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"É preciso unir-se

ao próximo para
unir-se a Deus"

Tribuna Vicentina
Conselho Metropolitano de Maceió

Agosto de 2022
Nº 214

25 anos da beatificação de Ozanam


| p.54

150 anos da chegada da SSVP | p.69

CMM recebe doação para ajudar Fotos do aniversário do CMM |


vítimas das enchentes | p. 62 p.65
Sumário
NOTÍCIAS
Conselhos Centrais 04
Lares de idosos 13
Departamentos 17
DIREÇÃO ESPIRITUAL
Crescem as perseguições contra a Igreja na Nicarágua (Pe. Cícero
Lenisvaldo) 18
ARTIGOS
Vida de São Vicente de Paulo - cont. (cfd. Cantoario) 21
O padre é um dom e mistério (Pe. Márcio Roberto) 23
Vocação, um chamado à salvação (Ademar Solon) 24
Sempre focado, sempre positivo, sempre forte! (Consócia e Psicóloga Carla
Cavalcante) 26
ENTREVISTA
Cfd. Paulo Martins (Grupo Amigos para Servir) 27
GIRO
Conselho Nacional do Brasil 30
Conselho Geral Internacional 37
Arquidiocese de Maceió 40
CONHECENDO O CGI
Conselho Geral valoriza as consócias ao criar um dia especial para elas 45
SANTOS DO MÊS
Santo Afonso Maria de Ligório (01/08) 47
São Domingos de Gusmão (08/08) 48
Santa Teresa Benedita da Cruz (09/08) 49
Santa Clara de Assis (11/08) 50
São Maximiliano Maria Kolbe (14/08) 50
Assunção da Santíssima Virgem Maria (15/08) 51
Nossa Senhora Rainha (22/08) 52
Santo Agostinho (28/08) 53
DESTAQUES DO MÊS
Os vicentinos celebram os 25 anos da beatificação de Ozanam 55
Vicentina, Isabel Cristina será beatificada 57
Sobre a história da devoção a Nossa Senhora dos Prazeres (Prof. Álvaro
Queiroz) 60
Metropolitano de Maceió recebe doação para ajudar vítimas de enchentes 63
Fotos do aniversário do CMM 66
HOMENAGENS
Brasil em festa: 150 anos da chegada da SSVP 70
Mensagens de Dia dos Pais 73
PRÓ-VIDA
O Livre Exame e o Direito Reprodutivo (José Nascimento, Presidente da
Rede Estadual em Defesa da Vida) 76
INTERVALO ALEGRE 78
COMUNICADO 79

PUBLICAÇÃO MENSAL DO CONSELHO


METROPOLITANO DE MACEIÓ, DA SOCIEDADE
DE SÃO VICENTE DE PAULO
Rua Barão de Jaraguá, 530 - Jaraguá
Maceió - AL
CNPJ - 02.465.282/0001-28
vicentinosdemaceio@gmail.com

Presidente do CMM: cfd. Gilberto Junior Omena

Coordenador do Decom: cfd. José Edmilson de


Souza Júnior

Responsável pela Tribuna: csc. Paula Costa

Revisão dos textos, diagramação e design:


Pedro Ivon, jornalista
NOTÍCIAS

Conselhos Centrais
Conselho Central de São Luís do Quitunde

Os vicentinos da conferência São Luís de França participaram da 50ª Romaria


Nacional da SSVP à Aparecida do Norte, no mês de julho.

Membros da conferência São Luís de França, durante a 50ª Romaria Vicentina

Tribuna Vicentina | 04
NOTÍCIAS

A conferência Nossa Senhora da Visitação, ligada ao Conselho Particular Cruz das


Almas, realizou sua reunião.

Vicentinos da conferência Nossa Senhora da Visitação

Conselho Central de Maceió

Ocorreu, no dia 23 de julho, na sede do Conselho Central de Maceió, um encontro


da Juventude Vicentina do Central. Durante o encontro, houve uma atividade ao ar
livre, no campo de futebol.

Tribuna Vicentina | 05
NOTÍCIAS

Jovens reunidos na sede do CC de Maceió

Os vicentinos também se reuniram para atividades ao ar livre

Os vicentinos participaram de mais um estudo do catecismo, orientado pelo Pe.


Cícero Lenisvaldo, no casarão da SSVP, na Rua Barão de Jaraguá, n° 530, no bairro
do Jaraguá.
As formações ocorrem na 2ª terça-feira de cada mês.

Tribuna Vicentina | 06
NOTÍCIAS

Formação sobre o Catecismo da Igreja Católica, ministrada pelo Pe. Cícero


Lenisvaldo

A conferência Santa Faustina está com três aspirantes a vicentinos: o Daniel, a


Clarissa e a Maria Pedrosa. O grupo se reúne na Capela São Vicente de Paulo, na
Santa Casa, localizada no Centro de Maceió.

Tribuna Vicentina | 07
NOTÍCIAS

Conselho Central de União dos Palmares

O tríduo em honra a Santa Maria Madalena, em União dos Palmares, contou com
a participação das conferências Menino Jesus de Praga, Nossa Senhora de Fátima e
Santa Maria Madalena. Os grupos vicentinos estiveram presentes no dia 21 de julho,
último dia do tríduo.

Vicentinos no último dia do tríduo em honra a Santa Maria Madalena

Após a eleição do dia 28 de julho, a consócia Nazaré passou a integrar a diretoria


do Conselho Particular São Tiago.

A Conferência de Crianças e Adolescentes (CCA) Carlo Acutis, do Conselho


Particular (CP) São Tiago, realizou sua primeira reunião no dia 24 de julho.

Tribuna Vicentina | 08
NOTÍCIAS

Membros da CCA Carlo Acutis

O dia 25 de julho foi marcado por uma homenagem à Santa Ana, mãe da
Santíssima Virgem Maria, em Santana do Mundaú. As honras foram prestadas pelo
Conselho Particular Santa Ana.

Membros do CP Santa Ana, após missa em honra a sua padroeira

Tribuna Vicentina | 09
NOTÍCIAS

Os vicentinos das conferências Virgem dos Pobres e Santa Teresa de Calcutá, bem
como a diretoria do Conselho Central de União dos Palmares, estiveram presentes,
no dia 29 de julho, na visita de Dom Antônio Muniz, Arcebispo de Maceió, à Paróquia
Nossa Senhora de Lourdes, no povoado Rocha Cavalcante.

Os membros da SSVP marcaram presença durante a visita de Dom Antônio Muniz

Dom Antônio Muniz, Arcebispo de Maceió, em visita ao povoado


Rocha Cavalcante

Tribuna Vicentina | 10
NOTÍCIAS

O Conselho Particular Nossa Senhora Auxiliadora, no dia 3 deste mês, organizou


kits de cestas básicas, roupas e água mineral, que serão entregues às vítimas das
enchentes.

Vicentinos organizando as cestas básicas

Na primeira quinta-feira deste mês, dia 4, a conferência Nossa Senhora da


Conceição participou de uma Adoração ao Santíssimo Sacramento.

Adoração ao Santíssimo Sacramento pelos membros da conferência Nossa Senhora da


Conceição

Tribuna Vicentina | 11
NOTÍCIAS

No dia 4 deste mês, a conferência Nossa Senhora das Graças, do Conselho


Particular Santa Ana, visitou uma família assistida.

Vicentinos em visita a uma família assistida

Conselho Central do Tabuleiro

O Conselho Particular de Satuba visitou duas famílias carentes, distribuindo


alimentos, lençóis e roupas. Uma das famílias foi cadastrada para ser assistida.

Tribuna Vicentina | 12
NOTÍCIAS

Lares de idosos
Lar de Idosos São Vicente de Paulo

Uma missa foi celebrada no 3° domingo de julho, na capela do Lar de Idosos São
Vicente de Paulo.

Missa na capela do Lar de Idosos São Vicente de Paulo

Os assistidos do Lar de Idosos foram atendidos por uma equipe de fonoaudiólogos


da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal). O atendimento
é fruto de uma parceria entre a Universidade e o abrigo.

Tribuna Vicentina | 13
NOTÍCIAS

Idosos recebem atendimento e orientações de fonoaudiólogas

Membros da Secretaria da Saúde de Maceió deram orientações sobre higiene


bucal para os idosos do abrigo São Vicente de Paulo.

Funcionários da Secretaria da Saúde de Maceió dão orientações aos assistidos do


Lar de Idosos

Tribuna Vicentina | 14
NOTÍCIAS

Após 67 anos de perda dos vínculos familiares, a família do Sr. Heinz, nascido na
Alemanha, o reencontrou.

O Sr. Heinz (segundo da esquerda para a direita) e sua família

Casa do Pobre Santo Antônio

Os membros da Sociedade de São Vicente de Paulo levaram doações para a Casa


do Pobre Santo Antônio, em União dos Palmares.

Vicentinos entregam doações na Casa do Pobre Santo Antônio

Tribuna Vicentina | 15
NOTÍCIAS

Os assistidos da Casa do Pobre comemoraram o Dia dos Avós, no dia 26 de julho.

Idosos reunidos para comemoração do Dia dos Avós

Tribuna Vicentina | 16
NOTÍCIAS

Departamento
Conferência de Crianças e Adolescentes

Em 24 de setembro, na Escola José Moacir Teófilo, no Bairro Canafístula, em


Arapiraca, acontecerá o 12° Encontro Estadual de CCAs. Para fazer a inscrição no
evento é preciso preencher o formulário online, aqui.

Tribuna Vicentina | 17
Direção Espiritual

Direção Espiritual
Crescem as perseguições contra a Igreja na
Nicarágua
Enviado e traduzido pelo Padre Cícero Lenisvaldo

Girou o mundo a foto de Dom Álvarez Lagos de joelhos e cercado por policiais
armados. O bispo de Matagalpa, hoje em prisão domiciliar com cinco padres, faz
críticas à ditadura de Ortega. Não é um caso isolado: desde os protestos de
2018 as perseguições se intensificaram. A Igreja responde com oração.

A perseguição religiosa nas mãos do Regime tirânico que oprime a Nicarágua é


mais do que evidente: nestes dias, a imagem de Dom Rolando José Alvarez Lagos,
de joelhos, com as mãos para cima e cercado por policiais armados, circulou o
mundo. Ele é o bispo da diocese de Matagalpa e administrador apostólico da
diocese de Estelí, conhecido por suas palavras críticas contra os abusos de poder do
ditador Daniel Ortega. Hoje ele está em prisão domiciliar, depois que a polícia
permitiu que ele entrasse na Cúria, na quinta-feira (4), e nunca mais saísse.
“Somos seis sacerdotes e seis leigos; trancaram-nos na Cúria Episcopal.
Permaneceremos aqui sem desrespeitar a polícia. Nunca a desrespeitamos”, disse
ele, em 5 de agosto, em um vídeo postado no site oficial da diocese.
Mas não é um evento isolado, é a intensificação do assédio sofrido pela Igreja na

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Direção Espiritual

Nicarágua, após os protestos ocorridos em 2018 contra o Regime sandinista [...].


É apenas o corolário de uma situação que está se deteriorando em níveis
perigosos. É oportuno lembrar de Dom Juan Abelardo Mata Guevara, bispo emérito
da diocese de Estelí, cuja renúncia o Papa Francisco aceitou em 6 de julho de 2021,
com um processo expresso, poucos dias depois de completar 75 anos: em 2018, o
prelado foi vítima de um ataque em Nindirí, pelos homens de Ortega, que
efetuaram disparos de metralhadora contra o veículo em que ele viajava. Além
disso, Dom Silvio José Báez Ortega, bispo auxiliar da Arquidiocese de Manágua, e o
padre Edwin Heriberto Román Calderón, pároco da igreja de San Miguel Arcángel,
na cidade de Masaya, também estão no exílio, para salvaguardar suas vidas.
Agora, Dom Rolando José Álvarez Lagos está na mira. Ele anunciou, em 19 de
maio, um jejum indefinido e muitas orações junto com a comunidade, até que a
polícia acabe com o assédio e garanta a segurança dele e de sua família. Também
convidou os paroquianos a realizar vigílias de apoio, com jejum e adoração ao
Santíssimo Sacramento, “para que cesse esta situação de dura perseguição contra
todos nós”.
E do que o Regime Ortega-Murillo tem medo? “A oração é o que salvará a
Nicarágua”, disse o prelado de 55 anos, em 18 de julho, quando convidou o povo
para uma cruzada de oração e adoração. De fato, o site da diocese de Matagalpa
mostra uma Igreja ativa e massiva, com um pároco que não tem medo de
denunciar, em seus sermões, as injustiças que o povo da Nicarágua está sofrendo.
Basta dar uma olhada na página do Facebook da diocese de Matagalpa para
testemunhar a crônica de perseguição e intimidação que se intensificou desde
agosto. Em 1º de agosto, ele informou, em comunicado, que o Instituto
Nicaraguense de Telecomunicações e Correios (Telcor) fechou todas as estações de
rádio da diocese (cinco, no total).
No dia 2 de agosto, vários vídeos denunciavam e mostravam a angústia vivida
em Sébaco, quando a polícia violou os portões da capela Menino Jesus de Praga,
adjacente à casa paroquial da Divina Misericórdia. Também mostraram imagens de
policiais sandinistas, que invadiram a sede da rádio católica local para levar seus
equipamentos; os momentos de tensão, com os tiros disparados para o ar quando
os paroquianos saíram às ruas para defender a rádio; e até imagens da polícia
tirando jovens de grupos católicos. "Não permita que o mal triunfe", foi o apelo
desesperado da garota que falou durante a transmissão.
Em 3 de agosto, a Conferência Episcopal da Nicarágua lembrou, no Facebook,
que o Regime também censurou as emissoras católicas San José e TV Merced, da
diocese de Matagalpa, e o canal 51, de propriedade do episcopado. Assim, todos os
dias, as redes sociais são testemunhas do esforço de comunicação de uma Igreja
que clama ao Céu. E, apesar de sua prisão, Dom Rolando José Álvarez Lagos
permaneceu ativo nas redes, continuando em oração e adoração, "por nossos
sacerdotes e por nossa amada Nicarágua".
O Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) também expressou sua
proximidade e solidariedade a todo o povo de Deus da Nicarágua, diante da dura
perseguição por parte das autoridades governamentais. "Os últimos acontecimentos,

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Direção Espiritual

como o cerco de padres e bispos, a expulsão de membros de comunidades


religiosas, a profanação de templos e o fechamento de estações de rádio nos
feriram profundamente. Manifestamos a eles a nossa solidariedade e proximidade”,
lê-se no comunicado de 5 de agosto, assinado por Dom Miguel Cabrejos Vidarte e
por Dom Jorge Eduardo Lozano, respectivamente presidente e secretário geral do
Celam. Por isso, “acompanhamos nossos irmãos que, por caminhos diversos,
procuram ser a voz de quem não tem voz, para construir um diálogo capaz de traçar
um caminho de unidade e paz”. "Queremos lembrar a Palavra de Deus, que em
meio às dificuldades nos diz: ‘não te atemorize e não tenha medo, porque o Senhor,
teu Deus, estará contigo por onde fores’ (Js 1, 9)", eles escreveram.
Enquanto isso, a Polícia Nacional intensifica ainda mais a perseguição. Segundo o
Regime, no comunicado de 5 de agosto, a oração diária de Dom Rolando José
Álvarez Lagos nas redes sociais é uma “tentativa” de “organizar grupos violentos,
incitando-os a realizar atos de ódio contra a população, causando um clima de
ansiedade e desordem, alterando a paz e harmonia da comunidade, com o objetivo
de desestabilizar o Estado da Nicarágua e atacar as autoridades constitucionais”.
Por esse mesmo comunicado, o Regime informou ter aberto um inquérito contra as
altas autoridades da Igreja Católica da Nicarágua.
“‘Se um membro sofre, todos os membros sofrem juntos’ (1 Cor 12, 26)”,
respondeu o episcopado nicaraguense em um comunicado, reiterando sua
solidariedade a Dom Rolando Álvarez.

Marinellys Tremamunno

Fonte: Crescono le persecuzioni contro la Chiesa in Nicaragua - La Nuova Bussola


Quotidiana (lanuovabq.it)

Tribuna Vicentina | 20
Artigos

Artigos
Vida de São Vicente de Paulo - continuação
Por P.J. Castro. São Vicente de Paulo
Obra de Padre Jerônimo Pedreira de Castro, da Congregação da Missão

Enviado pelo cfd. Cantoario

As missões e confrarias de caridade

A condessa de Gondi, no auge da alegria, obteve de São Vicente de Paulo a


promessa de jamais abandoná-la e ainda a de assisti-la na hora da morte,
pressentindo, talvez, que não viveria por muito tempo.
Alguns biógrafos pensam que São Vicente, tornando à casa do general das
galeras, não continuou na educação dos três filhos do casal. Tal asserção não se
funda, pois o conde de Joigny, insistindo em que ele voltasse, escrevia-lhe “que sob
a sua influência, ele e seus filhos tornar-se-iam homens de bem”. É mais provável
que outro padre tenha sido responsável pela instrução dos três meninos,
conservando ao santo a sua direção espiritual; ficava este, assim, com maior
liberdade para execução das obras de caridade.
A passagem por Châtillon foi-lhe uma
revelação: o contato com os camponeses
abriu-lhe uma nova luz no espírito.
“Quanto se fez na pequena paróquia de
Bresse”, pensou ele, “por que não se fará
em toda parte? Por que não experimentar,
pelo menos, nas terras dos Gondi?”.
Assim que voltou para Paris, preparou
um plano completo de evangelização, de
imenso domínio do conde Joigny: missões
para instruir o povo e fundação de
Confrarias de Caridade, para assisti-lo
espiritual e corporalmente. Está decidido a
trabalhar com todas as forças para a
salvação das almas. A senhora de Gondi
escutava-o, jubilosa; exultava ao notar o
seu diretor mais santo do que antes,
abrasado de amor aos pobres camponeses
que ela também tanto amava. Oferecia-se
para ajudá-lo na fundação das Confrarias,
São Vicente de Paulo, por Ernest
Dupont com sua influência, riqueza e trabalho pes-

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Artigos

soal.
São Vicente de Paulo, com o valioso apoio da condessa, pôs-se logo a pregar as
santas missões, e em três anos percorreu as 30 ou 40 localidades do domínio dos
Gondi, fundando a Caridade em cada vila ou aldeia. A senhora de Gondi era a
primeira a dar o seu nome, e o seu exemplo atraia as outras senhoras. Não se
contentava de ser a alma das Confrarias já estabelecidas; ia para a aldeia seguinte
antes da chegada dos missionários, visitava os pobres e incitava o povo a aproveitar
a missão. A todos causava admiração e comovia até às lágrimas o exemplo dado
pela nobre senhora, tão moça, rica e delicada de saúde, dedicando-se com tanta
piedade à salvação dos humildes.
Ela não ia só, mas acompanhada da cunhada, irmã de seu marido, Margarida de
Gondi, Marquesa de Maignelais, cujos revesos a consagraram ao serviço dos pobres
e doentes. Viúva aos 20 anos do Marquês de Maignelais, a quem amava
apaixonadamente, condenado à morte pelo Duque de Mayenne, por ser adepto
dedicado de Henrique IV, e tendo perdido o seu filho único, a Marquesa lançou-se
nos braços de Deus e da caridade.
Jovem, bela e encantadora, abandonou os ricos vestidos de seda e veludo, para
trajar-se de lã cinzenta ou roxa, ocultando os cabelos com uma touca e substituindo
a cruz de brilhantes no peito por uma simples cruz de franciscana. Baniu de casa
todo o luxo, conforto e equipagens, conservando apenas uma carruagem, que
mandou cobrir de lã grosseira, para visitar os prisioneiros e os doentes do hospital.
Vendeu todas as joias e adereços, não guardando nem mesmo um espelho. Sua
ocupação predileta era a visita aos condenados, dando-lhes instrução e esmola, e
beijando-lhes as algemas; preparava-os com incomparável ternura a comparecerem
perante Deus, quando condenados à morte, a qual assistia com heroísmo,
exortando o sentenciado até ao último momento.
Teria ocultado a sua grande dor e piedade, tomando o hábito das filhas de São
Francisco de Sales, se o cardeal de Gondi, seu tio, o padre de Bérulle, seu confessor,
e até o Papa Paulo V não lhe tivessem impedido. O papa proibiu-lhe mesmo de
abraçar a vida religiosa, dizendo que faria muito mais bem no mundo empregando
sua avultada fortuna, de mais de um milhão de francos, em boas obras. Ela
obedeceu e, para recompensar-se, lançou-se de corpo e alma na prática da
caridade.
Eis as duas admiráveis auxiliares de São Vicente de Paulo nas grandes obras que
vai empreender.

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O padre é um dom e um mistério


Padre Márcio Roberto

O padre, em nossa sociedade, é


reconhecido por muitos como
“homem de Deus”, “pastor e guia”,
mas são poucos que entendem o
“padre” como um dom e um mistério.
São João Paulo II esclarecia estes
termos para nos fazer compreender a
beleza da missão sacerdotal na
comunidade e na sociedade.
O padre como “dom” é um carisma,
um presente na comunidade, que
gera segurança, dá incentivo e
aperfeiçoa as relações humanas. O
consagrado à vida sacerdotal tem a
missão de conduzir as pessoas para
Deus e ajudá-las a serem
testemunhas d’Ele, pela vivência do
mandamento do amor, traduzido
aqui como serviço e atos de
misericórdia para com o próximo.
O padre como “mistério” é sinal
A Confissão, por Molteni Giuseppe visível do Cristo, Bom Pastor da huma
nidade. É instrumento da divina misericórdia, no confessionário, e do educador, nas
homilias e catequeses. Recorda a todos, pela própria vida celibatária, que há algo -
além do “aqui e do agora”. O padre, por suas renúncias, faz as pessoas pararem no
tempo e pensar na eternidade.
A figura do padre, no coração de São Vicente Paulo, é central e em unidade pelo
serviço aos mais pobres, tanto que ele pensou e investiu numa melhor formação do
clero. Até hoje, tal atividade é sinal do carisma fundador e contribui para que os
sacerdotes, religiosos e diocesanos, sejam imagem do “Cristo Bom Pastor”, sensíveis
às situações existenciais dos seus fiéis.
Neste tempo, quando surgem muitas contradições em alguns consagrados à vida
sacerdotal, peçamos a bênção de Nossa Senhora, pela fidelidade dos padres que
trazem, no meio de nós, a presença do Senhor.

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Vocação, um chamado à salvação


Ademar Solon Júnior

Um padre celebrando um matrimônio, um monge e uma freira

Estamos no mês de agosto, e neste período a Igreja celebra o mês das vocações. É
um tempo em que rezamos para que a humanidade tenha numerosas vocações
suscitadas, pedindo a Deus por isto. Mas o que vem a ser a tão falada “vocação”? A
palavra “vocação” vem do latim vocare, que significa “chamar”, ou vocatio, um
chamamento. Portanto, a vocação é um chamado que, obviamente, requer uma
resposta. Mas se é um chamado, há quem chame, há quem é chamado e há ao que
se é chamado, isto é a missão para que se é chamado. Dentro desta perspectiva,
podemos dizer que faz mais sentido tratar de vocação sob o aspecto do que nos
ensina a Santa Igreja, porque se tratarmos apenas do ponto de vista antropológico,
qualquer chamado (“Ei, psiu!”, por exemplo) seria uma vocação a ser atendida.
É claro que isto que digo é um absurdo, mas é propriamente nisto que caímos
quando tratamos como vocação qualquer aptidão humana a que somos imbuídos a
desenvolver na nossa vida. Assim, é comum dizer que "minha vocação é ser
professor" ou "minha vocação é ser médico", ou até "minha vocação é ser pobre".
Seria algo muito simplório darmos tanta atenção ao tema da vocação para
interceder por mais professores, por mais dentistas, por mais comerciantes, etc. Daí
podemos perceber que temos por vocação qualquer habilidade que desenvolvemos
em nossa vida, muitas vezes traduzida por uma profissão ou simplesmente por um
estado de vida a que se lamenta ou almeja. Mas a vocação propriamente dita tem
aspectos que transcendem o tempo, a história e as habilidades humanas. Vamos
refletir.
A vocação, como um ente criado, tem características próprias e que remetem ao
que é. Vamos pensar em três destas propriedades:
Quem chama? Se vocação é um chamado, evidentemente há quem chame. A Santa
Igreja nos ensina que quem nos chama é o próprio Deus. Lembremos do chamado
do pequeno Samuel enquanto dormia (1 Samuel 3). O próprio Deus o chamou
verbalmente, para ser profeta. Esta passagem nos deixa claro que é Deus quem nos
chama e é Ele quem sabe para o que nos chama, porque Ele nos criou e nos
conhece desde o seio materno, antes que fôssemos formados.
Quem é chamado? Todo ser humano. Cada pessoa, em todo tempo e lugar. Desde o

Tribuna Vicentina | 24
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nosso nascimento, Deus vai mostrando o Seu chamado sussurrante. Mas uma coisa
podemos questionar: por que não conseguimos ouvi-Lo? Pois se alguém me chama,
e eu preciso atendê-lo, é evidente que é preciso que eu “ouça”. Mas se no passado
isto foi mais fácil, hoje em dia está mais difícil ouvir este chamado, porque o mundo
vai falando mais alto e desviando a nossa atenção. São muitas coisas para nos
distrair, o que nos trai a percepção das coisas que são mais importantes. Já houve
um tempo em que o mundo prestava muita atenção nos desígnios de Deus para os
homens. Este período histórico foi áureo e deixou muitos frutos. Mas agora já não é
mais assim: o homem não sabe ao que é chamado e anda perdido e disperso.
Ao que se chama? Se alguém chama e alguém é chamado, existe um propósito para
o chamamento. E é exatamente para isto que desejo voltar a sua atenção. Para o
que Deus nos chama? O primeiro chamado é para a beatitude: todos somos
chamados a ser santos. Somos chamados para o Céu, para a Glória, para a
felicidade eterna. Esta é a primeira e mais preciosa vocação humana; todo o resto
deriva disto, e sem isto nada mais teria sentido na vida de cada pessoa. Deus nos
quer como atendentes do Seu divino chamado, para que possamos chegar ao
objetivo primeiro da Criação.
Se somos chamados para a beatitude, como poderemos atender a este chamado
de Deus? Explico com três verbos: Conhecer, Amar e Servir a Deus. É tão somente
conhecendo a Deus que podemos amá-Lo, e para tal, Ele próprio se revela ao ser
humano desde a Criação. Conhecendo-O e amando-O, resta-nos servi-Lo. E como
poderemos servi-Lo? É aqui que está o ponto central do que chamamos de vocação:
somos chamados a conhecer, amar e servir a Deus, e é Deus quem nos suscita a
servi-Lo através das vocações humanas, que estão embasadas em um tripé
vocacional que é a vida religiosa (consagrada), o sacerdócio e a família.
Nestas três vocações, Deus dá à humanidade, através da Igreja, as condições
necessárias para servi-Lo. E o que é servir a Deus? É o que está na lei Divina, nos
Mandamentos: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
A vocação é o chamado a vivermos a vida eclesial e, desta forma, estarmos
preparados para enfrentar o mundo, com as aptidões que escolhermos para servir
aos outros, como o objetivo da beatitude eterna.
Para encerrarmos nossa meditação, deixo a seguinte reflexão: como podemos
atender a este chamado? É simples atender à nossa vocação, mas tudo depende da
nossa intimidade com Deus e da abertura que damos a Ele, para que possa
conduzir nossa vocação. Em qualquer profissão que escolhamos, em qualquer
estado de vida em que estejamos, iremos sempre estar na vocação religiosa
(consagrada), sacerdotal ou familiar, ajudando as almas, incluindo a nossa, a
chegarem ao Céu.
É necessário abrirmos o coração para receber este chamado, principalmente nas
famílias, para que delas nasçam numerosas e santas vocações religiosas,
sacerdotais e familiares, para que possamos ajudar a conduzir a Igreja Militante à
visão beatífica. Se as famílias não se abrem para formar seus filhos no que é a
verdadeira vocação, o mundo entra em colapso e segue para um triste fim.
É necessário uma preparação espiritual, na família, com o testemunho de pais, de
consagrados e sacerdotes, para um verdadeiro e seguro discernimento, das novas
gerações, para o acolhimento do seu chamado a Conhecer, Amar e Servir a Deus, na
Igreja, e na pessoa do Irmão. Que Deus suscite novas e santas vocações para nós,
seus filhos!
Salve Maria! Viva Cristo Rei!

Tribuna Vicentina | 25
Artigos

Sempre focado, sempre positivo, sempre forte!


Psicóloga Carla Cavalcante Paiva Pereira
CRP 15/3763

Crianças brincando, por Charles Bertrand d'Entraygues

Com a mudança cultural e as novas tecnologias das últimas décadas, há uma


cobrança cada dia maior por pessoas produtivas e eficientes, que mostrem, através
do "ter", serem capazes de vencer. A partir dessa perspectiva, criamos nossas
crianças com a obrigação da perfeição e com pouco espaço pra simplesmente
serem crianças.
Tenho me deparado, principalmente nesse momento de crise, com muitos pais
relatando as imperfeições de seus filhos e cobrando deles a excelência. Mas
podemos cobrar a perfeição e sermos imperfeitos? É preciso também oportunizar à
criança o “prazer da imperfeição”, pois isso faz parte do desenvolvimento saudável
de qualquer indivíduo.
Educar é ser capaz de exercer a autoridade com amor, respeito e afeto, tendo
sempre em mente que a infância é a base de todo o desenvolvimento humano. A
forma como educamos nossas crianças diz muito mais sobre nós, nossas
expectativas, frustrações, limites, inabilidade e medos, do que sobre uma reação a
um comportamento inadequado. Uma necessidade que sempre percebo nos pais
com quem trabalho é a de que seja ensinado como corrigir alguns comportamentos
de seus filhos, pois percebemos o comportamento inadequado como algo isolado e
como responsabilidade da criança, nos esquecendo de perceber que sempre há
uma conexão entre o ambiente emocional da casa e a imaturidade cerebral da
criança, com sua forma de interpretar o mundo sendo diretamente impactada pelo
nosso olhar.
Temos essa dificuldade por falta de uma referência adequada desde nossa
infância.
Para entender melhor os modelos de educação que vêm sendo discutidos na
atualidade, vamos utilizar esse espaço para discutir a parentalidade. Se você,
confrade ou consócia, se interessa pelo assunto, me siga nos perfis do Instagram:
@conectandopais e @psicocarlacavalcantepaiva.

Tribuna Vicentina | 26
Entrevista

Entrevista
Aposentadoria não é sinônimo de ficar parado: Presidente do Conselho Particular
São Mateus, ligado ao Conselho Central de Retiro, e recém-eleito 1° Secretário da
conferência Sagrada Família, da qual faz parte, o entrevistado deste mês é o
confrade Paulo Martins (68), vicentino há 15 anos. Além dos cargos que exerce nos
grupos da SSVP, o confrade também é marido, pai de quatro filhos, avô de oito
netos e até bisavô. E não é apenas presencialmente que o Sr. Paulo tem
responsabilidades: no WhatsApp, ele faz parte do grupo Amigos para Servir, que
não apenas divulga os assuntos relacionados à SSVP, mas também organiza
momentos de oração e descontração online, através da plataforma Google Meet.
Nas próximas linhas, o confrade falará sobre seu trabalho enquanto vicentino,
sobre as dificuldades que sua conferência atravessa, e sobre como lidou com o
câncer no intestino, que ainda continua em tratamento.

Tribuna Vicentina: O senhor é


presidente do CP São Mateus e
recentemente assumiu o cargo de
1° secretário da conferência
Sagrada Família. Quais atividades
o senhor exerce em cada um dos
cargos? Há alguma dificuldade
em cumprir bem as exigências de
cada função?
Cfd. Paulo Martins: Como
Presidente do CP, visito sempre as
oito conferências vinculadas,
fazendo o possível para motivá-las
em suas atividades. Não está sendo
fácil: com a pandemia, alguns
membros se afastaram das
conferências.
Todas já estão realizando as reuniões presenciais, mas o número de presenças
reduziu muito. Alguns ainda estão temerosos, mas aos poucos eu tenho esperança
deles voltarem.
Tenho problemas também com membros de idade avançada e enfermos em quase
todas as conferências. Com isso fica difícil realizar eleições. Graças a Deus, já
conseguimos eleger o presidente em três conferências; duas já tiveram empossadas
novas diretorias e em breve teremos a terceira.
Como Secretário da conferência, além de fazer as atas das reuniões, não abro mão
das visitas às famílias assistidas: sempre visitei, até mesmo durante a pandemia.

Tribuna Vicentina | 27
Entrevista

Faço também os mapas financeiros mensais da conferência, [já que] a Tesoureira


da gestão anterior abandonou o cargo. Estou como secretário já há três anos, indo
para mais três.

Nova diretoria da conferência Sagrada Família

São 15 anos de SSVP. Como o senhor conheceu a Sociedade de São Vicente?


Quais os momentos que mais lhe marcaram nesses anos como vicentino?
Conheço a SSVP desde criança; meus pais eram excelentes vicentinos, mas só me
interessei em entrar quando me aposentei.
Os momentos que mais me marcaram sempre foram as visitas às famílias
carentes, mas também os encontros para trabalho em retiro espiritual, onde
trabalhamos com pessoas não vicentinas, no Encontro Vicentino com Cristo (EVCC).
Por causa da pandemia, ele não estava sendo realizado, mas já estamos
preparando um final de semana (masculino), em setembro. Trabalhei no último em
2013. Fiquei impossibilitado de trabalhar nos anos seguintes, por causa de um CA
no intestino. Passei por tratamento de quimioterapia por seis meses, [e fui]
submetido à cirurgia em 2015, com mais seis meses de quimioterapia após.
Hoje me sinto em condições de trabalhar no EVCC novamente, graças a Deus.
Ainda estou em tratamento, mas em observação. Às vezes dá uma dorzinha, mas
nada grave.
O senhor poderia falar um pouco, se não for incômodo, sobre como lidou com o
câncer?
Em 2013, no encerramento de um EVCC, foi quando começaram os problemas,
mas não me preocupei. Em 2014, fui "pressionado" por familiares e membros da
conferência, que percebiam a minha perda de peso (estava emagrecendo muito). Do

Tribuna Vicentina | 28
Entrevista

meu peso normal, 82kg, cheguei a 59kg.


Meu filho caçula me pressionou tanto, que marcamos a consulta com um
oncologista. Realizados os exames, fui diagnosticado com a doença.
Não me preocupei com isso, mas segui as orientações para o tratamento.
Senti muito com as aplicações do medicamento, com as quimioterapias, mas
superei tanto antes quanto após a cirurgia, em 2015. Em momento algum me senti
desanimado ou sem esperança. Os membros da conferência, da comunidade, e
principalmente os familiares, me deram o suporte espiritual para superar.
Acredita que ter passado por isso o ajudou a viver melhor a Fé católica?
Sem dúvidas, foram tantas as orações de intercessão… tenho certeza que
aumentou muito a minha fé Católica.
Houve alguma mudança no modo de enxergar os acontecimentos diários e de
realizar os trabalhos vicentinos?
Com relação à doença, não. Em momento algum deixei de assumir meus
compromissos vicentinos. Só não foi possível quando estive internado.
Com uma semana da cirurgia, já participava das reuniões e visitas.
Fui submetido ainda a outras duas cirurgias, uma para retirada da bolsa de
colostomia e outra de hérnia da parede abdominal.
Então o senhor terá que conviver com essa hérnia ou ainda passará por algum
outro procedimento?
Tenho essas duas opções. Prefiro a primeira, mas já estou sofrendo pressões do
meu caçula (risos).
O senhor participa do grupo Amigos para Servir, no WhatsApp. Como o grupo
funciona? São marcados encontros presenciais ou tudo ocorre de maneira
online?
O grupo Amigos para Servir funciona online. É um excelente grupo de amigos
vicentinos, criado durante a pandemia.
Temos a reza do terço de Ozanam, todas as sextas-feiras, pela plataforma Google
Meet, às 21h30. [Também temos] notícias da SSVP, terço da Misericórdia, momentos
de descontração… brincadeiras são permitidas também, desde que não ofendam a
moral dos participantes.
Evitamos assuntos de cunho político ou campanha política.
Quais as principais dificuldades encontradas na conferência da qual o senhor
faz parte? Como acredita ser possível superá-las?
Na conferência Sagrada Família temos problemas com membros de idade
avançada e enfermos. Na Diretoria que assumiu não temos 2° Secretário e 2°
Tesoureiro.
Como a vivência vicentina o ajuda a ser um católico melhor?
Não tenho dúvidas, ser vicentino é meu jeito de ser Igreja. Me ajuda, sim, a ser um
católico melhor.

Tribuna Vicentina | 29
Giro

Giro
Conselho Nacional do Brasil
Vicentinos ajudam a reconstruir lares após enchentes

Na sequência de fotos, as casas de Tinga e de sua mãe durante a enchente, no


pós-enchente e atualmente, depois da reforma.

As fortes chuvas que caíram em dezembro do ano passado atingiram os estados


de Minas Gerais e Bahia, deixando milhares de desabrigados por causa das
enchentes. Na época e nos meses que se seguiram, os vicentinos de todo o país,
atendendo a um chamado do Conselho Nacional do Brasil (CNB), saíram em ajuda
às vítimas, em uma verdadeira corrente de caridade, doando mantimentos,
alimentos, dinheiro, entre outras coisas. Passados alguns meses, os vicentinos, com
o olhar de amor que lhes é peculiar, notaram que o problema ia além da ajuda
emergencial: essas pessoas precisavam ter suas vidas reconstruídas, seus lares
refeitos. E é isso que está sendo feito, sob o comando do CNB e do Conselho
Central de Nanuque (MG).
“A ajuda emergencial é aquela que chega primeiro, sempre no momento de maior
comoção. Mas quando ela se findou, ficaram ali, no sul da Bahia e em Minas,
famílias desabrigadas, destruídas emocionalmente e materialmente. O Conselho
Central se dividiu, junto com os Particulares e as conferências, em missão, por cerca
de 20 cidades, numa força-tarefa. Chegamos ao distrito Nova Alegria, no município
de Itamaraju, na Bahia, onde quase 90% das casas ficaram sob a água, e
percebemos que tínhamos que ir além, fazer mais. Falei com o nosso presidente do
CNB, Márcio, e ele entendeu na hora a questão. Iniciamos uma campanha de
arrecadação para reconstruir e reformar casas de famílias que perderam tudo.
Ouvimos um pedido de socorro daquelas pessoas, fomos tocados por ele e conse-

Tribuna Vicentina | 30
Giro

guimos tocar os vicentinos de todo o Brasil, numa linda campanha”, conta o


confrade Rodrigo Rodrigues Pereira, presidente do Conselho Central de Nanuque.
Depois de uma visita a campo, em diversas cidades, a equipe comandada por
Rodrigo elegeu 109 casas no sul da Bahia e no vale do Mucuri (MG) para começar os
trabalhos. “Com o valor arrecadado na campanha do CNB, cerca de R$ 350 mil,
conseguimos comprar os materiais de construção e as obras começaram. Dessas
casas, 38 já estão prontas e as famílias puderam voltar aos seus lares com
dignidade. Nosso levantamento inicial mostra um número muito grande de famílias
que precisam, então, devido às limitações, precisamos eleger os casos mais
emergenciais”, relata Rodrigo.
Uma dessas famílias atendidas é a da dona de casa Gildeci Vieira da Silva, de 50
anos, e de sua mãe, a aposentada Jessi Gomes da Silva, de 95 anos. As duas são
moradoras de Jucuruçu, na Bahia, e tiveram as casas invadidas pelas chuvas em
dezembro do ano passado. Gildeci, carinhosamente chamada de Tinga, conta que
mora em uma casa simples, construída com tijolo adobe (à base de barro, palha e
água, sem cimento), com um quarto, uma cozinha e uma varanda, sem banheiros.
Ela usava o banheiro da casa da mãe, sua vizinha, que também teve a casa alagada
e destruída pela enchente.
“A minha casa foi invadida. Como a construção é de ‘adobrão’ [termo local para as
casas feitas com tijolos adobe], cedeu. A casa da mãe ficou pior. A água levou tudo.
Só deixou o banheiro e a cozinha. Ela tinha dois quartos, varanda e dispensa. Foi
tudo embora com a água, caiu mesmo. E perdeu móveis, roupas e colchão. A gente
teve que ir morar de favor na casa dos outros. Eu ajudo ela em casa. Tenho
problemas de saúde e não consigo trabalhar. Sou viúva e tenho um filho de 23
anos, que mora comigo. Somos só nós. Então me endividei para comprar tijolo e
outros materiais, chamar pedreiro e reerguer as casas”, lembra Gildeci.
Foi durante esse processo de reconstrução da casa de Tinga, que os vicentinos
chegaram em Jucuruçu. “Conhecemos a história dela e da mãe e resolvemos ajudar.
Pagamos a dívida na loja de materiais de construção e compramos vários itens para
a reconstrução da casa da mãe. Uma família, duas casas. Dois sonhos
reconstruídos. Isso não tem dinheiro que pague”, afirma Rodrigo, que no local teve
a ajuda essencial do Padre Gilson Ferreira Correia.
“Se fosse para comprar tudo, a dívida que eu tinha feito só aumentaria. Sou muito
grata, primeiramente a Deus e depois aos vicentinos, que vieram até aqui, ver como
estávamos. São pessoas maravilhosas, que nos estenderam a mão”, agradece
Tinga.
Outra família ajudada pela corrente de caridade é a de Daniela Ribeiro Andrade, de
Carlos Chagas (MG). Aos 26 anos, Daniela e os quatro filhos já eram assistidos pelo
Conselho Central de Nanuque. As chuvas do final do ano passado atingiram o único
cômodo em que a família vive de maneira improvisada, sem qualquer estrutura.
Após a perda, os vicentinos entraram em ação e, além de iniciar a construção de
uma casa em um lote familiar de Daniela, compraram roupas, colchão,
eletrodomésticos, entre outras coisas essenciais à família. A casa dela é uma das
cinco que a SSVP irá construir do zero nesta primeira etapa.

Tribuna Vicentina | 31
Giro

“Divido a casa com meus irmãos. Eu fico em um cômodo com as crianças e o


banheiro é lá fora. Agora terei a minha própria casa, com dois quartos, sala, cozinha
e banheiro. Se não fosse pelos vicentinos, não conseguiria. Já precisava da cesta
básica, da conversa. Meu primo é pedreiro e está ajudando a construir com o
material que os vicentinos compram. Significa tudo pra mim. Meu sonho é dar
condições e privacidade para meus filhos. Quarto, sala, cozinha, banheiro… tudo
junto, com um monte de gente, não tem condições. Não tenho condições de pagar
aluguel. Se eu tivesse condições de trabalhar, trabalharia, mas com as crianças, não
consigo. Essa casa é a maior felicidade da minha vida”, conta emocionada.
Segundo Rodrigo, uma campanha está sendo feita para continuar a arrecadação
para compras de novos materiais para a casa de Daniela. “Esse é o carisma da SSVP,
dos vicentinos, ir em socorro dos Pobres, buscar não somente dar o alimento
emergencial, mas dar uma vida com mais dignidade aos nossos Mestres e
Senhores. Por isso, ao saber dos relatos do confrade Rodrigo, o CNB abraçou a ideia
e a campanha. Precisamos ir muito além nessa questão da ajuda. Precisamos, sim,
ir em águas mais profundas, e isso significa também ajudar de outras formas, que
não só a cesta de alimento. Estamos literalmente reconstruindo sonhos e famílias”,
afirma o presidente do Conselho Nacional do Brasil, confrade Márcio José da Silva.

Fonte: https://ssvpbrasil.org.br/vicentinos-ajudam-a-reconstruir-lares-apos-
enchentes/

Carolina de Jesus: a escritora que fala dos vicentinos em seu


livro

Tribuna Vicentina | 32
Giro

Um post feito no Facebook suscitou, principalmente entre os vicentinos, a


curiosidade sobre um livro lançado em 1960. A autora da publicação na internet é a
Irmã Carolina Mureb (Filha da Caridade (FC), Ramo da Família Vicentina). No último
dia 5 de julho, a Irmã Carolina divulgou uma foto da obra Quarto de Despejo: diário
de uma favelada (editora Ática), incentivando a leitura da obra. “Atenção, Família
Vicentina, leitura obrigatória”, alertava a Filha da Caridade na publicação.
A Irmã descreve o porquê da leitura de Quarto de Despejo ser tão importante.
“Ainda que nada substitua a experiência real da vida dos Pobres, esta obra
consegue aproximar-nos dela, para constatarmos quão pouco mudou e refletirmos
sobre como podemos continuar marcando a vida deles por meio de nossa presença,
de nosso compromisso e de nossa fé”.
Também porque a autora, Carolina Maria de Jesus, se refere aos vicentinos com
muito respeito na obra, cujo trecho é transcrito a seguir. “D. Maria José faleceu.
Várias pessoas vieram vê-la. Compareceu o vicentino que cuidava dela. Ele vinha visitá-la
todos os domingos. Ele não tem nojo dos favelados. Cuida dos míseros favelados com
carinho” (sic), página 34.
Quarto de Despejo é um compilado do diário de Carolina Maria de Jesus. Ela morava
na Favela do Canindé, em São Paulo, e registrava a dura vida. Foi descoberta pelo
jornalista Audálio Dantas, que publicou o livro, tornando-o um best-seller. A obra já
foi traduzida em 13 idiomas e vendida em mais de 40 países.
A equipe de jornalismo do site SSVP Brasil conseguiu fazer contato com Raffaella
Fernandez, pós-doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência da
Literatura da UFRJ (PNPD/Capes) e do Programa Avançado de Cultura
Contemporânea (PACC-UFRJ). Ela estuda a literatura de Carolina Maria de Jesus há
20 anos e, inclusive, organizou o livro Meu sonho é escrever, lançado em 2018, com
textos inéditos de Carolina.
Raffaella não acredita que Carolina de Jesus tenha sido assistida pelos vicentinos.
“Ela sempre foi uma mulher batalhadora, catadora de lixo e que sobreviveu a partir
dos seus próprios recursos”. Segundo a pesquisadora, Carolina morreu em 1977, de
insuficiência respiratória. Ela morava em um sítio, comprado após a publicação do
livro, com os poucos recursos que foram a ela destinados, pois teve que sair às
pressas da favela, após ser ameaçada pelos moradores contrários à publicação.
“Morre pobre, catando lixo e sem realizar o sonho de ser reconhecida pela grande
escritora que foi”, lamenta Raffaella.
A pedido da equipe de jornalismo do SSVP Brasil, a Irmã Carolina Mureb faz uma
resenha de Quarto de Despejo, o livro mais famoso de Carolina Maria de Jesus, que
ainda tem outras obras publicadas. Confira a seguir:

Resenha: Quarto de Despejo: diário de uma favelada


Autora: Carolina Maria de Jesus
Editora: Ática, 1992.
199 páginas.

“Levantei nervosa. Com vontade de morrer. Já que os pobres estão mal colocados, para

Tribuna Vicentina | 33
Giro

que viver? Será que os pobres de outro país


sofrem igual aos pobres do Brasil?” (p. 33).
Carolina Maria de Jesus, moradora da
primeira grande favela da cidade de São
Paulo, a Canindé, que foi desocupada em
meados de 1960, para a construção da
Marginal Tietê, registrou esta angústia no seu
diário, no dia 17 de maio de 1958.
Certamente, muitos dos empobrecidos aos
quais servimos ainda têm os mesmos
sentimentos e as mesmas perguntas. Por isso,
o livro Quarto de Despejo: diário de uma
favelada, uma edição dos diários escritos por
esta mineira, mãe solteira de três filhos,
catadora de papel, leitora e escritora voraz,
continua assustadoramente atual.
Percorrendo suas páginas, descobrimos a
dura luta diária de Carolina, para conseguir di-

nheiro para alimentar seus três filhos pequenos, e os conflitos constantes entre os
moradores da favela. Ela demonstra uma consciência rara em qualquer nível social:
valoriza a educação, por isso envia seus filhos à escola, mesmo com fome e com
sapatos furados; conhece seus direitos, logo, não aceita ser explorada pelas taxas
cobradas na favela, chama a polícia sempre que necessário e questiona figuras
políticas. Em seus registros, constatamos uma aguçada e crítica consciência política
que a leva a afirmar, olhando a realidade dos pobres e a prática dos políticos: “No
nosso país tudo está enfraquecendo. O dinheiro é fraco. [...] e os políticos, fraquíssimos. E
tudo que está fraco, morre um dia. […] Quem deve dirigir é quem tem capacidade. Quem
tem dó e amizade ao povo. Quem governa o nosso país é quem tem dinheiro, quem não
sabe o que é fome, a dor e a aflição do pobre. Eu estou ao lado do pobre, que é o braço.
Braço desnutrido. Precisamos livrar o país dos políticos açambarcadores” (p. 39).
Quando o repórter Audálio Dantas descobriu que ela mantinha diários, resolveu
publicá-los, primeiro, na revista O Cruzeiro, depois como um livro. Carolina gostava
muito de ler e escrever e dizia que quando tinha fome, ao invés de xingar, escrevia
no seu diário. A publicação dos seus escritos permitiu que saísse da favela, seu
grande sonho, mas não da pobreza. Morreu quase esquecida pelo público e pela
imprensa, em 1977, num pequeno sítio, na periferia de São Paulo.
Quarto de Despejo é um best-seller internacional, tendo sido traduzido para 13
línguas. Carolina tem uma linguagem realista e objetiva, mas que revela um certo
lirismo e demonstra uma visão crítica da realidade. A publicação conservou a
linguagem da autora, mesmo quando ela contraria a gramática, incluindo a grafia e
acentuação das palavras.
Diversas vezes Carolina menciona a presença e a prática dos vicentinos na favela Ca-

Tribuna Vicentina | 34
Giro

nindé, destacando que eles visitavam os pobres semanalmente e demonstravam


carinho pelas pessoas que serviam. Ela chegou a afirmar que quem protegia os
favelados era o povo e os vicentinos (cf. p. 12). Este é um livro que deve ser lido e
relido, mas prepare-se: é uma leitura doída, angustiante, porque a autora consegue
nos inserir na sua realidade e sentimos a sua tristeza, o seu cansaço, a sua angústia.
Ainda que nada substitua a experiência real da vida dos pobres, esta obra consegue
aproximar-nos dela, para constatarmos quão pouco mudou, e refletirmos sobre
como podemos continuar marcando a vida deles por meio de nossa presença, de
nosso compromisso e de nossa fé. Ler Quarto de Despejo: diário de uma favelada é
também promover a cultura dos pobres e compartilhar sua cultura e modo de ver o
mundo.

Irmã Carolina Mureb Santos, FC

Fonte: https://ssvpbrasil.org.br/carolina-de-jesus-conheca-a-escritora-que-fala-dos-
vicentinos-em-livro/

Dicas para o recrutamento de crianças e adolescentes nas férias

Recrutar o público infantojuvenil para as Conferências de Crianças e Adolescentes


(CCAs) é um desafio que precisa ser enfrentado todos os meses do ano, incluindo o
das férias escolares, tendo em vista a essência de manter viva a SSVP, a missão e a

Tribuna Vicentina | 35
Giro

espiritualidade vicentinas.
Como recrutar crianças e adolescentes em período de férias escolares?
Considerando que estão sempre ativas, são observadoras e questionadoras,
querem conquistar amigos, participar de grupos relacionais e têm curiosidade de
ver o que está acontecendo ao seu redor, participar, brincar, divertir e se sentir útil,
apresento algumas dicas para o recrutamento:
Realizar um acampamento de férias (sempre observando o perfil e a segurança
dos menores), que pode ser em um sítio, em um parque florestal, em uma praia
ou em um rio;
Realizar um retiro espiritual de um dia, na Paróquia da comunidade (sendo o
primeiro momento composto por dinâmicas de integração; o segundo, por
orações e louvor; e o terceiro, por brincadeiras);
Promover um campeonato de futebol de rua para meninos e meninas;
Realizar caminhada da solidariedade para a aquisição de donativos;
Visitar as famílias, casa a casa, levando-lhes o convite por escrito;
Por fim, agir com encantamento, de modo a despertar as crianças e
adolescentes para a Missão Vicentina.

Consócia Jovânia Marques de Oliveira e Silva


Coordenadora de CCA para a Região VI

Fonte: https://ssvpbrasil.org.br/dicas-para-o-recrutamento-de-criancas-e-
adolescentes-nas-ferias/

Tribuna Vicentina | 36
Giro

Conselho Geral Internacional

A Sociedade de São Vicente de Paulo EUA reúne-se para a


Assembleia Nacional, em Baltimore

O Conselho Nacional dos Estados Unidos, sediará sua Assembleia Nacional anual,
de 30 de agosto a 3 de setembro de 2022, no Marriott Baltimore Waterfront, em
Baltimore, Maryland. Mais de 700 voluntários e líderes vicentinos de todo o país
devem se reunir para celebrar seus valores comuns de espiritualidade, amizade e
serviço.
A agenda está repleta de oportunidades para aprender com os vicentinos de todo
o país sobre seu trabalho, servindo os vizinhos necessitados em suas comunidades
locais, bem como unir-se em amizade, na fé católica.
“O tema da Assembleia Nacional deste ano é Venha à Água”, diz o Diretor-geral
Nacional, Dave Barringer. “Convidamos nossos irmãos vicentinos de todo o país a se
unirem a nós em Baltimore, lar da mais antiga diocese católica do país, para
celebrar nossa fé e nossa amizade uns com os outros”.
O confrade Renato Lima de Oliveira, nosso 16º Presidente-geral Internacional,
confirmou a presença no evento, sendo o responsável por uma palestra intitulada
“Qualidades desejadas para o serviço vicentino”.
Além das exposições, oficinas e encontros espirituais da Assembleia Nacional, a
agenda deste ano também apresenta visitas opcionais a alguns dos trabalhos
especiais da SSVP em Baltimore, incluindo seu programa Head Start, Sarah’s Hope
Family Shelter, bem como suas operações de serviços de combate à fome na Good
Harvest Community Kitchen and Beans & Bread Center.
Também estarão disponíveis visitas a locais religiosos, incluindo a Basílica da
Assunção da Santíssima Virgem Maria, o Seminário de Santa Maria, o Santuário de

Tribuna Vicentina | 37
Giro

São Judas e uma peregrinação ao Santuário Elizabeth Ann Seton.


Com quase 90.000 membros, a SSVP nos EUA está servindo em mais de 4.400 paróquias
em todo o país. O Conselho Nacional dos Estados Unidos está sediado em Maryland
Heights, Missouri.

Fonte: https://www.ssvpglobal.org/a-sociedade-de-sao-vicente-de-paulo-eua-reune-se-para-
a-assembleia-nacional-em-baltimore/

Presidente-geral inicia a elaboração da Carta-Circular de 2023.


Mande suas sugestões!

O confrade Renato Lima de Oliveira, 16º Presidente-geral da SSVP, já iniciou a


elaboração da Carta-Circular do próximo ano (dedicado a Jules Gossin), que será
publicada no dia 31 de janeiro de 2023. As sugestões podem ser enviadas pelo e-
mail cgi.circularletter@gmail.com até o dia 30 de novembro de 2022.

Tribuna Vicentina | 38
Giro

“A Carta-Circular é uma oportunidade ímpar, na qual o Presidente-geral dirige-se


aos vicentinos do mundo inteiro, sem intermediários, convidando-os a refletirem
sobre vários temas da atualidade, durante as reuniões das conferências e dos
Conselhos. Espero receber muitas sugestões, ideias e comentários que poderão, de
verdade, enriquecer o teor do documento”, destacou o confrade Renato Lima.
A Carta é uma tradição entre os Presidentes Gerais, sendo que a primeira delas foi
escrita pelo confrade Emmanuel Joseph Bailly de Surcy, 1º Presidente-geral, em
1841. Desde 2016, a Carta-Circular vem sendo escrita em sete idiomas: francês,
inglês, espanhol, português, italiano, árabe e chinês.
Para ler as Cartas-Circulares dos anos anteriores, basta clicar no link:
https://www.ssvpglobal.org/noticias-pt/?search=&category=1198.

Fonte: https://www.ssvpglobal.org/presidente-geral-inicia-a-elaboracao-da-carta-
circular-de-2022-mande-suas-sugestoes/

Tribuna Vicentina | 39
Giro

Arquidiocese de Maceió
O Movimento Apostólico de Schoenstatt, há 36 anos na Arquidiocese de Maceió,
comemorou os 28 anos do Santuário Lar da Família Schoenstatt, na capital
alagoana, no dia 6 de agosto.

Membros do movimento de Schoenstatt, na comemoração dos 28 anos do Santuário

Aconteceu o Congresso Arquidiocesano da Renovação Carismática Católica (RCC),


com o tema “Àquele que se assenta no trono e ao Cordeiro, louvor, honra, glória e
poder” (Ap 5, 13).

Congresso Arquidiocesano da RCC

Tribuna Vicentina | 40
Giro

Foi realizado, no dia 6 de agosto, um Encontro para as Escolas Católicas, no teatro


do Colégio Marista, em Maceió. O evento foi organizado pela Associação Nacional
de Educação Católica do Brasil (ANEC), que tem o Irmão Dener como coordenador.
Durante o Encontro, ocorreu a palestra A identidade da Escola Católica, ministrada
pelo Padre Júlio Evangelista.

Participantes do Encontro para as Escolas Católicas, no Teatro do Colégio


Marista

Os seminaristas de Maceió retornaram ao Seminário Arquidiocesano Nossa


Senhora da Assunção, no Farol, para a continuação das suas aulas, atividades do
semestre e formação.
Confira a foto dos seminaristas na próxima página.

Tribuna Vicentina | 41
Giro

Seminaristas de Arquidiocese e Dom Antônio Muniz

Após dois anos de pandemia, as reuniões mensais do clero arquidiocesano


retornaram no terceiro dia deste mês. Durante a pandemia, apenas duas reuniões
foram realizadas, de forma remota.

Clero da Arquidiocese de Maceió em uma reunião mensal

O Conselho de Leigos da Arquidiocese de Maceió, no dia 26 de julho, esteve


reunido para a organização da festa de Nossa Senhora dos Prazeres.

Tribuna Vicentina | 42
Giro

Integrantes do Conselho de Leigos da Arquidiocese de Maceió

O 7° Encontro Estadual das Mães que Oram pelos Filhos aconteceu no final de
julho, no Ginásio do Sesi, e contou com a participação de Ângela Abdo, fundadora
do movimento.

Ângela Abdo (de costas) saudando os participantes do Encontro

Tribuna Vicentina | 43
Giro

Na manhã do dia 11, o Arcebispo Metropolitano de Maceió, Dom Antônio Muniz,


celebrou a Santa Missa em ação de graças pelos seus 70 anos de vida. A celebração,
que ocorreu no seminário Nossa Senhora da Assunção, no bairro do Farol, foi
reservada ao clero, religiosos e seminaristas.

Dom Antônio e religiosos da Arquidiocese

Dom Antônio Muniz e o clero

Tribuna Vicentina | 44
Conhecendo o CGI

Conhecendo o CGI
Conselho Geral valoriza as consócias ao criar um
dia especial para elas
14 de agosto: Dia Internacional das Consócias da SSVP

Cfd. Renato Lima de Oliveira


16º Presidente-geral Internacional

O papel das consócias é


decisivo para o bom
andamento dos trabalhos da
nossa querida Sociedade de
São Vicente de Paulo. As
consócias têm um olhar
diferenciado e uma maneira
doce de acolher os assistidos e
os próprios vicentinos. As
consócias são essenciais para
as conferências e Conselhos!
Quando assumi a presidência
do Conselho Geral, em 2016,
imediatamente idealizei a
criação do Dia Internacional
das Consócias da SSVP, bem
como a instituição de outras
datas significativas para nós: 4 de julho (Dia Internacional do Jovem da SSVP), 21 de
julho (Dia de Fundação do Conselho Geral Internacional) e 17 de fevereiro (Data
Litúrgica dos Sete Fundadores).
Sendo assim, estabelecemos o Dia das Consócias em 2020, coincidindo com o 200º
aniversário do nascimento de Amélia Ozanam, a dileta viúva do querido confrade
Antônio-Frederico Ozanam. Agora, em 2022, estamos celebrando o terceiro ano
desta efeméride. Neste dia de celebração, queremos lembrar cada uma das
consócias que participaram – e que participam hoje – do trabalho social das
conferências, levando seu amor ao próximo e sua fé às pessoas mais necessitadas.
Amélia Ozanam – mulher escolhida para representar todas as consócias do mundo
– é a imagem e o modelo que mais lembramos neste dia, pois foi um exemplo claro
de abnegação, serviço e amor incondicional a Deus e à missão da SSVP, apoiando o
querido marido em seu sonho de formar esta maravilhosa rede de caridade com
seus amigos. Graças a ela, preservamos muito do legado de Antônio-Frederico
Ozanam, de seus escritos e documentos.

Tribuna Vicentina | 45
Conhecendo o CGI

Várias outras figuras femininas também foram importantes na origem e no


desenvolvimento da SSVP. Entre elas, recordamos a Irmã Rosalie Rendu, uma
mulher que participou da fundação da primeira conferência e que, como Filha da
Caridade, levou o carisma vicentino para aquele grupo nascente, ensinando a fazer
as visitas aos mais pobres no bairro de Mouffetard, em Paris.
Ao longo da história da SSVP, especialmente no início, vimos que as conferências
do mundo inteiro eram formadas praticamente apenas por homens; depois, as
conferências e Conselhos se abriram para a participação de mulheres em todas as
áreas, alcançando harmonia e igualdade, próprias dos fiéis filhos de Deus.
De fato, a Regra da SSVP prevê que os vicentinos se reúnam “como irmãos e irmãs
na presença de Cristo, nas conferências, que são verdadeiras comunidades de fé e
amor, de oração e ação”, considerando “que toda a Sociedade é uma comunidade
única e verdadeira de amigos vicentinos, que se espalham pelo mundo”.
Um outro exemplo histórico da reivindicação do papel das mulheres dentro da
SSVP é a consócia italiana Celestina Scarabelli que, em 10 de janeiro de 1856,
formou o ramo feminino em Bolonha, por causa de seu desejo fervoroso de servir
aos pobres. A fusão dos dois Conselhos (Conselho Geral de Bolonha, feminino, com
o Conselho Geral de Paris, masculino, ocorreu em 1967, com a criação do Conselho
Geral Internacional).
Atualmente, as consócias da SSVP são fundamentais para o desenvolvimento da
vida das conferências em todo o mundo e há grandes testemunhos de mulheres
que continuam a tomar o compromisso e a missão vicentina. Para citar algumas,
poderíamos falar sobre a Secretária-geral Internacional, consócia Marie-Françoise
Salesiani-Payet, da França, a primeira mulher na história do Conselho Geral a
assumir este serviço, entre outras funções, representando também nossa
instituição na sede das Nações Unidas, em Genebra.
Neste dia, eu faço um agradecimento especial às mulheres: agradeço o trabalho de
todas as consócias da SSVP, especialmente daquelas que lideram os Conselhos,
conferências e obras especiais. Eu as parabenizo por sua dedicação e amor
impressionantes. Caras consócias, parabéns pelo seu dia! Que todas as consócias da
área do CM de Maceió sintam-se abraçadas e beijadas pelo Presidente-geral.

Tribuna Vicentina | 46
Santos do mês

Santos do mês
Santo Afonso Maria de Ligório (01/08)

Santo Afonso Maria de


Ligório nasceu no dia 27
de setembro de 1696, no
povoado de Marianela, em
Nápoles, na Itália, no
berço de uma família
nobre e cristã, que fez de
tudo para que o jovem se
desenvolvesse com um
futuro brilhante. Santo
Afonso Maria de Ligório
recebia de seu pai uma
educação rígida nos
estudos científicos e
acadêmicos, mas sua mãe
nunca perdeu a preocupa-
ção com os caminhos de Deus. Sendo assim Santo Afonso se tornou um cristão
fervoroso.
Devido a sua grande cultura e inteligência, com apenas 16 anos de idade Santo
Afonso era músico, poeta, escritor e se doutorou em direito civil e eclesiástico,
porém, apesar de sua origem nobre, sempre atendeu a todos, independente de sua
condição, com o mesmo empenho, sendo um advogado muito bem sucedido.
Um dia a vida de Santo Afonso de Ligório mudou, pois devido a desonestidades,
acabou perdendo uma causa importante. Depois do ocorrido, ele decidiu
abandonar sua carreira e sua vida nobre e viver em entrega a Deus. Ele concluiu os
estudos de teologia, sendo ordenado sacerdote aos 30 anos, em 1726.
Mesmo após ser ordenado sacerdote, o santo ainda não tinha completa aceitação
de sua família. Mas ao ver a forma com a qual ele colocava seus talentos a serviço
de todo o povo e Deus, em suas pregações, ela acabou aceitando de bom grado a
decisão do filho.
As palavras do santo eram um bálsamo aos que procuravam reconciliação e
orientação, através do confessionário, ministério ao qual se dedicou durante todo o
seu apostolado.
No ano de 1732, Santo Afonso fundou a Congregação do Santíssimo Redentor,
destinada exclusivamente à pregação aos pobres e às regiões de população
abandonada, sob a forma de missões e retiros.
Em 1762, aceitou ser o Bispo da diocese de Santa Águeda dos Godos. Entretanto, a
saúde enfraquecida o fez retirar-se de volta para o convento, onde continuou a escre-

Tribuna Vicentina | 47
Santos do mês

ver.
Durante a vida, chegou a escrever mais de 120 livros e tratados, dentre os quais os
mais célebres são: Teologia Moral, Glórias de Maria, Visitas ao Santíssimo
Sacramento e o Tratado sobre a Oração. Afonso Maria de Ligório morreu aos 91
anos, no dia 1º de agosto de 1787. Foi proclamado doutor da Igreja e padroeiro dos
confessores e moralistas.

São Domingos de Gusmão (08/08)

São Domingos de Gusmão, um homem


de fé e oração, nasceu na Espanha, em
Caleruega, na Castela Velha, no ano de
1170, em berço nobre, pertencendo à
linhagem dos Gusmão.
O pai de São Domingos de Gusmão era
Félix de Gusmão, que tentou fazer com
que o jovem ficasse entusiasmado pelas
armas e pelo combate, mas sua mãe,
Joana de Aza, o tornou mais próximo
dos clérigos e monges, despertando a
vocação no garoto. Mesmo antes do
nascimento de São Domingos, sua mãe
havia sonhado com um cão que trazia
em sua boca uma tocha que irradiava
uma luz sobre o mundo. Contudo, não
era apenas um sonho, mas uma
profecia, pois Domingos era conhecido
por iluminar todo o seu tempo e a igreja
com a luz do Evangelho, desapegado de
si mesmo, chegando ao ponto de
vender suas posses para comprar comi- São Domingos, por Gaspar de Crayer
da aos mais necessitados.
São Domingos de Gusmão era um homem de penitência e amor à Palavra de Deus.
Acolheu o chamado ao sacerdócio em 1203, sendo nomeado cônego, e logo no ano
seguinte foi para Roma, para obter a licença do Papa para evangelizar os bárbaros
pagãos da Germânia.
Entretanto, o Papa Inocêncio III o orientou para trabalhar na conversão dos
Albigenses, que se espalhavam por todo o Sul da França, com inúmeras heresias.
Sendo assim, São Domingos fez do sul da França o seu principal campo de ação.
Se deparando com a luz de Domingos, muitos hereges aderiram à Verdade. A
aquela altura já nascia, no ano de 1215, em Tolosa, a primeira casa da Ordem dos
Pregadores, também conhecidos como Dominicanos (Cães do Senhor), que na
mendicância, no amor, na propagação do Rosário da Virgem Maria, na rígida
formação teológica e na apologética, levavam em comunidade a Veritas, isto é, a Ver -

Tribuna Vicentina | 48
Santos do mês

dade.
São Domingos de Gusmão faleceu com 51 anos e foi canonizado pelo Papa
Gregório IX, em 1234.

Santa Teresa Benedita da Cruz (09/08)

Santa Teresa Benedita da Cruz


nasceu na Alemanha, no dia 12 de
outubro de 1891, com o nome de Edith
Stein, em uma família de judeus.
Santa Edith era conhecida por sua
inteligência e era uma das alunas mais
brilhantes de sua turma. Porém,
durante sua adolescência ela viveu
uma crise que a forçou a abandonar a
escola, e, por consequência, as
práticas religiosas e a crença em Deus.
Após isso, conseguiu concluir seus
estudos e receber o título de doutora.
A vida de Santa Edith Stein mudaria
após ler a autobiografia de Santa
Teresa d'Ávila: tocada por aquele
exemplo e sua luz, se converteu ao ca-
tolicismo. Sua fé em Cristo nunca foi compreendida por sua família.
No ano de 1933, o Partido Nazista chegou ao poder na Alemanha e todos os
professores que não eram alemães foram demitidos. Para não ter que abandonar o
país, Santa Edith Stein se juntou à Ordem do Carmelo, onde mudou seu nome para
Teresa Benedita da Cruz.
No ano de 1937, o Partido Nazista começou a perseguir os judeus alemães de
maneira mais ferrenha, então Santa Teresa foi transferida para a Holanda. No ano
de 1942, os bispos da Holanda emitiram sua posição formal contra o movimento
Nazista. E por Hitler considerar isso uma agressão por parte da Igreja Católica,
revidou de maneira covarde.
Santa Teresa Benedita da Cruz, assim como outros membros da Ordem do
Carmelo, foi levada para os campos de concentração. Nesse período, Santa Edith
Stein apoiou e consolou os que se encontravam em grande aflição, levantando seus
ânimos e cuidando de todos da melhor maneira possível, em especial das crianças,
suportando com doçura e paciência a vontade de Deus.
No dia 7 de agosto de 1942, Edith Stein e centenas de inocentes foram de trem
para o campo de extermínio de Auschwitz. Dois dias depois foram mortos na
câmara de gás e tiveram seus corpos queimados.

Tribuna Vicentina | 49
Santos do mês

Santa Clara de Assis (11/08)

No dia 11 de agosto relembramos Santa


Clara de Assis, nascida em 1193, em Assis,
Itália, em uma família nobre, influente e
muito rica.
Santa Clara de Assis desde muito jovem
orava diariamente e realizava penitências,
além de exercitar constantemente a
piedade cristã em sua vida, de maneira
espontânea, através de esmolas e
atendendo aos mais necessitados que
procuravam-na.
Com 19 anos de idade, Clara fugiu de
casa rumo à Igreja de Santa Maria dos
Anjos, onde São Francisco de Assis a
aguardava junto de seus frades. Naquela
noite, fez uma oração de renúncia ao
mundo e de amor ao Sagrado e Santíssimo
Menino Jesus. Se desfez de suas roupas
luxuosas e então vestiu uma túnica de lã
semelhante a dos frades franciscanos,
ajustando-se ao seu corpo apenas por um
cinto feito de corda.
Santa Clara de Assis ficou conhecida por ser a primeira mulher a se entusiasmar
pelo ideal de São Francisco de Assis. Logo rumou a um mosteiro beneditino, para
conhecer e viver uma vida comunitária. Após este período, foi colocada pelo próprio
São Francisco no mosteiro de São Damião, para formar outras mulheres da Ordem
Segunda Franciscana, chamadas futuramente de Clarissas.
Em 1216, Santa Clara introduziu em sua Ordem as regras beneditinas e o título de
abadessa, mas manteve o carisma franciscano.
No ano de 1224, Santa Clara ficou doente e aos poucos foi definhando. De sua cela,
através de visões, acompanhou o funeral de Francisco. Por essas visões, que
pareciam filmes projetados numa tela, Santa Clara é considerada padroeira da
televisão e de todos seus profissionais.
Santa Clara morreu no ano de 1253 e foi canonizada apenas dois anos depois.

São Maximiliano Maria Kolbe (14/08)

São Maximiliano Maria Kolbe, o “mártir da caridade”, nasceu com o nome de


Raimundo, no ano de 1894, em uma família de operários muito religiosa. Devido a
fé de sua família, Raimundo foi apoiado ao decidir entrar para a Ordem Franciscana,
onde tomou o nome de Maximiliano Maria Kolbe.
Após adentrar na Ordem Franciscana, São Maximiliano foi mandado para Roma, on-

Tribuna Vicentina | 50
Santos do mês

de se sentiu inspirado pelo desejo


de conquistar o mundo para Cristo,
através de Maria Imaculada,
fundando o movimento de
apostolado conhecido hoje como
“Milícia da Imaculada”. Se tornou
sacerdote e foi professor, buscando
ensinar o caminho da salvação. Seu
apostolado foi feito através da
imprensa, fazendo a evangelização
de muitos países. Porém, apesar de
todo seu trabalho, nunca desafiou
as autoridades, deixando até
mesmo um trabalho que rendeu
ótimos frutos no Japão, para
assumir a direção de um convento
da Ordem Franciscana, na Polônia.
São Maximiliano Maria Kolbe viveu
no período da Segunda Guerra
Mundial. A Polônia foi tomada pelos
nazistas e, por conta de uma
perseguição contra a Igreja,
Maximiliano foi preso duas vezes,
sendo a última delas definitiva, no
ano de 1941. Na ocasião, foi enviado
para Varsóvia e em seguida para Auschwitz, onde, com muita fé, continuou seu
trabalho de evangelização, com a vida e a morte. Certa vez, ocorreu que após a
fuga de um prisioneiro, dez pagariam com a morte, sendo que um,
desesperadamente, caiu em prantos:
“Minha mulher, meus filhinhos! Não os tornarei a ver!”. Movido pelo amor que
vence a morte, São Maximiliano Maria Kolbe dirigiu-se ao oficial com a decisão
própria de um mártir da caridade, ou seja, substituir o pai de família. O pedido foi
aceito, pois se identificou: “Sou um padre católico”.
Em 10 de outubro de 1982, o Papa João Paulo II canonizou São Maximiliano, que
já havia sido beatificado por Paulo VI, em 1971.

Assunção da Santíssima Virgem Maria (15/08)

Terminado seu tempo de vida terrestre, a Santíssima Virgem Maria foi “assunta”,
isto é, elevada ao Céu em corpo e alma. O que a tradição cristã diz é que Ela não
morreu, apenas “dormiu”. Narra também que foram os anjos Gabriel e Miguel
que a levaram ao Céu. Deus queria conservar a integridade do corpo daquela que
gerou seu Filho.

Tribuna Vicentina | 51
Santos do mês

Assim como Nosso Senhor coroou


toda a sua obra com a Ascenção ao
Céu, triunfando sobre a morte, o
demônio e o pecado, entrando na
Glória, assim também a Santíssima
Virgem Maria teve na sua Assunção
o complemento necessário para
todos os seus privilégios e
exaltações enquanto Mãe de Deus.
O dogma da Assunção da Bem-
Aventurada Virgem Maria foi
proclamado solenemente pelo
Papa Pio XII, em 1° de novembro
de 1950, e sua festa é celebrada no
dia 15 de agosto.
Todos os católicos estão
obrigados a acreditar na Assunção
de Nossa Senhora, pois, sendo
dogma, faz parte do depósito da Fé
e, portanto, é necessário para a
nossa salvação. Assunção da Virgem, por Bartolome Murillo

Nossa Senhora Rainha (22/08)

Nossa Senhora Rainha é a


Santíssima Virgem em sua
santidade e virtude. Rainha do Céu
e da terra, de todos os homens e
coros de anjos, bem como dos
meios que levam a Jesus Cristo, é a
mais perfeita e mais avantajada
em santidade e semelhança a
Deus, depois de Nosso Senhor,
estando acima de todos os anjos e
santos.
Participando da realeza de Cristo,
Maria é modelo e sinal de
esperança para todos os cristãos,
que desde já se revestem da glória
de Jesus, através do sacramento
do Batismo. É por meio da
Santíssima Virgem que Jesus
exerce o seu todo o seu poder.
Coroação da Virgem, por Diego Velázquez

Tribuna Vicentina | 52
Santos do mês

Santo Agostinho (28/08)

Nascido na cidade de Tagaste


(atual Argélia), no Norte da África,
com o nome de Aurélio Agostinho,
no dia 13 de novembro de 354, o
santo vivia em uma região
dominada pelos romanos. Santo
Agostinho era filho de Patrício, um
pagão proprietário de terras, e
Santa Mônica.
Apesar de seu pai pagão, Santo
Agostinho recebeu de sua mãe
uma educação na fé cristã, porém,
devido ao mal exemplo do pai,
pouco se importava com a fé.

O aprendizado

Aos 17 anos de idade, Santo


Agostinho partiu para Cartago,
onde foi acolhido por Romaniano, e
durante três anos estudou inúme- Santo Agostinho, por Philippe de Champaigne

ros livros, principalmente "Hortênsio", de Cícero, que lhe causaram profunda


impressão. Além disso, se dedicou também aos estudos da filosofia e da dialética.

Professor e filósofo

Santo Agostinho retorna para sua casa, em Tagaste, já formado professor,


trazendo consigo uma mulher e um filho. Seguiu para Cartago, como professor, e
depois para Roma e Milão, onde ficaria conhecido por suas habilidades com a
retórica, ganhando sua cátedra de retórica da Casa Imperial.

A mudança na vida de Santo Agostinho

Apesar de toda a sua capacidade intelectual, Santo Agostinho ainda sentia um


vazio dentro de si; não encontrava as respostas que buscava, mesmo com todo seu
conhecimento, seguindo por diversas correntes filosóficas e religiosas, dentre elas o
maniqueísmo.
Após muita insistência de Santa Mônica, Agostinho começou a acompanhar os
sermões de Santo Ambrósio. A partir daquele momento começava uma grande
mudança em sua vida.

Conversão verdadeira

Tribuna Vicentina | 53
Santos do mês

Conta a história que Agostinho de Hipona aceitou uma verdadeira conversão


quando, em um momento que lutava contra os desejos da carne, ouviu uma voz
que lhe dizia: "toma e lê, toma e lê", então tomou em suas mãos o livro das Epístolas
de São Paulo, que se encontrava em sua mesa, abriu-o e leu: "Não em orgias e
bebedeiras, nem na devassidão e libertinagem, nem nas rixas e ciúmes. Mas revesti-
vos do Senhor Jesus Cristo e não procureis satisfazer os desejos da carne" (Rm 13,
13). Então, a partir desse momento, não precisava mais seguir com a leitura,
tomando uma decisão direta e firme, como se a luz de Deus preenchesse seu vazio.

Teólogo, Filósofo e Escritor

A partir deste momento, Santo Agostinho escreveu obras extremamente


importantes para a Igreja, entre elas A Cidade de Deus, onde enfrentava fortemente
as heresias daquele período. Além disso, podemos citar também Da Doutrina Cristã
(397-426), Confissões (397-398) e Da Trindade (400-416).

Entrada no Céu

Aos 76 anos, no dia 28 de agosto de 430, Santo Agostinho adentrava no Céu, como
bispo de Hipona, santo, sábio, apologista e fecundo filósofo e teólogo da Graça e da
Verdade.

Tribuna Vicentina | 54
Destaques do mês

Destaques do mês
Os vicentinos celebram os 25 anos da
beatificação de Ozanam

No dia 22 de agosto, a Sociedade de São Vicente de Paulo estará em festa! Neste


dia, comemoramos o 25º aniversário da festa de beatificação de Antônio-Frederico
Ozanam, o santo moderno, precursor da Doutrina Social da Igreja, exemplo de filho,
pai, marido, profissional e católico. Juntamente com a SSVP, a Igreja Católica e a
Família Vicentina estão também festejando essa importante data para a história
universal.
Ozanam, juntamente com outros seis amigos franceses, fundou a Sociedade de
São Vicente de Paulo em 1833, em Paris. Seus ensinamentos, seus escritos, seus
discursos e seus livros seguem influenciando a humanidade. É impressionante o
alcance da obra de Ozanam; prova disso são as dezenas de livros sobre ele, escritos
por especialistas, admiradores e devotos. Nós, membros das conferências de São
Vicente de Paulo, procuramos ser espelho de Ozanam e, como amigos, seguimos
ajudando a quem sofre e buscando a nossa santificação pessoal.
O caso que permitiu a beatificação foi um milagre (a cura de um menino que
padecia de difteria gravíssima) ocorrido no Brasil, em 1926. Desde então, há
diversos outros relatos e testemunhos que apontam a santidade de Antônio-
Frederico. Atualmente, o Conselho Geral Internacional vem atuando
institucionalmente, no sentido de alcançarmos a canonização, o que, seguramente,

Tribuna Vicentina | 55
Destaques do mês

com a graça de Deus, acontecerá rapidamente. Um novo possível milagre, também


ocorrido no Brasil, está em análise pelo Vaticano, após muitos anos sem novidades
no processo de canonização. O Conselho Geral, nesses últimos seis anos, vem
atuando intensamente para que a Santa Igreja proclame Ozanam um santo.
Para que ele seja canonizado, além da existência de um novo milagre, é preciso
que a devoção a ele aumente e se alargue, sobretudo entre nós, confrades e
consócias, e também entre as famílias assistidas e os beneficiados de nossas obras.
É preciso que incluamos Ozanam no nosso cotidiano, pedindo a intercessão dele em
casos mais corriqueiros, como emprego, saúde, vida familiar, estudos, prosperidade
financeira, entre tantas outras possibilidades.
“Ozanam é a luz radiante que ilumina a nossa Sociedade. Com os demais pais
fundadores, ele ofereceu soluções pacíficas e eficientes para a questão social,
levando o Evangelho do Senhor por todos os lugares por onde passou,
especialmente no coração dos mais humildes e vulneráveis. Ele é exemplo para
todos nós, do século presente. Roguemos a Deus para que o seu legado possa
inspirar o mundo de hoje. Quando a canonização ocorrer, será, obviamente, um
marco na história da SSVP”, exortou nosso Presidente-geral, confrade Renato Lima.
Clique aqui para ler a homilia de São João Paulo II a respeito da vida, obra e legado
de Ozanam.

Fonte: https://www.ssvpglobal.org/os-vicentinos-celebram-os-25-anos-da-
beatificacao-de-ozanam/

Tribuna Vicentina | 56
Destaques do mês

Vicentina, Isabel Cristina será beatificada

A Serva de Deus Isabel Cristina Mrad Campos será beatificada no dia 10 de


dezembro de 2022, em Barbacena (MG), em celebração solene, presidida pelo
prefeito do Dicastério da Causa dos Santos, o Cardeal Marcello Semeraro. A data,
que era aguardada com grande expectativa por toda a Família Vicentina, foi
confirmada pelo postulador da causa de beatificação da Venerável, o Dr. Paolo
Vilotta, em carta ao arcebispo metropolitano, dom Airton José dos Santos.
O Pe. Emanoel Bedê Bertunes, CM, assessor espiritual da Sociedade de São Vicente
de Paulo, lembra que já nos séculos II/III o padre Tertuliano dizia, a respeito dos
martirizados: “o sangue dos mártires é a semente de novos cristãos”. Padre
Emanoel ainda ressaltou que esta é a fonte genuína da espiritualidade do martírio.
Em seguida, ele comentou sobre o valor da beatificação de Isabel Cristina para a
Família Vicentina, colocando, em cinco tópicos, o porquê de se tratar de um evento
extremamente especial:
Temos certeza de que é no seguimento de Cristo e no serviço a Cristo,
evangelizador dos pobres, que nós alcançamos a santidade. É pelo testemunho
de vida nesse serviço, da vivência nos valores cristãos, como aconteceu com ela;
A espiritualidade vicentina, fonte da qual ela bebeu, constitui caminho fecundo
para viver essa santidade que almejamos, ou seja, é no trabalho de serviço aos
mais pobres, privilégio do reino anunciado por Jesus, que Isabel Cristina viveu
essa espiritualidade, e por isso ela se inspirou e teve sua vida toda inspirada
nesse serviço. Ela constitui uma fonte, de onde nós retiramos a nossa inspiração

Tribuna Vicentina | 57
Destaques do mês

para o seguimento de Jesus;


Foi no seio da espiritualidade vicentina que Isabel Cristina viveu e testemunhou
os valores que a identificaram com Cristo e que, por vivência radical e fidelidade
a eles, a esses princípios, ela sacrificou sua vida;
Nos dá a certeza feliz de viver o ideal vicentino de serviço aos mais pobres e
continua sendo um manancial encantador, para onde nós sempre voltaremos
para beber a água fresca dessa espiritualidade, para retomar, para matar a
nossa sede, lavar a nossa alma e nos encharcar desses princípios vicentinos que
nos conduzem para o seguimento de Cristo;
Nós não deteremos esse tesouro espiritual para nós, mas vamos guardar para
partilhar com as gerações futuras. Ele continua vivo na vida dos muitos santos e
bem-aventurados da Família Vicentina. Esse tesouro espiritual é deixado a nós
por São Vicente de Paulo. Ele continua vivo, fecundo e atual na vida de tantos
que alcançaram a santidade, como agora, mais uma vez, temos aqui no exemplo
de Isabel Cristina.

Sobre a Serva de Deus Isabel Cristina

Isabel Cristina Mrad Campos nasceu em 29 de julho de 1962, em Barbacena. É filha


de José Mendes Campos e Helena Mrad Campos. Com o desejo de fazer Medicina,
foi para Juiz de Fora (MG), em 1982, para se preparar em um curso pré-vestibular.
Era uma moça como tantas outras. Estudava, namorava, participava de festas, mas
tinha uma vida de oração e sonhava ser pediatra, para ajudar crianças carentes. Era
sensível, sobretudo com os mais pobres, idosos e crianças, o que certamente
aprendeu na família, que era vicentina. Na época, seu pai era presidente do
Conselho Central de Barbacena.
No dia 1º de setembro do mesmo ano, um homem que foi montar um guarda-
roupas em seu apartamento tentou violentá-la. A moça resistiu e então foi
espancada com uma cadeira, amarrada, amordaçada e teve suas roupas rasgadas.
Como ainda ofereceu resistência, a jovem acabou assassinada com 15 facadas pelo
agressor.

Processo de beatificação

O processo de beatificação de Isabel foi instalado em 2001, em Barbacena, por um


grupo de pessoas. Na ocasião, a jovem recebeu o título de Serva de Deus. Este
processo durou oito anos e ouviu quase 60 pessoas, buscando atestar a
religiosidade da moça, que desde a adolescência fez parte da Associação de
Voluntários da conferência de São Vicente, prestando ajuda às pessoas com
deficiência e aos mais carentes.
O Papa Francisco já havia autorizado, em outubro de 2020, o decreto de “martírio”
para a brasileira, assassinada aos 20 anos, quando tentava escapar de uma
tentativa de estupro.
Isabel nasceu em 1962, no município de Barbacena, e aos 20 anos se mudou para

Tribuna Vicentina | 58
Destaques do mês

a cidade de Juiz de Fora, juntamente com seu irmão, para fazer um curso de pré-
vestibular, visando o ingresso no curso de Medicina.
Até hoje o seu túmulo, que fica na Paróquia Nossa Senhora da Piedade, em
Barbacena, é visitado por fiéis de todo o Brasil, para agradecer e fazer pedidos de
orações.
Como o caso de Isabel é reconhecido como “martírio”, não é necessário que um
milagre seja reconhecido para a aprovação de sua beatificação.

Oração

Pai, Filho e Espírito Santo, adoramos-Vos e Vos bendizemos, pela força e coragem
que dais a muitos de vossos filhos. Há tantas almas generosas, que nos elevam pelo
seu exemplo!
Sede louvada, Trindade Santa, na pessoa da Serva de Deus Isabel Cristina, que deu
a vida em defesa de sua pureza e virgindade. Dai-nos a graça de imitá-la e, se for de
Vosso agrado, concedei-lhe a honra dos altares, como recompensa de sua oblação.
Assim seja.

Fonte: https://www.ssvpglobal.org/vicentina-isabel-cristina-sera-beatificada/

Tribuna Vicentina | 59
Destaques do mês

Sobre a história da devoção a Nossa Senhora


dos Prazeres
Prof. Álvaro Queiroz*

Nossa Senhora dos Prazeres é padroeira da cidade de Maceió, titular da Igreja


Catedral e padroeira de toda a Arquidiocese de Maceió. A devoção à Nossa Senhora
dos Prazeres está profundamente arraigada na alma do povo católico maceioense e
alagoano. Neste breve arrazoado, irei explanar um pouco a respeito da história
dessa devoção.

Mas como, quando e onde iniciou essa devoção? E como chegou a Maceió?

A origem da devoção popular a Nossa Senhora dos Prazeres deita raízes no tempo
e nasceu em Portugal, país eminentemente católico. Remonta mesmo ao século XVI,
antes da última peste que houve em Lisboa.
No ano de 1599, na quinta dos Condes da Ilha, em Alcântara, apareceu uma
imagem da Soberana Senhora, sobre uma fonte. Essa fonte foi logo considerada
pelo povo como santa, em razão da grande virtude que Nossa Senhora comunicou
àquela água, com a qual os enfermos ficavam livres das doenças de que padeciam.
Os Condes de Alcântara, que eram proprietários daquelas terras, levaram a
imagem para seu palácio e a colocaram em seu oratório particular. Porém, como
piedosa Mãe que deseja favorecer a todos os seus filhos, principalmente os mais
necessitados e empobrecidos, a imagem desapareceu do oratório privado dos
Condes, sendo encontrada novamente sobre a fonte.

Tribuna Vicentina | 60
Destaques do mês

Dizem que a Virgem Maria se manifestara a uma inocente menina, a quem


constituiu sua embaixadora. A Virgem mandou-lhe que dissesse a seus pais e a
todos os habitantes daquele lugar que edificassem uma ermida* naquele local,
onde fosse servida e venerada por todos, e que desejava ser invocada sob o título
de Senhora dos Prazeres.
Deus deu logo tanta graça às palavras da menina, que foi crida sem contradição.
Construída a ermida, colocaram nela a imagem de Nossa Senhora, que começou a
operar muitas maravilhas. Até hoje, no dia de sua festa, que se celebra na primeira
segunda-feira depois da Oitava da Páscoa, é grande a multidão de fiéis que acorre a
venerá-la.
A imagem miraculosa que apareceu na fonte de Alcântara é muito bela. Trata-se de
uma escultura feita em pedra de alabastro* – e não falta quem a julgue esculpida
por mãos de anjos. É pintada de cores com bordaduras de ouro em brutescos*, os
quais se veem tão frescos, que até parecem feitos de poucos dias.
Quanto à origem do título - Nossa Senhora dos Prazeres -, ele provém da
comemoração das sete maiores alegrias ou prazeres espirituais que teve a Bendita
Virgem Maria. Convém recordar aqui o título “Nossa Senhora da Coroa”, no qual
estão mencionados, pela própria Mãe de Deus, os seus maiores gozos ou alegrias
espirituais, quando se manifestou ao noviço franciscano que costumava obsequiá-la
com uma coroa de flores naturais.
Resumidamente, os sete maiores prazeres espirituais de Maria Santíssima são os
seguintes: 1º) Quando soube, pela anunciação do anjo, que era chegado o tempo da
vinda do Messias, e que ela seria Sua mãe; 2º) Ouvindo a saudação de Santa Isabel;
3º) Quando contemplou o Menino Deus, seu filhinho recém-nascido, na
manjedoura; 4º) A visita dos magos, que foram adorar o Menino; 5º) O encontro de
seu Filho no templo, entre os doutores; 6º) A aparição de Jesus depois de sua
ressurreição; 7º) Quando, subindo aos páramos celestiais em corpo e alma, foi
coroada Rainha do Céu e da Terra.

Mas como essa devoção mariana chegou a Maceió?

Naquela época, durante todo o período colonial, até 1817, o território alagoano
pertencia à Capitania de Pernambuco. No tempo da guerra contra os holandeses
(1644-1654), sobretudo nas batalhas dos Guararapes, os soldados portugueses e
brasileiros conduziam à frente da tropa um estandarte (ou labarum) com a imagem
estampada da Virgem dos Prazeres. E, no imaginário devocional católico, todas as
vitórias conquistadas nos principais combates eram creditadas à proteção e à
bênção da Santa Mãe de Deus. Assim, ao término da guerra, foi erguida, no alto dos
Montes Guararapes, uma belíssima igreja dedicada à Senhora dos Prazeres.
Provavelmente, a crescente devoção a Nossa Senhora dos Prazeres foi trazida dos
Guararapes para Maceió por pessoas ou famílias oriundas de lá, que se
estabeleceram no Sítio Maçayó, no século XVIII. Desde então, a devoção foi
aumentando, até que, em 1762, Nossa Senhora dos Prazeres substituiu
definitivamente São Gonçalo do Amarante como titular da capela do referido sítio,

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Destaques do mês

que cresceu e se tornou um próspero Povoado.


O Povoado de Maceió, sob a proteção da Senhora dos Prazeres, ganhou sua
autonomia municipal em 1815, tornando-se uma Vila independente. Não demorou
muito para que fosse criada a Paróquia de Nossa Senhora dos Prazeres, em 1819. E,
no ano de 1839, o desenvolvimento constante do burgo fez com que ele fosse
elevado à categoria de Cidade e nova capital das Alagoas.
Finalmente, em 1900, a Santa Sé fundou a então Diocese das Alagoas e a matriz
paroquial de Maceió tornou-se Igreja Catedral. Depois, em 1917, o nome foi
alterado para Diocese de Maceió. E, em 1920, a Diocese foi elevada ao status de
Arquidiocese. Desse modo, Nossa Senhora dos Prazeres é a padroeira da cidade e
de toda a Arquidiocese de Maceió, além de ser a titular da Paróquia da Catedral,
antiga matriz paroquial.

_____________________________________________
* Álvaro Queiroz é historiador, filósofo, teólogo e professor efetivo de História, no
IFAL, campus Satuba. Exerce também a docência no Seminário de Nossa Senhora da
Assunção, de Maceió, ministrando aulas de História da Igreja. Membro do Instituto
Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGAL), onde ocupa a cadeira nº 53 e exerce o
cargo de 2º Secretário, na atual diretoria. Autor de 18 livros e diversos artigos
científicos publicados em revistas acadêmicas.
* Ermida é uma espécie de templo rústico, uma capelinha ou pequena igreja, quase
sempre edificada em lugar ermo.
* Alabastro é uma espécie de rocha ou pedra branca translúcida, semelhante ao
mármore, porém menos resistente, muito usada em trabalhos de escultura.
* Brutesco é algo similar ao que existe intocado na natureza; também pode ser
aplicado a uma escultura tosca ou rústica.

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Metropolitano de Maceió recebe doação para


ajudar vítimas de enchentes
Pedro Ivon

O Conselho Nacional do Brasil (CNB) doou, em julho, uma quantia de R$ 40.000 ao


Conselho Metropolitano de Maceió (CMM), com o objetivo de auxiliar as vítimas das
enchentes. Com o valor, o CMM adquiriu materiais de limpeza, colchões,
travesseiros, lençóis e cestas básicas, que foram distribuídos para um total de 325
pessoas, espalhadas por Rio Largo, Marechal Deodoro, Pilar, Satuba, Coqueiro Seco,
União dos Palmares e Santana do Mundaú. A ajuda também chegou ao bairro de
Fernão Velho, em Maceió.
De acordo com o presidente do CMM, Gilberto Júnior, apenas os colchões, cerca de
300, custaram R$ 18.000.
Enquanto o Metropolitano ficou responsável pela aquisição dos materiais, a
distribuição ficou por conta dos vicentinos dos Conselhos Centrais de Marechal
Deodoro, União dos Palmares, Tabuleiro e Maceió.
Confira algumas fotos abaixo:

Alguns dos materiais para higiene pessoal adquiridos

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Foram adquiridos cerca de 300 colchões

Os vicentinos se empenharam para organizar todos os produtos

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A distribuição de todos os materiais ficou por conta dos membros dos Conselhos
Centrais

Cfd. Gilberto Júnior e os vicentinos que ajudaram a organizar todos os


materiais

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Fotos do aniversário do CMM


Na edição passada, a Tribuna Vicentina homenageou o CMM pelos seus 25 anos de
existência. Agora, divulgamos as fotos da reunião de comemoração do aniversário,
que ocorreu em julho.

Csc. Paula Lima, Vice-presidente para Região VI

Cfd. José Hodel, ex-presidente do Conselho Metropolitano de Maceió

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Cfd. Eudes Inácio, ex-presidente do CMM

Csc. Paula Costa, ex-presidente do CMM e cfd. Gilberto Júnior, atual presidente
do Metropolitano

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Da esquerda para a direita: confrades Luiz, Cantoario e Arsenio

Vicentinos presentes na reunião de 25 anos

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Bolo de comemoração e carta de instituição


do CMM

Foto oficial da reunião de 25 anos do CMM

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Homenagens

Homenagens
Brasil em festa: 150 anos da chegada da SSVP

A cerimônia ocorreu na Catedral do Rio de Janeiro

O Brasil, maior nação vicentina do mundo, está em festa. No dia 7 de agosto, no Rio
de Janeiro, centenas de confrades e consócias brasileiros celebraram uma data
muito significativa: os 150 anos da fundação da Sociedade de São Vicente de Paulo
neste país, que é verdadeiramente “abençoado por Deus e bonito por natureza”,
como diz uma música local.
O 16º Presidente-geral Internacional, confrade Renato Lima de Oliveira, e o Vice-
presidente Territorial Internacional para a América do Sul (América 3), confrade Júlio
César Marques de Lima, ambos brasileiros, representaram o Conselho Geral nas
comemorações. O evento foi conduzido pelo confrade Márcio José da Silva,
presidente do Conselho Nacional do Brasil.
A SSVP chegou ao Brasil em 4 de agosto de 1872, com a fundação da conferência
São José, pelas mãos de três grandes homens: Pedro Jobim, Antônio de Sá e
Francisco Coutinho (conhecido como “Conde de Aljezur”, que foi também
cofundador da SSVP em Portugal). De lá pra cá, a SSVP cresceu, floresceu e alcançou
todos os lugares, sendo muito respeitada pelos poderes públicos e com grande
apoio da Santa Igreja. E quis a Providência Divina que, nesta celebração dos 150
anos, o Presidente-geral fosse brasileiro.
A consócia Anna Lopes Guarilha, atual presidente da conferência São José, destacou
a caminhada do grupo nesses 150 anos. Foi lida a ata de fundação da conferência e
apresentada a “Carta de Agregação” (original) da referida conferência, motivos de um

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Homenagens

grande aplauso. O Conselho Nacional aproveitou a ocasião e lançou uma medalha


comemorativa, alusiva aos 150 anos (uma delas ficará na sede do Conselho Geral,
em Paris).
Em seu discurso, o confrade Renato Lima enalteceu as qualidades da SSVP
brasileira, não somente pelas estatísticas impressionantes (15.000 conferências e
150.000 membros), mas especialmente pela qualidade dos serviços prestados aos
irmãos necessitados. O confrade Renato surpreendeu a todos ao trazer,
pessoalmente, uma bênção especial do Papa Francisco para todos os vicentinos do
Brasil.

Carta de Bênção Apostólica do Papa Francisco

“A SSVP no Brasil conta com confrades e consócias extremamente generosos,


comprometidos e abnegados, que fazem de tudo em nome dos mais carentes. A
coragem, a fé e a resiliência dos vicentinos brasileiros é algo invejável, assim como a
paixão com que zelam pela Sociedade e o amor que têm pelos necessitados”,
externou o Presidente Renato.
Logo depois, foi celebrada a Santa Missa em ação de graças pelos 150 anos da
SSVP no Brasil, presidida pelo cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani
Tempesta, e com a presença de diversos outros sacerdotes. Na homilia, Dom
Tempesta relacionou a fé com a caridade, referindo-se a São Vicente de Paulo e ao

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Homenagens

beato Ozanam. Tudo foi transmitido ao vivo pela Ozanam TV, e contou com a
cobertura do jornal “Testemunho de Fé”, da Arquidiocese do Rio.

Confrades Márcio e Renato, com a Bênção Apostólica do Santo Padre

Fonte: https://www.ssvpglobal.org/brasil-em-festa-150-anos-da-chegada-da-ssvp/

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Mensagens de Dia dos Pais


Ser Pai!

Quando eu era jovem,


sempre achei muito
importante a presença de
um pai na vida de uma
pessoa. Graças a Deus, eu
tive um pai, que sempre
amou a mim e aos meus
irmãos; apesar de seus
defeitos, ele sempre foi um
pai que muito nos amou. Na
minha casa, nunca
perdemos o costume de pe-
dir a bênção, mesmo quando estávamos com raiva; nunca foi dispensado o mesmo
ritual de pedir a bênção ao meu pai e à minha mãe antes de dormir, isso parecia um
pedido de desculpas, e tudo ficava bem novamente. Apesar de saber que meu pai
me amava, nunca tive a real ideia do tamanho do amor dele por mim e pelos meus
irmãos. Eu só consegui ter esta noção quando eu me tornei pai.
Eu lembro como hoje, no dia em que minha esposa ficou grávida: foi uma
felicidade imensa. Acompanhei todos os momentos da gestação e, mesmo sem ver,
já amava demais a minha pequena Emília. Na minha cabeça eu já estava achando
que amava muito, mas no dia em que ela nasceu, quando a coloquei em meus
braços, senti um amor que nunca tinha imaginado poder sentir: e foi aí que
compreendi o que é um amor de pai. Depois tive a graça de ter mais uma filha,
porém, desta vez eu estava preocupado, porque eu amava tanto, mas tanto a minha
primeira filha, que fiquei com medo de não amar da mesma forma a segunda. Não
queria que houvesse diferença entre elas.
Mas no dia em que a Estela nasceu, o amor dentro do meu peito aumentou ainda
mais e compreendi que o amor tão grande que sentia pela minha primeira filha não
foi dividido com a segunda, mas dobrou de tamanho. E assim eu descobri que a
cada filho que uma pessoa tem, o amor em seu ser é um amor infinito. Não existem
limites para o amor.
Hoje, quando olho para as minhas filhas, quero ser pra elas a presença de Deus
no seu dia a dia, quero que todas as vezes que elas olharem pra mim, pensem, “se
meu pai me ama desse jeito, imagina o Papai do Céu!”.

Cfd. Gilberto Junior


Presidente do CMM

Tribuna Vicentina | 73
Homenagens

Ser pai é um presente de Deus, é andar


lado a lado, é ser exemplo e modelo de fé,
é querer sempre o melhor, é estar
presente em todos os momentos na vida
de alguém que confia e espera o melhor
de nós no dia a dia. Enfim, ser pai é ser
diferente e fazer a diferença acontecer.

Cfd. Luciano dos Santos Silva


Conferência Rainha da Paz
Arapiraca

Estimados confrades e consócias,


que alegria encontrá-los por aqui!
Louvado seja Nosso Senhor Jesus
Cristo!

Inicio esta singela homenagem


com uma passagem contida nos
livros sagrados, mais
precisamente em Êxodo 20, 12:
“Honra teu pai e tua mãe, a fim de
que tenhas vida longa na terra
que o Senhor, o teu Deus, te dá”.
Comemorar o dia dos pais não é simplesmente um evento social e deve ser muito
mais que isso: precisamos entender o quanto é importante a figura do pai em
nossas vidas. Nesse sentido, vale ressaltar que o Criador nos fez filhos amados, em
Jesus Cristo somos todos irmãos.
Imagine-se agora como criança, sentindo-se super seguro, porque ele está ao seu
lado. Quantas vezes não entendemos porque ele precisou nos corrigir, mas
também quantas vezes sorrimos com suas brincadeiras… é, meus irmãos, ser pai é
um dom do próprio Pai do Céu, que nos ama sem igual.
Aproveito a oportunidade para parabenizar todos os pais que, com muito amor,
cumprem a honrosa missão de cuidar de sua família. Não esqueçamos também dos
que já se encontram junto do Pai do Céu!
Feliz Dia dos Pais!

Cfd. Zé Hodel
Marechal Deodoro

Tribuna Vicentina | 74
Homenagens

Feliz Dia dos Pais para todos


os Vicentinos!
Ser pai não é dar tudo que o
filho pede.
Ser pai é se colocar no lugar
do filho.
Ser pai é compreender o filho.
Ser pai é ter diálogo com o
filho.
Ser pai é ter compaixão do
filho.
Ser pai é partilhar com o filho
momentos de dor e de
alegria.
Ser pai é corrigir o filho
quando ele está errado e
elogiar quando ele merecer
elogios.
Ser pai é dizer não, quando for não.
Ser pai é dizer sim para o filho, quando for sim.
Ser pai é também se colocar no lugar da mãe, quando for necessário.
Ser pai não é só para dar roupa, calçados, comida e remédio.
Ser pai é educar o filho nas coisas materiais e espirituais e ensinar a amar a Deus e
ao próximo.

Cfd. Abdias
CC de Palmeira dos Índios

Neste mês de agosto, no segundo domingo, comemoramos o Dia dos Pais. É o


momento de agradecermos a Deus pela vida de nossos pais. Quando possível,
aqueles que têm seus pais vivos se reúnam com eles, confraternizando,
parabenizando e agradecendo o dom da vida dele. Quem tem seu pai falecido,
agradeça a Deus pelo pai que teve, louve ao Senhor por tudo o que ele representou
e representa em suas vidas.
Isto está em consonância com a origem desta feliz comemoração. Ela teve origem
nos Estados Unidos da América, sendo comemorada no terceiro domingo de junho.
Surgiu em 1909 e não teve motivação comercial para tal: é que uma menina
americana, chamada Sonora Louise Dodd, resolveu homenagear seu pai, criando a
data. O sentimento desta menina com certeza é o mesmo que está no coração de
cada um de nós, cristãos, filhos de Deus.
Primeiramente agradecemos ao Pai dos pais, Deus criador de todos nós, e depois a
nossos pais biológicos e nutrícios, a exemplo de São José, pai nutrício de Jesus
Cristo. E a nossos pais na fé, Abraão, Isaque e Jacó.
Cfd. Francisco Petrúcio
CC de União dos Palmares
Tribuna Vicentina | 75
Pró-vida

Pró-vida
O Livre Exame e o Direito Reprodutivo
José Nascimento
Presidente da Rede Estadual em Defesa da Vida

Este veículo, como bom veículo católico, precisa reverberar a inteira verdade sobre
o veneno impregnado no período da Reforma Protestante, que entre tantos outros
males, admitiu o livre exame (das Sagradas Escrituras) como ferramenta eficaz da
inscrição de um precipício semântico convencionalista na mente das pessoas,
trazendo para o seio da Igreja o condão de que cada um teria uma capacidade
infusa, guiada pelo Espírito Santo (ou outro espírito) para dar novos significados aos
textos sagrados. No século XVI, a Igreja assistia ao escandaloso sequestro de um
tesouro de valor sem par; as palavras e contextos edificados pela Igreja e de autoria
da Igreja seriam transformados em um terreno baldio, sem herdeiros; ali, qualquer
coisa poderia germinar.
Cientes disso (ou não), assistimos a profusão de seitas, interpretações doutrinárias,
proféticas, eclesiológicas e até mesmo messiânicas. Igrejas e comunidades que se
separam em uma divisão contínua, até nos presentearem com a liquefação da sã
doutrina, instalando no imaginário coletivo a capacidade de sinalizar Jesus Cristo e
seu Evangelho como se qualquer coisa fossem.
Presentear a cultura ocidental com essa orientação permitiu que a propaganda e
matérias sedutoras adquirissem um poder avassalador sobre as leituras e decisões
presentes, pois muitas delas buscavam atender tão somente a uma finalidade
velada e sem objetivos expostos (a Reforma revelou ser uma mesquinha disputa de
poder), mas traduzidas por um eufemismo que assassina a boa vontade de
qualquer imprevidente.
Aqui se encerra a introdução necessária para apresentar um exemplo desse
fenômeno, que é veiculado por vozes responsáveis pela definição de políticas
públicas que visam, em um primeiro momento, exalar e sinalizar uma preocupação
com o ser humano, mas que, em última análise, busca sua aniquilação em caráter e
dignidade. É esse o tão propagado “direito reprodutivo”, termo genérico e subjetivo,
inserido por autores abortistas em livros e manuais de organizações, que terminam
por instruir comitês de saúde, partidos e autores acadêmicos, buscando, em última
instância, ganhar a simpatia inadvertida de quem não acompanha sua ação prática.
Recentemente, a Câmara de vereadores de Maceió viu esse termo em debate, ao
acolher o projeto de lei municipal nº 44/2021, proposto por uma vereadora que
defende uma política abortista, expressando claramente em um de seus parágrafos
que o município deve promover a instrução de “direitos sexuais e reprodutivos”. O
termo surgiu com ênfase no Brasil em 2005*, a partir de uma publicação do
Ministério da Saúde (na época, subordinado a um presidente que defende o aborto

Tribuna Vicentina | 76
Pró-vida

como política de saúde pública). O documento, que nasceu como um guia para
gestores de saúde e sociedade civil, foi apresentado como “prioridade do governo”.
Sem mais me alongar, trago um trecho da publicação, que defende a ampliação do
aborto. Na página 22 está escrito: “Nesse sentido, é necessário garantir a qualidade
e a ampliação dos serviços de referência para a realização do aborto previsto em lei
(...)”.
Descrita como prioridade de governo (subtítulo), não enxergamos ali políticas de
apoio a casas para acolhimento de menores de rua, criação de creches,
desburocratização de procedimentos de adoção, assistência neonatal… não!
Importava ao documento uma espécie de “franquia de farmácia popular”, que
proporcionasse um descarte higiênico e silencioso de vidas, quando na verdade a
prioridade de qualquer líder de nação deveria ser o acolhimento e desenvolvimento
da vida. Há quem defenda que saúde reprodutiva deveria ser lida como a saúde e
desenvolvimento do reprodutor e do produto… desculpe, caro leitor.

_____________________________________________
*https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartilha_direitos_sexuais_reprodutivos
.pdf

Tribuna Vicentina | 77
Intervalo alegre

Intervalo alegre
E vamos para mais uma rodada de piadas, porque a vida é mais do que assuntos
sérios e boletos.

Qual é a luta dos gaúchos?


R: O KaraTCHÊ!

O que o menino fez para não ir ao oculista?


R: Se mudou para Boa Vista.

[Só para os nerds] O que é um pontinho rosa no estádio de luta dos Pokémons?
R: É o PINKachu!

Qual é o prato preferido do Thor?


R: THORresmo.

O que o cadarço falou para o tênis?


R: Estou amarradão em você.

O que o azeite disse para o vinagre?


R: Falo nada, só óleo.

Qual o país que mais produz vinho?


R: Uva-ticano (O Vaticano).

Qual é o bicho que não é caro?


R: A barata.

Uma pessoa chega para um garçom e:


- Como você virou garçom?
- É que eu sou ateu.
- Mas como assim, ateu?
- Ateu dispor.

Tribuna Vicentina | 78
Comunicado

Comunicado
51ª Romaria Vicentina acontecerá em maio de
2023
Pedro Ivon

A 51ª Romaria Vicentina à Aparecida do Norte está prevista para maio de 2023, dos
dias 3 a 8. Os participantes da peregrinação contarão com um ônibus executivo,
contendo banheiro e água; duas diárias em um hotel, com as 3 refeições, em
Aparecida; três diárias em hotel, com café da manhã; e um guia, que acompanhará
todo o grupo.
Veja o roteiro completo a seguir:
Dia 03/05 (Quarta):
- Chegada no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, aproximadamente às 7h. De
lá, seguirão para a Fazenda Betânia. Depois do almoço, os vicentinos irão à Canção
Nova.
- Às 15h todos rezarão o terço da Misericórdia;
- Às 17h todos seguirão para o hotel, em Guaratinguetá.

Dia 04/05 (Quinta):


- Após o café da manhã, o grupo seguirá para Campos do Jordão, para um city tour,
com o guia local. Durante o passeio, os vicentinos poderão realizar compras e
degustar vinhos, queijos e chocolates);
- Ao final da tarde, todos irão voltar para o hotel, em Guaratinguetá.

Dia 05/05 (Sexta):


- Após o café da manhã, os vicentinos irão para Aparecida do Norte;
- No caminho para Aparecida, o grupo conhecerá o Mosteiro da Sagrada Face, em
Roseira;
- Durante a tarde haverá a acomodação no hotel, em Aparecida;
- Às 17h haverá o início da programação da Romaria Vicentina, com o terço no
Caminho do Rosário.

Dia 06/05 (Sábado):


- Durante a manhã haverá a Via Sacra, no Morro do Cruzeiro;
- O restante do dia será livre;
- À noite o grupo participará do Festival Cultural Ozanam.

Dia 07/05 (Domingo):


- Durante a manhã haverá a Missa de encerramento da Romaria Vicentina;

Tribuna Vicentina | 79
Comunicado

- Às 15h todos seguirão para São Paulo. Na cidade, todos se acomodarão no hotel.

Dia 08/05 (Segunda):


- O dia será livre e os vicentinos poderão realizar compras na 25 de Março ou no
Brás;
- Às 18h o grupo seguirá para o aeroporto de Guarulhos.

Para mais informações, os interessados podem entrar em contato com a csc. Silene
Costa, através do número (82) 98868-3585, ou com a csc. Paula Costa, através do
número (82) 98814-0108.

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Tribuna Vicentina
Conselho Metropolitano de Maceió

Agosto de 2022
Nº 214

Vicentinos de Maceió

ssvp_alagoas

Vicentinos de Maceió

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