicação cotação dos títulos da empresa pública ou da sociedade de eco-
desses membros. nomia mista e em suas relações com o mercado ou com consu-
Parágrafo único. Devem ser divulgadas as atas das reuniões midores e fornecedores;
do comitê estatutário referido no caput realizadas com o fim de II - preservar a independência do Conselho de Administra-
verificar o cumprimento, pelos membros indicados, dos requisi- ção no exercício de suas funções;
tos definidos na política de indicação, devendo ser registradas as III - observar a política de indicação na escolha dos adminis-
eventuais manifestações divergentes de conselheiros. tradores e membros do Conselho Fiscal.

199
LEGISLAÇÃO
Art. 15. O acionista controlador da empresa pública e da pal, de titular de cargo, sem vínculo permanente com o serviço
sociedade de economia mista responderá pelos atos praticados público, de natureza especial ou de direção e assessoramento
com abuso de poder, nos termos da Lei nº 6.404, de 15 de de- superior na administração pública, de dirigente estatutário de
zembro de 1976 . partido político e de titular de mandato no Poder Legislativo de
§ 1º A ação de reparação poderá ser proposta pela socieda- qualquer ente da federação, ainda que licenciados do cargo;
de, nos termos do art. 246 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro II - de pessoa que atuou, nos últimos 36 (trinta e seis) me-
de 1976 , pelo terceiro prejudicado ou pelos demais sócios, in- ses, como participante de estrutura decisória de partido político
dependentemente de autorização da assembleia-geral de acio- ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realiza-
nistas. ção de campanha eleitoral;
§ 2º Prescreve em 6 (seis) anos, contados da data da prática III - de pessoa que exerça cargo em organização sindical;
do ato abusivo, a ação a que se refere o § 1º. IV - de pessoa que tenha firmado contrato ou parceria,
como fornecedor ou comprador, demandante ou ofertante, de
SEÇÃO III bens ou serviços de qualquer natureza, com a pessoa político-
DO ADMINISTRADOR -administrativa controladora da empresa pública ou da socieda-
de de economia mista ou com a própria empresa ou sociedade
Art. 16. Sem prejuízo do disposto nesta Lei, o administrador em período inferior a 3 (três) anos antes da data de nomeação;
de empresa pública e de sociedade de economia mista é subme- V - de pessoa que tenha ou possa ter qualquer forma de
tido às normas previstas na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de conflito de interesse com a pessoa político-administrativa con-
1976 . troladora da empresa pública ou da sociedade de economia mis-
Parágrafo único. Consideram-se administradores da empre- ta ou com a própria empresa ou sociedade.
sa pública e da sociedade de economia mista os membros do § 3º A vedação prevista no inciso I do § 2º estende-se tam-
Conselho de Administração e da diretoria. bém aos parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau das
Art. 17. Os membros do Conselho de Administração e os pessoas nele mencionadas.
indicados para os cargos de diretor, inclusive presidente, dire- § 4º Os administradores eleitos devem participar, na pos-
tor-geral e diretor-presidente, serão escolhidos entre cidadãos se e anualmente, de treinamentos específicos sobre legislação
de reputação ilibada e de notório conhecimento, devendo ser societária e de mercado de capitais, divulgação de informações,
atendidos, alternativamente, um dos requisitos das alíneas “a”, controle interno, código de conduta, a Lei nº 12.846, de 1º de
“b” e “c” do inciso I e, cumulativamente, os requisitos dos inci- agosto de 2013 (Lei Anticorrupção), e demais temas relaciona-
sos II e III: dos às atividades da empresa pública ou da sociedade de eco-
I - ter experiência profissional de, no mínimo: nomia mista.
a) 10 (dez) anos, no setor público ou privado, na área de § 5º Os requisitos previstos no inciso I do caput poderão
atuação da empresa pública ou da sociedade de economia mista ser dispensados no caso de indicação de empregado da empresa
ou em área conexa àquela para a qual forem indicados em fun- pública ou da sociedade de economia mista para cargo de admi-
ção de direção superior; ou nistrador ou como membro de comitê, desde que atendidos os
b) 4 (quatro) anos ocupando pelo menos um dos seguintes seguintes quesitos mínimos:
cargos: I - o empregado tenha ingressado na empresa pública ou na
1. cargo de direção ou de chefia superior em empresa de sociedade de economia mista por meio de concurso público de
porte ou objeto social semelhante ao da empresa pública ou da provas ou de provas e títulos;
sociedade de economia mista, entendendo-se como cargo de II - o empregado tenha mais de 10 (dez) anos de trabalho
chefia superior aquele situado nos 2 (dois) níveis hierárquicos efetivo na empresa pública ou na sociedade de economia mista;
não estatutários mais altos da empresa; III - o empregado tenha ocupado cargo na gestão superior
2. cargo em comissão ou função de confiança equivalente a da empresa pública ou da sociedade de economia mista, com-
DAS-4 ou superior, no setor público; provando sua capacidade para assumir as responsabilidades dos
3. cargo de docente ou de pesquisador em áreas de atuação cargos de que trata o caput .
da empresa pública ou da sociedade de economia mista;
c) 4 (quatro) anos de experiência como profissional liberal SEÇÃO IV
em atividade direta ou indiretamente vinculada à área de atua- DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
ção da empresa pública ou sociedade de economia mista;
II - ter formação acadêmica compatível com o cargo para o Art. 18. Sem prejuízo das competências previstas no art.
qual foi indicado; e 142 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 , e das demais
III - não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade pre- atribuições previstas nesta Lei, compete ao Conselho de Admi-
vistas nas alíneas do inciso I do caput do art. 1º da Lei Comple- nistração:
mentar nº 64, de 18 de maio de 1990 , com as alterações intro- I - discutir, aprovar e monitorar decisões envolvendo prá-
duzidas pela Lei Complementar nº 135, de 4 de junho de 2010. ticas de governança corporativa, relacionamento com partes in-
§ 1º O estatuto da empresa pública, da sociedade de econo- teressadas, política de gestão de pessoas e código de conduta
mia mista e de suas subsidiárias poderá dispor sobre a contrata- dos agentes;
ção de seguro de responsabilidade civil pelos administradores. II - implementar e supervisionar os sistemas de gestão de
§ 2º É vedada a indicação, para o Conselho de Administra- riscos e de controle interno estabelecidos para a prevenção e
ção e para a diretoria: mitigação dos principais riscos a que está exposta a empresa pú-
I - de representante do órgão regulador ao qual a empresa blica ou a sociedade de economia mista, inclusive os riscos rela-
pública ou a sociedade de economia mista está sujeita, de Mi- cionados à integridade das informações contábeis e financeiras
nistro de Estado, de Secretário de Estado, de Secretário Munici- e os relacionados à ocorrência de corrupção e fraude;

200
LEGISLAÇÃO
III - estabelecer política de porta-vozes visando a eliminar VII - não receber outra remuneração da empresa pública ou
risco de contradição entre informações de diversas áreas e as da sociedade de economia mista além daquela relativa ao cargo
dos executivos da empresa pública ou da sociedade de econo- de conselheiro, à exceção de proventos em dinheiro oriundos de
mia mista; participação no capital.
IV - avaliar os diretores da empresa pública ou da sociedade § 2º Quando, em decorrência da observância do percentual
de economia mista, nos termos do inciso III do art. 13, podendo mencionado no caput , resultar número fracionário de conse-
contar com apoio metodológico e procedimental do comitê es- lheiros, proceder-se-á ao arredondamento para o número intei-
tatutário referido no art. 10. ro:
Art. 19. É garantida a participação, no Conselho de Admi- I - imediatamente superior, quando a fração for igual ou
nistração, de representante dos empregados e dos acionistas superior a 0,5 (cinco décimos);
minoritários. II - imediatamente inferior, quando a fração for inferior a
§ 1º As normas previstas na Lei nº 12.353, de 28 de de- 0,5 (cinco décimos).
zembro de 2010 , aplicam-se à participação de empregados no § 3º Não serão consideradas, para o cômputo das vagas
Conselho de Administração da empresa pública, da sociedade destinadas a membros independentes, aquelas ocupadas pelos
de economia mista e de suas subsidiárias e controladas e das conselheiros eleitos por empregados, nos termos do § 1º do art.
demais empresas em que a União, direta ou indiretamente, de- 19.
tenha a maioria do capital social com direito a voto. § 4º Serão consideradas, para o cômputo das vagas desti-
§ 2º É assegurado aos acionistas minoritários o direito de nadas a membros independentes, aquelas ocupadas pelos con-
eleger 1 (um) conselheiro, se maior número não lhes couber selheiros eleitos por acionistas minoritários, nos termos do § 2º
pelo processo de voto múltiplo previsto na Lei nº 6.404, de 15 do art. 19.
de dezembro de 1976 . § 5º (VETADO).
Art. 20. É vedada a participação remunerada de membros
da administração pública, direta ou indireta, em mais de 2 (dois) SEÇÃO VI
conselhos, de administração ou fiscal, de empresa pública, de DA DIRETORIA
sociedade de economia mista ou de suas subsidiárias.
Art. 21. (VETADO). Art. 23. É condição para investidura em cargo de diretoria da
Parágrafo único. (VETADO). empresa pública e da sociedade de economia mista a assunção
de compromisso com metas e resultados específicos a serem al-
SEÇÃO V cançados, que deverá ser aprovado pelo Conselho de Adminis-
DO MEMBRO INDEPENDENTE DO CONSELHO DE ADMINIS- tração, a quem incumbe fiscalizar seu cumprimento.
TRAÇÃO § 1º Sem prejuízo do disposto no caput , a diretoria deverá
apresentar, até a última reunião ordinária do Conselho de Ad-
Art. 22. O Conselho de Administração deve ser composto, ministração do ano anterior, a quem compete sua aprovação:
no mínimo, por 25% (vinte e cinco por cento) de membros in- I - plano de negócios para o exercício anual seguinte;
dependentes ou por pelo menos 1 (um), caso haja decisão pelo II - estratégia de longo prazo atualizada com análise de
exercício da faculdade do voto múltiplo pelos acionistas minori- riscos e oportunidades para, no mínimo, os próximos 5 (cinco)
tários, nos termos do art. 141 da Lei nº 6.404, de 15 de dezem- anos.
bro de 1976 . § 2º Compete ao Conselho de Administração, sob pena de
§ 1º O conselheiro independente caracteriza-se por: seus integrantes responderem por omissão, promover anual-
I - não ter qualquer vínculo com a empresa pública ou a socie- mente análise de atendimento das metas e resultados na exe-
dade de economia mista, exceto participação de capital; cução do plano de negócios e da estratégia de longo prazo,
II - não ser cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o devendo publicar suas conclusões e informá-las ao Congresso
terceiro grau ou por adoção, de chefe do Poder Executivo, de Mi- Nacional, às Assembleias Legislativas, à Câmara Legislativa do
nistro de Estado, de Secretário de Estado ou Município ou de admi- Distrito Federal ou às Câmaras Municipais e aos respectivos tri-
nistrador da empresa pública ou da sociedade de economia mista; bunais de contas, quando houver.
III - não ter mantido, nos últimos 3 (três) anos, vínculo de § 3º Excluem-se da obrigação de publicação a que se refere
qualquer natureza com a empresa pública, a sociedade de eco- o § 2º as informações de natureza estratégica cuja divulgação
nomia mista ou seus controladores, que possa vir a comprome- possa ser comprovadamente prejudicial ao interesse da empre-
ter sua independência; sa pública ou da sociedade de economia mista.
IV - não ser ou não ter sido, nos últimos 3 (três) anos, em-
pregado ou diretor da empresa pública, da sociedade de econo- SEÇÃO VII
mia mista ou de sociedade controlada, coligada ou subsidiária DO COMITÊ DE AUDITORIA ESTATUTÁRIO
da empresa pública ou da sociedade de economia mista, exceto
se o vínculo for exclusivamente com instituições públicas de en- Art. 24. A empresa pública e a sociedade de economia mista
sino ou pesquisa; deverão possuir em sua estrutura societária Comitê de Auditoria
V - não ser fornecedor ou comprador, direto ou indireto, Estatutário como órgão auxiliar do Conselho de Administração,
de serviços ou produtos da empresa pública ou da sociedade de ao qual se reportará diretamente.
economia mista, de modo a implicar perda de independência; § 1º Competirá ao Comitê de Auditoria Estatutário, sem
VI - não ser funcionário ou administrador de sociedade ou prejuízo de outras competências previstas no estatuto da em-
entidade que esteja oferecendo ou demandando serviços ou presa pública ou da sociedade de economia mista:
produtos à empresa pública ou à sociedade de economia mista, I - opinar sobre a contratação e destituição de auditor in-
de modo a implicar perda de independência; dependente;

201
LEGISLAÇÃO
II - supervisionar as atividades dos auditores independen- Art. 25. O Comitê de Auditoria Estatutário será integrado
tes, avaliando sua independência, a qualidade dos serviços pres- por, no mínimo, 3 (três) e, no máximo, 5 (cinco) membros, em
tados e a adequação de tais serviços às necessidades da empre- sua maioria independentes.
sa pública ou da sociedade de economia mista; § 1º São condições mínimas para integrar o Comitê de Au-
III - supervisionar as atividades desenvolvidas nas áreas de ditoria Estatutário:
controle interno, de auditoria interna e de elaboração das de- I - não ser ou ter sido, nos 12 (doze) meses anteriores à
monstrações financeiras da empresa pública ou da sociedade de nomeação para o Comitê:
economia mista; a) diretor, empregado ou membro do conselho fiscal da em-
IV - monitorar a qualidade e a integridade dos mecanismos presa pública ou sociedade de economia mista ou de sua contro-
de controle interno, das demonstrações financeiras e das infor- ladora, controlada, coligada ou sociedade em controle comum,
mações e medições divulgadas pela empresa pública ou pela so- direta ou indireta;
ciedade de economia mista; b) responsável técnico, diretor, gerente, supervisor ou
V - avaliar e monitorar exposições de risco da empresa pú- qualquer outro integrante com função de gerência de equipe
blica ou da sociedade de economia mista, podendo requerer, envolvida nos trabalhos de auditoria na empresa pública ou so-
entre outras, informações detalhadas sobre políticas e procedi- ciedade de economia mista;
mentos referentes a: II - não ser cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o
a) remuneração da administração; segundo grau ou por adoção, das pessoas referidas no inciso I;
b) utilização de ativos da empresa pública ou da sociedade III - não receber qualquer outro tipo de remuneração da
de economia mista; empresa pública ou sociedade de economia mista ou de sua
c) gastos incorridos em nome da empresa pública ou da controladora, controlada, coligada ou sociedade em controle
sociedade de economia mista; comum, direta ou indireta, que não seja aquela relativa à função
VI - avaliar e monitorar, em conjunto com a administração de integrante do Comitê de Auditoria Estatutário;
e a área de auditoria interna, a adequação das transações com IV - não ser ou ter sido ocupante de cargo público efetivo,
partes relacionadas; ainda que licenciado, ou de cargo em comissão da pessoa jurídi-
VII - elaborar relatório anual com informações sobre as ca de direito público que exerça o controle acionário da empresa
atividades, os resultados, as conclusões e as recomendações pública ou sociedade de economia mista, nos 12 (doze) meses
do Comitê de Auditoria Estatutário, registrando, se houver, as anteriores à nomeação para o Comitê de Auditoria Estatutário.
divergências significativas entre administração, auditoria inde- § 2º Ao menos 1 (um) dos membros do Comitê de Audito-
pendente e Comitê de Auditoria Estatutário em relação às de- ria Estatutário deve ter reconhecida experiência em assuntos de
monstrações financeiras; contabilidade societária.
VIII - avaliar a razoabilidade dos parâmetros em que se fun- § 3º O atendimento às previsões deste artigo deve ser com-
damentam os cálculos atuariais, bem como o resultado atuarial provado por meio de documentação mantida na sede da empre-
dos planos de benefícios mantidos pelo fundo de pensão, quan- sa pública ou sociedade de economia mista pelo prazo mínimo
do a empresa pública ou a sociedade de economia mista for pa- de 5 (cinco) anos, contado a partir do último dia de mandato do
trocinadora de entidade fechada de previdência complementar. membro do Comitê de Auditoria Estatutário.
§ 2º O Comitê de Auditoria Estatutário deverá possuir meios
para receber denúncias, inclusive sigilosas, internas e externas SEÇÃO VIII
à empresa pública ou à sociedade de economia mista, em maté- DO CONSELHO FISCAL
rias relacionadas ao escopo de suas atividades.
§ 3º O Comitê de Auditoria Estatutário deverá se reunir Art. 26. Além das normas previstas nesta Lei, aplicam-se aos
quando necessário, no mínimo bimestralmente, de modo que membros do Conselho Fiscal da empresa pública e da sociedade
as informações contábeis sejam sempre apreciadas antes de sua de economia mista as disposições previstas na Lei nº 6.404, de
divulgação. 15 de dezembro de 1976 , relativas a seus poderes, deveres e
§ 4º A empresa pública e a sociedade de economia mista responsabilidades, a requisitos e impedimentos para investidura
deverão divulgar as atas das reuniões do Comitê de Auditoria e a remuneração, além de outras disposições estabelecidas na
Estatutário. referida Lei.
§ 5º Caso o Conselho de Administração considere que a di- § 1º Podem ser membros do Conselho Fiscal pessoas na-
vulgação da ata possa pôr em risco interesse legítimo da em- turais, residentes no País, com formação acadêmica compatível
presa pública ou da sociedade de economia mista, a empresa com o exercício da função e que tenham exercido, por prazo
pública ou a sociedade de economia mista divulgará apenas o mínimo de 3 (três) anos, cargo de direção ou assessoramento na
extrato das atas. administração pública ou cargo de conselheiro fiscal ou adminis-
§ 6º A restrição prevista no § 5º não será oponível aos ór- trador em empresa.
gãos de controle, que terão total e irrestrito acesso ao conteúdo § 2º O Conselho Fiscal contará com pelo menos 1 (um)
das atas do Comitê de Auditoria Estatutário, observada a trans- membro indicado pelo ente controlador, que deverá ser servidor
ferência de sigilo. público com vínculo permanente com a administração pública.
§ 7º O Comitê de Auditoria Estatutário deverá possuir
autonomia operacional e dotação orçamentária, anual ou por
projeto, dentro de limites aprovados pelo Conselho de Adminis-
tração, para conduzir ou determinar a realização de consultas,
avaliações e investigações dentro do escopo de suas atividades,
inclusive com a contratação e utilização de especialistas exter-
nos independentes.

202
LEGISLAÇÃO
CAPÍTULO III § 2º O convênio ou contrato de patrocínio celebrado com
DA FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA PÚBLICA E DA SOCIEDA- pessoas físicas ou jurídicas de que trata o § 3º do art. 27 obser-
DE DE ECONOMIA MISTA vará, no que couber, as normas de licitação e contratos desta
Lei.
Art. 27. A empresa pública e a sociedade de economia mista § 3º São as empresas públicas e as sociedades de economia
terão a função social de realização do interesse coletivo ou de mista dispensadas da observância dos dispositivos deste Capítu-
atendimento a imperativo da segurança nacional expressa no lo nas seguintes situações:
instrumento de autorização legal para a sua criação. I - comercialização, prestação ou execução, de forma direta,
§ 1º A realização do interesse coletivo de que trata este ar- pelas empresas mencionadas no caput , de produtos, serviços ou
tigo deverá ser orientada para o alcance do bem-estar econômi- obras especificamente relacionados com seus respectivos obje-
co e para a alocação socialmente eficiente dos recursos geridos tos sociais;
pela empresa pública e pela sociedade de economia mista, bem II - nos casos em que a escolha do parceiro esteja associa-
como para o seguinte: da a suas características particulares, vinculada a oportunidades
I - ampliação economicamente sustentada do acesso de de negócio definidas e específicas, justificada a inviabilidade de
consumidores aos produtos e serviços da empresa pública ou da procedimento competitivo.
sociedade de economia mista; § 4º Consideram-se oportunidades de negócio a que se re-
II - desenvolvimento ou emprego de tecnologia brasileira fere o inciso II do § 3º a formação e a extinção de parcerias e ou-
para produção e oferta de produtos e serviços da empresa pú- tras formas associativas, societárias ou contratuais, a aquisição
blica ou da sociedade de economia mista, sempre de maneira e a alienação de participação em sociedades e outras formas as-
economicamente justificada. sociativas, societárias ou contratuais e as operações realizadas
§ 2º A empresa pública e a sociedade de economia mista no âmbito do mercado de capitais, respeitada a regulação pelo
deverão, nos termos da lei, adotar práticas de sustentabilidade respectivo órgão competente.
ambiental e de responsabilidade social corporativa compatíveis Art. 29. É dispensável a realização de licitação por empresas
com o mercado em que atuam. públicas e sociedades de economia mista: (Vide Lei nº 14.002,
§ 3º A empresa pública e a sociedade de economia mista de 2020)
poderão celebrar convênio ou contrato de patrocínio com pes- I - para obras e serviços de engenharia de valor até R$
soa física ou com pessoa jurídica para promoção de atividades 100.000,00 (cem mil reais), desde que não se refiram a parcelas
culturais, sociais, esportivas, educacionais e de inovação tec- de uma mesma obra ou serviço ou ainda a obras e serviços de
nológica, desde que comprovadamente vinculadas ao fortaleci- mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas
mento de sua marca, observando-se, no que couber, as normas conjunta e concomitantemente;
de licitação e contratos desta Lei. II - para outros serviços e compras de valor até R$ 50.000,00
(cinquenta mil reais) e para alienações, nos casos previstos nes-
TÍTULO II ta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo servi-
DISPOSIÇÕES APLICÁVEIS ÀS EMPRESAS PÚBLICAS, ÀS SO- ço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizado
CIEDADES DE ECONOMIA MISTA E ÀS SUAS SUBSIDIÁRIAS de uma só vez;
QUE EXPLOREM ATIVIDADE ECONÔMICA DE PRODUÇÃO III - quando não acudirem interessados à licitação anterior
OU COMERCIALIZAÇÃO DE BENS OU DE PRESTAÇÃO DE e essa, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo
SERVIÇOS, AINDA QUE A ATIVIDADE ECONÔMICA ESTEJA para a empresa pública ou a sociedade de economia mista, bem
SUJEITA AO REGIME DE MONOPÓLIO DA UNIÃO OU SEJA como para suas respectivas subsidiárias, desde que mantidas as
DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS. condições preestabelecidas;
IV - quando as propostas apresentadas consignarem preços
CAPÍTULO I manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional
DAS LICITAÇÕES ou incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais compe-
tentes;
SEÇÃO I V - para a compra ou locação de imóvel destinado ao aten-
DA EXIGÊNCIA DE LICITAÇÃO E DOS CASOS DE DISPENSA E dimento de suas finalidades precípuas, quando as necessidades
DE INEXIGIBILIDADE de instalação e localização condicionarem a escolha do imóvel,
desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, se-
Art. 28. Os contratos com terceiros destinados à prestação gundo avaliação prévia;
de serviços às empresas públicas e às sociedades de economia VI - na contratação de remanescente de obra, de serviço ou
mista, inclusive de engenharia e de publicidade, à aquisição e de fornecimento, em consequência de rescisão contratual, des-
à locação de bens, à alienação de bens e ativos integrantes do de que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e
respectivo patrimônio ou à execução de obras a serem integra- aceitas as mesmas condições do contrato encerrado por rescisão
das a esse patrimônio, bem como à implementação de ônus real ou distrato, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;
sobre tais bens, serão precedidos de licitação nos termos desta VII - na contratação de instituição brasileira incumbida
Lei, ressalvadas as hipóteses previstas nos arts. 29 e 30. (Vide Lei regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do
nº 14.002, de 2020) desenvolvimento institucional ou de instituição dedicada à re-
§ 1º Aplicam-se às licitações das empresas públicas e das cuperação social do preso, desde que a contratada detenha in-
sociedades de economia mista as disposições constantes dos questionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucra-
arts. 42 a 49 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro tivos;
de 2006 .

203
LEGISLAÇÃO
VIII - para a aquisição de componentes ou peças de origem contrato nas condições ofertadas por estes, desde que o respec-
nacional ou estrangeira necessários à manutenção de equipa- tivo valor seja igual ou inferior ao orçamento estimado para a
mentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornece- contratação, inclusive quanto aos preços atualizados nos termos
dor original desses equipamentos, quando tal condição de exclu- do instrumento convocatório.
sividade for indispensável para a vigência da garantia; § 2º A contratação direta com base no inciso XV do caput
IX - na contratação de associação de pessoas com deficiên- não dispensará a responsabilização de quem, por ação ou omis-
cia física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, para são, tenha dado causa ao motivo ali descrito, inclusive no tocan-
a prestação de serviços ou fornecimento de mão de obra, des- te ao disposto na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 .
de que o preço contratado seja compatível com o praticado no § 3º Os valores estabelecidos nos incisos I e II do caput po-
mercado; dem ser alterados, para refletir a variação de custos, por delibe-
X - na contratação de concessionário, permissionário ou au- ração do Conselho de Administração da empresa pública ou so-
torizado para fornecimento ou suprimento de energia elétrica ciedade de economia mista, admitindo-se valores diferenciados
ou gás natural e de outras prestadoras de serviço público, se- para cada sociedade.
gundo as normas da legislação específica, desde que o objeto do Art. 30. A contratação direta será feita quando houver in-
contrato tenha pertinência com o serviço público. viabilidade de competição, em especial na hipótese de: (Vide Lei
XI - nas contratações entre empresas públicas ou socie- nº 14.002, de 2020)
dades de economia mista e suas respectivas subsidiárias, para I - aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só
aquisição ou alienação de bens e prestação ou obtenção de ser- possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante
viços, desde que os preços sejam compatíveis com os praticados comercial exclusivo;
no mercado e que o objeto do contrato tenha relação com a II - contratação dos seguintes serviços técnicos especializa-
atividade da contratada prevista em seu estatuto social; dos, com profissionais ou empresas de notória especialização,
XII - na contratação de coleta, processamento e comercia- vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulga-
lização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, ção:
em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por a) estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou
associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pes- executivos;
soas físicas de baixa renda que tenham como ocupação econô- b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
mica a coleta de materiais recicláveis, com o uso de equipamen- c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financei-
tos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde ras ou tributárias;
pública; d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou
XIII - para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou serviços;
prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta com- e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administra-
plexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de tivas;
comissão especialmente designada pelo dirigente máximo da f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
empresa pública ou da sociedade de economia mista; g) restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
XIV - nas contratações visando ao cumprimento do dispos- § 1º Considera-se de notória especialização o profissional
to nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2 de dezembro ou a empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, de-
de 2004 , observados os princípios gerais de contratação dela corrente de desempenho anterior, estudos, experiência, publi-
constantes; cações, organização, aparelhamento, equipe técnica ou outros
XV - em situações de emergência, quando caracterizada requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que
urgência de atendimento de situação que possa ocasionar pre- o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado
juízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, à plena satisfação do objeto do contrato.
equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somen- § 2º Na hipótese do caput e em qualquer dos casos de dis-
te para os bens necessários ao atendimento da situação emer- pensa, se comprovado, pelo órgão de controle externo, sobre-
gencial e para as parcelas de obras e serviços que possam ser preço ou superfaturamento, respondem solidariamente pelo
concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias con- dano causado quem houver decidido pela contratação direta e o
secutivos e ininterruptos, contado da ocorrência da emergência, fornecedor ou o prestador de serviços.
vedada a prorrogação dos respectivos contratos, observado o § 3º O processo de contratação direta será instruído, no
disposto no § 2º ; que couber, com os seguintes elementos:
XVI - na transferência de bens a órgãos e entidades da ad- I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa
ministração pública, inclusive quando efetivada mediante per- que justifique a dispensa, quando for o caso;
muta; II - razão da escolha do fornecedor ou do executante;
XVII - na doação de bens móveis para fins e usos de inte- III - justificativa do preço.
resse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência
socioeconômica relativamente à escolha de outra forma de alie- SEÇÃO II
nação; DISPOSIÇÕES DE CARÁTER GERAL SOBRE LICITAÇÕES E
XVIII - na compra e venda de ações, de títulos de crédito e CONTRATOS
de dívida e de bens que produzam ou comercializem. (Vide ADIN
5624) (Vide ADIN 5846) (Vide ADIN 5924) (Vide ADIN 6029) Art. 31. As licitações realizadas e os contratos celebrados
§ 1º Na hipótese de nenhum dos licitantes aceitar a con- por empresas públicas e sociedades de economia mista desti-
tratação nos termos do inciso VI do caput , a empresa pública e nam-se a assegurar a seleção da proposta mais vantajosa, inclu-
a sociedade de economia mista poderão convocar os licitantes sive no que se refere ao ciclo de vida do objeto, e a evitar ope-
remanescentes, na ordem de classificação, para a celebração do rações em que se caracterize sobrepreço ou superfaturamento,

204
LEGISLAÇÃO
devendo observar os princípios da impessoalidade, da morali- II - busca da maior vantagem competitiva para a empresa
dade, da igualdade, da publicidade, da eficiência, da probidade pública ou sociedade de economia mista, considerando custos e
administrativa, da economicidade, do desenvolvimento nacional benefícios, diretos e indiretos, de natureza econômica, social ou
sustentável, da vinculação ao instrumento convocatório, da ob- ambiental, inclusive os relativos à manutenção, ao desfazimento
tenção de competitividade e do julgamento objetivo. (Vide Lei de bens e resíduos, ao índice de depreciação econômica e a ou-
nº 14.002, de 2020) tros fatores de igual relevância;
§ 1º Para os fins do disposto no caput , considera-se que há: III - parcelamento do objeto, visando a ampliar a participa-
I - sobrepreço quando os preços orçados para a licitação ção de licitantes, sem perda de economia de escala, e desde que
ou os preços contratados são expressivamente superiores aos não atinja valores inferiores aos limites estabelecidos no art. 29,
preços referenciais de mercado, podendo referir-se ao valor uni- incisos I e II;
tário de um item, se a licitação ou a contratação for por preços IV - adoção preferencial da modalidade de licitação deno-
unitários de serviço, ou ao valor global do objeto, se a licitação minada pregão, instituída pela Lei nº 10.520, de 17 de julho de
ou a contratação for por preço global ou por empreitada; 2002 , para a aquisição de bens e serviços comuns, assim con-
II - superfaturamento quando houver dano ao patrimônio siderados aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade
da empresa pública ou da sociedade de economia mista caracte- possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de
rizado, por exemplo: especificações usuais no mercado;
a) pela medição de quantidades superiores às efetivamente V - observação da política de integridade nas transações
executadas ou fornecidas; com partes interessadas.
b) pela deficiência na execução de obras e serviços de en- § 1º As licitações e os contratos disciplinados por esta Lei
genharia que resulte em diminuição da qualidade, da vida útil devem respeitar, especialmente, as normas relativas à:
ou da segurança; I - disposição final ambientalmente adequada dos resíduos
c) por alterações no orçamento de obras e de serviços de sólidos gerados pelas obras contratadas;
engenharia que causem o desequilíbrio econômico-financeiro II - mitigação dos danos ambientais por meio de medidas
do contrato em favor do contratado; condicionantes e de compensação ambiental, que serão defini-
d) por outras alterações de cláusulas financeiras que gerem das no procedimento de licenciamento ambiental;
recebimentos contratuais antecipados, distorção do cronogra- III - utilização de produtos, equipamentos e serviços que,
ma físico-financeiro, prorrogação injustificada do prazo contra- comprovadamente, reduzam o consumo de energia e de recur-
tual com custos adicionais para a empresa pública ou a socieda- sos naturais;
de de economia mista ou reajuste irregular de preços. IV - avaliação de impactos de vizinhança, na forma da legis-
§ 2º O orçamento de referência do custo global de obras lação urbanística;
e serviços de engenharia deverá ser obtido a partir de custos V - proteção do patrimônio cultural, histórico, arqueológico
unitários de insumos ou serviços menores ou iguais à mediana e imaterial, inclusive por meio da avaliação do impacto direto
de seus correspondentes no Sistema Nacional de Pesquisa de ou indireto causado por investimentos realizados por empresas
Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi), no caso de cons- públicas e sociedades de economia mista;
trução civil em geral, ou no Sistema de Custos Referenciais de VI - acessibilidade para pessoas com deficiência ou com mo-
Obras (Sicro), no caso de obras e serviços rodoviários, devendo bilidade reduzida.
ser observadas as peculiaridades geográficas. § 2º A contratação a ser celebrada por empresa pública ou
§ 3º No caso de inviabilidade da definição dos custos conso- sociedade de economia mista da qual decorra impacto negati-
ante o disposto no § 2º, a estimativa de custo global poderá ser vo sobre bens do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e
apurada por meio da utilização de dados contidos em tabela de imaterial tombados dependerá de autorização da esfera de go-
referência formalmente aprovada por órgãos ou entidades da verno encarregada da proteção do respectivo patrimônio, de-
administração pública federal, em publicações técnicas especia- vendo o impacto ser compensado por meio de medidas determi-
lizadas, em banco de dados e sistema específico instituído para nadas pelo dirigente máximo da empresa pública ou sociedade
o setor ou em pesquisa de mercado. de economia mista, na forma da legislação aplicável.
§ 4º A empresa pública e a sociedade de economia mis- § 3º As licitações na modalidade de pregão, na forma ele-
ta poderão adotar procedimento de manifestação de interesse trônica, deverão ser realizadas exclusivamente em portais de
privado para o recebimento de propostas e projetos de empre- compras de acesso público na internet.
endimentos com vistas a atender necessidades previamente § 4º Nas licitações com etapa de lances, a empresa públi-
identificadas, cabendo a regulamento a definição de suas regras ca ou sociedade de economia mista disponibilizará ferramentas
específicas. eletrônicas para envio de lances pelos licitantes.
§ 5º Na hipótese a que se refere o § 4º, o autor ou financia- Art. 33. O objeto da licitação e do contrato dela decorrente
dor do projeto poderá participar da licitação para a execução do será definido de forma sucinta e clara no instrumento convoca-
empreendimento, podendo ser ressarcido pelos custos aprova- tório. (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
dos pela empresa pública ou sociedade de economia mista caso Art. 34. O valor estimado do contrato a ser celebrado pela
não vença o certame, desde que seja promovida a cessão de di- empresa pública ou pela sociedade de economia mista será sigi-
reitos de que trata o art. 80. loso, facultando-se à contratante, mediante justificação na fase
Art. 32. Nas licitações e contratos de que trata esta Lei se- de preparação prevista no inciso I do art. 51 desta Lei, conferir
rão observadas as seguintes diretrizes: (Vide Lei nº 14.002, de publicidade ao valor estimado do objeto da licitação, sem preju-
2020) ízo da divulgação do detalhamento dos quantitativos e das de-
I - padronização do objeto da contratação, dos instrumen- mais informações necessárias para a elaboração das propostas.
tos convocatórios e das minutas de contratos, de acordo com (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
normas internas específicas;

205
LEGISLAÇÃO
§ 1º Na hipótese em que for adotado o critério de julga- I - à contratação do próprio empregado ou dirigente, como
mento por maior desconto, a informação de que trata o caput pessoa física, bem como à participação dele em procedimentos
deste artigo constará do instrumento convocatório. licitatórios, na condição de licitante;
§ 2º No caso de julgamento por melhor técnica, o valor do II - a quem tenha relação de parentesco, até o terceiro grau
prêmio ou da remuneração será incluído no instrumento convo- civil, com:
catório. a) dirigente de empresa pública ou sociedade de economia
§ 3º A informação relativa ao valor estimado do objeto da mista;
licitação, ainda que tenha caráter sigiloso, será disponibilizada a b) empregado de empresa pública ou sociedade de econo-
órgãos de controle externo e interno, devendo a empresa públi- mia mista cujas atribuições envolvam a atuação na área respon-
ca ou a sociedade de economia mista registrar em documento sável pela licitação ou contratação;
formal sua disponibilização aos órgãos de controle, sempre que c) autoridade do ente público a que a empresa pública ou
solicitado. sociedade de economia mista esteja vinculada.
§ 4º (VETADO). III - cujo proprietário, mesmo na condição de sócio, tenha
Art. 35. Observado o disposto no art. 34, o conteúdo da terminado seu prazo de gestão ou rompido seu vínculo com a
proposta, quando adotado o modo de disputa fechado e até sua respectiva empresa pública ou sociedade de economia mista
abertura, os atos e os procedimentos praticados em decorrência promotora da licitação ou contratante há menos de 6 (seis) me-
desta Lei submetem-se à legislação que regula o acesso dos ci- ses.
dadãos às informações detidas pela administração pública, par- Art. 39. Os procedimentos licitatórios, a pré-qualificação
ticularmente aos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de e os contratos disciplinados por esta Lei serão divulgados em
2011 . (Vide Lei nº 14.002, de 2020) portal específico mantido pela empresa pública ou sociedade de
Art. 36. A empresa pública e a sociedade de economia mista economia mista na internet, devendo ser adotados os seguintes
poderão promover a pré-qualificação de seus fornecedores ou prazos mínimos para apresentação de propostas ou lances, con-
produtos, nos termos do art. 64. (Vide Lei nº 14.002, de 2020) tados a partir da divulgação do instrumento convocatório: (Vide
Art. 37. A empresa pública e a sociedade de economia mista Lei nº 14.002, de 2020)
deverão informar os dados relativos às sanções por elas aplica- I - para aquisição de bens:
das aos contratados, nos termos definidos no art. 83, de forma a) 5 (cinco) dias úteis, quando adotado como critério de
a manter atualizado o cadastro de empresas inidôneas de que julgamento o menor preço ou o maior desconto;
trata o art. 23 da Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013 . (Vide b) 10 (dez) dias úteis, nas demais hipóteses;
Lei nº 14.002, de 2020) II - para contratação de obras e serviços:
§ 1º O fornecedor incluído no cadastro referido no caput a) 15 (quinze) dias úteis, quando adotado como critério de
não poderá disputar licitação ou participar, direta ou indireta- julgamento o menor preço ou o maior desconto;
mente, da execução de contrato. b) 30 (trinta) dias úteis, nas demais hipóteses;
§ 2º Serão excluídos do cadastro referido no caput , a qual- III - no mínimo 45 (quarenta e cinco) dias úteis para licitação
quer tempo, fornecedores que demonstrarem a superação dos em que se adote como critério de julgamento a melhor técnica
motivos que deram causa à restrição contra eles promovida. ou a melhor combinação de técnica e preço, bem como para
Art. 38. Estará impedida de participar de licitações e de licitação em que haja contratação semi-integrada ou integrada.
ser contratada pela empresa pública ou sociedade de economia Parágrafo único. As modificações promovidas no instrumen-
mista a empresa: (Vide Lei nº 14.002, de 2020) to convocatório serão objeto de divulgação nos mesmos termos
I - cujo administrador ou sócio detentor de mais de 5% e prazos dos atos e procedimentos originais, exceto quando a
(cinco por cento) do capital social seja diretor ou empregado da alteração não afetar a preparação das propostas.
empresa pública ou sociedade de economia mista contratante; Art. 40. As empresas públicas e as sociedades de economia
II - suspensa pela empresa pública ou sociedade de econo- mista deverão publicar e manter atualizado regulamento inter-
mia mista; no de licitações e contratos, compatível com o disposto nesta
III - declarada inidônea pela União, por Estado, pelo Dis- Lei, especialmente quanto a: (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
trito Federal ou pela unidade federativa a que está vinculada I - glossário de expressões técnicas;
a empresa pública ou sociedade de economia mista, enquanto II - cadastro de fornecedores;
perdurarem os efeitos da sanção; III - minutas-padrão de editais e contratos;
IV - constituída por sócio de empresa que estiver suspensa, IV - procedimentos de licitação e contratação direta;
impedida ou declarada inidônea; V - tramitação de recursos;
V - cujo administrador seja sócio de empresa suspensa, im- VI - formalização de contratos;
pedida ou declarada inidônea; VII - gestão e fiscalização de contratos;
VI - constituída por sócio que tenha sido sócio ou adminis- VIII - aplicação de penalidades;
trador de empresa suspensa, impedida ou declarada inidônea, IX - recebimento do objeto do contrato.
no período dos fatos que deram ensejo à sanção; Art. 41. Aplicam-se às licitações e contratos regidos por esta
VII - cujo administrador tenha sido sócio ou administrador Lei as normas de direito penal contidas nos arts. 89 a 99 da Lei
de empresa suspensa, impedida ou declarada inidônea, no perí- nº 8.666, de 21 de junho de 1993 . (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
odo dos fatos que deram ensejo à sanção;
VIII - que tiver, nos seus quadros de diretoria, pessoa que
participou, em razão de vínculo de mesma natureza, de empresa
declarada inidônea.
Parágrafo único. Aplica-se a vedação prevista no caput :

206
LEGISLAÇÃO
SEÇÃO III a) desenvolvimento da solução escolhida, de forma a forne-
DAS NORMAS ESPECÍFICAS PARA OBRAS E SERVIÇOS cer visão global da obra e a identificar todos os seus elementos
constitutivos com clareza;
Art. 42. Na licitação e na contratação de obras e serviços por b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente
empresas públicas e sociedades de economia mista, serão ob- detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformula-
servadas as seguintes definições: (Vide Lei nº 14.002, de 2020) ção ou de variantes durante as fases de elaboração do projeto
I - empreitada por preço unitário: contratação por preço executivo e de realização das obras e montagem;
certo de unidades determinadas; c) identificação dos tipos de serviços a executar e de mate-
II - empreitada por preço global: contratação por preço cer- riais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas espe-
to e total; cificações, de modo a assegurar os melhores resultados para o
III - tarefa: contratação de mão de obra para pequenos tra- empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua
balhos por preço certo, com ou sem fornecimento de material; execução;
IV - empreitada integral: contratação de empreendimento d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de
em sua integralidade, com todas as etapas de obras, serviços e métodos construtivos, instalações provisórias e condições orga-
instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contra- nizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para
tada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada a sua execução;
em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão
utilização em condições de segurança estrutural e operacional da obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de su-
e com as características adequadas às finalidades para as quais primentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários
foi contratada; em cada caso;
V - contratação semi-integrada: contratação que envolve a f) (VETADO);
elaboração e o desenvolvimento do projeto executivo, a execu- IX - projeto executivo: conjunto dos elementos necessários
ção de obras e serviços de engenharia, a montagem, a realização e suficientes à execução completa da obra, de acordo com as
de testes, a pré-operação e as demais operações necessárias e normas técnicas pertinentes;
suficientes para a entrega final do objeto, de acordo com o esta- X - matriz de riscos: cláusula contratual definidora de riscos
belecido nos §§ 1º e 3º deste artigo; e responsabilidades entre as partes e caracterizadora do equi-
VI - contratação integrada: contratação que envolve a ela- líbrio econômico-financeiro inicial do contrato, em termos de
boração e o desenvolvimento dos projetos básico e executivo, ônus financeiro decorrente de eventos supervenientes à contra-
a execução de obras e serviços de engenharia, a montagem, a tação, contendo, no mínimo, as seguintes informações:
realização de testes, a pré-operação e as demais operações ne- a) listagem de possíveis eventos supervenientes à assinatu-
cessárias e suficientes para a entrega final do objeto, de acordo ra do contrato, impactantes no equilíbrio econômico-financeiro
com o estabelecido nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo; da avença, e previsão de eventual necessidade de prolação de
VII - anteprojeto de engenharia: peça técnica com todos os termo aditivo quando de sua ocorrência;
elementos de contornos necessários e fundamentais à elabora- b) estabelecimento preciso das frações do objeto em que
ção do projeto básico, devendo conter minimamente os seguin- haverá liberdade das contratadas para inovar em soluções me-
tes elementos: todológicas ou tecnológicas, em obrigações de resultado, em
a) demonstração e justificativa do programa de necessida- termos de modificação das soluções previamente delineadas no
des, visão global dos investimentos e definições relacionadas ao anteprojeto ou no projeto básico da licitação;
nível de serviço desejado; c) estabelecimento preciso das frações do objeto em que
b) condições de solidez, segurança e durabilidade e prazo não haverá liberdade das contratadas para inovar em soluções
de entrega; metodológicas ou tecnológicas, em obrigações de meio, deven-
c) estética do projeto arquitetônico; do haver obrigação de identidade entre a execução e a solução
d) parâmetros de adequação ao interesse público, à eco- pré-definida no anteprojeto ou no projeto básico da licitação.
nomia na utilização, à facilidade na execução, aos impactos am- § 1º As contratações semi-integradas e integradas referi-
bientais e à acessibilidade; das, respectivamente, nos incisos V e VI do caput deste artigo
e) concepção da obra ou do serviço de engenharia; restringir-se-ão a obras e serviços de engenharia e observarão
f) projetos anteriores ou estudos preliminares que embasa- os seguintes requisitos:
ram a concepção adotada; I - o instrumento convocatório deverá conter:
g) levantamento topográfico e cadastral; a) anteprojeto de engenharia, no caso de contratação inte-
h) pareceres de sondagem; grada, com elementos técnicos que permitam a caracterização
i) memorial descritivo dos elementos da edificação, dos da obra ou do serviço e a elaboração e comparação, de forma
componentes construtivos e dos materiais de construção, de isonômica, das propostas a serem ofertadas pelos particulares;
forma a estabelecer padrões mínimos para a contratação; b) projeto básico, nos casos de empreitada por preço unitá-
VIII - projeto básico: conjunto de elementos necessários e rio, de empreitada por preço global, de empreitada integral e de
suficientes, com nível de precisão adequado, para, observado o contratação semi-integrada, nos termos definidos neste artigo;
disposto no § 3º, caracterizar a obra ou o serviço, ou o complexo c) documento técnico, com definição precisa das frações
de obras ou de serviços objeto da licitação, elaborado com base do empreendimento em que haverá liberdade de as contratadas
nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegu- inovarem em soluções metodológicas ou tecnológicas, seja em
re a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto termos de modificação das soluções previamente delineadas no
ambiental do empreendimento e que possibilite a avaliação do anteprojeto ou no projeto básico da licitação, seja em termos de
custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, detalhamento dos sistemas e procedimentos construtivos pre-
devendo conter os seguintes elementos: vistos nessas peças técnicas;

207
LEGISLAÇÃO
d) matriz de riscos; IV - empreitada integral, nos casos em que o contratante
II - o valor estimado do objeto a ser licitado será calculado necessite receber o empreendimento, normalmente de alta
com base em valores de mercado, em valores pagos pela admi- complexidade, em condição de operação imediata;
nistração pública em serviços e obras similares ou em avaliação V - contratação semi-integrada, quando for possível definir
do custo global da obra, aferido mediante orçamento sintético previamente no projeto básico as quantidades dos serviços a se-
ou metodologia expedita ou paramétrica; rem posteriormente executados na fase contratual, em obra ou
III - o critério de julgamento a ser adotado será o de menor serviço de engenharia que possa ser executado com diferentes
preço ou de melhor combinação de técnica e preço, pontuando- metodologias ou tecnologias;
-se na avaliação técnica as vantagens e os benefícios que even- VI - contratação integrada, quando a obra ou o serviço de
tualmente forem oferecidos para cada produto ou solução; engenharia for de natureza predominantemente intelectual e de
IV - na contratação semi-integrada, o projeto básico poderá inovação tecnológica do objeto licitado ou puder ser executado
ser alterado, desde que demonstrada a superioridade das inova- com diferentes metodologias ou tecnologias de domínio restrito
ções em termos de redução de custos, de aumento da qualida- no mercado.
de, de redução do prazo de execução e de facilidade de manu- § 1º Serão obrigatoriamente precedidas pela elaboração de
tenção ou operação. projeto básico, disponível para exame de qualquer interessado,
§ 2º No caso dos orçamentos das contratações integradas: as licitações para a contratação de obras e serviços, com exce-
I - sempre que o anteprojeto da licitação, por seus elemen- ção daquelas em que for adotado o regime previsto no inciso VI
tos mínimos, assim o permitir, as estimativas de preço devem se do caput deste artigo.
basear em orçamento tão detalhado quanto possível, devendo a § 2º É vedada a execução, sem projeto executivo, de obras
utilização de estimativas paramétricas e a avaliação aproximada e serviços de engenharia.
baseada em outras obras similares ser realizadas somente nas Art. 44. É vedada a participação direta ou indireta nas licita-
frações do empreendimento não suficientemente detalhadas no ções para obras e serviços de engenharia de que trata esta Lei:
anteprojeto da licitação, exigindo-se das contratadas, no míni- (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
mo, o mesmo nível de detalhamento em seus demonstrativos I - de pessoa física ou jurídica que tenha elaborado o ante-
de formação de preços; projeto ou o projeto básico da licitação;
II - quando utilizada metodologia expedita ou paramétri- II - de pessoa jurídica que participar de consórcio respon-
ca para abalizar o valor do empreendimento ou de fração dele, sável pela elaboração do anteprojeto ou do projeto básico da
consideradas as disposições do inciso I, entre 2 (duas) ou mais licitação;
técnicas estimativas possíveis, deve ser utilizada nas estimati- III - de pessoa jurídica da qual o autor do anteprojeto ou
vas de preço-base a que viabilize a maior precisão orçamentária, do projeto básico da licitação seja administrador, controlador,
exigindo-se das licitantes, no mínimo, o mesmo nível de detalha- gerente, responsável técnico, subcontratado ou sócio, neste úl-
mento na motivação dos respectivos preços ofertados. timo caso quando a participação superar 5% (cinco por cento)
§ 3º Nas contratações integradas ou semi-integradas, os do capital votante.
riscos decorrentes de fatos supervenientes à contratação asso- § 1º A elaboração do projeto executivo constituirá encargo
ciados à escolha da solução de projeto básico pela contratante do contratado, consoante preço previamente fixado pela em-
deverão ser alocados como de sua responsabilidade na matriz presa pública ou pela sociedade de economia mista.
de riscos. § 2º É permitida a participação das pessoas jurídicas e da
§ 4º No caso de licitação de obras e serviços de engenharia, pessoa física de que tratam os incisos II e III do caput deste ar-
as empresas públicas e as sociedades de economia mista abran- tigo em licitação ou em execução de contrato, como consultor
gidas por esta Lei deverão utilizar a contratação semi-integrada, ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou gerencia-
prevista no inciso V do caput , cabendo a elas a elaboração ou mento, exclusivamente a serviço da empresa pública e da socie-
a contratação do projeto básico antes da licitação de que trata dade de economia mista interessadas.
este parágrafo, podendo ser utilizadas outras modalidades pre- § 3º Para fins do disposto no caput , considera-se parti-
vistas nos incisos do caput deste artigo, desde que essa opção cipação indireta a existência de vínculos de natureza técnica,
seja devidamente justificada. comercial, econômica, financeira ou trabalhista entre o autor
§ 5º Para fins do previsto na parte final do § 4º, não será do projeto básico, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou res-
admitida, por parte da empresa pública ou da sociedade de eco- ponsável pelos serviços, fornecimentos e obras, incluindo-se os
nomia mista, como justificativa para a adoção da modalidade de fornecimentos de bens e serviços a estes necessários.
contratação integrada, a ausência de projeto básico. § 4º O disposto no § 3º deste artigo aplica-se a empregados
Art. 43. Os contratos destinados à execução de obras e ser- incumbidos de levar a efeito atos e procedimentos realizados
viços de engenharia admitirão os seguintes regimes: (Vide Lei nº pela empresa pública e pela sociedade de economia mista no
14.002, de 2020) curso da licitação.
I - empreitada por preço unitário, nos casos em que os ob- Art. 45. Na contratação de obras e serviços, inclusive de en-
jetos, por sua natureza, possuam imprecisão inerente de quanti- genharia, poderá ser estabelecida remuneração variável vincula-
tativos em seus itens orçamentários; da ao desempenho do contratado, com base em metas, padrões
II - empreitada por preço global, quando for possível definir de qualidade, critérios de sustentabilidade ambiental e prazos
previamente no projeto básico, com boa margem de precisão, de entrega definidos no instrumento convocatório e no contra-
as quantidades dos serviços a serem posteriormente executados to. (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
na fase contratual; Parágrafo único. A utilização da remuneração variável res-
III - contratação por tarefa, em contratações de profissio- peitará o limite orçamentário fixado pela empresa pública ou
nais autônomos ou de pequenas empresas para realização de pela sociedade de economia mista para a respectiva contrata-
serviços técnicos comuns e de curta duração; ção.

208
LEGISLAÇÃO
Art. 46. Mediante justificativa expressa e desde que não SEÇÃO VI
implique perda de economia de escala, poderá ser celebrado DO PROCEDIMENTO DE LICITAÇÃO
mais de um contrato para executar serviço de mesma natureza
quando o objeto da contratação puder ser executado de forma Art. 51. As licitações de que trata esta Lei observarão a se-
concorrente e simultânea por mais de um contratado. (Vide Lei guinte sequência de fases: (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
nº 14.002, de 2020) I - preparação;
§ 1º Na hipótese prevista no caput deste artigo, será man- II - divulgação;
tido controle individualizado da execução do objeto contratual III - apresentação de lances ou propostas, conforme o modo
relativamente a cada um dos contratados. de disputa adotado;
§ 2º (VETADO). IV - julgamento;
V - verificação de efetividade dos lances ou propostas;
SEÇÃO IV VI - negociação;
DAS NORMAS ESPECÍFICAS PARA AQUISIÇÃO DE BENS VII - habilitação;
VIII - interposição de recursos;
Art. 47. A empresa pública e a sociedade de economia mis- IX - adjudicação do objeto;
ta, na licitação para aquisição de bens, poderão: (Vide Lei nº X - homologação do resultado ou revogação do procedi-
14.002, de 2020) mento.
I - indicar marca ou modelo, nas seguintes hipóteses: § 1º A fase de que trata o inciso VII do caput poderá, ex-
a) em decorrência da necessidade de padronização do ob- cepcionalmente, anteceder as referidas nos incisos III a VI do
jeto; caput , desde que expressamente previsto no instrumento con-
b) quando determinada marca ou modelo comercializado vocatório.
por mais de um fornecedor constituir o único capaz de atender § 2º Os atos e procedimentos decorrentes das fases enu-
o objeto do contrato; meradas no caput praticados por empresas públicas, por socie-
c) quando for necessária, para compreensão do objeto, a dades de economia mista e por licitantes serão efetivados pre-
identificação de determinada marca ou modelo apto a servir ferencialmente por meio eletrônico, nos termos definidos pelo
como referência, situação em que será obrigatório o acréscimo instrumento convocatório, devendo os avisos contendo os resu-
da expressão “ou similar ou de melhor qualidade”; mos dos editais das licitações e contratos abrangidos por esta
II - exigir amostra do bem no procedimento de pré-qualifi- Lei ser previamente publicados no Diário Oficial da União, do
cação e na fase de julgamento das propostas ou de lances, desde Estado ou do Município e na internet.
que justificada a necessidade de sua apresentação;
Art. 52. Poderão ser adotados os modos de disputa aberto
III - solicitar a certificação da qualidade do produto ou do
ou fechado, ou, quando o objeto da licitação puder ser parcela-
processo de fabricação, inclusive sob o aspecto ambiental, por
do, a combinação de ambos, observado o disposto no inciso III
instituição previamente credenciada.
do art. 32 desta Lei. (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
Parágrafo único. O edital poderá exigir, como condição de
§ 1º No modo de disputa aberto, os licitantes apresentarão
aceitabilidade da proposta, a adequação às normas da Associa-
lances públicos e sucessivos, crescentes ou decrescentes, con-
ção Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ou a certificação da
forme o critério de julgamento adotado.
qualidade do produto por instituição credenciada pelo Sistema
§ 2º No modo de disputa fechado, as propostas apresenta-
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
das pelos licitantes serão sigilosas até a data e a hora designadas
(Sinmetro) .
Art. 48. Será dada publicidade, com periodicidade mínima para que sejam divulgadas.
semestral, em sítio eletrônico oficial na internet de acesso irres- Art. 53. Quando for adotado o modo de disputa aberto, po-
trito, à relação das aquisições de bens efetivadas pelas empresas derão ser admitidos: (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
públicas e pelas sociedades de economia mista, compreendidas I - a apresentação de lances intermediários;
as seguintes informações: (Vide Lei nº 14.002, de 2020) II - o reinício da disputa aberta, após a definição do melhor
I - identificação do bem comprado, de seu preço unitário e lance, para definição das demais colocações, quando existir di-
da quantidade adquirida; ferença de pelo menos 10% (dez por cento) entre o melhor lance
II - nome do fornecedor; e o subsequente.
III - valor total de cada aquisição. Parágrafo único. Consideram-se intermediários os lances:
I - iguais ou inferiores ao maior já ofertado, quando adota-
SEÇÃO V do o julgamento pelo critério da maior oferta;
DAS NORMAS ESPECÍFICAS PARA ALIENAÇÃO DE BENS II - iguais ou superiores ao menor já ofertado, quando ado-
tados os demais critérios de julgamento.
Art. 49. A alienação de bens por empresas públicas e por Art. 54. Poderão ser utilizados os seguintes critérios de jul-
sociedades de economia mista será precedida de: (Vide Lei nº gamento: (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
14.002, de 2020) I - menor preço;
I - avaliação formal do bem contemplado, ressalvadas as II - maior desconto;
hipóteses previstas nos incisos XVI a XVIII do art. 29; III - melhor combinação de técnica e preço;
II - licitação, ressalvado o previsto no § 3º do art. 28. IV - melhor técnica;
Art. 50. Estendem-se à atribuição de ônus real a bens inte- V - melhor conteúdo artístico;
grantes do acervo patrimonial de empresas públicas e de socie- VI - maior oferta de preço;
dades de economia mista as normas desta Lei aplicáveis à sua VII - maior retorno econômico;
alienação, inclusive em relação às hipóteses de dispensa e de VIII - melhor destinação de bens alienados.
inexigibilidade de licitação. (Vide Lei nº 14.002, de 2020)

209
LEGISLAÇÃO
§ 1º Os critérios de julgamento serão expressamente identi- V - não tenham sua exequibilidade demonstrada, quando
ficados no instrumento convocatório e poderão ser combinados exigido pela empresa pública ou pela sociedade de economia
na hipótese de parcelamento do objeto, observado o disposto mista;
no inciso III do art. 32. VI - apresentem desconformidade com outras exigências do
§ 2º Na hipótese de adoção dos critérios referidos nos inci- instrumento convocatório, salvo se for possível a acomodação a
sos III, IV, V e VII do caput deste artigo, o julgamento das propos- seus termos antes da adjudicação do objeto e sem que se preju-
tas será efetivado mediante o emprego de parâmetros específi- dique a atribuição de tratamento isonômico entre os licitantes.
cos, definidos no instrumento convocatório, destinados a limitar § 1º A verificação da efetividade dos lances ou propostas
a subjetividade do julgamento. poderá ser feita exclusivamente em relação aos lances e propos-
§ 3º Para efeito de julgamento, não serão consideradas tas mais bem classificados.
vantagens não previstas no instrumento convocatório. § 2º A empresa pública e a sociedade de economia mis-
§ 4º O critério previsto no inciso II do caput : ta poderão realizar diligências para aferir a exequibilidade das
I - terá como referência o preço global fixado no instru- propostas ou exigir dos licitantes que ela seja demonstrada, na
mento convocatório, estendendo-se o desconto oferecido nas forma do inciso V do caput .
propostas ou lances vencedores a eventuais termos aditivos; § 3º Nas licitações de obras e serviços de engenharia, consi-
II - no caso de obras e serviços de engenharia, o desconto deram-se inexequíveis as propostas com valores globais inferio-
incidirá de forma linear sobre a totalidade dos itens constantes res a 70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores:
do orçamento estimado, que deverá obrigatoriamente integrar I - média aritmética dos valores das propostas superiores a
o instrumento convocatório. 50% (cinquenta por cento) do valor do orçamento estimado pela
§ 5º Quando for utilizado o critério referido no inciso III do empresa pública ou sociedade de economia mista; ou
caput , a avaliação das propostas técnicas e de preço considera- II - valor do orçamento estimado pela empresa pública ou
rá o percentual de ponderação mais relevante, limitado a 70% sociedade de economia mista.
(setenta por cento). § 4º Para os demais objetos, para efeito de avaliação da
§ 6º Quando for utilizado o critério referido no inciso VII do exequibilidade ou de sobrepreço, deverão ser estabelecidos cri-
caput , os lances ou propostas terão o objetivo de proporcionar térios de aceitabilidade de preços que considerem o preço glo-
economia à empresa pública ou à sociedade de economia mista, bal, os quantitativos e os preços unitários, assim definidos no
por meio da redução de suas despesas correntes, remunerando- instrumento convocatório.
-se o licitante vencedor com base em percentual da economia Art. 57. Confirmada a efetividade do lance ou proposta que
de recursos gerada. obteve a primeira colocação na etapa de julgamento, ou que
§ 7º Na implementação do critério previsto no inciso VIII passe a ocupar essa posição em decorrência da desclassificação
do caput deste artigo, será obrigatoriamente considerada, nos de outra que tenha obtido colocação superior, a empresa públi-
termos do respectivo instrumento convocatório, a repercussão, ca e a sociedade de economia mista deverão negociar condições
no meio social, da finalidade para cujo atendimento o bem será mais vantajosas com quem o apresentou. (Vide Lei nº 14.002,
utilizado pelo adquirente. de 2020)
§ 8º O descumprimento da finalidade a que se refere o § 7º § 1º A negociação deverá ser feita com os demais licitantes,
deste artigo resultará na imediata restituição do bem alcançado segundo a ordem inicialmente estabelecida, quando o preço do
ao acervo patrimonial da empresa pública ou da sociedade de primeiro colocado, mesmo após a negociação, permanecer aci-
economia mista, vedado, nessa hipótese, o pagamento de inde- ma do orçamento estimado.
nização em favor do adquirente. § 2º (VETADO).
Art. 55. Em caso de empate entre 2 (duas) propostas, se- § 3º Se depois de adotada a providência referida no § 1º
rão utilizados, na ordem em que se encontram enumerados, os deste artigo não for obtido valor igual ou inferior ao orçamento
seguintes critérios de desempate: (Vide Lei nº 14.002, de 2020) estimado para a contratação, será revogada a licitação.
I - disputa final, em que os licitantes empatados poderão Art. 58. A habilitação será apreciada exclusivamente a par-
apresentar nova proposta fechada, em ato contínuo ao encerra- tir dos seguintes parâmetros: (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
mento da etapa de julgamento; I - exigência da apresentação de documentos aptos a com-
II - avaliação do desempenho contratual prévio dos licitan- provar a possibilidade da aquisição de direitos e da contração de
tes, desde que exista sistema objetivo de avaliação instituído; obrigações por parte do licitante;
III - os critérios estabelecidos no art. 3º da Lei nº 8.248, de II - qualificação técnica, restrita a parcelas do objeto técni-
23 de outubro de 1991 , e no § 2º do art. 3º da Lei nº 8.666, de ca ou economicamente relevantes, de acordo com parâmetros
21 de junho de 1993 ; estabelecidos de forma expressa no instrumento convocatório;
IV - sorteio. III - capacidade econômica e financeira;
Art. 56. Efetuado o julgamento dos lances ou propostas, IV - recolhimento de quantia a título de adiantamento, tra-
será promovida a verificação de sua efetividade, promovendo-se tando-se de licitações em que se utilize como critério de julga-
a desclassificação daqueles que: (Vide Lei nº 14.002, de 2020) mento a maior oferta de preço.
I - contenham vícios insanáveis; § 1º Quando o critério de julgamento utilizado for a maior
II - descumpram especificações técnicas constantes do ins- oferta de preço, os requisitos de qualificação técnica e de capa-
trumento convocatório; cidade econômica e financeira poderão ser dispensados.
III - apresentem preços manifestamente inexequíveis; § 2º Na hipótese do § 1º, reverterá a favor da empresa
IV - se encontrem acima do orçamento estimado para a pública ou da sociedade de economia mista o valor de quantia
contratação de que trata o § 1º do art. 57, ressalvada a hipótese eventualmente exigida no instrumento convocatório a título de
prevista no caput do art. 34 desta Lei; adiantamento, caso o licitante não efetue o restante do paga-
mento devido no prazo para tanto estipulado.

210
LEGISLAÇÃO
Art. 59. Salvo no caso de inversão de fases, o procedimento § 2º A empresa pública e a sociedade de economia mista
licitatório terá fase recursal única. (Vide Lei nº 14.002, de 2020) poderão restringir a participação em suas licitações a fornece-
§ 1º Os recursos serão apresentados no prazo de 5 (cinco) dores ou produtos pré-qualificados, nas condições estabelecidas
dias úteis após a habilitação e contemplarão, além dos atos pra- em regulamento.
ticados nessa fase, aqueles praticados em decorrência do dis- § 3º A pré-qualificação poderá ser efetuada nos grupos ou
posto nos incisos IV e V do caput do art. 51 desta Lei. segmentos, segundo as especialidades dos fornecedores.
§ 2º Na hipótese de inversão de fases, o prazo referido no § § 4º A pré-qualificação poderá ser parcial ou total, con-
1º será aberto após a habilitação e após o encerramento da fase tendo alguns ou todos os requisitos de habilitação ou técnicos
prevista no inciso V do caput do art. 51, abrangendo o segundo necessários à contratação, assegurada, em qualquer hipótese, a
prazo também atos decorrentes da fase referida no inciso IV do igualdade de condições entre os concorrentes.
caput do art. 51 desta Lei. § 5º A pré-qualificação terá validade de 1 (um) ano, no má-
Art. 60. A homologação do resultado implica a constituição ximo, podendo ser atualizada a qualquer tempo.
de direito relativo à celebração do contrato em favor do licitante § 6º Na pré-qualificação aberta de produtos, poderá ser exi-
vencedor. (Vide Lei nº 14.002, de 2020) gida a comprovação de qualidade.
Art. 61. A empresa pública e a sociedade de economia mista § 7º É obrigatória a divulgação dos produtos e dos interes-
não poderão celebrar contrato com preterição da ordem de clas- sados que forem pré-qualificados.
sificação das propostas ou com terceiros estranhos à licitação. Art. 65. Os registros cadastrais poderão ser mantidos para
(Vide Lei nº 14.002, de 2020) efeito de habilitação dos inscritos em procedimentos licitatórios
Art. 62. Além das hipóteses previstas no § 3º do art. 57 des- e serão válidos por 1 (um) ano, no máximo, podendo ser atuali-
ta Lei e no inciso II do § 2º do art. 75 desta Lei, quem dispuser zados a qualquer tempo. (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
de competência para homologação do resultado poderá revogar § 1º Os registros cadastrais serão amplamente divulgados
a licitação por razões de interesse público decorrentes de fato e ficarão permanentemente abertos para a inscrição de interes-
superveniente que constitua óbice manifesto e incontornável, sados.
ou anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de ter- § 2º Os inscritos serão admitidos segundo requisitos previs-
ceiros, salvo quando for viável a convalidação do ato ou do pro- tos em regulamento.
cedimento viciado. (Vide Lei nº 14.002, de 2020) § 3º A atuação do licitante no cumprimento de obrigações
§ 1º A anulação da licitação por motivo de ilegalidade não assumidas será anotada no respectivo registro cadastral.
gera obrigação de indenizar, observado o disposto no § 2º deste § 4º A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou
artigo. cancelado o registro do inscrito que deixar de satisfazer as exi-
§ 2º A nulidade da licitação induz à do contrato. gências estabelecidas para habilitação ou para admissão cadas-
§ 3º Depois de iniciada a fase de apresentação de lances ou tral.
propostas, referida no inciso III do caput do art. 51 desta Lei, a Art. 66. O Sistema de Registro de Preços especificamente
revogação ou a anulação da licitação somente será efetivada de- destinado às licitações de que trata esta Lei reger-se-á pelo dis-
pois de se conceder aos licitantes que manifestem interesse em posto em decreto do Poder Executivo e pelas seguintes disposi-
contestar o respectivo ato prazo apto a lhes assegurar o exercí- ções: (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
cio do direito ao contraditório e à ampla defesa. § 1º Poderá aderir ao sistema referido no caput qualquer
§ 4º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo apli- órgão ou entidade responsável pela execução das atividades
ca-se, no que couber, aos atos por meio dos quais se determine contempladas no art. 1º desta Lei.
a contratação direta. § 2º O registro de preços observará, entre outras, as seguin-
tes condições:
SEÇÃO VII I - efetivação prévia de ampla pesquisa de mercado;
DOS PROCEDIMENTOS AUXILIARES DAS LICITAÇÕES II - seleção de acordo com os procedimentos previstos em
regulamento;
Art. 63. São procedimentos auxiliares das licitações regidas III - desenvolvimento obrigatório de rotina de controle e
por esta Lei: (Vide Lei nº 14.002, de 2020) atualização periódicos dos preços registrados;
I - pré-qualificação permanente; IV - definição da validade do registro;
II - cadastramento; V - inclusão, na respectiva ata, do registro dos licitantes que
III - sistema de registro de preços; aceitarem cotar os bens ou serviços com preços iguais ao do lici-
IV - catálogo eletrônico de padronização. tante vencedor na sequência da classificação do certame, assim
Parágrafo único. Os procedimentos de que trata o caput como dos licitantes que mantiverem suas propostas originais.
deste artigo obedecerão a critérios claros e objetivos definidos § 3º A existência de preços registrados não obriga a admi-
em regulamento. nistração pública a firmar os contratos que deles poderão advir,
Art. 64. Considera-se pré-qualificação permanente o proce- sendo facultada a realização de licitação específica, assegurada
dimento anterior à licitação destinado a identificar: (Vide Lei nº ao licitante registrado preferência em igualdade de condições.
14.002, de 2020) Art. 67. O catálogo eletrônico de padronização de compras,
I - fornecedores que reúnam condições de habilitação exi- serviços e obras consiste em sistema informatizado, de geren-
gidas para o fornecimento de bem ou a execução de serviço ou ciamento centralizado, destinado a permitir a padronização dos
obra nos prazos, locais e condições previamente estabelecidos; itens a serem adquiridos pela empresa pública ou sociedade de
II - bens que atendam às exigências técnicas e de qualidade economia mista que estarão disponíveis para a realização de li-
da administração pública. citação. (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
§ 1º O procedimento de pré-qualificação será público e per-
manentemente aberto à inscrição de qualquer interessado.

211
LEGISLAÇÃO
Parágrafo único. O catálogo referido no caput poderá ser § 2º A garantia a que se refere o caput não excederá a 5%
utilizado em licitações cujo critério de julgamento seja o menor (cinco por cento) do valor do contrato e terá seu valor atualizado
preço ou o maior desconto e conterá toda a documentação e nas mesmas condições nele estabelecidas, ressalvado o previsto
todos os procedimentos da fase interna da licitação, assim como no § 3º deste artigo.
as especificações dos respectivos objetos, conforme disposto § 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto
em regulamento. envolvendo complexidade técnica e riscos financeiros elevados,
o limite de garantia previsto no § 2º poderá ser elevado para até
CAPÍTULO II 10% (dez por cento) do valor do contrato.
DOS CONTRATOS § 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou
SEÇÃO I restituída após a execução do contrato, devendo ser atualizada
DA FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS monetariamente na hipótese do inciso I do § 1º deste artigo.
Art. 71. A duração dos contratos regidos por esta Lei não
Art. 68. Os contratos de que trata esta Lei regulam-se pelas excederá a 5 (cinco) anos, contados a partir de sua celebração,
suas cláusulas, pelo disposto nesta Lei e pelos preceitos de direi- exceto: (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
to privado. (Vide Lei nº 14.002, de 2020) I - para projetos contemplados no plano de negócios e in-
Art. 69. São cláusulas necessárias nos contratos disciplina- vestimentos da empresa pública ou da sociedade de economia
dos por esta Lei: (Vide Lei nº 14.002, de 2020) mista;
I - o objeto e seus elementos característicos; II - nos casos em que a pactuação por prazo superior a 5
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; (cinco) anos seja prática rotineira de mercado e a imposição
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, a desse prazo inviabilize ou onere excessivamente a realização do
data-base e a periodicidade do reajustamento de preços e os cri- negócio.
térios de atualização monetária entre a data do adimplemento Parágrafo único. É vedado o contrato por prazo indetermi-
das obrigações e a do efetivo pagamento; nado.
IV - os prazos de início de cada etapa de execução, de con- Art. 72. Os contratos regidos por esta Lei somente poderão
clusão, de entrega, de observação, quando for o caso, e de re- ser alterados por acordo entre as partes, vedando-se ajuste que
cebimento; resulte em violação da obrigação de licitar. (Vide Lei nº 14.002,
V - as garantias oferecidas para assegurar a plena execução de 2020)
do objeto contratual, quando exigidas, observado o disposto no Art. 73. A redução a termo do contrato poderá ser dispen-
art. 68; sada no caso de pequenas despesas de pronta entrega e paga-
VI - os direitos e as responsabilidades das partes, as tipifi- mento das quais não resultem obrigações futuras por parte da
cações das infrações e as respectivas penalidades e valores das empresa pública ou da sociedade de economia mista. (Vide Lei
multas; nº 14.002, de 2020)
VII - os casos de rescisão do contrato e os mecanismos para Parágrafo único. O disposto no caput não prejudicará o re-
alteração de seus termos; gistro contábil exaustivo dos valores despendidos e a exigência
VIII - a vinculação ao instrumento convocatório da respec- de recibo por parte dos respectivos destinatários.
tiva licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, bem Art. 74. É permitido a qualquer interessado o conhecimen-
como ao lance ou proposta do licitante vencedor; to dos termos do contrato e a obtenção de cópia autenticada
IX - a obrigação do contratado de manter, durante a execu- de seu inteiro teor ou de qualquer de suas partes, admitida a
ção do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele exigência de ressarcimento dos custos, nos termos previstos na
assumidas, as condições de habilitação e qualificação exigidas Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 . (Vide Lei nº 14.002,
no curso do procedimento licitatório; de 2020)
X - matriz de riscos. Art. 75. A empresa pública e a sociedade de economia mista
§ 1º (VETADO). convocarão o licitante vencedor ou o destinatário de contrata-
§ 2º Nos contratos decorrentes de licitações de obras ou ção com dispensa ou inexigibilidade de licitação para assinar o
serviços de engenharia em que tenha sido adotado o modo de termo de contrato, observados o prazo e as condições estabe-
disputa aberto, o contratado deverá reelaborar e apresentar à lecidos, sob pena de decadência do direito à contratação. (Vide
empresa pública ou à sociedade de economia mista e às suas Lei nº 14.002, de 2020)
respectivas subsidiárias, por meio eletrônico, as planilhas com § 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado 1 (uma)
indicação dos quantitativos e dos custos unitários, bem como vez, por igual período.
do detalhamento das Bonificações e Despesas Indiretas (BDI) e § 2º É facultado à empresa pública ou à sociedade de eco-
dos Encargos Sociais (ES), com os respectivos valores adequados nomia mista, quando o convocado não assinar o termo de con-
ao lance vencedor, para fins do disposto no inciso III do caput trato no prazo e nas condições estabelecidos:
deste artigo. I - convocar os licitantes remanescentes, na ordem de clas-
Art. 70. Poderá ser exigida prestação de garantia nas con- sificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições
tratações de obras, serviços e compras. (Vide Lei nº 14.002, de propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos pre-
2020) ços atualizados em conformidade com o instrumento convoca-
§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes mo- tório;
dalidades de garantia: II - revogar a licitação.
I - caução em dinheiro; Art. 76. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remo-
II - seguro-garantia; ver, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em
III - fiança bancária. parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios, de-
feitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais

212
LEGISLAÇÃO
empregados, e responderá por danos causados diretamente a III - quando conveniente a substituição da garantia de exe-
terceiros ou à empresa pública ou sociedade de economia mista, cução;
independentemente da comprovação de sua culpa ou dolo na IV - quando necessária a modificação do regime de execu-
execução do contrato. (Vide Lei nº 14.002, de 2020) ção da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento,
Art. 77. O contratado é responsável pelos encargos traba- em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos
lhistas, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato. contratuais originários;
(Vide Lei nº 14.002, de 2020) V - quando necessária a modificação da forma de pagamen-
§ 1º A inadimplência do contratado quanto aos encargos to, por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o
trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à empresa públi- valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento,
ca ou à sociedade de economia mista a responsabilidade por seu com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspon-
pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restrin- dente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de
gir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive pe- obra ou serviço;
rante o Registro de Imóveis. VI - para restabelecer a relação que as partes pactuaram
§ 2º (VETADO). inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da
Art. 78. O contratado, na execução do contrato, sem prejuí- administração para a justa remuneração da obra, serviço ou for-
zo das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontra- necimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-
tar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admi- -financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos
tido, em cada caso, pela empresa pública ou pela sociedade de imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculá-
economia mista, conforme previsto no edital do certame. (Vide veis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou,
Lei nº 14.002, de 2020) ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe,
§ 1º A empresa subcontratada deverá atender, em relação configurando álea econômica extraordinária e extracontratual.
ao objeto da subcontratação, as exigências de qualificação téc- § 1º O contratado poderá aceitar, nas mesmas condições
nica impostas ao licitante vencedor. contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas
§ 2º É vedada a subcontratação de empresa ou consórcio obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento)
que tenha participado: do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de
I - do procedimento licitatório do qual se originou a con- reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cin-
tratação; quenta por cento) para os seus acréscimos.
II - direta ou indiretamente, da elaboração de projeto bási- § 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os
co ou executivo. limites estabelecidos no § 1º, salvo as supressões resultantes de
§ 3º As empresas de prestação de serviços técnicos especia- acordo celebrado entre os contratantes.
lizados deverão garantir que os integrantes de seu corpo técnico § 3º Se no contrato não houverem sido contemplados pre-
executem pessoal e diretamente as obrigações a eles imputa- ços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados median-
das, quando a respectiva relação for apresentada em procedi- te acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos
mento licitatório ou em contratação direta. no § 1º.
Art. 79. Na hipótese do § 6º do art. 54, quando não for gera- § 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o
da a economia prevista no lance ou proposta, a diferença entre contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos
a economia contratada e a efetivamente obtida será descontada trabalhos, esses materiais deverão ser pagos pela empresa pú-
da remuneração do contratado. (Vide Lei nº 14.002, de 2020) blica ou sociedade de economia mista pelos custos de aquisição
Parágrafo único. Se a diferença entre a economia contrata- regularmente comprovados e monetariamente corrigidos, po-
da e a efetivamente obtida for superior à remuneração do con- dendo caber indenização por outros danos eventualmente de-
tratado, será aplicada a sanção prevista no contrato, nos termos correntes da supressão, desde que regularmente comprovados.
do inciso VI do caput do art. 69 desta Lei. § 5º A criação, a alteração ou a extinção de quaisquer tri-
Art. 80. Os direitos patrimoniais e autorais de projetos ou butos ou encargos legais, bem como a superveniência de dis-
serviços técnicos especializados desenvolvidos por profissionais posições legais, quando ocorridas após a data da apresentação
autônomos ou por empresas contratadas passam a ser proprie- da proposta, com comprovada repercussão nos preços contrata-
dade da empresa pública ou sociedade de economia mista que dos, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, con-
os tenha contratado, sem prejuízo da preservação da identifica- forme o caso.
ção dos respectivos autores e da responsabilidade técnica a eles § 6º Em havendo alteração do contrato que aumente os
atribuída. (Vide Lei nº 14.002, de 2020) encargos do contratado, a empresa pública ou a sociedade de
economia mista deverá restabelecer, por aditamento, o equilí-
SEÇÃO II brio econômico-financeiro inicial.
DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS § 7º A variação do valor contratual para fazer face ao rea-
juste de preços previsto no próprio contrato e as atualizações,
Art. 81. Os contratos celebrados nos regimes previstos nos compensações ou penalizações financeiras decorrentes das con-
incisos I a V do art. 43 contarão com cláusula que estabeleça a dições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de
possibilidade de alteração, por acordo entre as partes, nos se- dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu va-
guintes casos: (Vide Lei nº 14.002, de 2020) lor corrigido, não caracterizam alteração do contrato e podem
I - quando houver modificação do projeto ou das especifica- ser registrados por simples apostila, dispensada a celebração de
ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; aditamento.
II - quando necessária a modificação do valor contratual § 8º É vedada a celebração de aditivos decorrentes de even-
em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu tos supervenientes alocados, na matriz de riscos, como de res-
objeto, nos limites permitidos por esta Lei; ponsabilidade da contratada.

213
LEGISLAÇÃO
SEÇÃO III § 1º Para a realização da atividade fiscalizatória de que tra-
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS ta o caput , os órgãos de controle deverão ter acesso irrestrito
aos documentos e às informações necessários à realização dos
Art. 82. Os contratos devem conter cláusulas com sanções trabalhos, inclusive aqueles classificados como sigilosos pela
administrativas a serem aplicadas em decorrência de atraso in- empresa pública ou pela sociedade de economia mista, nos ter-
justificado na execução do contrato, sujeitando o contratado a mos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 .
multa de mora, na forma prevista no instrumento convocatório § 2º O grau de confidencialidade será atribuído pelas em-
ou no contrato. (Vide Lei nº 14.002, de 2020) presas públicas e sociedades de economia mista no ato de en-
§ 1º A multa a que alude este artigo não impede que a em- trega dos documentos e informações solicitados, tornando-se o
presa pública ou a sociedade de economia mista rescinda o con- órgão de controle com o qual foi compartilhada a informação
trato e aplique as outras sanções previstas nesta Lei. sigilosa corresponsável pela manutenção do seu sigilo.
§ 2º A multa, aplicada após regular processo administrati- § 3º Os atos de fiscalização e controle dispostos neste Capí-
vo, será descontada da garantia do respectivo contratado. tulo aplicar-se-ão, também, às empresas públicas e às socieda-
§ 3º Se a multa for de valor superior ao valor da garantia des de economia mista de caráter e constituição transnacional
prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela no que se refere aos atos de gestão e aplicação do capital nacio-
sua diferença, a qual será descontada dos pagamentos even- nal, independentemente de estarem incluídos ou não em seus
tualmente devidos pela empresa pública ou pela sociedade de respectivos atos e acordos constitutivos.
economia mista ou, ainda, quando for o caso, cobrada judicial- Art. 86. As informações das empresas públicas e das socie-
mente. dades de economia mista relativas a licitações e contratos, inclu-
Art. 83. Pela inexecução total ou parcial do contrato a em- sive aqueles referentes a bases de preços, constarão de bancos
presa pública ou a sociedade de economia mista poderá, garan- de dados eletrônicos atualizados e com acesso em tempo real
tida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções: aos órgãos de controle competentes.
(Vide Lei nº 14.002, de 2020) § 1º As demonstrações contábeis auditadas da empresa pú-
I - advertência; blica e da sociedade de economia mista serão disponibilizadas
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório no sítio eletrônico da empresa ou da sociedade na internet, in-
ou no contrato; clusive em formato eletrônico editável.
III - suspensão temporária de participação em licitação e § 2º As atas e demais expedientes oriundos de reuniões,
impedimento de contratar com a entidade sancionadora, por ordinárias ou extraordinárias, dos conselhos de administração
prazo não superior a 2 (dois) anos. ou fiscal das empresas públicas e das sociedades de economia
§ 1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia mista, inclusive gravações e filmagens, quando houver, deverão
prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela ser disponibilizados para os órgãos de controle sempre que soli-
sua diferença, que será descontada dos pagamentos eventual- citados, no âmbito dos trabalhos de auditoria.
mente devidos pela empresa pública ou pela sociedade de eco- § 3º O acesso dos órgãos de controle às informações referi-
nomia mista ou cobrada judicialmente. das no caput e no § 2º será restrito e individualizado.
§ 2º As sanções previstas nos incisos I e III do caput poderão § 4º As informações que sejam revestidas de sigilo bancá-
ser aplicadas juntamente com a do inciso II, devendo a defesa rio, estratégico, comercial ou industrial serão assim identifica-
prévia do interessado, no respectivo processo, ser apresentada das, respondendo o servidor administrativa, civil e penalmente
no prazo de 10 (dez) dias úteis. pelos danos causados à empresa pública ou à sociedade de eco-
Art. 84. As sanções previstas no inciso III do art. 83 poderão nomia mista e a seus acionistas em razão de eventual divulgação
também ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em indevida.
razão dos contratos regidos por esta Lei: (Vide Lei nº 14.002, de § 5º Os critérios para a definição do que deve ser considera-
2020) do sigilo estratégico, comercial ou industrial serão estabelecidos
I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, em regulamento.
por meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer Art. 87. O controle das despesas decorrentes dos contra-
tributos; tos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelos
II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os ob- órgãos do sistema de controle interno e pelo tribunal de contas
jetivos da licitação; competente, na forma da legislação pertinente, ficando as em-
III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar presas públicas e as sociedades de economia mista responsáveis
com a empresa pública ou a sociedade de economia mista em pela demonstração da legalidade e da regularidade da despesa e
virtude de atos ilícitos praticados. da execução, nos termos da Constituição.
§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital
CAPÍTULO III de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo
DA FISCALIZAÇÃO PELO ESTADO E PELA SOCIEDADE protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada
para a ocorrência do certame, devendo a entidade julgar e res-
Art. 85. Os órgãos de controle externo e interno das 3 (três) ponder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da
esferas de governo fiscalizarão as empresas públicas e as socie- faculdade prevista no § 2º.
dades de economia mista a elas relacionadas, inclusive aquelas § 2º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou ju-
domiciliadas no exterior, quanto à legitimidade, à economicida- rídica poderá representar ao tribunal de contas ou aos órgãos
de e à eficácia da aplicação de seus recursos, sob o ponto de integrantes do sistema de controle interno contra irregularida-
vista contábil, financeiro, operacional e patrimonial. des na aplicação desta Lei, para os fins do disposto neste artigo.

214
LEGISLAÇÃO
§ 3º Os tribunais de contas e os órgãos integrantes do siste- Art. 93. As despesas com publicidade e patrocínio da em-
ma de controle interno poderão solicitar para exame, a qualquer presa pública e da sociedade de economia mista não ultrapas-
tempo, documentos de natureza contábil, financeira, orçamen- sarão, em cada exercício, o limite de 0,5% (cinco décimos por
tária, patrimonial e operacional das empresas públicas, das so- cento) da receita operacional bruta do exercício anterior.
ciedades de economia mista e de suas subsidiárias no Brasil e no § 1º O limite disposto no caput poderá ser ampliado, até o
exterior, obrigando-se, os jurisdicionados, à adoção das medidas limite de 2% (dois por cento) da receita bruta do exercício ante-
corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem rior, por proposta da diretoria da empresa pública ou da socie-
determinadas. dade de economia mista justificada com base em parâmetros de
Art. 88. As empresas públicas e as sociedades de econo- mercado do setor específico de atuação da empresa ou da so-
mia mista deverão disponibilizar para conhecimento público, ciedade e aprovada pelo respectivo Conselho de Administração.
por meio eletrônico, informação completa mensalmente atua- § 2º É vedado à empresa pública e à sociedade de economia
lizada sobre a execução de seus contratos e de seu orçamento, mista realizar, em ano de eleição para cargos do ente federativo
admitindo-se retardo de até 2 (dois) meses na divulgação das a que sejam vinculadas, despesas com publicidade e patrocínio
informações. que excedam a média dos gastos nos 3 (três) últimos anos que
§ 1º A disponibilização de informações contratuais referen- antecedem o pleito ou no último ano imediatamente anterior à
tes a operações de perfil estratégico ou que tenham por objeto eleição.
segredo industrial receberá proteção mínima necessária para Art. 94. Aplicam-se à empresa pública, à sociedade de eco-
lhes garantir confidencialidade. nomia mista e às suas subsidiárias as sanções previstas na Lei nº
§ 2º O disposto no § 1º não será oponível à fiscalização dos 12.846, de 1º de agosto de 2013 , salvo as previstas nos incisos
órgãos de controle interno e do tribunal de contas, sem prejuí- II, III e IV do caput do art. 19 da referida Lei .
zo da responsabilização administrativa, civil e penal do servidor Art. 95. A estratégia de longo prazo prevista no art. 23 de-
que der causa à eventual divulgação dessas informações. verá ser aprovada em até 180 (cento e oitenta) dias da data de
Art. 89. O exercício da supervisão por vinculação da em- publicação da presente Lei.
presa pública ou da sociedade de economia mista, pelo órgão Art. 96. Revogam-se:
a que se vincula, não pode ensejar a redução ou a supressão da I - o § 2º do art. 15 da Lei nº 3.890-A, de 25 de abril de 1961
autonomia conferida pela lei específica que autorizou a criação , com a redação dada pelo art. 19 da Lei nº 11.943, de 28 de maio
da entidade supervisionada ou da autonomia inerente a sua na- de 2009;
tureza, nem autoriza a ingerência do supervisor em sua adminis- II - os arts. 67 e 68 da Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997 .
tração e funcionamento, devendo a supervisão ser exercida nos Art. 97. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
limites da legislação aplicável.
Art. 90. As ações e deliberações do órgão ou ente de con-
trole não podem implicar interferência na gestão das empresas NOÇÕES GERAIS DA IGUALDADE RACIAL E DE
públicas e das sociedades de economia mista a ele submetidas GÊNERO. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA
nem ingerência no exercício de suas competências ou na defini- DO BRASIL (ART. 1º, 3º, 4º E 5º)
ção de políticas públicas.
— Princípios fundamentais
TÍTULO III
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, cons-
Art. 91. A empresa pública e a sociedade de economia mista titui-se em Estado Democrático de Direito e tem como funda-
constituídas anteriormente à vigência desta Lei deverão, no pra- mentos:
zo de 24 (vinte e quatro) meses, promover as adaptações neces- I - a soberania;
sárias à adequação ao disposto nesta Lei. II - a cidadania
§ 1º A sociedade de economia mista que tiver capital fecha- III - a dignidade da pessoa humana;
do na data de entrada em vigor desta Lei poderá, observado o IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide
prazo estabelecido no caput , ser transformada em empresa pú- Lei nº 13.874, de 2019).
blica, mediante resgate, pela empresa, da totalidade das ações V - o pluralismo político.
de titularidade de acionistas privados, com base no valor de Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce
patrimônio líquido constante do último balanço aprovado pela por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos
assembleia-geral. desta Constituição.
§ 2º (VETADO). Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Fe-
§ 3º Permanecem regidos pela legislação anterior proce- derativa do Brasil:
dimentos licitatórios e contratos iniciados ou celebrados até o I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
final do prazo previsto no caput . II - garantir o desenvolvimento nacional;
Art. 92. O Registro Público de Empresas Mercantis e Ati- III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desi-
vidades Afins manterá banco de dados público e gratuito, dis- gualdades sociais e regionais;
ponível na internet, contendo a relação de todas as empresas IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
públicas e as sociedades de economia mista. raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discrimina-
Parágrafo único. É a União proibida de realizar transferência ção.
voluntária de recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municí- Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas re-
pios que não fornecerem ao Registro Público de Empresas Mer- lações internacionais pelos seguintes princípios:
cantis e Atividades Afins as informações relativas às empresas I - independência nacional;
públicas e às sociedades de economia mista a eles vinculadas. II - prevalência dos direitos humanos;

215
LEGISLAÇÃO
III - autodeterminação dos povos; O Estado brasileiro é democrático porque é regido por nor-
IV - não-intervenção; mas democráticas, pela soberania da vontade popular, com elei-
V - igualdade entre os Estados; ções livres, periódicas e pelo povo, e de direito porque pauta-se
VI - defesa da paz; pelo respeito das autoridades públicas aos direitos e garantias
VII - solução pacífica dos conflitos; fundamentais, refletindo a afirmação dos direitos humanos. Por
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; sua vez, o Estado de Direito caracteriza-se pela legalidade, pelo
IX - cooperação entre os povos para o progresso da huma- seu sistema de normas pautado na preservação da segurança
nidade; jurídica, pela separação dos poderes e pelo reconhecimento e
X - concessão de asilo político. garantia dos direitos fundamentais, bem como pela necessidade
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará do Direito ser respeitoso com as liberdades individuais tuteladas
a integração econômica, política, social e cultural dos povos da pelo Poder Público.
América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
-americana de nações.
— Gerações de Direitos Fundamentais (Teoria de Vasak):
• Direitos Fundamentais de 1ª Geração: liberdade
Os princípios fundamentais da Constituição Federal de 1988
individual – direitos civis e políticos;
estão previstos no art. 1º da Constituição e são:
• Direitos Fundamentais de 2ª Geração: igualdade –
A soberania, poder político supremo, independente inter-
nacionalmente e não limitado a nenhum outro na esfera interna. direitos sociais e econômicos;
É o poder do país de editar e reger suas próprias normas e seu • Direitos Fundamentais de 3ª Geração: fraternida-
ordenamento jurídico. de ou solidariedade – direitos transindividuais, difusos e coleti-
A cidadania é a condição da pessoa pertencente a um Esta- vos.
do, dotada de direitos e deveres. O status de cidadão é inerente
a todo jurisdicionado que tem direito de votar e ser votado. — Direitos e deveres individuais e coletivos
A dignidade da pessoa humana é valor moral personalíssi- Os direitos e deveres individuais e coletivos são todos aque-
mo inerente à própria condição humana. Fundamento consis- les previstos nos incisos do art. 5º da Constituição Federal, que
tente no respeito pela vida e integridade do ser humano e na trazem alguns dos direitos e garantias fundamentais.
garantia de condições mínimas de existência com liberdade, au-
tonomia e igualdade de direitos. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual-
Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, pois é quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
através do trabalho que o homem garante sua subsistência e residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
contribui para com a sociedade. Por sua vez, a livre iniciativa é à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
um princípio que defende a total liberdade para o exercício de
atividades econômicas, sem qualquer interferência do Estado. Princípio da igualdade entre homens e mulheres:
O pluralismo político que decorre do Estado democrático I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações,
de Direito e permite a coexistência de várias ideias políticas, nos termos desta Constituição;
consubstanciadas na existência multipartidária e não apenas Como o próprio nome diz, o princípio prega a igualdade de
dualista. O Brasil é um país de política plural, multipartidária e direitos e deveres entre homens e mulheres.
diversificada e não apenas pautada nos ideais dualistas de es-
querda e direita ou democratas e republicanos. Princípio da legalidade e liberdade de ação:
Importante mencionar que união indissolúvel dos Estados, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
Municípios e do Distrito Federal é caracterizada pela impossi- coisa senão em virtude de lei;
bilidade de secessão, característica essencial do Federalismo,
Como ser livre, todo ser humano só está obrigado a fazer ou
decorrente da impossibilidade de separação de seus entes fede-
não fazer algo que esteja previsto em lei.
rativos, ou seja, o vínculo entre União, Estados, Distrito Federal
e Municípios é indissolúvel e nenhum deles pode abandonar o
Vedação de práticas de tortura física e moral, tratamento
restante para se transformar em um novo país.
Quem detém a titularidade do poder político é o povo. Os desumano e degradante:
governantes eleitos apenas exercem o poder que lhes é atribuí- III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento
do pelo povo. desumano ou degradante;
Além de ser marcado pela união indissolúvel dos Estados e É vedada a prática de tortura física e moral, e qualquer tipo
Municípios e do Distrito Federal, a separação dos poderes esta- de tratamento desumano, degradante ou contrário à dignidade
tais – Executivo, Legislativo e Judiciário é também uma carac- humana, por qualquer autoridade e também entre os próprios
terística do Estado Brasileiro. Tais poderes gozam, portanto, de cidadãos. A vedação à tortura é uma cláusula pétrea de nossa
autonomia e independência no exercício de suas funções, para Constituição e ainda crime inafiançável na legislação penal
que possam atuar em harmonia.  brasileira.
Fundamentos, também chamados de princípios fundamen-
tais (art. 1º, CF), são diferentes dos objetivos fundamentais da Liberdade de manifestação do pensamento e vedação do
República Federativa do Brasil (art. 3º, CF). Assim, enquanto os anonimato, visando coibir abusos e não responsabilização pela
fundamentos ou princípios fundamentais representam a essên- veiculação de ideias e práticas prejudiciais:
cia, causa primária do texto constitucional e a base primordial IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o
de nossa República Federativa, os objetivos estão relacionados à anonimato;
destinação, ao que se pretende, às finalidades e metas traçadas A Constituição Federal pôs fim à censura, tornando livre a
no texto constitucional que a República Federativa do Estado manifestação do pensamento. Esta liberdade, entretanto, não é
brasileiro anseia alcançar. absoluta não podendo ser abusiva ou prejudicial aos direitos de

216
LEGISLAÇÃO
outrem. Daí, a vedação do anonimato, de forma a coibir práti- A Constituição Federal protege o domicílio e o sigilo das co-
cas prejudiciais sem identificação de autoria, o que não impede, municações, por isso, a invasão de domicílio e a quebra de sigilo
contudo, a apuração de crimes de denúncia anônima. telefônico só pode se dar por ordem judicial.

Direito de resposta e indenização: Liberdade de profissão:


V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agra- XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou pro-
vo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; fissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabe-
O direito de resposta é um meio de defesa assegurado à lecer;
pessoa física ou jurídica ofendida em sua honra, e reputação, É livre o exercício de qualquer trabalho ou profissão.
conceito, nome, marca ou imagem, sem prejuízo do direito de Essa liberdade, entretanto, não é absoluta, pois se limita às
indenização por dano moral ou material. qualificações profissionais que a lei estabelece.

Liberdade religiosa e de consciência: Acesso à informação:


VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sen- XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguar-
do assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, dado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissio-
na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; nal;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assis- O direito à informação é assegurado constitucionalmente,
tência religiosa nas entidades civis e militares de internação co- garantido o sigilo da fonte.
letiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença
religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invo- Liberdade de locomoção, direito de ir e vir:
car para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar- XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de
-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar,
O Brasil é um Estado laico, que não possui uma religião ofi- permanecer ou dele sair com seus bens;
cial, mas que adota a liberdade de crença e de pensamento, as- Todos são livres para entrar, circular, permanecer ou sair do
segurada a variedade de cultos, a proteção dos locais religiosos território nacional em tempos de paz.
e a não privação de direitos em razão da crença pessoal.
A escusa de consciência é o direito que toda pessoa possui Direito de reunião:
de se recusar a cumprir determinada obrigação ou a praticar de- XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em
terminado ato comum, por ser ele contrário às suas crenças re- locais abertos ao público, independentemente de autorização,
ligiosas ou à sua convicção filosófica ou política, devendo então desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada
cumprir uma prestação alternativa, fixada em lei. para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autori-
dade competente;
Liberdade de expressão e proibição de censura: Os cidadãos podem se reunir livremente em praças e locais
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, de uso comum do povo, desde que não venham a interferir ou
científica e de comunicação, independentemente de censura ou atrapalhar outra reunião designada anteriormente para o mes-
licença; mo local.
Aqui, temos uma vez mais consubstanciada a liberdade de
expressão e a vedação da censura. Liberdade de associação:
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, ve-
Proteção à imagem, honra e intimidade da pessoa humana: dada a de caráter paramilitar;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de coo-
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo perativas independem de autorização, sendo vedada a interfe-
dano material ou moral decorrente de sua violação; rência estatal em seu funcionamento;
Com intuito da proteção, a Constituição Federal tornou in- XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dis-
violável a imagem, a honra e a intimidade pessoa humana, as- solvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial,
segurando o direito à reparação material ou moral em caso de exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
violação. XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a per-
manecer associado;
Proteção do domicílio do indivíduo: XXI - as entidades associativas, quando expressamente au-
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela po- torizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judi-
dendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso cial ou extrajudicialmente;
de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, du- No Brasil, é plena a liberdade de associação e a criação de
rante o dia, por determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105, de associações e cooperativas para fins lícitos, não podendo sofrer
2015) (Vigência). intervenção do Estado. Nossa Segurança Nacional e Defesa So-
cial é atribuição exclusiva do Estado, por isso, as associações
Proteção do sigilo das comunicações: paramilitares (milícias, grupos ou associações civis armadas,
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comuni- normalmente com fins político-partidários, religiosos ou ideoló-
cações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, gicos) são vedadas.
salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na for-
ma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996).

217
LEGISLAÇÃO
Direito de propriedade e sua função social: O direito de herança ou direito sucessório é ramo específico
XXII - é garantido o direito de propriedade; do Direito Civil que visa regular as relações jurídicas decorrentes
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; do falecimento do indivíduo, o de cujus, e a transferência de
Além da ideia de pertencimento, toda propriedade ainda seus bens e direitos aos seus sucessores.
que privada deve atender a interesses coletivos, não sendo
nociva ou causando prejuízo aos demais. Direito do consumidor:
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
Intervenção do Estado na propriedade: consumidor;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropria- O Direito do Consumidor é o ramo do direito que disciplina
ção por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, as relações entre fornecedores e prestadores de bens e serviços
mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os e o consumidor final, parte hipossuficiente econômica da rela-
casos previstos nesta Constituição; ção jurídica. As relações de consumo, além do amparo constitu-
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade com- cional, encontram proteção no Código de Defesa do Consumidor
petente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao e na legislação civil e no Procon, órgão do Ministério Público de
proprietário indenização ulterior, se houver dano; cada estado, responsável por coordenar a política dos órgãos e
entidades que atuam na proteção do consumidor.
O direito de propriedade não é absoluto. Dada a supremacia
do interesse público sobre o particular, nas hipóteses legais é Direito de informação, petição e obtenção de certidão jun-
permitida a intervenção do Estado na propriedade. to aos órgãos públicos:
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos in-
Pequena propriedade rural: formações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de res-
desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora ponsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindí-
vel à segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide
para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produ-
Lei nº 12.527, de 2011).
tiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvol-
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pa-
vimento;
gamento de taxas:
A pequena propriedade rural é impenhorável e não respon-
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de
de por dívidas decorrentes de sua atividade produtiva.
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
Direitos autorais:
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para de-
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,
fesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pes-
publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos her-
soal;
deiros pelo tempo que a lei fixar; Todo cidadão, independentemente de pagamento de taxa,
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: tem direito à obtenção de informações, protocolo de petição e
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas obtenção de certidões junto aos órgãos públicos, de acordo com
e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas ativida- suas necessidades, salvo necessidade de sigilo.
des desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico Princípio da proteção judiciária ou da inafastabilidade do
das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos controle jurisdicional:
intérpretes e às respectivas representações sindicais e associa- XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
tivas; lesão ou ameaça a direito;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais Por este princípio o, Poder Judiciário não pode deixar de apre-
privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção ciar as causas de lesão ou ameaça a direito que chegam até ele.
às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de
empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interes- Segurança jurídica:
se social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídi-
Além da Lei de Direitos Autorais, a Constituição prevê uma co perfeito e a coisa julgada;
ampla proteção às obras intelectuais: criação artística, científi- Direito adquirido é aquele incorporado ao patrimônio jurí-
ca, musical, literária etc. O Direito Autoral protege obras literá- dico de seu titular e cujo exercício não pode mais ser retirado
rias (escritas ou orais), musicais, artísticas, científicas, obras de ou tolhido.
escultura, pintura e fotografia, bem como o direito das empre- Ato jurídico perfeito é a situação ou direito consumado e
sas de rádio fusão e cinematográficas. A Constituição Federal definitivamente exercido, sem nulidades perante a lei vigente.
protege ainda a propriedade industrial, esta difere da proprie- Coisa julgada é a matéria submetida a julgamento, cuja sen-
dade intelectual e não é objeto de proteção da Lei de Direitos tença transitou em julgado e não cabe mais recurso, não poden-
Autorais, mas sim da Lei da Propriedade Industrial. Enquanto a do, portanto, ser modificada.
proteção ao direito autoral busca reprimir o plágio, a proteção à
propriedade industrial busca conter a concorrência desleal. Tribunal de exceção:
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
Direito de herança: O juízo ou tribunal de exceção seria aquele criado exclusi-
XXX - é garantido o direito de herança; vamente para o julgamento de um fato específico já acontecido,
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País onde os julgadores são escolhidos arbitrariamente. A Constitui-
será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos ção veda tal prática, pois todos os casos devem se submeter a
filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei julgamento dos juízos e tribunais já existentes, conforme suas
pessoal do “de cujus”; competências pré-fixadas.

218
LEGISLAÇÃO
Tribunal do Júri: Princípio da intranscendência da pena:
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organiza- XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, po-
ção que lhe der a lei, assegurados: dendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdi-
a) a plenitude de defesa; mento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores
b) o sigilo das votações; e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio
c) a soberania dos veredictos; transferido;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos con- A aplicação da pena deve ser sempre pessoal e não pode ser
tra a vida; cumprida por pessoa diversa da pessoa do condenado.

O Tribunal do Júri é o instituto jurisdicional destinado ex- Individualização da pena:


clusivamente para o julgamento da prática de crimes dolosos XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará,
contra a vida. entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
Princípio da legalidade, da anterioridade e da retroativida- b) perda de bens;
de da lei penal: c) multa;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena d) prestação social alternativa;
sem prévia cominação legal; e) suspensão ou interdição de direitos;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
Para ser crime, tem que estar expressamente previsto na Pela individualização da pena, é garantida a fixação das
lei penal. Se a conduta não está prescrita no Código Penal, não penas, observado o histórico pessoal a atuação individual, de
é crime e não há pena. Uma nova lei penal não retroage, não se modo que cada indivíduo possa receber apenas a punição que
aplica a condutas praticadas antes de sua entrada em vigor, mas lhe é devida.
se a lei nova for mais benéfica, esta sim poderá ser aplicada para
beneficiar o réu. Proibição de penas:
XLVII – não haverá penas:
Princípio da não discriminação: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos
do art. 84, XIX;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos di-
b) de caráter perpétuo;
reitos e liberdades fundamentais;
c) de trabalhos forçados;
Decorre do princípio da igualdade.
d) de banimento;
e) cruéis.
Crimes inafiançáveis, imprescritíveis e insuscetíveis de gra-
ça e anistia:
Como afirmativa dos direitos humanos e da dignidade da
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e im-
pessoa humana, a Constituição Federal de 1988 veda a pena de
prescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
morte, pena perpétua, de banimento e de trabalhos forçados e
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis
cruéis.
de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entor- Estabelecimentos para cumprimento de pena:
pecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distin-
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e tos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do
os que, podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento). apenado;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de
grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucio- Respeito à Integridade Física e Moral dos Presos:
nal e o Estado Democrático. XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade fí-
• Crimes inafiançáveis e imprescritíveis: Racismo e ação de sica e moral;
grupos armados contra a ordem constitucional e o Estado De-
mocrático; Direito de permanência e amamentação dos filhos pela
• Crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça e anistia: presidiária mulher:
Prática de Tortura, Tráfico de drogas e entorpecentes, terroris- L – às presidiárias serão asseguradas condições para que
mo e crimes hediondos. possam permanecer com seus filhos durante o período de ama-
mentação;
Os crimes inafiançáveis são aqueles que não admitem Também em atenção à dignidade da pessoa humana, a
fiança, ou seja, que não dão ao acusado o direito de responder Constituição Federal de 1988 determina que as penas sejam
seu processo em liberdade até a sentença condenatória, cumpridas em diferentes tipos de estabelecimento de acordo
mediante pagamento de determinada quantia pecuniária ou com a gravidade e natureza do delito, a idade e o sexo do ape-
cumprimento de determinadas obrigações; nado, respeitando-se sua integridade física e moral, garantindo
Crimes imprescritíveis são aqueles que não prescrevem e ainda à apenada mulher, o direito de permanecer com os filhos
podem ser julgados e punidos em qualquer tempo, independen- e ter condições dignas de amamenta-los.
temente da data em que foram cometidos;
Crimes insuscetíveis de graça e anistia são aqueles que não Extradição:
permitem a exclusão do crime com a rescisão da condenação e LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturaliza-
extinção total da punibilidade (anistia), nem a extinção da puni- do, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização,
bilidade, ainda que parcial (graça). ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpe-
centes e drogas afins, na forma da lei;

219
LEGISLAÇÃO
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime A publicidade dos atos processuais e o segredo de Justiça:
político ou de opinião; LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos pro-
A extradição é um ato oficial de cooperação internacional cessuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o
que consiste na entrega de uma pessoa – o extraditando, acusa- exigirem;
do ou condenada pela prática de um ou mais crimes em territó- Em regra, todos os atos processuais são públicos, salvo o se-
rio estrangeiro, ao país que o reclama. A Constituição determina gredo de justiça, que pode ser determinado de ofício pelo juiz da
que não haverá extradição de brasileiro nato em nenhuma hipó- causa, para segurança jurídica das partes, proteção dos interes-
tese, e o naturalizado somente nas exceções previstas. ses de menor, interesse social ou demanda de grande repercus-
são etc., ou a requerimento justificado das partes do processo.
Direito ao julgamento pela autoridade competente
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela Legalidade da prisão:
autoridade competente; LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária compe-
Devido Processo Legal: tente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propria-
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens mente militar, definidos em lei;
sem o devido processo legal; Salvo flagrante delito, o cidadão só pode ser levado preso
por autoridade policial, mediante ordem judicial escrita e devi-
Contraditório e a ampla defesa: damente fundamentada.
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla Comunicabilidade da prisão:
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre
Ninguém poderá ser punido ou condenado sem o devido serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à famí-
processo legal, onde deverá ser assegurado, sob pena de nulida- lia do preso ou à pessoa por ele indicada;
de absoluta, o direito de resposta e ampla defesa, com senten-
ça transitada em julgado (que não cabe mais recurso) prolatada Informação ao preso:
pelo juízo ou autoridade judiciária competente. LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais
o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da
Provas ilícitas: família e de advogado;
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
Identificação dos responsáveis pela prisão:
meios ilícitos;
LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis
Provas ilícitas são aquelas obtidas por meio ilegal ou fraudu-
por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
lento, ou que infrinja as normas e princípios básicos de direito,
motivo pelo qual não são aceitas no processo judicial.
Na ocasião de prisão, são direitos do preso a comunicação
de sua prisão e o local onde se encontra à sua família e ao juízo
Presunção de inocência:
competente, bem como conhecer as autoridades policiais res-
LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em
ponsáveis por sua prisão e interrogatório.
julgado de sentença penal condenatória;
Todo cidadão é considerado inocente até que se prove o Relaxamento da prisão ilegal:
contrário, com o trânsito em julgado da sentença condenatória. LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela au-
Identificação criminal: toridade judiciária;
LVIII – o civilmente identificado não será submetido a iden- O relaxamento da prisão consiste em que o acusado seja
tificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regula- posto em liberdade, pela incidência de alguma ilegalidade no
mento). ato de sua prisão.
A identificação criminal será feita diante de fundada suspei-
ta da validade e veracidade dos documentos cíveis apresenta- Garantia da liberdade provisória:
dos ou quando já se tem notícias reputadas a pessoa civilmente LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quan-
identificada sobre uso de diversos nomes e fraude em registros do a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
policiais. A liberdade provisória é o instituto processual que garante
ao acusado o direito de aguardar em liberdade o transcorrer do
Ação Privada Subsidiária da Pública: processo criminal até o trânsito em julgado de sua sentença pe-
LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, nal condenatória, mediante o estabelecimento ou não de deter-
se esta não for intentada no prazo legal; minadas condições e a colaboração com as investigações.

A ação penal privada subsidiária da pública é admitida nos Prisão civil:


casos em que a lei não prevê a ação como privada, mas sim como LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
pública (condicionada ou incondicionada). Entretanto, o Minis- responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de
tério Público, titular da ação penal, permanece inerte e não obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
apresenta a denúncia no prazo legal, abrindo-se a possibilidade A Constituição Federal de 1988 extinguiu, em regra, a prisão
para que o ofendido, seu representante legal ou seus sucessores civil por dívidas, salvo a do alimentante inadimplente (pensão
ingressem com a ação penal privada subsidiária da pública. alimentícia). E, a Súmula Vinculante 25, STF tornou ilícita a pri-
são civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade
do depósito.

220
LEGISLAÇÃO
São remédios constitucionais em casos de violação de: Indenização por erro judiciário:
- Liberdade: Habeas Corpus LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário,
- Direito Líquido e certo: Mandado de Segurança assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
- Informações: Habeas data
- Preceito constitucional que necessite de norma regula- Gratuidade de serviços públicos:
mentadora: Mandado de Injunção LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na
forma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989)
Habeas corpus: a) o registro civil de nascimento;
LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém b) a certidão de óbito;
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas
sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da
cidadania (Regulamento).
Mandado de Segurança: A Constituição Federal traz como direito fundamental a
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para prote- gratuidade de serviços públicos – registro civil, a obtenção de
ger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou certidão de óbito, as ações de Habeas corpus e Habeas data aos
habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso economicamente hipossuficientes.
de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público; Princípio da Celeridade Processual:
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são
por: assegurados a razoável duração do processo e os meios que ga-
a) partido político com representação no Congresso Nacio- rantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda
nal; Constitucional nº 45, de 2004).
b) organização sindical, entidade de classe ou associação É fundamental a garantia da razoável duração do processo,
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um de forma a evitar que direitos se percam no transcorrer proces-
ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; sual pela demora do Judiciário.

Mandado de Injunção: Aplicabilidade das normas de direitos e garantias funda-


LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a fal- mentais:
ta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos di- § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias
reitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes fundamentais têm aplicação imediata.
à nacionalidade, à soberania e à cidadania; Assim, todas as normas relativas aos direitos e garantias
fundamentais são autoaplicáveis.
Habeas data:
LXXII – conceder-se-á habeas data: Rol é exemplificativo:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não
à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela
dados de entidades governamentais ou de caráter público; adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo Federativa do Brasil seja parte.
por processo sigiloso, judicial ou administrativo; O rol dos direitos elencados no art. 5º da CF/88 não é taxati-
vo, mas sim exemplificativo. Os direitos e garantias ali expressos
Ação Popular: não excluem outros de caráter constitucional, decorrentes de
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação princípios constitucionais, do regime democrático, ou de trata-
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de dos internacionais. Assim, os direitos fundamentais podem ser
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, esparsos, consubstanciados em toda legislação nacional, inclusi-
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando ve infraconstitucional.
o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do
ônus da sucumbência; Tratados e Convenções Internacionais de Direitos Huma-
A Ação Popular é o instrumento constitucional adequado, nos
por meio do qual qualquer cidadão pode vir a questionar a va- § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre
lidade de atos que considera lesivos ao patrimônio público, à direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos
histórico e cultural. dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
Assistência Judiciária: 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo: DLG nº 186,
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gra- de 2008, DEC 6.949, de 2009, DLG 261, de 2015, DEC 9.522, de
tuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; 2018).
Todos aqueles que não podem arcar com as custas judiciá- Com a Emenda Constitucional n° 45 de 2004, as normas de
rias sem prejuízo de seu sustento pessoal e de sua família, para tratados internacionais sobre direitos humanos passaram a ser
se ter o acesso à justiça, têm direito à assistência judiciária gra- reconhecidas como normas de hierarquia constitucional, porém,
tuita. somente se aprovadas pelas duas casas do Congresso por 3/5 de
seus membros em dois turnos de votação.

221
LEGISLAÇÃO
Submissão à Jurisdição do Tribunal Penal Internacional:
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal LEI FEDERAL N° 12.288, DE 20 DE JULHO DE 2010
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído (ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL)
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).
LEI Nº 12.288, DE 20 DE JULHO DE 2010
O Brasil se submeteu expressamente à jurisdição do Tribu-
nal Penal Internacional, também conhecido por Corte ou Tribu- Institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis nos
nal de Haia, instituído pelo Estatuto de Roma e ratificado em 7.716, de 5 de janeiro de 1989, 9.029, de 13 de abril de 1995,
20 de junho de 2002 pelo Brasil. A Emenda Constitucional n° 7.347, de 24 de julho de 1985, e 10.778, de 24 de novembro de
45/2004, deu a esta adesão força constitucional. O objetivo do 2003.
TPI é identificar e punir autores de crimes contra a humanidade.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DA BAHIA,
(CAP. XXIII “DO NEGRO”) TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DA BAHIA DE 05 OUTUBRO DE
1989 Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, desti-
nado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de
PREÂMBULO oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coleti-
Nós, Deputados Estaduais Constituintes, investidos no ple- vos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de
no exercício dos poderes conferidos pela Constituição da Repú- intolerância étnica.
blica Federativa do Brasil, sob a proteção de Deus e com o apoio Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se:
do povo baiano, unidos indissoluvelmente pelos mais elevados I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, ex-
propósitos de preservar o Estado de Direito, o culto perene à clusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descen-
liberdade e a igualdade de todos perante a lei, intransigentes no dência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular
ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade
combate a toda forma de opressão, preconceito, exploração do
de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais
homem pelo homem e velando pela Paz e Justiça sociais, pro-
nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer
mulgamos a Constituição do Estado da Bahia.
outro campo da vida pública ou privada;
II - desigualdade racial: toda situação injustificada de dife-
TÍTULO VI
renciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades,
DA ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL
nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descen-
CAPÍTULO XXIII
dência ou origem nacional ou étnica;
DO NEGRO
III - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no
âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulhe-
Art. 286 - A sociedade baiana é cultural e historicamente res negras e os demais segmentos sociais;
marcada pela presença da comunidade afro-brasileira, consti- IV - população negra: o conjunto de pessoas que se auto-
tuindo a prática do racismo crime inafiançável e imprescritível, declaram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usa-
sujeito a pena de reclusão, nos termos da Constituição Federal. do pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Art. 287 - Com países que mantiverem política oficial de dis- (IBGE), ou que adotam autodefinição análoga;
criminação racial, o Estado não poderá: V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas ado-
I - admitir participação, ainda que indireta, através de em- tados pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institu-
presas neles sediadas, em qualquer processo licitatório da Admi- cionais;
nistração Pública direta ou indireta; VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais
II - manter intercâmbio cultural ou desportivo, através de adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção
delegações oficiais. das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de
Art. 288 - A rede estadual de ensino e os cursos de formação oportunidades.
e aperfeiçoamento do servidor público civil e militar incluirão Art. 2o É dever do Estado e da sociedade garantir a igualda-
em seus programas disciplina que valorize a participação do ne- de de oportunidades, reconhecendo a todo cidadão brasileiro,
gro na formação histórica da sociedade brasileira. independentemente da etnia ou da cor da pele, o direito à parti-
Art. 289 - Sempre que for veiculada publicidade estadual cipação na comunidade, especialmente nas atividades políticas,
com mais de duas pessoas, será assegurada a inclusão de uma econômicas, empresariais, educacionais, culturais e esportivas,
da raça negra. defendendo sua dignidade e seus valores religiosos e culturais.
Art. 290 - O dia 20 de novembro será considerado, no calen- Art. 3o Além das normas constitucionais relativas aos princí-
dário oficial, como Dia da Consciência Negra. pios fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais e aos
direitos sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade
Racial adota como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas
de desigualdade étnico-racial, a valorização da igualdade étnica
e o fortalecimento da identidade nacional brasileira.
Art. 4o A participação da população negra, em condição de
igualdade de oportunidade, na vida econômica, social, política e
cultural do País será promovida, prioritariamente, por meio de:

222
LEGISLAÇÃO
I - inclusão nas políticas públicas de desenvolvimento eco- Art. 8o Constituem objetivos da Política Nacional de Saúde
nômico e social; Integral da População Negra:
II - adoção de medidas, programas e políticas de ação afir- I - a promoção da saúde integral da população negra, priori-
mativa; zando a redução das desigualdades étnicas e o combate à discri-
III - modificação das estruturas institucionais do Estado para minação nas instituições e serviços do SUS;
o adequado enfrentamento e a superação das desigualdades ét- II - a melhoria da qualidade dos sistemas de informação do
nicas decorrentes do preconceito e da discriminação étnica; SUS no que tange à coleta, ao processamento e à análise dos
IV - promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o dados desagregados por cor, etnia e gênero;
combate à discriminação étnica e às desigualdades étnicas em III - o fomento à realização de estudos e pesquisas sobre
todas as suas manifestações individuais, institucionais e estru- racismo e saúde da população negra;
turais; IV - a inclusão do conteúdo da saúde da população negra
V - eliminação dos obstáculos históricos, socioculturais e nos processos de formação e educação permanente dos traba-
institucionais que impedem a representação da diversidade ét- lhadores da saúde;
nica nas esferas pública e privada; V - a inclusão da temática saúde da população negra nos
VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas oriun- processos de formação política das lideranças de movimentos
das da sociedade civil direcionadas à promoção da igualdade de sociais para o exercício da participação e controle social no SUS.
oportunidades e ao combate às desigualdades étnicas, inclusive Parágrafo único. Os moradores das comunidades de rema-
mediante a implementação de incentivos e critérios de condicio- nescentes de quilombos serão beneficiários de incentivos espe-
namento e prioridade no acesso aos recursos públicos; cíficos para a garantia do direito à saúde, incluindo melhorias
VII - implementação de programas de ação afirmativa desti- nas condições ambientais, no saneamento básico, na segurança
nados ao enfrentamento das desigualdades étnicas no tocante à alimentar e nutricional e na atenção integral à saúde.
educação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança, trabalho,
moradia, meios de comunicação de massa, financiamentos pú- CAPÍTULO II
blicos, acesso à terra, à Justiça, e outros. DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA,
Parágrafo único. Os programas de ação afirmativa consti- AO ESPORTE E AO LAZER
tuir-se-ão em políticas públicas destinadas a reparar as distor- SEÇÃO I
ções e desigualdades sociais e demais práticas discriminatórias DISPOSIÇÕES GERAIS
adotadas, nas esferas pública e privada, durante o processo de
formação social do País. Art. 9o A população negra tem direito a participar de ativi-
Art. 5o Para a consecução dos objetivos desta Lei, é insti- dades educacionais, culturais, esportivas e de lazer adequadas
tuído o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Si- a seus interesses e condições, de modo a contribuir para o pa-
napir), conforme estabelecido no Título III. trimônio cultural de sua comunidade e da sociedade brasileira.
Art. 10. Para o cumprimento do disposto no art. 9o, os go-
TÍTULO II vernos federal, estaduais, distrital e municipais adotarão as se-
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS guintes providências:
CAPÍTULO I I - promoção de ações para viabilizar e ampliar o acesso da
DO DIREITO À SAÚDE população negra ao ensino gratuito e às atividades esportivas e
de lazer;
Art. 6o O direito à saúde da população negra será garantido II - apoio à iniciativa de entidades que mantenham espaço
pelo poder público mediante políticas universais, sociais e eco- para promoção social e cultural da população negra;
nômicas destinadas à redução do risco de doenças e de outros III - desenvolvimento de campanhas educativas, inclusive
agravos. nas escolas, para que a solidariedade aos membros da popula-
§ 1o O acesso universal e igualitário ao Sistema Único de ção negra faça parte da cultura de toda a sociedade;
Saúde (SUS) para promoção, proteção e recuperação da saúde IV - implementação de políticas públicas para o fortaleci-
da população negra será de responsabilidade dos órgãos e ins- mento da juventude negra brasileira.
tituições públicas federais, estaduais, distritais e municipais, da
administração direta e indireta. SEÇÃO II
§ 2o O poder público garantirá que o segmento da popula- DA EDUCAÇÃO
ção negra vinculado aos seguros privados de saúde seja tratado
sem discriminação. Art. 11. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de
Art. 7o O conjunto de ações de saúde voltadas à população ensino médio, públicos e privados, é obrigatório o estudo da his-
negra constitui a Política Nacional de Saúde Integral da Popula- tória geral da África e da história da população negra no Brasil,
ção Negra, organizada de acordo com as diretrizes abaixo espe- observado o disposto na Lei no 9.394, de 20 de dezembro de
cificadas: 1996.
I - ampliação e fortalecimento da participação de lideranças § 1o Os conteúdos referentes à história da população negra
dos movimentos sociais em defesa da saúde da população negra no Brasil serão ministrados no âmbito de todo o currículo esco-
nas instâncias de participação e controle social do SUS; lar, resgatando sua contribuição decisiva para o desenvolvimen-
II - produção de conhecimento científico e tecnológico em to social, econômico, político e cultural do País.
saúde da população negra; § 2o O órgão competente do Poder Executivo fomentará a
III - desenvolvimento de processos de informação, comuni- formação inicial e continuada de professores e a elaboração de
cação e educação para contribuir com a redução das vulnerabili- material didático específico para o cumprimento do disposto no
dades da população negra. caput deste artigo.

223
LEGISLAÇÃO
§ 3o Nas datas comemorativas de caráter cívico, os órgãos Art. 20. O poder público garantirá o registro e a proteção da
responsáveis pela educação incentivarão a participação de in- capoeira, em todas as suas modalidades, como bem de natureza
telectuais e representantes do movimento negro para debater imaterial e de formação da identidade cultural brasileira, nos
com os estudantes suas vivências relativas ao tema em come- termos do art. 216 da Constituição Federal.
moração. Parágrafo único. O poder público buscará garantir, por meio
Art. 12. Os órgãos federais, distritais e estaduais de fomento dos atos normativos necessários, a preservação dos elementos
à pesquisa e à pós-graduação poderão criar incentivos a pes- formadores tradicionais da capoeira nas suas relações interna-
quisas e a programas de estudo voltados para temas referentes cionais.
às relações étnicas, aos quilombos e às questões pertinentes à
população negra. SEÇÃO IV
Art. 13. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos DO ESPORTE E LAZER
competentes, incentivará as instituições de ensino superior pú-
blicas e privadas, sem prejuízo da legislação em vigor, a: Art. 21. O poder público fomentará o pleno acesso da popu-
I - resguardar os princípios da ética em pesquisa e apoiar lação negra às práticas desportivas, consolidando o esporte e o
grupos, núcleos e centros de pesquisa, nos diversos programas lazer como direitos sociais.
de pós-graduação que desenvolvam temáticas de interesse da Art. 22. A capoeira é reconhecida como desporto de criação
população negra; nacional, nos termos do art. 217 da Constituição Federal.
II - incorporar nas matrizes curriculares dos cursos de for- § 1o A atividade de capoeirista será reconhecida em todas
mação de professores temas que incluam valores concernentes as modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como es-
à pluralidade étnica e cultural da sociedade brasileira; porte, luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o
III - desenvolver programas de extensão universitária des- território nacional.
tinados a aproximar jovens negros de tecnologias avançadas, § 2o É facultado o ensino da capoeira nas instituições públi-
assegurado o princípio da proporcionalidade de gênero entre os cas e privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública
beneficiários; e formalmente reconhecidos.
IV - estabelecer programas de cooperação técnica, nos esta-
belecimentos de ensino públicos, privados e comunitários, com CAPÍTULO III
as escolas de educação infantil, ensino fundamental, ensino DO DIREITO À LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA E
médio e ensino técnico, para a formação docente baseada em AO LIVRE EXERCÍCIO DOS CULTOS RELIGIOSOS
princípios de equidade, de tolerância e de respeito às diferenças
étnicas. Art. 23. É inviolável a liberdade de consciência e de crença,
Art. 14. O poder público estimulará e apoiará ações socioe- sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garan-
ducacionais realizadas por entidades do movimento negro que tida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
desenvolvam atividades voltadas para a inclusão social, median- liturgias.
te cooperação técnica, intercâmbios, convênios e incentivos, en- Art. 24. O direito à liberdade de consciência e de crença e
tre outros mecanismos. ao livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana com-
Art. 15. O poder público adotará programas de ação afir- preende:
mativa. I - a prática de cultos, a celebração de reuniões relacionadas
Art. 16. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos res- à religiosidade e a fundação e manutenção, por iniciativa priva-
ponsáveis pelas políticas de promoção da igualdade e de edu- da, de lugares reservados para tais fins;
cação, acompanhará e avaliará os programas de que trata esta II - a celebração de festividades e cerimônias de acordo com
Seção. preceitos das respectivas religiões;
III - a fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de
SEÇÃO III instituições beneficentes ligadas às respectivas convicções re-
DA CULTURA ligiosas;
IV - a produção, a comercialização, a aquisição e o uso de
Art. 17. O poder público garantirá o reconhecimento das artigos e materiais religiosos adequados aos costumes e às prá-
sociedades negras, clubes e outras formas de manifestação co- ticas fundadas na respectiva religiosidade, ressalvadas as condu-
letiva da população negra, com trajetória histórica comprovada, tas vedadas por legislação específica;
como patrimônio histórico e cultural, nos termos dos arts. 215 e V - a produção e a divulgação de publicações relacionadas
216 da Constituição Federal. ao exercício e à difusão das religiões de matriz africana;
Art. 18. É assegurado aos remanescentes das comunidades VI - a coleta de contribuições financeiras de pessoas natu-
dos quilombos o direito à preservação de seus usos, costumes, rais e jurídicas de natureza privada para a manutenção das ativi-
tradições e manifestos religiosos, sob a proteção do Estado. dades religiosas e sociais das respectivas religiões;
Parágrafo único. A preservação dos documentos e dos sítios VII - o acesso aos órgãos e aos meios de comunicação para
detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos, divulgação das respectivas religiões;
tombados nos termos do § 5o do art. 216 da Constituição Fede- VIII - a comunicação ao Ministério Público para abertura de
ral, receberá especial atenção do poder público. ação penal em face de atitudes e práticas de intolerância reli-
Art. 19. O poder público incentivará a celebração das perso- giosa nos meios de comunicação e em quaisquer outros locais.
nalidades e das datas comemorativas relacionadas à trajetória Art. 25. É assegurada a assistência religiosa aos praticantes
do samba e de outras manifestações culturais de matriz africa- de religiões de matrizes africanas internados em hospitais ou
na, bem como sua comemoração nas instituições de ensino pú- em outras instituições de internação coletiva, inclusive àqueles
blicas e privadas. submetidos a pena privativa de liberdade.

224
LEGISLAÇÃO
Art. 26. O poder público adotará as medidas necessárias Parágrafo único. O direito à moradia adequada, para os efei-
para o combate à intolerância com as religiões de matrizes afri- tos desta Lei, inclui não apenas o provimento habitacional, mas
canas e à discriminação de seus seguidores, especialmente com também a garantia da infraestrutura urbana e dos equipamen-
o objetivo de: tos comunitários associados à função habitacional, bem como a
I - coibir a utilização dos meios de comunicação social para a assistência técnica e jurídica para a construção, a reforma ou a
difusão de proposições, imagens ou abordagens que exponham regularização fundiária da habitação em área urbana.
pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos fundados Art. 36. Os programas, projetos e outras ações governamen-
na religiosidade de matrizes africanas; tais realizadas no âmbito do Sistema Nacional de Habitação de
II - inventariar, restaurar e proteger os documentos, obras Interesse Social (SNHIS), regulado pela Lei no 11.124, de 16 de
e outros bens de valor artístico e cultural, os monumentos, ma- junho de 2005, devem considerar as peculiaridades sociais, eco-
nanciais, flora e sítios arqueológicos vinculados às religiões de nômicas e culturais da população negra.
matrizes africanas; Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
III - assegurar a participação proporcional de representantes pios estimularão e facilitarão a participação de organizações e
das religiões de matrizes africanas, ao lado da representação das movimentos representativos da população negra na composição
demais religiões, em comissões, conselhos, órgãos e outras ins- dos conselhos constituídos para fins de aplicação do Fundo Na-
tâncias de deliberação vinculadas ao poder público. cional de Habitação de Interesse Social (FNHIS).
Art. 37. Os agentes financeiros, públicos ou privados, pro-
CAPÍTULO IV moverão ações para viabilizar o acesso da população negra aos
DO ACESSO À TERRA E À MORADIA ADEQUADA financiamentos habitacionais.
SEÇÃO I
DO ACESSO À TERRA CAPÍTULO V
DO TRABALHO
Art. 27. O poder público elaborará e implementará políticas
públicas capazes de promover o acesso da população negra à Art. 38. A implementação de políticas voltadas para a inclu-
terra e às atividades produtivas no campo. são da população negra no mercado de trabalho será de respon-
Art. 28. Para incentivar o desenvolvimento das atividades sabilidade do poder público, observando-se:
produtivas da população negra no campo, o poder público pro- I - o instituído neste Estatuto;
moverá ações para viabilizar e ampliar o seu acesso ao financia- II - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a
mento agrícola. Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas
Art. 29. Serão assegurados à população negra a assistência de Discriminação Racial, de 1965;
técnica rural, a simplificação do acesso ao crédito agrícola e o III - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a
fortalecimento da infraestrutura de logística para a comerciali- Convenção no 111, de 1958, da Organização Internacional do
zação da produção. Trabalho (OIT), que trata da discriminação no emprego e na pro-
Art. 30. O poder público promoverá a educação e a orienta- fissão;
ção profissional agrícola para os trabalhadores negros e as co- IV - os demais compromissos formalmente assumidos pelo
munidades negras rurais. Brasil perante a comunidade internacional.
Art. 31. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos Art. 39. O poder público promoverá ações que assegurem a
que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade igualdade de oportunidades no mercado de trabalho para a po-
definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos. pulação negra, inclusive mediante a implementação de medidas
Art. 32. O Poder Executivo federal elaborará e desenvolve- visando à promoção da igualdade nas contratações do setor pú-
rá políticas públicas especiais voltadas para o desenvolvimento blico e o incentivo à adoção de medidas similares nas empresas
sustentável dos remanescentes das comunidades dos quilom- e organizações privadas.
bos, respeitando as tradições de proteção ambiental das comu- § 1o A igualdade de oportunidades será lograda mediante
nidades. a adoção de políticas e programas de formação profissional, de
Art. 33. Para fins de política agrícola, os remanescentes das emprego e de geração de renda voltados para a população ne-
comunidades dos quilombos receberão dos órgãos competentes gra.
tratamento especial diferenciado, assistência técnica e linhas § 2o As ações visando a promover a igualdade de oportuni-
especiais de financiamento público, destinados à realização de dades na esfera da administração pública far-se-ão por meio de
suas atividades produtivas e de infraestrutura. normas estabelecidas ou a serem estabelecidas em legislação
Art. 34. Os remanescentes das comunidades dos quilombos específica e em seus regulamentos.
se beneficiarão de todas as iniciativas previstas nesta e em ou- § 3o O poder público estimulará, por meio de incentivos, a
tras leis para a promoção da igualdade étnica. adoção de iguais medidas pelo setor privado.
§ 4o As ações de que trata o caput deste artigo assegurarão
SEÇÃO II o princípio da proporcionalidade de gênero entre os beneficiá-
DA MORADIA rios.
§ 5o Será assegurado o acesso ao crédito para a pequena
Art. 35. O poder público garantirá a implementação de po- produção, nos meios rural e urbano, com ações afirmativas para
líticas públicas para assegurar o direito à moradia adequada da mulheres negras.
população negra que vive em favelas, cortiços, áreas urbanas § 6o O poder público promoverá campanhas de sensibiliza-
subutilizadas, degradadas ou em processo de degradação, a fim ção contra a marginalização da mulher negra no trabalho artís-
de reintegrá-las à dinâmica urbana e promover melhorias no tico e cultural.
ambiente e na qualidade de vida.

225
LEGISLAÇÃO
§ 7o O poder público promoverá ações com o objetivo de TÍTULO III
elevar a escolaridade e a qualificação profissional nos setores da DO SISTEMA NACIONAL DE PROMOÇÃO
economia que contem com alto índice de ocupação por traba- DA IGUALDADE RACIAL (SINAPIR)
lhadores negros de baixa escolarização. CAPÍTULO I
Art. 40. O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Trabalhador (Codefat) formulará políticas, programas e proje-
tos voltados para a inclusão da população negra no mercado de Art. 47. É instituído o Sistema Nacional de Promoção da
trabalho e orientará a destinação de recursos para seu financia- Igualdade Racial (Sinapir) como forma de organização e de ar-
mento. ticulação voltadas à implementação do conjunto de políticas e
Art. 41. As ações de emprego e renda, promovidas por meio serviços destinados a superar as desigualdades étnicas existen-
de financiamento para constituição e ampliação de pequenas e tes no País, prestados pelo poder público federal.
médias empresas e de programas de geração de renda, contem- § 1o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
plarão o estímulo à promoção de empresários negros. participar do Sinapir mediante adesão.
Parágrafo único. O poder público estimulará as atividades § 2o O poder público federal incentivará a sociedade e a
voltadas ao turismo étnico com enfoque nos locais, monumen- iniciativa privada a participar do Sinapir.
tos e cidades que retratem a cultura, os usos e os costumes da
população negra. CAPÍTULO II
Art. 42. O Poder Executivo federal poderá implementar cri- DOS OBJETIVOS
térios para provimento de cargos em comissão e funções de con-
fiança destinados a ampliar a participação de negros, buscando Art. 48. São objetivos do Sinapir:
reproduzir a estrutura da distribuição étnica nacional ou, quando I - promover a igualdade étnica e o combate às desigualda-
for o caso, estadual, observados os dados demográficos oficiais. des sociais resultantes do racismo, inclusive mediante adoção
de ações afirmativas;
CAPÍTULO VI II - formular políticas destinadas a combater os fatores de
DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO marginalização e a promover a integração social da população
negra;
Art. 43. A produção veiculada pelos órgãos de comunicação III - descentralizar a implementação de ações afirmativas
valorizará a herança cultural e a participação da população ne- pelos governos estaduais, distrital e municipais;
gra na história do País. IV - articular planos, ações e mecanismos voltados à promo-
Art. 44. Na produção de filmes e programas destinados à ção da igualdade étnica;
veiculação pelas emissoras de televisão e em salas cinematográ- V - garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados
ficas, deverá ser adotada a prática de conferir oportunidades de para a implementação das ações afirmativas e o cumprimento
emprego para atores, figurantes e técnicos negros, sendo veda- das metas a serem estabelecidas.
da toda e qualquer discriminação de natureza política, ideológi-
ca, étnica ou artística. CAPÍTULO III
Parágrafo único. A exigência disposta no caput não se aplica DA ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA
aos filmes e programas que abordem especificidades de grupos
étnicos determinados. Art. 49. O Poder Executivo federal elaborará plano nacional
Art. 45. Aplica-se à produção de peças publicitárias destina- de promoção da igualdade racial contendo as metas, princípios e
das à veiculação pelas emissoras de televisão e em salas cinema- diretrizes para a implementação da Política Nacional de Promo-
tográficas o disposto no art. 44. ção da Igualdade Racial (PNPIR).
Art. 46. Os órgãos e entidades da administração pública federal § 1o A elaboração, implementação, coordenação, avaliação
direta, autárquica ou fundacional, as empresas públicas e as socie- e acompanhamento da PNPIR, bem como a organização, arti-
dades de economia mista federais deverão incluir cláusulas de par- culação e coordenação do Sinapir, serão efetivados pelo órgão
ticipação de artistas negros nos contratos de realização de filmes, responsável pela política de promoção da igualdade étnica em
programas ou quaisquer outras peças de caráter publicitário. âmbito nacional.
§ 1o Os órgãos e entidades de que trata este artigo inclui- § 2o É o Poder Executivo federal autorizado a instituir fórum
rão, nas especificações para contratação de serviços de consul- intergovernamental de promoção da igualdade étnica, a ser co-
toria, conceituação, produção e realização de filmes, programas ordenado pelo órgão responsável pelas políticas de promoção
ou peças publicitárias, a obrigatoriedade da prática de iguais da igualdade étnica, com o objetivo de implementar estratégias
oportunidades de emprego para as pessoas relacionadas com o que visem à incorporação da política nacional de promoção da
projeto ou serviço contratado. igualdade étnica nas ações governamentais de Estados e Muni-
§ 2o Entende-se por prática de iguais oportunidades de em- cípios.
prego o conjunto de medidas sistemáticas executadas com a fi- § 3o As diretrizes das políticas nacional e regional de promo-
nalidade de garantir a diversidade étnica, de sexo e de idade na ção da igualdade étnica serão elaboradas por órgão colegiado
equipe vinculada ao projeto ou serviço contratado. que assegure a participação da sociedade civil.
§ 3o A autoridade contratante poderá, se considerar neces- Art. 50. Os Poderes Executivos estaduais, distrital e muni-
sário para garantir a prática de iguais oportunidades de empre- cipais, no âmbito das respectivas esferas de competência, po-
go, requerer auditoria por órgão do poder público federal. derão instituir conselhos de promoção da igualdade étnica, de
§ 4o A exigência disposta no caput não se aplica às produ- caráter permanente e consultivo, compostos por igual número
ções publicitárias quando abordarem especificidades de grupos de representantes de órgãos e entidades públicas e de organi-
étnicos determinados. zações da sociedade civil representativas da população negra.

226
LEGISLAÇÃO
Parágrafo único. O Poder Executivo priorizará o repasse dos VI - apoio a programas e projetos dos governos estaduais,
recursos referentes aos programas e atividades previstos nesta distrital e municipais e de entidades da sociedade civil voltados
Lei aos Estados, Distrito Federal e Municípios que tenham criado para a promoção da igualdade de oportunidades para a popula-
conselhos de promoção da igualdade étnica. ção negra;
VII - apoio a iniciativas em defesa da cultura, da memória e
CAPÍTULO IV das tradições africanas e brasileiras.
DAS OUVIDORIAS PERMANENTES E DO ACESSO § 1o O Poder Executivo federal é autorizado a adotar medi-
À JUSTIÇA E À SEGURANÇA das que garantam, em cada exercício, a transparência na aloca-
ção e na execução dos recursos necessários ao financiamento
Art. 51. O poder público federal instituirá, na forma da lei e das ações previstas neste Estatuto, explicitando, entre outros,
no âmbito dos Poderes Legislativo e Executivo, Ouvidorias Per- a proporção dos recursos orçamentários destinados aos pro-
manentes em Defesa da Igualdade Racial, para receber e enca- gramas de promoção da igualdade, especialmente nas áreas de
minhar denúncias de preconceito e discriminação com base em educação, saúde, emprego e renda, desenvolvimento agrário,
etnia ou cor e acompanhar a implementação de medidas para a habitação popular, desenvolvimento regional, cultura, esporte
promoção da igualdade. e lazer.
Art. 52. É assegurado às vítimas de discriminação étnica o § 2o Durante os 5 (cinco) primeiros anos, a contar do exercí-
acesso aos órgãos de Ouvidoria Permanente, à Defensoria Públi- cio subsequente à publicação deste Estatuto, os órgãos do Poder
ca, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, em todas as suas Executivo federal que desenvolvem políticas e programas nas
instâncias, para a garantia do cumprimento de seus direitos. áreas referidas no § 1o deste artigo discriminarão em seus orça-
Parágrafo único. O Estado assegurará atenção às mulheres mentos anuais a participação nos programas de ação afirmativa
negras em situação de violência, garantida a assistência física, referidos no inciso VII do art. 4o desta Lei.
psíquica, social e jurídica. § 3o O Poder Executivo é autorizado a adotar as medidas
Art. 53. O Estado adotará medidas especiais para coibir a necessárias para a adequada implementação do disposto neste
violência policial incidente sobre a população negra. artigo, podendo estabelecer patamares de participação crescen-
Parágrafo único. O Estado implementará ações de ressocia- te dos programas de ação afirmativa nos orçamentos anuais a
lização e proteção da juventude negra em conflito com a lei e que se refere o § 2o deste artigo.
exposta a experiências de exclusão social. § 4o O órgão colegiado do Poder Executivo federal respon-
Art. 54. O Estado adotará medidas para coibir atos de dis- sável pela promoção da igualdade racial acompanhará e avaliará
criminação e preconceito praticados por servidores públicos em a programação das ações referidas neste artigo nas propostas
detrimento da população negra, observado, no que couber, o orçamentárias da União.
disposto na Lei no 7.716, de 5 de janeiro de 1989. Art. 57. Sem prejuízo da destinação de recursos ordinários,
Art. 55. Para a apreciação judicial das lesões e das ameaças poderão ser consignados nos orçamentos fiscal e da seguridade
de lesão aos interesses da população negra decorrentes de situ- social para financiamento das ações de que trata o art. 56:
ações de desigualdade étnica, recorrer-se-á, entre outros instru- I - transferências voluntárias dos Estados, do Distrito Fede-
mentos, à ação civil pública, disciplinada na Lei no 7.347, de 24 ral e dos Municípios;
de julho de 1985. II - doações voluntárias de particulares;
III - doações de empresas privadas e organizações não go-
CAPÍTULO V vernamentais, nacionais ou internacionais;
DO FINANCIAMENTO DAS INICIATIVAS DE PROMOÇÃO DA IV - doações voluntárias de fundos nacionais ou internacio-
IGUALDADE RACIAL nais;
V - doações de Estados estrangeiros, por meio de convênios,
Art. 56. Na implementação dos programas e das ações cons- tratados e acordos internacionais.
tantes dos planos plurianuais e dos orçamentos anuais da União,
deverão ser observadas as políticas de ação afirmativa a que se TÍTULO IV
refere o inciso VII do art. 4o desta Lei e outras políticas públicas DISPOSIÇÕES FINAIS
que tenham como objetivo promover a igualdade de oportuni-
dades e a inclusão social da população negra, especialmente no Art. 58. As medidas instituídas nesta Lei não excluem outras
que tange a: em prol da população negra que tenham sido ou venham a ser
I - promoção da igualdade de oportunidades em educação, adotadas no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal
emprego e moradia; ou dos Municípios.
II - financiamento de pesquisas, nas áreas de educação, saú- Art. 59. O Poder Executivo federal criará instrumentos para
de e emprego, voltadas para a melhoria da qualidade de vida da aferir a eficácia social das medidas previstas nesta Lei e efetuará
população negra; seu monitoramento constante, com a emissão e a divulgação de
III - incentivo à criação de programas e veículos de comu- relatórios periódicos, inclusive pela rede mundial de computa-
nicação destinados à divulgação de matérias relacionadas aos dores.
interesses da população negra; Art. 60. Os arts. 3o e 4o da Lei nº 7.716, de 1989, passam a
IV - incentivo à criação e à manutenção de microempresas vigorar com a seguinte redação:
administradas por pessoas autodeclaradas negras; “Art. 3o ........................................................................
V - iniciativas que incrementem o acesso e a permanência Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo
das pessoas negras na educação fundamental, média, técnica e de discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência na-
superior; cional, obstar a promoção funcional.” (NR)
“Art. 4o ........................................................................

227
LEGISLAÇÃO
§ 1º Incorre na mesma pena quem, por motivo de discrimi-
nação de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito LEI ESTADUAL Nº 13.182, DE 06 DE JUNHO DE 2014
de descendência ou origem nacional ou étnica: (ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL E DE COMBATE A
I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao em- INTOLERÂNCIA RELIGIOSO), REGULAMENTADA PELO
pregado em igualdade de condições com os demais trabalhado- DECRETO ESTADUAL Nº 15.353 DE 08 DE AGOSTO DE
res; 2014
II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar
outra forma de benefício profissional; LEI Nº 13.182 DE 06 DE JUNHO DE 2014
III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no
ambiente de trabalho, especialmente quanto ao salário. Institui o Estatuto da Igualdade Racial e de Combate à Into-
§ 2o Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de lerância Religiosa do Estado da Bahia e dá outras providências.
serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da
igualdade racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA, faço saber que a
de recrutamento de trabalhadores, exigir aspectos de aparência Assembleia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
próprios de raça ou etnia para emprego cujas atividades não jus-
tifiquem essas exigências.” (NR) TÍTULO I
Art. 61. Os arts. 3o e 4o da Lei nº 9.029, de 13 de abril de DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
1995, passam a vigorar com a seguinte redação: CAPÍTULO I
“Art. 3o Sem prejuízo do prescrito no art. 2o e nos dispositi- DA FINALIDADE, DEFINIÇÕES E DIRETRIZES
vos legais que tipificam os crimes resultantes de preconceito de
etnia, raça ou cor, as infrações do disposto nesta Lei são passí- Art. 1º - Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial e de
veis das seguintes cominações: Combate à Intolerância Religiosa do Estado da Bahia, destinado
...................................................................................” (NR) a garantir à população negra a efetivação da igualdade de opor-
“Art. 4o O rompimento da relação de trabalho por ato dis- tunidades, defesa de direitos individuais, coletivos e difusos e o
criminatório, nos moldes desta Lei, além do direito à reparação combate à discriminação e demais formas de intolerância racial
pelo dano moral, faculta ao empregado optar entre: e religiosa.
...................................................................................” (NR) Art. 2º - Para os fins deste Estatuto adotam-se as seguintes
Art. 62. O art. 13 da Lei no 7.347, de 1985, passa a vigorar definições:
acrescido do seguinte § 2o, renumerando-se o atual parágrafo I - população negra: conjunto de pessoas que se autodecla-
único como § 1o: ram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça utilizado
“Art. 13. ........................................................................ pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -
§ 1o ............................................................................... IBGE, ou que adotam autodefinição análoga;
§ 2º Havendo acordo ou condenação com fundamento em II - políticas públicas: ações, iniciativas e programas adota-
dano causado por ato de discriminação étnica nos termos do dos pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institucio-
disposto no art. 1o desta Lei, a prestação em dinheiro reverte- nais;
rá diretamente ao fundo de que trata o caput e será utilizada III - ações afirmativas: programas e medidas especiais ado-
para ações de promoção da igualdade étnica, conforme defini- tados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das
ção do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, na desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de opor-
hipótese de extensão nacional, ou dos Conselhos de Promoção tunidades;
de Igualdade Racial estaduais ou locais, nas hipóteses de danos IV - racismo: ideologia baseada em teorias e crenças que es-
com extensão regional ou local, respectivamente.” (NR) tabelecem hierarquias entre raças e etnias e que historicamente
Art. 63. O § 1o do art. 1o da Lei nº 10.778, de 24 de novem- tem resultado em desvantagens sociais, econômicas, políticas,
bro de 2003, passa a vigorar com a seguinte redação: religiosas e culturais para pessoas e grupos étnicos raciais es-
“Art. 1o ....................................................................... pecíficos por meio da discriminação, do preconceito e da into-
§ 1º Para os efeitos desta Lei, entende-se por violência con- lerância;
tra a mulher qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, in- V - racismo institucional: ações ou omissões sistêmicas ca-
clusive decorrente de discriminação ou desigualdade étnica, que racterizadas por normas, práticas, critérios e padrões formais e
cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à não formais de diagnóstico e atendimento, de natureza organi-
mulher, tanto no âmbito público quanto no privado. zacional e institucional, pública e privada, resultantes de pre-
...................................................................................” (NR) conceitos ou estereótipos, que resulta em discriminação e au-
Art. 64. O § 3o do art. 20 da Lei nº 7.716, de 1989, passa a sência de efetividade em prover e ofertar atividades e serviços
vigorar acrescido do seguinte inciso III: qualificados às pessoas em função da sua raça, cor, ascendência,
“Art. 20. ...................................................................... cultura, religião, origem racial ou étnica;
............................................................................................. VI - discriminação racial ou discriminação étnico-racial:
§ 3o ............................................................................... toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em
............................................................................................. raça, cor, ascendência, origem nacional ou étnica, incluindo-se
III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de as condutas que, com base nestes critérios, tenham por obje-
informação na rede mundial de computadores. to anular ou restringir o reconhecimento, exercício ou fruição,
...................................................................................” (NR) em igualdade de condições, de garantias e direitos nos campos
Art. 65. Esta Lei entra em vigor 90 (noventa) dias após a data político, social, econômico, cultural, ambiental, ou em qualquer
de sua publicação. outro campo da vida pública ou privada;

228
LEGISLAÇÃO
VII - intolerância religiosa: toda distinção, exclusão, restri- IV - promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o
ção ou preferência, incluindo-se qualquer manifestação indivi- combate à discriminação racial e às desigualdades raciais em
dual, coletiva ou institucional, de conteúdo depreciativo, basea- todas as suas manifestações estruturais, institucionais e indivi-
da em religião, concepção religiosa, credo, profissão de fé, culto, duais;
práticas ou peculiaridades rituais ou litúrgicas, e que provoque V - eliminação dos obstáculos históricos, socioculturais e
danos morais, materiais ou imateriais, atente contra os símbolos institucionais que impedem a representação da diversidade ra-
e valores das religiões afro-brasileiras ou seja capaz de fomentar cial nas esferas pública e privada;
ódio religioso ou menosprezo às religiões e seus adeptos; VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas oriun-
VIII - desigualdade racial: toda situação de diferenciação ne- das da sociedade civil destinadas à promoção da igualdade de
gativa no acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, oportunidades e ao combate às desigualdades raciais, inclusive
nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, ascendên- mediante a implementação de incentivos e critérios de condicio-
cia, origem nacional ou étnica; namento e prioridade no acesso aos recursos públicos;
IX - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no VII - implementação de medidas e programas de ação afir-
âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulhe- mativa destinados ao enfrentamento das desigualdades raciais
res negras e os demais segmentos sociais. no tocante à educação, cultura, esporte, lazer, saúde, seguran-
Art. 3º - Caberá ao Estado divulgar, em meio e linguagem ça, trabalho, moradia, meios de comunicação de massa, finan-
acessíveis, os dados oficiais e públicos concernentes à mensura- ciamentos públicos, acesso à terra, acesso à justiça e outros as-
ção da desigualdade racial e de gênero, considerando os estudos pectos da vida pública.
produzidos pelos órgãos e instituições públicas, instituições ofi- Parágrafo único - Os programas de ação afirmativa consti-
ciais de pesquisa, universidades públicas, instituições de ensino tuem-se em políticas públicas destinadas a reparar as desigual-
superior privadas e organizações da sociedade civil que tenham dades sociais, étnico-raciais e demais consequências de práticas
por finalidade estatutária a produção de estudos e pesquisas so- discriminatórias historicamente adotadas, nas esferas pública e
bre o tema. privada, durante o processo de formação social do país e do Es-
Art. 4º - É dever do Estado e da sociedade garantir a igualda- tado.
de de oportunidades, reconhecendo a todo cidadão brasileiro,
independentemente da etnia ou cor da pele, o direito à partici- CAPÍTULO II
pação na comunidade, especialmente nas atividades políticas, DO SISTEMA ESTADUAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE
econômicas, empresariais, educacionais, culturais e esportivas, RACIAL - SISEPIR
defendendo sua dignidade e valores religiosos e culturais.
Art. 5º - O presente Estatuto adota como diretrizes político- Art. 7º - Fica instituído o Sistema Estadual de Promoção da
-jurídicas para projetos de desenvolvimento, políticas públicas e Igualdade Racial - SISEPIR, com a finalidade de efetivar o conjun-
medidas de ação afirmativa, a inclusão do segmento da popula- to de ações, políticas e serviços de enfrentamento ao racismo,
ção atingido pela desigualdade racial e a promoção da igualdade promoção da igualdade racial e combate à intolerância religiosa.
racial, observando-se as seguintes dimensões: § 1º - Os Municípios poderão integrar o SISEPIR, mediante
I - reparatória e compensatória para os descendentes das participação no Fórum de Gestores de Promoção da Igualdade
vítimas da escravidão, do racismo e das demais práticas institu- Racial ou através de declaração de anuência, na forma estabele-
cionais e sociais históricas que contribuíram para as profundas cida em regulamento.
desigualdades raciais e as persistentes práticas de discriminação § 2 º - O SISEPIR manterá articulação com o Sistema Nacio-
racial na sociedade baiana, inclusive em face dos povos de ter- nal de Promoção da Igualdade Racial - SINAPIR, instituído pela
reiros de religiões afro-brasileiras; Lei Federal nº 12.288, de 20 de julho de 2010 e regulamentado
II - inclusiva, nas esferas pública e privada, assegurando a pelo Decreto Federal nº 8.136, de 05 de novembro de 2013.
representação equilibrada dos diversos segmentos étnico-ra- § 3 º - O Estado instituirá linhas de apoio, benefícios e in-
ciais componentes da sociedade baiana, solidificando a demo- centivos para estimular a participação da sociedade civil e da
cracia e a participação de todos; iniciativa privada no SISEPIR.
III - otimizadora das relações socioculturais, econômicas e Art. 8 º - Integram o SISEPIR:
institucionais, pelos benefícios da diferença e da diversidade I - a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial - SEPROMI,
racial para a coletividade, enquanto fatores de criatividade e criada pela Lei nº 10.549, de 28 de dezembro de 2006, alterada
inovação dinamizadores do processo civilizatório e o desenvol- pela Lei nº 12.212, de 04 de maio de 2011, que o coordenará;
vimento do Estado. II - o Conselho para o Desenvolvimento da Comunidade Ne-
Art. 6º - A participação da população negra, em condições gra - CDCN, órgão colegiado de participação e controle social,
de igualdade de oportunidades, na vida econômica, social, polí- instituído pela Lei nº 4.697, de 15 de julho de 1987, alterado
tica e cultural do Estado, será promovida, prioritariamente, por pelas Leis nº 10.549, de 20 de dezembro de 2006 e nº 12.212, de
meio de: 4 de maio de 2011;
I - inclusão igualitária nas políticas públicas, programas de III - a Comissão Estadual para a Sustentabilidade dos Povos
desenvolvimento econômico e social e de ação afirmativa, com- e Comunidades Tradicionais - CESPCT, órgão colegiado de parti-
batendo especificamente as desigualdades raciais e de gênero cipação e controle social instituído pelo Decreto nº 13.247, de
que atingem as mulheres negras e a juventude negra; 30 de agosto de 2011;
II - adoção de políticas, programas e medidas de ação afir- IV - a Rede de Combate ao Racismo e à Intolerância Religio-
mativa; sa, instrumento de articulação entre o Poder Público, as institui-
III - adequação das estruturas institucionais do Poder Pú- ções do Sistema de Justiça e a sociedade civil para a implemen-
blico para o eficiente enfrentamento e superação das desigual- tação da política de promoção da igualdade racial no aspecto do
dades raciais decorrentes do racismo e da discriminação racial; enfrentamento ao racismo e à intolerância religiosa;

229
LEGISLAÇÃO
V - o Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Into- contribuindo para a qualificação da execução das ações no âm-
lerância Religiosa, unidade administrativa de apoio à implemen- bito do SISEPIR, divulgando relatório anual sobre os resultados
tação da Política de Promoção da Igualdade Racial, instituído alcançados.
pelo Decreto nº 14.297, de 31 de janeiro de 2013;
VI - os Municípios a que se refere o § 1º do art. 7º desta Lei. TÍTULO II
Art. 9º - O funcionamento do SISEPIR será disciplinado no DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Regulamento deste Estatuto. CAPÍTULO I
Art. 10 - Fica instituída a Ouvidoria de Promoção da Igual- DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE
dade Racial, vinculada à estrutura da Ouvidoria Geral do Estado,
criada pelo Decreto nº 13.976, de 09 de maio de 2012, com a Art. 15 - O direito à saúde da população negra será garan-
finalidade de registro de ocorrências de racismo, discriminação tido pelo Poder Público mediante políticas sociais e econômicas
racial, intolerância religiosa, conflitos fundiários envolvendo po- destinadas à redução do risco de doenças e outros agravos, com
vos de terreiros e comunidades quilombolas e violação aos direi- foco nas necessidades específicas deste segmento da população.
tos de que trata este Estatuto. § 1º - Para o cumprimento do disposto no caput cabe ao Po-
der Público promover o acesso universal, integral e igualitário às
CAPÍTULO III ações e serviços de saúde integrados ao Sistema Único de Saúde
DO SISTEMA DE FINANCIAMENTO DAS POLÍTICAS DE PRO- - SUS, em todos os níveis de atenção, por meio de medidas de
MOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL promoção, proteção e recuperação da saúde visando à redução
de vulnerabilidades específicas da população negra.
Art. 11 - Fica instituído o Sistema de Financiamento das § 2º - O Poder Público poderá promover apoio técnico e
Políticas de Promoção da Igualdade Racial, com a finalidade de financeiro aos municípios tendo em vista a implementação do
garantir prioridade no planejamento, alocação específica de re- disposto neste Capítulo na esfera local, contemplando, inclusi-
cursos, aperfeiçoamento dos meios de execução e controle so- ve, a atenção integral à saúde dos moradores de comunidades
cial das políticas de promoção da igualdade racial no âmbito do remanescentes de quilombo.
Estado. Art. 16 - O conjunto de princípios, objetivos, instrumentos e
Art. 12 - Na implementação dos programas e das ações ações voltadas à promoção da saúde da população negra, consti-
constantes dos planos plurianuais e dos orçamentos anuais do tui a Política Estadual de Atenção Integral à Saúde da População
Estado, deverão ser observadas as políticas de ação afirmativa Negra, executada conforme as diretrizes abaixo especificadas:
I - ampliação e fortalecimento da participação dos movi-
a que se refere este Estatuto e outras políticas públicas que te-
mentos sociais em defesa da saúde da população negra nas ins-
nham como objetivo promover a igualdade de oportunidades e
tâncias de participação e controle social das políticas de saúde
a inclusão social da população negra.
em âmbito estadual, notadamente o Comitê Técnico Estadual de
§ 1º - O Estado é autorizado a adotar medidas que garan-
Saúde da População Negra ou instância equivalente;
tam, em cada exercício, a transparência na alocação e na execu-
II - produção de conhecimento científico e tecnológico so-
ção dos recursos necessários ao financiamento das ações previs-
bre o enfrentamento ao racismo na área de saúde e a promoção
tas neste Estatuto, explicitando, entre outros, a proporção dos
da saúde da população negra;
recursos orçamentários destinados aos programas de promoção
III - desenvolvimento de processos de informação, comuni-
da igualdade, especialmente nas áreas de educação, saúde, se-
cação e educação para contribuir com a redução das vulnerabi-
gurança pública, emprego e renda, desenvolvimento agrário, lidades por meio da prevenção, para a melhoria da qualidade de
habitação popular, desenvolvimento regional, cultura, esporte vida da população negra e para a sensibilização quanto à ade-
e lazer. quada utilização do quesito “raça/cor”;
§ 2º - O Estado é autorizado a adotar as medidas necessá- IV - desenvolvimento de ações e estratégias de identifica-
rias para a adequada implementação do disposto neste artigo, ção, abordagem, combate e desconstrução do racismo institu-
podendo estabelecer patamares de participação crescente dos cional nos serviços e unidades de saúde, incluindo-se os de aten-
programas de ação afirmativa nos orçamentos anuais a que se dimento de urgência e emergência, assim como no contexto da
refere o caput deste artigo. educação permanente de trabalhadores da saúde;
Art. 13 - Sem prejuízo da destinação de recursos ordinários, V - ações concretas para a redução de indicadores de mor-
poderão ser consignados nos orçamentos para o financiamento bi-mortalidade causada por doenças e agravos prevalentes na
de que trata o art. 12 desta Lei: população negra;
I - transferências voluntárias da União; VI - formulação e/ou revisão das redes integradas de servi-
II - doações voluntárias de particulares; ços de saúde do SUS, em âmbito estadual, com a finalidade de
III - doações de empresas privadas e organizações não-go- inclusão das especificidades relacionadas à saúde da população
vernamentais, nacionais ou internacionais; negra;
IV - doações voluntárias de fundos nacionais ou internacio- VII - implementação de programas específicos com foco nas
nais; doenças cujos indicadores epidemiológicos evidenciam as maio-
V - doações de Estados estrangeiros, por meio de convênios, res desigualdades raciais;
tratados e acordos internacionais. VIII - definição de ações com recortes específicos para a
Art. 14 - Caberá ao Estado realizar o acompanhamento, mo- criança e o adolescente negros, idosos negros e mulheres ne-
nitoramento e avaliação da execução intersetorial das políticas e gras.
programas setoriais e de promoção da igualdade racial, incluídas Art. 17 - As informações prestadas pelos órgãos estaduais
as ações específicas voltadas para os segmentos atingidos pela de saúde e os respectivos instrumentos de coleta de dados in-
discriminação racial, promovendo a integração dos dados aos cluirão o quesito “raça/cor”, reconhecido de acordo com a auto-
sistemas de monitoramento das ações do Governo do Estado e declaração dos usuários das ações e serviços de saúde.

230
LEGISLAÇÃO
Art. 18 - A Secretaria da Saúde realizará o acompanhamento § 1º - O Estado implementará programa específico de reco-
e o monitoramento das condições específicas de saúde da po- nhecimento e fortalecimento da identidade e da autoestima de
pulação negra no Estado, visando à redução dos indicadores de crianças e adolescentes negros, que permeará todo o Sistema
morbi-mortalidade por doenças prevalentes na população ne- Estadual de Ensino e os programas estaduais de acesso ao En-
gra. sino Superior.
Parágrafo único - Para o cumprimento do disposto no caput, § 2º - O Estado e as instituições estaduais de educação supe-
a Secretaria da Saúde produzirá estatísticas vitais e análises epi- rior promoverão o acesso e a permanência da população negra
demiológicas da morbi-mortalidade por doenças prevalentes na na Educação Superior, incluindo-se os cursos de pós-graduação
população negra, quer se trate de doenças geneticamente de- lato sensu, mestrado e doutorado, adotando medidas e progra-
terminadas ou doenças causadas ou agravadas por condições de mas específicos para este fim.
vida da população negra atingida pela desigualdade racial. Art. 24 - É assegurado aos alunos adeptos de religiões afro-
Art. 19 - É responsabilidade do Poder Público incentivar a -brasileiras o direito de realizar atividades compensatórias, pre-
produção de conhecimento científico e tecnológico sobre saúde viamente definidas em ato normativo, sob orientação e super-
da população negra e práticas de promoção da saúde de povos visão pelos respectivos professores, na hipótese de necessidade
de terreiros de religiões afro-brasileiras e das comunidades qui- de faltar às aulas em função de atividade religiosa devidamente
lombolas, inclusive podendo prestar apoio, técnico, cientifico e comprovada, tendo em vista o cumprimento dos deveres escola-
financeiro a instituições de educação superior vinculadas à Se- res e o aproveitamento dos conteúdos programáticos.
cretaria da Educação para a implantação de linhas de pesquisa, Art. 25 - O Estado adotará ações para assegurar a qualidade
núcleos e cursos de pós-graduação sobre o tema. do ensino da História e da Cultura Africana, Afro-brasileira e In-
Art. 20 - A Secretaria da Saúde promoverá a formação inicial dígena nas unidades do Ensino Fundamental e Médio do Sistema
e continuada dos trabalhadores em saúde, realizará campanhas Estadual de Ensino, em conformidade com o estabelecido pela
educativas e distribuirá material em linguagem acessível à po- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, assegurando a
pulação, abordando conteúdos relativos ao enfrentamento ao estrutura e os meios necessários à sua efetivação, inclusive no
racismo na área de saúde, à promoção da saúde da população que se refere à formação permanente de educadores, realização
negra e às práticas de promoção da saúde de povos de terreiros de campanhas e disponibilização de material didático específico,
de religiões afro-brasileiras e comunidades quilombolas. no contexto de um conjunto de ações integradas com o combate
Art. 21 - O Poder Público instituirá programas, incentivos ao racismo e à discriminação racial nas escolas.
e benefícios específicos para a garantia do direito à saúde das § 1º - O Estado exercerá a fiscalização e adotará as provi-
comunidades quilombolas. dências cabíveis em caso de descumprimento das medidas pre-
Parágrafo único - Será garantido a todas as comunidades re- vistas no caput deste artigo.
manescentes de quilombo identificadas no Estado, o pleno aces- § 2º - O Estado, mediante incentivos e prêmios, promoverá
so às ações e serviços de saúde, notadamente pelo Programa de o reconhecimento de práticas didáticas e metodológicas no En-
Saúde da Família e pelo Programa de Agentes Comunitários de sino da História e da Cultura Africana, Afro-brasileira e Indígena
Saúde, de acordo com metas específicas estabelecidas e moni- nas escolas do Sistema Estadual de Ensino e da rede privada.
toradas pela Secretaria da Saúde, assegurando-se, sempre que Art. 26 - A Secretaria da Educação procederá à apuração ad-
possível, que as equipes destes programas sejam integradas por ministrativa das ocorrências de racismo, discriminação racial, in-
membros das comunidades. tolerância religiosa no âmbito das unidades do Sistema Estadual
de Ensino, através de estruturas administrativas especificamen-
CAPÍTULO II te criadas para este fim, em articulação com a Rede e o Centro
DO DIREITO À EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religio-
sa, que prestará apoio social, psicológico e jurídico específico
Art. 22 - O Estado desenvolverá ações para viabilizar e am- às pessoas negras atingidas, com prioridade no atendimento de
pliar o acesso e fruição da população negra à educação, cultura, crianças e adolescentes negros.
esporte e lazer, almejando a efetivação da igualdade de opor- Art. 27 - Na oferta de educação básica para a população
tunidades de acesso ao bem-estar, desenvolvimento e partici- rural, inclusive às comunidades remanescentes de quilombos e
pação e contribuição para a identidade e o patrimônio cultural aos povos indígenas, os sistemas de ensino promoverão as adap-
brasileiro. tações necessárias para a sua adequação às peculiaridades da
Parágrafo único - O Estado poderá prestar apoio técnico e vida rural de cada região, observando-se o seguinte:
financeiro aos Municípios, tendo para implementação, na esfera I - conteúdos curriculares e metodologias apropriados à re-
local, das medidas previstas neste Capítulo. alidade das comunidades rurais e que, no caso das comunidades
quilombolas e dos povos indígenas, contemplem a trajetória his-
SEÇÃO I tórica, as relações territoriais, a ancestralidade e a resistência
DO DIREITO À EDUCAÇÃO coletiva à opressão histórica;
II - adequação do calendário escolar às fases do ciclo agríco-
Art. 23 - Fica assegurada a participação da população negra la e às condições climáticas;
em igualdade de oportunidades nos espaços de participação e III - adequação às atividades laborais de subsistência e aos
controle social das políticas públicas em educação, cabendo ao modos de vida das comunidades rurais.
Poder Público promover o acesso da população negra à educa- Art. 28 - As comemorações de caráter cívico e de relevância
ção em todas as modalidades de ensino, abrangendo o Ensino para a memória e a história da população negra brasileira e baia-
Médio, Técnico e Superior, assim como os programas especiais na serão previstas no Calendário Escolar do Sistema Estadual de
em educação, visando a sua inserção nos mundos acadêmico e Ensino, inserindo-se, desde já, o mês de agosto, em memória à
profissional. Revolta dos Búzios de 1798 e de seus Heróis.

231
LEGISLAÇÃO
Art. 29 - O Estado estimulará a implementação e manuten- Art. 36 - Fica reconhecido o Programa Ouro Negro, desen-
ção dos programas e medidas de ação afirmativa para ampliação volvido por meio de ações de apoio e fortalecimento institu-
do acesso da população negra ao Ensino Técnico e à Educação cional de blocos e agremiações de matriz africana e indígena,
Superior, em todos os cursos, no âmbito de atuação do Estado, afoxés, blocos de samba, blocos de “reggae”, blocos de “samba-
com prazo de duração compatível com a correção das desigual- -reggae”, da cultura “Hip-Hop” e entidades culturais congêne-
dades raciais verificadas. res, cujas ações serão realizadas durante todo o ano, nos termos
Art. 30 - Poderá o Poder Público, em articulação com os Mu- do regulamento.
nicípios, disponibilizar apoio técnico, financeiro e operacional Art. 37 - Fica reconhecida a categoria de mestres e mestras
para promover o acesso efetivo e igualitário de crianças negras, dos saberes e fazeres das culturas tradicionais de matriz africa-
com idade entre zero e seis anos, à Educação Infantil. na, com base na Lei nº 8.899, de 18 de dezembro de 2003, tendo
Parágrafo único - É de responsabilidade do Estado, em par- em vista o reconhecimento, a valorização e o efetivo apoio ao
ceria com a União e Municípios, estabelecer políticas de for- exercício do seu papel na sociedade baiana e brasileira.
mação permanente de educadores da Educação Infantil, com § 1º - Para os fins previstos neste Estatuto, entende-se por
ênfase no reconhecimento da contribuição dos africanos e dos mestras e mestres dos saberes e fazeres, das culturas tradicio-
afro-brasileiros para a história e a cultura na valorização da tole- nais de matriz africana, o indivíduo que se reconhece e é re-
rância e no respeito às diferenças. conhecido pela sua própria comunidade como representante e
Art. 31 - O censo educacional concernente à “raça/cor” será herdeiro dos saberes e fazeres da cultura tradicional que, atra-
um dos mecanismos utilizados para o monitoramento, acompa- vés da oralidade, da corporeidade e da vivência dialógica, apren-
nhamento e avaliação das condições educacionais da população de, ensina e torna-se a memória viva e afetiva desta cultura,
negra, contemplando entre outros aspectos, o acesso e a perma- transmitindo saberes e fazeres de geração em geração, garan-
nência no Sistema Estadual de Ensino. tindo a ancestralidade e identidade do seu povo, a exemplo de
Art. 32 - Os órgãos e instituições estaduais de fomento à Griô, Mestras e Mestres das Artes, dos ofícios, entre outros.
pesquisa e à pós-graduação instituirão linhas de pesquisa e Art. 38 - Além do disposto na Lei nº 8.899, de 18 de dezem-
programas de estudo voltados para temas relativos às relações bro de 2003, o reconhecimento dos mestres e mestras dos sa-
raciais, combate às desigualdades raciais e de gênero, enfrenta- beres e fazeres das culturas tradicionais de matriz africana pelo
mento ao racismo e outras questões pertinentes à garantia de Estado compreenderá:
direitos da população negra. I - apoio a ações de mobilização e organização;
II - apoio à manutenção e melhoria de espaços públicos tra-
SEÇÃO II dicionalmente utilizados para o exercício de suas atividades;
DO DIREITO À CULTURA III - fomento à obtenção ou aquisição de matéria prima e
equipamentos para a produção e transferência das culturas tra-
Art. 33 - O Estado garantirá o reconhecimento das manifes- dicionais de transmissão oral do Brasil;
tações culturais preservadas pelas sociedades negras, blocos IV - estímulo à geração de renda e à ampliação de mercado
afro, irmandades, clubes e outras formas de expressão cultural para os produtos das culturas tradicionais de transmissão oral
coletiva da população negra, com trajetória histórica comprova- do Brasil;
da, como patrimônio histórico e cultural, nos termos dos arts. V - instituição e prêmios para a valorização de iniciativas
215 e 216 da Constituição Federal e art. 275 da Constituição do voltadas para salvaguarda do universo dos saberes e práticas
Estado da Bahia. das culturas tradicionais de transmissão oral de matriz africana;
Art. 34 - O Estado, por meio do Sistema Estadual de Cultura, VI - concessão de benefício pecuniário, na forma de bolsa,
estimulará e apoiará a produção cultural de entidades do movi- como reconhecimento oficial e incentivo à transmissão dos sa-
mento negro e de grupos de manifestação cultural coletiva da beres e fazeres dos mestres e mestras tradicionais de matriz
população negra, que desenvolvam atividades culturais voltadas africana.
para a promoção da igualdade racial, o combate ao racismo e a Parágrafo único - A concessão de bolsas aos mestres e mes-
intolerância religiosa, mediante cooperação técnica, seleção pú- tras tradicionais de matriz africana, a que se refere o inciso IV
blica de apoio a projetos, apoio a ações de formação de agentes deste artigo, observará o atendimento aos critérios estabeleci-
culturais negros, intercâmbios e incentivos, entre outros meca- dos no art. 3º da Lei nº 8.899, de 18 de dezembro de 2003, além
nismos. dos requisitos e procedimentos fixados em regulamento próprio
Parágrafo único - As seleções públicas de apoio a projetos a ser expedido pelo Poder Executivo.
na área de cultura deverão assegurar a equidade na destinação
de recursos a iniciativas de grupos de manifestação cultural da SEÇÃO III
população negra. DO DIREITO AO ESPORTE E AO LAZER
Art. 35 - É dever do Estado preservar e garantir a integrida-
de, a respeitabilidade e a permanência dos valores das religiões Art. 39 - O Estado fomentará o pleno acesso da população
afro-brasileiras e dos modos de vida, usos, costumes tradições e negra às práticas desportivas no Estado, consolidando o esporte
manifestações culturais das comunidades quilombolas. e o lazer como direitos sociais.
Parágrafo único - Para o cumprimento do disposto no caput, Art. 40 - Cabe ao Estado promover a democratização do
cabe ao Estado inventariar, restaurar e proteger os documentos, acesso a espaços, atividades e iniciativas gratuitas de esporte e
obras e outros bens de valor artístico e cultural, os monumen- lazer, nas suas manifestações educativas, artísticas e culturais,
tos, mananciais, flora e sítios arqueológicos, vinculados às co- como direitos de todos, visando resgatar a dignidade das popu-
munidades remanescentes de quilombo e aos povos de terreiros lações das periferias urbanas e rurais, valorizando a auto-orga-
de religiões afro-brasileiras, atendendo aos termos do art. 216, nização e a participação da população negra.
§ 5º, da Constituição Federal.

232
LEGISLAÇÃO
§ 1º - O disposto no caput constitui diretriz para as parcerias I - a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as
entre o Estado, a sociedade civil e a iniciativa privada. Formas de Discriminação Racial, de 1965;
§ 2º - As políticas estaduais de fomento ao esporte e lazer II - a Convenção nº 100, de 1951, sobre a “igualdade de re-
priorizarão a instalação de equipamentos públicos de esporte e muneração para a mão-de-obra masculina e a mão-de-obra fe-
lazer que atendam às comunidades negras urbanas e rurais, com minina por um trabalho de igual valor”, e a Convenção nº 111,
foco na juventude negra e nas mulheres negras. de 1958, que trata da discriminação no emprego e na profissão,
Art. 41 - A atividade de capoeirista será reconhecida em to- ambas da Organização Internacional do Trabalho - OIT;
das as modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como III - a Declaração e Plano de Ação emanados da III Conferên-
esporte, luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo cia Mundial Contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e
o território estadual. Intolerâncias Correlatas, de 2001.
Parágrafo único - É facultado o ensino da capoeira nas insti- Art. 47 - Cabe ao Estado implementar medidas e políticas
tuições públicas e privadas pelos capoeiristas e mestres tradicio- que assegurem a igualdade de oportunidades no mercado de
nais, pública e formalmente reconhecidos. trabalho para as mulheres negras e a população negra, obser-
vando-se o seguinte:
CAPÍTULO III I - garantia de igualdade de oportunidades para o acesso
DO ACESSO À TERRA a cargos, empregos e contratos com a Administração Direta e
Indireta;
Art. 42 - O Estado promoverá a regularização fundiária, o II - implementação de políticas e programas específicos vol-
fortalecimento institucional e o desenvolvimento sustentável tados para a qualificação profissional, o aperfeiçoamento e a in-
das comunidades remanescentes de quilombos e dos povos e serção no mercado de trabalho;
comunidades que historicamente tem preservado as tradições III - implementação de políticas e programas voltados para o
africanas e afro-brasilerias no Estado, de forma articulada com apoio ao empreendedorismo;
as políticas específicas pertinentes. IV - incentivo à criação de linhas de financiamento, servi-
Paragrafo único - Fica reconhecida a propriedade definitiva ços, incentivos e benefícios fiscais e creditícios específicos para
das terras públicas estaduais, rurais e devolutas, dos espaço de
as organizações privadas que adotarem políticas de promoção
preservação das tradições africanas e afro-brasileiras.
racial, assegurando a proporcionalidade racial e de gênero em
Art. 43 - O Estado incentivará a participação de comunida-
conformidade com a composição racial da população do Estado;
des remanescentes de quilombos e dos povos de terreiros de
V - acesso ao crédito para a pequena produção, nos meios
religiões afro-brasileiras nos órgãos colegiados estaduais de for-
rural e urbano, com ações afirmativas para mulheres negras.
mulação, participação e controle social de políticas públicas nas
§ 1º - As ações de que trata o caput deste artigo assegurarão
áreas de educação, saúde, segurança alimentar, meio ambiente,
o princípio da proporcionalidade de gênero entre os beneficiá-
desenvolvimento urbano, política agrícola e política agrária, no
rios.
que for pertinente a cada segmento de população tradicional,
§ 2º - O Estado promoverá campanhas educativas contra a
assim como em outras áreas que lhes sejam concernentes.
Art. 44 - O Estado estabelecerá diretrizes aplicáveis à re- marginalização da mulher negra no trabalho artístico e cultural.
gularização fundiária dos terrenos em que se situam templos e § 3º - O Estado promoverá ações com o objetivo de elevar
espaços de culto das religiões afro-brasileiras, em articulação a escolaridade e a qualificação profissional nos setores da eco-
com as entidades representativas deste segmento, atendendo nomia que detenham alto índice de ocupação por trabalhadores
ao disposto no art. 50 dos Atos e Disposições Transitórias da negros de baixa escolarização.
Constituição do Estado da Bahia. Art. 48 - O quesito “raça/cor” constará obrigatoriamente
Parágrafo único - A regularização fundiária de que trata o dos cadastros de servidores públicos estaduais, para todos os
caput será efetivada pela expedição de título de domínio co- cargos, empregos e funções públicas.
letivo e pró-indiviso em nome da associação legalmente cons- Art. 48 regulamentado pelo Decreto nº 15.669 de 19 de no-
tituída, que represente civilmente a comunidade de religião vembro de 2014.
afro-brasileira, gravado com cláusula de inalienabilidade, impe- Art. 49 - Fica instituída a reserva de vagas para a população
nhorabilidade e imprescritibilidade. negra nos concursos públicos e processos seletivos para provi-
Art. 45 - Poderá ser realizada consulta prévia, livre e infor- mento de pessoal no âmbito da Administração Pública Direta e
mada aos povos e comunidades tradicionais, notadamente às Indireta Estadual, correspondente, no mínimo, a 30% (trinta por
comunidades remanescentes de quilombos e dos povos e comu- cento) das vagas a serem providas.
nidades que historicamente têm preservado as tradições afri- § 1º - A reserva de vagas de que trata o caput deste artigo
canas e afro-brasilerias no Estado, de que trata este capítulo, aplica-se aos concursos públicos para provimento de cargos efe-
sempre que forem previstas medidas administrativas suscetíveis tivos e empregos públicos, bem como aos processos seletivos
de afetá-los diretamente. para contratações temporárias, sob Regime Especial de Direito
Administrativo - REDA, promovidos pelos órgãos e entidades da
CAPÍTULO IV Administração Direta e Indireta do Poder Executivo do Estado
DO DIREITO AO TRABALHO, AO EMPREGO, À RENDA, AO EM- da Bahia.
PREENDEDORISMO E AO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO § 2º - Terão acesso às medidas de ação afirmativa previstas
neste artigo aqueles que se declarem pretos e pardos segundo
Art. 46 - A implementação de políticas públicas voltadas a classificação adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
para a promoção da igualdade no acesso da população negra Estatística - IBGE, prevalecendo a autodeclaração.
ao trabalho, à qualificação profissional, ao empreendedorismo, § 3º - O Estado realizará o monitoramento e a avaliação per-
ao emprego, à renda e ao desenvolvimento econômico é de res- manente dos resultados da aplicação da reserva de vagas em
ponsabilidade do Estado, observando-se o seguinte: certames públicos, de que trata este artigo.

233
LEGISLAÇÃO
§ 4º - O Estado garantirá a igualdade de oportunidades para Art. 59 - O Estado adotará medidas para coibir atos de racis-
o acesso da população negra aos cargos de provimento tempo- mo, discriminação racial e intolerância religiosa pelos agentes e
rário, assegurando-se a reserva de vagas para o acesso de pes- servidores públicos estaduais, observando-se a legislação perti-
soas negras a estes cargos, observada a equidade de gênero da nente para a apuração da responsabilidade administrativa, civil
medida, que será definida em decreto do Chefe do Poder Exe- e penal, no que couber.
cutivo Estadual.
§ 4º do art. 49 regulamentado pelo Decreto nº 15.669 de 19 CAPÍTULO VI
de novembro de 2014. DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
Art. 50 - As ações afirmativas previstas no art. 49 terão vi-
gência por 10 (dez) anos a partir da publicação desta Lei. Art. 60 - A política de comunicação social do Estado e a
Art. 51 - O Estado estimulará as atividades voltadas ao turis- publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas
mo étnico com enfoque nos locais, monumentos e cidades que institucionais do Estado se orientarão pelo princípio da diversi-
retratem a cultura, os usos e os costumes da população negra. dade étnico-racial e cultural, assegurando a representação justa
Art. 52 - Os processos de contratação de obras, produtos e e proporcional dos diversos segmentos raciais da população nas
serviços pela Administração Pública Estadual observarão crité- peças institucionais, educacionais e publicitárias, observando-se
rios e incentivos que viabilizem a contratação de empresas que o percentual da população negra na composição demográfica
implementem programas de ação afirmativa para acesso das do Estado.
mulheres negras e da população negra a oportunidades de tra- Art. 61 - As emissoras públicas estaduais de teledifusão e ra-
balho e de negócios em todos os níveis de sua atuação. diodifusão desenvolverão programação pluralista, assegurando
Art. 52 regulamentado pelo Decreto nº 15.669 de 19 de no- a divulgação, valorização e promoção dos diversos segmentos
vembro de 2014. étnico-raciais, religiosos e culturais do Estado.
Art. 62 - O Estado implementará um programa permanente
CAPÍTULO V de incentivo à produção de mídia em veículos de comunicação
DO COMBATE AO RACISMO INSTITUCIONAL públicos que fomente a preservação, valorização, respeitabili-
dade e garantia da integridade dos legados cultural e identitário
Art. 53 - O Estado promoverá a adequação dos serviços pú-
dos povos de terreiros de religiões afro-brasileiras.
blicos ao princípio do reconhecimento e valorização da diversi-
Art. 63 - Fica assegurada a inviolabilidade da intimidade,
dade e da diferença racial, religiosa e cultural, em conformidade
vida privada, honra e imagem das pessoas, sendo vedada a ex-
com o disposto neste Estatuto.
posição da imagem de pessoas custodiadas em estabelecimen-
Art. 54 - No contexto das ações de combate ao racismo ins-
tos prisionais e policiais da estrutura da Administração Pública
titucional, o Estado desenvolverá as seguintes ações:
Estadual, ressalvados os casos justificados por motivo de inte-
I - articulação com gestores municipais objetivando a defi-
resse público e de proteção aos direitos humanos, autorizados
nição de estratégias e a implementação de planos de enfrenta-
pelo dirigente da unidade ou autoridade policial civil ou militar,
mento ao racismo institucional, compreendendo celebração de
acordos de cooperação técnica para este fim; mediante a formalização de requerimento e justificativa.
II - campanha de informação aos servidores públicos visando § 1º - A vedação do caput estende-se à divulgação de fatos
oferecer subsídios para a identificação do racismo institucional; ou circunstâncias que possam depreciar a imagem da pessoa sob
III - formulação de protocolos de atendimento e implemen- custódia ou expô-la a situação vexatória.
tação de pesquisas de satisfação sobre a qualidade dos serviços § 2º - Compete à autoridade policial civil ou militar que pre-
públicos estaduais com foco no enfrentamento ao racismo ins- side o procedimento, ou à assessoria de comunicação do órgão,
titucional. a prestação de informações de interesse público aos veículos de
Art. 55 - Os programas de avaliação de conhecimentos em comunicação, mediante a formalização de requerimento e jus-
concursos públicos e processos seletivos em âmbito estadual tificativa.
abordarão temas referentes às relações étnico-raciais, à trajetó-
ria histórica da população negra no Brasil e na Bahia, sua contri- CAPÍTULO VII
buição decisiva para o processo civilizatório nacional, e políticas DAS MULHERES NEGRAS
de promoção da igualdade racial e de defesa de direitos de pes-
soas e comunidades afetadas pelo racismo e pela discriminação Art. 64 - Sem prejuízo das demais disposições deste Estatu-
racial, com base na legislação estadual e federal específica. to, o Estado garantirá a efetiva igualdade de oportunidades, a
Art. 55 regulamentado pelo Decreto nº 15.669 de 19 de no- defesa de direitos, a proteção contra a violência e a participação
vembro de 2014. das mulheres negras na vida social, política, econômica, cultural
Art. 56 - O Estado disponibilizará cooperação técnica aos e projetos de desenvolvimento no Estado, assegurando-se o for-
Municípios tendo em vista a implantação de programa de com- talecimento de suas organizações representativas.
bate ao racismo institucional. Art. 65 - O Estado incentivará a representação das mulheres
Art. 57 - O Estado promoverá a oferta, aos servidores, de negras nos órgãos colegiados estaduais de participação, formu-
cursos de capacitação e aperfeiçoamento para o combate ao lação e controle social nas políticas públicas, nas áreas de pro-
racismo institucional, que poderá ser um dos requisitos em pro- moção da igualdade racial, saúde, educação e outras áreas que
cessos de promoção dos servidores públicos estaduais. lhes sejam concernentes.
Art. 57 regulamentado pelo Decreto nº 15.669 de 19 de no- Art. 66 - Cabe ao Estado assegurar a articulação e a integra-
vembro de 2014. ção entre as políticas de promoção da igualdade racial e com-
Art. 58 - A eficácia do combate ao racismo institucional será bate ao racismo e ao sexismo e as políticas para as mulheres
considerado um dos critérios de avaliação externa e interna da negras, em âmbito estadual.
qualidade dos serviços públicos estaduais.

234
LEGISLAÇÃO
Art. 67 - Observando-se as disposições deste Estatuto, o CAPÍTULO X
conjunto de ações específicas voltadas à proteção e defesa dos DO DIREITO À SEGURANÇA PÚBLICA
direitos das mulheres negras constituirá o Plano Estadual para
as Mulheres Negras, parte integrante da Política Estadual para Art. 75 - O Estado adotará medidas especiais para prevenir e
as Mulheres. coibir atos que atentem contra os direitos humanos e a cidada-
nia incidente sobre a população negra.
CAPÍTULO VIII Parágrafo único - O Sistema de Defesa Social do Estado da
DA JUVENTUDE NEGRA Bahia - SDS implementará programa permanente para prevenir
e coibir a violência institucional sobre a população negra.
Art. 68 - Sem prejuízo das demais disposições deste Estatu- Art. 76 - O Estado produzirá, sistematizará e divulgará perio-
to, o Estado garantirá a efetiva igualdade de oportunidades, a dicamente estatísticas sobre o impacto das violações de direitos
defesa de direitos e a participação da juventude negra na vida humanos sobre a qualidade de vida da população negra no Esta-
social, política, econômica, cultural e projetos de desenvolvi- do, abordando especificamente os dados sobre homicídios.
mento no Estado, assegurando-se o fortalecimento de suas or- Art. 77 - O Estado manterá registro e monitoramento das
ganizações representativas. ações de policiamento ostensivo que impliquem em abordagem
Art. 69 - O Estado incentivará a representação da juventude de pessoas e veículos e flexibilização da garantia constitucional
negra nos órgãos colegiados estaduais de participação e contro- de inviolabilidade dos domicílios, identificando o impacto destas
le social nas políticas públicas, nas áreas de promoção da igual- ações sobre comunidades negras no Estado.
dade racial, juventude, educação, segurança pública, cultura e Art. 78 - Cabe ao Estado assegurar o registro e o atendi-
outras áreas que lhes sejam concernentes, em consonância com mento às demandas da população negra relativas às políticas de
o Plano Estadual de Juventude, aprovado pela Lei nº 12.361, de segurança pública e de defesa social do Estado.
17 de novembro de 2011. Art. 79 - Será criada, na estrutura da Polícia Civil da Bahia,
Art. 70 - O Estado produzirá, sistematizará e divulgará anu- da Secretaria da Segurança Pública, a Delegacia Especializada de
almente estatísticas sobre o impacto das violações de direitos Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa.
humanos sobre a qualidade de vida da juventude negra no Es- Art. 80 - A Secretaria de Segurança Pública coordenará o
tado, abordando especificamente os dados sobre homicídios e processo de formulação e estabelecerá procedimento unificado
lesão corporal, utilizando estes dados para a formulação de dire- para o registro e investigação dos crimes de racismo e crimes
trizes e para a implementação de ações no âmbito das políticas associados a práticas de intolerância religiosa, tendo em vista
de segurança pública e de defesa social. a garantia da eficácia da sua apuração, prevenção e repressão.
Art. 71 - O Estado promoverá a proteção integral da juven-
tude negra exposta à exclusão social, à desigualdade racial e em CAPÍTULO XI
conflito com a lei. DO COMBATE AO RACISMO E À INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
Parágrafo único - É assegurada a assistência integral a jo-
vens vítimas de violência policial e de grupos de extermínio, bem Art. 81 - As ocorrências de racismo, discriminação racial e
como às suas famílias, nos aspectos social, psicológico, de saúde intolerância religiosa causadas por ação ou omissão de pessoas
e jurídico. físicas, ou de pessoas jurídicas, ensejarão a comunicação formal
das pessoas e grupos atingidos aos entes que compõem o SI-
CAPÍTULO IX SEPIR, à Rede de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa,
DO ACESSO À JUSTIÇA ao Ministério Público, à Defensoria Pública e outros órgãos e
instituições, de acordo com as suas competências institucionais.
Art. 72 - O Estado estimulará a Defensoria Pública e o Minis- Art. 82 - Fica instituída a Rede de Combate ao Racismo e à
tério Público, no âmbito das suas competências institucionais, a Intolerância Religiosa, como instrumento de articulação entre o
prestarem orientação jurídica e promoverem a defesa de direi- Estado, as instituições do Sistema de Justiça e a sociedade civil
tos individuais, difusos e coletivos da população negra, povos para a implementação da política de promoção da igualdade ra-
de terreiros de religiões afro-brasileiras e comunidades quilom- cial no enfrentamento ao racismo e à intolerância religiosa.
bolas. Art. 83 - Fica reconhecido o Centro de Referência de Com-
Art. 73 - O Estado realizará estudos sobre a eficiência do bate ao Racismo e à Intolerância Religiosa, criado pelo Decreto
atendimento da população negra pelo Sistema de Justiça, com nº 14.297, de 31 de janeiro de 2013, a quem compete exercer as
foco nas ocorrências e nos processos tendo por objeto o com- seguintes atividades:
bate ao racismo, à discriminação racial e de gênero, intolerância I - receber, encaminhar e acompanhar toda e qualquer de-
religiosa e conflitos fundiários que afetam comunidades quilom- núncia de discriminação racial ou de violência que tenha por
bolas e povos de terreiros de religiões afro-brasileiras, propon- fundamento a intolerância racial ou religiosa;
do medidas aos órgãos e instituições competentes. II - orientar o atendimento psicológico, social e jurídico os
Art. 74 - O Estado apoiará ações de capacitação e aperfei- casos registrados no Centro, conforme suas necessidades espe-
çoamento jurídico de membros e servidores do Poder Público cíficas;
e instituições do Sistema de Justiça, implantação de núcleos e III - verificar e atuar em casos de racismo noticiados pela
estruturas internas especializadas na defesa de direitos da po- mídia ou naqueles que o Centro de Referência de Combate ao
pulação negra, educação jurídica à população negra, “mutirões” Racismo e à Intolerância Religiosa venha a tomar conhecimento
e iniciativas de atendimento jurídico, principalmente nas áreas por qualquer outro meio;
previdenciária, trabalhista, civil e penal, priorizando a participa- IV - promover debates, palestras, fóruns e oficinas com o
ção de população negra, mulheres negras, comunidades quilom- objetivo de divulgar e sensibilizar a sociedade quanto à impor-
bolas e povos de terreiros de religiões de matriz africana, em tância da garantia de direitos, combate ao racismo e à intolerân-
parceria com órgãos e instituições públicos competentes. cia religiosa e promoção da igualdade racial;

235
LEGISLAÇÃO
V - propiciar a concretização de ações integradas com os ór- § 3º - Os recursos do Fundo poderão ser alocados direta-
gãos e entidades que compõem a Rede de Combate ao Racismo mente nos programas de trabalho de outros órgãos, secretarias
e à Intolerância Religiosa no Estado da Bahia; ou entidades da Administração Pública Estadual, para financiar
VI - produzir materiais informativos, tais como cartilhas, ações que contribuam para a consecução de diretrizes, objetivos
boletins e folhetos, sobre garantia de direitos, combate ao ra- e metas previstas no Plano Estadual de Combate e Erradicação
cismo e à intolerância religiosa e promoção da igualdade racial, da Pobreza, bem como as fixadas no Estatuto da Igualdade Ra-
disponibilizando-os aos órgãos, entidades e sociedade civil or- cial e de Combate à Intolerância Religiosa, observadas, em qual-
ganizada; quer caso, as finalidades estabelecidas no art. 4º desta lei.”
VII - disponibilizar acesso gratuito, nas dependências do Art. 89 - O Poder Executivo estimulará a criação e o fortale-
Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância cimento, no âmbito da Defensoria Pública da Bahia, do Ministé-
Religiosa, a acervo audiovisual e bibliográfico com ênfase na te- rio Público da Bahia e do Poder Judiciário, de estruturas inter-
mática racial; nas especializadas no combate ao racismo, proteção e defesa
VIII - exercer outras atividades correlatas. de direitos da população negra, povos de terreiros de religiões
afro-brasileiras e comunidades quilombolas.
CAPÍTULO XII Art. 90 - Durante os 05 (cinco) primeiros anos, a contar do
DA DEFESA DA LIBERDADE RELIGIOSA exercício subsequente à publicação deste Estatuto, os órgãos do
Estado que desenvolvem políticas e programas nas áreas referi-
Art. 84 - É inviolável a liberdade de consciência e de crença, das no § 1º do art. 12 discriminarão em seus orçamentos anuais
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garan- a participação nos programas de ação afirmativa referidos no
tida a proteção aos locais de culto e às suas liturgias. inciso VII do art. 6º desta Lei.
Art. 85 - É assegurado o acesso dos adeptos de religiões Art. 91 - As medidas de ação afirmativa para a população
afro-brasileiras em estabelecimentos civis e militares de inter- negra no Ensino Superior estadual já instituídas, ou cujo prazo
nação coletiva estaduais para prestar assistência religiosa, da tenha se esgotado, serão adequadas ao disposto no art. 31 deste
forma prevista em regulamento. Estatuto.
Art. 86 - As medidas para o combate à intolerância contra Art. 92 - O Poder Executivo regulamentará esta Lei no pra-
as religiões afro-brasileiras e seus adeptos compreendem espe- zo de 90 (noventa) dias, ficando autorizado a promover os atos
cialmente: necessários:
I - coibir a utilização dos meios de comunicação social para a I - à revisão e elaboração dos atos regulamentares e regi-
difusão de proposições, imagens ou abordagens que exponham mentais que decorram, implícita ou explicitamente, das dispo-
pessoa ou grupo ao desprezo ou ao ódio por motivos fundados sições desta Lei, inclusive os que se relacionam com pessoal,
na religiosidade afro-brasileira; material e patrimônio, bem como as alterações organizacionais
II - inventariar, restaurar, preservar e proteger os documen- e de cargos em comissão decorrentes desta Lei;
tos, obras e outros bens de valor artístico e cultural, os espaços II - às modificações orçamentárias que se fizerem necessá-
públicos, monumentos, mananciais, flora, recursos ambientais e rias ao cumprimento do disposto nesta Lei, respeitados os va-
sítios arqueológicos vinculados às religiões afro-brasileiras; lores globais constantes do orçamento vigente, e no Plano Plu-
III - proibir a exposição, exploração comercial, veiculação, rianual.
titulação prejudiciais aos símbolos, expressões, músicas, danças, Art. 93 - Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação.
instrumentos, adereços, vestuário e culinária, estritamente vin-
culados às religiões afro-brasileiras. DECRETO Nº 15.353 DE 08 DE AGOSTO DE 2014

TÍTULO III Regulamenta a reserva de vagas à população negra nos


DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS concursos públicos e processos seletivos simplificados, previs-
ta no artigo 49 da Lei Estadual nº 13.182, de 06 de junho de
Art. 87 - Para o cumprimento das disposições contidas neste 2014, que Institui o Estatuto da Igualdade Racial e de Combate
Estatuto, o Estado celebrará convênios, contratos, acordos ou à Intolerância Religiosa do Estado da Bahia e dá outras provi-
instrumentos similares de cooperação com órgãos públicos ou dências.
instituições privadas.
Art. 88 - Ficam alteradas as redações dos §§ 1º e 3º do art. O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atri-
4º da Lei nº 7.988 , de 21 de dezembro de 2001, que passarão a buições, e tendo em vista o disposto no art. 49 da Lei Estadual
vigorar com a seguinte redação: nº 13.182, de 06 de junho de 2014,
“Art. 4º - .............................................................................. DECRETA
..................................... Art. 1º - Ficam reservadas à população negra 30% (trinta por
§ 1º - Os recursos do Fundo serão aplicados única e exclusi- cento) das vagasoferecidas nos concursos públicos para provi-
vamente em despesas finalísticas destinadas ao combate à po- mento de cargos efetivos e empregos públicos e nos processos
breza, salvo para atender as despesas com pessoal da Secretaria seletivos simplificados para contratações temporárias de excep-
de Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais, garantindo-se cional interesse público sob o Regime Especial de Direito Admi-
a destinação de no mínimo 10% (dez por cento) do orçamento nistrativo, promovidos pelos órgãos e entidades da Administra-
anual do Fundo para ações do Sistema Estadual de Promoção da ção Pública direta e indireta do Estado da Bahia.
Igualdade Racial - SISEPIR. Art. 2º - Deverão constar dos editais de concursos e seleções
............................................................................................. públicas, expressamente, o número de vagas existentes, bem
.................................... como o total correspondente à reserva destinada à população
negra.

236
LEGISLAÇÃO
§ 1º - A reserva de vagas será aplicada sempre que o número I - nomeação pelas vagas destinadas à ampla concorrência;
de vagas oferecidas no concurso público ou no processo seletivo II - nomeação pelas vagas reservadas aos candidatos negros
simplificado for igual ou superior a 03 (três), observados os cri- nos termos da Lei nº 13.182, de 06 de junho de 2014;
térios de distribuição de vagas previstos no edital. III - nomeação pelas vagas reservadas às pessoas com de-
§ 2º - Quando a aplicação do percentual indicado no art. ficiência, nos termos Lei nº 6.677, de 26 de setembro de 1994.
1º deste Decreto resultar em número fracionado, esse será au- Art. 8º - A observância do percentual de vagas reservadas
mentado para o primeiro número inteiro subsequente, em caso aos negros dar-se-á durante todo o período de validade do con-
de fração superior a 0,5 (cinco décimos), ou diminuído para o curso e aplicar-se-á a todos os cargos oferecidos.
primeiro número inteiro antecedente, em caso de fração igual § 1º - Para a aplicação do percentual de vagas reservadas
ou inferior a 0,5 (cinco décimos). aos negros na forma dos artigos 1º e 2º deste decreto, na hipó-
Art. 3º -Poderão concorrer às vagas reservadas a candida- tese de surgimento de novas vagas além daquelas previstas no
tos negros aqueles que se autodeclararem pretos ou pardos no Edital do concurso, deve ser considerada como base de cálcu-
ato da inscrição no concurso público, conforme o quesito cor ou lo a totalidade das vagas oferecidas durante todo o período de
raça utilizado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e validade do certame, observados os critérios de distribuição de
Estatística - IBGE, sendo vedada qualquer solicitação por parte vagas previstos no edital
do candidato após a conclusão da inscrição. § 2º - Nos concursos e seleções públicas em que não haja
§ 1º - É vedado à autoridade competente obstar a inscri- vagas reservadas aos negros em razão do quantitativo ofertado
ção da pessoa negra em concurso público ou processo seletivo no edital, deverá ser assegurada a inscrição do candidato negro
simplificado para ingresso em carreira da Administração Pública nessa condição, procedendo-se a nomeação dos aprovados na
direta e indireta do Estado da Bahia. hipótese de surgimento de novas vagas durante o prazo de vali-
§ 2º - A opção pela participação no concurso público ou no dade do concurso e que possibilitem a aplicação do disposto nos
processo seletivo simplificado por meio da reserva de vagas a §§ 1º e 2º do art. 2º deste decreto.
candidato negro é facultativa. Art. 9º - Fica criada a Comissão de Monitoramento e Avalia-
§ 3º - Na hipótese de constatação de declaração falsa, o ção Estratégicos da execução intersetorial das políticas e progra-
candidato será eliminado do concurso e, se houver sido nomea- mas constantes da Lei nº 13.182, de 06 de junho de 2014, para
do ou contratado, ficará sujeito à anulação da sua admissão ao compilação de dados quantitativos e qualitativos, avaliação dos
cargo ou emprego público, após procedimento administrativo resultados, acompanhamento, monitoramento e proposição das
em que lhe sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa, medidas para o efetivo cumprimento da referida lei, bem como
sem prejuízo de outras sanções cabíveis. produção e divulgação de informações para subsidiar a gestão
Art. 4º - Os candidatos negros que optarem pela reserva de da Política de Promoção da Igualdade Racial, mediante a utiliza-
vagas de que trata este decreto concorrerão concomitantemen- ção do sistema informatizado corporativo de planejamento do
te às vagas reservadas e às vagas destinadas à ampla concorrên- Estado.
cia, de acordo com a sua classificação no concurso público ou Redação de acordo com o art. 8º do Decreto nº 15.669, de
processo seletivo simplificado. 19 de novembro de 2014.
§ 1º - Em caso de desistência de candidato negro aprovado Redação original: “Art. 9º - Fica criada a Comissão de Moni-
em vaga reservada, a vaga será preenchida pelo candidato negro toramento e Avaliação da execução da Lei Estadual nº 13.182,
posteriormente classificado. de 06 de junho de 2014, para compilação de dados, avaliação
§ 2º - Na hipótese de não haver número de candidatos ne- dos resultados, acompanhamento e proposição de medidas para
gros aprovados suficiente para ocupar as vagas reservadas, as o efetivo cumprimento da lei, junto à SEPROMI.”
vagas remanescentes serão revertidas para a ampla concorrên- § 1º - A Comissão de que trata o caput deste artigo será in-
cia e serão preenchidas pelos demais candidatos aprovados, ob- tegrada por, no mínimo, 07 (sete) membros, a serem indicados
servada a ordem de classificação. pelos titulares das respectivas Pastas, sendo:
Art. 5º - Os candidatos negros com deficiência poderão se Redação de acordo com o art. 8º do Decreto nº 15.669, de
inscrever concomitantemente para as vagas reservadas nos ter- 19 de novembro de 2014.
mos deste decreto e para as vagas reservadas nos termos do art. Redação original: “§ 1º - A comissão de que trata o caput
8º, §2º, da Lei nº 6.677, de 26 de setembro de 1994. deste artigo será integrada por, no mínimo, 05 (cinco) mem-
Art. 6º - A publicação do resultado final do concurso ou sele- bros,a serem indicados pelos titulares das respectivas pastas,
ção pública será feita em 03 (três) listas, contendo: sendo:
I - a primeira, a pontuação de todos os candidatos aprova- I -01 (um) representante da Secretaria de Promoção da
dos, inclusive das pessoas com deficiência, na forma da Lei nº Igualdade Racial, que a presidirá;
6.677, de 26 de setembro de 1994, e dos candidatos negros ins- II -01 (um) representante da Secretaria da Administração;
critos para as vagas reservadas na forma deste Decreto; III -01 (um) representante da Secretaria do Planejamento;
II - a segunda, apenas a pontuação das pessoas com defici- IV - 01 (um) representante da Secretaria do Trabalho, Em-
ência; prego, Renda e Esporte;
III - a terceira, apenas a pontuação dos candidatos negros V -01 (um) representante da Superintendência de Estudos
inscritos para as vagas reservadas na forma deste Decreto. Econômicos e Sociais da Bahia;
Art. 7º - A nomeação dos candidatos aprovados respeitará VI -01 (um) representante da Casa Civil;
os critérios de alternância e proporcionalidade, considerando a Inciso VI acrescido pelo art. 9º do Decreto nº 15.669, de 19
relação entre o número total de vagas e o número de vagas re- de novembro de 2014.
servadas a candidatos com deficiência e a candidatos negros,de- VII -01 (um) representante da Secretaria da Fazenda.
vendo ser observada a seguinte ordem de convocação: Inciso VII acrescido pelo art. 9º do Decreto nº 15.669, de 19
de novembro de 2014.

237
LEGISLAÇÃO
§ 2º - Mediante solicitação do presidente da Comissão ao
Chefe do Poder Executivo poderão ser integrados, por ato espe- LEI FEDERAL N° 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989,
cífico, em caráter temporário e extraordinário, representantes ALTERADA PELA LEI FEDERAL N° 9.459 DE 13 DE MAIO
de outros entes governamentais ou da sociedade civil, sempre DE 1997 (TIPIFICAÇÃO DOS CRIMES RESULTANTES DE
que necessário para o fiel cumprimento das finalidades da co- PRECONCEITO DE RAÇA OU DE COR)
missão.
§ 3º - A Comissão de Monitoramento e Avaliação encami- LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989
nhará ao Chefe do Poder Executivo e ao Secretário da Promoção
da Igualdade Racial, anualmente, no mês de abril, relatório so- Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de
bre a execução da Lei nº 13.182, de 06 de julho de 2014. cor.
§ 4º - A Comissão encaminhará à coordenação do Sistema
Estadual de Promoção da Igualdade Racial - SISEPIR, anualmen- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso
te, no mês de outubro, relatório de avaliação estratégica da Po- Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
lítica de Promoção da Igualdade Racial.
§ 4º acrescido ao art. 9º pelo art. 9º do Decreto nº 15.669, Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resul-
de 19 de novembro de 2014. tantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, reli-
§ 5º - A Secretaria do Planejamento e a Secretaria de Promo- gião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459,
ção da Igualdade Racial emitirão relatório quadrimestral físico e de 15/05/97)
financeiro, bem como anual dos resultados alcançados em cada Art. 2º (Vetado).
programa e ação orçamentária. Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente
§ 5º acrescido ao art. 9º pelo art. 9º do Decreto nº 15.669, habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indire-
de 19 de novembro de 2014. ta, bem como das concessionárias de serviços públicos.
§ 6º - A avaliação referida no caput deste artigo consiste na Pena: reclusão de dois a cinco anos.
análise crítica de programas e projetos da Política de Promoção Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por moti-
da Igualdade Racial para fornecer subsídios para eventuais ajus- vo de discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedên-
tes em sua formulação e implantação, através de recomenda- cia nacional, obstar a promoção funcional. (Incluído pela Lei nº
ções técnicas, considerando: 12.288, de 2010) (Vigência)
I - desenho, estrutura e atributos; Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada.
II - indicadores estratégicos; Pena: reclusão de dois a cinco anos.
III - transversalidade; § 1o Incorre na mesma pena quem, por motivo de discrimi-
IV - monitoramento estratégico; nação de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito
V - acompanhamento do Sistema de Financiamento das de descendência ou origem nacional ou étnica: (Incluído pela Lei
Políticas de Promoção da Igualdade Racial - SEFPIR e da aplica- nº 12.288, de 2010) (Vigência)
ção dos recursos provenientes do Fundo Estadual de Combate I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao em-
e Erradicação da Pobreza - FUNCEP destinados ao SISEPIR, nos pregado em igualdade de condições com os demais trabalhado-
termos do art. 4º da Lei nº 7.988, de 21 de dezembro de 2001. res; (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) (Vigência)
§ 6º acrescido ao art. 9º pelo art. 9º do Decreto nº 15.669, II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obs-
de 19 de novembro de 2014. tar outra forma de benefício profissional; (Incluído pela Lei nº
§ 7º - A Comissão de Monitoramento e Avaliação Estratégi- 12.288, de 2010) (Vigência)
cos observará, dentre outros, os seguintes procedimentos: III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no
I - sistematização e análise dos indicadores monitorados e ambiente de trabalho, especialmente quanto ao salário. (Incluí-
dos resultados a partir deles apresentados; do pela Lei nº 12.288, de 2010) (Vigência)
II - realização de consultas qualitativas ou entrevistas com § 2o Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de
gestores responsáveis pelos concursos públicos e processos se- serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da
letivos simplificados, para complementar a análise de resulta- igualdade racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma
dos; de recrutamento de trabalhadores, exigir aspectos de aparência
III - identificação de estratégias exitosas e de desafios a se- próprios de raça ou etnia para emprego cujas atividades não jus-
rem superados; tifiquem essas exigências. (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010)
IV - sugestão de ajustes, encaminhamentos e recomenda- (Vigência)
ções para aprimorar a estratégia de ação afirmativa, com base Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comer-
no processo de monitoramento e avaliação.”. cial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou compra-
§ 7º acrescido ao art. 9º pelo art. 9º do Decreto nº 15.669, dor.
de 19 de novembro de 2014. Pena: reclusão de um a três anos.
Art. 10 - Este Decreto entra em vigor na data de sua publi- Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso
cação. de aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de
qualquer grau.
Pena: reclusão de três a cinco anos.
Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de
dezoito anos a pena é agravada de 1/3 (um terço).
Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel,
pensão, estalagem, ou qualquer estabelecimento similar.
Pena: reclusão de três a cinco anos.

238
LEGISLAÇÃO
Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em res- III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de
taurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao informação na rede mundial de computadores. (Incluído pela Lei
público. nº 12.288, de 2010) (Vigência)
Pena: reclusão de um a três anos. § 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação,
Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em esta- após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do material
belecimentos esportivos, casas de diversões, ou clubes sociais apreendido. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
abertos ao público. Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Pena: reclusão de um a três anos. (Renumerado pela Lei nº 8.081, de 21.9.1990)
Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário. (Renume-
de cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de massagem ou rado pela Lei nº 8.081, de 21.9.1990)
estabelecimento com as mesmas finalidades.
Pena: reclusão de um a três anos.
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios DECRETO FEDERAL N° 65.810, DE 08 DE DEZEMBRO
públicos ou residenciais e elevadores ou escada de acesso aos DE 1969 (CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE
mesmos: A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE
Pena: reclusão de um a três anos. DISCRIMINAÇÃO RACIAL)
Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos,
como aviões, navios barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou DECRETO Nº 65.810, DE 8 DE DEZEMBRO DE 1969
qualquer outro meio de transporte concedido.
Pena: reclusão de um a três anos. Promulga a Convenção Internacional sobre a Eliminação de
Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em todas as Formas de Discriminação Racial.
qualquer ramo das Forças Armadas.
Pena: reclusão de dois a quatro anos. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, HAVENDO o Congresso Na-
Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o cional aprovado pelo Decreto Legislativo nº 23, de 21 de junho
casamento ou convivência familiar e social. de 1967, a Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas
Pena: reclusão de dois a quatro anos. as Formas de Discriminação Racial, que foi aberta à assinatura
Art. 15. (Vetado). em Nova York e assinada pelo Brasil a 07 de março de 1966;
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou E HAVENDO sido depositado o Instrumento brasileiro de Ra-
função pública, para o servidor público, e a suspensão do funcio-
tificação, junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas, a 27 de
namento do estabelecimento particular por prazo não superior
março de 1968;
a três meses.
E TENDO a referida Convenção entrada em vigor, de confor-
Art. 17. (Vetado).
midade com o disposto em seu artigo 19, parágrafo 1º, a 04 de
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei
janeiro de 1969;
não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados
DECRETA que a mesma, apensa por cópia ao presente De-
na sentença.
creto, seja executada e cumprida tão inteiramente como ela
Art. 19. (Vetado).
nele contém.
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou pre-
Brasília, 08 de dezembro de 1969; 148º da Independência e
conceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
(Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) 81º da República.
Pena: reclusão de um a três anos e multa.(Redação dada
pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) A CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE A ELIMINAÇÃO DE
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL.
emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem Os Estados Partes na presente Convenção,
a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. Considerando que a Carta das Nações Unidas baseia-se em
(Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) princípios de dignidade e igualdade inerentes a todos os seres
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela humanos, e que todos os Estados Membros comprometeram-se
Lei nº 9.459, de 15/05/97) a tomar medidas separadas e conjuntas, em cooperação com a
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometi- Organização, para a consecução de um dos propósitos das Na-
do por intermédio dos meios de comunicação social ou publi- ções Unidas que é promover e encorajar o respeito universal e
cação de qualquer natureza: (Redação dada pela Lei nº 9.459, observância dos direitos humanos e liberdades fundamentais
de 15/05/97) para todos, sem discriminação de raça, sexo, idioma ou religião.
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Considerando que a Declaração Universal dos Direitos do
Lei nº 9.459, de 15/05/97) Homem proclama que todos os homens nascem livres e iguais
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determi- em dignidade e direitos e que todo homem tem todos os direitos
nar, ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes estabelecidos na mesma, sem distinção de qualquer espécie e
do inquérito policial, sob pena de desobediência: (Redação dada principalmente de raça, cor ou origem nacional,
pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) Considerando todos os homens são iguais perante a lei e
I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos têm o direito à igual proteção contra qualquer discriminação e
exemplares do material respectivo;(Incluído pela Lei nº 9.459, contra qualquer incitamento à discriminação,
de 15/05/97) Considerando que as Nações Unidas têm condenado o co-
II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas, te- lonialismo e todas as práticas de segregação e discriminação a
levisivas, eletrônicas ou da publicação por qualquer meio; (Re- ele associados, em qualquer forma e onde quer que existam, e
dação dada pela Lei nº 12.735, de 2012) (Vigência) que a Declaração sobre a Conceção de Independência, a Partes

239
LEGISLAÇÃO
e Povos Coloniais, de 14 de dezembro de 1960 (Resolução 1.514 4. Não serão consideradas discriminação racial as medidas
(XV), da Assembleia Geral afirmou e proclamou solenemente a especiais tomadas com o único objetivo de assegurar progresso
necessidade de levá-las a um fim rápido e incondicional, adequado de certos grupos raciais ou étnicos ou de indivíduos
Considerando que a Declaração das Nações Unidas sobre que necessitem da proteção que possa ser necessária para pro-
eliminação de todas as formas de Discriminação Racial, de 20 de porcionar a tais grupos ou indivíduos igual gozo ou exercício de
novembro de 1963, (Resolução 1.904 ( XVIII) da Assembleia-Ge- direitos humanos e liberdades fundamentais, contando que, tais
ral), afirma solemente a necessidade de eliminar rapidamente a medidas não conduzam, em consequência, à manutenção de di-
discriminação racial através do mundo em todas as suas formas reitos separados para diferentes grupos raciais e não prossigam
e manifestações e de assegurar a compreensão e o respeito à após terem sidos alcançados os seus objetivos.
dignidade da pessoa humana,
Convencidos de que qualquer doutrina de superioridade ba- Artigo II
seada em diferenças raciais é cientificamente falsa, moralmente 1. Os Estados Partes condenam a discriminação racial e
condenável, socialmente injusta e perigosa, em que, não existe comprometem-se a adotar, por todos os meios apropriados e
justificação para a discriminação racial, em teoria ou na prática, sem tardar uma política de eliminação da discriminação racial
em lugar algum, em todas as suas formas e de promoção de entendimento entre
Reafirmando que a discriminação entre os homens por mo- todas as raças e para esse fim:
tivos de raça, cor ou origem étnica é um obstáculo a relações a) Cada Estado parte compromete-se a efetuar nenhum ato
amistosas e pacíficas entre as nações e é capaz de disturbar a ou prática de discriminação racial contra pessoas, grupos de
paz e a segurança entre povos e a harmonia de pessoas vivendo pessoas ou instituições e fazer com que todas as autoridades
lado a lado até dentro de um mesmo Estado, públicas nacionais ou locais, se conformem com esta obrigação;
Convencidos que a existência de barreiras raciais repugna os b) Cada Estado Parte compromete-se a não encorajar, de-
ideais de qualquer sociedade humana, fender ou apoiar a discriminação racial praticada por uma pes-
Alarmados por manifestações de discriminação racial ainda soa ou uma organização qualquer;
em evidência em algumas áreas do mundo e por políticas gover- c) Cada Estado Parte deverá tomar as medidas eficazes, a
namentais baseadas em superioridade racial ou ódio, como as fim de rever as politicas governamentais nacionais e locais e
políticas de apartheid, segreção ou separação, para modificar, ab-rogar ou anular qualquer disposição regula-
Resolvidos a adotar todas as medidas necessárias para eli- mentar que tenha como objetivo criar a discriminação ou perpe-
minar rapidamente a discriminação racial em, todas as suas for- trá-la onde já existir;
mas e manifestações, e a prevenir e combater doutrinas e práti- d) Cada Estado Parte deverá, por todos os meios apropria-
cas raciais com o objetivo de promover o entendimento entre as dos, inclusive se as circunstâncias o exigerem, as medidas legis-
raças e construir uma comunidade internacional livre de todas lativas, proibir e por fim, a discriminação racial praticadas por
as formas de separação racial e discriminação racial, pessoa, por grupo ou das organizações;
Levando em conta a Convenção sobre Discriminação nos e) Cada Estado Parte compromete-se a favorecer, quando
Emprego e Ocupação adotada pela Organização internacional do for o caso as organizações e movimentos multirraciais e outros
Trabalho em 1958, e a Convenção contra discriminação no Ensi- meios próprios a eliminar as barreiras entre as raças e a desen-
no adotada pela Organização das Nações Unidas para Educação corajar o que tende a fortalecer a divisão racial.
a Ciência em 1960, 2) Os Estados Partes tomarão, se as circunstâncias o exi-
Desejosos de completar os princípios estabelecidos na De- girem, nos campos social, econômico, cultural e outros, as
claração das Nações unidas sobre a Eliminação de todas as for- medidas especiais e concretas para assegurar como convier o
mas de discriminação racial e assegurar o mais cedo possível a desenvolvimento ou a proteção de certos grupos raciais ou de
adoção de medidas práticas para esse fim, indivíduos pertencentes a estes grupos com o objetivo de garan-
Acordaram no seguinte: tir-lhes, em condições de igualdade, o pleno exercício dos direi-
tos do homem e das liberdades fundamentais.
PARTE I Essas medidas não deverão, em caso algum, ter a finalidade
de manter direitos grupos raciais, depois de alcançados os obje-
Artigo I tivos em razão dos quais foram tomadas.
1. Nesta Convenção, a expressão “discriminação racial” sig-
nificará qualquer distinção, exclusão restrição ou preferência Artigo III
baseadas em raça, cor, descendência ou origem nacional ou ét- Os Estados Partes especialmente condenam a segregação
nica que tem por objetivo ou efeito anular ou restringir o reco- racial e o apartheid e comprometem-se a proibir e a eliminar nos
nhecimento, gozo ou exercício num mesmo plano,( em igualda- territórios sob sua jurisdição todas as práticas dessa natureza.
de de condição), de direitos humanos e liberdades fundamentais
no domínio político econômico, social, cultural ou em qualquer Artigo IV
outro domínio de vida pública. Os Estados partes conenam toda propaganda e todas as or-
2. Esta Convenção não se aplicará ás distinções, exclusões, ganizações que se inspirem em ideias ou teorias baseadas na
restrições e preferências feitas por um Estado Parte nesta Con- superioridade de uma raça ou de um grupo de pessoas de uma
venção entre cidadãos e não cidadãos. certa cor ou de uma certa origem ética ou que pretendem jus-
3. Nada nesta Convenção poderá ser interpretado como afe- tificar ou encorajar qualquer forma de ódio e de discriminação
tando as disposições legais dos Estados Partes, relativas a nacio- raciais e comprometem-se a adotar imediatamente medidas po-
nalidade, cidadania e naturalização, desde que tais disposições sitivas destinadas a eliminar qualquer incitação a uma tal discri-
não discriminem contra qualquer nacionalidade particular. minação, ou quaisquer atos de discriminação com este objetivo
tendo em vista os princípios formulados na Declaração universal

240
LEGISLAÇÃO
dos direitos do homem e os direitos expressamente enunciados Artigo VI
no artigo 5 da presente convenção, eles se comprometem prin- Os Estados Partes assegurarão a qualquer pessoa que esti-
cipalmente: ver sob sua jurisdição, proteção e recursos efetivos perante os
a) a declarar delitos puníveis por lei, qualquer difusão de tribunais nacionais e outros órgãos do Estado competentes, con-
ideias baseadas na superioridade ou ódio raciais, qualquer inci- tra quaisquer atos de discriminação racial que, contrariamente
tamento à discriminação racial, assim como quaisquer atos de à presente Convenção, violarem seus direitos individuais e suas
violência ou provocação a tais atos, dirigidos contra qualquer liberdades fundamentais, assim como o direito de pedir a esses
raça ou qualquer grupo de pessoas de outra cor ou de outra tribunais uma satisfação ou repartição justa e adequada por qual-
origem técnica, como também qualquer assistência prestada a quer dano de que foi vitima em decorrência de tal discriminação.
atividades racistas, inclusive seu financiamento;
b) a declarar ilegais e a proibir as organizações assim como Artigo VII
as atividades de propaganda organizada e qualquer outro tipo Os Estados Partes, comprometem-se a tomar as medidas
de atividade de propaganda que incitar a discriminação racial e imediatas e eficazes, principalmente no campo de ensino, edu-
que a encorajar e a declara delito punível por lei a participação cação, da cultura e da informação, para lutar contra os pre-
nestas organizações ou nestas atividades. conceitos que levem à discriminação racial e para promover o
c) a não permitir as autoridades públicas nem ás instituições entendimento, a tolerância e a amizade entre nações e grupos
públicas nacionais ou locais, o incitamento ou encorajamento à raciais e éticos assim como para propagar ao objetivo e princí-
discriminação racial. pios da Carta das Nações Unidas da Declaração Universal dos
Direitos do Homem, da Declaração das Nações Unidas sobre a
Artigo V eliminação de todas as formas de discriminação racial e da pre-
De conformidade com as obrigações fundamentais enuncia- sente Convenção.
das no artigo 2, Os Estados Partes comprometem-se a proibir e a
eliminar a discriminação racial em todas suas formas e a garantir PARTE II
o direito de cada uma à igualdade perante a lei sem distinção de
Artigo VIII
raça , de cor ou de origem nacional ou étnica, principalmente no
1. Será estabelecido um Comitê para a eliminação da dis-
gozo dos seguintes direitos:
criminação racial (doravante denominado “o Comitê) composto
a) direito a um tratamento igual perante os tribunais ou
de 18 peritos conhecidos para sua alta moralidade e conhecida
qualquer outro órgão que administre justiça;
imparcialidade, que serão eleitos pelos Estados Membros den-
b) direito a segurança da pessoa ou à proteção do Estado
tre seus nacionais e que atuarão a título individual, levando-se
contra violência oulesão corporal cometida que por funcionários
em conta uma repartição geográfica equitativa e a representa-
de Governo, quer por qualquer individuo, grupo ou instituição.
ção das formas diversas de civilização assim como dos principais
c) direitos políticos principalmente direito de participar às
eleições - de votar e ser votado - conforme o sistema de sufrágio sistemas jurídicos.
universal e igual direito de tomar parte no Governo, assim como 2. Os Membros do Comitê serão eleitos em escrutínio secre-
na direção dos assuntos públicos, em qualquer grau e o direito to de uma lista de candidatos designados pelos Estados Partes,
de acesso em igualdade de condições, às funções públicas. Cada Estado Parte poderá designar um candidato escolhido den-
d) Outros direitos civis, principalmente, tre seus nacionais.
i) direito de circular livremente e de escolher residência 3. A primeira eleição será realizada seis meses após a data
dentro das fronteiras do Estado; da entrada em vigor da presente Convenção. Três meses pelo
ii) direito de deixar qualquer pais, inclusive o seu, e de voltar menos antes de cada eleição, o Secretário Geral das Nações
a seu país; Unidas enviará uma Carta aos Estados Partes para convidá-los a
iii) direito de uma nacionalidade; apresentar suas candidaturas no prazo de dois meses. O Secre-
iv) direito de casar-se e escolher o cônjuge; tário Geral elaborará uma lista por ordem alfabética, de todos os
v) direito de qualquer pessoa, tanto individualmente como candidatos assim nomeados com indicação dos Estados partes
em conjunto, à propriedade; que os nomearam, e a comunicará aos Estados Partes.
vi) direito de herda; 4. Os membros do Comitê serão eleitos durante uma reu-
vii) direito à liberdade de pensamento, de consciência e de nião dos Estados Partes convocada pelo Secretário Geral das Na-
religião; ções Unidas. Nessa reunião, em que o quórum será alcançado
viii) direito à liberdade de opinião e de expressão; com dois terços dos Estados Partes, serão eleitos membros do
ix) direito à liberdade de reunião e de associação pacífica; Comitê, os candidatos que obtiverem o maior número de votos
e) direitos econômicos, sociais culturais, principalmente: e a maioria absoluta de votos dos representantes dos Estados
i) direitos ao trabalho, a livre escolha de seu trabalho, a con- Partes presentes e votantes.
dições equitativas e satisfatórias de trabalho à proteção contra 5. a) Os membros do Comitê serão eleitos por um período
o desemprego, a um salário igual para um trabalho igual, a uma de quatro anos. Entretanto, o mandato de nove dos membros
remuneração equitativa e satisfatória; eleitos na primeira eleição, expirará ao fim de dois anos; logo
ii) direito de fundar sindicatos e a eles se filiar; após a primeira eleição os nomes desses nove membros serão
iii) direito à habitação; escolhidos, por sorteio, pelo Presidente do Comitê.
iv) direito à saúde pública, a tratamento médico, à previdên- b) Para preencher as vagas fortuitas, o Estado Parte, cujo
cia social e aos serviços sociais; perito deixou de exercer suas funções de membro do Comitê,
v) direito a educação e à formação profissional; nomeará outro perito dentre seus nacionais, sob reserva da
vi) direito a igual participação das atividades culturais; aprovação do Comitê.
f) direito de acesso a todos os lugares e serviços destinados 6. Os Estados Partes serão responsáveis pelas despesas dos
ao uso do publico, tais como, meios de transporte hotéis, res- membros do Comitê para o período em que estes desempenha-
taurantes, cafés, espetáculos e parques. rem funções no Comitê.

241
LEGISLAÇÃO
Artigo IX posta de 5 pessoas que poderão ser ou não membros do Comi-
1. Os Estados Partes comprometem-se a apresentar ao tê. Os membros serão nomeados com o consentimento pleno e
Secretário Geral para exame do Comitê, um relatório sobre as unânime das partes na controvérsia e a Comissão fará seus bons
medidas legislativas, judiciárias, administrativas ou outras que ofícios a disposição dos Estados presentes, com o objetivo de
tomarem para tornarem efetivas as disposições da presente chegar a uma solução amigável da questão, baseada no respeito
Convenção: à presente Convenção.
a) dentro do prazo de um ano a partir da entrada em vi- b) Se os Estados Partes na controvérsia não chegarem a um
gor da Convenção, para cada Estado interessado no que lhe diz entendimento em relação a toda ou parte da composição da Co-
respeito, e posteriormente, cada dois anos, e toda vez que o missão num prazo de três meses os membros da Comissão que
Comitê o solicitar. O Comitê poderá solicitar informações com- não tiverem o assentimento do Estados Partes, na controvérsia
plementares aos Estados Partes. serão eleitos por escrutinio secreto entre os membros de dois
2. O Comitê submeterá anualmente à Assembleia Geral, um terços dos membros do Comitê.
relatório sobre suas atividades e poderá fazer sugestões e reco- 2. Os membros da Comissão atuarão a título individual. Não
mendações de ordem geral baseadas no exame dos relatórios deverão ser nacionais de um dos Estados Partes na controvérsia
e das informações recebidas dos Estados Partes. Levará estas nem de um Estado que não seja parte da presente Convenção.
sugestões e recomendações de ordem geral ao conhecimento 3. A Comissão elegerá seu Presidente e adotará seu regi-
da Assembleia Geral, e se as houver juntamente com as obser- mento interno.
vações dos Estados Partes. 4. A Comissão reunir-se-á normalmente na sede nas Nações
Unidas em qualquer outro lugar apropriado que a Comissão de-
Artigo X terminar.
1. O Comitê adotará seu regulamento interno. 5. O Secretariado previsto no parágrafo 3 do artigo 10 pres-
2. O Comitê elegerá sua mesa por um período de dois anos. tará igualmente seus serviços à Comissão cada ver que uma con-
3. O Secretário Geral da Organização das Nações Unidas foi trovérsia entre os Estados Partes provocar sua formação.
necessários serviços de Secretaria ao Comitê. 6. Todas as despesas dos membros da Comissão serão divi-
4. O Comitê reunir-se-á normalmente na Sede das Nações didos igualmente entre os Estados Partes na controvérsia basea-
Unidas. das num cálculo estimativo feito pelo Secretário-Geral.
7. O Secretário Geral ficará autorizado a pagar, se for ne-
Artigo XI cessário, as despesas dos membros da Comissão, antes que o
1. Se um Estado Parte Julgar que outro Estado igualmente reembolso seja efetuado pelos Estados Partes na controvérsia,
Parte não aplica as disposições da presente Convenção poderá de conformidade com o parágrafo 6 do presente artigo.
chamar a atenção do Comitê sobre a questão. O Comitê trans- 8. As informações obtidas e confrontadas pelo Comitê serão
mitirá, então, a comunicação ao Estado Parte interessado. Num postas à disposição da Comissão, e a Comissão poderá solicitar
prazo de três meses, o Estado destinatário submeterá ao Comitê aos Estados interessados sde lhe fornecer qualquer informação
as explicações ou declarações por escrito, a fim de esclarecer a complementar pertinente.
questão e indicar as medidas corretivas que por acaso tenham
sido tomadas pelo referido Estado. Artigo XIII
2. Se, dentro de um prazo de seis meses a partir da data do 1. Após haver estudado a questão sob todos os seus aspec-
recebimento da comunicação original pelo Estado destinatário a tos, a Comissão preparará e submeterá ao Presidente do Comi-
questão não foi resolvida a contento dos dois Estados, por meio tê um relatório com as conclusões sobre todas ass questões de
de negociações bilaterais ou por qualquer outro processo que fato relativas à controvérsia entre as partes e as recomendações
estiver a sua disposição, tanto um como o outro terão o direito que julgar oportunas a fim de chegar a uma solução amistosa da
de submetê-la novamente ao Comitê, endereçando uma notifi- controvérsia.
cação ao Comitê assim como ao outro Estado interessado. 2. O Presidente do Comitê transmitirá o relatório da Comis-
3. O Comitê só poderá tomar conhecimento de uma ques- são a cada um dos Estados Partes na controvérsia. Os referidos
tão, de acordo com o parágrafo 2 do presente artigo, após ter Estados comunicarão ao Presidente do Comitê num prazo de
constatado que todos os recursos internos disponíveis foram in- três meses se aceitam ou não, as recomendações contidas no
terpostos ou esgotados, de conformidade com os princípios do relatório da Comissão.
direito internacional geralmente reconhecidos. Esta regra não 3. Expirado o prazo previsto no paragrafo 2º do presente
se aplicará se os procedimentos de recurso excederem prazos artigo, o Presidente do Comitê comunicará o Relatório da Comis-
razoáveis. são e as declarações dos Estados Partes interessadas aos outros
4. Em qualquer questão que lhe for submetida, Comitê po- Estados Parte na Comissão.
derá solicitar aos Estados-Partes presentes que lhe forneçam
quaisquer informações complementares pertinentes. Artigo XIV
5. Quando o Comitê examinar uma questão conforme o pre- 1. Todo o Estado parte poderá declarar e qualquer momen-
sente Artigo os Estados Partes interessados terão o direito de to que reconhece a competência do Comitê para receber e exa-
nomear um representante que participará sem direito de voto minar comunicações de indivíduos sob sua jurisdição que se con-
dos trabalhos no Comitê durante todos os debates. sideram vítimas de uma violação pelo referido Estado Parte de
qualquer um dos direitos enunciados na presente Convenção. O
Artigo XII Comitê não receberá qualquer comunicação de um Estado Parte
1. a) Depois que o Comitê obtiver e consultar as informações que não houver feito tal declaração.
que julgar necessárias, o Presidente nomeará uma Comissão de
Conciliação ad hoc (doravante denominada “ A Comissão”, com-

242
LEGISLAÇÃO
2. Qualquer Estado parte que fizer uma declaração de con- 2. a) O Comitê constituído de conformidade com o parágra-
formidade com o parágrafo do presente artigo, poderá criar ou fo 1 do artigo 8 desta Convenção receberá cópia das petições
designar um órgão dentro de sua ordem jurídica nacional, que provenientes dos órgãos das Nações Unidas que se encarrega-
terá competência para receber e examinar as petições de pes- rem de questões diretamente relacionadas com os princípios e
soas ou grupos de pessoas sob sua jurisdição que alegarem ser objetivos da presente Convenção e expressará sua opinião e for-
vitimas de uma violação de qualquer um dos direitos enunciados mulará recomendações sobre petições recebidas quando exa-
na presente Convenção e que esgotaram os outros recursos lo- minar as petições recebidas dos habitantes dos territórios sob
cais disponíveis. tutela ou não autônomo ou de qualquer outro território a que se
3. A declaração feita de conformidade com o parágrafo 1 aplicar a resolução 1514 (XV) da Assembleia Geral, relacionadas
do presente artigo e o nome de qualquer órgão criado ou desig- a questões tratadas pela presente Convenção e que forem sub-
nado pelo Estado Parte interessado consoante o parágrafo 2 do metidas a esses órgãos.
presente artigo será depositado pelo Estado Parte interessado b) O Comitê receberá dos órgãos competentes da Organi-
junto ao Secretário Geral das Nações Unidas que remeterá có- zação das Nações Unidas cópia dos relatórios sobre medidas de
pias aos outros Estados Partes. A declaração poderá ser retirada ordem legislativa judiciária, administrativa ou outra diretamen-
a qualquer momento mediante notificação ao Secretário Geral te relacionada com os princípios e objetivos da presente Con-
mas esta retirada não prejudicará as comunicações que já esti- venção que as Potências Administradoras tiverem aplicado nos
verem sendo estudadas pelo Comitê. territórios mencionados na alínea “a” do presente parágrafo e
4. O órgão criado ou designado de conformidade com o pa- expressará sua opinião e fará recomendações a esses órgãos.
rágrafo 2 do presente artigo, deverá manter um registro de pe- 3. O Comitê incluirá em seu relatório à Assembleia um re-
tições e cópias autenticada do registro serão depositadas anu- sumo das petições e relatórios que houver recebido de órgãos
almente por canais apropriados junto ao Secretário Geral das das Nações Unidas e as opiniões e recomendações que houver
Nações Unidas, no entendimento que o conteúdo dessas cópias proferido sobre tais petições e relatórios.
não será divulgado ao público. 4. O Comitê solicitará ao Secretário Geral das Nações Unidas
5. Se não obtiver repartição satisfatória do órgão criado ou qualquer informação relacionada com os objetivos da presente
designado de conformidade com o parágrafo 2 do presente ar- Convenção que este dispuser sobre os territórios mencionados
tigo, o peticionário terá o direito de levar a questão ao Comitê no parágrafo 2 (a) do presente artigo.
dentro de seis meses.
6. a) O Comitê levará, a título confidencial, qualquer comu-
Artigo XVI
nicação que lhe tenha sido endereçada, ao conhecimento do
As disposições desta Convenção relativas a solução das con-
Estado Parte que, pretensamente houver violado qualquer das
trovérsias ou queixas serão aplicadas sem prejuízo de outros
disposições desta Convenção, mas a identidade da pessoa ou
processos para solução de controvérsias e queixas no campo
dos grupos de pessoas não poderá ser revelada sem o consen-
da discriminação previstos nos instrumentos constitutivos das
timento expresso da referida pessoa ou grupos de pessoas. O
Nações Unidas e suas agências especializadas, e não excluirá
Comitê não receberá comunicações anônimas.
a possibilidade dos Estados partes recomendarem aos outros,
b) Nos três meses seguintes, o referido Estado submeterá,
processos para a solução de uma controvérsia de conformidade
por escrito ao Comitê, as explicações ou recomendações que
com os acordos internacionais ou especiais que os ligarem.
esclarecem a questão e indicará as medidas corretivas que por
acaso houver adotado.
7. a) O Comitê examinará as comunicações, à luz de todas as Terceira Parte
informações que forem submetidas pelo Estado parte interessa- Artigo XVII
do e pelo peticionário. O Comitê só examinará uma comunicação 1. A presente Convenção ficará aberta à assinatura de todo
de peticionário após ter-se assegurado que este esgotou todos Estado Membro da Organização das Nações Unidas ou membro
os recursos internos disponíveis. Entretanto, esta regra não se de qualquer uma de suas agências especializadas, de qualquer
aplicará se os processos de recurso excederem prazos razoáveis. Estado parte no Estatuto da Côrtes Internacional de Justiça, as-
b) O Comitê remeterá suas sugestões e recomendações sim como de qualquer outro Estado convidado pela Assembleia-
eventuais, ao Estado Parte interessado e ao peticionário. -Geral da Organização das Nações Unidas a torna-se parte na
8. O Comitê incluirá em seu relatório anual um resumo des- presente Convenção.
tas comunicações, se for necessário, um resumo das explicações 2. A presente Convenção ficará sujeita à ratificação e os ins-
e declarações dos Estados Partes interessados assim como suas trumentos de ratificação serão depositados junto ao Secretário
próprias sugestões e recomendações. Geral das Nações Unidas.
9. O Comitê somente terá competência para exercer as fun-
ções previstas neste artigo se pelo menos dez Estados Partes Artigo XVIII
nesta Convenção estiverem obrigados por declarações feitas de 1. A presente Convenção ficará aberta a adesão de qualquer
conformidade com o parágrafo deste artigo. Estado mencionado no parágrafo 1º do artigo 17.
2. A adesão será efetuada pelo depósito de instrumento de
Artigo XV adesão junto ao Secretário Geral das Nações Unidas.
1. Enquanto não forem atingidos os objetivos da resolução
1.514 (XV) da Assembleia Geral de 14 de dezembro de 1960, Artigo XIX
relativa à Declaração sobro a concessão da independência dos 1. Esta convenção entrará em vigor no trigésimo dia após a
países e povos coloniais, as disposições da presente convenção data do deposito junto ao Secretário Geral das Nações Unidas do
não restringirão de maneira alguma o direito de petição conce- vigésimo sétimo instrumento de ratificação ou adesão.
dida aos povos por outros instrumentos internacionais ou pela
Organização das Nações Unidas e suas agências especializadas.

243
LEGISLAÇÃO
2. Para cada Estado que ratificar a presente Convenção ou b) a data em que a presente Convenção entrar em vigor, de
a ele aderir após o depósito do vigésimo sétimo instrumento de conformidade com o artigo 19;
ratificação ou adesão esta Convenção entrará em vigor no trigé- c) as comunicações e declarações recebidas de conformida-
simo dia após o depósito de seu instrumento de ratificação ou de com os artigos 14, 20 e 23.
adesão. d) as denúncias feitas de conformidade com o artigo 21.

Artigo XX Artigo XXV


1. O Secretário Geral das Nações Unidas receberá e envia- 1. Esta Convecção, cujos textos em chinês, espanhol, inglês
rá, a todos os Estados que forem ou vierem a torna-se partes e russo são igualmente autênticos será depositada nos arquivos
desta Convenção, as reservas feitas pelos Estados no momento das Nações Unidas.
da ratificação ou adesão. Qualquer Estado que objetar a essas 2. O Secretário Geral das Nações Unidas enviará cópias au-
reservas, deverá notificar ao Secretário Geral dentro de noventa tenticadas desta Convenção a todos os Estados pertencentes a
dias da data da referida comunicação, que não aceita. qualquer uma das categorias mencionadas no parágrafo 1º do
2. Não será permitida uma reserva incompatível com o ob- artigo 17.
jeto e o escopo desta Convenção nem uma reserva cujo efeito Em fé do que os abaixo assinados devidamente autoriza-
seria a de impedir o funcionamento de qualquer dos órgãos pre- dos por seus Governos assinaram a presente Convecção que foi
vistos nesta Convenção. Uma reserva será considerada incompa- aberta a assinatura em Nova York a 7 de março de 1966.
tível ou impeditiva se a ela objetarem ao menos dois terços dos
Estados partes nesta Convenção.
DECRETO FEDERAL N° 4.377, DE 13 DE SETEMBRO DE
3. As reservas poderão ser retiradas a qualquer momento
2002 (CONVENÇÃO SOBRE ELIMINAÇÃO DE TODAS AS
por uma notificação endereçada com esse objetivo ao Secretário FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO CONTRA A MULHER)
Geral. Tal notificação surgirá efeito na data de seu recebimento.

Artigo XXI DECRETO Nº 4.377, DE 13 DE SETEMBRO DE 2002


Qualquer Estado parte poderá denunciar esta Convenção
mediante notificação escrita endereçada ao Secretário Geral da Promulga a Convenção sobre a Eliminação de Todas as For-
Organização das Nações Unidas. A denúncia surtirá efeito um mas de Discriminação contra a Mulher, de 1979, e revoga o De-
ano após data do recebimento da notificação pelo Secretário creto no 89.460, de 20 de março de 1984.
Geral.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe
confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição, e
Artigo XXI
Considerando que o Congresso Nacional aprovou, pelo De-
Qualquer Controvérsia entre dois ou mais Estados Parte re-
creto Legislativo no 93, de 14 de novembro de 1983, a Convenção
lativa a interpretação ou aplicação desta Convenção que não for
sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra
resolvida por negociações ou pelos processos previstos expres-
a Mulher, assinada pela República Federativa do Brasil, em Nova
samente nesta Convenção, será o pedido de qualquer das Partes
York, no dia 31 de março de 1981, com reservas aos seus artigos
na controvérsia. Submetida à decisão da Côrte Internacional de
15, parágrafo 4o, e 16, parágrafo 1o, alíneas (a), (c), (g) e (h);
Justiça a não ser que os litigantes concordem em outro meio de
Considerando que, pelo Decreto Legislativo no 26, de 22 de
solução. junho de 1994, o Congresso Nacional revogou o citado Decreto
Legislativo no 93, aprovando a Convenção sobre a Eliminação de
Artigo XXII Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, inclusive os
Qualquer Controvérsia entre dois ou mais Estados Partes citados artigos 15, parágrafo 4o, e 16, parágrafo 1o , alíneas (a),
relativa à interpretação ou aplicação desta Convenção, que não (c), (g) e (h);
for resolvida por negociações ou pelos processos previstos ex- Considerando que o Brasil retirou as mencionadas reservas
pressamente nesta Convenção será, pedido de qualquer das Par- em 20 de dezembro de 1994;
tes na controvérsia, submetida à decisão da Côrte Internacional Considerando que a Convenção entrou em vigor, para o Bra-
de Justiça a não ser que os litigantes concordem em outro meio sil, em 2 de março de 1984, com a reserva facultada em seu art.
de solução. 29, parágrafo 2;

Artigo XXIII DECRETA:


1. Qualquer Estado Parte poderá formular a qualquer mo- Art. 1o A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas
mento um pedido de revisão da presente Convenção, mediante de Discriminação contra a Mulher, de 18 de dezembro de 1979,
notificação escrita endereçada ao Secretário Geral das Nações apensa por cópia ao presente Decreto, com reserva facultada
Unidas. em seu art. 29, parágrafo 2, será executada e cumprida tão in-
2. A Assembleia-Geral decidirá a respeito das medidas a se- teiramente como nela se contém.
rem tomadas, caso for necessário, sobre o pedido. Art. 2o São sujeitos à aprovação do Congresso Nacional
quaisquer atos que possam resultar em revisão da referida Con-
Artigo XXIV venção, assim como quaisquer ajustes complementares que, nos
O Secretário Geral da Organização das Nações Unidas co- termos do art. 49, inciso I, da Constituição, acarretem encargos
municará a todos os Estados mencionados no parágrafo 1º do ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.
artigo 17 desta Convenção. Art. 3o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
a) as assinaturas e os depósitos de instrumentos de ratifica- Art. 4o Fica revogado o Decreto no 89.460, de 20 de março
ção e de adesão de conformidade com os artigos 17 e 18; de 1984.

244
LEGISLAÇÃO
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Dis- CONVENCIDOS de que a participação máxima da mulher, em
criminação contra a Mulher igualdade de condições com o homem, em todos os campos, é
Os Estados Partes na presente convenção, indispensável para o desenvolvimento pleno e completo de um
CONSIDERANDO que a Carta das Nações Unidas reafirma a país, o bem-estar do mundo e a causa da paz,
fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor TENDO presente a grande contribuição da mulher ao bem-
da pessoa humana e na igualdade de direitos do homem e da -estar da família e ao desenvolvimento da sociedade, até agora
mulher, não plenamente reconhecida, a importância social da materni-
CONSIDERANDO que a Declaração Universal dos Direitos dade e a função dos pais na família e na educação dos filhos, e
Humanos reafirma o princípio da não-discriminação e proclama conscientes de que o papel da mulher na procriação não deve
que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade ser causa de discriminação mas sim que a educação dos filhos
e direitos e que toda pessoa pode invocar todos os direitos e li- exige a responsabilidade compartilhada entre homens e mulhe-
berdades proclamados nessa Declaração, sem distinção alguma, res e a sociedade como um conjunto,
inclusive de sexo, RECONHECENDO que para alcançar a plena igualdade entre
CONSIDERANDO que os Estados Partes nas Convenções In- o homem e a mulher é necessário modificar o papel tradicional
ternacionais sobre Direitos Humanos tem a obrigação de garan- tanto do homem como da mulher na sociedade e na família,
tir ao homem e à mulher a igualdade de gozo de todos os direi- RESOLVIDOS a aplicar os princípios enunciados na Declara-
tos econômicos, sociais, culturais, civis e políticos, ção sobre a Eliminação da Discriminação contra a Mulher e, para
OBSEVANDO as convenções internacionais concluídas sob isto, a adotar as medidas necessárias a fim de suprimir essa dis-
os auspícios das Nações Unidas e dos organismos especializados criminação em todas as suas formas e manifestações,
em favor da igualdade de direitos entre o homem e a mulher, CONCORDARAM no seguinte:
OBSERVANDO, ainda, as resoluções, declarações e reco-
mendações aprovadas pelas Nações Unidas e pelas Agências PARTE I
Especializadas para favorecer a igualdade de direitos entre o
homem e a mulher, Artigo 1°
PREOCUPADOS, contudo, com o fato de que, apesar destes Para os fins da presente Convenção, a expressão «discrimi-
diversos instrumentos, a mulher continue sendo objeto de gran- nação contra a mulher» significará toda a distinção, exclusão ou
des discriminações, restrição baseada no sexo e que tenha por objeto ou resultado
RELEMBRANDO que a discriminação contra a mulher viola prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela
os princípios da igualdade de direitos e do respeito da dignidade mulher, independentemente de seu estado civil, com base na
humana, dificulta a participação da mulher, nas mesmas condi- igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos e li-
ções que o homem, na vida política, social, econômica e cultural berdades fundamentais nos campos político, econômico, social,
de seu país, constitui um obstáculo ao aumento do bem-estar cultural e civil ou em qualquer outro campo.
da sociedade e da família e dificulta o pleno desenvolvimento
das potencialidades da mulher para prestar serviço a seu país e Artigo 2°
à humanidade, Os Estados Partes condenam a discriminação contra a mu-
PREOCUPADOS com o fato de que, em situações de pobre- lher em todas as suas formas, concordam em seguir, por todos
za, a mulher tem um acesso mínimo à alimentação, à saúde, à os meios apropriados e sem dilações, uma política destinada a
educação, à capacitação e às oportunidades de emprego, assim eliminar a discriminação contra a mulher, e com tal objetivo se
como à satisfação de outras necessidades, comprometem a:
CONVENCIDOS de que o estabelecimento da Nova Ordem a) Consagrar, se ainda não o tiverem feito, em suas consti-
Econômica Internacional baseada na equidade e na justiça con- tuições nacionais ou em outra legislação apropriada o princípio
tribuirá significativamente para a promoção da igualdade entre da igualdade do homem e da mulher e assegurar por lei outros
o homem e a mulher, meios apropriados a realização prática desse princípio;
SALIENTANDO que a eliminação do apartheid, de todas as b) Adotar medidas adequadas, legislativas e de outro cará-
formas de racismo, discriminação racial, colonialismo, neocolo- ter, com as sanções cabíveis e que proíbam toda discriminação
nialismo, agressão, ocupação estrangeira e dominação e inter- contra a mulher;
ferência nos assuntos internos dos Estados é essencial para o c) Estabelecer a proteção jurídica dos direitos da mulher
pleno exercício dos direitos do homem e da mulher, numa base de igualdade com os do homem e garantir, por meio
AFIRMANDO que o fortalecimento da paz e da segurança dos tribunais nacionais competentes e de outras instituições pú-
internacionais, o alívio da tensão internacional, a cooperação blicas, a proteção efetiva da mulher contra todo ato de discri-
mútua entre todos os Estados, independentemente de seus sis- minação;
temas econômicos e sociais, o desarmamento geral e completo, d) Abster-se de incorrer em todo ato ou prática de discri-
e em particular o desarmamento nuclear sob um estrito e efeti- minação contra a mulher e zelar para que as autoridades e ins-
vo controle internacional, a afirmação dos princípios de justiça, tituições públicas atuem em conformidade com esta obrigação;
igualdade e proveito mútuo nas relações entre países e a rea- e) Tomar as medidas apropriadas para eliminar a discrimina-
lização do direito dos povos submetidos a dominação colonial ção contra a mulher praticada por qualquer pessoa, organização
e estrangeira e a ocupação estrangeira, à autodeterminação e ou empresa;
independência, bem como o respeito da soberania nacional e da f) Adotar todas as medidas adequadas, inclusive de caráter
integridade territorial, promoverão o progresso e o desenvolvi- legislativo, para modificar ou derrogar leis, regulamentos, usos e
mento sociais, e, em consequência, contribuirão para a realiza- práticas que constituam discriminação contra a mulher;
ção da plena igualdade entre o homem e a mulher, g) Derrogar todas as disposições penais nacionais que cons-
tituam discriminação contra a mulher.

245
LEGISLAÇÃO
Artigo 3° Artigo 9°
Os Estados Partes tomarão, em todas as esferas e, em par- 1. Os Estados-Partes outorgarão às mulheres direitos iguais
ticular, nas esferas política, social, econômica e cultural, todas aos dos homens para adquirir, mudar ou conservar sua naciona-
as medidas apropriadas, inclusive de caráter legislativo, para as- lidade. Garantirão, em particular, que nem o casamento com um
segurar o pleno desenvolvimento e progresso da mulher, com o estrangeiro, nem a mudança de nacionalidade do marido duran-
objetivo de garantir-lhe o exercício e gozo dos direitos humanos te o casamento, modifiquem automaticamente a nacionalidade
e liberdades fundamentais em igualdade de condições com o da esposa, convertam-na em apátrida ou a obriguem a adotar a
homem. nacionalidade do cônjuge.
2. Os Estados-Partes outorgarão à mulher os mesmos di-
Artigo 4°
reitos que ao homem no que diz respeito à nacionalidade dos
1. A adoção pelos Estados-Partes de medidas especiais de
filhos.
caráter temporário destinadas a acelerar a igualdade de fato en-
tre o homem e a mulher não se considerará discriminação na
forma definida nesta Convenção, mas de nenhuma maneira im- PARTE III
plicará, como consequência, a manutenção de normas desiguais Artigo 10
ou separadas; essas medidas cessarão quando os objetivos de Os Estados-Partes adotarão todas as medidas apropriadas
igualdade de oportunidade e tratamento houverem sido alcan- para eliminar a discriminação contra a mulher, a fim de assegu-
çados. rar-lhe a igualdade de direitos com o homem na esfera da edu-
2. A adoção pelos Estados-Partes de medidas especiais, in- cação e em particular para assegurarem condições de igualdade
clusive as contidas na presente Convenção, destinadas a prote- entre homens e mulheres:
ger a maternidade, não se considerará discriminatória. a) As mesmas condições de orientação em matéria de car-
reiras e capacitação profissional, acesso aos estudos e obtenção
Artigo 5° de diplomas nas instituições de ensino de todas as categorias,
Os Estados-Partes tornarão todas as medidas apropriadas tanto em zonas rurais como urbanas; essa igualdade deverá ser
para: assegurada na educação pré-escolar, geral, técnica e profissio-
a) Modificar os padrões socioculturais de conduta de ho- nal, incluída a educação técnica superior, assim como todos os
mens e mulheres, com vistas a alcançar a eliminação dos pre- tipos de capacitação profissional;
conceitos e práticas consuetudinárias e de qualquer outra índole b) Acesso aos mesmos currículos e mesmos exames, pessoal
que estejam baseados na ideia da inferioridade ou superiorida-
docente do mesmo nível profissional, instalações e material es-
de de qualquer dos sexos ou em funções estereotipadas de ho-
colar da mesma qualidade;
mens e mulheres.
b) Garantir que a educação familiar inclua uma compreen- c) A eliminação de todo conceito estereotipado dos papéis
são adequada da maternidade como função social e o reconhe- masculino e feminino em todos os níveis e em todas as formas
cimento da responsabilidade comum de homens e mulheres no de ensino mediante o estímulo à educação mista e a outros tipos
que diz respeito à educação e ao desenvolvimento de seus fi- de educação que contribuam para alcançar este objetivo e, em
lhos, entendendo-se que o interesse dos filhos constituirá a con- particular, mediante a modificação dos livros e programas esco-
sideração primordial em todos os casos. lares e adaptação dos métodos de ensino;
d) As mesmas oportunidades para obtenção de bolsas-de-
Artigo 6° -estudo e outras subvenções para estudos;
Os Estados-Partes tomarão todas as medidas apropriadas, e) As mesmas oportunidades de acesso aos programas de
inclusive de caráter legislativo, para suprimir todas as formas educação supletiva, incluídos os programas de alfabetização
de tráfico de mulheres e exploração da prostituição da mulher. funcional e de adultos, com vistas a reduzir, com a maior brevi-
dade possível, a diferença de conhecimentos existentes entre o
PARTE II homem e a mulher;
f) A redução da taxa de abandono feminino dos estudos e a
Artigo 7° organização de programas para aquelas jovens e mulheres que
Os Estados-Partes tomarão todas as medidas apropriadas tenham deixado os estudos prematuramente;
para eliminar a discriminação contra a mulher na vida política
g) As mesmas oportunidades para participar ativamente nos
e pública do país e, em particular, garantirão, em igualdade de
esportes e na educação física;
condições com os homens, o direito a:
a) Votar em todas as eleições e referenda públicos e ser h) Acesso a material informativo específico que contribua
elegível para todos os órgãos cujos membros sejam objeto de para assegurar a saúde e o bem-estar da família, incluída a in-
eleições públicas; formação e o assessoramento sobre planejamento da família.
b) Participar na formulação de políticas governamentais e
na execução destas, e ocupar cargos públicos e exercer todas as Artigo 11
funções públicas em todos os planos governamentais; 1. Os Estados-Partes adotarão todas as medidas apropria-
c) Participar em organizações e associações não-governa- das para eliminar a discriminação contra a mulher na esfera do
mentais que se ocupem da vida pública e política do país. emprego a fim de assegurar, em condições de igualdade entre
homens e mulheres, os mesmos direitos, em particular:
Artigo 8°
Os Estados-Partes tomarão todas as medidas apropriadas a) O direito ao trabalho como direito inalienável de todo ser
para garantir, à mulher, em igualdade de condições com o ho- humano;
mem e sem discriminação alguma, a oportunidade de represen- b) O direito às mesmas oportunidades de emprego, inclusi-
tar seu governo no plano internacional e de participar no traba- ve a aplicação dos mesmos critérios de seleção em questões de
lho das organizações internacionais. emprego;

246
LEGISLAÇÃO
c) O direito de escolher livremente profissão e emprego, o Artigo 14
direito à promoção e à estabilidade no emprego e a todos os 1. Os Estados-Partes levarão em consideração os problemas
benefícios e outras condições de serviço, e o direito ao acesso à específicos enfrentados pela mulher rural e o importante papel
formação e à atualização profissionais, incluindo aprendizagem, que desempenha na subsistência econômica de sua família, in-
formação profissional superior e treinamento periódico; cluído seu trabalho em setores não-monetários da economia, e
d) O direito a igual remuneração, inclusive benefícios, e tomarão todas as medidas apropriadas para assegurar a aplica-
igualdade de tratamento relativa a um trabalho de igual valor, ção dos dispositivos desta Convenção à mulher das zonas rurais.
assim como igualdade de tratamento com respeito à avaliação 2. Os Estados-Partes adotarão todas as medias apropriadas
da qualidade do trabalho; para eliminar a discriminação contra a mulher nas zonas rurais
e) O direito à seguridade social, em particular em casos de a fim de assegurar, em condições de igualdade entre homens e
aposentadoria, desemprego, doença, invalidez, velhice ou ou- mulheres, que elas participem no desenvolvimento rural e dele
tra incapacidade para trabalhar, bem como o direito de férias se beneficiem, e em particular as segurar-lhes-ão o direito a:
pagas; a) Participar da elaboração e execução dos planos de desen-
f) O direito à proteção da saúde e à segurança nas condições volvimento em todos os níveis;
de trabalho, inclusive a salvaguarda da função de reprodução. b) Ter acesso a serviços médicos adequados, inclusive infor-
2. A fim de impedir a discriminação contra a mulher por ra- mação, aconselhamento e serviços em matéria de planejamento
zões de casamento ou maternidade e assegurar a efetividade de familiar;
seu direito a trabalhar, os Estados-Partes tomarão as medidas c) Beneficiar-se diretamente dos programas de seguridade
adequadas para: social;
a) Proibir, sob sanções, a demissão por motivo de gravidez d) Obter todos os tipos de educação e de formação, acadê-
ou licença de maternidade e a discriminação nas demissões mo- mica e não acadêmica, inclusive os relacionados à alfabetização
tivadas pelo estado civil; funcional, bem como, entre outros, os benefícios de todos os
b) Implantar a licença de maternidade, com salário pago ou serviços comunitário e de extensão a fim de aumentar sua ca-
benefícios sociais comparáveis, sem perda do emprego anterior, pacidade técnica;
antiguidade ou benefícios sociais; e) Organizar grupos de autoajuda e cooperativas a fim de
c) Estimular o fornecimento de serviços sociais de apoio obter igualdade de acesso às oportunidades econômicas me-
necessários para permitir que os pais combinem as obrigações diante emprego ou trabalho por conta própria;
para com a família com as responsabilidades do trabalho e a par- f) Participar de todas as atividades comunitárias;
ticipação na vida pública, especialmente mediante fomento da g) Ter acesso aos créditos e empréstimos agrícolas, aos ser-
criação e desenvolvimento de uma rede de serviços destinados viços de comercialização e às tecnologias apropriadas, e receber
ao cuidado das crianças; um tratamento igual nos projetos de reforma agrária e de rees-
d) Dar proteção especial às mulheres durante a gravidez nos tabelecimentos;
tipos de trabalho comprovadamente prejudiciais para elas. h) gozar de condições de vida adequadas, particularmente
3. A legislação protetora relacionada com as questões com- nas esferas da habitação, dos serviços sanitários, da eletricidade
preendidas neste artigo será examinada periodicamente à luz e do abastecimento de água, do transporte e das comunicações.
dos conhecimentos científicos e tecnológicos e será revista, der-
rogada ou ampliada conforme as necessidades. PARTE IV

Artigo 12 Artigo 15
1. Os Estados-Partes adotarão todas as medidas apropriadas 1. Os Estados-Partes reconhecerão à mulher a igualdade
para eliminar a discriminação contra a mulher na esfera dos cui- com o homem perante a lei.
dados médicos a fim de assegurar, em condições de igualdade 2. Os Estados-Partes reconhecerão à mulher, em matérias
entre homens e mulheres, o acesso a serviços médicos, inclusive civis, uma capacidade jurídica idêntica do homem e as mesmas
os referentes ao planejamento familiar. oportunidades para o exercício dessa capacidade. Em particular,
2. Sem prejuízo do disposto no parágrafo 1o, os Estados-Par- reconhecerão à mulher iguais direitos para firmar contratos e
tes garantirão à mulher assistência apropriadas em relação à administrar bens e dispensar-lhe-ão um tratamento igual em to-
gravidez, ao parto e ao período posterior ao parto, proporcio- das as etapas do processo nas cortes de justiça e nos tribunais.
nando assistência gratuita quando assim for necessário, e lhe 3. Os Estados-Partes convém em que todo contrato ou outro
assegurarão uma nutrição adequada durante a gravidez e a lac- instrumento privado de efeito jurídico que tenda a restringir a
tância. capacidade jurídica da mulher será considerado nulo.
4. Os Estados-Partes concederão ao homem e à mulher os
Artigo 13 mesmos direitos no que respeita à legislação relativa ao direito
Os Estados-Partes adotarão todas as medidas apropriadas das pessoas à liberdade de movimento e à liberdade de escolha
para eliminar a discriminação contra a mulher em outras esferas de residência e domicílio.
da vida econômica e social a fim de assegurar, em condições
de igualdade entre homens e mulheres, os mesmos direitos, em Artigo 16
particular: 1. Os Estados-Partes adotarão todas as medidas adequa-
a) O direito a benefícios familiares; das para eliminar a discriminação contra a mulher em todos os
b) O direito a obter empréstimos bancários, hipotecas e ou- assuntos relativos ao casamento e às ralações familiares e, em
tras formas de crédito financeiro; particular, com base na igualdade entre homens e mulheres, as-
c) O direito a participar em atividades de recreação, espor- segurarão:
tes e em todos os aspectos da vida cultural.

247
LEGISLAÇÃO
a) O mesmo direito de contrair matrimônio; 5. Os membros do Comitê serão eleitos para um mandato de
b) O mesmo direito de escolher livremente o cônjuge e de quatro anos. Entretanto, o mandato de nove dos membros elei-
contrair matrimônio somente com livre e pleno consentimento; tos na primeira eleição expirará ao fim de dois anos; imediata-
c) Os mesmos direitos e responsabilidades durante o casa- mente após a primeira eleição os nomes desses nove membros
mento e por ocasião de sua dissolução; serão escolhidos, por sorteio, pelo Presidente do Comitê;
d) Os mesmos direitos e responsabilidades como pais, qual- 6. A eleição dos cinco membros adicionais do Comitê reali-
quer que seja seu estado civil, em matérias pertinentes aos fi- zar-se-á em conformidade com o disposto nos parágrafos 2, 3 e
lhos. Em todos os casos, os interesses dos filhos serão a consi- 4 deste Artigo, após o depósito do trigésimo-quinto instrumento
deração primordial; de ratificação ou adesão. O mandato de dois dos membros adi-
e) Os mesmos direitos de decidir livre a responsavelmente cionais eleitos nessa ocasião, cujos nomes serão escolhidos, por
sobre o número de seus filhos e sobre o intervalo entre os nasci- sorteio, pelo Presidente do Comitê, expirará ao fim de dois anos;
mentos e a ter acesso à informação, à educação e aos meios que 7. Para preencher as vagas fortuitas, o Estado-Parte cujo pe-
lhes permitam exercer esses direitos; rito tenha deixado de exercer suas funções de membro do Co-
f) Os mesmos direitos e responsabilidades com respeito à mitê nomeará outro perito entre seus nacionais, sob reserva da
tutela, curatela, guarda e adoção dos filhos, ou institutos aná- aprovação do Comitê;
logos, quando esses conceitos existirem na legislação nacional. 8. Os membros do Comitê, mediante aprovação da Assem-
Em todos os casos os interesses dos filhos serão a consideração bleia Geral, receberão remuneração dos recursos das Nações
primordial; Unidas, na forma e condições que a Assembleia Geral decidir,
g) Os mesmos direitos pessoais como marido e mulher, in- tendo em vista a importância das funções do Comitê;
clusive o direito de escolher sobrenome, profissão e ocupação; 9. O Secretário-Geral das Nações Unidas proporcionará o
h) Os mesmos direitos a ambos os cônjuges em matéria de pessoal e os serviços necessários para o desempenho eficaz das
propriedade, aquisição, gestão, administração, gozo e disposi- funções do Comitê em conformidade com esta Convenção.
ção dos bens, tanto a título gratuito quanto à título oneroso.
2. Os esponsais e o casamento de uma criança não terão Artigo 18
efeito legal e todas as medidas necessárias, inclusive as de ca-
1. Os Estados-Partes comprometem-se a submeter ao Se-
ráter legislativo, serão adotadas para estabelecer uma idade mí-
cretário-Geral das Nações Unidas, para exame do Comitê, um
nima para o casamento e para tornar obrigatória a inscrição de
relatório sobre as medidas legislativas, judiciárias, administrati-
casamentos em registro oficial.
vas ou outras que adotarem para tornarem efetivas as disposi-
ções desta Convenção e sobre os progressos alcançados a esse
PARTE V
respeito:
a) No prazo de um ano a partir da entrada em vigor da Con-
Artigo 17
venção para o Estado interessado; e
1. Com o fim de examinar os progressos alcançados na apli-
b) Posteriormente, pelo menos cada quatro anos e toda vez
cação desta Convenção, será estabelecido um Comitê sobre a
Eliminação da Discriminação contra a Mulher (doravante deno- que o Comitê a solicitar.
minado o Comitê) composto, no momento da entrada em vigor 2. Os relatórios poderão indicar fatores e dificuldades que
da Convenção, de dezoito e, após sua ratificação ou adesão pelo influam no grau de cumprimento das obrigações estabelecidos
trigésimo-quinto Estado-Parte, de vinte e três peritos de grande por esta Convenção.
prestígio moral e competência na área abarcada pela Conven-
ção. Os peritos serão eleitos pelos Estados-Partes entre seus Artigo 19
nacionais e exercerão suas funções a título pessoal; será levada 1. O Comitê adotará seu próprio regulamento.
em conta uma repartição geográfica equitativa e a representa- 2. O Comitê elegerá sua Mesa por um período de dois anos.
ção das formas diversas de civilização assim como dos principais
sistemas jurídicos; Artigo 20
2. Os membros do Comitê serão eleitos em escrutínio secre- 1. O Comitê se reunirá normalmente todos os anos por um
to de uma lista de pessoas indicadas pelos Estados-Partes. Cada período não superior a duas semanas para examinar os relató-
um dos Estados-Partes poderá indicar uma pessoa entre seus pró- rios que lhe sejam submetidos em conformidade com o Artigo
prios nacionais; 18 desta Convenção.
3. A eleição inicial realizar-se-á seis meses após a data de en- 2. As reuniões do Comitê realizar-se-ão normalmente na
trada em vigor desta Convenção. Pelo menos três meses antes da sede das Nações Unidas ou em qualquer outro lugar que o Co-
data de cada eleição, o Secretário-Geral das Nações Unidas dirigi- mitê determine.
rá uma carta aos Estados-Partes convidando-os a apresentar suas
candidaturas, no prazo de dois meses. O Secretário-Geral prepa- Artigo 21
rará uma lista, por ordem alfabética de todos os candidatos assim 1. O Comitê, através do Conselho Econômico e Social das
apresentados, com indicação dos Estados-Partes que os tenham Nações Unidas, informará anualmente a Assembleia Geral das
apresentado e comunicá-la-á aos Estados Partes; Nações Unidas de suas atividades e poderá apresentar suges-
4. Os membros do Comitê serão eleitos durante uma reunião tões e recomendações de caráter geral baseadas no exame dos
dos Estados-Partes convocado pelo Secretário-Geral na sede das relatórios e em informações recebidas dos Estados-Partes. Essas
Nações Unidas. Nessa reunião, em que o quórum será alcançado sugestões e recomendações de caráter geral serão incluídas no
com dois terços dos Estados-Partes, serão eleitos membros do relatório do Comitê juntamente com as observações que os Es-
Comitê os candidatos que obtiverem o maior número de votos e tados-Partes tenham porventura formulado.
a maioria absoluta de votos dos representantes dos Estados-Par- 2. O Secretário-Geral transmitirá, para informação, os rela-
tes presentes e votantes; tórios do Comitê à Comissão sobre a Condição da Mulher.

248
LEGISLAÇÃO
As Agências Especializadas terão direito a estar represen- Artigo 29
tadas no exame da aplicação das disposições desta Convenção 1. Qualquer controvérsia entre dois ou mais Estados-Partes
que correspondam à esfera de suas atividades. O Comitê pode- relativa à interpretação ou aplicação desta Convenção e que
rá convidar as Agências Especializadas a apresentar relatórios não for resolvida por negociações será, a pedido de qualquer
sobre a aplicação da Convenção nas áreas que correspondam à das Partes na controvérsia, submetida a arbitragem. Se no prazo
esfera de suas atividades. de seis meses a partir da data do pedido de arbitragem as Par-
tes não acordarem sobre a forma da arbitragem, qualquer das
PARTE VI Partes poderá submeter a controvérsia à Corte Internacional de
Artigo 23 Justiça mediante pedido em conformidade com o Estatuto da
Nada do disposto nesta Convenção prejudicará qualquer Corte.
disposição que seja mais propícia à obtenção da igualdade entre 2. Qualquer Estado-Parte, no momento da assinatura ou ra-
homens e mulheres e que seja contida: tificação desta Convenção ou de adesão a ela, poderá declarar
a) Na legislação de um Estado-Parte ou que não se considera obrigado pelo parágrafo anterior. Os de-
b) Em qualquer outra convenção, tratado ou acordo interna- mais Estados-Partes não estarão obrigados pelo parágrafo an-
cional vigente nesse Estado. terior perante nenhum Estado-Parte que tenha formulado essa
reserva.
Artigo 24 3. Qualquer Estado-Parte que tenha formulado a reserva
Os Estados-Partes comprometem-se a adotar todas as medi- prevista no parágrafo anterior poderá retirá-la em qualquer mo-
das necessárias em âmbito nacional para alcançar a plena reali- mento por meio de notificação ao Secretário-Geral das Nações
zação dos direitos reconhecidos nesta Convenção. Unidas.

Artigo 25 Artigo 30
1. Esta Convenção estará aberta à assinatura de todos os Esta convenção, cujos textos em árabe, chinês, espanhol,
Estados. francês, inglês e russo são igualmente autênticos será deposita-
2. O Secretário-Geral das Nações Unidas fica designado de- da junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas.
positário desta Convenção. Em testemunho do que, os abaixo-assinados devidamente
3. Esta Convenção está sujeita a ratificação. Os instrumen- autorizados, assinaram esta Convenção.
tos de ratificação serão depositados junto ao Secretário-Geral
das Nações Unidas.
4. Esta Convenção estará aberta à adesão de todos os Es- LEI FEDERAL Nº 2.889/56 (COMBATE AO GENOCÍDIO)
tados. A adesão efetuar-se-á através do depósito de um instru-
mento de adesão junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas. LEI Nº 2.889, DE 1º DE OUTUBRO DE 1956

Artigo 26 Define e pune o crime de genocídio.


1. Qualquer Estado-Parte poderá, em qualquer momento,
formular pedido de revisão desta revisão desta Convenção, me- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA:
diante notificação escrita dirigida ao Secretário-Geral das Na- Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono
ções Unidas. a seguinte Lei:
2. A Assembleia Geral das Nações Unidas decidirá sobre as
medidas a serem tomadas, se for o caso, com respeito a esse Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em
pedido. parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal:(Vide
Lei nº 7.960, de 1989)
Artigo 27 a) matar membros do grupo;
1. Esta Convenção entrará em vigor no trigésimo dia a partir b) causar lesão grave à integridade física ou mental de mem-
da data do depósito do vigésimo instrumento de ratificação ou bros do grupo;
adesão junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas. c) submeter intencionalmente o grupo a condições de exis-
2. Para cada Estado que ratificar a presente Convenção ou a tência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou par-
ela aderir após o depósito do vigésimo instrumento de ratifica- cial;
ção ou adesão, a Convenção entrará em vigor no trigésimo dia d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no
após o depósito de seu instrumento de ratificação ou adesão. seio do grupo;
e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para
Artigo 28 outro grupo;
1. O Secretário-Geral das Nações Unidas receberá e enviará Será punido:
a todos os Estados o texto das reservas feitas pelos Estados no Com as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal, no caso da
momento da ratificação ou adesão. letra a;
2. Não será permitida uma reserva incompatível com o obje- Com as penas do art. 129, § 2º, no caso da letra b;
to e o propósito desta Convenção. Com as penas do art. 270, no caso da letra c;
3. As reservas poderão ser retiradas a qualquer momento Com as penas do art. 125, no caso da letra d;
por uma notificação endereçada com esse objetivo ao Secretá- Com as penas do art. 148, no caso da letra e;
rio-Geral das Nações Unidas, que informará a todos os Estados Art. 2º Associarem-se mais de 3 (três) pessoas para prática
a respeito. A notificação surtirá efeito na data de seu recebi- dos crimes mencionados no artigo anterior:(Vide Lei nº 7.960,
mento. de 1989)

249
LEGISLAÇÃO
Pena: Metade da cominada aos crimes ali previstos. Art. 7º. Recusar a inscrição de aluno em estabelecimento de
Art. 3º Incitar, direta e publicamente alguém a cometer ensino de qualquer curso ou grau, por preconceito de raça, de
qualquer dos crimes de que trata o art. 1º:(Vide Lei nº 7.960, cor, de sexo ou de estado civil.
de 1989) Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e mul-
Pena: Metade das penas ali cominadas. ta de 1(uma) a três) vezes o maior valor de referência (MVR).
§ 1º A pena pelo crime de incitação será a mesma de crime Parágrafo único. Se se tratar de estabelecimento oficial de
incitado, se este se consumar. ensino, a pena será a perda do cargo para o agente, desde que
§ 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço), quando a apurada em inquérito regular.
incitação for cometida pela imprensa. Art. 8º. Obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público
Art. 4º A pena será agravada de 1/3 (um terço), no caso dos civil ou militar, por preconceito de raça, de cor, de sexo ou de
arts. 1º, 2º e 3º, quando cometido o crime por governante ou estado civil.
funcionário público. Pena - perda do cargo, depois de apurada a responsabilida-
Art. 5º Será punida com 2/3 (dois terços) das respectivas de em inquérito regular, para o funcionário dirigente da reparti-
penas a tentativa dos crimes definidos nesta lei. ção de que dependa a inscrição no concurso de habilitação dos
Art. 6º Os crimes de que trata esta lei não serão considera- candidatos.
dos crimes políticos para efeitos de extradição. Art. 9º. Negar emprego ou trabalho a alguém em autarquia,
Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário. sociedade de economia mista, empresa concessionária de servi-
ço público ou empresa privada, por preconceito de raça, de cor,
de sexo ou de estado civil.
LEI FEDERAL N° 7.437, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1985 Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e mul-
ta de 1 (uma) a 3 (três) vezes o maior valor de referência (MVR),
LEI Nº 7.437, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1985 no caso de empresa privada; perda do cargo para o responsável
pela recusa, no caso de autarquia, sociedade de economia mista
Inclui, entre as contravenções penais a prática de atos re- e empresa concessionária de serviço público.
sultantes de preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado Art. 10. Nos casos de reincidência havidos em estabeleci-
civil, dando nova redação à Lei nº 1.390, de 3 de julho de 1951 mentos particulares, poderá o juiz determinar a pena adicional
- Lei Afonso Arinos. de suspensão do funcionamento, por prazo não superior a 3
(três) meses.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Art. 11. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário.
Art. 1º. Constitui contravenção, punida nos termos desta lei,
a prática de atos resultantes de preconceito de raça, de cor, de
sexo ou de estado civil.
Art. 2º. Será considerado agente de contravenção o diretor, LEI ESTADUAL N° 10.549 DE 28 DE DEZEMBRO DE 2006
gerente ou empregado do estabelecimento que incidir na práti- (CRIA A SECRETARIA DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE
ca referida no artigo 1º. desta lei. RACIAL); ALTERADA PELA LEI ESTADUAL NO
Das Contravenções 12.212/2011
Art. 3º. Recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem
ou estabelecimento de mesma finalidade, por preconceito de LEI Nº 10.549 DE 28 DE DEZEMBRO DE 2006
raça, de cor, de sexo ou de estado civil.
Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e mul- Modifica a estrutura organizacional da Administração Pú-
ta de 3 (três) a 10 (dez) vezes o maior valor de referência (MVR). blica do Poder Executivo Estadual e dá outras providências.
Art. 4º. Recusar a venda de mercadoria em lojas de qualquer
gênero ou o atendimento de clientes em restaurantes, bares, O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA, faço saber que a
confeitarias ou locais semelhantes, abertos ao público, por pre- Assembléia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
conceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil. Art. 1º - A Administração Pública Estadual fica modificada na
Pena - Prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, forma da presente Lei.
e multa de 1 (uma) a 3 (três) vezes o maior valor de referência Art. 2º - Ficam alteradas as denominações das seguintes Se-
(MVR). cretarias de Estado:
Art. 5º. Recusar a entrada de alguém em estabelecimento I - Secretaria do Trabalho, Assistência Social e Esporte - SE-
público, de diversões ou de esporte, por preconceito de raça, de TRAS, para Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte
cor, de sexo ou de estado civil. - SETRE;
Pena - Prisão simples, de 15 (quinze dias a 3 (três) meses, II - Secretaria de Combate à Pobreza e às Desigualdades
e multa de 1 (uma) a 3 (três) vezes o maior valor de referência Sociais - SECOMP, para Secretaria de Desenvolvimento Social e
(MVR). Combate à Pobreza - SEDES;
III - Secretaria de Governo - SEGOV para Casa Civil;
Art. 6º. Recusar a entrada de alguém em qualquer tipo de IV - Secretaria de Cultura e Turismo - SCT, para
estabelecimento comercial ou de prestação de serviço, por pre- V - Secretaria da Justiça e Direitos Humanos - SJDH, para
conceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil. Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos - SJCDH.
Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias e 3 (três) meses, Art. 3º - Ficam criadas as seguintes Secretarias:
e multa de 1 (uma) a 3 (três) vezes o maior valor de referência I - Secretaria de Relações Institucionais - SERIN;
(MVR). II - Secretaria de Promoção da Igualdade - SEPROMI;

250
LEGISLAÇÃO
III - Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regional Parágrafo único - Fica criada a Diretoria de Administração e
SEDIR; Finanças em cada uma das Secretarias referidas neste artigo e no
IV - Secretaria de Turismo - SETUR. Gabinete do Governador, tendo por finalidade o planejamento
Art. 4º - Ficam transferidas as seguintes atividades, funções, e coordenação das atividades de programação, orçamentação,
fundos, órgãos e entidades: acompanhamento, avaliação, estudos e análises, administração
I - da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte - financeira e de contabilidade, material, patrimônio, serviços,
SETRE, para a Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate recursos humanos, modernização administrativa e informática.
à Pobreza - SEDES: Art. 6º - A Secretaria de Relações Institucionais - SERIN tem
a) a Superintendência de Assistência Social; por finalidade a coordenação política do Poder Executivo e de
b) o Fundo Estadual de Assistência Social, de que trata a Lei suas relações com os demais Poderes das diversas esferas de
6.930/95; Governo, com a sociedade civil e suas instituições.
c) o Fundo Estadual de Atendimento à Criança e ao Adoles- § 1º - A Secretaria de Relações Institucionais - SERIN tem a
seguinte estrutura básica:
cente, de que trata a Lei 6975/96;
a) Gabinete do Secretário;
d) a Fundação da Criança e do Adolescente - FUNDAC;
b) Diretoria de Administração e Finanças;
e) o Conselho Estadual de Assistência Social - CEAS;
c) Coordenação de Assuntos Legislativos;
f) o Conselho Estadual da Criança e do Adolescente - CECA;
d) Coordenação de Assuntos Federativos;
g) a Comissão Interinstitucional de Defesa Civil - CIDEC; e) Coordenação de Articulação Social.
h) a Coordenação de Defesa Civil - CORDEC; Parágrafo único - As Coordenações têm por objetivo o pla-
II - da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à nejamento, a execução e o controle das atividades a cargo da
Pobreza - SEDES, para a Casa Civil, o Fundo Estadual de Combate Secretaria de Relações Institucionais SERIN, conforme dispuser
e Erradicação da Pobreza - FUNCEP, instituído pelo art. 4º da Lei o Regulamento.
7.988/2001; Art. 7º - A Secretaria de Promoção da Igualdade - SEPROMI
III - da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à tem por finalidade planejar e executar políticas de promoção da
Pobreza - SEDES, para a Casa Civil: igualdade racial e proteção dos direitos de indivíduos e grupos
a) a Diretoria Executiva do Fundo Estadual de Combate e étnicos atingidos pela discriminação e demais formas de intole-
Erradicação da Pobreza FUNCEP, criada pelo art. 2º, inciso II, alí- rância, bem assim, planejar e executar as políticas públicas de
nea c, da Lei nº 7.988, de 21 de dezembro de 2001, com as alte- caráter transversal para as mulheres.
rações introduzidas pela Lei nº 9.509, de 20 de maio de 2005, ex- § 1º - A Secretaria de Promoção à Igualdade - SEPROMI tem
ceto a Diretoria de Orçamento Público e a Diretoria de Finanças; a seguinte estrutura básica:
Redação de acordo com o art. 46 da Lei nº 10.955, de 12 de I - Órgãos Colegiados:
dezembro de 2007. a) Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra;
Redação original: “a) a Diretoria Executiva do FUNCEP cria- b) Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher;
da pelo art. 2º, II, c e § 8º da Lei 7.988/2001, com as alterações II - Órgãos da Administração Direta:
introduzidas pela Lei 9.509/2005, exceto a Coordenação de Or- a) Gabinete do Secretário;
çamento e Finanças;” b) Diretoria de Administração e Finanças;
b) o Conselho de Políticas de Inclusão Social; c) Superintendência de Políticas para as Mulheres;
c) a Câmara Técnica de Gestão de Programas; d) Superintendência de Promoção da Igualdade Racial.
IV - da Casa Civil: § 2º - A Superintendência de Políticas para as Mulheres tem
a) para a Secretaria de Relações Institucionais SERIN: as fun- por finalidade orientar, apoiar, coordenar, acompanhar, contro-
ções de coordenação de assuntos legislativos; lar e executar programas e atividades voltadas à implementação
de políticas para as mulheres, implementar ações afirmativas e
b) para o Gabinete do Governador, órgão vinculado direta-
definir ações públicas de promoção da igualdade entre homens
mente ao Governador: a Ouvidoria Geral do Estado, a Secretaria
e mulheres e de combate à discriminação.
Particular do Governador, o Escritório de Representação do Go-
§ 3º - A Superintendência de Promoção da Igualdade Racial
verno, o Cerimonial e a Assessoria Especial do Governador;
tem por finalidade orientar, apoiar, coordenar, acompanhar,
V - da Secretaria de Cultura para a Secretaria de Turismo - controlar e executar programas e atividades voltadas à imple-
SETUR: mentação de políticas e diretrizes para a promoção da igualda-
a) a Superintendência de Investimentos em Pólos Turísticos; dee da proteção dos direitos de indivíduos e grupos raciais e
b) a Empresa de Turismo da Bahia S/A BAHIATURSA; étnicos, afetados por discriminação racial e demais formas de
VI - da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos - intolerância.
SJCDH, para a Secretaria de Promoção da Igualdade - SEPROMI: § 4º - Fica acrescida à composição do Conselho de Desen-
a) o Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra; volvimento da Comunidade Negra e do Conselho Estadual de
b) o Conselho de Defesa dos Direitos da Mulher; Defesa dos Diretos da Mulher, de que tratam as alíneas a e b
VII - da Secretaria do Planejamento - SEPLAN para a Secreta- do art. 17 da Lei nº 4.697/87, a representação da Secretaria de
ria de Desenvolvimento e Integração Regional - SEDIR: Promoção da Igualdade - SEPROMI.
a) os Conselhos Regionais de Desenvolvimento; Art. 8º - A Secretaria de Desenvolvimento e Integração Re-
b) a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional CAR. gional - SEDIR tem por finalidade planejar e coordenar a execu-
Art. 5º - As estruturas básicas da Secretaria de Relações ção da política estadual de desenvolvimento regional integrado;
Institucionais - SERIN, da Secretaria de Promoção da Igualdade formular, em parceria com o Conselho Estadual de Desenvol-
- SEPROMI e da Secretaria de Desenvolvimento e Integração Re- vimento Econômico e Social, os planos e programas regionais
gional - SEDIR, não conterão a Diretoria Geral prevista no art. 2º de desenvolvimento; estabelecer estratégias de integração das
da Lei 7.435/98. economias regionais; acompanhar e avaliar os programas inte-
grados de desenvolvimento regional.

251
LEGISLAÇÃO
§ 1º - A Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regio- § 1º - A Superintendência de Apoio à Inclusão Social, passa
nal - SEDIR tem a seguinte estrutura básica: a ser denominada Superintendência de Inclusão e Assistência
I - Órgãos Colegiados: Alimentar, com a finalidade de promover as ações de inclusão
a) Conselhos Regionais de Desenvolvimento. social e de assistência alimentar, conforme dispuser o regula-
II - Órgãos da Administração Direta: mento.
a) Gabinete do Secretário; § 2º - Fica extinta a Superintendência de Articulação e Pro-
b) Diretoria de Administração e Finanças; gramas Especiais.
c) Coordenação de Políticas do Desenvolvimento Regional; Art. 12 - A Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate
d) Coordenação de Programas Regionais; à Pobreza - SEDES tem a seguinte estrutura básica:
III - Entidade da Administração Indireta: I - Órgãos Colegiados:
a) Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional - CAR. a) Comissão Interinstitucional de Defesa Civil - CIDEC;
§ 2º - As coordenações têm por objetivo o planejamento, b) Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adoles-
a execução e o controle das atividades a cargo da Secretaria de cente - CECA;
Desenvolvimento e Integração Regional - SEDIR, conforme dis- c) Conselho Estadual de Assistência Social - CEAS;
puser o regulamento. d) Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Estado
Art. 9º - O Gabinete do Governador, órgão de assistência di- da Bahia - CONSEA BA;
reta e imediata ao Governador, tem a seguinte estrutura básica: II - Órgãos da Administração Direta:
a) Chefia do Gabinete; a) Gabinete do Secretário;
b) Secretaria Particular do Governador; b) Diretoria Geral;
c) Cerimonial; c) Superintendência de Assistência Social;
d) Assessoria Especial do Governador; d) Superintendência de Inclusão e Assistência Alimentar;
e) Assessoria Internacional; III - Órgão em Regime Especial de Administração Direta:
f) Escritório de Representação do Governo. a) Coordenação de Defesa Civil - CORDEC.
Parágrafo único - Fica criado o cargo de Chefe do Gabine- IV - Entidade da Administração Indireta:
te do Governador, ao qual são atribuídas as atividades de su- a) Fundação da Criança e do Adolescente - FUNDAC.
pervisão e coordenação dos órgãos integrantes da estrutura do Parágrafo único - O Secretário do Desenvolvimento Social e
Gabinete do Governador, bem como a elaboração da agenda e Combate à Pobreza - SEDES passa a integrar na condição de pre-
o exercício de outras atribuições designadas pelo Governador. sidente, o Conselho Estadual de Assistência Social - CEAS, o Con-
Redação de acordo como o art. 39 da Lei nº 13.204, de 11 de selho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente - CECA e
dezembro de 2014. a Comissão Interinstitucional de Defesa Civil - CIDEC.
Redação original: “Art. 9º - O Gabinete do Governador, ór- Art. 13 - A Secretaria de Turismo - SETUR tem por finalidade
gão de assistência direta e imediata ao Governador, tem a se- planejar, coordenar e executar políticas de promoção e fomento
guinte estrutura básica: ao turismo.
a) Chefia do Gabinete; § 1º - A Secretaria de Turismo - SETUR tem a seguinte estru-
b) Ouvidoria Geral do Estado; tura básica:
c) Secretaria Particular do Governador; I - Órgãos da Administração Direta:
d) Cerimonial; a) Gabinete do Secretário;
e) Assessoria Especial do Governador; b) Diretoria Geral;
f) Assessoria Internacional; c) Superintendência de Investimentos em Pólos Turísticos;
g) Escritório de Representação do Governo; d) Superintendência de Serviços Turísticos.
h) Diretoria de Administração e Finanças. II - Entidade da Administração Indireta:
Parágrafo único - Fica criado o cargo de Chefe de Gabinete a) Empresa de Turismo da Bahia S/A - BAHIATURSA.
do Governador, ao qual são asseguradas as prerrogativas, re- § 2º - A Superintendência de Serviços Turísticos tem por
presentação, remuneração e impedimentos de Secretário de finalidade planejar e executar programas e projetos de quali-
Estado, cabendo-lhe a supervisão e a coordenação dos órgãos ficação de serviços e mão-de-obra, capacitação empresarial,
integrantes da estrutura do Gabinete do Governador, a elabo- certificação de qualidade, regulação e fiscalização de atividades
ração da agenda e o exercício de outras atribuições designadas turísticas.
pelo Governador.” Art. 14 - Ficam criadas:
Art. 10 - A Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Espor- I - na Secretaria da Agricultura - SEAGRI: a Superintendência
te - SETRE tem por finalidade planejar e executar as políticas de Agricultura Familiar, com a finalidade de orientar, apoiar, co-
de emprego e renda e de apoio à formação do trabalhador, de ordenar, acompanhar, controlar e executar programas e ativida-
economia solidária e de fomento ao esporte. des voltados ao fortalecimento da agricultura familiar.
Parágrafo único - Fica criada na Secretaria do Trabalho, Em- II - na Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos
prego, Renda e Esporte - SETRE a Superintendência de Economia - SJCDH:
Solidária, com a finalidade de planejar, coordenar, executar e a) a Coordenação Executiva de Defesa dos Direitos da Pes-
acompanhar as ações e programas de fomento à economia so- soa com Deficiência, com a finalidade de promover e fortalecer
lidária. o desenvolvimento dos programas e ações voltados para a defe-
Art. 11 - A Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate sa dos direitos da pessoa portadora de deficiência;
à Pobreza - SEDES tem por finalidade planejar, coordenar, exe- b) a Coordenação de Políticas para os Povos Indígenas, vin-
cutar e fiscalizar as políticas de desenvolvimento social, segu- culada à Superintendência de Apoio e Defesa aos Direitos Hu-
rança alimentar e nutricional e de assistência social. manos.

252
LEGISLAÇÃO
Art. 15 - Para atender à implantação dos novos órgãos cria- I - a Secretária de Políticas para as Mulheres, que o presi-
dos por esta Lei e às adequações na estrutura da Administração dirá;
Pública Estadual, ficam criados 04 (quatro) cargos de Secretário II - 06 (seis) servidoras estaduais, representantes das Secre-
de Estado e os cargos em comissão constantes do Anexo Único tarias de Promoção da Igualdade Racial, da Educação, da Saúde,
desta Lei. da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, do Trabalho, Empre-
Art. 16 - Ficam extintos os cargos em comissão constantes go, Renda e Esporte e da Segurança Pública;
do Anexo Único desta Lei. III - 12 (doze) representantes da sociedade civil, sendo:
Art. 17 - Fica o Chefe do Poder Executivo autorizado a pro- a) 05 (cinco) membros de organizações de mulheres, legal-
mover, no prazo de 120 (cento e vinte) dias: mente constituídas;
I - a revisão e a elaboração dos regimentos, estatutos e ou- b) 02 (duas) de notória atuação na luta pela defesa dos di-
tros instrumentos regulamentadores para adequação das altera- reitos da mulher;
ções organizacionais decorrentes desta Lei; c) 01 (uma) da comunidade acadêmica vinculada ao estudo
II - as modificações orçamentárias necessárias ao cumpri- da condição feminina;
mento desta Lei, respeitados os valores globais constantes do d) 01 (uma) das trabalhadoras rurais;
orçamento do exercício de 2007. e) 01 (uma) das trabalhadoras urbanas;
Parágrafo único - As modificações de que trata o inciso II f) 01 (uma) das mulheres negras;
deste artigo incluem a abertura de créditos especiais destina- g) 01 (uma) indígena.
dos, exclusivamente, à criação de categorias de programação in- § 1º - As titulares do Conselho e suas suplentes serão no-
dispensáveis ao funcionamento de órgãos criados ou decorren- meadas pelo Governador do Estado, sendo que as referidas nos
tes desta Lei, respeitado o Art. 7º da Lei Orçamentária de 2007. incisos II e III, deste artigo, serão indicadas pelos respectivos ór-
Art. 18 - Fica o Poder Executivo autorizado a praticar os atos gãos e entidades.
necessários à continuidade dos serviços, até a definitiva estrutu- § 2º - O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher
ração dos órgãos criados ou reorganizados por esta Lei. manterá a atual composição até a definitiva indicação e nomea-
Art. 19 - Esta Lei entrará em vigor em 1º de janeiro de 2007. ção dos representantes dos órgãos e entidades que o compõem,
Art. 20 - Revogam-se as disposições em contrário. conforme estabelecido nos incisos II e III deste artigo.
Art. 5º - O Gabinete da Secretária tem por finalidade prestar
assistência ao Titular da Pasta, em suas tarefas técnicas e admi-
LEI Nº 12.212 DE 04 DE MAIO DE 2011 nistrativas.
Art. 6º - A Diretoria de Administração e Finanças tem por
Modifica a estrutura organizacional e de cargos em comis- finalidade o planejamento e coordenação das atividades de pro-
são da Administração Pública do Poder Executivo Estadual, e gramação, orçamentação, acompanhamento, avaliação, estudos
dá outras providências. e análises, administração financeira e de contabilidade, mate-
rial, patrimônio, serviços, recursos humanos, modernização ad-
O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA, faço saber que a ministrativa e informática.
Assembleia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 7º - A Coordenação de Articulação Institucional e Ações
Art. 1º - A estrutura da Administração Pública do Poder Exe- Temáticas tem por finalidade integrar as políticas para as mulhe-
cutivo Estadual fica modificada, na forma da presente Lei. res nas áreas de educação, saúde, trabalho e participação polí-
Art. 2º - Fica criada a Secretaria de Políticas para as Mulhe- tica, visando o combate à violência contra a mulher e a redução
res - SPM, com a finalidade de planejar, coordenar e articular a das desigualdades de gênero e a eliminação de todas as formas
execução de políticas públicas para as mulheres, tendo a seguin- de discriminação identificadas.
te estrutura organizacional básica: Art. 8º - A Coordenação de Planejamento e Gestão de Polí-
I - Órgão Colegiado: ticas para as Mulheres tem por finalidade apoiar a formulação
a) Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher - e a implementação de políticas públicas de gênero, de forma
CDDM; transversal.
II - Órgãos da Administração Direta: Art. 9º - Fica alterada a denominação da Secretaria de Pro-
a) Gabinete da Secretária; moção da Igualdade - SEPROMI para Secretaria de Promoção da
b) Diretoria de Administração e Finanças; Igualdade Racial - SEPROMI, que passa a ter por finalidade pla-
c) Coordenação de Articulação Institucional e Ações Temá- nejar e executar políticas de promoção da igualdade racial e de
ticas; proteção dos direitos de indivíduos e grupos étnicos atingidos
d) Coordenação de Planejamento e Gestão de Políticas para pela discriminação e demais formas de intolerância.
as Mulheres. Art. 10 - Ficam excluídas da finalidade e competências da
Art. 3º - O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mu- SEPROMI as atividades pertinentes ao planejamento e execução
lher - CDDM, órgão consultivo, tem por finalidade estabelecer das políticas públicas de caráter transversal para as mulheres.
diretrizes e normas relativas às políticas e medidas que visem Parágrafo único - Fica transferido da SEPROMI para a Secre-
eliminar a discriminação e garantir condições de liberdade e taria de Políticas para as Mulheres - SPM o Conselho Estadual de
equidade de direitos para a mulher, assegurando sua plena par- Defesa dos Direitos da Mulher - CDDM.
ticipação nas atividades políticas, sociais, econômicas e culturais Art. 11 - A Secretaria de Promoção da Igualdade Racial passa
do Estado. a ter a seguinte estrutura organizacional básica:
Parágrafo único - As normas de funcionamento do CDDM I - Órgão Colegiado:
serão estabelecidas em Regimento próprio. a) Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra -
Art. 4º - O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mu- CDCN;
lher - CDDM tem a seguinte composição: II - Órgãos da Administração Direta:

253
LEGISLAÇÃO
a) Gabinete do Secretário; e) Diretoria Geral;
b) Diretoria de Administração e Finanças; f) Superintendência de Ressocialização Sustentável;
c) Coordenação de Promoção da Igualdade Racial; g) Superintendência de Gestão Prisional:
d) Coordenação de Políticas para as Comunidades Tradicio- 1.Sistema Prisional;
nais. h) Central de Apoio e Acompanhamento às Penas e Medidas
Art. 12 - O Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Alternativas da Bahia - CEAPA:
Negra - CDCN, órgão colegiado, tem por finalidade estudar, 1.Núcleos de Apoio e Acompanhamento às Penas e Medidas
propor e acompanhar medidas de relacionamento dos órgãos Alternativas.
governamentais com a comunidade negra, visando resgatar o Art. 20 - O Conselho Penitenciário - CP, órgão consultivo e
direito à sua plena cidadania e participação na sociedade. fiscalizador da execução penal, tem por finalidade estabelecer
Art. 13 - O Gabinete do Secretário tem por finalidade pres- diretrizes e normas relativas à política criminal e penitenciária
tar assistência ao Titular da Pasta, em suas tarefas técnicas e no Estado.
administrativas. Parágrafo único - As normas de funcionamento do CP serão
Art. 14 - A Diretoria de Administração e Finanças tem por estabelecidas em Regimento próprio.
finalidade o planejamento e coordenação das atividades de pro- Art. 21 - O Conselho Penitenciário - CP tem a seguinte com-
gramação, orçamentação, acompanhamento, avaliação, estudos posição:
e análises, administração financeira e de contabilidade, mate- I - o Secretário de Administração Penitenciária e Ressocia-
rial, patrimônio, serviços, recursos humanos, modernização ad- lização;
ministrativa e informática. II - 01 (um) representante da Defensoria Pública da União;
Art. 15 - A Coordenação de Promoção da Igualdade Racial III - 01 (um) representante da Defensoria Pública do Estado
tem por finalidade orientar, apoiar, coordenar, acompanhar, da Bahia;
controlar e executar programas e atividades voltadas à imple- IV - 01 (um) representante do Ministério Público Federal;
mentação de políticas e diretrizes para a promoção da igualda- V - 01 (um) representante do Ministério Público do Estado
de e da proteção dos direitos de indivíduos e grupos raciais e da Bahia;
étnicos, afetados por discriminação racial e demais formas de VI - 01 (um) representante da Ordem dos Advogados do Bra-
intolerância. sil - OAB, Secção Bahia, indicado pelo seu Conselho Estadual;
Art. 16 - A Coordenação de Políticas para as Comunidades VII - 02 (dois) professores ou profissionais notoriamente
Tradicionais tem por finalidade formular políticas de promoção especializados em Direito Penal, Processual Penal ou Peniten-
da defesa dos direitos e interesses das comunidades tradicio- ciário;
nais, inclusive quilombolas, no Estado da Bahia, reduzindo as VIII - 02 (dois) professores ou profissionais notoriamente es-
desigualdades e eliminando todas as formas de discriminação pecializados em Medicina Legal ou Psiquiatria;
identificadas. IX - 02 (dois) representantes da comunidade, de livre esco-
Art. 17 - A estrutura de cargos em comissão da SEPROMI fica lha do Governador.
alterada, na forma a seguir indicada: § 1º - O Presidente do Conselho será um de seus membros,
I - ficam extintos 02 (dois) cargos de Superintendente, sím- nomeado pelo Governador do Estado, mediante indicação do
bolo DAS-2A; Colegiado, em lista tríplice, através de votação secreta.
II - ficam criados 02 (dois) cargos de Coordenador Executivo, § 2º - Os membros do Conselho e seus suplentes serão no-
símbolo DAS-2B; meados pelo Governador do Estado, sendo que os referidos nos
III - ficam remanejados, da extinta Superintendência de Po- incisos II a VI deste artigo, serão indicados pelos respectivos ór-
líticas para as Mulheres para a Coordenação de Políticas para gãos e entidades.
as Comunidades Tradicionais, ora criada, 01 (um) cargo de Co- § 3º - Os membros indicados nos incisos VII, VIII e IX deste
ordenador I, símbolo DAS-2C, 01 (um) cargo de Coordenador II, artigo, serão escolhidos pelo Governador do Estado.
símbolo DAS-3, 01 (um) cargo de Coordenador III, símbolo DAI-4 Art. 22 - O Conselho de Operações do Sistema Prisional, ór-
e 01 (um) cargo de Secretário Administrativo I, símbolo DAI-5. gão de integração e avaliação das ações operacionais, é compos-
Art. 18 - Fica criado, na estrutura de cargos em comissão da to pelo Secretário de Administração Penitenciária e Ressocializa-
SEPROMI, alocado na Diretoria de Administração e Finanças, 01 ção, que o presidirá e pelos Dirigentes da Superintendência de
(um) cargo de Coordenador II, símbolo DAS-3. Gestão Prisional, da Corregedoria do Sistema Penitenciário e da
Art. 19 - Fica criada a Secretaria de Administração Penitenci- Coordenação de Monitoramento e Avaliação do Sistema Prisio-
ária e Ressocialização - SEAP, com a finalidade de formular polí- nal, bem como das Unidades Prisionais.
ticas de ações penais e de ressocialização de sentenciados, bem Art. 23 - O Gabinete do Secretário tem por finalidade pres-
como de planejar, coordenar e executar, em harmonia com o tar assistência ao Titular da Pasta, em suas tarefas técnicas e
Poder Judiciário, os serviços penais do Estado, tendo a seguinte administrativas.
estrutura organizacional básica: Art. 24 - A Ouvidoria tem por finalidade receber e examinar
I - Órgãos Colegiados: denúncias, reclamações e sugestões dos cidadãos, relacionadas
a) Conselho Penitenciário - CP; à atuação da Secretaria.
b) Conselho de Operações do Sistema Prisional; Art. 25 - A Corregedoria do Sistema Penitenciário tem por
II - Órgãos da Administração Direta: finalidade acompanhar, controlar e avaliar a regularidade da
a) Gabinete do Secretário; atuação funcional e da conduta dos servidores da Secretaria de
b) Ouvidoria; Administração Penitenciária e Ressocialização - SEAP, em estrei-
c) Corregedoria do Sistema Penitenciário; ta articulação com o Sistema de Correição Estadual.
d) Coordenação de Monitoramento e Avaliação do Sistema
Prisional;

254
LEGISLAÇÃO
Art. 26 - A Coordenação de Monitoramento e Avaliação do II - a Superintendência de Prevenção e Acolhimento aos
Sistema Prisional tem por finalidade coordenar e acompanhar o Usuários de Drogas e Apoio Familiar, com a finalidade de plane-
fluxo de dados e informações, visando ao aprimoramento das jar, coordenar, supervisionar, avaliar e fiscalizar a execução das
práticas das Unidades Prisionais. políticas públicas preventivas às drogas e de atendimento aos
Art. 27 - A Diretoria Geral tem por finalidade a coordenação dependentes e suas famílias, promovendo a reinserção social de
dos órgãos setoriais e seccionais, dos sistemas formalmente ins- usuários de drogas.
tituídos, responsáveis pela execução das atividades de progra- § 1º - Para atender ao disposto no inciso I deste artigo, fi-
mação, orçamentação, acompanhamento, avaliação, estudos e cam criados 01 (um) cargo de Superintendente, símbolo DAS-2A,
análises, material, patrimônio, serviços, recursos humanos, mo- 02 (dois) cargos de Diretor, símbolo DAS-2C, 01 (um) cargo de
dernização administrativa e informática, e administração finan- Assessor Técnico, símbolo DAS-3, 02 (dois) cargos de Assessor
ceira e de contabilidade. Administrativo, símbolo DAI-4 e 01 (um) cargo de Secretário Ad-
Art. 28 - A Superintendência de Ressocialização Sustentável ministrativo I, símbolo DAI-5.
tem por finalidade implantar atividades que possibilitem a res- § 2º - Para atender ao disposto no inciso II deste artigo, fi-
socialização e reabilitação do indivíduo sob custódia, através do cam criados 01 (um) cargo de Superintendente, símbolo DAS-2A,
desenvolvimento de programas de educação, cultura e trabalho 02 (dois) cargos de Diretor, símbolo DAS-2C, 01 (um) cargo de
produtivo. Assessor Técnico, símbolo DAS-3 e 01 (um) cargo de Secretário
Art. 29 - A Superintendência de Gestão Prisional tem por Administrativo I, símbolo DAI-5.
finalidade administrar e supervisionar o cumprimento das ativi- § 3º - Fica extinta, da estrutura organizacional e de cargos
dades alusivas à execução penal, em conformidade com ações em comissão da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Hu-
de humanização, bem como administrar e supervisionar o Sis- manos - SJCDH, a Coordenação Executiva de Defesa dos Direitos
tema Prisional. da Pessoa com Deficiência, bem como 01 (um) cargo de Coorde-
Parágrafo único - O Sistema Prisional é composto pelos nador Executivo, símbolo DAS-2B.
Presídios, Penitenciárias, Colônias Penais, Conjuntos Penais, Art. 35 - Fica extinta, da estrutura organizacional e de car-
Cadeias Públicas, Hospital de Custódia e Tratamento, Casa do gos em comissão da SJCDH, a Corregedoria, bem como 01 (um)
Albergado e Egressos, Centro de Observação Penal, Central Mé- cargo de Coordenador I, símbolo DAS-2C, 02 (dois) cargos de
dica Penitenciária e Unidade Especial Disciplinar. Coordenador II, símbolo DAS-3 e 01 (um) cargo de Secretário
Art. 30 - A Central de Apoio e Acompanhamento às Penas e Administrativo I, símbolo DAI-5.
Medidas Alternativas da Bahia - CEAPA tem por finalidade acom- Art. 36 - Ficam extintos, da estrutura de cargos em comissão
panhar a execução de medidas e penas alternativas aplicadas da SJCDH, 01 (um) cargo de Coordenador Técnico, símbolo DAS-
pelos órgãos do Poder Judiciário do Estado da Bahia. -2D, 01 (um) cargo de Coordenador II, símbolo DAS-3 e 01 (um)
Parágrafo único - Os Núcleos de Apoio e Acompanhamento cargo de Coordenador III, símbolo DAI-4, alocados na Diretoria
às Penas e Medidas Alternativas de que trata o art. 1º da Lei nº Geral.
11.042, de 09 de maio de 2008, ficam vinculados à Central de Art. 37 - Fica alterada a denominação do Centro de Educa-
Apoio e Acompanhamento às Penas e Medidas Alternativas da
ção em Direitos Humanos e Assuntos Penais - CEDHAP, criado
Bahia - CEAPA.
pela Lei nº 10.955 , de 21 de dezembro de 2007, para Centro de
Art. 31 - Ficam excluídas da finalidade e competências da
Educação em Direitos Humanos, com a finalidade de executar
Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos - SJCDH, as
programas, projetos e atividades de formação e educação em
atividades pertinentes à execução da política e da administração
Direitos Humanos.
do Sistema Penitenciário do Estado.
Art. 38 - Fica criada a Secretaria de Comunicação Social - SE-
Art. 32 - Fica extinta, na SJCDH, a Superintendência de As-
COM, com a finalidade de propor, coordenar e executar a políti-
suntos Penais - SAP, ficando os seus bens patrimoniais e acervo
ca de comunicação social do Governo, bem como de promover a
transferidos para a Secretaria de Administração Penitenciária e
radiodifusão pública, tendo a seguinte estrutura organizacional
Ressocialização - SEAP.
Parágrafo único - Para atender ao disposto no caput deste básica:
artigo, fica extinto o Quadro de Cargos em Comissão da Supe- I - Órgão Colegiado:
rintendência de Assuntos Penais - SAP, da Secretaria da Justiça, a) Conselho Estadual de Comunicação Social;
Cidadania e Direitos Humanos - SJCDH. II - Órgãos da Administração Direta:
Art. 33 - Fica transferida da Secretaria da Justiça, Cidadania a) Gabinete do Secretário;
e Direitos Humanos - SJCDH para a Secretaria de Administração b) Assessoria de Imprensa do Governador;
Penitenciária e Ressocialização - SEAP, a vinculação do Conselho c) Diretoria Geral;
Penitenciário - CP, ficando extintos, da estrutura de cargos em d) Coordenação de Comunicação Integrada;
comissão da SJCDH, 01 (um) cargo de Presidente de Conselho, e) Coordenação de Jornalismo;
símbolo DAS-2C, 01 (um) cargo de Coordenador II, símbolo DAS- III - Entidade de Administração Indireta:
3 e 01 (um) cargo de Coordenador IV, símbolo DAI-5. a) Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia - IRDEB.
Art. 34 - Ficam criadas, na estrutura organizacional e de car- Art. 39 - O Conselho Estadual de Comunicação Social, órgão
gos em comissão da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos consultivo e deliberativo, tem por finalidade formular a Política
Humanos - SJCDH, as seguintes Unidades, na forma a seguir in- de Comunicação Social do Estado, observada a competência que
dicada: lhe confere o art. 277 da Constituição do Estado da Bahia e o
I - a Superintendência dos Direitos das Pessoas com Defici- disposto na Constituição Federal.
ência, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar, Parágrafo único - O Regimento do Conselho, por ele aprova-
avaliar e fiscalizar a execução das políticas públicas estaduais do e homologado por ato do Governador do Estado, fixará suas
voltadas para a promoção e proteção dos direitos das pessoas normas de funcionamento.
com deficiência;

255
LEGISLAÇÃO
Art. 40 - O Conselho Estadual de Comunicação Social tem as I - o Secretário de Comunicação Social, que o presidirá;
seguintes competências, dentre outras conferidas em Lei: II - 06 (seis) representantes do Poder Público Estadual, indi-
I - formular e acompanhar a execução da Política de Comu- cados pelo Titular da respectiva Pasta, sendo:
nicação Social do Estado e desenvolver canais institucionais e a) 01 (um) representante da Secretaria de Comunicação So-
democráticos de comunicação permanente com a sociedade cial - SECOM;
baiana; b) 01 (um) representante da Secretaria de Cultura - SECULT;
II - formular propostas que contemplem o cumprimento c) 01 (um) representante da Secretaria da Educação - SEC;
do disposto nos capítulos referentes à comunicação social das d) 01 (um) representante da Secretaria de Ciência, Tecnolo-
Constituições Federal e Estadual; gia e Inovação - SECTI;
III - propor medidas que visem o aperfeiçoamento de uma e) 01 (um) representante da Secretaria da Justiça, Cidadania
política estadual de comunicação social, com base nos princí- e Direitos Humanos - SJCDH;
pios democráticos e na comunicação como direito fundamental, f) 01 (um) representante do Instituto de Radiodifusão Edu-
estimulando o acesso, a produção e a difusão da informação de cativa da Bahia - IRDEB;
interesse coletivo; III - 20 (vinte) representantes da sociedade civil, sendo:
IV - participar da elaboração do Plano Estadual de Políticas a) 01 (um) representante da entidade profissional de classe;
Públicas de Comunicação Social, bem como acompanhar a sua b) 01 (um) representante das universidades públicas, com
execução; atuação no Estado da Bahia;
V - orientar e acompanhar as atividades dos órgãos públi- c) 01 (um) representante do segmento de televisão aberta e
cos de radiodifusão sonora e radiodifusão de sons e imagem do por assinatura comercial;
Estado; d) 01 (um) representante do segmento de rádio comercial;
VI - atuar na defesa dos direitos difusos e coletivos da socie- e) 01 (um) representante das empresas de jornais e revistas;
dade baiana no que tange a comunicação social; f) 01 (um) representante das agências de publicidade;
VII - receber e reencaminhar denúncias sobre abusos e vio- g) 01 (um) representante das empresas de telecomunica-
lações de direitos humanos nos veículos de comunicação no Es- ções;
tado da Bahia, aos órgãos competentes, para adoção de provi- h) 01 (um) representante das empresas de mídia exterior;
dências nos seus respectivos âmbitos de atuação; i) 01 (um) representante das produtoras de audiovisual ou
VIII - fomentar a produção e difusão de conteúdos de ini- serviços de comunicação;
ciativa estadual, observadas as diversidades artísticas, culturais, j) 01 (um) representante do movimento de radiodifusão co-
regionais e sociais da Bahia; munitária;
IX - estimular o fortalecimento da rede pública de comunica- k) 01 (um) representante das entidades de classe dos traba-
ção, de modo que ela tenha uma participação ativa na execução lhadores do segmento de comunicação social;
das políticas de comunicação do Estado da Bahia; l) 01 (um) representante dos veículos comunitários ou al-
X - articular ações para que a distribuição das verbas publici- ternativos;
tárias do Estado seja baseada em critérios técnicos de audiência m) 03 (três) representantes das Organizações Não-Governa-
e que garantam a diversidade e pluralidade; mentais - ONGS ou entidades sociais vinculadas à comunicação;
XI - estimular a implementação e promover o fortalecimen- n) 01 (um) representante dos movimentos sociais de comu-
to dos veículos de comunicação comunitária, para facilitar o nicação;
acesso à produção e à comunicação social em todo o território o) 03 (três) representantes de entidades de movimentos so-
estadual; ciais organizados;
XII - estimular a adoção dos recursos tecnológicos propor- p) 01 (um) representante de entidades de jornalismo digital.
cionados pela digitalização da radiodifusão privada, pública e § 1º - A SECOM convocará, por meio de edital, publicado
comunitária, no incentivo à regionalização da produção cultural, no Diário Oficial do Estado, reunião para eleição dos represen-
artística e jornalística, e democratização dos meios de comuni- tantes, citados no inciso III deste artigo, cabendo-lhe, ao final,
cação; encaminhar o resultado das indicações para deliberação do Go-
XIII - recomendar a convocação e participar da execução da vernador do Estado.
Conferência Estadual de Comunicação e suas etapas preparató- § 2º - Os membros do Conselho e seus suplentes serão
rias; nomeados pelo Governador do Estado e tomarão posse na 1ª
XIV - elaborar e aprovar o seu Regimento Interno, para pos- (primeira) reunião do Colegiado, e serão substituídos, em suas
terior homologação por ato do Chefe do Poder Executivo; ausências e impedimentos, pelos respectivos suplentes, previa-
XV - convocar audiências e consultas públicas sobre comuni- mente indicados.
cação e políticas públicas do setor; § 3º - O mandato dos Conselheiros e de seus respectivos
XVI - acompanhar a criação e o funcionamento de conselhos suplentes será de 02 (dois) anos, permitida uma recondução por
municipais de comunicação; igual período.
XVII - fomentar a inclusão digital e o acesso às redes digitais Art. 42 - O Gabinete do Secretário tem por finalidade pres-
em todo o território baiano, como forma de democratizar a co- tar assistência ao Titular da Pasta, em suas tarefas técnicas e
municação; administrativas.
Art. 43 - A Assessoria de Imprensa do Governador tem por
XVIII - fomentar a adoção de programas de capacitação e finalidade divulgar os atos e expressar a opinião do Governador
formação, assegurando a apropriação social de novas tecnolo- do Estado em comunicações à sociedade e à imprensa, em arti-
gias da comunicação. culação com as demais Unidades da Secretaria.
Art. 41 - O Conselho Estadual de Comunicação Social tem a
seguinte composição:

256
LEGISLAÇÃO
Art. 44 - A Diretoria Geral tem por finalidade a coordena- Parágrafo único - Para atender ao disposto no caput deste
ção dos órgãos setoriais, dos sistemas formalmente instituídos, artigo, ficam extintos, do quadro de cargos em comissão da Casa
responsáveis pela execução das atividades de programação, or- Civil, 01 (um) cargo de Assessor Geral, símbolo DAS-1, 01 (um)
çamentação, acompanhamento, avaliação, estudos e análises, cargo de Assessor Especial, símbolo DAS-2B, 06 (seis) cargos
material, patrimônio, serviços, recursos humanos, moderniza- de Coordenador I, símbolo DAS-2C, 01 (um) cargo de Gerente,
ção administrativa e informática, e administração financeira e símbolo DAS-3, 15 (quinze) cargos de Assessor de Comunicação
de contabilidade. Social I, símbolo DAS-3, 08 (oito) cargos de Assessor de Comuni-
Art. 45 - A Coordenação de Comunicação Integrada tem por cação Social II, símbolo DAI-4, 02 (dois) cargos de Assessor Admi-
finalidade coordenar e acompanhar o desenvolvimento de cam- nistrativo, símbolo DAI-4, 01 (um) cargo de Assistente Orçamen-
panhas publicitárias institucionais do Governo, bem como ava- tário, símbolo DAI-4, 01 (um) cargo de Assessor de Comunicação
liar a sua publicidade. Social III, símbolo DAI-5, 13 (treze) cargos de Assistente IV, sím-
Art. 46 - A Coordenação de Jornalismo tem por finalidade bolo DAI-5, 04 (quatro) cargos de Coordenador IV, símbolo DAI-
divulgar os atos do Governo para a sociedade e a imprensa, bem 5, 01 (um) cargo de Secretário Administrativo I, símbolo DAI-5,
como articular-se com os órgãos e entidades governamentais, 04 (quatro) cargos de Assistente V, símbolo DAI-6 e 05 (cinco)
para fins de comunicação social. cargos de Secretário Administrativo II, símbolo DAI-6.
Art. 47 - As Secretarias de Estado e demais órgãos e entida- Art. 55 - Ficam excluídas da finalidade da Casa Civil as ativi-
des da Administração Pública Estadual prestarão o apoio e os dades de comunicação social.
recursos técnicos, quando solicitados pelo Secretário de Comu- Art. 56 - A estrutura organizacional da Casa Civil fica altera-
nicação Social, necessários à implementação do Plano Estadual da, na forma a seguir indicada:
de Comunicação Social, a ser estabelecido pelo Conselho Esta- I - fica extinta a Coordenação de Acompanhamento de Polí-
dual de Comunicação Social. ticas Governamentais;
Art. 48 - Fica transferida a vinculação estrutural do Instituto II - fica criada a Coordenação de Acompanhamento de Po-
de Radiodifusão Educativa da Bahia - IRDEB, da Secretaria de líticas de Infraestrutura, com a finalidade de fornecer subsídios
Cultura - SECULT para a Secretaria de Comunicação Social - SE- ao Governador, na análise das políticas relativas à infraestrutu-
COM, mantendo a mesma natureza jurídica. ra, promovendo a sua coordenação e integração, em articulação
Parágrafo único - Ficam excluídas da finalidade e competên- com os órgãos e entidades executoras;
cias da SECULT as atividades/funções de radiodifusão cultural e III - fica criada a Coordenação de Acompanhamento de Po-
educativa. líticas Sociais, com a finalidade de fornecer subsídios ao Gover-
Art. 49 - Ficam criadas, na estrutura organizacional do Ins- nador, na análise das políticas sociais, promovendo a sua coor-
tituto de Radiodifusão Educativa da Bahia - IRDEB, as seguintes denação e integração, em articulação com os órgãos e entidades
Unidades: executoras.
I - Diretoria de Programação e Conteúdos, com a finalidade Art. 57 - A estrutura de cargos em comissão da Casa Civil fica
de planejar, coordenar, acompanhar e avaliar a programação da alterada, na forma a seguir indicada:
Rádio Educadora, TV Educativa, do Portal e da produção jorna- I - ficam criados 02 (dois) cargos de Assessor Especial, sím-
lística do IRDEB, bem como promover e apoiar as ações rela- bolo DAS-2C, 02 (dois) cargos de Coordenador I, símbolo DAS-2C
cionadas à produção e conteúdo radiofônico e audiovisual para e 03 (três) cargos de Coordenador II, símbolo DAS-3;
compor a programação do Instituto; II - fica extinto 01 (um) cargo de Assessor Técnico, símbolo
II - Coordenação de Planejamento e Relacionamento Institu- DAS-3, alocado no Gabinete do Secretário.
cional, com a finalidade de coordenar, promover, desenvolver, Art. 58 - Ficam extintos, do Quadro Especial de Cargos em
acompanhar e avaliar as ações do IRDEB, visando incentivar e Comissão da Casa Civil, 02 (dois) cargos de Assistente I, símbolo
aprimorar a interlocução e a interatividade com a sociedade. DAS-2C, 02 (dois) cargos de Assistente III, símbolo DAI-4 e 04
Art. 50 - A Diretoria de Operações passa a ter por finalidade (quatro) cargos de Assistente IV, símbolo DAI-5.
promover, coordenar e supervisionar a execução das atividades Parágrafo único - O Quadro Especial de Cargos em Comissão
de radiodifusão, TV e engenharia de operação do Instituto. da Casa Civil é o constante do Anexo II, que integra esta Lei.
Art. 51 - Ficam criados, na estrutura de cargos em comissão Art. 59 - Fica criada a Secretaria Estadual para Assuntos da
do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia - IRDEB, 01 (um) Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 - SECOPA, com a finalida-
cargo de Diretor, símbolo DAS-2B, 01 (um) cargo de Chefe de de de coordenar, articular, promover, acompanhar e integrar as
Gabinete, símbolo DAS-2C, 02 (dois) cargos de Coordenador I, ações e projetos prioritários da Copa do Mundo da FIFA Brasil
símbolo DAS-2C, e 01 (um) cargo de Assessor de Comunicação 2014.
Social I, símbolo DAS-3. Parágrafo único - Para cumprimento de sua finalidade, a SE-
Art. 52 - Ficam extintos, na estrutura de cargos em comissão COPA atuará diretamente e em apoio a programas, projetos e
do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia - IRDEB, 01 (um) ações executados por outros órgãos ou entidades da Adminis-
cargo de Assessor Especial, símbolo DAS-2C, 05 (cinco) cargos tração Pública de quaisquer esferas governamentais.
de Gerente, símbolo DAS-3, 05 (cinco) cargos de Assistente III, Art. 60 - A Secretaria Estadual para Assuntos da Copa do
símbolo DAI-4, e 04 (quatro) cargos de Coordenador III, símbolo Mundo da FIFA Brasil 2014 - SECOPA tem a seguinte estrutura
DAI-4. organizacional básica:
Art. 53 - O Quadro de Cargos em comissão do Instituto de I - Órgão Colegiado:
Radiodifusão Educativa da Bahia - IRDEB passa a ser o constante a) Comitê Gestor da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014;
do Anexo I desta Lei. II - Órgãos da Administração Direta:
Art. 54 - Fica extinta, da estrutura organizacional da Casa a) Gabinete do Secretário;
Civil, a Assessoria Geral de Comunicação Social - AGECOM. b) Diretoria de Administração e Finanças;
c) Coordenação de Projetos para Assuntos da Copa;

257
LEGISLAÇÃO
d) Coordenação de Marketing para Assuntos da Copa. Art. 72 - A Superintendência de Comércio e Serviços passa a
Art. 61 - O Comitê Gestor da Copa do Mundo da FIFA Brasil ter por finalidade propor políticas relativas ao desenvolvimento
2014, presidido pelo Secretário da SECOPA, tem por finalidade comercial e de serviços, e das micro, pequenas e médias empre-
monitorar as ações necessárias ao cumprimento do calendário sas, bem como planejar e elaborar estudos e projetos.
definido pela Federation Internationale de Football Association Art. 73 - A estrutura de cargos em comissão da Secretaria da
- FIFA e pelo Comitê Organizador Local - COL para a realização Indústria, Comércio e Mineração fica alterada, na forma a seguir
da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 na Cidade de Salvador. indicada:
Parágrafo único - O Comitê Gestor da Copa do Mundo da I -ficam criados 01 (um) cargo de Superintendente, símbolo
FIFA Brasil 2014 tem sua composição e funcionamento estabele- DAS-2A, 06 (seis) cargos de Diretor, símbolo DAS-2B, 03 (três)
cidos em Regimento próprio. cargos de Assessor Especial, símbolo DAS-2C, 01 (um) cargo de
Art. 62 - O Gabinete do Secretário tem por finalidade pres- Coordenador II, símbolo DAS-3 e 06 (seis) cargos de Assessor
tar assistência ao Titular da Pasta, em suas tarefas técnicas e Administrativo, símbolo DAI-4;
administrativas. II - ficam extintos 02 (dois) cargos de Assistente III, símbo-
Art. 63 - A Diretoria de Administração e Finanças tem por lo DAI-4, 02 (dois) cargos de Coordenador III, símbolo DAI-4, 04
finalidade o planejamento e coordenação das atividades de pro- (quatro) cargos de Coordenador IV, símbolo DAI-5, 01 (um) car-
gramação, orçamentação, acompanhamento, avaliação, estudos go de Secretário Administrativo I, símbolo DAI-5 e 06 (seis) car-
e análises, administração financeira e de contabilidade, mate- gos de Secretário Administrativo II, símbolo DAI-6.
rial, patrimônio, serviços, recursos humanos, modernização ad- Art. 74 - O Quadro de Cargos em Comissão da Secretaria
ministrativa e informática. da Indústria, Comércio e Mineração é o constante do Anexo VII,
Art. 64 - A Coordenação de Projetos para Assuntos da Copa que integra esta Lei.
tem por finalidade acompanhar e monitorar a implementação Art. 75 - Fica criada, na estrutura organizacional da Secre-
dos projetos e ações relacionadas ao evento esportivo, bem taria de Relações Institucionais - SERIN, a Coordenação de Po-
como a coordenação dos Grupos Executivos de Trabalho da líticas de Juventude, com a finalidade de coordenar, articular e
Copa 2014. integrar os programas e ações do Governo do Estado, voltados
Art. 65 - A Coordenação de Marketing para Assuntos da Copa à população jovem.
tem por finalidade planejar e viabilizar a estratégia de marketing Parágrafo único - Para atender ao disposto no caput deste
relacionada aos projetos e ações da Copa e ao fomento das rela- artigo, ficam criados, na estrutura de cargos em comissão da SE-
ções públicas da Secretaria. RIN, 01 (um) cargo de Coordenador Executivo, símbolo DAS-2B,
Art. 66 - A SECOPA funcionará, a partir da data de publica- 01 (um) cargo de Coordenador I, símbolo DAS-2C, 02 (dois) car-
ção desta Lei, até 31 de dezembro de 2014, ficando extinta em gos de Coordenador II, símbolo DAS-3 e 01 (um) cargo de Secre-
01 de janeiro de 2015. tário Administrativo I, símbolo DAI-5.
Art. 67 - Para atender à implantação da Secretaria de Polí- Art. 76 - Ficam criados, na estrutura de cargos em comissão
ticas para as Mulheres - SPM, da Secretaria de Administração da SERIN, 02 (dois) cargos de Coordenador I, símbolo DAS-2C,
Penitenciária e Ressocialização - SEAP, da Secretaria de Comuni- alocados na Coordenação de Assuntos Federativos e na Coorde-
cação Social - SECOM e da Secretaria Estadual para Assuntos da nação de Articulação Social, respectivamente.
Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 - SECOPA, ficam criados 04 Art. 77 - A estrutura de cargos em comissão do Gabinete do
(quatro) cargos de Secretário de Estado, sendo que os Quadros Governador do Estado fica alterada, na forma a seguir indicada:
de Cargos em Comissão das Secretarias de Estado, ora criadas, I -ficam criados 01 (um) cargo de Chefe de Gabinete, símbo-
são os constantes dos Anexos III, IV, V e VI, respectivamente, lo DAS-2A, 01 (um) cargo de Coordenador de Escritório, símbolo
que integram esta Lei. DAS-2A, 01 (um) cargo de Chefe de Cerimonial, símbolo DAS-2A,
Art. 68 - Com a extinção da SECOPA, conforme data prevista 07 (sete) cargos de Assessor Especial, símbolo DAS-2B, 01 (um)
no art. 66 desta Lei, serão extintos os cargos em comissão cons- cargo de Coordenador Executivo, símbolo DAS-2B, 04 (quatro)
tantes do Anexo VI desta Lei, bem como transferidos para os cargos de Assessor Especial, símbolo DAS-2C, 01 (um) cargo de
órgãos da Administração Pública do Poder Executivo Estadual os Coordenador I, símbolo DAS-2C, 13 (treze) cargos de Coordena-
bens adquiridos para o desenvolvimento das ações e projetos a dor Técnico, símbolo DAS-2D, 03 (três) cargos de Assessor Téc-
critério do Poder Executivo Estadual. nico, símbolo DAS-3, 02 (dois) cargos de Secretário de Gabine-
Art. 69 - A Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração - te, símbolo DAS-3, 01 (um) cargo de Assessor Administrativo,
SICM passa a ter por finalidade formular e executar a política de símbolo DAI-4, 02 (dois) cargos de Assistente III, símbolo DAI-4,
desenvolvimento e apoio à indústria, ao comércio, aos serviços 01 (um) cargo de Assistente Orçamentário, símbolo DAI-4 e 04
e à mineração do Estado. (quatro) cargos de Coordenador III, símbolo DAI-4.
Art. 70 - O Conselho de Desenvolvimento Industrial - CDI II - ficam extintos 01 (um) cargo de Assessor Especial do Go-
passa a denominar-se Conselho de Desenvolvimento da Indús- vernador, símbolo DAS-2A, 01 (um) cargo de Diretor, símbolo
tria e do Comércio - CDIC, órgão de natureza consultiva, com a DAS-2A e 01 (um) cargo de Coordenador de Escritório, símbolo
finalidade de opinar sobre a formulação da política de desenvol- DAS-2B.
vimento industrial e comercial do Estado. Art. 78 - Os cargos em comissão de Secretário Particular do
Art. 71 - Fica criada, na estrutura organizacional da Secre- Governador, símbolo DAS-2A e de Chefe de Cerimonial, símbolo
taria da Indústria, Comércio e Mineração, a Superintendência DAS-2A, alocadas no Gabinete do Governador, serão ocupados,
de Desenvolvimento Econômico, com a finalidade de viabilizar preferencialmente, por portadores de diploma de nível superior.
a implementação das políticas de desenvolvimento produtivo, Art. 79 - O Quadro de Cargos em Comissão do Gabinete do
competitividade e comércio exterior, acompanhando e avalian- Governador - GABGOV é o constante do Anexo VIII que integra
do os seus projetos estratégicos, relacionados às atividades fina- esta Lei.
lísticas da Secretaria.

258
LEGISLAÇÃO
Art. 80 - Ficam criados, na estrutura de cargos em comissão II - Diretoria do Livro e da Leitura, com a finalidade de plane-
da Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária - SEA- jar, coordenar, avaliar e apoiar programas e ações relacionadas
GRI, 01 (um) cargo de Diretor, símbolo DAS-2C, 08 (oito) cargos ao desenvolvimento da leitura, da produção literária e da cadeia
de Coordenador II, símbolo DAS-3, 03 (três) cargos de Coorde- produtiva do livro, no âmbito do Estado da Bahia, bem como
nador III, símbolo DAI-4 e 02 (dois) cargos de Assessor Adminis- incentivar estas ações;
trativo, símbolo DAI-4, alocados na Superintendência de Agricul- III -Diretoria do Arquivo Público do Estado da Bahia, com a
tura Familiar - SUAF. finalidade de planejar, coordenar, promover, acompanhar, ava-
Art. 81 - Ficam criados, na estrutura de cargos em comissão liar e apoiar as ações pertinentes ao processo de preservação
da Secretaria da Segurança Pública - SSP, 01 (um) cargo de As- de documentos de valor histórico e cultural do Estado da Bahia.
sessor de Comunicação Social, símbolo DAS-2C, na Polícia Militar Art. 89 - Ficam criados, na estrutura de cargos em comissão
da Bahia - PM/BA, 01 (um) cargo de Assessor de Comunicação da Fundação Pedro Calmon - Centro de Memória e Arquivo Pú-
Social, símbolo DAS-2C e 01 (um) cargo de Assessor de Comu- blico da Bahia - FPC, 02 (dois) cargos de Coordenador II, símbolo
nicação Social I, símbolo DAS-3 e, na Polícia Civil do Estado da DAS-3, 01 (um) cargo de Coordenador III, símbolo DAI-4, e 02
Bahia - PC/BA, 01 (um) cargo de Assessor de Comunicação Social (dois) cargos de Secretário Administrativo II, símbolo DAI-6.
I, símbolo DAS-3. Art. 90 - Fica extinto, na estrutura de cargos em comissão da
Art. 82 - A estrutura de cargos em comissão da Secretaria da Fundação Pedro Calmon - Centro de Memória e Arquivo Público
Saúde - SESAB fica modificada, na forma a seguir indicada: da Bahia - FPC, 01 (um) cargo de Assistente III, símbolo DAI-4.
I -ficam criados 01 (um) cargo de Diretor, símbolo DAS-2C e Art. 91 - Ficam criadas, na estrutura organizacional do Ins-
01 (um) cargo de Diretor, símbolo DAS-2D; tituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia - IPAC, as se-
II - ficam extintos 01 (um) cargo de Coordenador II, símbolo guintes Unidades:
DAS-3 e 03 (três) cargos de Coordenador III, símbolo DAI-4. I -Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural, com a
Art. 83 - Fica alterada a estrutura organizacional e de cargos finalidade de planejar, coordenar e promover ações para o res-
em comissão da Secretaria de Cultura - SECULT, da Fundação gate e preservação da memória cultural baiana em todas as suas
Pedro Calmon - Centro de Memória e Arquivo Público da Bahia manifestações;
- FPC, do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia - II - Diretoria de Projetos, Obras e Restauro, com a finalidade
IPAC e da Fundação Cultural do Estado da Bahia - FUNCEB. de planejar, coordenar, executar e avaliar as atividades perti-
Art. 84 - A Superintendência de Cultura da SECULT passa a nentes a projetos, obras, conservação e restauração dos bens
denominar-se Superintendência de Desenvolvimento Territorial móveis e imóveis culturais do Estado da Bahia.
da Cultura, com a finalidade de propor políticas e programas Art. 92 - Ficam extintas, na estrutura organizacional do Ins-
para o desenvolvimento da cultura territorializada, bem como tituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia - IPAC, as se-
coordenar, desenvolver e acompanhar estudos, pesquisas e guintes Unidades:
ações de apoio à criação, produção, difusão e ao consumo dos I -Diretoria de Preservação do Patrimônio Artístico e Cultu-
bens culturais no Estado da Bahia. ral;
Art. 85 - Fica criada, na estrutura organizacional da SECULT, II -Diretoria de Ações Culturais.
o Centro de Culturas Populares e Identitárias, com a finalidade Art. 93 - Ficam criados, na estrutura de cargos em comissão
de planejar, coordenar, fomentar e difundir informações sobre do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia - IPAC,
culturas populares indígenas e afro-descendentes e sedimentar 04 (quatro) cargos de Coordenador II, símbolo DAS-3, 02 (dois)
o processo de desenvolvimento da cultura regional do Estado, cargos de Coordenador III, símbolo DAI-4, 01 (um) cargo de Co-
bem como promover a dinamização e gestão cultural do Centro ordenador IV, símbolo DAI-5, e 01 (um) cargo de Secretário Ad-
Histórico de Salvador. ministrativo II, símbolo DAI-6.
Art. 86 - Ficam criados, na estrutura de cargos em comissão Art. 94 - Ficam extintos, na estrutura de cargos em comissão
da Secretaria de Cultura, 02 (dois) cargos de Assessor Especial, do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia - IPAC,
símbolo DAS-2C, 01 (um) cargo de Coordenador I, símbolo DAS- 02 (dois) cargos de Gerente, símbolo DAS-3, e 01 (um) cargo de
-2C, 01 (um) cargo de Diretor, símbolo DAS-2C, 01 (um) cargo Supervisor, símbolo DAI-5.
de Assessor Técnico, símbolo DAS-3, 17 (dezessete) cargos de Art. 95 - Ficam extintas, na estrutura organizacional da Fun-
Coordenador II, símbolo DAS-3, 02 (dois) cargos de Assessor Ad- dação Cultural do Estado da Bahia - FUNCEB, as seguintes Uni-
ministrativo, símbolo DAI-4, 17 (dezessete) cargos de Coorde- dades:
nador de Centro de Cultura, símbolo DAI-4, 07 (sete) cargos de I -Diretoria de Literatura;
Coordenador III, símbolo DAI-4, 02 (dois) cargos de Coordenador II -Diretoria de Música e Artes Cênicas.
IV, símbolo DAI-5, 01 (um) cargo de Secretário Administrativo I, Art. 96 - Ficam criadas, na estrutura organizacional da Fun-
símbolo DAI-5 e 18 (dezoito) cargos de Secretário Administrativo dação Cultural do Estado da Bahia - FUNCEB, as seguintes Uni-
II, símbolo DAI-6. dades:
Art. 87 - Fica extinto, na estrutura de cargos em comissão da I -Diretoria das Artes, com a finalidade de propor e estimu-
Secretaria de Cultura, 01 (um) cargo de Assistente de Execução lar políticas públicas de fomento às artes visuais, à música, ao
Orçamentária, símbolo DAI-5. teatro, à dança e à literatura;
Art. 88 - Ficam criadas, na estrutura organizacional da Fun- II - Centro de Formação em Artes, com a finalidade de plane-
dação Pedro Calmon - Centro de Memória e Arquivo Público da jar, coordenar, executar e avaliar ações e projetos artístico-edu-
Bahia - FPC, as seguintes Unidades: cativos, promovendo a democratização do acesso aos cursos, o
I -Centro de Memória da Bahia, com a finalidade de exercer funcionamento regular e a dinamização das diversas linguagens
a coordenação e supervisão geral dos acervos documentais para artísticas.
subsidiar a realização de pesquisas e estudos na área da história
política e administrativa da Bahia;

259
LEGISLAÇÃO
Art. 97 - A Diretoria de Administração, Orçamento e Finan- Art. 105 - O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
ças passa a denominar-se Diretoria de Administração e Finanças, - INEMA tem por finalidade executar a Política Estadual de Meio
com a finalidade de executar as atividades de administração ge- Ambiente e de Proteção à Biodiversidade, a Política Estadual de
ral, modernização e informática, administração financeira e con- Recursos Hídricos, a Política Estadual sobre Mudança do Clima e
tabilidade da Fundação Cultural do Estado da Bahia - FUNCEB, a Política Estadual de Educação Ambiental.
em articulação com a Diretoria Geral da Secretaria de Cultura e Art. 106 - O INEMA tem as seguintes competências:
os respectivos Sistemas formalmente instituídos. I -executar as ações e programas relacionados à Política
Art. 98 - A Assessoria Técnica passa a ter por finalidade de- Estadual de Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade, da
sempenhar as atividades de planejamento, programação e orça- Política Estadual de Recursos Hídricos, da Política Estadual sobre
mentação, em articulação com o respectivo Sistema Estadual de Mudança do Clima e da Política Estadual de Educação Ambien-
Planejamento. tal;
Art. 99 - Ficam criados, na estrutura de cargos em comissão II - participar da elaboração e da implementação do Plano
da Fundação Cultural do Estado da Bahia - FUNCEB, 01 (um) car- Estadual de Meio Ambiente, do Plano Estadual de Recursos Hí-
go de Diretor, símbolo DAS-2B, 06 (seis) cargos de Coordenador dricos e do Plano Estadual sobre Mudança do Clima;
I, símbolo DAS-2C, 02 (dois) cargos de Coordenador II, símbolo III -realizar ações de Educação Ambiental, considerando as
DAS-3, e 11 (onze) cargos de Coordenador III, símbolo DAI-4. práticas de desenvolvimento sustentável;
Art. 100 - Ficam extintos, na estrutura de cargos em comis- IV - promover a gestão florestal e do patrimônio genético,
são da Fundação Cultural do Estado da Bahia - FUNCEB, 02 (dois) bem como a restauração de ecossistemas, com vistas à proteção
cargos de Diretor, símbolo DAS-2C, 04 (quatro) cargos de Coor- e preservação da flora e da fauna;
denador Técnico, símbolo DAS-2D, 01 (um) cargo de Assessor V -promover as ações relacionadas com a criação, a implan-
Técnico, símbolo DAS-3, 02 (dois) cargos de Gerente, símbolo tação e a gestão das Unidades de Conservação, em consonância
DAS-3, 06 (seis) cargos de Administrador de Espaço Cultural, com o Sistema Estadual de Unidades de Conservação - SEUC,
símbolo DAI-4, 01 (um) cargo de Assistente III, símbolo DAI-4, 15 bem como elaborar e implementar os Planos de Manejo;
(quinze) cargos de Coordenador de Centro de Cultura, símbolo VI - promover a gestão das águas superficiais e subterrâneas
DAI-4, 03 (três) cargos de Diretor, símbolo DAI-4, 05 (cinco) car-
de domínio do Estado;
gos de Subgerente, símbolo DAI-4, 01 (um) cargo de Assistente
VII -fomentar a criação e organização de Comitês de Bacia
Administrativo-Financeiro, símbolo DAI-5, 02 (dois) cargos de
Hidrográfica, visando garantir o seu funcionamento, bem como
Assistente de Apoio Técnico, símbolo DAI-5, 05 (cinco) cargos de
acompanhar a implementação dos seus respectivos planos;
Coordenador IV, símbolo DAI-5, 02 (dois) cargos de Supervisor,
VIII - executar programas, projetos e ações voltadas à pro-
símbolo DAI-5, e 15 (quinze) cargos de Secretário Administrativo
teção e melhoria do meio ambiente, da biodiversidade e dos re-
II, símbolo DAI-6.
cursos hídricos;
Art. 101 - O Quadro de Cargos em Comissão da Secretaria de
IX - propor ao Conselho Estadual de Meio Ambiente - CE-
Cultura - SECULT, da Fundação Pedro Calmon - Centro de Memó-
PRAM e ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CONERH
ria e Arquivo Público da Bahia - FPC, do Instituto do Patrimônio
Artístico e Cultural da Bahia - IPAC e da Fundação Cultural do Es- normas para a proteção, conservação, defesa e melhoria do
tado da Bahia - FUNCEB passam a ser os constantes dos Anexos meio ambiente e dos recursos hídricos;
IX, X, XI e XII, respectivamente, desta Lei. X -expedir licenças ambientais, emitir anuência prévia para
Art. 102 - Ficam extintos, na estrutura da Administração Pú- implantação de empreendimentos e atividades em unidades de
blica do Poder Executivo Estadual: conservação estaduais, autorizar a supressão de vegetação, con-
I -o Instituto do Meio Ambiente - IMA, previsto no art. 5 da ceder outorga de direito de uso de recursos hídricos e praticar
, de 06 de junho de 2008, anteriormente denominado Centro de outros atos autorizativos, na forma da lei;
Recursos Ambientais, autarquia estadual criada pela Lei Delega- XI - efetuar a cobrança pelo uso de recursos hídricos, de
da nº 31 , de 03 de março de 1983; bens da biodiversidade e de outras receitas previstas na legisla-
II - o Instituto de Gestão das Águas e Clima - INGÁ, previsto ção ambiental e de recursos hídricos;
no art. 10 da , de 06 de junho de 2008, anteriormente deno- XII -elaborar e gerenciar os cadastros ambientais e de recur-
minado Superintendência de Recursos Hídricos - SRH, autarquia sos hídricos;
estadual criada pela Lei nº 6.812 , de 18 de janeiro de 1995. XIII - coordenar, executar, acompanhar, monitorar e avaliar
Art. 103 - Fica criado o Instituto do Meio Ambiente e Re- a qualidade ambiental e de recursos hídricos;
cursos Hídricos - INEMA, como autarquia vinculada à Secretaria XIV - pesquisar e monitorar o tempo, o clima e as mudanças
do Meio Ambiente - SEMA, dotada de personalidade jurídica de climáticas, bem como a ocorrência da desertificação;
direito público, autonomia administrativa e financeira e patri- XV -efetuar a previsão meteorológica e os monitoramentos
mônio próprio, o qual reger-se-á por esta Lei e demais normas hidrológicos, hidrogeológicos, climáticos e hidrometeorológicos;
legais aplicáveis. XVI - realizar estudos e pesquisas destinados à elaboração e
§ 1º - O INEMA terá sede e foro na cidade de Salvador, Esta- execução de programas, projetos e ações voltadas à melhoria da
do da Bahia e prazo de duração indeterminado. qualidade ambiental e de recursos hídricos;
§ 2º - O INEMA gozará, no que couber, de todas as franquias XVII -celebrar convênios, contratos, ajustes e protocolos
e privilégios concedidos aos órgãos da Administração Direta do com instituições públicas e privadas, nacionais, estrangeiras e
Estado. internacionais, bem como termos de compromisso, observada a
Art. 104 - Os recursos orçamentários e financeiros, bem legislação pertinente;
como os acervos e obrigações do IMA e do INGÁ passam a ser XVIII - exercer o poder de polícia administrativa, preventiva
transferidos para o INEMA, que os sucederá ainda nos direitos, ou repressiva, fiscalizando o cumprimento da legislação ambien-
créditos e obrigações decorrentes de lei, ato administrativo ou tal e de recursos hídricos.
contrato, inclusive nas respectivas receitas.

260
LEGISLAÇÃO
Art. 107 - O INEMA atuará em articulação com os órgãos Art. 113 - A Coordenação de Ações Estratégicas tem por fi-
e entidades da Administração Pública Estadual e com a socie- nalidade coordenar ações que promovam a melhoria da gestão
dade civil organizada, para consecução de seus objetivos, em e do aperfeiçoamento do Sistema Estadual de Informações Am-
consonância com as diretrizes das Políticas Nacionais do Meio bientais e de Recursos Hídricos - SEIA, de acordo com as diretri-
Ambiente, de Recursos Hídricos, sobre Mudança do Clima e de zes e prioridades estabelecidas pela SEMA, voltadas à otimização
Educação Ambiental. do desempenho organizacional e fortalecimento dos resultados
Art. 108 - O INEMA tem a seguinte estrutura organizacional institucionais, em articulação com as unidades do INEMA.
básica: Art. 114 - A Coordenação de Atendimento Ambiental tem
I -Conselho de Administração; por finalidade executar a triagem técnica e administrativa de do-
II - Diretoria Geral. cumentos, formar, exercer o acompanhamento, controle e guar-
Art. 109 - O Conselho de Administração, órgão consultivo, da de processos, bem como realizar o controle e a expedição de
deliberativo, de orientação e supervisão superior, tem por fina- correspondências destinadas ao Instituto ou geradas por este.
lidade o acompanhamento, controle e avaliação das ações exe- Art. 115 - A Coordenação de Interação Social tem por fina-
cutadas pelo INEMA, sendo integrado pelos seguintes membros: lidade coordenar, gerir e executar, de forma descentralizada e
I -o Secretário do Meio Ambiente, que o presidirá;
participativa, as ações relativas à implementação e funciona-
II -o Diretor Geral do INEMA;
mento dos Conselhos Gestores das Unidades de Conservação,
III -01 (um) representante da Casa Civil;
dos Comitês de Bacia Hidrográfica e das Audiências Públicas.
IV -01 (um) representante da Secretaria da Administração;
Art. 116 - A Coordenação de Gestão Descentralizada tem
V -01 (um) representante da Procuradoria Geral do Estado;
VI -01 (um) representante dos servidores do INEMA. por finalidade promover a articulação, a gestão e a integração
§ 1º - Os membros do Conselho de Administração e seus das Unidades Regionais, bem como apoiar a desconcentração e
suplentes serão nomeados pelo Governador do Estado, para um descentralização da gestão ambiental do Estado.
mandato de 02 (dois) anos, permitida uma recondução, sendo Parágrafo único - As Unidades Regionais são unidades de
que os referidos nos incisos III a V serão indicados pelos respec- desconcentração da gestão das atividades da Autarquia, que têm
tivos órgãos. por finalidade executar a Política Estadual do Meio Ambiente e
§ 2º - O representante dos servidores do INEMA e seu res- de Proteção à Biodiversidade e a Política Estadual de Recursos
pectivo suplente serão escolhidos por votação, mediante es- Hídricos, nas suas respectivas regiões, através do licenciamento,
crutínio secreto, realizada por entidade dos servidores ou, na monitoramento e fiscalização ambiental, além de prestar apoio
sua falta, por comissão de servidores especialmente constituída aos municípios no desenvolvimento da gestão ambiental local,
para este fim. em articulação com a SEMA.
§ 3º - O Diretor Geral do INEMA participará das reuniões do Art. 117 - A Diretoria de Regulação tem por finalidade plane-
Conselho, porém, sem direito a voto, quando forem deliberadas jar, organizar e coordenar as ações necessárias para emissão das
matérias referentes a relatórios e prestações de contas da Au- licenças ambientais e dos atos autorizativos de meio ambiente e
tarquia ou assuntos do seu interesse próprio. de recursos hídricos, na forma da lei.
§ 4º - Os membros do Conselho serão substituídos, em suas Art. 118 - A Diretoria de Fiscalização e Monitoramento Am-
ausências e impedimentos, pelos respectivos suplentes. biental tem por finalidade fiscalizar o cumprimento da legislação
§ 5º - O Regimento do Conselho de Administração, por ele ambiental e de recursos hídricos, bem como coordenar, execu-
aprovado e homologado por ato do Governador do Estado, fixa- tar, acompanhar, monitorar e avaliar a qualidade ambiental e de
rá as normas de seu funcionamento. recursos hídricos.
Art. 110 - A Diretoria Geral do INEMA, composta pelo con- Art. 119 - A Diretoria de Águas tem por finalidade imple-
junto de órgãos de planejamento, assessoramento, execução, mentar os planos de recursos hídricos, bem como promover es-
avaliação e controle, tem a seguinte organização: tudos, implementar e avaliar medidas, ações, programas e pro-
I -Gabinete do Diretor Geral; jetos, visando assegurar o gerenciamento do uso, a qualidade e
II - Procuradoria Jurídica;
conservação dos recursos hídricos e o atendimento da demanda
III -Coordenação de Ações Estratégicas;
e da oferta hídrica estadual.
IV -Coordenação de Atendimento Ambiental;
Art. 120 - A Diretoria de Biodiversidade tem por finalida-
V -Coordenação de Interação Social;
de coordenar a gestão florestal e do patrimônio genético, bem
VI -Coordenação de Gestão Descentralizada:
a)Unidades Regionais; como a execução de programas e projetos de proteção e restau-
VII -Diretoria de Regulação; ração de ecossistemas.
VIII - Diretoria de Fiscalização e Monitoramento Ambiental; Art. 121 - A Diretoria de Unidades de Conservação tem por
IX -Diretoria de Águas; finalidade coordenar as ações relacionadas com a criação, a im-
X -Diretoria de Biodiversidade; plantação e a gestão das Unidades de Conservação, em conso-
XI -Diretoria de Unidades de Conservação; nância com o SEUC, bem como elaborar e implementar os Planos
XII -Diretoria Administrativa e Financeira. de Manejo.
Art. 111 - O Gabinete do Diretor Geral tem por finalidade Art. 122 - A Diretoria Administrativa e Financeira tem por fi-
prestar assistência ao Diretor Geral em suas tarefas técnicas e nalidade executar as atividades de programação, orçamentação,
administrativas. acompanhamento, avaliação, estudos e análises, material, patri-
Art. 112 - A Procuradoria Jurídica tem por finalidade exercer mônio, serviços, recursos humanos, modernização administrati-
a representação judicial e extrajudicial, a consultoria e o asses- va e informática, administração financeira e de contabilidade, e
soramento jurídico ao INEMA, mediante a vinculação técnica à de arrecadação.
Procuradoria Geral do Estado e, de acordo com a legislação das Art. 123 - Ato do Chefe do Poder Executivo estabelecerá as
Procuradorias Jurídicas das Autarquias e Fundações do Estado Unidades Regionais, definindo as suas áreas de abrangência.
da Bahia.

261
LEGISLAÇÃO
Art. 124 - O Diretor Geral será nomeado pelo Governador Art. 128 - A prestação de contas do INEMA, relativa à admi-
do Estado. nistração dos bens e recursos obtidos, no exercício ou na gestão,
Art. 125 - Aos Diretores e demais dirigentes do INEMA in- será elaborada em conformidade com as disposições constitu-
cumbe planejar, dirigir, avaliar o desempenho, coordenar, con- cionais sobre a matéria, com o disposto em lei, no Regimento e
trolar e orientar a execução das atividades de sua área de com- demais normas legais aplicáveis, devendo ser encaminhadas ao
petência e exercer outras atribuições que lhes forem cometidas Tribunal de Contas do Estado.
pelo Diretor Geral da entidade. Art. 129 - O exercício financeiro do INEMA coincidirá com o
Art. 126 - Constituem patrimônio do INEMA, os bens móveis ano civil.
e imóveis, valores, rendas e direitos atualmente pertencentes Art. 130 - O regime jurídico do pessoal do INEMA é o estabe-
ao IMA e ao INGÁ ou que lhe venham a ser adjudicados ou trans- lecido para o serviço público estadual.
feridos. § 1º - A admissão de servidores do INEMA dar-se-á median-
§ 1º - Os bens, diretos e valores do INEMA serão utilizados, te concurso público e com observância ao plano de cargos e sa-
exclusivamente, no cumprimento dos seus objetivos, permitida, lários e benefícios previstos em lei.
a critério da Diretoria Geral, a utilização de uns e outros para § 2º - Os cargos efetivos do INGÁ e do IMA passam a integrar
obtenção de rendas destinadas ao atendimento de suas finali- o quadro do INEMA, onde desempenharão as suas respectivas
dades. atribuições legais.
§ 2º - Em caso de extinção do INEMA, seus bens e direitos § 3º - Ficam transferidos da estrutura de cargos efetivos do
reverterão ao patrimônio do Estado da Bahia, salvo disposição IMA e do INGÁ para o INEMA os cargos de Procurador Jurídico e
em contrário expressa em lei. suas respectivas classes, previstos no Anexo II da Lei nº 8.208, de
Art. 127 - Constituem receitas do INEMA: 04 de fevereiro de 2002.
I -os créditos orçamentários que lhe forem consignados pelo § 4º - O Poder Executivo poderá colocar à disposição do INE-
Orçamento Geral do Estado; MA servidores públicos do seu quadro para auxiliar no desempe-
II - os recursos correspondentes a 95% (noventa e cinco por nho de programas ou projetos específicos.
cento) dos valores das multas administrativas por atos lesivos Art. 131 - Fica criado o Sistema Estadual de Informações Am-
ao meio ambiente, a serem repassados pelo Fundo de Recursos bientais e de Recursos Hídricos - SEIA, que absorverá o Sistema
para o Meio Ambiente - FERFA; Estadual de Informações Ambientais - SEIA e o Sistema Estadual
III -os valores correspondentes às multas administrativas de Informações de Recursos Hídricos - SEIRH.
por descumprimento da legislação estadual de recursos hídricos; Art. 132 - A Secretaria do Meio Ambiente - SEMA, criada
IV -os valores da arrecadação da Taxa de Controle e Fisca- pela Lei n° 8.538, de 20 de dezembro de 2002, alterada pelas
lização Ambiental, incidente sobre as atividades utilizadoras de Leis nº 9.525, de 21 de junho de 2005, nº 10.431, de 20 de de-
recursos naturais e atividades potencialmente poluidoras do zembro de 2006 e nº 11.050, de 06 de junho de 2008, tem por
meio ambiente, prevista no art. 3º da Lei Estadual nº 11.631, de finalidade planejar, coordenar, supervisionar e controlar a polí-
30 de dezembro de 2009; tica estadual e as diretrizes governamentais fixadas para o meio
V -os recursos correspondentes a até 25% (vinte e cinco por ambiente, a biodiversidade e os recursos hídricos.
cento) dos previstos no inciso III do art. 1º da Lei Estadual nº Art. 133 - A SEMA passa a ter as seguintes competências:
9.281, de 07 de outubro de 2004, referentes às compensações I -planejar, coordenar, supervisionar e controlar a Política
financeiras previstas no § 1º do art. 20 da Constituição Federal, Estadual de Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade, da
a serem repassados pelo FERFA; Política Estadual de Recursos Hídricos, da Política Estadual sobre
VI - os recursos correspondentes a 20% (vinte por cento) Mudança do Clima e da Política Estadual de Educação Ambien-
da cobrança pelo fornecimento de água bruta dos reservatórios; tal;
VII -os valores provenientes da remuneração pela análise II - planejar, coordenar, orientar e integrar as ações relativas
dos processos de licenciamento ambiental e pela prestação de ao Sistema Estadual do Meio Ambiente - SISEMA e ao Sistema
serviços; Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SEGREH;
VIII -os valores provenientes da cobrança de emolumentos III -promover a integração das políticas ambientais do Es-
administrativos para expedição das outorgas de direito de uso tado entre si e com as políticas públicas setoriais, bem como a
dos recursos hídricos; articulação de sua atuação com o Sistema Nacional do Meio Am-
IX -os valores correspondentes às multas aplicadas pelo des- biente - SISNAMA e com o Sistema Nacional de Gerenciamento
cumprimento de Termo de Compromisso celebrado pela Enti- de Recursos Hídricos - SINGREH;
dade; IV - elaborar o Plano Estadual de Meio Ambiente, o Plano
X -os valores provenientes da venda de publicações ou ou- Estadual de Recursos Hídricos e o Plano Estadual sobre Mudança
tros materiais educativos e técnicos produzidos pela Entidade; do Clima, supervisionando a sua implementação;
XI - os recursos oriundos de convênios, acordos ou contratos V -gerir o Fundo de Recursos para o Meio Ambiente - FERFA,
celebrados com entidades públicas ou privadas, organismos ou o Fundo Estadual de Recursos Hídricos - FERHBA e a Câmara de
empresas nacionais, estrangeiras ou internacionais; Compensação Ambiental, exercendo o controle orçamentário,
XII -as doações, legados, subvenções e quaisquer outras fon- financeiro e patrimonial dos mesmos;
tes ou atividades. VI - exercer a Secretaria Executiva do CEPRAM e do CONERH;
§ 1º - Será destinado a projetos de melhoria ambiental o VII -gerir e operacionalizar o SEIA, promovendo a integração
percentual de 80% (oitenta por cento) do valor resultante do com os demais sistemas relacionados com a sua área de atua-
recurso previsto no inciso II do caput deste artigo. ção;
§ 2º - Fica mantida a destinação de 80% (oitenta por cento) VIII - planejar, coordenar e executar ações para a promoção
dos recursos previstos no inciso VI do caput deste artigo para o de estudos e pesquisas voltados ao desenvolvimento tecnoló-
órgão responsável pela administração, operação e manutenção gico e científico para o uso sustentável e racional dos recursos
do reservatório. ambientais e hídricos;

262
LEGISLAÇÃO
IX - apoiar o fortalecimento da gestão ambiental municipal, Art. 142 - A Superintendência de Políticas e Planejamento
podendo delegar competência; Ambientais tem por finalidade planejar as políticas de meio am-
X -promover e estimular a celebração de convênios e acor- biente e de recursos hídricos, bem como coordenar e supervisio-
dos entre entidades públicas, privadas e organizações não-go- nar a execução de seus programas e projetos de gestão, promo-
vernamentais, nacionais, estrangeiras e internacionais, com vis- vendo a articulação institucional e a educação ambiental.
tas à otimização da gestão ambiental e de recursos hídricos no Art. 143 - A Companhia de Engenharia Ambiental da Bahia -
Estado. CERB, criada pela Lei nº 2.929, de 11 de maio de 1971, alterada
Art. 134 - A SEMA tem a seguinte estrutura organizacional pelas Leis nº 6.074, de 22 de maio de 1991, nº 8.538, de 20 de
básica: dezembro de 2002 e nº 11.050, de 06 de junho de 2008, passa a
I -Órgãos Colegiados: denominar-se Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos
a)Conselho Estadual do Meio Ambiente - CEPRAM; Hídricos da Bahia - CERB.
b)Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CONERH; Art. 144 - A Companhia de Engenharia Ambiental e Recur-
II -Órgãos da Administração Direta: sos Hídricos da Bahia - CERB, sociedade de economia mista de
a)Gabinete do Secretário; capital autorizado, vinculada à Secretaria do Meio Ambiente,
b)Coordenação de Ações Estratégicas; tem a finalidade de executar programas, projetos e ações de
c)Coordenação de Gestão dos Fundos; engenharia ambiental e aproveitamento dos recursos hídricos,
d)Diretoria Geral; perenização de rios, perfuração de poços, construção, operação
e)Superintendência de Estudos e Pesquisas Ambientais; e manutenção de barragens e obras para mitigação dos efeitos
f)Superintendência de Políticas e Planejamento Ambiental; da seca e convivência com o semi-árido, bem como a execução
III -Entidades da Administração Indireta: de outros programas, projetos e ações relativas a obras de infra-
a)Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos estrutura que lhe venham a ser atribuídas dentro da política de
- INEMA; Governo do Estado para o setor.
b)Companhia de Engenharia Ambiental da Bahia - CERB. Parágrafo único - A estrutura organizacional e funcional da
Art. 135 - O CEPRAM, órgão superior do Sistema Estadual CERB, bem como a definição de suas competências, inclusive das
do Meio Ambiente, com funções de natureza consultiva, norma- unidades organizacionais que a compõem, serão definidas em
tiva, deliberativa e recursal, tem por finalidade o planejamento seu Estatuto Social e Regimento Interno.
e acompanhamento da política e das diretrizes governamentais Art. 145 - O Quadro de Cargos em Comissão do INEMA é o
voltadas para o meio ambiente, a biodiversidade e a definição constante do Anexo XIII desta Lei.
de normas e padrões relacionados à preservação e conservação Art. 146 - Ficam extintos os cargos em comissão previstos
dos recursos naturais. nos Quadros de Cargos em Comissão do IMA e do INGÁ, cons-
Art. 136 - O CONERH, órgão superior do Sistema Estadual tantes dos Anexos II e III da Lei nº 11.050, 06 de junho de 2008.
de Gerenciamento de Recursos Hídricos, com caráter consultivo, Art. 147 - Fica alterado o Quadro de Cargos em Comissão da
normativo, deliberativo, recursal e de representação, tem por SEMA, que passa a ser o constante do Anexo XIV desta Lei.
finalidade o planejamento e acompanhamento da política e das Art. 148 - Fica o Poder Executivo autorizado a promover, no
diretrizes governamentais voltadas para a gestão dos recursos prazo de 180 (cento e oitenta) dias, os atos necessários:
hídricos. I -à elaboração dos atos regulamentares e regimentais que
Art. 137 - O Gabinete do Secretário tem por finalidade pres- decorram, implícita ou explicitamente, das disposições desta
tar assistência ao Titular da Pasta em suas tarefas técnicas e ad- Lei, inclusive os que se relacionam com pessoal, material e patri-
ministrativas. mônio, bem como as alterações organizacionais e de cargos em
Art. 138 - A Coordenação de Ações Estratégicas tem por fi- comissão decorrentes desta Lei;
nalidade coordenar ações que promovam a melhoria da gestão II - à utilização, para o funcionamento das Secretarias de
e do aperfeiçoamento do SEIA, de acordo com as diretrizes e Estado, ora criadas, mediante processo formal de cessão, de
prioridades estabelecidas nas políticas governamentais volta- servidores das demais Secretarias, Autarquias e Fundações do
das para a otimização do desempenho organizacional e forta- Estado da Bahia, bem como de servidores de outras esferas go-
lecimento dos resultados institucionais, em articulação com a vernamentais, por meio de instrumento próprio adequado;
Diretoria Geral. III -à abertura de créditos adicionais, necessários ao funcio-
Art. 139 - A Coordenação de Gestão dos Fundos tem por fi- namento das Secretarias e demais órgãos e entidades da Admi-
nalidade exercer a gestão orçamentária, financeira e patrimonial nistração Pública Indireta do Poder Executivo Estadual;
do FERFA, do FERHBA e da Câmara de Compensação Ambiental. IV -à continuidade dos serviços, até a definitiva estruturação
Art. 140 - A Diretoria Geral tem por finalidade a coordena- das Secretarias e demais órgãos e entidades da Administração
ção dos órgãos setoriais e seccionais dos sistemas formalmente Pública Indireta do Poder Executivo Estadual, em especial os
instituídos, responsáveis pela execução das atividades de pro- processos licitatórios;
gramação, orçamentação, acompanhamento, avaliação, estudos V -à transferência dos contratos, convênios, protocolos e
e análises, material, patrimônio, serviços, recursos humanos, demais instrumentos vigentes, necessária à implementação das
modernização administrativa e informática, e de administração alterações das competências definidas nesta Lei, procedendo-se
financeira e de contabilidade. às devidas adequações orçamentárias;
Art. 141 - A Superintendência de Estudos e Pesquisas Am- VI - à elaboração de estudos sobre o quadro de cargos efe-
bientais tem por finalidade planejar, coordenar e executar ações tivos para atendimento às atividades inerentes às competências
para a promoção do conhecimento, informação e inovação, di- da SEMA e do INEMA, a ser definido em lei;
recionadas ao desenvolvimento tecnológico e científico em VII -às modificações orçamentárias que se fizerem necessá-
gestão ambiental, bem como aprimorar seus instrumentos de rias ao cumprimento do disposto nesta Lei, respeitados os valo-
gestão ambiental na busca do desenvolvimento sustentável e da res globais constantes do orçamento vigente e no Plano Pluria-
qualidade ambiental. nual.

263
LEGISLAÇÃO
Art. 149 - Revogam-se as disposições em contrário, em es- O DIRETOR GERAL DA AGÊNCIA REGULADORA DE SANEA-
pecial a Lei nº 11.050 , de 06 de junho de 2008, os artigos 49, 51 MENTO BÁSICO DO ESTADO DA BAHIA - AGERSA, no uso de suas
e 52 da Lei nº 11.612 , de 08 de outubro de 2009, e o artigo 171, atribuições regimentais, em especial, as do Art. 2°, VII, da Re-
caput e parágrafo único da Lei nº 10.431 , de 20 de dezembro solução AGERSA n° 001, de 08 de março de 2013, bem como de
de 2006. acordo com a deliberação unânime da Diretoria da AGERSA em
Art. 150 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação regime de colegiado, registrada no item 01, da Ata n° 013, de 17
de julho de 2017, e considerando o que dispõem:
a Lei Estadual 12.602, de 29 de novembro de 2012, que cria
LEI FEDERAL N° 10.678 DE 23 DE MAIO DE 2003 (CRIA a Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia
A SECRETARIA DE POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA - AGERSA;
IGUALDADE RACIAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA) a Lei Federal 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabele-
ce as diretrizes nacionais para o saneamento básico;
LEI N° 10.678, DE 23 DE MAIO DE 2003 o Decreto Federal 7.217, de 21 de junho de 2010, que regu-
lamenta a Lei 11.445, de 5 de janeiro de 2007;
Cria a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da a Lei Estadual 11.172, de 01 de dezembro de 2008, que ins-
Igualdade Racial, da Presidência da República, e dá outras pro- titui princípios e diretrizes da Política Estadual de Saneamento
vidências. Básico no Estado da Bahia;
a Lei Estadual 7.307, de 23 de janeiro de 1998 e suas altera-
Faço saber que o Presidente da República adotou a Medida ções, que trata da obrigatoriedade da ligação de efluentes sani-
Provisória nº 111, de 2003, que o Congresso Nacional aprovou, tários dos imóveis, de qualquer natureza, à rede pública de es-
e eu, Eduardo Siqueira Campos, Segundo Vice-Presidente, no gotamento sanitário, quando implementada pelo Poder Público;
exercício da Presidência da Mesa do Congresso Nacional, para os o Decreto Estadual 7.765, de 08 de março de 2000 e suas
efeitos do disposto no art. 62 da Constituição Federal, com a re- alterações, que regulamenta a Lei Estadual 7.307, de 23 de ja-
dação dada pela Emenda constitucional nº 32, combinado com o neiro de 1998;
art. 12 da Resolução nº 1, de 2002-CN, promulgo a seguinte Lei: a Lei Federal 8.078, de 11 de setembro de 1990, que cria o
Código de Defesa do Consumidor;
Art. 1° Fica criada, como órgão de assessoramento imediato
RESOLVE:
ao Presidente da República, a Secretaria Especial de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial.
CAPÍTULO I
Art. 2° (Revogado pela Lei nº 12.314, de 2010)
DO OBJETO
Art. 3° O CNPIR será presidido pelo titular da Secretaria Es-
pecial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, da Presi-
Art. 1o Aprovar o Regulamento da Prestação e da Utilização
dência da República, e terá a sua composição, competências e
dos Serviços Públicos de Abastecimento de Água e de Esgota-
funcionamento estabelecidos em ato do Poder Executivo, a ser
mento Sanitário.
editado até 31 de agosto de 2003.
Art. 2o Esta Resolução estabelece as condições gerais da
Parágrafo único.A Secretaria Especial de Políticas de Promo- prestação e da utilização dos serviços públicos de abastecimen-
ção da Igualdade Racial, da Presidência da República, constitui- to de água e de esgotamento sanitário e disciplina o relaciona-
rá, no prazo de noventa dias, contado da publicação desta Lei, mento entre a Prestadora e os usuários, em conformidade com
grupo de trabalho integrado por representantes da Secretaria a Lei Federal 11.445, de 05/01/2007, regulamentada pelo De-
Especial e da sociedade civil, para elaborar proposta de regu- creto Federal 7.217, de 21/06/2010, com a Lei Federal 11.107,
lamentação do CNPIR, a ser submetida ao Presidente da Repú- de 06/04/2005, regulamentada pelo Decreto Federal 6.017, de
blica. 17/01/2007, com a Lei Estadual 11.172, de 1°/12/2008 e a Lei
Art. 4º Fica criado, na Secretaria Especial de Políticas de Pro- Estadual 7.307, de 23/01/1998, regulamentada pelo Decreto Es-
moção da Igualdade Racial da Presidência da República, 1(um) tadual 7.765, de 08/03/2000, e demais legislações específicas
cargo de Secretário-Adjunto, código DAS 101.6. (Redação dada sobre o tema.
pela Lei nº 11.693, de 2008)
Art. 4º-A. Fica transformado o cargo de Secretário Espe- CAPÍTULO II
cial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial no cargo de DAS COMPETÊNCIAS DA PRESTADORA
Ministro de Estado Chefe da Secretaria Especial de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial. (Incluído pela Lei nº 11.693, de Art. 3o Compete à Prestadora dos serviços de abastecimen-
2008) to de água e de esgotamento sanitário, nos municípios sob sua
Art. 5° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. responsabilidade, a análise ou a elaboração dos projetos, a fisca-
lização ou a execução das obras e instalações, a operação e a ma-
nutenção dos serviços de captação, transporte, tratamento, recal-
RESOLUÇÃO AGERSA Nº 002, DE 17 DE JULHO 2017 que, reservação e distribuição de água, e a coleta, o transporte, o
recalque, o tratamento e a disposição final dos esgotos sanitários,
RESOLUÇÃO Nº 002, DE 17 DE JULHO 2017 a contratação com o usuário e a ligação da sua unidade, a medi-
ção e a apuração dos consumos, o faturamento, a cobrança e a
Dispõe sobre as condições gerais para a prestação e uti- arrecadação de valores, a prestação de outros serviços cobráveis,
lização dos serviços públicos de abastecimento de água e de distintos dos principais, e o monitoramento operacional de seus
esgotamento sanitário regulados pela Agência Reguladora de serviços, nos termos desta Resolução, observados os Planos Mu-
Saneamento Básico do Estado da Bahia. nicipais de Saneamento Básico e as contratações realizadas com
os municípios ou entidades consorciadas.

264
LEGISLAÇÃO
§1o O prestador deverá realizar a operação e a manuten- XII - caução: valor pago a fim de assegurar o cumprimento
ção dos Sistemas de abastecimento de água e de esgotamento de uma obrigação;
sanitário para a população usuária, em conformidade com as XIII - cavalete: conjunto padronizado de tubulações e cone-
normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - xões, alojado entre o ramal predial de água e o alimentador pre-
ABNT e demais normas pertinentes. dial, destinado a abrigar o hidrômetro;
§2o A prestação dos serviços será feita de modo a contribuir XIV - ciclo de faturamento: período compreendido entre
para a saúde pública e para a proteção do meio ambiente. medições sucessivas, no qual se apura o consumo da unidade
usuária para o correspondente faturamento;
CAPÍTULO III XV - coleta de esgoto: recolhimento dos efluentes sanitários
DAS DEFINIÇÕES das unidades usuárias através de ligação à rede coletora, com a
finalidade de afastamento, bem como posterior tratamento e
Art. 4o Para os fins desta Resolução são adotadas as seguin- lançamento adequados, obedecendo à legislação vigente;
tes definições: XVI - coletor de esgoto do tipo separador absoluto: canaliza-
I - abastecimento de água: fornecimento de água potável ção que somente veicula águas residuárias ou efluentes sanitá-
ao usuário final, por meio de ligação à rede distribuidora ou, rios de edificações ligadas à rede coletora, excluindo-se, portan-
transitoriamente, por meio de soluções ou fontes coletivas al- to, o transporte de águas pluviais;
ternativas como as torneiras públicas, os chafarizes, os poços XVII - coletor predial: tubulação para o recolhimento dos
comunitários e os veículos transportadores exclusivos; efluentes sanitários localizada a montante da caixa de inspeção
II - adutora: canalização principal destinada a transportar e do ramal predial ou condominial de esgoto, de responsabilida-
água entre as unidades de um sistema público de abastecimento de do usuário;
que antecedem a rede de distribuição; XVIII - consumo atípico: volume apurado em determinado
III - aferição do hidrômetro: verificação metrológica que tem ciclo de faturamento cujo valor seja superior ou inferior àqueles
por objetivo atestar a confiabilidade do instrumento medidor, estabelecidos em tabela de parâmetros definidos pela Presta-
por meio da utilização de padrões certificados para comparação dora;
e confronto dos resultados, consideradas as faixas de aceitação; XIX - consumo estimado: volume presumido para cobrança a
IV - água bruta: água com as características próprias da fon- título de consumo mensal de água atribuído a uma unidade usu-
te de captação, antes de qualquer tipo de tratamento; ária sem medidor de consumo ou, ainda, com medidor, porém
V - água de reúso: água residuária que, após tratamento, com apuração de consumo atípico, ou com impossibilidade de
pode ser fornecida para condições específicas de utilização; leitura por motivos alheios à vontade da Prestadora, cuja meto-
VI - água potável: água cujos parâmetros microbiológicos, dologia deve ser homologada pela AGERSA;
físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de potabili- XX - consumo excedente: volume medido que supere a de-
dade estabelecido pelo Ministério da Saúde e que não ofereça manda mínima estabelecida para uma unidade usuária, conside-
riscos à saúde, obedecido o plano de amostragem de cada sis- rada a sua categoria;
tema e solução, elaborado e submetido à análise da autoridade XXI - consumo faturado: apresentado na fatura, é o valor
de saúde pública; considerado como consumido e utilizado no cálculo do valor de-
VII - água tratada: água submetida a processos físicos, quí- vido pela prestação dos serviços de abastecimento de água e/ou
micos ou combinação destes, visando atender ao padrão de po- de esgotamento sanitário;
tabilidade apropriado para o consumo humano; XXII - consumo medido/efetivo: consumo medido no hidrô-
VIII - alimentador predial: tubulação componente da insta- metro em um determinado ciclo de faturamento;
lação predial situada a jusante do ramal predial, compreendida XXIII - consumo médio: média aritmética dos consumos re-
entre o hidrômetro e a primeira derivação ou válvula de flutua- ais de um determinado período;
dor de reservatório predial (boia), de responsabilidade do usu- XXIV - consumo mínimo: menor volume a ser faturado por
ário; economia, em metros cúbicos mensais, definido pela AGERSA;
IX - cadastro: conjunto de informações descritivas, quanti- XXV - contrato de abastecimento de água e/ou de esgota-
tativas e qualitativas, bem como de representações simbólicas e mento sanitário: instrumento pelo qual a Prestadora e o usuário
gráficas que identifica, caracteriza, classifica, referencia (ponto ajustam as características técnicas e as condições de prestação
de amarração) e localiza usuários, logradouros, tipos de pavi- dos referidos serviços, nos termos desta Resolução;
mentação, imóveis e unidades, instalações, elementos, peças e XXVI - contrato de adesão: contrato de fornecimento de
equipamentos componentes dos sistemas públicos de abasteci- água e/ou de esgotamento sanitário padronizado, cujas cláusu-
mento de água e de esgotamento sanitário, inclusive as redes las estão vinculadas às normas e aos regulamentos, conforme
de distribuição e coletoras, necessárias ao faturamento e à co- modelo constante no Anexo I desta Resolução, que determina os
brança, bem como ao planejamento, manutenção e operação vínculos obrigacionais entre as partes, bem como seus direitos e
dos sistemas. O cadastro pode ser técnico ou de usuários; deveres, não podendo seu conteúdo ser modificado pelo Presta-
X - caixa de inspeção da ligação: dispositivo situado entre o dor dos serviços ou pelo contratante;
ramal interno e o ramal predial de esgoto, situado, sempre que XXVII - efluente não doméstico: resíduo líquido decorrente
possível, na calçada, destinado à inspeção, limpeza, desobstru- do uso da água para fins industriais ou em atividades similares,
ção, junção, mudanças de declividade e/ou direção da tubula- cujas características difiram das do esgoto doméstico;
ção. A responsabilidade pela manutenção e limpeza da caixa de XXVIII - economia: imóvel ou subdivisão de imóvel, com
inspeção é do usuário; numeração própria, caracterizada como unidade autônoma de
XI - categoria: classificação da unidade usuária de acordo consumo, de qualquer categoria, atendida por ramal próprio ou
com as características físicas do imóvel e as atividades nele exer- compartilhado;
cidas;

265
LEGISLAÇÃO
XXIX - esgotamento sanitário: serviço público constituído XLVI - ponto de coleta de esgoto: ponto de conexão do ramal
pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de predial de esgoto com as instalações prediais do usuário (coletor
coleta, transporte, recalque, tratamento e disposição final ade- predial), localizado em uma caixa de ligação, caracterizando-se
quada dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até a como o limite de responsabilidade da Prestadora do serviço de
disposição final no meio ambiente; esgotamento sanitário;
XXX - estação elevatória: conjunto de tubulações, equipa- XLVII - ponto de entrega de água: ponto de conexão do ra-
mentos e dispositivos destinados a pressurizar água ou esgoto, mal predial de água com as instalações prediais do usuário (ali-
de forma eletromecânica; mentador predial), caracterizando-se como o limite de respon-
XXXI - fatura: documento comercial que apresenta o valor sabilidade da Prestadora do serviço de abastecimento de água;
devido pela prestação do serviço público de abastecimento de XLVIII - ponto de utilização: extremidade da tubulação em
água e/ou de esgotamento sanitário, bem como de outros ser- que ocorre a tomada d’água para uso nas instalações internas da
viços, referente a um período especificado, discriminando-se as unidade usuária, com o auxílio de um dispositivo regulador de
parcelas correspondentes; vazão, a exemplo de torneiras, mangueiras e chuveiros;
XXXII - fonte ou solução alternativa de abastecimento de XLIX - PQMI: Plano Quadrienal de Metas e Investimentos,
água potável: abrange todas as modalidades de abastecimen- componente do respectivo Contrato de Programa;
to coletivo distintas da distribuição canalizada do sistema de L - preposto: pessoa física que, devidamente identificada,
abastecimento público, mantidos os parâmetros de qualidade representa a Prestadora e executa as suas ordens, podendo dela
em vigor; ser nomeado, empregado ou terceirizado;
XXXIII - fossas sépticas: forma de disposição composta por LI - prestadora: pessoa jurídica responsável pela execução
unidades de tratamento primário do esgoto doméstico nas quais dos serviços públicos de abastecimento de água e/ou esgota-
são feitas a separação da parte líquida e a transformação físico- mento sanitário, seja o seu titular ou uma entidade por ele dele-
-química da matéria sólida contida no efluente, para reduzir a gada, submetida à regulação da AGERSA;
sua demanda bioquímica de oxigênio. Não se confunde com o LII - ramal condominial de esgoto: conjunto de tubulações
esgoto a céu aberto e as fossas rudimentares, também chama- que passa de imóvel a imóvel, pelo caminho mais simples, cole-
das fossas “negras”; tando os esgotos de cada residência que compõe o condomínio
XXXIV - hidrômetro: equipamento instalado no ponto de en- através de caixa de passagem;
trega, destinado a medir e registrar, contínua e cumulativamen- LIII - ramal predial de água: conjunto de tubulações e pe-
te, o volume de água fornecido; ças especiais situadas entre a rede pública de abastecimento de
XXXV - instalação predial de água: conjunto de tubulações, água e o ponto de entrega de água, de responsabilidade da Pres-
inclusive o alimentador predial, reservatórios, equipamentos, tadora, que o dimensiona, executa, mantém e repara;
peças e dispositivos localizados após o ponto de entrega de água LIV - ramal predial de esgoto: conjunto de tubulações e pe-
(cavalete), de responsabilidade do usuário; ças especiais situadas entre a rede pública de esgotamento sa-
nitário e o ponto de coleta de esgoto, de responsabilidade da
XXXVI - instalação predial de esgoto: conjunto de tubula-
Prestadora, que o dimensiona, executa, mantém e repara;
ções, conexões, aparelhos, equipamentos e acessórios, localiza-
LV - rateio de consumo coletivo: diferença positiva entre o
dos no prédio ou no seu entorno, antes do ponto de coleta, de
volume registrado no hidrômetro principal e o somatório dos
responsabilidade do usuário;
volumes registrados nos medidores individualizados, dividido
XXXVII - lacre: fecho ou selo anti-fraude instalado pela Pres-
pelo número de unidades consumidoras;
tadora para impedir o acesso aos dispositivos contadores do hi-
LVI - rede pública de abastecimento de água: conjunto de
drômetro;
adutoras, tubulações, peças e equipamentos que compõem o
XXXVIII - ligação: conexão estabelecida entre o ponto de en-
sistema público de abastecimento de água;
trega de água ou o ponto de coleta de esgoto e as instalações LVII - rede pública de esgotamento sanitário: conjunto de
prediais da unidade usuária, exclusivamente realizada pela Pres- tubulações, peças e equipamentos que interligam os pontos de
tadora; coleta aos sistemas de tratamento, sendo parte integrante do
XXXIX - ligação clandestina: ligação realizada por pessoa di- sistema público de esgotamento sanitário;
versa da da Prestadora, que configura a utilização irregular dos LVIII - registro: peça utilizada para ligar e desligar e também
serviços públicos de abastecimento de água e/ou de coleta de controlar a pressão do fluxo de água em um ponto de utilização;
esgoto por imóvel não cadastrado; LIX - religação: procedimento efetuado pela Prestadora para
XL - ligação temporária: ligação de abastecimento de água restabelecer o abastecimento de água para a unidade usuária
e/ou de esgotamento sanitário de caráter transitório, para aten- após a interrupção no seu fornecimento, promovida também
der necessidade provisória, por tempo definido; pela Prestadora;
XLI - limitador de consumo: dispositivo instalado no ramal LX - reservatório: componente do sistema público de abas-
predial, para limitar o consumo de água; tecimento de água, destinado a armazenar água tratada para
XLII - matrícula: número de registro da unidade usuária jun- compensar as variações horárias de consumo, assegurar pressão
to à Prestadora; suficiente para a distribuição e garantir o abastecimento em mo-
XLIII - medição individualizada: apuração do consumo de mentos de manutenção nas redes;
água de cada unidade autônoma de consumo; LXI - reservatório predial: componente da instalação predial
XLIV - monitoramento operacional: acompanhamento e de água, destinado ao armazenamento de água para um imóvel;
avaliação dos serviços com equipes, equipamentos e instalações LXII - sistema condominial de esgoto: unidade coletora de
pertencentes ao sistema de abastecimento de água e de esgo- esgotamento sanitário, atendida por um ramal predial, cons-
tamento sanitário; tituída, mediante termo de adesão, de forma solidária e sob a
XLV - padrão de ligação de água: conjunto constituído pela coordenação da Prestadora, por moradores de um conjunto de
caixa, cavalete, registro e dispositivos de controle ou de medi- imóveis integrantes de uma mesma quadra - área urbanizada, ou
ção de consumo; um aglomerado de vizinhança - área não urbanizada;

266
LEGISLAÇÃO
LXIII - serviços ou atividades públicas essenciais: estabeleci- §1o O prazo máximo para a efetivação da interligação re-
mentos de saúde, instituições educacionais e de internação co- ferida no caput é de até 90 (noventa) dias, a partir da data em
letiva de pessoas, tais como hospitais, creches, postos de saúde que for comunicado de que o equipamento público se encontra
e escolas; disponível.
LXIV - sistema público de abastecimento de água (SAA): con- §2o É obrigatório que todo imóvel disponha de instalação
junto de instalações e equipamentos utilizados nas atividades de predial de esgoto sanitário do tipo separador absoluto, para fins
captação, elevação, adução, tratamento, reservação e distribui- de interligação à rede coletora, devendo as instalações prediais
ção de água potável; de esgoto ser definidas, dimensionadas e projetadas conforme
LXV - sistema público de esgotamento sanitário (SES): con- as normas da ABNT, sem prejuízos das normas operacionais da
junto de instalações e equipamentos utilizados nas atividades Prestadora ou legislações específicas.
de coleta, transporte, elevação, tratamento e disposição final de §3o É obrigatória a construção de caixa de gordura para as
esgotos sanitários; águas servidas, provenientes de cozinhas.
LXVI - subadutora: conduto que se inicia em um reservatório
§4o As instalações prediais de esgoto dos estabelecimentos
de distribuição e termina em outro reservatório;
que produzam resíduos arenosos e oleosos devem, obrigatoria-
LXVII - sucessão empresarial: transferência de estabele-
mente, dispor de caixas separadoras, de modo a impedir que
cimento empresarial da qual decorrem efeitos obrigacionais
sejam lançados nas redes coletoras, devendo o responsável pro-
consistentes na assunção da responsabilidade, pelo adquirente,
pelo pagamento dos débitos anteriores à referida transferência, mover a adequada destinação final das descargas provenientes
desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor de limpeza das respectivas caixas de retenção.
primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a par- §5o Havendo necessidade de realização de obras no imóvel
tir da publicação na imprensa oficial, quanto aos créditos venci- para a ligação à rede pública, o prazo previsto no parágrafo an-
dos, e da data do vencimento, quanto aos demais; terior poderá ser prorrogado por até igual período, uma única
LXVIII - tarifa: prestação pecuniária devida pelos usuários vez, mediante solicitação do interessado.
dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sa- §6o Havendo necessidade de elevação mecânica (bombea-
nitário, estipulada com base numa estrutura de remuneração e mento) para a ligação do esgoto sanitário do imóvel à rede pú-
de cobrança, homologada pela AGERSA, cuja valor pode ser fixo blica, o prazo será de até 150 (cento e cinquenta) dias, a partir
ou variável em um determinado período de apuração, segundo da data do recebimento da comunicação.
faixas de consumo e categoria de usuário, para fins de remune- §7o Nos logradouros onde houver rede coletora de esgotos
ração pela prestação dos referidos serviços, com base no volu- implantada, a Prestadora poderá:
me consumido de água, podendo ser progressiva, em razão do I - exigir do usuário o valor do serviço, observados os prazos
consumo; previstos nos §§ 1°, 5° e 6°, tão logo seja ele posto à sua dispo-
LXIX - Tabela de Preços dos Serviços: documento em que sição;
constam os preços cobrados pela execução de serviços especiais II - condicionar o atendimento de pedido de ligação de água
pela Prestadora, sujeito a reajuste e revisão periódicas; à ligação prévia do imóvel à rede de esgotamento sanitário.
LXX - Tabela de Prazos dos Serviços: documento em que §8o É vedada a ligação de esgotos à rede pública de águas
constam os prazos máximos para a execução de serviços espe- pluviais, e vice-versa, nos logradouros com rede coletora insta-
ciais pela Prestadora; lada, sujeitando-se o infrator às medidas administrativas e às
LXXI - unidade usuária: economia ou conjunto de economias sanções previstas na legislação, em especial aquelas previstas na
atendida por meio de uma única ligação de água e/ou de esgoto; Lei Estadual 7.307, de 23/01/1998.
LXXII - usuário: usuário efetivo ou usuário responsável; §9o Na ausência de rede pública de esgotamento sanitário
LXXIII - usuário efetivo: pessoa física que de fato utiliza os serão admitidas soluções individuais, observadas as normas edi-
serviços de abastecimento de água e/ou de esgotamento sanitá-
tadas pelo Ente Regulador e pelos órgãos responsáveis pelas po-
rio e que está sujeita às normas legais, regulamentares e contra-
líticas ambientais, de saúde e de recursos hídricos.
tuais decorrentes de tal uso;
§10 Os despejos industriais que, por sua natureza, não pos-
LXXIV - usuário responsável: pessoa física ou jurídica, ou co-
sam ser lançados diretamente na rede coletora, deverão ser
munhão de fato ou de direito, legalmente representada, usuário
efetivo ou potencial dos serviços de abastecimento de água e/ submetidos a um processo de tratamento, implantado pelas
ou de esgotamento sanitário, que celebra contrato específico próprias indústrias, observadas as normas e legislação ambien-
ou de adesão, responsável pelo pagamento das faturas relati- tal do Estado.
vas aos serviços prestados e pelas demais obrigações fixadas em
normas legais, regulamentares e contratuais. SEÇÃO I
DOS REQUISITOS PARA LIGAÇÃO DE ÁGUA E/OU ESGOTO
CAPÍTULO IV
DAS LIGAÇÕES DE ÁGUA E ESGOTO Art. 6o Para efetivação da ligação de água e/ou de esgoto,
a Prestadora dos serviços cientificará o interessado quanto à a
Art. 5o Toda edificação permanente urbana com condições obrigatoriedade de:
de habitabilidade situada em via pública, beneficiada com re- I - apresentar, para a identificação pessoal:
des públicas de abastecimento de água e/ou de esgotamento a) se pessoa física, carteira de identidade, ou na ausência
sanitário deverá, obrigatoriamente, interligar-se à rede pública, desta, outro documento de identificação equivalente com foto,
de acordo com o disposto na Lei Federal 11.445, de 05/01/2007 válido em todo território nacional (Carteira Nacional de Habili-
regulamentada pelo Decreto Federal 7.217, de 21/06/2010 e na tação, Carteira de Conselhos Profissionais, Cédula de identidade
Lei Estadual 7.307, de 23/01/1998, regulamentada pelo Decreto de estrangeiro , etc.), bem como o Cartão de Cadastro de Pessoa
Estadual 7.765, de 08/03/2000, respeitadas as exigências técni- Física (CPF) junto à Secretaria da Receita Federal do Brasil, Mi-
cas da Prestadora dos serviços. nistério da Fazenda;

267
LEGISLAÇÃO
b) se pessoa jurídica, documento relativo ao Cadastro Na- XII - pagar valor referente a vistoria, conforme Tabela de
cional de Pessoa Jurídica (CNPJ) junto à Secretaria da Receita Preços dos Serviços, a partir da 2a visita da Prestadora, quando
Federal do Brasil, Ministério da Fazenda, Contrato social ou es- não tiverem sido resolvidas as pendências de responsabilidade
tatuto da pessoa jurídica (registrado na Junta Comercial), deven- do usuário para execução da ligação de água e/ou esgoto.
do todas as alterações posteriores serem informadas, bem como §1o Ainda para efetivação da ligação de água e/ou de esgo-
RG e CPF do(s) seu(s) representante(s) legal(is); to, a Prestadora dos serviços cientificará o interessado quanto à
c) se condomínio regularmente constituído, documento eventual necessidade de:
relativo ao Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) junto à I - execução de serviços nas redes e/ou instalação de equi-
Secretaria da Receita Federal do Brasil, Ministério da Fazenda, pamentos da Prestadora ou do usuário, conforme a vazão dispo-
Convenção registrada no RGI (Registro Geral de Imóveis), acom- nível e a demanda a ser atendida;
panhada da ata de assembleia de eleição do síndico, levada a II - obtenção de autorização dos órgãos competentes para
registro oficial, e Estatuto; a construção de adutoras ou linhas distribuidoras, interceptores
d) se ente despersonalizado distinto do condomínio, docu- ou redes coletoras de esgoto, quando forem destinados ao uso
mentos do administrador do(s) bem(ns) devidamente mencio- exclusivo do interessado;
nado em ata, comprovando a representação do ente, o qual será III - apresentação de licença emitida por órgão responsável
o responsável pela matrícula; pela preservação do meio ambiente, quando a unidade usuária
II - apresentar, para o imóvel respectivo: se localizar em área com restrições de ocupação;
a) um dos seguintes documentos comprobatórios da sua IV - participação nos custos relativos às instalações necessá-
propriedade ou posse: escritura pública registrada em cartório, rias ao abastecimento de água e/ou coleta de esgoto, na forma
carnê do IPTU, contrato particular de compra e venda ou de lo- das normas legais, regulamentares ou pactuadas;
cação, ou outro comprovante de endereço atualizado (conta de V - adoção das providências necessárias à obtenção de
energia ou telefone fixo); eventuais benefícios estipulados pela legislação;
b) um comprovante de endereço atualizado (conta de ener- VI - aprovação, junto à Prestadora, do projeto de extensão
gia ou telefone fixo) e Termo de Responsabilidade do Imóvel de rede pública antes do início das obras, quando houver inte-
fornecido pela Prestadora e necessariamente assinado pelo in- resse do usuário na sua execução, mediante a contratação de
teressado, na ausência de documentos comprobatórios da sua terceiro legalmente habilitado; e
propriedade ou posse. VII - solicitação, junto à Prestadora, da análise de viabilidade
III - efetuar o pagamento mensal pelos serviços prestados de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, confor-
de abastecimento de água e/ou de esgotamento sanitário, de me disposto no art. 27.
acordo com a estrutura tarifária vigente, sob pena de interrup- §2o A Prestadora deverá encaminhar aos novos usuários có-
ção da prestação dos serviços nos termos do art. 113 do presen- pia do instrumento da contratação ou do contrato de adesão até
te regulamento; a data de apresentação da primeira fatura, devendo mantê-la
IV - observar, nas instalações hidráulicas e sanitárias da uni- permanentemente disponível e de fácil acesso em todos os seus
dade usuária, as normas expedidas pelos órgãos oficiais perti- canais de comunicação (site e loja de atendimento).
nentes e padrões fornecidos pela Prestadora, postas à disposi- §3o As ligações poderão ser temporárias ou definitivas.
ção do interessado, sob pena de interrupção da prestação dos §4o Quando da efetivação da ligação, a Prestadora deverá
serviços nos termos do art. 113 do presente regulamento; informar ao usuário, as características e as exigências para a ob-
V - dispor de reservatório domiciliar dimensionado segundo tenção dos benefícios decorrentes de políticas de diferenciação
a NBR 5.626/98, que recomenda que a reservação total a ser tarifária.
acumulada nos reservatórios inferior e superior não deve ser Art. 7o A Prestadora poderá condicionar a ligação, a religa-
inferior ao consumo diário e nem a este superior em três vezes; ção, as alterações contratuais, o aumento de vazão ou a contra-
VI - dispor de reservatório inferior com instalação de eleva- tação de fornecimentos especiais à quitação de débitos anterio-
tória (bomba), nos prédios com mais de um pavimento; res do mesmo usuário responsável, decorrentes da prestação do
VII - adquirir e instalar, em locais apropriados de livre aces- serviço para o mesmo ou para outro imóvel, de sua responsabi-
so, caixa padrão destinada à instalação de hidrômetros e outros lidade, na área delegada à Prestadora.
acessórios, conforme orientações fornecidas pela Prestadora; §1o A Prestadora não poderá condicionar a ligação de uni-
VIII - construir caixa de gordura para as águas servidas pro- dade usuária ao pagamento de débito:
venientes de cozinhas, caixa separadora de óleo nos estabeleci- I - que não seja decorrente de fato originado pela prestação
mentos que produzem ou utilizam resíduos oleosos e seus de- do serviço público de abastecimento de água e/ou de esgota-
rivados e/ou caixa retentora de areia para lava jatos, postos de mento sanitário;
gasolina e similares; II - não autorizado pelo usuário responsável; ou
IX - declarar o número de pontos de utilização de água da III - pendente em nome de terceiros.
unidade usuária; § 2o As vedações dos incisos II e III do parágrafo anterior
X - celebrar o respectivo instrumento de contratação para o não se aplicam quando tiver havido sucessão empresarial.
abastecimento de água e/ou esgotamento sanitário; Art. 8o Para que os pedidos de ligação possam ser atendi-
XI - fornecer as informações referentes às características dos, deverá o interessado, se aprovado o orçamento apresenta-
físicas, número de economias , natureza das atividades desen- do pela Prestadora, efetuar previamente o pagamento das des-
volvidas, a finalidade da utilização da água, bem como a popu- pesas decorrentes, no caso de:
lação estimada que será atendida e a demanda diária de vazão, I - serem superadas as distâncias previstas no caput do art.
comunicando eventuais alterações supervenientes da unidade 28; e
usuária; e II - haver necessidade de readequação da rede pública.

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LEGISLAÇÃO
§1o O pagamento previsto na hipótese do inciso II somente §1o Incluem-se nestas providências a elaboração de proje-
será aplicado se o investimento estiver em área fora do plano de tos e a execução de obras, bem como a sua participação finan-
investimentos. ceira.
§2o Quando os projetos ou os serviços na rede pública fo- §2o Os projetos e as obras de que trata o parágrafo anterior,
rem executados pelo interessado, mediante a contratação de se pactuados entre as partes, poderão ser executados pelo inte-
terceiro legalmente habilitado, a Prestadora exigirá o cumpri- ressado, mediante a contratação de firma habilitada, desde que
mento de suas normas e padrões, postas à disposição do inte- não interfiram nas instalações da Prestadora.
ressado, bem como das normas expedidas pelos órgãos oficiais §3o No caso de a obra vir a ser executada pelo interessado,
competentes. a empresa executora poderá ser credenciada pela Prestadora,
Art. 9o Cada unidade usuária dotada de ligação de água e/ após aprovação do projeto, que será elaborado de acordo com
ou de esgoto será cadastrada pela Prestadora, cabendo-lhe um as suas normas e padrões.
único número de matrícula. §4o A Prestadora deverá, ao analisar o projeto ou a obra,
Art. 10 O interessado, no ato do pedido de ligação de água indicar tempestivamente:
e/ou de esgoto, será orientado sobre o disposto nesta Resolu- I - todas as alterações necessárias ao projeto apresentado,
ção, ficando a ela vinculado em todos os seus termos. justificando-as; e
Parágrafo único. Ocorrendo reprovação das instalações na II - todas as adequações necessárias à obra, de acordo com
vistoria, a Prestadora deverá informar ao interessado, por escri- o projeto por ela aprovado.
to, incluída a comunicação em meio digital, o respectivo motivo §5o Caso haja outras alterações ou adequações que não
e as providências corretivas necessárias. tenham sido tempestivamente indicadas pela Prestadora, esta
Art. 11 As ligações de água e/ou de esgoto para unidades será responsável por sua execução, com exceção das superve-
situadas em áreas com restrições para ocupação somente serão nientes ao seu parecer quanto ao projeto ou à obra.
liberadas mediante autorização expressa da autoridade munici- §6o As instalações resultantes das obras de que trata o §1°,
pal e/ou entidade do meio ambiente competente ou, ainda, por mesmo que executadas pelo interessado, comporão o acervo
determinação judicial. da rede pública, sujeitando-se ao registro patrimonial, na forma
Art. 12 As ligações de água e/ou de esgoto de banheiros pú- das Resoluções exaradas pelo Ente Regulador, e poderão desti-
blicos, praças e jardins públicos ou chafariz serão efetuadas pela nar-se também ao atendimento de outros usuários que possam
Prestadora, mediante solicitação da entidade interessada e res- ser viavelmente beneficiados.
ponsável pelo pagamento dos serviços prestados, após expressa
autorização do órgão municipal competente. SEÇÃO III
Art. 13 As ligações de água e/ou de esgoto em barracas, DAS LIGAÇÕES TEMPORÁRIAS
quiosques, lanchonetes, “foodtrucks” e outros estabelecimen-
tos, fixos ou ambulantes, situados em via pública, somente serão Art. 17 As ligações temporárias poderão ser realizadas em
executadas mediante a apresentação da licença de localização e obras em logradouros públicos, feiras, circos, exposições, par-
funcionamento expedida pelo órgão municipal competente. que de diversões, eventos e outros estabelecimentos que não
Art. 14 O dimensionamento e as especificações do alimen- sejam obras de construção civil nem edificações.
tador e do coletor predial deverão estar de acordo com as nor- Art. 18 No pedido de ligação temporária, o interessado de-
mas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT e da verá declarar todas as informações, em especial a sua finalidade
Prestadora. e o prazo estimado de sua duração, indispensáveis ao cálculo
aproximado do consumo de água e do volume correspondente
SEÇÃO II de esgoto, bem como o valor da caução.
DOS PONTOS DE ENTREGA DE ÁGUA E DE COLETA DE ES- §1o As ligações temporárias terão duração máxima de 6
GOTO (seis) meses, e poderão ser prorrogadas, por prazo certo, a cri-
tério da Prestadora, mediante solicitação formal do usuário, ob-
Art. 15 Os pontos de entrega de água e coleta de esgoto de- servado o art. 17.
verão situar-se em área externa, próximo à linha limite (testada) §2o As despesas com instalação e retirada de rede e ramais
do terreno com o logradouro público, em local de fácil acesso, de caráter provisório, bem como as relativas aos serviços de li-
que permita a instalação e a leitura do hidrômetro, bem como a gação e desligamento, correrão por conta do usuário.
instalação e a manutenção da caixa de ligação. §3° A Prestadora exigirá, a título de garantia (caução), o va-
§1o Havendo uma ou mais propriedades entre a via públi- lor de consumo estimado correspondente a 3 (três) ciclos com-
ca e o imóvel em que se localiza a unidade usuária, o ponto de pletos de faturamento.
entrega situar-se-á no limite da via pública com a primeira pro- §4° Serão considerados como despesas referidas no §2° os
priedade intermediária. custos dos materiais aplicados e não reaproveitáveis e os de-
§2o Em situações excepcionais, não havendo alternativa mais, tais como os de mão de obra para instalação, retirada da
adequada, havendo viabilidade técnica e observados os padrões ligação, transporte e desinfecção.
da Prestadora, o ponto de entrega poderá situar-se dentro do §5° A forma de ressarcimento da caução, deduzidos os cus-
imóvel em que se localizar a unidade usuária. tos do §4° e dos serviços não pagos, será acordada entre a Pres-
Art. 16 Até o ponto de entrega de água e/ou de coleta de tadora e o interessado.
esgoto, a Prestadora deverá adotar todas as providências com Art. 19 O interessado deverá juntar, no pedido de ligação
vistas a viabilizar a prestação dos serviços contratados, obser- temporária para o abastecimento de água e/ou esgotamento
vadas as condições estabelecidas no art. 28 desta Resolução, na sanitário, as plantas ou os croquis das instalações provisórias.
legislação e nos regulamentos aplicáveis. Parágrafo único. Para ser efetuada a ligação, deverá, ainda,
o interessado:

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LEGISLAÇÃO
I - preparar as instalações provisórias de acordo com as §2o Ocorrendo reprovação das instalações na vistoria, a
plantas ou os croquis mencionados no caput deste artigo; Prestadora deverá informar ao interessado, por escrito, incluída
II - efetuar o pagamento dos valores previstos nos respecti- a comunicação em meio digital, o respectivo motivo e as provi-
vos orçamentos e levantamentos, conforme os §§2° e 3° do art. dências corretivas necessárias.
18; e §3o Quando existir rede coletora de esgoto no logradouro,
III - apresentar as devidas licenças emitidas pelo órgão mu- a ligação de água somente será executada após a ligação de es-
nicipal competente. goto.
Art. 20 As ligações temporárias de água serão hidrometra- I - Em situações excepcionais, a ligação de água poderá ser
das, devendo o consumo ser cobrado pelo volume comprovado executada antes da ligação de esgoto, desde que fique previa-
pelas medições realizadas. mente autorizada pelo usuário, por escrito, a sua posterior exe-
Art. 21 No caso da não existência da rede coletora de esgo- cução pela Prestadora.
to, será obrigatória a descarga de esgoto proveniente da limpe- II - Os custos das obras da parte interna do imóvel são de
responsabilidade do usuário.
za de caixas e fossas em local indicado pelos órgãos ambientais.
Art. 27 Para atendimento a condomínios, conjuntos habita-
Art. 22 Findo o prazo estipulado no caput do art. 18, não
cionais, prédios residenciais, comerciais, industriais e empreen-
havendo solicitação de prorrogação, a Prestadora efetuará a in-
dimentos com grandes consumos em relação ao porte do SAA
terrupção do fornecimento de água, conforme o inciso III do §1°
e/ou do SES, após parecer técnico da análise de viabilidade de
do art. 113. abastecimento de água e esgotamento sanitário emitida pela
Prestadora, os projetos da rede distribuidora de água e de esgo-
SEÇÃO IV tamento sanitário deverão:
DAS LIGAÇÕES DEFINITIVAS I - atender às diretrizes constantes na carta de viabilidade,
emitida pela Prestadora; e
Art. 23 As ligações definitivas serão solicitadas pelo interes- II - ser apresentados para análise e aprovação antes do iní-
sado à Prestadora com a comprovação de que foram atendidas cio das obras, contendo todas as documentações exigidas no
as exigências da legislação pertinente a condomínio em edifica- procedimento da Prestadora.
ções e incorporações. Art. 28 A Prestadora tomará a seu total e exclusivo encargo
Parágrafo único. Nos pedidos de ligação de água e/ou de a execução das ligações definitivas de água e/ou de esgoto até
esgoto para estabelecimentos industriais ou de serviços, que te- uma distância total de 15 (quinze) metros em área urbana ou
nham a água como insumo, deverá o solicitante declarar a previ- de 30 (trinta) metros em área rural, medidos desde o ponto de
são mensal, respectivamente, do consumo de água e do volume tomada na rede pública disponível no logradouro em que se lo-
de esgoto produzido. caliza a propriedade a ser atendida, até a linha limite (testada)
Art. 24 Em ligações para construções, o ramal predial deverá do terreno, de acordo com o disposto nas normas técnicas e em
ser dimensionado de modo a ser utilizado após a sua conclusão, local que permita e facilite o acesso para a execução dos seus
desde que esteja em bom estado de conservação, observado o serviços comerciais e operacionais.
disposto no art. 26. §1o Ficará a cargo do usuário responsável a aquisição e a
Parágrafo único. O proprietário deverá comprovar à Presta- montagem do padrão de ligação de água, exceto o hidrômetro,
dora a conclusão da construção, para efeito de enquadramento conforme especificações técnicas fornecidas pela Prestadora.
na categoria tarifária correspondente. §2o As obras de execução e adaptação da parte interna das
Art. 25 Nos casos de reforma ou ampliação de prédio já li- instalações de esgoto do imóvel, assim como a interligação na
gado às redes públicas de distribuição de água e/ou coletora de caixa de ligação construída pela Prestadora serão de responsa-
esgoto, a Prestadora poderá, a seu critério, manter o mesmo bilidade do usuário responsável.
§3o Incumbem também ao usuário responsável as obras de
ramal predial existente, desde que atenda adequadamente ao
elevação mecânica (bombeamento), necessárias ao esgotamen-
imóvel resultante da reforma ou ampliação, procedendo-se a
to do imóvel, nos casos em que o ponto de coleta esteja situado
devida alteração contratual.
abaixo do nível da rede pública de coleta de esgoto.
Parágrafo único. O proprietário ou construtor deverá solici-
§4o Caso as distâncias sejam maiores que as descritas no
tar, antes de iniciada a obra, a regularização da ligação, observa- caput deste artigo, e após a análise de viabilidade técnica, Pres-
do o estabelecido no art. 26. tadora cobrará do usuário responsável os custos decorrentes da
Art. 26 Para que as solicitações de ligações definitivas pos- extensão adicional de ramal e/ou de obra na rede pública, con-
sam ser atendidas, o interessado deverá: forme Tabela de Preços dos Serviços homologada pela AGERSA.
I - preparar as instalações de acordo com os padrões da §5o As instalações resultantes das obras referidas no pará-
Prestadora, as quais serão submetidas à sua vistoria; grafo anterior passarão a integrar a rede pública, sem qualquer
II - estar de acordo com o pagamento das despesas decor- ressarcimento, devendo ser efetuado o devido registro patrimo-
rentes da ligação; e, nial.
III - nos casos especiais, apresentar autorização do órgão §6o Nos casos de condomínios horizontais e nas edificações
competente. verticais, a Prestadora fornecerá água em uma única ligação, in-
§1o A vistoria para atendimento do pedido de ligação veri- dependentemente da medição das economias serem individuali-
ficará: zadas e coletará o esgoto, também em uma única ligação, sendo
I - a existência da instalação predial de água e de esgoto e que as redes internas serão instaladas exclusivamente por conta
sua adequação às normas técnicas e padrões da Prestadora; e dos respectivos condôminos e/ou incorporadores.
II - os dados cadastrais da unidade usuária, em conformida- §7o Nos casos de condomínios e nas edificações verticais,
de com os incisos IV, V, VI, VII, VIII, IX e XI do art. 6°,; a Prestadora acatará a individualização da medição de água, às
expensas dos usuários responsáveis, desde que atenda aos pa-
drões por ela definidos.

270
LEGISLAÇÃO
§8o Em propriedades localizadas em terreno de esquina, II - previsão de volume de água fornecida e/ou de esgoto
existindo ou não rede pública disponível no logradouro frontal, coletado;
as condições definidas no caput deste artigo deverão ser consi- III - condições de revisão, para mais ou para menos, da de-
deradas, caso exista rede pública disponível no logradouro ad- manda contratada, se houver;
jacente. IV - condições para o tratamento dos despejos não domésti-
§9o Em casos especiais, mediante celebração de contrato cos, para seu posterior lançamento na rede de esgotos;
com o usuário responsável, a Prestadora poderá adotar outros V - responsabilidades e critérios de rateio de consumo coleti-
critérios, observados os estudos de viabilidade técnica e econô- vo, nos casos de medição individualizada em condomínio;
mica. VI - data de início da prestação dos serviços de abastecimento
§10 A Prestadora instalará o ramal predial de água, de acor- de água e/ou de esgotamento sanitário, e o prazo de vigência; e
do com o disposto nas normas técnicas e em local de fácil acesso VII - critérios de rescisão.
para a execução dos seus serviços comerciais e operacionais. §1o Quando a Prestadora tiver que fazer investimento es-
pecífico, o contrato deve dispor sobre as condições, formas e
CAPÍTULO V prazos que assegurem o ressarcimento do ônus relativo ao refe-
DO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS rido investimento, bem como deverá elaborar cronograma para
identificar a data do início da prestação dos serviços.
Art. 29 A prestação dos serviços de abastecimento de água §2o O prazo de vigência do contrato de abastecimento de
e/ou de esgotamento sanitário pela Prestadora caracteriza uma água e/ou esgotamento sanitário deverá ser estabelecido consi-
relação de natureza contratual, incumbindo ao usuário respon- derando as necessidades e os requisitos das partes.
sável o pagamento pelos serviços prestados, bem como a infor-
mação e a atualização dos seus dados cadastrais e o cumprimen- CAPÍTULO VI
to das demais obrigações pertinentes, seja ele o usuário efetivo DOS PREÇOS E PRAZOS PARA EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS
ou não dos referidos serviços.
Parágrafo único. O usuário tem direito à oferta dos serviços Art. 33 As solicitações relacionadas aos serviços de abasteci-
em condições adequadas, visando ao seu pleno e satisfatório mento de água e/ou de esgotamento sanitário em rede pública
atendimento. de distribuição e/ou coletora existentes serão atendidas dentro
Art. 30 A Prestadora deverá encaminhar aos novos usuários dos prazos estabelecidos pela Prestadora, homologados pela
cópia do contrato de adesão até a data de apresentação da pri- AGERSA.
meira fatura, devendo mantê-la permanentemente disponível e §1o Os prazos para a execução dos serviços referidos no
de fácil acesso em todos os seus canais de comunicação (site e caput deste artigo, bem como os preços respectivos, deverão
loja de atendimento). constar da Tabela de Preços e na Tabela de Prazos dos Serviços,
Parágrafo único. A AGERSA deverá aprovar o modelo do homologadas pela AGERSA e disponibilizadas aos interessados.
contrato de adesão proposto pela Prestadora. §2o Os serviços, cuja natureza não permita definir prazos
Art. 31 É indispensável a celebração de contrato específico para a sua execução na Tabela de Prazos dos Serviços, deverão
de abastecimento de água e/ou contrato específico de esgota- ser acordados com o interessado quando da solicitação, obser-
mento sanitário entre a Prestadora e o usuário responsável pela vando-se as variáveis técnicas e econômicas exigidas para o seu
unidade usuária a ser atendida, nos seguintes casos: cumprimento.
I - contrato sob demanda ou condições especiais de forne- §3o A Prestadora fará sua análise e emitirá a carta de via-
cimento; bilidade de abastecimento de água e esgotamento sanitário ao
II - para atendimento às entidades integrantes da Adminis- interessado desde que este tenha apresentado os dados neces-
tração Pública de qualquer esfera de governo e às reconhecidas sários à referida análise e pagado o valor do serviço, conforme
como de utilidade pública sem finalidade filantrópica; Tabela de Preços dos Serviços.
III - quando os despejos não domésticos, por suas caracte- Art. 34 A Prestadora terá prazo, conforme definido na Tabe-
rísticas, não puderem ser lançados in natura na rede de esgotos; la de Prazos dos Serviços, para elaborar os estudos, orçamentos,
IV - quando, para o abastecimento de água ou o esgotamen- projetos e informar ao interessado, por escrito, o prazo para a
to sanitário, a Prestadora tenha de fazer investimento especí- conclusão das obras de redes de distribuição e/ou coletora des-
fico, desde que fora ou intempestivo em relação ao plano de tinadas ao seu atendimento, bem como a eventual necessidade
investimentos; de sua participação financeira, nos termos do art. 8°, quando:
V - nos casos de medição individualizada em condomínio, I - inexistir rede de distribuição e/ou rede coletora em fren-
em que serão estabelecidas as responsabilidades e critérios de te ou na testada da unidade usuária a ser ligada;
rateio de consumo coletivo; e II - a rede de distribuição e/ou rede coletora necessitar alte-
VI - quando o usuário tiver que participar financeiramente rações ou ampliações.
da realização de obras de extensão ou melhorias da rede pública Art. 35 Quando a execução das obras estiver prevista no cro-
de distribuição água e/ou coletora de esgoto, para o atendimen- nograma do Plano Quadrienal de Metas e Investimentos - PQMI,
to de seu pedido de ligação, no caso do art. 8°, inciso II. os prazos a serem cumpridos serão aqueles previstos neste ins-
Parágrafo único. Como condição para sua validade, a AGER- trumento.
SA aprovará, previamente, os modelos de contratos. Parágrafo único. Nos demais casos, satisfeitas pelo interes-
Art. 32 O contrato de abastecimento de água e/ou de esgo- sado as condições estabelecidas na legislação vigente, quando
tamento sanitário mencionado no art. 31 deverá conter, além for de responsabilidade da Prestadora a execução das obras,
das cláusulas essenciais aos contratos administrativos, outras esta terá o prazo máximo de 90 (noventa) dias para iniciá-las,
que digam respeito a: desde que exista viabilidade técnica e financeira e capacidade
I - identificação do ponto de entrega e/ou de coleta; orçamentária para a realização do empreendimento.

271
LEGISLAÇÃO
Art. 36 O prazo para atendimento em áreas que necessitem VII - o emprego de bombas de sucção ligadas diretamente
de execução de novas adutoras, subadutoras, coletores e inter- no alimentador predial de água, sob pena de aplicação das san-
ceptores será estabelecido de comum acordo entre a Prestadora ções previstas nesta Resolução;
e o Poder Público titular dos serviços. VIII - o lançamento de resíduos sólidos nas instalações pre-
Art. 37 Os prazos para o início e a conclusão das obras e ser- diais de esgoto sanitário.
viços a cargo da Prestadora serão suspensos quando: Art. 42 Para os prédios ligados à rede pública em que não
I - o usuário não apresentar as informações que lhe coube- for possível o abastecimento direto no reservatório superior,
rem; sendo, portanto, necessária a utilização de bombeamento, mes-
II - cumpridas todas as exigências legais, não for obtida li- mo com o fornecimento transcorrendo em pressões mínimas
cença, autorização ou aprovação do órgão competente; exigíveis na rede, em conformidade com o definido nas normas
III - não for concedida servidão de passagem ou disponibili- técnicas e regulamentares, ao usuário responsável incumbirá a
zada via de acesso necessária à execução dos trabalhos; e construção, a operação e a manutenção do respectivo sistema
IV - houver razões de ordem técnica, acidentes, fenômenos de pressurização, obedecidas as especificações técnicas da Pres-
naturais, caso fortuito ou força maior. tadora bem como atendidos os critérios referidos no art. 6o.
§1o Havendo suspensão da contagem do prazo, o usuário Art. 43 As obras e instalações necessárias ao esgotamento
deverá ser informado. dos prédios ou parte de prédios situados abaixo do nível da via
§2o Os prazos continuarão a fluir logo depois de removido o pública e dos que não puderem ser esgotados pela rede da Pres-
impedimento, sendo o usuário novamente cientificado do fato. tadora, em virtude das limitações impostas pelas características
da construção, serão de responsabilidade do interessado, obe-
CAPÍTULO VII decidas as suas especificações técnicas.
DAS INSTALAÇÕES Art. 44 Os despejos que, por sua natureza, não puderem ser
SEÇÃO I lançados diretamente na rede pública coletora de esgoto, deve-
DAS INSTALAÇÕES DAS UNIDADES USUÁRIAS DE ÁGUA E rão, obrigatoriamente, ser tratados previamente pelo usuário,
ESGOTO às suas expensas e de acordo com as normas vigentes.
Parágrafo único. Ficam enquadrados no que dispõe este ar-
Art. 38 As instalações prediais deverão ser definidas, pro-
tigo os despejos de natureza hospitalar, industrial, comercial,
jetadas e construídas conforme Norma Técnica existente, sem
gerados por atividades agropecuárias ou outros cuja composição
prejuízo das normas operacionais da Prestadora e o que dispõe
obrigue o seu tratamento prévio, conforme legislação vigente.
a legislação específica.
§ 1o A Prestadora se exime da responsabilidade pelos danos
SEÇÃO II
pessoais ou patrimoniais derivados de mau funcionamento das
DOS RAMAIS PREDIAIS
instalações prediais.
§ 2o É obrigatória a construção de caixa de gordura na insta-
Art. 45 Os ramais prediais serão assentados pela Prestadora,
lação predial de esgoto para águas servidas provenientes de co-
zinhas, caixa separadora de óleo nos estabelecimentos que pro- observado o disposto nos arts. 24, 25 e 28.
duzem ou utilizam resíduos oleosos e seus derivados e/ou caixa Art. 46 Compete à Prestadora, quando solicitado e justifica-
retentora de areia para lava jatos, postos de gasolina e similares. do, informar ao interessado, para seu atendimento, a pressão e
Art. 39 Os despejos a serem lançados na rede coletora de a vazão na rede de distribuição e a capacidade de vazão da rede
esgoto deverão atender aos requisitos das normas legais, regu- coletora.
lamentares ou pactuadas, pertinentes. Art. 47 O abastecimento de água deverá ser feito por um
Art. 40 Todas as instalações de água após o ponto de en- único ramal predial para cada unidade usuária, mesmo abran-
trega e as instalações de esgoto antes do ponto de coleta se- gendo economias de categorias de uso distintas.
rão efetuadas às expensas do usuário responsável, bem como §1o Em imóveis com mais de uma economia, a instalação
sua conservação, podendo a Prestadora inspecioná-las quando predial de água de cada uma delas poderá ser independente,
achar conveniente. sendo o consumo apurado separadamente, bem como alimenta-
Art. 41 É vedado: da através de ramal predial privativo, desde que haja viabilidade
I - a interconexão do alimentador predial de água com tu- técnica prevista em procedimentos normativos.
bulações alimentadas por água não fornecida pela Prestadora; §2o Nas ligações já existentes, a Prestadora providenciará
II - a derivação de tubulações da instalação predial de água a separação dos ramais prediais de que trata o artigo anterior,
para suprir outro imóvel ou economia do mesmo imóvel, ainda mediante o desmembramento definitivo das instalações do sis-
que seja de propriedade do usuário, que não faça parte de sua tema interno de distribuição de abastecimento do imóvel, reali-
ligação; zado pelo usuário.
III - o uso de dispositivos intercalados no alimentador pre- Art. 48 A substituição ou o remanejamento do ramal predial
dial que prejudiquem o abastecimento público de água; será de responsabilidade da Prestadora, sendo realizada com
IV - o despejo de águas pluviais ou efluentes oleosos e gor- ônus para o usuário quando for por ele solicitada.
duras nas instalações prediais de esgotos sanitários; Art. 49 Para a implantação de projeto que contemple a al-
V - o uso de dispositivos ou elementos estranhos ao padrão ternativa de ramais condominiais de esgoto, deverá haver acei-
da ligação de água da Prestadora que, de qualquer maneira, tação do condomínio formado, mediante termo de adesão, defi-
comprometa a apuração do consumo de água e/ou a qualidade nindo as responsabilidades entre as partes interessadas.
da água; §1o A operação e a manutenção dos ramais das quadras
VI - o despejo de esgoto sanitário ou industrial em galerias condominiais poderá ser atribuição dos usuários que, nesse
de águas pluviais, nos logradouros onde exista rede coletora de caso, terão direito a uma tarifa diferenciada definida no termo
esgoto; de adesão assinado entre as partes interessadas.

272
LEGISLAÇÃO
§2o A tarifa diferenciada de esgoto dos imóveis ligados aos §2o A Prestadora não aprovará projeto de abastecimento
sistemas condominiais será imediatamente alterada caso o con- de água e/ou de esgotamento sanitário para condomínios, lote-
domínio não efetue a operação e a manutenção conforme acor- amentos, conjuntos habitacionais, vilas e outros que estejam em
dado no termo de adesão. desacordo com a legislação ou com as normas técnicas vigentes.
§3o Não haverá tarifa diferenciada para os imóveis ligados §3o As áreas necessárias às instalações dos sistemas pú-
aos sistemas condominiais quando a operação e a manutenção blicos de abastecimento de água e/ou esgotamento sanitário,
forem de total responsabilidade da Prestadora, caso em que não situadas fora dos limites dos logradouros públicos, voltadas ao
haverá necessidade de se firmar termo de adesão. atendimento do empreendimento, deverão ser cedidas a título
§4o A operação e a manutenção dos ramais condominiais gratuito e passarão a integrar as redes públicas de distribuição
sob a calçada é de responsabilidade exclusiva da Prestadora. e/ou coletoras, devendo a Prestadora promover o seu cadastro.
Art. 50 Havendo qualquer alteração no funcionamento do §4o As tubulações assentadas pelos interessados nos logra-
ramal predial de água e/ou de esgoto, o usuário deverá solicitar douros de loteamento, condomínios, ruas particulares e outros
à Prestadora as correções necessárias. empreendimentos similares, situadas antes dos pontos de en-
Art. 51 É vedado ao usuário intervir no ramal predial de
trega e depois dos pontos de coleta, passarão a integrar as redes
água e/ou de esgoto.
públicas de distribuição e/ou coletoras, desde o momento em
Art. 52 Os danos causados pela intervenção indevida do usu-
que a estas forem interligadas aos sistemas públicos de abaste-
ário nas redes públicas e/ou no ramal predial de água e/ou de
cimento de água e de esgotamento sanitário, e serão operadas
esgoto serão reparados pela Prestadora, por conta do usuário
responsável, o qual estará sujeito, ainda, à aplicação das penali- pela Prestadora, devendo esta promover os seus cadastros.
dades previstas nos arts. 108 e 109. §5o A execução de obras dos sistemas de abastecimento de
Art. 53 A restauração de muros, passeios e revestimentos, água e/ou de esgotamento sanitário, bem como a sua cessão, a
decorrente de serviços solicitados pelo usuário e por ele autori- título gratuito será objeto de instrumento especial a ser firmado
zados, será de sua inteira responsabilidade. entre o interessado e a Prestadora.
Parágrafo único. A restauração de que trata este artigo fica- Art. 56 A Prestadora admitirá a execução dos serviços pelo
rá sob responsabilidade da Prestadora nos casos de manutenção interessado, mediante sua solicitação e após aprovação do pro-
ou, ainda, de serviço realizado por iniciativa e interesse da pró- jeto, que será elaborado de acordo com as normas em vigor.
pria Prestadora. Art. 57 As obras de que trata este capítulo serão custeadas
pelo interessado e deverão ser por ele executadas, sob a fiscali-
SEÇÃO III zação da Prestadora.
DAS LIGAÇÕES RURAIS Parágrafo único. Quando as instalações se destinarem a ser-
vir outras áreas, além das pertencentes ao interessado, o custo
Art. 54 As ligações rurais de água poderão ser executadas a dos serviços poderá ser rateado entre os empreendedores be-
partir de adutoras ou subadutoras quando as condições opera- neficiados, mediante acordo entre estes celebrado para tal fim,
cionais o admitirem. sem prejuízo das demais disposições deste capítulo.
§1o Toda interligação em adutoras ou subadutoras deve- Art. 58 As ligações das tubulações de que trata este capí-
rá ser feita mediante redes auxiliares, devendo o interessado tulo às redes dos sistemas de água e de esgoto somente serão
submeter o projeto à Prestadora para verificar a viabilidade do executadas pela Prestadora depois de totalmente concluídas e
atendimento. aceitas as obras relativas ao projeto aprovado e, quando for o
§2o A Prestadora poderá elaborar o projeto referido no pa- caso, efetivadas as cessões a título gratuito e pagas as despesas
rágrafo anterior, por solicitação do interessado, ficando todas as pelo interessado.
despesas por conta deste. Parágrafo único. As obras de que trata este artigo terão seu
§3o Nas ligações de água nas zonas rurais, o medidor deverá recebimento definitivo após a realização dos testes, a avaliação
ser instalado na divisa ou entrada da propriedade.
do sistema em funcionamento, a elaboração e a aprovação do
§4o A pedido do usuário responsável, a Prestadora pode-
cadastro, observadas as posturas municipais vigentes e os pro-
rá fornecer água bruta, mediante autorização do órgão gestor
cedimentos internos da Prestadora.
de recursos hídricos, quando a ligação estiver situada em tre-
Art. 59 Os prédios de ruas particulares poderão ter serviços
cho não atendido com água tratada, por meio de contrato es-
pecífico, no qual serão estabelecidas as suas responsabilidades individuais de ramais prediais derivados das redes públicas dis-
quanto aos riscos de sua utilização sem os devidos tratamentos, tribuidoras e/ou coletoras, ligados aos respectivos sistemas da
especialmente para o consumo humano. Prestadora.
Parágrafo único. Quando houver necessidade de estações
CAPÍTULO VIII elevatórias de água e/ou esgoto, estas deverão ser construídas,
DOS LOTEAMENTOS, DOS CONDOMÍNIOS, DAS RUAS PAR- operadas e mantidas pelos interessados.
TICULARES E DOS SIMILARES Art. 60 O sistema de abastecimento de água dos condomí-
nios será centralizado, mediante reservatório comum, ou des-
Art. 55 Em loteamentos, condomínios, ruas particulares e centralizado, mediante reservatórios individuais, observadas as
outros empreendimentos similares, a Prestadora somente pode- modalidades definidas no art. 61.
rá assegurar o abastecimento de água e o esgotamento sanitário Art. 61 O abastecimento de água e/ou a coleta de esgoto de
se, antecipadamente, por solicitação do interessado, for analisa- que trata este capítulo, obedecerão, a critério da Prestadora, às
da e aprovada sua viabilidade técnica. seguintes modalidades:
§1o Constatada a viabilidade, a Prestadora deverá fornecer I - abastecimento de água e/ou coleta de esgoto individual
as diretrizes para a elaboração do projeto do sistema de abas- dos imóveis;
tecimento de água e/ou de esgotamento sanitário do empreen-
dimento.

273
LEGISLAÇÃO
II - abastecimento, em conjunto, dos imóveis, cabendo aos Parágrafo único. Nas hipóteses previstas neste artigo, a di-
proprietários a operação e a manutenção das instalações de ferença positiva apurada entre o consumo global e o somatório
água a partir do hidrômetro instalado no ponto de entrega da dos consumos autônomos será rateada entre todas as unidades
Prestadora ou do limitador de consumo, instalado antes do re- usuárias dos serviços (economias) e utilizada na determinação
servatório comum; e do valor final da fatura mensal dos serviços de responsabilidade
III - coleta, em conjunto, dos imóveis, cabendo aos proprie- de cada usuário, discriminadas as parcelas devidas.
tários a operação e a manutenção das instalações de esgoto an- Art. 68 A Prestadora procederá, desde que solicitada, à aná-
tes do ponto de coleta da Prestadora. lise mensal dos consumos individuais e uso dos serviços, com
Parágrafo único. As tubulações assentadas pelos interessa- emissão de laudo técnico, para auxiliar na apuração e no trata-
dos situadas antes dos pontos de entrega e após os pontos de mento de divergências internas, as quais devem ser tratadas,
coleta serão construídas às expensas do interessado e de acordo em seguida, internamente pelos próprios moradores ou usu-
com o projeto e as especificações previamente aprovados pela ários dos serviços, junto aos seus respectivos condomínios ou
Prestadora. associações.
Art. 62 Sempre que for ampliado o condomínio, o loteamen- Art. 69 À Prestadora deverá ser, obrigatoriamente, garan-
to, o conjunto habitacional ou o agrupamento de edificações, tido o livre acesso às instalações e aos aparelhos de medição
as despesas decorrentes de melhoria ou expansão dos sistemas do Sistema de Medição Individualizada, ao padrão de ligação de
públicos de abastecimento de água e/ou de esgotamento sani- água no ponto de entrega e ao ponto de coleta de esgoto.
tário correrão por conta dos respectivos proprietários ou incor-
poradores. CAPÍTULO X
DOS HIDRÔMETROS E DOS LIMITADORES DE CONSUMO
CAPÍTULO IX
DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA DE ÁGUA Art. 70 A Prestadora controlará o consumo de água utilizan-
SEÇÃO I do-se do hidrômetro e, em casos especiais, por meio do limita-
DA PROPRIEDADE, DA OPERAÇÃO E DA MANUTENÇÃO DAS dor de consumo.
INSTALAÇÕES §1o Os hidrômetros serão aferidos e devem ter sua fabrica-
ção certificada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade
Art. 63 O projeto, a construção, as instalações, a operação e Tecnologia - INMETRO ou outra entidade pública por ele de-
e a manutenção dos Sistemas de Medição Individualizada de legada.
água em loteamentos, condomínios e edificações, por se situ- §2o Toda ligação predial de água deverá ser provida de um
arem após o ponto de entrega da Prestadora e, portanto, no registro externo, localizado antes do hidrômetro, de manobra
interior de propriedade privada, são de inteira responsabilidade privativa da Prestadora.
dos seus interessados. Art. 71 É de responsabilidade da Prestadora a instalação de
Art. 64 É facultado aos usuários optar pela apuração, pela hidrômetro nas unidades usuárias para controle do consumo
análise e pelo processamento de suas contas pela Prestadora, de água, salvo nos casos de medição individualizada por econo-
desde que atendidos os padrões por ela estabelecidos e as nor- mias, que será de responsabilidade do usuário.
mas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. Art. 72 Os hidrômetros, os limitadores de consumo e os re-
Art. 65 A Prestadora poderá, se solicitada, e desde que as gistros serão instalados em caixas de proteção padronizadas, de
instalações atendam aos padrões e às normas vigentes, efetuar acordo com as normas procedimentais da Prestadora.
a aferição dos dispositivos de medição dos usuários e/ou condô- §1o Os aparelhos referidos neste artigo deverão ser devi-
minos, às expensas destes. damente lacrados e periodicamente inspecionados pela Presta-
Parágrafo único. A retirada e a substituição de aparelhos dora.
de medição ou de qualquer outro componente do Sistema de §2o É facultado à Prestadora, mediante aviso aos usuários,
Medição Individualizada é de responsabilidade exclusiva de seus o direito de redimensionar e remanejar os hidrômetros das liga-
proprietários. ções quando constatada a necessidade técnica da intervenção.
§3o Somente a Prestadora ou o seu preposto poderá insta-
SEÇÃO II lar, substituir ou remover o hidrômetro ou o limitador de consu-
DA APURAÇÃO DOS CONSUMOS, DO USO DOS SERVIÇOS E mo, bem como indicar os novos locais de sua instalação.
DA EMISSÃO DE CONTAS INDIVIDUAIS §4o A substituição do hidrômetro deverá ser comunicada ao
usuário, por meio de correspondência específica, que conterá as
Art. 66 É obrigatória a celebração de contrato individual informações referentes às leituras do hidrômetro retirado e do
específico com a Prestadora, estabelecendo as obrigações e os instalado.
direitos dos usuários, proprietários de sistemas de medição in- §5o A substituição do hidrômetro, decorrente do desgaste
dividualizada, para que ela possa efetuar a apuração dos con- normal de seus mecanismos, exceto quando se tratar de Sistema
sumos e a emissão das faturas para cada unidade autônoma de de Medição Individualizada, em que todos os custos são de in-
consumo em separado. teira responsabilidade das unidades usuárias dos serviços, será
Art. 67 A apuração do uso dos serviços em edificações, con- executada pela Prestadora, sempre que necessário, sem ônus
domínios, conjuntos habitacionais e quaisquer outras formas para o usuário responsável.
de ocupação, compreende o uso dos serviços por cada unidade §6o A substituição do hidrômetro, decorrente da violação
usuária, autonomamente, e a sua utilização nas áreas de uso co- de seus mecanismos, será executada pela Prestadora, com ônus
mum a todos os usuários e/ou condôminos. para o usuário, além das penalidades previstas, quando compro-
vada sua responsabilidade.

274
LEGISLAÇÃO
§7o A indisponibilidade de hidrômetro no mercado, exceto as alterações decorrentes, no prazo de 30 (trinta) dias após a
quando se tratar de unidades usuárias componentes de Sistema constatação pela Prestadora ou do pedido do usuário, hábil a
de Medição Individualizada, não poderá ser invocada pela Pres- dar-lhe conhecimento antes da apresentação da primeira fatura
tadora para negar ou retardar a ligação e o início do abasteci- corrigida.
mento de água. §2o Em casos de erro de classificação da economia por culpa
Art. 73 Os selos instalados nos hidrômetros e nas conexões exclusiva da Prestadora, o usuário responsável deverá ser res-
do ramal com o hidrômetro poderão ser rompidos apenas por sarcido dos valores cobrados a maior, sendo a ela vedado co-
preposto da Prestadora e deverão ter numeração específica, brar-lhe a diferença referente a pagamentos a menor.
constante do cadastro comercial, atualizado a cada alteração §3o Em casos de erro de classificação da economia por culpa
documentada. exclusiva do interessado, Prestadora deverá realizar a cobrança
§1o É de responsabilidade da Prestadora a instalação de se- referente às diferenças decorrentes do novo enquadramento
los e/ou lacres no hidrômetro e nas conexões do ramal com o tarifário.
hidrômetro. Art. 79 A Prestadora deverá organizar e manter atualizado o
§2o O rompimento ou a violação de selos e/ou de lacres, cadastro relativo às unidades usuárias no qual conste, obrigato-
com alterações nas características da instalação de entrada de riamente, para cada uma delas, as seguintes informações:
água originariamente aprovadas, ainda que não resulte em re- I - identificação do usuário:
dução no faturamento, constitui infração punível com multa, a) nome completo;
mediante apuração, garantido ao usuário responsável o devido b) número e órgão expedidor da Carteira de Identidade ou
processo legal, na forma do Capítulo XVI - Das Infrações e San- de outro documento de identificação equivalente com foto, váli-
ções aos Usuários. do em todo território nacional (Carteira Nacional de Habilitação,
Art. 74 O usuário assegurará ao preposto da Prestadora o Carteira de Conselhos Profissionais, Cédula de identidade de es-
livre acesso ao padrão de ligação de água e ao ponto de coleta trangeiro, etc.);
de esgoto. c) número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurí-
Art. 75 A verificação metrológica do hidrômetro instalado dica - CNPJ ou no Cadastro de Pessoa Física - CPF, da Secretaria
na unidade usuária deverá ser efetuada segundo critérios esta- da Receita Federal do Brasil, do Ministério da Fazenda ;
belecidos na legislação própria vigente. II - matrícula da ligação do imóvel;
Art. 76 O usuário poderá solicitar da Prestadora, sem ônus, III - endereço da unidade usuária, incluindo o nome do mu-
a aferição dos instrumentos de medição, quando o laudo técnico nicípio;
da aferição demonstrar que o hidrômetro apresenta variações IV - código referente à tarifa e/ou à categoria aplicável;
fora dos limites admissíveis pela regulamentação vigente, em V - número de economias por categorias/subcategorias;
seu prejuízo. VI - data de início da prestação dos serviços de abastecimen-
§1o A previsão do caput não se aplica aos usuários integran- to de água e/ou de esgotamento sanitário;
tes de Sistemas de Medição Individualizada. VII - vínculo com o imóvel, tais como propriedade, posse do
§2o A Prestadora deverá informar o prazo máximo previsto imóvel ou locação;
para a realização da aferição, conforme definido na Tabela de VIII - histórico de leituras e de faturamento referentes aos
Prazos dos Serviços, para possibilitar o seu acompanhamento últimos 60 (sessenta) ciclos consecutivos e completos; e
pelo usuário. IX - numeração do lacre do hidrômetro, do selo correspon-
§3o A Prestadora disponibilizará ao usuário o laudo técnico dente e suas respectivas atualizações.
da aferição, informando, de forma compreensível e de fácil en- Art. 80 As economias atendidas com serviços de abasteci-
tendimento, as variações verificadas, os limites admissíveis e a mento de água e/ou de esgotamento sanitário serão classifica-
conclusão final. das nas seguintes categorias:
§4o Na hipótese de desconformidade do hidrômetro com as I - residencial: economia em que se estabeleça exclusiva-
normas técnicas, deverá ser observado o disposto no art. 101 e mente moradia, devendo ser incluídos nesta categoria o abaste-
seguintes. cimento de água e/ou o esgotamento sanitário para instalações
§5o Serão considerados em funcionamento normal os hi- de uso comum de prédio ou conjunto de edificações;
drômetros que atenderem à legislação metrológica vigente. II - comercial, serviços e outras atividades: economia em
que seja exercida atividade incluída na classificação de comércio
CAPÍTULO XI e serviços estabelecida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
DA CLASSIFICAÇÃO E DO CADASTRO Estatística - IBGE;
III - industrial: economia em que sejam exercidas atividades
Art. 77 A Prestadora classificará a unidade usuária de acordo incluídas na classificação de indústria estabelecida pelo Instituto
com as características físicas do imóvel e a finalidade do abas- Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE;
tecimento, ressalvadas as exceções previstas nesta Resolução. IV - pública: economias em que sejam exercidas atividades
Art. 78 A fim de permitir a correta classificação da unidade da administração pública direta e indireta das esferas federal,
usuária, caberá ao interessado informar à Prestadora a natureza estadual e municipal, que não exerçam atividades econômicas.
da atividade nela desenvolvida e a finalidade da utilização da §1o Todos os imóveis com ligação temporária serão classifi-
água, bem como as alterações supervenientes que importarem cados na categoria comercial;
em reclassificação, respondendo o usuário, na forma da lei, por §2o Ficam incluídas na categoria industrial, entretanto, as
declarações falsas ou omissão de informações. obras em construção, nos seguintes casos:
§1o Como a reclassificação da unidade usuária importa I - construções a partir de 5 (cinco) economias ou edifica-
novo enquadramento tarifário, a Prestadora deverá realizar os ções a partir de 1 economia, não residencial, que tenham área
ajustes necessários e emitir comunicação específica informando construída igual ou superior a 100 m² (cem metros quadrados);

275
LEGISLAÇÃO
II - conjuntos habitacionais, loteamentos e condomínios. dora. Nos casos fortuitos ou de força maior ou, ainda, quando
§3o Depois de concluídas as obras, o imóvel deverá ser re- decorrer de responsabilidade do usuário, enquanto perdurar a
cadastrado conforme a categoria de uso da economia, cabendo impossibilidade de leitura.
ao usuário promover a devida comunicação. §3o A Prestadora deverá comunicar ao usuário, por escrito,
§4o Ficam incluídas na categoria comercial, serviços e ou- a necessidade de desimpedir o acesso ao hidrômetro, caso seja
tras atividades, as associações esportivas, recreativas, sociais, de sua responsabilidade a obstaculização.
estabelecimentos hospitalares, de educação, órgãos de comu- §4o Após o 3o (terceiro) ciclo consecutivo de faturamento
nicação, templos, sindicatos e congêneres, bem como qualquer efetuado pela média aritmética de responsabilidade da Presta-
outra economia que não se enquadre nas demais categorias, in- dora, o faturamento deverá ser efetuado com base no valor cor-
clusive indústrias que não utilizem, predominantemente, a água respondente ao consumo mínimo, sem a possibilidade de pro-
em seu processo produtivo. mover futura compensação até que seja sanado o motivo que
§5o Quando for exercida mais de uma atividade na mes- ocasionou a impossibilidade.
ma unidade usuária com economias de categorias diferentes, §5o Caso se apure que o consumo medido no período é me-
o consumo de água e o volume de esgoto serão devidamente nor do que o consumo faturado, a Prestadora deverá proceder à
ponderados proporcionalmente ao volume consumido em cada devolução em dobro do valor cobrado e pago a maior, salvo os
categoria. casos de faturamento efetuado com base no valor correspon-
§6o A unidade usuária com finalidade de guaritas, aloja- dente ao consumo mínimo.
mentos e jardins terão as categorias definidas de acordo com a §6o No faturamento subsequente à remoção do impedi-
finalidade do estabelecimento principal, ainda que administrada mento, deverão ser feitos os acertos relativos ao faturamento
por terceiros. do período em que o hidrômetro não foi lido.
§7o Apart-hotel e flat terão as categorias definidas de acor- Art. 86 A Prestadora efetuará as leituras, bem como os fa-
do com o classificado pela Prefeitura para fins de IPTU. turamentos, em intervalos de aproximadamente 30 (trinta) dias,
observados o mínimo de 28 (vinte e oito) e o máximo de 32 (trin-
CAPÍTULO XII ta e dois) dias, de acordo com o calendário, situações especiais
DA RELIGAÇÃO e cronogramas de atividades, apresentados e aprovados pela
AGERSA.
Art. 81 O procedimento de religação consiste no restabe- §1o A Prestadora poderá ajustar a data, a leitura e o consu-
lecimento, pela Prestadora, dos serviços de abastecimento de mo para 30 (trinta) dias.
água e/ou de esgotamento sanitário. §2o O faturamento inicial deverá corresponder a um perío-
Art. 82 Cessados os motivos da interrupção e/ou pagos os do não inferior a 5 (cinco) dias nem superior a 35 (trinta e cinco)
débitos, multas e acréscimos incidentes, a Prestadora restabe- dias.
lecerá o abastecimento de água e/ou o esgotamento sanitário, §3o Havendo necessidade de remanejamento de rota ou de
observados os prazos e as condições estabelecidas na Tabela de reprogramação do calendário, excepcionalmente, as leituras po-
Preços e na Tabela de Prazos dos Serviços da Prestadora, ressal- derão ser realizadas em intervalos de no mínimo 5 (cinco) dias e
vado o disposto no parágrafo único do art. 121. no máximo 35 (trinta e cinco) dias, devendo a Prestadora comu-
Art. 83 A Prestadora poderá implantar procedimento de re- nicar por escrito aos usuários, com antecedência mínima de um
ligação de urgência, com prazo especial de execução estabele- ciclo completo de faturamento.
cido em conformidade com as normas expedidas pela AGERSA. §4o No pedido de desligamento, quando houver impedi-
mento de leitura, o consumo final poderá ser estimado com
CAPÍTULO XIII base na média mensal dos últimos 12 (doze) ciclos de fatura-
DA DETERMINAÇÃO DOS VOLUMES mento, proporcionalmente ao número de dias decorridos do ci-
SEÇÃO I clo compreendido entre a data da leitura anterior e a do pedido
DO CONSUMO DE ÁGUA de desligamento.
§5o A Prestadora deverá informar na conta/fatura a data
Art. 84 Para os fins de determinação do consumo de água, prevista para a realização da próxima leitura.
as ligações serão classificadas em medidas e não medidas. §6o A Prestadora deverá organizar e manter atualizado o
Art. 85 Para as ligações medidas, o volume consumido será calendário das respectivas datas fixadas para a leitura dos hidrô-
o apurado por leitura em hidrômetro, obtido pela diferença en- metros, apresentação e vencimento da fatura.
tre a leitura atual realizada e a do ciclo anterior. Art. 87 As leituras poderão ser efetuadas em intervalos de
§1o Não sendo possível a realização da leitura em deter- até 3 (três) ciclos consecutivos, de acordo com calendário pró-
minado período, em decorrência de impedimento comprovado prio, nos seguintes casos:
ou nos casos fortuitos e de força maior, a apuração do volume I - em localidades com até 1.000 (mil) ligações;
consumido será feita: II - em unidades com consumo de água médio mensal igual
I - com base na média aritmética dos consumos faturados no ou inferior a 10 (dez) metros cúbicos; e
período dos últimos 12 (doze) meses consecutivos, com o míni- III - para as faturas de outros serviços com valores inferio-
mo de 04 (quatro) consumos reais. res ao mínimo estabelecido para o faturamento, caso em que
II - com base na média aritmética dos consumos reais exis- este somente se efetuará quando a soma de valores das parcelas
tentes no período, para ligações medidas com menos de doze atingir um valor predeterminado.
meses. §1o Quando for adotado intervalo plurimensal de leitura, o
§2o O procedimento do parágrafo anterior somente pode- usuário poderá fornecer sua leitura mensal, respeitadas as datas
rá ser aplicado por 3 (três) ciclos consecutivos e completos de fixadas pela Prestadora.
faturamento, quando decorrer de responsabilidade da Presta-

276
LEGISLAÇÃO
§2o A adoção de intervalo de leitura plurimensal deve ser Art. 93 A entrega da fatura deverá ser efetuada até a data
precedida de divulgação aos usuários, a fim de permitir o conhe- fixada para sua apresentação, prioritariamente no endereço da
cimento do processo utilizado e os objetivos pretendidos com a unidade usuária, exceto para as contas que ficarem retidas para
medida. análise.
Art. 88 Para as ligações não medidas será cobrada a tarifa §1o Os prazos mínimos para vencimento das faturas, con-
mínima de água e o correspondente percentual de esgotamento tados da data da respectiva apresentação, serão os seguintes:
sanitário de acordo com o número de economias existentes. I - 5 (cinco) dias úteis para as unidades usuárias de todas as
Art. 89 Em agrupamentos de imóveis ou em imóveis com categorias, ressalvada a mencionada no inciso II;
mais de uma economia, dotados de um único medidor, o consu- II - 10 (dez) dias úteis para a categoria pública; e
mo de cada economia será apurado pelo quociente resultante III - 5 (cinco) dias úteis nos casos de desligamento a pedido
da divisão entre o consumo medido e o número de economias. do usuário, exceto para as unidades usuárias a que se refere o
Parágrafo único. Nas hipóteses previstas neste artigo, ha- inciso anterior.
vendo também medições individualizadas, a diferença positiva §2o Na contagem do prazo exclui-se o dia da apresentação
apurada entre o consumo global e o somatório dos consumos e inclui-se o do vencimento, os quais não poderão ser afetados
individuais será rateada entre as economias. por discussões entre as partes.
Art. 94 A fatura deverá conter, obrigatoriamente, as seguin-
SEÇÃO II tes informações:
DO VOLUME DE ESGOTO I - nome do usuário;
II - número de matrícula;
Art. 90 A determinação do volume de esgoto incidirá so- III - classificação da unidade usuária;
mente sobre os imóveis servidos por redes públicas de esgota- IV - endereço da unidade usuária;
mento sanitário e terá como base o volume de água cobrado, V - número do hidrômetro;
cujos critérios para a sua estimativa devem considerar: VI - leituras anterior e atual do hidrômetro;
I - o abastecimento pela Prestadora; VII - datas da leitura anterior e da atual;
II - o abastecimento próprio de água por parte do usuário; e VIII - mês e ano de referência e datas da emissão e de ven-
III - a utilização de água em processos produtivos e opera- cimento da fatura;
cionais sem destinação dos efluentes à rede pública de esgota- IX - consumo de água do mês correspondente à fatura;
mento sanitário, caso em que devem ser instalados hidrômetros X - histórico do volume consumido nos últimos 6 (seis) me-
específicos para determinação do volume efetivamente utiliza- ses e média atualizada;
do no processo produtivo. XI - discriminação dos serviços prestados, com os respecti-
Parágrafo único. Os critérios de medição ou estimativa para vos valores;
determinação do volume de esgoto faturado serão propostos XII - descrição dos tributos incidentes sobre o faturamento;
pela Prestadora e homologados pela AGERSA. XIII - multa e mora por atraso(s) de pagamento(s);
XIV - valor total a pagar;
CAPÍTULO XIV XV - números dos telefones das Ouvidorias e endereços ele-
DO FATURAMENTO DOS SERVIÇOS trônicos da Prestadora e do Ente Regulador;
SEÇÃO I XVI - informações sobre o controle da qualidade da água
DAS FATURAS distribuída;
XVII - indicação da existência de parcelamento pactuado
Art. 91 As tarifas relativas ao abastecimento de água, es- com a Prestadora;
gotamento sanitário e a outros serviços realizados serão cobra- XVIII - indicação de faturas vencidas e não pagas até aquela
das por meio de faturas emitidas pela Prestadora e devidas pelo data; e
usuário, com a fixação de datas para os seus vencimentos. XIX - itens e custos dos serviços definidos pela AGERSA, de
§1o As faturas serão apresentadas ao usuário, em intervalos forma a permitir o seu controle direto pelo usuário final.
regulares, de acordo com o calendário de faturamento elabora- Parágrafo único. A AGERSA instituirá modelo de fatura para
do pela Prestadora. a efetivação do previsto no caput e seus incisos.
§2o A Prestadora deverá orientar o usuário quanto ao calen- Art. 95 Além das informações relacionadas no art. 94, fica
dário de leitura e entrega de fatura. facultado à Prestadora incluir na fatura campanhas de educação
§3o A Prestadora emitirá segunda via da fatura, sem ônus ambiental e sanitária, veiculação de propagandas comerciais,
para o usuário, nos casos de problemas na emissão e no envio da bem como outras informações julgadas pertinentes, desde que
via original ou, ainda, de incorreções no faturamento. não interfiram nas informações obrigatórias, vedadas, em qual-
§4o São isentos do faturamento e da cobrança da tarifa de quer hipótese, mensagens de conteúdo políticopartidário.
esgoto somente os imóveis desabitados, demolidos ou em ruína, Art. 96 A Prestadora deverá oferecer, no mínimo, 6 (seis)
as construções paradas e os terrenos, situações em que a ligação datas de vencimento da fatura para escolha do usuário, distri-
de água esteja fora de uso. buídas uniformemente em intervalos regulares ao longo do mês.
Art. 92 Quando houver consumo atípico, superior aos limi- Art. 97 Nas unidades usuárias ligadas clandestinamente às
tes estabelecidos, a Prestadora deverá emitir a fatura no valor redes públicas, as tarifas de água e/ou de esgoto serão aplicadas
correspondente ao consumo apurado no período e alertará o e cobradas desde a data em que a Prestadora iniciou a operação
usuário sobre o fato, instruindo-o para que verifique as instala- no logradouro onde está situado o imóvel ou a partir da data da
ções internas da unidade usuária e/ou evite desperdícios. expedição do alvará de construção, quando não puder ser verifi-
cada a época da realização da ligação à rede pública, limitada ao
período máximo de 12 (doze) meses.

277
LEGISLAÇÃO
Parágrafo único. A Prestadora poderá proceder às medidas acrescidas de juros de mora por dia de atraso após o vencimento
judiciais cabíveis para a liquidação e execução do débito decor- dos prazos definidos para pagamento conforme critérios defini-
rente da situação descrita no caput deste artigo, podendo condi- dos no art. 105;
cionar a ligação do serviço para a unidade usuária ao pagamento II - quando houver diferenças a devolver: tarifas em vigor no
integral do débito, ressalvando-se quando o usuário comprovar período correspondente às diferenças constatadas, atualizadas
efetivamente o tempo em que é o responsável pela unidade usu- monetariamente conforme o Índice Nacional de Preços ao Con-
ária, eximindo-se total ou parcialmente do débito. sumidor (INPC) e acrescidas de juros de mora por dia em relação
Art. 98 A fatura poderá ser cancelada ou alterada a pedido aos respectivos vencimentos, conforme critérios definidos no
do usuário responsável ou por iniciativa da Prestadora, nos se- art. 105.
guintes casos: Parágrafo único - As diferenças a cobrar ou a devolver de-
I - erro de faturamento, ocasionado pela Prestadora em vem ser apuradas mês a mês, de acordo com os padrões estabe-
imóveis: lecidos na estrutura de faturamento da Prestadora.
a) desocupados; Art. 103 Nos casos em que houver diferença a cobrar ou a
b) demolidos e/ou em estado de desabamento; devolver, a Prestadora deverá disponibilizar a informação ao
c) com unificação de ligações e/ou economias; usuário, quando solicitado, quanto:
d) com ocorrência de incêndio; I - à irregularidade constatada;
e) com interrupção da prestação dos serviços de abasteci- II - à memória descritiva dos cálculos do valor apurado;
mento de água e/ou de esgotamento sanitário. III - aos critérios adotados na revisão dos faturamentos;
II - falta de abastecimento por período superior a 15 (quin- IV - ao direito de recurso previsto no §1o deste artigo; e
ze) dias contínuos ou 25 (vinte e cinco) dias alternados e o con- V - à tarifa utilizada.
sumo não ultrapassar 50% (cinquenta por cento) do mínimo es- §1o Caso haja discordância em relação à cobrança ou aos
tabelecido por economia/mês. respectivos valores, o usuário poderá apresentar recurso junto
Parágrafo único. O cancelamento ou a alteração da fatura à Prestadora, no prazo de 05 (cinco) dias úteis, a partir da co-
vigorará a partir da data do pedido do usuário, devidamente municação.
comprovado ou, quando a iniciativa for da Prestadora, de sua §2o A Prestadora deliberará no prazo de 10 (dez) dias úteis,
anotação no cadastro do prestador de serviços, não tendo efeito contados do recebimento do recurso, o qual, se indeferido, de-
retroativo. verá ser comunicado ao usuário, por escrito.
Art. 99 A Prestadora poderá parcelar os débitos existentes,
segundo critérios estabelecidos em normas internas. SEÇÃO III
Art. 100 A fatura mínima por economia será equivalente ao DE OUTROS SERVIÇOS COBRÁVEIS
valor fixado na Tabela Tarifária da Prestadora, aprovada pela
AGERSA, de acordo com a categoria da unidade usuária. Art. 104 A Prestadora efetuará a cobrança dos seguintes ser-
viços, desde que solicitados pelo usuário:
I - ligação de unidade usuária;
SEÇÃO II II - aferição de hidrômetro, exceto os casos previstos nos
DAS COMPENSAÇÕES DO FATURAMENTO arts. 75 e 76;
III - religação de unidade usuária;
Art. 101 Caso a Prestadora tenha faturado valores incorre- IV - religação de urgência;
tos ou não tenha efetuado qualquer faturamento, por motivo V - emissão de segunda via de fatura, a pedido do usuário;
de sua responsabilidade, deverá observar os seguintes proce- VI - ligação intradomiciliar de esgoto;
dimentos: VII - remanejamento de rede coletora ou ramal condomi-
I - nos casos de faturamento a menor, não poderá efetuar nial; e
cobrança complementar. VIII - outros serviços disponibilizados pela Prestadora, devi-
II - nos casos de faturamento a maior, providenciar a de- damente aprovados pela AGERSA.
volução em dobro ao usuário das quantias recebidas indevida- §1o Não será cobrada a primeira vistoria realizada para pe-
mente, conforme estabelecido no parágrafo único do art. 42 da dido de ligação de abastecimento de água e/ou de esgotamento
Lei 8.078, de 11/09/1990, correspondentes ao período faturado sanitário.
incorretamente, observado o prazo de prescrição de 5 (cinco) §2o A cobrança dos serviços previstos neste artigo só pode-
anos estabelecido no art. 27 da mesma lei. rá ser feita em contrapartida ao serviço efetivamente realizado
Parágrafo único. No caso do inciso II, a devolução deverá ser pela Prestadora.
efetuada, por opção declarada do usuário, seja esta por meio §3o A cobrança de qualquer serviço obrigará a Prestadora
de compensação nas faturas subsequentes, seja em moeda cor- a implantá-lo em toda a sua área de delegação, para todos os
rente, até o primeiro faturamento posterior à constatação da usuários, ressalvado o serviço de religação de urgência.
cobrança a maior, conforme art. 102. §4o A Prestadora deverá manter, por período mínimo de 60
Art. 102 Para o cálculo das diferenças a cobrar ou a devol- (sessenta) meses, os registros do valor cobrado, do horário e da
ver, exceto nos casos de pagamentos em duplicidade, as tarifas data da solicitação e da execução dos serviços, exceto no caso
e correções deverão ser aplicadas de acordo com os seguintes de emissão de segunda via de fatura.
critérios: §5o A Prestadora manterá Tabela de Preços e Tabela de Pra-
I - quando houver diferenças a cobrar por motivo de respon- zos dos Serviços, homologados pela AGERSA e disponibilizados
sabilidade do usuário: tarifas em vigor no período correspon- aos interessados, discriminando os serviços mencionados nesta
dente às diferenças constatadas, atualizadas monetariamente Resolução e outros que julgar necessário.
conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e

278
LEGISLAÇÃO
CAPÍTULO XV §2o A multa será fixada em conformidade com os parâme-
DO PAGAMENTO DOS SERVIÇOS tros propostos pela Prestadora e aprovados pelo Ente Regula-
dor.
Art. 105 As faturas não quitadas até a data do seu vencimen- Art. 110 É assegurado ao infrator o direito de apresentar de-
to sofrerão acréscimo de juros de mora por dia de atraso, sem fesa à Prestadora, no prazo de 15 (quinze) dias, contados a partir
prejuízo da aplicação de multa e atualização monetária confor- do dia subsequente ao do recebimento do auto de infração.
me o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), publica- §1o Da decisão cabe recurso ao Ente Regulador no prazo de
do pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 15 (quinze) dias contados da ciência da decisão da Prestadora.
acordo com a legislação vigente. §2o Durante a apreciação da defesa pela Prestadora ou do
Parágrafo único. O pagamento de uma fatura não implica na recurso pelo Ente Regulador, não haverá interrupção da presta-
quitação de eventuais débitos anteriores. ção do serviço em função da matéria sob apreciação.
Art. 106 Tendo ocorrido o pagamento da fatura, o usuário Art. 111 Comprovado qualquer caso de prática irregular,
poderá reclamar a devolução dos valores considerados como in- revenda ou abastecimento de água a terceiros, ligação clandes-
devidos. tina, religação à revelia, deficiência técnica e/ou de segurança
Art. 107 Os valores pagos em duplicidade pelos usuários, e de danos causados nas instalações da Prestadora, caberá ao
após identificação, análise e comprovação junto ao agente ar- usuário a responsabilidade pelos prejuízos causados e demais
recadador, deverão ser devolvidos automaticamente nos fatu- custos administrativos, sem prejuízo de outras sanções legais
ramentos seguintes, em forma de crédito, quando não houver previstas.
solicitação em contrário.
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XVI DA OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DO SAA E DO SES
DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES AOS USUÁRIOS SEÇÃO I
DA PRESSÃO NA REDE DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Art. 108 Constitui infração a prática decorrente da ação ou
omissão do usuário, relativa a qualquer dos seguintes fatos: Art. 112 A Prestadora assegurará pressão dinâmica mínima
I - intervenção nas instalações dos serviços públicos de de 10 mca (dez metros de coluna de água) – equivalente a 100
abastecimento de água e/ou esgotamento sanitário, salvo casos kPa – e pressão estática máxima de 50 mca (cinquenta metros
autorizados pela Prestadora; de coluna de água) – equivalente a 500 kPa –, referidos ao nível
II - violação ou retirada de lacre, hidrômetro ou limitador do eixo da respectiva via pública, em qualquer ponto da rede de
de consumo; distribuição de água, conforme disposição da NBR 12.218 da As-
III - interconexão de instalação predial de água com tubula- sociação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT (item “5.4 Zonas
ções alimentadas com água não procedente do abastecimento de pressão”).
público; §1o Os valores da pressão estática poderão ser superiores à
IV - utilização de tubulação de uma instalação predial de máxima e da pressão dinâmica, inferiores à mínima, desde que
água para abastecimento de outro imóvel ou economia, mesmo haja justificativa técnica e econômica pela Prestadora.
que seja de propriedade do usuário; §2o A redução temporária da pressão dinâmica mínima pre-
V - uso de dispositivos intercalados no ramal predial que vista no caput deste artigo, em razão de obras de reparação,
prejudiquem o abastecimento público de água; manutenção ou interconexão de novas redes por parte da Pres-
VI - lançamento de águas pluviais na rede coletora de es- tadora, exige desta a emissão de aviso prévio aos usuários e ao
goto; Ente Regulador, nos termos do art. 113, exceto nos casos dos
VII - lançamento de águas residuárias na rede coletora de serviços emergenciais.
esgoto, que por suas características, exijam tratamento prévio; § 3o Em situações críticas de escassez hídrica, fica a Presta-
VIII - obstrução da rede coletora de esgoto por mau uso do dora autorizada a promover, como uma das ações de raciona-
sistema, como por exemplo, lançamento de gordura ou resíduos mento do abastecimento público, homologadas pelo Ente Re-
sólidos; gulador, a redução da pressão na rede de distribuição de água.
IX - lançamentos de óleos e graxas e de resíduos sólidos na
rede coletora de esgoto; SEÇÃO II
X - impedimento injustificado da realização de inspeção ou DA INTERRUPÇÃO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE
fiscalização por prepostos da Prestadora; ÁGUA E DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
XI - adulteração de documentos da Prestadora, pelo usuário
ou, ainda, por terceiros, em seu benefício; Art. 113 A prestação dos serviços públicos de abastecimento
XII - instalação de dispositivos que interfiram na operação de água e de esgotamento sanitário deve obedecer ao princípio
do sistema ou na medição do consumo, mesmo que instalados da continuidade, podendo ser interrompida pela Prestadora nas
após o ponto de entrega; e hipóteses de emergência ou após prévio aviso, em especial:
XIII - descumprimento de qualquer outra exigência técnica I - situações que atinjam a segurança de pessoas e bens e as
estabelecida em lei ou nesta Resolução. que coloquem em risco a saúde da população ou de trabalhado-
Art. 109 Além de outras penalidades previstas nesta Resolu- res dos serviços;
ção, a incidência de qualquer infração enumerada no artigo an- II - manipulação indevida, por parte do usuário, da ligação
terior sujeitará o infrator ao pagamento de multa à Prestadora. predial, inclusive medidor ou qualquer outro componente da
§1o Poderão ser objeto de registro de ocorrência policial e rede pública, comprovada a culpa do usuário; ou
de ação judicial as infrações cometidas pelos usuários que, ain- III - necessidade de efetuar reparos, modificações ou melho-
da, estarão sujeitos à interrupção do fornecimento de água. rias nos sistemas;

279
LEGISLAÇÃO
§1o Os serviços de abastecimento de água, além das hipóte- SEÇÃO III
ses previstas no caput, poderão ser interrompidos pela Presta- DA INTERRUPÇÃO PELA AUSÊNCIA DE RELAÇÃO CONTRA-
dora, após aviso ao usuário, com comprovação do recebimento TUAL OU DELEGAÇÃO PARA FORNECIMENTO DE ÁGUA
e antecedência mínima de 30 (trinta) dias da data prevista para E/OU ESGOTAMENTO SANITÁRIO E DAS SITUAÇÕES DE
a interrupção, nos seguintes casos: EMERGÊNCIA
I - negativa do usuário em permitir a instalação de dispositi-
vo de leitura de água consumida; Art. 116 A Prestadora deverá interromper a prestação dos
II - inadimplemento pelo usuário do pagamento devido pela serviços, de forma imediata, nos casos de existência de ligação
prestação de serviços; clandestina para a utilização dos serviços de abastecimento de
III - encerramento do período de utilização contratado, no água e/ou esgotamento sanitário, sem que haja relação contra-
caso de ligações temporárias. tual preestabelecida.
§2o As interrupções programadas serão previamente comu- Art. 117 Quando constatado o abastecimento de água a ter-
nicadas ao regulador e aos usuários com a antecedência mínima
ceiros por aquele que não possua delegação para a prestação
de 48 (quarenta e oito) horas;
dos serviços, a Prestadora deverá interromper, de forma imedia-
§3o A interrupção ou a restrição do fornecimento de água
ta, as interligações correspondentes, ou, havendo impossibilida-
por inadimplência a estabelecimentos de saúde, a instituições
de técnica, interromper o fornecimento.
educacionais e de internação coletiva de pessoas e a usuário
residencial de baixa renda beneficiário de tarifa social deverá
obedecer a prazos e critérios que preservem, minimamente, o SEÇÃO IV
atendimento de suas necessidades. DA INTERRUPÇÃO PRECEDIDA DE NOTIFICAÇÃO
Art. 114 Os ramais prediais de água e/ou esgoto poderão ser
desligados das redes públicas respectivas: Art. 118 Faculta-se à Prestadora interromper a prestação
I - por interesse do usuário, mediante pedido, observado o dos serviços por razões de ordem técnica ou de segurança na
cumprimento das obrigações previstas em contratos e a legisla- unidade usuária, precedida da notificação prevista no §1o do
ção pertinente; art. 40 da Lei Federal 11.445, de 05/01/2017, nos casos descri-
II - por ação da Prestadora nos seguintes casos: tos no art. 113.
a) interrupção da ligação por mais de 60 (sessenta) dias, nos Parágrafo único. A notificação de que trata o caput deste
casos previstos do art. 113; artigo deverá ser escrita, específica e com entrega comprovada
b) desapropriação do imóvel; ou, alternativamente, impressa em destaque na própria fatura.
c) unificação de ramais prediais; e Art. 119 A interrupção dos serviços de abastecimento de
d) lançamento na rede de esgotos de despejos que exijam água e/ou esgotamento sanitário, precedida da notificação,
tratamento prévio. ocorre pelo:
§1o No caso de supressão do ramal de esgoto não residen- I - não pagamento da fatura relativa à prestação dos servi-
cial, por pedido do usuário, este deverá vir acompanhado da ços públicos de abastecimento de água e/ou de esgotamento
concordância dos órgãos de saúde pública e do meio ambiente. sanitário;
§2o Nos casos de desligamento de ramais, a unidade usuária II - não pagamento de serviços cobráveis, previstos no art.
deverá permanecer cadastrada na Prestadora. 104;
§3o O término da relação contratual entre a Prestadora e o III - descumprimento das obrigações constantes dos arts.
usuário somente será efetivado após o desligamento dos ramais 41, 135 e 136;
prediais de água e de esgoto. IV - não pagamento de prejuízos causados nas instalações
§4o Correrão por conta do usuário atingido com o desliga- da Prestadora, cuja responsabilidade tenha sido imputada ao
mento da rede as despesas com o restabelecimento dos serviços
usuário, desde que vinculados à prestação dos serviços públicos
de abastecimento de água e/ou de esgotamento sanitário.
de abastecimento de água e/ou de esgotamento sanitário;
Art. 115 O serviço de abastecimento de água poderá ser
§1o Na hipótese dos incisos I e II, a apresentação da quita-
descontinuado em casos fortuitos ou de força maior.
ção do débito à equipe responsável, no momento precedente à
§1o Ocorrendo redução da produção a níveis não compa-
tíveis à demanda para o abastecimento de água, por motivos interrupção do fornecimento, obsta sua efetivação.
alheios à vontade da Prestadora, esta poderá estabelecer planos §2o Na hipótese dos incisos I e II, para estabelecimentos de
de racionalização e/ou intermitência para reduzir as consequên- saúde, instituições educacionais e de internação coletiva de pes-
cias de falta de água, ao mínimo. soas e a usuário residencial de baixa renda beneficiário de tarifa
§2o Nos casos de estiagem prolongada ou de contamina- social, deverá ocorrer um intervalo mínimo de 60 (sessenta) dias
ção de recursos hídricos que ensejarem declaração de situação entre a data de vencimento da fatura e a data prevista para a
de emergência ou de calamidade pública, a Prestadora pode- interrupção no fornecimento.
rá, mediante prévia aprovação do Ente Regulador, estabelecer §3o Após a notificação de que trata o caput, caso não se
planos de racionamento e adotar mecanismos tarifários de con- efetue a interrupção dos serviços, a Prestadora deverá incluir
tingência, com objetivo de cobrir custos adicionais decorrentes, em destaque nas faturas subsequentes a informação da exis-
garantindo o equilíbrio financeiro da prestação do serviço e a tência de obrigações pendentes e a possibilidade de, a qualquer
gestão da demanda, tais como, aplicar tarifas de contingência, momento, haver a interrupção do abastecimento de água e/ou
reclassificar usuários, contemplar prioritariamente aqueles com esgotamento sanitário, em decorrência do não cumprimento
atividades relevantes às comunidades e determinar penalidade dessas obrigações.
aos infratores, inclusive com a interrupção do abastecimento. §4o A Prestadora deverá adotar o horário das 08:00 às
§3o A tarifa de contingência, caso adotada, incidirá, prefe- 17:30, em dias úteis, para a execução da interrupção do forneci-
rencialmente, sobre os consumidores que ultrapassarem os limi- mento da unidade usuária.
tes definidos no racionamento.

280
LEGISLAÇÃO
SEÇÃO V IV - identificação e leitura do medidor;
DA NOTIFICAÇÃO V - data e hora da constatação da ocorrência; e
VI - identificação e assinatura do funcionário da Prestadora.
Art. 120 Para a notificação de interrupção dos serviços de §2° O formulário deverá ser emitido em, no mínimo, 2 (duas)
abastecimento de água e/ou esgotamento sanitário da unidade vias, devendo uma via ser entregue ao usuário.
usuária, conforme previsto na Seção IV deste Capítulo, a Presta-
dora deverá observar as seguintes condições: SEÇÃO VIII
I - a notificação deverá ser escrita, específica e com entre- DA RELIGAÇÃO DA UNIDADE
ga comprovada ou, alternativamente, impressa em destaque na
própria fatura, com antecedência mínima de: Art. 123 Os prazos para religação de unidades usuárias que
a) 3 (três) dias, por razões de ordem técnica ou de seguran- tiveram seu abastecimento interrompido, uma vez cessados os
ça; ou motivos que originaram a interrupção, encontram-se definidos
b) 30 (trinta) dias, nos casos de inadimplemento, observado na Tabela de Prazos dos Serviços que integra esse regulamento
o disposto no §2º doa artigo 119. e devem ser atendidos pela Prestadora.
II - para encerramento das relações contratuais, a informa- §1° A contagem do prazo para a efetivação da religação
ção do prazo em que este se dará, conforme disposto no art. deve ser:
113, §1°, inciso III e no art. 137 e seus incisos I - para religação normal, o que primeiro ocorrer:
§1o A notificação a pessoa que preste serviço público e cuja a) a partir da comunicação de pagamento pelo usuário, obri-
atividade sofra prejuízo, deverá ser feita ao Poder Público local, gando-se este a comprovar a quitação dos débitos por meio digi-
de forma escrita, específica e com entrega comprovada. tal ou no momento da religação; ou
§2o A notificação ao usuário responsável pela unidade usu- b) a partir da baixa do débito no sistema da Prestadora.
ária, devidamente cadastrada junto à Prestadora, onde existam II - para religação de urgência, a partir da solicitação, obri-
pessoas que utilizem equipamentos de autonomia limitada, vi- gando-se o usuário a comprovar a quitação dos débitos por meio
tais à preservação da vida humana e dependentes dos serviços digital ou no momento da religação.
de abastecimento de água e/ou esgotamento sanitário, deve ser §2° Para a execução da religação de unidade usuária, a Pres-
feita de forma escrita, específica e com entrega comprovada. tadora deverá adotar, no mínimo, o horário previsto no §4° do
§3o Na interrupção imediata do fornecimento, motivada art. 119.
pela caracterização de situação emergencial, a distribuidora de- §3° A contagem dos prazos para religação se inicia com a
verá notificar o usuário a respeito do disposto nos incisos I e comunicação de pagamento, compensação do débito no siste-
III do art 113, de forma escrita, específica e com entrega com- ma da Prestadora ou com a solicitação para a religação, quando
provada ou através de publicação nos meios de comunicação de estas ocorrerem em dias úteis, entre 8:00 e 16:00.
grande circulação ou audiência. §4o Quando a comunicação de pagamento, compensação
do débito no sistema da distribuidora ou a solicitação para a re-
SEÇÃO VI ligação ocorrerem após as 16:00 ou em dia não útil, o início da
DA INTERRUPÇÃO INDEVIDA contagem dos prazos se dá a partir das 8:00 da manhã do dia útil
subsequente.
Art. 121 A interrupção do fornecimento é considerada in- §5o Quando da comunicação de pagamento ou da solicita-
devida quando o pagamento da fatura for realizado até a data ção para a religação, a Prestadora deverá informar ao interessa-
limite prevista para tanto na notificação ou, ainda, quando esta do os valores, prazos para a execução do serviço, assim como,
for efetuada sem observar o disposto nesta Resolução. o período do dia em que são realizados os serviços relativos à
Parágrafo único. Constatada a interrupção indevida dos ser- religação normal e de urgência.
viços, a Prestadora fica obrigada a efetuar a religação da unida-
de usuária, sem ônus para o usuário responsável, em até 6 (seis) CAPÍTULO XVIII
horas da constatação, independentemente do momento em que DAS RESPONSABILIDADES
esta ocorra. SEÇÃO I
DA PRESTADORA
SEÇÃO VII
DA RELIGAÇÃO À REVELIA Art. 124 A Prestadora deverá atender às solicitações e às
reclamações das atividades de rotinas recebidas, de acordo com
Art. 122 A religação da unidade usuária à revelia da Presta- os prazos e condições estabelecidas na Tabela de Prazos dos Ser-
dora enseja nova interrupção dos serviços de forma imediata, viços da Prestadora, aprovada pela AGERSA.
assim como a possibilidade de cobrança do custo administrativo Art. 125 A Prestadora deverá dispor de estrutura de atendi-
de inspeção, conforme valores homologados pela AGERSA, e o mento própria ou contratada com terceiros, adequada às neces-
faturamento de eventuais valores registrados e demais cobran- sidades de seu mercado, acessível a todos os seus usuários e que
ças previstas nessa Resolução. possibilite, de forma integrada e organizada, o atendimento de
§1° A cobrança do custo administrativo de que trata o caput suas solicitações e reclamações.
se dá com a comprovação da ocorrência mediante a emissão de §1o Por estrutura adequada entende-se aquela que possi-
formulário próprio da Prestadora, devendo nele constar, no mí- bilite ao usuário ter acesso a todos os serviços disponíveis e ser
nimo, as seguintes informações: atendido em todas suas solicitações e reclamações.
I - identificação do usuário responsável; §2o A Prestadora deverá dispensar atendimento prioritário,
II - endereço da unidade usuária; por meio de serviços individualizados que assegurem tratamen-
III - código de identificação da unidade usuária; to diferenciado e atendimento imediato, a pessoas portadoras

281
LEGISLAÇÃO
de necessidades especiais, idosos com idade igual ou superior §2o A Prestadora deverá elaborar instrumentos de gestão de
a 60 (sessenta) anos, gestantes, lactantes e às pessoas acompa- riscos, contemplando medidas de contingência, enfrentamento
nhadas por crianças de colo, nos termos da Lei Federal 10.048, de situações emergenciais, dentre outros, inclusive medidas de
de 08/11/2000. racionamento, nos sistemas por ela operados, nos moldes defi-
Art. 126 A Prestadora deverá dispor de sistema para aten- nidos em Resolução específica do Ente Regulador.
dimento aos usuários por telefone durante 24 (vinte e quatro) §3o Os planos de emergência e de contingência deverão
horas por dia, inclusive sábados, domingos e feriados, devendo contemplar ações que garantam o abastecimento quando o
a solicitação ou a reclamação apresentada ser convenientemen- tempo de interrupção for superior a 24 (vinte quatro) horas.
te registrada e numerada. Art. 132 Na prestação dos serviços públicos de abastecimen-
§1o Os usuários terão à sua disposição, nos escritórios e to de água e de esgotamento sanitário, a Prestadora assegurará
locais de atendimento, em local de fácil visualização e acesso, aos usuários, dentre outros, o direito de receber o ressarcimen-
exemplares desta Resolução, para conhecimento ou consulta. to dos danos que porventura lhes sejam causados.
§2o A Prestadora deverá manter em todos os postos de §1o O ressarcimento, quando cabível, deverá ser pago no
atendimento, em local de fácil visualização e acesso, formulário prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da data da constatação da
próprio para possibilitar a manifestação por escrito dos usuá- responsabilidade.
rios, devendo, para o caso de solicitações ou reclamações, ob- §2o O direito de reclamar pelos danos causados caduca 90
servar os prazos e condições estabelecidas na Tabela de Preços (noventa) dias após a ocorrência do fato gerador.
e na Tabela de Prazos dos Serviços da Prestadora, homologada §3o Os custos da comprovação dos danos são de responsa-
pela AGERSA. bilidade da Prestadora.
Art. 127 A Prestadora deverá comunicar ao usuário, no pra- Art. 133 A Prestadora notificará a autoridade competente
zo estabelecido na Tabela de Prazos dos Serviços quais as pro- quando identificar, em imóveis atendidos com rede pública de
vidências adotadas quanto às suas solicitações e reclamações. distribuição de água, a existência de fonte alternativa de abaste-
§1o Sempre que o atendimento não puder ser efetuado de cimento em desacordo com a legislação pertinente.
imediato, a Prestadora deverá informar o respectivo número do
protocolo quando da formulação da solicitação ou reclamação. SEÇÃO II
§2o A Prestadora deverá manter registro atualizado das re- DOS USUÁRIOS
clamações e solicitações dos usuários, com anotação da data e
do motivo. Art. 134 É de responsabilidade do usuário a adequação téc-
Art. 128 A Prestadora deverá prestar todas as informações nica, a manutenção e a segurança das instalações internas da
solicitadas pelo usuário referentes ao serviço, inclusive quanto unidade usuária, situadas além do ponto de entrega e/ou de co-
às tarifas em vigor, o número e a data da Resolução que as hou- leta.
ver homologado, bem como sobre os critérios de faturamento. Parágrafo único. A Prestadora não será responsável, ainda
§1o As tarifas serão fixadas de forma clara e objetiva, de- que tenha procedido a vistoria, por danos causados a pessoas ou
vendo os reajustes e as revisões serem tornados públicos com bens decorrentes de defeitos ou vícios nas instalações internas
antecedência mínima de 30 (trinta) dias com relação à sua apli- do usuário, bem como de sua má utilização.
cação. Art. 135 O usuário será responsável, na qualidade de depo-
§2o A tabela com os valores dos serviços cobráveis, referida sitário a título gratuito, pela custódia do padrão de ligação de
no §5o do art. 104, deverá estar acessível nos postos de aten- água e dos equipamentos de medição e outros dispositivos da
dimento próprios e terceirizados, em local de fácil visualização, Prestadora, de acordo com suas normas procedimentais.
devendo a Prestadora adotar, complementarmente, outras for- Art. 136 É vedada toda e qualquer construção sobre aduto-
mas de divulgação adequadas. ras, redes e dentro dos limites da faixa de servidão.
Art. 129 Os tempos de atendimento às solicitações e às re-
clamações apresentadas pelos usuários serão medidos conside- CAPÍTULO XIX
rando como parâmetros o momento da notificação à Prestadora DO ENCERRAMENTO DA RELAÇÃO CONTRATUAL
e o da regularização ou do encerramento do serviço.
Art. 130 A Prestadora deverá promover campanhas de redu- Art. 137 O encerramento da relação contratual entre a Pres-
ção do desperdício de água, de utilização racional da água trata- tadora e o usuário será efetuado:
da, de uso adequado das instalações sanitárias, de preservação I - por ação do usuário, mediante pedido de desligamento
do meio ambiente, de regularização de ligações, de divulgação da unidade usuária, observado o cumprimento das obrigações
de direitos e deveres dos usuários, bem como de outras con- previstas nos contratos, de uso do sistema e de adesão, confor-
cernentes ao desempennho eficiente e sustentável dos serviços. me o caso; e
Art. 131 A Prestadora é responsável pela prestação adequa- II - por ação da Prestadora, quando houver pedido de liga-
da de serviços a todos os usuários, satisfazendo as condições de ção formulado por novo interessado referente à mesma unidade
regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, usuária.
generalidade, modicidade das tarifas, cortesia na prestação e Parágrafo único. No caso referido no inciso I, a condição de
prestando as informações para a defesa de interesses individu- unidade usuária desativada deverá constar do cadastro até que
ais e coletivos. seja restabelecida a prestação dos serviços em decorrência da
§1o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a formulação de novo pedido de ligação.
interrupção efetuada por motivo de manutenção, nos termos
dos arts. 113 a 115 desta Resolução.

282
LEGISLAÇÃO
CAPÍTULO XX formidade com a Lei Federal 8.078, de 11/09/1990, a Lei Federal
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 11.445, de 05/01/2007, o Decreto Federal 7.217, de 21/06/2010,
a Lei Estadual 7.307, de 23/01/1998, o Decreto Estadual 7.765,
Art. 138 A requerimento do interessado, para efeito de con- de 08/03/2000, a Lei Estadual 11.172, de 01/12/2008, a Lei
cessão do “Habite-se” pelo órgão municipal competente, será Estadual 12.602, de 29/11/2012, a Resolução AGERSA n° 002,
fornecida pela Prestadora a declaração de que: de 17 de julho de 2017, e futuras alterações, aderem de forma
I - o imóvel é atendido, em caráter definitivo, pelo sistema integral, a este Contrato de Prestação de Serviços Públicos de
público de abastecimento de água; Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário, na forma
II - o imóvel é atendido, em caráter definitivo, pelo sistema de Contrato de Adesão, que será regido pelas seguintes cláusu-
público de esgotamento sanitário; ou las e condições:
III - o imóvel não é atendido pelo sistema público de esgo-
tamento sanitário. CLÁUSULA PRIMEIRA - DO OBJETO
Art. 139 Os usuários, individualmente, ou por meio de as- Constitui objeto deste contrato o fornecimento de água tra-
sociações, ou, ainda, de outras formas de participação previstas tada ao usuário e/ou a coleta e a destinação final de seus esgo-
em lei, poderão, para defesa de seus interesses, solicitar infor- tos sanitários pela EMBASA.
mações e encaminhar sugestões, elogios, denúncias e reclama-
ções à Prestadora ou ao Ente Regulador, assim como poderão CLÁUSULA SEGUNDA - DAS DEFINIÇÕES
ser instados a cooperar na fiscalização da Prestadora. Para os fins e efeitos deste Contrato são adotadas as seguin-
Art. 140 A Prestadora deverá observar o princípio da iso- tes definições, sem prejuízo das demais previstas na legislação
nomia em todas as decisões que lhe foram facultadas nesta setorial, em especial, na Resolução AGERSA n° 002, de 17 de ju-
Resolução, adotando procedimento único para toda a área de lho de 2017:
delegação. - Abastecimento de água: fornecimento de água potável ao
Art. 141 Cabe à AGERSA resolver os casos omissos ou as dú- usuário final, por meio de ligação à rede distribuidora ou, transi-
vidas suscitadas na aplicação desta Resolução, inclusive decidin- toriamente, por meio de soluções ou fontes coletivas alternati-
do em segunda instância sobre pendências da Prestadora com vas como as torneiras públicas, os chafarizes, os poços comuni-
os usuários. tários e os veículos transportadores exclusivos;
Parágrafo único. Na solução desses casos, a AGERSA poderá - Aferição do hidrômetro: verificação metrológica que tem
considerar o que dispuserem as normas e os procedimentos da por objetivo atestar a confiabilidade do instrumento medidor,
Prestadora. por meio da utilização de padrões certificados para comparação
Art. 142 Não será permitida a remissão de dívidas, a pres- e confronto dos resultados, consideradas as faixas de aceitação;
tação de serviços gratuitos, nem a prestação de serviços com - AGERSA: Agência Reguladora de Saneamento Básico do Es-
abatimento de preços, exceto aqueles já previstos na estrutura tado da Bahia é uma Autarquia em Regime Especial, criada pela
tarifária homologada pela AGERSA. Lei 12.602 de 29 de novembro de 2012, e vinculada à Secretaria
Art. 143 Na contagem dos prazos, excluir-se-á o dia do início de Infraestrutura Hídrica e Saneamento – SIHS, que tem a com-
e se incluirá o do vencimento, devendo-se iniciar e concluir em petência de exercer as atividades de regulação e fiscalização dos
dias úteis. serviços públicos de saneamento básico, mediante delegação,
Art. 144 Integram este regulamento o Anexo I - Modelo de enquanto não houver Ente Regulador criado pelo Município, ou
Contrato de Adesão e o Anexo II - Tabela de Prazos dos Serviços. agrupamento dos Municípios, por meio de cooperação ou coor-
Art. 145 A Tabela de Preços dos Serviços será publicada denação federativa;
através de Resolução específica. - Cadastro: conjunto de informações descritivas, quantita-
Art. 146 Este Regulamento entra em vigor na data de sua tivas e qualitativas, bem como de representações simbólicas e
publicação. gráficas que identifica, caracteriza, classifica, referencia (ponto
Art. 147 Revogam-se as disposições em contrário, em espe- de amarração) e localiza usuários, logradouros, tipos de pavi-
cial a Resolução Coresab nº 001, de 16 de março de 2011. mentação, imóveis e unidades, instalações, elementos, peças e
equipamentos componentes dos sistemas públicos de abasteci-
ANEXO I mento de água e de esgotamento sanitário, inclusive a rede de
CONTRATO DE ADESÃO PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE distribuição e coletoras, necessárias ao faturamento e à cobran-
ABASTECIMENTO DE ÁGUA E DE ESGOTAMENTO SANITÁ- ça, bem como ao planejamento, manutenção e operação dos sis-
RIO temas. O cadastro pode ser técnico ou de usuários;
- Categoria: classificação da unidade usuária de acordo com
Contrato n°................... as características físicas do imóvel e as atividades nele exercidas;
A EMPRESA BAIANA DE ÁGUAS E SANEAMENTO S.A., socie- - Ciclo de faturamento: período compreendido entre medi-
dade de economia mista, instituída pela Lei Estadual 2.929, de ções sucessivas, no qual se apura o consumo da unidade usuária
11 de maio de 1974, empresa responsável pelo abastecimento para o correspondente faturamento;
de água e esgotamento sanitário na área de delegação no Estado - Coleta de esgoto: recolhimento dos efluentes sanitários
da Bahia, com sede na Av. 4a , 420 - Centro Administrativo da das unidades usuárias através de ligação à rede coletora, com
Bahia - CAB, CEP: 41745-300, Salvador - BA, inscrita no CNPJ/MF a finalidade de afastamento, bem como posterior tratamento e
n° 13.504.675/0001-10, doravante denominada EMBASA, de um lançamento adequados, obedecendo à legislação vigente;
lado, e de outro o responsável pela unidade usuária, matrícula - Consumo excedente: volume medido que supere a deman-
........................., situada no município de ............................, Es- da mínima estabelecida para uma unidade usuária, considerada
tado da Bahia, doravante denominado USUÁRIO, e quando am- a sua categoria;
bos forem referidos em conjunto denominados PARTES, em con-

283
LEGISLAÇÃO
- Consumo faturado: apresentado na fatura, é o valor consi- - Interrupção do fornecimento: é o desligamento da liga-
derado como consumido e utilizado no cálculo do valor devido ção de água para o imóvel, com a retirada total ou parcial dos
pela prestação dos serviços de abastecimento de água e/ou de equipamentos e conexões, sempre que o usuário não cumprir as
esgotamento sanitário; suas obrigações ou a pedido do mesmo;
- Consumo medido/efetivo: consumo medido no hidrôme- - Ligação: conexão estabelecida entre o ponto de entrega
tro em um determinado ciclo de faturamento; de água ou o ponto de coleta de esgoto e as instalações prediais
- Consumo médio: média aritmética dos consumos reais de da unidade usuária, exclusivamente realizada pela Prestadora;
um determinado período; - Ligação clandestina: ligação realizada por pessoa diversa
- Consumo mínimo: menor volume a ser faturado por eco- da da Prestadora, que configura a utilização irregular dos servi-
nomia, em metros cúbicos mensais, definido pela AGERSA; ços públicos de abastecimento de água e/ou de coleta de esgoto
- Contrato de abastecimento de água e/ou de esgotamento por imóvel não cadastrado;
sanitário: instrumento pelo qual a Prestadora e o usuário ajus- - Ligação temporária: ligação de abastecimento de água e/
tam as características técnicas e as condições de prestação dos ou de esgotamento sanitário de caráter transitório, para aten-
referidos serviços, segundo os atos da AGERSA; der necessidade provisória, por tempo definido;
- Contrato de adesão: contrato de fornecimento de água e/ - Matrícula: número de registro da unidade usuária junto à
ou de esgotamento sanitário padronizado, cujas cláusulas estão Prestadora;
vinculadas às normas e aos regulamentos, conforme modelo - Padrão de ligação de água: conjunto constituído pela caixa,
aprovado pela AGERSA, que determina os vínculos obrigacionais cavalete, registro e dispositivos de controle ou de medição de
entre as partes, bem como seus direitos e deveres, não poden- consumo;
do seu conteúdo ser modificado pelo Prestador dos serviços ou - Ponto de coleta de esgoto: ponto de conexão do ramal pre-
pelo contratante; dial de esgoto com as instalações prediais do usuário (coletor
- Economia: imóvel ou subdivisão de imóvel, com numera- predial), localizado em uma caixa de ligação, caracterizando-se
ção própria, caracterizada como unidade autônoma de consu- como o limite de responsabilidade da Prestadora do serviço de
mo, de qualquer categoria, atendida por ramal próprio ou com- esgotamento sanitário;
partilhado;
- Ponto de entrega de água: ponto de conexão do ramal pre-
- Ente Regulador: entidade criada por lei responsável pela
dial de água com as instalações prediais do usuário (alimentador
regulação e pela fiscalização das condições de fornecimento de
predial), caracterizando-se como o limite de responsabilidade
água e de esgotamento sanitário;
da Prestadora do serviço de abastecimento de água;
- Esgotamento sanitário: serviço público constituído pelas
- Prestadora: pessoa jurídica responsável pela execução dos
atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta,
serviços públicos de abastecimento de água e/ou de esgotamen-
transporte, recalque, tratamento e disposição final adequada
to sanitário, regulada e fiscalizada por um Ente Regulador;
dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até a disposi-
- Ramal predial de água: conjunto de tubulações e peças es-
ção final no meio ambiente;
peciais situadas entre a rede pública de abastecimento de água
- Estrutura tarifária: definição de como as tarifas são fixadas
e distribuídas entre os diferentes grupos ou categorias, de acor- e o ponto de entrega de água, de responsabilidade da Prestado-
do com as características e a utilização dos imóveis, para fins de ra, que o dimensiona, executa, mantém e repara;
remuneração pela prestação dos serviços públicos de abasteci- - Ramal predial de esgoto: conjunto de tubulações e peças
mento de água e de esgotamento sanitário, com base no volu- especiais situadas entre a rede pública de esgotamento sanitário
me consumido de água, podendo ser progressiva, em razão do e o ponto de coleta de esgoto, de responsabilidade da Prestado-
consumo; ra, que o dimensiona, executa, mantém e repara;
- Fatura: documento comercial que apresenta o valor devido - Religação: procedimento efetuado pela Prestadora para
pela prestação do serviço público de abastecimento de água e/ restabelecer o abastecimento de água para a unidade usuária
ou de esgotamento sanitário, bem como de outros serviços, re- após a interrupção no seu fornecimento, promovida também
ferente a um período especificado, discriminando-se as parcelas pela Prestadora;
correspondentes; - Reservatório predial: componente da instalação predial de
- Fossas sépticas: forma de disposição composta por unida- água, destinado ao armazenamento de água para um imóvel;
des de tratamento primário do esgoto doméstico nas quais são - Tarifa: prestação pecuniária devida pelos usuários dos
feitas a separação da parte líquida e a transformação físico- quí- serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário,
mica da matéria sólida contida no efluente, para reduzir a sua estipulada com base numa estrutura de remuneração e de co-
demanda bioquímica de oxigênio. Não se confunde com o es- brança, homologada pela AGERSA, cuja valor pode ser fixo ou
goto a céu aberto e as fossas rudimentares, também chamadas variável em um determinado período de apuração, segundo fai-
fossas “negras”; xas de consumo e categoria de usuário;
- Hidrômetro: equipamento instalado no ponto de entrega, - Tabela de Preços dos Serviços: documento em que cons-
destinado a medir e registrar, contínua e cumulativamente, o tam os preços cobrados pela execução de serviços especiais pela
volume de água fornecido; Prestadora, sujeito a reajuste e revisão periódicas;
- Instalação predial de água: conjunto de tubulações, inclu- - Tabela de Prazos dos Serviços: documento em que cons-
sive o alimentador predial, reservatórios, equipamentos, peças tam os prazos máximos para a execução de serviços especiais
e dispositivos localizados após o ponto de entrega de água (ca- pela Prestadora;
valete), de responsabilidade do usuário; - Unidade usuária: economia ou conjunto de economias
- Instalação predial de esgoto: conjunto de tubulações, co- atendida por meio de uma única ligação de água e/ou de esgoto;
nexões, aparelhos, equipamentos e acessórios, localizados no - Usuário: usuário efetivo ou usuário responsável;
prédio ou no seu entorno, antes do ponto de coleta, de respon-
sabilidade do usuário;

284
LEGISLAÇÃO
- Usuário efetivo: pessoa física que de fato utiliza os servi- 4.8. Ser informado(a), por meio de correspondência própria
ços de abastecimento de água e/ou de esgotamento sanitário e ou de destaque nas Notas Fiscais/Faturas, sobre possíveis débi-
que está sujeita às normas legais, regulamentares e contratuais tos.
decorrentes de tal uso; 4.9. Ser informado sobre os valores faturados, cabendo re-
- Usuário responsável: pessoa física ou jurídica, ou comu- clamação e ressarcimento em dobro de itens pagos indevida-
nhão de fato ou de direito, legalmente representada, usuário mente.
efetivo ou potencial dos serviços de abastecimento de água e/ 4.10. Ser atendido em suas solicitações e reclamações sem
ou de esgotamento sanitário, que celebra contrato específico ter que se deslocar do município onde se encontra a unidade
ou de adesão, responsável pelo pagamento das faturas relati- usuária.
vas aos serviços prestados e pelas demais obrigações fixadas em 4.11. Ser informado do percentual de reajuste da tarifa com
normas legais, regulamentares e contratuais. antecedência mínima de 30 (trinta) dias com relação à sua apli-
cação, da data de início de sua vigência, bem como de quaisquer
CLÁUSULA TERCEIRA - DOS PREÇOS E DO PRAZO DE VIGÊN- alterações ou revisões na estrutura tarifária que afetem ou mo-
CIA difiquem sua classificação e/ou categoria.
3.1. Pelo fornecimento de água e pela coleta e destinação 4.12. Ter prévio conhecimento sobre as penalidades e in-
final do esgoto, o usuário pagará à EMBASA fatura mensal, com terrupções programadas dos serviços, estas com a antecedência
base na estrutura tarifária vigente no período do consumo, po- mínima de 48 (quarenta e oito) horas;
dendo-se incluir, de forma discriminada, a cobrança de multa, 4.13. Ter restabelecido o abastecimento de água e/ou a co-
juros e correção monetária, além de outros itens decorrentes leta de esgoto, quando cessado o motivo da interrupção e/ou
de solicitação do usuário, bem como penalidades por infrações tiver pagado os débitos pendentes, de acordo com as condições
cometidas e devidamente apuradas. e prazos estabelecidos.
3.2.Os valores das tarifas para o fornecimento de água e/ou 4.14. Ser informado, por escrito, com antecedência mínima
de esgotamento sanitário relativas ao presente Contrato serão de 30 (trinta) dias, sobre a possibilidade da interrupção de for-
reajustados e/ou revisados, com base em Resolução da AGERSA, necimento de água por falta de pagamento.
atendendo aos termos do Contrato firmado com o município ou 4.15. Ter os serviços restabelecidos, no caso de interrupção
consórcio de municípios. indevida, sem quaisquer despesas, no prazo máximo de até 6
3.3. Para as faturas de prestação de serviços pagas com (seis) horas, a partir da constatação pela EMBASA ou da infor-
atraso será aplicado o índice INPC - Índice Nacional de Preços ao mação do usuário.
Consumidor, a título de correção (atualização) monetária, acres- 4.16. Ter os serviços restabelecidos no prazo de até 48 (qua-
cidas de juros de mora de 0,033% (trinta e três centésimos por renta e oito horas), após comprovação do pagamento dos débi-
cento) por dia de atraso, sem prejuízo da aplicação de multa de tos pendentes.
2% (dois por cento) sobre o valor da fatura. 4.17. Ser informado, com antecedência mínima de 48 (qua-
3.4. O presente contrato vigorará por prazo indeterminado, renta e oito) horas, sobre a ocorrência de interrupções progra-
contado a partir de seu recebimento pelo usuário, podendo ser madas, pelos meios de comunicação, de forma ampla.
encerrado no caso de ocorrência de uma das situações previstas 4.18. Ter à sua disposição, para conhecimento, o Regula-
em sua Cláusula Nona. mento da Prestação de Serviços instituído pela AGERSA.
4.19. Ter, mediante comprovação da relação locatícia, a pe-
CLÁUSULA QUARTA - DOS DIREITOS DO USUÁRIO dido do proprietário do imóvel, ou do locatário, a transferência
4.1. Receber a prestação de serviços de abastecimento de da responsabilidade pelas obrigações legais e regulamentares
água e/ou de esgotamento sanitário de forma adequada, nos referentes aos serviços de água e/ou de esgoto para o nome do
padrões de qualidade e continuidade estabelecidos na legisla- locatário/sublocatário.
ção e normas vigentes. 4.20. Ser ressarcido(a), quando couber, pelo conserto ou
4.2. Receber, periodicamente, na fatura, informações rela- pela reposição de bens materiais danificados em função de ocor-
tivas à qualidade da água fornecida e tabela com os padrões de rências irregulares decorrentes do abastecimento de água e/ou
referência, conforme legislação vigente. de esgotamento sanitário quando solicitado e ficar comprovada
4.3. Ter o serviço de atendimento telefônico disponível a responsabilidade da Prestadora.
24 (vinte e quatro) horas por dia para a solução de problemas 4.21. Ter restaurados os passeios e os revestimentos nos lo-
emergenciais. gradouros públicos, danificados em decorrência de intervenções
4.4. Ser orientado sobre a importância e o uso adequado no ramal predial de água ou de esgoto.
dos produtos disponibilizados, de modo a reduzir desperdícios e 4.22. Receber anualmente da Prestadora recibo de quitação
a garantir a segurança na sua utilização. ou atestado de existência de débitos pendentes relativos aos
4.5. Ter a fatura emitida com base na atividade exercida na serviços prestados no exercício anterior.
unidade usuária e no consumo medido, ou, na impossibilidade 4.23. Ter assegurado o cumprimento de prazos e normas re-
deste, no consumo estimado, conforme critérios estabelecidos gulamentares pela Prestadora.
pela AGERSA. 4.24. Receber comunicados e instruções com a utilização de
4.6. Escolher a data de vencimento, dentro do mês, entre linguagem simples e compreensível, evitando o uso de siglas,
um mínimo de 06 (seis) opções disponibilizadas. jargões e estrangeirismos.
4.7. Receber a fatura, no mínimo, 05 (cinco) dias úteis antes 4.25. Ter assegurada a vedação da exigência de nova prova
de seu vencimento. Quando a unidade usuária for classificada sobre fato já comprovado em documentação válida apresenta-
como Categoria de Uso Pública, a antecedência será de 10 (dez) da.
dias úteis em relação à data do vencimento.

285
LEGISLAÇÃO
4.26. Obter acesso e informações relativas à sua pessoa 5.9. Manter os dados cadastrais atualizados junto à EMBA-
constantes de registros ou bancos de dados, observado o dis- SA, informando quaisquer alterações na unidade usuária, prin-
posto no inciso X do caput do art. 5º da Constituição Federal e cipalmente nos casos de mudança de atividade e/ou alteração
na Lei nº 12.527, de 18/11/2011. de titularidade (venda, locação, entre outros), neste último sob
4.27. Ter protegidas suas informações pessoais, nos termos pena de se manter responsável por todas as obrigações referen-
da Lei nº 12.527, de 18/11/2011. tes à unidade usuária.
4.28. Obter informações precisas e de fácil acesso nos locais 5.10. Proceder à adaptação para instalação de sistemas indi-
de prestação do serviço, assim como sua disponibilização na in- vidualizados de fornecimento de água e leitura de hidrômetros,
ternet, especialmente sobre: conforme padrão da EMBASA, quando optar por essa modalida-
I - o horário de funcionamento das unidades administrati- de de medição.
vas; 5.11. Informar o número do CPF/CNPJ quando das reclama-
II - os serviços prestados pela EMBASA, sua localização exata ções e/ou solicitações de informações à EMBASA, relativas à uni-
e a indicação do setor responsável pelo atendimento ao público; dade usuária sob sua responsabilidade.
III - o acesso direto ao agente público ou ao setor encarrega- 5.12. Responder, na forma da lei, por declarações falsas ou
do de receber manifestações; omissão de informações quanto à natureza da atividade desen-
IV - os requisitos, documentos, formas e informações neces- volvida na unidade usuária e a finalidade da utilização da água,
sárias para acessar um determinado serviço; bem como, as alterações supervenientes que importarem em
V - as principais etapas para o atendimento final do serviço; reclassificação.
VI - a situação da tramitação dos requerimentos ou procedi- 5.13. Responsabilizar-se pelo aumento de consumo decor-
mentos em que figure como interessado; e rente de vazamento na rede interna do imóvel, bem como as
VII - o valor das tarifas cobradas pela prestação dos serviços, providências para o conserto.
contendo informações para a compreensão exata da extensão 5.14. Responsabilizar-se pelos prejuízos causados e demais
do serviço prestado. custos administrativos, quando comprovado qualquer caso de
prática irregular, revenda ou abastecimento de água por tercei-
CLÁUSULA QUINTA - DOS DEVERES DO USUÁRIO ros, ligação clandestina, religação à revelia, deficiência técnica
5.1. Providenciar, obrigatoriamente, a ligação predial de es- e/ou de segurança e danos causados nas instalações da EMBA-
goto à rede coletora quando houver ou seja entregue, mesmo SA.
que o imóvel não esteja interligado ao sistema de abastecimen-
to de água da Prestadora. CLÁUSULA SEXTA - DAS PRINCIPAIS PROIBIÇÕES
5.2. Manter a adequação técnica e a segurança das instala- Constituem infrações, estando o usuário infrator sujeito a
ções internas da unidade usuária, de acordo com as normas e multas, interrupção do fornecimento e demais sanções previs-
os procedimentos da Associação Brasileira de Normas Técnicas
tas:
- ABNT, bem como os termos e as condições estabelecidos no
6.1. Lançar na rede de esgotos sanitários águas pluviais, des-
Regulamento de Serviços e demais legislações pertinentes.
pejos que exijam tratamento prévio, resíduos sólidos e outras
5.3. Responder pela guarda e integridade dos equipamen-
substâncias que, por seus produtos de decomposição ou con-
tos de medição e demais componentes, quando instalados na
taminação, possam ocasionar riscos à saúde coletiva e/ou ao
unidade usuária, efetuando o devido registro junto à autoridade
meio ambiente, obstruções ou incrustações nas canalizações de
policial no caso de danos ocasionados por terceiros ou furto dos
esgotos.
equipamentos instalados.
6.2. Instalar sistema próprio de produção de água, bem
5.4. Permitir a entrada de empregados, prepostos e repre-
sentantes da EMBASA, devidamente identificados, para fins de como a contratação com terceiros, ainda que a título precário,
inspeção, cadastro, leitura ou substituição de hidrômetro, de- sem prévia e expressa autorização das autoridades competen-
vendo ainda, prestar informações quando solicitadas pela EM- tes.
BASA. 6.3. Misturar a água tratada, fornecida pela EMBASA, com
5.5. Informar à EMBASA a ocorrência de vazamento externo, outras que não sejam provenientes do sistema da Prestadora,
extravasamento de esgotos e outros fatos que possam afetar a assumindo em relação a estas, total e exclusiva responsabilida-
comunidade e as atividades de abastecimento de água ou a co- de.
leta e o destino final do esgoto. 6.4. Ceder, seja a que título for, água para outros imóveis
5.6. Ter reservatório domiciliar com o objetivo de manter ou a terceiros, que deverá ser unicamente utilizada de forma
uma reserva mínima de água para suprir suas necessidades por restrita na unidade usuária.
um período mínimo de 24 horas, inclusive reservatório inferior e 6.5. Cometer infrações às normas e aos procedimentos, en-
conjunto motor-bomba para elevação da água, quando se tratar volvendo a prática irregular de intervenção no ramal predial,
de imóvel com mais de um pavimento. padrão, revenda e abastecimento a terceiros, bem como, outras
5.7. Proceder à higienização de seu reservatório domici- previstas nas normas de regulação, sob pena de ser responsabi-
liar, limpando-o e desinfectando-o periodicamente, sendo de lizado judicialmente e ter o fornecimento interrompido, sujei-
responsabilidade do usuário a qualidade da água fornecida nas tando-se ao pagamento de multas.
dependências internas do imóvel, após o ponto de entrega da 6.6. O cometimento de qualquer infração enumerada nesta
EMBASA. Cláusula sujeitará o infrator ao pagamento de multa e ao ressar-
5.8. Pagar a fatura até a data do vencimento. Ocorrendo cimento dos prejuízos arcados pela Prestadora, conforme segue:
atraso de pagamento, sobre o valor incidirá multa, juros e atua- A multa será o maior dos valores dentre:
lização monetária na forma legal, conforme indicado na Cláusula I - 10% do valor do ressarcimento devido; ou
Terceira, item 3.3 deste contrato, sujeitando-se às penalidades II - valor mínimo por infração, equivalente a:
cabíveis, inclusive a inclusão no Cadastro de Inadimplentes dos a) 10% do valor da fatura seguinte à constatação da irregu-
Serviços de Proteção ao Crédito. laridade; ou

286
LEGISLAÇÃO
b) 20% do valor da fatura seguinte à cessação da irregula- 10.2. O hidrômetro existente no padrão de ligação instalado
ridade. no ponto de entrega é de propriedade da EMBASA. Se adquirido
6.7. O cálculo do ressarcimento retroagirá a, no máximo, 12 pelo usuário, deve atender às normas técnicas vigentes e ser
(doze) meses, contados a partir da data de constatação da irre- doado à EMBASA, mediante “Termo de Doação”, excetuados os
gularidade. casos de Sistemas de Medição Individualizada de Água.
10.3. Caso o usuário tenha solicitações ou reclamações de-
CLÁUSULA SÉTIMA - DA INTERRUPÇÃO DOS SERVIÇOS verá fazê-las à EMBASA e, não concordando com o resultado
7.1. Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a obtido, tem o direito de apresentar recurso ao Ente Regulador.
sua interrupção em situação de emergência, por razões de or- 10.4. Os casos omissos serão resolvidos com base nas nor-
dem técnica ou de segurança das instalações. mas de regulação vigentes.
7.2. A EMBASA poderá interromper a prestação de serviços, 10.5. Este contrato obriga as partes e seus sucessores e ces-
sem incorrer em qualquer penalidade, indenização ou responsa- sionários autorizados.
bilidade por possíveis prejuízos que possam advir, nas seguintes
hipóteses: CLÁUSULA DÉCIMA PRIMEIRA - DO FORO
I - pela utilização de artifícios ou qualquer outro meio frau- Fica eleito o foro da Comarca onde estiver situada a Unidade
dulento, ou ainda, prática de violência nos equipamentos de me- Usuária ou do domicílio do usuário, para dirimir quaisquer ques-
dição e lacres, pelo usuário, com intuito de provocar alterações tões oriundas deste contrato, com expressa renúncia a qualquer
nas condições de abastecimento ou de medição, bem como o outro, por mais privilegiado que seja.
descumprimento das normas que regem a prestação do serviço
público de água; ANEXO II
II - pela revenda ou abastecimento de água a terceiros; TABELA DE PRAZOS DOS SERVIÇOS
III - por ligação clandestina ou religação à revelia;
IV - por solicitação do usuário; SERVIÇO PRAZO MÁXIMO (EM DIAS
V - pela instalação de dispositivo na rede distribuidora; ÚTEIS)
VI - pelo final do período de vigência da ligação temporária;
VII - pela interdição judicial ou administrativa pelo Poder Aferição de Hidrômetro 10 dias (RMS1) 20 dias (de-
Público; mais cidades)
VIII - por inadimplemento do usuário do pagamento da nota Análise Bacteriológica (coli- 10 dias
fiscal/fatura; formes termotolerantes, to-
IX - por impedimento, pelo usuário, de instalação do medi- tais e heterotróficos)
dor ou de acesso de empregados, prespostos e representantes Análise de Projetos2 75 dias
da Prestadora a este.
Descarga de caminhão Limpa Imediato
Fossa
CLÁUSULA OITAVA - DA COBRANÇA POR OUTROS SERVI-
ÇOS Entrega de conta em endere- Imediato
8.1. A EMBASA poderá: ço alternativo
I - executar serviços que não sejam o de abastecimento de Estudo de Viabilidade Técni- 45 dias
água e/ou de esgotamento sanitário, desde que o usuário decida ca3
contratá-los; Fornecimento de 2ª via de Imediato
II - incluir na Nota Fiscal/Fatura de água e/ou esgoto, de for- conta
ma discriminada, a cobrança de outros serviços solicitados pelo
USUÁRIO. Fornecimento de água para Imediato
Carro Pipa
CLÁUSULA NONA - DA RESCISÃO Fornecimento de Certidão de Imediato
Este contrato poderá ser rescindido nas seguintes situações: Débito
9.1. por ação do usuário, mediante pedido de desligamento Inspeção Técnica 5 dias
da unidade usuária, observado o cumprimento das obrigações
previstas no regulamento dos serviços; Ligação Intradomiciliar de es- 20 dias
goto
9.2. quando da transferência ou mudança de titularidade do
imóvel; Ligação/Ampliação de Ramal 10 dias
9.3. por ação do Poder Público, quando do encerramento da Predial de Água
Delegação ou do Contrato celebrado com a Prestadora respon- Reabertura com recuperação 10 dias
sável pelo fornecimento de água e/ou esgotamento sanitário. de ligação suprimida total ou
parcialmente
CLÁUSULA DÉCIMA - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Reabertura de Ligação (reli- 16 horas úteis (normal) 8 ho-
10.1. O fornecimento de água, a coleta e a destinação final
gação):4 ras úteis (urgente)
de esgotos e os demais serviços prestados pela EMBASA carac-
terizam negócio jurídico de natureza contratual, incumbindo ao Recomposição de Passeio5 10 dias
usuário responsável todas as obrigações dele decorrentes, in- por m²
clusive as pecuniárias, conforme assim dispõem as normas de Recomposição de Pavimento 10 dias
regulação. por m²

287
LEGISLAÇÃO

Segunda vistoria para libera- 3 dias de novembro de 2003 , para alterar o nome e as atribuições do
ção de ligação cargo de Especialista em Recursos Hídricos, a Lei nº 11.107, de 6
de abril de 2005 , para vedar a prestação por contrato de progra-
Interrupção do fornecimento 5 dias ma dos serviços públicos de que trata o art. 175 da Constituição
de água por solicitação do Federal , a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007 , para aprimo-
usuário rar as condições estruturais do saneamento básico no País, a Lei
Transferência do Ramal e/ou 10 dias nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 , para tratar de prazos para a
do Hidrômetro disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, a Lei nº
13.089, de 12 de janeiro de 2015 (Estatuto da Metrópole), para
1 A Região Metropolitana de Salvador compreende os mu- estender seu âmbito de aplicação a unidades regionais, e a Lei
nicípios de Camaçari, Candeias, Dias d’Ávila, Itaparica, Lauro de nº 13.529, de 4 de dezembro de 2017 , para autorizar a União a
Freitas, Madre de Deus, Mata de São João, Pojuca, Salvador, São participar de fundo com a finalidade exclusiva de financiar servi-
Francisco do Conde, São Sebastião do Passé, Simões Filho e Vera ços técnicos especializados.
Cruz. Art. 2º A ementa da Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000 ,
2 Os prazos poderão ser ampliados em função da necessida- passa a vigorar com a seguinte redação:
de de complementação de dados pelo solicitante. “Dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas e
3 Os prazos poderão ser ampliados em função da necessida- Saneamento Básico (ANA), entidade federal de implementação
de de complementação de dados pelo solicitante. da Política Nacional de Recursos Hídricos, integrante do Siste-
4 O serviço REABERTURA DE LIGAÇÃO deve ser solicitado no ma Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh)
horário de atendimento comercial daEMBASA. Para as solicita- e responsável pela instituição de normas de referência para a
ções efetuadas após as 16:00, a contagem do prazo de atendi- regulação dos serviços públicos de saneamento básico.”
mento será iniciada a partir das 08:00 do primeiro dia útil sub- Art. 3º A Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000 , passa a vigo-
sequente. rar com as seguintes alterações:
5 O serviço RECOMPOSIÇÃO DE PASSEIO, quando fora do “Art. 1º Esta Lei cria a Agência Nacional de Águas e Sane-
padrão, será efetuado pela EMBASA mediante apresentação de amento Básico (ANA), entidade federal de implementação da
orçamento ou efetuado sob a responsabilidade e às expensas do Política Nacional de Recursos Hídricos, integrante do Sistema
próprio usuário. Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh) e
responsável pela instituição de normas de referência para a re-
gulação dos serviços públicos de saneamento básico, e estabele-
LEI Nº 14.026 DE 15 DE JULHO DE 2020 - ATUALIZA O ce regras para sua atuação, sua estrutura administrativa e suas
MARCO LEGAL DO SANEAMENTO BÁSICO E ALTERA A fontes de recursos.” (NR)
LEI Nº 9.984, DE 17 DE JULHO DE 2000 “Art. 3º Fica criada a Agência Nacional de Águas e Sanea-
mento Básico (ANA), autarquia sob regime especial, com auto-
LEI Nº 14.026, DE 15 DE JULHO DE 2020 nomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do
Desenvolvimento Regional, integrante do Sistema Nacional de
Atualiza o marco legal do saneamento básico e altera a Lei Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh), com a finalidade
nº 9.984, de 17 de julho de 2000, para atribuir à Agência Na- de implementar, no âmbito de suas competências, a Política Na-
cional de Águas e Saneamento Básico (ANA) competência para cional de Recursos Hídricos e de instituir normas de referência
editar normas de referência sobre o serviço de saneamento, para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico.
a Lei nº 10.768, de 19 de novembro de 2003, para alterar o .............................................................................................
nome e as atribuições do cargo de Especialista em Recursos ............................” (NR)
Hídricos, a Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005, para vedar a “Art. 4º ................................................................................
prestação por contrato de programa dos serviços públicos de ...............................
que trata o art. 175 da Constituição Federal, a Lei nº 11.445, .............................................................................................
de 5 de janeiro de 2007, para aprimorar as condições estru- .....................................
turais do saneamento básico no País, a Lei nº 12.305, de 2 de XXIII - declarar a situação crítica de escassez quantitativa ou
agosto de 2010, para tratar dos prazos para a disposição final qualitativa de recursos hídricos nos corpos hídricos que impacte
ambientalmente adequada dos rejeitos, a Lei nº 13.089, de 12 o atendimento aos usos múltiplos localizados em rios de domí-
de janeiro de 2015 (Estatuto da Metrópole), para estender seu nio da União, por prazo determinado, com base em estudos e
âmbito de aplicação às microrregiões, e a Lei nº 13.529, de 4 dados de monitoramento, observados os critérios estabelecidos
de dezembro de 2017, para autorizar a União a participar de pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, quando houver; e
fundo com a finalidade exclusiva de financiar serviços técnicos XXIV - estabelecer e fiscalizar o cumprimento de regras de
especializados. uso da água, a fim de assegurar os usos múltiplos durante a vi-
gência da declaração de situação crítica de escassez de recursos
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso hídricos a que se refere o inciso XXIII do caput deste artigo.
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: .............................................................................................
.......................................
Art. 1º Esta Lei atualiza o marco legal do saneamento básico § 2º (Revogado).
e altera a Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000 , para atribuir à .............................................................................................
Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) compe- .......................................
tência para instituir normas de referência para a regulação dos
serviços públicos de saneamento básico, a Lei nº 10.768, de 19

288
LEGISLAÇÃO
§ 9º As regras a que se refere o inciso XXIV do caput deste alidade, da generalidade, da cortesia, da modicidade tarifária,
artigo serão aplicadas aos corpos hídricos abrangidos pela decla- da utilização racional dos recursos hídricos e da universalização
ração de situação crítica de escassez de recursos hídricos a que dos serviços;
se refere o inciso XXIII do caput deste artigo. II - estimular a livre concorrência, a competitividade, a efici-
§ 10. A ANA poderá delegar as competências estabelecidas ência e a sustentabilidade econômica na prestação dos serviços;
nos incisos V e XII do caput deste artigo, por meio de convênio III - estimular a cooperação entre os entes federativos com
ou de outro instrumento, a outros órgãos e entidades da admi- vistas à prestação, à contratação e à regulação dos serviços de
nistração pública federal, estadual e distrital.” (NR) forma adequada e eficiente, a fim de buscar a universalização
“ Art. 4º-A . A ANA instituirá normas de referência para a dos serviços e a modicidade tarifária;
regulação dos serviços públicos de saneamento básico por seus IV - possibilitar a adoção de métodos, técnicas e processos
titulares e suas entidades reguladoras e fiscalizadoras, observa- adequados às peculiaridades locais e regionais;
das as diretrizes para a função de regulação estabelecidas na Lei V - incentivar a regionalização da prestação dos serviços, de
nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007 . modo a contribuir para a viabilidade técnica e econômico-finan-
§ 1º Caberá à ANA estabelecer normas de referência sobre: ceira, a criação de ganhos de escala e de eficiência e a universa-
I - padrões de qualidade e eficiência na prestação, na manu- lização dos serviços;
tenção e na operação dos sistemas de saneamento básico; VI - estabelecer parâmetros e periodicidade mínimos para
II - regulação tarifária dos serviços públicos de saneamento medição do cumprimento das metas de cobertura dos serviços
básico, com vistas a promover a prestação adequada, o uso ra- e do atendimento aos indicadores de qualidade e aos padrões
cional de recursos naturais, o equilíbrio econômico-financeiro e de potabilidade, observadas as peculiaridades contratuais e re-
a universalização do acesso ao saneamento básico; gionais;
III - padronização dos instrumentos negociais de prestação VII - estabelecer critérios limitadores da sobreposição de
de serviços públicos de saneamento básico firmados entre o ti- custos administrativos ou gerenciais a serem pagos pelo usuário
tular do serviço público e o delegatário, os quais contemplarão final, independentemente da configuração de subcontratações
metas de qualidade, eficiência e ampliação da cobertura dos ser- ou de subdelegações; e
viços, bem como especificação da matriz de riscos e dos meca- VIII - assegurar a prestação concomitante dos serviços de
nismos de manutenção do equilíbrio econômico-financeiro das abastecimento de água e de esgotamento sanitário.
atividades; § 4º No processo de instituição das normas de referência,
IV - metas de universalização dos serviços públicos de sane- a ANA:
amento básico para concessões que considerem, entre outras I - avaliará as melhores práticas regulatórias do setor, ouvidas
condições, o nível de cobertura de serviço existente, a viabilida- as entidades encarregadas da regulação e da fiscalização e as en-
de econômico-financeira da expansão da prestação do serviço e tidades representativas dos Municípios;
o número de Municípios atendidos; II - realizará consultas e audiências públicas, de forma a ga-
V - critérios para a contabilidade regulatória; rantir a transparência e a publicidade dos atos, bem como a pos-
sibilitar a análise de impacto regulatório das normas propostas; e
VI - redução progressiva e controle da perda de água;
III - poderá constituir grupos ou comissões de trabalho com
VII - metodologia de cálculo de indenizações devidas em ra-
a participação das entidades reguladoras e fiscalizadoras e das
zão dos investimentos realizados e ainda não amortizados ou
entidades representativas dos Municípios para auxiliar na elabo-
depreciados;
ração das referidas normas.
VIII - governança das entidades reguladoras, conforme prin-
§ 5º A ANA disponibilizará, em caráter voluntário e com su-
cípios estabelecidos no art. 21 da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro
jeição à concordância entre as partes, ação mediadora ou arbi-
de 2007 ;
tral nos conflitos que envolvam titulares, agências reguladoras
IX - reúso dos efluentes sanitários tratados, em conformida-
ou prestadores de serviços públicos de saneamento básico.
de com as normas ambientais e de saúde pública;
§ 6º A ANA avaliará o impacto regulatório e o cumprimento
X - parâmetros para determinação de caducidade na presta- das normas de referência de que trata o § 1º deste artigo pelos
ção dos serviços públicos de saneamento básico; órgãos e pelas entidades responsáveis pela regulação e pela fis-
XI - normas e metas de substituição do sistema unitário pelo calização dos serviços.
sistema separador absoluto de tratamento de efluentes; § 7º No exercício das competências a que se refere este
XII - sistema de avaliação do cumprimento de metas de am- artigo, a ANA zelará pela uniformidade regulatória do setor de
pliação e universalização da cobertura dos serviços públicos de saneamento básico e pela segurança jurídica na prestação e na
saneamento básico; regulação dos serviços, observado o disposto no inciso IV do §
XIII - conteúdo mínimo para a prestação universalizada e 3º deste artigo.
para a sustentabilidade econômico-financeira dos serviços pú- § 8º Para fins do disposto no inciso II do § 1º deste artigo,
blicos de saneamento básico. as normas de referência de regulação tarifária estabelecerão os
§ 2º As normas de referência para a regulação dos servi- mecanismos de subsídios para as populações de baixa renda, a
ços públicos de saneamento básico contemplarão os princípios fim de possibilitar a universalização dos serviços, observado o
estabelecidos no inciso I do caput do art. 2º da Lei nº 11.445, disposto no art. 31 da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007 , e,
de 5 de janeiro de 2007 , e serão instituídas pela ANA de forma quando couber, o compartilhamento dos ganhos de produtivida-
progressiva. de com os usuários dos serviços.
§ 3º As normas de referência para a regulação dos serviços § 9º Para fins do disposto no inciso III do § 1º deste artigo,
públicos de saneamento básico deverão: as normas de referência regulatórias estabelecerão parâmetros
I - promover a prestação adequada dos serviços, com aten- e condições para investimentos que permitam garantir a manu-
dimento pleno aos usuários, observados os princípios da regu- tenção dos níveis de serviços desejados durante a vigência dos
laridade, da continuidade, da eficiência, da segurança, da atu- contratos.

289
LEGISLAÇÃO
§ 10. Caberá à ANA elaborar estudos técnicos para o desen- Parágrafo único. A lotação ou o exercício de servidores de
volvimento das melhores práticas regulatórias para os serviços que trata o caput deste artigo ocorrerá sem prejuízo de outras
públicos de saneamento básico, bem como guias e manuais para medidas de fortalecimento da capacidade institucional.”
subsidiar o desenvolvimento das referidas práticas. Art. 4º A ementa da Lei nº 10.768, de 19 de novembro de
§ 11. Caberá à ANA promover a capacitação de recursos hu- 2003 , passa a vigorar com a seguinte redação:
manos para a regulação adequada e eficiente do setor de sane- “Dispõe sobre o Quadro de Pessoal da Agência Nacional de
amento básico. Águas e Saneamento Básico (ANA) e dá outras providências.”
§ 12. A ANA contribuirá para a articulação entre o Plano Art. 5º A Lei nº 10.768, de 19 de novembro de 2003 , passa
Nacional de Saneamento Básico, o Plano Nacional de Resíduos a vigorar com as seguintes alterações:
Sólidos e o Plano Nacional de Recursos Hídricos.” “Art. 1º Ficam criados, no quadro de pessoal da Agência Na-
“Art. 4º-B. A ANA manterá atualizada e disponível, em seu cional de Águas e Saneamento Básico (ANA), os seguintes cargos
sítio eletrônico, a relação das entidades reguladoras e fisca- efetivos, integrantes de carreiras de mesmo nome, e respectivos
lizadoras que adotam as normas de referência nacionais para quantitativos:
a regulação dos serviços públicos de saneamento básico, com I - 239 (duzentos e trinta e nove) cargos de Especialista em
vistas a viabilizar o acesso aos recursos públicos federais ou a Regulação de Recursos Hídricos e Saneamento Básico;
contratação de financiamentos com recursos da União ou com .............................................................................................
recursos geridos ou operados por órgãos ou entidades da admi- ..............................” (NR)
nistração pública federal, nos termos do art. 50 da Lei nº 11.445, “Art. 3º É atribuição do cargo de Especialista em Regulação
de 5 de janeiro de 2007 . de Recursos Hídricos e Saneamento Básico o exercício de ati-
§ 1º A ANA disciplinará, por meio de ato normativo, os re- vidades de nível superior de elevada complexidade relativas à
quisitos e os procedimentos a serem observados pelas entida- gestão de recursos hídricos, que envolvam:
des encarregadas da regulação e da fiscalização dos serviços I - regulação, outorga, inspeção, fiscalização e controle do
públicos de saneamento básico, para a comprovação da adoção uso de recursos hídricos e da prestação de serviços públicos na
das normas regulatórias de referência, que poderá ser gradual, área de saneamento básico;
de modo a preservar as expectativas e os direitos decorrentes
II - elaboração de normas de referência para a regulação do
das normas a serem substituídas e a propiciar a adequada pre-
uso de recursos hídricos e da prestação dos serviços públicos de
paração das entidades reguladoras.
saneamento básico;
§ 2º A verificação da adoção das normas de referência na-
III - implementação e avaliação dos instrumentos da Política
cionais para a regulação da prestação dos serviços públicos de
Nacional de Recursos Hídricos;
saneamento básico estabelecidas pela ANA ocorrerá periodica-
IV - análise e desenvolvimento de programas e projetos so-
mente e será obrigatória no momento da contratação dos fi-
bre:
nanciamentos com recursos da União ou com recursos geridos
a) despoluição de bacias hidrográficas;
ou operados por órgãos ou entidades da administração pública
b) eventos críticos em recursos hídricos; e
federal.”
“ Art. 8º A ANA dará publicidade aos pedidos de outorga c) promoção do uso integrado de solo e água;
de direito de uso de recursos hídricos de domínio da União por V - promoção de ações educacionais em recursos hídricos;
meio de publicação em seu sítio eletrônico, e os atos administra- VI - promoção e fomento de pesquisas científicas e tecnoló-
tivos que deles resultarem serão publicados no Diário Oficial da gicas nas áreas de desenvolvimento sustentável, conservação e
União e no sítio eletrônico da ANA.” (NR) gestão de recursos hídricos e saneamento básico, envolvendo a
“Art. 8º-A . A ANA poderá criar mecanismos de credencia- promoção de cooperação e a divulgação técnico-científica, bem
mento e descredenciamento de técnicos, de empresas especia- como a transferência de tecnologia nas áreas; e
lizadas, de consultores independentes e de auditores externos VII - outras ações e atividades análogas decorrentes do cum-
para obter, analisar e atestar informações ou dados necessários primento das atribuições institucionais da ANA.
ao desempenho de suas atividades.” § 1º (Revogado).
“Art. 11. ............................................................................... § 2º No exercício das atribuições de natureza fiscal ou de-
................................... correntes do poder de polícia, são asseguradas aos ocupantes do
§ 1º É vedado aos dirigentes da ANA, conforme disposto em cargo efetivo de que trata o caput deste artigo as prerrogativas
seu regimento interno, ter interesse direto ou indireto em em- de promover a interdição de estabelecimentos, instalações ou
presa relacionada com o Singreh e em empresa relacionada com equipamentos, assim como a apreensão de bens ou produtos, e
a prestação de serviços públicos de saneamento básico. de requisitar, quando necessário, o auxílio de força policial fede-
............................................................................................. ral ou estadual, em caso de desacato ou embaraço ao exercício
................................” (NR) de suas funções.” (NR)
“Art. 13. .............................................................................. “Art. 8º ................................................................................
.................................. .................................
............................................................................................. Parágrafo único . A investidura nos cargos de Especialista
....................................... em Regulação de Recursos Hídricos e Saneamento Básico, Espe-
XI - encaminhar periodicamente ao Comitê Interministerial cialista em Geoprocessamento e Analista Administrativo ocorre-
de Saneamento Básico (Cisb) os relatórios analisados pela Dire- rá, exclusivamente, no padrão inicial da classe inicial da respec-
toria Colegiada e os demais assuntos do interesse desse órgão.” tiva tabela.” (NR)
(NR) Art. 6º A ementa da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007 ,
“Art. 17-A . O Ministério da Economia fica autorizado a pro- passa a vigorar com a seguinte redação:
mover a lotação ou o exercício de servidores de órgãos e de en-
tidades da administração pública federal na ANA.

290
LEGISLAÇÃO
“Estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento bási- b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades e
co; cria o Comitê Interministerial de Saneamento Básico; altera pela disponibilização e manutenção de infraestruturas e insta-
as Leis n os 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.666, de 21 de lações operacionais necessárias à coleta, ao transporte, ao tra-
junho de 1993, e 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; e revoga a tamento e à disposição final adequados dos esgotos sanitários,
Lei nº 6.528, de 11 de maio de 1978.” desde as ligações prediais até sua destinação final para produ-
Art. 7º A Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007 , passa a ção de água de reúso ou seu lançamento de forma adequada no
vigorar com as seguintes alterações: meio ambiente;
“Art. 2º ................................................................................ c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: constitu-
............................... ídos pelas atividades e pela disponibilização e manutenção de
I - universalização do acesso e efetiva prestação do serviço; infraestruturas e instalações operacionais de coleta, varrição
II - integralidade, compreendida como o conjunto de ativi- manual e mecanizada, asseio e conservação urbana, transpor-
dades e componentes de cada um dos diversos serviços de sa- te, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente
neamento que propicie à população o acesso a eles em confor- adequada dos resíduos sólidos domiciliares e dos resíduos de
midade com suas necessidades e maximize a eficácia das ações limpeza urbana; e
e dos resultados; d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: consti-
III - abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza tuídos pelas atividades, pela infraestrutura e pelas instalações
urbana e manejo dos resíduos sólidos realizados de forma ade- operacionais de drenagem de águas pluviais, transporte, deten-
quada à saúde pública, à conservação dos recursos naturais e à ção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tra-
proteção do meio ambiente; tamento e disposição final das águas pluviais drenadas, contem-
IV - disponibilidade, nas áreas urbanas, de serviços de dre- pladas a limpeza e a fiscalização preventiva das redes;
nagem e manejo das águas pluviais, tratamento, limpeza e fisca- II - gestão associada: associação voluntária entre entes fe-
lização preventiva das redes, adequados à saúde pública, à pro- derativos, por meio de consórcio público ou convênio de coope-
teção do meio ambiente e à segurança da vida e do patrimônio ração, conforme disposto no art. 241 da Constituição Federal;
público e privado; III - universalização: ampliação progressiva do acesso de to-
............................................................................................. dos os domicílios ocupados ao saneamento básico, em todos os
........................................ serviços previstos no inciso XIV do caput deste artigo, incluídos
VI - articulação com as políticas de desenvolvimento urbano o tratamento e a disposição final adequados dos esgotos sani-
e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradi- tários;
cação, de proteção ambiental, de promoção da saúde, de recur- IV - controle social: conjunto de mecanismos e procedimen-
sos hídricos e outras de interesse social relevante, destinadas tos que garantem à sociedade informações, representações téc-
à melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento nicas e participação nos processos de formulação de políticas,
básico seja fator determinante; de planejamento e de avaliação relacionados com os serviços
............................................................................................. públicos de saneamento básico;
....................................... .............................................................................................
VIII - estímulo à pesquisa, ao desenvolvimento e à utiliza- .......................................
ção de tecnologias apropriadas, consideradas a capacidade de VI - prestação regionalizada: modalidade de prestação inte-
pagamento dos usuários, a adoção de soluções graduais e pro- grada de um ou mais componentes dos serviços públicos de sa-
gressivas e a melhoria da qualidade com ganhos de eficiência e neamento básico em determinada região cujo território abranja
redução dos custos para os usuários; mais de um Município, podendo ser estruturada em:
............................................................................................. a) região metropolitana, aglomeração urbana ou microrre-
....................................... gião: unidade instituída pelos Estados mediante lei complemen-
XI - segurança, qualidade, regularidade e continuidade; tar, de acordo com o § 3º do art. 25 da Constituição Federal ,
XII - integração das infraestruturas e dos serviços com a ges- composta de agrupamento de Municípios limítrofes e instituída
tão eficiente dos recursos hídricos; nos termos da Lei nº 13.089, de 12 de janeiro de 2015 (Estatuto
XIII - redução e controle das perdas de água, inclusive na dis- da Metrópole);
tribuição de água tratada, estímulo à racionalização de seu con- b) unidade regional de saneamento básico: unidade institu-
sumo pelos usuários e fomento à eficiência energética, ao reúso ída pelos Estados mediante lei ordinária, constituída pelo agru-
de efluentes sanitários e ao aproveitamento de águas de chuva; pamento de Municípios não necessariamente limítrofes, para
XIV - prestação regionalizada dos serviços, com vistas à ge- atender adequadamente às exigências de higiene e saúde públi-
ração de ganhos de escala e à garantia da universalização e da ca, ou para dar viabilidade econômica e técnica aos Municípios
viabilidade técnica e econômico-financeira dos serviços; menos favorecidos;
XV - seleção competitiva do prestador dos serviços; e c) bloco de referência: agrupamento de Municípios não ne-
XVI - prestação concomitante dos serviços de abastecimen- cessariamente limítrofes, estabelecido pela União nos termos
to de água e de esgotamento sanitário.” (NR) do § 3º do art. 52 desta Lei e formalmente criado por meio de
“ Art. 3º Para fins do disposto nesta Lei, considera-se: gestão associada voluntária dos titulares;
I - saneamento básico: conjunto de serviços públicos, infra- VII - subsídios: instrumentos econômicos de política social
estruturas e instalações operacionais de: que contribuem para a universalização do acesso aos serviços
a) abastecimento de água potável: constituído pelas ativi- públicos de saneamento básico por parte de populações de bai-
dades e pela disponibilização e manutenção de infraestruturas e xa renda;
instalações operacionais necessárias ao abastecimento público VIII - localidades de pequeno porte: vilas, aglomerados ru-
de água potável, desde a captação até as ligações prediais e seus rais, povoados, núcleos, lugarejos e aldeias, assim definidos pela
instrumentos de medição; Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);

291
LEGISLAÇÃO
IX - contratos regulares: aqueles que atendem aos disposi- I - reservação de água bruta;
tivos legais pertinentes à prestação de serviços públicos de sa- II - captação de água bruta;
neamento básico; III - adução de água bruta;
X - núcleo urbano: assentamento humano, com uso e ca- IV - tratamento de água bruta;
racterísticas urbanas, constituído por unidades imobiliárias com V - adução de água tratada; e
área inferior à fração mínima de parcelamento prevista no a rt. VI - reservação de água tratada.”
8º da Lei nº 5.868, de 12 de dezembro de 1972, independente- “ Art. 3º-B. Consideram-se serviços públicos de esgotamen-
mente da propriedade do solo, ainda que situado em área quali- to sanitário aqueles constituídos por 1 (uma) ou mais das se-
ficada ou inscrita como rural; guintes atividades:
XI - núcleo urbano informal: aquele clandestino, irregular I - coleta, incluída ligação predial, dos esgotos sanitários;
ou no qual não tenha sido possível realizar a titulação de seus II - transporte dos esgotos sanitários;
ocupantes, ainda que atendida a legislação vigente à época de III - tratamento dos esgotos sanitários; e
sua implantação ou regularização; IV - disposição final dos esgotos sanitários e dos lodos ori-
XII - núcleo urbano informal consolidado: aquele de difícil ginários da operação de unidades de tratamento coletivas ou
reversão, considerados o tempo da ocupação, a natureza das individuais de forma ambientalmente adequada, incluídas fos-
edificações, a localização das vias de circulação e a presença sas sépticas.
de equipamentos públicos, entre outras circunstâncias a serem Parágrafo único. Nas Zonas Especiais de Interesse Social
avaliadas pelo Município ou pelo Distrito Federal; (Zeis) ou outras áreas do perímetro urbano ocupadas predomi-
XIII - operação regular: aquela que observa integralmente nantemente por população de baixa renda, o serviço público de
as disposições constitucionais, legais e contratuais relativas ao esgotamento sanitário, realizado diretamente pelo titular ou por
exercício da titularidade e à contratação, prestação e regulação concessionário, inclui conjuntos sanitários para as residências e
dos serviços; solução para a destinação de efluentes, quando inexistentes, as-
XIV - serviços públicos de saneamento básico de interesse segurada compatibilidade com as diretrizes da política municipal
comum: serviços de saneamento básico prestados em regiões de regularização fundiária.”
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões instituí- “ Art. 3º-C. Consideram-se serviços públicos especializados
das por lei complementar estadual, em que se verifique o com- de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos as atividades
partilhamento de instalações operacionais de infraestrutura de operacionais de coleta, transbordo, transporte, triagem para
abastecimento de água e/ou de esgotamento sanitário entre 2 fins de reutilização ou reciclagem, tratamento, inclusive por
(dois) ou mais Municípios, denotando a necessidade de organi- compostagem, e destinação final dos:
zá-los, planejá-los, executá-los e operá-los de forma conjunta e I - resíduos domésticos;
integrada pelo Estado e pelos Munícipios que compartilham, no II - resíduos originários de atividades comerciais, industriais
todo ou em parte, as referidas instalações operacionais; e de serviços, em quantidade e qualidade similares às dos resí-
XV - serviços públicos de saneamento básico de interesse duos domésticos, que, por decisão do titular, sejam considera-
local: funções públicas e serviços cujas infraestruturas e instala- dos resíduos sólidos urbanos, desde que tais resíduos não sejam
ções operacionais atendam a um único Município; de responsabilidade de seu gerador nos termos da norma legal
XVI - sistema condominial: rede coletora de esgoto sanitá- ou administrativa, de decisão judicial ou de termo de ajustamen-
rio, assentada em posição viável no interior dos lotes ou con- to de conduta; e
junto de habitações, interligada à rede pública convencional em III - resíduos originários dos serviços públicos de limpeza ur-
um único ponto ou à unidade de tratamento, utilizada onde há bana, tais como:
dificuldades de execução de redes ou ligações prediais no siste- a) serviços de varrição, capina, roçada, poda e atividades
ma convencional de esgotamento; correlatas em vias e logradouros públicos;
XVII - sistema individual alternativo de saneamento: ação b) asseio de túneis, escadarias, monumentos, abrigos e sa-
de saneamento básico ou de afastamento e destinação final dos nitários públicos;
esgotos, quando o local não for atendido diretamente pela rede c) raspagem e remoção de terra, areia e quaisquer materiais
pública; depositados pelas águas pluviais em logradouros públicos;
XVIII - sistema separador absoluto: conjunto de condutos, d) desobstrução e limpeza de bueiros, bocas de lobo e cor-
instalações e equipamentos destinados a coletar, transportar, relatos;
condicionar e encaminhar exclusivamente esgoto sanitário; e) limpeza de logradouros públicos onde se realizem feiras
XIX - sistema unitário: conjunto de condutos, instalações e públicas e outros eventos de acesso aberto ao público; e
equipamentos destinados a coletar, transportar, condicionar e f) outros eventuais serviços de limpeza urbana.”
encaminhar conjuntamente esgoto sanitário e águas pluviais. “ Art. 3º-D. Consideram-se serviços públicos de manejo das
............................................................................................. águas pluviais urbanas aqueles constituídos por 1 (uma) ou mais
....................................... das seguintes atividades:
§ 4º (VETADO). I - drenagem urbana;
§ 5º No caso de Região Integrada de Desenvolvimento II - transporte de águas pluviais urbanas;
(Ride), a prestação regionalizada do serviço de saneamento bá- III - detenção ou retenção de águas pluviais urbanas para
sico estará condicionada à anuência dos Municípios que a inte- amortecimento de vazões de cheias; e
gram.” (NR) IV - tratamento e disposição final de águas pluviais urba-
“ Art. 3º-A. Consideram-se serviços públicos de abasteci- nas.”
mento de água a sua distribuição mediante ligação predial, in- “Art. 7º ................................................................................
cluídos eventuais instrumentos de medição, bem como, quando ...............................
vinculadas a essa finalidade, as seguintes atividades:

292
LEGISLAÇÃO
I - de coleta, de transbordo e de transporte dos resíduos re- “Art. 8º-B. No caso de prestação regionalizada dos serviços
lacionados na alínea “c” do inciso I do caput do art. 3º desta Lei; de saneamento, as responsabilidades administrativa, civil e pe-
II - de triagem, para fins de reutilização ou reciclagem, de nal são exclusivamente aplicadas aos titulares dos serviços pú-
tratamento, inclusive por compostagem, e de destinação final blicos de saneamento, nos termos do art. 8º desta Lei.”
dos resíduos relacionados na alínea “c” do inciso I do caput do “Art. 9º ................................................................................
art. 3º desta Lei; e ................................
III - de varrição de logradouros públicos, de limpeza de dis- I - elaborar os planos de saneamento básico, nos termos
positivos de drenagem de águas pluviais, de limpeza de córregos desta Lei, bem como estabelecer metas e indicadores de desem-
e outros serviços, tais como poda, capina, raspagem e roçada, penho e mecanismos de aferição de resultados, a serem obriga-
e de outros eventuais serviços de limpeza urbana, bem como toriamente observados na execução dos serviços prestados de
de coleta, de acondicionamento e de destinação final ambien- forma direta ou por concessão;
talmente adequada dos resíduos sólidos provenientes dessas II - prestar diretamente os serviços, ou conceder a prestação
atividades.” (NR) deles, e definir, em ambos os casos, a entidade responsável pela
“ Art. 8º Exercem a titularidade dos serviços públicos de sa- regulação e fiscalização da prestação dos serviços públicos de sa-
neamento básico: neamento básico;
I - os Municípios e o Distrito Federal, no caso de interesse III - definir os parâmetros a serem adotados para a garantia
local; do atendimento essencial à saúde pública, inclusive quanto ao
II - o Estado, em conjunto com os Municípios que compar- volume mínimo per capita de água para abastecimento público,
tilham efetivamente instalações operacionais integrantes de observadas as normas nacionais relativas à potabilidade da água;
regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, IV - estabelecer os direitos e os deveres dos usuários;
instituídas por lei complementar estadual, no caso de interesse V - estabelecer os mecanismos e os procedimentos de con-
comum. trole social, observado o disposto no inciso IV do caput do art.
§ 1º O exercício da titularidade dos serviços de saneamento 3º desta Lei;
poderá ser realizado também por gestão associada, mediante VI - implementar sistema de informações sobre os serviços
consórcio público ou convênio de cooperação, nos termos do públicos de saneamento básico, articulado com o Sistema Na-
art. 241 da Constituição Federal, observadas as seguintes dis- cional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa), o Sistema
posições: Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos
I - fica admitida a formalização de consórcios intermunici- (Sinir) e o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hí-
pais de saneamento básico, exclusivamente composto de Mu- dricos (Singreh), observadas a metodologia e a periodicidade
nicípios, que poderão prestar o serviço aos seus consorciados estabelecidas pelo Ministério do Desenvolvimento Regional; e
diretamente, pela instituição de autarquia intermunicipal; VII - intervir e retomar a operação dos serviços delegados,
II - os consórcios intermunicipais de saneamento básico te- por indicação da entidade reguladora, nas hipóteses e nas con-
dições previstas na legislação e nos contratos.
rão como objetivo, exclusivamente, o financiamento das iniciati-
Parágrafo único. No exercício das atividades a que se refere
vas de implantação de medidas estruturais de abastecimento de
o caput deste artigo, o titular poderá receber cooperação técni-
água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo
ca do respectivo Estado e basear-se em estudos fornecidos pelos
de resíduos sólidos, drenagem e manejo de águas pluviais, ve-
prestadores dos serviços.” (NR)
dada a formalização de contrato de programa com sociedade
“ Art. 10. A prestação dos serviços públicos de saneamento
de economia mista ou empresa pública, ou a subdelegação do
básico por entidade que não integre a administração do titular
serviço prestado pela autarquia intermunicipal sem prévio pro-
depende da celebração de contrato de concessão, mediante
cedimento licitatório.
prévia licitação, nos termos do art. 175 da Constituição Federal
§ 2º Para os fins desta Lei, as unidades regionais de sanea-
, vedada a sua disciplina mediante contrato de programa, con-
mento básico devem apresentar sustentabilidade econômico-fi- vênio, termo de parceria ou outros instrumentos de natureza
nanceira e contemplar, preferencialmente, pelo menos 1 (uma) precária.
região metropolitana, facultada a sua integração por titulares § 1º (Revogado).
dos serviços de saneamento. I - (revogado).
§ 3º A estrutura de governança para as unidades regionais a) (revogada).
de saneamento básico seguirá o disposto na Lei nº 13.089, de 12 b) (revogada).
de janeiro de 2015 (Estatuto da Metrópole) . II - (revogado).
§ 4º Os Chefes dos Poderes Executivos da União, dos Esta- § 2º (Revogado).
dos, do Distrito Federal e dos Municípios poderão formalizar a § 3º Os contratos de programa regulares vigentes perma-
gestão associada para o exercício de funções relativas aos ser- necem em vigor até o advento do seu termo contratual.” (NR)
viços públicos de saneamento básico, ficando dispensada, em “ Art. 10-A. Os contratos relativos à prestação dos serviços
caso de convênio de cooperação, a necessidade de autorização públicos de saneamento básico deverão conter, expressamente,
legal. sob pena de nulidade, as cláusulas essenciais previstas no art. 23
§ 5º O titular dos serviços públicos de saneamento básico da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 199 5, além das seguintes
deverá definir a entidade responsável pela regulação e fiscaliza- disposições:
ção desses serviços, independentemente da modalidade de sua I - metas de expansão dos serviços, de redução de perdas
prestação.” (NR) na distribuição de água tratada, de qualidade na prestação dos
“Art. 8º-A. É facultativa a adesão dos titulares dos serviços serviços, de eficiência e de uso racional da água, da energia e de
públicos de saneamento de interesse local às estruturas das for- outros recursos naturais, do reúso de efluentes sanitários e do
mas de prestação regionalizada.” aproveitamento de águas de chuva, em conformidade com os
serviços a serem prestados;

293
LEGISLAÇÃO
II - possíveis fontes de receitas alternativas, complementa- § 5º Fica vedada a distribuição de lucros e dividendos, do
res ou acessórias, bem como as provenientes de projetos asso- contrato em execução, pelo prestador de serviços que estiver
ciados, incluindo, entre outras, a alienação e o uso de efluentes descumprindo as metas e cronogramas estabelecidos no con-
sanitários para a produção de água de reúso, com possibilidade trato específico da prestação de serviço público de saneamento
de as receitas serem compartilhadas entre o contratante e o básico.” (NR)
contratado, caso aplicável; “ Art. 11-A. Na hipótese de prestação dos serviços públi-
III - metodologia de cálculo de eventual indenização relativa cos de saneamento básico por meio de contrato, o prestador
aos bens reversíveis não amortizados por ocasião da extinção de serviços poderá, além de realizar licitação e contratação de
do contrato; e parceria público-privada, nos termos da Lei nº 11.079, de 30 de
IV - repartição de riscos entre as partes, incluindo os refe- dezembro de 2004, e desde que haja previsão contratual ou au-
rentes a caso fortuito, força maior, fato do príncipe e álea eco- torização expressa do titular dos serviços, subdelegar o objeto
nômica extraordinária. contratado, observado, para a referida subdelegação, o limite
§ 1º Os contratos que envolvem a prestação dos serviços de 25% (vinte e cinco por cento) do valor do contrato.
públicos de saneamento básico poderão prever mecanismos pri- § 1º A subdelegação fica condicionada à comprovação técni-
vados para resolução de disputas decorrentes do contrato ou a ca, por parte do prestador de serviços, do benefício em termos
ele relacionadas, inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil de eficiência e qualidade dos serviços públicos de saneamento
e em língua portuguesa, nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de básico.
setembro de 1996 . § 2º Os contratos de subdelegação disporão sobre os limites
§ 2º As outorgas de recursos hídricos atualmente detidas da sub-rogação de direitos e obrigações do prestador de servi-
pelas empresas estaduais poderão ser segregadas ou transferi- ços pelo subdelegatário e observarão, no que couber, o disposto
das da operação a ser concedida, permitidas a continuidade da no § 2º do art. 11 desta Lei, bem como serão precedidos de pro-
prestação do serviço público de produção de água pela empresa cedimento licitatório.
detentora da outorga de recursos hídricos e a assinatura de con- § 3º Para a observância do princípio da modicidade tarifária
trato de longo prazo entre esta empresa produtora de água e a aos usuários e aos consumidores, na forma da Lei nº 8.987, de
empresa operadora da distribuição de água para o usuário final, 13 de fevereiro de 1995 , ficam vedadas subconcessões ou sub-
com objeto de compra e venda de água.” delegações que impliquem sobreposição de custos administrati-
“ Art. 10-B. Os contratos em vigor, incluídos aditivos e re- vos ou gerenciais a serem pagos pelo usuário final.
novações, autorizados nos termos desta Lei, bem como aque- § 4º Os Municípios com estudos para concessões ou par-
les provenientes de licitação para prestação ou concessão dos cerias público-privadas em curso, pertencentes a uma região
serviços públicos de saneamento básico, estarão condicionados metropolitana, podem dar seguimento ao processo e efetivar a
à comprovação da capacidade econômico-financeira da contra- contratação respectiva, mesmo se ultrapassado o limite previsto
tada, por recursos próprios ou por contratação de dívida, com no caput deste artigo, desde que tenham o contrato assinado
vistas a viabilizar a universalização dos serviços na área licitada em até 1 (um) ano.
até 31 de dezembro de 2033, nos termos do § 2º do art. 11-B § 5º (VETADO).
desta Lei. § 6º Para fins de aferição do limite previsto no caput deste
Parágrafo único. A metodologia para comprovação da capa- artigo, o critério para definição do valor do contrato do subdele-
cidade econômico-financeira da contratada será regulamentada gatário deverá ser o mesmo utilizado para definição do valor do
por decreto do Poder Executivo no prazo de 90 (noventa) dias.” contrato do prestador do serviço.
“Art. 11. .............................................................................. § 7º Caso o contrato do prestador do serviço não tenha va-
................................. lor de contrato, o faturamento anual projetado para o subdele-
............................................................................................. gatário não poderá ultrapassar 25% (vinte e cinco por cento) do
....................................... faturamento anual projetado para o prestador do serviço.”
II - a existência de estudo que comprove a viabilidade téc- “ Art. 11-B. Os contratos de prestação dos serviços públicos
nica e econômico-financeira da prestação dos serviços, nos ter- de saneamento básico deverão definir metas de universalização
mos estabelecidos no respectivo plano de saneamento básico; que garantam o atendimento de 99% (noventa e nove por cento)
............................................................................................. da população com água potável e de 90% (noventa por cento) da
....................................... população com coleta e tratamento de esgotos até 31 de dezem-
V - a existência de metas e cronograma de universalização bro de 2033, assim como metas quantitativas de não intermitên-
dos serviços de saneamento básico. cia do abastecimento, de redução de perdas e de melhoria dos
............................................................................................. processos de tratamento.
...................................... § 1º Os contratos em vigor que não possuírem as metas de
§ 2º ..................................................................................... que trata o caput deste artigo terão até 31 de março de 2022
................................ para viabilizar essa inclusão.
............................................................................................. § 2º Contratos firmados por meio de procedimentos licita-
...................................... tórios que possuam metas diversas daquelas previstas no caput
II - a inclusão, no contrato, das metas progressivas e gradu- deste artigo, inclusive contratos que tratem, individualmente,
ais de expansão dos serviços, de redução progressiva e controle de água ou de esgoto, permanecerão inalterados nos moldes li-
de perdas na distribuição de água tratada, de qualidade, de efici- citados, e o titular do serviço deverá buscar alternativas para
ência e de uso racional da água, da energia e de outros recursos atingir as metas definidas no caput deste artigo, incluídas as se-
naturais, em conformidade com os serviços a serem prestados e guintes:
com o respectivo plano de saneamento básico; I - prestação direta da parcela remanescente;
............................................................................................. II - licitação complementar para atingimento da totalidade
..................................... da meta; e

294
LEGISLAÇÃO
III - aditamento de contratos já licitados, incluindo eventual “Art. 18. Os prestadores que atuem em mais de um Município
reequilíbrio econômico-financeiro, desde que em comum acor- ou região ou que prestem serviços públicos de saneamento básico
do com a contratada. diferentes em um mesmo Município ou região manterão sistema
§ 3º As metas de universalização deverão ser calculadas de contábil que permita registrar e demonstrar, separadamente, os
maneira proporcional no período compreendido entre a assina- custos e as receitas de cada serviço em cada um dos Municípios
tura do contrato ou do termo aditivo e o prazo previsto no caput ou regiões atendidas e, se for o caso, no Distrito Federal.
deste artigo, de forma progressiva, devendo ser antecipadas Parágrafo único. Nos casos em que os contratos previstos
caso as receitas advindas da prestação eficiente do serviço assim no caput deste artigo se encerrarem após o prazo fixado no
o permitirem, nos termos da regulamentação. contrato de programa da empresa estatal ou de capital misto
§ 4º É facultado à entidade reguladora prever hipóteses em contratante, por vencimento ordinário ou caducidade, o ente
que o prestador poderá utilizar métodos alternativos e descen- federativo controlador da empresa delegatária da prestação de
tralizados para os serviços de abastecimento de água e de coleta serviços públicos de saneamento básico, por ocasião da assina-
e tratamento de esgoto em áreas rurais, remotas ou em núcleos tura do contrato de parceria público-privada ou de subdelega-
urbanos informais consolidados, sem prejuízo da sua cobrança, ção, deverá assumir esses contratos, mantidos iguais prazos e
com vistas a garantir a economicidade da prestação dos serviços condições perante o licitante vencedor.” (NR)
públicos de saneamento básico. “ Art. 18-A. O prestador dos serviços públicos de sanea-
§ 5º O cumprimento das metas de universalização e não in- mento básico deve disponibilizar infraestrutura de rede até os
termitência do abastecimento, de redução de perdas e de me- respectivos pontos de conexão necessários à implantação dos
lhoria dos processos de tratamento deverá ser verificado anu- serviços nas edificações e nas unidades imobiliárias decorrentes
almente pela agência reguladora, observando-se um intervalo de incorporação imobiliária e de parcelamento de solo urbano.
dos últimos 5 (cinco) anos, nos quais as metas deverão ter sido Parágrafo único. A agência reguladora instituirá regras para
cumpridas em, pelo menos, 3 (três), e a primeira fiscalização de- que empreendedores imobiliários façam investimentos em re-
verá ser realizada apenas ao término do quinto ano de vigência des de água e esgoto, identificando as situações nas quais os
do contrato. investimentos representam antecipação de atendimento obriga-
§ 6º As metas previstas neste artigo deverão ser observadas tório do operador local, fazendo jus ao ressarcimento futuro por
no âmbito municipal, quando exercida a titularidade de maneira parte da concessionária, por critérios de avaliação regulatórios,
independente, ou no âmbito da prestação regionalizada, quan- e aquelas nas quais os investimentos configuram-se como de in-
do aplicável. teresse restrito do empreendedor imobiliário, situação na qual
§ 7º No caso do não atingimento das metas, nos termos não fará jus ao ressarcimento.”
deste artigo, deverá ser iniciado procedimento administrativo “Art. 19. ..............................................................................
pela agência reguladora com o objetivo de avaliar as ações a se- .................................
rem adotadas, incluídas medidas sancionatórias, com eventual § 1º Os planos de saneamento básico serão aprovados por
declaração de caducidade da concessão, assegurado o direito à atos dos titulares e poderão ser elaborados com base em estu-
ampla defesa. dos fornecidos pelos prestadores de cada serviço.
§ 8º Os contratos provisórios não formalizados e os vigentes .............................................................................................
prorrogados em desconformidade com os regramentos estabe- .......................................
lecidos nesta Lei serão considerados irregulares e precários. § 3º Os planos de saneamento básico deverão ser compa-
§ 9º Quando os estudos para a licitação da prestação regio- tíveis com os planos das bacias hidrográficas e com planos di-
nalizada apontarem para a inviabilidade econômico-financeira retores dos Municípios em que estiverem inseridos, ou com os
da universalização na data referida no caput deste artigo, mes- planos de desenvolvimento urbano integrado das unidades re-
mo após o agrupamento de Municípios de diferentes portes, fica gionais por eles abrangidas.
permitida a dilação do prazo, desde que não ultrapasse 1º de § 4º Os planos de saneamento básico serão revistos periodi-
janeiro de 2040 e haja anuência prévia da agência reguladora, camente, em prazo não superior a 10 (dez) anos.
que, em sua análise, deverá observar o princípio da modicidade .............................................................................................
tarifária.” ........................................
“ Art. 17. O serviço regionalizado de saneamento básico po- § 9º Os Municípios com população inferior a 20.000 (vinte
derá obedecer a plano regional de saneamento básico elabora- mil) habitantes poderão apresentar planos simplificados, com
do para o conjunto de Municípios atendidos. menor nível de detalhamento dos aspectos previstos nos incisos
§ 1º O plano regional de saneamento básico poderá con- I a V do caput deste artigo.” (NR)
templar um ou mais componentes do saneamento básico, com “ Art. 21. A função de regulação, desempenhada por entida-
vistas à otimização do planejamento e da prestação dos serviços. de de natureza autárquica dotada de independência decisória e
§ 2º As disposições constantes do plano regional de sanea- autonomia administrativa, orçamentária e financeira, atenderá
mento básico prevalecerão sobre aquelas constantes dos planos aos princípios de transparência, tecnicidade, celeridade e obje-
municipais, quando existirem. tividade das decisões.
§ 3º O plano regional de saneamento básico dispensará a I - (revogado);
necessidade de elaboração e publicação de planos municipais II - (revogado).” (NR)
de saneamento básico. “Art. 22. ..............................................................................
§ 4º O plano regional de saneamento básico poderá ser ela- ..................................
borado com suporte de órgãos e entidades das administrações I - estabelecer padrões e normas para a adequada prestação
públicas federal, estaduais e municipais, além de prestadores de e a expansão da qualidade dos serviços e para a satisfação dos
serviço.” (NR) usuários, com observação das normas de referência editadas
pela ANA;

295
LEGISLAÇÃO
II - garantir o cumprimento das condições e metas estabe- I - de abastecimento de água e esgotamento sanitário, na
lecidas nos contratos de prestação de serviços e nos planos mu- forma de taxas, tarifas e outros preços públicos, que poderão
nicipais ou de prestação regionalizada de saneamento básico; ser estabelecidos para cada um dos serviços ou para ambos,
III - prevenir e reprimir o abuso do poder econômico, ressal- conjuntamente;
vada a competência dos órgãos integrantes do Sistema Brasilei- II - de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, na for-
ro de Defesa da Concorrência; e ma de taxas, tarifas e outros preços públicos, conforme o regime
IV - definir tarifas que assegurem tanto o equilíbrio econô- de prestação do serviço ou das suas atividades; e
mico-financeiro dos contratos quanto a modicidade tarifária, III - de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, na
por mecanismos que gerem eficiência e eficácia dos serviços e forma de tributos, inclusive taxas, ou tarifas e outros preços pú-
que permitam o compartilhamento dos ganhos de produtivida- blicos, em conformidade com o regime de prestação do serviço
de com os usuários.” (NR) ou das suas atividades.
“ Art. 23. A entidade reguladora, observadas as diretrizes .............................................................................................
determinadas pela ANA, editará normas relativas às dimensões ......................................
técnica, econômica e social de prestação dos serviços públicos
§ 2º Poderão ser adotados subsídios tarifários e não tarifá-
de saneamento básico, que abrangerão, pelo menos, os seguin-
rios para os usuários que não tenham capacidade de pagamento
tes aspectos:
suficiente para cobrir o custo integral dos serviços.
.............................................................................................
§ 3º As novas edificações condominiais adotarão padrões
..........................................
XI - medidas de segurança, de contingência e de emergên- de sustentabilidade ambiental que incluam, entre outros pro-
cia, inclusive quanto a racionamento; cedimentos, a medição individualizada do consumo hídrico por
............................................................................................. unidade imobiliária, nos termos da Lei nº 13.312, de 12 de julho
.......................................... de 2016 .
XIII - procedimentos de fiscalização e de aplicação de san- § 4º Na hipótese de prestação dos serviços sob regime de
ções previstas nos instrumentos contratuais e na legislação do concessão, as tarifas e preços públicos serão arrecadados pelo
titular; e prestador diretamente do usuário, e essa arrecadação será fa-
XIV - diretrizes para a redução progressiva e controle das cultativa em caso de taxas.
perdas de água. § 5º Os prédios, edifícios e condomínios que foram constru-
§ 1º A regulação da prestação dos serviços públicos de sa- ídos sem a individualização da medição até a entrada em vigor
neamento básico poderá ser delegada pelos titulares a qualquer da Lei nº 13.312, de 12 de julho de 2016 , ou em que a individu-
entidade reguladora, e o ato de delegação explicitará a forma de alização for inviável, pela onerosidade ou por razão técnica, po-
atuação e a abrangência das atividades a serem desempenhadas derão instrumentalizar contratos especiais com os prestadores
pelas partes envolvidas. de serviços, nos quais serão estabelecidos as responsabilidades,
§ 1º-A. Nos casos em que o titular optar por aderir a uma os critérios de rateio e a forma de cobrança.” (NR)
agência reguladora em outro Estado da Federação, deverá ser “ Art. 30. Observado o disposto no art. 29 desta Lei, a es-
considerada a relação de agências reguladoras de que trata o trutura de remuneração e de cobrança dos serviços públicos de
art. 4º-B da Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000, e essa opção só saneamento básico considerará os seguintes fatores:
poderá ocorrer nos casos em que: .............................................................................................
I - não exista no Estado do titular agência reguladora consti- ..............................” (NR)
tuída que tenha aderido às normas de referência da ANA; “ Art. 31. Os subsídios destinados ao atendimento de usuá-
II - seja dada prioridade, entre as agências reguladoras qua- rios determinados de baixa renda serão, dependendo da origem
lificadas, àquela mais próxima à localidade do titular; e dos recursos:
III - haja anuência da agência reguladora escolhida, que po- I - (revogado);
derá cobrar uma taxa de regulação diferenciada, de acordo com
II - tarifários, quando integrarem a estrutura tarifária, ou
a distância de seu Estado.
fiscais, quando decorrerem da alocação de recursos orçamentá-
§ 1º-B. Selecionada a agência reguladora mediante contra-
rios, inclusive por meio de subvenções; e
to de prestação de serviços, ela não poderá ser alterada até o
III - internos a cada titular ou entre titulares, nas hipóteses
encerramento contratual, salvo se deixar de adotar as normas
de referência da ANA ou se estabelecido de acordo com o pres- de prestação regionalizada.” (NR)
tador de serviços. “ Art. 35. As taxas ou as tarifas decorrentes da prestação
............................................................................................. de serviço de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos
....................................... considerarão a destinação adequada dos resíduos coletados e o
§ 4º No estabelecimento de metas, indicadores e métodos nível de renda da população da área atendida, de forma isolada
de monitoramento, poderá ser utilizada a comparação do de- ou combinada, e poderão, ainda, considerar:
sempenho de diferentes prestadores de serviços.” (NR) I - (revogado);
“ Art. 25-A. A ANA instituirá normas de referência para a II - as características dos lotes e as áreas que podem ser
regulação da prestação dos serviços públicos de saneamento neles edificadas;
básico por seus titulares e suas entidades reguladoras e fiscali- .............................................................................................
zadoras, observada a legislação federal pertinente.” ......................................
“ Art. 29. Os serviços públicos de saneamento básico terão a IV - o consumo de água; e
sustentabilidade econômico-financeira assegurada por meio de V - a frequência de coleta.
remuneração pela cobrança dos serviços, e, quando necessário, § 1º Na hipótese de prestação de serviço sob regime de de-
por outras formas adicionais, como subsídios ou subvenções, legação, a cobrança de taxas ou tarifas poderá ser realizada na
vedada a cobrança em duplicidade de custos administrativos ou fatura de consumo de outros serviços públicos, com a anuência
gerenciais a serem pagos pelo usuário, nos seguintes serviços: da prestadora do serviço.

296
LEGISLAÇÃO
§ 2º A não proposição de instrumento de cobrança pelo ti- § 1º A autoridade ambiental competente assegurará prio-
tular do serviço nos termos deste artigo, no prazo de 12 (doze) ridade e estabelecerá procedimentos simplificados de licencia-
meses de vigência desta Lei, configura renúncia de receita e exi- mento para as atividades a que se refere o caput deste artigo,
girá a comprovação de atendimento, pelo titular do serviço, do em função do porte das unidades, dos impactos ambientais es-
disposto no art. 14 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de perados e da resiliência de sua área de implantação.
2000 , observadas as penalidades constantes da referida legisla- .............................................................................................
ção no caso de eventual descumprimento. .......................................
§ 3º Na hipótese de prestação sob regime de delegação, o § 3º A agência reguladora competente estabelecerá metas
titular do serviço deverá obrigatoriamente demonstrar a susten- progressivas para a substituição do sistema unitário pelo sis-
tabilidade econômico-financeira da prestação dos serviços ao tema separador absoluto, sendo obrigatório o tratamento dos
longo dos estudos que subsidiaram a contratação desses servi- esgotos coletados em períodos de estiagem, enquanto durar a
ços e deverá comprovar, no respectivo processo administrativo, transição.” (NR)
a existência de recursos suficientes para o pagamento dos valo- “ Art. 45. As edificações permanentes urbanas serão conec-
res incorridos na delegação, por meio da demonstração de fluxo tadas às redes públicas de abastecimento de água e de esgota-
histórico e projeção futura de recursos.” (NR) mento sanitário disponíveis e sujeitas ao pagamento de taxas,
“Art. 40. .............................................................................. tarifas e outros preços públicos decorrentes da disponibilização
.................................. e da manutenção da infraestrutura e do uso desses serviços.
............................................................................................. .............................................................................................
........................................ ........................................
II - necessidade de efetuar reparos, modificações ou melho- § 3º A instalação hidráulica predial prevista no § 2º deste
rias de qualquer natureza nos sistemas, respeitados os padrões artigo constitui a rede ou tubulação que se inicia na ligação de
de qualidade e continuidade estabelecidos pela regulação do água da prestadora e finaliza no reservatório de água do usuário.
serviço; § 4º Quando disponibilizada rede pública de esgotamento
............................................................................................. sanitário, o usuário estará sujeito aos pagamentos previstos no
......................................... caput deste artigo, sendo-lhe assegurada a cobrança de um va-
V - inadimplemento, pelo usuário do serviço de abasteci- lor mínimo de utilização dos serviços, ainda que a sua edificação
não esteja conectada à rede pública.
mento de água ou de esgotamento sanitário, do pagamento das
§ 5º O pagamento de taxa ou de tarifa, na forma previs-
tarifas, após ter sido formalmente notificado, de forma que, em
ta no caput deste artigo, não isenta o usuário da obrigação de
caso de coleta, afastamento e tratamento de esgoto, a inter-
conectar-se à rede pública de esgotamento sanitário, e o des-
rupção dos serviços deverá preservar as condições mínimas de
cumprimento dessa obrigação sujeita o usuário ao pagamento
manutenção da saúde dos usuários, de acordo com norma de
de multa e demais sanções previstas na legislação, ressalvados
regulação ou norma do órgão de política ambiental.
os casos de reúso e de captação de água de chuva, nos termos
.............................................................................................
do regulamento.
...............................” (NR)
§ 6º A entidade reguladora ou o titular dos serviços públicos
“Art. 42. ..............................................................................
de saneamento básico deverão estabelecer prazo não superior
.................................. a 1 (um) ano para que os usuários conectem suas edificações à
............................................................................................. rede de esgotos, onde disponível, sob pena de o prestador do
....................................... serviço realizar a conexão mediante cobrança do usuário.
§ 5º A transferência de serviços de um prestador para ou- § 7º A entidade reguladora ou o titular dos serviços públi-
tro será condicionada, em qualquer hipótese, à indenização dos cos de saneamento básico deverá, sob pena de responsabilidade
investimentos vinculados a bens reversíveis ainda não amorti- administrativa, contratual e ambiental, até 31 de dezembro de
zados ou depreciados, nos termos da Lei nº 8.987, de 13 de fe- 2025, verificar e aplicar o procedimento previsto no § 6º deste
vereiro de 1995 , facultado ao titular atribuir ao prestador que artigo a todas as edificações implantadas na área coberta com
assumirá o serviço a responsabilidade por seu pagamento.” (NR) serviço de esgotamento sanitário.
“Art. 43. .............................................................................. § 8º O serviço de conexão de edificação ocupada por família
.................................. de baixa renda à rede de esgotamento sanitário poderá gozar de
§ 1º A União definirá parâmetros mínimos de potabilidade gratuidade, ainda que os serviços públicos de saneamento bá-
da água. sico sejam prestados mediante concessão, observado, quando
§ 2º A entidade reguladora estabelecerá limites máximos de couber, o reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos.
perda na distribuição de água tratada, que poderão ser reduzi- § 9º Para fins de concessão da gratuidade prevista no § 8º
dos gradualmente, conforme se verifiquem avanços tecnológi- deste artigo, caberá ao titular regulamentar os critérios para en-
cos e maiores investimentos em medidas para diminuição desse quadramento das famílias de baixa renda, consideradas as pecu-
desperdício.” (NR) liaridades locais e regionais.
“ Art. 44. O licenciamento ambiental de unidades de tra- § 10. A conexão de edificações situadas em núcleo urbano,
tamento de esgotos sanitários, de efluentes gerados nos pro- núcleo urbano informal e núcleo urbano informal consolidado
cessos de tratamento de água e das instalações integrantes dos observará o disposto na Lei nº 13.465, de 11 de julho de 2017 .
serviços públicos de manejo de resíduos sólidos considerará os § 11. As edificações para uso não residencial ou condomínios
requisitos de eficácia e eficiência, a fim de alcançar progressiva- regidos pela Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964 , poderão
mente os padrões estabelecidos pela legislação ambiental, pon- utilizarse de fontes e métodos alternativos de abastecimento de
derada a capacidade de pagamento das populações e usuários água, incluindo águas subterrâneas, de reúso ou pluviais, desde
envolvidos. que autorizados pelo órgão gestor competente e que promovam
o pagamento pelo uso de recursos hídricos, quando devido.

297
LEGISLAÇÃO
§ 12. Para a satisfação das condições descritas no § 11 deste Parágrafo único. As políticas e ações da União de desenvol-
artigo, os usuários deverão instalar medidor para contabilizar o vimento urbano e regional, de habitação, de combate e erradi-
seu consumo e deverão arcar apenas com o pagamento pelo uso cação da pobreza, de proteção ambiental, de promoção da saú-
da rede de coleta e tratamento de esgoto na quantidade equiva- de, de recursos hídricos e outras de relevante interesse social
lente ao volume de água captado.” (NR) direcionadas à melhoria da qualidade de vida devem considerar
“Art. 46. .............................................................................. a necessária articulação, inclusive no que se refere ao financia-
................................. mento e à governança, com o saneamento básico.” (NR)
Parágrafo único. Sem prejuízo da adoção dos mecanismos a “ Art. 48-A. Em programas habitacionais públicos federais
que se refere o caput deste artigo, a ANA poderá recomendar, ou subsidiados com recursos públicos federais, o sistema de es-
independentemente da dominialidade dos corpos hídricos que gotamento sanitário deverá ser interligado à rede existente, res-
formem determinada bacia hidrográfica, a restrição ou a inter- salvadas as hipóteses do § 4º do art. 11-B desta Lei.”
rupção do uso de recursos hídricos e a prioridade do uso para “Art. 49. ..............................................................................
o consumo humano e para a dessedentação de animais.” (NR) .................................
“ Art. 46-A. (VETADO).” I - contribuir para o desenvolvimento nacional, a redução
“ Art. 47. O controle social dos serviços públicos de sanea- das desigualdades regionais, a geração de emprego e de renda,
mento básico poderá incluir a participação de órgãos colegiados a inclusão social e a promoção da saúde pública;
de caráter consultivo, nacional, estaduais, distrital e municipais, II - priorizar planos, programas e projetos que visem à im-
em especial o Conselho Nacional de Recursos Hídricos, nos ter- plantação e à ampliação dos serviços e das ações de saneamento
mos da Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997 , assegurada a re- básico nas áreas ocupadas por populações de baixa renda, inclu-
presentação: ídos os núcleos urbanos informais consolidados, quando não se
............................................................................................. encontrarem em situação de risco;
..............................” (NR) .............................................................................................
“Art. 48. .............................................................................. .......................................
................................ IV - proporcionar condições adequadas de salubridade am-
............................................................................................. biental às populações rurais e às pequenas comunidades;
..................................... .............................................................................................
III - uniformização da regulação do setor e divulgação de .......................................
melhores práticas, conforme o disposto na Lei nº 9.984, de 17 XII - promover educação ambiental destinada à economia
de julho de 2000 ; de água pelos usuários;
............................................................................................. XIII - promover a capacitação técnica do setor;
...................................... XIV - promover a regionalização dos serviços, com vistas à
VII - garantia de meios adequados para o atendimento da geração de ganhos de escala, por meio do apoio à formação dos
população rural, por meio da utilização de soluções compatíveis blocos de referência e à obtenção da sustentabilidade econômi-
com as suas características econômicas e sociais peculiares; ca financeira do bloco;
............................................................................................. XV - promover a concorrência na prestação dos serviços; e
...................................... XVI - priorizar, apoiar e incentivar planos, programas e pro-
IX - adoção de critérios objetivos de elegibilidade e priorida- jetos que visem à implantação e à ampliação dos serviços e das
de, considerados fatores como nível de renda e cobertura, grau ações de saneamento integrado, nos termos desta Lei.” (NR)
de urbanização, concentração populacional, porte populacional “Art. 50. ..............................................................................
municipal, áreas rurais e comunidades tradicionais e indígenas, ..................................
disponibilidade hídrica e riscos sanitários, epidemiológicos e I - .........................................................................................
ambientais; .................................
............................................................................................. a) desempenho do prestador na gestão técnica, econômica
...................................... e financeira dos serviços; e
XII - redução progressiva e controle das perdas de água, b) eficiência e eficácia na prestação dos serviços públicos de
inclusive na distribuição da água tratada, estímulo à raciona- saneamento básico;
lização de seu consumo pelos usuários e fomento à eficiência II - à operação adequada e à manutenção dos empreendi-
energética, ao reúso de efluentes sanitários e ao aproveitamen- mentos anteriormente financiados com os recursos menciona-
to de águas de chuva, em conformidade com as demais normas dos no caput deste artigo;
ambientais e de saúde pública; III - à observância das normas de referência para a regulação
XIII - estímulo ao desenvolvimento e ao aperfeiçoamento de da prestação dos serviços públicos de saneamento básico expe-
equipamentos e métodos economizadores de água; didas pela ANA;
XIV - promoção da segurança jurídica e da redução dos ris- IV - ao cumprimento de índice de perda de água na distribui-
cos regulatórios, com vistas a estimular investimentos públicos ção, conforme definido em ato do Ministro de Estado do Desen-
e privados; volvimento Regional;
XV - estímulo à integração das bases de dados; V - ao fornecimento de informações atualizadas para o Sini-
XVI - acompanhamento da governança e da regulação do sa, conforme critérios, métodos e periodicidade estabelecidos
setor de saneamento; e pelo Ministério do Desenvolvimento Regional;
XVII - prioridade para planos, programas e projetos que vi- VI - à regularidade da operação a ser financiada, nos termos
sem à implantação e à ampliação dos serviços e das ações de do inciso XIII do caput do art. 3º desta Lei;
saneamento básico integrado, nos termos desta Lei. VII - à estruturação de prestação regionalizada;

298
LEGISLAÇÃO
VIII - à adesão pelos titulares dos serviços públicos de sanea- III - contemplar programa específico para ações de sanea-
mento básico à estrutura de governança correspondente em até mento básico em áreas rurais;
180 (cento e oitenta) dias contados de sua instituição, nos casos IV - contemplar ações específicas de segurança hídrica; e
de unidade regional de saneamento básico, blocos de referência V - contemplar ações de saneamento básico em núcleos ur-
e gestão associada; e banos informais ocupados por populações de baixa renda, quan-
IX - à constituição da entidade de governança federativa no do estes forem consolidados e não se encontrarem em situação
prazo estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo. de risco.
§ 1º Na aplicação de recursos não onerosos da União, serão .............................................................................................
priorizados os investimentos de capital que viabilizem a pres- ........................................
tação de serviços regionalizada, por meio de blocos regionais, § 3º A União estabelecerá, de forma subsidiária aos Estados,
quando a sua sustentabilidade econômico-financeira não for blocos de referência para a prestação regionalizada dos serviços
possível apenas com recursos oriundos de tarifas ou taxas, mes- públicos de saneamento básico.” (NR)
mo após agrupamento com outros Municípios do Estado, e os “Art. 53. ..............................................................................
investimentos que visem ao atendimento dos Municípios com .................................
maiores déficits de saneamento cuja população não tenha capa- § 1º As informações do Sinisa são públicas, gratuitas, aces-
cidade de pagamento compatível com a viabilidade econômico- síveis a todos e devem ser publicadas na internet, em formato
-financeira dos serviços. de dados abertos.
............................................................................................. .............................................................................................
....................................... ........................................
§ 5º No fomento à melhoria da prestação dos serviços pú- § 3º Compete ao Ministério do Desenvolvimento Regional
blicos de saneamento básico, a União poderá conceder bene- a organização, a implementação e a gestão do Sinisa, além do
fícios ou incentivos orçamentários, fiscais ou creditícios como estabelecimento dos critérios, dos métodos e da periodicidade
contrapartida ao alcance de metas de desempenho operacional para o preenchimento das informações pelos titulares, pelas en-
previamente estabelecidas. tidades reguladoras e pelos prestadores dos serviços e para a
............................................................................................. auditoria própria do sistema.
...................................... § 4º A ANA e o Ministério do Desenvolvimento Regional pro-
§ 8º A manutenção das condições e do acesso aos recursos moverão a interoperabilidade do Sistema Nacional de Informa-
referidos no caput deste artigo dependerá da continuidade da ções sobre Recursos Hídricos (SNIRH) com o Sinisa.
observância dos atos normativos e da conformidade dos órgãos § 5º O Ministério do Desenvolvimento Regional dará ampla
e das entidades reguladoras ao disposto no inciso III do caput transparência e publicidade aos sistemas de informações por ele
deste artigo. geridos e considerará as demandas dos órgãos e das entidades
§ 9º A restrição de acesso a recursos públicos federais e a envolvidos na política federal de saneamento básico para forne-
financiamentos decorrente do descumprimento do inciso III do cer os dados necessários ao desenvolvimento, à implementação
caput deste artigo não afetará os contratos celebrados anterior- e à avaliação das políticas públicas do setor.
mente à sua instituição e as respectivas previsões de desembol- § 6º O Ministério do Desenvolvimento Regional estabelece-
so. rá mecanismo sistemático de auditoria das informações inseri-
§ 10. O disposto no inciso III do caput deste artigo não se das no Sinisa.
aplica às ações de saneamento básico em: § 7º Os titulares, os prestadores de serviços públicos de sa-
I - áreas rurais; neamento básico e as entidades reguladoras fornecerão as in-
II - comunidades tradicionais, incluídas áreas quilombolas; e formações a serem inseridas no Sinisa.” (NR)
III - terras indígenas. “ Art. 53-A. Fica criado o Comitê Interministerial de Sanea-
§ 11. A União poderá criar cursos de capacitação técnica mento Básico (Cisb), colegiado que, sob a presidência do Minis-
dos gestores públicos municipais, em consórcio ou não com os tério do Desenvolvimento Regional, tem a finalidade de assegu-
Estados, para a elaboração e implementação dos planos de sa- rar a implementação da política federal de saneamento básico
neamento básico. e de articular a atuação dos órgãos e das entidades federais na
§ 12. (VETADO).” (NR) alocação de recursos financeiros em ações de saneamento bá-
“ Art. 52. A União elaborará, sob a coordenação do Ministé- sico.
rio do Desenvolvimento Regional: Parágrafo único. A composição do Cisb será definida em ato
I - o Plano Nacional de Saneamento Básico, que conterá: do Poder Executivo federal.”
............................................................................................. “ Art. 53-B. Compete ao Cisb:
......................................... I - coordenar, integrar, articular e avaliar a gestão, em âmbi-
c) a proposição de programas, projetos e ações necessários to federal, do Plano Nacional de Saneamento Básico;
para atingir os objetivos e as metas da política federal de sane- II - acompanhar o processo de articulação e as medidas que
amento básico, com identificação das fontes de financiamento, visem à destinação dos recursos para o saneamento básico, no
de forma a ampliar os investimentos públicos e privados no se- âmbito do Poder Executivo federal;
tor; III - garantir a racionalidade da aplicação dos recursos fede-
............................................................................................. rais no setor de saneamento básico, com vistas à universalização
.......................................... dos serviços e à ampliação dos investimentos públicos e priva-
§ 1º O Plano Nacional de Saneamento Básico deverá: dos no setor;
............................................................................................. IV - elaborar estudos técnicos para subsidiar a tomada de
......................................... decisões sobre a alocação de recursos federais no âmbito da po-
lítica federal de saneamento básico; e

299
LEGISLAÇÃO
V - avaliar e aprovar orientações para a aplicação dos recur- IV - o chamamento público para verificar o interesse dos en-
sos federais em saneamento básico.” tes federativos, em regime isolado ou consorciado, em realizar
“Art. 53-C. Regimento interno disporá sobre a organização e concessões e parcerias público-privadas, exceto em condições
o funcionamento do Cisb.” específicas a serem definidas pelo Conselho de Participação no
“ Art. 53-D. Fica estabelecida como política federal de sa- fundo a que se refere o art. 4º desta Lei;
neamento básico a execução de obras de infraestrutura básica .............................................................................................
de esgotamento sanitário e abastecimento de água potável em ........................................
núcleos urbanos formais, informais e informais consolidados, VI - as sanções aplicáveis na hipótese de descumprimento
passíveis de serem objeto de Regularização Fundiária Urbana dos termos pactuados com os beneficiários;
(Reurb), nos termos da Lei nº 13.465, de 11 de julho de 2017 , VII - a contratação de instituições parceiras de qualquer na-
salvo aqueles que se encontrarem em situação de risco. tureza para a consecução de suas finalidades; e
Parágrafo único. Admite-se, prioritariamente, a implanta- VIII - a contratação de serviços técnicos especializados.
ção e a execução das obras de infraestrutura básica de abas- .............................................................................................
tecimento de água e esgotamento sanitário mediante sistema .......................................
condominial, entendido como a participação comunitária com § 10. O chamamento público de que trata o inciso IV do § 4º
tecnologias apropriadas para produzir soluções que conjuguem deste artigo não se aplica à hipótese de estruturação de conces-
redução de custos de operação e aumento da eficiência, a fim de sões de titularidade da União, permitida a seleção dos empreen-
criar condições para a universalização.” dimentos diretamente pelo Conselho de Participação no fundo
Art. 8º A Lei nº 13.529, de 4 de dezembro de 2017 , passa a de que trata o art. 4º desta Lei.
vigorar com as seguintes alterações: § 11. Os recursos destinados à assistência técnica relativa
“ Art. 1º Fica a União autorizada a participar de fundo que aos serviços públicos de saneamento básico serão segregados
tenha por finalidade exclusiva financiar serviços técnicos pro- dos demais e não poderão ser destinados para outras finalida-
fissionais especializados, com vistas a apoiar a estruturação e o des do fundo.” (NR)
desenvolvimento de projetos de concessão e parcerias público- Art. 9º A Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005 , passa a vigorar
com as seguintes alterações:
-privadas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
“Art. 1º ................................................................................
cípios, em regime isolado ou consorciado.
.................................
Parágrafo único. (Revogado).” (NR)
.............................................................................................
“Art. 2º ................................................................................
......................................
.................................
§ 4º Aplicam-se aos convênios de cooperação, no que cou-
.............................................................................................
ber, as disposições desta Lei relativas aos consórcios públicos.”
.......................................
(NR)
§ 3º .....................................................................................
“Art. 8º ................................................................................
................................
.................................
............................................................................................. § 1º O contrato de rateio será formalizado em cada exercício
...................................... financeiro, e seu prazo de vigência não será superior ao das do-
II - por doações de qualquer natureza, inclusive de Estados, tações que o suportam, com exceção dos contratos que tenham
do Distrito Federal, de Municípios, de outros países, de organis- por objeto exclusivamente projetos consistentes em programas
mos internacionais e de organismos multilaterais; e ações contemplados em plano plurianual.
III - pelo reembolso de valores despendidos pelo agente .............................................................................................
administrador e pelas bonificações decorrentes da contratação ...............................” (NR)
dos serviços de que trata o art. 1º desta Lei; “Art. 11. ..............................................................................
............................................................................................. .................................
....................................... .............................................................................................
V - pelos recursos derivados de alienação de bens e direitos, ........................................
ou de publicações, material técnico, dados e informações; e § 2º A retirada ou a extinção de consórcio público ou convê-
VI - por outros recursos definidos em lei. nio de cooperação não prejudicará as obrigações já constituídas,
§ 4º ..................................................................................... inclusive os contratos, cuja extinção dependerá do pagamento
................................. das indenizações eventualmente devidas.” (NR)
I - as atividades e os serviços técnicos necessários à estru- “Art. 13. ..............................................................................
turação e ao desenvolvimento das concessões e das parcerias .................................
público-privadas passíveis de contratação no âmbito da União, .............................................................................................
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em regime ......................................
isolado ou consorciado; § 6º (Revogado).
I-A - os serviços de assistência técnica a serem financiados .............................................................................................
pelo fundo; ......................................
I-B - o apoio à execução de obras; § 8º Os contratos de prestação de serviços públicos de sa-
............................................................................................. neamento básico deverão observar o art. 175 da Constituição
....................................... Federal, vedada a formalização de novos contratos de programa
III-A - as regras de participação do fundo nas modalidades para esse fim.” (NR)
de assistência técnica apoiadas; Art. 10. O § 1º do art. 1º da Lei nº 13.089, de 12 de janeiro
de 2015 (Estatuto da Metrópole), passa a vigorar acrescido do
seguinte inciso III:

300
LEGISLAÇÃO
“Art. 1º ................................................................................ I - adesão pelo titular a mecanismo de prestação regionali-
................................. zada;
§ 1º ..................................................................................... II - estruturação da governança de gestão da prestação re-
.................................. gionalizada;
............................................................................................. III - elaboração ou atualização dos planos regionais de sa-
........................................ neamento básico, os quais devem levar em consideração os am-
III - às unidades regionais de saneamento básico definidas bientes urbano e rural;
pela Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. IV - modelagem da prestação dos serviços em cada bloco,
............................................................................................. urbano e rural, com base em estudos de viabilidade técnica, eco-
.............................” (NR) nômica e ambiental (EVTEA);
Art. 11. A Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 , passa a V - alteração dos contratos de programa vigentes, com vis-
vigorar com as seguintes alterações: tas à transição para o novo modelo de prestação;
“Art. 19. .............................................................................. VI - licitação para concessão dos serviços ou para alienação
................................. do controle acionário da estatal prestadora, com a substituição
............................................................................................. de todos os contratos vigentes.
...................................... § 1º Caso a transição referida no inciso V do caput deste ar-
XIX - periodicidade de sua revisão, observado o período má- tigo exija a substituição de contratos com prazos distintos, estes
ximo de 10 (dez) anos. poderão ser reduzidos ou prorrogados, de maneira a convergir a
............................................................................................. data de término com o início do contrato de concessão definiti-
.............................” (NR) vo, observando-se que:
“ Art. 54. A disposição final ambientalmente adequada dos I - na hipótese de redução do prazo, o prestador será inde-
rejeitos deverá ser implantada até 31 de dezembro de 2020, ex- nizado na forma do art. 37 da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro
ceto para os Municípios que até essa data tenham elaborado de 1995 ; e
plano intermunicipal de resíduos sólidos ou plano municipal de II - na hipótese de prorrogação do prazo, proceder-se-á,
gestão integrada de resíduos sólidos e que disponham de me- caso necessário, à revisão extraordinária, na forma do inciso II
canismos de cobrança que garantam sua sustentabilidade eco- do caput do art. 38 da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007 .
nômico-financeira, nos termos do art. 29 da Lei nº 11.445, de 5 § 2º O apoio da União será condicionado a compromisso de
de janeiro de 2007 , para os quais ficam definidos os seguintes conclusão das etapas de que trata o caput deste artigo pelo titu-
lar do serviço, que ressarcirá as despesas incorridas em caso de
prazos:
descumprimento desse compromisso.
I - até 2 de agosto de 2021, para capitais de Estados e Mu-
§ 3º Na prestação dos serviços públicos de saneamento bá-
nicípios integrantes de Região Metropolitana (RM) ou de Região
sico, os Municípios que obtiverem a aprovação do Poder Execu-
Integrada de Desenvolvimento (Ride) de capitais;
tivo, nos casos de concessão, e da respectiva Câmara Municipal,
II - até 2 de agosto de 2022, para Municípios com população
nos casos de privatização, terão prioridade na obtenção de re-
superior a 100.000 (cem mil) habitantes no Censo 2010, bem
cursos públicos federais para a elaboração do plano municipal
como para Municípios cuja mancha urbana da sede municipal
de saneamento básico.
esteja situada a menos de 20 (vinte) quilômetros da fronteira
§ 4º Os titulares que elegerem entidade de regulação de ou-
com países limítrofes;
tro ente federativo terão prioridade na obtenção de recursos
III - até 2 de agosto de 2023, para Municípios com população públicos federais para a elaboração do plano municipal de sane-
entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes no amento básico.
Censo 2010; e Art. 14. Em caso de alienação de controle acionário de em-
IV - até 2 de agosto de 2024, para Municípios com popula- presa pública ou sociedade de economia mista prestadora de
ção inferior a 50.000 (cinquenta mil) habitantes no Censo 2010. serviços públicos de saneamento básico, os contratos de progra-
§ 1º (VETADO). ma ou de concessão em execução poderão ser substituídos por
§ 2º Nos casos em que a disposição de rejeitos em aterros novos contratos de concessão, observando-se, quando aplicá-
sanitários for economicamente inviável, poderão ser adotadas vel, o Programa Estadual de Desestatização.
outras soluções, observadas normas técnicas e operacionais es- § 1º Caso o controlador da empresa pública ou da sociedade
tabelecidas pelo órgão competente, de modo a evitar danos ou de economia mista não manifeste a necessidade de alteração
riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos de prazo, de objeto ou de demais cláusulas do contrato no mo-
ambientais.” (NR) mento da alienação, ressalvado o disposto no § 1º do art. 11-B
Art. 12. Fica autorizada a transformação, sem aumento de da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007 , fica dispensada anu-
despesa, por ato do Poder Executivo federal, de cargos do Gru- ência prévia da alienação pelos entes públicos que formalizaram
po-Direção e Assessoramento Superiores (DAS) com valores re- o contrato de programa.
muneratórios totais correspondentes a: § 2º Caso o controlador da empresa pública ou da sociedade
I - 4 (quatro) Cargos Comissionados de Gerência Executiva de economia mista proponha alteração de prazo, de objeto ou
(CGE), dos quais: de demais cláusulas do contrato de que trata este artigo antes
a) 2 (dois) CGE I; e de sua alienação, deverá ser apresentada proposta de substitui-
b) 2 (dois) CGE III; ção dos contratos existentes aos entes públicos que formaliza-
II - 12 (doze) Cargos Comissionados Técnicos (CCT) V; e ram o contrato de programa.
III - 10 (dez) Cargos Comissionados Técnicos (CCT) II. § 3º Os entes públicos que formalizaram o contrato de pro-
Art. 13. Decreto disporá sobre o apoio técnico e financeiro grama dos serviços terão o prazo de 180 (cento e oitenta) dias,
da União à adaptação dos serviços públicos de saneamento bá- contado do recebimento da comunicação da proposta de que
sico às disposições desta Lei, observadas as seguintes etapas: trata o § 2º deste artigo, para manifestarem sua decisão.

301
LEGISLAÇÃO
§ 4º A decisão referida no § 3º deste artigo deverá ser to-
mada pelo ente público que formalizou o contrato de programa EXERCÍCIOS
com as empresas públicas e sociedades de economia mista.
§ 5º A ausência de manifestação dos entes públicos que for- 1. Na implementação dos programas e das ações constantes
malizaram o contrato de programa no prazo estabelecido no § dos planos plurianuais e dos orçamentos anuais da União, deve-
3º deste artigo configurará anuência à proposta de que trata o rão ser observadas as políticas de ação afirmativa conforme o
§ 2º deste artigo. Estatuto de Igualdade Racial (Lei n° 12.288/2010) e outras polí-
§ 6º (VETADO). ticas públicas que tenham como objetivo promover a igualdade
§ 7º (VETADO). de oportunidades e a inclusão social da população negra, entre
Art. 15. A competência de que trata o § 3º do art. 52 da Lei elas:
nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, somente será exercida caso I. incentivo à criação de programas e veículos de comunica-
as unidades regionais de saneamento básico não sejam estabe- ção destinados à divulgação de matérias relacionadas aos inte-
lecidas pelo Estado no prazo de 1 (um) ano da publicação desta resses da população negra.
Lei. II. iniciativas que incrementem o acesso e a permanência
Art. 16. (VETADO). das pessoas negras na educação fundamental, média, técnica e
Art. 17. Os contratos de concessão e os contratos de progra- superior.
ma para prestação dos serviços públicos de saneamento básico III. apoio a iniciativas em defesa da cultura, da memória e
existentes na data de publicação desta Lei permanecerão em vi- das tradições africanas e brasileiras.
gor até o advento do seu termo contratual.
Parágrafo único. (VETADO). Está correto o que se afirma em
Art. 18. Os contratos de parcerias público-privadas ou de (A) III, apenas.
subdelegações que tenham sido firmados por meio de proces- (B) I, II e III
sos licitatórios deverão ser mantidos pelo novo controlador, em (C) I e II, apenas.
caso de alienação de controle de empresa estatal ou sociedade (D) I e III, apenas.
de economia mista. (E) II e III, apenas.
Parágrafo único. As parcerias público-privadas e as subdele-
gações previstas neste artigo serão mantidas em prazos e condi- 2. De acordo com Estatuto da Igualdade Racial (Lei n°
ções pelo ente federativo exercente da competência delegada, 12.288/2010) a eliminação dos obstáculos históricos, sociocul-
mediante sucessão contratual direta. turais e institucionais que impedem a representação da diversi-
Art. 19. Os titulares de serviços públicos de saneamento bá- dade étnica nas esferas pública e privada é uma das formas de
sico deverão publicar seus planos de saneamento básico até 31 promover
de dezembro de 2022, manter controle e dar publicidade sobre (A) a informação para os jovens que buscam melhores con-
o seu cumprimento, bem como comunicar os respectivos dados dições econômicas e sociais.
à ANA para inserção no Sinisa. (B) a ação de adolescentes e jovens universitários nos di-
Parágrafo único. Serão considerados planos de saneamento versos espaços sociais garantindo a promoção da igualdade
básico os estudos que fundamentem a concessão ou a privatiza- racial.
ção, desde que contenham os requisitos legais necessários. (C) a participação da população negra, em condição de
Art. 20. (VETADO). igualdade de oportunidade, na vida econômica, social, po-
Art. 21. (VETADO). lítica e cultural do País.
Art. 22. (VETADO). (D) o acesso aos recursos financeiros para jovens com alto
Art. 23. Revogam-se: rendimento escolar visando a melhoria de sua organização
I - o § 2º do art. 4º da Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000 ; familiar.
II - o § 1º (antigo parágrafo único) do art. 3º da Lei nº 10.768, (E) a inclusão de meninas nos programas de apoio ao com-
de 19 de novembro de 2003; bate às drogas nas escolas das grandes metrópoles.
III - os seguintes dispositivos da Lei nº 11.107, de 6 de abril
de 2005 : 3. João, 15 anos, negro, é vítima de várias piadas de outros
a) o § 1º do art. 12 ; adolescentes pela textura do cabelo e forma de penteá-lo. Na
b) o § 6º do art. 13 ; escola é excluído das atividades pelos próprios colegas e sempre
IV - os seguintes dispositivos da Lei nº 11.445, de 5 de janei- recebe um apelido diferente pela cor da pele. A atitude das pes-
ro de 2007 : soas para com o João é definida no Estatuto da Igualdade Racial
a) os §§ 1º e 2º do art. 10 ; (Lei n° 12.288/2010) como
b) os arts. 14, 15 e 16; (A) desigualdade de gênero.
c) os incisos I e II do caput do art. 21; (B) política pública.
d) o inciso I do caput do art. 31; (C) discriminação racial.
e) o inciso I do caput do art. 35; (D) ação afirmativa.
V - os seguintes dispositivos da Lei nº 13.529, de 4 de de- (E) discriminação sexual.
zembro de 2017 :
a) o parágrafo único do art. 1º ; 4. Conforme Lei Federal nº 12.288/2010, em relação aos ob-
b) o § 3º do art. 4º. jetivos da Política Nacional de Saúde Integral da População Ne-
Art. 24. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. gra, analise as assertivas abaixo, assinalando V, se verdadeiras,
ou F, se falsas.

302
LEGISLAÇÃO
( ) Fomento à realização de estudos e pesquisas sobre racis- 7. Assinale a alternativa correta acerca do que prevê o Esta-
mo e saúde da população negra. tuto da Igualdade Racial (Lei n° 12.288/2010).
( ) Inclusão do conteúdo da saúde da população negra nos (A) Denominam-se políticas públicas para integração racial
processos de formação e educação permanente dos trabalhado- os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e
res da saúde. pela iniciativa privada para a correção das desigualdades
( ) Promoção da saúde integral da população negra, priori- raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades.
zando a redução das desigualdades étnicas e o combate à discri- (B) Os programas de ação afirmativa constituir-se-ão em
minação nas instituições e serviços do SUS. políticas públicas destinadas a reparar as distorções e de-
sigualdades sociais e demais práticas discriminatórias ado-
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima tadas, nas esferas pública e privada, durante o processo de
para baixo, é: formação social do País.
(A) F – F – F. (C) Os moradores das comunidades de remanescentes de
(B) F – V – V. quilombos serão beneficiários de incentivos específicos
(C) V – F – F. para a garantia do direito à saúde, excluindo- -se apenas as
(D) V – F – V. melhorias nas condições ambientais, garantindo-se porém
(E) V – V – V. obras de saneamento básico, de segurança alimentar e nu-
tricional e na atenção integral à saúde.
5. De acordo com a Lei nº 12.288/2010, que institui o Estatu- (D) É obrigatório o ensino da capoeira nas instituições pú-
to da Igualdade Racial, assinale a alternativa correta. blicas e privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais,
(A)O Estatuto da Igualdade Racial adota como diretriz polí- pública e formalmente reconhecidos, para crianças de 04 a
tico-jurídica a ressocialização dos autores de desigualdade 07 anos de idade.
étnico-racial, a valorização da igualdade étnica e o fortaleci- (E) Os Poderes Executivos Estaduais elaborarão plano de
mento da identidade nacional brasileira. promoção da igualdade racial contendo as metas, princípios
(B) O poder público garantirá que o segmento da população e diretrizes para a implementação da Política Nacional de
negra vinculado aos seguros privados de saúde seja tratado Promoção da Igualdade Racial.
com prioridade no atendimento.
(C) A capoeira é reconhecida como desporto de criação na- 8. Segundo a Lei nº 7.716/1989, é crime resultante de dis-
cional. criminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou proce-
(D) Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de en- dência nacional, impedir
sino médio, desde que públicos, é obrigatório o estudo da (A) a ascensão funcional de servidores públicos estatutários,
história geral da África e da história da população negra no excluindo-se os prestadores de serviço em regime celetista.
Brasil. (B) a ascensão funcional do empregado ou obstar outra for-
(E) Os moradores de comunidades carentes serão beneficiários ma de benefício profissional, excluídos os cargos da admi-
de incentivos específicos para a garantia do direito à saúde. nistração pública indireta.
(C) o acesso de pessoa habilitada, a qualquer cargo da ad-
6. Sobre o Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288/2010) ministração pública, bem como das concessionárias de ser-
e os conceitos estabelecidos por ele, relacione as colunas e assi- viços públicos.
nale a alternativa com a sequência correta. (D) o acesso de pessoa devidamente habilitada a cargo da
1. Desigualdade racial. administração direta, o que não se aplica aos entes privados
2. Desigualdade de gênero e raça. em regime de concessão de serviços públicos.
3. Políticas públicas.
4. Ações afirmativas. 9. De acordo com a Lei nº 7.716/1989, que define os crimes
resultantes de preconceito de raça ou de cor, aquele que incitar
( ) Ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no o preconceito de raça por intermédio dos meios de comunicação
cumprimento de suas atribuições institucionais. social está sujeito à pena de
( ) Assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua (A) reclusão de dois a cinco anos e multa.
a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos (B) trabalho voluntário e restrições de finais de semana.
sociais. (C) reclusão de um a três anos.
( ) Programas e medidas especiais adotados pelo Estado e (D) detenção de seis meses a 1 ano e multa.
pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais (E) somente multa.
e para a promoção da igualdade de oportunidades.
( ) Toda situação injustificada de diferenciação de acesso e 10. Constituem crimes resultantes de discriminação ou pre-
fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e conceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional,
privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacio- EXCETO
nal ou étnica. (A) impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente ha-
bilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta,
(A) 4 – 2 – 3 – 1. bem como das concessionárias de serviços públicos.
(B) 3 –1 – 4 – 2 (B) negar ou obstar emprego em empresa privada.
(C) 3 – 2 – 4 – 1. (C) recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial,
(D) 4 – 1 – 3 – 2. negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador.
(E) 1 – 2 – 3 – 4. (D) impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pen-
são, estalagem, ou qualquer estabelecimento similar.

303
LEGISLAÇÃO
(E) injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, 15. Assinale a alternativa correta a respeito dos direitos e
utilizando-se de elementos referentes à raça, cor, etnia, re- garantias fundamentais, nos termos disciplinados na Constitui-
ligião e origem. ção da República Federativa do Brasil.
(A) Os direitos e garantias fundamentais, em razão de con-
11. A respeito das disposições da Convenção sobre a elimi- cretizarem a dignidade humana, não podem ser relativiza-
nação de todas as formas de discriminação contra a mulher, as- dos pela atuação do Estado para suspender ou restringir as
sinale a alternativa INCORRETA. suas eficácias.
(A) Devem ser tomadas medidas apropriadas, inclusive de (B) Os direitos e garantias fundamentais são apenas os pre-
caráter legislativo, para suprimir todas as formas de tráfico vistos, expressamente, no texto constitucional.
de mulheres e exploração da prostituição da mulher (C) A adoção, pelo Brasil, de normas internacionais sobre
(B) Os Estados-Partes convém que todo contrato ou outro direitos humanos obriga que essas sejam previamente inter-
instrumento privado de efeito jurídico que tenda a restringir nalizadas através de emenda constitucional.
a capacidade jurídica da mulher será considerado anulável, (D) Os direitos e garantias fundamentais, desde que por
salvo se a própria mulher referendar o ato. emenda constitucional, podem ser suprimidos do texto da
(C) Nada do disposto nesta Convenção prejudicará qualquer Constituição da República Federativa do Brasil.
disposição que seja mais propícia à obtenção da igualdade (E) Enquanto os direitos fundamentais são as disposições
entre homens e mulheres e que seja contida na legislação que reconhecem e declaram propriamente os direitos ine-
de um Estado-Parte ou em qualquer outra convenção, trata- rentes à dignidade de todo ser humano, as garantias são dis-
do ou acordo internacional vigente nesse Estado. posições assecuratórias do exercício dos direitos.
(D) É assegurado às mulheres o direito às mesmas oportuni-
dades de emprego, inclusive a aplicação dos mesmos crité-
rios de seleção em questões de emprego. GABARITO
(E) Os Estados-Partes outorgarão à mulher os mesmos di-
reitos que ao homem no que diz respeito à nacionalidade
dos filhos. 1 B
12. Assinale a alternativa que apresenta a Convenção Inter- 2 C
nacional ainda não ratificada pelo Estado brasileiro. 3 C
(A) Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradi-
4 E
car a Violência contra a Mulher.
(B) Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança. 5 C
(C) Convenção Interamericana sobre a Proteção dos Direi- 6 C
tos Humanos dos Idosos.
(D) Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência. 7 B
(E) Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de 8 C
Discriminação contra a Mulher. 9 A
13. A República Federativa do Brasil, conforme a Consti- 10 E
tuição Federal, é formada pela união indissolúvel dos Estados 11 B
e Municípios e do Distrito Federal, constituindo-se em Estado
12 C
Democrático de Direito e tendo como fundamentos, EXCETO
(A) a independência nacional. 13 A
(B) o pluralismo político. 14 B
(C) a dignidade da pessoa humana.
(D) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. 15 E

14. Quanto aos direitos fundamentais, assinale a alternativa


correta.
(A) São imprescritíveis e podem ser invocados, em qualquer ANOTAÇÕES
ação, a qualquer tempo.
(B) São históricos, pois foram evoluindo e sendo formatados ______________________________________________________
gradativamente.
(C) São absolutos. ______________________________________________________
(D) Podem ser renunciados, justificadamente.
(E) Podem possuir conteúdo econômico, hipótese em que ______________________________________________________
poderão ser alienáveis.
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

304
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente de Saneamento - Agente Administrativo

d) a fisionomia amistosa, alenta um sentimento de afetividade


QUALIDADE NO ATENDIMENTO AO PÚBLICO. COMU- e calorosidade.
NICABILIDADE, APRESENTAÇÃO, ATENÇÃO, CORTESIA,
INTERESSE, PRESTEZA, EFICIÊNCIA, TOLERÂNCIA, DIS- 02. Ter SINTONIA ENTRE FALA E EXPRESSÃO CORPORAL: que
CRIÇÃO, CONDUTA E OBJETIVIDADE se caracteriza pela existência de uma unidade entre o que dizemos
e o que expressamos no nosso corpo.
Quando fazemos isso, nos sentimos mais harmônicos e confor-
A qualidade do atendimento ao público apresenta-se como um táveis. Não precisamos fingir, mentir ou encobrir os nossos senti-
desafio institucional e, e deve ter como meta aprimorar e uniformi- mentos e eles fluem livremente. Dessa forma, nos sentimos mais
zar o serviço oferecido tanto ao público externo como ao público livres do stress, das doenças, dos medos.
interno.
Vale ressaltar que, o agente responsável por realizar o atendi- 03. As EXPRESSÕES FACIAIS: das quais podemos extrair dois as-
mento, ao fazê-lo, não o faz por si mesmo, e sim, pela instituição, ou pectos: o expressivo, ligado aos estados emocionais que elas tradu-
seja, ele representa a organização naquele momento, é a imagem zem e a identificação destes estados pelas pessoas; e a sua função
da organização que se apresenta na figura desse agente. social que diz em que condições ocorreu a expressão, seus efeitos
Quando falamos em atendimento de qualidade, pensamos em sobre o observador e quem a expressa.
excelência na forma com que nossos clientes (internos ou exter- Podemos concluir, entendendo que, qualquer comportamento
nos) são tratados, e lidar com pessoas, que é o que ocorre em um inclui posturas e é sempre fruto da interação complexa entre o or-
atendimento, exige uma postura comportamental comprometida ganismo e o seu meio ambiente.
com o outro, com suas necessidades, seus anseios, mas também
com a organização, suas regras, ou seja, exige responsabilidade, co- Observando estas condições principais que causam a vincula-
nhecimento de funções, uso adequado de ferramentas para se en- ção ou o afastamento do cliente da empresa, podemos separar a
quadrar ao sistema de funcionamento da organização e, agilidade, estrutura de uma empresa de serviços em dois itens:
cordialidade, eficiência e principalmente, empatia, para realizar um
atendimento de excelência junto ao público. Os serviços
Atendimento corresponde ao ato de atender, ou seja, ao ato de O SERVIÇO assume uma dimensão macro nas organizações e,
prestar atenção às pessoas com as quais mantemos contato. como tal, está diretamente relacionado ao próprio negócio.
A qualidade do atendimento prestado depende da capacidade Nesta visão mais global, estão incluídas as políticas de serviços,
de se comunicar com o público e da mensagem transmitida. a sua própria definição e filosofia. Aqui, também são tratados os
aspectos gerais da organização que dão peso ao negócio, como: o
Postura de atendimento ambiente físico, as cores (pintura), os jardins. Este item, portanto,
Aqui falamos em fatores pessoais que influenciam o atendi- depende mais diretamente da empresa e está mais relacionado
mento: Apresentação pessoal, cortesia (personalizar o atendimen- com as condições sistêmicas.
to), atenção, tolerância (grau de aceitação de diferente modo de
pensar), discrição, conduta, objetividade. A postura de atendimento
É o tratamento dispensado às pessoas, está mais relacionado
A POSTURA pode ser entendida como a junção de todos esses com o funcionário em si, com as suas atitudes e o seu modo de agir
aspectos relacionados com a nossa expressão corporal na sua to- com os clientes. Portanto, está ligado às condições individuais.
talidade e nossa condição emocional. É necessário unir estes dois pontos e estabelecer nas políticas
das empresas, o treinamento, a definição de um padrão de aten-
Podemos destacar 03 pontos necessários para falarmos de dimento e de um perfil básico para o profissional de atendimento,
POSTURA. São eles: como forma de avançar no próprio negócio. Dessa maneira, estes
01. Ter uma POSTURA DE ABERTURA: que se caracteriza por dois itens se tornam complementares e inter-relacionados, com de-
um posicionamento de humildade, mostrando-se sempre disponí- pendência recíproca para terem peso.
vel para atender e interagir prontamente com o cliente. Esta POS-
TURA DE ABERTURA do atendente suscita alguns sentimentos posi- O profissional do atendimento
tivos nos clientes, como por exemplo: Para conhecermos melhor a postura de atendimento, faz-se
a) postura do atendente de manter os ombros abertos e o peito necessário falar do Verdadeiro profissional do atendimento.
aberto, passa ao cliente um sentimento de receptividade e acolhi-
mento;
b) deixar a cabeça meio curva e o corpo ligeiramente inclinado,
transmite ao cliente a humildade do atendente;
c) o olhar nos olhos e o aperto de mão firme, traduzem respeito
e segurança;

305
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Os três passos do verdadeiro profissional de atendimento: Nas condições individuais, podemos encontrar a contratação
01. Entender o seu VERDADEIRO PAPEL, que é o de compre- de pessoas com características opostas ao necessário para atender
ender e atender as necessidades dos clientes, fazer com que ele ao público, como: timidez, avareza, rebeldia...
seja bem recebido, ajudá-lo a se sentir importante e proporcioná-lo
um ambiente agradável. Este profissional é voltado completamente Os requisitos para contratação deste profissional
para a interação com o cliente, estando sempre com as suas ante- Para trabalhar com atendimento ao público, alguns requisitos
nas ligadas neste, para perceber constantemente as suas necessida- são essenciais ao atendente. São eles:
des. Para este profissional, não basta apenas conhecer o produto ou - Gostar de SERVIR, de fazer o outro feliz.
serviço, mas o mais importante é demonstrar interesse em relação - Gostar de lidar com gente.
às necessidades dos clientes e atendê-las. - Ser extrovertido.
02. Entender o lado HUMANO, conhecendo as necessidades - Ter humildade.
dos clientes, aguçando a capacidade de perceber o cliente. Para - Cultivar um estado de espírito positivo.
entender o lado humano, é necessário que este profissional tenha - Satisfazer as necessidades do cliente.
uma formação voltada para as pessoas e goste de lidar com gente. - Cuidar da aparência.
Se espera que ele fique feliz em fazer o outro feliz, pois para este
profissional, a felicidade de uma pessoa começa no mesmo instan- Com estes requisitos, o sinal fica verde para o atendimento.
te em que ela cessa a busca de sua própria felicidade para buscar
a felicidade do outro. Outros fatores importantes no atendimeto
03. Entender a necessidade de manter um ESTADO DE ESPÍ-
RITO POSITIVO, cultivando pensamentos e sentimentos positivos, O olhar
para ter atitudes adequadas no momento do atendimento. Ele sabe Os olhos transmitem o que está na nossa alma. Através do
que é fundamental separar os problemas particulares do dia a dia olhar, podemos passar para as pessoas os nossos sentimentos
do trabalho e, para isso, cultiva o estado de espírito antes da chega- mais profundos, pois ele reflete o nosso estado de espírito.
da do cliente. O primeiro passo de cada dia, é iniciar o trabalho com Ao analisar a expressão do olhar, não vamos nos prender so-
a consciência de que o seu principal papel é o de ajudar os clientes mente a ele, mas a fisionomia como um todo para entendermos o
a solucionarem suas necessidades. A postura é de realizar serviços real sentido dos olhos.
para o cliente. Um olhar brilhante transmite ao cliente a sensação de acolhi-
A FUGA DOS CLIENTES mento, de interesse no atendimento das suas necessidades, de von-
As pesquisas revelam que 68% dos clientes das empresas fo- tade de ajudar. Ao contrário, um olhar apático, traduz fraqueza e
gem delas por problemas relacionados à postura de atendimento. desinteresse, dando ao cliente, a impressão de desgosto e dissabor
Numa escala decrescente de importância, podemos observar pelo atendimento.
os seguintes ercentuais: Mas, você deve estar se perguntando: O que causa este brilho
- 68% dos clientes fogem das empresas por problemas de pos- nos nossos olhos ? A resposta é simples:
tura no atendimento; Gostar do que faz, gostar de prestar serviços ao outro, gostar
- 14% fogem por não terem suas reclamações atendidas; de ajudar o próximo.
- 9% fogem pelo preço; Para atender ao público, é preciso que haja interesse e gosto,
- 9% fogem por competição, mudança de endereço, morte. pois só assim conseguimos repassar uma sensação agradável para
o cliente. Gostar de atender o público significa gostar de atender
A origem dos problemas está nos sistemas implantados nas as necessidades dos clientes, querer ver o cliente feliz e satisfeito.
organizações, muitas vezes obsoletos. Estes sistemas não definem
uma política clara de serviços, não definem o que é o próprio ser- Como o olhar revela a atitude da mente, ele pode transmitir:
viço e qual é o seu produto. Sem isso, existe muita dificuldade em 01. Interesse quando:
satisfazer plenamente o cliente. - brilha;
Estas empresas que perdem 68% dos seus clientes, não contra- - tem atenção;
tam profissionais com características básicas para atender o públi- - vem acompanhado de aceno de cabeça.
co, não treinam estes profissionais na postura adequada, não criam
um padrão de atendimento e este passa a ser realizado de acordo 02. Desinteresse quando:
com as características individuais e o bom senso de cada um. - é apático;
A falta de noção clara da causa primária da perda de clientes - é imóvel, rígido;
faz com que as empresas demitam os funcionários “porque eles não - não tem expressão.
sabem nem atender o cliente”. Parece até que o atendimento é a
tarefa mais simples da empresa e que menos merece preocupação. O olhar desbloqueia o atendimento, pois quebra o gelo. O olhar
Ao contrário, é a mais complexa e recheada de nuances que perpas- nos olhos dá credibilidade e não há como dissimular com o olhar.
sam pela condição individual e por condições sistêmicas.
Estas condições sistêmicas estão relacionadas a: A aproximação - raio de ação.
1. falta de uma política clara de serviços; A APROXIMAÇÃO do cliente está relacionada ao conceito de
2. indefinição do conceito de serviços; RAIO DE AÇÃO, que significa interagir com o público, independente
3. falta de um perfil adequado para o profissional de atendi- deste ser cliente ou não.
mento; Esta interação ocorre dentro de um espaço físico de 3 metros
4. falta de um padrão de atendimento; de distância do público e de um tempo imediato, ou seja, pronta-
5. inexistência do follow up; mente.
6. falta de treinamento e qualificação de pessoal. Além do mais, deve ocorrer independentemente do funcioná-
rio estar ou não na sua área de trabalho. Estes requisitos para a
interação, a tornam mais eficaz.

306
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Esta interação pode se caracterizar por um cumprimento ver- O sorriso é um tipo de linguagem corporal, um tipo de comu-
bal, uma saudação, um aceno de cabeça ou apenas por um aceno nicação não-verbal . Como tal, expressa as emoções e geralmente
de mão. O objetivo com isso, é fazer o cliente sentir-se acolhido e informa mais do que a linguagem falada e a escrita. Dessa forma,
certo de estar recebendo toda a atenção necessária para satisfazer podemos passar vários tipos de sentimentos e acarretar as mais di-
os seus anseios. versas emoções no outro.

Alguns exemplos são: Ir ao encontro do cliente


1. no hotel, a arrumadeira está no corredor com o carrinho de IR AO ENCONTRO DO CLIENTE é um forte sinal de compromis-
limpeza e o hóspede sai do seu apartamento. Ela prontamente olha so no atendimento, por parte do atendente. Este item traduz a im-
para ele e diz com um sorriso: “bom dia !“ portância dada ao cliente no momento de atendimento, na qual o
2. o caixa de uma loja que cumprimenta o cliente no momento atendente faz tudo o que é possível para atender as suas necessi-
do pagamento; dades, pois ele compreende que satisfazê-las é fundamental. Indo
3. o frentista do posto de gasolina que se aproxima ao ver o ao encontro do cliente, o atendente demonstra o seu interesse para
carro entrando no posto e faz uma sudação... com ele.

A invasão A primeira impressão


Mas, interagir no RAIO DE AÇÃO não tem nada a ver com INVA- Você já deve ter ouvido milhares de vezes esta frase: A PRIMEI-
SÃO DE TERRITÓRIO. RA IMPRESSÃO É A QUE FICA.
Vamos entender melhor isso. Você concorda com ela?
Todo ser humano sente necessidade de definir um TERRITÓ- No mínimo seremos obrigados a dizer que será difícil a empre-
RIO, que é um certo espaço entre si e os estranhos. Este território sa ter uma segunda chance para tentar mudar a impressão inicial,
não se configura apenas em um espaço físico demarcado, mas prin- se esta foi negativa, pois dificilmente o cliente irá voltar.
cipalmente num espaço pessoal e social, o que podemos traduzir É muito mais difícil e também mais caro, trazer de volta o clien-
como a necessidade de privacidade, de respeito, de manter uma te perdido, aquele que foi mal atendido ou que não teve os seus
distância ideal entre si e os outros de acordo com cada situação. desejos satisfeitos.
Quando estes territórios são invadidos, ocorrem cortes na Estes clientes perdem a confiança na empresa e normalmen-
privacidade, o que normalmente traz conseqüências negativas. te os custos para resgatá-la, são altos. Alguns mecanismos que as
Podemos exemplificar estas invasões com algumas situações corri- empresas adotam são os contatos via telemarketing, mala-direta,
queiras: uma piada muito picante contada na presença de pessoas visitas, mas nem sempre são eficazes.
estranhas a um grupo social; ficar muito próximo do outro, quase se A maioria das empresas não têm noção da quantidade de clien-
encostando nele; dar um tapinha nas costas... tes perdidos durante a sua existência, pois elas não adotam meca-
Nas situações de atendimento, são bastante comuns as inva- nismos de identificação de reclamações e/ou insatisfações destes
sões de território pelos atendentes. Estas, na sua maioria, causam clientes. Assim, elas deixam escapar as armas que teriam para re-
mal-estar aos clientes, pois são traduzidas por eles como atitudes forçar os seus processos internos e o seu sistema de trabalho.
grosseiras e poucos sensíveis. Alguns são os exemplos destas atitu- Quando as organizações atentam para essa importância, elas
des e situações mais comuns: passam a aplicar instrumentos de medição.
- insistência para o cliente levar um item ou adquirir um bem; Mas, estes coletores de dados nem sempre traduzem a realida-
- seguir o cliente por toda a loja; de, pois muitas vezes trazem perguntas vagas, subjetivas ou pedem
- o motorista de taxi que não pára de falar com o cliente pas- a opinião aberta sobre o assunto.
sageiro; Dessa forma, fica difícil mensurar e acaba-se por não colher as
- o garçom que fica de pé ao lado da mesa sugerindo pratos informações reais.
sem ser solicitado; A saída seria criar medidores que traduzissem com fatos e da-
- o funcionário que cumprimenta o cliente com dois beijinhos dos, as verdadeiras opiniões do cliente sobre o serviço e o produto
e tapinhas nas costas; adquiridos da empresa.
- o funcionário que transfere a ligação ou desliga o telefone
sem avisar. Apresentação pessoal
Estas situações não cabem na postura do verdadeiro profissio- Que imagem você acha que transmitimos ao cliente quando o
nal do atendimento. atendemos com as unhas sujas, os cabelos despenteados, as roupas
mal cuidadas... ?
O sorriso O atendente está na linha de frente e é responsável pelo conta-
O SORRISO abre portas e é considerado uma linguagem uni- to, além de representar a empresa neste momento. Para transmitir
versal. confiabilidade, segurança, bons serviços e cuidado, se faz necessá-
Imagine que você tem um exame de saúde muito importante rio, também, ter uma boa apresentação pessoal.
para receber e está apreensivo com o resultado. Você chega à clí-
nica e é recebido por uma recepcionista que apresenta um sorriso Alguns cuidados são essenciais para tornar este item mais com-
caloroso. Com certeza você se sentirá mais seguro e mais confiante, pleto. São eles:
diminuindo um pouco a tensão inicial. Neste caso, o sorriso foi in- 01. tomar um BANHO antes do trabalho diário: além da função
terpretado como um ato de apaziguamento. higiênica, também é revigorante e espanta a preguiça;
O sorriso tem a capacidade de mudar o estado de espírito das 02. cuidar sempre da HIGIENE PESSOAL: unhas limpas, cabelos
pessoas e as pesquisas revelam que as pessoas sorridentes são ava- cortados e penteados, dentes cuidados, hálito agradável, axilas as-
liadas mais favoravelmente do que as não sorridentes. seadas, barba feita;
03. roupas limpas e conservadas;
04. sapatos limpos;

307
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
05. usar o CRACHÁ DE IDENTIFICAÇÃO, em local visível pelo * os nossos PRECONCEITOS;
cliente. * as DISTRAÇÕES;
* os JULGAMENTOS PRÉVIOS;
Quando estes cuidados básicos não são tomados, o cliente se * as ANTIPATIAS.
questiona : “ puxa, se ele não cuida nem dele, da sua aparência
pessoal, como é que vai cuidar de me prestar um bom serviço ? “ Para interagirmos e nos comunicarmos a contento, precisamos
A apresentação pessoal, a aparência, é um aspecto importante compreender o TODO, captando os estímulos que vêm do outro,
para criar uma relação de proximidade e confiança entre o cliente fazendo uma leitura completa da situação.
e o atendente. Precisamos querer escutar, assumindo uma postura de recep-
tividade e simpatia, afinal, nós temos DOIS OUVIDOS E UMA BOCA,
Cumprimento caloroso O QUE NOS SUGERE QUE É PRECISO ESCUTAR MAIS DO QUE FALAR.
O que você sente quando alguém aperta a sua mão sem fir- Quando não sabemos escutar o cliente - interrompendo-o, fa-
meza ? lando mais que ele, dividindo a atenção com outras situações - tira-
Às vezes ouvimos as pessoas comentando que se conhece al- mos dele, a oportunidade de expressar os seus verdadeiros anseios
guém, a sua integridade moral, pela qualidade do seu aperto de e necessidades e corremos o risco de aborrecê-lo, pois não iremos
mão. conseguir atendê-las.
O aperto de mão “ frouxo “ transmite apatia, passividade, baixa A mais poderosa forma de escutar é a empatia ( que vamos
energia, desinteresse, pouca interação, falta de compromisso com conhecer mais na frente ). Ela, nos permite escutar de fato, os sen-
o contato. timentos por trás do que está sendo dito, mas, para isso, é preciso
Ao contrário, o cumprimento muito forte, do tipo que machuca que o atendente esteja sintonizado emocionalmente com o cliente.
a mão, ao invés de trazer uma mensagem positiva, causa um mal Esta sintonia se dá através do despojamento das barreiras que já
estar, traduzindo hiperatividade, agressividade, invasão e desres- falamos antes.
peito. O ideal é ter um cumprimento firme, que prenda toda a mão,
mas que a deixe livre, sem sufocá-la. Este aperto de mão demons- Agilidade
tra interesse pelo outro, firmeza, bom nível de energia, atividade e Atender com agilidade significa ter rapidez sem perder a qua-
compromisso com o contato. lidade do serviço prestado.
É importante lembrar que o cumprimento deve estar associado A agilidade no atendimento transmite ao cliente a idéia de res-
ao olhar nos olhos, a cabeça erguida, os ombros e o peito abertos, peito. Sendo ágil, o atendente reconhece a necessidade do cliente
totalizando uma sintonia entre fala e expressão corporal. em relação à utilização adequada do seu tempo.
NÃO SE ESQUEÇA: APESAR DE HAVER UMA FORMA ADEQUADA Quando há agilidade, podemos destacar:
DE CUMPRIMENTAR, ESTA JAMAIS DEVERÁ SER MECÂNICA E AU- - o atendimento personalizado;
TOMÁTICA. - a atenção ao assunto;
- o saber escutar o cliente;
Tom de voz - cuidar das solicitações e acompanhar o cliente durante todo o
A voz é carregada de magnetismo e como tal, traz uma onda de seu percurso na empresa.
intensa vibração. O tom de voz e a maneira como dizemos as pala-
vras, são mais importantes do que as próprias palavras. O calor no atendimento
Podemos dizer ao cliente: “a sua televisão deveria sair hoje do O atendimento caloroso evita dissabores e situações constran-
conserto, mas por falta de uma peça, ela só estará pronta na próxi- gedoras, além de ser a comunhão de todos os pontos estudados
ma semana “. De acordo com a maneira que dizemos e de acordo sobre postura.
com o tom de voz que usamos, vamos perceber reações diferentes O atendente escolhe a condição de atender o cliente e para
do cliente. isto, é preciso sempre lembrar que o cliente deseja se sentir impor-
Se dizemos isso com simpatia, naturalmente nos desculpando tante e respeitado. Na situação de atendimento, o cliente busca ser
pela falha e assumindo uma postura de humildade, falando com reconhecido e, transmitindo calorosidade nas atitudes, o atendente
calma e num tom amistoso e agradável, percebemos que a reação satisfaz as necessidades do cliente de estima e consideração.
do cliente será de compreensão. Ao contrário, o atendimento áspero, transmite ao cliente a
Por outro lado, se a mesma frase é dita de forma mecânica, sensação de desagrado, descaso e desrespeito, além de retornar ao
estudada, artificial, ríspida, fria e com arrogância, poderemos ter atendente como um bumerangue. O EFEITO BUMERANGUE é bas-
um cliente reagindo com raiva, procurando o gerente, gritando... tante comum em situações de atendimento, pois ele reflete o nível
As palavras são símbolos com significados próprios. A forma de satisfação, ou não, do cliente em relação ao atendente. Com este
como elas são utilizadas também traz o seu significado e com isso, efeito, as atitudes batem e voltam, ou seja, se você atende bem,
cada palavra tem a sua vibração especial. o cliente se sente bem e trata o atendente com respeito. Se este
atende mal, o cliente reage de forma negativa e hostil. O cliente não
Saber escutar está na esteira da linha de produção, merecendo ser tratado com
Você acha que existe diferença entre OUVIR e ESCUTAR ? Se diferenciação e apreço.
você respondeu que não, você errou. Precisamos ter em atendimento, pessoas descontraídas, que
Escutar é muito mais do que ouvir, pois é captar o verdadeiro façam do ato de atender o seu verdadeiro sentido de vida, que é
sentido, compreendendo e interpretando a essência, o conteúdo SERVIR AO PRÓXIMO.
da comunicação. Atitudes de apatia, frieza, desconsideração e hostilidade, re-
O ato de ESCUTAR está diretamente relacionado com a nossa tratam bem a falta de calor do atendente. Com estas atitudes, o
capacidade de perceber o outro. E, para percebermos o outro, o atendente parece estar pedindo ao cliente que este se afaste, vá
cliente que está diante de nós, precisamos nos despojar das bar- embora, desapareça da sua frente, pois ele não é bem vindo. Assim,
reiras que atrapalham e empobrecem o processo de comunicação. o atendente esquece que a sua MISSÃO é SERVIR e fazer o cliente
São elas: FELIZ.

308
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
As gafes no atendimento
Depois de conhecermos a postura correta de atendimento, também é importante sabermos quais são as formas erradas, para jamais
praticá-las. Quem as pratica, com certeza não é um verdadeiro profissional de atendimento. Podemos dividi-las em duas partes, que são:

Postura Inadequada
A postura inadequada é abrangente, indo desde a postura física ao mais sutil comentário negativo sobre a empresa na presença do
cliente.
Em relação à postura física, podemos destacar como inadequado, o atendente:
* se escorar nas paredes da loja ou debruçar a cabeça no seu birô por não estar com o cliente (esta atitude impede que ele interaja
no raio de ação);
* mascar chicletes ou fumar no momento do atendimento;
* cuspir ou tirar meleca na frente do cliente (estas coisas só devem ser feitas no banheiro);
* comer na frente do cliente (comum nas empresas que oferecem lanches ou têm cantina);
* gritar para pedir alguma coisa;
* se coçar na frente do cliente;
* bocejar (revela falta de interesse no atendimento).

Em relação aos itens mais sutis, podemos destacar:


* se achar íntimo do cliente a ponto de lhe pedir carona, por exemplo;
* receber presentes do cliente em troca de um bom serviço;
* fazer críticas a outros setores, pessoas, produtos ou serviços na frente do cliente;
* desmerecer ou criticar o fabricante do produto que vende, o parceiro da empresa, denegrindo a sua imagem para o cliente;
* falar mau das pessoas na sua ausência e na presença do cliente;
* usar o cliente como desabafo dos problemas pessoais;
* reclamar na frente do cliente;
* lamentar;
* colocar problemas salariais;
* “ lavar a roupa suja “ na frente do cliente.

LEMBRE-SE: A ÉTICA DO TRABALHO É SERVIR AOS OUTROS E NÃO SE SERVIR DOS OUTROS.

Usar chavões
O mau profissional utiliza-se de alguns chavões como forma de fugir à sua responsabilidade no atendimento ao cliente. Citamos aqui,
os mais comuns:

PARE E REFLITA: VOCÊ GOSTARIA DE SER COMPARADO A ESTE ATENDENTE ?


* o senhor como cliente TEM QUE ENTENDER ...
* o senhor DEVERIA AGRADECER O QUE A EMPRESA FAZ PELO SENHOR...
* o CLIENTE É UM CHATO QUE SEMPRE QUER MAIS...
* AÍ VEM ELE DE NOVO...
Estas frases geram um bloqueio mental, dificultando a liberação do lado bom da pessoa que atende o cliente.

Aqui, podemos ter o efeito bumerangue, que torna um círculo vicioso na postura inadequada, pois, o atendente usa os chavões (pensa
dessa forma em relação ao cliente e a situação de atendimento ), o cliente se aborrece e descarrega no atendente, ou simplesmente não
volta mais.
Para quebrar este ciclo, é preciso haver uma mudança radical no pensamento e postura do atendente.

Impressões finais do cliente


Toda a postura e comportamento do atendente vai levar o cliente a criar uma impressão sobre o atendimento e, consequentemente,
sobre a empresa.
Duas são as formas de impressões finais mais comuns do cliente:
1) MOMENTO DA VERDADE: através do contato direto (pessoal) e/ou telefônico com o atendente;
2) TELEIMAGEM: através do contato telefônico. Vamos conhecê-las com mais detalhes.

Momentos da verdade
Segundo Karl Albrecht, Momento da Verdade é qualquer episódio no qual o cliente entra em contato com qualquer aspecto da orga-
nização e obtem uma impressão da qualidade do seu serviço.
O funcionário tem poucos minutos para fixar na mente do cliente a imagem da empresa e do próprio serviço prestado. Este é o mo-
mento que separa o grande profissional dos demais.

309
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Este verdadeiro profissional trabalha em cada momento da verdade, considerando-o único e fundamental para definir a satisfação
do cliente. Ele se fundamenta na chamada TRÍADE DO ATENDIMENTO OU TRIÂNGULO DO ATENDIMENTO, que é composto de elementos
básicos do processo de interação, que são:

a ) A pessoa
A pessoa mais importante é aquela que está na sua frente. Então, podemos entender que a pessoa mais importante é o cliente que
está na frente e precisa de atenção.
No Momento da Verdade, o atendente se relaciona diretamente com o cliente, tentando atender a todas as suas necessidades. Não
existe outra forma de atender, a não ser pelo contato direto e, portanto, a pessoa fundamental neste momento é o cliente.

310
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
b ) A hora Empatia
A hora mais importante das nossas vidas é o agora, o presente, O termo empatia deriva da palavra grega EMPATHÉIA, que sig-
pois somente nele podemos atuar. nifica entrar no sentimento. Portanto, EMPATIA é a capacidade de
O passado ficou para atrás, não podendo ser mudado e o fu- nos colocarmos no lugar do outro, procurando sempre entender
turo não nos cabe conhecer. Então, só nos resta o presente como as suas necessidades, os seus anseios, os seus sentimentos. Dessa
fonte de atuação. Nele, podemos agir e transformar. O aqui e ago- forma, é uma aptidão pessoal fundamental na relação atendente -
ra são os únicos momentos nos quais podemos interagir e precisa- cliente. Para conseguirmos ser empáticos, precisamos nos despojar
mos fazer isto da melhor forma. dos nossos preconceitos e preferências, evitando julgar o outro a
partir de nossas referências e valores.
c ) A tarefa A empatia alimenta-se da autoconsciência, que significa estar-
Para finalizar, falamos da tarefa. A nossa tarefa mais importante mos abertos para conhecermos as nossas emoções. Quanto mais
diante desta pessoa mais importante para nós, na hora mais impor- isto acontece, mais hábeis seremos na leitura dos sentimentos dos
tante que é o aqui e o agora, é FAZER O CLIENTE FELIZ, atendendo outros. Quando não temos certeza dos nossos próprios sentimen-
as suas necessidades. tos, dificilmente conseguimos ver os dos outros.
Esta tríade se configura no fundamento dos Momentos da Ver- E, a chave para perceber os sentimentos dos outros, está na
dade e, para que estes sejam plenos, é necessário que os funcioná- capacidade de interpretar os canais não-verbais de comunicação do
rios de linha de frente, ou seja, que atendem os clientes, tenham outro, que são: os gestos, o tom de voz, as expressões faciais...
poder de decisão. É necessário que os chefes concedam autonomia Esta capacidade de empatizar-se com o outro, está ligada ao
aos seus subordinados para atuarem com precisão nos Momentos envolvimento: sentir com o outro é envolver-se. Isto requer uma
da Verdade. atitude muito sublime que se chama HUMILDADE. Sem ela é im-
possível ser empático.
Teleimagem Quando não somos humildes, vemos as pessoas de maneira
Através do telefone, o atendente transmite a TELEIMAGEM da deturpada, pois olhamos através dos óculos do orgulho e do egoís-
empresa e dele mesmo. mo, com os quais enxergamos apenas o nosso pequenino mundo.
TELEIMAGEM, então, é a imagem que o cliente forma na sua O orgulho e o egoísmo são dois males que atacam a humanida-
mente ( imagem mental ) sobre quem o está atendendo e , con- de, impedindo-a de ser feliz.
sequentemente, sobre a empresa ( que é representada por este Com eles, não conseguimos sair do nosso mundinho , crian-
atendente). do uma couraça ao nosso redor para nos proteger. Com eles, nós
Quando a TELEIMAGEM é positiva, a facilidade do cliente enca- achamos que somos tudo o que importa e esquecemos de olhar
minhar os seus negócios é maior, pois ele supõe que a empresa é para o outro e perguntar como ele está, do que ele precisa, em que
comprometida com o cliente. No entanto, se a imagem é negativa, podemos ajudar.
vemos normalmente o cliente fugindo da empresa. Como no aten- Esquecemos de perceber principalmente os seus sentimentos
dimento telefônico, o único meio de interação com o cliente, é atra- e necessidades. Com o orgulho e o egoísmo, nos tornamos vaidosos
vés da palavra e sendo a palavra o instrumento, faz-se necessário e passamos a ver os outros de acordo com o que estes óculos regis-
usá-la de forma adequada para satisfazer as exigências do cliente. tram: os nossos preconceitos, nossos valores, nossos sentimentos...
Dessa forma, classificamos 03 itens básicos ligados a palavra e as Sendo orgulhosos e egoístas não sabemos AMAR, não sabe-
atitudes, como fundamentais na formação da TELEIMAGEM. mos repartir, não sabemos doar.
Só queremos tudo para nós, só “amamos” a nós mesmos, só
São eles: lembramos de nós. É aqui que a empatia se deteriora, quando os
01. O TOM DE VOZ: é através dele que transmitimos interesse nossos próprios sentimentos são tão fortes que não permitem har-
e atenção ao cliente. Ao usarmos um tom frio e distante, passamos monização com o outro e passam por cima de tudo.
ao cliente, a idéia de desatenção e desinteresse.
OS EGOÍSTAS E ORGULHOSOS NÃO PODEM TRABALHAR COM
Ao contrário, se falamos com entusiasmo, de forma decidida e O PÚBLICO, POIS ELES NÃO TÊM CAPACIDADE DE SE COLOCAR NO
atenciosamente, satisfazemos as necessidades do cliente de sentir- LUGAR DO OUTRO E ENTENDER OS SEUS SENTIMENTOS E NECES-
-se assistido, valorizado, respeitado, importante. SIDADES.

02. O uso de PALAVRAS ADEQUADAS: pois com elas o atenden- Ao contrário dos egoístas, os empáticos são altruístas, pois
te passa a idéia de respeito pelo cliente. Aqui fica expressamente as raízes da moralidade estão na empatia. Para concluir, podemos
PROIBIDO o uso de termos como: amor, bem, benzinho, chuchu, lembrar a frase de Saint-Exupéry no livro O Pequeno Príncipe: “Só
mulherzinha, queridinha, colega ... se vê bem com o coração; o essencial é invisível aos olhos“. Isto é
empatia.
03. As ATITUDES CORRETAS: dando ao cliente, a impressão de
educação e respeito. São INCORRETAS as atitudes de transferir a li- Percepção
gação antes do cliente concluir o que iniciou a falar; passar a ligação Percepção é a capacidade que temos de compreender e cap-
para a pessoa ou ramal errado ( mostrando com isso que não ouviu tar as situações, o que exige sintonia e é fundamental no processo
o que ele disse ); desligar sem cumprimento ou saudação; dividir a de atendimento ao público. Para percebermos melhor, precisamos
atenção com outras conversas; deixar o telefone tocar muitas vezes passar pelo “esvaziamento” de nós mesmos, ficando assim, mais
sem atender; dar risadas no telefone. próximos do outro. Mas, como é isso ? Vamos ficar vazios ? É isso
mesmo.
Aspectos psicológicos do atendente
Nós falamos sobre a importância da postura de atendimento.
Porém, a base dela está nos aspectos psicológicos do atendimento.
Vamos a eles.

311
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Vamos ficar vazios dos nossos preconceitos, das nossas anti- clareza a sua falta de compromisso. As preocupações excessivas, o
patias, dos nossos medos, dos nossos bloqueios, vamos observar trabalho estafante, as pressões exacerbadas, a falta de liderança,
as situações na sua totalidade, para entendermos melhor o que o o nível de burocracia, são fatores que contribuem para uma intera-
cliente deseja. Vamos ilustrar com um exemplo real: certa vez, em ção fraca com o cliente. Esta fraqueza de envolvimento não permite
uma loja de carros, entra um senhor de aproximadamente 65 anos, captar a essência dos desejos do cliente, o que se traduz em insatis-
usando um chapéu de palha, camiseta rasgada e calça amarrada na fação. Um exemplo simples disso é a divisão de atenção por parte
cintura por um barbante. Ele entrou na sala do gerente, que imedia- do atendente. Quando este divide a atenção no atendimento entre
tamente se levantou pedindo para ele se retirar, pois não era permi- o cliente e os colegas ou outras situações, o cliente sente-se desres-
tido “pedir esmolas ali “. O senhor com muita paciência, retirou de peitado, diminuído e ressentido. A sua impressão sobre a empresa
um saco plástico que carregava, um “bolo“ de dinheiro e disse: “eu é de fraqueza e o Momento da Verdade é pobre.
quero comprar aquele carro ali”. Esta ação traz consequências negativas como: impossibilidade
Este exemplo, apesar de extremo, é real e retrata claramente o de escutar o cliente, falta de empatia, desrespeito com o seu tem-
que podemos fazer com o outro quando pré-julgamos as situações. po, pouca agilidade, baixo compromisso com o atendimento.
Precisamos ver o TODO e não só as partes, pois o todo é muito Às vezes, a própria empresa não oferece uma estrutura ade-
mais do que a soma das partes. Ele nos diz o que é e não é harmôni- quada para o atendimento ao público, obrigando o atendente a di-
co e com ele percebemos a essência dos fatos e situações. vidir o seu trabalho entre atendimento pessoal e telefônico, quando
Ainda falando em PERCEPÇÃO, devemos ter cuidado com a normalmente há um fluxo grande de ambos no setor. Neste caso, o
PERCEPÇÃO SELETIVA, que é uma distorção de percepção, na qual ideal seria separar os dois tipos de atendimento, evitando proble-
vemos, escutamos e sentimos apenas aquilo que nos interessa. Esta mas desta espécie.
seleção age como um filtro, que deixa passar apenas o que convém. Alguns exemplos comuns de divisão de atenção são:
Esta filtragem está diretamente relacionada com a nossa condição * atender pessoalmente e interromper com o telefone
física-psíquicaemocional. Como é isso ? Vamos entender: * atender o telefone e interromper com o contato direto
a)Se estou com medo de passar em rua deserta e escura, a * sair para tomar café ou lanchar
sombra do galho de uma árvore pode me assustar, pois eu posso * conversar com o colega do lado sobre o final de semana, fé-
percebê-lo como um braço com uma faca para me apunhalar; rias, namorado, tudo isso no momento de atendimento ao cliente
b) Se estou com muita fome, posso ter a sensação de um cheiro
agradável de comida; Estes exemplos, muitas vezes, soam ao cliente como um exibi-
c) Se fiz algo errado e sou repreendida, posso ouvir a parte mais cionismo funcional, o que não agrega valor ao trabalho. O cliente
amena da repreensão e reprimir a mais severa. deve ser poupado dele.
Em alguns casos, a percepção seletiva age como mecanismo
de defesa. Atendimento e qualidade

O estado interior A globalização, os desafios do desenvolvimento tecnológico e


O ESTADO INTERIOR, como o próprio nome sugere, é a condi- cultural e a competição entre as organizações trazem como con-
ção interna, o estado de espírito diante das situações. sequência o interesse pela qualidade de seus produtos e serviços.
A atitude de quem atende o público está diretamente relacio- Esse interesse não se restringe às empresas privadas e se es-
nada ao seu estado interior. Ou seja, se o atendente mantém um tende, também, ao setor público.
equilíbrio interno, sem tensões ou preocupações excessivas, as suas Assim, vemos que
atitudes serão mais positivas frente ao cliente. ₋ Os empresários buscam aperfeiçoar o desempenho em suas
Dessa forma, o estado interior está ligado aos pensamentos e áreas de atuação (produtos ou serviços) e o relacionamento com os
sentimentos cultivados pelo atendente. E estes, dão suporte as ati- seus clientes.
tudes frente ao cliente. ₋ O setor público enfrenta os desafios de melhorar (1) a quali-
Se o estado de espírito supõe sentimentos e pensamentos ne- dade de seus serviços, (3) aumentar a satisfação dos usuários e (2)
gativos, relacionados ao orgulho, egoísmo e vaidade, as atitudes instituir um atendimento de excelência ao público.
advindas deste estado, sofrerão as suas influências e serão:
* Atitudes preconceituosas; Os clientes e usuários das organizações públicas e privadas
* Atitudes de exclusão e repulsa; também se mostram mais exigentes na escolha de serviços e pro-
* Atitudes de fechamento; dutos de melhor qualidade. Assim, a relação com estes clientes e
* Atitudes de rejeição. usuários passa ser um novo foco de preocupação e demanda esfor-
ços para sua melhoria.
É necessário haver um equilíbrio interno, uma estabilidade, Qualidade
para que o atendente consiga manter uma atitude positiva com os O conceito de qualidade é amplo e suscita várias interpreta-
clientes e as situações. ções. As mais expressivas se referem, por um lado, à definição de
qualidade como busca da satisfação do cliente, e, por outro, à busca
O envolvimento da excelência para todas as atividades de um processo.
A demonstração de interesse, prestando atenção ao cliente e Na mesma vertente, a qualidade é também considerada como
voltando-se inteiramente ao seu atendimento, é o caminho para o fator de transformação no modo como a organização se relaciona
verdadeiro sentido de atender. com seus clientes, agregando valor aos serviços a ele destinados.
Na área de serviços, o produto é o próprio serviço prestado, Em face dessa diversidade de significados, cabe às organiza-
que se traduz na INTERAÇÃO do funcionário com o cliente. Um ser- ções identificar os atributos ou indicadores de qualidade dos seus
viço é, então, um resultado psicológico e pessoal que depende de produtos e serviços do ponto de vista dos seus usuários. Entre es-
fatores relacionados com a interação com o outro. Quando o aten- tes, podem ser destacados a eficiência, a eficácia, a ética profissio-
dente tem um envolvimento baixo com o cliente, este percebe com nal, a agilidade no atendimento, entre outros.

312
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
No Brasil, a questão da qualidade na área pública vem sen- A atuação com base nesses princípios deve ser orientada
do abordada pelo Programa de Qualidade no Serviço Público que por algumas ações que imprimem qualidade ao atendimento, tais
tem por objetivos elevar o padrão dos serviços prestados e tornar como:
o cidadão mais exigente em relação a esses serviços. Para tanto, o ₋ identificar as necessidades dos usuários;
Programa visa a transformação das organizações e entidades públi- ₋ cuidar da comunicação (verbal e escrita);
cas no sentido de valorizar a qualidade na prestação de serviços ao ₋ evitar informações conflitantes;
público, retirando o foco dos processos burocráticos. ₋ atenuar a burocracia;
O programa estabelece que o cidadão como principal foco de ₋ cumprir prazos e horários;
atenção de qualquer órgão público federal. Define padrões de qua- ₋ desenvolver produtos e/ou serviços de qualidade;
lidade do atendimento e prevê a avaliação de satisfação do usuário ₋ divulgar os diferenciais da organização;
por todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal ₋ imprimir qualidade à relação atendente/usuário;
direta, indireta e fundacional que atendem diretamente ao cidadão. ₋ fazer uso da empatia;
Nesse sentido considera-se que o serviço público deve ter as ₋ analisar as reclamações;
seguintes características: ₋ acatar as boas sugestões.
₋ Adequado: realizado na forma prevista em lei devendo aten-
der ao interesse público; Essas ações estão relacionadas a indicadores que podem ser
₋ Eficiente: alcança o melhor resultado com menor consumo percebidos e avaliados de forma positiva pelos usuários, entre eles:
de recursos; competência, presteza, cortesia, paciência, respeito.
₋ Seguro: não coloca em risco a vida, a saúde, a segurança, o Por outro lado, arrogância, desonestidade, impaciência, des-
patrimônio ou os direitos materiais e imateriais do cidadão-usuário; respeito, imposição de normas ou exibição de poder tornam o aten-
₋ Contínuo: oferecido sem risco de interrupção, sendo obriga- dente intolerável, na percepção dos usuários.
tório o planejamento e a adoção de medidas de prevenção para No conjunto dessas ações deve ainda ser ressaltada a empatia
evitar a descontinuidade. como um fator crucial para a excelência no atendimento ao públi-
co. A utilização adequada dessa ferramenta no momento em que
Usuários/ Clientes as pessoas estão interagindo é fundamental. No bom atendimento
Existem dois tipos de usuários ou clientes de uma organização: é importante a utilização de frases como “Bom-dia”, “Boa-tarde”,
• externos - recebem serviços ou produtos na sua versão final. “Sente-se por favor”, ou “Aguarde um instante, por favor”, que, di-
• internos –fazem parte da organização, de seus setores, gru- tas com suavidade e cordialidade, podem levar o usuário a perceber
pos e atividades. o tratamento diferenciado que algumas organizações já conseguem
oferecer ao seu público-alvo.
Para identificar esses tipos de usuários, as pessoas da organiza-
ção devem responder o seguinte:
₋ Com que pessoas mantenho contato enquanto trabalho? TRABALHO EM EQUIPE
₋ Quem recebe o resultado do meu trabalho?
₋ Qual o nível de satisfação das pessoas que dependem do re-
sultado dos serviços executados por mim? Cada vez mais, as equipes se tornam a forma básica de trabalho
nas organizações do mundo contemporâneo. As evidências suge-
Princípios para o bom atendimento na gestão da qualidade rem que as equipes são capazes de melhorar o desempenho dos
1. Foco no Cliente. Nas empresas privadas, a importância dada indivíduos quando a tarefa requer múltiplas habilidades, julgamen-
a esse princípio se deve principalmente ao fato de que o sucesso tos e experiências. Quando as organizações se reestruturaram para
da venda (lucro financeiro) depende da satisfação do cliente com a competir de modo mais eficiente e eficaz, escolheram as equipes
qualidade do produto e também com o tratamento recebido e com como forma de utilizar melhor os talentos dos seus funcionários.
o resultado da própria negociação. As empresas descobriram que as equipes são mais flexíveis e re-
No setor público, este princípio se relaciona sobretudo aos con- agem melhor às mudanças do que os departamentos tradicionais
ceitos de cidadania, participação, transparência e controle social. ou outras formas de agrupamentos permanentes. As equipes têm
Para cumprir este princípio é necessário ter atenção com dois capacidade para se estruturar, iniciar seu trabalho, redefinir seu
aspectos: foco e se dissolver rapidamente. Outras características importantes
₋ verificar se o que é estabelecido como qualidade atende a é que as equipes são uma forma eficaz de facilitar a participação
todos os usuários, inclusive aos mais exigentes; dos trabalhadores nos processos decisórios aumentar a motivação
dos funcionários.
₋ fazer bem feito o serviço e, depois, checar os passos necessá- Diferença entre Grupo e Equipe
rios para a sua execução. Grupo e equipe não é a mesma coisa. Grupo é definido como
Deve se lembrar que tais atitudes levam em conta tanto o dois ou mais indivíduos, em interação e interdependência, que se
atendimento do usuário quanto as atividades e rotinas que envol- juntam para atingir um objetivo. Um grupo de trabalho é aquele
vem o serviço. que interage basicamente para compartilhar informações e tomar
decisões para ajudar cada membro em seu desempenho na sua
2. O serviço ou produto deve atender a uma real necessidade área de responsabilidade.
do usuário. Este princípio se relaciona à dimensão da validade, isto Os grupos de trabalho não têm necessidade nem oportunidade
é, o serviço ou produto deve ser exatamente como o usuário espe- de se engajar em um trabalho coletivo que requeira esforço conjun-
ra, deseja ou necessita que ele seja. to. Assim, seu desempenho é apenas a somatória das contribuições
individuais de seus membros. Não existe uma sinergia positiva que
3. Manutenção da qualidade . O padrão de qualidade mantido possa criar um nível geral de desempenho maior do que a soma das
ao longo do tempo é que leva à conquista da confiabilidade. contribuições individuais.

313
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Uma equipe de trabalho gera uma sinergia positiva por meio Segundo, pessoas com habilidades para solução de problemas
do esforço coordenado. Os esforços individuais resultam em um ní- e tomada de decisões que sejam capazes de identificar problemas,
vel de desempenho maior do que a soma daquelas contribuições gerar alternativas, avaliar essas alternativas e fazer escolhas com-
individuais. O quadro abaixo ressalta as diferenças entre grupos de petentes. Finalmente, as equipes precisam de pessoas que saibam
trabalho e equipes de trabalho. ouvir, deem feedback, solucionem conflitos e possuam outras ha-
bilidades interpessoais.
Comparação entre Grupos de Trabalho e Equipes de Trabalho
Tipos de Equipe
Transformando indivíduos em membros de equipe As equipes podem realizar uma grande variedade de coisas.
- Partilham suas ideias para a melhoria do que fazem e de todos Elas podem fazer produtos, prestar serviços, negociar acordos, co-
os processos do grupo; ordenar projetos, oferecer aconselhamentos ou tomar decisões.
- Respeitam as individualidades e sabem ouvir; Equipe de soluções de problemas: Neste tipo de equipe, os
- Comunicam-se ativamente; membros trocam ideias ou oferecem sugestões sobre os processos
- Desenvolvem respostas coordenadas em benefícios dos pro- e métodos de trabalho que podem ser melhorados. Raramente, en-
pósitos definidos; tretanto, estas equipes têm autoridade para implementar unilate-
- Constroem respeito, confiança mútua e afetividade nas rela- ralmente suas sugestões.
ções;
- Participam do estabelecimento de objetivos comuns; Equipes de trabalho autogerenciadas: São equipes autôno-
- Desenvolvem a cooperação e a integração entre os membros. mas, que podem não apenas solucionar os problemas, mas tam-
bém implementar as soluções e assumir total responsabilidade pe-
Fatores que interferem no trabalho em equipe los resultados. São grupos de funcionários que realizam trabalhos
muito relacionados ou interdependentes e assuem muitas das res-
- Estrelismo;
ponsabilidades que antes eram de seus antigos supervisores.
- Ausência de comunicação e de liderança;
Normalmente, isso inclui o planejamento e o cronograma de
- Posturas autoritárias;
trabalho, a delegação de tarefas aos membros, o controle coletivo
- Incapacidade de ouvir;
sobre o ritmo de trabalho, a tomada de decisões operacionais e a
- Falta de treinamento e de objetivos; implementação de ações para solucionar problemas. As equipes de
- Não saber “quem é quem” na equipe. trabalho totalmente autogerenciadas até escolhem seus membros
e avaliam o desempenho uns dos outros.
São características das equipes eficazes: Consequentemente, as posições de supervisão perdem a sua
- Comprometimento dos membros com um propósito comum importância e até podem ser eliminadas.
e significativo;
- O estabelecimento de metas específicas para a equipe que Equipes multifuncionais: São equipes formadas por funcio-
conduzam os indivíduos a um melhor desempenho e também ener- nários do mesmo nível hierárquico, mas de diferentes setores da
gizam as equipes. Metas específicas ajudam a tornar a comunicação empresa, que se juntam para cumprir uma tarefa. As equipes de-
mais clara. Ajudam também a equipe a manter seu foco sobre o sempenham várias funções (multifunções), ao mesmo tempo, ou
obtenção de resultados; seja, não há especificação para cada membro. O sentido de equipe
- Os membros defendem suas ideias, sem radicalismo; é exatamente esse, os membros compensam entre si as competên-
- Grande habilidade para ouvir; cias e as carências, num aprendizado contínuo.
- Liderança é situacional; ou seja, o líder age de acordo com o As equipes multifuncionais representam uma forma eficaz de
grau de maturidade da equipe; de acordo com a contingência; permitir que pessoas de diferentes áreas de uma empresa (ou até
- Questões comportamentais são discutidas abertamente, prin- de diferentes empresas) possam trocar informações, desenvolver
cipalmente as que podem comprometer a imagem da equipe ou novas ideias e solucionar problemas, bem como coordenar projetos
organização complexos. Evidentemente, não é fácil administrar essas equipes.
- O nível de confiança entre os membros é elevado; Seus primeiros estágios de desenvolvimento, enquanto as pessoas
- Demonstram confiança em seus líderes, tornando a equipe aprendem a lidar com a diversidade e a complexidade, costumam
disposta a aceitar e a se comprometer com as metas e as decisões ser muito trabalhosos e demorados. Demora algum tempo até que
do líder; se desenvolva a confiança e o espírito de equipe, especialmente en-
- Flexibilidade permitindo que os membros da equipe possam tre pessoas com diferentes históricos, experiências e perspectivas.
completar as tarefas uns dos outros. Isso deixa a equipe menos de-
Equipes Virtuais: Os tipos de equipes analisados até agora rea-
pendente de um único membro;
lizam seu trabalho face a face. As equipes virtuais usam a tecnologia
- Conflitos são analisados e resolvidos;
da informática para reunir seus membros, fisicamente dispersos, e
- Há uma preocupação / ação contínua em busca do autode-
permitir que eles atinjam um objetivo comum. Elas permitem que
senvolvimento.
as pessoas colaborem on-line utilizando meios de comunicação
como redes internas e externas, videoconferências ou correio ele-
O desempenho de uma equipe não é apenas a somatória das trônico – quando estão separadas apenas por uma parede ou em
capacidades individuais de seus membros. outro continente. São criadas para durar alguns dias para a solução
Contudo, estas capacidades determinam parâmetros do que de um problema ou mesmo alguns meses para conclusão de um
os membros podem fazer e de quão eficientes eles serão dentro projeto. Não são muito adequadas para tarefas rotineiras e cíclicas.
da equipe. Para funcionar eficazmente, uma equipe precisa de três
tipos diferentes de capacidades. Primeiro, ela precisa de pessoas
com conhecimentos técnicos.

314
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Em todo processo onde haja interação entre as pessoas vamos Encarar a atitude como composta por três componentes – cog-
desenvolver relações interpessoais. nição, afeto e comportamento – é algo muito útil para compreender
Ao pensarmos em ambiente de trabalho, onde as atividades sua complexidade e as relações potenciais entre atitudes e compor-
são predeterminadas, alguns comportamentos são precisam ser tamento. Ao contrário dos valores, as atitudes são menos estáveis.
alinhados a outros, e isso sofre influência do aspecto emocional
de cada envolvido tais como: comunicação, cooperação, respeito,
amizade. À medida que as atividades e interações prosseguem, os
PERSONALIDADE E RELACIONAMENTO
sentimentos despertados podem ser diferentes dos indicados ini-
cialmente e então – inevitavelmente – os sentimentos influenciarão
as interações e as próprias atividades. Assim, sentimentos positivos Os tipos de personalidade podem contribuir ou não para o de-
de simpatia e atração provocarão aumento de interação e coopera- sempenho das equipes. Cada personalidade possui características
ção, repercutindo favoravelmente nas atividades e ensejando maior definidas com seus respectivos focos de atenção, que, todavia, se
produtividade. Por outro lado, sentimentos negativos de antipatia e interagem, definindo indivíduos com certas características mais sa-
rejeição tenderão à diminuição das interações, ao afastamento nas lientes e que incorporam características de um outro estilo.
atividades, com provável queda de produtividade. Vistos de maneira objetiva, nenhum dos tipos de personalida-
Esse ciclo “atividade-interação-sentimentos” não se relaciona de é bom ou mau, certo ou errado. Cada um é uma combinação
diretamente com a competência técnica de cada pessoa. Profissio- distinta de força e fraqueza, beleza e feiura. Nenhum padrão é me-
nais competentes individualmente podem render muito abaixo de lhor ou o melhor, pior ou o pior. Às vezes, determinada pessoa pode
sua capacidade por influência do grupo e da situação de trabalho. achar que o seu padrão é o melhor, outra vezes, que é o pior. Mas
Quando uma pessoa começa a participar de um grupo, há uma
é possível, num momento, encontrar força em um padrão e, num
base interna de diferenças que englobam valores, atitudes, conhe-
outro, encontrar uma fraqueza.
cimentos, informações, preconceitos, experiência anterior, gostos,
O que se observa é que as pessoas acabam ficando perplexas
crenças e estilo comportamental, o que traz inevitáveis diferenças
umas com as outras quando começam a perceber os segredos que
de percepções, opiniões, sentimentos em relação a cada situação
as outras pessoas ocultam das suas personalidades.
compartilhada. Essas diferenças passam a constituir um repertório
Na análise das personalidades, nada é estanque e tudo pode se
novo: o daquela pessoa naquele grupo. Como essas diferenças são
ajustar, desde que se esteja disposto a fazê-lo. Nunca um protetor,
encaradas e tratadas determina a modalidade de relacionamento
por exemplo, carrega somente as características da sua tipologia.
entre membros do grupo, colegas de trabalho, superiores e subor-
Uma pessoa com o centro emocional predominante não será ne-
dinados. Por exemplo: se no grupo há respeito pela opinião do ou-
tro, se a idéia de cada um é ouvida, e discutida, estabelece-se uma cessariamente uma boa artista. Talvez brilhe mais como administra-
modalidade de relacionamento diferente daquela em que não há dora, quem sabe? Todos os tipos são interligados e se movimentam
respeito pela opinião do outro, quando idéias e sentimentos não fazendo contrapontos e complementos.
são ouvidos, ou ignorados, quando não há troca de informações. A Cada tipo de personalidade é formado por três aspectos: o pre-
maneira de lidar com diferenças individuais criam certo clima entre dominante, que vigora na maior parte do tempo, quando as coisas
as pessoas e tem forte influência sobre toda a vida em grupo, prin- transcorrem normalmente e que é chamado de seu tipo; o aspecto
cipalmente nos processos de comunicação, no relacionamento in- que vigora quando se é colocado em ação, gerando situações de es-
terpessoal, no comportamento organizacional e na produtividade. tresse; e o terceiro, que surge nos momentos em que não se sente
em plena segurança.
Valores: Representa a convicções básicas de que um modo es- Exemplificando, ao ver-se numa situação de estresse, o obser-
pecífico de conduta ou de condição de existência é individualmente vador (em geral, quieto e retraído) torna-se repentinamente extro-
ou socialmente preferível a modo contrário ou oposto de conduta vertido e amistoso, características típicas do epicurista, num esfor-
ou de existência. Eles contêm um elemento de julgamento, baseado ço de reduzir o estresse. Sentindo-se em segurança, o observador
naquilo que o indivíduo acredita ser correto, bom ou desejável. Os tende a se tornar o patrão, direcionando os outros e controlando o
valores costumam ser relativamente estáveis e duradouros. espaço pessoal.
Todos têm virtudes e aspectos negativos. Então, vivem-se os
Atitudes: As atitudes são afirmações avaliadoras – favoráveis aspectos mais positivos de cada tipo. Essas qualidades pode se so-
ou desfavoráveis – em relação a objetos, pessoas ou eventos. Refle- mar a outras de outro tipo, promovendo integração.
tem como um indivíduo se sente em relação a alguma coisa. Quan- Se o tipo empreendedor se integra com o sonhador, ele pode
do digo “gosto do meu trabalho” estou expressando minha atitude passar a ter autoestima apurada e a saber levar a vida sem dramas.
em relação ao trabalho. As atitudes não são o mesmo que os valo- Ficará mais otimista, espontâneo e criativo também. Não se prende
res, mas ambos estão inter-relacionados e envolve três componen- a fazer coisas que não satisfazem seus desejos e os dos outros. Se
tes: cognitivo, afetivo e comportamental. o tipo individualista integra-se com o empreendedor, provavelmen-
A convicção que “discriminar é errado” é uma afirmativa ava- te ele poderá ser capaz de agir no presente e com objetividade,
liadora. Essa opinião é o componente cognitivo de uma atitude. Ela aceitando a realidade e vivendo suas emoções como são, sem ten-
estabelece a base para a parte mais crítica de uma atitude: o seu tar ampliá-las. Já se o sonhador integrar-se com o observador, sua
componente afetivo. O afeto é o segmento da atitude que se refere capacidade de introspecção será imensa e saberá como ninguém
ao sentimento e às emoções e se traduz na afirmação “Não gosto apreciar o silêncio e a reflexão.
de João porque ele discrimina os outros”. Finalmente, o sentimento Para o sucesso das equipes, se faz necessário que os seus inte-
pode provocar resultados no comportamento. O componente com- grantes utilizem-se de empatia, coloquem-se no lugar dos outros,
portamental de uma atitude se refere à intenção de se comportar estejam receptivos ao processo de integração e, dessa forma, per-
de determinada maneira em relação a alguém ou alguma coisa. En- mitam-se amoldar. Se não houver esse tipo de abertura, em que
tão, para continuar no exemplo, posso decidir evitar a presença de cada um dos elementos ceda, a equipe será composta de pesso-
João por causa dos meus sentimentos em relação a ele. as que competem entre si, o que traz o retrocesso da equipe ao

315
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
conceito simplista de grupo, ou seja, apenas um agrupamento de de João porque ele discrimina os outros”. Finalmente, o sentimento
indivíduos que dividem o mesmo espaço físico, mas que possuem pode provocar resultados no comportamento. O componente com-
objetivos e metas diferentes, bem como não buscam o aprimora- portamental de uma atitude se refere à intenção de se comportar
mento e crescimento dos outros. de determinada maneira em relação a alguém ou alguma coisa. En-
tão, para continuar no exemplo, posso decidir evitar a presença de
Em todo processo onde haja interação entre as pessoas vamos João por causa dos meus sentimentos em relação a ele.
desenvolver relações interpessoais. Encarar a atitude como composta por três componentes – cog-
Ao pensarmos em ambiente de trabalho, onde as atividades nição, afeto e comportamento – é algo muito útil para compreender
são predeterminadas, alguns comportamentos são precisam ser sua complexidade e as relações potenciais entre atitudes e compor-
alinhados a outros, e isso sofre influência do aspecto emocional tamento. Ao contrário dos valores, as atitudes são menos estáveis.
de cada envolvido tais como: comunicação, cooperação, respeito,
amizade. À medida que as atividades e interações prosseguem, os Eficácia no relacionamento interpessoal
sentimentos despertados podem ser diferentes dos indicados ini- A competência interpessoal é a habilidade de lidar eficazmente
cialmente e então – inevitavelmente – os sentimentos influenciarão com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma
as interações e as próprias atividades. Assim, sentimentos positivos adequada à necessidade de cada uma delas e às exigências da situ-
ação. Segundo C. Argyris (1968) é a habilidade de lidar eficazmente
de simpatia e atração provocarão aumento de interação e coopera-
com relações interpessoais de acordo com três critérios:
ção, repercutindo favoravelmente nas atividades e ensejando maior
Percepção acurada da situação interpessoal, de suas variáveis
produtividade. Por outro lado, sentimentos negativos de antipatia e
relevantes e respectiva interrelação.
rejeição tenderão à diminuição das interações, ao afastamento nas
Habilidade de resolver realmente os problemas de tal modo
atividades, com provável queda de produtividade.
que não haja regressões.
Esse ciclo “atividade-interação-sentimentos” não se relaciona
Soluções alcançadas de tal forma que as pessoas envolvidas
diretamente com a competência técnica de cada pessoa. Profissio-
continuem trabalhando juntas tão eficientemente, pelo menos,
nais competentes individualmente podem render muito abaixo de
como quando começaram a resolver seus problemas.
sua capacidade por influência do grupo e da situação de trabalho.
Dois componentes da competência interpessoal assumem im-
Quando uma pessoa começa a participar de um grupo, há uma portância capital: a percepção e a habilidade propriamente dita. O
base interna de diferenças que englobam valores, atitudes, conhe- processo da percepção precisa ser treinado para uma visão acurada
cimentos, informações, preconceitos, experiência anterior, gostos, da situação interpessoal.
crenças e estilo comportamental, o que traz inevitáveis diferenças A percepção seletiva é um processo que aparece na comunica-
de percepções, opiniões, sentimentos em relação a cada situação ção, pois os receptores vêm e ouvem seletivamente com base em
compartilhada. Essas diferenças passam a constituir um repertório suas necessidades, experiências, formação, interesses, valores, etc.
novo: o daquela pessoa naquele grupo. Como essas diferenças são A percepção social: É o meio pelo qual a pessoa forma impres-
encaradas e tratadas determina a modalidade de relacionamento sões de uma outra na esperança de compreendê-la.
entre membros do grupo, colegas de trabalho, superiores e subor-
dinados. Por exemplo: se no grupo há respeito pela opinião do ou- Empatia
tro, se a ideia de cada um é ouvida, e discutida, estabelece-se uma Colocar-se no lugar do outro, mediante sentimentos e situa-
modalidade de relacionamento diferente daquela em que não há ções vivenciadas.
respeito pela opinião do outro, quando ideias e sentimentos não “Sentir com o outro é envolver-se”. A empatia leva ao envolvi-
são ouvidos, ou ignorados, quando não há troca de informações. A mento, ao altruísmo e a piedade. Ver as coisas da perspectiva dos
maneira de lidar com diferenças individuais criam certo clima entre outros quebra estereótipos tendenciosos e assim leva a tolerância e
as pessoas e tem forte influência sobre toda a vida em grupo, prin- a aceitação das diferenças. A empatia é um ato de compreensão tão
cipalmente nos processos de comunicação, no relacionamento in- seguro quanto à apreensão do sentido das palavras contidas numa
terpessoal, no comportamento organizacional e na produtividade. página impressa.
A empatia é o primeiro inibidor da crueldade humana: reprimir
Valores: Representa a convicções básicas de que um modo es- a inclinação natural de sentir com o outro nos faz tratar o outro
pecífico de conduta ou de condição de existência é individualmente como um objeto.
ou socialmente preferível a modo contrário ou oposto de conduta O ser humano é capaz de encobrir intencionalmente a empa-
ou de existência. Eles contêm um elemento de julgamento, baseado tia, é capaz de fechar os olhos e os ouvidos aos apelos dos outros.
naquilo que o indivíduo acredita ser correto, bom ou desejável. Os Suprimir essa inclinação natural de sentir com outro desencadeia a
valores costumam ser relativamente estáveis e duradouros. crueldade.
Empatia implica certo grau de compartilhamento emocional -
Atitudes: As atitudes são afirmações avaliadoras – favoráveis um pré-requisito para realmente compreender o mundo interior do
ou desfavoráveis – em relação a objetos, pessoas ou eventos. Refle- outro.
tem como um indivíduo se sente em relação a alguma coisa. Quan-
do digo “gosto do meu trabalho” estou expressando minha atitude A empatia nas empresas
em relação ao trabalho. As atitudes não são o mesmo que os valo-
res, mas ambos estão inter-relacionados e envolve três componen- Qual a relação entre empatia e produtividade?
tes: cognitivo, afetivo e comportamental. “O conceito de empatia está relacionado á capacidade de ouvir
A convicção que “discriminar é errado” é uma afirmativa ava- o outro de tal forma a compreender o mundo a partir de seu ponto
liadora. Essa opinião é o componente cognitivo de uma atitude. Ela de vista. Não pressupõe concordância ou discordância, mas o en-
estabelece a base para a parte mais crítica de uma atitude: o seu tendimento da forma de pensar, sentir e agir do interlocutor. No
componente afetivo. O afeto é o segmento da atitude que se refere momento em que isso ocorre de forma coletiva, a organização dia-
ao sentimento e às emoções e se traduz na afirmação “Não gosto loga e conhece saltos de produtividade e de satisfação das pessoas”.

316
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
“A empatia é primordial para o desenvolvimento das organi- Vantagens do empowerment
zações pois, ela é que define no comportamento individual a preo- Com mencionado anteriormente, a adoção do empowerment
cupação de cada indivíduo no equilíbrio comportamental de todos por parte das empresas traz diversos benefícios para elas, como por
os envolvidos no processo, pois, empatia pressupõe o respeito ao exemplo: o aumento da motivação e da satisfação dos funcionários,
outro.” aumentando assim a taxa de retenção dos talentos da empresa, o
É quando desenvolvemos a compreensão mútua, ou seja, um compartilhamento das responsabilidades e tarefas, maior agilidade
tipo de relacionamento onde as partes compreendem bem os va- e flexibilidade no processo de tomada de decisão, etc. Além, claro,
lores, deficiências e virtudes do outro. No contexto das relações de estimular o aparecimento de novos líderes dentro das empresas.
humanas, pode-se afirmar que o sucesso dos relacionamentos in- Por este motivo, é cada vez maior o número de gestores que
terpessoais depende do grau de compreensão entre os indivíduos. preparam suas organizações para a prática do empowerment, trei-
Quando há compreensão mútua as pessoas comunicam-se melhor nando e doutrinando seus funcionários para que possam receber
e conseguem resolver conflitos de modo saudável. tais responsabilidades de forma correta.
Para Carlos Hilsdorf, o empowerment corresponde a uma re-
Empoderamento lação que envolve poder e responsabilidade, como duas faces de
Para Chiavenato, o empowerment ou empoderamento, é uma uma mesma moeda. Para promovê-lo, não basta transferir verbal-
ação que permite melhorar a qualidade e a produtividade dos co- mente poder às pessoas; elas precisam ter reais condições de agir
laboradores, fazendo com que o resultado do serviço prestado seja no pleno exercício da sua responsabilidade, desenvolvendo o que
satisfatoriamente melhor. Estas melhorias acontecem através de chamamos de “ownership“, ou seja, agirem como intraempreen-
delegação de autoridade e de responsabilidade, fomentando a co- dedores e como se fossem “proprietárias” do negócio, pensando
laboração sistêmica entre diferentes níveis hierárquicos e a propa- como empresários.
gação de confiança entre os liderados e os líderes.
Ele simboliza a estratégia da organização e de seus gestores de Aplicação do empowerment
delegar a tomada de decisão para seus colaboradores, promovendo Segundo Hilsdorf, para uma correta implantação do empower-
a flexibilidade, rapidez e melhoria no processo de tomada de deci- ment é necessário:
são da empresa. 1. Um profundo compartilhamento das informações com todos
O empowerment permite aos funcionários da empresa toma- os envolvidos. A informação é o objeto que destrói a incerteza. Ela
rem decisões com base em informações fornecidas pelos gestores, é fundamental para a correta tomada de decisões. A Informação
aumentando sua participação e responsabilidade nas atividades deve circular, de maneira clara, transparente e adaptada à condição
da empresa. Geralmente é utilizado em organizações com cultura e necessidade de cada equipe em particular. Algumas informações
participativa, que utilizam equipes de trabalho autodirigidas e que gerais para o bom entendimento do negócio e do cenário devem
compartilham o poder com todos os seus funcionários. ser compartilhadas com todas as pessoas, outras mais restritas e
O empowerment está diretamente ligado ao conceito de lide- sigilosas, apenas com as pessoas-chave.
rança e, também, cultura organizacional. Uma vez que não se pode 2. A abertura para uma real autonomia dando às pessoas não
criar uma cultura de delegação de poder aos funcionários em uma somente as informações, mas o apoio e a liberdade necessária para
empresa engessada e burocrática, sem uma estrutura de hábitos e agirem. É preciso confiar nestes profissionais e incentivá-los a lide-
pensamentos preparada para isso. A empresa que pretende se utili- rar os processos em que estão envolvidos, e sob os quais assumi-
zar de uma prática como o empowerment não pode ter uma cultura ram responsabilidades. Uma cultura punitiva impede a autonomia;
de tomada de decisões centralizada, por exemplo. erros devem ser corrigidos, não punidos. A autonomia deve guiar-
O empowerment possui quatro bases principais, que são: -se pela visão, missão e valores da empresa, assim como por seus
- Poder  – dar poder às pessoas, delegando autoridade e res- objetivos e metas, dentro do contexto dos sistemas e processos em
ponsabilidade em todos os níveis da organização. Isso significa dar vigor na organização.
importância e confiar nas pessoas, dar-lhes liberdade e autonomia 3. Redução dos níveis hierárquicos e da burocracia que tornam
de ação. as empresas lentas e rígidas. Através da prática de empowerment,
- Motivação – proporcionar motivação às pessoas para incen- equipes auto-gerenciadas podem atingir alta performance e buscar
tivá-las continuamente. Isso significa reconhecer o bom desempe- a excelência em níveis muito superiores aos de empresas centrali-
nho, recompensar os resultados, permitir que as pessoas partici- zadoras.
pem dos resultados de seu trabalho e festejem o alcance das metas.
- Desenvolvimento – dar recursos às pessoas em termos de Seguindo estes 3 passos básicos, a empresa torna sua adapta-
capacitação e desenvolvimento pessoal e profissional. Isso significa ção mais fácil e menos traumática. Gerando um ambiente apropria-
treinar continuamente, proporcionar informações e conhecimento, do para o aprendizado dos funcionários a fim de torná-los tomado-
ensinar continuamente novas técnicas, criar e desenvolver talentos res de decisão dentro da empresa.
na organização.
- Liderança – proporcionar liderança na organização. Isso signi-
fica orientar as pessoas, definir objetivos e metas, abrir novos hori- EFICÁCIA NO COMPORTAMENTO INTERPESSOAL
zontes, avaliar o desempenho e proporcionar retroação.

Alguns gestores pensam que o ato de delegar a tomada de A postura profissional é o comportamento adequado dentro
decisão para um funcionário é sinônimo de perda de controle ou das organizações, na qual busca seguir os valores da empresa para
liderança. Este é um ponto que merece uma discussão maior, uma um resultado positivo.
vez que abrange diversos aspectos, mas o mais importante de se ,
destacar é que o empowerment valoriza os funcionários e melhora
a condução dos processos internos à empresa.

317
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A importância da qualidade - Ser pontual. Faça o seu trabalho de maneira correta e cumpra
As mudanças no mundo, em geral, estão cada vez mais contínu- os horários planejados, mantendo sempre a pontualidade para os
as aceleradas e, principalmente, diversificadas. Isso se deve ao fe- compromissos marcados.
nômeno da globalização, aos avanços tecnológicos, à preocupação - Respeitar os demais colegas de trabalho. Não é necessário
com a saúde e o meio ambiente, entre outros fatores. ter estima por todos os colegas de trabalho, mas respeitá-lo é uma
Tanto os profissionais como as empresas precisam adequar seu obrigação. Não apenas no ambiente de trabalho, mas em demais
perfil para atender a essas novas mudanças, inclusive se ajustando situações cotidianas. Por isso, respeitar as diferenças e os limites no
às exigências do mercado, cada vez maiores. Para superar os no- relacionamento com os outros é fundamental.
vos desafios impostos pela realidade e atender às expectativas dos - Aceitar opiniões. É importante saber escutar, opinar e aceitar
clientes, as empresas precisam de profissionais competentes e que opiniões diferentes, pois essa atitude acaba levando as pessoas a
realizem suas atividades com qualidade. também entenderem o seu ponto de vista, sem que este seja im-
Mas, afinal, o que é qualidade? Qualidade, na linguagem cor- posto ao demais.
porativa, é uma das condições para se ter sucesso e, hoje em dia, - Autocrítica e interesse. Ao ter uma preocupação constante
significa um dos diferenciais competitivos mais importantes. Ou em melhorar, dificilmente se terá problemas com relação a postura
seja, é um conjunto de características que distinguem, de forma po- profissional, pois essa preocupação constante em melhorar é um
sitiva, um profissional ou uma empresa dos demais e que agregam ponto que leva a melhoria contínua nas carreiras profissionais.
valor ao seu trabalho. - Espera-se que todo profissional tenha um preparo básico, mas
Para se manter competitivo no mercado e ter um diferencial, o o novo profissional deve demonstrar também esforço e interesse
profissional precisa realizar suas atividades corretamente. Apenas incansáveis para aprender.
a qualidade técnica, porém, não assegura o lugar no mercado. O - É necessário ter um ânimo permanente, disposição para o
grande desafio do profissional de qualquer área de atuação é saber trabalho e para correr atrás do que se quer.
se relacionar bem (tratar as pessoas adequadamente, mostrar-se - O profissional de hoje deve demonstrar disponibilidade e boa
disponível e acessível, ser gentil), ter um comportamento compa- administração do seu tempo e das suas tarefas.
tível com as regras e valores da empresa e se comunicar bem (se - Muitas organizações começam a mostrar interesse em investir
fazer entender pelos outros, escrever bem, saber ouvir). na capacitação de seus funcionários, mas, para isso, é preciso uma
Por fim, vale ressaltar: estamos falando de um conceito dinâmi- sólida relação de confiança mútua.
co, ou seja, cada empresa tem o seu. Fique atento: o que representa - A ética é fundamental no trabalho. Sem seriedade, nenhuma
qualidade para uma empresa não necessariamente o é para outra. relação profissional pode dar certo.
Portanto, ao iniciar qualquer experiência profissional, procure en- Há, ainda, outras características que certamente podem contar
tender quais são as competências valorizadas naquele ambiente de pontos positivos na hora da contratação ou mesmo na convivência
trabalho. Investir nelas é o primeiro passo para realizar suas tarefas diária no ambiente de trabalho: uma boa rede de contatos; per-
com qualidade. sistência (uma vez que a vontade, por si só, às vezes não basta);
cuidado com a aparência; assiduidade e pontualidade.
As novas exigências A Conexão Profissional, na terceira edição da série Desafios
Aqueles que pretendem ingressar no mercado de trabalho já para se tornar um bom profissional, trata de mais um dos desafios
devem ter escutado de professores, pais ou pessoas mais experien- dos recém-chegados ao mundo corporativo: a atenção aos proces-
tes que “a concorrência está cada vez mais acirrada” e que “é pre- sos e às rotinas nas organizações.
ciso se preparar”, e os recém-chegados ao mundo corporativo já Ao integrar uma equipe de trabalho, um dos primeiros passos
a serem dados é procurar compreender a rotina da organização.
podem ter constatado esse fato. Mas o que isso significa na prática?
Ter uma visão global das atividades que a organização desenvolve é
Há quem ache que “se preparar” está diretamente ligado à es-
indispensável para um bom desempenho e, principalmente, para a
colha do curso superior e ao desempenho na faculdade, mas não
conquista da autonomia. Para tanto, é fundamental atenção contí-
é de todo verdade: isso é o primeiro passo, mas não garante uma
nua aos processos. Com isso, você pode compreender o seu papel
vaga no mercado. Dia após dia, surgem novas tecnologias e formas
na equipe e na organização, além de entender como os setores in-
de se executar melhor uma tarefa e, com elas, relações de trabalho
teragem e qual a função e inter-relação de cada um, considerando
que exigem uma nova postura profissional — a de desenvolver as
o conjunto.
“habilidades” necessárias para enfrentar os desafios propostos. Na
Conhecer a rotina de sua equipe e da empresa permite otimizar
verdade, algumas dessas habilidades só ganharam destaque recen- e sistematizar suas atividades. Além disso, você pode administrar
temente, enquanto outras apenas mudaram de foco, atualizando- melhor o seu tempo, identificar e solucionar eventuais problemas
-se. Vejamos algumas delas: com mais agilidade, bem como propor alternativas para aprimorar a
- Seja parceiro da educação. Uma boa postura profissional exi- qualidade do trabalho, sempre com o foco nos resultados.
ge uma boa educação, ou seja, respeitar os demais, saber se com- Sem a compreensão dos processos, é menos provável perceber
portar em público, honrar os compromissos e prezar pela organiza- o seu papel na organização. Resultado: mais desperdício, menos
ção no ambiente de trabalho. produtividade. Evite sempre trabalhar no “piloto automático”. Isso
- Mantenha sempre uma boa aparência. Não é necessário estar pode acarretar retrabalho, gasto desnecessário de energia e recur-
sempre elegante, pois uma boa aparência significa saber usar a rou- sos, não-cumprimento de prazos, burocratização e baixa competiti-
pa certa no lugar certo. Devemos saber nos vestir de acordo com vidade. Em síntese: prejuízo para você e para a empresa.
que o local de trabalho nos solicita, sabendo sempre o que é certo Portanto, para satisfazer às exigências do mercado, é cada vez
e o que é errado para cada ambiente. mais importante possuir uma visão global do ambiente de trabalho.
- Cumprir todas as tarefas. Isso não é somente uma questão de Conhecer a rotina da organização e manter atenção aos processos
bom senso, mas também uma questão de comprometimento pro- só trazem ganhos para ambas as partes: para o profissional, maior
fissional. Desenvolver as tarefas que lhe são atribuídas é um ponto competitividade e possibilidade de agilizar soluções e, para a em-
positivo que acaba também sendo avaliado por gestores do cola- presa, equipes mais integradas e que falam a mesma língua. Para o
borador. conjunto, melhores resultados.

318
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A competência interpessoal é habilidade de lidar eficazmente Inteligência emocional: É a habilidade de lidar eficazmente
com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma
adequada à necessidade de cada uma delas e às exigências da situ- adequada as necessidades de cada uma e as exigências da situação,
ação. Segundo C. Argyris (1968) é a habilidade de lidar eficazmente observando as emoções e reações evidenciadas no comportamento
com relações interpessoais de acordo com três critérios: do outro e no seu próprio comportamento.
Inteligência intrapessoal: É a habilidade de lidar com o seu
- Percepção acurada da situação interpessoal, de suas variáveis próprio comportamento. Exige autoconhecimento, controle emo-
relevantes e respectiva inter-relação. cional, automotivação e saber reconhecer os sentimentos quando
- Habilidade de resolver realmente os problemas de tal modo eles ocorrem.
que não haja regressões. Inteligência interpessoal: É a habilidade de lidar eficazmente
- Soluções alcançadas de tal forma que as pessoas envolvidas com outras pessoas de forma adequada.
continuem trabalhando juntas tão eficientemente, pelo menos,
como quando começaram a resolver seus problemas. ELEMENTOS BÁSICOS DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
- Autoconhecimento: Conhecer a si próprio, gerar autoconfian-
Dois componentes da competência interpessoal assumem im- ça, conhecer pontos positivos e negativos.
portância capital: a percepção e a habilidade propriamente dita. O - Controle Emocional: Capacidade de gerenciar as próprias
processo da percepção precisa ser treinado para uma visão acurada emoções e impulsos.
da situação interpessoal. - Automotivação: Capacidade de gerenciar as próprias emo-
A percepção seletiva é um processo que aparece na comunica- ções com vistas a uma meta a ser alcançada. Persistir diante de fra-
ção, pois os receptores vêm e ouvem seletivamente com base em cassos e dificuldades.
suas necessidades, experiências, formação, interesses, valores, etc. - Reconhecer emoções nos outros: Empatia.
A percepção social: É o meio pelo qual a pessoa forma impres- - Habilidade em relacionamentos interpessoais: aptidão social
sões de uma outra na esperança de compreendê-la.
Novas COMPETÊNCIAS começam a ser exigidas pelas organiza- FATORES POSITIVOS DO RELACIONAMENTO. COM-
ções, que reinventam sua dinâmica produtiva, desenvolvendo no- PORTAMENTO RECEPTIVO E DEFENSIVO, EMPATIA E
vas formas de trabalho e de resolução de conflitos. Surgem novos COMPREENSÃO MÚTUA, DIVISÃO DO TRABALHO. RE-
paradigmas de relações das organizações com fornecedores, clien- LAÇÕES HUMANAS NO TRABALHO
tes e colaboradores. Nesse contexto, as relações humanas no am-
biente de trabalho tem sido foco da atenção dos gestores, para que
sejam desenvolvidas habilidades e atitudes necessárias ao manejo Chamamos de fatores positivos todos aqueles que, num soma-
inteligente das relações interpessoais. tório geral, irão contribuir para uma boa qualidade no atendimento
interno e externo. Assim, desde que cumpridos ou atendidos re-
DEFINIÇÃO DE COMPETÊNCIA quisitos básicos de valorização do outro, estaremos falando de um
Chamamos de competência a integração e a coordenação de bom relacionamento. Os níveis de relacionamento aqui devem ser
um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes (C.H.A.) que elevados, tendo em vista sempre o direito de cada indivíduo de re-
na sua manifestação produzem uma atuação diferenciada. ceber com qualidade a supressão de suas necessidades.
C – conhecimento - SABER  O relacionamento entre pessoas é a forma como eles se tratam
H – habilidade – SABER FAZER e se comunicam. Quando os indivíduos se comunicam bem, e o gos-
A - atitude - QUERER FAZER tam de fazer, se diz que há um bom relacionamento entre as partes.
Quando se tratam mal, e pelo menos um deles não gosta de entrar
A COMPETÊNCIA TÉCNICA envolve o C.H.A em áreas técnicas em contato com os outros, é um mau relacionamento.
específicas. Fatores que interferem no trabalho em equipe
- Estrelismo;
A COMPETÊNCIA INTERPESSOAL envolve o C.H.A nas relações - Ausência de comunicação e de liderança;
interpessoais. - Posturas autoritárias;
- Incapacidade de ouvir;
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL - Falta de treinamento e de objetivos;
-->Qualquer um pode zangar-se. Isso é fácil. - Não saber “quem é quem” na equipe.
-->Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora
certa, pelo motivo certo e da maneira certa não é fácil. Fatores positivos do relacionamento
Aristóteles
Comunicabilidade
Como trabalhar bem com os outros? Como entender os outros - habilidade de expor as ideias;
e fazer-se entender? - clareza na comunicação verbal;
A inteligência acadêmica pouco tem a ver com a vida emocio- - é a qualidade do ato comunicativo otimizado, no qual a men-
nal. As pessoas mais brilhantes podem afogar-se nos recifes das sagem é transferida integral, correta, rápida e economicamente e
paixões e dos impulsos desenfreados, pessoas com alto nível de QI sem “ruídos”.
pode ser pilotos incompetentes de sua vida particular.
A aptidão emocional é uma capacidade que determina até Objetividade
onde podemos usar bem quaisquer outras aptidões que tenhamos, - relacionada com a clareza na informação prestada ao usuário.
incluindo o intelecto bruto. - é importante ser claro e direto nas informações prestadas,
sem rodeios, dispensando informações desnecessárias à situação.

319
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Eficiência - faz os ouvintes experimentarem sentimentos de inferiorida-
- A Administração Pública deve atender o cidadão com agilida- de, o que produz um comportamento defensivo.
de, com adequada organização interna e ótimo aproveitamento dos
recursos disponíveis. Habilidades necessárias ao bom relacionamento no trabalho
- Habilidade de comunicar ideias de forma clara e precisa em
Presteza situações individuais e de grupo.
- Manifestação do interesse em atender às necessidades do - Habilidade de ouvir e compreender o que os outros dizem.
usuário. - Habilidade de aceitar críticas sem fortes reações emocionais
defensivas (tornando-se hostil ou “fechando-se”)
Interesse - Habilidade de dar feedback aos outros de modo útil e cons-
- É importante mostrar-se interessado pelo problema/situação trutivo.
do cidadão-usuário. - Habilidade de percepção e consciência de necessidades, sen-
- Mostrar empenho para lhe apresentar as soluções. timentos e reações dos outros.
- O interesse na prestação do serviço está diretamente relacio- - Habilidade de reconhecer, diagnosticar e lidar com conflitos e
nado à presteza, à eficiência e à empatia. hostilidade dos outros.
- Habilidade de modificar o meu ponto de vista e comporta-
Não apenas nas relações humanas assim como nas relações de mento no grupo em função do feedback dos outros e dos objetivos
trabalho, colocar-se no lugar do outro (empatia) garante maior sen- a alcançar.
sibilidade e interesse ao usuário do serviço público. - Tendência a procurar relacionamento mais próximo com as
pessoas, dar e receber afeto no seu grupo de trabalho.
Tolerância
- É a tendência em admitir que modos de pensar, agir e sentir
são diferentes de pessoa para pessoa. CONHECIMENTOS BÁSICOS DE ADMINISTRAÇÃO
- É tolerante aquele que admite as diferenças e respeita à di-
versidade.
A Administração, de acordo com definição do Houaiss, é o
Discrição “conjunto de normas e funções cujo objetivo é disciplinar os ele-
- Ser discreto é ter sensatez, ser reservado, recatado e descen- mentos de produção e submeter a produtividade a um controle de
te. qualidade, para a obtenção de um resultado eficaz, bem como uma
- Não devemos confundir com o princípio da publicidade. Os satisfação financeira”.
atos administrativos devem seguir o princípio da publicidade que Administrar envolve a elaboração de planos, pareceres, relató-
significa manter a total transparência na prática dos atos da Admi- rios, projetos, arbitragens e laudos, em que é exigida a aplicação de
nistração Pública. conhecimentos inerentes às técnicas de Administração.
- Ser discreto nas relações de trabalho e nas relações com o A profissão de Administrador é relativamente nova e foi re-
cidadão-usuário é preservar a privacidade e a individualidade, não gulamentada no Brasil em 9de setembrode1965, data em que se
invadir a privacidade, não espalhar detalhes da vida pessoal nem comemora o Dia do Administrador. Os primeiros administradores
tampouco detalhes de assuntos que correm em segredo de justiça. profissionais (administrador contratado, que não é o dono do negó-
cio) foram os que geriram as companhias de navegação inglesas a
COMPORTAMENTO RECEPTIVO partir do século XVII.
Significa perceber e aceitar possibilidades que a maioria das
pessoas ignora ou rejeita prematuramente. Segundo Jonh W. Riegel,
Pode ser de natureza sensorial ou psicológica. “O êxito do desenvolvimento de executivos em uma empresa é
No primeiro caso a pessoa se caracteriza por estar atento ao resultado, em grande parte, da atuação e da capacidade dos seus
que acontece a sua volta. gerentes no seu papel de educadores. Cada superior assume este
No segundo a característica é de pessoa de mente aberta e sem papel quando ele procura orientar e facilitar os esforços dos seus
preconceitos à novas ideias. subordinados para se desenvolverem”
A curiosidade é inerente do comportamento receptivo.
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO
COMPORTAMENTO DEFENSIVO Administração – Objetivos, decisões e recursos são as pala-
O servidor não tem comportamento receptivo quando: vras-chaves na definição do conceito de administração. Adminis-
- parecem saber de tudo; tração é o processo de tomar e colocar em prática decisões sobre
- nunca têm dúvidas; objetivos e utilização de recursos.
- que têm resposta para qualquer pergunta;
- sempre têm certeza das coisas; DECISÕES
- que não admitem ser contestados; Planejamento, organização, execução, direção, controle.
- têm todas as informações;
- acham que estão sempre certos; OBJETIVOS
- tendem a colocar os outros na defensiva. Resultados esperados do sistema
- age como o “dono da verdade” - transmite a ideia de que to-
dos os outros são “ignorantes” e não têm nada de útil ou interes- Segundo CHIAVENATO, as variáveis que representa o desenvol-
sante a dizer. vimento da TGA são: tarefas, estrutura, pessoas, ambiente, tecno-
- quando afirma suas verdades e não admite contestação - logia e competitividade.
transmite a mensagem de que vê a si mesmo como professor, con- Na ocorrência de novas situações as teorias administrativas se
siderando todos os outros como aprendizes. adaptam a fim de continuarem aplicáveis.

320
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Dentre tantas definições já apresentadas sobre o conceito de Controle, aqui é possível vislumbrar todo o processo de pla-
administração, podemos destacar que: nejar, organizar e direcionar. Liderar e discernir se o resultado foi
o almejado. Assim é possível recomeçar um novo ciclo com mais
“Administração é um conjunto de atividades dirigidas à utili- planejamento e suas etapas subsequentes.
zação eficiente e eficaz dos recursos, no sentido de alcançar um ou Para administrar nos mais variados níveis de organização é
mais objetivos ou metas organizacionais.” necessário ter habilidades, estas são divididas em três grupos: as
Habilidades Técnicas são habilidades que necessitam de conheci-
Ou seja, a Administração vai muito além de apenar “cuidar de mento especializado e procedimentos específicos e pode ser obtida
uma empresa”, como muitos imaginam, mas compreende a capa- através de instrução. As Habilidades Humanas envolvem também
cidade de conseguir utilizar os recursos existentes (sejam eles: re- aptidão, pois interage com as pessoas e suas atitudes, exige com-
cursos humanos, materiais, financeiros,…) para atingir os objetivos preensão para liderar com eficiência. As Habilidades Conceituais
da empresa. englobam um conhecimento geral das organizações, o gestor pre-
O conceito de administração representa uma governabilidade, cisa conhecer cada setor, como ele trabalha e para que ele existe.
gestão de uma empresa ou organização de forma que as ativida- De acordo com Chiavenato a estrutura garante a totalidade de
des sejam administradas com planejamento, organização, direção, um sistema e permite sua integridade, assim são as organizações,
e controle. diversos órgãos agrupados hierarquicamente, os sistemas de res-
ponsabilidade, sistemas de autoridade e os sistemas de comunica-
O ato de administrar é trabalhar com e por intermédio de ções são componentes estruturais.
outras pessoas na busca de realizar objetivos da organização bem Existem vários modelos de organização, Organização Empre-
como de seus membros. sarial, Organização Máquina, Organização Política entre outras. As
Montana e Charnov organizações possuem seus níveis de influência. O nível estratégico
  é representado pelos gestores e o nível tático, representado pelos
A administração tem uma série de características entre elas: gerentes. Eles são importantes para manter tudo sob controle. O
um circuito de atividades interligadas, busca de obtenção de re- gerente tem uma visão global, ele coordena, define, formula, esta-
sultados, proporcionar a utilização dos recursos físicos e materiais belece uma autoridade de forma construtiva, competente, enérgica
disponíveis, envolver atividades de planejamento, organização, di- e única. Fayol nomeia 16 diferentes atribuições dos gerentes. Os ge-
reção e controle. rentes são responsáveis pelo elo entre o nível operacional, onde os
Para administrar nos mais variados níveis de organização é ne- colaboradores desenvolvem os produtos e serviços da organização.
cessário ter habilidades, estas são divididas em três grupos: As Organizações formais possuem uma estrutura hierárquica
• Habilidades Técnicas: são habilidades que necessitam de co- com suas regras e seus padrões. Os Organogramas com sua estru-
nhecimento especializado e procedimentos específicos e pode ser tura bem dimensionada podem facilitar a autonomia interna, agi-
obtida através de instrução. lizando o processo de desenvolvimento de produtos e serviços. O
• Habilidades Humanas: envolvem também aptidão, pois inte- mundo empresarial cada vez mais competitivo e os clientes a cada
rage com as pessoas e suas atitudes, exige compreensão para lide- dia mais exigentes levam as organizações a pensar na sua estrutura,
rar com eficiência. para se adequar ao que o mercado procura. Com os órgãos bem
• Habilidades Conceituais: englobam um conhecimento geral dispostos nessa representação gráfica, fica mais bem objetivada a
das organizações, o gestor precisa conhecer cada setor, como ele hierarquia bem como o entrosamento entre os cargos.
trabalha e para que ele existe. As organizações fazem uso do organograma que melhor repre-
Conceitos e princípios fundamentais em administração. senta a realidade da empresa, vale lembrar que o modelo piramidal
O conceito de administração representa uma governabilidade, ficou obsoleto, hoje o que vale é a contribuição, são muitas pessoas
gestão de uma empresa ou organização de forma que as ativida- empenhadas no desenvolvimento da empresa, todos contribuem
des sejam administradas com planejamento, organização, direção, com ideias na tomada de decisão.
e controle. Montana e Charnov em 2003 asseveraram que o ato Com vistas às diversidades de informações, é preciso estar
de administrar é trabalhar com e por intermédio de outras pessoas atento para sua relevância, nas organizações as informações são
na busca de realizar objetivos da organização bem como de seus importantes, mesmo em tomada de decisões. É necessário avaliar a
membros. qualidade da informação e saber aplicar em momentos oportunos.
A administração tem uma série de características entre elas: Para o desenvolvimento de sistemas de informação, há que
um circuito de atividades interligadas, buscar de obtenção de re- se definir qual informação e como ela vai ser mantida no sistema,
sultados, proporcionar a utilização dos recursos físicos e materiais deve haver um estudo no organograma da empresa verificando as-
disponíveis, envolver atividades de planejamento, organização, di- sim quais os dados e quais os campos vão ser necessários para essa
reção e controle. implantação. Cada empresa tem suas características e suas neces-
O planejamento consiste em definir objetivos para traçar me- sidades, e o sistema de informação se adéqua a organização e aos
tas, assim identificando forças, fraquezas, oportunidades e amea- seus propósitos.
ças. Interpretam-se dados, analisam-se recursos. O planejamento
ocorre com base em muito estudo, muita pesquisa, antes da im-
plantação de qualquer coisa, ele pode durar meses ou até anos.
Organizar significa preparar processos a fim de obter os resul-
tados planejados.
Direção, neste procedimento decisões são necessárias, para
que os objetivos relacionados no planejamento continuem alinha-
dos.

321
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Para as organizações as pessoas são as mais importantes, por isso tantos estudos a fim de sanar interrogações a respeito da complexi-
dade do ser humano. Maslow diz que em primeiro na base da pirâmide vem às necessidades fisiológicas, como: fome, sede sono, sexo, de-
pois ele nomeia segurança como o segundo item mais importante, estabilidade no trabalho, por exemplo, logo depois necessidades afetivo
sociais, como pertencer a um grupo, ter amigos, família; necessidades de status e estima, aqui podemos dar como exemplo a necessidade
das pessoas em ter reconhecimento, por seu trabalho por seu empenho, no topo Maslow colocou as necessidades de autorrealização, em
que o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser, explorando suas possibilidades.
O raciocínio de Viktor Frankl “ vontade de sentido” também é coerente, ele nos atenta para o fato de que nem sempre a pirâmide
de Maslow ocorre em todas as escalas de uma forma sequencial, de acordo com ele, o que nos move é aquilo que faz com que nossa
vida tenha sentido, nossas necessidades aparecem de forma aleatória, são nossas motivações que nos levam a agir. Os colaboradores são
estimulados, fazendo o que gostam, as pessoas alocam mais tempo nas atividades em que estão motivados. Sendo assim um funcionário
trabalhando em uma determinada tarefa, pode sentir autorrealização sem necessariamente ter passado por todas as escalas da piramide.
Mas o que é realização para um, não é realização para todas as pessoas. O ser humano é insaciável, quando realiza algo que desejou in-
tensamente, logo cobiçara outras coisas.
O comportamento das pessoas nas organizações afetam diretamente na imagem, no sucesso ou insucesso da mesma, o comporta-
mento dos colaboradores refletem seu desempenho. Há uma necessidade das pessoas de ter incentivos para que o trabalho flua, a moti-
vação é intrínseca, mas os estímulos são imprescindíveis para que a motivação pelo trabalho continue gerando resultados para a empresa.
Os lideres são importantes no processo de sobrevivência no mercado, Lacombe descreveu que o líder tem condição de exercer, função,
tarefa ou responsabilidade quando é responsável pelo grupo. Um líder precisa ser motivado, competente, conseguir conquistar e conhecer
as pessoas, ter habilidades e intercalar objetivos pessoais e organizacionais. O estilo do líder Democrático contribui na condução das or-
ganizações, ele delega não só tarefas, mas poderes, isso é importante para estimular os mais diversos profissionais dentro da organização.
No processo de centralização a tomada de decisões é unilateral, deixando os colaboradores travados, sem poder de opinião. Já no
processo de descentralização existe maior estimulo por parte dos funcionários, podendo opinar eles se sentem parte ativa da empresa.
Existem benefícios assegurados por leis e benefícios espontâneos. Um bom plano de benefícios motivam os colaboradores. O funcio-
nário hoje com todo seu conhecimento adquirido na empresa tem sido tratado como ativo não mais como recurso. Dar estímulos como os
benefícios contribuem para a permanência do funcionário na organização. São inúmeras vantagens tanto para o empregado quanto para
o empregador. Reduzindo insatisfações e aumentando a produção, gerando assim resultados satisfatórios.1
O conceito de administração representa uma governabilidade, gestão de uma empresa ou organização de forma que as atividades
sejam administradas com planejamento, organização, direção, e controle.  

Para que todas esses conceitos e objetivos sejam desenvolvidos de fato, precisamos nos ater à questão dos níveis de hierarquia e às
competências gerencias, ao que isso representa na teoria, na prática e no comportamento individual de cada profissional envolvido na
administração.

NÍVEIS HIERÁRQUICOS
Existem basicamente três níveis hierárquicos dentro de uma organização, que são divididos em:
Nível Estratégico (ou Nível Institucional)  – Elabora as estratégias, faz o planejamento estratégico da empresa normalmente esse
posto é assumido por presidentes e alta direção da empresa, os representantes deste nível devem possuir principalmente habilidades
conceituais.
Nível Tático (ou Nível Intermediário) – Este nível é desempenhado pelos Gerentes é um nível departamental, e seus integrantes ne-
cessitam em especial de habilidades humanas para motivar e liderar os integrantes do nível operacional.
Nível Operacional – Estes são os supervisores que necessitam de habilidades técnicas por trabalharem de forma mais ligada à pro-
dução.

É de suma importância que os níveis hierárquicos estejam bem definidos dentro da organização para que cada um saiba o seu lugar e
suas competências. Administrar é interpretar os objetivos da organização e transformá-los em ação por meio de planejamento, organiza-
ção, controle e direção de todos os níveis organizacionais.
A seguir vocês poderão ver dois demonstrativos que discriminam as características de atuação de cada um dos níveis citados.

NÍVEIS
CARACTERÍSTICAS
ESTRATÉGICO TÁTICO OPERACIONAL
Unidade,
Abrangência Instituição Setor, Equipe
Departamento

Área Presidência, Alto Comitê Diretoria, Gerência Coordenação, Líder Técnico

Perfil Visão, Liderança Experiência, Eficácia Técnica, Iniciativa


Horizonte Longo Prazo Médio Prazo Curto Prazo
Foco Destino Caminho Passos
Planos de ação,
Diretrizes Visão, Objetivo Processos, atividades
projetos

1--> Fonte: www.administradores.com.br – Por Luciana de Assis Fernandes Pereira

322
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Conteúdo Abrangente, Genérico Amplo, mas sintético Específico, Analítico


Executar, manter, Controlar,
Ações Determinar, Definir, orientar Projetar, Gerenciar
analisar
Software Painel de Controle Planilha Aplicações específicas

Marcio D’Aavila

Idalberto Chiavenato.

Fatores como a crescente competitividade entre as organizações provocam significativas mudanças no mercado, o que faz com que as
competências gerenciais se tornem grandes diferenciais.
A gestão por competência se propõe a integrar e orientar esforços, principalmente no que ser refere à gestão de pessoas, visando
desenvolver e sustentar competências consideradas fundamentais aos objetivos organizacionais. 
As empresas buscam ideias de mudanças comportamentais, atitudes, valores e crenças que façam a diferença na postura dos profis-
sionais.

Competências gerenciais: “Um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que algumas pessoas, grupos ou organizações
dominam melhor do que outras, o que as faz se destacar em determinado contexto.”
Claude Lévy-Leboyer

A) As Principais Habilidades Gerenciais são:


- Planejamento e Organização: O Gerente deverá possuir a capacidade de planejar e organizar suas próprias atividades e as do seu
grupo, estabelecendo metas mensuráveis e cumprindo-as com eficácia.
- Julgamento: O Gerente deverá ter a capacidade de chegar a conclusões lógicas com base nas evidências disponíveis.
- Comunicação Oral: Um Gerente deve saber se expressar verbalmente com bons resultados em situações individuais e grupais, apre-
sentando suas ideias e fatos de forma clara e convincente.
- Comunicação Escrita: É a capacidade gerencial de saber expressar suas ideias clara e objetivamente por escrito.
- Persuasão: O Gerente deve possuir a capacidade de organizar e apresentar suas ideias de modo a induzir seus ouvintes a aceitá-las.
- Percepção Auditiva: O Gerente deve ser capaz de captar informações relevantes, a partir das comunicações orais de seus colabora-
dores e superiores.
- Motivação: Importância do trabalho na satisfação pessoal e desejo de realização no trabalho.
- Impacto: É a capacidade de o Gerente criar boa impressão, captar atenção e respeito, adquirir confiança e conseguir reconhecimento
pessoal.
- Energia: É a capacidade gerencial de atingir um alto nível de atividade (Garra).
- Liderança: É a capacidade do Gerente em levar o grupo a aceitar ideias e a trabalhar atingindo um objetivo específico.

Para alguns autores, podemos resumir as habilidades necessárias para o desenvolvimento eficiente e eficaz na administração em:

323
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
1. Conhecimento  – Estar a par das informações necessárias Competências Individuais
para poder desempenhar com eficácia as suas funções. São características que tornam um indivíduo singular, único.
2. Habilidade – Estas podem ser divididas em: Além de serem os conhecimentos adquiridos por uma pessoa,
- Técnicas (Funções especializadas) também faz parte a inteligência em lidar com situações complexas.
- Administrativas (compreender os objetivos organizacionais) As competências individuais estarão relacionadas, por exemplo, a
- Conceituais (compreender a totalidade) formação educacional, a experiência profissional, assim como o
- Humanas (Relações Humanas), Políticas (Negociação). ambiente em que vive, o visão de futuro, a flexibilidade, etc. Estas
competências também se classificam em:
3. Atitude e Comportamento – Sair do imaginário e colocar em » Competências gerais - relativa aos valores organizacionais e a
prática, fazer acontecer. Maneira de agir, ponto de referência para a cultura empresarial;
compreensão da realidade. » Competências gerenciais - relativa as funções gerenciais;
» Competências técnicas - relativas ao profissional e suas habi-
As três dimensões da competência lidades específicas da área.
As competências são formadas por três dimensões: atitude, co-
nhecimento e habilidade. Cada dimensão é independente, mas am- Competências Organizacionais
bas estão interligadas. Ele afirma ainda que o desenvolvimento das São formados pelo capital intelectual, estrutural, organizacio-
competências está na aprendizagem individual e coletiva. (Tommas nal, de processo, etc. Para essas competências devem ser analisa-
Durand) dos os clientes, concorrentes, funcionários, pois são eles que agre-
garão um diferencial de mercado. Essas competências são capazes
Atitude (Querer Fazer) de elevar o potencial de uma organização estando ela sempre se
Ter atitude e ações é fazer acontecer. São competências que fortalecendo. No livro Competências: conceitos e instrumentos
permitem as pessoas interpretarem e julgarem a realidade e a si para a gestão de pessoas na empresa moderna, o autor define tam-
próprias. Na área gerencial veja algumas atitudes que se destacam: bém um conjunto de competências que fazem parte das competên-
» Saber ouvir; cias organizacionais:
» Auto motivação; » Competências essenciais - importante para a organização;
» Auto controle; » Competências distintivas - são competências que garantem
» Dar e receber feedback; vantagens competitivas para a organização;
» Resolução de problemas; » Competência de suporte - são atividades que servem de base
» Determinação; para outras atividades da organização;
» Proatividade; » Capacidade dinâmica - quando as competências organizacio-
» Honestidade e ética nos negócios, etc. nais atendem as exigências do ambiente.

Conhecimento (Saber Fazer) Modelos Gerenciais


O conhecimento é essencial para a realização dos processos da Os  modelos gerenciais  são capazes de nos dar ideias sobre
organização. De acordo com o nível de conhecimento de um ge- como seria sua aplicação real. Como os modelos de gestão se atua-
rente, existe o essencial, aquele que todo profissional deve saber, lizam sempre, deve-se fazer um estudo da organização e ver aquele
como dominar os procedimentos, conceitos, informações necessá- que melhor se aplica. Não é uma tarefa fácil, mas requer esforço
rios ao funcionamento da empresa. E, aquele mais específico, em e competência para o estudo tanto do ambiente interno, quanto
que é necessário analisar os indivíduos e o contexto de trabalho. externo da organização.
Habilidades (Saber como Fazer) Um dos modelos gerenciais é o proposto por  Robert Quinn,
Quando utilizamos o conhecimento da melhor forma, ele se autor do livro  Competências Gerenciais: princípios e aplicações.
torna uma habilidade. O conceito de habilidade é variado. De acor- Seu modelo define a existência de vinte e quatro competências ge-
do com alguns autores, para que um administrador possa conquis- renciais, das quais são classificadas como papéis gerenciais. Assim,
tar uma posição de destaque, bem como saber administrar, defini- há quatro modelo gerenciais que estão divididos em oito papéis. E
-se a existência das seguintes habilidades: para o autor os modelos mais antigos são de suma importância para
» Técnicas - funções especializadas e ligadas ao trabalho ope- auxiliar o gestor na tomada de decisões na organização. Confira:
racional; Modelo das Metas Racionais 
» Conceituais - compreender a totalidade, ou seja, ter visão da Tem como base a lei da sobrevivência de Darwin: o indivíduo
empresa como um todo; com maior habilidade e mais apto mantêm o seu emprego. O obje-
» Humanas - cultivar bons relacionamentos, sendo um líder efi- tivo desse modelo está na produtividade e no lucro. Ele está relacio-
caz e eficiente. nado aos papéis de diretor e do produtor.

Tipos de Competências Papel de diretor


Existem vários tipos de competências definidas por teóricos so- O gestor enquanto diretor deve deixar claro o planejamento e
bre o conjunto de competências existentes e utilizadas no ambiente as metas a serem atingidas. Ele que decide, define opções, tarefas
organizacional. Serão citadas apenas duas: e problemas.

Papel de produtor
O gestor enquanto produtor tem foco nas tarefas, no trabalho,
interesse, motivação e determinação. Ele é pragmático.
Modelo dos Processos Internos ou Modelo de Burocracia Pro-
fissional 

324
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Completa o modelo das metas racionais. Seu objetivo é a busca Rosemary Stewart 1982 Processo decisório
da estabilidade, continuidade e eficiência no trabalho. Ele é base-
ado em rotinas. O gerente é considerado um monitor apto e um Fred Luthans 1988 Desempenho dos gerentes
coordenador verdadeiro e confiável. Andrew Grove 1983 Princípios de administração de
alta performance.
Papel de monitor
O gestor enquanto monitor deve conhecer e supervisionar o Henri Fayol
ambiente de sua organização, e também, estar a par das metas de Tomando como base uma empresa industrial o trabalho do di-
cada setor. rigente consiste em:
- Tomar decisões, estabelecer metas,
Papel de coordenador - Definir diretrizes e
O gestor enquanto coordenador dá apoio à estrutura e ao de- - Atribuir responsabilidades aos integrantes da organização, de
senvolvimento da organização. Suas características são a organiza- modo que as atividades de planejar, organizar, comandar, coorde-
ção, a conciliação do trabalho da equipe, coordenação à parte logís- nar e controlar estejam numa sequência lógica.
tica, bem como encarar problemas.
O maior impacto desta ideia está em identificar o trabalho dos
Modelo das Relações Humanas administradores e separá-lo das atividades operacionais da empre-
De acordo com o autor, após a queda da bolsa de valores (1929) sa.
e a Segunda Guerra Mundial foi perceptível que os modelos citados
anteriormente estavam se tornando ineficazes para a época. Nesse OBS: Lawrence J.Peter – “Um especialista muito competente
novo modelo o objetivo é atingir o compromisso, a coesão e a mo- pode tornar-se um administrador incompetente”.
ral. É valorizado mais a participação, o acordo entre os funcionários
e a resolução de problemas. O gestor é aquele que se coloca no L. Gullick e Lyndall Urwick
lugar do outro, é portanto, um facilitador e um mentor. Propôs a sigla POSDCORB:
- planejamento,
Papel de facilitador - organização,
O gestor enquanto facilitador estimula o trabalho em equipe e - alocação de pessoal,
gerencia os problemas pessoais. - direção,
- coordenação,
Papel de mentor - controle e orçamentação.
O gestor enquanto mentor trabalha no desenvolvimento de
cada funcionário e aperfeiçoa suas competências, eles são orien- Definindo assim o processo administrativo com: planejamento,
tadores. organização, direção ou liderança e controle.
Modelo dos Sistemas Abertos Chester Barnard
Para esse modelo é necessário viver em um ambiente ambíguo As funções do executivo, são:
e competitivo. Seu objetivo é atingir a adaptação e o apoio externo.
É valorizado o empreendedorismo, a adaptação política e adminis- - Incutir senso de propósito moral.
tração de mudanças. O gestor é inovador e negociador. - Trabalhar com a organização informal.
- Facilitar a comunicação.
Papel de inovador - Tomar decisões.
O gestor enquanto inovador está aberto às mudanças, tem um - Entender a aceitação da autoridade.
pensamento crítico e analítico, é visionário e identifica as tendên-
cias do mercado. Herbert Simon
Processo decisório gerencial:
Papel de negociador - Intelecção: análise de um problema.
O gestor enquanto negociador deve utilizar técnicas de persua- - Concepção: criação de alternativas de solução.
são e influência em prol de seus acordos e compromissos. - Decisão: julgamento e escolha de uma alternativa.
O ADMINISTRADOR
Um administrador – não é julgado pelo que sabe a respeito
das funções que exerce em sua especialidade, mas pela maneira
como realiza seu trabalho e pelos resultados que consegue obter
dos recursos disponíveis.

O papel do gerente

Principais estudos sobre o papel dos gerentes

Henri Fayol 1916 Processo administrativo


Chester Barnard 1938 Funções do executivo
Herbert Simon 1960 Processo decisório
Henry Mintzberg 1973 Papéis do gerente

325
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Mintzberg
Os 10 papéis específicos do administrador:

Papéis interpessoais Papéis Informacionais Papéis decisórios


Como administrador interage Como o administrador intercambia, Como o administrador utiliza a informação
processa informação nas suas decisões
- representação - monitoração - empreendimento
- liderança - disseminação - solução de conflitos
- ligação - porta-voz - alocação de recursos
- negociação

Rosemary Stewart
Não diz qual é o trabalho dos gerentes, mas como pode estudá-lo.
Os cargos gerenciais têm 3 dimensões:
- escolhas,
- exigências/tarefas e
- restrições/o que o ocupante do cargo pode fazer.

Fred Luthans
Fez distinção entre gerentes de sucesso (que realizam objetivos pessoais importantes, como avançar na carreira) e gerentes eficazes
(que realizam objetivos importantes para a organização).

Atividades dos gerentes:


- Funções gerenciais: tomar decisões, planejar e controlar.
- Comunicação: trocar e processar informações, documentação.
- Adm. de RH: motivar, resolver conflitos, treinar.
- Relacionamento/networking: manter relações sociais, fazer política.

Andrew Grove
Ele acredita que todos são administradores, os que influenciam e os são influenciados pela rede da informação.
Ideias que orientam a adm. de alta performance: produção, trabalho de equipe e empenho individual.

CARACTERÍSTICAS DAS ORGANIZAÇÕES FORMAIS: TIPOS DE ESTRUTURA ORGANIZACIONAL,


NATUREZA, FINALIDADES E CRITÉRIOS DE DEPARTAMENTALIZAÇÃO

A ORGANIZAÇÃO EMPRESARIAL
Segundo Maximiano “uma organização é uma combinação de esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos.
Por meio de uma organização torna-se possível perseguir e alcançar objetivos que seriam inatingíveis para uma pessoa. Uma grande em-
presa ou uma pequena oficina, um laboratório ou o corpo de bombeiros, um hospital ou uma escola são todos exemplos de organizações.”
Uma organização é formada pela soma de pessoas, máquinas, recursos, financeiros e outros.

A organização da empresa também pode ser definida como a ordenação e agrupamento de atividades e recursos, visando o alcance
dos objetivos e resultados estabelecidos.
A estrutura organizacional é o conjunto ordenado de responsabilidades, autoridades, comunicações e decisões das unidades organi-
zacionais de uma empresa.
Embora o termo ORGANIZAÇÃO frequentemente tenha sido empregado como sinônimo e arrumação, ordenação, eficiência, a ORGA-
NIZAÇÃO deve ser entendida como o quadro estrutural de cargos definidos por (respectivos títulos, responsabilidades, relações formais,
nível de autoridades, atribuições básicas e aspectos culturais). A função básica de organização é o estudo da estrutura organizacional da
empresa, para que esta seja bem definida e possa atender as necessidades e os objetivos estabelecidos de forma integrada com a organi-
zação informal e as estratégias estabelecidas na empresa.
A Organização Formal corresponde à componente da organização que estabelece a forma como é efetuada a sua própria gestão e a
coordenação e controle de pessoas e atividades. Para isso, são criadas na organização as estruturas organizacionais e definidas as regras,
políticas e procedimentos que regulam a forma como, quando e por quem são desempenhadas as diversas tarefas necessárias ao seu
funcionamento.
A organização informal designa o conjunto de relações ou interações que surgem expontaneamente entre os seus membros e que não
são previstas ou formalizadas pela organização formal.

326
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Apesar da organização formal possuir um grau de percepção e de compreensão mais elevado e imediato, pois é esta que explica o que
se faz e como se faz, as relações informais entre os membros da organização assumem uma importância fundamental pois é delas que, em
grande parte, depende o ambiente de trabalho, o qual, por sua vez, constitui uma das mais importantes condicionantes da motivação e
dos níveis de produtividade dos trabalhadores. É devido a esta importância das relações informais que cada vez mais os responsáveis pelas
organizações se debruçam sobre o estudo das suas causas e consequências bem como na procura de formas adequadas de facilitá-las e
fomentar.
A própria organização formal tem uma forte influência quer quantitativa quer qualitativa sobre a organização informal, daí que a es-
trutura organizacional, assim como as regras, políticas e procedimentos devam ser definidas por forma a facilitar e incentivar as relações
informais e assim proporcionarem um melhor ambiente de trabalho e uma maior motivação dos trabalhadores.
- Organização formal - deriva do organograma, da departamentalização, da divisão de tarefas, dos instrumentos de organização - ma-
nuais, funcionogramas, etc.
- Organização informal - decorre da interação das pessoas e dos relacionamentos que se estabelecem.

Princípios para o trabalho das duas organizações


- Desafios
- União
- Responsabilidade

A Estrutura Formal: É definida na empresa com todas as formalidades e padrões vigentes. Ela é feita por: manuais de procedimentos
ou organização, comunicados, instruções, forma gráfica (organograma), forma descritiva (descrição dos cargos).
A Estrutura informal: Organizações são conjuntos de pessoas e recursos que trabalham juntos para se alcançar um objetivo comum.
Elas não são estáticas, uma vez que são formadas por pessoas. Elas também possuem duas realidades: a interna e a externa. Para sobre-
viver, as organizações precisam se readaptar continuamente. Trabalhar em grupo pode ajudar a multiplicar ideias e para alcançarmos
resultados, precisamos da autuação simultânea de forças – sinergia – e para que ocorra o sucesso é preciso observar os seguintes pontos:
- O objetivo do trabalho em equipe;
- A associação, reunião de pessoas que partilhem os mesmos interesses;
- A autoimagem (motivações pessoais);
- A circunstância e o clima psicológico (ambiente propícios para realização do trabalho).

Para que este trabalho dê certo é preciso disseminar a ideia de que:


- Sozinhos somos incompetentes;
- Quando questionados, enriquecemo-nos;
- Quanto mais sabemos, mais amplo é nosso horizonte do não saber;
- Ás vezes é necessário retroagir para avaliar e corrigir rumos;

Em suma, a estrutura informal é a rede de relações sociais que não é estabelecida ou requerida pela estrutura formal. Surge da inte-
ração social de pessoas, o que significa que se desenvolve espontaneamente quando as pessoas se reúnem entre si. Portanto, apresenta
relações que usualmente não aparecem no organograma.

TIPOS DE ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Estrutura Funcional

327
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
São estruturas divididas por departamentos pelos critérios fun- envolvem atividades entre funções. A habilidade dos grupos para
cionais no primeiro nível. Segundo Fayol as funções principais do trabalharem através das funções é o fator principal para garantir o
primeiro nível são: produção, comercialização, finanças e adminis- fornecimento de produtos e serviços com qualidade e custo baixo.
tração. “As estruturas funcionais foram criadas com  uma visão volta-
As estruturas funcionais são agrupadas na mesma unidade, da para a sua realidade interna, ou seja, para si própria”. Esse tipo
pessoas que realizam atividades dentro de uma mesma área téc- de pensamento dominou e ainda domina a maioria das empresas
nica ou de conhecimento, como por exemplo a área financeira, a que conhecemos. Nesse estágio as funções são todas divididas por
área de produção, a área comercial, a área de recursos humanos, etapas, onde são fragmentados processos de trabalho. Trata-se de
entre outras. A necessidade de especialização por áreas técnicas e a um trabalho individual e voltado a tarefas.Esse tipo de estruturação
existência de pouca variedade de produtos constituem as principais tem sido padrão nas empresas. O agrupamento funcional dos gru-
razões para a criação deste tipo de estrutura. Trata-se do desenho pos de trabalho, porém tem sido questionado a partir de iniciativas
que agrupa pessoas com base em suas habilidades e conhecimento competitivas como: qualidade total, redução do tempo de ciclo e
ou na utilização de recursos similares, para aumentar a efetivida- aplicação da tecnologia da informação, que tem conduzido a orga-
de da organização no alcance de seu principal objetivo, fornecer nização funcional a mudanças fundamentais.
aos clientes produtos de qualidade a preços razoáveis. As diferen-
tes funções surgem em resposta ao aumento de complexidade das Vantagens das estruturas funcionais
tarefas e à medida que as funções aumentam e se especializam, as A sua grande vantagem é, além da especialização técnica, o
habilidades melhoram e as competências surgem, dando vantagem fato de permitir uma eficiente utilização dos recursos em cada área
competitiva à organização. técnica. Outra vantagem dessa estrutura é que pessoas agrupadas
A estrutura funcional é a primeira a se desenvolver porque for- por suas habilidades comuns podem supervisionar umas as outras.
nece às pessoas a oportunidade de aprenderem umas com as ou- Trabalhando juntas por um longo período, elas também desenvol-
tras. Reunidas em um mesmo grupo funcional, elas podem apren- vem normas e valores, que as tornam membros mais efetivos de
der as melhores técnicas para realização de suas tarefas; as mais uma equipe comprometida com as atividades da empresa e que irá
habilidosas podem treinar os novos empregados e serem promovi- ocorrer a concentração de recursos onde vão resultar um elevado
das a supervisores ou gerentes. Assim vão aumentando as habilida- grau de especialização e de controle das atividades. Esta especiali-
des e o conhecimento da organização. zação permite um avanço na aprendizagem e na redução de custos
As organizações são inicialmente organizadas por função para operacionais com o passar do tempo. A promoção na carreira tende
facilitar o gerenciamento do aumento de especialização e divisão a ser mais fácil, pois, existe a possibilidade de desenvolvimento de
do trabalho, mas à medida que elas continuam a crescer e se dife- competências profissionais em tarefas mais específicas.
renciar, os problemas de controle vão surgindo. Com o aumento das A organização funcional tenta tirar vantagem do conhecimento
habilidades da organização para produzir melhores produtos e ser- dos funcionários, agrupando todos aqueles que possuem o mes-
viços, os clientes também aumentam suas demandas que por sua mo perfil e mesma formação técnica juntos em unidades altamente
vez pressionam ainda mais a capacidade de produzir mais e mais especializadas e produtivas. O plano de carreira neste tipo de or-
rapidamente. Os custos crescem e a pressão para se manter na lide- ganização é claro e como esses funcionários só possuem um chefe
rança dos concorrentes causa ainda mais exigência por produtos de não há conflitos de autoridade. Isso faz da organização funcional
mais qualidade. Os tipos de clientes atraídos pela empresa podem uma excelente executora de operações, ou seja, trabalho contínuo,
mudar com o aumento da oferta de produtos e serviços, e pode ser repetitivo e produtivo.
difícil identificar e atender as necessidades de novos clientes numa
estrutura funcional. As desvantagens das estruturas funcionais
O desafio para as organizações é de como controlar o aumento A coordenação das diversas funções é feita no topo, e tende
de complexidade das atividades à medida que elas crescem e se a atrasar as decisões que envolvem coordenação entre funções a
diferenciam. ponto de prejudicar a empresa.
Quando as funções se desenvolvem e criam suas hierarquias A estrutura funcional não facilita a visão sistêmica da empresa,
próprias, elas se distanciam umas das outras, ocasionando proble- isto é, cada administrador de sua função não esta preparado para
mas de comunicação. assumir a função principal, pois é totalmente focado a sua função,
O crescimento e aumento da quantidade e complexidade de para que este quadro mude são necessárias medidas de inclusão
funções, produtos e serviços requerem informações para medir as à função principal como: treinamentos especializados, rodízios de
contribuições dos grupos funcionais; sem elas a organização pode funções, assessoria ao principal executivo, etc,.
não estar fazendo o melhor uso de seus recursos. Pode também Na estrutura funcional não é possível comparar o desempenho
requerer o estabelecimento em regiões geográficas diversas, e com de uma função com a outra, por serem de naturezas distintas. Des-
mais de uma localização, é preciso um sistema de informação para ta maneira a estrutura funcional dificulta o controle, a não ser por
balancear a necessidade entre centralização e descentralização de comparações de outros períodos e com descontos para as peculiari-
autoridade. Se a alta gerência gastar muito tempo para solucionar dades. No caso de empresas pequenas estas desvantagens não cos-
problemas de coordenação do dia-a-dia, os problemas estratégicos tumam ser um problema grave, pelo fato de que cada responsável
de longo prazo ficam sem tratamento. de cada função estarem mais próximos uns dos outros e até mesmo
O redesenho da estrutura permitindo maior integração entre com o principal executivo.
funções pode auxiliar os gerentes a resolver problemas de controle
associados à estrutura funcional. O termo  reengenharia  tem sido Quando usar a estrutura funcional
usado para se referir ao processo de redesenhar como as tarefas Geralmente ao iniciar, uma empresa simples adota o modelo
são agrupadas em papéis e funções, visando aumentar a efetivida- de estrutura funcional, e à medida que vai diversificando seus pro-
de da organização. A reengenharia envolve repensar e redesenhar dutos ou serviços ela irá analisar os sinais que indicam a mudança
radicalmente os processos de negócios para se ter melhorias dra- para outro tipo de estrutura, sinais como: a empresa deixa de ser
máticas em medidas de desempenho (custo, qualidade, serviço e pequena, o grau da diversidade e alguns sintomas de exaustão do
velocidade). O foco de atenção está nos processos de negócio, que modelo de estrutura funcional.

328
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Verticalização e horizontalização e Setor Comercial Sul). As condições mais propícias à criação deste
Verticalização ou integração vertical é quando a empresa co- tipo de estruturas são a existência de elevada diferenciação entre
meça a atuar em mais um estágio produtivo, exemplo, ela deixa de regiões que exijam tratamento especializado, a distância geográfica
comprar para produzir, isto é, a substituição de transações de mer- entre as regiões, a existência de volume por região suficiente que
cado por transações internas. justifique a existência de departamentos específicos. Neste caso
Horizontalização ou integração horizontal, neste caso a empre- para cada região existem todos os demais departamentos envol-
sa usa seus recursos para produzir outros produtos/serviços que vidos, por exemplo, a região A é composta pelos departamentos
não é o seu principal, por exemplo, a empresa usa seu parque de de Finanças, Marketing, Administração e Produção assim sucessiva-
máquinas para produzir produtos que não são insumos dos existen- mente para cada região. A principal vantagem deste tipo de estru-
tes e nem usar os existentes como insumos. turas é a elevada especialização por área geográfica, o que permite
lidar mais facilmente com os problemas de cada área.
Sintomas que indicam a exaustão do modelo funcional - Estrutura Divisional por Processo: São agrupadas na mesma
1. Centralização excessiva no topo, quando a empresa deixa unidade pessoas que realizam atividades relacionadas com a mes-
de ser pequena e passa a ser de médio ou grande porte, a comuni- ma fase do processo produtivo (como por exemplo a divisão de uma
cação entre o responsável da função e o principal executivo torna- fábrica em setor da fundição, setor de montagem e seção de pintu-
-se mais distante, pelo fato que deste principal executivo estar com ra). A elevada diferenciação entre as diferentes fases do processo e
excesso de trabalho, isto ocasiona demora nas decisões e perde- a consequente necessidade de especialização por processo consti-
-se a agilidade e flexibilidade no que pode gerar muitos problemas tui a condição essencial para a utilização deste tipo de estruturas.
como a tomadas de decisões erradas. - Estrutura Divisional por Produto ou Serviço: São agrupadas
2. Excesso de especialização, por existir apenas profissionais numa mesma unidade pessoas que lidam com o mesmo produto ou
totalmente dedicados as suas funções, perde-se a visão sistêmica linha de produto - cada unidade acaba por ser semelhante a uma
da empresa. Estes responsáveis são voltados exclusivamente em pequena empresa auto-suficiente. É um tipo de estrutura utilizada
obter a otimização de suas funções e não tem a visão ampla de quando existe uma elevada diferenciação entre os produtos exigin-
todas as funções o que causa, se necessário, a falta de substituição do um elevado grau de especialização por tipo de produto. Pode ser
do executivo principal. utilizada, por exemplo, num departamento comercial, através da
3. Dificuldade de coordenação, quanto maior a diversidade criação de divisões comerciais para cada grupo de produtos. Neste
dos produtos e serviços oferecidos pela empresa, maior é a dificul- caso para cada produto existem todos os demais departamentos
dade de coordenar, existem instrumentos para auxiliar a coordena- envolvidos, por exemplo, o produto A é composto pelos departa-
ção, como , comitês, grupos de trabalhos, reuniões, etc. Quando mentos de Finanças, Marketing, Administração e Produção assim
a empresa utiliza de forma excessiva estes instrumentos, eles pró- sucessivamente para cada produto.
prios podem-se tornar novos problemas, quando isto acontece esta - Estrutura Divisional por Grupo de Clientes: São agrupadas na
estrutura organizacional não é mais adequada. mesma unidade pessoas que estão relacionadas com o mesmo tipo
4. Pirâmide alta: excesso de níveis, quanto maior a empresa de cliente (por exemplo a criação de Departamentos Comerciais por
maior são os níveis da estrutura. O excesso de níveis torna-se cada tipo de cliente: um para grandes empresas, outro para pequenas e
vez mais distante a comunicação ou sentimento do executivo prin- médias empresas e um outro para entidades públicas). Deve ser uti-
cipal com os responsáveis pelas funções. lizado este tipo de estrutura sempre que se verifique a necessidade
5. Amplitude de supervisão alta: dificuldade de avaliação de de tratamento especializado para cada tipo de cliente.
pessoas e resultados, com esta amplitude de supervisões grandes,
torna-se mais importante gerir e controlar os níveis do que os pró- A Estrutura Divisional está indicada para empresas com dife-
prios resultados das funções e das pessoas. rentes linhas de produtos e mercados sendo geridas por uma gestão
Nos casos citados poderá haver situações que estes sintomas descentralizada. Vai existir um órgão central que vai gerir divisões
não são tão graves, mas no caso de haver estes sintomas acredita- individuais assegurando assim o controle e a coordenação global
mos que a estrutura funcional não seja a melhor opção. das tarefas. Nesta situação o planejamento é feito a longo prazo. A
estrutura divisional justifica-se num ambiente dinâmico onde tem
Estruturas Divisionais de existir uma rápida adaptação, boa coordenação e comunicação.
O chefe de divisão concentra-se principalmente nas operações Também vai permitir à empresa a diversificação para setores rela-
de suas divisão, é responsável pelos lucrou ou prejuízos, e pode até cionados e não relacionados.
mesmo competir com outras unidades da mesma empresa....” (por As grandes vantagens desta estrutura são o fato de a empresa
Stoner e Freeman) poder crescer sem constrangimentos organizacionais e ter capaci-
E os mesmos autores completam(....”Numa estrutura divisio- dade de fazer o acompanhamento da evolução de novas linhas de
nal, vários produtos podem florescer enquanto a competência espe- produtos ou de mercados. Neste tipo de estrutura vai ocorrer uma
cializada tecnológica da organização como um todo pode continuar maior motivação nos membros que fazem parte da empresa.
subdesenvolvida...”) Por outro lado vai aumentar a complexidade de gestão da em-
Divisional é a separação da estrutura funcional para divisões presa e vai ocorrer o conflito de interesses entre as divisões distin-
autônomas que passam a operar com relativa independência. tas por causa de avaliações internas e pode ocorrer mesmo o caso
Estruturas divisionais são caracterizadas pela forma de admi- de competitividade interna o que vai prejudicar a performance da
nistração descentralizada. É quando a empresa decide que cada empresa. Por último de referir que vai ocorrer o aumento de custos
setor agirá de forma “livre”, demonstrando independência nas suas operacionais.
tomadas de decisões e forma de gerenciamentos.
- Estrutura Divisional Geográfica: São agrupadas na mesma uni- O que cabe às divisões e à administração central
dade pessoas que realizam atividades relacionadas com uma mes- Os principais executivos de cada função das divisões reportam-
ma área geográfica, através da criação de áreas ou departamentos -se hierarquicamente ao principal executivo da sua divisão.
específicos para cada região (por exemplo a divisão de um departa- Os executivos da administração central tem autoridade funcio-
mento comercial em Setor Comercial Norte, Setor Comercial Centro nal sobre os executivos nas divisões

329
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Vantagens e desvantagens. Geralmente esta estrutura contém os chamados grupos-tarefa
A principal vantagem é evitar a multiplicação de atividades, que mantêm relacionamento intenso e permanente, cada grupo-ta-
proporcionando redução de custos. Por estar concentrado os se- refa esta em permanente contato com o órgão de apoio funcional
tores de compras na administração central, o poder de barganha é que lhe presta apoio técnico desejado e trocas de informações so-
muito maior. bre o projeto.
Por outro lado, se a divisão tiver poucas funções será difícil co- Para a criação de projetos é possível fazer o recrutamento in-
brar apuração de todos os resultados. terno de líderes do projeto, muitas vezes é necessária a contratação
Entretanto existem algumas desvantagens na estrutura divisio- externa de pessoas especializadas para compor o quadro desejado.
nal. Os interesses da divisão podem ser colocados acima das neces- Quando o projeto chega ao fim os membros dos projetos vol-
sidades e dos objetivos da organização como um todo, além disso tam para seus quadros de origens para redesignação de tarefas,
as despesas administrativas aumentam. treinamento, indicação a outros projetos ou dispensa da empresa.
A empresa que adota este tipo de estrutura esta sempre em
Funções da administração central constante busca de profissionais especializados para compor seu
A função de recursos humanos tem responsabilidade pelo pes- quadro, e também esta em constante busca por novos projetos,
soal de alto nível, tem autoridade funcional e é responsável pelas uma vez, que as atividades exercidas são totalmente dependentes
normas de recursos humanos da empresa.
de projetos.
A função controle é responsável pela parte de contabilidade e
Pelo motivo dos profissionais estarem constantemente na bus-
auditoria da empresa.
ca por projetos é que as organizações acabam tendo um quadro de
Na tesouraria ou finanças o responsável também tem autori-
profissionais altamente qualificados, pois para fazer parte de um
dade funcional, a tesouraria é como um “banco” da empresa e o
responsável é quem controla este fluxo. projeto os interessados tendem a se especializar cada vez mais, tra-
Função qualidade ou técnica é o padrão desejado de seus pro- zendo com isso mão-de-obra de alto nível, por outro lado a busca
dutos ou serviços pela empresa. constante do profissional por projetos cada vez mais desafiadores é
A função informações é de autoridade funcional e demonstrará o que resulta a não lealdade à empresa.
as informações necessárias através de sistemas operacionais e ma- Os participantes destes projetos são geralmente pessoas flexí-
nutenção e preservação destas informações através de redes. veis que necessitam de fácil adaptação em qualquer ambiente de
A função compras é que tem o poder de barganha devido ao trabalho, acomodados ou burocratas não tem vez neste tipo de es-
volume desejado de compras. trutura.
A função jurídica ocupa-se de assuntos de origem societários e Na estrutura matricial existe descentralização quando:
da orientação às divisões nos casos complexos. - O gerente do projeto tem plenos poderes pelo projeto e pelas
A função comunicação social é o que diz respeito da projeção pessoas envolvidas, mas no caso de pessoal técnico, deve ouvir os
correta da imagem da empresa. gerentes dos órgãos permanentes;
A função pesquisa é a função que busca informações para me- - Os gerentes dos projetos decidem quando e como será rea-
lhor atender a suas necessidades de produção e desenvolvimento. lizado os projetos, que podem ser alterados ou decididos também
A função marketing efetua a pesquisa mercadológica, a análi- pelos gerentes de órgãos permanentes;
se dos competidores, a quantificação da demanda, e as formas de
distribuição. Os conflitos podem ser resolvidos pelos gerentes, somente os
O planejamento refere-se ao planejamento estratégico da em- mais graves deverão ser encaminhados à direção.
presa, como a empresa atuará em determinado período. Embora o gerente do projeto seja autoridade de linha, os ge-
rentes das áreas funcionais têm também autoridade com vantagens
Estruturas Matriciais de serem permanentes. Um especialista que trabalha em um proje-
A estrutura matricial designa especialistas de departamentos to sabe que seu chefe de linha é provisório, enquanto o gerente da
funcionais específicos para trabalharem em uma ou mais equipes área funcional da sua especialidade é permanente. Caracterizando,
interdisciplinares, as quais são conduzidas por líderes de projetos. em muitos casos o duplo comando. Isso enfraquece a autoridade
Basicamente, a matriz combina duas formas de departamentaliza-
linha e obrigam as pessoas a saberem trabalhar de forma eficaz em
ção – funcional e por produto.
clima de incerteza e ambigüidade.
A estrutura matricial se baseia nos projetos voltados a realizar
Modelo de estrutura matricial é o desenho que agrupa as pes-
as atividades por período determinado, e as pessoas que compõem
soas e recursos simultaneamente por função e por produto. A ma-
estes projetos ficam neles somente enquanto são necessárias.
O projeto é uma unidade organizacional que envolve recursos triz é uma grade retangular onde no eixo vertical está a responsa-
humanos e materiais, sob a coordenação de um líder, desenvolve bilidade funcional e no horizontal, a responsabilidade de produto.
atividades visando o resultado definidos em prazos estabelecidos. Com essa estrutura, a organização é diferenciada em funções de
A estrutura matricial é composta dos órgãos principais de tra- acordo com seus objetivos, tem poucos níveis hierárquicos em cada
balho que atuam até à duração do projeto e dos órgãos de apoio, função e autoridade descentralizada. Os empregados funcionais se
que ficam orientando permanentemente os projetos em assuntos reportam aos gerentes de suas funções, mas trabalham num time
especializados como prestadores de serviços. Na estrutura matricial de produto sob a supervisão de um gerente de produto. Por isso,
as pessoas são deslocadas de um projeto para outro de maneira são chamados empregados de dois chefes, pois se reportam a dois
flexível. superiores. A organização é a principal unidade da matriz e o prin-
O projeto tem prazo estabelecido a partir de sua origem. cipal mecanismo de coordenação e integração. O controle vertical é
A estrutura matricial é temporária e provisória, apesar dos ór- mínimo, ao contrário do controle horizontal, que é máximo.
gãos de apoio que permanecem permanentes em assuntos espe-
cializados.

330
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A estrutura matricial tem vantagens significativas: as equipes A principal desvantagem deste tipo de estrutura é a pouca le-
interfunções devem reduzir as barreiras funcionais e superar os aldade por parte do pessoal de nível técnico, por sempre buscarem
problemas de orientação a subunidade; facilita a comunicação en- projetos que possam realizá-los intelectualmente, também tem a
tre os especialistas dando oportunidade aos membros das equipes falta de contato de especialistas da mesma área porém com pro-
de diferentes funções aprenderem uns com os outros podendo pro- jetos distintos. Outra desvantagem são os conflitos causados pelo
duzir inovações; permite a organização maximizar o uso de compe- motivo de os resultados serem avaliados pelos gerentes do projetos
tências profissionais; o foco duplo para função e produto favorece o que geralmente não são especialistas em suas áreas, o que ocasio-
cuidado com custo e qualidade. na conflitos entre gerentes dos projetos e gerentes funcionais.
Na prática, a estrutura matricial tem também alguns proble-
mas: Quando usar a estrutura matricial
- falta de uma estrutura de controle que lidere os empregados Quando há projetos de magnitudes, neste caso quando a orga-
diminuindo conflitos e ambiguidades; nização se depara com eventualidades, algo fora da rotina e, tam-
- falta de uma definição clara da hierarquia de autoridade cau- bém, quando há projetos interdisciplinares que são estabelecidos
sando conflito entre as equipes funcionais e de produtos. prazos e que tenha grande interdependência entre as atividades.
O projeto existe quando se tem a necessidade de operar como
Ela precisa ser bem gerenciada para manter sua flexibilidade. uma entidade que tenha vida própria e objetivos definidos ao invés
A Estrutura Matricial é adaptada por norma em grandes em- de operar dividido em partes entre os órgãos.
presas que oferecem um vasto conjunto de produtos parecidos em
vários mercados simultaneamente. Este tipo de empresas está em Para concluir, podemos resumir que os três tipos de estruturas
melhores condições de captar sinergias estratégicas. organizacionais têm vantagens e desvantagens. Poucas organiza-
A vantagem deste tipo de estrutura é que facilita a partilha de ções dependem exclusivamente de um tipo, e a maioria adapta e
recursos e de informação com o objetivo de explorar as sinergias combina esses padrões genéricos para refletir as estratégias e pes-
captadas. Também podemos referir que consegue fazer a concilia- soal peculiares à sua organização. A melhor forma de se organizar
ção entre a flexibilidade organizacional com uma elevada estabili- uma empresa é aquela que lhe proporcione maior performance de
dade operacional. As grandes empresas tendem a adaptar este tipo preparo e flexibilidade diante das mudanças do mercado, propor-
de estrutura, pois, conseguem garantir a adaptação aos mercados cionando-lhe competência na aceitação de desafios e aproveita-
existentes sem perder a eficiência interna da mesma. mento de oportunidades, na garantia da satisfação não só de sua
Mas a estrutura matricial não é de rápida implementação em clientela potencial, mas inclusive dos seus empregados, parceiros
nível das orientações estratégicas pois podem ocorrer diferentes indispensáveis para uma empreitada bem-sucedida.
perspectivas entre os membros dando origem a divergências e con- DEPARTAMENTALIZAÇÃO
flitos de interesses só sendo posteriormente resolvidas com a inter- É uma divisão do trabalho por especialização dentro da estru-
venção de membros da hierarquia superior da empresa. O controle tura organizacional da empresa.
operacional e o apuramento de responsabilidades nem sempre é Departamentalização é o agrupamento, de acordo com um cri-
feito de maneira rigorosa devido à dualidade de linhas de coman- tério específico de homogeneidade, das atividades e corresponden-
te recursos (humanos, financeiros, materiais e equipamentos) em
do. Por isso esta estrutura funciona melhor quando os membros da
unidades organizacionais.
empresa têm um elevado grau de formação e de autonomia para
Existem diversas maneiras básicas pelas quais as organizações
poder executar as suas tarefas.
decidem sobre a configuração organizacional que será usada para
A estrutura matricial combina as estruturas funcionais e divi-
agrupar as várias atividades. O processo organizacional de deter-
sionais que se cruzam e se complementam.
minar como as atividades devem ser agrupadas chama-se Depar-
tamentalização.
Vantagens e desvantagens da estrutura matricial
Formas de Departamentalizar:
Vantagens como o máximo aproveitamento do pessoal, com
- Função
redução nos custos, flexibilidade, facilidade de apuração de resul-
- Produto ou serviço
tados e de controle de prazos e de custos por projetos e o destaque - Território
do pessoal técnico de alto nível, estas são as vantagens em se optar - Cliente
pela estrutura matricial. - Processo
A vantagem da matriz reside em sua capacidade de facilitar - Projeto
a coordenação quando a organização possui múltiplas atividades - Matricial
complexas e interdependentes. Quando uma organização se torna - Mista
maior sua capacidade de processamento da informação pode ficar
sobrecarregada. Deve-se notar, no entanto, que a maioria das organizações usa
Uma das vantagens da estrutura matricial reside em sua capa- uma abordagem da contingência à Departamentalização: isto é, a
cidade de facilitar a distribuição eficiente dos especialistas. Por que, maioria usará mais de uma destas abordagens usadas em algumas
quando os indivíduos com habilidades altamente especializadas das maiores organizações. A maioria usa a abordagem funcional na
são alocados em um departamento funcional ou grupo de produto, cúpula e outras nos níveis mais baixos.
seus talentos são monopolizados e subutilizados e além de ter a
vantagem em obter da economia de escala proporcionar à orga- Departamentalização Por Funções: A Departamentalização
nização os melhores recursos e um modo eficaz de assegurar sua funcional agrupa funções comuns ou atividades semelhantes para
articulação eficiente. formar uma unidade organizacional. Assim todos os indivíduos que
executam funções semelhantes ficam reunidos, todo o pessoal de
vendas, todo o pessoal de contabilidade, todo o pessoal de secreta-
ria, todas as enfermeiras, e assim por diante.

331
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A Departamentalização funcional pode ocorrer em qualquer As vantagens e desvantagens da Departamentalização territo-
nível e é normalmente encontrada muito próximo à cúpula. rial são semelhantes às dadas para a Departamentalização de pro-
duto. Tal grupamento permite a uma divisão focalizar as necessida-
Vantagens: As vantagens principais da abordagem funcional des singulares de sua área, mas exige coordenação e controle da
são: administração de cúpula em cada região.
- Mantém o poder e o prestígio das funções principais
- Cria eficiência através dos princípios da especialização. Departamentalização Por Cliente: A Departamentalização de
- Centraliza a perícia da organização. cliente consiste em agrupar as atividades de tal modo que elas
- Permite maior rigor no controle das funções pela alta admi- focalizem um determinado uso do produto ou serviço. A Departa-
nistração. mentalização de cliente é usada principalmente no grupamento de
- Segurança na execução de tarefas e relacionamento de cole- atividade de vendas ou serviços.
gas.
- Aconselhada para empresas que tenham poucas linhas de A principal vantagem:
produtos. - a adaptabilidade uma determinada clientela.

Desvantagens: Existem também muitas desvantagens na abor- Desvantagens:


dagem funcional. - Dificuldade de coordenação.
Entre elas podemos dizer: - Subutilização de recursos e concorrência entre os gerentes
- A responsabilidade pelo desempenho total está somente na para concessões especiais em benefício de seus próprios clientes.
cúpula.
- Cada gerente fiscaliza apenas uma função estreita Departamentalização por Processo ou Equipamento: É o
- O treinamento de gerentes para assumir a posição no topo é agrupamento de atividades que se centralizam nos processos de
limitado. produção ou equipamento. É encontrada com mais freqüência em
- A coordenação entre as funções se torna complexa e mais di- produção. As atividades de uma fábrica podem ser grupadas em
fícil quanto à organização em tamanho e amplitude. perfuração, esmerilamento, soldagem, montagem e acabamento,
- Muita especialização do trabalho. cada qual em seu departamento.
Departamentalização De Produto: É feito de acordo com as ati- Vantagens:
vidades inerentes a cada um dos produtos ou serviços da empresa. - Maior especialização de recursos alocados.
Exemplos de Departamentalização de produto:
- Possibilidade de comunicação mais rápida de informações
1- Lojas de departamentos
técnicas.
2- A Ford Motor Company tem as suas divisões Ford, Mercury
e Lincoln Continental.
Desvantagens:
3- Um hospital pode estar agrupado por serviços prestados,
- Possibilidade de perda da visão global do andamento do pro-
como cirurgia, obstetrícia, assistência coronariana.
cesso.
- Flexibilidade restrita para ajustes no processo.
Vantagens: Algumas das vantagens da Departamentalização
de produtos são:
- Pode-se dirigir atenção para linhas especificas de produtos ou Departamentalização Por Projeto: Aqui as pessoas recebem
serviços. atribuições temporárias, uma vez que o projeto tem data de inicio
- A coordenação de funções ao nível da divisão de produto tor- e término. Terminado o projeto as pessoas são deslocadas para ou-
na-se melhor. tras atividades. Por exemplo: uma firma contábil poderia designar
- Pode-se atribuir melhor a responsabilidade quanto ao lucro. um sócio (como administrador de projeto), um contador sênior, e
- Facilita a coordenação de resultados. três contadores juniores para uma auditoria que está sendo feita
- Propicia a alocação de capital especializado para cada grupo para um cliente. Uma empresa manufatureira, um especialista em
de produto. produção, um engenheiro mecânico e um químico poderiam ser
- Propicia condições favoráveis para a inovação e criatividade. indicados para, sob a chefia de um administrador de projeto, com-
pletar o projeto de controle de poluição. Em cada um destes casos,
Desvantagens: o administrador de projeto seria designado para chefiar a equipe,
- Exige mais pessoal e recursos de material, podendo daí resul- com plena autoridade sobre seus membros para a atividade espe-
tar duplicação desnecessária de recursos e equipamento. cífica do projeto.
- Pode propiciar o aumento dos custos pelas duplicidades de
atividade nos vários grupos de produtos. Departamentalização De Matriz: A Departamentalização de
- Pode criar uma situação em que os gerentes de produtos se matriz é semelhante à de projeto, com uma exceção principal. No
tornam muito poderosos, o que pode desestabilizar a estrutura da caso da Departamentalização de matriz, o administrador de projeto
empresa. não tem autoridade de linha sobre os membros da equipe. Em lu-
gar disso, a organização do administrador de projeto é sobreposta
Departamentalização Territorial: Algumas vezes mencionadas aos vários departamentos funcionais, dando a impressão de uma
como regional, de área ou geográfica. É o agrupamento de ativida- matriz.
des de acordo com os lugares onde estão localizadas as operações. A organização de matriz proporciona uma hierarquia que res-
Uma empresa de grande porte pode agrupar suas atividades de ponde rapidamente às mudanças em tecnologia. Por isso, é tipica-
vendas em áreas do Brasil como a região Nordeste, região Sudes- mente encontrada em organização de orientação técnica, também
te, e região Sul. Muitas vezes as filiais de bancos são estabelecidas é usada por empresas com projetos de construção complexos
desta maneira.

332
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Vantagens: Para Ricarte, um dos grandes desafios das próximas décadas
- Permitem comunicação aberta e coordenação de atividades será fazer da criatividade o principal foco de gestão de todas as em-
entre os especialistas funcionais relevantes. presas, pois o único caminho para tornar uma empresa competitiva
- Capacita a organização a responder rapidamente à mudança. é a geração de ideias criativas; a única forma de gerar ideias é atrair
- São abordagens orientadas para a tecnologia. para a empresa pessoas criativas; e a melhor maneira de atrair e
manter pessoas criativas é proporcionando-lhes um ambiente ade-
Desvantagens: quado para trabalhar.
- Pode haver choques resultantes das prioridades. Esse ambiente adequado pressupõe liberdade e competência
para comunicar. Hoje, uma das principais exigências para o exercício
Departamentalização Mista - É o tipo mais frequente, cada da função gerencial é certamente a habilidade comunicacional. As
parte da empresa deve ter a estrutura que mais se adapte à sua outras habilidades seriam a predisposição para a mudança e para a
realidade organizacional. inovação; a busca do equilíbrio entre a flexibilidade e a ética, a de-
sordem e a incerteza; a capacidade permanente de aprendizagem;
A MELHOR FORMA DE DEPARTAMENTALIZAR saber fazer e saber ser.
Para evitar problemas na hora de decidir como departamenta- Essa habilidade comunicacional, porém, na maioria das empre-
lizar, pode-se seguir certos princípios: sas, ainda não faz parte da job-description de um executivo. É ainda
- Princípio do maior uso – o departamento que faz maior uso de uma reserva do profissional de comunicação, embora devesse ser
uma atividade deve tê-la sob sua jurisdição. encarada como responsabilidade de todos, em todos os níveis.
- Principio do maior interesse – o departamento que tem maior O desenvolvimento dessa habilidade pressupõe, antes de tudo,
interesse pela atividade deve supervisiona-la. saber ouvir e lidar com a diferença. É preciso lembrar: sempre ape-
- Principio da separação e do controle – As atividades do con- nas metade da mensagem pertence a quem a emite, a outra me-
trole devem estar separadas das atividades controladas. tade é de quem a escuta e a processa. Lasswell já dizia que quem
- Principio da supressão da concorrência – Eliminar a concor- decodifica a mensagem é aquele que a recebe, por isso a necessi-
rência entre departamentos, agrupando atividades correlatas no dade de se ajustarem os signos e códigos ao repertório de quem vai
mesmo departamento. processá-los.
Pode-se afirmar, ainda, que as bases para a construção de um
Outro critério básico para departamentalização está baseado ambiente propício à criatividade, à inovação e à aprendizagem es-
na diferenciação e na integração, os princípios são: tão na autoestima, na empatia e na afetividade. Sem esses elemen-
tos, não se estabelece a comunicação nem o entendimento. Embo-
ra durante o texto tenhamos exposto inúmeros obstáculos para o
Diferenciação, cujo princípio estabelece que as atividades dife- advento dessa nova realidade e que poderiam nos levar a acreditar,
rentes devem ficar em departamentos separados. A diferenciação tal qual Luhman (1992), na improbabilidade da comunicação, acre-
ocorre quando: ditamos que essa é uma utopia pela qual vale a pena lutar.
- O fator humano é diferente, Mas é preciso ter cuidado. Esse ambiente de mudanças, que
- A tecnologia e a natureza das atividades são diferentes, traz consigo uma radical mudança no processo de troca de infor-
- Os ambientes externos são diferentes, mações nas organizações e afeta, também, todo um sistema de
- Os objetivos e as estratégias são diferentes. comunicação baseado no paradigma da transmissão controlada de
informações, favorece o surgimento e a atuação do que chamo de
Integração – Quanto mais atividades trabalham integradas, novos Messias da comunicação, que prometem internalizarem nas
maior razão para ficarem no mesmo departamento. pessoas os novos objetivos e conceitos, estimularem a motivação e
o comprometimento à nova ordem de coisas, organizarem rituais
de passagem em que se dá outro sentido aos valores abandonados
PROCESSO ORGANIZACIONAL: PLANEJAMENTO, DIRE- e introduz-se o novo.
ÇÃO, COMUNICAÇÃO, CONTROLE E AVALIAÇÃO Hoje, não é raro encontrar-se nos corredores das organizações
profissionais da mudança cultural, agentes da nova ordem, verda-
deiros profetas munidos de fórmulas infalíveis, de cartilhas ilumi-
A aprendizagem, como já vimos, pressupõe uma busca criativa nistas, capazes de minar resistências e viabilizar uma nova cultura e
da inovação, ao mesmo tempo em que lida com a memória organi- que se autodenominam reengenheiros da cultura.
zacional e a reconstrói. Pressupõe, também, motivação para apren- Esses profissionais se aproveitam da constatação de que a co-
der. E motivação só é possível se as pessoas se identificam e con- municação é, sim, instrumento essencial da mudança, mas se es-
sideram nobres as missões organizacionais e se orgulham de fazer quecem de que o que transforma e qualifica é o diálogo, a experi-
parte e de lutar pelos objetivos. Se há uma sensação de que é bom ência vivida e praticada, e não a simples transmissão unilateral de
trabalhar com essa empresa, pode-se vislumbrar um crescimento conceitos, frases feitas e fórmulas acabadas tão próprias da chama-
conjunto e ilimitado. Se há ética e confiança nessa relação, se não da educação bancária descrita por Paulo Freire.
há medos e se há valorização à livre troca de experiências e saberes. E a viabilização do diálogo e da participação tem de ser uma po-
Nesse aspecto, é possível perceber que a comunicação organi- lítica de comunicação e de RH. A construção e a viabilização dessa
zacional pode se constituir numa instância da aprendizagem pois, política é, desde já, um desafio aos estrategistas de RH e de comuni-
se praticada com ética, pode provocar uma tendência favorável à cação, como forma de criar o tal ambiente criativo a que Ricarte de
participação dos trabalhadores, dar maior sentido ao trabalho, fa- referiu e viabilizar, assim, a construção da organização qualificante,
vorecer a credibilidade da direção (desde que seja transparente), capaz de enfrentar os desafios constantes de um mundo em muta-
fomentar a responsabilidade e aumentar as possibilidades de me- ção, incerto e inseguro.
lhoria da organização ao favorecer o pensamento criativo entre os
empregados para solucionar os problemas da empresa (Ricarte,
1996).

333
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Em Sociologia, um grupo é um sistema de relações sociais, de A administração tem uma série de características entre elas:
interações recorrentes entre pessoas. Também pode ser definido um circuito de atividades interligadas tais como busca de obtenção
como uma coleção de várias pessoas que compartilham certas ca- de resultados, proporcionar a utilização dos recursos físicos e mate-
racterísticas, interajam uns com os outros, aceitem direitos e obri- riais disponíveis, envolver atividades de planejamento, organização,
gações como sócios do grupo e compartilhem uma identidade co- direção e controle.
mum — para haver um grupo social, é preciso que os indivíduos se Administrar, independente do nível organizacional, requer al-
percebam de alguma forma afiliados ao grupo. gumas habilidades, que podem ser classificadas em três grupos:
Segundo COSTA (2002), o grupo surgiu pela necessidade de - Habilidades Técnicas – requer conhecimento especializado e
o homem viver em contato com os outros homens. Nesta relação procedimentos específicos e pode ser obtida através de instrução.
homem-homem, vários fenômenos estão presentes; comunicação, - Habilidades Humanas – capacidade de relacionamento inter-
percepção, afeição liderança, integração, normas e outros. À medi- pessoal, envolvem também aptidão, pois interage com as pessoas e
da que nós nos observamos na relação eu-outro surge uma ampli- suas atitudes, exige compreensão para liderar eficazmente.
tude de caminhos para nosso conhecimento e orientação. - Habilidades Conceituais – trata-se de uma visão panorâmica
Cada um passa a ser um espelho que reflete atitudes e dá re- das organizações, o gestor precisa conhecer cada setor, como ele
torno ao outro, através do feedback. trabalha e para que ele existe.
Para encontrarmos maior crescimento, a disponibilidade em
aprender se faz necessária. Só aprendemos aquilo que queremos O conceito de administração representa uma governabilidade,
e quando queremos. gestão de uma empresa ou organização de forma que as atividades
Nas relações humanas, nada é mais importante do que nossa sejam administradas com planejamento, direção, organização, dire-
motivação em estar com outro, participar na coordenação de cami- ção, controle e avaliação, comunicação.
nhos ou metas a alcançar.
Um fato merecedor de nossa atenção é que o homem necessi- PLANEJAR
ta viver com outros homens, pela sua própria natureza social, mas É a função administrativa em que se estima os meios que pos-
ainda não se harmonizou nessa relação. sibilitarão realizar os objetivos (prever), a fim de poder tomar de-
Lewin (1965) considerou o grupo como o terreno sobre o qual cisões acertadas, com antecipação, de modo que sejam evitados
o indivíduo se sustenta e se satisfaz. Um instrumento para satis- entraves ou interrupções nos processos organizacionais.
fação das necessidades físicas, econômicas, políticas, sociais, etc.·. É também uma forma de se evitar a improvisação.
As empresas não funcionam na base da pura improvisação. A Nesta função, o gerente especifica e seleciona os objetivos a
estratégia empresarial é basicamente uma atividade racional que serem alcançados e como fazer para alcançá-los.
envolve a identificação das oportunidades e das ameaças do am- Exemplos: o chefe de seção dimensiona os recursos necessá-
biente onde opera a empresa, bem como a avaliação das forças e rios (materiais, humanos, etc.), em face dos objetivos e metas a se-
fraquezas da empresa, sua capacidade atual ou potencial em se an- rem atingidos; a montagem de um plano de ação para recuperação
tecipar às necessidades e demandas do mercado ou em competir de uma área avariada.
sob condições de risco com os concorrentes. Assim, a estratégia
deve ser capaz de combinar as oportunidades ambientais com a ca- Planejamento: funciona como a primeira função administrado-
pacidade empresarial em um nível de equilíbrio ótimo entre o que ra, pois serve de base para as demais.
a empresa quer e o que ela realmente pode fazer. - É uma reflexão que antecede a ação;
A estratégia constitui uma abordagem integrada, relacionando - É um processo permanente e contínuo;
as vantagens da empresa com os desafios do ambiente, no sentido - É sempre voltado para o futuro;
de assegurar o alcance dos objetivos básicos da empresa. Todavia, - É uma relação entre as coisas a serem feitas e o tempo dispo-
a estratégia se preocupa com o “o que fazer” e não com “como nível para tanto;
fazer”. Em outros termos, a estratégia exige toda uma implementa- - É mais uma questão de comportamento e atitude da admi-
ção dos meios necessários para a sua execução. Como esses meios nistração do que propriamente um elenco de planos e programas
envolvem a empresa como um todo, trata-se aqui de atribuir in- de ação;
cumbências a todos os níveis (ou subsistemas) da empresa: o nível - É a busca da racionalidade nas tomada de decisões;
institucional, o nível intermediário e o nível operacional. E a im- - É um curso de ação escolhido entre várias alternativas de ca-
plementação exige planejamento. Isto é, a estratégia empresarial minhos potenciais;
precisa de um plano básico - o planejamento estratégico- para a - É interativo, pois pressupõem avanços e recuos, alterações e
empresa poder lidar com todas estas forças em conjunto. E o pla- modificações em função de eventos novos ocorridos no ambiente
nejamento estratégico precisa apoiar-se em uma multiplicidade de externo e interno da empresa.
planos situados carreira abaixo dentro da estrutura da organização. - O planejamento é um processo essencialmente participativo,
Para levar adiante o planejamento estratégico requer planos táticos e todos os funcionários que são objetos do processo devem parti-
e cada um deles requer planos operacionais, combinando esforços cipar.
para obter efeitos sinergísticos.
Administração  é o ato de  administrar  ou  gerenciar negócios,  Para realizar o planejamento, a empresa deve saber onde está
pessoas ou recursos, com o objetivo de alcançar metas definidas. agora (presente) e onde pretende chegar (futuro).
A gestão de uma empresa ou organização se faz de forma que
as atividades sejam administradas com planejamento, organização, Para isso, deve dividir o planejamento em sete fases sequen-
direção, e controle. Segundo alguns autores (Montana e Charnov) ciais, como veremos abaixo.
o ato de administrar é trabalhar com e por intermédio de outras
pessoas na busca de realizar objetivos da organização bem como
de seus membros.

334
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Etapas do planejamento

1.Definir: visão e missão do negócio 

Visão 
É a direção em que a empresa pretende seguir, ou ainda, um quadro do que a empresa deseja ser. Deve refletir as aspirações da
empresa e suas crenças.

Fórmula base para definição da visão:


Verbo em perspectiva futura + objetivos desafiadores + até quando.
 
Missão 
A declaração de missão da empresa deve refletir a razão de ser da empresa, qual o seu propósito e o que a empresa faz.
Fórmula base para definição da Missão:
Fazer o quê + Para quem (qual o público?) + De que forma.

2. Analisar o ambiente externo 


Uma vez declarada a visão e missão da empresa, seus dirigentes devem conhecer as partes do ambiente que precisam monitorar
para atingir suas metas. É preciso analisar as forças macroambientais (demográficas, econômicas, tecnológicas, políticas, legais, sociais e
culturais) e os atores microambientais (consumidores, concorrentes, canais de distribuição, fornecedores) que afetam sua habilidade de
obter lucro.
 
Oportunidades
Um importante propósito da análise ambiental é identificar novas oportunidades de marketing e mercado. 
 
Ameaças
Ameaça ambiental é um desafio decorrente de uma tendência desfavorável que levaria a deterioração das vendas ou lucro. 
 
3. Analisar o ambiente interno
Você saberia dizer quais são as qualidades e o que pode ou deve ser melhorado na sua empresa? Esses são os pontos fortes/forças e
fracos/fraquezas do seu negócio.

4. Analisar a situação atual 


Depois de identificados os pontos fortes e pontos fracos e analisadas as oportunidades e ameaças, pode-se obter a matriz FOFA (força
ou fortalezas, oportunidades, fraquezas e ameaças) ou SWOT (strengths, weaknesses, opportunities e threats). Inclua os pontos fortes e
fracos de sua empresa, juntamente com as oportunidades e ameaças do setor, em cada uma das quatro caixas:
 

335
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A análise FOFA fornece uma orientação estratégica útil.

5. Definir objetivos e Metas


São elementos que identificam de forma clara e precisa o que a empresa deseja e pretende alcançar. A partir dos objetivos e de todos
os dados levantados acima, são definidas as metas.
As Metas existem para monitorar o progresso da empresa. Para cada meta existe normalmente um plano operacional, que é o conjun-
to de ações necessárias para atingi-la; Toda meta, ao ser definida, deve conter a unidade de medida e onde se pretende chegar.

6. Formular e Implementar a estratégia 


Até aqui, você definiu a missão e visão do seu negócio e definiu metas e objetivos visando atender sua missão em direção à visão
declarada. Agora, é necessário definir-se um plano para se atingir as metas estabelecidas, ou seja, a empresa precisa de uma formulação
de estratégias para serem implantadas.
Após o desenvolvimento das principais estratégias da empresa, deve-se adotar programas de apoio detalhados com responsáveis,
áreas envolvidas, recursos e prazos definidos.
 
7. Gerar Feedback e Controlar
À medida que implementa sua estratégia, a empresa precisa rastrear os resultados e monitorar os novos desenvolvimentos nos am-
bientes interno e externo. Alguns ambientes mantêm-se estáveis de um ano para outro. O ideal é estar sempre atento à realização das
metas e estratégias, para que sua empresa possa melhorar a cada dia.
 
Princípios aplicados ao planejamento
I- Princípio da definição dos objetivos (devem ser traçados com clareza, precisão)
II-Princípio da flexibilidade do planejamento (poderá e deverá ser alterado sempre que necessário e possível).
 
Com esta primeira função montaremos o plano teórico, completando assim o ciclo de planejamento: Estabelecer objetivos, tomar
decisões e elaborar planos.

DIREÇÃO
Podemos dividir essa função em duas subfunções:

- Comandar
É a função administrativa que consiste basicamente em:

Decidir a respeito de “que” (como, onde, quando, com que, com quem) fazer, tendo em vista determinados objetivos a serem conse-
guidos.

Determinar as pessoas, as tarefas que tem que executar.


É fundamental para quem comanda desfrutar de certo poder:
•Poder de decisão.
•Poder de determinação de tarefas a outras pessoas.
•Poder de delegar – a possibilidade de conferir á outro parte do próprio poder.

336
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
•Poder de propor sanções àqueles que cumpriram ou não ás Métodos de Avaliação das Estratégia
determinações feitas. O método qualitativo de avaliação de controle estratégico se
utiliza de avaliações de forma subjetiva e são obtidas pelas respos-
- Coordenar tas às várias questões, tais como: O posicionamento da empresa
É a função administrativa que visa ligar, unir, harmonizar todos perante os concorrentes precisa ser melhorado? Os seus produtos e
os atos e todos os esforços coletivos através da qual se estabelece serviços estão adequados aos clientes? Os recursos de investimen-
um conjunto de medidas, que tem por objetivo harmonizar recur- tos estão adequados nos níveis tecnológicos, processos e produtos,
sos e processos. Dois tipos de Coordenação: de forma que possam garantir diferenciação dos concorrentes?
•Vertical/Hierárquico: É aquela que se faz com as pessoas No que diz respeito ao método quantitativo, para controle do
sempre dentro de uma rigorosa observância das linhas de comando desempenho estratégico, podem ser utilizados alguns tipos de ava-
(ou escalões hierárquicos estabelecidos). liações, como: Número de mercadorias vendidas; Participação no
•Horizontal: É aquela que se estabelece entre as outras pes- mercado.
soas sem observância dos níveis hierárquicos dessas mesmas pes- Não esqueça que as informações são muito importantes no
soas. Essa coordenação possibilita a comunicação entre as pessoas controle estratégico. Elas devem ser confiáveis possíveis, pois elas
de vários departamentos e de diferentes níveis hierárquicos. Risco serão a fonte daqueles que decidirão sobre a escolha de uma estra-
Básico: Desmoralização ou destruição das linhas de comando ou tégia assertiva. Desta forma, as organizações deverão garantir como
hierarquia. essas informações serão coletadas, armazenadas e processadas, de
tal maneira que o tempo de resposta do controle estratégico seja o
ORGANIZAR menor possível e que possibilite correções de desvios necessários
É a função administrativa que visa dispor adequadamente os nos processos da administração estratégica.
diferentes elementos (materiais, humanos, processos, etc.) que
compõem (ou vierem a compor) a organização, como objetivo de Controle
aumentar a sua eficiência, eficácia e efetividade. Independentemente do tipo de estratégia, o controle é uma
função administrativa, é a fase do processo  administrativo que
CONTROLAR e AVALIAR mede e avalia o desempenho, e toma a ação corretiva necessária.
Esta função se aplica tanto a coisas quanto a pessoas. Perceba que o controle é um processo essencialmente regulatório e
“O controle consiste em um processo que guia a atividade possui algumas características básicas identificadas como: nível de
exercida para um fim previamente determinado. A essência do decisão, dimensão de tempo e abrangência.
controle reside em verificar se a atividade controlada está ou não Conforme descrito anteriormente, o controle tem duas fi-
alcançando os resultados desejados” (CHIAVENATO, 2003, p.372). nalidades, o apontamento de erros, e correções de falhas. Basi-
Para que isso aconteça com perfeição é necessário seguir qua- camente, o controle serve para proteger a organização em várias
tro passos. Conforme Chiavenato (2003,  pp.372-376), o processo é circunstâncias utilizando procedimentos de auditoria e divisão de
caracterizado pelo seu aspecto cíclico e repetitivo. O primeiro passo responsabilidades. Outro aspecto importante dessa ferramenta es-
é estabelecer padrões e objetivos a serem alcançados. Existem vá- tratégica é avaliar e dirigir o desempenho das pessoas, por meio de
rios tipos de padrões utilizados para avaliar e controlar os diferentes sistemas como desempenho pessoal, supervisão direta, vigilância e
recursos da organização:  registros incluindo informação sobre produção por colaborador  ou
1. Padrões de quantidade: números de colaboradores, etc; perdas com refugo por colaborador.
2. Padrões de qualidade: como padrões de qualidade da pro- Não esqueça que a organização deve ser averiguada na tota-
dução, etc; lidade (desempenho global) principalmente em questões básicas,
3. Padrões de tempo: como permanência média do colabora- como:
dor na organização, etc; 1. Planejamento estratégico, bem como seus objetivos visando
4. Padrões de custo: como custo de estocagem de matérias- acompanhá-lo e medi-lo, permitir ações corretivas por parte da di-
-primas, etc. reção da empresa.
2. Outro aspecto é a descentralização da autoridade: as uni-
Gestor(a), no que diz respeito a segunda etapa, a avaliação é dades tornam-se semiautônomas, porém exigem controles globais
necessária para averiguar se os resultados estão sendo atingidos, capazes de evitar problemas decorrentes da completa autonomia.
caso não estejam, faz-se necessário o uso de ações para corrigir o 3. Controles globais medem os esforços da empresa como um
processo. No quarto passo, a ação corretiva tem como propósito todo ou de uma área integrada em vez de medir simplesmente par-
manter as operações dentro dos padrões estabelecidos, ou seja, te dela.
qualquer erro, variações ou desvios devem ser corrigidos para que Geralmente, os controles têm uma porcentagem significativa
as operações sejam normalizadas. Sendo assim, a ação corretiva é na área financeira da empresa em seus mais variados campos de
uma ação administrativa que visa manter o desempenho dentro do ação: relatórios contábeis, controle de ganhos ou perdas e análises
nível dos padrões estabelecidos. de retornos.
Porém, vale lembrar que a implantação de um controle estra-
tégico na organização é orientada pelo estabelecimento de medi- Controles nos Níveis Institucionais
das de acompanhamento que possam dar garantias para a avalia- No que diz respeito aos níveis institucionais, temos: o contro-
ção. Seu objetivo primordial é ajudar os gestores na execução dos le tático que é exercido no nível intermediário das empresas. Ele
objetivos. O controle da estratégia significa avaliar os resultados, aborda as unidades da empresa, exemplo: um departamento ou
comparar com o que foi planejado e, se for necessário, tomar ações cada conjunto de recursos tomados isoladamente. Sendo assim, os
corretivas para atingir os objetivos propostos. E ainda identificar se executivos devem estabelecer os objetivos de nível institucional,
todas as etapas anteriores, agora concretizadas, estão sendo ade- elaborar os planos de nível intermediário, reunir os recursos neces-
quadas à empresa. sários e procedimentos para que os mesmos possam assegurar que
o desempenho da execução corresponda aos planos.

337
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O executivo no nível intermediário necessita desenvolver seu para averiguar o que está sendo feito, a execução do que foi deter-
processo de controle que envolve as quatro fases seguintes: Esta- minado. A terceira fase é a comparação do desempenho com aquilo
belecimento de padrões; Avaliação de resultados; Comparação dos que foi previamente estabelecido como padrão, para verificar se há
resultados com os padrões; Ação corretiva quando ocorrem desvios desvio ou variação.
ou variâncias. Observe esses padrões, veja que os mesmos já foram
apresentados, confirmando os parâmetros para o controle. Porém, Ação Corretiva e Ação Disciplinar
vamos nos aprofundar mais um pouco nesse contexto. Na quarta fase temos a ação corretiva e ação disciplinar. A ação
corretiva consiste em melhorar e adequar ao padrão estabelecido,
Estabelecendo Padrões sua função básica de controle é eliminar as variáveis significativas
O estabelecimento de padrões depende dos objetivos, espe- no desempenho atual com o desempenho desejado. A ação cor-
cificações e resultados do processo do planejamento. Os padrões retiva incide geralmente sobre a própria tarefa ou operação, visa
fornecem parâmetros que deverão balizar o funcionamento do sis- colocar as coisas em ordem. No que diz respeito a ação disciplinar,
tema. As decisões são estabelecidas no decorrer do processo do seu propósito é diminuir a discrepância entre os resultados atuais
planejamento. Para isso, o padrão fornece os critérios para medir o e os resultados esperados. A ação positiva toma a forma de enco-
desempenho e avaliar os resultados, porém no nível intermediário rajamento, recompensas, elogios, treinamento adicional, feddback
os padrões são estabelecidos por objetivos departamentais. inteligente ou orientação. A ação negativa inclui o uso de advertên-
Outro item de controle é a avaliação de resultados que se cias, castigos, admoestações e até mesmo desligamentos da em-
baseia nas informações colhidas durante os planos de ação ou da presa.
operação dos programas, o objetivo é avaliar resultados dentro de O controle é uma ferramenta indispensável nas organizações,
limites previstos para garantir o que foi determinado. A descentra- principalmente no que diz respeito às estratégias. Não podemos es-
lização administrativa influencia poderosamente o controle: à me- quecer que uma estratégia deve ser avaliada e controlada, pois so-
dida que aumenta a descentralização, deve haver alguma modifica- mente assim podemos ter certeza de sua eficiência. Uma estratégia
ção nos controles da empresa. sem critérios, parâmetros, pode ser um tiro que sai pela culatra, a
Gestor(a), quando as decisões são centralizadas, geralmente se organização em questão pode ser a vítima, pois o mercado é muito
estabelece padrões, métodos e resultados de cada fase do traba- competitivo e as organizações necessitam ser singulares com um
lho, a frequência com que são feitas as avaliações também muda diferencial competitivo modelo.
com a descentralização. Outro item do controle é a comparação de
resultados que proporciona a informação a respeito da qualidade, COMUNICAÇÃO
quantidade, do tempo, custos das atividades de cada departamento Ser um comunicador habilidoso é essencial para ser um bom
da organização. O processo de comparação repousa na mensura- administrador e líder de equipe. Mas a comunicação também deve
ser administrada em toda a organização. A cada minuto de cada dia,
ção, na variância e no princípio da exceção, que são os seus três
incontáveis bits de informação são transmitidos em uma organiza-
elementos essenciais. 
ção. Serão discutidas as comunicações de cima para baixo, de baixo
para cima, horizontal e informal nas organizações.
Controle no Nível Tático
Outros aspectos são os tipos de controles táticos, identificados
Comunicação de Cima Para Baixo
por: controle orçamentário, orçamento-programa, contabilidade de
A comunicação de cima para baixo refere-se ao fluxo de infor-
custos.
mação que parte dos níveis mais altos da hierarquia da organização,
Importante lembrar que a contabilidade é indispensável nos
chegando aos mais baixos. Entre os exemplos estão um gerente pas-
controles estratégicos, essa contabilidade aloca os custos em al-
sando umas atribuições a sua secretária, um supervisor fazendo um
guma unidade base, como produtos, serviços etc. As classificações anúncio a seus subordinados e o presidente de uma empresa dando
são: Custos fixos: são os custos que independem do volume de pro- uma palestra para sua equipe de administração. Os funcionários de-
dução ou do nível de atividade da empresa. Custos variáveis: são os vem receber a informação de que precisam para desempenhar suas
custos que estão diretamente relacionados com o volume de pro- funções e se tornar (e permanecer) membros leais da organização.
dução ou com o nível de atividade da empresa. A partir dos custos Muitas vezes, os funcionários ficam sem a informação adequa-
fixos e variáveis, pode-se calcular o chamado “ponto de equilíbrio”, da. Um problema é a sobrecarga de informação: os funcionários
isto é, o ponto em que não há prejuízo nem lucro. são bombardeados com tanta informação que não conseguem ab-
sorver tudo. Grande parte da informação não é muito importante,
Controle no Nível Operacional mas seu volume faz com que muitos pontos relevantes se percam.
No que diz respeito aos controles em seus níveis organizacio- Quanto menor o número de níveis de autoridade através dos
nais temos o último conhecido como controle operacional, o mes- quais as comunicações devem passar, tanto menor será a perda ou
mo é realizado no nível da execução das operações, que é uma distorção da informação.
maneira de controlar as tarefas e operações desempenhadas pelo
pessoal não administrativo da empresa. O controle operacional é Administração da comunicação de cima para baixo
bem específico no que diz respeito a tarefas e operações: o tempo Os administradores podem fazer muitas coisas para melhorar a
é de curto prazo, e trabalha com objetivos imediatos, a avaliação comunicação de cima para baixo. Em primeiro lugar, a administra-
operacional e seu sistema é mais voltado para realidade do dia a ção deve desenvolver procedimentos e políticas de comunicação.
dia da empresa. Em segundo lugar, a informação deve estar disponível àqueles que
O controle operacional possui quatro fases. Segundo Chiavena- dela necessitam. Em terceiro lugar, a informação deve ser comu-
to (2003), a primeira seria o estabelecimento de padrões que repre- nicada de forma adequada e eficiente. As linhas de comunicação
sentam a base do controle operacional e é uma norma ou critério devem ser tão diretas, breves e pessoais quanto possível. A infor-
que serve para a avaliação. É o ponto de referência para aquilo que mação deve ser clara, consistente e pontual - nem muito precoce
será feito. A segunda fase é a avaliação do desempenho que serve nem (o que é um problema mais comum) muito atrasada.

338
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Comunicação de Baixo Para Cima A avaliação permite que se determine até que ponto uma coisa
A comunicação de baixo para cima vai dos níveis mais baixos foi bem feita e se foi realizada no tempo certo. De certa forma, a
da hierarquia para os mais altos. avaliação é como um guarda de trânsito. Você pode colocar todas
Os administradores devem facilitar a comunicação de baixo as placas indicadoras de limite de velocidade do mundo: não serão
para cima. respeitadas a não ser que as pessoas saibam que as infrações serão
Mas os administradores devem também motivar as pessoas a descobertas e multadas.
fornecer informações valiosas. Isso parece lógico, mas é surpreendente quantos gerentes
adiam continuamente a avaliação enquanto se concentram em
Comunicação Horizontal atribuições urgentes mas, em última análise, menos importantes.
Muita informação precisa ser partilhada entre pessoas do mes- Quando a avaliação é adiada, os prazos também são prorrogados,
mo nível hierárquico. Essa comunicação horizontal pode ocorrer porque funcionários começam a sentir que pontualidade e qualida-
entre pessoas da mesma equipe de trabalho. Outro tipo de comuni- de não são importantes. Quando o desempenho cai, mais respon-
cação importante deve ocorrer entre pessoas de departamentos di- sabilidades são deslocadas para o gerente - que, assim, tem ainda
ferentes. Por exemplo, um agente de compras discute um problema menos tempo para direcionar e avaliar funcionários.
com um engenheiro de produção, ou uma força-tarefa de chefes de
departamento se reúne para discutir uma preocupação particular.
Especialmente em ambientes complexos, nos quais as decisões COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL: MOTIVAÇÃO,
de uma unidade afetam a outra, a informação deve ser partilhada LIDERANÇA E DESEMPENHO
horizontalmente.
As empresas integrantes da GE poderiam operar de forma com-
pletamente independente. Mas cada uma deve ajudar as outras. Comportamento Organizacional “é um campo de estudo que
Transferem entre si recursos técnicos, pessoas, informação, ideias e investiga o impacto que indivíduos, grupos e a estrutura têm so-
dinheiro. A GE atinge esse alto nível de comunicação e cooperação bre o comportamento dentro das organizações com o propósito de
através de um fácil acesso entre as divisões e ao CEO; uma cultura aplicar este conhecimento em prol do aprimoramento da eficácia
de abertura, honestidade, confiança e obrigação mútua; e reuniões de uma organização.”
trimestrais em que todos os altos executivos se reúnem informal- Visa trazer maior entendimento sobre as lacunas empresariais
mente para partilhar informações e ideias. Os mesmos tipos de coi- para o desenvolvimento contínuo e assertivo de soluções, afim de:
sas são feitas também nos níveis inferiores. reter talentos, evitar o turnover e promover engajamento e harmo-
nia entre os stakeholders.
Comunicação Formal e Informal Entender o comportamento organizacional é fundamental na
As comunicações organizacionais diferem em sua formalidade. dinâmica de manutenção e melhoria da gestão de pessoas, pois
As comunicações formais são oficiais, episódios de transmissão de baliza o trabalho dos líderes e confere a estes a possibilidade de
informação sancionados pela organização. Podem mover-se de bai- prever, e especialmente evitar problemas individuais ou coletivos
xo para cima, de cima para baixo ou horizontalmente, muitas vezes entre os colaboradores.
envolvendo papel. Comportamento organizacional refere-se a comportamentos
relacionados a cargos, trabalho, absenteísmo, rotatividade no em-
A comunicação informal é menos oficial. prego, produtividade, desempenho humano e gerenciamento.
A função de controle está relacionada com as demais funções Também inclui motivação, liderança, poder, comunicação inter-
do processo administrativo: o planejamento, a organização e a di- pessoal, estrutura e processos de grupo, aprendizagem, desenvol-
reção repercutem nas atividades de controle da ação empresarial. vimento e percepção de atitude, processo de mudanças, conflitos.
Muitas vezes se torna necessário modificar o planejamento, a orga- As organizações possuem aspectos formais, as pessoas, porém,
nização ou a direção, para que os sistemas de controle possam ser são complexas, pouco previsíveis, e seus comportamentos são in-
mais eficazes. fluenciados por uma infinidade de variáveis.
A avaliação intimida. É comum os gerentes estarem ocupados É este o objeto de estudo do comportamento organizacional: a
demais para se manterem a par daquilo que as pessoas estão fa- dinâmica da organização e suas influências sobre o comportamento
zendo e com qual grau de eficiência. É quando gerentes não sabem humano.
o que seu pessoal está fazendo, não podem avaliar corretamente. Daí o processo de reciprocidade: a organização espera que as
Como resultado, sentem-se incapazes de substanciar suas impres- pessoas realizem suas tarefas e oferece-lhes incentivos e recom-
sões e comentários sobre desempenho - por isso evitam a tarefa. pensas, enquanto as pessoas oferecem suas atividades e trabalho
Mas quando a seleção e o direcionamento são feitos correta- esperando obter certas satisfações pessoais.
mente, a avaliação se torna um processo lógico de fácil implemen- As relações entre indivíduo e organização podem ser compre-
tação. Se você sabe o que seu pessoal deveria fazer e atribui tare- endidas como uma troca.
fas, responsabilidades e objetivos com prazos a cada funcionário Os objetivos individuais e organizacionais são particulares e de-
especificamente, então você terá critérios com os quais medir o de- correntes de tal relação.
sempenho daquele indivíduo. Nessa situação, a avaliação se torna Existe, nesse caso, uma relação de troca, e a gestão de pessoas
uma simples questão de determinar se, e com que eficiência, uma é parte fundamental nesta troca. São as políticas de gestão de pes-
pessoa atingiu ou não aquelas metas. soas que irão garantir que, para ambas as partes, as relações sejam
Os gerentes costumam suor que se selecionarem boas pessoas satisfatórias.
e as direcionarem naquilo que é esperado, as coisas serão bem fei-
tas. Eles têm razão. As coisas serão feitas, mas se serão bem feitas e Entre os Níveis de Estudos dos Comportamentos Organizacio-
quanto tempo levará para fazê-las são fatores incertos. nais, destacamos:
Nível Individual – Estuda as expectativas, motivações, as habi-
lidades e competências que cada colaborador demonstra individu-
almente através de seu trabalho.

339
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Nível Grupal – Estuda a formação das equipes, grupos, as fun- Dentro dessa perspectiva, a ação humana, em nível do indiví-
ções desempenhadas por estes, a comunicação e interação uns com duo e do grupo, mediada pelos processos cognitivos, e interdepen-
os outros, além da influência e o poder do líder neste contexto. dente do contexto, varia conforme a inserção ambiental e o tipo de
Relações indivíduo/organização organização, tanto quanto também varia internamente em suas su-
bunidades. É importante salientar que o universo simbólico integra
O individuo na organização um conjunto de significados, atribuindo-lhes consistência, justifica-
Assistimos hoje a transformações importantes no ambiente de tiva e legitimidade. Em outras palavras, o universo simbólico possi-
trabalho. Cada vez mais os funcionários são convidados a vestir a bilita aos membros integrantes de um grupo uma forma consensual
camisa da empresa. Para isso devem estar conscientes e engajados de apreender a realidade, integrando os significados e viabilizando
com os valores organizacionais, bem como ter claramente definidos a comunicação.
os objetivos que a organização pretende atingir e os meios para al- Em outras palavras, a realidade é constituída por uma série
cançá-los. É muito comum se afirmar que a principal responsabili- de objetivos que foram designados como objetos antes da minha
dade dos gerentes é a de motivar seu pessoal; para isso é feito um aparição em cena. O indivíduo percebe, assim, que existe corres-
trabalho de conscientização, que se inicia no momento de inserção pondência entre os significados por ele atribuídos ao objeto e os
do empregado no ambiente organizacional. significados atribuídos pelos outros, isto é, existe o compartilhar de
Conforme citado por Zanelli (2003), do ponto de vista social, um senso comum sobre a realidade.
a ordem que se estabelece, ou não, resulta do compartilhamento É por meio desse compartilhar da realidade que as identidades
que ocorre na interação humana. Do ponto de vista individual, a dos indivíduos nas organizações são construídas, ao se comunicar
identidade é elemento chave da realidade subjetiva e se encontra aos membros, de forma tangível, um conjunto de normas, valores e
em relação dialética com a sociedade. Nesta acepção, o indivíduo é concepções que são tidas como certas no contexto organizacional.
produto e produtor do sistema social. Ao definir a identidade social dos indivíduos, o que se pretende é
Ao apresentar aos funcionários os ritos, crenças, valores, ri- garantir a produtividade, pela harmonia e manutenção do que foi
tuais, normas, rotinas e tabus da organização, o que se pretende aprendido na convivência. É importante ressaltar que muitas vezes
é buscar a sua identificação com os padrões a serem seguidos na essas identidades precisam ser reconstruídas, quando a empresa se
empresa. Dessa forma, se fornece um senso de direção para todas vê diante de situações que exigem mudanças.
as pessoas que compartilham desse meio. As definições do que é  
desejável e indesejável são introjetadas pelos indivíduos atuantes O papel da cultura organizacional no processo de formação da
no sistema, orientando suas ações nas diversas interações que exe- identidade dos indivíduos nas organizações
cutam no cotidiano. O fenômeno cultura organizacional já era estudado desde o
Reconhecer os significados e a própria razão de ser da empre- início do século passado, a partir da experiência de Hawthorne,
sa, bem como se familiarizar com as percepções e comportamentos desenvolvida entre 1927 e 1932. Sob coordenação de Elton Mayo,
mais aceitos e valorizados na organização, conduz os funcionários adquiriu maior evidência, com a constatação da grande influência
a uma uniformidade de atitudes, o que é positivo no sentido de do grupo sobre o comportamento do indivíduo. Atualmente é dada
possibilitar maior coesão. No entanto pode levar a uma perda de grande importância ao estudo da cultura organizacional, por consi-
individualidade, pois o comportamento dos indivíduos passa a ser derar que ela é determinante do desempenho individual, da satis-
uma extensão do grupo, muitas vezes se estendendo para ambien- fação no trabalho e da produtividade da empresa.
tes externos da organização, quando passam a adotar comporta- Considerando a afirmação de Motta e Vasconcelos (2002, p.
mentos padronizados nas mais diversas situações. 302), segundo os quais “para desenvolver-se e sobreviver, o grupo
O presente artigo pretende contribuir para o debate acerca organizacional tem dois grandes problemas a solucionar: adaptar-
desse processo de construção das identidades dos indivíduos nas -se ao ambiente e manter a coerência interna”, partiremos do con-
organizações, argumentando que a padronização de atitudes pode ceito de que cultura organizacional é
ser prejudicial às pessoas e à própria organização, que perde em o conjunto de pressupostos básicos que um grupo inventou,
criatividade e falta de questionamentos, além de aumentar a resis- descobriu ou desenvolveu ao aprender como lidar com os proble-
tência às mudanças, uma vez que as pessoas se sentem mais con- mas de adaptação externa e integração interna, e que funciona-
fortáveis agindo da forma a que estão habituadas e que aprende- ram bem o suficiente para serem transmitidos aos novos membros
ram ser a maneira correta de agir. como a forma correta de perceber, pensar e sentir, em relação a
esses problemas(Schein, 1989, p. 12).
Ao ingressar em uma organização, indivíduos com característi- Podemos afirmar que é através da experiência coletiva que os
cas diversas se unem para atuar dentro de um mesmo sistema so- membros da organização encontram respostas para as questões do
ciocultural na busca de objetivos determinados. Essa união provoca cotidiano da empresa, pois são os valores e crenças compartilhados
um compartilhamento de crenças, valores, hábitos, entre outros, que definem seu modo de pensar e agir. Assim, ao definir padrões
que irão orientar suas ações dentro de um contexto preexistente, de comportamento com o objetivo de conservar a estabilidade e o
definindo assim as suas identidades. equilíbrio do grupo, justifica-se a importância crescente atribuída à
Segundo Dupuis (1996), são os indivíduos que, por meio de cultura organizacional.
suas ações, contribuem para a construção de sua sociedade. Entre- Um importante aspecto para a sobrevivência de um indivíduo
tanto os indivíduos agem sempre dentro de contextos que lhes são é a necessidade de construção de uma identidade, uma noção de
preexistentes e orientam o sentido de suas ações. A construção do totalidade que o leve a fazer convergir em uma imagem de si mes-
mundo social é assim mais a reprodução e a transformação do mun- mo as muitas facetas do seu modo de ser, os muitos papéis que ele
do existente do que sua reconstrução total. Para Berger e Luckmann representa em diferentes momentos da sua experiência social. As-
(1983) a vida cotidiana se apresenta para os homens como realida- sim, sucessivamente, o indivíduo vai-se diferenciando e se igualan-
de ordenada. Os fenômenos estão pré-arranjados em padrões que do conforme os vários grupos sociais de que faz parte, tornando-se
parecem ser independentes da apreensão que cada pessoa faz de- uma unidade contraditória, múltipla e mutável.
les, individualmente.

340
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Conforme citado por Silva e Vergara (2000, p. 5), “não há sen- É importante diferenciar aqueles valores organizacionais que
tido em falar-se em uma única identidade dos indivíduos, mas sim justificam a razão de ser da organização, e por isso se situam em
em múltiplas identidades que constroem-se dinamicamente, ao um nível mais profundo, e outros referentes à maneira de resolver
longo do tempo e nos diferentes contextos ou espaços situacionais problemas do cotidiano da empresa. Os primeiros servem de guia,
dos quais esses indivíduos participam”. Sem compartilhar uma cul- devendo realmente ser internalizados pelos membros que com-
tura comum, não poderíamos falar em construção de identidade, põem a organização. Já os outros podem e devem estar abertos a
seja no nível dos indivíduos, dos grupos, ou da organização como sugestões, flexibilizando-se para se adaptar às exigências internas e
um todo. A cultura organizacional pode ser vista, portanto, como o externas do ambiente.
alicerce para a formação da identidade dos indivíduos nas organiza-  
ções, não havendo como pensar a noção de identidade, se não for Identidade pessoal e identidade social
em função da interação com outros. Os conceitos de identidade pessoal e identidade social são dis-
Assim, as identidades dos indivíduos são construídas de acor- tintos. Segundo Ting-Toomey (1998), a identidade pessoal refere-se
do com o ambiente em que se inserem envolvendo, entre outras ao modo como o indivíduo define suas características próprias, seu
coisas, as estruturas sociais, a cultura e o histórico das relações. Se- autoconceito, geralmente comparando-se com outros indivíduos.
gundo Zanelli (2003), a organização, como sistema social, inserida Já a identidade social refere-se aos conceitos que o indivíduo de-
em seu contexto, busca preservar sua identidade e sobrevivência. senvolve de si mesmo e que derivam de sua afiliação em catego-
Para tanto, desenvolve uma estrutura normativa (valores, normas rias ou grupos, emocionalmente significantes para ele. Esse tipo de
e expectativas de papéis, padrões esperados de comportamento e classificação inclui, entre outras, as identidades por afiliação étnica
interação) e uma estrutura de ação (padrões reais de interação e ou cultural, de gênero, de orientação sexual, de classes sociais, de
comportamento), originada sobretudo nas posições dirigentes. idade ou profissionais.
Vários outros autores corroboram essa afirmação, ao sugerir Turner (1982) define a identificação social como o processo de
que deve haver preocupação dos dirigentes em desenvolver valores alguém se localizar ou localizar outra pessoa dentro de um sistema
e padrões em comum, a fim de que os membros da organização de categorizações sociais; mas define simultaneamente a identida-
possam trabalhar em conjunto e comunicar-se, integrando as es- de social como a soma total das identificações sociais usadas por
tratégias e objetivos gerais da organização, possuindo, assim, uma uma pessoa para definir a si própria. Assim, a maneira pela qual
visão global do sistema. alguém é definido por outros influencia sua auto-identidade em al-
Freitas (1991) entende que, de modo geral, as respostas que gum grau.
geram resultados favoráveis em determinada cultura são interna- Estudos realizados por Ashforth e Mael (1989) identificam três
lizadas como verdades inquestionáveis. Entre essas verdades ou conseqüências gerais da identificação do grupo, que são especial-
pressupostos, encontram-se os diferentes elementos que formam mente relevantes para o comportamento organizacional. Segundo
a cultura organizacional: os valores, as crenças, os ritos, rituais e eles, os indivíduos tendem a escolher atividades e instituições que
cerimônias, os mitos e histórias, os tabus, os heróis, as normas e o sejam congruentes com suas identificações mais evidentes; a iden-
processo de comunicação.Cada um deles tem função específica na tificação afeta os resultados, como a coesão e a interação intragru-
construção da cultura; mas todos servem para estimular a adoção, pais; e a identificação reforça a fixação ao grupo e a seus valores, e
por parte dos empregados, do conteúdo difundido, além de refor- aumenta a competição com grupos externos.
çar uma imagem positiva da organização. Podemos afirmar, portanto, que quanto maior a identificação
No entanto, a partir do momento em que as pessoas internali- dos indivíduos com a organização, maior o comprometimento des-
zam verdades inquestionáveis, passando a adotar comportamentos ses. Os mesmos autores sugerem que a existência da diversidade
padronizados, colocam-se em posição de passividade, perdendo a na identificação do grupo pode levar a alguma dificuldade nas re-
percepção individual da realidade. Essa falta de questionamentos, lações entre pessoas de identidades de grupos diferentes. Segundo
vista como positiva no sentido de promover uma homogeneização Ting-Toomey (1998), os indivíduos tendem a experimentar maior
de atitudes, pode ser muito negativa principalmente em ambientes grau de vulnerabilidade em seus encontros iniciais com pessoas de
de mudanças constantes, que primam pela criatividade e inovação. outros grupos do que com as pessoas do seu próprio grupo.
Quando um questionamento é visto como ameaça para a organi- Lopes (2001) define o significado de identidade social como
zação e possível desestruturação dela, a tendência é que o grupo sendo construído pela ação conjunta de participantes discursivos,
se torne alienado; assim, a participação dos membros será pratica- em práticas discursivas situadas na história, na cultura e na institui-
mente nula. ção. O mesmo autor cita algumas características importantes das
A revisão da literatura nos leva a concordar em que o suces- identidades sociais, como se explicitam nos três itens abaixo.
so organizacional deve ser definido em termos concretos para os . A sua natureza fragmentada, no sentido de que as pessoas
funcionários por meio dos elementos que compõem a cultura. Po- não possuem uma identidade social homogênea, como se pudes-
rém a maneira como os objetivos e metas serão atingidos podem sem ser definidas por sexualidade ou raça, por exemplo.
ser flexíveis, a partir de um maior envolvimentos dos dirigentes no . A possibilidade de que identidades contraditórias coexistam
sentido de estimular a participação dos membros, levando a uma na mesma pessoa. Um exemplo seriapensar na existência de um
maior interação e conhecimentos mútuos. homem que vote em um partido conservador, embora seja sindi-
Segundo Schein (2001) a cultura de uma organização pode ser calista.
aprendida em vários níveis, são eles: o nível dos artefatos visíveis, . O fato de as identidades sociais não serem fixas, uma vez que
que compreende os padrões de comportamento visíveis, ou seja, estão sempre construindo-se e reconstruindo-se no processo social
a forma como as pessoas se vestem, se comunicam, entre outros; de construção do significado.
o nível dos valores que governam o comportamento das pessoas,
que são mais difíceis de serem identificados, pois compreendem
os valores que levam as pessoas a agirem de determinada forma; e
por último o nível dos pressupostos inconscientes, que são aqueles
pressupostos que determinam como os membros de um grupo per-
cebem, pensam e sentem.

341
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Em oposição a uma visão tradicional, que compreende a iden- É fácil perceber que a experiência no mundo do trabalho é
tidade social de um indivíduo como fixa e contínua, como algo que importante componente de aspectos identitários, pois nos leva a
lhe pertence de modo quase permanente, uma corrente significa- incorporar características, hábitos e valores compartilhados por um
tiva de autores tem procurado desenvolver um conceito de identi- grupo com o qual passamos a maior parte do nosso tempo. Assim,
dade como algo fluido, multidimensional, dependente do contexto o trabalho nos modifica, nos torna iguais em alguns aspectos, e nos
sociocultural das situações nas quais os indivíduos se vêem envolvi- separa e distingue em outros.
dos, e como algo que possui forte componente relacional.  
Sendo a identidade social construída a partir do momento em Como são orientadas as identidades dos indivíduos
que os indivíduos se vêem como parte de um grupo, as organiza- Devemos fazer distinções entre as identidades baseadas em ca-
ções de trabalho representam um grupo muito expressivo na defini- tegorias sociais como raça, gênero, etnia e classe, e as identidades
ção da identidade social dos seus membros. Daí a necessidade de se baseadas em categorias como função organizacional ou tempo de
estudar a interação deles, uma vez que o convívio entre as pessoas serviço, pois estas últimas podem ser assumidas, difundidas ou per-
pertencentes a esse grupo é intenso e significativo. didas quando o indivíduo deixa a organização.
 As perspectivas intergrupais têm sido uma das principais es- Brickson (2000) identifica três modos distintos de como os
truturas para o entendimento das interações humanas, envolvendo indivíduos orientam as suas identidades nos diferentes contextos
indivíduos percebendo a si mesmos como membros de uma cate- específicos em que se vêem envolvidos. Segundo o autor, essas
goria social, ou sendo percebidos por outros como pertencentes a orientações da identidade do indivíduo são ativadas em função da
uma categoria social (Taylor & Moghaddam, 1987).
forma como esse indivíduo define a si mesmo, prioritariamente, em
Conforme Oliveira e Bastos (2001), seguindo o senso comum
cada contexto, se como um indivíduo, como um ser interpessoal ou
nos vemos como a mesma pessoa em diferentes interações. No en-
como um membro de um grupo.
tanto é possível também perceber que nos posicionamos de modos
Segundo este autor, quando a pessoa se define prioritariamen-
diferentes, em diferentes momentos e lugares, de acordo com os
diferentes papéis que estamos exercendo. te como indivíduo, tende a ativar uma orientação para a identidade
Silva e Vergara (2000) concluem que, sendo a identidade algo pessoal, a ser motivada pelo auto-interesse, a conceber-se em ter-
que se constrói como produto das interações dos diferentes indiví- mos de suas características e traços individuais e a avaliar-se por
duos e grupos, criando, portanto, um senso comum, tem sentido meio da comparação com os outros indivíduos.
falar da existência de uma identidade organizacional. Já quando se define prioritariamente como ser em relação com
Alguns autores vêem a identidade organizacional como algo outros, a pessoa tende a ativar a orientação para uma identidade
que tende a ser preservado ao longo do tempo; outros argumentam relacional, em que a principal motivação passa a ser a procura pelo
que ela possui uma natureza fluida, contínua, adaptativa, ou seja, benefício do outro. A concepção de si mesmo baseia-se, predomi-
depende do modo como os membros organizacionais interpretam nantemente, em seus papéis na relação com esses outros que sig-
os valores e as crenças essenciais da organização nos diferentes nificam algo para ela, e a auto-avaliação tende a dar-se em termos
contextos em que eles se deparam em sua trajetória. da proficiência com que ela desempenha seus papéis interpessoais
O fato de os indivíduos terem identidades múltiplas e não uma diante desse outro.
identidade única contribui para a complexidade da identidade nas Finalmente, ao definir-se prioritariamente como membro de
organizações. As maneiras como as identidades interagem ou se grupo, a pessoa tende a ativar uma identidade de orientação coleti-
tornam destacáveis são importantes para um contexto organiza- va. Sua motivação passa a ser a garantia do bem-estar de seu grupo,
cional. Assim, o estudo da identidade de uma organização envolve, freqüentemente com relação a outros grupos. Ela procura carac-
necessariamente, a atenção com sua interação com várias identi- terizar-se em termos do perfil ou do protótipo do grupo e tende a
dades. determinar seu autovalor com base na comparação de seu grupo
Gioia, Schultz e Corley (2000) ressaltam que a noção de iden- com outros grupos.
tidade organizacional tem sido definida como sendo a compreen- Faremos aqui uma análise, posteriormente aprofundada, com
são coletiva dos membros da organização, sobre as características relação às conseqüências da identificação descrita acima. Identifi-
presumidas como centrais e relativamente permanentes, e que a car-se prioritariamente como membro de um grupo é o que grande
distingue das demais, possuindo, assim, estreita relação com a ima- parte das organizações busca nos seus funcionários. A maioria das
gem organizacional. empresas procura motivar seus empregados nesse sentido. No en-
Devemos considerar que a cultura preserva a identidade orga-
tanto, se observarmos um indivíduo que se define prioritariamen-
nizacional, e essa se traduz na forma como os públicos da organiza-
te como membro de um grupo, veremos que ele tenderá a perder
ção a vêem, a imagem que eles constroem a respeito dela. Assim,
completamente a sua identidade, e não mais conseguirá reconhe-
em uma cultura organizacional que busca interagir com o ambiente,
cer-se como indivíduo, caso não faça mais parte da organização, ou
adaptando-se a ele, essa personalidade que a organização assume
tende a ser proativa, atenta às necessidades de mudanças, que se do grupo a que estava vinculado. Essa é uma conseqüência facil-
tornam cada vez mais presentes no ambiente organizacional. Des- mente visualizada, quando funcionários antigos são demitidos ou
sa forma, a identidade organizacional é muitas vezes reconstruída se aposentam após anos de dedicação à empresa.
para se adequar ao mercado. Segundo Brickson (2000), cada uma das orientações de identi-
Na sociedade moderna, talvez as organizações sejam a are- dade pode ser impulsionada por elementos do contexto organiza-
na mais significativa em que as identidades dos indivíduos são cional, tais como a estrutura organizacional, que se refere ao grau
constituídas. Para muitas pessoas, sua identidade profissional ou e à forma de integração entre os membros da organização, se eles
organizacional pode ser mais persuasiva e importante do que as estão primariamente atomizados como indivíduos, integrados por
identidades atribuídas com base em gênero, idade, etnia, raça ou meio de redes que ultrapassam as fronteiras das divisões formais,
nacionalidade (Hogg & Terry, 2000). ou separados por divisões e grupos formais. Outro elemento é a
estrutura das tarefas executadas pelos indivíduos, ou seja, a ma-
neira pela qual o trabalho é organizado, se de modo individual, por
cooperação interpessoal ou em equipe. E ainda, a estrutura de re-

342
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
conhecimento, que demonstra como o desempenho é medido e re- mudanças irão interferir no domínio que possuem do trabalho que
compensado, se de modo individual, pela cooperação interpessoal realizam. Isso dificulta muito o processo de reconstrução das iden-
ou por equipe. tidades dos indivíduos, cada vez mais necessário em ambientes de
Dessa forma, é fácil perceber que ao valorizar o trabalho em mudanças constantes.
equipe, a cooperação, participação nos lucros e resultados do gru-  
po, entre outros, o que a maioria das empresas está buscando, é ati- Mudança organizacional e a reconstrução das identidades dos
var uma identidade de orientação coletiva, em que os funcionários indivíduos envolvidos
se reconhecem primeiramente como membros da organização em Cada vez mais as empresas se preocupam com as mudanças
que trabalham, priorizando os objetivos da empresa em detrimento que, mais do que nunca, se tornam universais. Grouard e Meston
dos seus próprios objetivos. (2001) comentam que há atualmente constantes discussões sobre
  A análise feita aqui procura demonstrar que o processo de reestruturação, reorganização, implantação de novas tecnologias e
construção das identidades dos indivíduos pode ser visto de duas novos métodos de distribuição, reorientação, reengenharia, fusões
formas, como fonte de motivação e identificação dos funcionários e aquisições, entre outras mudanças nas maneiras de pensar e agir.
em relação à empresa, o que é positivo para ambos, mas também É inegável que as mudanças estão cada vez mais presentes na
como forma de moldar o comportamento das pessoas que traba- vida das pessoas, tanto no âmbito organizacional como fora dele. Os
lham na organização, o que pode trazer conseqüências negativas motivos que levam a essas mudanças são os mais variados. Wood,
tanto para a empresa, como já foi comentado anteriormente, quan- Curado e Campos (1995) definem como sendo os objetivos mais
to para os indivíduos, como veremos a seguir. freqüentes das mudanças nas organizações: melhorar a qualidade,
Schirato (2000) desenvolveu uma pesquisa com ex-funcioná- aumentar a produtividade, refletir os valores dos novos líderes, re-
rios da Embraer, em que verificou, entre outras coisas, o impacto da duzir custos e administrar conflitos.
demissão, e a conseqüente perda de identidade que essas pessoas De modo geral, podemos perceber que, quanto mais estável
demonstraram nos seus relatos. Segundo esta autora, as organiza- for a organização, mais difícil será a realização de mudanças, uma
ções estão exigindo mais do que adesão aos princípios e valores da vez que as pessoas tendem a se acomodar, quando estão bem adap-
empresa, o que está sendo cada vez mais solicitado é a entrega total tadas à vida organizacional. Nesse sentido, a perfeita adaptação a
ao mundo organizacional, onde, a partir de então, se estará total e determinado ambiente pode repentinamente transformar-se em
absolutamente envolvido. grande obstáculo à mudança. Grouard e Meston (2001) ressaltam
No discurso de inclusão do candidato ao quadro efetivo da or- que o índice e a freqüência das mudanças podem ser diferentes,
ganização, já está embutido o discurso de exclusão: se não houver assim como as forças que as motivam, mas uma coisa é certa: as
identificação entre ambos com os valores e comportamentos, o organizações devem mudar; e seja qual for a mudança, necessitará
desligamento será conseqüência natural e, claro, por iniciativa do da desestabilização do estado existente.
futuro colaborador, que não colaborou na proporção desejada. Os Quando ocorrer de forma proativa e incremental, ou seja, pro-
candidatos já são informados de que não fará parte da organiza- gressivamente, o tempo para implementar a mudança será maior, e
ção quem não se identificar integralmente com a história e com o as pessoas terão mais condição de assimilar os motivos que levaram
comportamento da empresa. A adesão é mais do que aceitação: à necessidade de mudar. Já quando a sobrevivência da organização
é superposição ao já constituído anteriormente, é o alinhamento depende da mudança, aí podemos falar em mudança revolucioná-
do comportamento ao padrão de comportamento observado nos ria, em que as pessoas são forçadas a mudar e não há tempo para
companheiros. assimilarem e se adaptarem às novas exigências.
Schirato (2000, p. 100) ressalta ainda que: Vários autores consideram que, em geral, o tempo necessário
Na necessidade de sobrevivência dentro de um sistema des- para operar mudanças organizacionais é subestimado, por não se
levar em conta os laços das pessoas com os elementos culturais.
conhecido, e por isso hostil, é comum observarmos reações padro-
Para Motta e Vasconcelos (2002), mudar convicções e valores ad-
nizadas, sem características pessoais, sem a impressão pessoal do
quiridos com a experiência não é tarefa simples. Bertero (1996)
indivíduo dentro do grupo. Ele passa a ser a extensão do compor-
define o processo de mudança organizacional como longo e pro-
tamento do grupo na forma de vestir-se, de comer, de arrumar seu
blemático, podendo até encontrar semelhanças com o processo de
objetos, de organizar sua agenda, desenvolvendo uma “personali-
psicoterapia individual. Para este autor, promessas de bons resulta-
dade organizacional” que se sobrepõe à sua, quando não a substitui
dos não podem ser feitas por profissionais corretos, uma vez que os
por inteiro.
resultados são sempre incertos e o tempo demandado é necessa-
Essa fusão de identidades - o eu organizacional e o eu indivi-
riamente longo.
dual do empregado - pode vir a resultar na perda da cidadania civil
Estudo desenvolvido por Dutra (1996) verificou que, para rea-
para uma suposta cidadania empresarial. Rompendo seus vínculos lizar uma mudança organizacional efetiva, é necessário muito mais
pessoais com o mundo fora da organização, o indivíduo deixa de do que mudar a estrutura da empresa. A mudança organizacional é
sentir-se cidadão no sentido pleno do termo. Compartilhando des- fruto de uma série de aspectos interagentes, e muitas vezes envol-
sa visão, podemos afirmar que a empresa não apenas emprega, e ve a necessidade de alterações nos rituais, símbolos e pressupos-
remunera a força de trabalho, ela praticamente ocupa todo o es- tos, entre outros elementos que formam a cultura organizacional.
paço afetivo, intelectual, e imaginário do indivíduo. É por meio da Devemos considerar que mudar elementos da cultura não é tarefa
organização em que trabalham e do que ela lhes proporciona que fácil, pois afetam as crenças, percepções e emoções das pessoas
as pessoas projetam seus sonhos e buscam alcançá-los. envolvidas.
Percebe-se com nitidez nesse estudo que a identificação com No entanto, quando pensamos em mudanças, devemos anali-
a organização muitas vezes acaba tornando-se uma obrigação dos sá-las como algo positivo, que trará melhorias para a organização,
funcionários. Assim, a maioria das pessoas não questiona o que faz que estará atualizando-se para se manter competitiva e, assim, al-
no dia-a-dia das empresas, adotando tão cegamente certos com- cançar os resultados esperados. Uma cultura organizacional que
portamentos que, quando surge a necessidade de mudança, se priorize a comunicação, justificando por que certas ações são mais
sentem vulneráveis, resistindo fortemente, por acreditarem que as valorizadas que outras, se adaptará melhor às mudanças do que

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
uma cultura em que a forma como as pessoas devem agir é impos- A ideia de hierarquizar os motivos humanos foi, sem dúvida,
ta, sem explicações ou justificativas. A comunicação e a participa- a solução inovadora para que se pudesse compreender melhor o
ção efetiva dos funcionários é de fundamental importância em situ- comportamento humano na sua variedade. Um mesmo indivíduo
ações de mudança. As pessoas precisam entender por que devem ora persegue objetivos que atendem a uma necessidade, ora busca
mudar para que haja menos resistência. satisfazer outras. Tudo depende da sua carência naquele momento.
Para Hernandez e Caldas (2002) a resistência à mudança é vista Duas pessoas não perseguem necessariamente o mesmo objetivo
como uma das principais barreiras na implementação de processos no mesmo momento. O problema das diferenças individuais assu-
de mudança e inovação. É importante destacar que essa resistência me importância preponderante quando falamos de motivação.
muitas vezes se deve ao fato de que a mudança implica uma recons-
trução das identidades dos indivíduos no ambiente de trabalho. No Razões da Motivação
entanto, como as mudanças geralmente dizem respeito à estratégia
da empresa e ao seu modo de funcionamento, aqueles elementos Razões empresariais 
profundos da identidade dos indivíduos, que estão bastante incor- - concorrência 
porados e dificilmente se transformam, não devem ser vistos como - produtos e preços
fonte de resistência ao processo de mudança, pois as identidades - fidelização
dos indivíduos podem ser reconstruídas sem alterá-los.
O momento da mudança geralmente é caracterizado por uma Razões Pessoais
indefinição quanto à própria identidade da organização, quesito bá- - empregabilidade
sico para que as pessoas se situem e consigam direcionar esforços - motivos p/ servir
para objetivos predefinidos. No entanto Schein (1989) reforça que -->* (ordem material = cliente =lucro)
o processo evolucionário geralmente não muda alguns elementos -->* (ordem intelectual = interação / troca / oportunidade)
identitários profundos da organização, aqueles princípios e concei- -->* (ordem espiritual = crescimento pessoal)
tos que se encontram profundamente assimilados pelos seus mem-
bros. O indivíduo precisa suprir suas necessidades para motivar-se e
As mudanças organizacionais mais complexas ocorrem, quan- alcançar seus objetivos. Podemos identificar os seguintes tipos de
do envolvem a razão de ser da organização. Giroux e Dumas (1997) motivação:
observam que as fusões e aquisições de empresas representam um • Motivação Externa: a pessoa realiza determinadas tarefas por
tipo de experiência de mudança que força os indivíduos a renuncia- ser “obrigada”, ou seja, são impostas determinações para que essa
rem ao seu passado e, então, a desconstruírem seus engajamentos pessoa cumpra. É a forma mais “primitiva” de motivação, basea-
precedentes em certa forma de trabalhar, em certo estilo de rela- da na hierarquia e normalmente utilizando as punições como fator
ções sociais ou de práticas culturais. Esse tipo de mudança exige principal de motivação. Trata-se de “fazer o ordenado para não ser
das pessoas mais do que a aprendizagem de novos modos de fazer punido”, “cumprir ordens”.
(novos métodos e equipamentos) e novas formas de ligação (nova • Pressão Social: a pessoa cumpre as atividades porque outras
estrutura, nova cultura). pessoas também o fazem. Ela não age por si, mas sim, para acompa-
Segundo Hogg e Terry (2000), uma fusão ou aquisição é um nhar um grupo e cumprir as expectativas de outras pessoas. Aqui,
caso especial de alteração da dinâmica das relações intragrupos e estamos falando de “fazer o que os outros fazem para ser aceito,
intergrupos nas organizações. Nesses casos, a resistência tende a fazer parte do grupo”.
ser maior, pois se torna necessário mudar os elementos identitá- • Automotivação: a pessoa automotivada age por iniciativa
rios mais profundos e já completamente incorporados pelos mem- própria, em função de objetivos que escolheu. A automotivação é a
bros da organização. Para Barros e Rodrigues (2001), quando uma convicção que a pessoa tem de que deseja os frutos das suas ações.
empresa é adquirida por outra, o sentimento de inferioridade da É “fazer o que creio ser adequado aos meus objetivos”.
primeira gera tensão e descontentamento, ampliados pelo temor Não existe motivação “certa”. Em situações de emergência,
de perda de sua cultura genuína. Esse medo de perder a identidade por exemplo, provavelmente a simples obediência seja a ação mais
acaba gerando, na maioria das vezes, uma posição defensiva e, con- indicada. O sucesso de uma ação coletiva pode depender da con-
seqüentemente, maior resistência à integração cultural. formidade das ações individuais à orientação do grupo. Por outro
No processo de reconstrução das identidades dos indivíduos, é lado, uma pessoa pode ser fortemente auto motivada a objetivos
de grande importância o papel da comunicação, no sentido de in- destrutivos, como uma ambição excessiva.
formar os empregados acerca dos valores declarados, as diretrizes, O ideal seria o alinhamento de todos estes tipos de motivação;
os objetivos e as definições gerais estabelecidas pela organização, pessoas auto motivadas atuando em grupos coesos, com orienta-
incluindo o perfil que ela deseja para os seus empregados no novo ção clara, sólida e coerente.
contexto. É justamente a comunicação o meio privilegiado pelo
qual se reconstrói, ao longo do tempo, a nova coletividade organi- Afinal o que é motivação? É ser feliz? É enxergar o mundo com
zacional. Acreditamos que o engajamento das pessoas envolvidas outros olhos? É conquistar resultados, é superar obstáculos, é ser
no processo de mudança será maior, se forem levados em conside- persistente, é acreditar nos seus sonhos, é o que? 
ração por parte dos gestores, entre outras coisas, os sentimentos, Motivação segundo o dicionário é o ato de motivar; exposição
dúvidas, inseguranças, opiniões e percepções dos indivíduos envol- de motivos ou causas ; conjunto de fatores psicológicos, conscien-
vidos. tes ou não, de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, que deter-
minam um certo tipo de conduta em alguém. Sendo assim Motiva-
Motivação ção está intimamente ligado aos Motivos que segundo o dicionário
Trata-se de processos psíquicos que a pessoa tem que a im- é fato que leva uma pessoa a algum estado ou atividade. 
pulsiona à ação. Existe uma influência tanto individual como pelo
contexto em que essa pessoa se encontre. Indivíduos motivados
tendem a ter um melhor desempenho, o que faz com que a organi-
zação invista em estímulos para promover essa motivação.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Motivação vem de motivos que estão ligados simplesmente ao que você quer da vida , e seus motivos são pessoais , intransferíveis e
estão dentro da sua cabeça (e do coração também) , logo seus motivos são abstratos e só têm significado pra você , por isso motivação é
algo tão pessoal , porque vêm de dentro.
A motivação é uma força interior que se modifica a cada momento durante toda a vida, onde direciona e intensifica os objetivos de
um indivíduo. Dessa forma, quando dizemos que a motivação é algo interior, ou seja, que está dentro de cada pessoa de forma particular
erramos em dizer que alguém nos motiva ou desmotiva, pois ninguém é capaz de fazê-lo. Existem pessoas que pregam a automotivação,
mas tal termo é erroneamente empregado, já que a motivação é uma força intrínseca, ou seja, interior e o emprego desse prefixo deve
ser descartado.
Segundo Abraham Maslow, o homem se motiva quando suas necessidades são todas supridas de forma hierárquica. Maslow organiza
tais necessidades da seguinte forma:
- Autorrealização
- Autoestima
- Sociais
- Segurança
- Fisiológicas

Tais necessidades devem ser supridas primeiramente no alicerce das necessidades escritas, ou seja, as necessidades fisiológicas são
as iniciantes do processo motivacional, porém, cada indivíduo pode sentir necessidades acima das que está executando ou abaixo, o que
quer dizer que o processo não é engessado, e sim flexível.
Teoria dos Dois Fatores - Para Frederick Herzberg, a motivação é alcançada através de dois fatores:
- Fatores higiênicos que são estímulos externos que melhoram o desempenho e a ação de indivíduos, mas que não consegue motivá-
-los.
- Fatores motivacionais que são internos, ou seja, são sentimentos gerados dentro de cada indivíduo a partir do reconhecimento e da
autorrealização gerada através de seus atos.

Já David McClelland identificou três necessidades que seriam pontos chave para a motivação: poder, afiliação e realização.
Para McClelland, tais necessidades são “secundárias”, são adquiridas ao longo da vida, mas que trazem prestígio, status e outras sen-
sações que o ser humano gosta de sentir.

Em relação às teorias, podemos ainda citar as linhas teóricas, que se dividem em Teorias de Conteúdo e Teorias de Processo, onde, em
cada uma delas, identificamos as correntes pertencentes.

345
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Existem algumas teorias mais clássicas sobre motivação que veremos abaixo:

- Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow:


Organiza as necessidades humanas em cinco categorias hierárquicas:
necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades sociais, necessidades de autoestima e necessidades de autorre-
alização.

- Teoria ERC de Alderfer:


Tentou aperfeiçoar a hierarquia das necessidades de Maslow, criando três categorias: Existência (necessidades fisiológicas e de segu-
rança), Relacionamento (dividiu a estima em duas partes: o componente externo da estima.
(social) e o componente interno da estima (autoestima) incluindo nessa categoria as necessidades sociais e o componente externo da
estima) e Crescimento (incluindo aqui autoestima e a necessidade de autorrealização).

- Teoria dos dois fatores de Herzberg:


Herzberg descobriu que há dois grandes blocos de necessidade humanas: os fatores de higiene (extrínsecos) e os fatores motivacio-
nais (intrínsecos). Os fatores de Higiene são fatores extrínsecos ou exteriores ao trabalho. Para Herzberg, eles podem causar a insatisfação
e desmotivação se não atendidos, mas, se atendidos, não necessariamente causarão a motivação. Exemplos: segurança, status, relações
de poder, vida pessoal, salário, condições de trabalho, supervisão, política e administração da empresa. Os fatores motivadores são os
fatores intrínsecos, internos ao trabalho. Estes fatores podem causar a satisfação e a motivação. Exemplos: crescimento, progresso, res-
ponsabilidade, o próprio trabalho, o reconhecimento e a realização.

- Teoria da determinação de metas:


Considera que a determinação de metas motiva os trabalhadores. A equipe deve participar na definição das metas (construção con-
junta), que devem ser claras, desafiadoras mas alcançáveis.

- Teoria da equidade:
- Também conhecida como teoria da comparação social. A motivação seria influenciada fortemente pela percepção de igualdade e
justiça existente no ambiente profissional.

- Teoria da expectativa (ou expectância) de Victor Vroom:


Construída em função da relação entre três variáveis: Valência, força (instrumentalidade) e expectativa, referentes a um determinado
objetivo. Valência, ou valor, é a orientação afetiva em direção a resultados particulares. Pode-se traduzi-la como a preferência em direção,
ou não, a determinados objetivos. Valência positiva atrai o comportamento em sua direção, valência zero é indiferente e valência negativa
é algo que o indivíduo prefere não buscar. Expectativa é o grau de probabilidade que o indivíduo atribui a determinado evento, em função
da relação entre o esforço que vai ser despendido no evento e o resultado que se busca alcançar. Força, ou instrumentalidade, por sua vez,
é o grau de energia que o indivíduo irá ter que gastar em sua ação para alcançar o objetivo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- Teorias X e Y:
McGregor afirmava que havia duas abordagens principais de motivação e liderança: as teorias X e Y.A teoria X apresentava uma visão
negativa da natureza humana: pressupunha que os indivíduos são naturalmente preguiçosos, não gostam de trabalhar, precisam ser guia-
dos, orientados e controlados para realizarem a contento os trabalhos. A teoria Y é o oposto: diz que os indivíduos são automotivados,
gostam de assumir desafios e responsabilidades e irão contribuir criativamente para o processo se tiverem suficientes oportunidades de
participação.

Dentre as teorias citadas, a mais difundida é a da Hierarquia das Necessidades, abaixo mais detalhes sobre ela.

Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow:


necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades sociais, necessidades de autoestima e necessidades de auto
realização.

Quanto às implicações dessas teorias:

Implicações aos Administradores:


As implicações para os administradores estão relacionadas quanto à forma como motivar os subordinados:
- Devem determinar recompensas que são valorizadas por cada subordinado. Ao serem motivadoras devem ser adequadas aos indiví-
duos observando suas reações em diferentes situações e perguntando que tipos de recompensas desejam;
- Determinar o desempenho que você deseja - determinar qual o nível de desempenho que os subordinados têm que ter para serem
recompensados;
- Fazer com que o nível de desempenho seja alcançável - a motivação poderá ser baixa se os subordinados acharem que o que foi
determinado é difícil ou impossível;
- Ligar as recompensas ao desempenho;

347
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- Certificar se a recompensa e adequada - recompensas peque- O ciclo motivacional pode alcançar vários níveis de resolução
nas significam motivações fracas. da tensão: uma necessidade pode ser satisfeita, frustrada (quando
a satisfação é impedida ou bloqueada) ou compensada (a satisfação
Implicações para a Organização: é transferida para objeto). Muitas vezes a tensão provocada pelo
A expectativa da motivação também traz várias implicações surgimento da necessidade encontra uma barreira ou obstáculo
para a organização: para a sua liberação. Não encontrando a saída normal, a tensão re-
Geralmente, as organizações recebem o equivalente a recom- presada no organismo procura um meio indireto de saída, seja por
pensa e não o que desejam - o sistema de recompensas devem ser via psicológica (agressividade, descontentamento, tensão emocio-
projetados para motivar os comportamentos desejados; ex.: segu- nal, apatia, indiferença etc.) seja por via fisiológica (tensão nervosa,
rança, aumento de produção. insônia, repercussões cardíacas ou digestivas etc.). Outras vezes, a
O trabalho em si pode tornar-se intrinsicamente recompensa- necessidade não é satisfeita nem frustrada, mas é transferida ou
dor - se forem projetados para atender as necessidades mais ele- compensada. Isto se dá quando a satisfação de outra necessidade
vadas dos empregados, como ex.: independência, criatividade, o reduz ou aplaca a intensidade de uma necessidade que não pode
trabalho pode ser motivador por si mesmo. ser satisfeita.
Portanto, a tarefa mais importante para os administradores e A satisfação de alguma necessidade é temporal e passageira,
organizações é garantir que os subordinados tenham os recursos ou seja, a motivação humana é cíclica e orientada pelas diferentes
necessários para dar o melhor de si em prol do planejamento da necessidades. O comportamento é quase um processo de resolução
organização. de problemas, de satisfação de necessidade, à medida que elas vão
surgindo.
Ainda sobre motivação, precisamos entender o processo que O conceito de motivação – ao nível individual – conduz ao de
leva o indivíduo a tomar uma ação em busca de um objetivo, con- clima organizacional – ao nível da organização. Os seres humanos
forme mostra o Ciclo Motivacional.
estão continuamente engajados no ajustamento a uma variedade
de situações, no sentido de satisfazer suas necessidades e manter
O Ciclo Motivacional
um equilíbrio emocional. Isto pode ser definido com um estado
de ajustamento. Tal ajustamento não se refere somente à satisfa-
ção das necessidades de pertencer a um grupo social de estima e
de auto realização. É a frustração dessas necessidades que causa
muitos dos problemas de ajustamento. Como a satisfação dessas
necessidades superiores depende muito de outras pessoas, particu-
larmente daquelas que estão em posições de autoridade, torna-se
importante para a administração compreender a natureza do ajus-
tamento e do desajustamento das pessoas.
O ajustamento – assim como a inteligência ou as aptidões – va-
ria de uma pessoa para outra e dentro do mesmo indivíduo de um
momento para outro. Varia dentro de um continuum e pode ser de-
finido em vários graus, mas do que em tipos. Um bom ajustamento
denota “saúde mental”. Uma das maneiras de se definir saúde men-
tal é descrever as características de pessoas mentalmente sadias. As
características básicas de saúde mental são:
- As pessoas sentem-se bem consigo mesmas;
O ciclo motivacional percorre as seguintes etapas: uma neces- - As pessoas sentem-se bem em relação às outras pessoas;
sidade rompe o estado de equilíbrio do organismo, causando um - As pessoas são capazes de enfrentar por si as demandas da
estado de tensão, insatisfação, desconforto e desequilíbrio. Esse vida.
estado de tensão leva o indivíduo a um comportamento ou ação,
capaz de descarregar a tensão ou livrá-lo do desconforto e do dese- Liderança
quilíbrio. Se o comportamento ‘for eficaz o indivíduo encontrará a Uma característica essencial das organizações é que elas são
satisfação da necessidade e, portanto, a descarga da tensão provo- sistemas sociais, com divisão de tarefas. É aí que entra o conceito
cada por ela’. Satisfeita a necessidade, o organismo volta ao estado de Gestão de Pessoas! Gestão de Pessoas é um modelo geral de
de equilíbrio anterior e à sua forma de ajustamento ao ambiente. como as organizações se relacionam com as pessoas.
As necessidades ou motivos não são estáticos, pelo contrario,
Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social, e há na
são forças dinâmicas e persistentes que provocam comportamen-
organização também o subsistema técnico. A interação da gestão
tos. Com a aprendizagem e a repetição (reforço positivo), os com-
de pessoas com outros subsistemas, especialmente o técnico, en-
portamentos tornam-se gradativamente mais eficazes na satisfa-
volve alinhar objetivos organizacionais e individuais.
ção, de certas necessidades. E quando uma necessidade é satisfeita
ela não é mais motivadora de comportamento já que não causa A gestão de pessoas é uma das áreas que mais tem sofrido mu-
tensão ou desconforto. danças e transformações nos últimos anos.
Profissionais capazes de liderar, de exercer poder e influência
sobre as pessoas, fazem a diferença para muitas organizações. É
uma atividade que, se bem feita, mantém a saúde das relações en-
tre os indivíduos. Por isso, é muito importante essa atenção dada
aos fundamentos da psicologia.

348
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A liderança não deve ser confundida com direção nem com ge- Teoria Sobre Estilos de Liderança
rência. Um bom administrador deve ser necessariamente um bom Um dos mais populares expoentes da teoria comportamental,
líder. Por outro lado, nem sempre um líder é um administrador. Na Douglas McGregor, publicou um livro clássico, em que procura mos-
verdade, os líderes devem estar presentes no nível institucional, in- trar com simplicidade que cada administrador possui uma concep-
termediário e operacional das organizações. Todas as organizações ção própria a respeito da natureza das pessoas que tende a moldar
precisam de líderes em todos os seus níveis e em todas as suas áre- o seu comportamento em relação aos subordinados. Ele chegou à
as de atuação. conclusão de que há duas maneiras diferentes e antagônicas de en-
A liderança é um fenômeno tipicamente social que ocorre ex- carar a natureza humana. Uma delas é antiga e negativa, baseada
clusivamente em grupos sociais e nas organizações. Podemos defi- na desconfiança nas pessoas. A outra é moderna e positiva, basea-
nir liderança como uma influência interpessoal exercida numa dada da na confiança nas pessoas. McGregor denominou-as, respectiva-
situação e dirigida através do processo de comunicação humana mente, Teoria X e Teoria Y.
para a consecução de um ou mais objetivos específicos. Os elemen-
tos que caracterizam a liderança são, portanto, quatro: a influência, Teoria X
a situação, o processo de comunicação e os objetivos a alcançar. O administrador que pensa e age de acordo com a Teoria X ten-
A liderança envolve o uso da influência e todas as relações de a dirigir e controlar os subordinados de maneira rígida e inten-
interpessoais podem envolver liderança. Todas as relações dentro siva, fiscalizando seu trabalho, pois considera que as pessoas são
de uma organização envolvem líderes e liderados: as comissões, os passivas, indolentes, relutantes e sem qualquer iniciativa pessoal.
grupos de trabalho, as relações entre linha e assessoria, superviso- Nesse estilo de liderança, o administrador pensa que não se deve
res e subordinados etc. Outro elemento importante no conceito de confiar nas pessoas, porque elas não têm ambição e evitam a res-
liderança é a comunicação. A clareza e a exatidão da comunicação ponsabilidade. Ele não lhes delega responsabilidades porque acre-
afetam o comportamento e o desempenho dos liderados. A dificul- dita que elas são dependentes e preferem ser dirigidas. Com todas
dade de comunicar é uma deficiência que prejudica a liderança. O essas restrições, o administrador cria um ambiente autocrático de
terceiro elemento é a consecução de metas. O líder eficaz terá de trabalho, uma atitude de desconfiança, vigilância e controle coerci-
lidar com indivíduos, grupos e metas. A eficácia do líder é geralmen- tivo que não estimula ninguém a trabalhar. Pessoas tratadas dessa
te considerada em termos de grau de realização de uma meta ou maneira tendem naturalmente a responder com falta de interesse
combinação de metas. Mas, por outro lado, os indivíduos podem e de estímulo, alienação, desencorajamento, pouco esforço pessoal
considerar o líder como eficaz ou ineficaz, em termos de satisfação
e baixa produtividade, situação que vai reforçar o ponto de vista
decorrente da experiência total do trabalho. De fato, a aceitação
do administrador, fazendo-o aumentar ainda mais a pressão, a vi-
das diretrizes e comandos de um líder apoia-se muito nas expectati-
gilância e a fiscalização. A ação constrangedora do administrador
vas dos liderados de que suas respostas favoráveis os levarão a bons
provoca reação acomodada das pessoas. Quanto mais ele obriga,
resultados. Nesse caso, o líder serve ao grupo como um instrumen-
to para ajudar a alcançar objetivos. tanto mais elas tendem a se alienar em relação ao trabalho.

Teorias sobre Liderança Teoria Y


Já o administrador que pensa e age de acordo com a teoria Y,
Teorias de Traços de Personalidade tende a dirigir as pessoas com maior participação, liberdade e res-
As mais antigas teorias sobre liderança se preocupavam em ponsabilidade no trabalho, pois considera que elas são aplicadas,
identificar os traços de personalidade capazes de caracterizar os gostam de trabalhar e têm iniciativa própria. Ele tende a delegar
líderes. O pressuposto era que se poderia encontrar um número e a ouvir opiniões, pois acredita que as pessoas sejam criativas e
finito de características pessoais, intelectuais, emocionais e físicas habilidosas. Compartilha com elas os desafios do trabalho, porque
que identificassem os líderes de sucesso, como: pensa que elas são capazes de assumir responsabilidades, com au-
- Habilidade de interpretar objetivos e missões; tocontrole e autodireção no seu comportamento. Esse estilo de
- Habilidade de estabelecer prioridades; administrar tende a criar um ambiente democrático de trabalho e
- Habilidade de planejar e programar atividades da equipe; oportunidades para que as pessoas possam satisfazer suas neces-
- Facilidade em solucionar problemas e conflitos; sidades pessoais mais elevadas através do alcance dos objetivos
- Facilidade em supervisionar e orientar pessoas; organizacionais. Pessoas que trabalham com respeito, confiança e
- Habilidade de delegar responsabilidades para os outros. participação tendem a responder com iniciativa, prazer em traba-
lhar, dedicação, envolvimento pessoal, entusiasmo e elevada pro-
As críticas à teoria de traços de personalidade residem em dois dutividade em seu trabalho. A situação impulsionadora do adminis-
aspectos principais. O primeiro é que as características de persona- trador provoca uma reação empreendedora das pessoas. Quanto
lidade são geralmente medidas de maneira pouco precisa. O segun- mais ele impulsiona, tanto mais elas tendem a tomar iniciativa e
do é que essa teoria não considera a situação dentro da qual atua a responsabilidade no trabalho.
liderança, ou seja, os elementos do ambiente que são importantes Onde se situar? Qual o estilo de liderança a adotar? Essa ques-
para determinar quem será um líder eficaz. Alguns traços de perso- tão é simples. Em um modelo burocrático, provavelmente a teoria X
nalidade são importantes em certas situações, mas não em outras. seria a mais indicada como estilo de liderança para submeter rigida-
Um líder de empresa pode ser o último a falar em casa. Muitas ve-
mente todas as pessoas às regras e regulamentos vigentes. Porém,
zes é a situação que define um líder. Quando a situação se modifica,
na medida em que se adota um modelo adaptativo, a teoria Y tor-
a liderança passa para outras mãos.
na-se imprescindível para o sucesso organizacional. Contudo, inde-
pendentemente do modelo organizacional, o mundo moderno está
abandonando a teoria X e trocando-a definitivamente pela teoria Y.

349
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Comportamentos de Liderança evidentes sinais de tensão, frustração e agressividade. O líder é
A abordagem comportamental tenta identificar o que fazem os temido pelo grupo, que só trabalha quando ele está presente. A
líderes. Os líderes devem concentrar-se em fazer com que as tarefas liderança autocrática enfatiza somente o líder. O líder autocrático
sejam cumpridas ou em manter seus seguidores felizes? Na aborda- é tipicamente negativo, baseia suas ações em ameaças e punições:
gem comportamental, as características pessoais são consideradas mas também podem ser positivos, como foi demonstrado no caso
menos importantes que o real comportamento exibido pelos líde- de um autocrata benevolente que faz escolhas para dar algumas
res. recompensas a seus subordinados.
Três categorias gerais do comportamento de liderança recebe- Algumas vantagens do estilo de liderança autocrática é que ele
ram atenção particular: comportamentos relacionados ao desem- geralmente satisfaz como líder, favorece decisões rápidas, utiliza
penho de tarefas, à manutenção do grupo e à participação do em- favoravelmente os subordinados menos competentes, oferecendo
pregado nas tomadas de decisão. segurança e base estruturais para os empregados. A maior desvan-
tagem é que a maioria dos subordinados não gosta desse estilo,
Desempenho de Tarefas especialmente se for usado de maneira extrema a ponto de criar
A liderança exige fazer com que as tarefas sejam desempenha- medo e frustração.
das. Os comportamentos de desempenho de tarefas são os esforços Na liderança autocrática, o líder centraliza o poder e mantém o
do líder para garantir que a unidade de trabalho ou a organização controle de tudo e de todos em suas mãos.
atinjam suas metas. Essa dimensão é às vezes mencionada como Grupos com líder autoritário. Tendia a ser mais agressivo e bri-
preocupação com produção, liderança diretiva, estrutura iniciadora guento. Quando se exprimia a agressão, esta tendia a ser dirigida
ou proximidade de supervisão. Inclui o enfoque na velocidade, qua- aos outros membros do grupo e não ao líder. Alguns indivíduos
lidade e precisão do trabalho, quantidade de produção e na obedi- passaram a depender completamente do líder e só trabalhavam
ência às regras. quando ele estava presente. Quando o líder se afastava do grupo, o
trabalho não progredia com a mesma intensidade. Nas frustrações,
Manutenção do Grupo esses grupos tendem a se dissolver, através de recriminações e acu-
Ao exibir o comportamento de manutenção do grupo, os líde- sações pessoais.
res agem para garantir a satisfação dos membros do grupo, para
desenvolver e manter relações harmoniosas de trabalho e preser-
Líderes democráticos
var a estabilidade social do grupo. Essa dimensão é algumas vezes
Os líderes participativos ou democráticos descentralizam a au-
chamada de preocupação com as pessoas, liderança de apoio ou
toridade. As decisões participativas não são unilaterais, como no
consideração. Inclui enfoque nos sentimentos e no bem-estar das
caso do estilo autocrata, pois elas saem da consulta aos subordi-
pessoas, apreciação por elas e redução do estresse.
nados, bem como de sua participação. O líder e seus subordinados
Líderes positivos e negativos atuam como uma unidade social. Os empregados são informados
Existem diferenças entre maneiras pelas quais os líderes foca- sobre as condições que afetam seu trabalho e encorajados a ex-
lizam a motivação das pessoas. Se o enfoque enfatiza recompensas pressar suas ideias, bem como a fazer sugestões. A tendência geral
– econômicas ou outras – o líder usa a liderança positiva. Quanto é no sentido de ampliar o uso das práticas participativas, pois elas
melhor for a educação do empregado, maior é a sua solicitação de são consistentes com os modelos de apoio colegiado do comporta-
independência, e outros fatores trabalham a favor da motivação, mento organizacional.
mais dependente da liderança positiva. Se a ênfase é colocada em O líder é extremamente comunicativo, encoraja a participa-
penalidades, o líder está se utilizando da liderança negativa. Este ção das pessoas e se preocupa igualmente com o trabalho e com
enfoque pode conseguir um desempenho aceitável em suas situ- o grupo. O líder atua como um facilitador para orientar o grupo,
ações, mas tem custos humanos altos. Líderes de estilo negativo ajudando-o na definição dos problemas e nas soluções, coordenan-
agem de forma a dominarem e serem superiores às pessoas. Para do atividades e sugerindo ideias. Os grupos submetidos à liderança
conseguirem que um trabalho seja feito, eles submetem o seu democrática apresentaram boa quantidade de trabalho e qualidade
pessoal a personalidades tais como perda do emprego, reprimen- surpreendentemente melhor, acompanhadas de um clima de satis-
das frente a outros e descontos de dias trabalhados. Exibem sua fação, integração grupal, responsabilidade e comprometimento das
autoridade a partir da falsa crença que podem amedrontar todos pessoas.
para que atinjam a produtividade. Eles são mais chefes do que líde- Na liderança democrática ou participativa, o líder trabalha e
res. Existe um contínuo de estilo de liderança que classifica desde toma decisões em conjunto com os subordinados, ouvindo, orien-
o fortemente positivo até o fortemente negativo. Quase todos os tando e impulsionando os membros.
gerentes usam ambos os estilos indicados em algum lugar do con- Grupos com líder democrático. Os indivíduos convivem ami-
tínuo todos os dias, mas o estilo dominante deve afirmar-se com o gavelmente. Há mais atitudes amistosas e ligadas às tarefas. As
grupo. O estilo está relacionado com o modelo de comportamento relações com o chefe são mais espontâneas e livres. O trabalho
organizacional da pessoa. O modelo autocrático tende a produzir o progredia de maneira suave e espontânea, mesmo quando o chefe
estilo chamado de negativo, o modelo protetor é de alguma forma está ausente. Sob frustrações, originadas na situação de trabalho,
positivo; e os modelos de apoio ou corporativo são claramente po-
responde o grupo através de ataques organizados às dificuldades.
sitivos. A liderança positiva geralmente atinge níveis mais altos de
satisfação no trabalho e desempenho.
Líderes liberais
Os líderes liberais ou rédeas soltas evitam o poder e a respon-
Líderes autocráticos
O líder centraliza totalmente a autoridade e as decisões. Os sabilidade. Eles dependem muito do grupo, quanto ao estabeleci-
subordinados não têm nenhuma liberdade de escolha. O líder au- mento dos seus próprios objetivos e resolução dos seus próprios
tocrático é dominador, emite ordens e espera obediência plena e problemas. São os membros do grupo que treinam a si mesmos e
cega dos subordinados. Os grupos submetidos à liderança auto- promovem suas próprias motivações. O líder tem apenas um pa-
crática apresentaram o maior volume de trabalho produzido, com pel secundário. Na liderança do tipo rédeas soltas a contribuição

350
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
do líder é ignorada aproximadamente da mesma forma que na li- Dentro dessa perspectiva, observa-se a importância dos indi-
derança do tipo autocrática o líder ignora o grupo. Essa forma de cadores. Os indicadores de desempenho, conhecidos também por
liderança tende a permitir que diferentes unidades da organização KPI (Key Performance Indicator), facilitam a transmissão da missão
elaborem objetivos cruzados, e que pode degenerar num caos. Por e visão da empresa para funcionários que não ocupam cargos mais
essa razão normalmente não é usada como um estilo dominante, estratégicos, e direcionam seus esforços para objetivos estratégicos
mas mostra-se útil naquelas situações nas quais o líder pode deixar da empresa. 
as escolhas inteiramente por conta do grupo. É comum, porém não saudável, que no ambiente de trabalho
O líder permite total liberdade para a tomada de decisões in- diversos colaboradores não saibam a importância de suas ativida-
dividuais ou grupais, participando delas apenas quando solicitado des e não enxerguem o impacto de suas atividades no resultado
pelo grupo. O comportamento do líder é evasivo e sem firmeza. final da empresa. Assim, os indicadores orientam todos os esforços
Os grupos submetidos à liderança liberal não se saíram bem, nem destes em busca de metas que gerem um alto desempenho compe-
quanto à quantidade nem quanto à qualidade do trabalho, com for- titivo da organização.
tes sinais de individualismo, desagregação do grupo, insatisfação, Os KPIs se caracterizam como uma ferramenta de medição de
agressividade e pouco respeito ao líder. O líder é ignorado pelo gru- desempenho dos setores, de forma quantificáveis, buscando enten-
po. A liderança liberal enfatiza somente o grupo. der se os objetivos estão sendo atingidos e a necessidade de adotar
Na liderança liberal, o líder omite-se e deixa a situação fluir à medidas corretivas.
vontade, sem intervir ou mudar o rumo dos acontecimentos. Estudiosos sobre desempenho organizacional destacam algu-
Grupos com líder permissivo. O trabalho progredia desorde- mas características que um bom indicador de desempenho deve
nadamente e pouco. Embora houvesse considerável atividade, a ter, sendo:
maior parte dela era improdutiva. Perdeu-se um tempo considerá- - Relevante e de alto impacto: o indicador deve ter relevância
vel em discussões e conversas sobre assuntos meramente pessoais direta para o negocio;
entre os componentes do grupo. - Compreensível e simples: o entendimento do indicador deve
Um líder usa todos três tipos de estilos durante um período ser simples, para que todos os colaboradores sejam capazes de
de tempo, mas um deles tende a ser dominante. Os pesquisadores compreender-lo e entender sua importância;
notaram diferença na atmosfera de trabalho, no comportamento - Equilibrado: o KPI deve buscar o equilíbrio para atender as
dos elementos do grupo e nas realizações no desempenho dos três necessidades de curto e longo prazo;
grupos. - Temporal: sua medição deve possibilitar o acompanhamen-
to e a ação corretiva, sendo assim, é interessante que seja medido
Como um Líder Deve Agir diariamente, semanalmente, mensalmente, variando com a neces-
A gestão situacional é a habilidade de mudar a situação, quan- sidade;
do for necessário. E para realizar essa mudança, deve o líder ter
uma variedade de comportamentos para adaptar-se à situação. O desenvolvimento de bons KPIs permite a empresa medir seu
Esse fato chama-se residência de estilo, que é a capacidade de man- desempenho e identificar onde estão seus problemas internos, pos-
ter um estilo adequado a cada situação. sibilitando o aperfeiçoamento de suas operações. Quando se tem
Já o repertório de estilos consiste na habilidade do gerente (ou
indicadores de desempenho efetivos, aumenta-se a eficiência dos
líder) em variar seu próprio estilo básico de comportamento.
setores, auxilia na tomada de decisão, impulsionam as vendas e até
reduzem custos, entre outros benefícios. Dessa forma, é muito im-
Comportamento do líder
portante para as organizações que desenvolvam bons indicadores e
As pesquisas sobre liderança levaram os psicólogos a observar
que transmitam aos colaboradores a importância destes.
duas estruturas gerais de comportamento do líder. Vejamos:
- Líder orientado para a tarefa (OT). Dentro dessa estrutura
de comportamento, o líder (gerente) dirige os seus esforços e o de
seus subordinados para a tarefa, visando iniciar, organizar e dirigir GESTÃO DA QUALIDADE
um trabalho.
- Líder orientado para as relações interpessoais (OR). O gerente
(líder) voltado para essa orientação tem relações pessoais mais am- A qualidade é hoje a palavra-chave mais difundida dentro das
plas no trabalho, caracterizado por ouvir, confiar e encorajar. empresas. Ao mesmo tempo existe muito pouco entendimento so-
bre o que é qualidade. Os próprios teóricos da área reconhecem a
Baseado nessa orientação, Reddin propôs quatro combinações dificuldade de se definir, precisamente, o que seja o atributo quali-
de estilos de liderança. dade de um produto. Esta dificuldade existe principalmente porque
- Líder separado: Esse estilo de liderança dá ao gerente baixa a qualidade pode assumir diferentes significados para diferentes
orientação para o trabalho e pouca orientação para as relações hu- pessoas e situações, dependendo se quem a observa é um consu-
manas. midor, um produtor ou ainda um órgão governamental.
- Líder relacionado: Tem apenas alta orientação para as rela- Dentro de uma organização, a qualidade também assume di-
ções humanas. ferentes significados para cada um dos setores da empresa, seja
- Líder integrado: Possui uma elevada orientação para o traba- Marketing, Produção, Assistência técnica, Projetos, etc. Além disso,
lho e também interesses altos; é voltado para as relações humanas. a palavra qualidade tem assumido diferentes significados ao longo
- Líder dedicado: Tem apenas alta orientação para o trabalho. do tempo, principalmente, para bens de consumo, em função das
conveniências e estratégias de mercado das empresas.
Desempenho No dicionário de Buarque de Holanda, a qualidade, em seu sen-
O gerenciamento do desempenho organizacional tem por ob- tido genérico, é definida como “propriedade, atributo ou condição
jetivo direcionar todos os esforços da organização em prol dos ob- das coisas ou das pessoas capaz de distingui-las das outras e de lhes
jetivos desta. Dessa forma, busca-se a efetividade de todas as ativi- determinar a natureza”. Assim, a qualidade seria uma propriedade
dades da empresa alinhada com o objetivo macro da organização. inerente à pessoa e ao próprio produto.

351
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Os conceitos de qualidade apresentados pelos principais auto- Enfoque baseado na fabricação
res da área são os seguintes: As definições baseadas na fabricação identificam a qualidade
como “conformidade com as especificações”. Uma vez que uma es-
Juran associa qualidade à ideia de “adequação ao uso”. Assim, pecificação de projeto tenha sido estabelecida, qualquer desvio sig-
para esse autor, um produto tem qualidade quando é adequado ao nifica redução na qualidade; portanto, identifica-se excelência com
uso, ou seja, quando satisfaz às necessidades do usuário. A adequa- o atendimento de especificações. Assim, um produto construído
ção ao uso é determinada por aquelas características do produto em conformidade com as especificações seria considerado de boa
que o usuário reconhece como benéficas para ele. qualidade, independente do conteúdo ( ou qualidade intrínseca )
Feigenbaun define qualidade como o conjunto de caracterís- da especificação.
ticas do produto, tanto de engenharia quanto de fabricação, que De acordo com o enfoque baseado na fabricação, as melhorias
determinam o grau de satisfação que proporciona ao consumidor, na qualidade, que são equivalentes às reduções na porcentagem
durante seu uso. de defeituosos, levam a custos menores, uma vez que prevenir a
Crosby, por sua vez, define qualidade como “conformidade ocorrência de defeitos é interpretado como sendo mais econômico
com especificações”. do que seu retrabalho.
As citações de outros autores basicamente repetem ou são va- Uma definição ode qualidade bastante difundida, dentro deste
riações das definições apresentadas e, em geral, poderiam ser resu- enfoque, é a definição, apresentada anteriormente, de P.B.Crosby,
midas em: “a qualidade de um produto é o grau em que o mesmo “qualidade é conformidade com especificações”.
satisfaz às exigências do consumidor”.
Garvin procurou sistematizar os conceitos de qualidade e iden- Enfoque baseado no valor
tifica cinco enfoques principais para se definir qualidade: Aqui se define a qualidade em termos de custos e preços. De
1- enfoque transcendental; acordo com esse enfoque, um produto de qualidade é aquele que
2- enfoque baseado no produto; apresenta desempenho a um preço aceitável. Assim, um produto
3- enfoque baseado no usuário; extremamente caro, em relação ao poder de compra do mercado,
4- enfoque baseado na fabricação; e não importando o quão bem feito ele o é, não poderia ser consi-
5- enfoque baseado no valor. derado um produto de qualidade, pois teria poucos compradores.
A dificuldade de se empregar esta abordagem estaria na união
Enfoque transcendental de dois conceitos correlatos, mas distintos, a qualidade e o valor.
Segundo este enfoque, a qualidade é sinônimo de “excelência O resultado é um elemento híbrido - “excelência adquirível “- que
nata”. Ela é absoluta e universalmente reconhecível. Entretanto, a não possui limites bem definidos e que é difícil de ser aplicado na
qualidade não poderia ser precisamente definida, pois ela é uma prática.
propriedade simples e não analisável, que aprendemos a reconhe- A coexistência desses diferentes enfoques explica os conflitos
cer somente através da experiência e observação. sobre qualidade entre, por exemplo, a área de Marketing, onde pre-
dominam os enfoques baseados no produtos e/ou no usuário, e a
Enfoque baseado no produto
área de Produção, com predomínio do enfoque baseado na fabrica-
Por este enfoque, a qualidade é definida como uma variável
ção. Segundo Garvin, a par do potencial de conflito, é útil cultivar
precisa e mensurável, e as diferenças na qualidade refletem-se nas
tais perspectivas diferentes pois são essenciais para a introdução
características possuídas por um produto. Este enfoque leva a uma
bem sucedida de produtos de alta qualidade. As características que
dimensão vertical ou hierarquizada da qualidade, para que os pro-
definem a qualidade de um produto devem ser inicialmente identi-
dutos possam ser classificados segundo as características que pos-
ficadas através de uma pesquisa de mercado (abordagem baseada
suem. Esta visão leva a dois pontos fundamentais: primeiro, a quali-
no usuário). As características devem, então, ser traduzidas em atri-
dade é uma característica inerente aos produtos e pode ser avaliada
butos identificáveis de produto (qualidade baseada no produto), e o
objetivamente: segundo, uma qualidade melhor só pode ser obtida
a custos maiores, uma vez que a qualidade reflete as características processo produtivo pode então ser organizado, assegurando que os
que um produto contém e, como as características são elementos produtos estão seguindo essas especificações (abordagem baseada
valoráveis na produção, os produtos com qualidade superior serão na fabricação). Todos estes três aspectos são necessários e devem
mais caros. ser conscientemente atacados.
Garvin (1984) identifica ainda oito dimensões com vistas a de-
Enfoque baseado no usuário sagregar a qualidade em seus elementos básicos:
Este enfoque parte da premissa oposta de que “a qualidade 1. Desempenho
está nos olhos do observador/consumidor”. A qualidade estaria as- 2. Características
sociada a uma visão subjetiva, baseada em preferências pessoais. 3. Confiabilidade
Supõe-se que os bens que melhor satisfazem as preferências do 4. Conformidade
consumidor são aqueles por ele considerados como tendo alta qua- 5. Durabilidade
lidade. Este enfoque levou ao conceito de “pontos ideais” ( precisas 6. Assistência técnica
combinações de atributos do produto que dão a maior satisfação a 7. Estética
um consumidor específico) e à visão econômica de que as diferen- 8. Qualidade observada
ças de qualidade são percebidas através de alterações na curva de
demanda do produto. Levou ainda ao conceito de “adequação ao Juntas essas oito dimensões da qualidade cobrem vasto con-
uso”, predominante na literatura da área de qualidade. junto de conceitos. Há dimensões que envolvem atributos mensu-
A definição de qualidade, baseada neste enfoque, e mais difun- ráveis do produto. Algumas são objetivas e não são influenciadas
dida, é a definição de Juran, já apresentada aqui: qualidade é ade- pelo elemento tempo, ao passo que outras são modificadas pelas
quação ao uso. Este enfoque não significa, necessariamente, que as várias tendências (modas). Há ainda as que são características ine-
características objetivas do produto não sejam avaliadas. rentes aos produtos, enquanto outras são associadas. A confiabi-
lidade, a conformidade, a durabilidade e a assistência técnica são

352
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
dimensões que envolvem atributos mensuráveis do produto e são Na literatura de Economia e Marketing, a qualidade é tratada
objetivas. O desempenho e as características podem refletir prefe- em relação à questão da concorrência em qualidade, e esta é enten-
rências pessoais, enquanto a estética e a qualidade observada são dida e discutida pelos autores dentro do âmbito da diferenciação
as mais subjetivas. de produto. De modo geral, os economistas tratam a concorrência
empresarial por diferenciação de produto como uma concorrência
A diversidade desses conceitos (dimensões) ajuda a explicar em qualidade, independente da natureza e do conteúdo desta di-
as diferenças entre as cinco abordagens tradicionais da qualidade. ferenciação.
Cada uma das abordagens está implicitamente voltada para uma Em face da subjetividade associada ao termo qualidade e ao
ou mais dimensões da qualidade: a abordagem baseada no produ- emprego bastante genérico da mesma, outros termos foram cria-
to preocupa-se com desempenho, características e durabilidade; dos na prática para se designar a qualidade propriamente dita dos
a abordagem baseada no usuário está voltada para a estética e a produtos, tais como “desempenho do produto” e “confiabilidade
qualidade observada; e o enfoque baseado na produção busca a do produto”.  
conformidade e a confiabilidade. São inevitáveis os conflitos entre Com o crescimento da competição global, a gestão da quali-
os cinco enfoques, pois cada um define qualidade a partir de um dade se tornou intensamente importante para a liderança e para a
ponto de vista diferente. Uma vez que o conceito seja bem enten- gestão de todas as organizações. Os Princípios de Gestão da Qua-
dido e cada dimensão seja considerada separadamente, ficará claro lidade aplicam-se, de uma maneira global, a todos os grupos de
o porquê dos conflitos. usuários. Esse documento está focado sobre as necessidades dos
Cada dimensão da qualidade impõe suas próprias exigências à gerentes executivos.
empresa. Alto desempenho requer priorização do projeto, além de Aplicando os oito Princípios de Gestão da Qualidade, as orga-
boa capacidade das áreas de engenharia e de projetos; durabilida- nizações produzirão benefícios para os clientes, acionistas, fornece-
de superior exige o uso de componentes mais duráveis; já a confor- dores, comunidades locais e para a sociedade como um todo.
midade superior requer rigoroso cumprimento das especificações
na produção, bem como precisão na montagem; e ótima assistência Definição de Princípio de Gestão da Qualidade
técnica requer um sólido departamento de serviços ao consumidor “Um Princípio de Gestão da Qualidade é uma crença ou regra
e ativos representantes de campo. Em cada caso, uma função dife- fundamental e abrangente para conduzir e operar uma organização,
rente assume o papel principal, sendo necessárias diferentes priori- visando melhorar, continuamente, seu desempenho a longo prazo,
dades para se alcançar a meta pretendida. pela focalização nos clientes e, ao mesmo tempo, encaminhando as
A correta conceituação da qualidade, bem como a sua desagre- necessidades de todas as partes interessadas.”
gação em cada situação empresarial, pode ser chave para se recor-
rer à qualidade como uma estratégia de concorrência. Princípios de Gestão da Qualidade
O fator comum em quase todas as tentativas de se conceitu-
ar a qualidade é a satisfação das necessidades do consumidor. As- Princípio 1 – Organização Focada no Cliente
sim, um produto seria considerado qualitativamente correto, ou de “As organizações dependem de seus clientes e, portanto, deve-
“boa” qualidade, desde que satisfizesse às necessidades do consu- riam entender as necessidades atuais e futuras, atender os requisi-
midor, independente do conteúdo desta qualidade. Nesse sentido, tos e se esforçarem para exceder as expectativas dos seus clientes.
a qualidade seria um conceito relativo; em face da subjetividade Benefícios da aplicação desse Princípio para:
associada à satisfação de necessidades, e não uma propriedade ine- · a gestão operacional – melhorando o desempenho da organi-
rente que se afirma ou se nega de um produto. zação a fim de atender as necessidades dos clientes
Para os autores, portanto, a qualidade deixa de ser uma pro-
priedade que os produtos têm ou não têm para estar associada Princípio 2 – Liderança
ao conceito da satisfação de necessidades. Com isto se justifica a “Líderes estabelecem a unidade de propósitos e a direção da
existência de diferentes níveis de qualidade associados aos produ- organização. Eles deveriam criar e manter um ambiente interno no
tos e, assim, de acordo com esta lógica, um produto destituído de qual as pessoas possam se tornar plenamente envolvidas no alcan-
qualidade intrínseca seria considerado qualidade adequada para ce dos objetivos da organização.”
um consumidor pouco exigente em face de suas limitações econô- Benefícios da aplicação desse Princípio para:
micas, culturais e sociais. · a gestão operacional, dando poder e envolvendo as pessoas
O raciocínio pelo qual passa essa visão considera o sujeito para alcançar os objetivos da organização;
(consumidor) e o objeto (produto) como entidades autônomas e
separadas que se relacionam através da necessidade, enquanto a Princípio 3 – Envolvimento de Pessoas
qualidade seria um indicador de grau em que o produto satisfaz às “Pessoas de todos os níveis são a essência de uma organização
necessidades do consumidor. Nesta perspectiva, a qualidade me- e o pleno envolvimento delas permite que suas capacidades sejam
diria o ajustamento entre as necessidades do consumidor e a sa- usadas para o benefício da organização.”
tisfação oferecida pelo produto. Assim, deixa-se transparecer que Benefícios da aplicação desse Princípio para:
a necessidade seria o propulsor da produção e da qualidade desta · a gestão operacional, pessoas sendo envolvidas em decisões
produção. apropriadas e em processos de melhorias;
Entretanto, pode-se questionar até que ponto as necessidades
são naturais ou são geradas. Esta questão não é considerada por Princípio 4 – Enfoque de Processo
esses autores e exige que, para se entender a lógica da qualidade, “Um resultado desejado é alcançado mais eficientemen-
principalmente no que diz respeito a bens de consumo, se entenda te quando as atividades e recursos relacionados são gerenciados
a lógica das necessidades e da satisfação. Estas questões, entretan- como um processo.”
to, serão abordadas no próximo capítulo quando analisaremos as
estratégias de obsolescência planejada.

353
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Benefícios da aplicação desse Princípio para: Elementos da Gestão da Qualidade
· a gestão operacional; a adoção do enfoque de processos para > Excelência: Significa fazer o melhor que se consegue fazer. A
todas as operações resulta em custos mais baixos, prevenção de er- excelência é considerada um valor por muitas organizações, sendo
ros, controle da variabilidade, tempos de ciclo mais curtos e saídas também um objetivo a ser seguido. Em termos simples, quando fa-
mais previsíveis; lamos de gestão da qualidade, utilizamos a palavra como sinônimo
de um desempenho de alto nível, ou seja, trata-se basicamente do
Princípio 5 – Enfoque Sistêmico para a Gestão «fazer bem feito», que é o ideal da própria excelência (boas práticas
“Identificar, compreender e gerenciar um sistema de processos que conduzem à inovação e melhoram o resultado).
inter-relacionados para um dado objetivo melhora a eficácia e a efi- > Regularidade: Significa a redução da variação que ocorre em
ciência da organização.” qualquer processo de trabalho, seja fabricar um produto ou prestar
um serviço. Qualidade, em seu conceito, também é sinônimo de re-
Benefícios da aplicação desse Princípio para: gularidade e confiabilidade. Dessa maneira, quanto menor for a va-
· a gestão operacional – uma visão mais ampla da eficácia de riação de um produto (suas características ou desconformidades),
processos a qual conduz ao entendimento das causas de problemas mais qualidade ele conseguirá ter e vice-versa. Trata-se de um dos
e oportunas ações de melhorias; principais pontos na gestão da qualidade.
> Valor: O valor é a apreciação feita pelo indivíduo da impor-
Princípio 6 – Melhoria Contínua tância de um bem, tendo como base sua utilidade, aspecto e ca-
“A melhoria contínua deveria ser um objetivo permanente na racterísticas. Num primeiro momento, significa produto de luxo ou
organização.” de alto desempenho. Quanto mais alta a qualidade do produto,
Benefícios da aplicação desse Princípio para: consequentemente mais alto será o seu preço, uma vez que, mais
- a gestão operacional – envolvendo as pessoas da organização qualidade implica em custos maiores. 
na melhoria contínua de processos; > Conformidade: É a contrapartida da qualidade planejada, ou
seja, é a qualidade real que o produto oferece (àquela que o clien-
Princípio 7 – Enfoque Factual para a Tomada de Decisão te recebe). Dependendo da taxa de sucesso do planejamento, ela
“Decisões eficazes são baseadas em análises de dados e infor- pode ser próxima ou distante da qualidade planejada. Se ao final
mações.” houver baixa conformidade, significa também que o produto é de
Benefícios da aplicação desse Princípio para: baixa qualidade, pois um produto ou serviço bem feito é aquele que
· a gestão operacional – informações e dados são a base para a está dentro das especificações que foram planejadas.
> Especificações: O elemento de especificação se refere à des-
compreensão do desempenho de sistemas e processos para orien-
crição da produto, ou de sua determinação circunstancial. São as
tar as melhorias e prevenir problemas futuros;
características do produto. As especificações descrevem o produto
ou serviço em termos de sua utilidade, desempenho e atributos.
Princípio 8 – Relacionamento Mutuamente Benéfico com o For-
Com isso, nós temos a “qualidade planejada’’ que estabelece como
necedor
o produto ou serviço devem ser. 
“Uma organização e seus fornecedores são interdependentes,
> Adequação ao uso: A adequação dependerá da perspectiva
e um relacionamento mutuamente benéfico aumenta a capacidade
do cliente. Essa perspectiva abrange dois aspectos distintos: a quali-
de ambos criarem valor.”
dade de projeto e a ausência de deficiências. O primeiro compreen-
Benefícios da aplicação desse Princípio para: de as  características do produto que atendem às necessidades do
· a gestão operacional – criando e gerenciando relacionamen- cliente. Quanto mais o produto atender à sua finalidade, maior será
tos com fornecedores para garantir fornecimentos sem defeito, a qualidade do projeto. A ausência de deficiências compreende as
dentro dos prazos, e confiáveis; falhas no cumprimento das especificações, ou seja, quanto menor o
número de falhas, mais alta será a qualidade do produto ou serviço.
Pode-se definir a gestão da qualidade como qualquer atividade
coordenada de direção e controle dos processos, que possui como A gestão de qualidade é uma estratégia empresarial, bastante
principal objetivo a melhoria de produtos e serviços, visando ainda difundida, que visa associar qualidade a todas as etapas e proces-
garantir a satisfação total dos clientes. A primeira abordagem da sos de uma empresa ou organização. A gestão de qualidade não só
qualidade surgiu durante a Segunda Guerra Mundial e tinha como apenas afeta a gestão da empresa, mas também os fornecedores e
única finalidade a correção de erros nos produtos bélicos dos exér- todos aqueles que trabalharem junto à empresa.
citos. Com a expansão da indústria no início do século XX, surgiu o O conceito da gestão de qualidade vem do toyotismo, que é
controle da qualidade, que visava a uniformidade dos processos, um modo de produção japonês, do qual a Toyota foi a precursora.
sem haver uma preocupação explícita com a qualidade em si, mas O toyotismo foi a solução encontrada para a produção no Japão pós
sim com a atividade da empresa em geral. segunda guerra. A situação que eles tinham era bem diferente da
Após o término da Segunda Guerra, ocorreram novos avanços americana, por isso o fordismo não pode ser usado no Japão. O mé-
nos estudos da qualidade (muito devido ao sucesso da produção todo japonês era um sistema flexível. A mão de obra não era extre-
em massa de Ford). Com isso, foi desenvolvido o conceito do con- mamente segmentada como a de Henry Ford, e era multifuncional,
trole estatístico da qualidade, o que posteriormente abriria as por- dando flexibilidade para a produção japonesa da época que era pe-
tas para pesquisas mais aprofundadas sobre o assunto. Já dentro quena, e tinha recursos escassos. O modelo de Toytota valorizava a
do contexto mundial, a qualidade é visualizada como uma forma de capacitação dos profissionais e a eficiência. Esta é a sua semelhança
gerenciamento que tem por finalidade melhorar de modo contínuo com a gestão de qualidade.
(Kaizen) o desempenho organizacional. De acordo com os estudos A gestão de qualidade objetiva aumentar a satisfação dos clien-
sobre gestão da qualidade, existem seis elementos nos quais a tes com o produto, ter uma melhor eficiência de produção, reduzir
mesma se baseia, sendo eles: excelência, valor, especificações, con- os custos, formar um sistema que facilite buscar novos mercados e
formidade, regularidade e adequação ao uso. novas parcerias com outras empresas.

354
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A implementação da gestão de qualidade Envolvimento das pessoas: toda organização é formada por
Muitos empresários se inibem na hora de implantar a gestão pessoas que, em conjunto, constituem a essência da organização.
de qualidade em suas empresas, estas sendo normalmente de pe- Portanto, a gestão da qualidade deve compreender o envolvimento
queno e médio porte. Isso acontece por que muita gente pensa que de todos, o que possibilitará o uso de sãs habilidades para o bene-
são necessários processos caros e trabalhosos para implantar a ges- fício da organização;
tão de qualidade. Mas isto não é verdade. Abordagem por processos: a abordagem por processos permite
Claro que em grandes empresas o processo acaba sendo fei- uma visão sistêmica do funcionamento da empresa como um todo,
ta de maneira mais complexa e com investimentos maiores. Mas a possibilitando o alcance mais eficiente dos resultados desejados;
gestão de qualidade pode ser levada para dentro das empresas sem Abordagem sistêmica: a abordagem sistêmica na gestão da
grandes gastos. A gestão de qualidade é uma série de conceitos que qualidade permite que os processos inter-relacionados sejam iden-
precisam ser absorvidos por cada um dos profissionais que traba- tificados, entendidos e gerenciados de forma a melhorar o desem-
lham dentro da empresa. E para isto não são gastos financeiros que penho da organização como um todo;
precisamos, e sim liderança e motivação para fazer com que todos Melhoria contínua: para que a organização consiga manter a
mudem a sua maneira de pensar para a empresa como um todo qualidade de seus produtos atendendo suas necessidades atuais e
poder melhorar. futuras e encantando-o (excedendo suas expectativas), é necessá-
rio que ela tenha seu foco voltado sempre para a melhoria contínua
Princípios da gestão de qualidade do seu processo e produto/serviço;
A gestão de qualidade total, como às vezes é chamada, tem Abordagem factual para a tomada de decisão: todas as deci-
alguns princípios básicos, listados abaixo: sões dentro de um sistema de gestão de qualidade devem se toma-
- Qualidade é algo que pode e deve ser gerenciada; das com base em fatos, dados concretos e análise de informações,
- Problemas devem ser prevenidos, não remediados; o que implica na implementação e manutenção de um sistema efi-
- Processos e não pessoas são os frutos dos problemas; ciente de monitoramento;
- Todo mundo tem um fornecedor e um cliente; Benefícios mútuos nas relações com fornecedores: a organiza-
- Cada empregado da empresa é responsável por manter a qua- ção deve buscar o relacionamento de benefício mútuo com seus
lidade; fornecedores através do desenvolvimento de alianças estratégicas,
- A qualidade precisa ser medida; parcerias e respeito mútuo, pois o trabalho em conjunto de ambos
- A melhora da qualidade precisa ser contínua; facilitará a criação de valor.3
- Objetivos são baseados em necessidades, não são negocia-
dos; ADMINISTRAÇÃO DA QUALIDADE
- O padrão de qualidade é livre de defeitos; Todas as pessoas convivem sob a sombra da palavra qualida-
- Planejar e organizar para melhorar a qualidade; de. Não é para menos, a qualidade tornou-se alicerce fundamental
- O gerenciamento deve liderar e estar envolvido diariamente para as organizações, onde ganhou destaque à cerca de 30 anos.
no processo. Porém, a sua abordagem é bem mais antiga, vindo de filósofos gre-
gos e chineses.
A gestão de qualidade é uma filosofia empresarial. Uma em- A primeira abordagem de qualidade dentro das organizações
presa que trabalha efetivamente com ela tem as suas fundações visava a uniformidade dos processos e não havia uma preocupação
baseadas na busca pelo melhor a cada dia que passa. Uma placa explícita com a qualidade. A produção em massa abriu as portas
dourada, pendurada na parede, com os princípios da empresa em para a pesquisa da qualidade.
baixo relevo é bonito, mas se cada um dentro da organização não Como qualidade era sinônimo de uniformidade e o controle de
acreditar e viver aquilo, de nada adianta.2 todas as peças produzido era muito demorado, surgiu o controle
A gestão da qualidade pode ser definida como sendo qualquer estatístico da qualidade.
atividade coordenada para dirigir e controlar uma organização no
sentido de possibilitar a melhoria de produtos/serviços com vistas COMO DEFINIR QUALIDADE?
a garantir a completa satisfação das necessidades dos clientes re- Não há uma definição universal para qualidade, mas podemos
lacionadas ao que está sendo oferecido, ou ainda, a superação de abordá-la segundo alguns pontos de vista.
suas expectativas.
Desta forma, a gestão da qualidade não precisa, necessaria- EXCELÊNCIA
mente, implicar na adoção de alguma certificação embora este seja Nesta definição, elaborada pelos pensadores gregos. Excelên-
o meio mais comum e o mais difundido, porém, sempre envolve a cia é o que diferencia as coisas superiores das inferiores. Refere-se
observância de alguns conceitos básicos, ou princípios de gestão da ao mais alto nível possível sob um aspecto. Esta linha é exemplifica-
qualidade, que podem e devem ser observados por qualquer orga- da por frases como:
nização. A saber: 1. Qualidade significa a aplicação dos melhores talentos e re-
Focalização no cliente: qualquer organização tem como motivo cursos para produzir os resultados mais elevados;
de sua existência a satisfação de determinada necessidade de seu 2. Ou se faz bem feito ou mal feito.
cliente, seja com o oferecimento de um produto ou serviço. Portan-
to, o foco no cliente é um princípio fundamental da gestão da qua- A ideia é obter a qualidade máxima desde o primeiro momen-
lidade que deve sempre buscar o atendimento pleno das necessi- to.
dades do cliente sejam elas atuais ou futuras e mesmo a superação
das expectativas deste;
Liderança: cabe aos líderes em uma organização criar e manter
um ambiente propício para que os envolvidos no processo desem-
penhem suas atividades de forma adequada e que se sintam moti-
vadas e comprometidas a atingir os objetivos da organização;
2--> Fonte: www.adm.esobre.com 3--> Fonte: www.infoescola.com

355
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
VALOR
Esta definição está bastante ligada ao status que o produto ou serviço proporciona para o comprador. Ela surgiu na ascensão da pro-
dução massificada de bens de consumo que tinham baixo preço. Ela faz a diferenciação de produtos que podem ser adquiridos a baixos
preços e pela grande maioria da população de produtos que são adquiridos somente por pouquíssimas pessoas a custos muito altos. Esta
definição segue uma frase de Freud: “Se quiser qualidade, pague por ela”.

ESPECIFICAÇÕES
Do ponto de vista dos profissionais da área de exatas, qualidade está relacionada com as especificações técnicas de um produto ou
serviço. Se o produto ou serviço está de acordo com as suas especificações técnicas, ele tem qualidade.
Este conceito está relacionado com a qualidade planejada para o produto ou serviço.

Conformidade com Especificações


A qualidade planejada é apenas um ponto, é preciso verificar se as especificações foram bem definidas e alcançadas. Ou seja, é preciso
analisar a qualidade recebida pelo cliente.

REGULARIDADE
Qualidade também significa a uniformidade sugerida por Taylor e Ford. A uniformidade sugere confiabilidade do produto ou serviço.

ADEQUAÇÃO AO USO
Como não poderia deixar de haver, existe uma definição exclusiva para o cliente. Neste contexto, há dois significados:

Qualidade do Projeto – este conceito compreende as características do produto que atendem as necessidades dos clientes. Quanto
mais o produto atender a esta finalidade, maior será a sua qualidade. Em outras palavras significa:
_ Clientes satisfeitos com o produto;
_ Produtos e serviços mais competitivos;
_ Melhor desempenho da empresa.

Ausência de Deficiências – esta parte compreende as falhas de cumprimento das especificações. Essas falhas de um modo ou de outro
podem ser evitadas pela organização. Quanto menor o número de falhas, maior a qualidade. Isto se reflete em:
_ Maior eficiência dos recursos produtivos;
_ Maior satisfação do cliente com o desempenho dos produtos e serviços;
_ Custos menores de inspeção e controle.
_ Tempo menor de colocação e consolidação de produtos no mercado.

CUSTOS DA QUALIDADE
De forma geral, Freud não está errado quando diz: “Se quer qualidade, pague por ela”. A qualidade tem custos, e requer investimentos
por parte da organização. Estes custos são repassados para o preço final do serviço ou produto. Existem, basicamente, duas categorias de
custos da qualidade que estão descritas na Tabela 5.1.

Tabela 5-1 - Categoria de Custos da Qualidade

356
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CUSTOS DA NÃO-QUALIDADE
A falta de qualidade do produto, ou seja, a inadequação do produto ou serviço para os clientes gera custos para a organização que
também são agrupados em duas categorias, conforme a Tabela 5.2.

Tabela 5-2 - Custos da não Qualidade

O CLIENTE EM PRIMEIRO LUGAR


Dentro dos conceitos modernos de administração, a qualidade é definida com base nas necessidades e no interesse do cliente. A au-
sência de deficiências permite oferecer produtos que satisfaçam os clientes e evitar os indesejáveis custos da não qualidade.
Para transformar desejos, interesses e necessidades do cliente em especificações é aplicada uma técnica chamada Quality Function
Deployment (QFD).
Ela consiste de quatro etapas:
1. Os atributos que o produto deve ter, segundo o cliente, são transformados em características e especificações técnicas;
2. As especificações técnicas são transformadas em características ou especificações de componentes ou matérias primas;
3. As especificações técnicas dos componentes são transformadas em características ou especificações do processo produtivo;
4. As informações de especificação do processo produtivo são aplicadas na montagem de um sistema de produção.

Dentro da visão moderna, o cliente é o ponto de partida para a definição de qualidade. Ao contrário dos enfoques da Administração
Científica, o cliente é o elemento chave.
- Eras da História da Qualidade
A história da qualidade do ponto de vista administrativo pode ser dividido em quatro eras.

- Era da Inspeção
A ênfase está em separar os bons produtos dos defeituosos por meio da observação direta. Esta abordagem vem desde os primórdios
da Revolução Industrial, onde o próprio artesão fazia a inspeção da sua produção que tinha que estar de acordo com as especificações
técnicas que ele mesmo estipulou. No início do século XX, as empresas começaram a ver os supervisores de produção como agentes da
qualidade.

- Era do Controle Estatístico


Com a ascensão da produção massificada, a inspeção tornou-se impraticável. Este novo ambiente era mais propício a outras técnicas
de controle de qualidade. Uma delas era o controle estatístico. Ele se baseia na amostragem, ou seja, são tomadas algumas amostras da
produção ao invés de todos os produtos.
Sua primeira aplicação veio com Walter A. Shewhart que definiu a carta de controle, que desenvolveu técnicas de amostragem.
Até a Segunda Grande Guerra o seu modelo não era muito utilizado, entretanto, as forças armadas precisavam de grandes quantidades
de insumos com altíssima qualidade. As forças armadas influenciaram muito, pois adotaram técnicas refinadas de amostragem.
Após a guerra, a estatística ganhou força dentro das organizações como forma de controlar e obter a qualidade. Nesta mesma época,
veio a tona a ideia do departamento de qualidade dentro das organizações, pois até então era considerado um trabalho geral, porém
ocorria o seguinte:
A qualidade era um trabalho de todos, mas acabava sendo de ninguém.
O departamento de qualidade deveria ocupar-se, segundo o seu fundador Armand V. Feigenbaum, com:
_ Estabelecer padrões: definir os padrões de custo e desempenho do produto;
_ Avaliar o desempenho: comparar o desempenho dos produtos com os padrões.
_ Agir quando necessário: tomar providências corretivas quando os padrões forem violados;
_ Planejar aprimoramentos.

357
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- Qualidade Total Com o apoio da JUSE, Deming conseguiu chegar à Alta admi-
Prosseguindo as suas pesquisas, Feigenbaum apresentou uma nistração, onde dirigiu todos os seus esforços para sensibilizá-la da
evolução de suas propostas, chamado Controle da Qualidade Total necessidade da consciência na qualidade. Ele dizia que a qualida-
(TQC – Total Quality Control). O seu foco continua no cliente, ou de era o caminho natural para a prosperidade através do aumento
seja, a pedra fundamental para a definição de qualidade é o ponto de produtividade, redução de custos, conquista de mercados e da
de vista dos clientes. expansão do emprego. Para ele havia quatorze pontos a serem tra-
“A qualidade quem estabelece é o cliente e não os engenheiros, balhados:
nem o pessoal de marketing ou a alta administração. A qualidade de
um produto ou serviço pode ser definida como o conjunto total das TABELA 5-3 - PRINCÍPIOS DE DEMING
características de marketing, engenharia, fabricação e manutenção PONTOS DE DEMING
do produto ou serviço que satisfazem às expectativas do cliente”.
Consequentemente, a qualidade não é somente a conformida- Estabelecer a constância do propósito de melhorar o produto
de com as especificações, como era pregado na inspeção. A quali- e o serviço, com a finalidade de tornar a empresa competitiva,
dade vem desde a concepção do produto ou serviço a partir dos de- permanente no mercado e criar novos empregos;
sejos dos clientes. Depois dessa análise viriam outras características
como, por exemplo, confiabilidade e a manutenabilidade. Adotar a nova filosofia. Numa nova era econômica, a
Feigembaum enumerou oito estágios da qualidade no ciclo in- administração deve despertar para o desafio, assumir as
dustrial: responsabilidades e assumir a liderança da mudança;
1. Marketing – avalia no nível de qualidade desejado pelo clien- Acabar coma dependência da inspeção em massa. Elimina-
te e o custo que ele está disposto a pagar; se a necessidade da inspeção em massa construindo a
2. Engenharia – transforma as expectativas e os desejos do qualidade junto com o produto desde o começo;
cliente em especificações;
3. Suprimentos – escolhe, compra e retém fornecedores de pe- Cessar a prática da compra baseada exclusivamente no
ças e materiais; preço. Deve-se avaliar a relação custo/benefício;
4. Engenharia de Processo – escolhe máquinas, ferramentas e Melhorar constantemente o sistema de produção e
métodos de produção; serviços;
5. Produção – a supervisão e os operadores têm uma responsa-
Instituir o treinamento de serviço;
bilidade importante pela qualidade durante a fabricação;
6. Inspeção e testes – verificam a conformidade do produto Instituir a liderança;
com as especificações; Afastar o medo para que todos possam trabalhar de forma
7. Expedição – responsável pela embalagem e transporte; eficaz;
8. Instalação e assistência técnica.
Eliminar as barreiras entre as organizações para prever
Com esta nova visão a qualidade deixa de ser atributo do erros e tratá-los;
produto ou serviço. Deixa de ser responsabilidade de apenas um Cuidado com slogans que estimulam a competição interna
departamento, mas de todos os componentes da organização. A e prejudicial dentro da organização;
qualidade exige visão sistêmica, para integrar as ações das pessoas,
máquinas informações e todos os recursos envolvidos na adminis- Eliminar as cotas numéricas do chão da fábrica;
tração da qualidade. Remover as barreiras que impedem o operário de sentir
A qualidade de administração começa na administração su- orgulho de suas funções;
perior, de onde vem toda a coordenação do sistema de qualidade.
Instituir um sólido programa de treinamento e educação;
Nesse novo contexto, o departamento de qualidade deve ter pode-
res para garantir a qualidade dos produtos e serviços com o custo Agir para concretizar a mudança.
aceitável. A qualidade total envolve os clientes e os interesses das
empresas. Era preciso conhecer as necessidades dos clientes. Ele montou
três alicerces para a prosperidade com a qualidade:
A ESCOLA JAPONESA DA QUALIDADE TOTAL _ Predominância do Cliente;
O Japão é um país sem recursos naturais, conseqüentemente _ Importância da mentalidade preventiva;
a sua sobrevivência viria das exportações. Diante dessa realidade, _ Necessidade de envolvimento da alta administração.
a qualidade tornou-se uma verdadeira obsessão. Foram iniciadas
pesquisas e visitas a países onde a qualidade do processo industrial - Juran
era mais apurada. Com Joseph M. Juran, a JUSE conscientizou que o controle de
qualidade não se resumia a inspeção, mas a todas as áreas funcio-
- Deming nais e todas as operações das organizações. Ele criou o curso de
Em 1947 a JUSE (Associação Japonesa de Cientistas e Engenhei- controle de qualidade do gerente médio.
ros) se tornou o centro das atividades de qualidade do país. Esta
entidade convidou Willaim Edwards Deming para visitar o país e - Ishikawa e a Qualidade Total
ministrar alguns cursos de estatística. Os japoneses criaram a própria filosofia de qualidade total. Di-
Ele percebeu que a alta administração não se empenhava de ferente de Feigerbaum que pregava a participação de todos, mas
forma minimamente adequada com a qualidade. Ele presumiu que com a centralização em um departamento altamente especializa-
em pouco tempo, a qualidade iria se restringir a separa os produtos do. A cultura da indústria japonesa prega a qualidade a todos os
com defeitos dos sem defeitos. setores sem a necessidade de um departamento que centraliza as
atividades. Os treinamentos são direcionados a todos os membros
da organização.

358
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
MATURIDADE DA ERA DA QUALIDADE TOTAL Enfim, temos, resumidamente que, a qualidade tem existido
desde os tempos em que os chefes tribais, reis e faraós governa-
- Garantia Da Qualidade E Auditoria Do Sistema vam. Desde a antiguidade a qualidade possuía diferentes formas,
No ambiente da qualidade total, a qualidade não é preocupa- que variavam de acordo com o tipo de negócio que era realizado.
ção somente com os serviços ou produtos. Muito menos é respon- Nesses tempos, já existiam inspetores que aceitavam ou rejeitavam
sabilidade exclusiva de um grupo. Para a filosofia da qualidade total, os produtos se estes não cumpriam com as especificações solici-
todos os membros e setores da organização são responsáveis pela tadas. Por outro lado, nos dias atuais, a gestão da qualidade nos
qualidade, sendo tratada de forma sistêmica. trás pensamentos estratégicos que antecedem o agir e o produzir.
As organizações passaram a exigir de seus fornecedores que Esse modelo mudou a postura e a forma que as empresas vêem a
eles entregassem as matérias-primas com alta qualidade. Elas pas- qualidade, tornando-a um valioso item de vantagem competitiva
saram a fazer auditoria no sistema de qualidade de seus fornecedo- empresarial.
res. Dessa maneira, forma-se um ciclo de controle de qualidade, e o No Brasil, a gestão da qualidade começou a ser implantada a
sistema torna-se bastante completo. partir de 1990. Esse modelo foi um dos principais propulsores que
as organizações brasileiras tiveram para começarem a adquirir no-
NORMAS ISO 9000 vas competências e maiores patamares. Com a gestão da qualida-
A International Organization for Standartization (ISO) é uma de foi possível adquirir o aprendizado de novos procedimentos, a
organização privada que publicou normas para avaliação de um Sis- melhora na interação com o público interno e externo e a acelera-
tema de Qualidade, chamada Série 9000. Existem mais de 11.000 ção do desenvolvimento econômico e industrial. Essa “nova era”
padrões introduzidos pela ISO. Um ponto importante a ser conside- também trouxe consigo uma nova filosofia, baseada na elaboração
rado é que a ISO não faz auditorias para verificar se seguem as suas e aplicação de conceitos, métodos e técnicas adequadas à nova re-
recomendações. A adesão às suas recomendações é voluntária. alidade corporativa que vivemos.
Entretanto, devido a sua grande aceitação ela tornou-se refe- A gestão da qualidade marcou o deslocamento da análise do
rência em auditorias de sistemas de qualidade, surgindo empresas produto ou serviço para a concepção de um sistema integrado de
especializadas nesse tipo de auditoria, mas é importante ter conhe- qualidade. A qualidade deixou de ser um aspecto do produto e pas-
cimento que não há uma certificação ISO. sou a ser um problema da empresa, abrangendo todos os pontos
A Tabela 5.4 ilustra alguns exemplos de categorias ISO e a Tabe- de sua operação. Esse modelo pode ajudar a alavancar o melhor
la 5.5 os elementos das normas. da organização ao lhe permitir entender seus processos de entrega
de seus produtos e serviços a seus clientes. Suas diretrizes são de-
Tabela 5-4 - Exemplos das categorias ISO 9000 senvolvidas para serem usadas por toda organização como uma es-
trutura para guiar a companhia em direção à melhoria de contínua,
ISO 9000:2000 – SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO DA levando em conta as necessidades de todas as partes interessadas
QUALIDADE (stakeholders), não somente dos clientes.5

Fundamentos e vocabulários Fornece um ponto de partida FERRAMENTAS DA QUALIDADE


para a compreensão dos A utilização de metodologias de trabalho e a aplicação de fer-
padrões e define os termos ramentas conhecidas de todos na organização, dentro da mesma
e conceitos fundamentais filosofia, permitem uma maior rapidez e transparência nas comuni-
usados na família ISO 9000. cações internas e a consequente agilização na tomada de decisões.
Requisitos Padrão de Requisitos usados As ferramentas da Qualidade não são uma invenção nova. Al-
para avaliar a capacidade gumas delas já existem desde a II Guerra Mundial e, combinadas a
de atender requisitos outras mais recentes, formam o atual conjunto de que se dispõe
estabelecidos pelo cliente para o desenvolvimento de ações de melhoria.
e pela legislação. Ele é É comum classificá-las em ferramentas estatísticas e não esta-
amplamente usado para tísticas. Há quem as subdivida em ferramentas gerenciais e estatís-
certificação de empresas. ticas ou em antigas e novas ferramentas. Há quem selecione apenas
sete. Essas são denominadas «as sete ferramentas da qualidade».
Diretrizes para Aprimoramento É um conjunto de diretrizes
As ferramentas conhecidas como “as sete ferramentas da qua-
do Desempenho para o aprimoramento
lidade” são estratificação, folha de verificação, gráfico de Pareto,
contínuo de seu sistema de
diagrama de causa e efeito, histograma, diagrama de dispersão e
administração da qualidade,
gráfico de controle.
de forma a atender a todas as
As ferramentas não-estatísticas, como o fluxograma, folhas de
partes interessadas por meio
verificação, cartas de tendências etc., são relativamente simples e
da satisfação permanente do
podem ser utilizadas tanto pelo nível gerencial quanto operacional
consumidor.
da organização. O uso dessas ferramentas exige pouco treinamento.
Diretrizes sobre a Auditoria de Diretrizes para conferir As ferramentas estatísticas, como o histograma, diagrama de
Sistemas de Administração da a capacidade do Sistema Pareto, estratificação etc., são de complexidade média. Essas, em
qualidade no Ambiente alcançar os objetivos da geral, são utilizadas pela gerência intermediária e por técnicos, des-
qualidade. de que sejam submetidos a treinamento específico e tenham algu-
ma facilidade para trabalhar com dados numéricos.
PRÊMIOS DE QUALIDADE Não há limites para a quantidade de ferramentas que podem
A sociedade mundial criou uma série de prêmios para as orga- ser utilizadas na análise e melhoria de processos. No entanto, para
nizações que preocupam-se com a qualidade como, por exemplo, o uso eficaz de todas as ferramentas, é necessário conhecimento e
Deming, Baldrige e o Europeu.4 prática.
4--> Fonte: www.oocities.org 5--> Fonte: www.portal-administracao.com

359
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ferramentas Não-Estatísticas
Vejamos abaixo as ferramentas não-estatísticas mais utilizadas, seus conceitos e exemplos:

Folha de verificação
As folhas de verificação são ferramentas de fácil compreensão, usadas para responder à pergunta: “Com que frequência certos even-
tos acontecem?” Ela inicia o processo transformando “opiniões” em “fatos”.
Na preparação de uma Folha de Verificação devem ser incluídos, sempre que possível, os seguintes itens:
· o objetivo da verificação (por que);
· os itens a serem verificados (o que);
· os métodos de verificação (como);
· a data e a hora das verificações (quando);
· o nome da pessoa que faz a verificação (quem);
· os locais e processos das verificações (onde);
· os resultados das verificações;
· a sequência das verificações.

Além disso, é necessário:


· definir o período para a coleta de dados;
· elaborar um formulário simples e fácil de ser preenchido;
· verificar se os dados podem ser colhidos consistente e oportunamente.

Carta de tendência
São representações gráficas de dados coletados em um determinado período para identificar tendências ou outros padrões que ocor-
rem ao longo deste período.
São utilizadas para monitorar um sistema, a fim de se observar ao longo do tempo a existência de alterações na média esperada.
A carta de tendência, como qualquer outro gráfico, deve ser usada para chamar atenção para mudanças realmente vitais no sistema.
Por exemplo, quando monitoramos qualquer processo, é esperado que encontremos certa quantidade de pontos acima e abaixo da
média. Porém quando muitos pontos aparecem em apenas um lado da média, isto indica um evento estatístico não usual e que houve
variação na média. Estas mudanças devem ser sempre investigadas. Se a causa da variação é favorável, deve ser incorporada ao processo.
Se não deve ser eliminada.

360
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Checklist de aderência
Checklist (ou lista de verificação) é um formulário, previamente elaborado, para coleta de opiniões sobre o quanto pessoas ou organi-
zações conhecem, aceitam ou praticam as ações, os princípios ou os comportamentos que estão sendo avaliados.

Diagrama de causa e efeito


É uma ferramenta utilizada para:
· apresentar a relação existente entre o resultado de um processo (efeito) e os fatores (causas) que possam afetar este resultado;
· estudar processos e situações;
· planejamento.

É, também, conhecido como diagrama de espinha de peixe ou diagrama de Ishikawa.


Desenvolvido no Japão, em 1943, por Kooru Ishikawa, permite, ainda, representar a relação entre problema e todas as possibilidades
de causas que podem implicar neste efeito.
Para facilitar a construção do diagrama, Ishikawa idealizou quatro categorias de causas conhecidas como 4M. Outras categorias foram
propostas e nada impede que cada pessoa proponha suas próprias categorias. Todavia, não deve esquecer que a simplicidade é o segredo
para o bom funcionamento desta ferramenta.
As categorias mais comuns para agrupamento das causas são:
· 4M: Mão-de-obra, Máquina, Método do Processo ou da Medida e Materiais;
· 5M: Mão-de-obra, Máquina, Método, Materiais e Manager (Gerenciamento);
· 6M: Mão-de-obra, Máquina, Método, Materiais, Manager (Gerenciamento) e Meio Ambiente;
· 7M: Mão-de-obra, Máquina, Método, Materiais, Manager (Gerenciamento), Meio Ambiente e Money (Dinheiro).

361
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

4Q1POC (5W2H)
É uma técnica de levantamento global recomendada para todas as etapas da análise e melhoria de processos. O nome da técnica
deriva-se de cinco perguntas em inglês. São elas: Who, Where, Why, What, When, How much and How. Por isso, ela também é conhecida
como 5W2H. Em português, 4Q1POC refere-se às perguntas Quem, O Que, Quando, Quanto, Por que, Onde e Como. Esta técnica pode ser
utilizada tanto para análise de processos quanto para o planejamento de melhorias. É a forma mais simples do Plano de Ação.
Quem
· Quem são os clientes e os fornecedores?
· Quem planeja, executa e avalia?

O Que
· O que é feito?
· O que é consumido?

Quando
· Quando a atividade é executada?
· Quando o cliente precisa do produto ou serviço?

Quanto
· Quanto custará a implementação das atividades?

Onde
· Onde a atividade é planejada, executada e avaliada?
· Onde o produto ou serviço deve ser entregue?

Por que
· Por que o processo segue esta rotina?
· Por que esta solução será implementada?

Como
· Como a atividade é planejada, executada e avaliada?
· Como esta solução será implementada?

362
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

5 Por quês
É uma técnica de análise que permite, através da formulação de uma única pergunta, Por que, aprofundar o conhecimento sobre
determinado assunto. Como se trata de uma sequencia de perguntas ordenadas, de forma que a pergunta seguinte incida sempre sobre a
resposta dada à questão anterior, a tendência é a identificação de uma grande variedade de causas afins ao tema que está sendo questio-
nado. Cabe observar que o número 5, colocado no nome da técnica, não é impositivo, apenas sugere a reincidência da pergunta e o não
conformismo com a primeira resposta.

Matriz GUT
É uma matriz de priorização de problemas a partir da análise feita, considerando três critérios (Gravidade - Urgência – Tendência):
· Gravidade: impacto do problema sobre coisas, pessoas, resultados, processos ou organizações e efeitos que surgirão a longo prazo,
caso o problema não seja resolvido.
· Urgência: relação com o tempo disponível ou necessário para resolver o problema.
· Tendência: potencial de crescimento do problema, avaliação da tendência de crescimento, redução ou desaparecimento do proble-
ma.

363
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Técnica nominal de grupo
É uma técnica de priorização que se aplica a situações diversas, tais como: problemas, soluções, processos, atividades, etc. Diferente-
mente de outras técnicas, o critério de priorização é absolutamente subjetivo, o que torna recomendável que sua utilização seja precedida
de ampla discussão sobre os assuntos a serem priorizados.
Na Técnica Nominal de Grupo, os valores a serem atribuídos no preenchimento da matriz não são estabelecidos “a priori”, sendo que
o maior valor é sempre igual ao número de itens a serem priorizados. No preenchimento da matriz, cada avaliador começa atribuindo o
maior valor ao item que considera mais prioritário. Não é permitido, a um único avaliador, atribuir o mesmo valor a dois ou mais itens.

Votação de Pareto
É uma técnica de priorização baseada no «Princípio de Pareto» dos poucos pontos vitais e muitos pontos triviais sendo, neste caso,
utilizado o procedimento de votação.
Juran adaptou aos problemas da Qualidade a teoria da desigualdade da distribuição de renda desenvolvida pelo economista italia-
no Vilfredo Pareto. O princípio de Pareto estabelece que, na maioria dos processos, uma pequena quantidade de causas (cerca de 20%)
contribui de forma preponderante para a maior parte dos problemas (cerca de 80%), e que uma grande quantidade de causas (cerca de
80%) contribui muito pouco para os efeitos observados (cerca de 20%). Ao primeiro grupo de causas, ele chamou de “pouco vitais” e ao
segundo de “muito triviais”.
O procedimento utilizado consiste em que o coordenador, após a geração de uma série de ideias por um grupo, solicita que os parti-
cipantes votem naquelas que consideram as mais importantes, de acordo com as seguintes regras:
· o número de votos por participante é limitado a 20%, do total de ideias;
· todos os votos permitidos devem ser usados;
· não é permitido dedicar mais de um voto para uma mesma ideia por participante.

As ideias mais votadas, que devem estar na faixa dos 20% do total de ideias geradas, são as consideradas prioritárias.

364
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Diagrama de árvore
Relaciona o objetivo mais geral com passos de implementação prática. Na sua versão original japonesa, o diagrama da árvore é utiliza-
do para descrever os métodos pelos quais um propósito pode ser alcançado. Além disso, é utilizado também, para explorar todas as causas
possíveis de um problema, assemelhando-se ao diagrama de causa e efeito, para mapear características de um produto ou serviço e para
identificar atividades a serem acompanhadas tendo em vista um objetivo organizacional geral, como no exemplo prático apresentado na
tela seguinte.

Diagrama de matriz
Apresenta graficamente o relacionamento entre dois ou mais elementos, tais como: atividades de pessoas com funções, tarefas com
tarefas, problemas com problemas, problemas com causas e soluções, etc. As matrizes podem ter vários formatos, dependendo da quan-
tidade de elementos a serem combinados.

Fluxograma
É a representação esquemática da sequencia (setas) das etapas (caixas) de um processo e tem por objetivo ajudar a perceber sua
lógica. O fluxograma serve para compreender e melhorar o processo de trabalho, criar um procedimento padrão de operação e mostrar
como o trabalho deve ser feito.
É utilizado também como ferramenta de comunicação, de compreensão, aprendizado e auxílio à memória. Essa ferramenta possibilita
identificar instruções incompletas e serve como roteiro de controle e padronização. É muito útil na identificação e resolução de problemas
e na operacionalização, no controle e na melhoria de um processo.
Na construção de um fluxograma são utilizados símbolos variados, e os mais comuns são os apresentados a seguir:

365
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

FERRAMENTAS ESTATÍSTICAS
Vejamos abaixo as ferramentas estatísticas mais utilizadas, seus conceitos e exemplos.

Diagrama de Pareto
São gráficos de barras verticais que permitem classificar e priorizar problemas em duas categorias: “Pouco vitais” e “Muito triviais”.
Segundo o princípio de Pareto, os processos podem ser melhorados se houver uma atuação sistemática sobre as causas do primeiro
grupo. Se existir o hábito da priorização, muitos problemas simplesmente desaparecem por serem pouco relevantes.
Por outro lado, os problemas mais graves passam a ter o tratamento devido e também desaparecem.
Outro ponto importante sobre o diagrama de Pareto é a possibilidade de desdobramento das causas principais em outros Paretos,
permitindo análises sucessivas, como ilustrado a seguir.

Estratificação
A estratificação consiste em dividir um conjunto de dados em grupos que possuem características que os tornam peculiares, podendo
agrupá-los de diversas maneiras. Ela ajuda na análise dos casos cujos dados mascaram os fatos reais. Isto geralmente ocorre quando os
dados registrados provêm de diferentes fontes, mas são tratados sem distinção.
Permite também identificar fontes de variação, analisar dados, pesquisar oportunidades de melhoria e avaliar de forma mais eficaz as
situações. Uma forma prática de fazer estratificação é utilizar os 4M ou 5M ou 6M ou 7M.

366
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

São gráficos de barras construídos a partir de uma tabela de frequência de determinadas ocorrências. O eixo horizontal apresenta os
valores assumidos por uma variável de interesse.
Subdivide-se o eixo horizontal em vários pequenos intervalos, construindo-se para cada um destes intervalos uma barra vertical.
Os histogramas, assim como os processos, podem ter as mais variadas formas, indicando se o processo está “estável” ou apresenta
algum desvio. A construção de histogramas exige alguns conhecimentos de estatística que permitam, após a coleta de dados, a determina-
ção da amplitude, do número, do intervalo e dos limites de classe e a preparação de uma tabela de frequência.

ESCOLHENDO O PROCESSO
A escolha do processo a ser analisado é de grande importância para o sucesso dos trabalhos a serem desenvolvidos no âmbito de uma
organização.
A seguir são listadas algumas dicas para seleção de processos:
· impacto direto sobre clientes externos;
· ciclo de execução rápido;

367
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
· não esteja passando por importantes transições;
· seja relativamente simples;
· tenha potencial para gerar benefícios;
· ofereça integração com visão e missão.

A Metodologia de Análise e Solução de Problemas (MASP) consiste em um conjunto de procedimentos sistematicamente ordenados,
baseado em fatos e dados, que visa a identificação e a eliminação de problemas que afetam os processos, bem como a identificação e o
aproveitamento de oportunidades para a melhoria contínua.
O gerenciamento de processos organizacionais envolve tanto a aplicação da MASP como a compreensão do ciclo PDCA (Planejar,
Desenvolver, Checar, Agir corretivamente), estudado anteriormente. Ambos os métodos, assim como o uso de ferramentas, são úteis no
gerenciamento da Qualidade de processos. Entender a relação existente entre estes deve, pois, ser considerada. Vejamos a seguir como
essas metodologias se relacionam.

Compreendendo a Masp – Etapas e Procedimentos e a Relação com o PDCA

RELAÇÃO ENTRE CICLO PDCA, ETAPAS DA MASP E FERRAMENTAS UTILIZADAS

368
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DA MASP Atividade 2: Análise dos Problemas
· identificação das causas dos problemas (Diagrama de Ishi-
FASE 1 - PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO kawa);
Atividade 1: Elaboração do Projeto · priorização das causas (Matriz GUT, Votação de Pareto, etc).
· definição de objetivos e produtos;
· definição das áreas envolvidas e seus representantes; FASE 4 – PROPOSIÇÃO DE MELHORIAS
· definição dos patrocinadores; Atividades
· definição do Comitê Gestor de Redesenho; · definição das possíveis soluções e respectivas alternativas,
· definição das Equipes de Redesenho; com descrição das vantagens e desvantagens;
· definição dos Grupos de Contato; · identificação dos sistemas a serem modificados ou desenvol-
· definição do Coordenador do Projeto; vidos;
· definição dos recursos necessários; · mapeamento dos riscos envolvidos.
· definição das estratégias de comunicação e responsáveis;
· definição da metodologia de análise a ser empregada; FASE 5 – ELABORAÇÃO DOS MANUAIS DOS PROCESSOS
· definição das técnicas de documentação a serem utilizadas; Atividades
· definição dos resultados a serem atingidos; · novos fluxogramas (geral e detalhado);
· elaboração do Plano de Ação (descrição da tarefas, responsá- · redação dos manuais;
veis e cronograma). · revisão dos conteúdos;
· revisão ortográfica.
Atividade 2: Validação
Atividade 3: Divulgação FASE 6 – PLANEJAMENTO DA IMPLEMENTAÇÃO
Atividade 4: Alocação de Recursos Atividades
Atividade 5: Formalização dos Grupos de Trabalho (Comitê · definição da equipe responsável em cada área;
Gestor, Equipes de Redesenho, Grupos de Contato e Coordenação) · definição dos patrocinadores;
Atividade 6: Capacitação da Equipe de Redesenho · definição do processo de monitoramento dos resultados (in-
dicadores, itens de verificação e de controle, e metas a serem atin-
FASE 2 – IDENTIFICAÇÃO gidas);
Atividade 01: Identificação do Contexto Institucional do Pro- · definição da estratégia de implementação;
cesso · elaboração do plano de implementação (tarefas, responsáveis
· missão da organização e competências das áreas; e cronograma);
· diagrama da estrutura organizacional (com o quantitativo de · elaboração do plano de capacitação;
pessoal). · capacitação das equipes executoras.

Atividade 02: Identificação do Processo FASE 7 – ACOMPANHAMENTO DA IMPLEMENTAÇÃO


· nome do processo; descrição e objetivos; Atividades
· unidade responsável; · Reuniões de acompanhamento, avaliação e tomada de deci-
· responsável (cargo, nome, telefone e e-mail); são (correções ou modificações no processo).
· recursos alocados (humanos, tecnológicos e materiais);
· produtos intermediários e finais; FASE 8 – RELATÓRIO FINAL DE AVALIAÇÃO DO PROJETO
· clientes internos e externos e seus requisitos; Atividades
· fornecedores e insumos (e requisitos); · elaboração de relatório.6
· fluxograma geral do processo;
· documentação existente (legislação, normas, sistemas, etc); PATRIMÔNIO. CONCEITO. COMPONENTES.VARIAÇÕES
· indicadores existentes [tipo, nome, descrição/fórmula, pe- E CONFIGURAÇÕES
riodicidade, insumos, responsável, histórico (financeiro/custos;
processo eficiência; eficácia; efetividade; qualidade; prazos; metas;
capacidade; satisfação dos clientes; critérios PNGP – liderança, pla- Patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações, vin-
nejamento, cidadão e sociedade, informação e análise, processos, culado a uma pessoa física ou jurídica. Pode ser analisado sob dois
pessoas, resultados); aspectos: qualitativo e quantitativo. Sob o aspecto qualitativo o
· mapa de atividades; patrimônio é analisado da maneira pela qual os bens estão distri-
· fluxograma detalhado do processo. buídos na empresa, isto é, se circulante, imobilizado e da maneira
como foram adquiridos. Sob o aspecto quantitativo é analisado pelo
FASE 3 – ANÁLISE valor dos bens, medidos numa medida comum - a moeda.
Atividade 1: Identificação e Priorização dos Problemas
· ambiente interno: fatores restritivos e fatores incentivadores
(condições de trabalho, documentação, recursos humanos, recur-
sos tecnológicos e recursos materiais);
· ambiente externo: ameaças e oportunidades;
· definição dos fatores críticos de sucesso e subprocessos es-
senciais;
· identificação e priorização dos problemas;
· descrição dos principais problemas;
· forma com que os problemas são percebidos; momento e pro-
vidências adotadas.
6--> Fonte: www.adapar.pr.gov.br

369
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Componentes básicos Classificação dos Fatos Contábeis
São três os componentes básicos do balanço patrimonial: o ati- - Fato contábil permutativo (ou compensativo) - São os que não
vo, o passivo e o patrimônio líquido. provocam alterações no valor do Patrimônio Líquido (PL) ou na Si-
- Ativo - São todos os bens e direitos de propriedade da empre- tuação Líquida (SL), mas podem modificar a composição dos demais
sa mensuráveis monetariamente. Se a empresa compra um veículo, elementos patrimoniais, determinam uma variação específica do
este representa um bem que a empresa possui. Se a empresa paga patrimônio (variação patrimonial qualitativa).
uma certa quantia pela patente de uma invenção, ela passa a ter - Fato contábil modificativo - São os que provocam alterações
um direito sobre essa patente. Exemplos de ativos: Bens: máquinas, no valor do Patrimônio Líquido (PL) ou Situação Líquida (SL), deter-
terrenos, estoque, dinheiro (moeda), ferramentas, veículos, etc. minando uma variação quantitativa do patrimônio (variação patri-
Direitos: contas a receber, ações, depósitos em contas bancárias, monial quantitativa). Pode ser: diminutivo aumentativo.
patentes, etc. - Fato contábil misto (ou composto) - São os que combinam
- Passivo - Representa toda a obrigação (dívida) que a empre- fatos permutativos com fatos modificativos, determinando variação
sa tem com terceiros. Assim a empresa adquiriu um veículo a pra- qualitativa e quantitativa do patrimônio, ou variação patrimonial
zo, a posse do veículo representa um ativo, no entanto a empresa mista.
tem uma dívida para com a empresa que vendeu o veículo. Logo,
ela tem uma obrigação, que representa um passivo com terceiros. Superveniências e insubsistências
Exemplo de passivo: contas a pagar, fornecedores, impostos a pa- São as ocorrências havidas no patrimônio, trazendo-lhes va-
gar, financiamento, empréstimos. O passivo é uma obrigação exigí- riações quantitativas, e que independem dos atos da gestão, tais
vel, isto é, no momento em que a dívida vencer será exigida (recla- variações patrimoniais são resultantes de fatos contingentes, im-
mada) a liquidação da mesma. Assim, é mais adequado chama-lo previstos ou fortuitos.
Passivo Exigível.
- Patrimônio Líquido - Definimos como sendo a diferença entre Superveniência - Provocam aumento e pode ser:
o valor do Ativo e do Passivo de uma empresa, em um determinado - Superveniência ativa - Aumento do ativo (variação patrimo-
momento. Se a empresa tem um Ativo de $ 20.000 e um Passivo nial ativa). Ex: Recebimento de valores provenientes de prêmios,
de $ 15.000, o Patrimônio Líquido será de $ 5.000. O Patrimônio loterias, herança ou legado doação.
Líquido de uma empresa pode ser proveniente de Investimentos - Superveniência passiva - Aumento do passivo (variação pa-
efetuados pelos proprietários e dos Lucros Acumulados. trimônio passiva). Ex: Reconhecimento de dívidas anteriormente
não registradas no passivo, provenientes de decisão judicial ou de
Variações patrimoniais outros casos fortuitos.
A atividade econômica desenvolvida em qualquer entidade
leva a seu patrimônio variações que devem ser registradas pela Insubsistência - Provocam diminuição e pode ser:
Contabilidade, para que esta possa estudar, controlar e interpretar - Insubsistência do ativo – diminui o ativo (variação patrimonial
os fenômenos ocorridos nesse patrimônio, com o objetivo de forne- passiva) Ex: Ocorrência de incêndio, furto, perda de rebanho por
cer informações sobre a composição patrimonial e as variações nele morte.
ocorridas em determinado período. - Insubsistência do passivo – diminui o passivo (variação patri-
Ocorre que, da gestão do patrimônio da entidade, pode surgir monial ativa). Ex: Redução no valor das obrigações por motivo de
duas variáveis: os Atos e Fatos Administrativos. Os Atos Adminis- prescrição ou baixa da dívida correspondente
trativos são aqueles que ocorrem na empresa e que não provocam
alterações no Patrimônio. Por não provocarem alterações no Pa- Efeitos no Patrimônio Líquido
trimônio não precisam ser contabilizados, exceto alguns atos que - Superveniência ativa – Aumenta o patrimônio líquido (recei-
poderão traduzir no futuro modificações do Patrimônio, como: re- ta).
messa ou recebimento de bens a terceiros para industrialização e - Superveniência passiva – Diminui o patrimônio líquido (des-
conserto ou como empréstimo; remessa de títulos para cobrança pesa).
bancária, entre outros. Diferentemente dos atos, temos os Fatos - Insubsistência do ativo – Diminui o patrimônio líquido (despe-
Administrativos são aqueles que provocam modificações no Patri- sa). Também denominada de insubsistência passiva.
mônio, sendo, portanto objeto de contabilização. - Insubsistência do passivo – Aumenta o patrimônio líquido (re-
ceita). Também denominada de insubsistência ativa
Variações Patrimoniais
Conforme vimos, são as alterações sofridas pelo patrimônio, Controle do Patrimônio Público
decorrentes ou não da administração, podendo ser: Patrimônio Público é o conjunto de direitos e bens, tangíveis
ou intangíveis, onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos,
Fatos Contábeis recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público,
São as ocorrências havidas no patrimônio, trazendo-lhe varia- que seja portador e represente um fluxo de benefícios, presente ou
ções qualitativas e/ou quantitativas. Quase sempre (e não obrigato- futuro, inerente à prestação de serviços públicos ou à exploração
riamente) provêm de uma ação da gestão. econômica por entidades do setor público e suas obrigações.
Observação: Gestão é o conjunto de operações que ocorrem São ainda, todos os bens e direitos de valor econômico, artísti-
durante a vida das empresas, com as quais as mesmas buscam atin- co, estético, histórico ou turístico Art.1º,§1º, Lei 4.717/65).
gir os objetivos visados, sejam estas operações identificadas como
fatos contábeis ou meramente atos administrativos.
- Todo fato administrativo é um fato contábil.
- Nem todo fato contábil é um fato administrativo.

370
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Abaixo veremos os elementos que compões esse patrimônio Redução ao valor recuperável (impairment): ajuste ao valor de
público: mercado ou de consenso entre as partes para bens do ativo, quan-
do esse for inferior ao valor contábil.
a) Ativo – compreende os direitos e os bens, tangíveis ou intan-
gíveis adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou O Controle Patrimonial se dá através do registro adequado de
utilizados pelo setor público, que seja portador e que represente todos os bens que estão à disposição da Administração para a reali-
um fluxo de benefícios, presente ou futuro, bem como os mantidos zação de suas atividades.
na condição de fiel depositário; Este controle consiste em:
b) Passivo – compreende as obrigações presentes assumidas -->- registro;
pelas entidades do setor público decorrentes de eventos passados, -->- identificação da utilização e do estado da conservação;
cujo pagamento se espera que resulte em uma saída de recursos -->- sua localização no espaço físico da organização;
financeiros, incorporando benefícios econômicos ou potencial de -->- identificação do agente responsável pela guarda do bem; e
serviços.
-->- retirada (baixa) do bem do acervo.
c) Patrimônio Líquido, Saldo Patrimonial ou Situação Líquida
Patrimonial – representa a diferença entre o Ativo e o Passivo.
O controle Patrimonial de uma entidade inicia‐se com a entra-
da de um bem no acervo patrimonial da entidade, que se dá pela
O controle do Patrimônio Público compreende um conjunto de
processos, metodologias e metas para o correto controle e adminis- inclusão dos bens mediante:
tração do patrimônio, envolvendo uma fase importante que deve - compra;
ser ressaltada: a CONSCIENTIZAÇÃO dos usuários sobre a importân- - cessão;
cia na preservação dos bens públicos. - doação;
A gestão dos bens do patrimônio da Administração Pública, - permuta;
com fundamento nas classificações que dividem os bens públicos - transferência
entre bens móveis e imóveis e entre bens consumíveis e não con- - produção interna.
sumíveis pode ser subdividas em gestão do patrimônio imobiliário,
gestão do patrimônio mobiliário e gestão do patrimônio mobiliário Às atividades de controle compreendem:
consumível, também conhecido por suprimentos. - Tombamento e carga;
- Registro de bens;
Ao controlar é imprescindível ter em mente pelo menos as se- - Guarda dos bens;
guintes informações: - Movimentação de bens;
a) a destinação dada aos materiais; - Preservação dos bens;
b) seu custo unitário; - Baixa dos bens;
c) a quantidade distribuída; - Incorporação e;
d) as últimas aquisições. - Inventário de bens móveis

A inobservância dessas informações poderá incorrer em gran- Para a eficácia do controle patrimonial é fundamental a atuali-
des transtornos, pois implica diretamente na falta de controle. Por- zação constante dos registros de entrada, movimentação e saída de
tanto, promover a organização de forma eficaz e eficiente do setor bens do acervo patrimonial.
de patrimônio é responsabilidade direta do administrador, logo, a
Gestão Patrimonial, necessita ter à frente, um profissional capaci- Para entendermos a Administração Pública é necessário par-
tado, interessado, responsável e com conhecimento dos principais tirmos de conceitos iniciais, como por exemplo, o Estado, segundo
pontos da legislação que regulamenta sua respectiva a área de
Meirelles (2005), que é constituído por três elementos indissociá-
atuação. Compete ao setor responsável pela gestão patrimonial, o
veis: Povo, Território e Governo Soberano, sendo que o Governo So-
controle e o acompanhamento das atividades inerentes à gestão do
berano exerce as funções de auto-organização e autodeterminação
patrimônio de forma sistêmica e integrada em todas as unidades
através do poder emanado pelo povo.
administrativas.

Abaixo alguns conceitos importantes para se conhecer quando A Administração Pública, ainda segundo Meirelles,
se fala em controle patrimonial. Em sentido formal, é o conjunto de órgãos instituídos para a
Depreciação: redução do valor dos bens tangíveis pelo desgaste consecução dos objetivos do Governo; em sentido material, é o con-
ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência. junto das funções necessárias aos serviços públicos em geral; em
Valor líquido contábil: valor do bem registrado na Contabilida- acepção operacional, é o desempenho perene e sistemático, legal
de, em determinada data, deduzido da correspondente deprecia- e técnico, dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos em
ção acumulada. beneficio da coletividade.
Valor residual: montante líquido que a entidade espera, com A administração, para exercer as suas atividades, faz uso de
razoável segurança, obter por um ativo no fim de sua vida útil eco- alguns instrumentos, e um deles é Domínio Público.
nômica, deduzidos os gastos esperados para sua alienação.
Vida útil econômica: período de tempo definido ou estimado DOMÍNIO PÚBLICO
tecnicamente, durante o qual se espera obter fluxos de benefícios Desde os mais antigos grupos sociais, sempre existiu a necessi-
futuros de um ativo. dade de haver algum tipo de regulamentação e dominação do Esta-
Reavaliação: adoção do valor de mercado ou de consenso en- do sobre alguns bem de uso coletivo. Se o Estado não disponibiliza
tre as partes para bens do ativo, quando esses forem superiores ao à sociedade esses bens, deixa de cumprir suas finalidades sociais
valor contábil. que visam o bem comum, tornando impraticável o convívio e a vida
em sociedade.

371
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Considerando o Estado como “a ordem jurídica soberana que Bens imóveis: são prédios e instalações de uso público coletivo;
tem por fim a o bem comum de um povo em um determinado terri- Bens de natureza industrial: instalações destinadas a produ-
tório” (DALLARI, 1998 p.118), ele pode normatizar sobre a proprie- ção industrial para o próprio Estado, com máquinas, ferramentas,
dade de bens públicos e a de bens de particulares. móveis, etc;
Alguns bens pertencem ao próprio Estado; outros, embora Bens de defesa nacional: são os bens destinados às forças ar-
pertencentes a particulares, ficam sujeitos às limitações adminis- madas nacionais tais como navios, quartéis, tanques de guerra etc;
trativas impostas pelo Estado; outros, finalmente, não pertencem Bens científicos, culturais e artísticos: são bens destinados a
a ninguém, por inapropriáveis, mas sua utilização subordina-se às exatamente a este fim, por exemplo: biblioteca, museus, zoológicos
normas estabelecidas pelo Estado. Este conjunto de bens sujeitos ou etc;
pertencentes ao Estado constitui o domínio público, em seus vários Bens de natureza agrícola: fazendas pertencentes ao Estado,
desdobramentos. (MEIRELLES, 2001 p.476). campos de experimentação;
Para essa dominação, o Estado necessita de um regime jurídi- Bens semoventes: seriam os animais pertencentes ao Estado
co adequado, que além de especificar a composição e a utilização com a finalidade de acervo, frota de tração animal;
da propriedade, cria regras de proteção contra os ilegítimos ou da- Valores: ações, apólices, joias, moedas, etc. Em geral são bens
nosos, quer provindo de particulares ou do próprio Estado. A do- de terceiros recolhidos pelo Estado para quitação de dívidas;
minação e a regulamentação, nos Estados Modernos, originam-se Créditos: são resíduos ativos ou dívida ativa, assim como os di-
de um regime jurídico adequado que especifica sua composição e reitos de receber valores de servidores através de sanções impostas
utilização, além de criar regras de proteção “contra atos ilegítimos, aos mesmos.
ou danosos, quer provindos de particular, quer do próprio Estado”
(BASTOS, 1994, p. 103). O art. 105 da Lei 4320, de 1964, ainda classifica os itens da
O domínio público em sentido amplo é o poder de dominação substância patrimonial em dois grandes grupos: o Ativo Financeiro
ou de regulamentação que o Estado exerce sobre os bens do seu e o Ativo Permanente. O primeiro são valores que podem ser mo-
patrimônio (bens públicos), ou sobre os bens do patrimônio privado vimentados independentes de autorização legislativa e o segundo
(bens de particulares de interesse público), ou sobre coisa inapro- agrupa os bens e valores que, se movimentados, causam variações
priaveis individualmente, mas de fruição geral da coletividade (res no balanço patrimonial, necessitando, portanto, de autorização le-
nullis).(MEIRELLES, 2001 p.477) gislativa para movimentação.

Não se pode confundir propriedade com dominação e regula- Depreciação de Bens


mentação dos bens patrimoniais. A propriedade poder ser pública Por depreciação de bens do ativo imobilizado entende-se a per-
ou privada, enquanto dominação e regulamentação estão voltadas da do valor dos elementos classificáveis – resultado de desgaste por
para o domínio público dos bens patrimoniais. uso, ação da natureza ou obsolescência normal. Esta perda de valor
Os bens de propriedade do Estado são considerados bens pú- deve ser registrada, conforme indica o site da Receita Federal:
blicos e compõem o patrimônio público, sendo “formado por bens Referida perda de valor dos ativos, que têm por objeto bens
de todas as naturezas e espécies que tenham interesses para a Ad- físicos do ativo imobilizado das empresas, será registrada periodi-
ministração e para a comunidade Administrada”. (MEIRELLES, 2001 camente nas contas de custo ou despesa (encargos de depreciação
p.478) do período de apuração) que terão como contrapartida contas de
registro da depreciação acumulada, classificadas como contas reti-
Bens públicos e suas classificações ficadoras do ativo permanente (RIR/1999, art. 305).
“Os bens públicos são o conjunto de coisas corpóreas e incor- A taxa de depreciação aplicável é obtida mediante a divisão de
póreas, móveis, imóveis e semoventes de que o Estado se vale para 100% pelo prazo de vida útil, sendo mensal, trimestral ou anual,
puder atingir as suas finalidades”. (BASTOS, 2002 p.499). apurando-se, dessa forma, a taxa periódica a ser utilizada, ainda
Inicialmente, conforme o Código Civil (art. 98 e ss.), os bens conforme Regulamento do Imposto de Renda de 1999.
públicos e particulares devem ser divididos, esclarecendo-se que
os do domínio nacional, que pertencem à União, aos Estados e aos Controle Patrimonial
Municípios, são públicos, e os particulares são todos os outros, per- Os bens patrimoniais são controlados por repartição específica,
tencentes a quem quer que seja. São bens públicos os que, origina- dentro de cada ente estatal, sendo responsabilidade de cada setor.
riamente integrando o patrimônio nacional, os bens transferidos a Conforme imposição legal, de acordo com a Lei Federal n° 4.320, de
autarquias e fundações públicas. (MEIRELLES, op. cit., p. 435) 17 de março de 1964:
Os Bens de uso comum do povo são aqueles que, por deter- Art. 94. Haverá registros analíticos de todos os bens de caráter
minação legal ou por sua própria natureza, podem ser utilizados permanente, com indicação dos elementos necessários para a per-
por todos em igualdade de condições, sem a necessidade de con- feita caracterização de cada um deles e dos agentes responsáveis
sentimento individualizado por parte da Administração Pública, por pela sua guarda e administração.
exemplo: praças, estradas, água do mar, rios e etc. Art. 95. A contabilidade manterá registros sintéticos dos bens
Em relação aos Bens de uso especial, são todas as coisas, mó- móveis e imóveis.
veis e imóveis corpóreas ou incorpóreas, utilizadas pela Administra-
Art. 96. O levantamento geral dos bens móveis e imóveis terá
ção Pública pra realização de suas atividades e consecução de seus
por base o inventário analítico de cada unidade administrativa e os
fins. (DI PIETRO, 2OO1, p.532)
elementos da escrituração sintética na contabilidade.
Os Bens dominiais (patrimônio disponível) são bens que pos-
suem características diferentes, pois podem ser utilizados em qual-
Cabe ao ente estatal responsável pelo bem patrimonial:
quer fim, ou podem ser alienados de acordo com a necessidade do
· registrar as incorporações e baixas dos bens existentes;
Estado, e geralmente produzem renda.
· registrar e informar a localização dos bens, bem como con-
Ainda dentro da contabilidade pública, a classificação dentro
trolar ;
dos critérios contábeis e a seguinte:

372
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
· controlar a movimentação de bens; nômico e Social, especificando os empréstimos e financiamentos
· registrar os responsáveis pelos bens; e emitir relatórios dos concedidos com recursos oriundos dos orçamentos fiscal e da segu-
bens de acordo com local de utilização. ridade social e, no caso das agências financeiras, avaliação circuns-
tanciada do impacto fiscal de suas atividades no exercício.
LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL Deve, então, o gestor em exercício, além de prestar contas à
A Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000 – conhe- União, divulgar, semestralmente, estas prestações de contas, para
cida com Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), teve como relatores devido cumprimento da LRF.
o Deputado Pedro Novais-MA e o Senador Jefferson Peres-MA e
entrou em vigor em 04 de maio de 2000. Seus principais objetivos Lei de responsabilidade fiscal x Patrimônio Público
são incentivar a participação popular no âmbito fiscal e propor os Em seus artigos 44, 45 e 46, a Lei de Responsabilidade Fiscal
meios pelos quais os interessados possam se utilizar para fiscalizar apresenta medidas que se destinam à preservação do patrimônio
a utilização do orçamento público, e dar publicidades aos gastos pú- público. Entre estas medidas, está a que estabelece que o capital
blicos, possibilitando assim uma maior transparência por parte da resultante da venda de bens móveis, imóveis e de direitos que in-
Administração Pública em relação aos seus atos. tegrem o patrimônio público não poderá ser aplicado em despesas
Esta lei está fundamentada especificamente no §9º do art. 165 correntes, excetuando-se casos que a lei autorizativa o destine aos
financiamentos de regimes de previdência social, geral e própria de
da Constituição Federal, bem como em seus artigos 163 a 169, que
servidores. Partindo deste pressuposto, tais recursos, também cha-
deixam clara a intenção de promover a eficiência da administração
mados de receita de capital, decorrentes de desincorporação por
financeira, dando à sociedade maior poder de controle sobre o Es-
venda de ativos, somente poderão ser aplicados em despesa de ca-
tado. Seus pilares são a responsabilidade, o controle e a transparên-
pital, desincorporando dívidas passivas por meio de amortização da
cia, pontos estes considerados quesitos fundamentais para a boa dívida ou incremento de outro ativo, sempre preservando o valor
administração pública. do patrimônio público.
No que diz respeito à transparência, os artigos 48 e 49 da LRF, Assim, esse dispositivo torna-se um aperfeiçoamento do art.
alterada pela Lei Complementar 131/2009 são claros quanto aos 11 da Lei Federal 4320, de 17 de março de 1964, que considera o
critérios adotados: superávit do orçamento corrente como receita de capital, estabele-
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos cendo que esse capital deve ser empregado em financiamento de
quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos despesas de capital.
de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orça- Títulos da dívida pública, tanto estadual quanto municipal,
mentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; bem como papéis de empresas controladas pelo respectivo ente,
o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de também não poderão receber aplicações deste capital disponíveis.
Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. Há também proibições quanto à concessão de empréstimos – não
Parágrafo único. A transparência será assegurada também me- deve ser utilizado o capital citado para tal fim, tanto para segura-
diante: dos quanto para o poder público ou empresas controladas; e, outra
I – incentivo à participação popular e realização de audiências media considerada importante, estabelece que o orçamento não
públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos pla- possa consignar dotação para investimentos novos enquanto os
nos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos; que estiverem em andamento não forem adequadamente atendi-
II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da dos, observando-se a contemplação das despesas de conservação
sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a do patrimônio público.
execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de aces- A gestão do patrimônio público apresenta histórico de insufici-
so público; ência e inadequação operacionais. A LRF veio para gerir estas lacu-
III – adoção de sistema integrado de administração financeira nas, garantindo a transparência, com maior controle e responsabili-
e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido dade imputada a cada gestor ligado ao governo, que tenha sob seu
pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A. poder, bens patrimoniais públicos de quaisquer espécies.
Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo
único do art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer
pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a: (artigo HIERARQUIA E AUTORIDADE
acrescido p/LC 131/2009)
I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades
A organização consiste em um conjunto de posições funcionais
gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua e hierárquicas orientado para o objetivo econômico de produzir
realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao bens ou serviços.
número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao ser- Além de uma estrutura de funções especializada, a organização
viço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento precisa também de uma estrutura hierárquica para dirigir as opera-
e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado; ções dos níveis que lhe estão subordinados.
II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a Em toda organização formal existe uma hierarquia que divide a
receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extra- organização em camadas ou níveis de autoridade.
ordinários. Na medida em que se sobe na escala hierárquica, aumenta o
Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo volume de autoridade do administrador.
ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder
Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para Quanto maior a organização, maior tende a ser o número de
consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade. níveis hierárquicos da estrutura.
Parágrafo único. A prestação de contas da União conterá de-
monstrativos do Tesouro Nacional e das agências financeiras oficiais Organograma: é um gráfico que representa a estrutura formal
de fomento, incluído o Banco Nacional de Desenvolvimento Eco- de uma organização.

373
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Autoridade
Para Max Weber, a Autoridade poderia se manifestar sobre três formas: Para Max Weber a Autoridade ou Dominação se manifesta
quando há a influência de alguém sobre outrem de forma legítima. Nesse ponto cabe uma distinção sutil com o conceito de Poder, que, de
uma forma bem simplificada e reduzida, seria a capacidade de influência de alguém sobre outrem, mas, sem, propriamente, legitimidade
- quem tem autoridade tem poder mas quem tem poder não necessariamente teria autoridade.

1) A autoridade tradicional
Baseia-se nos costumes e tradições culturais de um determinado grupo ou sociedade, sendo melhor representada pelas figuras de
patriarcas, anciãos, clãs em sociedades antigas, ou pelo senhor feudal na Idade Média ou mesmo pela família. A legitimação deste tipo de
autoridade decorre dos mitos, costumes, hábitos e tradições, que passam de geração para geração ou é delegado, dependente da crença
na santidade dos hábitos. A principal característica é o patrimonialismo. 

2) A autoridade carismática
Sua fonte decorre dos traços pessoais de um indivíduo, ou seja, é algo personalístico, místico, arbitrário, baseado no carisma. Não é
racional, herdada ou delegável, já que própria de alguém. Quem melhor representa este tipo de autoridade são profetas, heróis, líderes,
guerreiros, que acabam por se manifestar em grupos revolucionários, partidos políticos, nações em revolução. Devido à essas caracterís-
ticas, não é uma autoridade estável ou constante, pois a lealdade decorre da devoção ou reconhecimento de que os traços pessoais são
legítimos e, não propriamente as qualificações do indivíduo. Tão logo essas características não sejam mais reconhecidas como legítimas,
a autoridade é perdida.

3) A autoridade racional-legal
Esta é a única autoridade considerada racional por Weber, sendo fundamentada nas regras e normas estabelecidas por um regula-
mento reconhecido e aceito por uma determinada comunidade, grupo ou sociedade. É a base do Estado moderno, assumindo característi-
cas impessoais, formais e meritocráticas. Sua legitimidade decorre da lei, da justiça. Toda organização formal (Estado, empresas, exércitos,
etc) tem como base este tipo de autoridade, que cria “figuras de autoridade” com direitos e obrigações.
Os três tipos expostos são ideais, não no sentido de que deveriam ser estes os existentes na realidade, mas no sentido de serem proje-
ções “utópicas”, que não podem ser encontradas de forma pura na realidade, apresentando-se, frequentemente, combinados. O propósito
de Weber era fazer uma construção intelectual, exagerando alguns aspectos da realidade, possibilitando uma melhor compreensão da
Sociedade em que vivemos..
A autoridade se distingue por três características:
1. Autoridade é alocada em posições da organização e não em pessoas. Os administradores têm autoridade devido às posições que
ocupam. Outros administradores nas mesmas posições têm a mesma autoridade.
2. Autoridade é aceita pelos subordinados. Os subordinados aceitam a autoridade dos superiores porque acreditam que eles têm o
direito legítimo, transmitido pela organização, de dar ordens e esperar o seu cumprimento.
3. Autoridade flui abaixo por meio da hierarquia verticalizada. A autoridade flui do topo até a base da organização e as posições do
topo têm mais autoridade do que as posições da base.

O grau de autoridade é proporcional ao grau de responsabilidade assumida pela pessoa. Para os autores neoclássicos, a responsabi-
lidade provém da relação superior-subordinado e do fato de alguém ter autoridade para exigir determinadas tarefas de outras pessoas. A
autoridade emana do superior para o subordinado, enquanto a responsabilidade é a obrigação exigida do subordinado para que realize
tais deveres.

374
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Para os autores:
CONCEITOS EFICIÊNCIA, EFICÁCIA E PRODUTIVIDADE eficiência é a capacidade de ‘fazer as coisas direito’, é um con-
ceito matemático: é a relação entre insumo e produto (input e ou-
tput). Um administrador eficiente é o que consegue produtos mais
Sob o prisma da Ciência Administrativa, faz-se necessária a elevados (resultados, produtividade, desempenho) em relação aos
verificação dos tradicionais conceitos de eficiência e eficácia e de insumos (mão-de-obra, material, dinheiro, máquinas e tempo) ne-
outro mais novo, a efetividade. A partir desse embasamento, será cessários à sua consecução. Em outras palavras, um administrador é
analisado o entendimento da Ciência Jurídica acerca da introdução considerado eficiente quando minimiza o custo dos recursos usados
do Princípio da Eficiência na CF. Serão vistos os principais debates e para atingir determinado fim. Da mesma forma, se o administrador
dúvidas sobre o tema e, ainda, apresentadas algumas observações. consegue maximizar os resultados com determinada quantidade de
Idalberto Chiavenato ensina que toda organização deve ser insumos, será considerado eficiente (Megginson et al, 1998, p. 11).
analisada sob o escopo da eficácia e da eficiência, ao mesmo tem- Por outro lado, “eficácia é a capacidade de ‘fazer as coisas cer-
po: tas’ ou de conseguir resultados. Isto inclui a escolha dos objetivos
eficácia é uma medida normativa do alcance dos resultados, mais adequados e os melhores meios de alcançá-los. Isto é, admi-
enquanto eficiência é uma medida normativa da utilização dos re- nistradores eficazes selecionam as coisas ‘certas’ para fazer e os
cursos nesse processo. (...) A eficiência é uma relação entre custos métodos ‘certos’ para alcançá-las” (Megginson et al, 1998, p. 11).
e benefícios. Assim, a eficiência está voltada para a melhor maneira James A. F. Stoner e R. Edward Freeman dizem que:
pela qual as coisas devem ser feitas ou executadas (métodos), a fim Peter Drucker propôs o julgamento do desempenho de um ad-
de que os recursos sejam aplicados da forma mais racional possível ministrador através dos critérios gêmeos de eficácia – capacidade
(...) (Chiavenato, 1994, p. 70). de fazer as coisas ‘certas’ – e eficiência – a capacidade de fazer as
A eficiência não se preocupa com os fins, mas apenas com os cosias ‘certo’. Desses dois critérios, pelo que sugere Drucker, a efi-
meios, ela se insere nas operações, com vista voltada para os aspec- cácia é o mais importante, já que nenhum nível de eficiência, por
tos internos da organização. Logo, quem se preocupa com os fins, maior que seja, irá compensar a escolha dos objetivos errados (Sto-
em atingir os objetivos é a eficácia, que se insere no êxito do alcan- ner e Freeman, 1995. p. 136).
ce dos objetivos, com foco nos aspectos externos da organização. Richard L. Daft diz que:
À medida que o administrador se preocupa em fazer correta- eficiência é um conceito mais limitado que diz respeito aos tra-
mente as coisas, ele está se voltando para a eficiência (melhor uti- balhos internos da organização. A eficiência organizacional é o vo-
lização dos recursos disponíveis). Porém, quando ele utiliza estes lume de recursos utilizados para produzir uma unidade de produto.
instrumentos fornecidos por aqueles que executam para avaliar o Ela pode ser medida como a razão entre as entradas e as saídas. Se
alcance dos resultados, isto é, para verificar se as coisas bem feitas uma organização puder conseguir um determinado nível de produ-
são as que realmente deveriam ser feitas, ção com menos recursos que outra, diz-se que ela é mais eficiente
então ele está se voltando para a eficácia (alcance dos objetivos (Daft, 1999, p. 39).
através dos recursos disponíveis) (Chiavenato, 1994, p. 70). Segundo o autor, “a eficácia organizacional é o grau em que
O autor diz que nem sempre se é eficiente e eficaz ao mesmo a organização realiza seus objetivos. Eficácia é um conceito abran-
tempo. Uma organização pode ser eficiente e não ser eficaz e vice- gente. Ele implicitamente leva em consideração um leque de vari-
-versa. O ideal é ser igualmente eficiente e eficaz. áveis tanto do nível organizacional como do departamental. A efi-
Chiavenato oferece pitorescos exemplos para diferenciar os cácia avalia a extensão em que os múltiplos objetivos – oficiais ou
conceitos: eficiência é ir à igreja, enquanto eficácia é praticar os va- operativos – foram alcançados” (Daft,1999, p. 39).
lores religiosos; eficiência é rezar, enquanto eficácia é ganhar o céu; O autor diz que a eficácia é difícil de ser medida nas organiza-
ou ainda utilizando um outro exemplo, eficiência é jogar futebol ções e tem opinião parecida sobre a relação entre eficácia e eficiên-
com arte, enquanto eficácia é ganhar o jogo. cia que Chiavenato:
Sérgio Rodrigues Bio (1996), caminha no mesmo sentido no Às vezes a eficiência conduz à eficácia. Em outras organizações,
que diz respeito aos conceitos. Para ele “eficiência diz respeito a eficiência e eficácia não são relacionadas. Uma organização pode
método, a modo certo de fazer as coisas. (...) ser altamente eficiente e não conseguir seus objetivos porque fa-
Uma empresa eficiente é aquela que consegue o seu volume brica um produto para o qual não existe demanda. De maneira aná-
de produção com o menor dispêndio possível de recursos. Portan- loga, uma organização pode alcançar suas metas de lucros, mas ser
to, ao menor custo por unidade produzida”. Já a “eficácia diz respei- ineficiente (Daft, 1999, p. 39).
to a resultados, a produtos decorrentes de uma atividade qualquer. Torres traz os dois conceitos para a área pública:
Trata-se da escolha da solução certa para determinado problema ou Eficácia: basicamente, a preocupação maior que o conceito
necessidade. (...) Uma empresa eficaz coloca no mercado o volume revela se relaciona simplesmente com o atingimento dos objetivos
pretendido do produto certo para determinada necessidade” (BIO, desejados por determinada ação estatal, pouco se importando com
1996, p. 21). os meios e mecanismos utilizados para atingir tais objetivos. Efici-
Porém, o autor vincula a eficácia à eficiência: “(...) a eficácia ência: aqui, mais importante que o simples alcance dos objetivos es-
depende não somente do acerto das decisões estratégicas e das tabelecidos é deixar explícito como esses foram conseguidos. Existe
ações tomadas no ambiente externo, mas também do nível de efici- claramente a preocupação com os mecanismos utilizados para ob-
ência(...)” (BIO, 1996, p. 22). tenção do êxito da ação estatal, ou seja, é preciso buscar os meios
Leon C. Megginson, Donald C. Mosley e Paul H. Pietri Jr. dizem mais econômicos e viáveis, utilizando a racionalidade econômica
que uma das formas de se medir o desempenho organizacional re- que busca maximizar os resultados e minimizar os custos, ou seja,
fere-se à eficiência e à eficácia, conceitos que, segundo eles, são fazer o melhor com menores custos, gastando com inteligência os
bem diferentes. recursos pagos pelo contribuinte (Torres, 2004, p. 175).
Modernamente, a literatura especializada achou por bem in-
corporar um terceiro conceito, mais complexo que eficiência e efi-
cácia. Trata-se da efetividade, especialmente válida para a adminis-
tração pública.

375
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A efetividade, na área pública, afere em que medida os resulta- A autora ainda diz tratar-se de ideia muito presente entre os
dos de uma ação trazem benefício à população. Ou seja, ela é mais objetivos da Reforma do Estado. Com esse objetivo estão sendo
abrangente que a eficácia, na medida em que esta indica se o obje- idealizados institutos, como os contratos de gestão, as agências au-
tivo foi atingido, enquanto a efetividade mostra se aquele objetivo tônomas, as organizações sociais e tantas outras inovações com que
trouxe melhorias para a população visada. depara o administrador a todo o momento.
Mais uma vez vale a pena recorrer a Torres. Para ele: Alexandre de Moraes (2000) diz que este princípio obriga a
efetividade: é o mais complexo dos três conceitos, em que a Administração direta e indireta e seus agentes a prática do bem
preocupação central é averiguar a real necessidade e oportunida- comum, por meio do manejo de suas competências de maneira im-
de de determinadas ações estatais, deixando claro que setores são parcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia
beneficiados e em detrimento de que outros atores sociais. Essa e sempre almejando a qualidade, bem como adotando os critérios
averiguação da necessidade e oportunidade deve ser a mais de- necessários para melhor utilização dos recursos públicos.
mocrática, transparente e responsável possível, buscando sintoni- Por outro lado, Celso Antônio Bandeira de Mello tem uma visão
zar e sensibilizar a população para a implementação das políticas bem crítica sobre a introdução do princípio:
públicas. Este conceito não se relaciona estritamente com a ideia Trata-se, evidentemente, de algo mais do que desejável. Con-
de eficiência, que tem uma conotação econômica muito forte, haja tudo, é juridicamente tão fluido e tão difícil o controle ao lume do
vista que nada mais impróprio para a administração pública do que Direito, que mais parece um simples adorno agregado ao artigo 37
fazer com eficiência o que simplesmente não precisa ser feito (Tor- ou o extravasamento de uma aspiração dos que buliram no texto.
res, 2004, p. 175). (...) Finalmente, este princípio é uma faceta de um princípio mais
Torres ainda relaciona os conceitos de eficiência e efetividade amplo já superiormente tratado há muito tempo no Direito italiano:
às reformas gerenciais. o princípio da boa administração.
À medida que aumentam as preocupações com a melhoria da Lúcia Valle Figueiredo também não vê a novidade com bons
qualidade do Estado, as preocupações com eficiência e efetivida- olhos:
de vão se sobrepondo às limitadas questões de ajuste fiscal. Ainda é de se perquirir o que muda com a inclusão do princípio da
segundo o autor, eficiência tem foco na relação custo/benefício, eficiência, pois, ao que se infere, com segurança, à Administração
enquanto efetividade se concentra na qualidade do resultado e na Pública sempre coube agir com eficiência com seus cometimentos.
própria necessidade de certas ações públicas. Na verdade, no novo conceito instaurado de Administração Geren-
Conforme comentado anteriormente, a introdução do Princí- cial, de ‘cliente’, em lugar de administrado, o novo ‘clichê’ produzido
pio da Eficiência na Constituição Federal, através da Emenda Cons- pelos reformadores, fazia-se importante, até para justiçar perante
titucional no. 19, representou um marco para a administração pú- o país as mudanças constitucionais pretendidas, trazer ao texto o
blica brasileira. princípio da eficiência. Tais mudanças, na verdade, redundaram em
A Constituição de 1988 representou, para a gestão pública, um muito pouco de substancialmente novo, e em muito trabalho aos
retrocesso ao modelo burocrático. Portanto, a edição da Emenda juristas para tentar compreender figuras emprestadas sobretudo
Constitucional no. 19 significa uma verdadeira mudança de para- do Direito Americano, absolutamente diferente do Direito Brasileiro
digma e a possibilidade de importantes avanços para o campo pú- (Figueiredo, 2001, p. 63).
blico. Com ela, tem-se a permissão legal para se adotar no Brasil as O Prof Antônio Carlos da Cintra do Amaral, renomado jurista,
reformas gerenciais. escreveu um artigo intitulado “O Princípio da Eficiência no Direito
A EC 19 contém numerosos artigos com significativas inovações Administrativo”, na revista eletrônica Diálogo Jurídico, no. 13, de
e expressamente traz o Princípio da Eficiência: junho/agosto de 2002.
“Art 37- A administração pública direta e indireta de qualquer Neste artigo, o autor afasta conjecturas sobre a vontade do le-
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- gislador e sobre a preocupação que ocorreu no Congresso Nacional
nicípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, sobre a tramitação da proposta de emenda constitucional. Para ele,
moralidade, publicidade e eficiência,(...)” esses fatores não são de nenhuma relevância para a interpretação
Nesse momento, ao analisar o texto constitucional, cabe recur- das normas. Nesse caso, o que deve prevalecer é o significado ob-
so aos ensinamentos da Ciência Jurídica. jetivo do princípio da eficiência, contido no ‘caput’ do art. 37 da CF.
O renomado Hely Lopes de Meirelles diz que: Em seguida, Amaral remete ao significado comum das palavras
o Princípio da Eficiência exige que a atividade administrativa eficiência e eficácia no dicionário de Aurélio Buarque de Holanda,
seja exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o no qual elas são consideradas sinônimas. Como acha insuficiente,
mais moderno princípio da função administrativa, que já não se na busca do significado de eficiência recorre à ciência da Adminis-
contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo tração, mais especificamente aos conceitos de Idalberto Chiavena-
resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimen- to, para diferenciar eficiência de eficácia.
to das necessidades da comunidade e seus membros (Meirelles, Ao analisar os conceitos da administração, diz que a distinção
2002, p. 94). também existe na ciência do Direito, na doutrina civilista, que dis-
Maria Sylvia di Pietro cita a mesma definição do Prof Meirelles tingue, obrigações de meio e obrigações de resultado.
e acrescenta definição dada por Carvalho Simas, que esse dever de Nesse sentido, cita Orlando Gomes:
eficiência corresponde ao dever de boa administração da doutrina para compreender a discrepância, impõe-se a distinção entre
italiana, o que já se acha consagrado, entre nós, pela Reforma Ad- as obrigações de meios e as obrigações de resultado. Correspondem
ministrativa Federal do Dec. Lei 200/67, quando submete toda a as primeiras a uma atividade concreta do devedor, por meio da qual
atividade do Executivo ao controle de resultado, fortalece o sistema faz o possível para cumpri-las.
de mérito, sujeitando a administração à eficiência administrativa e Nas outras, o cumprimento só se verifica se o resultado é atin-
recomendando a demissão ou dispensa do servidor comprovada- gido (Gomes, 1984, p. 21).
mente ineficiente ou desidioso.

376
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
E vai buscar correspondência ainda com o Direito Italiano em Outra controvérsia acerca do Princípio da Eficiência é sua rela-
Alberto Trabucchi, que afirma: “se a obrigação é de resultado, o ção com outros princípios, notadamente o Princípio da Legalidade.
adimplemento se entende verificado somente quando o resultado Amaral ressalta que não vê oposição entre os princípios da efi-
é alcançado; se é de meios, a obrigação é cumprida quando é em- ciência e o da legalidade, na medida em que a atuação do agente
pregada a atividade que se podia exigir da diligência do bom pai de administrativo deve ser eficiente e legal.Di Pietro afirma que a efi-
família” (Trabucchi, 1991. p. 476). ciência é princípio que soma aos demais impostos à administração,
Conclui dizendo que “entendo que o princípio da eficiência, não podendo sobrepor-se a nenhum deles, especialmente ao da
contido no ‘caput’ do art. 37 da Constituição, refere-se à noção de legalidade, sob pena de gerar sérios riscos à segurança jurídica e ao
obrigações de meios. Ao dizer-se que o agente administrativo deve próprio Estado de Direito.
ser eficiente, está-se dizendo que ele deve agir, como diz Trabucchi, Bento diz que se pode presumir a possibilidade de ocorrer con-
com ‘diligência do bom pai de família’”. flito entre o princípio da eficiência e o da legalidade, ou mesmo o
E argúi se o artigo é de alguma utilidade ou é um simples ador- da moralidade. Argumenta que uma saída para essa questão seria o
no como diz Celso Antônio Bandeira de Mello, demonstrando pou- princípio da eficiência ser usado para barrar atos ineficientes, ainda
ca convicção acerca de sua serventia. que legais e morais, ou seja, uma arma contra a falta de inteligência
No entendimento de Amaral, o princípio contido no art 37 da administrativa. Para este autor, dizer que a eficiência deve ocorrer
CF aborda apenas o conceito de eficiência, não englobando o da dentro dos limites da legalidade não resolve a questão, pois coloca
eficácia, nem tampouco, portanto, o da efetividade. a eficiência em um patamar meramente residual. Mas é preciso ir
A própria Constituição reconhece a diferença entre eficiência e além e verificar a questão da discricionariedade administrativa.
eficácia. É o que fica patente com a leitura do artigo 74, que trata Uma saída seria:
de um sistema de controle interno integrado entre os Poderes Le- a distinção entre as instâncias superiores da administração, en-
gislativo, Executivo e Judiciário, inciso II: “comprovar a legalidade e carregadas de formular as estratégias mais gerais a respeito das
avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência da gestão orça- políticas públicas além de estabelecer o seu marco regulatório, e
mentária, (...)” aqueles órgãos inferiores encarregados da sua implementação,
Compartilhando da visão de Amaral, não se pode admitir que concentrando o projeto antidiscricionário sobre o topo da adminis-
a Constituição reconhece a distinção entre conceitos em um artigo tração enquanto admite a flexibilização organizacional – posto que
e não o faz em outro. Tal hipótese seria completamente absurda. sempre supervisionada, inclusive do ponto de vista da eficiência –
Nessa seara, pode-se concluir que a CF, ao tratar do princípio da na sua base (Bento, 2003. p. 149).
eficiência, não faz menção à eficácia, nem tampouco à efetividade. Aqui cabe discordar da visão de Bento. Ao se avaliar uma ação
Surge então um questionamento fundamental. É viável ou estatal sob o prisma da eficiência e sob o da legalidade, não se está
mesmo desejável um Estado eficiente, mas que não seja eficaz nem diminuindo nenhum dos dois princípios. A Constituição determinou
efetivo? É claro que a resposta é negativa. Toda a moderna teoria que os Poderes obedecerão aos princípios da eficiência e da legali-
gerencial sobre o Estado e, mais ainda, todas as ações do Estado dade. Logo, todos os atos públicos deverão caminhar sob o resguar-
devem ocorrer no sentido de que os objetivos desejados pela admi- do de ambos os princípios. Não pode haver choque entre eles. Não
nistração devam ser alcançados, com os melhores meios possíveis, se pode admitir uma ação dentro dos limites da legalidade e não
atendendo às necessidades da população visada. Portanto, dizer atinente à eficiência, ou vice-versa.
que a Constituição naquele momento se referia somente aos meios Nesse momento, poderia haver o questionamento se esses
é um contrassenso. debates sobre conceitos jurídicos teriam alguma utilidade para a
Outros autores podem afirmar que a vontade do legislador administração. A resposta com certeza seria positiva. Em toda a
deve ser levada em consideração e que o princípio englobaria o oportunidade que alguém ligado a qualquer ciência afirmar que o
conceito de eficácia, como pode se inferir da opinião de mestres Princípio da Eficiência só diz respeito aos meios, que ele é somente
como Moraes e Di Pietro. um adereço e que guarda alguma objeção ao Princípio da Legalida-
Ou seja, para alguns autores o legislador, ao anunciar o princí- de, poderá ser respondido pelo administrador público.
pio da eficiência, estaria englobando também os princípios da efi- A Emenda Constitucional 19 visou à boa administração, a admi-
cácia e da efetividade, ou, pelo menos, o primeiro. Os três ou dois nistração capaz de proporcionar bem estar à população. Ela não foi
princípios estariam condensados em um só. Seria como afirmar que um adereço. Ela permite que leis infraconstitucionais adotem me-
os Constituintes não conheciam ou não levaram em conta a diferen- canismos inovadores, sob a alegação de que estão de acordo com o
ciação oriunda da Ciência Administrativa. Princípio da Eficiência.
Trilhando essa vertente se avista a solução. O artigo 74 data A partir dela, toda conduta do governante estritamente legal
da redação original da Constituição. Sempre o tema de Controle In- sob o ponto de vista processual, mas que não traga benefícios prá-
terno sofreu muita influência da Ciência da Administração. Daí a ticos, afronta a lei. Por exemplo, a construção de uma ponte. Não
menção à eficiência e eficácia. basta que o processo licitatório esteja dentro da conformidade legal
Já a redação da EC 19 se deu em outra realidade. O que se bus- e que a construção seja feita na melhor relação entre qualidade e
cava era a modernização da administração pública. Uma mudança preço. É necessário que estes pressupostos sejam cumpridos, mas
de paradigmas do modelo burocrático, que se preocupava princi- impõe-se um passo adiante. A ponte tem de atender aos anseios
palmente com meios, para o modelo gerencial, com ênfase em re- das pessoas que dela se servirão. Ela tem de trazer benefícios à po-
sultados. pulação.
A introdução do Princípio da Eficiência significou um norte, um A promulgação da emenda não significou um choque entre
estímulo, uma indicação de caminho para a administração pública. duas ciências. Ao contrário, representa um momento em que a Ci-
Ela não se satisfazia somente com o controle, ela queria resultados. ência Jurídica, sob a influência dos administradores públicos, pro-
A administração pública no Brasil é pendular. Ora gravita para duziu um texto condizente com as práticas modernas de gestão e,
o controle, ora para a flexibilidade. A Constituição de 1988 foi um a partir daí, inclusive utilizando-se de conhecimentos jurídicos, a
movimento no sentido do controle. A Emenda Constitucional 19 um Ciência da Administração pôde produzir significativos avanços na
movimento para a flexibilidade. condução das políticas públicas.

377
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Surgiram as agências executivas, as agências reguladoras, as e, por conseguinte, influencia a sua própria competitividade. Essas
Oscips, as O.S., o contrato de gestão, o termo de parceria, a modali- tecnologias podem representar um fator estratégico e competiti-
dade de pregão no âmbito da licitação, e ocorreu o fim da unicidade vo para o ambiente operacional, com relação a grande variedade
do regime jurídico único como obrigatoriedade. Essas, entre outras de opções de arranjos do fluxo de trabalho que refletirá no pronto
medidas, significaram a materialização dos pressupostos do Prin- atendimento ao cliente.
cípio da Eficiência, a saber: a eficiência, a eficácia e a efetividade. O gerenciamento da qualidade total é uma abordagem voltada
Na prática, o que se viu é que o Princípio da Eficiência ultrapas- para as operações gerenciais. A qualidade é inserida em um pro-
sou os limites do debate acadêmico e se instalou definitivamente na duto durante o processo operacional, e não acrescentada a ela na
vida pública nacional. A partir dele, sob o escopo legal, abriu-se a fase de inspeção. A qualidade de um produto é influenciada por seu
possibilidade de se praticar a administração pública com eficiência, desing, pela qualidade de matérias primas e pelo desempenho dos
eficácia e efetividade. Os pressupostos da moderna teoria gerencial empregados.
podem ser adotados por qualquer governo, seja nos planos federal, Com a atual realidade econômica as empresas para enfrentar a
estadual ou municipal. competitividade precisam constantemente avaliar suas estratégias
Ou seja, a introdução desse princípio no ordenamento jurídico de ação com relação à qualidade, em muitos momentos se depa-
é a autorização básica e necessária para introduzir a moderna teoria ram com a questão da certificação ou seja ISO.
gerencial na administração pública brasileira. ISO é a sigla de uma organização internacional, não governa-
Portanto, cabe agora aos gestores públicos dar as efetivas res- mental, que elabora normas internacionais que descrevem sistemas
postas à população, no sentido de garantir a ela a prestação de de qualidade. O Brasil participa da ISO através da ABNT (Associação
comodidades públicas condizentes com seus anseios reais, a tanto Brasileira de Normas Técnicas), que é uma sociedade privada, sem
tempo postos em segundo plano pelos governantes brasileiros. fins lucrativos, onde participam pessoas físicas e jurídicas, e reco-
nhecida pelo governo brasileiro.
Produtividade e Competitividade O processo de certificação é composto por círculos da quali-
Com as transformações ocorridas no cenário das organizações dade que se baseiam nas ideias dos empregados, reunindo-se pe-
riodicamente para identificar e resolver problemas. Inspeção que é
em geral a maior preocupação das empresas é como competir com
o método tradicionalmente usado para manter o controle da qua-
grandes e repentinas mudanças no mercado.
lidade. E o controle da qualidade moderno que envolve o uso de
Algumas empresas utilizam técnicas como Downsizing (redu-
técnicas estatísticas, planos de amostragem, variáveis e atributos,
ção de pessoal) na tentativa de reduzir custos e consequentemente
para detectar e tratar problemas relacionados à qualidade. A admi-
seus preços de venda. Outras tantas, investem em programas rela- nistração da qualidade é importante nos negócios de serviço, bem
cionados à qualidade, investimentos tecnológicos e outras técnicas como na fabricação.
propostas para se atingir o objetivo desejado. Com um mercado cada vez mais competitivo as empresas se
Na verdade as empresas devem ofertar produtos e serviços deparam com um ambiente de alta pressão, exigindo das mesmas
que atendam as necessidades e expectativas do mercado, que se- produtos ou serviços com padrões cada vez melhores, e muitas ve-
jam úteis, que cubram custos, que garantam lucros e que tenham zes, para sobreviver são impelidas a serem flexíveis e inovadoras. A
preços competitivos. Para que isso aconteça às empresas precisam certificação é uma forma da empresa demonstrar para o mercado
conhecer muito bem o mercado que querem atender ou atendem produtos ou serviços com qualidade facilitando relações comerciais.
(nicho de mercado), verificar a melhor estratégia de atuação, recur- Produtividade
sos e tecnologia necessárias para a obtenção de produtos, aquisição A produtividade é considerada uma sincronia de estraté-
e controle de matérias primas, conhecer a atuação dos concorren- gias das empresas com o mercado, desta forma, Cerqueira Neto
tes, a utilização correta da informação que quando bem utilizada e (1991:43) a define como: “as grandes empresas se empenham na
organizada representa o meio de integrar as diversas funções, pro- implementação de programas de qualidade total, cujos resultados
cessos e setores e outros tantos conhecimentos necessários para não só garantem a plena satisfação dos clientes como também re-
obter o sucesso desejado. Em resumo isto significa ter qualidade. duzem os custos de operação, minimizando as perdas, diminuindo
A qualidade representa um modo de gestão das organizações consideravelmente os custos com serviços externos otimizando a
em que as pessoas devam fazer as coisas certas, no tempo certo e utilização dos recursos existentes.”
ao menor custo e para isso precisam dominar e usar o conhecimen- De acordo com Longenecker, Moore e Petty (1997, p. 484), pro-
to necessário para a organização da empresa. dutividade é a eficiência com a qual os insumos são transformados
em produção.
Qualidade A administração da produção/operações tem sofrido trans-
Qualidade são aspectos de um produto ou serviço que lhe per- formações imensas com as mudanças mercadológicas, alcance de
mitem satisfazer necessidades (Longenecker; Moore; Petty ,1997, metas estratégicas e competitivas das organizações. As empresas
p. 470), Segundo Miranda (1994, p.5) as organizações precisam ge- precisam constantemente aprimorar produtividade, qualidade e
eficiência, que exige bom estruturamento, comunicação fácil e am-
rar produtos e serviços em condições de satisfazer as demandas dos
biente de valorização do ser humano. Para que estejam enquadra-
usuários finais – consumidores sob todos os aspectos.
das neste contexto, algumas empresas adotaram e readequaram
Portanto, Gestão da Qualidade significa um modo de organiza-
técnicas de qualidade, queima de linhas de produtos não compe-
ção das empresas para garantir produtos e serviços com qualidade,
titivos, adoção de fluxo de produção mais eficiente, dentre outros
que envolvem alta conformação às especificações, aparência atra- processos que a tornem mais competitiva.
tiva do produto, respostas rápidas às mudanças de especificações, Tornou-se necessário sincronizar estratégias das empresas com
baixas taxas de defeitos, tempo curto de manufatura e aspectos o mercado e a manufatura, que atendam clientes, usuários e aque-
tecnológicos tais como: tecnologia básica de processo, tecnologia les que os representam e os influenciam, ter consciência que a sa-
dos materiais, tecnologia envolvida no processo de manuseio e tec- tisfação está relacionada com o que a concorrência oferece e que
nologia de produção. O uso destas tecnologias associadas ao pro- a satisfação é conseguida durante toda a vida útil do produto não
cesso da Gestão da Qualidade possibilita aumento da produtividade apenas na hora da compra, significa dizer que a produtividade está

378
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
baseada em melhorias contínuas internas que refletiram externa- A informação está presente nas ações da empresa como um
mente. Desta forma, as empresas além de satisfazerem seus consu- todo, no conhecimento do mercado, definição de produtos, formas
midores, devem também ser melhores que seus concorrentes. de atuação do processo operacional, interligando sistemas como
A gestão da qualidade trata o processo manufatureiro como suprimentos, compras, vendas entre outros envolvidos no cenário
um potencial alavancador de competitividade e como parte destas empresarial e inter-relacionados. Tem por objetivo promover o co-
estratégias estão as obtenções de produtos sem erros, entregas nhecimento básico e orientações que se fazem necessárias a cada
rápidas ao consumidor, cumprimento de prazos de entregas, colo- processo, função, desde que seja no momento certo e na quantida-
cação de novos produtos no mercado dentro do prazo preestabe- de adequada.
lecido, mix de produtos amplos conforme demanda do mercado, A informação significa dados em uso e seu valor é determinado
estratégias adequadas para produzir a baixos custos. A gestão da pelo usuário. A informação utilizada no sistema empresarial pode
qualidade auxilia o setor operacional a administrar redução de per- ser organizada de acordo com o ciclo empresarial, agrupada pela
das e custos de operação, estrangulamentos das linhas de produ- sua similaridade e a estreita relação da organização em suas fun-
ção, aprimoramento de métodos e testes de inspeção, otimização ções e processos com a cadeia de informação que garante tomada
do tempo de produção, definição de manutenções preventivas, de decisão precisa em tempo real.
eliminação de retrabalhos e outras tomadas de decisão necessá- Sobrevivência e sucesso empresarial dependem completamen-
rias para concretizar a gestão. Tanto as organizações de fabricação te da habilidade da organização para ajustar à dinâmica do am-
quanto às de serviços usam um processo operacional que converte biente empresarial. Mudanças em informática geraram aberturas
insumos em produtos ou serviços. Esses tipos básicos de processos em acesso e controlam a informação e o conhecimento. O conheci-
são oficinas de trabalho, produção contínua e produção por lote. A mento é inerente à vantagem competitiva e a tecnologia converte
programação adequada e o controle do fluxo de trabalho são ne- desafios em oportunidades.
cessários tanto nas organizações de fabricação quanto de serviços. Não há vantagem competitiva sustentável senão através do
que a empresa SABE, como consegue UTILIZAR o que sabe e a rapi-
Competitividade dez com que APRENDE algo novo.
A competitividade está diretamente ligada à eficiência empre- A administração do conhecimento é a solução para as capaci-
sarial. dades técnicas da empresa, para criar o conhecimento que impul-
Competitividade é a base do sucesso ou fracasso de um negó- siona a empresa adiante. Administração do conhecimento significa
cio onde há livre concorrência. Aqueles com boa competitividade pensamento fora dos limites de praticas atuais, produtos, serviços e
prosperam e se destacam dos seus concorrentes, independente do organizações. O ambiente organizacional moderno exige inovação,
seu potencial de lucro e crescimento... criatividade e ênfase no capital intelectual. A gestão do conheci-
Competitividade é a correta adequação das atividades do ne- mento é um processo, articulado e intencional, destinado a susten-
gócio no seu microambiente. ( DEGEN, 1989, p.106-107) tar ou a promover o desempenho global da organização, com base
A competição é o termômetro para as adaptações das ativida- no conhecimento.
des de uma empresa em relação ao seu nicho de mercado. Uma das Ter controle, facilidade de acesso e manter um gerenciamento
estratégias utilizadas pelas empresas para serem competitivas é a integrado sobre essas informações passou a ser um diferencial para
diferenciação de seus produtos e/ou serviços. A gestão da qualida- que se possam atingir objetivos desejados, gerenciar informações
de auxilia no processo de competitividade a partir do momento que não é mais o bastante para as empresas, que tem como principal
oferece ao mercado produtos livres de defeitos, entregas rápidas, objetivo atual administrar conhecimento.
isto associado aos programas operacionais que passam a contribuir
plenamente para atender seus consumidores. Conhecimento significa informação interpretada, o que ela
O modelo de gestão da qualidade procura atender prontamen- pode causar quando utilizada em determinadas tomadas de de-
te aos requisitos da competitividade através da colocação de novos cisões. Saber como o meio reage às informações, anterver-se às
produtos e serviços, necessidade de oferecer produtos e serviços mudanças e ser bem sucedido nos objetivos a que se propõe. A
com alta qualidade a custos relativamente baixos que os tornem administração do conhecimento envolve pessoas, tecnologia e pro-
competitivos, capacidade rápida de inovação, dentre outras. cessos, desta forma, utiliza o conhecimento acessível de fontes ex-
ternas, embute e armazena conhecimento em processos de negó-
Informação e competitividade cios, representa conhecimento em banco de dados e documentos,
A informação é muito mais que dados processados: são dados promove crescimento do conhecimento através da cultura das or-
coletados, organizados, ordenados, aos quais são atribuídos signifi- ganizações e incentivos, transfere e compartilha conhecimento ao
cados e contexto. longo da organização e avalia o valor de ativos de conhecimento .O
Para ser competitivo é necessário conhecer o ambiente exter- maior desafio da gestão do conhecimento encontra-se em objetivos
no e o ambiente interno, definindo caminhos que garantam a conti- corporativos x individuais, aprendizagem individual x grupal x or-
nuidade empresarial. A empresa é entendida como um sistema que ganizacional, subculturas executiva x técnica x operacional, vínculo
engloba recursos físicos, humanos e organizacionais, para transfor- com criação de valor e infraestrutura tecnológica.
mar matérias primas em produtos na forma de bens e serviços. O Embora informática e tecnologia representam uma grande par-
maior desafio das empresas é sempre ofertar produtos e serviços te da administração do conhecimento, as pessoas continuam sen-
que satisfaçam plenamente seus clientes, cobrindo seus custos e do a força que dá movimento à administração do conhecimento. O
garantindo seus lucros. conhecimento é criado apenas pelos indivíduos e a eles pertence.
A empresa para ser competitiva precisa levar em consideração Uma organização não pode criar conhecimento sem as pessoas. O
atuação dos seus concorrentes diretos, fornecedores, clientes, ino- que pode fazer é apoiar pessoas criativas e prover contextos para
vações (desenvolvimento de novos produtos), estratégias mercado- que essas gerem conhecimento. Além da geração e/ou aquisição
lógicas, gerenciar materiais e operações e outros aspectos relevan- de conhecimento, é preciso cuidar para que ele seja catalogado,
tes para garantir sua participação no mercado. transferido, assimilado e utilizado, ou seja, estoque, fluxos e con-

379
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
teúdos de conhecimento. Aprender com a experiência, aplicar o experiência individual envolvendo fatores intangíveis. A interação
conhecimento adquirido da experiência, tratar situações comple- entre essas duas formas complementares de conhecimento resulta
xas, resolver problemas quando faltam informações importantes, na principal dinâmica da criação do conhecimento na organização.
determinar o que é importante, ter capacidade para raciocinar e Em síntese a administração do conhecimento é algo feito por
pensar, reagir rápida e corretamente a novas situações, compre- pessoas. A tecnologia da informação é um recurso de apoio, mas o
ender imagens visuais, processar, ser criativo e imaginativo, utili- foco principal deve ser as mudanças necessárias nos processos da
zar heurística (normas práticas advindas da experiência) são algu- empresa (que precisam mudar para incorporar atividades de coleta
mas das características de um comportamento inteligente a serem e utilização do conhecimento), os papéis e responsabilidades na or-
otimizadas na execução de qualquer atividade funcional em uma ganização (por exemplo, quem capta e quem conserva as informa-
empresa e são também características em que se observa uma ní- ções) e os incentivos (por exemplo, o que fazer para que as pesso-
tida correlação entre conhecimento, aprendizagem e criatividade. as contribuam com seus conhecimentos). Os mais bem-sucedidos
Tomada de decisão humana e a tomada de decisão organizacional projetos organizacionais os quais focam o conhecimento devem dar
está fundamentada no princípio que as organizações nunca podem atenção a uma sinergia significativa entre os fatores humanos, orga-
ser perfeitamente racionais, porque os seus membros têm habilida- nizacionais, técnicos e estratégicos.
des limitadas de processamento de informações. Qualidade e produtividade são fatores chave para a competiti-
Para que as organizações se tornem mais inteligentes é neces- vidade e sempre foi preocupação dos setores produtivos, em maior
sário construir tipos de habilidades de aprendizagem dentro das ou menor escala em diferentes setores.
organizações, sendo requerido que estas sejam mais do que obriga- A qualidade observou diferentes abordagens ao longo do tem-
toriamente competentes na aprendizagem de circuito único (que se po sendo até hoje fator de sucesso para as empresas. Com o acir-
apoia em uma habilidade de detectar e corrigir o erro com relação ramento da competição a qualidade passou a ser uma questão de
a um dado conjunto de normas operacionais), também possuindo sobrevivência no mundo empresarial.
habilidades em termos de aprendizagem de circuito duplo (que No Brasil, a partir do inicio da década de 90, vem sendo ob-
depende de ser capaz de olhar de forma multifacetada uma dada servado grande movimento em prol da melhoria da qualidade de
situação, questionando a relevância das normas em funcionamen- produtos e serviços. A criação de programas, tais como, o Programa
to). A aprendizagem se torna evidente dentro de uma organização Brasileiro da Qualidade e Produtividade, a abertura econômica que
quando em um determinado cenário seus membros experimentam expôs as empresas brasileiras a um ambiente de grande competi-
uma situação problemática e questionam / investigam / refletem ção, a evolução do cidadão brasileiro enquanto consumidor, que
em favor da organização. Transformam desafios em oportunidades passou a exercer mais plenamente seus direitos e deveres e a es-
e confrontam o esperado com os resultados atuais das ações de tabilização da moeda foram fatores indutores e decisivos para esse
modo a tornar evidentes os resultados e as expectativas. movimento.
A aprendizagem no contexto organizacional pode tornar-se evi- A qualidade deixou a ser preocupação exclusiva dos técnicos,
dente interpretando experiências passadas que levaram ao sucesso para ser de todos. O conceito atual é que qualidade é adequação ao
ou fracasso, analise entre ações e resultados organizacionais que in- uso, cujos requisitos devem estar preestabelecidos.
dicarão ações futuras, visualização do cenário organizacional quan- O mercado globalizado vem demandando novas abordagens
to a desempenho, demanda e mudanças necessárias buscando a em termos da questão da qualidade. Uma adequada gestão pela
minimização de interesses conflitantes, análise das teorias de ação qualidade, que tem decisiva contribuição para alavancar à compe-
e propostas de reestruturação, descrição e análise das experiências titividade, passou a ser decisiva para a sobrevivência das empresas.
da organização. Surgem as chamadas barreiras não tarifárias ou barreiras técni-
A construção e manutenção de um ambiente propício ao cas, estabelecidas através da promulgação de normas, regulamen-
aprendizado favorece a criatividade, bem como motivação para o tos ou procedimentos de avaliação da conformidade. O fato é que
trabalho, pelo prazer e satisfação, um conhecimento e experiência o espaço para dificultar o acesso a mercados através do estabele-
abrangente, uma cultura organizacional que inclua valores predo- cimento de tarifas acabou para a grande maioria dos países, pas-
minantes para a inovação e, de especial relevância, a disposição sando estes a fazê-lo através das barreiras técnicas. Por avaliação
para correr riscos e aprender com os próprios erros. O conhecimen- da conformidade entende-se a implementação de uma sistemática,
to apresenta tanto um componente tácito quanto um componente com regras preestabelecidas e devidamente acompanhadas e ava-
explícito e, em consequência disso, pode ser mais ou menos «ensi- liadas, que propicia adequado grau de confiança de que um pro-
nável». Analisada em termos de incremento do sucesso empresa- duto, processo ou serviço atende aos requisitos de uma norma ou
rial, uma crescente vantagem competitiva de uma empresa está di- regulamento técnico.
retamente relacionada à dificuldade com que outras possam copiar A preocupação constante, do empresário moderno, é de ofe-
seu conhecimento. recer sempre produtos e serviços com altos índices de qualidade.
O conhecimento não está somente nos indivíduos ou nas roti- Ser competitivo é encontrar métodos para reduzir o esforço físico,
nas de trabalho das organizações, mas está cada vez mais presente encurtar o tempo de execução, diminuir custos, oferecer produtos
nas redes de conhecimentos que ligam as organizações, e o desafio e serviços com alta qualidade e bons preços de venda. Entretanto, é
está exatamente em perceber e enfrentar as limitações das novas necessário que as empresas conheçam seus pontos fortes e fracos
tecnologias de informação que permitem a existência desta rede, internos e externos. O parâmetro para saber se uma empresa tem
uma vez que estas tecnologias têm se orientado mais no sentido de competitividade, instaura-se no confronto com outras empresas si-
mover a informação de “uma cabeça para outra”, em vez de perme- milares existentes em diferentes regiões.
ar as rotinas organizacionais. As empresas independentemente de seu porte, ramo ou lo-
As organizações se deparam com o conhecimento explícito que calização, precisam a todo instante da informação sobre diversos
pode ser articulado na linguagem formal, inclusive em afirmações assuntos e áreas do conhecimento, desta forma, para serem com-
gramaticais, expressões matemáticas, especificações, manuais e as- petitivas precisam dominar e fazer uso do conhecimento necessá-
sim por diante, e o conhecimento tácito difícil de ser articulado a rio para ofertar ao mercado produtos e serviços que atendam suas
linguagem formal, sendo um conhecimento pessoal incorporado à necessidades.

380
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Uma empresa representa um sistema complexo, estruturado Engenharia: desenvolver produtos como um processo coor-
por funções e processos que devem agir de modo ordenado, inte- denado, através do uso da engenharia simultânea, com o envolvi-
grado e sincronizado. Representa um grande desafio para a gestão mento de pessoas de diferentes áreas funcionais, envolvimento de
de empresas fazer com que todos os seus elementos atuem ordena- clientes no projeto e da realização de experimentações, contribui,
damente em direção a sua razão de ser: o cliente. A gestão da quali- com as atividades ligadas à formação de competências centrais da
dade representa este meio, uma forma de organização da empresa empresa, para a criação de novos conhecimentos e inovações;
em busca de seus objetivos. Manufatura ou fabricação (área de produção da fábrica): con-
Um sistema da qualidade é basicamente um sistema de infor- tribuindo com mais espaços de conversão de conhecimentos tácito
mação. Permite ordenar o conhecimento usado na empresa, sincro- / explícito, mediante oportunidade dada por recursos como a pro-
nizando a atuação de pessoas, postos de trabalhos e fornecedores dução enxuta, que incentiva o agrupamento de visões diferentes
em busca de objetivos comuns, em direção ao sucesso da empresa. para a análise e solução de problemas da produção.
O fluxo de informação do processo, que representa o elemento bá- Marketing: trabalhando com as fontes de conhecimentos ex-
sico da organização das empresas, é que proporciona o devido meio ternos à empresa, por meio da mudança de foco que incorpora,
de comunicação entre os componentes da empresa, assegurando buscar e mostrar a realidade atual (pesquisas de mercado conven-
o fornecimento de produtos certos, com especificações de acordo cionais), o desenvolvimento de mecanismos para analisar tendên-
com os requisitos dos clientes, nos prazos e quantidades corretas, cias futuras;
a um custo mínimo e plena satisfação das pessoas envolvidas com Vendas e serviços: incorporação de conhecimentos externos à
a empresa. empresa, com a acumulação de dados e informações sobre os clien-
Estabelecer um sistema de organização de empresas com base tes em tempo real, que posteriormente podem ser trabalhados por
na gestão da informação representa um meio para ordenar o uso ferramentas de Tecnologia de Informação, voltadas à construção de
do conhecimento necessário à atividade empresarial visando o su- conhecimentos mediante análises estatísticas e cruzamentos destes
cesso da mesma. dados e informações.
No contexto atual das empresas o conhecimento assume cada O uso dos conceitos de Gestão da Qualidade e Gestão do Co-
vez mais um papel central. Os recursos econômicos básicos passam nhecimento como fatores chave para a produtividade e competi-
a contar, além do capital, dos recursos naturais e da mão-de-obra tividade organizacional, pretende expor diversas visões ligadas a
com dados para a formação de conhecimentos necessários aos pro-
estes contextos, buscando entender o impacto destes temas na
cessos produtivos e de negócios.
inovação dos processos organizacionais. Isso permite concluir que
O conhecimento tem o seu valor e para o ambiente organiza-
é impossível implementar a gestão da qualidade sem o devido uso
cional o mesmo se faz presente através da aplicação de programas
da informação.
da qualidade, produtividade, capacidade de inovar, aplicando o
conhecimento ao trabalho, criando os `trabalhadores do conhe-
cimento’, fazendo com que novos desafios se façam presentes: a
produtividade do trabalho com o conhecimento e a formação deste TÉCNICAS DE ARQUIVAMENTO: CLASSIFICAÇÃO, OR-
novo trabalhador possibilita a empresa competir e garantir sua per- GANIZAÇÃO, ARQUIVOS CORRENTES E PROTOCOLO
manência no mercado.
Para as organizações conhecimento significa aplicar um con-
junto de regras, procedimentos e relações a um conjunto de dados Administrar, organizar e gerenciar a informação é, hoje, uma
para que este atinja valor informacional. preocupação entre as empresas e entidades públicas e privadas de
Uma informação idêntica, da mesma forma que um recurso pequeno, médio e grande porte de diversos segmentos, que encon-
físico, terá diferente valor para pessoas, locais e tempos diferen- tram na Tecnologia da Gestão de Documentos uma poderosa aliada
tes, variando então seu valor econômico conforme o contexto para a tomada de decisões e um facilitador para a gestão de suas
Com relação a essa integração da gestão do conhecimento com atividades.
os processos empresariais da organização, as tradicionais áreas ou A Gestão de Documentos é também um caminho seguro, rápi-
departamentos funcionais da empresa continuam existindo, mas do e eficiente para as empresas se destacarem dos seus concorren-
com novos desafios e propósitos. Cada vez mais devem deixar sua tes e conquistarem certificações.
postura isolada e procurar contribuir efetivamente na formação A Gestão de Documentos contribui no processo de Acreditação
de linguagens comuns com outros departamentos, em especial e Certificação ISO, porque assegura que a informação produzida e
naqueles processos em que atuam conjuntamente. Neste sentido, utilizada será bem gerenciada, garantindo a confidencialidade e a
pode ser mencionado o que deverá ocorrer com as seguintes áreas rastreabilidade das informações, além de proporcionar benefícios
funcionais Finanças: tem como propósito contabilizar ou medir os como: racionalização dos espaços de guarda de documentos, efi-
recursos intangíveis (conhecimentos) presentes nos processos de ciência e rapidez no desenvolvimento das atividades diárias e o
negócios empresariais; controle do documento desde o momento de sua produção até a
Recursos Humanos: utilizando a gestão do conhecimento para destinação final.
fatores tais como a liderança, cultura corporativa, relações interfun- Com relação à Acreditação, a Gestão de Documentos é fator
cionais e gestão por competências;
determinante também para cumprir a Resolução 1.639/2002, do
Qualidade: enfatizando processos empresariais, do fornecedor
Conselho Federal de Medicina, onde é definido que os prontuários
até a entrega ao cliente, busca do conhecimento externo à empresa
médicos são de guarda definitiva e, portanto, não podem ser des-
para aprimorar técnicas administrativas como o benchmarking de
cartados sem o devido planejamento de como garantir a preserva-
melhores práticas;
Tecnologia da Informação: inserindo nas organizações novas ção das informações.
ferramentas de Tecnologia de Informação para a gestão do conhe- Administrar e gerenciar documentos, a partir de conceitos da
cimento, considerando a visão estratégica que a empresa emprega Gestão Documental, proporciona às empresas privadas e entidades
nestes temas, aspectos humanos e comportamentais ligados ao uso públicas maior controle sobre as informações que produzem e re-
destas ferramentas; cebem.

381
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A implantação da Gestão de Documentos associada ao uso ade- to de documentos não saberem, ou mesmo não serem orientadas
quado da microfilmagem e das tecnologias do GED (Gerenciamento sobre como proceder para que o documento cumpra a sua função
Eletrônico de Documentos) deve ser efetiva visando à garantia no na instituição.
processo de atualização da documentação, interrupção no processo Como alternativa para essa questão, sistemas de base de dados
de deterioração dos documentos e na eliminação do risco de perda podem ser utilizados, de forma que se faça o registro dos documen-
do acervo, através de backup ou pela utilização de sistemas que tos assim que eles cheguem às repartições.
permitam acesso à informação pela internet e intranet. Algumas rotinas devem ser adotadas no registro documental,
A eficiente gestão dos arquivos públicos municipais contribui afim de que não se perca o controle, bem como administrar proble-
para uma melhor administração dos recursos das cidades e municí- mas que facilmente poderiam ser destaca-se:
pios, além de resguardar os mesmos de penalidades civis e adminis- Receber as correspondências, separando as de caráter oficial
trativas, que estes estão sujeitos se não cumprirem a legislação em da de caráter particular, distribuindo as de caráter particular a seus
vigor ou ainda, se destruírem documentos de valor permanente ou destinatários.
de interesse público e social. Separar as correspondências de caráter ostensivo das de cará-
A Gestão de Documentos no âmbito da administração pública ter sigiloso, encaminhado as de caráter sigiloso aos seus respectivos
atua na elaboração dos planos de classificação dos documentos, destinatários;
TTD (Tabela Temporalidade Documental) e comissão permanente Tomar conhecimento das correspondências de caráter ostensi-
de avaliação. Desta forma é assegurado o acesso rápido à informa- vos por meio da leitura, requisitando a existência de antecedentes,
ção e preservação dos documentos. se existirem;
Classificar o documento de acordo com o método da institui-
Protocolo ção, carimbando-o em seguida;
Elaborar um resumo e encaminhar os documentos ao proto-
Protocolo: recebimento, registro, distribuição, tramitação e ex-
colo.
pedição de documentos.
Preparar a ficha de protocolo, em duas vias, anexando a segun-
As atividades de recebimento de documentos, registro, contro-
da via da ficha ao documento;
le de tramitação e expedição de correspondências constituem os
Rearquivar as fichas de procedência e assunto, agora com os
serviços de protocolo. E as atividades de arquivamento e emprésti- dados das fichas de protocolo;
mo de documentos são os serviços de arquivo. Então, não podemos Arquivar as fichas de protocolo.
separar os serviços de protocolo dos serviços de arquivo. Daí ser A tramitação de um documento dentro de uma instituição de-
comum, na estrutura organizacional das instituições, a existência de pende diretamente se as etapas anteriores foram feitas da forma
setores, normalmente denominados Arquivo e Protocolo, ou Arqui- correta. Se feitas, fica mais fácil, com o auxílio do protocolo, saber
vo e Comunicação ou outro nome parecido, que respondem tanto sua exata localização, seus dados principais, como data de entra-
pelo protocolo como pelo arquivamento. da, setores por que já passou, enfim, acompanhar o desenrolar de
Em relação aos serviços de arquivo e protocolo, é importante suas funções dentro da instituição. Isso agiliza as ações dentro da
destacarmos que as rotinas e procedimentos para sua execução de- instituição, acelerando assim, processos que anteriormente encon-
vem ser criados pela própria instituição, obedecendo a um critério travam dificuldades, como a não localização de documentos, não se
adequado às suas características. Não podemos predeterminar e podendo assim, usá-los no sentido de valor probatório, por exem-
nem impor qualquer rotina ou procedimento a uma empresa, mas plo.
apenas sugerir. Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos de-
Para que todo esse processo acima seja desenvolvido é neces- vem ter seu destino decidido, seja este a sua eliminação ou reco-
sário trabalhar com a gestão de documentos, que nada mais é que lhimento. É nesta etapa que a expedição de documentos torna-se
um conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à importante, pois por meio dela, fica mais fácil fazer uma avaliação
sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase do documento, podendo-se assim decidir de uma forma mais confi-
corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento ável, o destino do documento.  Dentre as recomendações com rela-
para a guarda permanente. ção à expedição de documentos, destacam-se:
Protocolo é a denominação geralmente atribuída a setores en- Receber a correspondência, verificando a falta de anexos e
carregados do recebimento, registro, distribuição e movimentação completando dados;
dos documentos em curso. É de conhecimento comum o grande Separar as cópias, expedindo o original;
avanço que a humanidade teve nos últimos anos, avanços esses que Encaminhar as cópias ao Arquivo.
contribuíram para o aumento da produção de documentos. Cabe
É importante citar que essas rotinas são apenas sugestões, afi-
ressaltar que tal aumento teve sua importância para a área da ar-
nal, cada instituição desenvolverá os processos próprios, no entan-
quivística, no sentido de ter despertado nas pessoas a importância
to, a aplicação dessas rotinas inquestionavelmente facilita todo o
dos arquivos. Entretanto, seja por descaso ou mesmo por falta de
processo de protocolo e arquivo.
conhecimento, a acumulação de massas documentais desnecessá-
rias foi um problema que foi surgindo. Essas massas acabam por Classificação de Documentos de Arquivo
inviabilizar que os arquivos cumpram suas funções fundamentais. Os principais Sistemas ou Tipos de classificação utilizados em
Para tentar sanar esse e outros  problemas, que é recomendável o arquivos são:
uso de um sistema de protocolo. - Classificação Alfabética
- Classificação Numérica
É sabido que durante a sua tramitação, os arquivos correntes - Classificação Alfa-numérica
podem exercer funções de protocolo (recebimento, registro, distri- - Classificação Cronológica
buição, movimentação e expedição de documentos), daí a deno- - Classificação Geográfica
minação comum de alguns órgãos como Protocolo e Arquivo.  No - Classificação Ideológica
entanto, pode acontecer de as pessoas que lidam com o recebimen- - Classificação Decimal

382
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- Classificação Decimal Universal (CDU) e) Eficácia
- Classificação Automática - Capacidade de um sistema de informação recuperar a infor-
mação relevante, nele armazenada de uma forma eficaz e com o mí-
A indexação é a operação que consiste em descrever e caracte- nimo de custo. A qualidade num processo de indexação é influen-
rizar um documento com o auxilio de representações dos conceitos ciada pelos seguintes parâmetros:
contidos nesses documentos, isto é, em transcrever para lingua- - Características dos instrumentos de indexação utilizados;
gem documental os conceitos depois de terem sido extraídos dos - Características do indexador:
documentos por meio de uma análise dos mesmos. A indexação
permite uma pesquisa eficaz das informações contidas no acervo - Pessoais: objetividade, imparcialidade, espírito de análise,
documental. capacidade de síntese, desenvolvimento intelectual, sociabilidade,
A indexação conduz ao registro dos conceitos contidos num do- cultura geral, cultura específica e outras.
cumento de uma forma organizada e facilmente acessível, median- - Profissionais: conhecimento técnicos que permitam decisões
te a constituição de instrumentos de pesquisa documental como acertadas, conhecimentos profundos acerca do sistema de indexa-
índices e catálogos alfabéticos de matérias. A informação contida ção em que está integrado.
num documento é representada por um conjunto de conceitos ou
combinações de conceitos. Plano de Classificação
O objetivo primordial de uma eficaz estruturação dos arquivos
A indexação processa-se em duas fases: consiste na criação de condições para a recuperação da informação
a. Reconhecimento dos conceitos que contêm informação: de forma rápida, segura e eficaz. Por esta razão, se deve estabelecer
- Apreensão do conteúdo total do documento; no início de funcionamento de um arquivo, o plano de classificação
- Identificação dos conceitos que representam esse conteúdo; ou plano do arquivo.
- Seleção dos conceitos necessários para uma pesquisa poste- O conceito de classificação e o respectivo sistema classificati-
rior. vo a ser adotado, são de uma importância decisiva na elaboração de
um plano de classificação que permita um bom funcionamento do
b. Representação dos conceitos em linguagem documental arquivo. É uma tarefa muito importante, primordial, difícil e morosa
com o auxílio dos instrumentos de indexação: e deve ser elaborada com o máximo cuidado de forma a não se
- Servem ao indexador para indexar o documento; cometerem erros que se repercutirão na estrutura e bom funciona-
- Servem ao utilizador para recuperar a informação; mento do arquivo.
- Contribuem para a uniformidade e consistência da indexação; Um bom plano de classificação deve possuir as seguintes ca-
racterísticas:
Nos arquivos e centros, ou serviços de documentação, utili- - Satisfazer as necessidades práticas do serviço, adotando cri-
zam-se, normalmente, a indexação coordenada e a indexação por térios que potenciem a resolução dos problemas. Quanto mais
temas. simples forem as regras de classificação adotadas, tanto melhor se
Os parâmetros a ter em conta para realizar tarefa de indexação efetuará a ordenação da documentação;
são: - A sua construção deve estar de acordo com as atribuições do
a) Exaustividade organismo (divisão de competências) ou em última análise, focando
- Todos os assuntos (conceitos) de que trata o documento estão a estrutura das entidades de onde provém a correspondência;
representados na indexação; - Deverá ter em conta a evolução futura das atribuições do ser-
- Não existe seleção de termos. Especificidade. viço deixando espaço livre para novas inclusões;
- A descrição do conteúdo traduz, o mais próximo possível, a - Ser revista periodicamente, corrigindo os erros ou classifica-
informação que o documento contém; ções mal efetuadas, e promover a sua atualização sempre que se
- Não se utilizam termos de indexação demasiados genéricos entender conveniente.
ou demasiado específicos, relativamente aos conceitos expressos
no documento. A função da gestão de documentos e arquivos nos sistemas na-
cionais de informação, segundo o qual um programa geral de ges-
b)  Uniformidade tão de documentos, para alcançar economia e eficácia, envolve as
- É um parâmetro muito importante ligado a qualidade da in- seguintes fases:
dexação; - produção: concepção e gestão de formulários, preparação
- Procura anular a sinonímia (palavras de significação idêntica e gestão de correspondência, gestão de informes e diretrizes, fo-
ou parecida, mas não tem o mesmo valor e emprego), representan- mento de sistemas de gestão da informação e aplicação de tecnolo-
do para um mesmo conceito a escolha de um mesmo termo; gias modernas a esses processos;
- Utiliza, sempre que possível, termos de estrutura idêntica - utilização e conservação: criação e melhoramento dos
para a representação de conceitos análogos. sistemas de arquivos e de recuperação de dados, gestão de correio
e telecomunicações, seleção e uso de equipamento reprográfico,
c)  Coerência análise de sistemas, produção e manutenção de programas de do-
- Aplicação dos mesmos princípios e critérios de escolha para a cumentos vitais e uso de automação e reprografia nestes processos;
resolução de casos análogos, implicando uma uniformidade intrín- - destinação: a identificação e descrição das séries docu-
seca ao próprio sistema. mentais, estabelecimento de programas de avaliação e destinação
de documentos, arquivamento intermediário, eliminação e recolhi-
d) Pertinência mento dos documentos de valor permanente às instituições arqui-
- A indexação deve ser feita sempre em função do utilizador. vísticas.

383
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O código de classificação de documentos de arquivo é um ins- O Arquivo Nacional publicou em 1985 manual técnico sob o
trumento de trabalho utilizado para classificar todo e qualquer do- título Orientação para avaliação e arquivamento intermediário em
cumento produzido ou recebido por um órgão no exercício de suas arquivos públicos, do qual constam diretrizes gerais para a realiza-
funções e atividades. A classificação por assuntos é utilizada com ção da avaliação e para a elaboração de tabelas de temporalida-
o objetivo de agrupar os documentos sob um mesmo tema, como de. Em 1986, iniciaram-se as primeiras atividades de avaliação dos
forma de agilizar sua recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas acervos de caráter intermediário sob a guarda da então Divisão de
relacionadas com a avaliação, seleção, eliminação, transferência, Pré-Arquivo do Arquivo Nacional, desta vez com a preocupação de
recolhimento e acesso a esses documentos, uma vez que o traba- estabelecer prazos de guarda com vista à eliminação e, consequen-
lho arquivístico é realizado com base no conteúdo do documento, temente, à redução do volume documental e racionalização do es-
o qual reflete a atividade que o gerou e determina o uso da infor- paço físico.
mação nele contida. A classificação define, portanto, a organização A metodologia adotada à época envolveu pesquisas na legisla-
física dos documentos arquivados, constituindo-se em referencial ção que regula a prescrição de documentos administrativos, e en-
básico para sua recuperação. trevistas com historiadores e servidores responsáveis pela execução
No código de classificação, as funções, atividades, espécies e das atividades nos órgãos públicos, que forneceram as informações
tipos documentais genericamente denominados assuntos, encon- relativas aos valores primário e secundário dos documentos, isto
tram-se hierarquicamente distribuídos de acordo com as funções e é, ao seu potencial de uso para fins administrativos e de pesqui-
atividades desempenhadas pelo órgão. Em outras palavras, os as- sa, respectivamente. Concluídos os trabalhos, ainda que restrito à
suntos recebem códigos numéricos, os quais refletem a hierarquia documentação já depositada no arquivo intermediário do Arquivo
funcional do órgão, definida através de classes, subclasses, grupos e Nacional, foi constituída, em 1993, uma Comissão Interna de Ava-
subgrupos, partindo-se sempre do geral para o particular. liação que referendou os prazos de guarda e destinação propostos.
A classificação deve ser realizada por servidores treinados, de Com o objetivo de elaborar uma tabela de temporalidade para
acordo com as seguintes operações. documentos da então Secretaria de Planejamento, Orçamento e
a) ESTUDO: consiste na leitura de cada documento, a fim de Coordenação (SEPLAN), foi criado, em 1993, um grupo de trabalho
verificar sob que assunto deverá ser classificado e quais as referên- composto por técnicos do Arquivo Nacional e daquela secretaria,
cias cruzadas que lhe corresponderão. A referência cruzada é um cujos resultados, relativos às atividade-meio, serviriam de subsí-
mecanismo adotado quando o conteúdo do documento se refere a dio ao estabelecimento de prazos de guarda e destinação para os
dois ou mais assuntos. documentos da administração pública federal. A tabela, elaborada
b) CODIFICAÇÃO: consiste na atribuição do código correspon- com base nas experiências já desenvolvidas pelos dois órgãos, foi
dente ao assunto de que trata o documento. encaminhada, em 1994, à Direção Geral do Arquivo Nacional para
aprovação.
Rotinas correspondentes às operações de classificação Com a instalação do Conselho Nacional de Arquivos (Conarq),
1. Receber o documento para classificação; em novembro de 1994, foi criada, dentre outras, a Câmara Técnica
2. Ler o documento, identificando o assunto principal e o(s) se- de Avaliação de Documentos (Ctad) para dar suporte às atividades
cundário(s) de acordo com seu conteúdo; do conselho. Sua primeira tarefa foi analisar e discutir a tabela de
3. Localizar o(s) assunto(s) no Código de classificação de docu- temporalidade elaborada pelo grupo de trabalho Arquivo Nacional/
mentos de arquivo, utilizando o índice, quando necessário; SEPLAN, com o objetivo de torná-la aplicável também aos docu-
4. Anotar o código na primeira folha do documento; mentos produzidos pelos órgãos públicos nas esferas estadual e
5. Preencher a(s) folha(s) de referência, para os assuntos se- municipal, servindo como orientação a todos os órgãos participan-
cundários. tes do Sistema Nacional de Arquivos (Sinar).
O modelo ora apresentado constitui-se em instrumento básico
A avaliação constitui-se em atividade essencial do ciclo de vida para elaboração de tabelas referentes às atividade-meio do serviço
documental arquivístico, na medida em que define quais documen- público, podendo ser adaptado de acordo com os conjuntos docu-
tos serão preservados para fins administrativos ou de pesquisa e em mentais produzidos e recebidos. Vale ressaltar que a aplicação da
que momento poderão ser eliminados ou destinados aos arquivos tabela deverá estar condicionada à aprovação por instituição arqui-
intermediário e permanente, segundo o valor e o potencial de uso vística pública na sua específica esfera de competência.
que apresentam para a administração que os gerou e para a socie-
dade. Tabela de Temporalidade
Os primeiros atos legais destinados a disciplinar a avaliação de A tabela de temporalidade deverá contemplar as atividade-
documentos no serviço público datam do final do século passado, -meio e atividades-fim de cada órgão público. Desta forma, caberá
em países da Europa, nos Estados Unidos e no Canadá. No Brasil, a aos mesmos definir a temporalidade e destinação dos documentos
preocupação com a avaliação de documentos públicos não é recen- relativos às suas atividades específicas, complementando a tabela
te, mas o primeiro passo para sua regulamentação ocorreu efetiva- básica. Posteriormente, esta deverá ser encaminhada à instituição
mente com a lei federal nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que em arquivística pública para aprovação e divulgação, por meio de ato
seu artigo 9º dispõe que “a eliminação de documentos produzidos legal que lhe confira legitimidade.
por instituições públicas e de caráter público será realizada median- A tabela de temporalidade é um instrumento arquivístico re-
te autorização de instituição arquivística pública, na sua específica sultante de avaliação, que tem por objetivos definir prazos de guar-
esfera de competência”. da e destinação de documentos, com vista a garantir o acesso à
informação a quantos dela necessitem. Sua estrutura básica deve
necessariamente contemplar os conjuntos documentais produzidos
e recebidos por uma instituição no exercício de suas atividades, os
prazos de guarda nas fases corrente e intermediária, a destinação
final – eliminação ou guarda permanente, além de um campo para
observações necessárias à sua compreensão e aplicação.

384
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Apresentam-se a seguir diretrizes para a correta utilização do IV – Órgãos que não possuem arquivo central nem contam com
instrumento: serviços de arquivamento intermediário:
Quanto aos órgãos situados nesta variável, as unidades organi-
1. Assunto: Neste campo são apresentados os conjuntos do- zacionais são igualmente responsáveis pelo arquivamento corrente,
cumentais produzidos e recebidos, hierarquicamente distribuídos ficando a guarda intermediária a cargo das mesmas ou do arquivo
de acordo com as funções e atividades desempenhadas pela ins- público, o qual deverá assumir tais funções.
tituição. Para possibilitar melhor identificação do conteúdo da in-
formação, foram empregadas funções, atividades, espécies e tipos 3. Destinação final: Neste campo é registrada a destinação es-
documentais, genericamente denominados assuntos, agrupados tabelecida que pode ser a eliminação, quando o documento não
segundo um código de classificação, cujos conjuntos constituem o apresenta valor secundário (probatório ou informativo) ou a guarda
referencial para o arquivamento dos documentos. permanente, quando as informações contidas no documento são
Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o índice, que consideradas importantes para fins de prova, informação e pesqui-
contém os conjuntos documentais ordenados alfabeticamente para sa.
agilizar a sua localização na tabela. A guarda permanente será sempre nas instituições arquivís-
ticas públicas (Arquivo Nacional e arquivos públicos estaduais, do
2. Prazos de guarda: Referem-se ao tempo necessário para ar-
Distrito Federal e municipais), responsáveis pela preservação dos
quivamento dos documentos nas fases corrente e intermediária,
documentos e pelo acesso às informações neles contidas. Outras
visando atender exclusivamente às necessidades da administração
instituições poderão manter seus arquivos permanentes, seguindo
que os gerou, mencionado, preferencialmente, em anos. Excepcio-
orientação técnica dos arquivos públicos, garantindo o intercâmbio
nalmente, pode ser expresso a partir de uma ação concreta que
deverá necessariamente ocorrer em relação a um determinado de informações sobre os respectivos acervos.
conjunto documental. Entretanto, deve ser objetivo e direto na
definição da ação – exemplos: até aprovação das contas; até ho- 4. Observações: Neste campo são registradas informações
mologação da aposentadoria; e até quitação da dívida. O prazo complementares e justificativas, necessárias à correta aplicação da
estabelecido para a fase corrente relaciona-se ao período em que tabela. Incluem-se, ainda, orientações quanto à alteração do supor-
o documento é frequentemente consultado, exigindo sua perma- te da informação e aspectos elucidativos quanto à destinação dos
nência junto às unidades organizacionais. A fase intermediária re- documentos, segundo a particularidade dos conjuntos documen-
laciona-se ao período em que o documento ainda é necessário à tais avaliados.
administração, porém com menor frequência de uso, podendo ser A necessidade de comunicação é tão antiga como a formação
transferido para depósito em outro local, embora à disposição des- da sociedade humana, o homem, talvez na ânsia de se perpetuar,
ta. teve sempre a preocupação de registrar suas observações, seu pen-
A realidade arquivística no Brasil aponta para variadas formas samento, para os legar às gerações futuras.
de concentração dos arquivos, seja ao nível da administração (fa- Assim começou a escrita. Na sua essência. Isto nada mais é do
ses corrente e intermediária), seja no âmbito dos arquivos públicos que registrar e guardar. Por sua vez, no seu sentido mais simples,
(permanentes ou históricos). Assim, a distribuição dos prazos de guardar é arquivar.
guarda nas fases corrente e intermediária foi definida a partir das Por muito tempo reinou uma completa confusão sobre o ver-
seguintes variáveis: dadeiro sentido da biblioteca, museu e arquivo. Indiscutivelmente,
I – Órgãos que possuem arquivo central e contam com serviços por anos e anos, estas instituições tiveram mais ou menos o mesmo
de arquivamento intermediário: objetivo. Eram elas depósitos de tudo o que se produzira a mente
Para os órgãos federais, estaduais e municipais que se enqua- humana, isto é, do resultado do trabalho intelectual e espiritual do
dram nesta variável, há necessidade de redistribuição dos prazos, homem.
considerando-se as características de cada fase, desde que o prazo O arquivo, quando bem organizado, transmite ordens, evita re-
total de guarda não seja alterado, de forma a contemplar os seguin- petição desnecessárias de experiências, diminui a duplicidade de
tes setores arquivísticos: documentos, revela o que está por ser feito, o que já foi feito e os
- arquivo setorial (fase corrente, que corresponde ao arquivo
resultados obtidos. Constitui fonte de pesquisa para todos os ramos
da unidade organizacional);
administrativos e auxilia o administrador a tomada de decisões.
- arquivo central (fase intermediária I, que corresponde ao se-
tor de arquivo geral/central da instituição);
Os principais Sistemas ou Tipos de classificação utilizados em
- arquivo intermediário (fase intermediária II, que corresponde
ao depósito de arquivamento intermediário, geralmente subordi- arquivos são:
nado à instituição arquivística pública nas esferas federal, estadual Método alfabético: É o sistema mais simples, fácil, lógico e prá-
e municipal). tico, porque obedecendo à ordem alfabética pode-se logo imaginar
II – Órgãos que possuem arquivo central e não contam com que não apresentará grandes dificuldades nem para a execução do
serviços de arquivamento intermediário: Nos órgãos situados nes- trabalho de arquivamento, nem para a procura do documento de-
ta variável, as unidades organizacionais são responsáveis pelo ar- sejado, pois a consulta é direta.
quivamento corrente e o arquivo central funciona como arquivo
intermediário, obedecendo aos prazos previstos para esta fase e Método numérico simples: Consiste em numerar as pastas em
efetuando o recolhimento ao arquivo permanente. ordem da entrada do correspondente ou assunto, sem nenhuma
III – Órgãos que não possuem arquivo central e contam com consideração à ordem alfabética dos mesmos, dispensando assim
serviços de arquivamento intermediário: Nesta variável, as unida- qualquer planejamento anterior do arquivo. Para o bom êxito deste
des organizacionais também funcionam como arquivo corrente, método, devemos organizar dois índices em fichas; numas fichas
transferindo os documentos – depois de cessado o prazo previsto serão arquivadas alfabeticamente, para que se saiba que numero
para esta fase – para o arquivo intermediário, que promoverá o re- recebeu o correspondente ou assunto desejado, e no outro são ar-
colhimento ao arquivo permanente. quivadas numericamente, de acordo com o numero que recebeu

385
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
o cliente ou o assunto, ao entrar para o arquivo. Este ultimo índi- A Gestão de Documentos contribui no processo de Acreditação
ce pode ser considerado tombo (registro) de pastas ocupadas e, e Certificação ISO, porque assegura que a informação produzida e
graças a ele, sabemos qual é o ultimo numero preenchido e assim utilizada será bem gerenciada, garantindo a confidencialidade e a
destinaremos o numero seguinte a qualquer novo cliente que seja rastreabilidade das informações, além de proporcionar benefícios
registrado. como: racionalização dos espaços de guarda de documentos, efi-
ciência e rapidez no desenvolvimento das atividades diárias e o
Método alfabético numérico: Como se pode deduzir pelo seu controle do documento desde o momento de sua produção até a
nome, é um método que procurou reunir as vantagens dos méto- destinação final.
dos alfabéticos simples e numérico simples, tendo alcançado seu “Com relação à Acreditação, a Gestão de Documentos é fator
objetivo, pois desta combinação resultou um método que apresen- determinante também para cumprir a Resolução 1.639/2002, do
ta ao mesmo tempo a simplicidade de um e a exatidão e rapidez, no Conselho Federal de Medicina, onde é definido que os prontuários
arquivamento, do outro. É conhecido também pelo nome de nume- médicos são de guarda definitiva e, portanto, não podem ser des-
ralfa e alfanumérico. cartados sem o devido planejamento de como garantir a preserva-
ção das informações”, disse Mário Pinho.
Método geográfico: Este método é muito aconselhável quan- Administrar e gerenciar documentos, a partir de conceitos da
do desejamos ordenar a documentação de acordo com a divisão Gestão Documental, proporciona às empresas privadas e entidades
geográfica, isto é, de acordo com os países, estados, cidades, mu- públicas maior controle sobre as informações que produzem e rece-
nicípios etc. Nos departamentos de vendas, por exemplo, é de es- bem. No Brasil, pesquisas recentes revelaram que apenas 30% dos
pecial utilidade para agrupar os correspondentes de acordo com as arquivos municipais brasileiros possuem condições ao menos razo-
praças onde operam ou residem. áveis, não obstante a Lei Federal N.º 8.159 estipula normas rígidas
quanto à preservação e gerenciamento dos acervos, definindo que
Método específico ou por assunto: Indiscutivelmente o méto- a Gestão de Documentos é o conjunto de procedimentos e opera-
do especifico, representado por palavras dispostas alfabeticamen- ções técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação
te, é um dos mais difíceis processos de arquivamento, pois, con- e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eli-
sistindo em agrupar as pastas por assunto, apresenta a dificuldade minação ou recolhimento para guarda permanente.
de se escolher o melhor termo ou expressão que defina o assunto. A implantação da Gestão de Documentos associada ao uso ade-
Temos o vocabulário todo da língua à nossa disposição e justamen- quado da microfilmagem e das tecnologias do GED (Gerenciamento
te o fato de ser tão amplo o campo da escolha nos dificulta a sele- Eletrônico de Documentos), deve ser efetiva visando à garantia no
ção acertada, além do que entra muito o ponto de vista pessoal do processo de atualização da documentação, interrupção no processo
arquivista, nesta seleção. de deterioração dos documentos e na eliminação do risco de perda
do acervo, através de backup ou pela utilização de sistemas que
Método decimal: Este método foi inspirado no Sistema Deci- permitam acesso à informação pela internet e intranet.
mal de Melvil Dewey. Dewey organizou um sistema de classificação A eficiente gestão dos arquivos públicos municipais contribui
para bibliotecas, muito interessante, o qual conseguiu um grande para uma melhor administração dos recursos das cidades e municí-
sucesso; fora publicado em 1876. pios, além de resguardar os mesmos de penalidades civis e adminis-
Dividiu ele os conhecimentos humanos em dez classes, as trativas, que estes estão sujeitos se não cumprirem a legislação em
quais, por sua vez, se subdividiram em outras dez, e assim por dian- vigor ou ainda, se destruírem documentos de valor permanente ou
te, sendo infinita essa possibilidade de subdivisão, graças à sua base de interesse público e social.
decimal. A realidade dos arquivos da administração pública reflete a
necessidade da implantação de uma gestão documental. Vários
Método simplificado: Este a rigor não deveria ser considerado documentos se encontram armazenados de maneira indevida. Mui-
propriamente um método, pois, na realidade, nada mais é do que a tos documentos de valores legais e probatórios podem ser vistos
utilização de vários métodos ao mesmo tempo, com a finalidade de amontoados e expostos a riscos e danos de destruição, podendo
reunir num só móvel as vantagens de todos eles. causar perdas e prejuízos irreparáveis ao Município.
Gestão de Documentos uma poderosa aliada para a tomada de A Gestão de Documentos no âmbito da administração pública
decisões e um facilitador para a gestão de suas atividades. atua na elaboração dos planos de classificação dos documentos,
A Gestão de Documentos é também um caminho seguro, rá- TTD (Tabela Temporalidade Documental) e comissão permanente
pido e eficiente para as empresas se destacarem dos seus concor- de avaliação. Desta forma é assegurado o acesso rápido à informa-
rentes e conquistarem certificações como Acreditação Hospitalar e ção e preservação dos documentos.
Certificação. A qualidade da administração irá determinar a exatidão com
A ONA (Organização Nacional de Acreditação) é responsável que podem ser fixados os valores da documentação recolhida. De-
pelo processo permanente de avaliação e certificação da qualidade terminará ainda o grau de facilidade com que os documentos de va-
dos serviços de saúde nos hospitais e clinicas que almejam conse- lor podem ser selecionados para retenção num arquivo permanen-
guir a Acreditação. Para obter o certificado, os serviços de saúde te. O uso de documentos para fins de pesquisa depende da maneira
são avaliados e devem garantir e assegurar aos usuários e profissio- pela qual foram originariamente ordenados. Os métodos de admi-
nais que os procedimentos médicos, assistências de saúde e a se- nistração de arquivos permanentes desenvolvem-se em função dos
gurança da informação estão sendo realizados de maneira correta utilizados na administração dos arquivos correntes, lembrando que
e com excelência. é um dos princípios básicos da arquivística conservar, nos arquivos
A Norma NBR ISO 9001:2000 estabelece que os documentos de custódia, o arranjo original.
requeridos pelo Sistema de Gestão da Qualidade devem ser contro- Assim que o valor primário (administrativo, legal, fiscal) dos
lados, gerenciados e ter rastreabilidade. É importante ainda esta- documentos deixe de existir, deverão ser descartados, recolhidos
belecer uma sistemática para remoção dos documentos obsoletos ao arquivo de custódia ou transferidos a um arquivo intermediário,
e a preservação dos documentos de valores históricos a partir da caso contrário, tomarão espaço estorvando o bom andamento das
implantação da Gestão de Documentos. atividades correntes.

386
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Logo, a administração dos arquivos correntes oficiais tem por Outras definições de arquivo:
objetivo fazer com que os documentos sirvam às finalidades para as “designação genérica de um conjunto de documentos pro-
quais foram criados, da maneira mais eficiente e econômica possí- duzidos e recebidos por uma pessoa física ou jurídica, pública ou
vel, e concorrer para a destinação adequada dos mesmos, depois privada, caracterizado pela natureza orgânica de sua acumulação e
que tenham servido a seus fins. Os documentos são eficientemente conservado por essas pessoas ou por seus sucessores, para fins de
administrados quando: prova ou informação”, CONARQ.
a) Uma vez necessários podem ser localizados com rapidez e “É o conjunto de documentos oficialmente produzidos e rece-
sem transtorno ou confusão; bidos por um governo, organização ou firma, no decorrer de suas
b) Quando conservados a um custo mínimo de espaço e manu- atividades, arquivados e conservados por si e seus sucessores para
tenção enquanto indispensáveis às atividades correntes; efeitos futuros”, Solon Buck (Souza, 1950) (citado por PAES, Marile-
c) E quando nenhum documento é reservado por tempo maior na Leite, 1986).
do que o necessário a tais atividades, a menos que tenham valor “É a acumulação ordenada dos documentos, em sua maioria
contínuo para pesquisa e outros fins. textuais, criados por uma instituição ou pessoa, no curso de sua
atividade, e preservados para a consecução dos seus objetivos, vi-
Os objetivos de uma administração eficiente de arquivos só po- sando à utilidade que poderão oferecer no futuro.” (PAES, Marilena
dem ser alcançados quando se dispensa atenção aos documentos Leite, 1986).
desde a sua criação até o momento em que são transferidos para
um arquivo de custódia permanente ou são eliminados. A admi- Obs.: O termo arquivo, em suas várias acepções, também é
nistração de arquivos preocupa-se com todo o período de vida da usado para designar: entidade; mobiliário; setor; repartição; con-
maioria dos documentos, lutando para limitar sua criação, de tal junto documental; local físico designado para conservar o acervo;
forma que possa determinar os que devem ser destinados ao “in- órgão do governo; título de periódicos, etc.
ferno” do incinerador, ou ao “céu” de um arquivo permanente, ou
ao “limbo” de um depósito intermediário. Finalidade e Função do Arquivo
Assim, os Arquivos também têm ciclo de vida e este é contado A principal finalidade do arquivo é servir como fonte de con-
a partir da produção do documento e do encerramento do ato, ação sulta à administração, pois, constitui-se em sua essência, em do-
ou fato que motivou a sua produção e da sua frequência de uso. cumentos produzidos e/ou recebidos pela entidade mantenedora
Essa fase se diz na Arquivologia que tem relação com a VIGÊNCIA do acervo, podendo, com o passar do tempo, servir de base para o
do documento (a razão de ser do documento). conhecimento da História.
Depois de destituído dessa vigência o documento pode ser O arquivo tem como função principal: tornar acessível/dispo-
guardado em função da importância das informações nele conti- nível a informação contida no acervo documental sob sua guarda
das, para a história da administração ou mesmo para tomadas de aos diversos consulentes e, como função básica: armazenar, guar-
decisões pautadas nas ações do passado. dar e conservar os documentos.
Então o ciclo pode ser categorizado em três fases ou arquivos:
Características do arquivo
Arquivo Corrente ou de Gestão – também conhecido como a) o arquivo possui essência funcional/administrativa, consti-
de Primeira Idade ou Ativo. São conjuntos de documentos estrei- tuindo-se na maioria das vezes de um único exemplar ou de um
tamente vinculados aos objetivos imediatos para os quais foram limitado número de cópias;
produzidos e que se conservam junto aos órgãos produtores em b) conteúdo exclusivamente formado por documentos produ-
razão de sua vigência e frequência de uso. São muito usados pela zidos e/ou recebidos por uma entidade, família, setor, repartição,
administração. pessoa, organismo ou instituição;
Arquivo Intermediário – também conhecido como de Segunda c) tem origem no desempenho das atividades que o gerou (ser-
Idade ou Semi Ativo. São Arquivos que aguardam em depósito de vindo de prova) e;
armazenamento temporário, sua destinação final. Apresenta pe-
quena frequência de uso pela administração. d) possui caráter orgânico, ou seja, relação entre documentos
Arquivo Permanente – também conhecido como de Terceira de arquivo pertencentes a um mesmo conjunto (um documento
Idade ou Histórico. São os conjuntos documentais custodiados em possui muito mais valor quando está integrado ao conjunto a que
caráter definitivo, em função do seu valor. O acesso é público. pertence do que quando está desagregado dele).

Arquivos Obs.: Segundo PAES, “não se considera arquivo uma coleção de


Segundo estudiosos, a origem da palavra arquivo tem duas ver- manuscritos históricos, reunidos por uma pessoa”.
tentes: a primeira diz que é originária do grego arché (palácio dos
magistrados), passando depois a se chamar archeion (local utilizado Arquivo, biblioteca e museu, respectivamente vinculados à
para guardar e depositar documentos); e a segunda, que é originá- Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia, embora sejam rami-
ria do latim, archivum, quer dizer: local de guarda de documentos ficações da Ciência da Informação, distingue-se basicamente pelos
e outros títulos. seguintes aspectos:
O art. 2º da Lei nº 8.159/91 que: “dispõe sobre a política nacio-
nal de arquivos públicos e entidades privadas e dá outras providên-
cias”, traz a seguinte definição:
“Consideram-se arquivos, para os fins desta lei, os conjuntos
de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, ins-
tituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência
do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física,
qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos do-
cumentos.”

387
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O “boom” da informação, consequência do progresso científico e tecnológico (século XIX), possibilitou o surgimento de diversas
profissões, especializações, descobertas, invenções etc., resultando na criação/produção de novos documentos e seus variados suportes.
Originou-se a partir daí os chamados Centros de Documentação ou Centros de Informação (órgãos responsáveis pela reunião, análise,
tratamento técnico, classificação, seleção, armazenamento e disseminação de todo e qualquer tipo de documento e informação). Neles se
reúnem documentos de arquivo, biblioteca e museu, ou seja, são centros formados por elementos pertencentes as três entidades citadas.

Arquivos Públicos
Segundo a Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, art.7º, Capítulo II, que dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados
e dá outras providências:
“Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos
de âmbito federal, estadual, do distrito federal e municipal, em decorrência de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias”.
Igualmente importante, os dois parágrafos do mesmo artigo diz:
“§ 1º São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por instituições de caráter público, por entidades
privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades.
§ 2º A cessação de atividades de instituições públicas e de caráter público implica o recolhimento de sua documentação à institui-
ção arquivística pública ou a sua transferência à instituição sucessora.»
Atenção! Todos os documentos produzidos e/ou recebidos por órgãos públicos ou entidades privadas (revestidas de caráter público –
mediante delegação de serviços públicos) são considerados arquivos públicos, independentemente da esfera de governo.
Ex: Arquivos Públicos das esferas: federal, estadual, distrito federal e municipal.
Obs.: Conforme o art. 175 inserido na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988: “Incumbe ao Poder Público, na forma
da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”, ou seja, a
titularidade dos serviços públicos é do poder público, mas, estes serviços, poderão ser exercidos indiretamente pelo particular (entidades
privadas) mediante concessão ou permissão.

Arquivos Privados
Segundo o art. 11 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991: “Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos produzi-
dos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decorrência de suas atividades.”
Para elucidar possíveis dúvidas na definição do referido artigo, a pessoa jurídica a qual o enunciado se refere diz respeito à pessoa
jurídica de direito privado, não se confundindo, portanto, com pessoa jurídica de direito público, pois os órgãos que compõe a adminis-
tração indireta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, são também pessoas jurídicas, destituídas de poder político e dotadas de
personalidade jurídica própria, porém, de direito público.
Exemplos:
• Institucional: Igrejas, clubes, associações, etc.
• Pessoais: fotos de família, cartas, originais de trabalhos, etc.
• Comercial: companhias, empresas, etc.7
Arquivística
A arquivística é uma ciência que estuda as funções do arquivo, e também os princípios e técnicas a serem observados durante a atua-
ção de um arquivista sobre os arquivos. É a Ciência e disciplina que objetiva gerenciar todas as informações que possam ser registradas em
documentos de arquivos. Para tanto, utiliza-se de princípios, normas, técnicas e procedimentos diversos, que são aplicados nos processos
de composição, coleta, análise, identificação, organização, processamento, desenvolvimento, utilização, publicação, fornecimento, circula-
ção, armazenamento e recuperação de informações.
7--> Fonte: www.editorajuspodivm.com.br – Texto adaptado de George Melo Rodrigues

388
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O arquivista é um profissional de nível superior, com formação Princípio da Unicidade: Não obstante, forma, gênero, tipo ou
em arquivologia ou experiência reconhecida pelo Estado. Ele pode suporte, os documentos de arquivo conservam seu caráter único,
trabalhar em instituições públicas ou privadas, centros de docu- em função do contexto em que foram produzidos.
mentação, arquivos privados ou públicos, instituições culturais etc.
É o responsável pelo gerenciamento da informação, gestão docu- Princípio da Indivisibilidade ou integridade: Os fundos de ar-
mental, conservação, preservação e disseminação da informação quivo devem ser preservados sem dispersão, mutilação, alienação,
contida nos documentos. Também tem por função a preservação destruição não autorizada ou adição indevida.
do patrimônio documental de um pessoa (física ou jurídica), ins-
titução e, em última instância, da sociedade como um todo. Ocu- Princípio da Cumulatividade: O arquivo é uma formação pro-
pa-se, ainda, da recuperação da informação e da elaboração de gressiva, natural e orgânica.
instrumentos de pesquisa, observando as três idades dos arquivos:
corrente, intermediária e permanente.
O arquivista atua desenvolvendo planejamentos, estudos e NOÇÕES DE CIDADANIA
técnicas de organização sistemática e conservação de arquivos, na
elaboração de projetos e na implantação de instituições e sistemas
arquivísticos, no gerenciamento da informação e na programação e É muito importante entender bem o que é cidadania. Trata-se
organização de atividades culturais que envolvam informação docu- de uma palavra usada todos os dias, com vários sentidos. Mas hoje
mental produzida pelos arquivos públicos e privados. Uma grande significa, em essência, o direito de viver decentemente.
dificuldade é que muitas organizações não se preocupam com seus Cidadania é o direito de ter uma ideia e poder expressá-la. È
arquivos, desconhecendo ou desqualificando o trabalho deste pro- poder votar em quem quiser sem constrangimento. É poder pro-
fissional, delegando a outros profissionais as atividades específicas cessar um médico que age de negligencia. É devolver um produto
do arquivista. Isto provoca problemas quanto à qualidade do servi- estragado e receber o dinheiro de volta. É o direito de ser negro,
ço e de tudo o que, direta ou indiretamente, depende dela. índio, homossexual, mulher sem ser descriminado. De praticar uma
Arquivo é um conjunto de documentos criados ou recebidos religião sem se perseguido.
por uma organização, firma ou indivíduo, que os mantém ordena- Há detalhes que parecem insignificantes, mas revelam estágios
damente como fonte de informação para a execução de suas ati- de cidadania: respeitar o sinal vermelho no transito, não jogar papel
vidades. Os documentos preservados pelo arquivo podem ser de na rua, não destruir telefones públicos. Por trás desse comporta-
vários tipos e em vários suportes. As entidades mantenedoras de mento está o respeito ao outro.
arquivos podem ser públicas (Federal, Estadual Distrital, Municipal), No sentido etimológico da palavra, cidadão deriva da palavra
institucionais, comerciais e pessoais. civita, que em latim significa cidade, e que tem seu correlato grego
Um documento (do latim documentum, derivado de docere na palavra politikos – aquele que habita na cidade.
“ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobretudo gráfico, que Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, “ci-
comprove a existência de um fato, a exatidão ou a verdade de uma dadania é a qualidade ou estado do cidadão”, entende-se por cida-
afirmação etc. No meio jurídico, documentos são frequentemente dão “o indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um estado,
sinônimos de atos, cartas ou escritos que carregam um valor pro- ou no desempenho de seus deveres para com este”.
batório. Cidadania é a pertença passiva e ativa de indivíduos em um
Documento arquivístico: Informação registrada, independente estado - nação com certos direitos e obrigações universais em um
da forma ou do suporte, produzida ou recebida no decorrer da ativi- específico nível de igualdade (Janoski, 1998). No sentido atenien-
dade de uma instituição ou pessoa e que possui conteúdo, contexto se do termo, cidadania é o direito da pessoa em participar das
e estrutura suficientes para servir de prova dessa atividade. decisões nos destinos da Cidade através da Ekklesia (reunião dos
Desde o desenvolvimento da Arquivologia como disciplina, a chamados de dentro para fora) na Ágora (praça pública, onde se
partir da segunda metade do século XIX, talvez nada tenha sido tão agonizava para deliberar sobre decisões de comum acordo). Dentro
revolucionário quanto o desenvolvimento da concepção teórica e desta concepção surge a democracia grega, onde somente 10% da
dos desdobramentos práticos da gestão. população determinava os destinos de toda a Cidade (eram excluí-
dos os escravos, mulheres e artesãos).
PRINCÍPIOS:
Os princípios arquivísticos constituem o marco principal da di- Histórico da cidadania
ferença entre a arquivística e as outras “ciências” documentárias. Grécia. Os nossos conceitos atuais de cidadania começaram a
São eles: forjar-se na antiga Grécia. As revoluções políticas que aqui ocorre-
ram após o século VI a.C. forma no sentido de definirem o cidadão
Princípio da Proveniência: Fixa a identidade do documento, re- como aquele que tinha um conjunto de direitos e deveres, pelo
lativamente a seu produtor. Por este princípio, os arquivos devem simples fato de serem originário de uma dada cidade-estado. Estes
ser organizados em obediência à competência e às atividades da direitos eram iguais para todos e estavam consignados em leis es-
instituição ou pessoa legitimamente responsável pela produção, critas. A cidadania confundia-se com a naturalidade e encontrava a
acumulação ou guarda dos documentos. Arquivos originários de sua expressão na Lei. O mais levado dos direitos era o da participa-
uma instituição ou de uma pessoa devem manter a respectiva in- ção dos cidadãos nas decisões da cidade, podendo ser escolhido ou
dividualidade, dentro de seu contexto orgânico de produção, não nomeado para qualquer cargo público. Todos os demais habitantes
devendo ser mesclados a outros de origem distinta. da cidade, como as mulheres ou os estrangeiros (metecos) estavam
afastados desses direitos.
Princípio da Organicidade: As relações administrativas orgâni-
cas se refletem nos conjuntos documentais. A organicidade é a qua-
lidade segundo a qual os arquivos espelham a estrutura, funções
e atividades da entidade produtora/acumuladora em suas relações
internas e externas.

389
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Império Romano. O direito romano definiu a cidadania como Cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e
um estatuto jurídico-político que era conferido a um dado indiví- sociais estabelecidos na constituição. Os direitos e deveres de um
duo, independentemente da sua origem ou condição social ante- cidadão devem andar sempre juntos, uma vez que ao cumprirmos
rior. Este estatuto (status civitas) uma vez adquirido atribuia-lhe um nossas obrigações permitimos que o outro exerça também seus
conjunto de direitos e deveres face à lei do Império. É neste estatu- direitos. Exercer a cidadania é ter consciência de seus direitos e
to que, se inspira os conceitos mais modernos de cidadania. obrigações e lutar para que sejam colocados em prática. Exercer
Idade Média. A desagregação do estado romano traduz-se no a cidadania é estar em pleno gozo das disposições constitucionais.
fim do conceito grego-romano de cidadania. Em seu lugar aparece Preparar o cidadão para o exercício da cidadania é um dos objetivos
o conceito de submissão. Os direitos do individuo passam a estar da educação de um país.
dependentes da vontade arbitrária do seu senhor. Malgrado este A Constituição da República Federativa do Brasil foi promul-
panorama, um importante conceito começa a difundir-se nesta al- gada em 5 de outubro de 1988, pela Assembleia Nacional Consti-
tura: a consciência que todos os homens eram iguais, porque filhos tuinte, composta por 559 congressistas (deputados e senadores).
de um mesmo Deus. Ninguém é por natureza escravo ou senhor, A Constituição consolidou a democracia, após os anos da ditadura
são as circunstâncias do nascimento ou os acasos da vida é que di- militar no Brasil.
tam as diferenças entre os homens. A cidadania está relacionada com a participação social, porque
Idade Moderna. Entre os séculos XVI e XVIII, desenvolvem-se remete para o envolvimento em atividades em associações cultu-
em toda a Europa três importantes movimentos políticos que con- rais (como escolas) e esportivas.
duzem a uma nova perspectiva sobre a cidadania.
1) Na maioria dos países a centralização do Estado, implicou Deveres do cidadão
o fim do poder arbitrário dos grandes senhores. Este processo foi - Votar para escolher os governantes;
quase sempre precedido pelo reforço do poder dos reis, apoiados - Cumprir as leis;
num sólido corpo de funcionários públicos. Os cidadãos passam a - Educar e proteger seus semelhantes;
reportar-se ao Estado e não a uma multiplicidade de senhores. - Proteger a natureza;
2) Em Inglaterra, em fins do século XVII os cidadãos colocam - Proteger o patrimônio público e social do País.
fim ao próprio poder absoluto dos reis e consagram o principio da
igualdade de todos face à lei. O Estado enquanto instituição, só se Direitos do cidadão
justifica como garante dos seus direitos fundamentais, como a liber- - Direito à saúde, educação, moradia, trabalho, previdência so-
dade, a igualdade e a propriedade. cial, lazer, entre outros;
3) Alguns teóricos, como Jhon Locke, vão mais longe e procla- - O cidadão é livre para escrever e dizer o que pensa, mas pre-
mam que todos os homens independentemente do estado nação cisa assinar o que disse e escreveu;
a que pertençam, enquanto seres humanos possuem um conjunto - Todos são respeitados na sua fé, no seu pensamento e na sua
de direitos inalienáveis. Nascia deste modo o conceito de direitos ação na cidade;
humanos e da própria cidadania mundial. - O cidadão é livre para praticar qualquer trabalho, ofício ou
profissão, mas a lei pode pedir estudo e diploma para isso;
Época Contemporânea. Século XIX. As lutas sociais que varrem - Só o autor de uma obra tem o direito de usá-la, publicá-la e
a Europa no século XIX procuram consagrar os direitos políticos e tirar cópia, e esse direito passa para os seus herdeiros;
os direitos econômicos. Nos primeiros os cidadãos reclamam a pos- - Os bens de uma pessoa, quando ela morrer, passam para seus
sibilidade de elegerem ou substituir quem os governem; Nos se- herdeiros;
gundos reclamam o acesso aos bens e patrimônio coletivamente - Em tempo de paz, qualquer pessoa pode ir de uma cidade
produzidos e acumulados. para outra, ficar ou sair do pais, obedecendo a lei feita para isso.
Época Contemporânea. Século XX. Os combates sociais avan-
çam no sentido de uma melhor distribuição da riqueza coletivamen-
te gerida, nomeadamente para assegurar condições de vida míni- NOÇÕES DE USO E CONSERVAÇÃO DE EQUIPAMENTOS
mas para todos os cidadãos. A cidadania confere automaticamente DE ESCRITÓRIO
um vasto conjunto de direitos econômicos, sociais, culturais, etc;
assegurados pela sociedade de pertença.
Diante da necessidade de organizar, gerenciar, os recursos de
O que é cidadania? suporte e manutenção utilizados pelos usuários, surgiu o Departa-
Ser cidadão é respeitar e participar das decisões da sociedade mento de Suporte e Manutenção, que tem como objetivo atender
para melhorar suas vidas e a de outras pessoas. Ser cidadão é nunca às necessidades no que diz respeito ao correto uso e manuseio de
se esquecer das pessoas que mais necessitam. A cidadania deve ser equipamentos de informática e outros, como os de comunicação
divulgada através de instituições de ensino e meios de comunicação áudio visual, permitindo a qualidade dos mesmos e a adequação de
para o bem estar e desenvolvimento da nação. A cidadania consiste transporte, instalação e configuração. Além disso trabalha com os
desde o gesto de não jogar papel na rua, não pichar os muros, res- pedidos de manutenção, instalação e configuração de equipamen-
peitar os sinais e placas, respeitar os mais velhos (assim como to- tos obedecendo programação e avaliação dos serviços.
das às outras pessoas), não destruir telefones públicos, saber dizer
obrigado, desculpe, por favor, e bom dia quando necessário... até
saber lidar com o abandono e a exclusão das pessoas necessitadas, A Seção de Suporte tem como objetivo gerenciar, administrar
o direito das crianças carentes e outros grandes problemas que en- e operar os equipamentos de uso comum aos usuários, bem como
frentamos em nosso mundo. prestar suporte aos usuários nos serviços oferecidos e auxiliar na
“A revolta é o último dos direitos a que deve um povo livre bus- implantação e execução da política de operação e zelo.
car, para garantir os interesses coletivos: mas é também o mais im-
perioso dos deveres impostos aos cidadãos.” (Juarez Távora - Militar
e político brasileiro)

390
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Manutenção: O departamento de compras tem a responsabilidade principal
A Função de Manutenção tem por objetivo prover a manuten- de localizar fontes adequadas de suprimentos e de negociar pre-
ção e assistência técnica dos equipamentos. ços. O insumo vindo de outros departamentos é necessário para a
Esta função ainda tem como objetivo a manutenção preventiva busca e a avaliação das fontes de suprimento, auxiliando também
e corretiva dos equipamentos, promovendo uma vida útil por mais o departamento de compras na negociação dos preços. Comprar,
tempo aos mesmos através das aplicações devidas conforme carac- nesse sentido amplo, é responsabilidade de todos.
terísticas de cada equipamento. Segundo Arnold “essa função é responsável pelo estabeleci-
mento do fluxo dos materiais na firma, pelo segmento junto ao for-
Os equipamentos têm sofrido ao longo dos tempos evoluções necedor, e pela agilização da entrega.”.
importantes: A função compras é vista hoje como uma parte do processo
- Os equipamentos são cada vez mais automatizados. Tornam- de logística das empresas, ou seja, parte integrante da cadeia de
-se mais compactos, mais complexos e são utilizados de forma mais suprimentos (suplly chain).
intensa. Sua influência é de caráter direto nos processos produtivos em
- Os equipamentos são mais “caros” (investimentos mais eleva- uma empresa, os prazos devem ser cumpridos de maneira rígida
dos) com períodos de amortização mais pequenos. tanto na entrada como na saída de insumos, pois poderão gerar
- A exigência imposta por novos métodos de gestão da produ- sérios problemas dentro do ciclo, em especial nos departamentos
ção, o “Just-in-Time” exige a eliminação total dos problemas e ava- de produção e vendas.
rias das máquinas. Esta função pode ser dividida em quatro categorias:
  - Obter mercadorias e serviços na quantidade e com qualidade
A tendência do mundo atual é das pessoas passarem mais tem- necessárias.
po em seu ambiente de trabalho do que no aconchego do seu lar. - Obter mercadorias e serviços ao menos custo.
Por mais que o ambiente de trabalho se torne quase como uma se- - Garantir o melhor serviço possível e pronta entrega por parte
gunda “casa”, o funcionário não deve confundir como deve se com- do fornecedor
portar ou utilizar os equipamentos da empresa, tudo deve seguir - Desenvolver e manter boas relações com fornecedores.
uma linha profissional. O computador utilizado no serviço deve ser
usado exclusivamente para o auxílio e para o desempenho de suas Para alcançar tais objetivos, devem ser desempenhadas certas
tarefas durante a carga horária de trabalho. Portanto, a empresa funções básicas:
pode monitorar os passos do funcionário, desde que o mesmo es- - Tempo e lugar (especificações de compra).
teja ciente disso. A ocorrência mais comum é o monitoramento do - Fonte certa (fornecedores).
histórico de navegação, tendo unicamente o objetivo de garantir a - Negociar condições de compra.
produtividade e impedir a contaminação por vírus ou o extravio de - Administrar pedido de compra.
documentação e informações confidenciais. Com a crescente utili-
zação da internet em práticas ilícitas, as empresas estão dispensan-
do um cuidado maior para que esse tipo de prática não ocorra em Diante ao exposto, tais argumentos servirão para dar continui-
suas dependências. dade ao ciclo produtivo, tendo em vista que dentro desta pasta, os
Utilizar os equipamentos da empresa para fins pessoais como critérios adotados deverão ser de suma importância para a admi-
gravar músicas, filmes, fotos pessoais, etc., podem ser visto com nistração em si na busca de aumento de lucros dentro menor custo
desconfiança pelas empresas, pois podem contaminar o equipa- possível.
mento com qualquer tipo de vírus ou fazer com que a máquina se
torne mais lenta por causa do excesso de arquivos. CICLO DE COMPRAS
São todas as partes que se fazem necessárias para dar anda-
Vale lembrar que, em caso de mau uso dos equipamentos, a mento ao processo de aquisição de materiais, sejam eles para com-
empresa está amparada pela lei (artigo 462, parágrafo 1º da CLT) pras de recursos materiais, quanto recursos patrimoniais.
para efetuar descontos nos salários “em caso de dano causado pelo Este ciclo pode ser melhor observado conforme o diagrama
empregado, desde que esta possibilidade tenha sido acordada (ter- abaixo:
mo de responsabilidade pela integridade dos bens da empresa assi-
nado no ato da contratação) ou na ocorrência de dolo de sua parte”.

COMPRAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. LICITAÇÕES E


CONTRATOS (LEI Nº 8.666/1993 E LEI Nº 14.133/2021)

A gestão de compras assume papel verdadeiramente estraté-


gico nos negócios de hoje em face do volume de recursos, princi-
palmente financeiros, quebra-se então uma visão preconceituosa
de que era uma atividade burocrática e repetitiva, um centro de
despesas e não um centro de lucros.
A função é muito mais ampla e, se realizada com eficiência, en-
volve todos os departamentos da empresa. Obter o material certo,
nas quantidades certas, com a entrega correta (tempo e lugar), da
fonte correta e no preço certo são todas as funções de compras.

391
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Aprovar
Receber e
fatura para
analisar
pagamento
requisições
de
de compra
forcenedor

Receber e
Selecionar
aceitar
fornecedores
mercadorias

Acompanhar
e garantir Determinar o
cumprimento preço correto
dos prazos

Emitir
pedidos de
compra

ESPECIFICAÇÕES DA COMPRA
Muitas dúvidas pairam na hora de efetuar uma compra, embora pareça, não é uma tarefa muito fácil. A decisão de comprar deve ser
considerada de que forma o produto será utilizado, com que freqüência e quanto estará disposto a pagar.
Na compra de um item ou serviço de um fornecedor, vários fatores estão incluídos, devem ser considerados quando as especificações
estão sendo desenvolvidas, podem ser divididos em três categorias:
- Exigências de quantidade.
- Exigências de preço.
- Exigências funcionais.

EXIGÊNCIAS DE QUANTIDADE
A demanda de mercado é quem vai determinar a quantidade necessária a ser adquirida, sendo que influenciará o modo como o
produto será utilizado. A quantidade adquirida terá influência direta no custo da produção do bem, se em pequena escala ocorrerá um
preço mínimo, se em grande escala, deverá ser projetado para tirar proveito das economias de escala, satisfazendo assim às necessidades
funcionais a um preço melhor.

EXIGÊNCIAS DE PREÇO
Representa o valor econômico em que o comprador atribui ao item, quanto se está disposto a pagar, o qual tem relevância com a
demanda de mercado. Na situação de um item ser vendido a um preço baixo, o fabricante não esta disposto a pagar um preço muito pelo
item.
Segundo Arnold (1999, p 212) “O valor econômico atribuído ao item deve relacionar-se com a utilização do item e com seu preço
antecipado de venda.”

EXIGÊNCIAS FUNCIONAIS
Relacionam-se com a forma final utilizada do item e seu desempenho esperado, é a exigência mais importante, pois governa todas as
categorias. Embora sejam mais difíceis de serem definidas, seu sucesso depende da forma em que satisfazer a necessidade real do item,
sendo esta necessidade tendo seus aspectos estéticos e práticos (como serão utilizados, ocasiões em que será utilizado, cor, estilo, etc.).

Funcionabilidade e qualidade
As características funcionais de um item estão intimamente ligadas a qualidade do produto, a qual gira em torno da satisfação das
necessidades do usuário.
Para alcançar a tão almeja qualidade, o planejamento é o principal fundamento para se obter os resultados esperados, para isto utili-
za-se o projeto do produto, a forma de produção e a utilização do produto. Estudos mercadológicos contribuem para delimitar, o desem-
penho, a aparência, o preço e o volume de vendas esperado.
A funcionabilidade do produto esta ligada ao desempenho do produto junto ao consumidor final, o qual ditará o tipo de qualidade.

392
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SELEÇÃO DE FORNECEDORES
A busca para produzir um produto de melhor qualidade e que esteja apto a concorrer no mercado, faz-se necessário ter bons forne-
cedores, que atendam a necessidade da empresa seja em qualidade da matéria oferecida, bem como prazo de entrega satisfatório e preço
acessível.
O departamento de compras tem a função primordial de aferir junto ao mercado de fornecimento de materiais, quais são as melhores
opções, para tal, são utilizados critérios que exerçam reflexo direto na produção (baixo custo e qualidade). Assim, o responsável, ou res-
ponsáveis, pela pasta compra, podem utilizar de fontes que melhor se adaptam ao produto que se deseja produzir.
Tais fontes podem ser chamadas de: única, múltipla e simples.
1. Fonte única - fornecedor que atenda de forma exclusiva devido ao tipo de produto patenteado, especificações técnicas, matéria-
-prima, localização.
2. Fonte múltipla – são utilizados mais de um fornecedor, este tipo de fonte oferece concorrência que ocasionam preços mais acessí-
veis ou melhores serviços.
3. Fonte simples – esta é uma decisão mais elaborada, sendo planejada pela organização com o intuito de selecionar um fornecedor
para um item quanto existem vários fornecedores, ou seja, visa a criação de uma parceria à longo prazo.

ESCOLHA DE FORNECEDORES
Levando em consideração de que o departamento de compras busca em sua função preço e qualidade junto aos seus fornecedores,
os mesmo devem atender a especificações técnicas que dêem suporte ao que a empresa almeja para confeccionar seus produtos.
Quando da realização de uma possível compra, deve se levar em consideração se o seu fornecedor tem uma estrutura adequada para
atender a solicitação, para isto a habilidade técnica para produzir ou fornecer a matéria-prima ou item deve ser questionada.
A capacidade de produção e confiabilidade com relação aos produtos que sejam necessários deve ser cuidadosamente vistos pelo
comprador, pois a produção do fornecedor deve satisfazer as especificações do produto, com baixo índice de defeitos e com controle de
qualidade e quantidade exigidas, sendo assim desta forma cria-se um vínculo de confiabilidade, cita-se ainda a escolha quando se escolhe
um fornecedor, o mesmo deve ser reputado e sólido monetariamente, isto para que o fornecimento seja devidamente garantido dentro
dos prazos firmados.
Outras características que devem ser lavadas em consideração são os serviços pôs-venda (sistema de suporte), a localização do for-
necedor (preferencialmente próximo do comprador), sempre levar em consideração a redução de tempo de entrega a fim de evitar falta
de matéria-prima ou itens.
Podemos citar um exemplo que reflete todas as especificações que foram citadas para este grande e complexo sistema, que seriam
as grandes montadoras de veículos automotores, seus fornecedores em sua grande maioria circundam ou estão a uma distância relativa-
mente pequena da área de produção.

IDENTIFICAÇÃO E SELEÇÃO DO(S) FORNECEDOR (ES)


Inicialmente para efetuar a seleção de seus fornecedores, o departamento de compras deve identificar através de catálogos, revistas
especializadas, lista telefônica especializada ou até mesmo de informação obtida junto ao pessoal de vendas, quais fornecedores se en-
quadram no perfil do produto a ser produzido. Para tal recomenda-se a utilização de um método de classificação e exclusão de possíveis
fornecedores.
Nesta ferramenta de classificação, são atribuídos pontos de peso para cada característica que devam fazer parte do controle de com-
pras, conforme a tabela abaixo.

FATOR PESO PONTUAÇÃO DE FORNECEDOR CLASSIFICAÇÃO DE FORNECEDOR


Fornecedores A B C D A B C D
Função 10 8 10 6 6 80 100 60 60
Custo 8 3 5 9 10 24 40 72 80
Serviço 8 9 4 5 7 72 32 40 56
Assistência Técnica 5 7 9 4 2 35 45 20 10
Termos de Crédito 2 4 3 6 8 8 6 12 16
Total (classificação dos fornecedores) 219 223 204 222
Fonte: Administração de Materiais, J.R. Tony Arnold – ed. Atlas 1999 p. 221

O método de classificação é uma tentativa de quantificar coisas que não podem ser quantificadas naturalmente. Ele procura aplicar
valores com base em julgamento subjetivo. Ele não é um método perfeito, mas leva a empresa compradora a considerar a importância de
vários fatores.
Diante do exposto, a identificação e seleção de fornecedores, devem ser apreciadas de forma a ficar o mais próximo possível de um
grau de confiabilidade, onde possa satisfazer a necessidade da empresa, para tal, os métodos acima descritos, são apenas uma pequena
parcela, de como deve se proceder nesta seleção, outros métodos desenvolvidos pela empresa ou adaptados a ela poderão ser usados,
desde que sejam confiáveis.

393
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CONTROLE DE COMPRAS E ESTOQUE “Art. 14 - Nenhuma compra será feita sem a adequada caracte-
O gerenciamento das informações é o instrumento eficiente e rização de seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para
eficaz que fundamenta o processo decisivo da empresa. Sem con- seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de
troles e, consequentemente, sem informações gerenciais, torna-se quem lhe tiver dado causa”.
impraticável decidir acertadamente e, no tempo necessário. A ad- Para se caracterizar o objeto da compra deve-se:
ministração de estoques tem o objetivo de permitir que a empresa 1. Avaliar a necessidade (planejamento);
consiga produzir e comercializar seus produtos de forma eficiente e 2. Definir o quanto adquirir;
com a menor utilização do capital de giro. 3. Verificar as condições de guarda e armazenamento;
4. Buscar atender o princípio da padronização;
O planejamento de estoques é uma atividade de importância 5. Obter as informações técnicas quando necessárias;
fundamental e deverá ser integrado tanto com produção como 6. Proceder a pesquisas de mercado;
também com as vendas, de modo a otimizar os volumes os das 7. Definir a modalidade e tipo de licitação ou a sua dispensa /
compras. Para tal devem ser seguidos alguns requisitos imprescin- inexigibilidade;
díveis para esta atividade: 8. Indicar (empenho) os recursos orçamentários.
- Mantenha constantemente atualizado o custo de cada pro-
duto; Objeto de Licitação.
- Determine o período de compra e o tamanho de lote de cada O Objeto de Licitação é o bem/ serviço ao qual a Administração
produto para cada fornecedor. Isto irá otimizar o planejamento dos pretende adquirir. Ex.: Prestação de serviços de mão de obra, Aqui-
estoques e, consequentemente, as compras; sição de Móveis, etc.
- Estabeleça políticas de cobertura (estoque de segurança, mí- Nos tempos atuais, diante de tamanha evolução no campo tec-
nimo e máximo) para cada produto, dependendo do fator mais crí- nológico, empresarial e social, o Estado não pode ficar à margem,
tico para cada item; apenas como expectador. A ideia de uma Administração Pública ba-
- Mantenha os controles para reduzir estoques ultrapassados/ seada na tradição, na rigorosidade formal, numa ordem burocrática
arcaicos; pesada, está se tornando modelo ultrapassado e nada eficiente.
- Efetue o planejamento constante das necessidades de esto- Urge a necessidade de um modelo gerencial na gestão admi-
ques baseadas em previsões de vendas. A integração dos estoques nistrativa, capaz de realizar a função pública de forma eficiente,
com as finanças permite uma melhor gestão do fluxo de caixa; moderna, acompanhando a evolução econômica e financeira da
- Mantenha controle permanente sobre a disponibilidade do sociedade, sem olvidar dos princípios basilares que orientam a Ad-
estoque para suprir as faltas rapidamente; ministração Pública.
- Determine o custo de falta de cada produto e compare com o Com a crescente demanda por bens, obras, serviços em todo o
seu custo de estocagem; País, quando ao Estado cumpre garantir o desenvolvimento econô-
- Fique alerta para evitar estoques dormentes; mico e social, tornou-se imprescindível adoção de procedimentos e
- Mantenha controle rigoroso do estoque físico com os lança- mecanismos de controle, que garantam a aplicação do grande vo-
mentos diários; lume de recursos disponíveis, com eficiência e transparência. Uma
- Realize inventários físicos periódicos para conferi-lo com os das formas eficientes utilizadas pela Administração Pública é a lici-
dados do controle de estoques; tação.
- Mantenha os estoques em local estratégico; A Constituição de 1988, art. 37, inc. XXI criou bases, nas quais
- Mantenha os itens fisicamente ordenados em prateleiras e mais tarde, em 21 de junho de 1993, assentou-se a Lei Federal nº
devidamente classificados e identificados por etiquetas; 8.666, que instituiu o Estatuto das Licitações e Contratos Adminis-
- Evite almoxarifados abertos; trativos.
- Mantenha separação física entre a recepção e o almoxarifado; Para o setor público o instrumento utilizado para compras é a
- Estabeleça uma codificação dos materiais para maior facilida- licitação, como forma de dar transparência à compra pública.
de de consulta; Licitação é o procedimento administrativo pelo qual uma pes-
- Mantenha sistemas de informações integrados para acesso soa governamental pretendendo alienar, adquirir ou locar bens,
e consulta imediata da quantidade disponível de cada material em realizar obras ou serviços, segundo condições por ela estipuladas
estoque. previamente, convoca interessados na apresentação de propostas,
a fim de selecionar a que se revele mais conveniente em função de
LICITAÇÕES parâmetros antecipadamente estabelecidos e divulgados. Este pro-
Nas empresas estatais e autárquicas, como também no serviço cedimento visa garantir duplo objetivo: de um, lado proporcionar
público em geral, ao contrário da iniciativa privada, as aquisições de às entidades governamentais possibilidade de realizarem o negócio
qualquer natureza obedecem a Lei nº. 8.666, de 21-6-1993, altera- mais vantajoso; de outro, assegurar aos administrados ensejo de
da pela Lei nº. 8.883, de 8-6-1994, motivo pelo qual se tornam to- disputarem entre si a participação nos negócios que as pessoas ad-
talmente transparentes. Observa-se que a diferença entre os tipos ministrativas entendam de realizar com os particulares.
de compras é a formalidade no serviço público e a informalidade A Administração Pública lançará mão da licitação toda vez que
na iniciativa privada. Independentemente dessa particularidade, for comprar bens, executar obras, contratar serviços, ou conceder a
os procedimentos são praticamente idênticos. O artigo 14 da lei de um terceiro o poder de, em seu nome, prestar algum tipo de serviço
licitações e contratos administrativos disciplina de forma objetiva: público, como é o caso das concessões.
para que a administração efetue qualquer compra, preliminarmen-
te, deve curvar-se a dois princípios fundamentais: 1 - A definição Quem está obrigado a licitar: União, Estados, Municípios, Dis-
precisa do seu objeto; 2 - A existência de recursos orçamentários trito Federal, Territórios e autarquias estão obrigados a licitar, em
que garantam o pagamento resultante. Assim está determinado no obediência às pertinentes leis de licitação, o que é ponto incontro-
citado artigo 14: verso. O problema que se põe é saber se as sociedades de economia
mista e empresas públicas também se sujeitam ao dever de licitar.

394
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- Publicação Dos Editais: os editais de concorrência, tomada de Obs: Na modalidade de licitação chamada “convite” inexiste a
preços, concurso e leilão deverão ser publicados com antecedência, fase de habilitação. Ela é presumida; é feita a priori pelo próprio ór-
no mínimo, por uma vez no Diário Oficial da União, no Diário Oficial gão licitante que escolhe e convoca aqueles que julgam capacitados
do Estado, ou em jornal de grande circulação no Estado e também, a participar do certame, admitindo, também, eventual interessado,
se houver, em jornal de circulação no Município, dependendo da não convidado, mas cadastrado.
estância da licitação.
3) Classificação: “É o ato pelo qual as propostas admitidas são
- Prazos Para Publicação Do Edital: o prazo mínimo que deverá ordenadas em função das vantagens que oferecem, na conformi-
mediar entre a última publicação do edital resumido ou da expedi- dade dos critérios de avaliação estabelecidos no edital”. Após se
ção do convite e o recebimento das propostas será: De quarenta e confrontar as ofertas, classificam-se as propostas e escolhe-se o
cinco dias para: Concurso; Concorrência: do tipo “melhor técnica” vencedor, a partir das vantagens que oferecem, na conformidade
ou “técnica e preço”, ou execução por empreitada integral; De trinta dos critérios de avaliação estabelecidos no edital a quem deverá ser
dias para: Concorrência, nos casos não especificados acima; Toma- adjudicado o objeto da licitação.” A classificação se divide em duas
da de preços, quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou fases: Na primeira, ocorre a abertura dos envelopes “proposta”
“técnica e preço”; De quinze dias para: Tomada de preços, nos casos entregues pelos participantes do certame. Os envelopes são aber-
não especificados acima; Leilão; De cinco dias úteis para: Convite. tos em ato público, previamente designado, do qual se lavrará ata
circunstanciada; Na segunda, há o julgamento das propostas, que
- Procedimento Da Licitação: Apesar dos atos que compõem o deve ser objetivo e em conformidade com os
procedimento terem, cada um, finalidade específica, eles têm um tipos de licitação. Critérios de classificação: Existem quatro ti-
objetivo comum: a seleção da melhor proposta. Este ato derradeiro pos básicos de licitação (4 critérios básicos para avaliação das pro-
do procedimento é um ato unilateral que se inclui dentro do pró- postas): Licitação de menor preço - é a mais comum. O critério do
prio certame, diferentemente do contrato, que é externo ao proce- menor preço é, sem dúvida, o mais objetivo. É usual na contratação
dimento. “O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de obras singelas, de serviços que dispensam especialização, na
de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e compra de materiais ou gêneros padronizados; Licitação de melhor
numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta técnica - esse critério privilegia a qualidade do bem, obra ou serviço
de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual se- proposto em função da necessidade administrativa a ser preenchi-
rão juntados oportunamente:...”. Da Requisição de Compra deverá da. O que a Administração pretende é a obra, o serviço, o material
constar obrigatoriamente: Justificativa do pedido, endossada pelo mais eficiente, ma is durável, mais adequado aos objetivos a serem
titular do órgão; Especificação adequada do produto a ser adqui- atingidos; Licitação de técnica e preço - neste tipo de licitação, com-
rido; Indicação do recurso próprio a ser onerado, devidamente binam-se os dois fatores: técnica e preço.
confirmado pela Seção de Contabilidade da unidade requisitante; Esse critério pode consistir em que a técnica e preço sejam ava-
Atendimento ao princípio de padronização, sempre que possível liados separadamente, de modo a que, após selecionar as propos-
for; Indicação dos fatores a serem considerados e expressamente tas que vierem a alcançar certo índice de qualidade ou de técnica, o
declarados no Edital, para fins de julgamento das propostas. preço será o fator de decisão. Pode-se, ainda atribuir pesos, ou seja,
Segundo Hely Lopes Meirelles, esta é a fase interna da licitação ponderação aos resultados da parte técnica e ponderação ao preço,
à qual se segue a fase externa, que se desenvolve através dos se- que serão considerados em conjunto; Licitação de maior lance ou
guintes atos, nesta ordem: oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real
1. Edital ou convite de convocação dos interessados; de uso (art. 45 § 1’ da Lei 8.666/93).
2. Recebimento da documentação e propostas; As propostas que estiverem de acordo com o edital serão clas-
3. Habilitação dos licitantes; sificadas na ordem de preferência, na escolha conforme o tipo de li-
4. Julgamento das propostas (classificação) 5. Adjudicação e citação. Aquelas que não se apresentarem em conformidade com o
homologação. instrumento convocatório serão desclassificadas. Não se pode acei-
tar proposta que apresente preços unitários simbólicos, irrisórios
A modalidade em que todas as fases da licitação se encontram ou de valor zero, ainda que o instrumento convocatório não tenha
claramente definidas é a concorrência. estabelecido limites mínimos (v. § 3’ do art. 44 da Lei 8.666/93).

Edital de Licitação A licitação está prevista na lei 8.666/93 que regulamenta o art.
1) Edital: “É o instrumento pelo qual a Administração leva ao 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licita-
conhecimento público a abertura de concorrência, de tomada de ções e contratos da Administração Pública.
preços, de concurso e de leilão, fixa as condições de sua realização Não é somente com seus próprios meios, ou por intermédio de
e convoca os interessados para a apresentação de suas propostas”. suas entidades ou órgãos, que a Administração Pública, gestora dos
Como lei interna da licitação, vincula a Administração e os partici- interesses da coletividade, realiza as suas atividades. Usualmente
pantes. necessita contratar terceiros, e o faz, seja para aquisição, execução
Funções do edital: o edital dá publicidade à licitação; Identifica de serviços, locação de bens, seja para a concessão e permissão de
o objeto licitado e delimita o universo das propostas; Circunscreve serviços públicos, entre outros.
o universo dos proponentes; Estabelece os critérios para análise e A licitação por sua vez, possui como objeto a seleção da pro-
avaliação dos proponentes e das propostas; Regula atos e termos posta mais vantajosa para a Administração Pública.
processuais do procedimento;
Fixa cláusulas do futuro contrato. A escolha dos que serão contratados pela Administração Pú-
2) Habilitação: A habilitação, por vezes denominada “qualifi- blica não pode decorrer de critérios pessoais do administrador ou
cação”, é a fase do procedimento em que se analisa a aptidão dos de ajustes entre interessados. A escolha dos que serão contratados
licitantes. Entende-se por aptidão a qualificação indispensável para decorrerá do procedimento denominado licitação, de obrigatorie-
que sua proposta possa ser objeto de consideração, sendo que o dade imposta por regra constitucional, à luz do art. 37, inciso XXI:
licitante pode ser habilitado ou não pelo órgão competente.

395
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, Características gerais e definições
serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro- A Lei de Licitações cita que as obras, compras, alienações, con-
cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a cessões, permissões, locações e serviços (inclusive de publicidade)
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações da Administração Pública devem obrigatoriamente ser precedidos
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter- de licitação, ressalvadas as exceções legais. Estabelece, ainda, que
mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação o procedimento não será sigiloso, sendo públicos e acessíveis todos
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das os atos, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a sua respec-
obrigações. (Regulamento) tiva abertura.
O processo de licitação é instaurado e conduzido por uma
A obrigatoriedade de licitar alcança a Administração Pública di- Comissão de Licitação, permanente ou especial, formada por no
reta e indireta, inclusive as entidades empresariais (art. 173, § 1.º, mínimo três membros, sendo pelo menos dois deles servidores
inc. III, da CF). As empresas públicas e as sociedades de economia qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da
mista, como dita aquela regra constitucional, podem possuir esta- Administração. Sobre esse aspecto, cabe destacar importante res-
tuto próprio, mas, para que possam contratar, também devem pro- salva feita por Bellote Gomes:
mover o certame licitatório. “Ressalte-se ainda que os membros das Comissões de Licita-
ção responderão solidariamente por todos os atos praticados pela
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a Comissão, salvo se a posição individual divergente estiver devida-
exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será per- mente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em
mitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional que tiver sido tomada a decisão, e terão investidura pelo período
ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. de até um ano, sendo vedada a recondução da totalidade de seus
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, membros para a mesma Comissão no período subseqüente (art. 51,
da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explo- § 4º)”.
rem atividade econômica de produção ou comercialização de bens
ou de prestação de serviços, dispondo sobre: No processo licitatório são utilizadas as seguintes definições:
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e aliena-
ções, observados os princípios da administração pública; Obra
Toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou amplia-
O Poder Público não pode ter a liberdade que possuem os par- ção realizada por execução direta ou indireta.
ticulares para contratar. Ele deve sempre se nortear por dois valores
distintos: Serviço
a) Isonomia: O administrador público deve tratar igualmente Atividade destinada a alcançar certa utilidade de interesse para
os administrados; a Administração.
b) Probidade: O Poder Público deve sempre escolher a me-
lhor alternativa para os interesses públicos. Compra
Aquisição remunerada de bens ou serviços, pela Administração
Licitação é o procedimento administrativo por meio do qual Pública, para fornecimento de uma só vez ou em parcelas.
o Poder Público, mediante critérios preestabelecidos, isonômicos
e públicos, busca escolher a melhor alternativa para a celebração Alienação
de um ato jurídico. Transferência de domínio de bens da Administração Pública a
terceiros.
Conceito de Licitação
Licitação é o procedimento administrativo para contratação Obras, serviços e compras de grande vulto
de serviços ou aquisição de produtos pela Administração Pública. Aqueles cujo valor estimado seja superior a vinte e cinco vezes
Sendo regulada pela Lei ordinária nº 8.666/93, visa proporcionar a o limite de R$ 1.500.000,00.
melhor contratação possível para o Poder Público, de forma siste-
mática e transparente. Segundo Marinela: Seguro-garantia
“Licitação é um procedimento administrativo destinado à se- O seguro que garante o fiel cumprimento das obrigações assu-
leção da melhor proposta dentre as apresentadas por aqueles que midas por empresas em licitações e contratos administrativos.
desejam contratar com a Administração Pública. Esse instrumento
estriba-se na ideia de competição a ser travada, isonomicamente, Execução direta
entre os que preenchem os atributos e as aptidões, necessários ao É aquela efetuada diretamente pelos órgãos e entidades da Ad-
bom cumprimento das obrigações que se propõem assumir”. ministração Pública, por seus próprios meios.
Importante ressaltar, ainda, que compete privativamente à
União legislar sobre normas gerais de licitação e contratação, em Execução indireta
todas as modalidades, para as Administrações Públicas diretas, au- O órgão ou entidade pública contrata com terceiros, sob os re-
tárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Muni- gimes de: empreitada por preço global (obra ou serviço com preço
cípios, e para empresas públicas e sociedades de economia mista. certo e total), empreitada por preço unitário (obra ou serviço com
O Distrito Federal e os Municípios possuem competência residual e preço certo de unidades determinadas), tarefa (ajuste de mão-de-
supletiva para legislar sobre a matéria. -obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem for-
necimento de materiais) ou empreitada integral (empreendimento
em sua totalidade, compreendendo todas as etapas das obras, ser-
viços e instalações necessárias).

396
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Objeto da licitação Alienações – bens móveis e imóveis
A licitação pode ter por objeto: obras e serviços, serviços téc- A alienação de bens da Administração Pública será sempre su-
nicos profissionais especializados, compras ou alienações. Além de bordinada à existência de interesse público devidamente justifica-
locação, concessão ou permissão de uso de bens públicos ou, ainda, do.
a concessão ou permissão de execução de serviços públicos. Sendo precedida de avaliação, deverá obedecer às seguintes
normas: Quando se tratar de bens imóveis, a alienação depende-
Obras e serviços rá de autorização legislativa para órgãos da Administração Pública
As licitações para execução de obras e prestação de serviços direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclu-
devem seguir a seguinte sequencia: projeto básico, projeto executi- sive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de
vo e, posteriormente, execução das obras e serviços. licitação na modalidade de concorrência, sendo dispensada apenas
Para que sejam objeto de licitação, as obras e serviços deverão em alguns casos específicos (dação em pagamento, doação para ór-
conter: projeto básico aprovado pela autoridade competente e dis- gãos ou entidades da Administração Pública, permuta, investidura,
ponível para exame dos interessados em participar do procedimen- venda a outro órgão ou entidade da Administração Pública etc.). Já
to licitatório; orçamento detalhado em planilhas que expressem a no caso de bens móveis, a alienação dependerá de avaliação prévia
composição de todos os seus custos unitários; previsão de recursos e de licitação na modalidade leilão, sendo igualmente dispensada
orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações decor-
em casos específicos (doação, permuta, venda de ações, venda de
rentes de obras ou serviços a serem executados no exercício finan-
títulos, venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou
ceiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma e, por fim,
entidades da Administração Pública e venda de materiais e equipa-
produto contemplado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual,
mentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública).
quando for o caso.
A execução das obras e serviços deve sempre ser programada
em sua totalidade, previstos custos atual e final e considerados os Cadastros mantidos pela administração pública
prazos de execução, sendo proibido o retardamento imotivado da São previstas duas modalidades distintas de cadastros para a
execução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, salvo insuficiência reunião de informações destinadas a auxiliar a Administração Pú-
financeira ou comprovado motivo de ordem técnica devidamente blica na realização do processo licitatório, sendo elas: registro de
justificados pela autoridade competente. Conforme citado no Capí- preços e registro cadastral.
tulo 4, seções 4.7 e 4.8, as obras e serviços podem ser executados
de forma direta ou indireta. Registro de preços
Modalidade de cadastro destinada a auxiliar a Administração
Serviços técnicos profissionais especializados Pública nas compras que pretenda efetuar, devendo ser precedido
São serviços técnicos profissionais especializados os trabalhos de ampla pesquisa de mercado. O registro será publicado trimes-
relativos a: estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou tralmente na imprensa oficial e terá validade por prazo não superior
executivos; pareceres, perícias e avaliações em geral; assessorias ou a um ano. Contudo, a existência de registro não obriga a Adminis-
consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; fiscali- tração a firmar contratações que deles poderão advir, ficando-lhe
zação, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; patrocí- facultada a utilização de outros meios previstos na Lei de Licitações.
nio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; treinamento e
aperfeiçoamento de pessoal ou restauração de obras de arte e bens Registro cadastral
de valor histórico. Modalidade de cadastro necessário à habilitação dos partici-
Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os con- pantes no processo licitatório. Assim, os órgãos da Administração
tratos para a prestação de serviços técnicos profissionais espe- Pública que realizem frequentemente licitações manterão regis-
cializados devem, preferencialmente, ser celebrados mediante a tros cadastrais para efeito de habilitação, na forma regulamentar,
realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou re- válidos por, no máximo, um ano. Para a habilitação nas licitações
muneração. exigir-se-á dos interessados documentação relativa a: habilitação
jurídica; qualificação técnica; qualificação econômico-financeira;
Compras
regularidade fiscal; prova de que o interessado não empregue em
Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização
trabalho noturno, perigoso ou insalubre menores de dezoito anos,
de seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para o seu
bem como não empregue em qualquer trabalho menores de dezes-
pagamento. Sempre que possível, as compras deverão: atender ao
seis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.
princípio da padronização, que imponha compatibilidade de especi-
ficações técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e estar
as condições de manutenção, assistência técnica e garantias ofe- permanentemente aberto aos interessados, obrigando-se a uni-
recidas; ser processadas através do sistema de registro de preços; dade por ele responsável a proceder, no mínimo anualmente, por
submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes meio da imprensa oficial e de jornal diário de grande circulação, o
às do setor privado; ser subdivididas em tantas parcelas quantas chamamento público para a atualização dos registros existentes e
necessárias para aproveitar as peculiaridades do mercado, visando para o ingresso de novos interessados.
economicidade; balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos O julgamento dos pedidos de inscrição, as alterações, suspen-
órgãos e entidades da Administração Pública; conter a especifica- sões e cancelamentos serão efetuados por comissão composta de
ção completa do bem a ser adquirido, sem indicação de marca; pos- pelo menos três membros, sendo dois servidores permanentes. O
suir a definição das unidades e das quantidades a serem adquiridas interessado que tem o seu pedido de cadastramento deferido re-
em função do consumo e utilização prováveis, cuja estimativa será cebe um certificado de registro cadastral, renovável sempre que
obtida, sempre que possível, mediante adequadas técnicas quanti- atualizar o seu registro, o que poderá substituir a maioria dos docu-
tativas de estimação e, por fim, apresentar as condições de guarda mentos da habilitação quando da realização do certame.
e armazenamento que não permitam a deterioração do material. No âmbito federal, esse cadastro recebe o nome de Sistema de
Cadastramento Unificado de Fornecedores (SICAF).

397
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Princípios da licitação Impessoalidade: Significa que a Administração Pública não po-
Como todo sistema jurídico, o instituto das licitações também derá atuar discriminando pessoas, a Administração Pública deve
tem seus princípios norteadores. Discorreremos acerca de alguns permanecer numa posição de neutralidade em relação às pessoas
deles, ainda que forma bastante simples. privadas.
O princípio da legalidade, como princípio geral previsto no Publicidade: É o dever atribuído à Administração, de dar total
art. 5º, II, da Constituição de 1988, segundo o qual “ninguém será transparência a todos os atos que praticar, ou seja, como regra ge-
obrigado a fazer ou deixar de fazer senão em virtude de lei”, obri- ral, nenhum ato administrativo pode ser sigiloso.
ga a Administração Pública, quando da compra, obra, contração de Moralidade: A atividade da Administração Pública deve obede-
serviços ou alienação, a proceder de acordo com o que a Consti- cer não só à lei, mas também à moral.
tuição Federal e Leis preveem. A não observação desse princípio
impregnará o processo licitatório de vício, trazendo nulidade como 2. Princípio da Isonomia (Igualdade Formal, ou Igualdade):
consequência. Está previsto no caput do art. 5.º da Constituição Federal. Esse prin-
Pelo princípio da isonomia, é assegurada a igualdade no trata- cípio não se limita a máxima: “os iguais devem ser tratados igual-
mento a todos quantos venham participar do certame licitatório. mente; os desiguais devem ser tratados desigualmente, na medida
O princípio da competitividade garante a livre participação a de suas desigualdades”.
todos, porém, essa liberdade de participação é relativa, não signifi- Para o Prof. Celso Antônio Bandeira de Melo, é errado imaginar
cando que qualquer empresa será admitida no processo licitatório. que o princípio da isonomia veda todas as discriminações. Discrimi-
Por exemplo, não faz sentido uma empresa fabricante de automó- nar (retirando seu sentido pejorativo) é separar um grupo de pes-
veis tencionar participar de um processo de licitação, quando o ob- soas para lhes atribuir tratamento diferenciado do restante. Nesse
jeto do certame seja compra de alimentos. sentido, toda a norma jurídica discrimina, porque incide sobre algu-
A Administração Pública se balizará no princípio da impessoali- mas pessoas e sobre outras não.
dade para evitar a preferência por alguma empresa especificamen- Exemplos:
te, cuja não observação implicaria prejuízo para a lisura do processo - Abertura de concurso público para o preenchimento de vagas
licitatório, e como consequência a decretação da nulidade do pro- no quadro feminino da polícia militar. Qual é o fato discriminado
cesso. pela norma? É o sexo feminino. Qual é a razão jurídica pela qual a
Como a licitação busca atender ao interesse público, à coleti- discriminação é feita? A razão jurídica da discriminação é o fato de
vidade, a escolha e julgamento da melhor proposta obedecerão ao que, em determinadas circunstâncias, algumas atividades policiais
princípio da publicidade, que visa tornar a futura licitação conheci- são exercidas de forma mais adequada por mulheres. Há, portanto,
da dos interessados e dar conhecimento aos licitantes bem como à correspondência lógica entre o fato discriminado e a razão pela qual
sociedade em geral, sobre seus atos. Outra função desse princípio a discriminação é feita, tornando a norma compatível com o princí-
é garantir aos cidadãos o acesso à documentação referente à licita- pio da isonomia.
ção, bem como sua participação em audiências públicas, nas hipó- - Uma licitação é aberta, exigindo de seus participantes uma
teses previstas no art. 39, da Lei nº 8.666/93. determinada máquina. Qual é o fato discriminado pela norma? É a
A proposta mais vantajosa nem sempre é a mais barata. Como determinada máquina. Qual é a razão jurídica pela qual a discrimi-
dizem alguns, às vezes o barato sai caro. A Administração Pública nação é feita? Essa pergunta pode ser respondida por meio de outra
deve saber definir quando, quanto, o que e por que vai comprar, a indagação: A máquina é indispensável para o exercício do contrato?
exemplo da situação onde há opção de compra ou locação. É nessa Se for, a discriminação é compatível com o princípio da isonomia.
análise que o princípio da economicidade se revela, auxiliando a
aplicação dos recursos públicos com zelo e eficiência. 3. Princípio da Probidade: Ser probo, nas licitações, é escolher
objetivamente a melhor alternativa para os interesses públicos, nos
O art. 3.º da Lei n. 8.666/93 estabelece os princípios da licita- termos do edital.
ção: 4. Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório: O
Art. 3o  A licitação destina-se a garantir a observância do princí- instrumento convocatório é o ato administrativo que convoca a li-
pio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajo- citação, ou seja, é o ato que chama os interessados a participarem
sa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional da licitação; é o ato que fixa os requisitos da licitação. É chamado,
sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade por alguns autores, de “lei daquela licitação”, ou de “diploma legal
com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da que rege aquela licitação”. Geralmente vem sob a forma de edital,
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade adminis- contudo, há uma exceção: O convite (uma modalidade diferente
trativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento de licitação). O processamento de uma licitação deve estar rigo-
objetivo e dos que lhes são correlatos. rosamente de acordo com o que está estabelecido no instrumen-
to convocatório. Os participantes da licitação têm a obrigação de
Observe que a redação termina com a expressão “... e dos que respeitar o instrumento convocatório, assim como o órgão público
lhes são correlatos”. Dessa maneira, verifica-se que o rol de princí- responsável.
pios previstos nesse artigo não é exaustivo. 5. Princípio do Julgamento Objetivo: Esse princípio afirma que
as licitações não podem ser julgadas por meio de critérios subjetivos
1. Princípio da Legalidade, Impessoalidade, Publicidade e Mo- ou discricionários. Os critérios de julgamento da licitação devem ser
ralidade: O art. 3.º, caput, da Lei 8.666/93 faz referência aos prin- objetivos, ou seja, uniformes para as pessoas em geral. Exemplo:
cípios da legalidade, impessoalidade e moralidade. O princípio da Em uma licitação foi estabelecido o critério do menor preço. Esse
eficiência não está relacionado. Isso porque, quando a Lei n. 8.666 é um critério objetivo, ou seja, é um critério que não varia para
surgiu, em 1993, ainda não existia o caput do art. 37 da Constitui- ninguém. Todas as pessoas têm condições de avaliar e de decidir.
ção Federal com sua redação atual (“...obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”).
Legalidade: O administrador está obrigado a fazer tão somente
o que a lei determina.

398
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
6. Outros Princípios: O intento é, além da ampliação do conhecimento, proporcio-
a) Princípio do procedimento formal: Estabelece que as forma- nar uma forma de facilitação do acesso às informações para que os
lidades prescritas para os atos que integram as licitações devem ser agentes do Poder Público possam adquirir noções básicas e essen-
rigorosamente obedecidas. ciais à administração limpa, correta, eficaz e digna da admiração
b) Princípio da adjudicação compulsória: Esse princípio tem dos cidadãos.
uma denominação inadequada. Ele afirma que, se em uma licitação
houver a adjudicação, esta deverá ser realizada em favor do vence- Modalidades de licitação
dor do procedimento. Essa afirmação não é absoluta, uma vez que A licitação, como espécie de processo administrativo, é dividi-
várias licitações terminam sem adjudicação. da em seis modalidades distintas: Concorrência, tomada de preços,
c) Princípio do sigilo das propostas: É aquele que estabele- convite, concurso, leilão e pregão. Existe, ainda, a consulta, que não
ce que as propostas de uma licitação devem ser apresentadas de é modalidade licitatória e aplica-se somente para agências regula-
modo sigiloso, sem que se dê acesso público aos seus conteúdos. doras. Nesse sentido, segundo Marinela:
“Atualmente, as nossas leis gerais estabelecem seis modalida-
Nota-se nos dias atuais a necessidade extrema e constante da des licitatórias que são: concorrência, tomada de preços, convite,
aquisição de bens e serviços para a manutenção tanto das necessi- concurso, leilão e pregão, que estão conceituadas no art. 22, da Lei
dades essenciais, quanto das supérfluas. Dentro dessa realidade de nº 8.666/93 e art. 1º, da Lei nº 10.520/02. Alguns autores indica-
consumo, abordar-se-á neste trabalho as formas disponíveis para riam, ainda, a consulta. Todavia, não se trata de modalidade pre-
que a gestão pública aplique de maneira consciente o orçamento vista na Lei de Licitações, tendo aplicação somente para agências
disponível para manutenção de bens e serviços.  reguladoras, com procedimento por elas definido”.
Nesse contexto, os gastos de verbas públicas devem seguir uma
série de trâmites e regras para que sejam aplicados da forma mais Concorrência
vantajosa, com o menor gasto e a melhor qualidade. Trata-se de A concorrência é a modalidade licitatória genérica, destinada a
uma tarefa complexa, devido às influências que pode provocar do contratos de grande vulto, precedida de ampla divulgação, da qual
ponto de vista econômico, social e político no município ou região podem participar quaisquer interessados que preencham as condi-
de atuação, devendo, portanto, ser realizada com atenção e cuida- ções estabelecidas no instrumento convocatório. No que tange ao
do, de forma a satisfazer os direitos e garantias do cidadão e cuidar valor, a concorrência é utilizada para os contratos de obras e ser-
para que não haja desperdício.
viços de engenharia nos valores superiores a R$ 1.500.000,00 (um
O legislador brasileiro elaborou uma série de normas a serem
milhão e quinhentos mil reais) ou para outros bens e serviços que
seguidas com o intuito de padronizar as aquisições e alienações.
não os de engenharia, nos valores superiores a R$ 650.000,00 (seis-
Dentre elas, destacam-se a Lei nº 8.666/93, que regulamenta o
centos e cinquenta mil reais). Entretanto, a concorrência também é
art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, instituindo normas para
obrigatória, em razão da natureza do objeto, independentemente
licitações e contratos da Administração Pública e, ainda, a Lei nº
do valor do negócio, nos seguintes casos: nas compras e alienações
10.520/02 (Lei do Pregão).
de bens imóveis, nas concessões de direito real de uso, nas licita-
A licitação é obrigatória para toda Administração Pública e deve
ções internacionais, nos contratos de empreitada integral, e nas
seguir vários princípios, conforme preconizado no art. 37 caput e in-
ciso XXI da Constituição Federal: concessões de obras e serviços.
“Art. 37 A administração pública direta e indireta de qualquer O intervalo mínimo que deve ser observado entre a publicação
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- do instrumento convocatório e a entrega dos envelopes é de 45 dias
nicípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, corridos para critério de melhor técnica ou melhor técnica e preço e
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:[...] de 30 dias corridos para critério de menor preço.
XXI- Ressalvados os casos específicos na legislação, as obras,
serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro- Ttomada de preços
cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a A modalidade licitatória tomada de preços é exigida para os
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações contratos de valores médios, que são aqueles que ficam acima do
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter- limite do convite e abaixo do limite da concorrência. Portanto, para
mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação obras e serviços de engenharia os valores devem ser superiores
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das a R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), chegando até R$
obrigações”. 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) e, para outros
Portanto, o objetivo deste estudo é descrever a legislação e os bens e serviços que não os de engenharia, valores superiores a R$
princípios a serem seguidos pelos gestores para a prática da licita- 80.000,00 (oitenta mil reais) até R$ 650.000,00 (seiscentos e cin-
ção, as características e as modalidades do processo licitatório, bem quenta mil reais).
como seus aspectos criminais e contratos. Nessa modalidade, a participação se restringe: às pessoas pre-
Com o desconhecimento formal dos procedimentos para a rea- viamente cadastradas, organizadas em função dos ramos de ativi-
lização da licitação, a Administração poderá fazer exigências inúteis dade e potencialidades dos eventuais proponentes, bem como aos
ou desnecessárias e, ainda, deixar de solicitar documentos impor- que atenderam a todas as condições exigidas para o cadastramento
tantes. Observa-se, portanto, que a licitação reflete diretamente no até o terceiro dia anterior à data fixada para a abertura das propos-
orçamento do órgão e deve ser tratada como um instrumento de tas. Para que o licitante demonstre que preenche os requisitos, ele
controle da aplicação do dinheiro público, sendo um procedimento deverá apresentar o pedido de cadastramento (requerimento), com
fundamental e, por isso, escolhida como tema deste trabalho. a respectiva documentação.
Será aplicado o método de compilação, através de pesquisa bi- O intervalo mínimo que deve ser observado entre a publicação
bliográfica, jurídica e documental, proporcionando maior conheci- do instrumento convocatório e a entrega dos envelopes é de 30 dias
mento sobre o procedimento licitatório, seus princípios, objetivos, corridos para critério de melhor técnica ou melhor técnica e preço e
características, modalidades, fases, aspectos criminais e contratos. de 15 dias corridos para critério de menor preço.

399
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Convite to, contribuindo para a redução de despesas e concedendo maior
A modalidade convite é adequada para contratos de valores agilidade nas aquisições. Nesse sentido, pode-se dizer que o pregão
pequenos, que correspondem às obras e serviços de engenharia visa a atender não apenas ao princípio constitucional da isonomia,
com valor de até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) e, para como também ao princípio da eficiência.
outros bens e serviços, até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). Cabe ressaltar, ainda, que o pregão pode ser realizado em duas
A Administração convoca para a disputa pelo menos três pesso- modalidades: o pregão presencial, que se caracteriza pela presença
as que operem no ramo pertinente ao objeto, cadastrados ou não, física dos licitantes e dos agentes públicos responsáveis pelo pregão
estendendo-se o mesmo convite aos demais cadastrados do ramo e o pregão eletrônico, que é realizado por meio da utilização de re-
relativo ao objeto que hajam manifestado seu interesse, em até 24 cursos de tecnologia da informação, nos termos de regulamentação
horas antes da apresentação das propostas. O instrumento convo- específica, em que os licitantes encaminham suas propostas por via
catório é a carta-convite. eletrônica, e os lances são realizados também por via eletrônica.
O intervalo mínimo que deve ser observado entre a publicação O intervalo mínimo que deve ser observado entre a publicação
do instrumento convocatório e a entrega dos envelopes é de 5 dias do instrumento convocatório e a entrega ou encaminhamento das
úteis. propostas e documentações é de 08 dias úteis.

Concurso Consulta
A modalidade concurso consiste em uma disputa entre quais- A licitação na modalidade consulta encontra-se prevista na Lei
quer interessados que possuam a qualificação exigida para a contra- nº 9.472/97, que dispõe sobre a organização dos serviços de tele-
tação de serviços técnicos profissionais especializados (já tratados comunicações, dentre outros temas, aplicando-se exclusivamente
no Capítulo 5, seção 5.2), com a instituição de prêmios ou remu- às agências reguladoras. Tem por objeto: o fornecimento de bens
neração aos vencedores. O procedimento dessa modalidade deve e serviços não classificados como bens ou serviços comuns e a
contratação de bens ou serviços comuns que não apresentem alto
estar previsto em regulamento próprio, a ser obtido pelos interes-
valor, assim definidos na forma de regulamento próprio. Cabe às
sados no local indicado no edital, que deverá indicar: a qualificação
agências reguladoras disciplinar a licitação nessa modalidade.
exigida dos participantes, as diretrizes e a forma de apresentação
Fases do processo de licitação
do trabalho, as condições de realização do concurso e os prêmios
O processo de licitação é dividido em duas fases: fase interna
concedidos. Seu julgamento é efetuado por comissão especial que e fase externa, as quais, por sua vez, subdividem-se em fases espe-
não precisa ser composta por servidores públicos, bastando que os cíficas.
integrantes sejam pessoas de reputação ilibada e reconhecido co- 1. Fase interna
nhecimento da matéria. Fase preliminar da licitação que compreende os seguintes atos:
O intervalo mínimo que deve ser observado entre a publicação definição do objeto a ser contratado, estimativa do custo do con-
do instrumento convocatório e o evento é de 45 dias corridos. trato, reserva da receita orçamentária, elaboração do instrumento
convocatório, exame do edital ou carta-convite pela assessoria jurí-
Leilão dica, autorização para licitar e publicação do edital.
A modalidade licitatória leilão é, em regra, utilizada com o ob-
jetivo de obter-se o melhor preço para a alienação de bens, sen- 1.1  Fase de Abertura
do eles: móveis inservíveis para a Administração, apreendidos ou Assim sendo, o procedimento de licitação é iniciado com a
penhorados; bens móveis de valor módico, ou seja, avaliados em abertura de processo administrativo, devidamente autuado, proto-
quantia não superior a R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil colado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indica-
reais) ou, ainda, imóveis oriundos de procedimentos judiciais ou de ção sucinta de seu objeto e do recurso para a despesa, e ao qual
dação em pagamento (nessa hipótese, o administrador poderá op- serão juntados oportunamente: o edital ou convite e respectivos
tar pela concorrência ou leilão). anexos; comprovante das publicações do edital ou da entrega do
O intervalo mínimo que deve ser observado entre a publicação convite; ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro
do instrumento convocatório e o evento é de 15 dias corridos. administrativo ou oficial, ou do responsável pelo convite; original
das propostas e dos documentos que as instruem; atas, relatórios e
Pregão deliberações da Comissão de Licitação; pareceres técnicos ou jurídi-
É a modalidade de licitação destinada à contratação de bens e cos emitidos sobre a licitação, dispensa ou inexigibilidade; atos de
serviços comuns, independentemente de seu valor, estando disci- adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação; recursos
plinada na Lei nº 10.520/02. Consideram-se bens e serviços comuns eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas manifes-
aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser ob- tações e decisões; despacho de anulação ou de revogação da licita-
ção, quando for o caso, fundamentado circunstancialmente; termo
jetivamente definidos pelo edital, sem grande necessidade de ava-
de contrato ou instrumento equivalente; outros comprovantes de
liações detalhadas, visto que a relação dos bens ou serviços comuns
publicações e demais documentos relativos à licitação.
encontra-se disposta em anexo do Decreto Federal nº 3.555/00,
posteriormente alterado pelo Decreto Federal nº 7.174/10.
2  Fase externa
A principal vantagem proporcionada pelo pregão é a econo- 2.1  Fase de Habilitação
mia de recursos financeiros para a Administração Pública, pois dele Após a publicação do edital, tem início a fase externa da licita-
somente tomam parte os licitantes que apresentarem propostas ção, que é caracterizada pela habilitação e pela seleção do melhor
cujo valor seja até 10% superior ao da proposta de menor valor, licitante, dentre os habilitados. Para a habilitação nas licitações,
inclusive esta. Além disso, a modalidade foi instituída com o esco- será exigido dos interessados: documentação relativa à habilitação
po de aperfeiçoar o regime de licitações, permitindo o aumento da jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeira,
competitividade e a ampliação das oportunidades de participação regularidade fiscal e prova de que o interessado não empregue em
nas licitações, além de desburocratizar os procedimentos para a ha- trabalho noturno, perigoso ou insalubre menores de dezoito anos,
bilitação e o cumprimento da sequencia de etapas do procedimen- bem como não empregue em qualquer trabalho menores de de-

400
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
zesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze Uma vez constatado o atendimento às exigências editalícias, o lici-
anos. A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de tante será declarado vencedor. Por outro lado, caso o licitante me-
participar das fases subseqüentes do processo licitatório. lhor classificado seja inabilitado, serão analisados os documentos
do licitante classificado em segundo lugar, e assim sucessivamente.
2.2  Fase de Classificação e Julgamento
O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão Hipóteses excludentes de licitação
de Licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformi-
dade com os tipos de licitação e os critérios previamente estabele- Licitação dispensada
cidos no ato convocatório. No caso de empate entre duas ou mais A licitação será dispensada somente nas hipóteses expressa-
propostas, deverá ser observado o disposto no artigo 3º, § 2º, da mente previstas na Lei de Licitações. A dispensa do processo licita-
Lei de Licitações. tório nesse caso resulta de disposição expressa de lei, não caben-
Nota-se nesta fase que, com o advento da Lei Complementar do qualquer juízo discricionário da Administração Pública quanto
nº 123, de 14 de dezembro de 2006, que estabeleceu o Estatuto Na- à conveniência e oportunidade de sua realização. Nesse contexto,
cional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, ocorreu estão previstas no artigo 17, incisos I e II, da Lei nº 8.666/93, as
a adoção de novas regras de licitações públicas, dando tratamento possibilidades de licitação dispensada:
diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de peque- “Art. 17  A alienação de bens da Administração Pública, subor-
no porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito dinada à existência de interesse público devidamente justificado,
Federal e dos Municípios, com relação à preferência nas aquisições será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
de bens e serviços pelos Poderes Públicos. Na prática, os direitos I-  quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para
são: deverão apresentar toda a documentação exigida para efeito órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacio-
de comprovação de regularidade fiscal, mesmo que com restri- nais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá
ções. Porém, havendo alguma restrição, será assegurado o prazo de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência,
de dois dias úteis, prorrogáveis por igual período, cujo termo inicial dispensada esta nos seguintes casos:
corresponderá ao momento em que o proponente for declarado o a) dação em pagamento;
vencedor do certame, para a regularização da documentação. Ou- b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou en-
tro privilégio é o direito de preferência nas situações de empate, tidade da administração pública, de qualquer esfera de governo,
ou seja, quando as propostas apresentadas pelas microempresas ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; 
e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% superiores c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos cons-
à proposta mais bem classificada. No caso do pregão, aplica-se às
tantes do inciso X do art. 24 desta Lei;
propostas que não sejam superiores a 5% da proposta com o menor
d) investidura;
valor. Dessa forma, a microempresa ou empresa de pequeno porte
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública,
mais bem classificada poderá apresentar proposta de preço inferior
de qualquer esfera de governo; 
àquela considerada vencedora do certame, situação em que será
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de
adjudicado em seu favor o objeto licitado. Por fim, o legislador ain-
direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis
da permitiu a promoção de licitação pública, desde que os valores
residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no
envolvidos não superem R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), restrita às
âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária
microempresas e empresas de pequeno porte.
de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da admi-
2.3  Fase de Homologação e Adjudicação nistração pública; 
Uma vez concluída a fase de classificação e julgamento, a au- g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art.
toridade superior à Comissão de Licitação, com fundamento no 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa
poder-dever que lhe é atribuído, poderá, alternativamente: homo- e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja compe-
logar os atos administrativos praticados, confirmando o resultado tência legal inclua-se tal atribuição; 
da licitação; revogar os atos administrativos praticados ou mesmo a h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de
licitação toda, motivada por razões de interesse público, que decor- direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de
ram de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e
e hábil para justificar tal conduta ou anular os atos administrativos cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas
praticados ou mesmo a licitação toda, motivada por ilegalidade re- de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por ór-
lacionada ao processo licitatório, mediante parecer escrito e devi- gãos ou entidades da administração pública; 
damente fundamentado. i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou one-
Com o resultado homologado, o licitante cuja proposta tiver rosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde
sido selecionada terá o direito à adjudicação do objeto da licitação. incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou
A adjudicação consiste na atribuição do objeto da licitação àquele 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização fun-
cuja proposta tenha sido selecionada, para imediata execução do diária, atendidos os requisitos legais; 
contrato. II- quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licita-
ção, dispensada esta nos seguintes casos:
3. Inversão de fases no procedimento licitatório a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interes-
Convém ressaltar uma exceção trazida pela Lei nº 11.196/05 e se social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-
pela Lei nº 10.520/02, prevendo que o edital de licitação estabele- -econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação;
cerá a inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento nas b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entida-
modalidades de pregão e concorrência para outorga de concessões des da Administração Pública;
e permissões de serviços públicos. Nesses casos, uma vez encerrada c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, ob-
a fase de classificação das propostas, será aberto o envelope com servada a legislação específica;
os documentos de habilitação do licitante mais bem classificado. d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;

401
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou  XI- na contratação de remanescente de obra, serviço ou forne-
entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades; cimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que aten-
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou dida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mes-
entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por mas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto
quem deles dispõe”. ao preço, devidamente corrigido;
XII- nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros
Licitação dispensável perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos
Licitação dispensável é aquela cuja realização, nas hipóteses licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no
legais, fica a critério puramente discricionário da Administração Pú- preço do dia;
blica competente, em virtude de peculiaridade de seu objeto e/ou   XIII-  na contratação de instituição brasileira incumbida regi-
de outros elementos circunstanciais que envolvam a sua realização. mental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desen-
As hipóteses estão elencadas no artigo 24 da Lei de Licitações, con- volvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação
forme segue: social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável re-
“Art. 24  É dispensável a licitação:   putação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;
I- para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por
cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso I do artigo anterior, XIV- para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo
desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quan-
ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo lo- do as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para
cal que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;  o Poder Público;
II-  para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por XV- para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos
cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso II do artigo anterior históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou
e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se inerentes às finalidades do órgão ou entidade.
refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de XVI-  para a impressão dos diários oficiais, de formulários pa-
maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;   dronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais,
III- nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; bem como para prestação de serviços de informática a pessoa ju-
IV- nos casos de emergência ou de calamidade pública, quan- rídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que in-
tegrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;
do caracterizada urgência de atendimento de situação que possa
XVII- para a aquisição de componentes ou peças de origem na-
ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras,
cional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos
serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares,
durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original
e somente para os bens necessários ao atendimento da situação
desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for in-
emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços
dispensável para a vigência da garantia; 
que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oi-
XVIII- nas compras ou contratações de serviços para o abaste-
tenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da
cimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus
emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos
meios de deslocamento quando em estada eventual de curta du-
contratos;
ração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas se-
V-  quando não acudirem interessados à licitação anterior e des, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento,
esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a nor-
Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preesta- malidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não
belecidas; exceda ao limite previsto na alínea “a” do inciso II do art. 23 desta
VI-  quando a União tiver que intervir no domínio econômico Lei: 
para regular preços ou normalizar o abastecimento; XIX- para as compras de material de uso pelas Forças Armadas,
VII-  quando as propostas apresentadas consignarem preços com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quan-
manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou do houver necessidade de manter a padronização requerida pela
forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competen- estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres,
tes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta mediante parecer de comissão instituída por decreto; 
Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos XX- na contratação de associação de portadores de deficiência
bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos
preços, ou dos serviços;  ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de servi-
VIII- para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público in- ços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado
terno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou enti- seja compatível com o praticado no mercado. 
dade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado XXI- para a aquisição de bens e insumos destinados exclusiva-
para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde mente à pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos
que o preço contratado seja compatível com o praticado no merca- pela Capes, pela Finep, pelo CNPq ou por outras instituições de fo-
do;  mento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico; 
 IX- quando houver possibilidade de comprometimento da segu- XXII- na contratação de fornecimento ou suprimento de energia
rança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autori-
da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;  zado, segundo as normas da legislação específica; 
X-  para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendi- XXIII- na contratação realizada por empresa pública ou socie-
mento das finalidades precípuas da administração, cujas necessi- dade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para
dades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de servi-
que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo ava- ços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado
liação prévia; no mercado. 

402
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
XXIV- para a celebração de contratos de prestação de serviços II- para a contratação de serviços técnicos enumerados no art.
com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas
esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de
gestão. publicidade e divulgação;
XXV- na contratação realizada por Instituição Científica e Tec- III- para contratação de profissional de qualquer setor artístico,
nológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consa-
tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de explora- grado pela crítica especializada ou pela opinião pública”.
ção de criação protegida.  Assim, pode-se dizer que, no rol das hipóteses legais de lici-
XXVI– na celebração de contrato de programa com ente da tação inexigível, as duas primeiras (fornecedor exclusivo e notória
Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a especialização) apresentam maior objetividade, na medida em que
prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do sua caracterização deve vir amparada por elementos objetivos. No
autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de co- tocante à terceira hipótese legal (contratação de artista), há uma
operação.  maior subjetividade, na medida em que sua caracterização se dá a
XXVII- na contratação da coleta, processamento e comerciali- partir de elementos não totalmente precisos pela lei.
zação de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em
áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associa- Licitação deserta
ções ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas A licitação deserta é aquela que nenhum proponente interes-
de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de sado comparece ou quando ocorre a ausência de interessados na
materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com licitação. Neste caso, torna-se dispensável a licitação, podendo a
as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. Administração contratar diretamente, desde que demonstre moti-
XVIII– para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou vadamente existir prejuízo na realização de uma nova licitação e
prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexi- desde que sejam mantidas todas as condições já estabelecidas no
dade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão edital.
especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. 
XXIX– na aquisição de bens e contratação de serviços para Licitação fracassada
atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras Ocorre quando nenhum proponente é selecionado em decor-
empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente jus- rência de inabilitação ou de desclassificação das propostas. Nos
tificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e processos de licitações que apresentarem estas situações, a admi-
ratificadas pelo Comandante da Força.  nistração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a
XXX- na contratação de instituição ou organização, pública ou apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoi-
privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de madas das causas de desclassificação, facultada, no caso de convite,
assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacio- a redução deste prazo para três dias úteis.
nal de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar
e na Reforma Agrária, instituído por lei federal. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
XXXI- nas contratações visando ao cumprimento do disposto
Contrato Administrativo é o contrato celebrado pela Adminis-
nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004,
tração Pública, com o propósito de satisfazer as necessidades de
observados os princípios gerais de contratação dela constantes. 
interesse público. De acordo com Bellote Gomes:
 XXXII- na contratação em que houver transferência de tecnolo-
“Contrato administrativo é um acordo de vontades celebrado
gia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS,
entre a Administração Pública e o particular ou outro ente admi-
no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme
nistrativo (órgão ou pessoa jurídica de direito público ou privado)
elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião
para a realização de objetivos de interesse público, nas condições
da aquisição destes produtos durante as etapas de absorção tecno-
estabelecidas pela própria Administração Pública, sendo disciplina-
lógica
XXXIII- na contratação de entidades privadas sem fins lucrati- do preferencialmente pela Lei de Licitações”.
vos, para a implementação de cisternas ou outras tecnologias so-
ciais de acesso à água para consumo humano e produção de ali- Principais características
mentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas Os contratos administrativos devem estabelecer com clareza e
pela seca ou falta regular de água”. precisão as condições para a sua execução, expressas em cláusulas
que definam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes,
Inexigibilidade de licitação em conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se
A licitação é considerada inexigível quando não há possibilida- vinculam. Sendo assim, conforme o disposto no artigo 55 da Lei nº
de de competição entre os eventuais licitantes, de modo que sua 8.666/93, são consideradas cláusulas necessárias em todo contrato
realização não é exigida. administrativo:
Conforme o disposto no artigo 25da Lei nº 8.666/93, a licitação “Art. 55  São cláusulas necessárias em todo contrato as que es-
será inexigível nas seguintes hipóteses: tabeleçam:
“Art. 25  É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de I- o objeto e seus elementos característicos;
competição, em especial: II- o regime de execução ou a forma de fornecimento;
I- para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que III- o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base
só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representan- e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atuali-
te comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a zação monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a
comprovação de exclusividade ser feita através de atestado forneci- do efetivo pagamento;
do pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria IV-  os prazos de início de etapas de execução, de conclusão,
a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Con- de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme
federação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes; o caso;

403
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
V-  o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da Ressalta-se que, para obras, serviços e fornecimentos de gran-
classificação funcional programática e da categoria econômica; de vulto, envolvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros
VI- as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, consideráveis, demonstrados por meio de parecer tecnicamente
quando exigidas; aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia de 5%
VII- os direitos e as responsabilidades das partes, as penalida- poderá ser elevado para até 10% do valor do contrato.
des cabíveis e os valores das multas; A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituí-
VIII- os casos de rescisão; da após a execução do contrato, e, quando em dinheiro, atualizada
IX- o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de monetariamente.
rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei;
X- as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para Publicidade
conversão, quando for o caso; Depois de celebrado o contrato, este é publicado na imprensa
XI- a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dis- oficial, até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatu-
pensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor; ra, como condição de sua eficácia, uma vez que a Lei de Licitações
XII-  a legislação aplicável à execução do contrato e especial- define a imprensa oficial como o veículo oficial de divulgação da
mente aos casos omissos; Administração Pública, sendo para a União o Diário Oficial da União
XIII- a obrigação do contratado de manter, durante toda a exe- e, para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, o que for de-
cução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele finido nas respectivas leis.  
assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigi-
das na licitação”. Hipóteses de alteração dos contratos administrativos
Além das cláusulas necessárias, os contratos administrativos Os contratos administrativos podem ser alterados, desde que
possuem determinadas características especiais que os diferenciam haja motivação legal, de forma unilateral pela Administração Púbica
dos contratos submetidos a outros regimes jurídicos. São elas: ou por acordo entre as partes.

Formalidade Responsabilidade contratual


A formalidade caracteriza, em regra, os contratos administra- O contratado é responsável pelos danos causados diretamente
tivos. Assim, é nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a à Administração Pública ou a terceiros, decorrentes de sua culpa
Administração Pública, exceto o que tenha por objeto pequenas ou dolo na execução do contrato, sendo de sua responsabilidade,
compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor ainda, os encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais
não superior a R$ 4.000,00 (quatro mil reais). resultantes da execução do contrato. A inadimplência de sua parte
Todo contrato administrativo deve trazer o nome das partes e com relação a tais obrigações não transfere à Administração Pública
os de seus representantes, a finalidade, o ato que autoriza a sua a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o ob-
lavratura, o número do processo de licitação, da dispensa ou da ine- jeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e
xigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas previstas na Lei edificações, inclusive perante o registro de imóveis.
de Licitações e às cláusulas contratuais.
Principais modalidades de contratos administrativos
Licitação Prévia Os contratos administrativos são usualmente classificados nas
Ressalvadas as hipóteses legais de dispensa e inexigibilidade de seguintes modalidades, conforme seu objeto: contratos de obra,
licitação, a celebração dos contratos administrativos deve ser pre- contratos de serviço, contratos de compra, contratos de alienação,
cedida de licitação, sob pena de nulidade, devendo ainda a minuta parcerias público-privadas, contratos de gestão, contratos de con-
do futuro contrato administrativo constar do edital ou do ato con- cessão de uso de bem público, contratos de concessão de serviço
vocatório da licitação. público precedida da execução de obra pública, contratos de em-
préstimo público, consórcios e convênios. 
Cláusulas Exorbitantes
São cláusulas existentes apenas nos contratos administrativos Hipóteses de extinção dos contratos administrativos
e que conferem determinadas prerrogativas à Administração Públi- Os contratos administrativos podem ser extintos pela conclu-
ca, colocando-a em posição de superioridade em relação aos con- são do objeto, pelo término do prazo ou por rescisão contratual.
tratados. Estão previstas no artigo 58 da Lei de Licitações.
Nota-se, de forma clara e precisa, a importância da Adminis-
Prazo Determinado tração Publica, como responsável pela gestão do dinheiro público.
Como regra, os contratos administrativos devem ter início e Assim, diante da necessidade de regulamentar e padronizar os
término predeterminados, sendo vedados os contratos administra- procedimentos, o legislador pátrio instituiu a Lei n°8.666/93, para
tivos com prazo indeterminado. controlar de forma mais estrita as atividades do administrador pú-
blico, relacionados à contratação de obras, serviços, inclusive publi-
Prestação de Garantias cidade, compras, alienações e locações no âmbito da Administração
A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde Pública, aperfeiçoando as regras contidas em normas já existentes.
que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida pres- O controle imposto pela Lei de Licitações visa proporcionar que
tação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras, o administrador atue em harmonia com os princípios que norteiam
não excedendo 5% do valor do contrato, podendo o contratado op- a sua atividade e busque, na contratação de bens de serviços, a pro-
tar por uma das seguintes modalidades de garantia: seguro-garan- posta mais vantajosa, de modo a evidenciar o interesse público.
tia, fiança bancária ou caução em dinheiro ou em títulos da dívida Ademais, pode-se concluir que a licitação é a regra imposta
pública, devendo estes ter sido emitidos sob a forma escritural, me- pela Constituição da República e pode ser definida como o conjunto
diante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia de regras destinadas à seleção da melhor proposta, dentre as apre-
autorizado pelo Banco Central do Brasil, e avaliados pelos seus va- sentadas, por aqueles que desejam controlar com a Administração
lores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda. Pública.

404
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Por fim, cabe a sociedade e administradores, exercer uma fis- a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam com-
calização habitual, capaz de proporcionar alterações no quadro de pleta proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de do-
gestão do dinheiro público, de forma a impulsionar os administra- enças profissionais e do trabalho; (206.002-7/I4)
dores a utilizarem à licitação de forma contida na legislação.8 b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo
implantadas; e, (206.003-5 /I4)
c) para atender a situações de emergência. (206.004-3 /I4)
NOÇÕES SEGURANÇA DO TRABALHO: NORMAS REGU- 6.4Atendidas as peculiaridades de cada atividade profissional,
LAMENTADORAS, EPIS E EPCS e observado o disposto no item 6.3, o empregador deve fornecer
aos trabalhadores os EPI adequados, de acordo com o disposto no
ANEXO I desta NR.
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Uniforme 6.4.1As solicitações para que os produtos que não estejam re-
EPI é todo dispositivo de uso individual utilizado pelo trabalha- lacionados no ANEXO I, desta NR, sejam considerados como EPI,
dor, destinado a prevenir riscos que podem ameaçar a segurança e bem como as propostas para reexame daqueles ora elencados, de-
a saúde do trabalhador. Para ser comercializado, todo EPI deve ter verão ser avaliadas por comissão tripartite a ser constituída pelo
CA emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), conforme órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
estabelecido na NR n° 6 do TEM (BRASIL, 2008). trabalho, após ouvida a CTPP, sendo as conclusões submetidas
àquele órgão do Ministério do Trabalho e Emprego para aprovação.
6.5Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segu-
rança e em Medicina do Trabalho - SESMT, ou a Comissão Interna
de Prevenção de Acidentes - CIPA, nas empresas desobrigadas de
manter o SESMT, recomendar ao empregador o EPI adequado ao
risco existente em determinada atividade.
6.5.1Nas empresas desobrigadas de constituir CIPA, cabe ao
designado, mediante orientação de profissional tecnicamente habi-
litado, recomendar o EPI adequado à proteção do trabalhador.
6.6Cabe ao empregador
6.6.1Cabe ao empregador quanto ao EPI :
Entre os Equipamentos de ProteçãoIndividual os mais comuns a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade; (206.005-1
são: /I3)
-Proteção da cabeça: capacete de segurança, capuz, balaclava, b) exigir seu uso; (206.006-0 /I3)
etc; c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão na-
-Proteção dos olhos e face: óculos de proteção, máscaras; cional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
-Proteção auditiva: protetor auricular, abafadores de ruídos; (206.007-8/I3)
-Proteção respiratória: respirador; d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guar-
-Proteção do tronco: coletes; da e conservação; (206.008-6 /I3)
-Proteção dos membros superiores: luvas de segurança, bra- e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
çadeiras; (206.009-4 /I3)
-Proteção dos membros inferiores: calçados de segurança, cal- f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
ças. e, (206.010-8 /I1)
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
NORMA REGULAMENTADORA 6 - NR 6 (206.011-6 /I1)
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser
adotados livros, fichas ou sistema eletrônico.(Inserida pela Portaria
6.1Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - SIT n.º 107, de 25 de agosto de 2009)
NR, considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo
6.7Cabe ao empregado
dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador,
6.7.1Cabe ao empregado quanto ao EPI:
destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança
a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
e a saúde no trabalho.
b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;
6.1.1Entende-se como Equipamento Conjugado de Proteção
Individual, todo aquele composto por vários dispositivos, que o c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne
fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que possam impróprio para uso; e,
ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a se- d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso ade-
gurança e a saúde no trabalho. quado.
6.2O equipamento de proteção individual, de fabricação nacio- 6.8Cabe ao fabricante e ao importador
nal ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a 6.8.1O fabricante nacional ou o importador deverá:
indicação do Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo órgão a) cadastrar-se, segundo o ANEXO II, junto ao órgão nacio-
nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho nal competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
do Ministério do Trabalho e Emprego. (206.001-9 /I3) (206.012-4 /I1)
6.3A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuita- b) solicitar a emissão do CA, conforme o ANEXO II; (206.013-2
mente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e /I1)
funcionamento, nas seguintes circunstâncias: c) solicitar a renovação do CA, conforme o ANEXO II, quando
vencido o prazo de validade estipulado pelo órgão nacional compe-
tente em matéria de segurança e saúde do trabalho; (206.014-0 /I1)
8--> Fonte: www.ambito-juridico.com.br – Por Daniela Cerri Junqueira

405
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
d) requerer novo CA, de acordo com o ANEXO II, quando houver 6.11.1Cabe ao órgão nacional competente em matéria de se-
alteração das especificações do equipamento aprovado; (206.015-9 gurança e saúde no trabalho:
/I1) a) cadastrar o fabricante ou importador de EPI;
e) responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI que b) receber e examinar a documentação para emitir ou renovar
deu origem ao Certificado de Aprovação - CA; (206.016-7 /I2) o CA de EPI;
f) comercializar ou colocar à venda somente o EPI, portador de c) estabelecer, quando necessário, os regulamentos técnicos
CA; (206.017-5 /I3) para ensaios de EPI;
g) comunicar ao órgão nacional competente em matéria de se- d) emitir ou renovar o CA e o cadastro de fabricante ou impor-
gurança e saúde no trabalho quaisquer alterações dos dados cadas- tador;
trais fornecidos; (206.0118-3 /I1) e) fiscalizar a qualidade do EPI;
h) comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma na- f) suspender o cadastramento da empresa fabricante ou im-
cional, orientando sua utilização, manutenção, restrição e demais portadora; e,
referências ao seu uso; (206.019-1 /I1) g) cancelar o CA.
i) fazer constar do EPI o número do lote de fabricação; e,
(206.020-5 /I1) 6.11.1.1Sempre que julgar necessário o órgão nacional compe-
j) providenciar a avaliação da conformidade do EPI no âmbito tente em matéria de segurança e saúde no trabalho, poderá requi-
do SINMETRO, quando for o caso. (206.021-3 /I1) sitar amostras de EPI, identificadas com o nome do fabricante e o
6.9Certificado de Aprovação - CA número de referência, além de outros requisitos.
6.9.1Para fins de comercialização o CA concedido aos EPI terá 6.11.2Cabe ao órgão regional do MTE:
validade: a) fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado e a qualidade
a) de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos do EPI;
de ensaio que não tenham sua conformidade avaliada no âmbito b) recolher amostras de EPI; e,
do SINMETRO; c) aplicar, na sua esfera de competência, as penalidades cabí-
b) do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito veis pelo descumprimento desta NR.
do SINMETRO, quando for o caso; 6.12e Subitens (Revogados pela Portaria SIT n.º 125, de 12 de
c) de 2 (dois) anos, quando não existirem normas técnicas novembro de 2009)
nacionais ou internacionais, oficialmente reconhecidas, ou labo-
ratório capacitado para realização dos ensaios, sendo que nesses ANEXO I
casos os EPI terão sua aprovação pelo órgão nacional competente LISTA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
em matéria de segurança e saúde no trabalho, mediante apresen- (TEXTO DADO PELA PORTARIA SIT N.º 25, DE 15 DE OUTUBRO
tação e análise do Termo de Responsabilidade Técnica e da especi- DE 2001)
ficação técnica de fabricação, podendo ser renovado até dezembro
de 2007, quando se expirarão os prazos concedidos(Nova redação A - EPI PARA PROTEÇÃO DA CABEÇA
dada pela Portaria nº 194, de 22/12/2006 - DOU DE 28/12/2006) A.1- Capacete
d) de 2 (dois) anos, renováveis por igual período, para os EPI a) capacete de segurança para proteção contra impactos de ob-
desenvolvidos após a data da publicação desta NR, quando não jetos sobre o crânio;
existirem normas técnicas nacionais ou internacionais, oficialmen- b) capacete de segurança para proteção contra choques elé-
te reconhecidas, ou laboratório capacitado para realização dos en- tricos;
saios, caso em que os EPI serão aprovados pelo órgão nacional com-
c) capacete de segurança para proteção do crânio e face contra
petente em matéria de segurança e saúde no trabalho, mediante
riscos provenientes de fontes geradoras de calor nos trabalhos de
apresentação e análise do Termo de Responsabilidade Técnica e da
combate a incêndio.
especificação técnica de fabricação.
A.2- Capuz
6.9.2O órgão nacional competente em matéria de segurança
a) capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço con-
e saúde no trabalho, quando necessário e mediante justificativa,
tra riscos de origem térmica;
poderá estabelecer prazos diversos daqueles dispostos no subitem
b) capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço con-
6.9.1.
tra respingos de produtos químicos;
6.9.3Todo EPI deverá apresentar em caracteres indeléveis e
c) capuz de segurança para proteção do crânio em trabalhos
bem visíveis, o nome comercial da empresa fabricante, o lote de
fabricação e o número do CA, ou, no caso de EPI importado, o nome onde haja risco de contato com partes giratórias ou móveis de má-
do importador, o lote de fabricação e o número do CA. (206.022-1/ quinas.
I1)
6.9.3.1Na impossibilidade de cumprir o determinado no item B - EPI PARA PROTEÇÃO DOS OLHOS E FACE
6.9.3, o órgão nacional competente em matéria de segurança e saú- B.1- Óculos
de no trabalho poderá autorizar forma alternativa de gravação, a a) óculos de segurança para proteção dos olhos contra impac-
ser proposta pelo fabricante ou importador, devendo esta constar tos de partículas volantes;
do CA. b) óculos de segurança para proteção dos olhos contra lumino-
6.10Restauração, lavagem e higienização de EPI sidade intensa;
6.10.1Os EPI passíveis de restauração, lavagem e higienização, c) óculos de segurança para proteção dos olhos contra radiação
serão definidos pela comissão tripartite constituída, na forma do ultravioleta;
disposto no item6.4.1, desta NR, devendo manter as características d) óculos de segurança para proteção dos olhos contra radiação
de proteção original. infravermelha;
6.11Da competência do Ministério do Trabalho e Emprego / e) óculos de segurança para proteção dos olhos contra respin-
TEM gos de produtos químicos.

406
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
B.2- Protetor facial E - EPI PARA PROTEÇÃO DO TRONCO
a) protetor facial de segurança para proteção da face contra E.1- Vestimentas de segurança que ofereçam proteção ao tron-
impactos de partículas volantes; co contra riscos de origem térmica, mecânica, química, radioativa
b) protetor facial de segurança para proteção da face contra e meteorológica e umidade proveniente de operações com uso de
respingos de produtos químicos; água.
c) protetor facial de segurança para proteção da face contra e) vestimenta para proteção do tronco contra umidade prove-
radiação infravermelha; niente de precipitação pluviométrica.(Incluído pelaPortaria MTE nº
d) protetor facial de segurança para proteção dos olhos contra 870/2017)
luminosidade intensa. E.2Colete à prova de balas de uso permitido para vigilantes que
B.3- Máscara de Solda trabalhem portando arma de fogo, para proteção do tronco contra
a) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e riscos de origem mecânica.(Incluído pelaPortaria MTE nº 191/2006)
face contra impactos de partículas volantes;
b) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e F - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES
face contra radiação ultravioleta; F.1- Luva
c) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e a) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes
face contra radiação infravermelha; abrasivos e escoriantes;
d) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e b) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes
face contra luminosidade intensa. cortantes e perfurantes;
c) luva de segurança para proteção das mãos contra choques
C - EPI PARA PROTEÇÃO AUDITIVA elétricos;
C.1- Protetor auditivo d) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes
a) protetor auditivo circum-auricular para proteção do sistema térmicos;
auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido e) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes
na NR - 15, Anexos I e II; biológicos;
b) protetor auditivo de inserção para proteção do sistema audi- f) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes
tivo contra níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na químicos;
NR - 15, Anexos I e II; g) luva de segurança para proteção das mãos contra vibrações;
h) luva de segurança para proteção das mãos contra radiações
c) protetor auditivo semi -auricular para proteção do sistema
ionizantes.
auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido
F.2- Creme protetor
na NR - 15, Anexos I e II.
a) creme protetor de segurança para proteção dos membros
superiores contra agentes químicos, de acordo com a Portaria SSST
D - EPI PARA PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
nº 26, de 29/12/1994.
D.1- Respirador purificador de ar
F.3- Manga
a) respirador purificador de ar para proteção das vias respirató-
a) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço
rias contra poeiras e névoas;
contra choques elétricos;
b) respirador purificador de ar para proteção das vias respirató-
b) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço
rias contra poeiras, névoas e fumos; contra agentes abrasivos e escoriantes;
c) respirador purificador de ar para proteção das vias respirató- c) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço
rias contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos; contra agentes cortantes e perfurantes;
d) respirador purificador de ar para proteção das vias respira- d) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço
tórias contra vapores orgânicos ou gases ácidos em ambientes com contra umidade proveniente de operações com uso de água;
concentração inferior a 50 ppm (parte por milhão); e) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço
e) respirador purificador de ar para proteção das vias respirató- contra agentes térmicos.
rias contra gases emanados de produtos químicos; F.4- Braçadeira
f) respirador purificador de ar para proteção das vias respira- a) braçadeira de segurança para proteção do antebraço contra
tórias contra partículas e gases emanados de produtos químicos; agentes cortantes.
g) respirador purificador de ar motorizado para proteção das F.5- Dedeira
vias respiratórias contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos. a) dedeira de segurança para proteção dos dedos contra agen-
D.2- Respirador de adução de ar tes abrasivos e escoriantes.
a) respirador de adução de ar tipo linha de ar comprimido para
proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração G - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES
Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde e em ambientes confi- G.1- Calçado
nados; a) calçado de segurança para proteção contra impactos de que-
b) máscara autônoma de circuito aberto ou fechado para pro- das de objetos sobre os artelhos;
teção das vias respiratórias em atmosferas com concentração Ime- b) calçado de segurança para proteção dos pés contra choques
diatamente Perigosa à Vida e à Saúde e em ambientes confinados; elétricos;
D.3- Respirador de fuga c) calçado de segurança para proteção dos pés contra agentes
a) respirador de fuga para proteção das vias respiratórias con- térmicos;
tra agentes químicos em condições de escape de atmosferas Ime- d) calçado de segurança para proteção dos pés contra agentes
diatamente Perigosa à Vida e à Saúde ou com concentração de oxi- cortantes e escoriantes;
gênio menor que 18 % em volume. e) calçado de segurança para proteção dos pés e pernas contra
umidade proveniente de operações com uso de água;

407
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
f) calçado de segurança para proteção dos pés e pernas contra I - EPI PARA PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE
respingos de produtos químicos. NÍVEL
G.2- Meia I.1- Dispositivo trava-queda
a) meia de segurança para proteção dos pés contra baixas tem- a) dispositivo trava-queda de segurança para proteção do usu-
peraturas. ário contra quedas em operações com movimentação vertical ou
G.3- Perneira horizontal, quando utilizado com cinturão de segurança para pro-
a) perneira de segurança para proteção da perna contra agen- teção contra quedas.
tes abrasivos e escoriantes; I.2- Cinturão
b) perneira de segurança para proteção da perna contra agen- a) cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos
tes térmicos; de queda em trabalhos em altura;
c) perneira de segurança para proteção da perna contra respin- b) cinturão de segurança para proteção do usuário contra ris-
gos de produtos químicos; cos de queda no posicionamento em trabalhos em altura.
d) perneira de segurança para proteção da perna contra agen-
tes cortantes e perfurantes; Nota: O presente Anexo poderá ser alterado por portaria espe-
e) perneira de segurança para proteção da perna contra umida- cífica a ser expedida pelo órgão nacional competente em matéria
de proveniente de operações com uso de água. de segurança e saúde no trabalho, após observado o disposto no
G.4- Calça subitem6.4.1.
a) calça de segurança para proteção das pernas contra agentes
abrasivos e escoriantes; ANEXO II
b) calça de segurança para proteção das pernas contra respin- (TEXTO DADO PELA PORTARIA SIT N.º 25, DE 15 DE OUTUBRO
gos de produtos químicos; DE 2001)
c) calça de segurança para proteção das pernas contra agentes
térmicos; 1.1 - O cadastramento das empresas fabricantes ou impor-
d) calça de segurança para proteção das pernas contra umida- tadoras, será feito mediante a apresentação de formulário único,
de proveniente de operações com uso de água. conforme o modelo disposto no ANEXO III, desta NR, devidamente
e) calça para proteção das pernas contra umidade provenien- preenchido e acompanhado de requerimento dirigido ao órgão na-
te de precipitação pluviométrica.(Incluída pelaPortaria MTE nº cional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho.
870/2017) 1.2 - Para obter o CA, o fabricante nacional ou o importador,
deverá requerer junto ao órgão nacional competente em matéria
H - EPI PARA PROTEÇÃO DO CORPO INTEIRO de segurança e saúde no trabalho a aprovação do EPI.
H.1- Macacão 1.3 - O requerimento para aprovação do EPI de fabricação na-
a) macacão de segurança para proteção do tronco e membros cional ou importado deverá ser formulado, solicitando a emissão ou
superiores e inferiores contra chamas; renovação do CA e instruído com os seguintes documentos:
b) macacão de segurança para proteção do tronco e membros a) memorial descritivo do EPI, incluindo o correspondente en-
superiores e inferiores contra agentes térmicos; quadramento no ANEXO I desta NR, suas características técnicas,
c) macacão de segurança para proteção do tronco e membros materiais empregados na sua fabricação, uso a que se destina e
superiores e inferiores contra respingos de produtos químicos; suas restrições;
d) macacão para proteção do tronco e membros superiores e b) cópia autenticada do relatório de ensaio, emitido por labora-
inferiores contra umidade proveniente de precipitação pluviométri- tório credenciado pelo órgão competente em matéria de segurança
ca.(Incluído pela Portaria MTE nº 870/2017) e saúde no trabalho ou do documento que comprove que o produto
H.2- Conjunto teve sua conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO, ou, ain-
a) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou ja- da, no caso de não haver laboratório credenciado capaz de elaborar
queta ou paletó, para proteção do tronco e membros superiores e o relatório de ensaio, do Termo de Responsabilidade Técnica, assi-
inferiores contra agentes térmicos; nado pelo fabricante ou importador, e por um técnico registrado
b) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou ja- em Conselho Regional da Categoria;
queta ou paletó, para proteção do tronco e membros superiores e c) cópia autenticada e atualizada do comprovante de localiza-
inferiores contra respingos de produtos químicos; ção do estabelecimento, e,
c) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaque- d) cópia autenticada do certificado de origem e declaração do
ta ou paletó, para proteção do tronco e membros superiores e infe- fabricante estrangeiro autorizando o importador ou o fabricante
riores contra umidade proveniente de operações com uso de água; nacional a comercializar o produto no Brasil, quando se tratar de
d) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou ja- EPI importado.
queta ou paletó, para proteção do tronco e membros superiores e
inferiores contra chamas. ANEXO III
H.3- Vestimenta de corpo inteiro (Texto dado pela Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001)
a) vestimenta de segurança para proteção de todo o corpo con- MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
tra respingos de produtos químicos; SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO
b) vestimenta de segurança para proteção de todo o corpo con- DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
tra umidade proveniente de operações com água. FORMULÁRIO ÚNICO PARA CADASTRAMENTO DE EMPRESA
c)vestimenta condutiva de segurança para proteção de todo o FABRICANTE OU IMPORTADORA DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO
corpo contra choques elétricos.(Incluída pela Portaria SIT n.º 108, INDIVIDUAL
de 30 de dezembro de 2004) - Identificação do fabricante ou importador de EPI:
d) vestimenta para proteção de todo o corpo contra umidade Fabricante:Importador:Fabricante e Importador:
proveniente de precipitação pluviométrica.(Incluída pela Portaria Razão Social:
MTE nº 870/2017) Nome Fantasia:CNPJ/MF:

408
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Inscrição Estadual - IE:Inscri ção Municipal - IM: Quais são os EPC’s?
Endereço:Bairro:CEP: Existem diversos tipos de EPC e eles variam de acordo com o
Cidade:Estado: tipo de trabalho que é exercido. Mas, podemos citar alguns exem-
Telefone: Fax: plos para facilitar seu entendimento, como sinalização em máqui-
E-Mail:Ramo de Atividade: nas, sinalização nos corredores de risco, proteção de partes das
CNAE (Fabricante):CCI da SRF/MF (Importador): máquinas que podem se mover, escadas com corrimão e capelas
químicas são alguns deles.
2 - Responsável perante o DSST / SIT: Dentre os Equipamentos de Proteção Coletiva mais comuns
estão:
a) Diretores: -Placas de Sinalização;
-Sensores de presença;
Nome N.º da Identidade Cargo na Empresa -Cavaletes;
1 -Fita de Sinalização;
2 -Chuveiro Lava-Olhos;
3 -Sistema de Ventilação e Exaustão;
-Proteção contra ruídos e vibrações;
b) Departamento Técnico: -Sistema de Iluminação de Emergência.
Vantagens dos EPC’s
Nome Nº do Registro Prof.Conselho Prof./Estado Os Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC auxiliam na dimi-
1 nuição de acidentes, já que mantém os colaboradores protegidos
2 quanto aos mesmos. Eles ajudam a melhorar as condições de tra-
balho, possuem um custo menor do que os protetores individuais e
3 - Lista de EPI fabricados: ainda ajudam a aumentar a produtividade da empresa. Isso porque
um funcionário saudável, seguro e satisfeito só rende mais.
4 - Observações: Outra vantagem desse tipo de equipamento é que ele ajuda a
a) Este formulário único deverá ser preenchido e atualizado, proteger não só os colaboradores, mas também toda pessoa que
sempre que houver alteração, acompanhado de requerimento ao visita a fábrica da empresa e não precisa ser trocado com tanta fre-
DSST / SIT / MTE; quência já que sua durabilidade é maior.
b) Cópia autenticada do Contrato Social onde conste dentre os
objetivos sociais da empresa, a fabricação e/ou importação de EPI. Qual a importância do EPC?
Nota: As declarações anteriormente prestadas são de inteira O Brasil se encontrou em um dos primeiros lugares entre os
responsabilidade do fabricante ou importador, passíveis de verifica- países com maior número de acidentes de trabalho. Depois da di-
ção e eventuais penalidades, facultadas em Lei. vulgação desse dado, as coisas começaram a mudar, mesmo que
_________________,_____ de ____________ de ______ ligeiramente, e os Equipamentos de Proteção Coletiva estão aí para
_______________________________________________ ajudar a mudar isso.
Diretor ou Representante Legal O seu uso ajuda a diminuir expressivamente o número de aci-
dentes, isso porque eles orientam e proteger o trabalhador durante
EPC é a sigla para Equipamento de Proteção Coletiva e serve todo o expediente.
para garantir a saúde dos trabalhadores nas empresas. Por mais diferente que pareça, o uso dos equipamentos de
proteção ajudam a manter o colaborador motivado, porque ele se
O trabalhador merece toda a proteção obrigatória para poder sente seguro para trabalhar e sabe que a empresa se importa com
fazer suas atividades com tranquilidade e produzir com eficácia. Os sua saúde.
Equipamentos de Proteção Coletiva são uma ferramenta muito im-
portante para evitar acidentes de trabalho e garantir a saúde de E as empresas que não usam EPC?
todos os funcionários. O descumprimento da norma que regulamenta a segurança do
Os Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC são dispositivos trabalhador gera multas para o empregador. Essas multas vão ser
e sistemas que auxiliam na segurança do trabalhador dentro do lo- de pelo menos, o descumprimento da regra obrigatória. Além dis-
cal da empresa. Eles protegem de forma geral, atingindo todos os so, se ocorrer algum acidente, a empresa pode ser responsabilizada
funcionários. pelo ocorrido.
O EPC ajuda a manter todos os profissionais saudáveis e orien- Se você trabalha em uma empresa que não oferece os equi-
tados sobre as medidas de segurança. pamentos de segurança obrigatórios, é possível fazer denúncias ao
Ministério do Trabalho ou ao sindicado da sua categoria para resol-
ver. Dentro da própria empresa é possível também conversar com a
CIPA ou o SESMT para regulamentação.

Qual a diferença entre EPC e EPI?


O significado de EPI é Equipamento de Proteção Individual,
portanto, a diferença entre EPI e EPC é que o EPI são dispositivos
que protegem cada colaborador separadamente, diferente do que
protege coletivamente. Ainda, os equipamentos coletivos podem
ser também sistemas e formas de proteger os colaboradores em
geral.

409
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
3. (CESPE/ TCE-AC) - O modelo de departamentalização que
EXERCÍCIOS consiste em atribuir a cada uma das unidades de trabalho a respon-
sabilidade por uma função organizacional, como departamento de
marketing, departamento de finanças, departamento de recursos
1. (FUNED/IBFC) Analise as seguintes afirmativas concernentes humanos etc., é denominado de modelo de organização 
à função organização, à estrutura organizacional e à função direção (A) funcional. 
e assinale com V as verdadeiras e com F as falsas. (B) territorial ou geográfica. 
( ) Organização é a função da administração responsável pela (C) por produto. 
articulação da ação dos indivíduos no contexto organizacional, ou (D) por cliente. 
seja, ela conduz o pessoal na execução das tarefas. (E) por área de conhecimento. 
( ) A organização ou estruturação da empresa deve levar em
conta três questões básicas: autoridade, responsabilidade e divisão 4. (CONSULPLAN/TSE) Em relação à comunicação nas organi-
do trabalho. A divisão do trabalho decorre da distribuição da auto- zações, analise.
ridade e da responsabilidade nas empresas. I. Uma comunicação eficaz é um processo horizontal, em que
( ) Representação gráfica da estrutura de uma organização, todos os envolvidos mantêm uma ética relacional.
o fluxograma mostra as funções, os departamentos e os cargos da II. É possível melhorar a comunicação por meio de treinamento
organização, especificando também como eles se relacionam. e desenvolvimento de pessoal.
( ) As ordens ou instruções são meios importantes na direção III. A comunicação é elemento acessório no processo de busca
dos empregados de uma empresa. Uma ordem ou instrução trans- de qualidade nas organizações.
mite decisões aos subordinados. Quanto à sua amplitude, a ordem
pode ser geral ou específica e, em relação à sua forma, a ordem Assinale
pode ser oral ou escrita. (A) se apenas a afirmativa I estiver correta.
( ) Para bem dirigir seus subordinados, um administrador deve (B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
motivar, comunicar, coordenar e liderar. Entre os fatores de lideran- (C) se apenas a afirmativa II estiver correta.
ça, destacam-se: a posição hierárquica, a competência funcional, a (D) se apenas a afirmativa III estiver correta.
personalidade e a dinâmica do líder.
5. (FCC/MPE-AP) - Para o atendimento ao público ser consi-
Assinale a alternativa que apresenta a sequência de letras COR- derado ideal ou próximo ao ideal, existem regras, que inclusive no
RETA. caso brasileiro, têm Decreto e Lei regularizando ou estabelecendo
(A) (F) (V) (V) (F) (F) regras mínimas.
(B) (V) (F) (F) (V) (F) Um atendente deve estar à disposição do consumidor em até 
(C) (F) (V) (F) (V) (V) (A) 180 segundos, obrigatoriamente
(D) (V) (F) (V) (F) (V) (B) 90 segundos, obrigatoriamente
(C) 90 segundos, se ele assim solicitar
2. (ESAF) - “Estrutura formal, objeto de grande parte de estu- (D) 60 segundos, obrigatoriamente
dos das organizações empresariais, é aquela deliberadamente pla- (E) 60 segundos, se ele assim solicitar
nejada, em alguns de seus aspectos, pelo organograma. Estrutura
informal é a rede de relações sociais e pessoais que não é estabe- 6. (CONSULPLAN/TSE) A qualidade e eficácia do trabalho em
lecida ou requerida pela estrutura formal. Surge da interação social equipe estão diretamente relacionadas ao seu desenvolvimento e
das pessoas, o que significa que se desenvolve espontaneamente gerenciamento. Esse processo envolve alguns princípios básicos: 
quando as pessoas se reúnem. Portanto, apresenta relações que I. definir claramente e conjuntamente os objetivos da equipe. 
usualmente não aparecem no organograma.” II. definir claramente o que se espera de cada elemento da
(Trecho extraído do livro Sistemas, organização e métodos: uma equipe, no desempenho de sua função. 
abordagem gerencial, de Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira. 11. III. manter os canais de comunicação sob o controle de deter-
ed. São Paulo: Atlas, 2000, p. 82). minados elementos da equipe. 
IV. avaliar periodicamente os resultados. 
Indique, nas opções abaixo, aquela que não se apresenta como
uma das características da organização formal: Analisando-se os itens anteriores, verifica-se que estão corre-
(A) Divisão do trabalho. tos apenas os itens 
(B Especialização. (A) I e III
(C) Hierarquia. (B) I, II e III
(D) Distribuição da autoridade e de responsabilidade. (C) I e IV
(E) Ênfase nas relações entre pessoas no trabalho. (D) I, II eIV

410
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
7. (FCC/AL-SP) Um dos fatores de qualidade no atendimento ao 11. (FUNIVERSA/UEG) Assinale a alternativa que apresenta o(s)
público é a empatia. Empatia é procedimento(s) no(s) qual(is) o protocolo cadastra um documento
(A) a capacidade de transmitir sinceridade, competência e con- em um sistema de controle, podendo atribuir, a esse documento,
fiança ao público. um número de acompanhamento.
(B) a capacidade de cumprir, de modo confiável e exato, o que (A) tramitação
foi prometido ao público (B) expedição/distribuição
(C) o grau de cuidado e atenção individual que o atendente de- (C) classificação
monstra para com o público, colocando-se em seu lugar para (D) recebimento
um melhor entendimento do problema. (E) registro e autuação
(D) a intimidade que o atendente manifesta ao ajudar pronta-
mente o cidadão 12. As compras de entidades públicas devem observar, por for-
(E) a habilidade em definir regras consensuais para o efetivo ça da lei, alguns princípios. São eles:
atendimento I. impessoalidade;
II. moralidade;
8. (FCC/TRT-MS) Na competência interpessoal grupal, são fato- III. publicidade;
res trabalhados: IV. pontualidade na entrega.
(A) a busca do autoconhecimento e conscientização, as habili-
dades de percepção, diagnose e comunicação para expressão As afirmativas corretas são:
verbal e emocional, para dar e receber feedback (A) apenas I e II.
(B) as motivações, os objetivos pessoais, a problemática de in- (B) apenas II e III.
terrelação, de afetividade e intimidade (C) apenas I, II e III.
(C) as motivações e objetivos individuais, grupais e organiza- (D) apenas I e IV.
cionais, e a problemática de diferenciação e integração de sub- (E) todas as afirmativas.
sistemas
(D) as motivações e objetivos comuns ao conjunto e a vários 13. (ESAF/DNIT) - Um edital de licitação deve ter obrigatoria-
subconjuntos, bem como questões sobre poder, autoridade, mente determinados elementos. Assinale a opção que cita correta-
controle e influência social mente três desses elementos.
(E) a interdependência de subsistemas e o trabalho em equipe, (A) Objeto da licitação, condições para participação na licitação
para o desempenho organizacional como um todo e forma de apresentação das propostas.
(B) Condições diferenciadas de pagamento entre empresas
9. (AOCP/BRDE) A comunicação e relação interpessoal são brasileiras e estrangeiras, forma de apresentação das propos-
apresentadas como habilidade interpessoal e comunicação, tam- tas e preâmbulo.
bém chamadas de habilidades humanas e são consideradas extre- (C) Sanções para o caso de inadimplemento, nome do órgão
mamente necessárias na vida de um administrador, em função de interessado e critério de fixação de preços mínimos
proporcionar (D) Critérios de julgamento, critérios de ajuste e o cadastro da
(A) trabalho com eficácia e esforços cooperativos na direção comissão de licitação, incluindo nome e e-mail.
dos objetivos estabelecidos.
(E) Forma de apresentação das propostas, critérios de julga-
(B) visão sistêmica da organização com envolvimento das pes-
mento e critério de fixação de preços mínimos.
soas.
(C) trabalho com eficácia, empregabilidade e polivalência.
14. (CESPE/ICMBIO) Considerando que, no setor público, as
(D) visão sistêmica da organização e facilidade no uso de técni-
aquisições de qualquer natureza obedecem às disposições da Lei
cas específicas.
n.º 8.666/1993, julgue os próximos itens.
(E) trabalho com eficácia e esforços individualizados na direção
Por determinação legal, a adjudicação de uma compra feita na
dos objetivos estabelecidos.
modalidade de pregão dispensa diligenciamento.
10. (INSTITUTO AOCP/Prefeitura de Angra dos Reis-RJ) Qual é ( ) CERTO
a atividade que compreende um conjunto de operações e procedi- ( ) ERRADO
mentos, visando ao controle dos documentos que ainda tramitam
no órgão, de modo a garantir a sua imediata localização e recupe- 15. (ESAF/ANA) O reflexo do exercício da Liderança é o resulta-
ração? do alcançado pelo líder em relação às pessoas que influencia. Para
(A) Atividade de classificação de documentos. o Líder que ocupa uma posição formal dentro da organização, é um
(B) Atividade de distribuição de documentos. desafio identificar o estilo de liderança que deve aplicar a cada uma
(C) Atividade de recepção de documentos. das circunstâncias que vivencia no cotidiano. Considerando o con-
(D) Atividade de protocolo de documentos. texto de liderança, selecione a opção correta.
(E) Atividade de registro de documentos. (A) Na divisão do trabalho, o líder autocrático determina a tare-
fa de cada um e cada qual escolhe seu companheiro de traba-
lho. Na liderança democrática, o grupo decide sobre a divisão
de trabalho e sobre o parceiro de cada um.
(B) Na programação dos trabalhos, tanto o líder democrático
como o liberal não interferem de nenhuma forma nas decisões
do grupo
(C) As características comportamentais predominantes dos su-
bordinados do líder liberal e do líder democrático são similares
quanto à escolha do que fazer e quando fazer.

411
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
(D) O volume dos resultados produzidos pelo exercício da lide- 20. Na gestão patrimonial; móveis, equipamentos, componen-
rança autocrática é maior, porém a frustração e agressividade tes, sobressalentes, acessórios, utensílios, veículos em geral e ou-
também. tros bens utilizados ou passível de utilização são considerados:
(E) Grupos submetidos às lideranças liberais e democráticas (A) materiais.
tendem ao individualismo e a ignorar o líder com o passar do (B) suprimentos.
tempo. (C) bens de aquisição parcelada.
(D) materiais de consumo.
16. (FGV/BADESC) Com relação à liderança situacional, analise
as afirmativas a seguir.  21. (FCC/TRT 8ª) Os contratos administrativos típicos diferen-
I. A maturidade dos liderados é medida pelo componente ma- ciam-se dos contratos privados, dentre outras características, pela
turidade psicológica.  (A) finalidade pública como seu pressuposto.
II. A maturidade dos liderados é medida pelo componente ma- (B) presença de pessoas jurídicas como contratantes.
turidade para o trabalho.  (C) natureza do objeto.
III. A liderança bem-sucedida só pode ser alcançada por meio (D) imposição de cláusulas exorbitantes.
de um estilo adequado a cada situação.  (E) presença do Poder Público como parte contratante.

Assinale: 22. (FCC/PGM-PI) Com relação aos contratos administrativos,


(A) se somente a afirmativa I estiver correta assinale a INCORRETA.
(B) se somente a afirmativa II estiver correta (A) O regime jurídico dos contratos administrativos confere à
(C) se somente a afirmativa III estiver correta Administração a prerrogativa de alterar unilateralmente, isto é,
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas sem necessidade de prévia concordância do contratado, cláu-
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas sulas econômico-financeiras e monetárias.
(B) Fato da Administração é toda ação ou omissão do Poder
17. (CESGRANRIO/Petrobras) Na gestão do desempenho, o de- Público que incide direta e especificamente sobre determinado
senvolvimento da avaliação do desempenho apresenta objetivos contrato, retardando ou até mesmo impedindo sua execução.
fundamentais para o alcance do sucesso da organização. (C) O contrato administrativo poderá ser alterado unilateral-
Entre os objetivos da avaliação de desempenho NÃO se inclui mente pela Administração quando houver modificação do pro-
o de jeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos
(A) fornecer oportunidade de crescimento e condições de efe- seus objetivos.
tiva participação a todos os membros da organização, levando (D) O contrato administrativo poderá ser alterado por acordo
em consideração os objetivos organizacionais e individuais. das partes quando conveniente a substituição da garantia de
(B) garantir o reconhecimento e o tratamento dos recursos execução.
humanos como importante vantagem competitiva da organiza- (E) O contratado é responsável pelos danos causados direta-
ção, cuja produtividade pode ser desenvolvida. mente à Administração, decorrentes de sua culpa ou dolo na
(B) permitir condições de medição do potencial humano, no execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa res-
sentido de determinar sua plena aplicação. ponsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão
(D) propor providências no sentido de melhorar o padrão de interessado.
desempenho de subordinados.
(E) viabilizar a avaliação de comportamento dos subordinados,
contando com um sistema amplo de medição capaz de levar
em consideração as subjetividades individuais. GABARITO

18. (CESPE/CNJ) Com referência a organização e processo deci-


sório, julgue os próximos itens. 1 C
O processo racional de tomada de decisão pressupõe que o
agente tenha conhecimento absoluto de todas as opções disponí- 2 E
veis para a ação. 3 A
( ) CERTO
( ) ERRADO 4 B
5 E
19. (CESPE/CNJ) Com referência a organização e processo deci-
6 D
sório, julgue os próximos itens.
As decisões do tipo não programadas ou descritivas são aque- 7 C
las preparadas uma a uma para tratar de problemas que não foram 8 D
resolvidos mediante a aplicação de soluções padronizadas.
( ) CERTO 9 A
( ) ERRADO 10 D
11 E
12 C
13 A
14 ERRADO

412
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

15 D ______________________________________________________

16 E ______________________________________________________
17 E ______________________________________________________
18 ERRADO
______________________________________________________
19 CERTO
20 A ______________________________________________________
21 D ______________________________________________________
22 A
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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