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1- Como é o diagnóstico psicológico em sua abordagem?

(Panorama geral)
O terapeuta comportamental busca descobrir as causas que originaram aqueles
comportamentos desadaptativos, assim como os fatores envolvidos na sua
manutenção. A investigação dessas causas e dos fatores de manutenção dos
comportamentos é feita via método experimental, ou seja, como Torós (2001) explica:
na coleta desses dados, deve-se formular hipóteses, controlar mudanças nas variáveis
dependentes e independentes, reformular hipóteses e relacionar todas essas variáveis
às queixas do indivíduo e, finalmente, a partir dessas hipóteses, deverá ser criada uma
metodologia de mudança,esse processo tem o nome de Análise Comportamental. Já a
analise funcional que é a forma de avaliação das variáveis independentes que
interferem nas respostas trata-se do processo de identificação e análise de todas as
variáveis que contribuíram para o aparecimento e para a manutenção da resposta
desadaptativa, bem como suas conseqüências para o indivíduo e para o meio, ao
longo do tempo.
Constitui-se no aspecto mais difícil da análise comportamental e talvez seja a
maior contribuição da abordagem comportamental para o diagnóstico e a terapia
(Kerbauy, 2001; Meyer, 2001; Skinner, 1953/1989; Torós, 2001;).
Em função da queixa inicial trazida pelo cliente, o terapeuta investiga as causas
externas das quais o comportamento é produto e levanta hipóteses a fim de
comprovar, durante a intervenção, a ocorrência e a frequência das relações
contingenciais. Levantadas as hipóteses, o terapeuta ajuda o cliente a discriminar as
contingências em operação, testando o seu funcionamento e sua influência no
comportamento. Isso permitirá que o terapeuta e o cliente façam a previsão e o
controle do comportamento de ambos, não só nas relações estabelecidas pelo cliente,
mas na própria relação terapêutica (Delitti, 2001).
Para a terapia comportamental, os fatores ambientais estressores seriam as
variáveis independentes que afetariam as variáveis dependentes (respostas), cujas
conseqüências constituiriam os fatores mantenedores da psicopatologia.
Considerando-se que a análise do comportamento tem como pressupostos os
princípios da aprendizagem, não há por que considerar princípios subjacentes ao
comportamento que possam agir como causadores dos comportamentos normais e
anormais. Além disso, ao behaviorismo radical que embasa a análise funcional
interessa a análise de casos particulares, o que iria de encontro de um sistema
classificatório tal como o DSM, já que dois indivíduos classificados como portadores
de transtorno do pânico, por exemplo, teriam idiossincrasias que deveriam ser objeto
de análises individuais, ou seja, suas histórias pessoais seriam mais importantes para
um diagnóstico correto, bem como para o tratamento daí decorrente.
As restrições ao uso do DSM não são uma constante dentro da abordagem
comportamental. De acordo com Cavalcante e Tourinho (1998), há alguns analistas do
comportamento que utilizam esse sistema classificatório, mas eles derivam de uma
classe de terapeutas pertencentes ao chamado movimento da modificação do
comportamento.
Aqueles que são contra o uso de sistemas classificatórios tomam como
referência pressupostos do behaviorismo radical (Matos, 1995; Tourinho, 1999).

2- Como é o diagnóstico psicopedagógico? (Panorama geral)


O diagnóstico psicopedagógico é o momento de investigação no processo onde o
psicopedagogo toma contato com a problemática que traz aquele sujeito ao seu
consultório e esse psicopedagogo se utiliza de uma série de recursos para conhecer
com maior profundidade, o que se passa na vida daquele sujeito, o que se passa na
aprendizagem daquele sujeito, com o objetivo de identificar as causas do obstáculo ou
dos obstáculos no processo de aprendizagem. Faz-se necessário esse momento para
que o psicopedagogo tenha um norte para conduzir seu processo de intervenção. São
utilizados procedimentos e instrumentos que terão como objetivo trazer o mundo
interno do sujeito, a realidade e sua dinâmica familiar, a escola desse sujeito para que
o psicopedagogo possa enxergar todo o contexto com seus olhos e não com os olhos
daquele que faz a queixa.
3- Quais são as semelhanças e diferenças entre o diagnóstico psicológico da sua
abordagem e o diagnóstico psicopedagógico? (Comparação mais específica,
pontual)
Existem diversas semelhanças entre os dois tipos de diagnósticos como por exemplo
a entrevista investigativa, toda analise do sujeito e o ambiente em que ele está
inserido, interferências que poderiam surgir em um determinado contexto seja para um
determinado comportamento, ou o modo que essa interferência afeta o sujeito
impedindo-o um determinado aprendizado. Já as diferenças, podemos dizer que na
Analise experimental do Comportamento, o terapeuta busca para além do não
aprendizado em si, dificuldade na linguagem ou escrita, mas sim quais as variáveis
que estão impedindo o aprendizado daquele sujeito e para isso ele irá investigar todo
o contexto que o sujeito está inserido.

4- Quais são as semelhanças e diferenças entre a forma de “ver o homem” entre


sua abordagem e a psicopedagogia?
A Psicopedagogia é uma área do conhecimento de atuação profissional voltada
para a temática da aprendizagem ou, mais precisamente para a temática do sujeito
que aprende. A preocupação da psicopedagogia se volta de forma mais abrangente
para a compreensão do processo de aprendizagem dentro e fora do ambiente em que
o indivíduo está inserido. A Psicopedagogia acredita que o organismo do homem
“precisa estar funcionando razoavelmente bem, é preciso também estar interessado
nisso, motivado para isso. É necessário uma inteligência que precisa estar
desenvolvida até um certo ponto para que ela possa ter acesso aquele objeto de
conhecimento. Já a analise experimental do comportamento vê o indivíduo como um
todo, para além da aprendizagem, mas com uma importância maior aos fatores
ambientais, o homem como um produto ao meio em que vive.

Referência Bibliográfica.
Psicopedagogia: Diagnostico psicopedagógico. Edição revisada conforme o Novo
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Belo Horizonte: CEDIC. Pg 11, 44

LOPES, Ederaldo José; LOPES, Renata Ferrarez Fernandes; LOBATO, Gledson


Régis. Algumas considerações sobre o uso do diagnóstico classificatório nas
abordagens comportamental, cognitiva e sistêmica. Psicol. estud.,  Maringá ,  v. 11, n.
1, p. 45-54,  Apr.  2006 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1413-73722006000100006&lng=en&nrm=iso>. access on  31 
Aug.  2020.  https://doi.org/10.1590/S1413-73722006000100006.

Silvares, Edwiges Ferreira de Mattos Psicologia clínica comportamental: a inserção da


entrevista com adultos e crianças / Edwiges Ferreira de Mattos Silvares e Maura Alves Nunes
Gongora. --1. ed - - São Paulo : EDICON, 1998. Pg 96.

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