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Perspectivas de região e redes na política de


saúde brasileira
Prospects for the region and networks in Brazilian health policy

Mariana Vercesi de Albuquerque1, Ana Luiza d’Ávila Viana2

RESUMO Regiões e Redes de Atenção à Saúde são estratégias recentes da política de saúde
brasileira. Questiona-se: quais concepções de região e redes de saúde informam a política,
como se combinam, em que momentos e com quais objetivos? Analisaram-se as perspectivas
de região e redes adotadas na política de saúde, no período de 2001 a 2011. Utilizou-se o refe-
rencial da geografia humana (geografia crítica) e da análise de políticas públicas (institucio-
nalismo histórico), pesquisa bibliográfica, documental e dados secundários. Identificaram-se
três fases de indução descompassada dessas estratégias, orientadas por distintas concepções
teóricas e políticas e interesses nacionais e internacionais.

PALAVRAS-CHAVE Regionalização; Política de saúde; Sistema Único de Saúde; Planejamento


em saúde; Assistência à saúde.

ABSTRACT Regions and health care networks are strategies recently adopted in the Brazilian
health policy. Leading questions: what conceptions of region and health networks inform the
policy, how are they combined, at what times and with what objectives? The aim of this study is to
analyze the prospects for the region and networks adopted in health policy in the period of 2001-
2011. We used the reference of human geography (critical geography) and public policies analysis
(historical institutionalism), bibliographic research, documentary research and secondary data.
Were defined three induction phases apart from these strategies, guided by different theoretical
and political views and national and international interests.

KEYWORDS Regional health planning; Health policy; Unified Health System; Health planning;
Delivery of health care.

1 Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz), Escola
Nacional de Saúde
Pública Sergio Arouca
(Ensp), Departamento
de Administração e
Planejamento em Saúde
(Daps) – Rio de Janeiro
(RJ), Brasil.
mariana.albuquerque@ensp.
fiocruz.br

2 Universidade de São
Paulo (USP), Faculdade de
Medicina, Departamento
de Medicina Preventiva –
São Paulo (SP), Brasil.
analuizaviana@usp.br

SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 39, N. ESPECIAL , P. 28-38, DEZ 2015 DOI: 10.5935/0103-1104.2015S005390
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Perspectivas de região e redes na política de saúde brasileira 29

Introdução determinado setor da administração pública


ou da economia; (III) a relação de planos
A adoção de práticas de planejamento regio- nacionais com blocos regionais (ex: União
nal (em uma perspectiva geral), através da Europeia); (IV) o combate às desigualdades
institucionalização de regiões e/ou elaboração socioespaciais, valorização das potencialida-
de projetos vinculados às regiões geográficas des econômicas ligadas ao mercado interno
específicas, caracterizou um papel estratégico e externo e melhoria de acesso e qualidade
assumido pelo Estado na condução do desen- de serviços públicos; (V) a percepção das
volvimento econômico e social em diversos várias escalas (local, regional, nacional e in-
países, na primeira metade do século XX. ternacional) de atuação técnica e política dos
O planejamento regional perdeu força diversos agentes e instituições, para a estru-
a partir da década de 1970, no contexto da turação e negociação de planos regionais e a
emergência da agenda neoliberal, com pro- regulação das redes financeiras, de serviços,
posta de reformas do Estado, e no processo produção, informação e logística; (VI) a ideia
de globalização econômica, com novos para- de sustentabilidade associada aos padrões
digmas tecnológicos e expansão da atuação de crescimento econômico, utilização dos
de instituições e empresas em escala pla- recursos físicos e tecnológicos e promoção
netária. O planejamento regional tornou-se do bem-estar social1 (SANTOS; SILVEIRA, 2001).
limitado principalmente por forças e inte- No Brasil, nos anos 2000, a retomada do
resses de grupos privados, com autonomia papel do Estado na condução do planeja-
de mobilização de recursos diversos, cuja mento territorial se pautou pelo debate con-
estratégia de atuação é constituir redes em temporâneo e se traduziu na elaboração de
diferentes escalas regionais, nacionais e in- políticas regionais implícitas e explícitas2,
ternacionais e influenciar políticas nos dis- além do incentivo de processos de regionali-
tintos lugares e regiões onde se estabelecem. zação, inclusive na política de saúde.
As perspectivas da descentralização polí- Nesse contexto, a conformação de regiões e
tico-administrativa e do planejamento local redes de saúde se tornaram estratégias da po-
(pautado pela relação local-global), associa- lítica nacional para lidar com a dimensão ter-
das às tendências de privatização de serviços ritorial da universalização da saúde e induzir
públicos, tiveram destaque nas agendas inter- mudanças na política, no planejamento e
nacionais e governamentais. A conformação gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), a fim
de redes globais de produção, serviços, in- de assegurar uma ação mais eficaz do Estado
formação e logística para viabilizar a atuação na garantia desse direito (ALBUQUERQUE, 2013).
das instituições de mercado passou orientar o Questiona-se: quais concepções de região e
planejamento territorial, com investimentos redes foram estabelecidas no âmbito da polí-
nas regiões mais competitivas e conectadas tica nacional de saúde, como se combinaram,
por meio dessas redes (CASTILLO, 2008). em que momentos e com quais objetivos?
Nos anos 2000, limites e conflitos decor- O objetivo do trabalho foi analisar as pers-
rentes do aumento das desigualdades e da pectivas de região e redes adotadas na política
competitividade entre regiões e países reco- de saúde brasileira, no período de 2001 a 2011.
locou na agenda internacional o debate sobre
1 Palestra proferida no
o papel do Estado na condução do planeja- Instituto de Economia da
mento territorial. Entre as principais ques- Metodologia Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp) em
tões que orientaram esse debate, estão: (I) a 30/05/2012, por Tania
participação de representantes do mercado Utilizou-se o referencial teórico da geografia Bacelar de Araújo. Título:
Desenvolvimento Regional
e da sociedade; (II) a visão integrada dos humana (geografia crítica) e da análise de po- no Brasil.
usos do território e das redes, não restrito a líticas públicas (institucionalismo histórico), 2 Idem

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pesquisa bibliográfica, análise documental lógica produtiva, configurando uma solida-


e de dados secundários. Realizou-se revisão riedade regional (SANTOS; SILVEIRA, 2001). As redes
bibliográfica sobre região geográfica, plane- criam e recriam arranjos técnicos e institucio-
jamento regional e redes, para compreensão nais, combinando diferentes escalas de ação e
de seus significados para além do setor saúde. poder econômico e político que escapam aos
Identificaram-se as principais experiências e limites regionais, tornando mais complexas as
definições teóricas que influenciaram a polí- interações regionais. Nesse sentido, a região
tica de saúde brasileira. Definiram-se fases da geográfica é um recorte dinâmico que exprime
indução da regionalização e da conformação bases de ação técnica e política que não neces-
de redes segundo as normas e concepções uti- sariamente coincidem com o desenho regional
lizadas na política nacional, entre 2001 e 2011. do planejamento (SILVEIRA, 2010).
As regiões de planejamento do SUS sempre
Principais concepções de região e foram pensadas em combinação a conforma-
redes que influenciaram a política de ção de redes. Portanto, as perspectivas de
saúde brasileira, pós-1988 regionalização são condicionadas pelo enten-
dimento sobre rede de saúde. Duas principais
A organização de regiões de saúde e redes perspectivas de rede influenciaram as diretri-
assistenciais estão previstas na Constituição zes de regionalização do SUS: (I) redes regio-
Federal (1988) e na Lei Orgânica da Saúde nalizadas e hierarquizadas, de origem inglesa;
(8.080/1990). Seguindo as regras constitu- e (II) Redes de Atenção à Saúde (RAS), ins-
cionais e o modelo federativo do País, uma pirada no conceito de sistemas integrados de
região de planejamento é um recorte institu- saúde, de origem norte-americana.
ído pelo Estado (esferas federal e estadual), Anteriormente às propostas de regionali-
em um dado momento, subordinado a uma zação, mas também influente nessa perspec-
política específica, com critérios, objetivos e tiva, o modelo norte-americano de Centros
recursos predefinidos. de Saúde (CS), difundido pela Fundação
Esse tipo de planejamento não cria um novo Rockfeller, no início do século XX, deixou
ente político com orçamento próprio, depende marcas na organização do SUS até recente-
da capacidade, autonomia e solidariedade das mente, através da ideia de integração das ações
três esferas de governo para: elaborar uma assistenciais, sendo contraposto atualmente
visão estratégia sobre os usos do território, pelos novos componentes gerenciais das RAS
suas redes e especificidades regionais; propor (MELLO ET AL., 2011). Destaca-se ainda que as noções
um plano regional de médio e longo prazo, de territorialidade (comunidade e desigualda-
com objetivos e metas claros; planejar, finan- des locais/intraurbanas) e de territorialização
ciar, mapear e regular redes de produção, (estruturação de sistemas e redes municipais
serviços, logística e informação; negociar e co- de saúde) foram muito valorizadas durante a
ordenar ações com diferentes setores, agentes, descentralização, envolvendo distritos sanitá-
instituições e esferas de governos com atuação rios e atenção primária em diferentes situações
na região de planejamento e em outras escalas sociais e de saúde, sendo posteriormente, e em
– local, regional, nacional e internacional. parte, atualizadas e ampliadas para o contexto
Tanto as regiões geográficas como aquelas regional de planejamento do SUS.
instituídas para fins de planejamento se estru- No processo de indução da regionaliza-
turam por meio de redes técnicas e políticas. ção, a política brasileira foi primeiramente
Não existem regiões sem redes. Estas integram muito influenciada pela proposta das redes
e coordenam fixos e fluxos (produção, infor- assistenciais regionalizadas e hierarquizadas
mação, circulação e consumo) entre diferentes para sistemas universais de saúde, inspirada
lugares, inserindo-os dentro de uma mesma no Relatório Dawson, de 1920. Os serviços

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médicos eram ordenados em redes, com sob forte comando do setor privado, a des-
centros de saúde primários, secundários e peito do processo de regionalização (IBAÑEZ
hospitais de ensino e a abrangência regional ET AL., 2009; SCATENA ET AL., 2014).
de acesso a eles. Para garantia de acesso ao A noção de redes hierarquizadas e regiona-
cuidado integral, a regionalização deveria lizadas foi perdendo espaço para outra pers-
ser baseada em territórios de grande porte pectiva, das RAS. A noção de redes de atenção
populacional, com autossuficiência em recur- que passou a informar a política de saúde
sos de saúde em todos os níveis de atenção, brasileira tem origem no conceito de siste-
subdivididos em distritos, sub-regiões ou mas integrados de saúde, desenvolvido para o
microrregiões. Tratava-se de uma divisão mercado privado americano e adaptado para
técnica, gerencial e territorial do trabalho no as políticas públicas e sistemas universais de
setor saúde, que relacionava hierarquia dos saúde (MENDES, 2010; KUSCHNIR; CHORNY, 2010).
serviços (especialidade do tratamento; varie- Na década de 1990, houve um esforço
dade de equipamentos e profissionais), com por parte da Organização Mundial da Saúde
hierarquia urbana (porte populacional; equi- (OMS) para a formulação de um conceito so-
pamentos e serviços; função rural ou urbana) fisticado de rede de saúde, baseado em siste-
e redes de transporte e comunicação, criando mas integrados, capaz de embasar e alinhar o
uma organização regional de um sistema de planejamento de sistemas universais de saúde
saúde, conforme a complexidade e a comple- em tempos de globalização, relacionado à
mentaridade dos serviços oferecidos. A rede difusão dos ideais da nova gestão pública, de
regionalizada e hierarquizada estaria sob o boa governança e da reforma desses sistemas
comando da autoridade única de saúde regio- (MENDES, 2014), também à proposição de um
nal, de cunho administrativo. ‘novo universalismo’ (WHO, 2000).
Alguns dos conceitos foram incorporados Os modelos de gestão de sistemas integra-
na política brasileira, tais como: critérios de dos de saúde foram introduzidos em países da
delimitação regional baseado na oferta, fluxo Europa e no Canadá, no contexto das refor-
e hierarquia assistencial e nas necessidades mas dos sistemas de saúde, nos anos 90. Na
de saúde de uma comunidade; a eficiência mesma época, esses modelos começaram a
de escala; a coordenação das referências de ser adaptados na América Latina e, nos anos
acesso entre os níveis e/ou regiões. Contudo, 2000, difundiram-se em alguns países, entre
a criação da autoridade de saúde única na eles o Brasil (WHO, 2000; OPAS, 2010). Experiências
região, instrumento fundamental da propos- latino-americanas tomam como principal
ta, não se aplicou ao caso brasileiro, dado o exemplo o sistema integrado de saúde da
modelo federativo de corte municipalista, Catalunha, Espanha (OPAS, 2010). Desde então, a
cujo processo de descentralização dificulta a OMS tem conseguido criar um consenso in-
constituição desse tipo de autoridade. ternacional em torno da necessidade de con-
Essa questão representou uma impor- formação das redes e sistemas integrados de
tante limitação para a indução e institucio- saúde nos sistemas nacionais.
nalização da regionalização do SUS. Outras No Brasil, o conceito adaptado por Mendes
três questões também precisavam ser mais (2010, P. 2300) tem forte influência na política na-
bem compreendidas e definidas dentro do cional. Segundo o autor, as RAS são “organiza-
planejamento regional do SUS: (I) o con- ções poliárquicas de conjuntos de serviços de
ceito de rede de saúde (MENDES, 2010); (II) a saúde [...] coordenadas pela atenção primária
consideração das desigualdades socioes- à saúde”. Os elementos constituintes das redes
paciais; (III) e as relações estabelecidas são: a população pela qual a rede se responsa-
entre Estado e mercado na configuração de biliza; a estrutura operacional e o modelo de
redes assistenciais com lógicas próprias, atenção. As redes se integram por linhas de

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cuidado, que servem como diretrizes para a a ideia de região de saúde é atualizada pelo
estratégia de articulação e gerenciamento das viés sanitário assistencial, mas, dissociado
unidades e dos atendimentos na rede. da perspectiva estritamente estatal e pública
A noção de integralidade aparece relacio- de prestação de serviços e de planejamento
nada às redes, sugerindo dupla leitura: redes político-administrativo. Admite-se a partici-
como estrutura organizacional de produção de pação e o protagonismo de outros agentes e
serviços e redes como dinâmica de atores e or- instituições do mercado e da sociedade na ne-
ganizações em permanente negociação (HARTZ; gociação e conformação das redes de saúde.
CONTANDRIOPOULOS, 2004). Do ponto de vista da co- Nesse sentido, as redes podem reconfigurar
ordenação política, as RAS seriam uma expres- os desenhos regionais com maior frequência,
são de interesses negociados por diversos atores pois resultam da interdependência entre fixos
e instituições, que se organizam como rede com e fluxos materiais e imateriais hierarquizados
objetivos claros (FLEURY; OUVERNEY, 2007). Para outros e comandados por organizações e agentes es-
autores, essas redes dependem da gestão inter- tatais e não estatais que podem operar serviços
governamental nas diversas escalas do exercício localizados dentro e fora da região, do estado
do poder (territoriais e regionais) e espaços co- e do País. O mesmo vale para a participação
legiados do SUS, conformando redes assisten- da sociedade e dos profissionais de saúde,
ciais interfederativas (SANTOS; ANDRADE, 2011). considerando que fluxos assistenciais e fluxos
Entre as principais diferenças da propos- no mercado de trabalho nem sempre cabem
ta de redes forjada no sistema americano e dentro do recorte regional instituído.
aquelas para países com sistemas universais Quando se analisam as diretrizes nacio-
de saúde está a regionalização, que implica nais de regionalização e redes de atenção
universalidade e diminuição das desigual- no SUS, identificam-se descompassos na
dades (KUSCHNIR; CHORNY, 2010). Nos Estados adoção destas estratégias, muito em função
Unidos, as redes buscam regular um sistema das distintas perspectivas adotadas.
competitivo, fragmentado e custoso, em que a
regionalização pelas redes visa compartilhar Três fases da indução da
riscos financeiros e criar mecanismos rígidos regionalização e das redes de saúde
de controle do acesso aos serviços (SILVA, 2011). na política brasileira
No Brasil, regiões e redes de saúde são orga-
nizadas pelo Estado e pelo mercado. Enquanto No âmbito da política nacional de saúde, os pro-
as redes enfatizam o caráter gerencial e logís- cessos de descentralização, regionalização e or-
tico dos sistemas de saúde (modelos de gestão, ganização de redes assistenciais não estiveram
integração econômica vertical e horizontal, associados desde o início da implantação do
regulação, continuidade do cuidado, economia SUS. Apenas nos anos 2000, a indução da regio-
de escala e escopo, coordenação técnica e go- nalização e da conformação de redes de saúde
vernança clínica), a região tem uma perspectiva entrou na agenda, podendo ser caracterizada
mais ampla do planejamento, sendo um espaço em três fases: fase I (2001-2005): região norma-
de negociação, coordenação e regulação técnica tiva com redes regionalizadas e hierarquizadas
e política da saúde. A região abriga diversida- de serviços de saúde; fase II (2006-2010): região
des e desigualdades socioespaciais e envolve a negociada com redes regionalizadas e integra-
negociação entre agentes e instituições, com das de atenção à saúde; fase III (2011-atual):
interesses e demandas distintos e conflituosos. região negociada e contratualizada com as RAS.
Nesse sentido, o planejamento regional serve Essas fases se distinguem pelas concepções
para enfatizar o caráter público e universal do de região e redes que influenciaram a política
direito à saúde, reforçando o papel do Estado. de saúde brasileira e segundo as normas que
Através do conceito de redes de atenção, definem os conceitos de regionalização e redes,

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os critérios, objetivos, desenhos, instrumentos responsáveis pela condução da organização


de planejamento, financiamento e gestão e os territorial do sistema de saúde (quadro 1).

Quadro 1. Região e rede na política de saúde brasileira: diferentes fases da indução pelas normas (2001-2011)

FASE I (2001-2005) FASE II (2006-2010) FASE III (2011-atual)


Região normativa com redes Região negociada com redes integradas e Região negociada e contratualizada com redes de
regionalizadas e hierarquizadas regionalizadas atenção à saúde
Norma Operacional de Assistência à Portaria 4.279/10
Normas Pacto pela Saúde (Portaria 399/2006)
Saúde – Noas (2001/02) Decreto 7.508/11
REGIÃO REGIÃO REGIÃO
Base territorial de planejamento da Recortes territoriais inseridos em Espaço geográfico contínuo constituído por
atenção à saúde, não necessariamente espaços geográficos contínuos, não agrupamentos de municípios limítrofes.
coincidente com a divisão necessariamente coincidentes com a Elementos: limite geográfico dos territórios
administrativa do estado. divisão administrativa do estado. municipais envolvidos, população usuária, fluxos
Elementos: limite geográfico dos Elementos: limite geográfico dos territórios assistenciais, RAS com rol mínimo de ações
territórios municipais envolvidos, municipais envolvidos, população usuária, e serviços (Atenção Primária à Saúde - APS,
população usuária, fluxos fluxos assistenciais, ações e serviços Urgência e Emergência - UE, atenção psicossocial;
assistenciais, ações e serviços de Atenção Básica (AB), Média e Alta ambulatorialespecializada e hospitalar e Vigilância
de Média Complexidade (MC) e Complexidade e Vigilância Sanitária (VS), Sanitária), Comissão Intergestores Regional (CIR).
Definições responsabilidades (habilitação da Colegiados de Gestão Regional.
gestão) dos entes federativos.
REDES REDES
REDES Diversas nomenclaturas: rede regionalizada As RAS são definidas como arranjos organizativos
Hierarquizadas e regionalizadas, sem e hierarquizada de ações e serviços; RAS; de ações e serviços de saúde, de diferentes
definição de um conceito específico redes regionalizadas de atenção à saúde; densidades tecnológicas, que integradas por meio
e com publicação de portarias com redes regionais hierarquizadas estaduais; de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão,
diretrizes organizativas. redes funcionais; rede de cooperação entre buscam garantir a integralidade do cuidado.
os três entes federados, sem definição de
um conceito específico e com publicação
de portarias com diretrizes organizativas.
REGIÃO REGIÃO REGIÃO
Ampliar o acesso às ações e serviços Atender às demandas das populações dos Compatibilizar e integrar o processo de
de saúde em todos os níveis de municípios a elas vinculados, garantindo planejamento dos entes federativos.
atenção, por meio da conformação o acesso, a equidade e a integralidade Garantir segurança jurídica para as relações
de sistemas funcionais de saúde e do cuidado com a saúde local. Diminuir intergovernamentais na região de saúde (Contrato
definindo-se um conjunto mínimo de as desigualdades socioespaciais de Organizativo da Ação Pública de Saúde – Coap).
procedimentos de MC como primeiro universalização da saúde, superar os Integrar a organização, o planejamento e a
nível de referência intermunicipal a toda limites do modelo de descentralização execução de ações e serviços de saúde, por meio
a população no âmbito microrregional, municipalista da saúde e fortalecer o da conformação das RAS. Associar planejamento
ofertados em um ou mais módulos papel dos estados no planejamento e orçamento: região como referência para
assistenciais. Descentralizar as ações e na coordenação / cooperação transferência de recursos entre os entes federados.
e serviços em saúde. Fortalecer o intergovernamental. Diminuir as desigualdades socioespaciais de
papel dos estados no planejamento. universalização da saúde, superar os limites do
Objetivos
Equidade. modelo de descentralização municipalista da saúde
e fortalecer o papel dos estados no planejamento e
na coordenação / cooperação intergovernamental.
Governançadas redes. Metas e resultados.

REDES
REDES O objetivo das RAS é promover a integração
REDES Regulação dos fluxos assistenciais sistêmica, de ações e serviços de saúde com
Regulação dos fluxos assistenciais intermunicipais e integração das ações e provisão de atenção contínua, integral, de qualidade,
intermunicipais serviços no espaço regional. responsável e humanizada, bem como incrementar
o desempenho do Sistema, em termos de acesso,
equidade, eficácia clínica e sanitária; e eficiência
econômica.

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Quadro 1. (cont.)
REGIÃO REGIÃO REGIÃO
Características demográficas, Identidades culturais, econômicas e Identidades culturais, econômicas e sociais,
socioeconômicas, geográficas, sociais, características epidemiológicas, características epidemiológicas, e redes de
sanitárias, epidemiológicas, ofertade existência de redes nas áreas de comunicação e transportes compartilhadas.
serviços, relaçõesentre municípios, comunicação, infraestrutura, transportes Deve conter, no mínimo, ações e serviços de:
entre outras. O conjunto mínimo de e saúde. Deve estar garantido o APS; UE; atenção psicossocial; atenção ambulatorial
serviços de média complexidade desenvolvimento da AB da assistência e especializada e hospitalar; e Vigilância em Saúde
compreende as atividades parte da MC, assim como as ações básicas (VS). Critérios de acessibilidade e escala.
ambulatoriais de apoio diagnóstico e de Vigilância em Saúde (VS). Considera
Critérios para terapêutico e de internação hospitalar. as demandas da população. Cooperação
conformação intergovernamental.
REDES
REDES Amplo conhecimento das necessidades,
REDES Fluxos assistenciais intermunicipais e preferências e grau de risco de uma dada população,
Fluxos assistenciais intermunicipais, interestaduais, hierarquizados segundo identificação da área geográfica e a população sob-
hierarquizados segundo complexidade complexidade dos serviços, regulados responsabilidade das redes e rol de ações e serviços
dos serviços, regulados dentro das dentro das regiões de saúde. O modelo de ofertados (pontos de e níveis de atenção primária,
regiões de saúde. atenção básica à saúde deve ser o centro secundária e terciária, sistemas de apoio e logístico),
ordenador das redes. acessibilidade e escala para a conformação dos
serviços. Linhas de cuidado.
REGIÃO REGIÃO REGIÃO
Macrorregiões; regiões e/ou As regiões de saúde podem assumir As regiões de saúde podem assumir diferentes
microrregiões de saúde; módulos diferentesdesenhos, intraestaduais e desenhos, intraestaduais e interestaduais, desde que
assistenciais. interestaduais. ‘Regionalização viva’. garantam a oferta do rol mínimo de ações e serviços
de saúde (critérios de regionalização; referência:
Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde
- Renases e Relação Nacional de Medicamentos
Desenhos
Essenciais - Rename). Não mais existindo diferentes
regionais
escalas (macro e micro) de regionalização.

REDES
REDES REDES Abrangência da base populacional sob-
Redes estaduais regionalizadas Redes estaduais regionalizadas. responsabilidade das RAS, acessibilidade e escala.
segundo macrorregiões. RAS podem abranger uma ou mais regiões de
saúde.
REGIÃO REGIÃO REGIÃO
Habilitações Termos de compromisso de gestão Coap
Programação Pactuada e Integrada PPI, PDR, PDI Planos de saúde contendo metas de saúde
(PPI) Indicadores de monitoramento (planejamento integrado dos entes)
Plano Diretor de regionalização (PDR) Complexos reguladores Mapa de Saúde (federal, estadual e regional)
Plano Diretor de Investimentos (PDI) Financiamento por blocos (Atenção Básica, Renases
Centrais de regulação Atenção de Média e Alta Complexidade, Rename
Financiamento por elenco de Vigilância em Saúde, Assistência RAS
procedimentos (níveis de atenção, tipo Farmacêutica e Gestão do SUS) Índice de Desempenho do SUS (IDSUS)
de serviços, programas e funções) e Normas internacionais (regiões de Sistema logístico das redes (transporte sanitário e
transferências per capita fronteira) regulação)
Instrumentos
Financiamento por blocos e por componentes das
de
RAS
planejamento
Normas internacionais (regiões de fronteira)

REDES REDES
REDES PPI, centrais de regulação e contratos de Portarias das redes temáticas de atenção à
PPI e centrais de regulação gestão saúde, diretrizes clínicas, linhas de cuidado,
modelo de atenção, auditoria clínica, lista de
espera, contratos de gestão, sistema logístico de
informação, complexos reguladores, financiamento
tripartite e transporte sanitário, critérios/índice
de necessidades de saúde envolvendo variáveis
demográficas, epidemiológicas e sanitárias

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Perspectivas de região e redes na política de saúde brasileira 35

Quadro 1. (cont.)
REGIÃO REGIÃO REGIÃO
Secretarias Estaduais de Saúde Secretarias Estaduais de Saúde Secretarias Estaduais de Saúde
Comissão Intergestores Bipartite (CIB) Secretarias Municipais de Saúde Secretarias Municipais de Saúde
Colegiados de Gestão Regional CIT (no caso de regiões nas áreas de fronteira
CIB internacional; na discussão das diretrizes de
Comissão Intergestores Tripartite (CIT) regionalização)
(no caso de regiões nas áreas de fronteira CIB
Responsáveis internacional) Comissão Intergestores Regional (CIR)

REDES REDES REDES


Secretarias Estaduais de Saúde Secretarias Estaduais de Saúde Governança das redes: Secretarias Estaduais de
Secretarias Municipais de Saúde Secretarias Municipais de Saúde Saúde, Secretarias Municipais de Saúde, Comissões
CIB Colegiados de Gestão Regional Intergestores Regionais e Bipartite, reguladores,
CIB financiadores e prestadores públicos e privados,
Comitê Gestor das Redes.
Fonte: Elaboração própria com base nas normas nacionais de regionalização e RAS da política nacional de saúde brasileira.

A primeira fase, que teve início com a Noas pautada por diretrizes organizativas, desta-
(2001/02), dialoga com a proposta de Dawson cando as referentes aos Serviços de Urgência
das redes assistenciais regionalizadas e hie- e Emergência. Contudo, a questão mais im-
rarquizadas, dentro da lógica de um sistema portante é o uso do termo rede de cooperação
de saúde funcional e resolutivo. O grande ob- entre os três entes federados ante a necessida-
jetivo da regionalização era ampliar o acesso de de maior coordenação e cooperação inter-
ao SUS, retomando sua coerência sistêmica, governamental na gestão do SUS. São criados
organizando fluxos intermunicipais pouco os Colegiados de Gestão Regionais (CGR),
regulados, integrados e negociados, promo- posteriormente denominados Comissões
vendo o papel dos estados no planejamento Intergestores Regionais (CIR), e flexibilizados
e coordenação das redes intermunicipais. os critérios para a conformação das regiões
Contudo, não foi elaborado um conceito espe- de saúde, dando oportunidade para recortes
cífico para as redes assistenciais que pudesse mais variados e adequados às realidades locais.
subsidiar o planejamento e as negociações, Tratou-se de um processo de regionalização
apenas portarias com diretrizes organizativas baseado na negociação, envolvendo todos os
para redes estaduais. As regras da regionali- gestores, em um contexto territorial complexo
zação, quando confrontadas com a realidade (divisão tripartite do poder e diversidade de
diversa e desigual do território brasileiro, situações sanitárias existentes). Contudo, os
foram consideradas rígidas e pouco efetivas, instrumentos de planejamento continuaram
caracterizando regiões normativas (BRASIL, os mesmos da fase anterior, limitando a nego-
2004). A exemplo da dificuldade de implanta- ciação e a coordenação política.
ção das Programações Pactuadas Integradas. Nessa fase, as regionalizações se diferen-
A segunda fase, que se iniciou com o Pacto ciaram muito quanto à institucionalidade, go-
pela Saúde (2006), representa uma transição vernança e objetivos propostos no âmbito dos
das concepções de região e redes na política de estados e associaram-se, em grande medida,
saúde nacional. O uso de diversas nomencla- aos objetivos de redução das desigualdades
turas para redes, com menção às RAS, aponta regionais, amparados pela expansão dos in-
a influência da proposta da OMS de sistemas vestimentos públicos federal e estadual (VIANA;
integrados de saúde na política brasileira. As LIMA, 2011). Os consórcios intermunicipais e
redes são compreendidas como integradas a regionalização negociada se combinaram
e regionalizadas, sem um conceito definido, de maneira a respeitar o desenho de alguns

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consórcios e, também, redefinir as respon- duas estratégias caminharam paralelamen-


sabilidades dos governos (SCATENA ET AL., 2014). te e não se coadunam. Entre 2011 e 2013,
Entretanto, esse processo instituiu regiões as portarias e projetos para implementa-
muito desiguais do ponto de vista da oferta de ção das redes temáticas de atenção à saúde
serviços, da população atendida e da capaci- trouxeram pouca ou nenhuma relação
dade técnica, financeira e decisória de organi- com os novos instrumentos da regionali-
zação de redes assistenciais, muitas vezes sem zação (ALBUQUERQUE, 2013). Mesmo o Projeto
ganhos de escala e escopo. QualiSUS-Rede selecionou regiões me-
Na fase III, a publicação da Portaria tropolitanas e outros recortes priorizados
4.279/2010 e do Decreto 7.508/2011 conso- na Política Nacional de Desenvolvimento
lidou a nova perspectiva das RAS na política Regional, sem relação com regiões de saúde.
nacional. Contribuíram para isso: a criação Apenas dois estados assinaram os Coaps nas
da Diretoria de Articulação de Redes de suas regiões de saúde (MT, CE).
Atenção à Saúde (Daras/SAS/MS), em 2007, A proposta das RAS redefine a região como
o Programa dos Territórios Integrados de ‘sanitária’, baseada em sua população-alvo e
Atenção à Saúde (Teias) e a elaboração de abrangência espacial que extrapola o recorte
um documento base sobre RAS para o País. das regiões de saúde. Levando em conta que
Experiências estaduais (CE, ES, MG) e mu- o repasse de recurso novo está vinculado às
nicipais (Curitiba, Rio de Janeiro) de confor- redes temáticas, sua implantação tende a re-
mação de redes de atenção, ocorridas desde o configurar as regiões estabelecidas (MENDES,
final da década de 1990, também subsidiaram 2014). Ao mesmo tempo, sugere uma redistri-
a política nacional. O Banco Mundial propôs buição do poder entre instituições públicas
e financiou a implantação de redes integradas e privadas e entre as três esferas de governo,
no País, a exemplo do Projeto QualiSUS-Rede. com tendências de centralização de certas
Trata-se de um movimento de demanda por funções nos estados e no nível federal (VARGAS
mais recursos financeiros para o setor saúde ET AL., 2014). É possível que novos desenhos
alinhados às redes de atenção. sejam estabelecidos, regiões mais dinâmicas
Do ponto de vista do planejamento regio- e flexíveis, diferentemente daqueles formal-
nal do SUS, destaca-se o papel da Secretaria mente instituídos como região de saúde.
de Gestão Estratégica e Participativa
(Segep/MS) e a atuação do Consórcio da
Catalunha na equipe ministerial sob a forte Conclusão
influência da experiência Catalã, adaptada
ao Brasil no estado do Sergipe. O Decreto A indução da regionalização e a conforma-
7.508/11 trouxe mudanças significativas na ção de redes de saúde ocorreram de maneira
concepção, nos objetivos e instrumentos do descompassada, orientadas por diferentes
planejamento regional. Por um lado, buscou concepções teóricas e políticas e interesses
garantir flexibilidade e ganhos de escala e nacionais e internacionais. A perspectiva das
escopo no desenho regional e, por outro, RAS é a face mais recente do alinhamento da
buscou responsabilizar de forma clara e ob- política brasileira com diretrizes internacio-
jetiva as três esferas de governo pelo plane- nais de reforma dos sistemas universais.
jamento, gestão e investimentos nas regiões A proposta das redes de atenção vem se
de saúde. Trata-se de conformar regiões ne- tornando consenso na política nacional, que
gociadas e contratualizadas. também se explica porque a rede supre a ne-
Apesar do Decreto 7.508/11 trazer novas cessidade de um novo modelo de organização
perspectivas de região e de redes de atenção, territorial do SUS, provocando a revisão da
a elaboração e institucionalização dessas perspectiva regional do planejamento da saúde.

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Perspectivas de região e redes na política de saúde brasileira 37

É limitada a concepção de região de saúde seja forma da ação coletiva, permeada por atores
como resultante de dinâmicas constituídas públicos e privados organizados em redes
apenas em sua escala espacial, seja como ferra- de atenção. Potencializar a negociação, a
menta exclusiva à ação dos atores estatais. regulação e a coordenação de um sistema
Modelos de organização territorial do de saúde implica redefinir os papéis dos
sistema de saúde e suas combinações, em agentes operadores do sistema e da política,
constante disputa no âmbito da federação, em um ambiente de autonomia e participa-
são condicionados por dinâmicas espaciais ção, por meio de novas tecnologias de coo-
e relações entre Estado, mercado e socieda- peração que atravessam técnicas de gestão
de na condução da política e das redes de e organizativas dos fatores de produção em
saúde. Há mudanças tanto no modo como saúde, capazes de melhorar a eficiência dos
se realiza a política (multinível) quanto na investimentos e a eficácia dos serviços. s

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