Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
No dogmática penal, voluntariedade não tem relação com o dolo, mas sim
com a conduta. A conduta deve ser voluntária. A voluntariedade é
analisada apenas para verificar se há ou não conduta (ex.: coação física
irresistível).
E a voluntariedade do resultado?
O resultado pode ser um objetivo intermediário ou objetivo final (dolo
direto de primeiro grau). Ele também pode ser um efeito colateral,
necessário da ação (dolo de segundo grau). Isso tudo é abrangido pela
vontade.
Na LIA, ao mencionar o “querer o resultado”, isso não significa que ele
precisa ser o destino final da ação, ele pode ser o meio, pode ser o
objetivo final ou também um efeito colateral e necessário da ação para se
obter um outro resultado. Assim, o legislador não abrange apenas o dolo
de 1º grau, mas também de 2º.
O legislador quis ainda indicar que o dolo não é mais o dolo genérico. O
legislador não só exclui a modalidade culposa de improbidade, mas como
também determinou o dolo específico desses atos (Marteleto questiona
seriamente essa consideração, não concordando com esse entendimento).
A doutrina brasileira clássica e italiana e alguns autores espanhoes
utilizam o conceito de dolo específico. O dolo específico é um conceito
ruim.
No dolo direto de primeiro grau o agente quer especificamente o
resultado. O dolo direto de segundo grau é um efeito colateral necessário
da conduta. Dolo eventual é a assunção do risco.
E o que seria dolo específico? Não é uma espécie de dolo, nada mais que
um elemento subjetivo especial do injusto previsto em determinados
tipos penais. É um elemento a mais do tipo penal.
O problema é que não são todos os tipos de improbidade que preveem
esse elemento subjetivo especial (que vai além do dolo).
Ex.: Dispensa ilícita de licitação. O tipo penal pode prever “para fins de”.
Nesses casos, devemos provar esse elemento especial. Contudo, isso não
exige que todos os tipos de improbidade necessitem desse elemento
específico.
O ponto é que não vamos considerar o “dolo específico” em um conceito
geral, devendo analisar hipótese por hipótese, e provar a questão
específica somente nos casos expressamente previstas.
O que há na lei é o dolo genérico, que se compatibiliza com o dolo
eventual e alguns tipos específicos preevem elementos subjetivos do tipo
(para fins de), nesses casos, o dolo eventual sozinho não é suficiente,
sendo necessário a prova desse elemento subjetivo especial para
consumação do tipo.
Comparativo do estelionato – não basta o meio fraudulento, sendo
necessário a obtenção da vantagem indevida.
OBS: Olhar tipos que pedem e não pedem esse elemento subjetivo
especial.