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COMPREENSÃO

LUANA SCHONARTH

APOSTILA COMPLETA

CURSO PREPARATÓRIO | BANCO DO BRASIL 2021


SOBRE O CONCURSEIRO LIVE
Há muitos anos, grandes professores se juntaram e construíram um lar para
acolher concurseiros de todo o Brasil. Naquela época, fomos inovadores, com
metodologia diferenciada, didática e brincadeiras. Criamos muitas novidades,
como pré-provas, questões comentadas em vídeo, assinatura de cursos –
realmente quebramos muitos paradigmas.
Essa receita foi o que levou à aprovação de dezenas de milhares de alunos do
Brasil todo, nos mais diferentes concursos.
Hoje, esses mesmos professores se juntaram para uma nova proposta, um
novo formato. Muito mais condizente com os tempos atuais, onde as relações
são virtuais. Entendemos que os cursos de hoje oferecem apenas aulas
gravadas, sem foco, sem experiência, sem interação, sem emoção.
É com esse desafio que nasce o Concurseiro Live! Não é à toa que escolhemos
um nome onde o concurseiro é o protagonista, e não apenas um mero
espectador.
Temos a certeza de que, mais uma vez, vamos mudar a maneira de como se
preparar para um concurso público, e o resultado disso será demonstrado
como todos os demais – aprovando as primeiras colocações – dessa vez, no
concurso do Banco do Brasil.

Vem com a gente?

@concurseirolive

Concurseiro Live

Concurseiro Live

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PROF. LUANA SCHONARTH
Graduada em Letras/Português pela UNISC (2016).
Mestra em Letras – Área de Concentração Linguística – pela UNISC (2018).
Professora de Língua Portuguesa e de Redação em cursos preparatórios
para vestibular e para concurso público.

Onde me encontrar?

@luanaschonarth

Luana Schonarth

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SOBRE O MATERIAL - APOSTILA DO BEM
Essa é uma Apostila do Bem, para ter acesso a ela existe dois caminhos:

Sendo aluno
Todos os nossos alunos que compraram o curso do Banco do Brasil têm
acesso a todas as apostilas, disponíveis na plataforma e em nossos grupos
de whats.

Não aluno
Você deverá escolher um valor qualquer, pode ser R$3,00, R$10,00 ou
R$100,00. Isso mesmo, vocês escolhe o valor e faz o download da apostila
em nosso site.

Cursos Grátis
A cada R$100,00 arrecadados em doação de apostilas, iremos doar uma
bolsa para um aluno que quer estudar, mas não tem condições financeiras.

Por esse motivo, chamamos de apostila do bem! Você estuda com um material
melhor do que os materiais que são vendidos como curso, pagando por ele o
valor que desejar, e ainda ajuda alguém que possui dificuldades financeiras e
quer mudar de vida!
Além disso, os primeiros 30 minutos de todas as nossas aulas são
disponibilizados de graça em nosso canal do Youtube. Basta se inscrever, ativar
o “sininho” e se preparar com a melhor equipe de professores!

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30 minutos
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de Videoaulas
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grátis

Apostilas
https://concurseirolive.com.br/
do Bem

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Oi, concurseiro!
Deixa que eu me apresento...

Meu nome é Luana Schonarth, tenho 27 anos, sou professora de Língua Portuguesa e de Redação.
Terminei minha Graduação em Letras, em 2016, na UNISC. Logo iniciei o Mestrado, o qual finalizei
em 2019. De lá pra cá, mergulhei nos estudos alusivos à linguagem, às questões gramaticais e ao
processo de escrita, especialmente de Redação.
Agora, você tem em mãos a apostila de redação, disponibilizada pelo Concurseiro Live e produzida
inteiramente por mim. Um dos meus grandes desejos é construir uma apostila objetiva, que vá
direto ao ponto, que destaque o conteúdo que é necessário para a sua autonomia e para o seu
sucesso na execução da prova.
Aproveito também o espaço para agradecer a confiança no meu trabalho e para desejar um
processo de preparação carregado de ESTUDO e de DETERMINAÇÃO. Penso que pensarmos como
o nosso processo comunicativo, sobre as palavras que utilizamos e os sentidos que elas compõem
é, sem dúvida, uma maneira de nos tornarmos sujeitos melhores. Afinal, as palavras produzem
sentido e criam realidades.
Que você viva intensamente tudo o que o Concurseiro Live vai te oferecer, que você esteja em cada
aula de corpo e de alma. Nossos concurseiros são tão felizes nos resultados porque, além de suporte
técnico, eles têm vontaaaaaaade, deseeeeeeejo de vencer e, consequentemente, trabalham para
isso. Que você também tenha!
Acredita em mim: seu sonho é meu sonho também.

Bons estudos!

Professora Luana Schonarth


Instagram: @luanaschonarth

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CURSO PREPARATÓRIO | BANCO DO BRASIL 2021

SUMÁRIO
1. ESTRATÉGIAS DE LEITURA...........................................................................................8
1.1 FONTE DOS TEXTOS:..................................................................................................8
1.2 AUTOR:......................................................................................................................8
1.3 TÍTULO:......................................................................................................................8
1.4 TÓPICO FRASAL:........................................................................................................8
1.5 PALAVRAS-CHAVE:.....................................................................................................8
1.6 ENUNCIADO DA QUESTÃO:.......................................................................................9
1.7 ESTUDO DAS ALTERNATIVAS:....................................................................................9
2. TEXTO E LINGUAGEM................................................................................................10
2.1 LINGUAGEM VERBAL, LINGUAGEM NÃO VERBAL E LINGUAGEM MISTA...............10
3. VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS.........................................................................................11
3.1 NÍVEIS DE LINGUAGEM:..........................................................................................12
4. FUNÇÕES DA LINGUAGEM.........................................................................................16
5. PRINCIPAIS FIGURAS DE LINGUAGEM.......................................................................18
5.1 FIGURAS DE SOM:...................................................................................................18
5.2 FIGURAS DE CONSTRUÇÃO OU DE SINTAXE:..........................................................18
5.3 FIGURAS DE PENSAMENTO:....................................................................................20
6. LINGUAGEM: DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO.................................................................25
6.1 LINGUAGEM DENOTATIVA:......................................................................................25
6.2 LINGUAGEM CONOTATIVA:.....................................................................................25
7. TIPOLOGIA E GÊNERO TEXTUAL................................................................................30
8. COESÃO E COERÊNCIA...............................................................................................35
9. BÔNUS: QUESTÕES DE COMPREENSÃO TEXTUAL PARA............................................51

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FOCO NA BANCA: prova de Língua Portuguesa
NO EDITAL:
1. Compreensão de textos.
2. Ortografia oficial.
3. Classe e emprego de palavras.
4. Emprego do acento indicativo de crase.
5. Sintaxe da oração e do período.
6. Emprego dos sinais de pontuação.
7. Concordância verbal e nominal.
8. Regência verbal e nominal.
9. Colocação pronominal dos pronomes oblíquos átonos (próclise, mesóclise e ênclise).

IMPORTANTE!
Segundo o edital, dentro dos conteúdos programados para a prova de Língua Portuguesa,
haverá questões de COMPREENSÃO TEXTUAL. O destaque ao termo ocorre porque, habitual
e erroneamente, há uma banalização e uma consequente má aplicação dos conceitos de
COMPREENSÃO e de INTERPRETAÇÃO TEXTUAL.

COMPREENDER INTERPRETAR
Aquilo que é dito em palavras explícitas e depende Considera o sujeito leitor e as suas experiências
da pura decodificação para entender o sentido. Não para compor sentido. Diferentemente da
extrapola o escrito; limita-se às palavras escritas e compreensão, aqui, há a possibilidade de ir
ao sentido que elas constroem no texto. além das palavras postas no texto. As questões
de interpretação exigem mais bagagem por
Segundo o texto... parte do leitor para conseguir construir e captar
O autor do defende que... sentidos maiores, os quais são elaborados com
O texto informa que... o que está escrito e com inferências daquele
No texto, observa-se que... que lê.
Por meio do texto, identifica-se que...
É sugerido pelo autor que... Depreende-se que...
O narrador afirma que... Infere-se que...
A partir deste fragmento do texto, é possível Conclui-se do texto que...
entender que... O texto permite subentender que...
A partir do texto, é correto/errado afirmar que... Qual é a intenção do autor quando afirma que...

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1. ESTRATÉGIAS DE LEITURA

Como qualquer parte e conteúdo da prova, as questões de Língua Portuguesa, direcionando, aqui,
às questões de compreensão textual, exigem estratégias de atenção e de leitura para que, além
otimizar o tempo do candidato, haja um entendimento preciso do que se pede. Para tanto, a seguir,
alguns elementos que compõem as questões, seus sentidos e contribuições serão destacados para
auxiliar no processo consciente de execução da prova.

1.1 Fonte dos textos:


a banca, quando define retirar um determinado texto de um lugar específico, seja ele um livro ou um
site, define uma abordagem textual. Disso, pode-se inferir se haverá opinião, se haverá criticidade,
se haverá uma abordagem mais poetizada, se será mais informativo. As possibilidades de sentido,
assim como as de fonte, são infinitas. O movimento é identificar se a fonte pode contribuir, de
alguma forma, à compreensão do texto.

1.2 Autor:
pode-se encontrar texto assinado por um autor específico, por um veículo de comunicação ou,
ainda, texto não assinado. Isso já ajuda a compreender o gênero textual de que se trata o texto
em questão. Ainda, ao definir autor, com o apoio da fonte, é possível identificar fatores como
formalidade ou informalidade da linguagem, cunho crítico, problematizador ou reflexivo, função
textual.

1.3 Título:
em regra, os textos limitam-se a resumir a mensagem do texto, o que pode facilitar o processo de
compreensão da mensagem. Ainda, há a possibilidade de o título ser uma pergunta ou uma alusão
que, de alguma forma, contribui ao entendimento do leitor.

1.4 Tópico Frasal:


em todo parágrafo, segundo os conceitos básicos da produção textual, deve haver uma frase que
resume a discussão; a isso dá-se o nome de tópico frasal. Logo, ao finalizar a leitura de um parágrafo,
é interessante anotar ou sublinhar o enunciado que resume a discussão.

1.5 Palavras-chave:
ao decorrer da leitura, é possível observar palavras que aparecem de forma sistemática,
repetidamente. Elas, provavelmente, integram a grande questão discutida e, durante o texto, fazem
a manutenção do tema. Então, uma estratégia para bem compreender o texto é ficar atento às
expressões que recebem destaque pela repetição do próprio vocábulo ou do seu sentido, com uso
de sinônimos.

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1.6 Enunciado da questão:


vale ficar atento aos verbos, aos advérbios aos substantivos e aos adjetivos que compõem o
enunciado da questão. Referente a questões de compreensão textual, espera-se que o enunciado
faça o leitor voltar ao texto ou recortar uma parte dele para que se compreenda um fragmento
específico ou o texto na sua completude. Indica-se, especialmente se cada questão é feita a partir
de um texto específico, ler o enunciado antes de fazer a leitura estratégica o texto-base.

1.7 Estudo das alternativas:


destaca-se, em prova de compreensão textual, a alternativa que mais contenha palavras que
estejam ao decorrer do texto-base da questão. Aqui, vale lembrar que compreender é a partir do
texto, e não se consideram inferências ou experiências do leitor. Logo, a alternativa correta será a
que, a reforçar, mais conversar com o que foi dito no texto. Muitas vezes, uma ideia de completude
da alternativa – mesmo que extrapole a mensagem do texto – conduz o leitor a marcar de forma
equivocada.
IMPORTANTE:
erros básicos de compreensão textual no
processo de escolha da alternativa correta

Extrapolação: ocorre quando fazemos associações que estão além dos limites do texto,
ou seja, consideramos nosso poder interpretativo. Isso ocorre especialmente quando
acrescentamos ideias que não estão no texto analisado.
Redução: ocorre quando nos restringimos à significação de uma palavra ou passagem do
texto e, com isso, desconsideramos outros sentidos que contribuem para o entendimento
da mensagem de forma geral. Em resumo, é o contrário da extrapolação. A redução
consiste em privilegiarmos um elemento que é verdadeiro, que está, de fato, no texto,
mas que não é suficiente para a compreensão total da mensagem pretendida.
Contradição: ocorre quando, por uma leitura desatenta, pela não percepção de algumas
relações entre as frases (estabelecidas geralmente por conjunções), pela incompreensão
de um raciocínio, pelo esquecimento de uma ideia dita anteriormente ou pela perda de
uma passagem no desenvolvimento do texto, chega-se a uma conclusão contrária à que
o texto propõe. Por isso, destaca-se a importância de marcar, ao decorrer da leitura, os
tópicos frasais do texto, de forma que, ao retornar ao texto, as frases marcadas ajudam a
resumir os principais sentidos.

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2. TEXTO E LINGUAGEM

O texto é uma ferramenta de comunicação por meio da linguagem, seja verbal (palavras escritas
ou faladas), seja não verbal (desenhos, sinais, gestos, expressões corporais, cores). Por se tratar de
uma ferramenta de comunicação, o texto, independentemente de sua extensão, deve ser capaz de
transmitir mensagens, pensamentos e informações ao leitor, promovendo interação.

2.1 Linguagem verbal, linguagem não verbal e linguagem mista

2.1.1 Linguagem verbal:


expressão ou transmissão de mensagens por meio de palavras escritas ou faladas.

2.1.2 Linguagem não verbal:


expressão ou transmissão de mensagens não realizada por meio de palavras, mas por meio de
desenhos, sinais, gestos, expressões corporais, cores. Exemplos: charges/tirinhas somente com
desenhos (sem palavras), “emojis” sem palavras, semáforo.
Curiosidade: a palavra “emoji” é de origem japonesa, composta pela junção dos elementos “e”
(imagem) e “moji” (letra). Trata-se, pois, de um pictograma ou ideograma, uma imagem capaz de
transmitir a ideia de uma palavra ou frase completa1.

2.1.3 Linguagem mista:


empregada na comunicação que se utiliza, concomitantemente, de linguagem verbal (palavras) e
de linguagem não verbal (desenhos, sinais, gestos, expressões corporais, cores).
Exemplos: charges/tirinhas com palavras e desenhos, placas com palavras e símbolos, anúncios
publicitários.

1 Disponível em: <https://www.significados.com.br/emoji/>.

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3. VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS

Segundo Pestana2, “as diferentes manifestações e realizações da língua, as diversas formas que a
língua possui, decorrentes de fatores de natureza histórica, regional, sociocultural ou situacional
constituem o que chamamos de variações linguísticas”. Saber identificar os diferentes usos
e as diferentes formas de manifestação da língua ao decorrer de um texto é uma competência
comumente exigida dos candidatos.
Tais variações podem ocorrer:
a) em virtude do tempo (palavras que deixaram de ser utilizadas ou que sofreram alteração de
grafia com a passagem do tempo e a evolução da língua). Exemplo: o pronome de tratamento
“vosmecê” foi substituído por “você”;
b) em razão de aspectos geográficos ou regionais (sotaques e regionalismos). Exemplos: “cê”
ou “ocê” (variações de “você”), jerimum (abóbora), macaxeira (mandioca), aipim (mandioca),
bergamota (tangerina), atucanado (preocupado);
c) por razões sociais ou socioculturais (gírias próprias a determinados grupos de pessoas, termos
técnicos compartilhados entre profissionais de uma mesma área de conhecimento ou de
atuação). Exemplos: “saquei” (entendi), “dar um rolê” (passear), “cringe” (algo vergonhoso,
constrangedor), “brainstorm” (tempestade de ideias, técnica empregada para propor soluções
a problemas específicos), “data venia” (expressão utilizada no vocabulário jurídico com a
finalidade de se opor, respeitosamente, ao que foi dito anteriormente);
d) pelo contexto ou situação em que a comunicação é desenvolvida (contexto formal ou informal,
linguagem escrita ou falada). Exemplo: uma entrevista de emprego certamente exige a
utilização de uma linguagem formal, diversamente do que ocorre em uma conversa comum
entre amigos.
Para a prova, não é necessário decorar essas diversas formas de variação da língua; é necessário,
tão somente, conhecer e saber identificar diferentes formas de variação nos textos eventualmente
apresentados pela banca. Geralmente, uma leitura atenta do texto é suficiente para que se
identifique o tipo de variação linguística nele presente.

2 PESTANA, Fernando. A gramática para concursos públicos. – 1. ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013, p. 1302.

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3.1 Níveis de linguagem:

3.1.1 Linguagem formal/culta:


conforme à norma-padrão, adequada às regras gramaticais da língua portuguesa. Há questões
de concursos públicos que exigem do candidato a identificação de orações escritas em linguagem
formal, ou seja, perfeitamente adequadas à norma culta da língua portuguesa. Para tanto, é
importante estar atento à ortografia e à acentuação de palavras, ao adequado emprego das classes
de palavras, bem como às regras de sintaxe, de pontuação, de concordância, de regência e de crase.
Exemplos:
a) Você está muito atrasado.
b) Pedi para a minha psiquiatra uma receita nova.
c) Eu não deveria ter deixado de estudar ontem.
d) Saiu em um carro preto.
e) Vocês estão sofrendo hoje.
f) Os eruditos cidadãos do leste da Irlanda do Norte apresentaram os resultados da pesquisa
desenvolvida.
g) Há (ou existem) pessoas que gostam de ficar tristes.

3.1.2 Linguagem informal/coloquial:


possibilita maior flexibilidade, não exigindo estrito respeito à norma-padrão da língua portuguesa.
É marcada pela espontaneidade dos interlocutores, normalmente presente na língua falada no
cotidiano. O seu enfoque é na adequada transmissão da mensagem para que se estabeleça uma
comunicação efetiva.
Exemplos:
a) Nossa! Você tá muito atrasado.
b) Pedi pra minha psiquiatra uma receita nova.
c) Eu não devia ter deixado de estudar ontem.
d) Saiu num carro preto.
e) Cês tão numa sofrência hoje.
f) Os eruditos cidadãos do leste da Irlanda do Norte, apresentaram os resultados da pesquisa
desenvolvida. = EMPREGO EQUIVOCADO DA VÍRGULA.
g) Tem uma galera que curte ficar down.

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COMO O ASSUNTO JÁ FOI COBRADO EM PROVAS:

1. (COMPERVE - 2021 - UFRN - Técnico em Contabilidade – ADAPTADA)


Para responder à questão, considere o parágrafo transcrito abaixo.
“Hoje estou mais sujeita a partidas alheias. Amigos que vão pro Rio, São Paulo, Santa Catarina,
Japão. E, a cada ida, a cidade fica maior, pois o que é físico torna-se coisa de poeta: saudade. E pra
quem não sabe versar sobre ela, resta uma lágrima envergonhada”.
Algumas escolhas lexicais efetuadas no parágrafo evidenciam traços de uma variante linguística
A) histórica, a exemplo de “Hoje”.
B) situacional, a exemplo de “pro” e “pra”.
C) social, a exemplo de “Amigos”.
D) geográfica, a exemplo de “Rio” e “São Paulo”.

Breve comentário: a utilização das palavras “pro” e “pra”, contrações dos termos “para o”
e “para a”, constitui exemplo da variação linguística situacional, sendo indicativo de uma
linguagem própria a um contexto ou a uma situação informal, assunto que também será
trabalhado no tópico seguinte.

2. (FCC - 2019 - Prefeitura de São José do Rio Preto - SP - Técnico em Radiologia)


Para responder à questão, considere os quadrinhos abaixo.

Nos quadrinhos, observa-se uma linguagem apropriada a um contexto de oralidade e informalidade,


o que se evidencia no emprego
A) do verbo “ter” em vez de “haver” em: Por que uma pessoa tem um cachorro? (1° quadrinho)
B) do pronome ele em vez de “o” em: deixa ele, amarra ele e tranca ele (3° quadrinho)
C) da forma verbal entende em vez de “entenda” em: Você não entende de segurança (4°
quadrinho)
D) de gosta de você em vez de “te gosta” em: existe pelo menos uma criatura no mundo que gosta
de você... (2° quadrinho)
E) de criatura em vez de “pessoa” em: existe pelo menos uma criatura no mundo que gosta de
você (2°quadrinho) e Mas e se essa criatura sai andando por aí (3° quadrinho)

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3. (CESGRANRIO - 2012 - TERMOBAHIA - Técnico de Administração e Controle Júnior)

O fragmento do Texto II que NÃO apresenta linguagem informal é:


A) “Mãe, o que é esse tal de efeito estufa?”
B) “Dizem que os poluentes que lançamos no ar irão reter o calor do sol”
C) “Claro que você já vai ter batido as botas”
D) “Que belo planeta vocês estão deixando para mim, hein?”
E) “Ei, não me falaram nada sobre as calotas polares, tá?”

4. (IESES - 2021 - Prefeitura de Palhoça - SC - Professor de Sala de Informática Pedagógica)


Para responder à questão, leia a tirinha abaixo:

Acerca da linguagem empregada na tirinha, lei as assertivas:


I. A expressão Dê-me um beijo é própria do registro formal. Em situações de emprego coloquial,
mantendo-se o modo verbal, se usaria Me dê um beijo. II. A palavra Bah se configura como um
regionalismo usual da região sul do Brasil. III. A onomatopeia, recurso empregado no segundo
quadrinho, pouco acrescenta para a produção de sentidos da tirinha, pois diminui a expressividade
do discurso.
Pode-se afirmar que:

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A) As assertivas I, II e III estão corretas.


B) Apenas a assertiva II está correta.
C) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
D) Apenas as assertivas I e II estão corretas.

5. (IESES - 2021 - Prefeitura de Palhoça - SC - Professor de Sala de Informática Pedagógica)


Leia o texto abaixo:
O envelhecimento da população é um fato demográfico insuperável. Sabemos que existe uma
possibilidade de aumento da solidão na terceira idade por motivos variados, inclusive pela
dificuldade de estabelecer novos laços significativos e até por questões neuroquímicas. Porém, não
é um destino: a sociabilidade pode ser explorada, e jovens também podem sentir solidão aguda.
(Leandro Karnal. Adaptado. G1 – Portal de Notícias. 2018).
Considerando que o fragmento acima foi retirado de uma entrevista do historiador Leandro Karnal,
pode-se afirmar que as marcas linguísticas empregadas indicam uma linguagem:
A) Jornalística, tendo por base o suporte de veiculação do texto.
B) Culta, adequando-se à situação de comunicação.
C) Coloquial, pelo nível de informalidade expresso no texto.
D) Regional, pela presença de vocábulos próprios de determinada região brasileira.

Gabarito: 1 (B); 2 (B); 3 (B); 4 (D); 5 (B).

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4. FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Para que se estabeleça comunicação, são necessários os seguintes elementos básicos:


a) emissor: que emite a mensagem;
b) receptor: que recebe a mensagem;
c) mensagem: informação transmitida;
d) código: sinais/signos compartilhados entre emissor e receptor para que a transmissão da
mensagem ocorra;
f) canal: meio de comunicação utilizado para a transmissão da mensagem.

A utilização das funções da linguagem depende da intenção daqueles que se comunicam (informar,
expressar sentimentos, convencer, entre outras) e do contexto em que estão inseridos. Se
adequadamente utilizadas, facilitam o entendimento da mensagem e, portanto, a comunicação.
São seis as funções da linguagem, as quais estão intimamente relacionadas aos seis elementos
básicos da comunicação. Vejamos as funções da linguagem e os elementos a que se referem:
a) função EMOTIVA (expressiva) = EMISSOR;
b) função CONATIVA (apelativa) = RECEPTOR;
c) função POÉTICA = MENSAGEM.
d) função METALINGUÍSTICA = CÓDIGO;
e) função REFERENCIAL (informativa ou denotativa) = REFERENTE/CONTEXTO;
f) função FÁTICA = CANAL.

Durante a comunicação, é comum o emprego conjugado das diferentes funções da linguagem,


ou seja, não de forma isolada. Fala-se de textos com predominância da função referencial ou
informativa, com predominância da função emotiva, com predominância da função conativa, por
exemplo, e não com o emprego exclusivo de uma dessas funções.
Cada uma dessas funções pode ser assim conceituada (resumidamente):

A) FUNÇÃO EMOTIVA:
• o emissor exterioriza emoções, sentimentos, opiniões, avaliações;
• emprego da 1ª pessoa (eu);
• predomínio do elemento emocional sobre o lógico;
• aparece nas cartas, na poesia lírica, nas músicas sentimentais, nas opiniões e avaliações.

B) FUNÇÃO CONATIVA:
• se destina a influir na vontade e no comportamento do receptor, a persuadi-lo, a seduzi-lo;
• emprego de vocativo e de verbos no imperativo;
• ocorre, geralmente, em textos de propaganda.

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C) FUNÇÃO POÉTICA:
• dá especial destaque à mensagem que é transmitida, à forma inusitada ou criativa de sua
transmissão;
• privilegia o imprevisto, a inovação, a criatividade;
• produz no leitor ou no ouvinte surpresa e prazer estético;
• emprego de figuras de linguagem, de linguagem conotativa;
• predomina na poesia, mas pode estar presente em textos publicitários, jornalísticos e em
crônicas.

D) FUNÇÃO METALINGUÍSTICA:
• ocorre quando a linguagem procura explicar a si mesma, definindo ou analisando o próprio
código que utiliza;
• empregada nos textos em que se explica o uso da palavra, como nos dicionários, nos poemas
que falam da própria poesia, nas canções que falam de outras canções ou de como as canções
são feitas.

E) FUNÇÃO REFERENCIAL:
• o contexto é da linguagem formal e impessoal;
• busca transmitir informações objetivas, sem comentários e avaliações, a fim de informar o
receptor;
• discurso em 3ª pessoa, impessoalidade, linguagem formal (denotativa);
• presente em textos jornalísticos, didáticos, científicos.

F) FUNÇÃO FÁTICA:
• diz respeito a recursos utilizados para estabelecer contato, para assegurar a eficiência da
comunicação, para prolongar ou para encerrar o contato com o receptor;
• utiliza interjeições, repetições, expressões sem valor semântico;
• empregada na linguagem coloquial, especialmente nos diálogos;
• exemplos: “Oi”, “Tchau”, “Bom dia”, “Pois é...”, “Está entendendo?”, “Valeu”, “E aí”.

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5. PRINCIPAIS FIGURAS DE LINGUAGEM

São as diversas formas de utilização das palavras em sentido figurado ou conotativo. Dão maior
expressão ao texto. Embora as diferentes figuras de linguagem não sejam de constante exigência
em provas de concursos públicos, é importante que o candidato tenha contato com algumas
delas para que compreenda o sentido de construções que podem aparecer ao longo dos textos
apresentados pelas bancas, cuja compreensão será exigida. Atenção! Não se assustem com os
nomes das figuras de linguagem apresentadas. Preocupem-se em entender as nuances entre elas,
em apreciar os exemplos e, por meio deles, em compreender as diversas maneiras de emprego da
nossa língua.

5.1 Figuras de som:


a) Aliteração: repetição ordenada de sons consonantais.
Exemplo: “O rato roeu a roupa do rei de Roma”.
b) Onomatopeia: reprodução de sons ou ruídos naturais.
Exemplo: o tic-tac do relógio não me deixa adormecer.

5.2 Figuras de construção ou de sintaxe:

5.2.1 Anacoluto:
quebra de estrutura, da ordem lógica das ideias, com isolamento de termos que se ligam ao
restante da oração somente pelo sentido. Pode trazer a noção de confusão mental do emissor da
mensagem.
Exemplos:
a) Profissionais da saúde, devemos reconhecer a sua dedicação.
b) Pensando bem, melhor... Ou, então... Não, tentarei de outro modo.
c) A irmã do seu primo, muito desconfiei daquele interesse todo nos negócios da nossa família.

5.2.2 Elipse:
omissão de palavras, expressões ou orações que, no entanto, ficam subentendidas.
Exemplos:
a) Passeava tranquila pela rua, cabelos ao vento = Passeava tranquila pela rua, com os cabelos ao
vento.
b) Ele não merece tanto quanto eu = Ele não merece tanto quanto eu mereço.
c) Por ser dia de trabalho, não podemos nos encontrar = Por ser dia de trabalho, nós não podemos
nos encontrar.

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5.2.3 Zeugma:
omissão de um verbo anteriormente apresentado no texto.
Exemplos:
a) Eu estudo psicologia; ele, direito = Eu estudo psicologia; ela estuda direito.
b) João degustava comida italiana; Márcio, comida tailandesa = João degustava comida italiana;
Márcio degustava comida tailandesa.
c) Com o dinheiro, Fernanda compraria livros e Marcelo, chocolates = Com o dinheiro, Fernanda
compraria livros e Marcelo compraria chocolates.

5.2.4 Pleonasmo:
repetição de uma ideia ou redundância de termos para maior destaque.
Exemplos:
a) Fulano assistiu a tudo com os seus próprios olhos.
b) A menina, ela parecia suplicar por ajuda.
c) “Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa).
d) “Me sorri um sorriso pontual.” (Chico Buarque).
Observação: Pleonasmo vicioso = vício de linguagem (não deve ser empregado na linguagem
escrita formal).
Exemplos:
a) Subir para cima.
b) Entrar para dentro.
c) A vendedora ambulante gritava alto no centro da cidade.
d) A plateia bateu palmas com as mãos ao final do espetáculo.
e) Precisamos estabelecer um elo de ligação.

5.2.5 Hipérbato:
inversão da ordem direta da oração.
Exemplos:
a) De boas intenções, o inferno está cheio. = HIPÉRBATO (inversão da ordem direta).
O inferno está cheio de boas intenções. = ORDEM DIRETA.
b) Uma moeda, o rapaz engoliu.
c Estavam reunidos os familiares ao redor da mesa de jantar.

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5.3 Figuras de pensamento:

5.3.1 Antítese:
emprego de palavras antagônicas para reforçar o sentido de oposição.
Exemplos:
a) “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura” (Ditado popular).
b) “Mas que seja infinito enquanto dure” (Vinicius de Moraes).
c) “Já estou cheio de me sentir vazio, meu corpo é quente e estou sentindo frio.” (Renato Russo).

5.3.2 Comparação:
aproximação de elementos com a finalidade de destacar as suas semelhanças. Utilização
dos seguintes termos: como, tal qual, que nem, feito. Trata-se de uma comparação evidente,
diferentemente da metáfora (que será estudada).
Exemplos:
a) O amor é como uma flor.
b) Meu marido ronca feito um trator.
c) Saiu professor tal qual o seu pai.
d) Tinha os dentes brancos que nem leite.

5.3.3 Metáfora:
utilização de palavras em sentido figurado (conotativo) com a finalidade de dar efeito de
comparação entre elas. Diferentemente da comparação (figura de linguagem acima), não há
emprego de elemento de comparação, que fica implícito (subentendido).
Exemplos:
a) O amor é uma flor. = METÁFORA
O amor é como uma flor. = COMPARAÇÃO
Observação: em ambas as orações há um efeito de comparação entre “amor” e “flor”, mas figuras
de linguagem diversas (metáfora e comparação). Na metáfora, como referido, as palavras são
empregadas em sentido figurado. Com esse exemplo, não se está afirmando que o amor é uma
planta (flor), mas que o amor se assemelha a uma flor pelas suas características (beleza, delicadeza).
b) Ao dormir, meu marido é um trator.
c) A palavra de Deus é semente no coração dos necessitados.
d) O exercício físico é gasolina para o ânimo.

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5.3.4 Ironia:
emprego de palavras ou ideias com sentido oposto ao usual, para dar efeito humorístico ou crítico
à mensagem. Afirma-se algo com a intenção de dizer o contrário.
Exemplos:
a) Seu texto ficou excelente. Nota zero!
b) Fulano demonstrou o seu grande comprometimento com a empresa ao chegar para trabalhar
com duas horas de atraso.
c) Sicrano remove qualquer pessoa do seu caminho para conquistar os seus objetivos. Percebe-se
ser, de fato, alguém muito gentil.
Observação: a ironia deve ser percebida a partir do contexto. Faça uma leitura cuidadosa do texto
apresentado pela banca.

5.3.5 Eufemismo:
figura empregada com a finalidade de suavizar ou abrandar uma expressão ou um fato triste,
desagradável, grosseiro ou chocante.
Exemplos:
a) Andavam pela casa do jeito que vieram ao mundo. (Nus, sem roupas).
b) Depois de muitos dias hospitalizado, nosso amigo descansou. (Faleceu, morreu).
c) Vossa Excelência está faltando com a verdade. (Mentindo).

5.3.6 Hipérbole:
exagero intencional de expressão ou ideia com o objetivo de dar ênfase.
Exemplos:
a) Deixei os colegas morrendo de inveja ontem.
b) Lá vem você com o seu mar de lamentações.
c) Já expliquei mais de mil vezes que não há vírgula entre o sujeito e o predicado.

5.3.7 Personificação ou prosopopeia:


atribuir a seres irracionais ou inanimados, bem como a objetos ou lugares, características ou
sentimentos humanos.
Exemplos:
a) As ruas veem seres perambulando à noite.
b) A fotografia nos olha o tempo inteiro.
c) Lembre-se de que as paredes têm ouvidos.
d) O rio caminha ao redor do nosso terreno.
e) “Meu cachorro me sorriu latindo” (Erasmo Carlos).

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5.3.8 Gradação:
encadeamento de termos ou de ideias para dar sentido de acumulação ou de progressão.
Exemplos:
a) O caos estava instaurado. As vítimas apavoradas, os bandidos em ação e a polícia a caminho.
b) “Eu era pobre. Era subalterno. Era nada.” (Monteiro Lobato).
c) Passaram-se dez, vinte, trinta, cinquenta minutos até eu ser atendido.
d) Nosso filho nasceu, cresceu, amadureceu, estudou e agora atingiu o tão sonhado posto
profissional.

5.3.9 Metonímia ou sinédoque:


emprego de uma palavra no lugar de outra, com a qual mantém relação de sentido. Geralmente,
faz-se referência ao termo que designa a parte de um todo a que se quer referir; ou que designa
a marca de um produto a que se quer referir; ou que designa o autor de uma obra a que se quer
referir; ou que designa o continente de um conteúdo a que se quer referir.
Calma! Seguem exemplos:
a) Relação entre parte e todo:
a.1) Temos cerca de cinquenta cabeças de gado. = Não se está dizendo que há somente as
cabeças (parte) dos animais (todo). É uma maneira de dizer que há cinquenta animais
(inteiros), que podem ser bois, por exemplo.
a.2) Ousa me ofender sob o meu próprio teto? = Teto (parte) / Casa (todo).
a.3) Precisaremos de muitos braços para executar o serviço. = Braços (parte) / Pessoas (todo).
b) Relação entre marca e produto:
b.1) Bebo o meu Nescau todas as manhãs. = Nescau (marca) / líquido com achocolatado em pó
da marca Nescau (produto).
b.2) O jovem sonha em ter uma BMW. = BMW (marca) / automóvel da marca BMW (produto).
c) Relação entre artista e obra:
c.1) Hoje ouvi Marília Mendonça e Rolling Stones. = Marília Mendonça e Rolling Stones (artistas)
/ músicas da Marília Mendonça e músicas dos Rolling Stones (obras).
c.2) Passou horas admirando um Van Gogh. = Van Gogh (artista) / pintura, quadro ou obra de
Van Gogh (obra).
c.3) Costumava ler Shakespeare todas as manhãs. = Shakespeare (artista) / obras, livros de
Shakespeare (obra).
d) Relação entre continente e conteúdo:
d.1) De tanta fome, comi três pratos de comida. = Pratos (continente) / comida (conteúdo).
Quer-se dizer, então, que o sujeito se serviu três vezes de comida, de tanta fome que estava
sentindo.
d.2) Agora bebam o cálice. = Cálice (continente) / líquido que estava dentro do cálice (conteúdo).
A ordem foi para que os destinatários da mensagem bebessem o conteúdo (líquido) do
cálice.
d.3) Devorou o pacote de biscoitos. = Pacote (continente) / biscoitos (conteúdo).

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COMO O ASSUNTO JÁ FOI COBRADO EM PROVAS:

1. (CESGRANRIO - 2018 - Transpetro - Administrador Júnior)

ASSIS, M. de. Memórias Póstumas de Brás Cubas; IN:


CHIARA, A. C. et alli (Orgs.). Machado de Assis para jovens leitores. Rio de Janeiro: Eduerj, 2008.

A palavra carcoma foi empregada metaforicamente no trecho “Um dia confessou-me que trazia
uma triste carcoma na existência” (l. 7-8).
Um outro exemplo de metáfora empregada no texto é:
A) “Lobo Neves, a princípio, metia-me grandes sustos” (l. 1-2)
B) “De fresta que era, chegou a porta escancarada” (l. 6-7)
C) “Evidentemente havia aí uma crise de melancolia; tratei de combatê-la” (l. 17-18)
D) “Entrei na política por gosto, por família, por ambição, e um pouco por vaidade” (l. 21-23)
E) “Lobo Neves recebeu-os com alegria” (l. 43)

Breve comentário: como já visto, a metáfora ocorre com a utilização de uma palavra em seu
sentido figurado (diverso do original), com a finalidade de realizar uma comparação. Percebe-
se a metáfora na alternativa “B”, visto que “fresta” e “porta aberta”, no contexto, referem-
se a Lobo Neves, o qual, embora fosse uma pessoa reservada (era uma fresta), resolveu se
abrir a profundas confissões sobre sua intimidade (chegou a porta escancarada). Logicamente
que Lobo Neves não era uma fresta em sentido literal; tampouco se tornou literalmente porta
aberta ao revelar suas intimidades. Contudo, embora fosse uma fresta, através da qual não
se via muita coisa, passou a se comportar como porta aberta, revelando aspectos do interior
de sua vida privada. Em suma, “de fresta que era” (reservado), “chegou a porta escancarada”
(abriu-se a confissões).

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2. (CESGRANRIO - 2016 - Transpetro - Auditor Junior)

No Texto I, ao descrever o mar, o narrador-personagem o percebe tão vivo, que acaba por atribuir
a ele características humanas.
A oração que exemplifica essa afirmativa é
A) “que resplende ao sol.” (l. 2-3)
B) “que marcham alguns segundos e morrem,” (l. 4-5)
C) “que um desconhecido o vê” (l. 17-18)
D) “Que ele nade bem esses cinquenta ou sessenta metros,” (l. 29-30)
E) “que ele esteja comigo” (l. 38-39)

Gabarito: 1 (B); 2 (B)

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6. LINGUAGEM: DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

6.1 Linguagem denotativa:


emprega palavras em seu sentido literal, próprio, original, objetivo ou real.
Exemplos (compare com os exemplos de linguagem conotativa, logo abaixo):
a) Criminosos incendiaram o estabelecimento comercial.
Incendiar: atear fogo, causar incêndio.
b) A criança se encantou com o leão que havia no zoológico.
Leão: animal.
c) Ergueram-se portões de ferro na frente da casa.
Ferro: material metálico, duro, acinzentado, com muitos empregos na indústria.
d) Os antigos estigmatizavam os criminosos com ferro em brasa.
Estigmatizar: marcar com sinal infamante, causar cicatriz em razão de ferida ou machucado.

6.2 Linguagem conotativa:


emprega palavras em sentido figurado, simbólico, não literal.
Exemplos:
a) Movimentos sociais incendiaram o Brasil com protestos no último sábado.
Incendiar: excitar, revoltar, causar agitação ou desordem.
b) Os contribuintes devem prestar contas ao leão a partir de terça-feira.
Leão: serviço de arrecadação do imposto de renda no Brasil. Faz referência ao fato de a
Receita Federal do Brasil ter escolhido o leão como símbolo do imposto de renda.
c) Se o assunto é proteção aos seus filhos, Osvaldo é um leão.
Leão: ressalta a figura do pai como protetor dos seus filhos, fazendo uma metáfora com o leão, por
ser um animal bravo.
d) Exige-se uma disciplina de ferro para o êxito nos concursos públicos.
Ferro: ressalta a necessidade de uma forte disciplina, fazendo uma metáfora com o ferro, por ser
um material rígido, duro.
e) Os idosos são desprezados e estigmatizados pela sociedade.
Estigmatizar: no contexto, o sentido é figurado, pois não se está dizendo que a sociedade fere,
fisicamente, os idosos, mas que os censura, que os despreza, que diminui a sua relevância, tratando-
os como se fossem incapazes.

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Observações:
a) O sentido das palavras depende do contexto em que estão inseridas. Em questões cujas
alternativas apresentem orações retiradas de um texto apresentado pela banca, compreenda
bem as ideias desse texto e leia as alternativas com calma e com muita atenção;
b) É indispensável ter muita segurança quanto aos conceitos de linguagem ou sentido denotativo
e de linguagem ou sentido conotativo, além de muita atenção ao enunciado da questão.

COMO O ASSUNTO JÁ FOI COBRADO EM PROVAS:

1. (CESGRANRIO - 2019 - UNIRIO - Administrador):

No Texto II, o sentido denotativo e o sentido conotativo convivem.


O trecho do texto em que há somente denotação é:
A) “Noite dessas, ciscando num desses canais a cabo, vi uns caras oferecendo maravilhas
eletrônicas” (l. 1-3)
B) “Minhas necessidades são mais modestas” (l. 6)
C) “contemporâneo das cavernas da informática”. (l. 7-8)
D) “retirei das entranhas de isopor o novo notebook e coloquei-o em cima da mesa.” (l. 16-17)
E) “houve um corte na memória e vi diante de mim o meu primeiro estojo escolar.” (l. 19-20)

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Dicas:
• Sentido denotativo de ciscar: tirar/afastar ou juntar/reunir ciscos, gravetos e folhas; limpar
o solo, tirar os ciscos do solo, em busca de alimentos (como fazem as aves).
• Sentido denotativo de modesto: isento de vaidade; simples, despretensioso; não luxuoso;
limitado; não excessivo, moderado, módico.
• Sentido denotativo de caverna: cavidade natural e subterrânea, especialmente em
terrenos rochosos; gruta; cavidade profunda.
• Sentido denotativo de entranha: vísceras da cavidade torácica, especialmente da
abdominal; útero, ventre materno.
• Sentido denotativo de cortar: separar, dividir em partes, apartar, utilizando algum
instrumento ou as próprias mãos.

2. (CESGRANRIO - 2015 - Petrobras - Advogado Júnior)

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As palavras são empregadas no sentido denotativo, literal, em estado de dicionário ou no sentido


conotativo, figurado.
A palavra do texto, destacada, está empregada no sentido figurado em:

A) “o principal traço característico do debate público sobre desenvolvimento global, seja em nível
local ou global, neste alvorecer do século XXI.” (l. 2-5)
B) “alcançando, de forma conceitualmente imprecisa, o universo vocabular do cidadão.” (l. 9-10)
C) “em estágio avançado nos países industrializados, constituem uma tendência dominante
mesmo para economias menos industrializadas” (l. 25-27)
D) “Esse novo paradigma tem as seguintes características fundamentais: a informação é sua
matéria-prima” (l. 31-33)
E) “processos sociais e transformação tecnológica resultam de uma interação complexa” (l. 51-53)

3. (Provas: CESGRANRIO - 2012 - Innova - Técnico de Segurança Júnior)


Considere o sentido da palavra em destaque no trecho abaixo, retirada do Texto I.
“Estava exausto, com o nó da gravata frouxo no pescoço, o colarinho desabotoado, a cabeça jogada
para trás, o walkman a todo o volume e os fones enterrados nos ouvidos”. (L. 3-6).
A palavra destacada apresenta sentido
A) literal
B) figurado
C) irônico
D) pejorativo
E) denotativo

4. (AMEOSC - 2021 - Prefeitura de Belmonte - SC - Controle Interno)


Assinale abaixo a alternativa que apresenta sentido conotativo:
A) O técnico expirava aliviado, numa grande calmaria, ao final do jogo.
B) Os torcedores gritaram em frenesi da arquibancada.
C) O chute fez a bola dançar no ar em direção ao gol.
D) O juiz conduziu muito bem a partida.

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5. (FCC - 2016 - SEGEP-MA - Técnico da Receita Estadual - Arrecadação e Fiscalização de Mercadorias


em Trânsito - Conhecimentos Gerais)
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
A tragédia vinha sendo anunciada: desde o começo do ano, Nabiré parecia cansada. Portadora
de um cisto no ovário, carregava seu corpo de 31 anos e 2 toneladas com mais dificuldade. Ainda
assim, atravessou aquele 27 de julho em relativa normalidade. Comeu feno, caminhou na areia,
rolou na poça de lama para proteger-se do sol. Ao fim da tarde, recolheu-se aos seus aposentos –
uma área fechada no zoológico Dvůr Králové, na República Tcheca. Deitou-se, dormiu – e nunca mais
acordou. No dia seguinte, o diretor da instituição descreveria a perda como “terrível”, definindo-a
como “um símbolo do declínio catastrófico dos rinocerontes devido à ganância humana”.
Nabiré representava 20% dos rinocerontes-brancos-do-norte ainda vivos. A espécie está extinta
na natureza. Dos quatro remanescentes, três vivem numa reserva ecológica no Quênia, protegidos
por homens armados. O restante – uma fêmea chamada Nola – mora num zoológico nos Estados
Unidos. São todos idosos e, até que se prove o contrário, inférteis.
Surgido como um adorno que conferia sucesso reprodutivo ao portador (como a juba, no caso
do leão), o chifre acabaria por selar o destino trágico do paquiderme. Passou a ser usado para tratar
diversas doenças na medicina oriental. De nada valeram inúmeros estudos científicos mostrando a
inocuidade da substância. O chifre virou artigo valiosíssimo no mercado negro da caça.
Segundo estimativas, no começo do século XX a ordem dos rinocerontes era representada por
um plantel de meio milhão de animais. Hoje restam apenas 29 mil, divididos em cinco espécies. A
que está em estado mais crítico é a subespécie branca-do-norte.
O rinoceronte-branco-do-norte era endêmico do Congo – país que ainda sofre os efeitos de uma
guerra civil iniciada em 1996 que já deixou um saldo de ao menos 5 milhões de pessoas mortas.
Diante desse quadro, não houve quem zelasse pelo animal.
Nabiré foi um dos quatro rinocerontes-brancos-do-norte nascidos em cativeiro, no próprio
zoológico. Após o nascimento de Fatu, no mesmo zoológico, quinze anos mais tarde, nenhuma
outra fêmea de rinoceronte-branco-do-norte conseguiu engravidar. Por isso, em 2009, os quatro
rinocerontes-brancos-do-norte que faziam companhia a Nabiré foram levados para um reserva no
Quênia. Como nem a inseminação artificial tivesse funcionado, havia a esperança última de que um
habitat selvagem pudesse surtir algum efeito. Porém, não houve resultado.
Nabiré não viajou com o grupo por ser portadora de uma doença: nasceu com ovário policístico,
o que a tornava infértil. “Foi a rinoceronte mais doce que tivemos no zoológico”, disse o diretor
de projetos internacionais do zoológico. “Nasceu e cresceu aqui. Foi como perder um membro da
família.”
Há uma esperança remota de que a espécie ainda seja preservada por fertilização in vitro.
“Nossa única esperança é a tecnologia”, completou o diretor. “Mas é triste atingir um ponto em
que a salvação está em um laboratório. Chegamos tarde. A espécie tinha que ter sido protegida na
natureza.”
(Adaptado de: KAZ, Roberto. Revista Piauí. Disponível em: http://revistapiaui.estadao.com.br/materia/eramos-cinco)

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No contexto, está usado em sentido figurado o elemento que se encontra em destaque em:
A) Foi a rinoceronte mais doce que tivemos no zoológico.
B) ... a ordem dos rinocerontes era representada por um plantel de meio milhão de animais.
C) Surgido como um adorno que conferia sucesso reprodutivo ao portador...
D) São todos idosos e, até que se prove o contrário, inférteis.
E) O restante – uma fêmea chamada Nola – mora num zoológico os Estados Unidos.

Gabarito: 1 (B); 2 (A); 3 (B); 4 (C); 5 (A)

7. TIPOLOGIA E GÊNERO TEXTUAL

As tipologias textuais, também chamadas de tipos textuais ou tipos de texto, são as diferentes
formas que um texto pode apresentar, visando responder a diferentes intenções comunicativas. A
construção do texto depende, então, da intenção que o autor tem ao escrever: contar, descrever,
argumentar, informar, dissertar.
Diferentes tipos de texto apresentam diferentes características: estrutura, construções de frase,
linguagem, vocabulário, tempos verbais, relações lógicas, modo de interação com o leitor.
A tipologia textual é dividida em cinco tipos de textos:
a) Tipologia narrativa (narração): contar uma história incluindo enredo, tempo, espaço e
personagens envolvidos.
b) Tipologia descritiva (descrição): descrever uma pessoa, um objeto, um local, um acontecimento.
c) Tipologia dissertativa (dissertação): defender uma ideia e expor uma opinião através de
argumentações.
d) Tipologia expositiva (exposição): apresentar um conceito, uma ideia, ou informar sobre algo.
e) Tipologia injuntiva (injunção): ensinar ou instruir sobre algo com o objetivo de levar a uma
ação.

Características gerais das tipologias textuais:


a. Características da tipologia narrativa:
• Revela a sequência de acontecimentos de uma história;
• Os fatos e as ações são relatados por um narrador (foco narrativo) que participa ou não da
trama;
• Presença de personagens principais (protagonistas), que aparecem com maior frequência e
são mais importantes na história, e personagens secundários (coadjuvantes);
• Marcação de tempo (tempo cronológico) através de datas e momentos históricos, ou o
tempo individual de cada personagem (tempo psicológico);
• Indicação do local onde se desenvolve a história e que podem ser físicos (reais ou
imaginários) ou psicológicos (na mente das personagens).

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b. Características da tipologia descritiva:


• Aponta os principais atributos e aspectos de algo;
• Realiza um retrato verbal sobre algo;
• Valoriza os detalhes, os pormenores e as minúcias;
• Utiliza muitos adjetivos para detalhar o objeto descrito;
• Usa verbos de ligação (ser, estar, parecer) para demostrar o objeto descrito;
• Presença de verbos no pretérito imperfeito e no presente do indicativo para descrever
cenas;
• Recorre às metáforas e às comparações que permitem uma melhor imagem mental do que
está sendo descrito.
c. Características da tipologia dissertativa
• Textos escritos na terceira pessoa do plural;
• Presença de apreciações, opiniões e juízos de valor do autor do texto;
• Foco na formação da opinião do leitor, persuadindo-o;
• Uso da norma culta (linguagem formal);
• Recorre à coerência e à coesão para criar uma argumentação lógica e bem conectada pelos
elementos coesivos;
• Utilização de dados, exemplos e estatísticas de outras pesquisas para corroborar suas
ideias;
• Explicações fundamentadas em outros autores, por exemplo, para a defesa do tema com
mais propriedade.
d. Características da tipologia expositiva
• Textos escritos ou orais sem opiniões do autor;
• Uso de uma linguagem clara e direta;
• Produções textuais informativas e objetivas, sem juízo de valor;
• Uso de informações, dados e referências para expor o tema;
• Recorre a definições, a conceitos para explicar os temas;
• Utiliza comparações e enumerações para facilitar o entendimento.

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e. Características da tipologia injuntiva


• Visam instruir ou ensinar algo a alguém;
• Foco na explicação e no método para a realização de algo;
• Textos objetivos, sem espaço para outras interpretações;
• Uso da linguagem simples e objetiva, e, por vezes, técnica;
• Presença da linguagem formal, baseada na norma culta;
• Utilização de verbos no imperativo, que denotam ordem.
Diferença entre tipologia e gêneros textuais
As tipologias textuais são textos orais ou escritos que possuem uma estrutura fixa e objetivos
bem definidos: relatar um acontecimento, descrever uma pessoa, defender ou apresentar uma
ideia, ensinar a fazer algo. Elas são classificadas em cinco tipos: narração, descrição, dissertação,
exposição e injunção.
Já os gêneros textuais são textos orais ou escritos mais específicos determinados pela intenção
comunicativa, o contexto em que são utilizados. Eles determinam características específicas do
texto, tanto de estrutura quanto de composição da mensagem.
Pode-se afirmar que as tipologias trabalham diretamente para os gêneros, visto que todos os
gêneros constroem sua mensagem por meio de uma tipologia específica. Na sequência, alguns
exemplos:
• Exemplos de gêneros textuais narrativos: romance, conta e novela.
• Exemplos de gêneros textuais descritivos: biografia, cardápio e notícia.
• Exemplos de gêneros textuais dissertativos: monografia, artigo e resenha.
• Exemplos de gêneros textuais expositivos: seminário, palestra e entrevista.
• Exemplos de gêneros textuais injuntivos: receitas, propagandas e manuais.

GÊNEROS TEXTUAIS
É o nome que se dá às diferentes formas de linguagem empregadas nos textos. Estas formas podem
ser mais formais ou mais informais, e até se mesclarem em um mesmo texto, porém este será
nomeado com o gênero que prevalecer!
Os gêneros textuais estão intimamente ligados à nossa situação cotidiana. Eles existem como
mecanismo de organização das atividades sociocomunicativas do dia a dia. Sendo assim, gêneros
textuais são tipos específicos de textos de qualquer natureza, literários ou não literários, cujas
modalidades discursivas são como formas de organizar a linguagem.
Dá-se aos textos nomes específicos. Junto ao nome, também são atribuídas a eles características
quanto à formatação, à estrutura, à linguagem, o poder informativo, à veracidade. Não é possível
afirmar quantos gêneros textuais existem, porque, como já mencionado, eles são dinâmicos e
se adaptam às demandas da atualidade. Logo, o faz, por exemplo, é uma forma de comunicação

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via linguagem escrita (gênero) que caiu em desuso em razão de adaptações tecnológicas. Em
contrapartida, outros gêneros textuais nasceram, como e-mail, whatsapp. Vê-se, então, que os
gêneros são representações linguísticas de formas específicas de comunicação.

Exemplos de gêneros textuais cobrados em prova:


HISTÓRIA EM QUADRINHO:
História em quadrinhos é um gênero textual que tem características diferentes de outros tipos de
texto por utilizar, principalmente, a imagem para narrar a história ao leitor. É uma arte sequencial,
em que os desenhos, dispostos nos quadrinhos, dão informações para que o leitor compreenda a
mensagem. Por essa razão é que as HQs são tão populares e atingem crianças em idade pré-escolar,
já que a leitura da palavra não é o único recurso para que o leitor entre em contato com o texto.
Aqui, mensagem enviada tem um tom crítico e/ou humorizado.

EDITORIAL
O texto editorial é um tipo de texto jornalístico que geralmente aparece no início das colunas.
Diferente dos outros textos que compõem um jornal, de caráter informativo, os editoriais são
textos opinativos.
Embora sejam textos de caráter subjetivo, eles podem apresentar certa objetividade. Isso porque
são os editoriais que apresentam os assuntos que serão abordados em cada seção do jornal, ou
seja, Política, Economia, Cultura, Esporte, Turismo, País, Cidade, Classificados, entre outros.
Os textos são organizados pelos editorialistas, que expressam as opiniões da equipe e, por isso,
não recebem a assinatura do autor. No geral, eles apresentam a opinião do meio de comunicação
(revista, jornal, rádio, etc.).
RESENHA-CRÍTICA:
É um texto que, além de resumir o objeto, faz uma avaliação sobre ele, uma crítica, apontando
os aspectos positivos e negativos. Trata-se, portanto, de um texto de informação e de opinião,
também denominado de recensão crítica. O objetivo da resenha é divulgar objetos de consumo
cultural: livros, filmes peças de teatro, etc. Por isso a resenha é um texto de caráter efêmero, pois
“envelhece” rapidamente, muito mais que outros textos de natureza opinativa.

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CRÔNICA
A crônica é um gênero textual muito presente em jornais e revistas. Em geral, os assuntos abordados
em textos desse tipo são voltados ao cotidiano das cidades – a crônica pode ser entendida como
um retrato verbal particular dos acontecimentos urbanos. Os bons cronistas são aqueles que
conseguem perceber, no dia a dia de suas vidas, impressões, ideias ou visões da realidade que não
foram percebidas por todos. Embora não seja uma regra, as crônicas costumam tratar de assuntos
mais leves e de um modo humorístico.
É um gênero discursivo que mescla a tipologia narrativa com trechos reflexivos e, em alguns casos,
argumentativos. A linguagem da crônica costuma ser leve, marcada por coloquialidade e, não raro,
cada cronista tem seu estilo próprio no uso das palavras. Os temas comuns a esse gênero são os
mais variados possíveis. Qualquer assunto cotidiano pode ser motivo de crônica. Por ser um gênero
nascido na cidade, é comum que tudo que ocorra no ambiente urbano passe a ser escrito em forma
de crônica.

CHARGE

Charge é um gênero jornalístico que se utiliza da imagem para expressar à coletividade o


posicionamento editorial do veículo. É uma crítica carregada de ironia e que reflete situações do
cotidiano.
CONTO
O conto é um tipo de texto ficcional. Isso significa que as narrativas trazidas nas histórias são curtas,
centralizadas em certo acontecimento e marcadas por um momento de grande tensão, chamado de
clímax. Além disso, geralmente apresenta poucos personagens, os espaços e cenários são reduzidos
e o tempo é limitado.
Esse tipo de gênero literário é fechado e objetivo, pois caracteriza-se por um início, meio (onde
o clímax se revela) e situação final. Diferentemente da novela ou romance, cuja trama envolve
enredos secundários, é formado por apenas uma história e conflito.
Aqui, não há vínculo com a realidade dos fatos. Por ser um texto literário, o autor tem a liberdade de
criar enredos ficcionais, garantindo, de forma a prezar pela qualidade do texto, a verossimilhança,
ou seja, uma lógica coerente de acontecimentos.

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8. COESÃO E COERÊNCIA

Chama-se texto um conjunto de palavras, de frases, de parágrafos que, juntos, compõem um


sentido completo. Essa afirmação coloca em questão o conceito de COESÃO e de COERÊNCIA
textual. Um texto coeso e, portanto, coerente tem suas ideias conectadas, de forma a fazer o leitor
compreender que cada parte do texto importa e contribui ao entendimento máximo.

O esquema acima é um exemplo de relações feitas no processo de construção do texto. Ao escrever,


afirmamos, questionamos, buscamos afirmações já mencionadas para explicar outro ponto. Ao
iniciarmos uma ideia, estabelecemos relações com outras abordagens, outros sentidos já expostos
no texto. A este movimento linguístico e semântico que ocorre no processo de escrita damos no
nome de COESÃO TEXTUAL.
A COERÊNCIA, assim, passa a ser uma consequência de um trabalho coesivo bem-feito. Se, ao longo
da escrita, aplica-se palavras que fazem este trabalho de resgate de ideias e que relacionam as
frases com os sentidos pretendidos por aquele que escreve de forma clara, o texto passa a fazer
sentido, a ter lógica; é, portanto, COERENTE.
Vale destacar que esta ligação entre as ideias ocorre não apenas entre frases, mas também
entre parágrafos, de forma que a composição textual seja interligada como m todo e que o leitor
compreenda quando a ideia está sendo apresentada e finalizada.

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PRINCIPAIS ELEMENTOS REFERENCIAIS

POR USO DE FORMAS GRAMATICAIS

A. Substituição por pronomes, advérbios, etc.


Ex.: Os alunos estudam todos os dias para passar na prova. Eles são reconhecidos pelo esforço.
Observe-se o uso do pronome pessoal “eles”, que retoma “alunos”.
Ex.: Na escola, há diversas formas de trabalhar as habilidades textuais. Lá, os alunos têm acesso a
aulas de produção textual.
Observe-se o uso do advérbio de lugar “lá”, que retoma o termo “escola”.
B. Definitivação: artigos definidos e indefinidos
Ex.: Muitas dificuldades são reconhecidas pelos professores de Língua Portuguesa. Uma é a
fragilidade do ato de escrever.
Observe-se o uso do artigo indefinido “uma” faz referência a “muitas dificuldades”.
Ex.: Comprei uma bolsa linda no shopping. A bolsa foi feita à mão por costureiras que moram no
interior do Nordeste brasileiro.
Observe-se o uso do artigo definido “a”, que se refere anaforicamente à informação
precedente, “uma bolsa”.
C. Elipse: posição “vazia”
Ex.: Os professores de Matemática tiveram encontro com a coordenação da escola, os Ø de
Geografia e os Ø de Língua Portuguesa não tiveram essa oportunidade.
Observe-se o uso das posições vazias sinalizam a elipse do substantivo “PROFESSORES”.
D. Numerais (números cardinais, ordinais, fracionais...)
Ex.: Há várias reivindicações sobre falta de incentivo à leitura no Brasil. Duas dizem respeito à escola
e à família.
Observe-se que o termo “duas” retoma “reivindicações”.

POR USO DE FORMAS LEXICAIS

A. Relação de sinonímia
Ex.: O trabalho sobre violência urbana foi apresentado pela aluna. A estudante tinha a intenção de
valorizar a importância da ação da polícia.
Observe-se o uso do termo “estudante” como um sinônimo de “aluna”.
B. Relação de hiperonímia-hiponímia
Ex.: Aquela jovem ama sorvete de vários sabores. O de chocolate é o seu favorito.
Observe-se que a formulação “de chocolate” é um hipônimo do hiperônimo “sabores”.

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C. Nomes genéricos
Ex.: Algumas pessoas entrevistadas acreditam existir prejuízos aos sujeitos que decidem se vacinar.
A hipótese é refutada pelos estudiosos da área da infectologia.
Observe-se como “hipótese” retoma a ideia de que algumas pessoas acham que aquecimento
global não existe. Tal retomada poderia ser feita por um termo como “fato” ou “crença”, em um
texto relativamente “neutro”, bem como por “disparate” ou “equívoco”, em um texto mais incisivo
ideologicamente. Do ponto de vista da coesão, qualquer dos termos citados é igualmente adequado
como recurso articulatório do texto.
D. Nominalizações
Ex.: Os alunos se manifestaram protestando contra o recesso escolar. A manifestação chamou a
atenção da mídia e das autoridades, e instaurou-se uma investigação.
Observe-se que o substantivo abstrato “manifestação”, no segundo período, retoma
o verbo “manifestar” do primeiro período. O mesmo recurso poderia acontecer,
hipoteticamente, entre “protestar” e “protesto”.

DESTAQUE ÀS CONJUNÇÕES E AOS SENTIDOS PRETENDIDOS

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS (mais recorrentes)


• Aditiva: E, nem, não só, mas também.
Exemplos:
a) Fui ao shopping e comi um sanduíche.
b) Ele não me agradece, nem eu lhe dou tempo.
• Adversativa: Mas, porém, entretanto, no entanto, contudo, todavia, não obstante.
Exemplos:
a) Matheus desistiu de comprar um automóvel, porém ele tem vontade de possuir um veículo.
b) As pessoas gostam de comprar, mas ninguém está fazendo dívidas atualmente.
• Alternativa: Ou… ou (pode vir duplicada ou não), ora… ora, quer… quer, seja… seja, nem… nem.
Exemplos:
a) Seja trabalhador, seja estudante, todos merecem respeito.
b) Ora tem muito sono, ora tem insônia.
• Conclusiva: Portanto, logo, assim, pois (após o verbo), por conseguinte, por isso, diante disso
(repare que as três últimas são locuções conjuntivas, ou seja, mais de uma palavra exerce o
papel de conjunção).
Exemplos:
a) Encontrei, pois, Alexandre, quando estive no parque Ibirapuera.
b) O prazo de entrega das atividades termina hoje, logo, conclua-as rapidamente.

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• Explicativa: Porque, que, porquanto, pois (antes do verbo).


Exemplos:
a) A festa foi um desastre, pois a energia elétrica foi cortada.
b) A escolha da roupa foi equivocada, porque não foi compatível com a sugestão presente no
convite de casamento.

CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS (mais recorrentes)


• Causais: porque, pois, por isso que, uma vez que, visto que, já que, porquanto, como, desde
que, etc.
Exemplos:
Como estava com dor de barriga, decidi tomar um remédio.
Não irei viajar de carro no final de semana, pois está na oficina.
• Concessivas: embora, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais que, posto
que, conquanto, etc.
Exemplos:
Embora o número de casos de Covid-19 tenha crescido no Brasil, muitas pessoas negligenciam
os cuidados.
Apesar de fazer exercícios todos os dias, Maria ainda não chegou ao peso esperado.
• Condicionais: se, caso, salvo se, desde que, contanto que, dado que, a menos que, a não ser
que, exceto se, etc.
Exemplos:
Se eu conseguir passar no vestibular, vou estudar Medicina.
Ligue para o veterinário, caso o seu cachorro ainda precise de cuidados.
• Conformativas: conforme, segundo, como, consoante.
Exemplos:
Segundo dados da pesquisa divulgada pelo IBGE, a taxa de desemprego chegou a 13,8% no
Brasil.
Conforme especialistas, crianças que não dormem bem estão mais expostas a riscos de
obesidade e depressão.
• Comparativas: como, assim como, como se, bem como, que nem, que e do que (precedido de
mais, menos, maior, menor, melhor, pior), tal qual, etc.
Exemplos:
Estou mais motivada a estudar do que semana passada.
Pedro caiu da bicicleta como se tivesse levado um empurrão.

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• Consecutivas: que, de modo que, de maneira que, tamanho, de forma que, de sorte que, de tal
forma, etc.
Exemplos:
A surpresa foi tamanha que a levou um susto.
As aulas presenciais foram suspensas, de modo que os alunos tiveram que se adaptar com os
estudos domiciliares.
• Finais: para, para que, a fim de que, porque (no sentido de que), que.
Exemplos:
Todos reviram a redação para que não houvesse erros gramaticais.
Faço exercício todos os dias a fim de manter minha saúde.
• Proporcionais: à proporção que, ao passo que, à medida que, quanto mais, quanto menos,
enquanto, etc.
Exemplos:
Quanto mais você estuda, maiores são as chances de compreender.
Minha resistência à corrida aumenta à medida que intensifico a atividade
• Temporais: quando, depois que, desde que, logo que, assim que, sempre que, antes/depois
que, até que, cada vez que, todas as vezes que, etc.
Exemplos:
Desde que você foi morar longe, sinto muito saudade sua.
Gostei daquela roupa assim que a vi na loja.

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COMO O ASSUNTO JÁ FOI COBRADO EM PROVAS:


QUESTÕES DE COESÃO E COERÊNCIA – CESGRANRIO E OUTRAS BANCAS

1. Prova: CESGRANRIO - 2021 - Banco da Amazônia - Técnico Científico

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No trecho “Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!” (l. 54-55), o segundo período apresenta,
em relação à informação explicitada no primeiro, uma noção de
A) causa
B) condição
C) consequência
D) modo
E) tempo

2. Prova: CESGRANRIO - 2019 - UNIRIO - Administrador

O trecho que tem seu sentido inviabilizado pela inversão na ordem de suas orações é
A) Quando as velhas lembranças insistem em voltar, precisamos aceitar a realidade.
B) À medida que envelhecemos, valorizamos mais as lembranças do passado.
C) Para que possamos viver bem o presente, temos de valorizar o passado.
D) Como tudo aconteceu muito rapidamente, não notei sua ausência.
E) Embora seja sempre uma aliada, a tecnologia afasta as pessoas.

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3. Prova: CESGRANRIO - 2016 - IBGE - Agente de Pesquisas por Telefone

O Texto II estabelece uma oposição entre as seguintes ideias:


A) “conseguir uma promoção” (l. 2-3) e “ganhar uma bolsa de estudos” (l. 3-4)
B) “atingimento de metas” (l. 8) e “despreocupação com essa busca” (l. 18)
C) “relativizar as chatices diárias” (l. 20-21) e “tirar proveito do imprevisto” (l. 27)
D) “ficar assombrado consigo próprio” (l. 27-28) e “aturar o inevitável” (l. 26)
E) “patrulha do pensamento” (l. 38-39) e “adequação à sociedade” (l. 40)

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4. Prova: CESGRANRIO - 2016 - IBGE - Agente de Pesquisas por Telefone

O trecho do Texto I “perda de espécies, colapso da estrutura florestal e redução de serviços


ambientais importantes para o bem-estar humano” (l. 27-29) é retomado pela expressão
A) “nessa parcela da mata” (l. 7-8)
B) “nesse cenário” (l. 23)
C) “Esses são os efeitos” (l. 30)
D) “outras perturbações” (l. 32)
E) “Um desses estudos” (l. 37)

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5. Prova: CESGRANRIO - 2016 - IBGE - Supervisor de Pesquisas - Tecnologia de Informação e


Comunicação

Em “Seu vazio não tem o conforto da proximidade da próxima comida.” (Texto I, l. 49-51), o pronome
em destaque apresenta como referente a palavra
A) fome
B) Deus
C) nós
D) refeições
E) barriga

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6. Prova: CESGRANRIO - 2016 - IBGE - Agente de Pesquisas e Mapeamento

A palavra ou a expressão a que se refere o termo destacado está corretamente explicitada entre
colchetes em
A) “Esse gás poderia ser transportado por tubulações” (l. 31) [carvão mineral]
B) “Ao longo de nossa evolução, desenvolvemos uma forma muito eficiente de detectar a luz” (l.
1-2) [cientistas]
C) “a eficiência desses dispositivos foi aumentada” (l. 23-24) [óleo animal ou vegetal]
D) “Para que pudesse enxergar seu caminho à noite, o homem buscou o desenvolvimento de
fontes de iluminação artificial.” (l. 9-11) [homem]
E) “Esse órgão nos permite enxergar formas e cores de maneira ímpar.” (l. 3-4) [luz]

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7. Prova: CESGRANRIO - 2010 - Petrobras - Todos os Cargos - Nível Médio - Conhecimentos Básicos

Assinale a opção em que, na linha argumentativa do texto, NÃO há correspondência entre a ideia
introduzida pelo conector destacado e o valor a ela atribuído.
A) “mas podem ser corrigidos.” (L. 16) – [oposição]
B) “Quando você passar por uma tragédia,” (L. 17) – [tempo]
C) “Para salvar seu crédito,” (L. 43-44) – [finalidade]
D) “...se você quer ser bem sucedido.” (L. 46-47) – [condição]
E) “O sucesso, pois, decorre da perseverança...” (L. 59) – [explicação]

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8. Provas: CESGRANRIO - 2012 - CMB - Assistente Técnico Administrativo - Programador de Computador


Em um texto, as frases relacionam-se umas com as outras, estabelecendo entre si relações que
contribuem para a construção do sentido do texto. Essas relações podem não ser explicitadas por
meio do uso de um conectivo, como é o caso das duas frases do fragmento abaixo.
“Fui logo dizendo que não tinha, certa de que ele estava pedindo dinheiro. Não estava.” (L. 2-4)
A relação construída entre essas duas frases pode ser expressa, sem alteração de sentido, pelo
seguinte conectivo:
A) onde
B) como
C) contudo
D) portanto
E) conforme

9. Prova: CESGRANRIO - 2010 - Petrobras - Todos os Cargos - Nível Médio - Conhecimentos Básicos

No sexto parágrafo, o primeiro período estrutura-se por

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A) uma relação de oposição


B) uma relação de comparação.
C) causa e efeito.
D) análise e classificação.
E) apresentação de fatos.

10. FCC - 2011 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Técnico Judiciário - Tecnologia da Informação
Após a década de 1950, as palavras que dominavam as sociedades de consumo ocidentais não eram
mais as de escritores seculares, mas as marcas comerciais de produtos ou do que se podia comprar.
As imagens que se tornaram ícones de tais sociedades eram as das diversões e consumo de massa:
astros e latas. Não surpreende que na década de 1950, no coração da democracia de consumo, a
principal escola de pintores abdicasse diante de fabricantes de imagens tão mais poderosas que a arte
anacrônica. A arte pop passava o tempo reproduzindo, com tanta exatidão e insensibilidade quanto
possível, os badulaques do comercialismo americano: latas de sopa, bandeiras, Marilyn Monroe.
Insignificante como arte (no sentido que o século XIX deu à palavra), essa corrente, apesar disso,
reconhecia que o triunfo do mercado de massa se baseava, de modo bastante profundo, na
satisfação das necessidades tanto espirituais quanto materiais dos consumidores, fato do qual as
agências de publicidade há muito tinham consciência quando destinavam suas campanhas a vender
não o sabonete, mas o sonho de beleza, não as latas de sopa, mas a felicidade familiar. O que se
tornou cada vez mais claro foi que isso tinha o que se podia chamar de uma dimensão estética,
uma criatividade de base, ocasionalmente ativa mas sobretudo passiva, que os produtores tinham
de competir para oferecer. Como dizia o populismo partilhado pelo mercado, o importante não era
distinguir entre bom e ruim, elaborado e simples, mas no máximo entre o que atraía mais ou menos
pessoas. Isso não deixava muito espaço para o clássico conceito das artes.
(Adaptado de Eric Hobsbawm. Era dos Extremos. Trad. Marcos Santarrita. São Paulo, Cia. das Letras,
2006, p. 496)
... essa corrente, apesar disso, reconhecia que ... (2º parágrafo)
O termo grifado na frase acima poderia ser substituído, sem prejuízo para o sentido e a correção da
frase, por:
A) consequentemente.
B) desse modo.
C) no entanto.
D) embora.
E) portanto.

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11. Prova: Unesc - 2020 - Prefeitura de Maracajá - SC - Professor de Língua Portuguesa


TEXTO I
Imagine um cenário em que você esteja às voltas com uma emergência e precise saber as horas.
Tão logo que encontre uma pessoa, você a indaga: Tem horas? Imediatamente a pessoa responde
sim e segue andando.
Ainda com relação ao cenário descrito junto ao TEXTO I, considere as regras para uso de conjunções
da língua portuguesa, escolhendo a seguir qual dos enunciados faz uso da conjunção adequada e
usual na língua portuguesa para expressar o inesperado:
A) Perguntei se tinha horas, imediatamente obtive a resposta SIM.
B) Perguntei se tinha horas, inadvertidamente obtive a resposta SIM.
C) Perguntei se tinha horas, mas não obtive a resposta esperada.
D) Perguntei se tinha horas, para evidentemente obtê-las.

12. Prova: FUNDATEC - 2020 - Prefeitura de Imbé - RS - Técnico em Informática

(Disponível em https://www.contioutra.com/a-dor-de-se-sentir-invisivel/ – Texto adaptado


especialmente para esta prova.)

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No excerto “No entanto, há um outro tipo de invisibilidade que contraria toda possibilidade de
alcançar algum poder”, a locução conjuntiva sublinhada exprime uma ressalva. Para que, ao
contrário disso, ensejasse uma conclusão, deveria ser substituída por:
A) Contudo.
B) Dado que.
C) Se bem que.
D) Porquanto.
E) Por conseguinte.

Gabarito: 1 (A); 2 (D); 3 (B); 4 (C); 5 (E); 6 (D); 7 (E); 8 (C); 9 (B); 10 (C); 11 (C); 12 (E).

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9. BÔNUS: QUESTÕES DE COMPREENSÃO TEXTUAL PARA


O BANCO DO BRASIL (PROVAS ANTERIORES)

1. Prova: CESGRANRIO - 2015 - Banco do Brasil – Escriturário

Para que a leitura de um texto seja bem sucedida, é preciso reconhecer a sequência em que os
conteúdos foram apresentados.
Esse texto, antes de explicar como eram realizadas as transações financeiras na época medieval,
refere-se

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A) à importância da criação de novos serviços na área financeira, o que é de grande relevância


para a sociedade
B) à possibilidade de criação de lastro para as moedas virtuais devido à adesão de grandes
empresas mundiais.
C) à invenção de um documento financeiro para evitar o transporte de valores entre grandes
distâncias.
D) à criação de instrumento a ser utilizado na aquisição de produtos e serviços por meio eletrônico.
E) ao surgimento do fenômeno da internet, responsável pela transformação do mundo em uma
aldeia global.
Observação: COMENTÁRIOS E GABARITO AO FINAL.

2. Prova: CESGRANRIO - 2015 - Banco do Brasil - Escriturário – 001

A matéria informa que as orientações contidas na cartilha levaram em consideração alguns dados
objetivos.

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Que dados são esses?


A) As queixas dos consumidores diante da má qualidade de atendimento dos lojistas
B) As desculpas dos lojistas diante da grande quantidade de reclamações dos consumidores
C) As queixas e as dificuldades declaradas tanto por compradores como por vendedores
D) O índice elevado de prejuízos dos varejistas diante da falta de pagamento dos consumidores
E) As pesquisas feitas por especialistas em técnicas de consumo e vendas
Observação: COMENTÁRIOS E GABARITO AO FINAL.

3. Prova: CESGRANRIO - 2015 - Banco do Brasil - Escriturário - 001


Mesmo texto da questão 2: “Cartilha orienta consumidor”.
A comparação do título da reportagem com o texto integral permite afirmar que o
A) texto pode provocar dúvidas nos leitores porque contém muitas siglas desconhecidas.
B) texto contradiz o título, pois desqualifica a orientação aos consumidores.
C) título é inteiramente fiel ao conteúdo do texto, cujo foco é especificamente a defesa dos
consumidores.
D) texto e o título focalizam os consumidores como o público-alvo da cartilha.
E) título destaca apenas parcialmente o conteúdo da cartilha de orientação.
Observação: COMENTÁRIOS E GABARITO AO FINAL.

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4. Prova: CESGRANRIO - 2014 - Banco do Brasil - Nível Superior - Conhecimentos Básicos - Todos os Cargos

No último parágrafo do Texto II, a citação da fala do presidente do Atlético-MG


A) assinala a rivalidade entre Cruzeiro e Atlético-MG.
B) ressalta o caráter condenável da atitude da torcida peruana.
C) inocenta o Real Garcilaso da postura racista dos torcedores.
D) contradiz a fala do Jogador Tinga sobre o preconceito sofrido.
E) destitui o Atlético-MG da responsabilidade sobre o ato dos peruanos.
Observação: COMENTÁRIOS E GABARITO AO FINAL.

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5. Prova: CESGRANRIO - 2014 - Banco do Brasil - Nível Superior - Conhecimentos Básicos - Todos os Cargos
Mesmo texto da questão 4: “TINGA, DO CRUZEIRO, É ALVO DE RACISMO NA LIBERTADORES”.
Dentre as palavras empregadas no título e no subtítulo do Texto II, o substantivo que evidencia o
jogador Tinga como vítima de preconceito é
A) alvo
B) Libertadores
C) derrota
D) som
E) gritos
Observação: COMENTÁRIOS E GABARITO AO FINAL.

6. Prova: CESGRANRIO - 2014 - Banco do Brasil - Nível Superior - Conhecimentos Básicos - Todos os Cargos

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No primeiro parágrafo do Texto I, o enunciador estabelece um diálogo com a fala de outrem, que é
“Não tenho nada contra o negro ou nordestino, desde que saibam seu lugar” (l 9-11), constituindo
uma relação de
A) dúvida
B) tolerância
C) contraste
D) aquiescência
E) conformidade
Observação: COMENTÁRIOS E GABARITO AO FINAL.

7. Prova: CESGRANRIO - 2014 - Banco do Brasil - Nível Superior - Conhecimentos Básicos - Todos os Cargos
Mesmo texto da questão 6: “Serviço de negro”.
Em “Um garoto negro termina um serviço que lhe havia sido solicitado e, orgulhosamente, garante
ter feito ‘serviço de branco’” (l 1-3, Texto I), o uso do advérbio destacado
A) confere à atitude do garoto um caráter laudatório.
B) evidencia uma dúvida quanto ao sentimento do garoto
C) particulariza o sentido do verbo garantir no contexto
D) marca crítica implícita do enunciador à postura do rapaz.
E) isenta o autor da responsabilidade do que afirma.
Observação: COMENTÁRIOS E GABARITO AO FINAL.

8. Prova: CESGRANRIO - 2012 - Banco do Brasil – Escriturário

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No texto, diz-se que “o criador provavelmente não era muito bom [no jogo de dados]” (L. 25-26) porque
A) o jogo deu origem à palavra azar.
B) o jogo que criou continha imperfeições.
C) só um árabe sabe jogar dados bem.
D) em jogos de dados sempre alguém perde.
E) as pessoas que criam não sabem jogar bem.
Observação: COMENTÁRIOS E GABARITO AO FINAL.

9. Prova: CESGRANRIO - 2012 - Banco do Brasil - Escriturário


Mesmo texto da questão 8: “SORTE: TODO MUNDO MERECE: Afinal, existe sorte e azar?”.
De acordo com o texto, a pergunta feita no subtítulo “Afinal, existe sorte e azar?” é respondida da
seguinte maneira:
A) Depende das pessoas, umas têm mais sorte.
B) A sorte e o azar podem estar, ou não, no número 13.
C) Sorte e azar são frutos do acaso ou da aleatoriedade.
D) Como são ocorrências prováveis, pode-se ter mais azar.
E) A fé de cada um em elementos, como os números, pode dar sorte.
Observação: COMENTÁRIOS E GABARITO AO FINAL.

10. Prova: CESGRANRIO - 2010 - Banco do Brasil – Escriturário

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O autor sofreu “rude surpresa,” (l. 18/19) porque não esperava que
A) Armando Carlos cantasse com tanto vigor.
B) a sessão alvorada se iniciasse tão cedo.
C) algum sabiá ainda cantasse na mangueira.
D) o canto do sabiá soasse tão distante.
E) suas orelhas estivessem empoeiradas.
Observação: COMENTÁRIOS E GABARITO AO FINAL.

11. Prova: CESGRANRIO - 2010 - Banco do Brasil – Escriturário


Mesmo texto da questão 10: “O sabiá político”.
Analise as afirmativas a seguir, sobre os animais da ilha.
I - Os pássaros compõem uma organização de que não faz parte o mico.
II - O comportamento das aves serve de base à comparação do autor com o dos seres humanos.
III - Só o Armando Carlos se mudou de árvore; os outros sabiás permaneceram na mangueira.
Conforme o texto, é(são) correta(s) a(s) afirmativa(s)
A) I, II e III.
B) II e III, apenas.
C) I e II, apenas.
D) II, apenas.
E) I, apenas.
Observação: COMENTÁRIOS E GABARITO AO FINAL.

12. Prova: CESGRANRIO - 2010 - Banco do Brasil – Escriturário


Mesmo texto da questão 10: “O sabiá político”.
As “...importantes alterações.” (l. 2) a que se refere o autor são:
A) a escolha de Armando Carlos de não substituir Aguinaldo na mangueira e sua mudança para
outra árvore.
B) a qualidade inigualável do canto de Aguinaldo e a tristeza da coletividade dos pássaros.
C) a morte inesperada de Aguinaldo e sua substituição por Armando Carlos.
D) a decisão de Armando Carlos cantar um dó e não árias como Aguinaldo.
E) o fato de Armando Carlos ter escolhido um oitizeiro e não uma mangueira, como Aguinaldo
havia feito em vida.
Observação: COMENTÁRIOS E GABARITO AO FINAL.

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COMENTÁRIOS E GABARITO DAS QUESTÕES DE COMPREENSÃO


TEXTUAL PARA O BANCO DO BRASIL (PROVAS ANTERIORES):
QUESTÃO 1:
Breve comentário: MUITA ATENÇÃO AO ENUNCIADO DA QUESTÃO. Exige-se que o candidato
assinale a alternativa que indica o conteúdo que foi apresentado, no texto, antes da explicação de
como as transações comerciais eram realizadas na época medieval, ou seja, na Idade Média. Trata-
se a respeito do assunto ao final do segundo parágrafo, quando se diz que a letra de câmbio era
muito utilizada pela burguesia na alta idade média. Antes disso, na metade do segundo parágrafo
(a partir da linha 18), tratou-se do conteúdo indicado na alternativa “C”, gabarito da questão.
Vejamos: “A grande inovação na época foi o mecanismo de compensação nos pagamentos, mais
seguro e prático, no qual um banco emitia uma ordem de pagamento para outro em favor de uma
determinada pessoa e esta poderia sacá-la sem que uma quantidade de dinheiro ou ouro tivesse
de ser transportada entre continentes”. Perceba as semelhanças entre o trecho extraído do texto
e o teor da alternativa “C”. As alternativas “A”, “B”, “D” e “E” se referem a conteúdos tratados após
o trecho relacionado às transações na Idade Média (terceiro parágrafo em diante). GABARITO: C.
QUESTÃO 2:
Breve comentário: “[...] a publicação destaca os principais pontos do Código de Defesa do
Consumidor (CDC), selecionados a partir das dúvidas [DIFICULDADES] e reclamações [QUEIXAS]
mais comuns recebidas, tanto pelo SindilojasRIO e CDL-Rio, como pelo Procon-RJ”. O texto refere
que as entidades SindilojasRIO e CDL-Rio diz respeito a LOJISTAS, ou seja, VENDEDORES, bem como
que o Procon-RJ está vinculado à Secretaria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor, ou seja,
COMPRADORES. Além disso, deixa claro que a cartilha se destina a conscientizar CONSUMIDORES e
LOJISTAS sobre seus direitos e deveres (l. 17). GABARITO: C.
QUESTÃO 3:
Breve comentário: com base no comentário à questão anterior, é possível chegar à conclusão de que
o título do texto destaca apenas parcialmente o conteúdo da cartilha de orientação. GABARITO: E.
QUESTÃO 4:
Breve comentário: fala do presidente do Atlético-MG: “Racismo na Libertadores? Me tiraram o
prazer da derrota do Cruzeiro. Lamentável”. A citação ressalta o caráter condenável da atitude da
torcida peruana, sendo possível concluir que o presidente do Atlético-MG, em razão do episódio de
racismo, sequer conseguia sentir prazer com a derrota do arquirrival, expressamente definindo a
situação como lamentável. GABARITO: B.
QUESTÃO 5:
Breve comentário: questão tranquila. Ao indicar que Tinga foi alvo de racismo, não há dúvidas de
que, do título, se depreende que o jogador de futebol foi vítima de preconceito. GABARITO: A.

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QUESTÃO 6:
Breve comentário: MUITA ATENÇÃO AO ENUNCIADO DA QUESTÃO. Exige-se a análise do diálogo
estabelecido entre o ENUNCIADOR e a fala de outrem, destacada no próprio enunciado. Nesse
contexto, percebe-se uma relação de CONTRASTE entre a fala destacada e a opinião do autor a
respeito do que foi dito. Vejamos o seguinte trecho do texto: “Como dizia um conhecido – para
meu horror e indiferença dos demais participantes da conversa: ‘Não tenho nada contra o negro ou
nordestino, desde que saibam seu lugar’”. O excerto “para meu horror” evidencia o estarrecimento
do enunciador em relação à fala do seu conhecido, constituindo, portanto, uma relação de
contraste. GABARITO: C.
QUESTÃO 7:
Breve comentário: é necessário analisar a oração destacada no enunciado de acordo com o
contexto em que inserida. Não há dúvida de que o texto trata sobre preconceito e, no trecho,
destaca o preconceito de cor arraigado na sociedade e, por ser tão forte, assimilado pela própria
vítima, como refere o autor na parte final do quarto parágrafo. Só por isso já é possível depreender
que o autor se posiciona contrariamente ao preconceito e, portanto, vê com perplexidade o fato
de uma pessoa negra afirmar ter feito “serviço de branco” para ressaltar a qualidade positiva do
serviço prestado. O advérbio isolado, geralmente relacionado a ideias positivas, empregado em
contexto negativo, até mesmo paradoxal, em texto no qual o autor se revela frontalmente contrário
a comportamentos preconceituosos, ressaltando, inclusive, a assimilação de uma condição de
inferioridade pela própria vítima, permitem identificar uma marca crítica implícita do enunciador à
postura do rapaz. GABARITO: D.
QUESTÃO 8:
Breve comentário: lembre-se de que, em questões que envolvem COMPREENSÃO DE TEXTOS, o
candidato deve restringir o seu olhar às informações que estão no texto. As alternativas “B”, “C”,
“D” e “E” extrapolam os limites do texto apresentado. Das assertivas apresentadas, somente é
possível retirar do texto a informação de que o jogo de dados deu origem à palavra “azar”. Vejamos:
“O azar veio de um pouco mais longe. A palavra vem do idioma árabe e deriva do nome de um
jogo de dados (no qual o criador provavelmente não era muito bom)”. Além disso, percebe-se que
o autor, no trecho entre parênteses – a que faz referência, também, o enunciado da questão –,
utiliza-se do humor para fazer alusão ao aspecto negativo que, usualmente, se dá à palavra “azar”.
Logo em seguida, retrata-se ao tratar de “sorte” e “azar” como sinônimos de “acaso”: “Na verdade,
ele até poderia ser bom, já que azar e sorte são sinônimos da mesma palavra: acaso”. Em suma,
atenha-se às informações do texto. As alternativas que contenham EXTRAPOLAÇÕES, RESTRIÇÕES
ou REDUÇÕES, bem como CONTRADIÇÕES em relação às informações, ideias ou conclusões do
texto devem ser DESCARTADAS. GABARITO: A.
QUESTÃO 9:
Breve comentário: a pergunta do subtítulo está expressamente respondida no seguinte trecho do
texto: “Na verdade, ele até poderia ser bom, já que azar e sorte são sinônimos da mesma palavra:
acaso. Matematicamente, o acaso – a sorte e o azar – é a aleatoriedade” (l. 26 a 29). GABARITO: C.

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QUESTÃO 10:
Breve comentário: a resposta pode ser extraída do seguinte trecho do texto: “Sofri, pois, rude
surpresa, quando, na sessão alvorada, pontualmente iniciada às quinze para as cinco da manhã, o
canto de Armando Carlos, em pleno vigor de sua pujante mocidade, soou meio distante” (l. 18 a 22).
Sabendo que Armando Carlos estava “em pleno vigor de sua pujante mocidade” a expectativa era
de que o seu canto soasse perto, na mangueira, o que não aconteceu, gerando a “rude surpresa”
do autor. GABARITO: D.
QUESTÃO 11:
Breve comentário: Item I – CORRETO. No início do texto, o autor afirma que “do ano passado
pra cá, o setor canoro das árvores [...] sofreu importantes alterações. Aguinaldo, o sabiá titular
e decano da mangueira, terminou por falecer, como se vinha temendo” (l. 1 a 4). “Setor canoro”
pode ser entendido como a organização de que fazem parte os pássaros. “Canoro” significa o
seguinte: aquele que produz som agradável; que canta bem; sonoro. É característica comumente
atribuída aos pássaros e não aos micos. No mais, não há dúvida de que o mico também morava na
mangueira, o que está afirmado no texto (l. 47 a 50). No entanto, o autor qualifica o animal como
“canalha”, depreendendo-se que o mico seria perigoso, uma ameaça, um antagonista, um rival dos
pássaros. Por essas razões, é possível concluir que o mico não fazia parte da mesma organização
que os pássaros.
Item II – CORRETO. Vejamos o seguinte trecho do texto: “Estou acostumado à perfidez e à ingratidão
humanas, mas sempre se falou bem do caráter das aves em geral e dos sabiás em particular. O
sabiá costuma ser fiel à sua árvore até o fim. Estaríamos então diante de mais um exemplo do
comportamento herético das novas gerações?” (l. 40 a 45). Há uma clara comparação entre o
comportamento das aves e o dos seres humanos.
Item III – INCORRETO. Vejamos o seguinte trecho do texto: “À medida que o tempo passava, o
concerto das dez também soando distante e o mesmo para o recital do meio-dia, a ficha acabou de
cair. A mangueira agora está reduzida aos sanhaços, pessoal zoadeiro, inconstante e agitado; aos
cardeais, cujo coral tenta, heroica mas inutilmente, preencher a lacuna dos sabiás” (l. 54 a 60). Não
foi somente Armando Carlos que se mudou de árvore.
GABARITO: C.
QUESTÃO 12:
Breves comentários: conforme se depreende do texto, as importantes alterações não dizem
respeito à morte de Aguinaldo, que já era esperada, mas ao fato de restar quebrada a perspectiva
do autor no sentido de que Armando Carlos substituiria Aguinaldo naquela mesma mangueira, o
que não ocorreu em virtude de sua mudança para outra árvore, não sendo de maior relevância o
fato de ser um oitizeiro e de não ser uma outra mangueira. GABARITO: A.

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Apoio bibliográfico:
A gramática para concursos públicos, de Fernando Pestana, 1ª edição.
Língua Portuguesa, vol. 1, Editora Bernoulli (E-book)
Português Esquematizado, de Agnaldo Martino, 3ª edição.
Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e de Lindley Cintra, 6ª edição.
Portal virtual: educamaisbrasil.com.br
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