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Leitura e representação do espaço geográfico: formas de representação,

leitura e interpretação de documentos cartográficos, coordenadas geográficas


e UTM, fusos horários

Cartografia
A cartografia é a ciência da representação gráfica da superfície terrestre, tendo como produto final o mapa.
Ou seja, é a ciência que trata da concepção, produção, difusão, utilização e estudo dos mapas.
Na cartografia, as representações de área podem ser acompanhadas de diversas informações, como símbolos,
cores, entre outros elementos. A cartografia é essencial para o ensino da Geografia e tornou-se muito
importante na educação contemporânea, tanto para as pessoas atenderem às necessidades do seu cotidiano
quanto para estudarem o ambiente em que vivem.

O surgimento
Os primeiros mapas foram traçados no século VI a.C. pelos gregos que, em função de suas expedições
militares e de navegação, criaram o principal centro de conhecimento geográfico do mundo ocidental.
O mais antigo mapa já encontrado foi confeccionado na Suméria, em uma pequena tábua de argila,
representando um Estado. A confecção de um mapa normalmente começa a partir da redução da superfície da
Terra em seu tamanho. Em mapas que figuram a Terra por inteiro em pequena escala, o globo se apresenta
como a única maneira de representação exata.
A transformação de uma superfície esférica em uma superfície plana recebe a denominação de projeção
cartográfica.
Na pré-história, a Cartografia era usada para delimitar territórios de caça e pesca. Na Babilônia, os mapas do
mundo eram impressos em madeira, mas foram Eratosthenes de Cirene e Hiparco (século III a.C.) que
construíram as bases da cartografia moderna, usando um globo como forma e um sistema de longitudes e
latitudes. Ptolomeu desenhava os mapas em papel com o mundo dentro de um círculo.
Com a era dos descobrimentos, os dados coletados durante as viagens tornaram os mapas mais exatos. Após a
descoberta do novo mundo, a cartografia começou a trabalhar com projeções de superfícies curvas em
impressões planas.

Atualmente...
Hoje, a cartografia é feita por meios modernos, como as fotografias aéreas (realizadas por aviões) e o
sensoriamento remoto por satélite.
Além disso, com os recursos dos computadores, os geógrafos podem obter maior precisão nos cálculos,
criando mapas que chegam a ter precisão de até 1 metro. As fotografias aéreas são feitas de maneira que,
sobrepondo-se duas imagens do mesmo lugar, obtém-se a impressão de uma só imagem em relevo. Assim,
representam-se os detalhes da superfície do solo.
Depois, o topógrafo completa o trabalho sobre o terreno, revelando os detalhes pouco visíveis nas fotografias.

Sensoriamento remoto
A outra técnica cartográfica, o sensoriamento remoto, consiste na transmissão, a partir de um satélite, de
informações sobre a superfície do planeta ou da atmosfera.
Quase toda coleta de dados físicos para os especialistas é feita por meio de sensoriamento remoto, com
satélites especializados que tiram fotos da Terra em intervalos fixos.
Para a geração das imagens pelos satélites, escolhe-se o espectro de luz que se quer enxergar, sendo que
alguns podem enviar sinais para captá-los em seu reflexo com a Terra, gerando milhares de possibilidades de
informação sobre minerais, concentrações e tipos de vegetação, entre outros.
Existem satélites que chegam a enxergar um objeto de até vinte centímetros na superfície da Terra, quando o
normal são resoluções de vinte metros.
Mapas

A localização de qualquer lugar na Terra pode ser mostrada em um mapa.


Os mapas são normalmente desenhados em superfícies planas, em proporção reduzida do local da Terra
escolhido.
Nenhum mapa impresso consegue mostrar todos os aspectos de uma região. Mapas, em contraposição a foto
aéreas e dados de satélite, podem mostrar concentração populacional e de renda, diferenças de
desenvolvimento social, entre outras informações.
Como os mapas possuem representação plana, eles não representam fielmente a forma geoide da Terra, o que
levou cartógrafos a utilizarem globos para imitar essa forma. Os mapas mais comuns são os políticos e
topográficos. Os políticos representam graficamente os continentes e as fronteiras entre os países, enquanto
os topográficos representam o relevo em níveis de altura (normalmente inclui também os rios mais
importantes).
Para desenhar mapas cartográficos depende-se de um sistema de localização com longitudes e latitudes, uma
escala, uma projeção e símbolos.
Atualmente, boa parte do material que o cartógrafo necessita é obtido por sensoriamento remoto com foto de
satélite ou fotografias aéreas.

Projeções cartográficas
Sabemos que a maneira mais adequada de representar a Terra como um todo é por meio de um globo.
Porém, precisamos de mapas planos para estudar a superfície do planeta. Transformar uma esfera em uma
área plana do mapa seria impossível se os cartógrafos não utilizassem uma técnica matemática chamada
projeção.
No entanto, imagine como seria se abríssemos uma esfera e a achatássemos para a forma de um plano. Com
isso, as partes da esfera original teriam que ser esticadas, principalmente nas áreas mais próximas aos os
polos, criando grandes deformações de área. Então, para chegar a uma representação mais fiel possível, os
cartógrafos desenvolveram vários métodos de projeções cartográficas, ou seja, maneiras de representar um
corpo esférico sobre uma superfície plana.
Como toda projeção resulta em deformações e incorreções, às vezes algumas características precisam ser
distorcidas para representarmos corretamente as outras. As deformações podem acontecer em relação às
distâncias, às áreas ou aos ângulos. Conforme o sistema de projeção utilizado, as maiores alterações da
representação localizam-se em uma ou outra parte do globo: nas regiões polares, nas equatoriais ou nas
latitudes médias. É o cartógrafo define qual é a projeção que vai atender aos objetivos do mapa.

A projeção mais simples e conhecida é a de Mercator (nome do holandês que a criou). Outras técnicas foram
evoluindo e muitas outras projeções tentaram desfazer as desigualdades de área perto dos polos com as de
perto do equador, como por exemplo a projeção de Gall. Como não há como evitar as deformações,
classifica-se cada tipo de projeção de acordo com a característica que permanece correta. Temos então:
 Projeções equidistantes = distâncias corretas
 Projeções conformes = igualdade dos ângulos e das formas dos continentes
 Projeções equivalentes = mostram corretamente a distância e a proporção entre as áreas
A seguir são apresentados os três principais tipos de projeção.

Cilíndricas
Consistem na projeção dos paralelos e meridianos sobre um cilindro envolvente, que é posteriormente
desenvolvido (planificado). Uma das projeções cilíndricas mais utilizadas é a de Mercator, com uma visão do
planeta centrada na Europa.

Cônicas
É a projeção do globo terrestre sobre um cone, que posteriormente é planificado. São mais usadas para
representar as latitudes médias, pois apenas as áreas próximas ao Equador aparecem retas.

Azimutais
É a projeção da superfície terrestre sobre um plano a partir de um determinado ponto (ponto de vista).
Também chamadas planas ou zenitais, essas projeções deformam áreas distantes desse ponto de vista central.
São bastante usadas para representar as áreas polares.

Escalas cartográficas
Em um mapa, chamamos de escala cartográfica a relação entre as dimensões apresentadas no mapa e o objeto
real por ele representado.
Estas dimensões devem ser sempre tomadas na mesma unidade.
A forma de representação é a seguinte:
Escala = medida no mapa : medida no objeto real
ou
Escala = medida no mapa / medida no objeto real
Por exemplo, se um mapa apresenta a escala 1:50, significa que 1 cm no mapa é equivalente a 50 cm na área
real.
Se quisermos indicar que cada centímetro de um mapa representa 1 metro na área real, utilizamos a
escala 1:100 ou ainda 1/100. Repare que convertemos 1 metro para centímetros (100 centímetros), pois
ambas as medidas precisam estar na mesma unidade.
A indicação da escala geralmente consta no mapa ou desenho apresentado. Por exemplo:
A escala também pode ser representada da forma gráfica, que é feita unidade por unidade, onde cada
segmento mostra a relação entre a longitude da representação e da área real. Por exemplo, observe a seguinte
escala gráfica.

Essa representação está indicando que cada segmento da escala gráfica apresentada equivale a 400
quilômetros de área real.
Quanto ao tamanho da representação, podemos usar a seguinte classificação:
 Escala natural: representada numericamente como 1:1 ou 1/1. Ocorre quando o tamanho físico do objeto
representado no plano coincide com a realidade.
 
 Escala reduzida: quando o tamanho real é maior do que a área representada. Costuma ser usada em mapas
de territórios ou plantas de habitações. Exemplos: 1:2, 1:5, 1:10, 1:20, 1:50, 1:100, 1:500, 1:1000, 1:5000,
1:20000.
 
 Escala ampliada: quando o tamanho gráfico é maior do que o real. É usada para mostrar detalhes mínimos
de determinada área, principalmente de espaços de tamanhos reduzidos. Exemplos: 50:1, 100:1, 400:1,
1000:1

Curvas de nível
As curvas de nível são linhas que unem pontos ou cotas de mesma altitude em intervalos iguais. Traçadas na
carta, permitem a visualização da declividade (inclinação) do relevo.
Esse conceito apareceu na Holanda, no século XVIII, sendo usado para cartografar o fundo do rio Merwede,
sendo um sistema matemático baseado em levantamentos geodésicos, no qual o marco zero metro é o mar.
Todas as curvas de nível em um mapa guardam entre si a mesma distância. Como a equidistância é constante,
as curvas se acham mais próximas em zonas de terreno mais abrupto e mais distantes em terrenos mais
suaves. Além das curvas de nível, é comum representarmos o relevo por cores hipsométricas.

Curvas de nível

Características das curvas de nível


 A equidistância entre as curvas pode ser, de acordo com o caso, de 10, 20, 50 ou 100m.
 As curvas mostram tanto a altitude como o formato do relevo.
 Quando o relevo é muito abrupto, as curvas aparecem no mapa muito próximas umas das outras; quando o
relevo é suave, aparecem mais distanciadas.
Os rios nascem nas áreas mais altas e correm para as áreas mais baixa

Coordenadas geográficas
As coordenadas geográficas são um complexo sistema de localização espacial utilizado para apontar um
determinado objeto situado em qualquer ponto da superfície terrestre.

As coordenadas geográficas são baseadas em um sistema de linhas imaginárias.


As coordenadas geográficas são um sistema de linhas imaginárias que permitem a localização de qualquer
ponto na superfície terrestre. A localização de uma determinada coordenada geográfica ocorre por meio do
ponto de encontro entre um paralelo um meridiano. Os paralelos são linhas imaginárias horizontais que cortam
o planeta no sentido leste-oeste e dão origem à latitude. Já os paralelos são linhas imaginárias verticais que
cortam o planeta no sentido norte-sul e dão origem à longitude. Os pontos cardeais auxiliam na leitura da
direção correta das coordenadas geográficas.

O que são as coordenadas geográficas?

As coordenadas geográficas são um sistema de localização utilizado para situar qualquer ponto da


superfície terrestre. Tal sistema é formado por meio de uma grade de coordenadas, que correspondem a um
conjunto de linhas imaginárias indicando a posição de um determinado objeto no espaço global.

Paralelos e meridianos

Os paralelos são linhas imaginárias que cortam o planeta Terra no sentido leste-oeste. O paralelo mais
importante é a Linha do Equador, localizada no meio da Terra, dividindo o planeta nos
hemisférios Norte e Sul. Além da Linha do Equador, outros paralelos importantes são:

 Círculo Polar Ártico;

 Trópico de Câncer;

 Trópico de Capricórnio;

 Círculo Polar Antártico.

Por sua vez, os meridianos são linhas imaginárias que cortam o planeta Terra no sentido norte-sul. O
meridiano mais importante é o Meridiano de Greenwich, que divide o planeta nos hemisférios oriental e
ocidental. Os meridianos são importantes também para a definição dos fusos horários da Terra. Para saber
mais, acesse: Paralelos e meridianos.

Tipos de coordenadas geográficas

A grade de coordenadas geográficas é formada por linhas imaginárias distintas, horizontais e verticais, de
forma que o encontro das linhas indica a localização exata de um determinado ponto na superfície terrestre.
Portanto, há dois tipos de coordenadas geográficas:

 Latitude: é definida pelos paralelos, por meio da distância em graus de qualquer ponto da superfície terrestre
até a Linha do Equador, que varia de 0° até 90° norte ou sul.
 Longitude: é definida pelos meridianos, por meio da distância em graus de qualquer ponto da superfície
terrestre até o Meridiano de Greenwich, que varia de 0° até 180° leste ou oeste.

Como localizar as coordenadas geográficas?

As coordenadas geográficas correspondem ao conjunto de linhas imaginárias traçadas nas posições horizontal e
vertical. Tendo em vista que os paralelos (linhas horizontais) definem a latitude de um local e que os
meridianos (linhas verticais) definem a longitude de um local, para encontrar a coordenada geográfica de um
determinado ponto da superfície terrestre, basta localizar o respectivo ponto no encontro de um paralelo
com um meridiano, obtendo assim a medida exata da coordenada geográfica do lugar em questão.

Exemplos de coordenadas geográficas

Cidade Latitude Longitude

Macapá 0°2'4'' Norte 51°3'60'' Oeste

Brasília 15°47'42" Sul 48°8'40" Oeste

Rio de Janeiro 22º54'23" Sul 43º10'21" Oeste

São Paulo 23°32'56'' Sul 46°38'20'' Oeste

Porto Alegre 30°01'58" Sul 51°13'48" Oeste

Pontos cardeais

Os pontos cardeais são referenciais de localização geográfica, definidos com base no ponto de nascença do
Sol (leste). Portanto, por meio desse referencial, temos as outras direções cardeais: oeste, norte e sul. Os
pontos cardeais são comumente representados por uma rosa dos ventos.

A rosa dos ventos representa os pontos cardeais.


Os pontos cardeais são empregados em documentos cartográficos, como mapas, além de
instrumentos de localização, como bússolas, com o objetivo de referenciar determinada localização
espacial. Os pontos cardeais servem de orientação ao definirmos a localização das coordenadas
geográficas. A tabela abaixo apresenta os quatro pontos cardeais:
Ponto cardeal Abreviação

Leste L ou E

Oeste O ou W

Norte N

Sul S

Projeção UTM: Caracteristicas e Aplicações?


projeção UTM é o método de projeção de dados mais utilizado na cartografia sistemática.
Neste artigo, você irá aprender simplesmente tudo que precisa saber sobre este método de projeção
de dados.
Veja um resumo do conteúdo abordado no mesmo:
O que são as coordenadas UTM;
Quais a diferença entre coordenadas UTM, LTM e RTM;
Quais as características das coordenadas UTM;
O que é a projeção estereográfica polar;
Quais os fusos UTM existentes no Brasil;
O que é o fator k da projeção UTM e seu impacto na obtenção de dados;
Como fazer a transformação de dados de coordenadas geográficas para coordenadas UTM;
Como fazer a transformação de dados de coordenadas UTM para coordenadas geográficas.
O que é a projeção UTM

A Projeção UTM é um método utilizado para projetar os dados para o plano.


A Sigla UTM significa Universal Transversa de Mercator, onde:
Universal – Está ligado ao modelo matemático utilizado para a projeção da terra;
Tranversa – A projeção é transversa, pois o eixo do cilindro utilizado é perpendicular em relação ao
semi-eixo menor do elipsoide terrestre.
Mercator – Se refere a Gerhard Mercator, geógrafo, cartógrafo e matemático que idealizou o
sistema de coordenadas UTM.
Na imagem abaixo você pode visualizar uma imagem típica da projeção UTM.
Perceba que o cilindro corta em uma posição transversa ao eixo do elipsoide.

Variações da projeção UTM

A projeção UTM é um caso particular da Projeção transversa de Mercator. Isso porque a Projeção
Transversa de Mercator é dividida em 3. São elas:

 Projeção Universal Transversa de Mercator (UTM);

 Projeção Regional Transversa de Mercator (RTM) e;

 Projeção Local Transversa de Mercator (LTM).

A grande diferença entre as 3 projeções acima é largura de fuso, isso porque enquanto a projeção
UTM possui fusos de 6° de comprimento, as projeções RTM e LTM utilizam fusos de 2º, e 1º de
comprimento respectivamente.

Veja na imagem abaixo o que acontece com a projeção UTM. Ou seja, o datum sendo cortado em
60 fusos de 6°.

A projeção UTM é amplamente utilizada na construção de bases cartográficas, sendo utilizada pelo
mapeamento sistemático na carta do Mundo ao Milionésimo.

A mesma também foi utilizada na Carta do Brasil Ao Milionésimo para a construção da base


cartográfica do nosso pais.

As projeções LTM e RTM são utilizadas em regiões urbanas. Isso porque a projeção UTM devido a
suas características, causa distorções lineares nos mapas, principalmente nos limites do fuso.
Por causa disso, ao utilizarem fusos de menor amplitude, as projeções LTM e RTM são mais
adequadas para o mapeamento de áreas urbanas.

Ou seja, sistemas LTM e RTM possibilitam o mapeamento de áreas urbanas em uma escala grande,
o que diminui os erros de distorções cometidos pelo sistema UTM.

Veja na imagem abaixo uma tabela comparando as projeções UTM, LTM e RTM.

Características da Projeção UTM

Entre as principais características da projeção UTM temos:

1) A superfície de projeção é um cilindro secante cujo eixo é perpendicular ao eixo polar terrestre.


Veja o detalhe na imagem abaixo:

Ao cortar o datum desta maneira, a mesma é uma projeção conforme. Ou seja, mantém os ângulos e
a forma das pequenas áreas.
2) O Cilindro de projeção é secante ao elipsoide de revolução. Veja o detalhe na imagem abaixo,
que possui as linhas de secância e as regiões de ampliação e de redução.

Perceba que devido a isso, ocorrem deformações de projeção, existindo uma região central na qual
ocorre redução da área, sendo que no meridiano central o fator de redução (fator K da UTM) é de
0,9996.

Também ocorrem 2 regiões periféricas nas quais a área sofre um aumento, sendo que no limite
do fuso UTM chega a 1,0009737.

3) Como uma circunferência completa possui 360°, o elipsoide terrestre é dividido em 60 fusos, que
possuem de 6° de amplitude cada um.
4) A origem do sistema cartesiano de coordenadas é formada pelo meridiano central do fuso
(Palavra central na imagem abaixo) e pela linha do Equador.

Olhe para a imagem abaixo e perceba que a projeção UTM possui 2 hemisférios, norte e sul.

Perceba que o hemisfério Sul varia de 0 Km no extremo sul da projeção e 10.000 Km (ou 10
milhões de metros) ao chegar na linha do equador.

Já no hemisfério norte, a projeção UTM começa em 0 Km e varia até 10.000 KM, no extremo norte
da projeção UTM.

5) Em latitude, os fusos são limitados ao paralelo de 84 N e 80 S. Isso porque as deformações


tornam-se demasiadamente acentuadas para latitudes superiores.

Com isso, nas regiões polares é utilizada a projeção Universal Polar Estereográfica.

Outro sim, como são 60 fusos para toda a terra, cada fuso é numerado a partir do antimeridiano de
Greenwich para a direita. Veja o detalhe na imagem abaixo.

Para isso, o sistema UTM divide a terra em 60 fusos de 6° de longitude cada.


Projeção UTM – O que é a projeção estereográfica polar

Conforme informei anteriormente, a projeção UTM é utilizada até 84° norte e 80 ° Sul.

Nas regiões polares é utilizada a projeção estereográfica polar. A adoção deste procedimento foi
necessário devido ao abaloamento dos polos.

Por isso, optou-se pela utilização da projeção estereográfica polar nesta regiões do planeta. Na
imagem abaixo você pode ver um diagrama do sistema de referência para o hemisfério norte.

Já nesta outra imagem, você pode ver o diagrama com o sistema de referência para o polo sul.
Projeção UTM – Fusos UTM no Brasil

Conforme você pode ver na imagem acima, no Brasil estão os fusos de numeração de 18 a 25, em
ordem crescente do Acre em direção ao Oceano Atlântico. A simbologia adotada para as
coordenadas UTM é:

 N – para as coordenadas norte-sul; e

 E – para as coordenadas leste-oeste.

Logo, uma localidade qualquer será definida no sistema UTM pelo par de coordenadas E e N, sendo
que usa-se o sinal (+) para longitudes a leste de Greenwich e (-) para longitudes a oeste de
Greenwich.

Baixe a grade com os fusos UTM

O que é o fator k da projeção UTM e seu impacto na obtenção de dados

Conforme informei anteriormente a projeção UTM divide o Elipsoide em 60 fusos, sendo que para
isso a mesma corta o elipsoide em posição secante, que causa uma distorção a área conhecida como
fator k da projeção UTM.
Olhe na imagem abaixo para as linhas de secância que você entenderá melhor o que estou lhe
dizendo.

Estas são as posições nas quais o cilindro corta o elipsoide.

A grande vantagem trazida pela projeção UTM é que ao cortar o elipsoide desta maneira, a mesma
mantém os ângulos, deformando pouco as áreas.

Olhe para a imagem abaixo e perceba que nas linhas de secância as áreas não se modificam. Ou
seja, o fator k da projeção UTM é igual a 1 (K = 1).

Já no meridiano central, a área é achatada, o que faz com que o fator K seja de 0,9996.

Nas bordas do fuso UTM, a área se expande, fazendo com que o fator K tenha um valor de
1,009737. Isso acontece porque no processo de projeção a área existente entre a linha de secância e
o meridiano central é achatada.

A a área existente além da linha de secância ao ser projetada é esticada, sendo que área destas
regiões áreas aumenta.
Impacto do fator k da projeção UTM no nosso dia a dia

Na prática, a existência do fator k da projeção UTM significa que dependendo do serviço que você
for prestar, projetar os dados para a projeção UTM é adequado ou não.

Perceba que a mesma possui distorções e que estas distorções precisam ser levadas em consideração
durante a prestação de serviços.

Por exemplo, é por causa disso que a lei 10.267 definiu que para o georreferenciamento de Imóveis
rurais, a área deve ser projetada para o plano topográfico local e não para a projeção UTM.

Também é por isso que a NBR 14.166 define que a deve-se utilizar o sistema RTM e não o UTM.
Ou seja, dependendo do serviço que você for prestar, precisará analisar se precisará
utilizar coordenadas geográficas, UTM, o plano topográfico local ou algum outro método de
projeção dos dados.

Como transformar coordenadas UTM em coordenadas geográficas

A utilização de coordenadas curvilíneas, como é o caso das coordenadas geográficas, apresentam


problemas em obras de engenharia.

Por causa disso, os dados precisam ser projetados da forma elipsoidal para a forma planar, pois,
desta maneira, poderão ser representados em um mapa.

Ou seja, projetar os dados para o plano nada mais é do que levar os dados da forma esférica para a
forma planar.

Converter coordenada geográfica em UTM no ArcGIS

Agora que você entendeu a diferença entre converter os dados entre diferentes data (plural de
datum) e projetar os dados para o plano, está na hora de colocar a mão na massa e aprender a
projetar os dados para o plano.
Segue a aula mostrando como converter coordenadas geográficas em UTM no ArcGIS. Pode pular
diretamente para os 09:40 minutos.

Como transformar coordenadas geográficas em coordenadas UTM

Para transformar coordenadas UTM em Geográficas, você precisa ter as coordenadas do ponto que
pretende transformar.

Além disso, também precisa saber o fuso ou a zona UTM.

Dependendo da ferramenta de conversão que você utilizar, também será preciso informar o datum
utilizado.

Uma vez que você tenha estes dados é só acessar uma ferramenta de conversão e converter os
dados.

Como exemplos de ferramentas de conversão , temos a da UERJ, que você pode acessar neste link.

E a do SIGAM, que você pode acessar neste outro link.

É isso por este artigo. Lembrando que eu também possuo uma série de cursos práticos e de livros.

Fusos horários

são faixas delimitadas por dois meridianos dentro das quais todas as localidades possuem a mesma hora.

Cada fuso horário corresponde a um intervalo de 15°.

O planeta se divide em 24 fusos horários, e cada um deles representa uma hora.

A metodologia para o estabelecimento de fusos horários levou em conta as 24 horas que a Terra demora para
completar uma volta em torno do seu próprio eixo (360°).

As zonas foram criadas para padronizar a contagem do tempo no mundo.

O Meridiano de Greenwich fica no centro do fuso horário inicial ou de referência, que é o de Londres. Ele é
representado pela sigla GMT (Greenwich Mean Time).

Para calcularmos a diferença de horários entre dois pontos distintos, é preciso considerar que à medida que
caminhamos para leste, as horas aumentam, ou seja, os horários estão adiantados. A oeste, os horários estão
atrasados, portanto, as horas diminuem.

O território brasileiro se divide em quatro fusos horários (de GMT -2 a GMT -5).

O que é fuso horário?


Um fuso horário é uma faixa dentro da qual os relógios marcam o mesmo horário em todas as localidades. Essa
faixa, ou intervalo, é delimitada por dois meridianos (linha imaginária vertical). Os fusos horários são
chamados também de zonas horárias. O mundo está dividido em 24 fusos horários, e cada um deles
corresponde a um intervalo longitudinal de 15°.

A metodologia empregada para o cálculo e determinação dos fusos horários é bem simples e leva em
consideração o movimento de rotação do nosso planeta. O tempo que a Terra demora para dar uma volta
completa em torno do seu próprio eixo, realizando portanto um movimento de 360°, é de aproximadamente 24
horas (23 horas, 56 minutos e 4 segundos), totalizando um dia.

Tendo isso em vista, dividindo a circunferência terrestre (360°) pelo número de horas do dia (24), chegamos ao
valor de 15°. Isso significa que a Terra leva uma hora para percorrer 15°. Sendo assim, convencionou-se
seccionar o planeta em 24 fusos horários, cada um com 15°.

Para que serve o fuso horário?

Os fusos horários foram estabelecidos com o objetivo de padronizar a contagem das horas no mundo. Antes do
seu surgimento, cada país ou território adotava o seu método próprio de determinar as horas e a passagem do
tempo. A maior parte deles utilizava um mesmo referencial, que era o Sol.

No entanto, alguns fatores demonstraram a necessidade de se adotar um sistema padrão que pudesse facilitar
estes e outros aspectos do cotidiano:

o avanço das comunicações;

o crescimento das viagens de longa distância;

a intensificação do comércio internacional.

Ao final do século XIX, no ano de 1884, representantes de 25 países se reuniram na cidade de Washington,
capital dos Estados Unidos, e estabeleceram o Meridiano de Greenwich como o marco zero para a contagem
das longitudes. O meridiano de 0° passou a indicar também o centro do fuso horário referencial para a
contagem das horas, que ficou conhecido como horário de Greenwich, representado pela sigla GMT
(Greenwich Mean Time, em inglês).

A leste e a oeste do Meridiano de Greenwich foram definidos 12 fusos horários, totalizando 24 intervalos
longitudinais de 15° cada. A adoção desse novo sistema de contagem das horas ocorreu de forma gradual pelos
países e hoje é empregado em todo o mundo.

É importante pontuar ainda que as linhas imaginárias, no caso os meridianos, não levam em consideração os
limites territoriais das áreas que atravessam. Em função disso, separa-se os horários em:

Hora legal: demarcação dos fusos horários levando em conta os limites teóricos estabelecidos pelos
meridianos, representando-os em linha reta.

Hora oficial: demarcação dos fusos horários levando em conta as fronteiras estabelecidas pelos países e
territórios, utilizada na prática.

Como calcular o fuso horário?


Como vimos, o cálculo do fuso horário tem como base a zona horária de Londres, que é a inicial, tendo como
centro o Meridiano de Greenwich. Todas as localidades situadas a leste desse marco estão com o horário
adiantado e têm o seu fuso horário indicado com um sinal positivo.

A cidade de Tóquio, por exemplo, está situada na zona GMT +9, o que significa que ela tem horário nove horas
adiantado em relação a Greenwich. Quando os relógios marcam meio-dia em Londres, por exemplo, são nove
horas da noite na capital japonesa.

Já as localidades que ficam a oeste de Greenwich têm o seu horário atrasado, e o seu fuso horário é indicado
com um sinal negativo. Tomemos como exemplo a já referida capital dos Estados Unidos, Washington. Essa
cidade fica na zona GMT -8 horas, o que significa que ela está oito horas atrasada em relação ao fuso central.
Assim, enquanto os relógios marcam 12 horas em Londres, são quatro horas da manhã na capital americana.

Tendo isso em vista, todo cálculo de fuso horário deve levar em conta três informações básicas:

Cada zona horária representa uma hora;

Um fuso horário é equivalente a 15° de intervalo longitudinal (entre um meridiano e outro);

À medida que caminhamos para leste de um referencial, o horário é adiantado (soma). Quando caminhamos no
sentido contrário, para oeste, o horário é atrasado (subtração).

Exemplos de cálculo de fuso horário

Levando em conta o que estudamos até aqui, veremos a seguir dois exemplos de como calcular o fuso horário.

Exemplo 1:

Suponhamos que uma pessoa que vive em Brasília precise fazer uma ligação para seu familiar que vive em
Pequim (China) às seis horas da manhã, no horário local de Brasília. Sabe-se que o meridiano central do fuso
horário onde a capital brasileira se encontra é o meridiano de -45° (oeste), enquanto Pequim se encontra no
fuso do meridiano de 120° (leste). Que horas serão em Pequim no momento da ligação?

Resolução:

Precisamos, inicialmente, identificar o fuso horário em que essas cidades se encontram, já que o enunciado não
trouxe essa informação de maneira direta. Para isso, basta dividirmos o valor do meridiano central por 15°.
Temos, assim:

Brasília: -45° / 15° = -3. Portanto, a cidade está na zona horária GMT -3 horas.

Pequim: 120° / 15° = 8. Portanto, a cidade está na zona horária GMT +8 horas.

O próximo passo é identificar a diferença de horário entre ambas as cidades. Para isso, utilizamos o fuso
horário que encontramos na etapa anterior. Sendo assim:

8 - (-3) = 11 horas

A diferença de horários entre Brasília e Pequim é de 11 horas.


Como Pequim está a leste de Brasília, sabemos que o horário da cidade está 11 horas à frente do horário da
capital brasileira. Assim, soma-se 11 horas ao horário da ligação:

6h (horário de Brasília) + 11h (diferença de fusos horários) = 17h

Dessa forma, serão 17 horas em Pequim no momento da ligação.

Exemplo 2:

Uma pessoa pega um voo direto da cidade de São Paulo (GMT -3) para Chicago (GMT -6), nos Estados
Unidos, às 21 horas. Sabendo que a viagem dura em média 11 horas, qual será a hora na cidade de destino
quando o avião pousar?

Resolução:

Inicialmente, calculamos a diferença de horário entre as cidades com base na zona horária:

 -6 - (-3) = -6 + 3 = -3 horas

O horário em Chicago está atrasado três horas em relação a São Paulo, visto que a cidade americana se
encontra a oeste.

Para sabermos o horário da chegada em Chicago, devemos subtrair a diferença de horários entre as cidades e
somar o tempo de viagem. É importante notar que o tempo de viagem é sempre uma soma. Assim, temos:

21 horas (horário de São Paulo) - 3 horas (diferença de fusos) + 11 horas (tempo de viagem) =5h

Portanto, serão cinco horas da manhã em Chicago quando o avião pousar.

Quais são os fusos horários do Brasil?

O Brasil está dividido oficialmente em quatro fusos horários. Os fusos horários no Brasil são:

Fuso horário 1: duas horas atrasado em relação a Greenwich (GMT -2). Compreende:

ilhas no nordeste brasileiro, como Fernando de Noronha.

Fuso horário 2: três horas atrasado em relação a Greenwich (GMT -3). Trata-se do horário oficial de Brasília,
zona horária de referência do país. Compreende:

região Sul;

região Sudeste;

região Nordeste;

Distrito Federal;

estado de Goiás;
estado do Amapá;

estado do Pará;

estado do Tocantins.

Fuso horário 3: quatro horas atrasado em relação a Greenwich (GMT -4). Compreende:

estado de Roraima;

estado do Amazonas;

estado de Rondônia;

estado do Mato Grosso;

estado do Mato Grosso do Sul.

Fuso horário 4: cinco horas atrasado em relação a Greenwich (GMT -5). Compreende:

estado do Acre;

pequena parcela do estado do Amazonas."

A paisagem natural e suas interações ambientais: composição, estrutura e


dinâmica da atmosfera, litosfera, hidrosfera e biosfera.

Sistema Terrestre
O sistema terrestre refere-se ao funcionamento do ambiente natural do planeta Terra, bem como aos diferentes
elementos ou subsistemas que compõem a sua estrutura.

O sistema terrestre é composto por quatro subsistemas que estruturam o funcionamento da Terra
O sistema terrestre é o conjunto de elementos que garante o funcionamento dos componentes do planeta Terra
em sua superfície, bem como as suas recorrentes transformações ao longo do tempo. Compreender o sistema
terrestre é, portanto, estabelecer as bases para a compreensão da Terra de um modo geral, de forma a entender os
seus ciclos e processos naturais.
Basicamente, o sistema terrestre é constituído a partir do relacionamento entre as formas de relevo e suas
influências endógenas (internas) e exógenas (externas), a dinâmica climática e dinâmica cíclica da água.
Portanto, podemos entender o sistema terrestre como a relação entre os diferentes componentes
da litosfera, atmosfera e hidrosfera, com a consequente formação da biosfera.
Por litosfera entende-se a estrutura física e sólida do planeta. Isso envolve, portanto, as rochas, as formas de
relevo e as dinâmicas relacionadas aos seus processos de atuação e transformação, tais como a estrutura interna
do planeta e seus efeitos, a exemplo do movimento das placas tectônicas, os vulcanismos e os terremotos. Nesse
sentido, embora a Geologia entenda a litosfera como a camada mais externa e sólida da Terra, no sistema
terrestre ela envolve tanto essa estrutura como as dinâmicas que nela interferem.
Por atmosfera compreende-se a dinâmica climática e dos gases que envolvem a camada de ar da Terra.
Portanto, o funcionamento dos climas e os fatores a ele relacionados, tais como as chuvas, a umidade, a
pressão atmosférica, entre outros dispositivos, são itens incluídos nesse subsistema.
Por hidrosfera conceitua-se a estrutura de água que compõe o ambiente da Terra, elemento que está
presente em 70% da superfície. No caso, não se fala somente em água líquida, mas também nos seus
estados sólido e gasoso e nas dinâmicas a ela relacionadas. É importante compreender que a água atua
tanto na transformação dos climas quanto na dinâmica do relevo, além de ser um item fundamental para
a existência dos seres vivos.
Por biosfera compreende-se a inter-relação entre as três esferas acima apresentadas, formando o ambiente
próprio para a manutenção da vida. Portanto, falar de biosfera é falar nas condições para o assentamento
das vegetações e também dos animais, dos quais os seres humanos não se excluem, embora a humanidade
seja a maior interventora entre os seres vivos sobre o meio natural em que habita.

O sistema terrestre e sua estrutura física

Na imagem acima, é importante a compreensão de que o sistema terrestre não se


encontra dividido por essas esferas ou subsistemas, mas sim unido e composto pela interação entre
elas. Basicamente, compreendemos que as formas de relevo interferem no clima, que interfere nos
cursos d'águas, que interferem na biosfera e assim sucessivamente. Assim, todas as esferas
provocam intervenções múltiplas e caóticas entre si.

Por Me. Rodolfo Alves Pena

Conceitos de Geossistema e desenvolvimento sustentável: paradigma do


planejamento territorial e do desenvolvimento regional

O QUE SÃO GEOSSISTEMAS?


Em outro momento já apresentamos, de forma geral, os princípios da teoria dos geossistemas. A partir de agora
vamos tentar explicar de forma simples o que eles significam e ajudar o leitor a entender um pouco mais
sobre a geoecologia e seus objetivos.

Inicialmente um geossistema foi definido como uma “unidade natural de todas as categorias possíveis, do
geossistema planetário (envelope geográfico ou ambiente geográfico em geral) ao geossistema elementar (fácies
físico-geográfica)”  (SOCHAVA, 1963, p.53. Tradução nossa).De modo mais preciso, um geossistema é definido
como "uma dimensão do espaço terrestre onde os diversos componentes naturais encontram-se em conexões
sistêmicas uns com os outros, apresentando uma integridade definida, interagindo com a esfera cósmica e com a
sociedade humana" (SOCHAVA, 1978, p.292. Tradução nossa).

Assim, podemos dizer que um geossistema possui é um arranjo espacial ("apresentando uma integridade
definida") que está apresenta um funcionamento definido ("conexões sistêmicas"). Um geossistema é uma
configuração, mas também um conjunto de processos em curso.
Desta forma, um geossistema ainda é considerado um sistema dinâmico, aberto e hierarquicamente organizado
(SOCHAVA, 1977). Isso significa que ele troca matéria e energia com o seu entorno (sistema aberto e
hierarquicamente organizado) e que o regime dessas trocas muda com o tempo (sistema dinâmico). Parece
difícil, mas você vai ver que não é.
Ok. Então já sabemos que os geossistemas se caracterizam por um padrão espacial de processos em curson uma
determinada porção do planeta. O que a geoecologia busca entender é como os padrões espaciais influenciam os
processos naturais e como os processos influenciam os padrões espaciais. mas antes de chegarmos a essas
respostas precisamos saber:

Como identificar estes padrões espaciais?


Os geossistemas são identificados pela observação de atributos da natureza (relevo, solos, vegetação, regime de
drenagem, etc.) e seguindo-se alguns princípios gerais. Um destes princípios é o da circulação de substâncias
(como água, nutrientes e minerais, por exemplo). Assim, sempre que forem detectadas diferentes condições
homogêneas para circulação de substâncias, aí poderemos traçar os limites dos geossistemas.

Mas como identificar estas condições?


É simples! A circulação de água, nutrientes, minerais e elementos químicos está condicionada a fatores como o
clima, a declividade, orientação e forma do relevo, o regime de drenagem do substrato e outros atributos
naturais. Por exemplo, uma área de topo plano, com textura arenosa e que recebe água apenas da chuva vai
possuir um regime de circulação de substâncias diferente de uma área de baixada em que a água tende a se
acumular em função da proximidade do nível freático (Figura 1).

Figura 1. Diferentes condições locais para circulação de substâncias.

Fonte: o autor.

Não apenas em escala local podemos identificar condições para circulação de substâncias. Em escala regional,
podemos indicar outros fatores importantes que podem e tem sido utilizados como indicadores dos limites dos
geossistemas, a saber: a continentalidade, os climas regionais, a altitude e a circulação vale-montanha.

Em escala planetária, podemos destacar os movimentos orbitais da Terra, o regime de radiação solar global, a
tectônica de placas e a circulação atmosférica global.

Deste modo, podemos entender porque os geossistemas possuem dimensões diferentes e porque eles estão
organizados numa hierarquia onde a maior unidade (geossistema planetário) é a própria superfície terrestre e a
menor pode ser uma encosta simples.
De outro modo, ainda podemos refletir que diferentes condições de circulação de substâncias compõem
geossistemas com características distintas. Por exemplo, uma diferença climática é capaz de gerar paisagens
completamente diferentes. Onde um clima mais úmido geraria paisagens com um metabolismo mais intenso,
dando origem a solos profundos, relevo ondulado e florestas densas, enquanto um clima mais seco resultaria em
geossistemas de solos rasos, relevo aplainado e vegetação xerófila arbustiva.
Além disso, podemos dizer que cada geossistema é autônomo, ou seja, possui um regime de funcionamento
definido, mas que não é isolado dos geossistemas do entorno.
Em resumo podemos afirmar que:
 Os geossistemas são unidades naturais com uma dimensão geográfica qualquer;
 São áreas que se definem por um regime particular de circulação de substâncias;
 Eles podem ter qualquer dimensão, do sopé de uma encosta até o geossistema planetário;
 Todo e qualquer geossistema é parte de uma entidade maior (a superfície terrestre);
 Geossistemas se organizam de modo hierárquico;
 As diferenças na circulação das substâncias garantem uma variedade de geossistemas;
 Cada geossistema é autônomo, mas nenhum possui um funcionamento isolado;

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