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Teste de avaliação 4 2020-2021

Biologia e Geologia 11.º ano

Grupo I

A evolução é a essência da Sistemática, pois procura representar as relações evolutivas entre os seres
classificados mas também porque as próprias classificações acompanham as mudanças ao nível dos
conhecimentos sobre a evolução das espécies. Ao longo da história, as mudanças mais significativas têm
ocorrido na classificação dos organismos mais simples.
As primeiras classificações de caráter científico separavam seres vivos fixos e autotróficos de seres vivos
móveis e que ingerem outros seres.
Ernst Haeckel foi dos primeiros evolucionistas a propor a criação de um terceiro grupo, em que seriam
incluídos seres unicelulares ou que formam colónias simples, sem verdadeira diferenciação celular. Estes
seres vivos foram inicialmente divididos de forma arbitrária em “semelhantes a animais” e “semelhantes a
plantas”. O resultado causou sempre algum desconforto, ainda que a divisão de seres vivos pelo reino
animal e reino vegetal fosse aceite, de forma generalizada. No grupo proposto por Haeckel, procurou-se
criar uma classificação que evidenciasse relações evolutivas, embora a interpretação filogenética nestes
seres vivos seja difícil: os critérios mais comuns são morfológicos, fisiológicos, ultraestruturais e
bioquímicos, sendo as características genéticas cada vez mais utilizadas.
Haeckel reconheceu, nesse grande grupo, um conjunto de organismos sem núcleo organizado, as
bactérias e algas azuis, ou cianobactérias. Mais tarde, Copeland propôs uma organização em quatro reinos,
criando um reino para seres sem núcleo organizado. O sistema mais utilizado atualmente foi proposto por
Whittaker em 1969 reformulado pelo próprio (em 1978).

Baseado em Whittaker, R.H., Margulis , L. (1978) Protist classification and the kingdoms of organisms. Biosystems, vol.
10, 3-18

Nas questões de 1. a 7., selecione a opção que completa corretamente as afirmações.

1. Atualmente, a Sistemática engloba


(A) a Biologia Evolutiva e a Taxonomia.
(B) a Nomenclatura e a Taxonomia.
(C) a teoria de evolução por seleção natural.
(D) classificações fenéticas e classificações filogenéticas.

2. Uma das características dos vários sistemas de classificação, em evidência no texto, é


(A) a inclusão de dados de diversas áreas da ciência, como a genética e a bioquímica.
(B) o seu caráter fixo.
(C) a sua mutabilidade, resultante da aquisição de novos conhecimentos.
(D) a sua antiguidade, que remonta aos primeiros seres humanos.

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3. Se imaginarmos uma classificação por um ser humano na pré-história, não será de esperar uma
classificação de animais do tipo
(A) “perigosos vs. inofensivos”.
(B) “selvagens vs. domésticos”.
(C) “produzem mel vs. não produzem mel”.
(D) “amamentam os descendentes vs. não amamentam os descendentes”.

4. O sistema de classificação que separava seres vivos fixos e autotróficos de seres vivos móveis e que
ingerem outros seres pode ser considerado ___ e estes seres podem corresponder, respetivamente, a ___.
(A) racional natural (...) animais e plantas
(B) racional artificial (...) plantas e animais
(C) racional natural (...) plantas e animais
(D) vertical ou filogenético (...) animais e plantas

5. A proposta de Copeland veio trazer mais rigor à classificação em três reinos de Haeckel pois
(A) agrupou todos os seres procariontes num reino próprio: o reino Monera.
(B) dividiu os protistas em semelhantes a animais, semelhantes a plantas e semelhantes a fungos.
(C) criou um grupo específico para os fungos.
(D) agrupou seres autotróficos e seres heterotróficos em grupos distintos.

6. Uma das diferenças entre os fungos e os animais diz respeito ______, sendo os ______ considerados
microconsumidores nos ecossistemas.
(A) ao modo de nutrição (...) segundos
(B) aos organelos presentes nas células (...) primeiros
(C) ao modo de nutrição (...) primeiros
(D) aos organelos presentes nas células (...) segundos

7. No processo de transformação de energia ao nível da célula, plantas e animais têm em comum


(A) a intervenção do oxigénio numa cadeia respiratória.
(B) a síntese de glicose tendo como fonte de carbono o dióxido de carbono.
(C) a utilização de moléculas de água em reações de síntese.
(D) a fixação de luz solar, mobilizando energia para produção de ATP.

8. Refira o(s) reino(s) proposto(s) por Whittaker que inclui(em) organismos fotoautotróficos.

9. Os fungos partilham algumas características com plantas e com animais.


Justifique a inclusão destes organismos num reino distinto, enumerando uma característica comum com
as plantas e os animais e duas características que os diferenciam de outros eucariontes.

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Grupo II
Documento 1

A taxonomia é a ciência de classificação dos organismos. A taxonomia de bactérias consiste em três


áreas separadas, mas que se relacionam: a classificação, ou organização dos organismos em grupos; a
nomenclatura, a atribuição de nomes aos grupos formados, de acordo com regras internacionais; e a
identificação, o uso dos sistemas de classificação para determinar a identidade de um indivíduo como
membro de um grupo existente ou como uma nova espécie.
Até ao momento, foram identificadas cerca de 4000 espécies de bactérias, mas o número real deverá
ser superior em várias dezenas de milhar.
Para a correta classificação e identificação de bactérias é fundamental o conhecimento sobre as suas
características morfológicas, bioquímicas, fisiológicas e genéticas.
São considerados vários níveis na classificação de bactérias: o nível hierarquicamente mais elevado é o
Domínio, sendo que todos os seres procarióticos são incluídos num de dois Domínios – Archaea e Bacteria.
Atualmente, não são utilizadas as categorias taxonómicas Reino ou Divisão na classificação de organismos
do grupo Bacteria.
O nível básico e mais importante na classificação de bactérias é a espécie, um conceito que, no caso
destes seres vivos, é menos definitivo do que para organismos mais complexos: os critérios relacionados
com reprodução sexuada não são utilizados, uma vez que são raras as espécies de bactérias que
evidenciam conjugação, processo em que ocorre a transferência de material genético; da mesma forma, as
características morfológicas por si são pouco úteis devido à relativa simplicidade morfológica da maioria
destes seres.

Tabela 1 – Hierarquia de grupos taxonómicos.


Categoria Exemplo

Domínio Bacteria

Filo Proteobacteria

Classe Alphaproteobacteria

Ordem Legionellales

Família Legionellaceae

Género Legionella

Espécie Legionella pneumophila

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Figura 1– Exemplo de árvore filogenética de bactérias.

Baseado em Brenner, D. J. et al. (2015) Classification of Procaryotic Organisms and the Concept of Bacterial
Speciation. Bergey’s Manual of Systematics of Archaea and Bacteria

Nas questões de 1. a 4., selecione a opção que completa corretamente as afirmações.

1. Uma característica exclusiva dos seres dos Domínios Archaea e Bacteria é


(A) a autotrofia.
(B) a ausência de organelos membranares.
(C) a existência de ribossomas.
(D) a ocorrência de transcrição e tradução na síntese de proteínas.

2. A nomenclatura estabelece um conjunto de regras para a atribuição de nomes aos grupos


taxonómicos.
Uma das regras de nomenclatura é a
(A) organização hierárquica dos grupos taxonómicos, sendo o Reino o grupo que integra maior
diversidade de organismos.
(B) atribuição de nomes em latim, por ser uma língua universal, o que facilita a comunicação entre
indivíduos de diferentes países.
(C) atribuição de um nome binominal à espécie, em que a primeira palavra representa o género e o
segundo a espécie.
(D) atribuição de um nome científico único para cada espécie, que permite identificar o género a que
pertence cada espécie.

3. Relativamente às bactérias, é correto afirmar que


(A) apresentam um número reduzido de espécies.
(B) a sua classificação tem em conta os mesmos critérios usados para a classificação dos animais.
(C) toda a sua diversidade estará distribuída por mais espécies do que as consideradas atualmente.
(D) exibem uma diversidade reduzida, nomeadamente ao nível do modo de nutrição.

4. Dois animais de sexos diferentes que apresentam reprodução sexuada pertencem à mesma espécie
se
(A) são morfologicamente semelhantes entre si.
(B) originam descendentes viáveis e férteis.
(C) se reproduzem sexuada ou assexuadamente.
(D) ocupam o mesmo espaço no mesmo período de tempo.

5. Considere as seguintes afirmações, relativas aos dados da figura 1 e da tabela 1.

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I – Duas bactérias da ordem Legionellales apresentam obrigatoriamente mais características em comum
do que duas bactérias que pertencem à família Legionellaceae.
II – Legionella pneumophila pneumophila representa uma subespécie da espécie L. pneumophila.
III – P. putida e P. aeroginosa são filogeneticamente mais próximas de E. coli do que esta de V. cholerae.

Selecione a opção que permite classificar corretamente as afirmações.


(A) A afirmação II é verdadeira, as afirmações I e III são falsas.
(B) A afirmação III é verdadeira, as afirmações I e II são falsas.
(C) As afirmações I e II são falsas, a afirmação III é verdadeira.
(D) As afirmações I e III são verdadeiras, a afirmações II é falsa

Documento 2

A bactéria Legionella pneumophila é uma bactéria intracelular facultativa, comum em ambientes de


água doce e em diversos sistemas antrópicos – de origem humana –, tais como sistemas de ar
condicionado, sistemas de distribuição de água, fontes públicas, entre outros. Estes microrganismos podem
causar pneumonia aos seres humanos. Uma vez que são atacadas por células fagocíticas, a sua capacidade
de provocar a doença implica controlar o sistema de defesa celular. O principal reservatório de L.
pneumophila são protozoários, protistas heterotróficos.
Uma equipa de investigadores desenvolveu um estudo para determinar se estirpes não aparentadas de
L. pneumophila, isoladas de diferentes ambientes, apresentam diferenças na sua capacidade de causar
doenças em humanos. Usou-se como modelo a larva de uma traça, Galleria mellonella, uma escolha
comum desde que se estabeleceu uma relação entre a virulência em insetos e em mamíferos para um
conjunto de patogénios humanos (tabela 2).

Tabela 2 – Taxa de sobrevivência de larvas de G. mellonella a infeção por diferentes estirpes de L. pneumophila.

Estirpes de L. Horas pós-infeção


Origem
pneumonia 18 24 48 72
1 Natural 100 100 80 70
2 Clínica 80 80 80 60
3 Antrópic 90 80 60 50
a
4 Natural 80 80 60 50
5 Clínica 100 100 70 40

5
6 Clínica 60 60 40 40
7 Natural 100 100 70 30
8 Natural 100 100 90 20
9 Antrópic 100 100 80 20
a
10 Antrópic 90 90 60 10
a
11 Natural 80 50 40 0
12 Antrópic 70 40 0 0
a
13 Natural 50 20 0 0
14 Natural 100 0 0 0
15 Clínica 100 0 0 0
16 Antrópic 0 0 0 0
a

Sobrevivência das larvas (%)

Baseado em Sousa, P.S. et al. (2018) Differences in Virulence Between Legionella pneumophila Isolates From Human
and Non-human Sources Determined in Galleria mellonella Infection Model. Frontiers in Cellular and Infection
Microbiology, vol. 8, art. 97

Nas questões de 6. a 9., selecione a opção que completa corretamente as afirmações.

6. Legionella pneumophila
(A) pode ser encontrada apenas em protozoários.
(B) pode ser uma bactéria útil ao ser humano.
(C) refere-se ao nome comum de uma bactéria que pode provocar pneumonia.
(D) sobrevive fora ou dentro de células.

7. A traça G. mellonella apresenta, no que diz respeito às trocas gasosas,


(A) um sistema de tubos que ligam as células diretamente ao exterior.
(B) milhares de sacos alveolares onde são trocados oxigénio e dióxido de carbono.
(C) semelhanças com alguns organismos aquáticos, como os peixes.
(D) hematose cutânea, uma vez que as trocas ocorrem na superfície corporal.

8. No estudo descrito,
(A) a taxa de sobrevivência das larvas representa a variável independente.
(B) o objetivo era confirmar que as estirpes clínicas apresentam maior diversidade genética do que as
restantes.
(C) seria importante começar por garantir que todas as estirpes estudadas infetam Galleria mellonella.
(D) fizeram-se estudos em seres humanos para estudar a infeção em insetos.

9. Relativamente aos resultados obtidos, é possível concluir que


(A) todas as estirpes causam, em maior ou menor percentagem, a morte das larvas de G. mellonella,
independentemente do tempo após infeção.
(B) o tempo de infeção condiciona a taxa de sobrevivência das larvas infetadas, para a generalidade das
estirpes de L. pneumophila.

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(C) para algumas estirpes, a capacidade de L. pneumophila de causar doença diminui com o tempo
desde a infeção.
(D) as estirpes que apresentam menor variação na letalidade entre as 18 e as 72 horas após a infeção
têm origem antrópica.

10. No seu conjunto, os resultados sugerem que a ocorrência de infeção em humanos não está
relacionada com o aumento da capacidade de certas estirpes para causar doença: acima de um
determinado número limite de bactérias, não há diferenças na virulência para diferentes estirpes de L.
pneumophila.
Explique em que medida estes resultados podem ser importantes para prevenir infeções por
L. pneumophila em ambiente hospitalar.

Grupo III

Documento 3

7
Covas, no concelho de Vila Nova de Cerveira, distrito de Viana do Castelo, inclui uma vasta área que foi
alvo de exploração mineira, desde a época romana até ao século XX: no passado, foram explorados o ouro
e a cassiterite (mineral de estanho), e, mais recentemente, exclusivamente minérios de tungsténio –
scheelite e volframite.
As ferramentas indispensáveis à remoção e tratamento dos minérios evoluíram ao longo dos tempos,
mas os princípios subjacentes à metodologia de exploração mantiveram-se: minas a céu aberto e em
galerias/poços. Como resultado dessa atividade mineira intensiva, surgem, na região de Covas e zonas
limítrofes, graves problemas ambientais, particularmente no que respeita à contaminação de águas e solos,
ainda que já tenham sido realizadas ações de recuperação ambiental.
A região em que Covas se insere é constituída por uma sucessão de pequenos relevos de substrato
xistoso, de idade ante-ordovícica, existindo zonas de contacto com granitos de duas micas, que se altera
facilmente com a ação dos agentes erosivos. Covas é atravessada pelo rio Coura, e em toda a região
existem numerosas nascentes, resultantes das características geomorfológicas originadas por fraturação e
alteração das rochas graníticas e xisto-magmatíticas, aliadas à elevada pluviosidade.
A procura de minérios de tungsténio, também conhecido por volfrâmio, foi particularmente intensa
durante a II Guerra Mundial, e, além de gerar milhares de postos de trabalho, fomentou o número de
concessões mineiras e de explorações dos seus jazigos minerais. O aumento da procura pelo então
denominado “ouro negro” vinca-se, neste período, pela utilidade do seu emprego no fabrico de aços que
apresentam elevada resistência mecânica, mesmo sob temperaturas elevadas.

Figura 1 – Localização geográfica de Covas (a vermelho) e o troço do Rio Coura que atravessa a freguesia (a
preto).

Baseado em Martins, C. (2015) Ouro e volfrâmio em Covas (Vila Nova de Cerveira): da exploração mineira aos
problemas ambientais. Oppidum | ano 9 | número 8

Nas questões de 1. a 7., selecione a opção que completa corretamente as afirmações.

1. Os minerais são constituintes das rochas. Uma das características que permite definir um mineral é

8
(A) ser formada por partículas sem distribuição regular no espaço.
(B) ter uma origem inteiramente inorgânica.
(C) apresentar uma composição química indefinida.
(D) evidenciar uma elevada resistência.

2. A extração de minerais é uma atividade


(A) prejudicial para o ser humano, ainda que tenha benefícios ambientais.
(B) com pouco ou nenhum impacto socioeconómico.
(C) que tem como finalidade a obtenção apenas de minerais raros, como o ouro e a prata.
(D) com potencial para causar impactos nos ecossistemas, independentemente das tecnologias
utilizadas.

3. Relativamente à freguesia de Covas, é correto afirmar que se localiza ________ e é atravessada pelo
rio Coura no sentido ________.
(A) na região norte da Península Ibérica (...) oeste-este
(B) na região norte da Península Ibérica (...) sul-norte
(C) no distrito de Vila Nova de Cerveira (...) oeste-este
(D) no distrito de Viana do Castelo (...) sul-norte

4. A nível litológico, será de esperar encontrar na região de Covas


(A) rochas metamórficas em contacto com rochas vulcânicas.
(B) apenas rochas resultantes de sedimentogénese seguida de diagénese.
(C) rochas constituídas por minerais pouco desenvolvidos de quartzo, feldspato, moscovite e biotite.
(D) os três principais tipos de rochas.

5. As afirmações I a III dizem respeito aos dados do texto e às características das rochas.
I – O valor de um mineral é constante, isto é, não varia ao longo do tempo.
II – As rochas sedimentares apresentam ampla distribuição horizontal, mas reduzida distribuição
vertical.
III – A formação de carvão está associada a ambientes diagenéticos com pouco oxigénio e abundância
de matéria orgânica.

Selecione a opção que permite classificar corretamente as afirmações.


(A) A afirmação II é verdadeira, as afirmações I e III são falsas.
(B) A afirmação I é verdadeira, as afirmações I e II são falsas.
(C) As afirmações I e II são falsas, a afirmação III é verdadeira.
(D) As afirmações II e III são verdadeiras, a afirmações I é falsa.

6. De acordo com as características das rochas, é mais provável encontrarmos fósseis em rochas
(A) sedimentares e metamórficas. (C) metamórficas e magmáticas.
(B) magmáticas e sedimentares. (D) magmáticas extrusivas e sedimentares.

7. Em ambientes calcários, de que é exemplo o Maciço Estremenho do centro de Portugal continental, é


de prever a formação de rochas sedimentares
(A) biogénicas, nomeadamente em grutas, formando-se estalactites e estalagmites.

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(B) quimiogénicas, resultantes da meteorização e posterior precipitação de carbonato de cálcio.
(C) como os balastros, resultantes da ação de seres vivos.
(D) organizadas em estratos verticais.

8. Em zonas litorais calcárias, é comum a formação de plataformas de abrasão, zonas aplanadas na base
das falésias onde se acumulam blocos e sedimentos de grandes dimensões.
Refira qual o principal agente de alteração que intervém na formação destas estruturas.

9. Na zona de Trás-os-Montes e Alto Douro, as litologias são muito variadas, sendo possível encontrar
rochas da crusta continental, da crusta oceânica e mesmo do manto. Em muitas regiões, o caráter
continental do clima determina elevadas amplitudes térmicas diárias e sazonais.
Relacione a ocorrência de processos de crioclastia nesta região do país com a presença de rochas
sedimentares detríticas onde abundam rochas magmáticas e metamórficas.

10. Explique em que medida o exemplo da exploração mineira em Covas representa uma interação
entre a Tecnologia, a Sociedade e o Ambiente.

Grupo IV

10
Documento 4
Qualquer tipo de exploração mineira poderá acarretar problemas ambientais, mas destacam-se as
explorações de ouro e de tungsténio: a principal fonte de contaminação são os métodos utilizados para a
lavagem e subsequente tratamento dos minérios.
Para além disso, os estéreis (material extraído e não aproveitado) e as escombreiras (local de
acumulação de material sem interesse económico), assim como as frentes de exploração, quando expostas
à ação dos agentes naturais, passam por fenómenos de erosão, meteorização e lixiviação (dissolução de
substâncias por água da precipitação), originando drenagens ácidas.
No sentido de analisar possíveis contaminações, recolheram-se amostras de água no rio Coura e na
ribeira do Poço Negro, com origem em Valdarcas, próximo de Covas, e procedeu-se à sua análise
físico-química. Os resultados para alguns parâmetros de análise estão expressos na figura 1.
Da tabela 1 constam algumas propriedades de minerais extraídos em Covas.

Figura 1 – Comparação dos valores resultantes de análises à água em quatro locais na


região de Covas.

Tabela 1 – Propriedades de alguns minerais.


Mineral Fórmula Cor Risca Dureza Utilizações
química
Scheelite CaWO2 Laranja, amarelo, Branco a 4,5-5 Minério de tungsténio elemento
castanho, entre amarelo claro usado no fabrico de ligas
outras metálicas duras e no filamento
de lâmpadas (ponto de fusão
3410 °C).
Volframit (Mn, Fe) Vermelho escuro, Castanho- 4-4,5 Minério de tungsténio
e WO4 castanho escuro, avermelhado
cinzento escuro, a preto
preto
Cassiterite SnO2 Castanho, preto, Branco a 6-7 Minério de estanho, elemento
amarelo, acastanhado usado no fabrico de latas e de
avermelhado automóveis.
Ouro Au Amarelo-dourado a Amarelo- 2,5-3 Joalharia, medicina e indústria
amarelo-latão dourado eletrónica

Baseado em http://www3.uma.pt/, www.minerals.net (consultados em fevereiro 2021) e Schumann, W. (2001) Guia


dos Minerais. Lisboa: Editorial Presença.

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1. Complete o texto seguinte com a opção adequada a cada espaço.
Transcreva para a folha de respostas cada uma das letras, seguida do algarismo que corresponde à
opção selecionada. A cada letra corresponde um só algarismo.

O mineral cassiterite pode ser classificado quimicamente como um ____a)_____. Considerando as


propriedades físicas, os minerais de tungsténio da tabela apresentam ____b)_____ semelhante. A fratura,
outra das propriedades físicas dos minerais, designa ____c)_____. A escala de Mohs avalia a ____d)_____,
e, nesta escala, o mineral mais resistente à abrasão é o ____e)_____.

a) b) c)
1. a forma como o mineral
1. silicato 1. dureza
parte
2. a resistência do mineral
2. óxido 2. brilho
à abrasão ou ao risco
3. a relação entre a massa
3. carbonato 3. risca
e o volume
d) e)  

1. risca 1. quartzo  

2. densidade 2. diamante  

3. dureza 3. gesso  

2. Explique em que medida os dados da figura 1 apoiam a hipótese de que, embora algumas das águas
analisadas se possam considerar aceitáveis para uso de regadio, se deverá evitar utilizar água do Poço
Negro para consumo humano.

3. A exploração de minério envolve geralmente (1) a extração do minério, (2) a separação entre minério
e o material não aproveitado e (3) a lavagem e tratamento do minério. Pelo menos nos processos 2 e 3 é
utilizada água.
Relacione a atividade mineira com a contaminação de solos e de cursos de água, utilizando o exemplo
apresentado.

4. Refira as etapas de formação de rochas sedimentares detríticas que não são referidas no documento
4.

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