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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA EXATAS E TECNOLÓGICAS


ENGENHARIA QUIMICA

ESCOAMENTO DE LÍQUIDOS

DANIEL ALVES COTRIM (202120490)

ILHEUS – BAHIA
2022
DANIEL ALVES COTRIM (202120490)

ESCOAMENTO DE LÍQUIDOS

Relatório apresentado como parte dos critérios de


avaliação da disciplina CTE833 – FISICA
EXPERIMENTAL II. Turma P08. Dia de
execução do experimento: 11/05/2022.

Professor: Fabiane Alexsandra Andrade de Jesus

ILHEUS– BAHIA
2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 3

2 OBJETIVO 5

3 MATERIAIS E MÉTODOS. 5

3.1 Materiais 5

3.2 Métodos 5

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 5

5 CONCLUSÃO 11

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 12
3

1 INTRODUÇÃO

Um fluido é uma substância que pode escoar e que assume o formato do recipiente em que é colocado.
Comportam-se dessa forma porque não resistem às forças paralelas à sua superfície. A física dos fluidos possui
várias aplicações práticas, permitindo estudar desde o escoamento de água nas tubulações de um reator
nuclear, até o fluxo de sangue nas artérias de uma pessoa.
Um fluido ideal satisfaz quatro requisitos no que diz respeito à escoamento:
1. O escoamento é laminar: a velocidade do fluido em um ponto fixo qualquer não varia
com o tempo, nem em modulo, nem em orientação;
2. O escoamento é incomprensível: a massa do fluido tem valor uniforme e constante;
3. O escoamento não viscoso: a viscosidade é a medida da resistência do fluido ao
escoamento;
4. O escoamento é irrotacional: o fluido não gira em torno de um eixo;
A velocidade v de escoamento de um fluido depende da área de seção reta A pela qual a água escoa.
A relação entre A e v é dada pela equação (1):

(1)
Essa é a equação de continuidade para um fluido ideal. De acordo com essa equação, a velocidade de
escoamento aumenta quando a área de seção reta pela qual o fluido escoa é reduzida.
De acordo com a figura 1, em um tubo, onde um fluido ideal escoa com vazão constante, fica claro
que, o mesmo volume de líquido que entre em (1), sai em (2).

Figura 1 – escoamento de fluidos


4

A partir desses dados, pode-se deduzir a equação de Bernoulli, uma grande ferramenta na análise de
escoamento em diversos sistemas, de tal forma que o escoamento de um líquido incompressível sob a ação de
um campo gravitacional constante, num regime de fluxo estacionário ao longo de uma linha de fluxo, pode
ser descrito como:

(2)
Essa equação é válida para situações em que a temperatura e a pressão possuem variações desprezíveis
e não há forças dissipativas. Aplicando esta equação ao caso apresentado na Figura 2, a secção transversal 𝐴𝑜
está aberta e, portanto, a pressão nesta área é a pressão atmosférica. A água escoa por uma saída com secção
transversal A, posicionada a uma distância horizontal ℎ em relação à 𝐴𝑜 . A pressão na saída é a pressão
atmosférica. Temos como resultado:

(3)

Figura 2 – representação do escoamento do líquido

Relacionando a equação 3 com a equação 1, obtemos uma relação isolando a altura:

(4)
5

2 OBJETIVO

Obter a relação entre o tempo de escoamento de um líquido sobre a aceleração da gravidade pela altura
de elevação do líquido pela técnica de gráficos log-log. E através disso, calcular o coeficiente linear do gráfico
da curva linearizada, assim como a aceleração da gravidade.

3 MATERIAIS E MÉTODOS.

3.1 Materiais

• Paquímetro;
• Béquer;
• Régua;
• Cronometro;
• Azul de metileno;
• Proveta de 1000L com orifício na base;

3.2 Métodos

Primeiramente, foi feita a medida da proveta entre o orifício de escoamento e o nível máximo de água,
após isso mediu-se a altura referente a 50 mL na proveta. Após isso, utilizando um paquímetro, obteve-se as
medidas da boca do tubo da proveta e do orifício por onde a água irá escoar.
Com as medidas feitas, a proveta foi enchida de água tingida com azul de metileno para melhor
visualização do experimento. Com o tubo cheio, foi medido o tempo de escoamento da agua a cada 50 mL
com a utilização de um cronometro, ate que se atingisse a marcação de 150 mL. O processo do experimento
foi repetido 4 vezes.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para a realização do experimento, foi necessário medir o diâmetro da proveta e o diâmetro do orifício
̅), o desvio padrão(𝜎), o desvio padrão do
com o paquímetro. Também foi calculado as médias aritméticas (𝒙
valor médio (𝝈𝒙̅ ) e sua incerteza padrão (𝝈𝒑 ) a partir das equações 5-8 respectivamente.

(5)

(6)
6

(7)

(8)

Com esses dados calculados foi montada a tabela 1:


N (h ± 5,00X10-4) m (H± 5,00X10-4) m (d± 2,00X10-5) m (D± 2,00X10-5) m
1 1,80X10-2 0,33 2,26X10-3 6,42X10-2
2 1,85X10-2 0,33 2,22 X10-3 6,49 X10-2
3 1,90X10-2 0,33 2,25 X10-3 6,45 X10-2
4 1,85X10-2 0,33 2,22 X10-3 6,47 X10-2
̅±𝝈𝒑 )
(𝒙 1,85X10-2 ± 0,33 ± 0,00 2,24 X10-3 ± 6,46 X10-2 ±
5,40X10-4 2,25X10-5 1,51X10-4
𝜎 4,08X10-4 2,50X10-4 2,06X10-5 2,99X10-4
𝝈𝒙̅ 2,04X10-4 1,25X-4 1,03X10-5 1,49X10-4

Tabela 1 – medidas dos diâmetros juntamente com suas medias e desvios

Após isso foi calculada a incerteza instrumental do cronometro, tirando a média do menor tempo de
reação do operador calculada com a equação 5, montando assim a tabela 2:

N (t )s

1 0,22

2 0,22

3 0,22

4 0,15

5 0,16

6 0,16

7 0,15

8 0,16

9 0,15

10 0,15

( 𝒕̅ )s 0,16
Tabela 2 – medidas e média do tempo de reação
7

Com os dados de diâmetro e incertezas instrumentais foi iniciado o experimento, fazendo com que o
líquido escoe pelo orifício da proveta. Realizando a marcação do cronometro a cada 50 mL escoados, foram
organizados os dados na tabela 3, juntamente com suas medias e desvios calculadas com as equações 5-8 após
a realização do experimento 4 vezes.

N (t1 ± (t2 ± (t3 ± (t4 ± (𝒕̅± 𝝈𝒕̅ )s 𝜎 𝝈𝒙̅


0,16)s 0,16)s 0,16)s 0,16)s
1000 - 950 6,66 7,66 7,84 7,03 7,35 ± 0,55 0,27
0,32
950 - 900 7,72 7,69 8,34 7,62 7,71 ± 0,33 0,17
0,23
900 - 850 8,25 8,16 8,28 7,97 8,21 ± 0,14 0,07
0,17
850 - 800 8,09 7,75 7,70 8,56 7,92 ± 0,40 0,20
0,25
800 - 750 8,07 9,38 9,44 8,44 8,91 ± 0,68 0,34
0,38
750 - 700 9,15 8,57 9,37 8,78 8,97 ± 0,36 0,18
0,24
700 - 650 9,13 10,22 9,12 9,00 9,13 ± 0,57 0,29
0,33
650 - 600 9,94 10,19 9,38 10,38 10,07 ± 0,43 0,22
0,27
600 - 550 9,90 10,81 11,18 10,82 10,82 ± 0,55 0,27
0,32
550 - 500 10,50 11,57 10,94 10,34 10,72 ± 0,55 0,28
0,32
500 - 450 12,00 11,63 11,57 11,81 11,72 ± 0,19 0,10
0,19
450 - 400 11,28 12,59 12,63 13,22 12,61 ± 0,82 0,41
0,44
400 - 350 14,97 14,31 13,66 14,00 14,16 ± 0,56 0,28
0,32
350 - 300 16,54 15,75 16,31 15,44 16,03 ± 0,50 0,25
0,30
300 - 250 17,41 20,04 18,15 19,06 18,61 ± 1,14 0,57
0,59
250 - 200 23,65 23,47 23,06 24,53 23,56 ± 0,62 0,31
0,35
200 - 150 29,19 35,43 30,00 31,16 30,58 ± 2,78 1,39
1,40
Tabela 3 – tempos de escoamento com suas medias, desvios e respectivas incertezas
8

Foi possível observar que o líquido não escoou totalmente até a altura equivalente e 150mL, isso se
explica devido à pressão exercida sob o orifício próximo a esta altura não exceder a força necessária para que
se rompa a tensão superficial do líquido formada na saída do orifício.
Foi montada também a tabela 4, possuindo os dados referente à altura as quais foram realizadas às
medidas do cronometro, possuindo uma diferença de distância equivalente a um volume de 50 mL.
N (h)m
1 0,31
2 0,30
3 0,28
4 0,26
5 0,24
6 0,22
7 0,20
8 0,19
9 0,17
10 0,15
11 0,13
12 0,11
13 9,25 x 10-2
14 7,40 x 10-2
15 5,55 x 10-2
16 3,70 x 10-2
17 1,85 x 10-2
Tabela 4 – medidas de altura da proveta

Utilizando os dados de tempo da tabela 3 e altura da tabela 4 como pontos num gráfico, podemos
observar a tendencia de uma curva, que representa o decaimento da velocidade de escoamento do líquido em
função do tempo.
9

Imagem 1 – gráfico da altura em função do tempo

Para que seja possível trabalhar com os dados do gráfico de forma mais facilitada, foi aplicado
logaritmo nos pontos do gráfico com o intuito de linearizar a equação da curva representada no gráfico da
imagem 1, montando assim a tabela 5.

N (Log△t)s (Log h)m


1 0,87 -0,50
2 0,89 -0,53
3 0,91 -0,56
4 0,90 -0,59
5 0,95 -0,62
6 0,95 -0,65
7 0,96 -0,69
8 1,00 -0,73
9 1,03 -0,78
10 1,03 -0,83
11 1,07 -0,89
12 1,10 -0,95
13 1,15 -1,03
14 1,20 -1,13
15 1,27 -1,26
16 1,37 -1,43
17 1,49 -1,73
Tabela 5 – dados de altura e tempo linearizados.
10

Utilizando os dados da tabela 5 como pontos num gráfico, obteve-se assim uma reta.

Imagem 2 – gráfico de altura em função do tempo linearizado.

Com o gráfico linearizado, obtemos a equação da reta igual a y= -1,5918 + 1,0038, com coeficiente
angular e linear iguais a -1,5918 e 1,0038 respectivamente. Linearizando também a equação 4 aplicando
logaritmo, é possível isolar g para que assim seja calculado o valor da aceleração da gravidade a parir da
equação 9 assim como sua incerteza, calculada com a equação 10.

̅̅̅̅
∆𝒉𝟐 ̅ 𝟒
𝑫
𝒈 = 𝟐∗𝟏𝟎𝒃 ∗ [( 𝒅̅ ) − 𝟏] (9)

(10)

Obtendo o valor da gravidade com sua devida incerteza, foi montada a tabela 6, que também
acompanha se erro relativo, que compara o valor experimental com o valor teórico de 9,8.

Valor experimental ± 𝝈𝒈 Erro relativo%


g 7,66 ± 5,71 x 10-3 21,90
Tabela 6 – gravidade e erro relativo

Os valores de a e b também podem ser obtidos para que possam ser comparados com seus valores
teóricos. A partir dos métodos mínimos quadrados, utilizando as equações de 11 a 13 é possível obter esses
valores, assim como suas incertezas calculadas com as equações 14 e 15.
11

(11)

(12)

(13)

(14)

(15)

Com os resultados obtidos, foi montada a 7 contendo os valores de a e b com suas devidas incertezas
e o seu erro relativo.

Valor experimental ± 𝝈 Erro relativo%


a -1,59 ± 8,67 x 10-3 3,07

b 1,00 ± 3,86 x 10-2 2,58


Tabela 7 – valores de a e b com incertezas e erros relativos

Com os dados do experimento, pode-se observar que a velocidade cai de forma exponencial, desta
forma a velocidade de escoamento caiu drasticamente após as primeiras marcações. Também foi possível
analisar que caso o líquido estudado fosse modificado, a velocidade de escoamento também sofreria alteração,
podendo aumentar caso utilizasse um líquido menos denso, ou diminuísse se a densidade aumentasse.
Dessa forma, a partir dos resultados obtidos, foi possível concluir a eficácia do experimento tendo
como confirmação o baixo erro relativo, e garantindo assim a confiabilidade do método utilizado. Com isso,
foi possível observar a relação entre o tempo de escoamento de um líquido à sua altura, estabelecendo uma
relação inversamente proporcional entre o tempo e a velocidade de escoamento.

5 CONCLUSÃO

Com a realização do experimento, foi possível perceber que a velocidade do escoamento é diretamente
proporcional à altura da água e a quantidade de água a ser escoada, considerando que não há interferência de
12

pressões externas, somente a atmosférica. Tudo isso vai de encontro com o previsto pela equação de Bernoulli,
e apesar dos erros acarretados por conta de incertezas instrumentais e operacionais, obteve-se um valor
satisfatório para a aceleração da gravidade, com erro relativo aceitável para valores experimentais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

David Halliday & Robert Resnick, Jearl Walker. Fundamentos de Física – Gravitação,
Ondas e Termodinâmica. 9ª Ed. Rio de Janeiro: Ed. LTC- Livros Técnicos e Científicos LTDA do
Brasil, 2012.

Young e Freedman, [colaborador A. Lewis Ford]. Termodinâmica e Ondas. Ed. - São Paulo:
Addison Wesley, 2008.

H. Moysés Nussenzveig. Curso de física básica – Fluidos, oscilações e ondas de calor. 4ª Edição,
Revista.

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