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AA Direito Administrativo – Resumo direcionado

 Administração Pública:
→ conjunto de normas e princípios que, visando sempre ao interesse público, regem as relações
jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre este e as coletividades a que devem servir;
→ se divide em direta e indireta;

 Administração Pública Direta:


→ composta de órgãos que estão diretamente ligados ao chefe do Poder Executivo (no caso do
Governo Federal, ao Presidente);
→ exemplos: Ministérios, suas secretarias, coordenadorias e departamentos;
→ a Adm Pub Direta é composta pelos entes estatais (união, estados, DF, municípios) MAIS seus
órgãos públicos (criados por e subordinados a esses entes estatais);
→ obs prova (!!!): quando perguntar sobre natureza jurídica, quer saber se a pessoa jurídica é de
direito público ou privado;

 Órgãos Públicos:
→ centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, por meio de
agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem;
→ exemplos: Comando do Exército, AMAN, 57º BIMtz, Secretaria da Receita Federal;
→ os Órgãos Públicos NÃO POSSUEM PERSONALIDADE JURÍDICA PRÓPRIA = não
podem demandar ou serem demandados em juízo (não pode ser acionado na justiça) = ou seja =
se um OP causa prejuizo a algo/alguém, quem responde por isso não é o próprio órgão, e sim o ente
estatal (no caso desses OP) a qual esse órgão está subordinado (o ente que o criou);
→ desconcentração: técnica utilizada para a criação dos OP = a criação e extinção dos OP se dão
por lei usando essa técnica;

 Classificação dos Órgãos Públicos (!!!) (quanto à posição estatal):


(1) OP INDEPENDENTES (órgãos primários):
→ originários da Constituição, sem qualquer subordinação hierárquica ou funcional;
→ chefes dos poderes;
→ exemplos: Congresso Nacional, Presidência da República, Governos dos Estados e do DF,
Prefeituras Municipais, STF, STJ;
→ não se subordinam a nenhum outro órgão;

(2) OP AUTÔNOMOS:
→ se subordinam diretamente aos órgãos independentes;
→ localizados imediatamente abaixo dos órgãos independentes e diretamente subordinados a
seus chefes;
→ têm ampla autonomia técnica, administrativa e financeira; possuem funções de
planejamento, supervisão, coordenação e controle em suas áreas de atuação;
→ exemplos: os Ministérios (MD, MS), as Secretarias de Estado (secretaria de saúde, secretaria de
segurança pública) e de Município e demais órgãos subordinados diretamente aos Chefes de
Poderes;
→ seus dirigentes (ministros), em regra, não são funcionários, mas sim agentes políticos
nomeados em comissão = podem ser exonerados e nomeados a qualquer momento = livre
nomeação e livre exoneração = por exemplo Cmt EB;

(3) OP SUPERIORES:
→ aqueles que detêm poder de direção, controle, decisão e comando dos assuntos de sua
competência específica, mas sempre estão sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de
uma chefia mais alta;
→ exemplos: Gabinetes, Secretárias-gerais, Procuradorias Administrativas, Departamentos,
Comando do Exército;
→ não possuem autonomia administrativa e financeira;

(4) OP SUBALTERNOS:
→ todos aqueles que se acham hierarquizados a órgãos mais elevados, com reduzido poder
decisório e predominância de atribuições de execução;
→ exemplos: Repartições públicas, OM (AMAN, DECEX, DESMIL, COTER, 20 B Log PQDT);
base da piramide adm;
→ apenas um executante = órgãos de execução;

(foto pode estar na prova)

 Administração Pública Indireta:


→ composta por entidades que, por meio de descentralização de competências do governo, foram
criadas para desempenhar papéis nos mais variados setores da sociedade e prestar serviços à
população;
→ essas entidades possuem personalidade jurídica própria e, muitas vezes, recursos próprios,
provenientes de atividades que geram receitas;
→ estrutura: autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações
públicas = entidades administrativas;
→ as entidades administrativas também podem criar (por desconcentração) órgãos publicos;
→ as entidades administrativas que integram a Adm Pub indireta são criadas por descentralização,
e não se subordinam ao ente estatal = a relação entre eles é de vinculação , ou também chamado
de supervisão ministerial;

 Autarquias:
→ natureza jurídica: pessoa jurídica de direito público;
→ regime juridico = quem trabalha são os servidores estatutário;
→ possuem bens públicos, impenhoráveis, não podem ser usucapidos (sofrer usucapião);
→ só pode ser criada por lei específica;
→ possui vinculação administrativa com seu ente instituidor;
→ descentralização = criação de uma pessoa juridica transferindo para ela a titularidade e a
execução do serviço (na Adm Pub direta o ente estatal mantém a titularidade, não a transfere);
→ competência (acionar/ser acionado na justiça, demandar alguém ou ser demandado em juízo) =
se for uma autarquia federal = pra você acioná-la ou para ela demandar alguém em juizo, deve o
fazer obrigatoriamente pela Justiça Federal; se for uma autarquia estadual, municipal, é pela
Justiça Comum Estadual;
→ as autarquias possuem algumas prerrogativas e benefícios: imunidade tributária; imunidade de
caráter processual;

 Empresas Públicas:
→ natureza juridica: pessoa jurídica de direito privado;
→ constituída obrigatoriamente por capital exclusivamente público;
→ empregados públicos celetistas;
→ podem exercer 2 tipos de atividades: atividades gerais econômicas (de caráter excepcional)
ou realizar a prestação de serviço público (é a regra), por meio da descentralização da execução
do serviço;
→ a lei autoriza sua criação e sua criação ocorrerá quando os atos constitutivos forem
REGISTRADOS por órgão competente;
→ em regra, o Estado (1º setor) não exerce atividade econômica = porém, está previsto em lei que
pode exercer por necessidade e garantia de segurança nacional ou relevante interesse coletivo
= quem pode exercer é Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista;
→ bens próprios e particulares;
→ podem ter seus bens penhorados e usucapidos, com exceção daqueles que estão sendo
utilizados para prestação de serviço público;
→ exemplos: EBCT, CEF, BNDES, Embrapa, Infraero;

 Sociedade de Economia Mista (SEM):


→ natureza jurídica: pessoa jurídica de direito privado;
→ constituída por capital público e privado;
→ empregados públicos celetistas;
→ sua instituição é autorizada por lei específica, sob a forma jurídica de Sociedade Anônima, cujo
controle acionário pertence ao Poder Público, para que o governo exerça atividades gerais de
caráter econômico ou realize a prestação de serviço público;
→ exemplos: BB, PETROBRAS, Telebras, Eletrobras;
→ Obs: SEM e Empresas Públicas = entidades ou empresas estatais;

 Empresa Pública x SEM (!!!):


→ a formação do capital da Empresa Pública é apenas capital estatal (público); já a formação do
capital das SEM é de capital público E capital privado;
→ EP pode adotar qualquer forma societária permitida em lei; já as SEM obrigatoriamente
adota forma societária de Sociedade Anônima;
→ regime juridico: ambos empregados públicos celetistas = entra mediante concurso (ex: BB) e
não têm a estabilidade que o estatutário tem;
→ EP, SEM e FP X autarquia: nas primeiras, a lei AUTORIZA (só passam a existir / estão aptas
a funcionar quando são registradas em cartório); na segunda, a lei CRIA (a partir do momento em
que a lei é criada, a autarquia já passa a existir);
Capital Social Forma Jurídica Competência J.
Comum
Empresa - Estadual
Pública 100% público (ainda que Qualquer modalidade
oriundo de entidades da Adm societária -Federal (CEF –EBCT)
Indireta) As EP federais têm foro
na justiça federal
Sociedade de Público Estadual
Economia Sociedade Anônima (ex: Banco do Brasil)
Mista As SEM federais têm
Privado foro na justiça estadual

 Fundações Públicas:
→ quando o Estado for o instituidor;
→ se dividem em: de Direito Público (mesma coisa que Autarquia) e de Direito Privado;

 Fundações Públicas de Direito Privado:


→ entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, instituída em
virtude de autorização legislativa específica, com o objetivo de exercer atividades sociais (saúde,
educação, preservação do meio ambiente);
→ possui autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de
direção;
→ exemplo: Fundacentro, Fundação Padre Anchieta;

 Quadro Comparativo (!!!):

Responsabilid Regime de
Pessoa Jurídica Criação Finalidades ade Civil Pessoal
(jurídico)
Autarquia Atividades
Público Lei cria típicas do Objetiva Estatutário
Estado
Fundação Privado Lei autoriza + Sem fins Celetista
Pública registro lucrativos
Público Objetiva
(semelhantes às LC – atuação Estatutário
autarquias)
Empresa Prestadora Sv Objetiva
Pública Público CLT
Privado Lei autoriza + (Dirigentes
registro Explora Estatutários)
Atividades Subjetiva
Econômicas
Sociedade Prestadora Sv Objetiva
de Público CLT
Economia Privado Lei autoriza + (Dirigentes
Mista registro Explora Subjetiva Estatutários)
Atividades
Econômicas
 Agentes Públicos:
→ agente público pode ser de fato ou de direito: de direito = há um vínculo formal com a
administração; de fato = pessoa que de forma transitória, sem vínculo empregadiço, exerce uma
função pública;
→ classificação: agentes políticos, agentes particulares em colaboração, servidores públicos e
militares;

 Servidores Públicos (!!!):


→ têm vínculo formal com o estado;
→ recebe remuneração;
→ não é de forma transitória;
→ quem são: os estatutários (tem regime juridico = delegado federal, fiscal da receita federal),
empregados públicos (obs prova !!!: não escrever celetista, e sim empregado público) e os
temporários (irão trabalhar por tempo indeterminado devido a necessidade de caráter
excepcional; acontece muito quando o estado faz o censo com a população);

 Deveres do Administrador Público (!!!):


(1) Dever de Probidade:
→ atuação do administrador deve pautar-se sempre pelos princípios da honestidade e moralidade
= agir de forma legal;
→ o contrário de probidade é a improbidade (enriquecimento ilícito, prejuízo ao erário e ofensa
aos princípios da Adm Púb);

(2) Dever de Prestar Contas:


→ intimamente ligado ao dever de probidade;
→ regra universal: quem administra dinheiro público ou administra bens ou interesses da
comunidade deve prestar contas ao órgão competente para a fiscalização;
→ internamente: através dos órgãos escalonados em graus hierárquicos (CGCFEx);
→ externamente: pelo Poder Legislativo, através do TCU (Tribunal de Contas da União);

(3) Dever de Eficiência:


→ dever de executar uma boa administração, com eficiência funcional em termos qualitativos e
quantitativos = fazer muito com pouco;
→ perfeição, celeridade, coordenação, proatividade, técnica (fatores que qualificam a Atv Púb e
produzem mais eficiência no seu desempenho);

(4) Poder-Dever de Agir:


→ o poder tem para o agente público o significado de dever para com a comunidade;
→ esse poder-dever de agir é irrenunciável e obrigatoriamente exercido pelo seu titular = é
ilegítima a inércia do administrador, para com a coletividade;
→ em contrapartida, o administrado tem o direito subjetivo de exigir do administrador omisso a
conduta comissiva imposta na lei;
→ exemplo: se um agente público vê alguém cometendo roubo, tem o dever de agir; se não
agir, está se omitindo = errado;
 Princípios Explícitos = LIMPE (!!!):
(1) Legalidade:
→ toda e qualquer atividade administrativa deve ser autorizada por lei = não o sendo, é ilícita;
→ tem origem na criação do estado de direito = estado deve respeitar as próprias leis que edita;
→ subordinação completa do administrador à lei = não há liberdade nem vontade pessoal;
→ enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração
Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza;
→ o ato discricionário não é ilegal, desde que previsto em lei e pela conveniência e oportunidade,
seja respeitado o princípio da razoabilidade e proporcionalidade;

(2) Impessoalidade:
→ dever de agir de forma impessoal, abstrata e genérica;
→ atuação da Adm deve ser impessoal, não importando a pessoa interessada;
→ ato deve ser praticado a bem do interesse coletivo, ser revestido de finalidade pública;
→ quando o administrador foge ao interesse público = desvio de finalidade (invalida o ato);
→ teoria da imputação volitiva: vontade do agente público se confunde com a da própria pessoa
jurídica estatal = as ações cometidas pelos agentes e servidores públicos são atribuídas à pessoa
jurídica a que ele esteja ligado; como a responsabilidade é do órgão ou ente público, é ele quem
deve sofrer ação caso a conduta do servidor cause prejuízo a alguém;

(3) Moralidade:
→ é proibido a atuação da administração se distanciar da moral, princípios éticos, boa fé e lealdade;
→ ato adm deve atender não só às leis jurídicas, mas também às leis éticas = nem tudo que é
legal é honesto e moral;
→ se faltar moralidade, o ato é inválido, ilegal;

(4) Publicidade:
→ a Administração Pública é obrigada a dar conhecimento ao público, pelos mais variados
meios de comunicação previstos em lei, de todos os seus atos, decisões e atividades, a fim de
permitir não só o controle interno, mas também o externo, de sua obediência aos demais princípios
da Administração;
→ possibilidade de controlar a legitimidade da conduta dos agentes administrativos;
→ dá eficácia ao ato = ato apenas produz efeito após se tornar público, por órgão oficial;

(5) Eficiência:
→ Administração Pública deve funcionar de forma mais proativa, preocupada com seu desempenho
e em alcançar resultados cada vez mais positivos, procurando a busca pela maior produtividade;
→ procura de produtividade e economicidade, exigência de reduzir os desperdícios de dinheiro
público = execução dos serviços com presteza, perfeição e rendimento profissional = qualidade
e menor gasto possível;
→ tem dois entendimentos possíveis:
(1) diz respeito ao agente público, que não pode atuar amadoristicamente, devendo buscar a
consecução do melhor resultado possível;
(2) também refere-se à forma de organização da Administração Pública, que deve atentar para os
padrões modernos de gestão da administração, vencendo o peso burocrático, atualizando-se e
modernizando-se;

 Princípios Infraconstitucionais (!!!):


(1) Segurança Jurídica:
→ “combinado não sai caro” = tudo que foi acordado vai ser mantido;
→garantir certa estabilidade às relações jurídicas estabelecidas entre Administração Pública e os
administrados;
→ ao administrador é proibido, sem causa legal que o justifique, invalidar atos administrativos,
desfazendo relações ou situações jurídicas já consolidadas;
→ veda a retroatividade da nova interpretação da lei feita pela Administração Pública =
aprendemos que se for pra beneficiar alguém, a lei retroage, porém, nesse caso, não existe isso, pois
tudo já tava combinado e deve ser cumprido;

(2) Supremacia do Interesse Público:


→ no confronto entre o interesse particular e o interesse público, prevalecerá o segundo =
Estado representa toda a coletividade.
→ é um dos princípios de observância obrigatória pela Administração Pública;
→ atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou
competência, salvo autorização legal;
→ não implica o esquecimento do interesse ao direito do particular, mas garante a prevalência
do interesse público, no qual se concentra o interesse da coletividade;

(3) Autotutela:
→ Adm Pub pode anular seus próprios atos, não dependendo do poder judiciario, quando estes se
tornarem ilegais, errôneos, viciados;
→ ou podem também revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos aquiridos e ressalvada a apreciação judicial;
→ exercício do princípio da legalidade, ou princípio do autocontrole = se eu estou cometendo um
ato ilegal, errado, posso corrigir;

 Requisitos dos atos administrativos (!!!):


→ são elementos obrigatórios e essenciais, necessários à formação do ato adm = todo ato
administrativo tem de cumprir, obrigatoriamente, todos esses requisitos;
→ a falta de qualquer um desses requisitos pode invalidar o ato;
→ são 5: competência, finalidade, forma, motivo (ou causa) e objeto;

(1) Competência (vinculado = previsto em lei):


→poder atribuído a determinado agente para o exercício de suas funções;
→ originário na lei e normas adm (oriunda da lei);
→ é obrigatório, irrenunciável, intransferível e imprescritível;
→ pode ser delegada e avocada (excepcionalidade; avocar é puxar de volta para si), contudo, não
transfere a titularidade, desde que haja previsão normativa;
→ feita por prazo determinado;
→ exemplo: Cmt OM delegar ao Cmt da Base Administrativa as funções de Ordenador de
Despesas;
→ para que o ato administrativo seja válido, tem que haver uma correspondência entre quem o
pratica e a competência estabelecida na lei para a sua prática;

(2) Finalidade (vinculado):


→ a finalidade é sempre o interesse público;
→ sempre balizado pela lei e direcionado ao interesse público;
→ administrador fica vinculado integralmente à vontade do legislador;
→ a alteração da finalidade (interesses ilícitos ou contrários ao interesse público) expressa na lei
ou implícita ao ordenamento da Administração caracteriza desvio de finalidade, implicando na
invalidação do ato;

(3) Forma (vinculado):


→ requisito vinculado e imprescindível à perfeição do ato administrativo;
→ é o modo pelo qual o ato se apresenta; é o revestimento exterior do ato;
→ a regra é a forma escrita (99%);
→ admite a forma verbal e excepcionalmente, em alguns casos, sinais convencionais;
→ os vícios de forma são insanáveis = afetam o ato em seu próprio conteúdo, gerando a sua
invalidação;

(4) Motivo ou causa (discricionário):


→ situação de fato ou de direito que determina ou autoriza a realização do ato administrativo;
→ motivo de direito: situação de fato eleita pela norma legal como ensejadora da vontade
administrativa;
→ motivo de fato: é a própria situação de fato ocorrida no mundo empírico, sem descrição na
norma legal;
→ justificativa ou enquadramento para a realização de um ato administrativo;
→ sua indicação é obrigatória;
→ motivo: é uma obrigação; fundamento (pressuposto fático e jurídico) para a realização do Ato
Administrativo; são as razões de fato e de direito;
→ motivação: é a exposição / descrição dos motivos, ou seja, é a explicação por escrito das razões
que levaram à prática do ato; integra o elemento forma;
→ exemplo: desapropriação por utilidade pública;

(5) Objeto (discricionário):


→ é o conteúdo do ato administrativo; exemplo: conteúdo de uma multa de trânsito (objeto é a
própria multa);
→ é a própria manifestação de vontade da Administração;
→ consiste no fim imediato do ato, ou seja, na aquisição, resguardo, transferência, modificação,
extinção ou declaração de direitos;
→ o objeto nos atos discricionários fica na dependência da escolha do poder público (mérito
administrativo);
→ exemplo: é objeto do ato de concessão de uma licença a própria concessão da licença;

 Atributos dos Atos Administrativos (!!!):


→ são 5: presunção de legitimidade ou de veracidade, imperatividade ou coercibilidade,
autoexecutoriedade, exigibilidade, e tipicidade;

(1) Presunção de Legitimidade ou de Veracidade:


→ os atos administrativos são tidos como verdadeiros até prova em contrário;
→ presumivelmente estão em conformidade com a lei;
→ enquanto não forem considerados nulos, os atos administrativos são considerados válidos,
mesmo que eivados de vícios;
→ o ônus da prova relativo à ilegalidade recai sobre quem o alega;

(2) Imperatividade:
→ significa que os atos administrativos se impõe a terceiros, independente da concordância
destes;
→ não está presente em todos os atos (pareceres, certidões, laudos), mas tão somente naqueles que
impõe obrigações ou restrições ao administrado;
→ exemplo: desapropriação e tombamento de imóvel;

(3) Autoexecutoriedade:
→ admite que o ato seja imediatamente executado e seu objeto imediatamente alcançado,
independente de qualquer outorga do Judiciárioa = a Administração Pública não precisa socorrer-
se do Poder Judiciário para por em execução o ato expedido: ela própria executa
materialmente o ato;
→ para estar presente em um ato, deve ser prevista expressamente em lei, e, ainda, se tratar de
situação de urgência.
→ exemplo: dissolução de uma passeata, interdição de um estabelecimento, apreensão de
medicamentos com prazo de validade vencido, cassação de licença para dirigir;

(4) Exigibilidade:
→ atributo através do qual o Estado, no exercício da função pública, pode exigir do particular o
cumprimento das obrigações que impôs;
→ na exigibilidade se impele a obediência à obrigação através dos meios indiretos de coerção;
→ exemplo: licenciamento de automóvel (indiretamente as multas);

(5) Tipicidade:
→ atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente
pela lei como aptas a produzir determinados resultados;
→ Princípio da Legalidade;
→ a tipicidade só existe com relação aos atos unilaterais;

 Extinção dos Atos Administrativos:


(1) Anulação (!!!):
→ declaração de invalidade de um Ato administrativo ilegítimo ou ilegal, feita pela Adm Pub ou
pelo Judiciário;
→ baseia-se em razões de legitimidade ou legalidade (diversamente da revogação que se funda em
motivos de conveniência ou de oportunidade e, por isso, é privativa da Administração);
→ a Adm, reconhecendo que praticou um ato contrário à lei, tem o dever de anulá-lo = se não
o fizer, pode o interessado pedir ao Judiciário que declare a sua invalidade, por meio de anulação;
→ apresenta vício de legalidade de ato insanável;
→ o pronunciamento de nulidade opera efeitos ex tunc, retroagindo às origens do ato, desfazendo
todos os vínculos entre as partes e obrigando-as à reposição das coisas ao status quo ante;
→ é dever da administração pública;
→ são preservados efeitos produzidos aos administrados de boa-fé;
→ exemplo: a anulação de ato que indeferiu inscrição em concurso público por ter sido identificada
que a cópia da identidade juntada à documentação foi falsificada;

(2) Revogação (!!!):


→ supressão de um ato administrativo legítimo e eficaz, realizada privativamente pela
Administração, por ter se tornado inconveniente e inoportuno ao interesse público = não atender
mais ao interesse público;
→ é realizada pela Administração (e somente por ela) por não mais lhe convir sua existência;
→ produz efeitos ex nunc = seus efeitos operam a partir do presente, porque desfazem atos
dotados de legalidade;
→ o ato de revogação é irretroativo, pois incide sobre ato legal que produziu efeitos válidos =
revogação não atinge efeitos já produzidos pelo ato revogado, que permanecem no mundo
jurídico, cessando os efeitos deste do momento da revogação para o futuro;
→ atos vinculados não são revogados;

 Tipos de Sindicância (!!!):


(1) Investigativa:
→ quando não há a figura do sindicado, mas apenas do fato a ser apurado;
→ torna-se desnecessária a concessão do prazo para o oferecimento de defesa prévia e para a
apresentação de alegações finais;
(2) Processual:
→ quando, no contexto da apuração de um fato, emergirem indícios de cometimento de
transgressão disciplinar ou situação ampliativa ou restritiva de direitos de qualquer pessoa;
→ o sindicante certificará o seu entendimento nos autos procedendo a respectiva notificação do
interessado para interrogatório já na condição de sindicado, e para, nessa condição, apresentar
defesa prévia e requerer o que julgar de direito, devendo-se, no prosseguimento dos trabalhos, ser
observado o rito nestas IG para assegurar o direito ao contraditório e ampla defesa;

resumindo: investigativa não tem sindicado; processual tem;

 Procedimentos sindicância:
(1) TERMO DE ABERTURA: lavrar o termo de abertura da sindicância;
(2) Juntar aos autos os documentos por ordem cronológica, numerando e rubricando as folhas no
canto superior direito, a partir do termo de abertura;
(3) Indicar na capa dos autos, além da Numeração Única do Processo (NUP), seus dados de
identificação, os do sindicado, se houver, e o objeto da sindicância;
(4) DESPACHOS: regular as ações a serem desenvolvidas no contexto da sindicância através de
despachos (elencar todos os documentos que vai produzir, procedimentos que vai tomar; cada item
do despacho é um documento que o sindicante vai produzir; ex: DIEx 001 = notificar cmt cia);
(5) NOTIFICAÇÃO PRÉVIA: promover a notificação do sindicado, se houver, para
conhecimento do fato, que lhe é imputado, acompanhamento do feito, ciência da data de sua
inquirição, possibilidade de defesa prévia e de requerer a produção e juntada de provas;
(6) fazer constar, nos pedidos de informações e nas requisições de documentos, referências
expressas ao fim de que se destinam e à prioridade na tramitação (normal, urgente ou
urgentíssima);
(7) juntar, mediante termo ou despacho na própria peça ou carimbo de “JUNTE-SE”, todos os
documentos recebidos; os documentos produzidos pelo sindicante serão anexados aos autos em
ordem cronológica de produção;
(8) realizar ou determinar, de ofício ou a pedido, a produção ou a juntada de todas as provas que
entender pertinentes ao fato a ser esclarecido;
(9) TERMO DE ENCERRAMENTO DE INSTRUÇÃO: encerrar a instrução do feito com o
respectivo termo, notificando o sindicado, quando houver, para vista dos autos e apresentação das
alegações finais;
(10) RELATÓRIO: encerrar a apuração com um relatório completo e objetivo, contendo o seu
parecer conclusivo sobre a elucidação do fato, o qual deverá ser apresentado em quatro partes:
introdução, diligências realizadas, parte expositiva e parte conclusiva (mais importante);
(11) TERMO DE ENCERRAMENTO: elaborar o termo de encerramento dos trabalhos atinentes
ao feito;
(12) DIEX DE REMESSA: remeter os autos à autoridade instauradora (ofício de remessa);
(13) a observância dos procedimentos estabelecidos neste artigo não obsta a adoção de outras
medidas específicas que sejam necessárias em razão das peculiaridades do objeto da sindicância
(Parecer Técnico);
(14) quando se tratar de apuração de acidentes com viatura, material bélico, material de
comunicações e outros, deverão ser observadas as normas específicas de cada órgão de apoio;

 Sequência das ações (!!!):


(1) recebe a Portaria de Instauração;
(2) Termo de Abertura;
(3) Juntada;
(4) Despacho;
(5) Notificação Prévia;
(6) Termo de Inquirição de Testemunha;
(7) Termo de Inquirição do Sindicado;
(8) Certidão pós Inquirição;
(9) Termo de Encerramento de Instrução;
(10) Despacho;
(11) Alegações Finais;
(12) Certidão do prazo de Alegações Finais;
(13) Relatório;
(14) Termo de Encerramento;
(15) DIEx de Remessa;
(16) Solução ou Diligências Complementares;

→ caso seja determinada a realização de diligências complementares:

(17) Nova Notificação Prévia;


(18) Realização das Diligências;
(19) Nova Notificação para Alegações Finais;
(20) Certidão;
(21) Relatório Complementar;
(22) Termo de Encerramento;
(23) DIEx de Remessa;
(24) Solução;

obs.: pode ter outros despachos, juntadas, etc = dependendo dos documentos da sindicância;
 Prazos – Art. 9º a 14 (!!!):
→ regra: exclui-se o dia do início e inclui-se o dia do vencimento (!!!);
→ os prazos se iniciam e vencem em dia com expediente na OM (!!!);
→ dia de início da sindicância (!!!) = dia em que o sindicante recebe a portaria de instauração;
→ prazo de CONCLUSÃO: 30 dias corridos (!!!);
→ PRORROGAÇÃO fundamentada: 20 dias corridos (!!!);
→ prorrogações sucessivas (exceção): até 20 dias corridos cada, nos casos de força maior, situação
de complexidade, extrema dificuldade ou para conclusão de perícia;
→ SOLICITAÇÃO DE PRORROGAÇÃO(!!!): mínimo 48 horas antes do término do prazo
inicialmente previsto;
→ a concessão de prorrogação do prazo deverá ser publicada em BI da OM, anexando-se cópia do
boletim aos autos da sindicância;
→ NOTIFICAÇÃO PRÉVIA: 3 dias úteis (!!!) = o sindicado deverá ser notificado, com a
antecedência mínima de 3 dias úteis das diligências de instrução da sindicância (inquirições,
acareações, perícias, expedição de cartas precatórias, etc), para que, caso queira, possa acompanhá-
las ou requerer o que julgar de direito;
→ a primeira notificação ao sindicado pertencente à mesma OM que o sindicante deve ser
comunicada ao seu comandante ou chefe imediato; as demais notificações ao sindicado, no
decorrer do procedimento, serão feitas sem a necessidade da mencionada comunicação ao
respectivo comandante;
→ se o sindicado pertencer a OM distinta da do sindicante, a notificação deve ser efetuada em todos
os casos por intermédio do Cmt, chefe ou diretor daquela OM;
→ DEFESA PRÉVIA: 3 dias úteis (!!!) = ao sindicado será facultado, no prazo de 3 dias úteis,
contados de sua inquirição, oferecer defesa prévia, arrolar testemunhas, juntar documentos e
requerer o que julgar de direito; sindicado será informado desse direito quando da notificação
para sua inquirição;
→ ALEGAÇÕES FINAIS: 5 dias corridos = o sindicado será notificado do término da instrução
para, vista dos autos e para, querendo, oferecer alegações finais no prazo de 5 dias corridos,
contados do recebimento da notificação;
→ esgotado o prazo, apresentadas ou não alegações, o sindicante, respeitado o prazo para o término
da sindicância, deverá elaborar seu RELATÓRIO circunstanciado, com parecer conclusivo,
remetendo os autos à autoridade instauradora;
→ recebidos os autos, a autoridade instauradora, no prazo de 10 dias úteis, dará SOLUÇÃO à
sindicância ou determinará que sejam feitas DILIGÊNCIAS COMPLEMENTARES, fixando
novo prazo, de até 20 dias corridos, prorrogáveis, mediante decisão fundamentada, pelo prazo
necessário para o cumprimento da diligência;
→ no caso de ser determinada a realização de diligências complementares, o sindicado deverá ser
notificado para acompanhar as respectivas averiguações (NOVA NOTIFICAÇÃO PRÉVIA);
→ cumpridas as diligências complementares, o sindicado deverá ser notificado para querendo,
oferecer NOVAS ALEGAÇÕES FINAIS em 5 dias corridos, contados do recebimento da
notificação;
→ após a diligência, o sindicante deverá confeccionar o RELATÓRIO COMPLEMENTAR,
ratificando ou alterando o parecer anterior.
→ o relatório complementar será enviado à autoridade instauradora para, no prazo 10 dias úteis, dar
a SOLUÇÃO à sindicância.

 Prazos resumidos:
→ conclusão: 30 dias corridos;
→ notificação prévia: 3 dias úteis;
→ defesa prévia: 3 dias úteis;
→ alegações finais: 5 dias corridos;
→ solução: 10 dias úteis;
→ solicitação de prorrogação: até 48h antes do último dia do prazo de conclusão;
→ prorrogação: até 20 dias;

 Contraditório e Ampla Defesa:


→ a sindicância obedecerá aos princípios do contraditório e da ampla defesa;
→ ampla defesa: para o exercício do direito de defesa será aceita qualquer espécie de prova
admitida em direito, desde que não atente contra a moral, a saúde, ou a segurança individual
ou coletiva, ou contra a hierarquia, ou contra a disciplina, casos em que o sindicante poderá
indeferir, mediante despacho fundamentado, pedido do sindicado;
→ também poderá ser indeferido quando o seu objeto for ilícito, impertinente, desnecessário,
protelatório ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos;
→ contraditório: será assegurado ao sindicado o direito de acompanhar o processo: apresentar
defesa prévia e alegações finais, arrolar testemunhas, assistir aos depoimentos, solicitar
reinquirições, requerer perícias, juntar documentos, obter cópias de peças dos autos, formular
quesitos em carta precatória e em prova pericial e requerer o que entender necessário ao exercício
de seu direito de defesa;
→ contraditório: direito de se opor àquilo que lhe está sendo imputado;
→ sindicado pode realizar a sua própria defesa, sendo-lhe facultado constituir advogado para
assisti-lo;

 Carta Precatória:
→ quando a residência das partes estiver situada em localidade diferente daquela em que foi
instaurada a sindicância, no país ou no exterior, a inquirição poderá ser realizada por meio de
carta precatória, expedida pelo sindicante;
→ no caso de expedição de carta precatória, o sindicado deverá ser notificado para, querendo,
apresentar, no prazo de 3 dias úteis, os quesitos que julgar necessários ao esclarecimento do fato
objeto da sindicância;

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