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LENDAS AMAZÔNICAS

1 - O CURUPIRA
O curupira é considerado um ser mitológico presente nas florestas amazônicas. Segundo
relatos e crenças populares, ele possui os calcanhares voltados para frente e os dedos dos
pés para trás. Sendo mito difundido no Brasil, suas caracterìsticas variam bastante. Em
algumas versões das histórias, o Curupira possui pelos vermelhos e dentes verdes. Em
outras versões tem enormes orelhas ou é totalmente calvo. Pode ou não portar um machado
e em uma versão chega ser feito do casco de jabuti, de acordo com o site “Cantinho dos
Deuses” (2011).
Há muitos relatos da aparência fìsica dele e da sua personalidade. Para muitos, ele é um
pequeno homem da floresta bondoso, para outros, um negrinho cabeça-seca, pretensioso e
mau. Para Machado (1987, p.41) “o curupira arranca de suas vìtimas os dentes para
ornamentar o seu colar, confeccionados de ossos e dentes humanos”, mas para a crença
indìgena, ele é um espìrito mau, cheio de ódio no coração, então tupã criou o mundo inferior,
a terra onde eles estão espalhados. No site “Morte Súbita”, Elias Gustavo diz que
"Bons caçadores", aqueles que vão à caça para matar a fome. Os "maus", no
entanto, que matam para ser divertir, ou indiscriminadamente, fêmeas e filhotes,
acabam caindo nas armadilhas do Curupira. Aliás, para os bons, ele nem aparece.
E quem o viu, conta a lenda, está correndo até hoje. Seu truque predileto é se
transformar em caça, uma paca, um tatu, onça ou qualquer outro bicho que atraia
os caçadores para o meio da floresta. E lá eles ficam perdidos para sempre.
Mesmo sabendo que matar animais, abater árvores para a subsistência não é alvo
da ira do Curupira, os ìndios entram na mata cheios de respeito e termos. Eles
costumam levar sempre presentes, para agradar ao protetor da floresta, como
fumo, comida, flechas e objetos que deixam nas trilhas.
Machado (1987, p.41), diz que o Curupira é protetor da floresta, só permitindo aos
caçadores matarem os animais necessários para a sua subsistência. Ele não gosta que
maltratem os animais, vive em prol da preservação da floresta e tudo que está presente
nela; é o guardião sobrenatural, usa seus poderes mìsticos para adivinhar os pensamentos
dos outros, para castigar as pessoas quando elas as fazem maldade com a mata, é um ser
traquino. O Curupira defende e deixa os caçadores perdidos. Assim como na sociedade, na
mata a punição para quem infringir as regras é servir como exemplo e lição de moral que
não deve maltratar as árvores e os animais, pois existe um dono e com ele, sues
encantamento e poderes, que castigam caçadores que infringem suas regras.
Os relatos de suas aparições são contadas por pessoas que trabalhavam e viviam nos
seringais, há relatos no livro de Serafim (2001, p.17), “para muitos seringueiros da Amazônia
de alguns anos atrás, o Curupira não só existe de fato e morava na floresta, como era seu
dono absoluto”; muitos dizem já ter visto ou relatam as caracterìsticas dos seus feitos na
mata, ele não é mais visto como ser imaginário, e sim, como uma realidade de suas vidas.
No livro “O boto e broto”, o Curupira é generoso com as pessoas que habitam as margens
dos rios e florestas, pois quando os habitantes estavam com forme e saìam para calçar, ele
nunca os deixa voltar sem alimento; ele não é um inimigo dos homens ou um demônio como
as pessoas costumam dizer, mas um anjo protetor. Há relatos que ele usa animais para
indicar onde estão os alimentos, assim como a saìda da floresta.
Os moradores das regiões dos seringais e florestas são muito supersticiosos; segundo eles,
há a Lei da Selva, determinada pelo próprio Curupira, que nos dias de domingo a tarde é
proibido caçar, e quem quebra a regra está azarado a conseguir qualquer tipo de caça e
outras formas de alimento que a selva oferece; caçar com alimento em casa também é
infringir as regras das leis do Curupira, e o castigo costuma ser fìsico, com várias lapadas de
galhos. Ele se aproxima fazendo um som imenso em velocidade extrema, com muita raiva
sem piedade. Com seus poderes ele não deixa marcas nas pessoas, mas a dor fìsica é real,
através desses e outros relatos de pessoas que obtiveram contato com natureza, torna-se
real sua existência.
LENDAS AMAZÔNICAS
2 - O MAPINGUARI
Na mitologia indìgena, o Mapinguari seria um ìndio, um pajé que descobriu o
segredo da imortalidade, mas o preço que pagou por isso, foi ser transformado em
um animal horrìvel e fedorento. O Mapinguari é considerado um monstro devorador
de pessoas. Para Machado (1987, p.33) “ele vaga pelos castanhais, e quando
surpreende um homem, apanha-o com facilidade, coloca-o de baixo do braço,
devora-o vivo, arrancando-lhe pedaço por pedaço”.
Conta a história que o Mapinguari é um macacão enorme e peludo chamado de
coatá. É um animal que habita em cavernas nos lugares altos em terra firme, e vive
nas densas florestas. É de porte muito alto, possui o corpo coberto de pelos
mesclado entre o castanho escuro, preto e branco. Seus pés eram iguais das mãos
de pilão. Há relatos que suas marcas deixadas nas florestas são similares às de um
ouriço de castanha, o seu marco é a existência de um único olho localizado no
meio da testa, e sua boca é de orelha a orelha. É um ser metamorfo com
caracterìstica de homem e animal; dizem que o monstro passa no local uma vez ao
ano, de modo a atacar as pessoas. Serafim (2001, p.24), diz que “primeiramente
ele usa gritos aterrorizantes e ensurdecedores que até as árvores parecem temer
de pavor, para paralisar as vìtimas e em seguida esquartejá-las e comê-las,”.
Diferentes das outras lendas, ele é irracional, causa pavor e destruição por onde
passa, tornando temìvel e assustador para homens e animais. Para Machado
(1987, pg.34)
O Mapinguari, provavelmente, é um urso oriundo dos Andes e
adaptado à floresta amazônica. Por trata-se de uma animal raro e
desconhecido dos habitantes da imensa planìcie, criaram-se as histórias
e lendas a seu respeito. Colabora com essa teoria o domìnio geográfico
de suas aparições: o Alto Solimões, Negros, Purus, Juruá, Madeira,
pontos de intersecção com a planìcie com os Andes.
O blog “O amanhecer” (2013), explica que “o biólogo norte-americano David
Oren, pesquisador do museu paraense Emìlio Goëldi, cujos estudos à TV japonesa
se baseou, andou bem perto de dar uma explicação cientìfica dos relatos de
seringueiros e ìndios. Entrevistado em 1996 em Macapá, no Amapá, ele disse estar
convencido de que o Mapinguari é uma preguiça terrestre que viveu há 10 mil anos
em várias regiões do planeta e que ainda pode ser encontrada em lugares isolados
e impenetráveis da Amazônia, que havia 8 espécies de preguiça, aqui na Amazônia
que andavam somente no chão. Uma dessas espécies era maior que um elefante”.
Os relatos no livro “Boto e broto”, diz que das localidades onde ele vivia, em
determinadas épocas percorria parte da Amazônia entre os rios Madeira e Purus.
Dizem os mais antigos que a única forma de matar o Mapinguari é usar cartuchos
envolvidos em cera de abelhas. Muitas pessoas dessa região tentaram caçar ele,
sempre em tentativas frustradas. Ainda sobre o livro supracitado, Serafim (2001,
p.25) que
Um rapaz valente, em dia santo, decidiu caçar o Mapinguari. Ao adentrar
na mata, rumo à Serra dos Encantados, onde vivia ele, o rapaz ouviu o
estrondo, mas não ficou paralisado. Então iniciou-se a perseguição da
fera ao caçador; o rapaz perdeu a arma, os gritos estavam ficando cada
vez mais fortes, então ele chegou perto do lago e subiu em uma árvore e
viu o bicho entrar no lago e beber bastante água. Quando o Mapinguari
avistou o rapaz pelo reflexos dos seu rosto na água, ele foi morto por uma
cobra grande que lá habitava, e não se viu mas relatos de aparição dele
na região.
Esse conto é caracterizado como lenda e ninguém sabe até onde é verdade ou
imaginação. É uma verdade pronta que o rapaz afirma ter vivido. Ainda não foi
comprovado cientificamente a existência desse animal pré-histórico nos dias de
hoje, não se sabe também se o Mapinguari é esse animal, mas os caboclos
acreditam que seja um ser sobrenatural habitantes das florestas, onde constitui em
sua realidade, com tantas narrativas que são repassadas ao longo do tempo. O que
sabemos é que o Mapinguari é um importante personagem do folclore amazônico,
cujas narrativas a respeito da sua aparição em diferentes regiões proporcionam um
marco de realidade junto à ficção.
LENDAS AMAZÔNICAS
3 - HONORATO COBRA GRANDE
A Cobra Grande é um rapaz encantado, que vive no fundo do rio. Como descreve
Machado (1987, p.34), a Cobra Grande pode ser uma cobra comum ou um
encantado, isto é, pessoa que foi seduzida por botos ou eram levadas para o fundo
das águas; o seu tamanho é superior ao de qualquer cobra vista já na Amazônia, as
suas aparições nos rios deixam medo e temor, como descrito no livro de Machado
(1987, p.34)
Quando querem ver o mundo, tomam forma de gigantescas cobras
que passeiam a torna d´agua, cujo olhos, na escuridão, imitam focos
de luz iguais aos faróis dos automóveis ou tomam forma de um navio
todo iluminado, que desaparece momentaneamente e reaparece mais
adiante, enganando os incautos.
Os antigos contam que Honorato e sua irmã são filhos de boto, e foram
abandonadas às margens do rio, que as crianças foram pegas pela mãe-da-água
que encantou e transformou em cobra grande. Para Câmara, no Paranã do
Cachoeirì, entre o amazonas e o rio Trombetas, nasceram Honorato e sua irmã,
Maria Caninana, a mãe sentiu-se grávida quando banhava-se no rio Claro, os filhos
eram gêmeos e vieram ao mundo na forma de duas serpentes escuras, Honorato, o
menino, transformou-se em uma cobra grande que ajuda as pessoas que estavam
em perigo, sua irmã, Maria Nargita, ao contrário dele, era cruel impiedosa, adorava
virar as embarcações por onde passa deixava seu rastro de destruição e maldade.
Ela tinha prazer em ver as pessoas sendo tragadas pelas águas dos rios. A
diferença de pessoalidade é marcante em suas lenda, a qual teve uma tragédia
familiar envolvendo os dois irmãos.
A maldade Maria Nargita fez com que seu irmão a matasse, depois de percorrer
vários rios da Amazônia, atrás dela, Honorato encontrou-a no momento que ela iria
virar uma embarcação cheia de passageiros, então eles travaram uma imensa luta
até resultar na morte de sua irmã. Como diz Serafim Antônio (2001, p.57) a luta foi
renhida durante muitas e muitas horas, mas enfim, Honorato conseguiu matar a
fera e livrar-se da fúria da endiabrada Maria Zargida; dizem que João Honorato,
filho de boto, onde havia festas ele estava bebendo, dançando levava uma vida
boêmia, possuìa o poder de transformar-se em homem por ser filho de boto; outra
lenda amazônica que se agrega à de cobra grande, explicando sua origem, dizia
que seu encanto de homem durava até meia-noite, por isso vivia adulando um e
outro para desencantá-lo.
O feitiço foi retirado por um rapaz que atirou em seu olho direito à meia- noite,
onde passou os restos dos seus dias trabalhando como prático de navegação.
Sabe-se que o Cobra Grande deu muitas outras origens a contos e crenças,
espalhado na região amazônica. Dizem que na fábrica de bitar tem uma cobra
muito grande; a filha cobra sai, mas se a mãe sair, a fábrica desaba. E, em
Belém do Pará, dizem que tem uma cobra que o rabo dela está no mercado e
outro na igreja, são muitas as histórias relatando de cobras gigantescas,
tornando a de Honorato Cobra Grande a mais popular, mantendo a essência da
cultura regional.
LENDAS AMAZÔNICAS
4 - O BOTO
O boto é um mamìfero que vive nos rios da Amazônia, é um ser encantado. Muitos
ribeirinhos dizem que o boto cor-de-rosa é malvado, já o de cor preta ajuda as
pessoas, principalmente dentro dos rios, para não morrerem afogados. Os contos
das pessoas que vivem às margens do rio é que o boto se transforma em um
homem bonito. Para Machado (1987, p.29) essa metamorfose ocorre, de
preferência, nas noites enluaradas, passeando na vizinhança das barracas
ribeirinhas, em busca de romances, ou comparecendo às festa dançantes para
exibir as suas qualidades de exìmio dançarino; usa terno branco e chapéu na
cabeça, que nas noites de festas ribeirinhas bebe cachaça, e encanta as mulheres,
levando-as para o fundo do rio e engravidando-as, logo trazendo para a superfìcie.
Tornando os filhos das moças órfãos de pai, sem dúvida ele é responsável pela
gravidez de muitas donzelas nas noites de festanças.
As narrativas que são transmitidas a respeito dos botos, em diversos lugares da
região norte, muitas vezes vêm com várias superstições e simpatias, como
descreve Machado (1987, p.29), onde diz que o boto é inveterado perseguidor de
mulheres, especialmente se estiverem menstruadas, quando redobra seu assédio.
Estas, para atravessarem os rios e lagos, levam alho machucado, jogando na água
para afugentar o galante e importunar o sedutor. Existem outras simpatias como
colocar a faca enfiada de ponta na madeira de canoa para espantá-lo; essas
mìsticas e simpatias fazem parte da cultura ribeirinha, aprendizado que são
transmitidos decorrentes do tempo, fortificando suas crenças e ampliando as
narrativas, refazendo decorrente ao espaço e meio de suas vivências e
experiências. São muitos relatos sobre aparições de moço elegante,
principalmente no meio da noite, no livro “Boto e broto” de Serafim (2001, p.30) as
histórias no baixo madeira na região do lago do Cuniã dizem que
Na casa de Firmino, um grande feiticeiro da região, periodicamente
realizavam-se festanças que acabaram por se tornarem famosas, pela
variedade de comida e o grande número de moças bonitas que ali
apareciam, e também era infalìvel a presença do homem de branco com
chapéu na cabeça. Ninguém sabia de onde vinha nem para onde ia
quando a festa terminava. Certo ninguém sabia sua procedência, porém
muitos tinham quase certeza que tratava-se de um boto tucuxi, do
grande lago do Ácara. Então a filha de Firmino engravidou em uma
dessas festanças, e disse à sua mãe Chiquinha, “eu estou assim por
causa do boto”, e o velho por não crer, duvidou, “se for filho do boto eu
conheço”, mas dona Chiquinha fez os exames, neles constatou-se que
era mesmo filho do boto. É isso que dá convidar qualquer um para sua
festa.
LENDAS AMAZÔNICAS
5 - IARA
Havia um homem-peixe que devorava suas vìtimas e as levava para o fundo do rio,
chamado Ipupiara, que vira a sedutora Iara. Como cita Machado (1987, p.35) é uma
belìssima mulher que habita os lagos igarapés e rios da Amazônia, no fundo do rio
tem seu reino encantado, de onde emerge nas horas calmas e silenciosas do dia,
especialmente ao anoitecer; Iara é uma palavra de origem indìgena que significa
(aquela que mora na água).
Na opinião de Cascudo, Iara é simplesmente uma forma literária brasileira para
representar a lenda mediterrânea da sereia sedutora ou da Mãe D'Água do folclore
africano, e não um mito autenticamente brasileiro. Em outras parte do mundo ela é
inimiga humana, principalmente das pessoas que vivem da pesca, é uma
devoradora de carne humana.
Na versão amazônica, segunda a lenda indìgena, a Iara era uma mulher guerreira,
a melhor da tribo, e recebia muitos elogios do seu pai, o pajé. Os irmãos de Iara
tinha muita inveja e resolveram matá-la à noite, enquanto dormia.
Iara, que possuìa uma audição bastante aguçada, os escutou e os matou. Com
medo da reação de seu pai, Iara fugiu. Seu pai realizou uma busca implacável e
conseguiu encontrá-la, sua punição era a pena de morte. Seu corpo fora jogado no
encontro dos rios Negro e Solimões. Alguns peixes levaram a moça até a superfìcie
e a transformaram em uma linda sereia. Habitantes dos rios e lagos da Amazônia a
descrevem como uma mulher repleta de beleza e encantamento ocasionados pela
morte dos seus irmãos.
Sua forma fìsica é de uma mulher com caudas de peixe (uma sereia), ela possui
cabelos negros e olhos castanhos, muito conhecida também como a mãe-d’água,
dizem que ela costuma passar seu tempo admirando sua beleza no reflexo da água,
banhando-se nos rios no final da tarde, cantando uma melodia irresistìvel, assim os
homens que a ouvem não conseguem resistir aos seus desejos e entram na água.
Ela pode cegar de desejo qualquer homem e levar para o fundo do rio no seu reino
encantado onde se casam. Conta a lenda que quando eles conseguem voltar,
acabam enlouquecendo por causa dos encantamentos da sereia, e só o pajé,
consegue quebrar o feitiço.
A Iara é uma importante personagem do folclore amazônico e brasileiro. Os ìndios
tem tanto medo que evitam tomar banho no rio ao final da tarde, e quando entram,
pedem permissão a ela para que nenhum mal aconteça; em alguns lugares fazem
até o sinal da cruz, respeitando a rainha das águas amazônicas e todo seu poder
sobrenatural, valorizando os conhecimentos transmitidos pelos seus antepassados
em temor às sua crendices.
LENDAS AMAZÔNICAS
6 – BOITATÁ
É um Monstro com olhos de fogo enormes. Durante o dia é quase cego, à noite
vê tudo. Diz a lenda que o Boitatá era uma espécie de cobra e foi o único
sobrevivente de um grande dilúvio que cobriu a terra. Desde então anda pelos
campos em busca de restos de animais. As lendas mestiças ou caboclas do folclore,
segundo as quais, o Boitatá é o espìrito das pessoas que não foram batizadas, ou
ainda é visto como almas penadas, ou mesmo o filho da união de irmãos ou
compadres, são crenças religiosas que se juntam às indìgenas e buscam explicar a
lenda e origem com novos conceitos da anomalia sobrenatural.
Algumas vezes assume a forma de uma cobra com os olhos flamejantes do
tamanho de sua cabeça, perseguindo os viajantes noturnos. Às vezes ele é visto
como um facho cintilante de fogo correndo de um lado para outro da mata. A
ciência confirma que existe um fenômeno chamado Fogo-fátuo, que são os gases
inflamáveis que emanam dos pântanos, sepulturas e carcaças de grandes animais
mortos, que vistos de longe, se assemelham a grandes tochas em movimento.
O Boitatá é de origem Indìgena. Em 1560, o Padre Anchieta já relatava a
presença desse mito. Dizia que entre os ìndios era a mais temìvel assombração;
para muitas tribos, é a origem do fogo. Já os negros africanos, também trouxeram o
mito de um ser que habitava as águas profundas, que saìa à noite para caçar, seu
nome era Bia tatá, em outra versão dizem que “Boitatá” foi invenção de padre José
de Anchieta, que o denominou com o termo tupi Mbaetatá – coisa de fogo. A ideia
era de uma luz que se movimentava no espaço, daì, “veio à imagem da marcha
ondulada da serpente”. Foi essa imagem que se consagrou na imaginação popular,
a qual descreve o Boitatá como uma serpente com olhos que parecem dois faróis,
couro transparente que brilha nas noites em que aparece deslizando nas campinas,
nas beiras dos rios. Conta a lenda que houve um perìodo de noite sem fim nas
matas. Dizem que quem encontra esse animal na mata pode ficar louco ou até
morrer. Para evitar desastres maiores os homens acreditam que devem ficar
parado, sem respirar de olhos fechados, porque o Boitatá pode imaginar que é a
fuga de alguém que atirou fogo na mata. Em algumas regiões é visto como protetor
das florestas, e não deixa de ser um grande personagens do folclore.
LENDAS AMAZÔNICAS
7 - CAIPORA
É conhecida também como caiçara, pelos ìndios e os jesuìtas, sendo conhecida
como mãe da mata, a protetora da mata e dos animais. Assim como o curupira ela
costuma agredir os caçadores que matam animais por prazer, aqueles que têm
alimento em sua casa mas saem para caçar. A caipora tem seus pés voltados para
trás, fazendo com que os caçadores percam o rastro e fiquem perdidos na floresta.
Ela às vezes costuma atrair as pessoas com grito e imita a voz humana; para os
ìndios, eles são o demônio da floresta, às vezes são vistos montados em um porco
do mato.
Dentre outras, a descrição desse mito mais frequente na Amazônia é de um ìndio de
pele escura, com o corpo coberto de pelos e cabelos longos. Vive montado numa
espécie de porco-do-mato, carregando sempre uma vara para uns, ou um arpão
para outros. Para os habitantes das florestas é o guardião da vida animal. Sua
missão é proteger a caça. De acordo com os relatos, a caipora e o Mapinguari são
ìndios muito idosos que somem das tribos e se transformam nos personagens
lendários.
Uma carta do Padre Anchieta datada de 1560, dizia: "Aqui há certos demônios, a
que os ìndios chamam Curupira, que os atacam muitas vezes no mato, dando-lhes
açoites e ferindo-os bastante".
Os ìndios, para lhe agradar, deixavam nas clareiras, penas, esteiras e cobertores.
De acordo com a crença, ao entrar na mata, a pessoa deve levar um Rolo de Fumo
para agradá-lo, no caso de cruzar com Ela. Nomes comuns: Caipora, Curupira, Pai
do Mato, Mãe do Mato, Caiçara, Caapora, Anhanga, etc. Origem Provável: É oriundo
da Mitologia Tupi. No site “Assombrados”, a menina conta a historia;
Dois compadres entram na mata, um com oferenda e outro sem.
Então ouviu-se uma voz grossa e pesada
dizendo: "CAIPOOOORA... CAIPOOOORA". O ser se aproximava
dizendo seu nome. Ao chegar bem perto dos dois homens, que no
momento já estavam petrificados, o Caipora cobrou dos dois o seu
fumo, o compadre temeroso havia levado o fumo e o entregou ao
Caipora, já o descrente estava boquiaberto e não sabia o que fazer
diante daquele ser que parecia homem, mas tinha o corpo coberto
por pelos, era da altura das árvores e fumava um cachimbo
enorme! O Caipora então pegou o fumo do compadre temeroso e
logo se virou para cobrar o seu fumo do outro, como este não havia
levado nada o Caipora se enfureceu tanto que pegou o homem,
arrancou sua cabeça e fumou o seu corpo! O outro, ao ver tamanha
barbaridade pegou seu terço nas mãos e rezando disparou correr
em direção à sua casa.
Há vários relatos sobre ele, dos tupis-guaranis, que existia outra variedade de
Caipora, chamada Anhanga, um ser maligno que causava doenças ou matava os
ìndios. O Caipora usa todos seus conhecimentos sobre a vida na floresta para fazer
armadilhas para os caçadores, destruir suas armas e bater nos cães de caça. O
Caipora assusta os caçadores, reproduzindo sons da floresta, além de modificar os
caminhos e rastros para fazer com que os caçadores se percam na floresta. Ainda
diz a lenda que aos domingos, sextas-feiras e dias santos o Caipora age com mais
força e de maneira mais intensa.
O Caipora aprecia o fumo e gosta de cachaça. Para quem lhe oferece esses
produtos, retribui com caça abundante. São trocas de favores fazendo que ambos
fiquem em harmonia, também que antes de sair numa noite de quinta-feira para
caçar no mato, deve-se deixar fumo de corda no tronco de uma árvore e dizer:
"Toma, Caipora, me deixa ir embora”. É um dos grandes mistérios que envolve a
floresta e sues ritos, fazendo parte do cotidiano dos povos que vivem em florestas
densa e que sobrevive do alimentos que a floresta proporciona, é um grande mito
da Amazônia.

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