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CASO CONCRETO

•Anco Márcio sofreu acidente automobilístico e foi encaminhado ao Hospital


Monte Aventino, mantido pela sociedade Sanitas Serviços Médicos e
Hospitalares Ltda., para tratamento. O hospital é notoriamente conhecido
pela sua agilidade e eficiência na prestação de serviços médicos,
constantemente objeto de propaganda nos meios de comunicação, mantendo
para tanto equipe de profissionais médicos empregados. Todavia, em que pese
a cirurgia a que se submeteu ter sido bem-sucedida, Anco Márcio contraiu
infecção hospitalar, que o deixou internado por dois meses. Assim, Anco
Márcio moveu ação pelo rito comum contra a sociedade mantenedora,
postulando indenização por danos morais e materiais, estes consistentes em
lucros cessantes pelo óbice do exercício de sua atividade profissional
(representante comercial) durante o tempo de internação. A sociedade Ré
alegou, em contestação, exclusivamente, não ter concorrido com culpa para o
dano sofrido. A ação tramitou perante o Juízo de Direito da 45ª Vara Cível
Central da Capital e foi julgada improcedente, sob o fundamento de que Anco
Márcio não havia comprovado a culpa dos profissionais que o atenderam,
como exige o artigo 14, § 4º , do Código de Defesa do Consumidor, instituído
pela Lei n. 8.078/90.

•Questão: Como advogado(a) de Anco Márcio, considerando que a sentença


foi publicada há 10 (dez) dias, exercite o meio processual hábil à defesa dos
interesses de seu constituinte
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA
45ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DE SÃO PAULO-SP
(COMPETÊNCIA)

Processo (....xxxxx)

ANCO MARCIO, por seu advogado que esta subscreve, nos autos da
ação de indenização pelo procedimento comum em epígrafe, que move em
face de Sanitas Serviços Médicos e Hospitalares Ltda., vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, tendo em vista a respeitável
sentença de (fls...xxxxxx), com fundamento nos artigos 1.009 e seguintes do
Código de Processo Civil, interpor o presente recurso de APELAÇÃO
conforme razões anexas. (PREÂMBULO)

Outrossim, requer a intimação da parte contrária para, querendo,


apresentar suas contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.

Requer, ainda, a remessa dos autos para o Egrégio Tribunal de Justiça,


para sua admissão, processamento e julgamento.

Por fim, requer a juntada das custas de preparo, devidamente quitadas,


que a esta seguem anexas.

Termos em que,
pede recebimento.

(local e data)
ADVOGADO...
OAB ...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
PAULO/SP

APELANTE: ANCO MARCIO

APELADA: Sanitas Serviços Médicos e Hospitalares Ltda.

Processo nº (..........xxxxxxxxx)

Egrégio Tribunal, Colenda Câmara.

RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO

I - DA TEMPESTIVIDADE E DO CABIMENTO DO RECURSO

Consoante se depreende dos autos, o recorrente foi intimado da


decisão aos (data ...xxxxx) e protocolizou o presente recurso em(....xxxxx),
portanto no prazo de quinze dias previsto em lei (artigo 1.005, § 5º , do
Código de Processo Civil).

Trata-se de sentença de mérito que encerrou toda a relação jurídica de


direito processual. Portanto, cabível, no caso, o presente recurso de apelação
conforme artigo 1.009 do Código de Processo Civil.

II. – DOS FATOS

Trata-se de ação de indenização pelo procedimento comum, na qual o


Apelante pleiteia indenização por danos morais e materiais, tendo em vista os
lucros cessantes que sofreu ante sua proibição do exercício de sua atividade
profissional, durante o tempo de internação.

A demanda foi proposta tendo em vista o acidente automobilístico


sofrido pelo Apelante, em razão do qual foi encaminhado ao Hospital Monte
Aventino, mantido pela Apelada, para tratamento médico.
Contudo, em que pese a cirurgia a que se submeteu ter sido bem
sucedida, o Apelante contraiu infecção hospitalar, que o deixou internado por
dois meses.

Devidamente citada, a Apelada apresentou defesa, contestando,


exclusivamente, não ter concorrido com culpa para o dano sofrido,
requerendo a improcedência da ação. Assim, o MM. Juízo “a quo” veio por
julgar improcedente a demanda, sob o argumento de que não foi demonstrada
a culpa dos profissionais que atenderam o Apelante, conforme estipula o
artigo 14, § 4º , do Código de Defesa do Consumidor.

Todavia, equivocada está a respeitável decisão proferida pelo


Magistrado de Primeiro Grau, devendo ser reformada por este Egrégio
Tribunal, uma vez que a Apelada deve responder aos termos da demanda,
independentemente de culpa.

III. - DO DIREITO (CAUSA DE


PEDIR/MÉRITO/ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA)

III.1 - Da aplicação da relação de consumo ao caso concreto

Primeiramente, é mister destacar que entre as partes existe patente


relação de consumo, diante do que preveem os artigos 2º e 3º do Código de
Defesa do Consumidor. Neste prisma, uma vez sendo a Apelada prestadora
de serviços, deverá responder objetivamente pelos prejuízos causados ao
Apelante, diante do que prevê o artigo 14 do Código de Defesa do
Consumidor.

Note-se que, no caso, não incide a aplicação do § 4º do artigo 14 do


CDC, já que não se trata de responsabilidade do profissional liberal e sim da
prestadora de serviços. Isso porque os médicos do Hospital Monte
Aventino são contratados da Apelada, havendo, portanto, uma
subordinação entre aqueles e a prestadora.

Assim, para que haja o dever de indenizar, nos casos em que a


responsabilidade do dano é da prestadora de serviços, basta apenas a
demonstração do fato, do dano e do nexo causal, excluindo-se,
portanto, a culpa do agente.
Ademais, ainda que não se aplicasse ao caso a relação de consumo, a
responsabilidade objetiva da prestadora de serviços também encontra
previsão legal no Código Civil, em seu artigo 927, parágrafo único.

Portanto, demonstrado o dever de indenizar da Apelada, objetivamente


aos danos causados ao Apelante, deverá ser reformada a r. sentença proferida
pelo Magistrado de Primeiro Grau, já que está em desacordo com a legislação
pátria.

III.2 - Da dever de indenizar os lucros cessantes

Conforme ficou demonstrado acima, a r. sentença de fls. equivocou-se


ao entender que não se tratava de relação de consumo, devendo o apelado ser
condenado neste sentido.
Da mesma forma, deverá ser condenado o apelado, quanto aos lucros
cessantes, visto que o apelante ficou sem auferir renda por conta do tempo
em que ficou internado, pelo óbice do exercício de sua atividade profissional
(representante comercial).
Em assim sendo, o apelante, que auferia semanalmente o montante de
(R$ valor em reais), passa por dificuldades financeiras, bem como sua família,
como comprovam os documentos anexados à presente, devendo ser
indenizado pelo réu, a título de lucro cessante, do valor supra.

IV – PEDIDO (RESUMO)

Diante do exposto, requer:

a) seja recebido e processado o presente Recurso de Apelação, tendo em


vista o preenchimento dos requisitos de admissibilidade;
b) seja recebido nos seus regular efeito;
c) ao final seja dado provimento para o fim de que seja reformada a
respeitável sentença proferida pelo MM. Juízo a quo, julgando
procedente o pedido inicial, com a inversão do ônus sucumbencial;
d) a majoração dos honorários advocatícios nos termos do artigo 85, § 11,
do Código de Processo Civil.
Termos em que,

pede deferimento.

(local e data)
ADVOGADO ...
OAB ...

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