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GOVERNO DO ESTADO DO

AMAZONAS

CURSO DE QUALIFICAÇÃO
PROFISSIONAL

LEGISLAÇÃO FISCAL

ALUNO (A): -----------------------------------------------------------------------------------------

PROFESSOR (A): ---------------------------------------------------------------------------------


1 DECRETO Nº 23.994/2003 – Comentários ao Regulamento dos Incentivos Fiscais

Siglas Utilizadas

CCA- Cadastro de Contribuintes do Estado do Amazonas


CF/88- Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
CIF – Cost, Insurance and Freight – Custo, Seguro e Frete
CODAM – Conselho de Desenvolvimento do Amazonas
CTN – Código Tributário Nacional
FMPES- Fundo de Fomento às Micro e Pequenas Empresas
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e Serviços
de Comunicação Oneroso
II- Imposto sobre a Importação
IPI- Imposto sobre Produtos Industrializados
LTI- Laudo Técnico de Inspeção
PCI- Placa de Circuito Impresso
PIM – Pólo Industrial de Manaus
PPB- Processo Produtivo Básico
SEFAZ- Secretaria de Estado da Fazenda do Amazonas
SEPLAN – Secretaria de Estado do Planejamento do Amazonas
SUFRAMA- Superintendência da Zona Franca de Manaus
UEA- Universidade Estadual do Amazonas
ZFM – Zona Franca de Manaus
O Regulamento dos Incentivos Fiscais
Estaduais da Zona Franca de Manaus

Edição Comentada
Exemplos práticos de Apuração
Enfoque didático e atualizado

Ernesto dos Santos Chaves da Rocha


Auditor Fiscal da Secretaria de Estado da Fazenda do Amazonas
Graduado em Economia e em Direito pela Universidade Federal do Amazonas
Mestre em Direito Público pela Universidade Federal de Santa Catarina
Professor de Direito Tributária no curso Graduação da Universidade Estadual do Amazonas
Professor de Direito Tributário no Curso de Pós-Graduação do CIESA
Professor de Incentivos Fiscais e Legislação do ICMS do Editor Fiscal
Autor do livro Decreto 23.994/03- O regulamento dos Incentivos Fiscais Estaduais da Zona Franca de Manaus – MP
Editora. São Paulo, 2008.
Autor do livro Análise Jurídica dos Incentivos Fiscais da Zona Franca de Manaus- Editor Fiscal, Manaus, 2005.
Co-autor do livro Tributação na Zona Franca de Manaus . MP . São Paulo, 2008.
Co-autor do livro A Reforma Tributária . Governo do Estado do Amazonas. Manaus, 2000.

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1.Análise Histórica

O Estado do Amazonas adota, desde o nascimento da Zona Franca de Manaus, modelos de concessão de
incentivos fiscais do ICMS com o objetivo de atrair novos investimentos e de manter competitivas as indústrias já
instaladas.
Os incentivos estaduais complementam de forma positiva o conjunto de incentivos federais que compõe o
modelo da ZFM.
A operacionalização utilizada por vários dispositivos legais receberam denominação diferente, conservando
imutáveis as seguintes características :
a) Oferta de redução do valor do ICM / ICMS a pagar, proporcional à prioridade do produto analisado em
conjunto com os demais produtos da ZFM.
Essa prioridade tem como fator determinante as alíquotas do IPI e do II incidentes sobre as mercadorias
produzidas no parque industrial amazonense, de tal forma que quanto menor for a alíquota desses tributos, maior
deverá ser a vantagem concedida pelo Estado do Amazonas.
Mais recentemente, o critério de essencialidade ou prioridade na classificação dos produtos passou a
incorporar a filosofia da guerra fiscal, ou seja, analisa também a possibilidade de outras unidades da federação,
conceder vantagens equivalentes. De qualquer forma o segmento industrial classificado como bens intermediários,
fornecedor de insumos utilizados pelas indústrias de bens finais, sempre obtiveram o benefício máximo nas diversas
leis enquanto que os bens de consumo final receberam, por sua vez o menor benefício percentual.
b) Exigência de contribuições pelas empresas beneficiadas com programas de incentivos fiscais em fundos
governamentais. O montante desse fundo tem sido utilizado para financiar atividades econômicas, prioritariamente
situadas no interior do Estado do Amazonas.
A primeira Lei de Incentivos Fiscais do Estado do Amazonas foi a Lei 958 de 9 de setembro de 1970 e tinha
como atrativos a restituição parcial do imposto que deveria ocorrer 60 dias após o recolhimento, em 50% do ICMS
devido, para as empresas novas e já existentes. Para indústrias que ampliassem a produção a restituição era de 100%
do ICMS devido sobre a parcela ampliada. Exigia em contrapartida o recolhimento de 5% sobre o valor do benefício
fiscal auferido destinado ao Fundo de Desenvolvimento do Estado do Amazonas – FIDEAM.
A Lei subseqüente foi a Lei 1.370, de 28 de dezembro de 1979, e trouxe critérios inovadores como a
classificação das empresas em duas categorias distintas ( categoria “A”como prioridade máxima e categoria “B”)
tendo instituído o critério de regressividade, isto é, a redução do percentual de restituição do ICMS com o transcorrer
do tempo. As empresas da categoria “A”, de máxima prioridade, por exemplo, poderiam obter até 80% de restituição
do ICMS em 1980, reduzindo-se esse percentual para 60% em 1997.
Foi mantida nessa Lei a obrigatoriedade de depósito, pelas empresas beneficiárias, de 5% sobre o valor do
ICMS restituído, em favor do Fundo de Desenvolvimento do Estado do Amazonas.

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A questão relevante é que a legislação nova, em homenagem ao princípio da segurança jurídica, tendo como
instrumental o direito adquirido, não se aplica obrigatoriamente aos contribuintes já incentivados por lei anterior, ou
seja, o incentivo legalmente concedido por prazo certo, não pode ser revogado unilateralmente por quem o
concedeu.
A rigor o que o Estado pode fazer ao editar uma nova lei é aguardar que haja adesão pelos interessados, que
poderão migrar para o novo regime jurídico ou optarem em permanecer sob a égide da lei anterior.
A concessão desses incentivos equivale à celebração de um contrato por prazo certo, em que o Poder
Público oferta um conjunto de incentivos e exige o cumprimento de investimentos e contrapartida financeira. Na
visão de Misabel Derzi, ao comentar a questão da revogabilidade das isenções concedidas incondicionalmente, em
que se aplica perfeitamente o disposto no artigo 177 do Código Tributário Nacional, diz:
Questão diferente passa-se, não obstante, com as isenções condicionais onerosas,
sujeitas a prazo certo, irrevogáveis durante o tempo de sua duração em respeito ao
direito adquirido. É que, em tais hipóteses, o contribuinte, acreditando nas promessas
do legislador, monta indústrias, com vultosos gastos, contando com o favorecimento
1
legal para viabilização do empreendimento e retorno do capital empregado.

O contribuinte beneficiado com isenção condicionada e com prazo certo tem, portanto o direito de fruir
plenamente dos benefícios a ele concedidos sem se preocupar com a eventual revogação da norma que lhe dá
guarida. A norma de isenção pode ser revogada, porém, a sua aplicabilidade não alcançará quem estiver legalmente
habilitado, tendo cumprido as condições exigidas, de benefício disciplinado pela norma revogada.
Nesse mesmo sentido é o pensamento de Amaro ao analisar a impropriedade textual do artigo 178, do CTN,
que aparentemente impede a revogação da isenção concedida por prazo certo, conclui:
Assim, ainda que a lei defina isenção condicionada e garanta a sua aplicação por certo
período de tempo, a norma legal pode ser revogada. Essa revogação, porém, não tem o
efeito de cassar a isenção de quem já cumpriu a condição e possui, por isso, direito à
isenção pelo prazo que a lei definia. Por outro lado, ainda que não revogada a lei,
cessará a isenção quando esgotado o prazo de sua aplicação a determinada pessoa que a
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ela adquirira direito.

Essa característica permite, portanto, que a empresa industrial instalada na Zona Franca de Manaus, faça a
sua análise econômica e decida pela permanência na lei anterior que lhe concedera um benefício ou adira à nova lei.
De qualquer forma há a convivência simultânea de leis fiscais diferentes disciplinando atividades de isenção, no
Amazonas.
Em decorrência desse aspecto, em alguns segmentos industriais, há diferenças de competitividade em
produtos equivalentes tão somente pelo usufruto de regimes diferenciados de incentivos fiscais estaduais, gerando
imperfeições no mercado, sob o aspecto concorrencial.

1
DERZI, Misabel Abreu Machado, em nota de atualização de BALEEIRO, Aliomar. Direito Tributário Brasileiro.11a
ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005. p.947.
2
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 10a ed . atual. São Paulo: Saraiva, 2004, p.280-281.

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Continuando a análise histórica dos incentivos concedidos na Zona Franca de Manaus, foi editada a Lei 1.605
de 25 de julho de 1983 que mudou o benefício de restituição do ICMS a posteriori para permitir a redução imediata
do ICMS a pagar no mesmo mês de apuração do imposto. Os benefícios instituídos à época foram a concessão de
restituição do ICMS devido, nos seguintes percentuais: 100% para os bens intermediários; 55% para os bens de
capital, alimentação, vestuário e calçados e 45% de para os demais bens de consumo.
Foi mantida a obrigatoriedade do recolhimento de percentual sobre o benefício obtido em favor de um novo
fundo o FUNEDE - Fundo Estadual de Desenvolvimento Econômico.
Na seqüência de alterações legislativa dos incentivos do amazonas, ocorreu a edição da Lei 1939 de 27 de
dezembro de 1989, que deu considerável amplitude na concessão de incentivos de 100% de restituição do ICMS, que
passou a premiar também as empresas de pequeno e médio porte que desenvolvessem tecnologia em Estado da
arte; medicamentos que utilizassem matéria-prima regional e produtos do pescado e bens produzidos no interior do
Estado, desde que integrantes de setores prioritários.
Os bens intermediários, os que utilizassem matéria prima regional e os bens agropecuários foram
beneficiados com restituição de ICMS variável, podendo atingir a 100% do imposto devido.
Os bens de capital, os bens de consumo destinados a alimentação e vestuário receberam o percentual de
restituição de 55% e, finalmente, os demais bens industrializados de consumo final foram beneficiados com a
restituição de 45% do ICMS.
Um novo fundo foi criado, o FMPES - Fundo de Fomento às Micro e Pequenas Empresas e ao
Desenvolvimento Social do Estado do Amazonas com a obrigatoriedade de recolhimento do percentual de 6% sobre o
valor da restituição (ICMS não recolhido), em favor desse fundo.
Em 08 de maio de 1996 foi promulgada a Lei 2390/96 que inovou significativamente a política de incentivos
fiscais do Estado do Amazonas. Essa nova lei, sem revogar a anterior, pretendeu estimular o incremento e a
diversificação da produção local.
Assim, foram criados benefícios adicionais que se aplicavam exclusivamente sobre a parcela expandida da
produção (mínimo de 50%) e para produtos novos (inexistentes, à época, no parque fabril de Manaus).
Os benefícios trazidos pela nova lei foram: crédito presumido de 100% do saldo devedor do ICMS e
diferimento do ICMS sobre a importação de insumos, desde que efetivamente utilizados no processo de
industrialização.
Como contrapartida foi criado um novo fundo específico o Fundo de Fomento ao Turismo, Infra-estrutura,
Serviços e Interiorização do Desenvolvimento do Amazonas– FTI, em favor do qual as empresas incentivadas teriam a
obrigatoriedade de proceder o recolhimento de um por cento do faturamento bruto decorrente das atividades
beneficiadas pela lei ora analisada além de dois por cento calculado sobre o valor CIF das importações realizadas
pelas indústrias de bens finais.
Para um novo empreendimento econômico fabricante de produto pioneiro além dos benefícios já
mencionados a empresa teria direito a isenção do ICMS nas aquisições de energia elétrica, combustíveis, e na
contratação dos serviços de comunicação e de transporte, materializado pela concessão de desconto do imposto pelo
fornecedor.
A Lei 2.721 de 02 de abril de 2002 criou um fundo adicional para a Universidade Estadual do Amazonas –
UEA e modificou critérios de regressividade para as indústrias beneficiadas pelas Leis 1939/89 e 2.390/96.

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Porque houve tantas modificações na legislação da Política de Incentivos Fiscais do Estado do Amazonas?
Bem, a maioria delas foi motivada pela prorrogação da própria ZFM. Como os benefícios iniciais foram concedidos
com prazo certo de extinção para cada empresa, tendo como limite a mesma data prevista para o término da ZFM,
com a sua prorrogação o Estado teria mesmo que promover alteração na sua legislação.
O fator fundamental de atratividade, para que as empresas entendessem vantajosa a adesão por um novo
contrato oferecido pelo Estado, tem sido o aumento do prazo de fruição dos incentivos.
Quando as empresas entendem que o novo sistema é viável, adesão é feita para a totalidade de seus
empreendimentos (incluindo empresas coligadas, controladas, matriz e filial) e produtos, atuais e futuros, portanto,
renunciam sem reservas ao regime anterior.
A legislação atual, Lei 2.826/2003, em seus artigos 51 e 52, cria uma série de restrições, de duvidosa
legalidade, a quem não fizer a opção. A indústria não optante não poderá diversificar sua linha de produção no
regime de incentivos anterior e tampouco poderá promover alterações no seu quadro societário.
A análise financeira da nova lei de incentivos mostra que esta tende a oferecer menos vantagens, sob o
enfoque de curto prazo, que a lei anterior, compensando mais que proporcionalmente tal desvantagem inicial, com o
incremento no tempo de vigência, de tal forma que o montante de incentivos, considerado no período inteiro, é
maior que o anterior.
Ainda assim, há empresas que preferem manter-se sob o regramento anterior, imediatamente mais
vantajoso e aguardar um desfecho político que lhes favoreça no futuro, antes do fim do prazo de seu incentivo.
Passamos a comentar , artigo por artigo, os dispositivos do Decreto 23.994/ 2003 que regulamenta a Lei
2.826/2003 – Política de Incentivos Fiscais do Estado do Amazonas.

DECRETO Nº 23.994, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2003


Publicado no DOE de 29.12.2003

APROVA o Regulamento da Lei n° 2.826, de 29 de setembro de 2.003,


que dispõe sobre a Política dos Incentivos Fiscais e Extrafiscais do
Estado, e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO AMAZONAS, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 54, inciso
VIII, da Constituição do Estado do Amazonas, e

CONSIDERANDO o disposto no art. 61 da Lei n° 2.826, de 29 de setembro de 2003,

DECRETA:

Art. 1º Fica aprovado o Regulamento da Lei n° 2.826, de 29 de setembro de 2003, que “Regulamenta a
Política dos Incentivos Fiscais e Extrafiscais nos termos da Constituição do Estado”, na forma do Anexo Único deste
Decreto.

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COMENTÁRIO

A primeira parte do Regulamento disciplina os incentivos fiscais para a atividade industrial, comercial e
para o setor primário em toda a sua operacionalidade. Define os contribuintes e produtos possíveis de obtenção de
incentivos. Estabelecem as contrapartidas sociais e financeiras como as contribuições aos fundos especiais vinculados
aos incentivos: FMPES, FTI e UEA3.
Os incentivos extrafiscais são disciplinados na segunda parte do Regulamento e são materializados pelo
suporte financeiro proporcionado pela aplicação dos recursos obtidos nos fundos FMPES e FTI , em projetos de
interesse do Estado, bem como suporte técnico e gerencial para as empresas de pequeno porte.
Art. 2º Ficam revogados:

I – a partir de 1º de abril de 2004:


a) os §§ 16, 17, 18, 19 e 20, do art. 13, do Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto n° 20.686, de 28
de dezembro de 1999, e o Decreto nº 17.594, de 12 de dezembro de 1996.
b) os atos concessivos dos adicionais com base no art. 16 da Lei n° 1.939, de 27 de dezembro de 1989, e
no art. 18 do Regulamento aprovado pelo Decreto n° 12.814-A, de 23 de fevereiro de 1990, ou legislações de
incentivos fiscais anteriores;
II – a partir da data da publicação deste Decreto, o Decreto nº 21.750, de 20 de março de 2001.

COMENTÁRIO :
Os dispositivos revogados na alínea “a” referem-se à redução de base de cálculo na operação de
importação de insumos os quais eram concedidos em percentuais diretamente proporcionais ao nível de restituição
do ICMS usufruído pela indústria beneficiária, com base na Lei 1939/89, revogada pela Lei 2.826/2003.
As reduções de base de cálculo do ICMS na importação de insumos pelas empresas industriais eram
disciplinadas pela concessão de Atos Declaratórios com validade anual.
O Decreto 21.750 de 20 de março de 2001 disciplinava o incentivo fiscal para o comércio conhecido como
“corredor de importação”, que será analisado no art. 27.
Trata-se de uma modalidade de importação sem os benefícios fiscais da Zona Franca de Manaus em que
o importador está sujeito ao pagamento dos tributos federais na importação, porém com uma redução significativa
da carga tributária do ICMS na hipótese de efetuar a remessa da mercadoria para outra unidade da federação.

Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.

GABINETE DO GOVERNADOR DO ESTADO DO AMAZONAS, em Manaus, 29 de dezembro de 2003.

ANEXO ÚNICO

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As contribuições aos fundos são exigidos de forma diferenciada em cada atividade incentivada, sendo que há
produtos que obtêm incentivo total com 100% de crédito estímulo do ICMS e nenhuma exigência de contribuição aos
fundos , como é o caso dos bens de informática( Anexo II do Decreto 23.994/2003) e dos monitores de áudio e vídeo.

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REGULAMENTO DA LEI Nº 2.826, DE 29 DE SETEMBRO DE 2003

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Os incentivos fiscais e extrafiscais visam à integração, expansão, modernização e consolidação


dos setores industrial, agroindustrial, comercial, de serviços, florestal, agropecuário e afins com vistas ao
desenvolvimento do Estado.

COMENTÁRIO:

A Lei 2.826 de 29 de setembro de 2003, define a Política de Incentivos Fiscais do Estado do Amazonas, em
especial à tributação aplicada na Zona Franca de Manaus, com validade até 05 de outubro de 2.013, em consonância
com o que dispõe o Decreto- Lei 288/67, a Lei Complementar 24/75, em seu artigo 15 e na Constituição Federal de
1988 no Artigo 40 no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias .

TÍTULO II
DOS INCENTIVOS FISCAIS
CAPÍTULO I
DAS ATIVIDADES INDUSTRIAL E AGROINDUSTRIAL
Seção I
Disposições Gerais

Art. 2º Os incentivos fiscais destinados às empresas industriais e agroindustriais constituem-se em


crédito estímulo, diferimento, isenção, crédito fiscal presumido de regionalização e redução de base de cálculo do
Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS.
Parágrafo único. Os incentivos fiscais devem guardar obediência aos seguintes princípios:
I - reciprocidade - contrapartida a ser oferecida pela beneficiária, expressa em salários, encargos e
benefícios sociais, definidos nos arts. 8º e 212, da Constituição do Estado;
II - transitoriedade - condição ou caráter de prazo certo que devem ter os incentivos;
III - regressividade - condição necessária à retirada dos incentivos num processo gradual;
IV - gradualidade - concessão diferenciada dos incentivos de acordo com prioridades estabelecidas.

COMENTÁRIO

O Crédito estímulo é uma devolução do imposto apurado normalmente pela diferença entre os débitos e
créditos decorrentes das operações realizadas no período. O crédito estímulo representa um percentual saldo

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devedor devido que pode variar de 55% a 100%. Operacionalmente, em cada mês de apuração, o contribuinte
incentivado recolhe apenas a diferença entre o saldo devedor e o valor do crédito estímulo.
O diferimento é um adiamento da exigência da arrecadação do imposto por conveniência do Ente
Tributante , que pode transferir o momento da arrecadação para outro evento econômico ou transferir a
responsabilidade do pagamento a terceiros, ou ainda, mais comumente, transferir tanto a fase econômica como a
responsabilidade a terceiros pelo pagamento do tributo.
A isenção no ICMS deve ser regulamentada por Convênio celebrado no âmbito do CONFAZ , com
aprovação unânime de todos os Estados-membros e do Distrito Federal, conforme disposto na Lei Complementar
Federal 24/75. A exceção autorizada são as isenções concedidas pelo Estrado do Amazonas, quando concede isenção
exclusivamente para as indústrias sediadas na área da Zona Franca de Manaus, dentro de seu programa de incentivos
fiscais.4
O Crédito presumido de regionalização é uma tentativa de equalização do custo tributário na aquisição de
componentes pelas indústrias de bens de consumo final incentivadas pela Lei 2.826/2003( lei atual) se comparado ao
custo tributário da aquisição desses insumos quando originários das regiões Sul e Sudeste do Brasil. Assim, essas
empresas quando adquirirem insumos para a sua produção, de indústrias locais incentivadas com diferimento,
portanto sem destaque do ICMS, poderão se creditar presumidamente do valor de sete por cento.
A redução da base de cálculo do ICMS na aquisição de insumos do exterior é aplicado a dois segmentos
industriais específicos: placa de circuito impresso de áudio e vídeo que é beneficiada com 55% de redução de base
de cálculo e de bens de capital com benefício de redução de 64,5%, na base de cálculo.
O artigo 8° da Constituição Estadual do Amazonas tem a seguinte redação:

Art. 8º As empresas que desfrutem de benefícios fiscais ou financeiros estaduais


ou municipais e possuam número de empregados superior a cem, bem como qual-
quer empresa com número de empregados superior a duzentos manterão creches
para os filhos destes.
Parágrafo único. A mesma obrigação impõe-se ao Estado e aos Municípios, em
relação aos seus servidores.

O Artigo 212 da Constituição Estadual amazonense explicita os diversos benefícios sociais de


responsabilidade da indústria incentivada, cujo texto reproduz-se a seguir:
Art. 212. O Poder Executivo, na forma do disposto no art. 150, § 1º, I, e art. 154, I,
desta Constituição, condicionará a concessão de incentivos fiscais e financeiros ao
cumprimento de programas específicos de benefícios sociais.

§ 1º São entendidos como benefícios sociais os dispêndios efetuados pelas em-


presas, em favor de seus empregados e da comunidade, relativos a formação,
treinamento e capacitação de pessoal, saúde, alimentação, transporte, desporto,
creches, investimentos preventivos à ocorrência de acidentes de trabalho, sinistros,

4
O artigo 15 da Lei Complementar 24/75 excepciona o Estado do Amazonas, na concessão de incentivos fiscais
industriais direcionados à Zona Franca de Manaus.

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comprometimento ambiental, atividades culturais, estágios concedidos, admissão
de menores e de deficientes, prêmios ou estímulos à produtividade, investimento
em pesquisas de interesse coletivo estadual e auxílios a entidades filantrópicas ou
culturais sediadas no Estado.

§ 2º O Estado e os Municípios estimularão e apoiarão as iniciativas e instituições


que se voltem para:

I - aperfeiçoamento e especialização de pessoal;


II - aprimoramento de qualidade;
III - desenvolvimento de inventos gerados no âmbito da jurisdição
territorial;
IV - aperfeiçoamento de equipamentos de proteção ao trabalho.

Entende-se que esses benefícios elencados no artigo 8° e no artigo 212 da Constituição Estadual não são
exaustivos, sendo meramente exemplificativos dos programas sociais que as indústrias incentivadas devem
desenvolver. Por outro lado constituem-se em benefícios mínimos.
A definição mais adequada de reciprocidade, portanto, é que representa a contrapartida em benefícios
sociais e salários oferecidos aos empregados pela indústria incentivada.
A transitoriedade é própria dos incentivos fiscais por terem a característica de serem concedidos a prazo
certo e devem ter gravado em seus dispositivos legais autorizativos o início e o término da fruição. No caso da
Política de Incentivos Fiscais do Estado do Amazonas o prazo final é coincidente com a data estipulada pela
Constituição Federal de 1988, para a validade da Zona Franca de Manaus; ou seja o dia 05 de outubro de 2023.

O princípio da regressividade permite que o incentivo fiscal possa ser gradualmente reduzido ao longo do
tempo. Na Zona Franca de Manaus, os incentivos estaduais somente começarão a ser reduzidos em 2022. Portanto,
esse princípio na Política de Incentivos Fiscais do Amazonas é pouco efetivo.

O princípio da gradualidade dá liberdade para que o ente tributante estabeleça suas prioridades,
definindo setores com maior ou menor grau de incentivos . Decorre desse princípio que o incentivo fiscal não será
igual para todas as indústrias, podendo haver critérios diferenciados proporcionalmente à importância que o Estado
atribua a determinada atividade econômica.

Art. 3º Para os efeitos deste Regulamento, consideram-se:

I - controlada, a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas é titular


de direitos de sócios que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder
de eleger a maioria dos administradores;

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II - coligadas as sociedades quando uma participa com 10% (dez por cento) ou mais, do capital da outra,
sem controlá-la.

COMENTÁRIO

Adotou-se aqui a mesma metodologia da legislação comercial quando ao critério de classificação de


empresas controladas e coligadas.
Essa classificação se faz necessária porque, ao longo dos dispositivos que disciplinam os mecanismos de
incentivos haverá restrições para o usufruto do diferimento, redução de base de cálculo e também do crédito
presumido de regionalização para as operações entre sociedades controladas e coligadas e as realizadas entre matriz
e filial.

Seção II
Da Concessão

Subseção I
Dos Requisitos

Art. 4º A concessão dos incentivos fiscais caberá unicamente aos produtos resultantes de atividades
consideradas de fundamental interesse para o desenvolvimento do Estado.

§ 1º Consideram-se de fundamental interesse ao desenvolvimento do Estado, para efeito do que dispõe


este Regulamento, as empresas cujas atividades satisfaçam pelo menos 3 (três) das seguintes condições:

I - concorram para o adensamento da cadeia produtiva, com o objetivo de integrar e consolidar o parque
industrial, agroindustrial e de indústrias de base florestal do Estado;
II - contribuam para o incremento do volume de produção industrial, agroindustrial e florestal do Estado;
III - contribuam para o aumento da exportação para os mercados nacional e internacional;
IV - promovam investimento em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia de processo e/ou produto;
V - contribuam para substituir importações nacionais e/ou estrangeiras;
VI - promovam a interiorização de desenvolvimento econômico e social do Estado;
VII - concorram para a utilização racional e sustentável de matéria-prima florestal e de princípios ativos
da biodiversidade amazônica, bem como dos respectivos insumos resultantes de sua exploração;
VIII - contribuam para o aumento das produções agropecuárias e afins, pesqueiras e florestais do Estado;
IX - gerem empregos diretos e/ou indiretos no Estado;
X - promovam atividades ligadas à indústria do turismo.

XI – estimule a atividade de reciclagem de material e/ou resíduo sólido a ser utilizado como matéria-
prima na atividade industrial.

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§ 2º As condições previstas no inciso IX e, no que couber, no inciso I do parágrafo anterior são de
satisfação obrigatória na cumulatividade exigida no parágrafo anterior.

§ 3º O enquadramento das empresas no inciso I do § 1º implica o cumprimento cumulativo de pelo


menos 2 (duas) das seguintes condições:

I – montagem e soldagem de todos os componentes na placa de circuito impresso em território


amazonense, exceto quanto o bem não utilizar esse insumo no seu processo produtivo ou a menos que não exista
industrialização local, escala de produção, observadas as condições de similaridade, especificações técnicas,
qualidade, compatibilidade de preços e regularidade nas entregas;
II – aquisição local de insumos, sempre que se comprovar disponibilidade de produção no Estado,
observadas as condições de similaridade, de especificações técnicas, qualidade, compatibilidade de preço e
regularidade nas entregas;
III – aquisição de subconjuntos, unicamente quando montados por indústrias localizadas no Estado,
observada a parte final do inciso I deste parágrafo;
IV – produção de bens intermediários.

§ 4º A condição prevista no inciso I do parágrafo anterior é de satisfação obrigatória, exceto quanto o


bem industrializado não utilizar placa de circuito impresso como insumo.

§ 5º Para ser considerada atendida a condição expressa no inciso II do § 1º, a empresa deverá satisfazer,
no mínimo, uma das condições a seguir:

I – comprovar o desenvolvimento de fornecedores locais junto à Secretaria de Estado de Planejamento e


Desenvolvimento Econômico – SEPLAN;
II - utilizar a subcontratação de serviços e/ou montagem de produtos por indústrias localizadas no
Estado, exceto quando se tratar de transferência de etapas do processo produtivo de empresa incentivada no
Estado;
III - industrializar matéria-prima regional.

§ 6º As disposições previstas nos incisos I e II do § 3º não se aplicam se a operação ou prestação for


realizada por empresa que mantenha relação de controlada, controladora, coligada, matriz e filial, salvo se
comprovado o atendimento das condições previstas nos § 12 e § 13 deste artigo.

§ 7º A condição expressa no inciso IV do § 1° implicará a promoção de investimentos em pesquisa e


desenvolvimento de tecnologia de processo e/ou produto dentro da própria empresa e/ou através de convênios
com instituições de ensino e pesquisa, de caráter científico e tecnológico, localizadas no Estado.

§ 8º Para fins do disposto no parágrafo anterior, a empresa deverá submeter Programa de Aplicação à
SEPLAN, que o encaminhará ao Conselho de Desenvolvimento do Amazonas – CODAM para homologação.

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§ 9º Para fins do disposto no inciso VI do § 1°, considerar-se-á como promoção da interiorização de
desenvolvimento econômico e social do Estado:

I - em relação aos concentrados e extratos de bebidas, de produtos alimentícios, de preparações


cosméticas, de produtos de perfumaria e de medicamentos, observar a empresa, em cada período de apuração do
ICMS, cumulativamente, as seguintes condições, na forma estabelecida em Resolução do CODAM:

a) utilizar matérias-primas regionais e adquirir, no mercado local, materiais secundários e de


embalagem;

b) utilizar a mão-de-obra local;

c) contribuir em favor do Fundo de Fomento ao Turismo, Infra-estrutura, Serviços e Interiorização do


Desenvolvimento do Amazonas – FTI;

II - localizar-se o empreendimento no interior do Estado;


III – manter a empresa convênio de assistência técnica e/ou financeira com instituições de ensino
agrotécnicas localizadas do Estado.

§ 10. O atendimento da condição prevista no inciso I do parágrafo anterior é obrigatório para efeito do
cumprimento do projeto de viabilidade econômica, sob pena da vedação da fruição do incentivo fiscal de
diferimento ou do crédito estímulo, relativamente ao correspondente período de apuração do ICMS.

§ 11. Para fins do disposto neste Regulamento, consideram-se matérias-primas regionais aquelas de
origem animal, vegetal ou mineral, produzidas, extraídas e integralmente processadas por indústrias localizadas no
Estado.

§ 12. As concessões de diferimento e de crédito presumido de regionalização, de que trata o presente


Regulamento, ficam condicionadas, quanto às operações entre empresas que mantenham relação de controlada,
controladora e coligada, bem como matriz e filial, à comprovação do atendimento de, no mínimo, (3) três das
seguintes condições:

I - geração de novos empregos diretos ou indiretos e realização de investimentos considerados


relevantes em ativo fixo;
II - absorção de novos processos de tecnologia de produto e de processo no parque industrial do Estado;
III - o bem intermediário a ser industrializado não se constitua em desmembramento do processo
produtivo de bem final;

13
IV - o preço FOB praticado pelo fabricante de bem intermediário nas vendas para empresa controlada,
controladora e coligada seja, no máximo, similar ao preço médio do mercado;
V - nas transferências entre estabelecimentos matriz e filial, seja utilizado o valor do custo industrial dos
produtos intermediários.

§ 13. A condição prevista no inciso IV ou V, conforme o caso, do parágrafo anterior é de satisfação


obrigatória na cumulatividade exigida no §12.

§ 14. Em relação ao concentrado de bebidas, a contribuição em favor do FTI de que trata a alínea “c” do
inciso I do § 9º deste artigo deverá ser recolhida nos termos do previsto no item 6 da alínea “c” do inciso XIII do
art. 22 deste Decreto.

§ 15. O disposto no § 14 deste artigo não se aplica às indústrias que possuam termo de acordo celebrado
antes de 1º de abril de 2004 com o Governo do Estado, enquanto estes vigorarem.

COMENTÁRIO :

Este artigo estabelece os critérios que nortearão a aprovação de projetos de viabilidade econômica
financeira para as indústrias que pretendam se instalar no Estado do Amazonas e usufruir dos incentivos fiscais
previstos na Lei 2.826/2003.
O § 1º exige que a sociedade empresarial candidata ao incentivo fiscal atenda, no mínimo três das várias
condições elencadas:
I - adensamento da cadeia produtiva- significa que a mercadoria a ser produzida deverá ser importante
para as demais empresas já existentes no pólo industrial da Zona Franca de Manaus, seja por se tratar de empresas
de bens intermediários cujos produtos seriam utilizados como insumos pelas indústrias de bens finais, seja por se
tratar de indústria de bem de consumo final de um setor com poucas indústrias instaladas . Objetivamente, a
empresa para obter a aprovação do projeto por se caracterizar como indústria que promova o adensamento da
cadeia produtiva deverá cumprir duas( 02) das quatro(04) alternativas, listadas no § 3º quais sejam : I ) montagem e
soldagem de todos os componentes na PCI, sendo esta condição obrigatória para todas as empresas que utilizarem
PCI como insumos, sendo no entanto vedada essa possibilidade de classificação se a operação for realizada pior
5
empresa interdependente II) aquisição local de insumos, em condições de igualdade concorrencial, aplicando-se a
mesma vedação anterior impeditiva dessa classificação caso a operação seja realizada por empresa interdepente6; III)
aquisição de subconjuntos montados no Estado do Amazonas, também em igualdade de condições concorrenciais.

5
Como empresa interdependente entenda-se as empresas coligadas, controladas, controladoras, matriz e filial.
6
Essa vedação pode ser suprimida, permitindo-se a classificação mesmo em se tratando de empresas interdependentes
,desde que haja o atendimento de três das condições previstas no § 12 do art. 4°: I- geração de novos empregos, II-
absorção de novos processos de tecnologia, III- o bem intermediário não seja desmembramento do bem final, IV-o

14
II- incremento do volume de produção industrial – De forma objetiva é exigido que a empresa que
pretenda ter seu projeto aprovado como base no incremento do volume de produção cumpra uma das três condições
previstas: I) desenvolvimento de fornecedores o que significa estimular empresas locais para a produção de insumos,
estabelecendo parcerias como treinamento, cessão de moldes e equipamentos e outros arranjos operacionais que
possibilite o cumprimento dessa meta. Uma outra forma de desenvolver fornecedores, quando os produtos são de
alta complexidade é o de convidar parceiros estratégicos que são fornecedores tradicionais em outros países, para se
instalarem na ZFM7; II) utilize a subcontratação de serviços de montagem, não podendo fazê-lo se for o caso de
transferência de etapas do processo produtivo de empresa incentivada ; III) industrializar matéria- prima regional.
III- incremento da exportação e vendas para o mercado nacional – Originalmente, o texto do Decreto- Lei
288 a ZFM foi criada como uma zona de livre importação , comercialização e industrialização. Posteriormente, com
os sucessivos eventos conhecidos como “choque do petróleo” e a exaustão de reservas de divisas do Brasil, o pólo
8
industrial situado na Zona Franca de Manaus foi estimulado a promover geração de divisas com exportação.
IV- investimento em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia de processo e/ou produto. – A política de
incentivos fiscais tem a correta percepção de que o sucesso empresarial pressupõe o domínio da tecnologia e a
modernização de processos. As sociedades empresariais classificadas como produtoras de bens de informática, têm
por força da Lei Federal 8.248/91, com as modificações introduzidas pelas Leis 10.176/01 e 11.077/04, que promover
investimentos em tecnologia num montante equivalente a 5% do faturamento bruto anual . Esse modelo serviu de
inspiração para a política estadual. Os investimentos em pesquisa e modernização tecnológica podem ser feitos
diretamente pela empresa beneficiária dos incentivos ou pela contratação de institutos de tecnologia localizados no
Amazonas. A formalização desse programa de investimentos deverá ser submetido à SEPLAN e homologação do
CODAM.
V - substituição de importações e de aquisições de outras unidades da federação. – No mesmo sentido do
item anterior os investimentos que contribuírem para a redução de importações são considerados como de
fundamental interesse para a consolidação do PIM . A substituição de insumos que são adquiridos de outras unidades
federativas brasileiras significa geração de novos empregos e renda para a população, meta sempre almejada pelo
Poder Público.
VI – interiorização do desenvolvimento. – Uma crítica recorrente que se faz ao modelo ZFM é o de ser
excessivamente concentrado no município de Manaus, sem irradiar o seu desenvolvimento para todo o Estado. O
objetivo colimado por essa condição é o de estimular a implantação de indústrias nos demais municípios
amazonenses.
Para que a empresa se caracterize como de interiorização do desenvolvimento é necessário que ela
observe diversas condições : I) as indústrias de concentrado de bebidas, de produtos alimentícios, de preparações
cosméticas de produtos de perfumaria e de medicamentos devem obrigatoriamente e na forma prevista pelo
9
CODAM: a) utilizar matérias- primas regionais ; b) utilizar mão-de-obra local e c) contribuir para o FTI- Fundo de

preço FOB realizado pela empresa de bens intermediários seja, no máximo o valor de mercado e V- nas operações de
transferência entre matriz e filial utilize-se o custo industrial como preço.
7
Foi o que fizeram , por exemplo, empresas do pólo de duas rodas , que estimularam a vinda de empresas sediadas no
exterior, produtoras de insumos importantes para a produção de motocicletas.
8
Nos últimos anos a exportação da Zona Franca de Manaus tem superado anualmente a casa de U$ 1 bilhão.
9
As matérias – primas regionais podem ser de origem animal, vegetal ou mineral, desde que integralmente extraídas e
processadas por indústrias localizadas no Amazonas.

15
Fomento ao Turismo, Infra-estrutura, Serviços e Interiorização do Desenvolvimento do Amazonas; II ) localizar-se o
empreendimento no interior do Estado e III) manter a empresa convênio com instituições de ensino agrotécnicas.
O óbice determinante para o desenvolvimento do interior do Amazonas não é tributário-fiscal. As edições
anteriores da Política de Incentivos Fiscais, também continham dispositivos que asseguravam condições privilegiadas
para quem promovesse investimento industrial no interior do Estado.
O problema maior parece ser a precariedade de infra-estrutura básica como ausência de estrutura
portuária, já que a via natural do transporte amazônica é fluvial, falhas no abastecimento de energia elétrica,
ausência de mão-de-obra qualificada e ausência de equipamentos urbanos que dessem atratividade ao investidor.
Com a aprovação do PPB de cosméticos pode ter sido dado um grande passo para a promoção da
diversidade industrial do Amazonas, já que a utilização intensiva de matéria-prima regional, com os cuidados de
autosustentabilidade dos recursos da biodiversidade amazônica, poderia fazer surgir um novo pólo de atividades
econômicas, sem dependência dos insumos importados.
VII - utilização racional e sustentável de matéria- prima florestal. – Essa condição está pari passu com a
tendência mundial de cuidados ambientais, de preservação da floresta e biota amazônica porém combinando com a
possibilidade de utilização econômica não agressiva dos recursos florestais. Significa usar a tecnologia para explorar
os bens florestais e faunísiticos de forma não predatória e com certificação de excelência. Nesse sentido essa
legislação é inovadora pois o seu conteúdo extrapola o campo econômico tributário para expressar uma visão de
futuro, em consonância com a Constituição de 1988, em seu artigo 225 que atribui a cada geração a
responsabilidade pela preservação de bens ambientais para a gerações seguintes.
VIII - incremento das produções agropecuárias e afins, pesqueiras e florestais do Estado .
IX – geração de empregos – Essa condição é obrigatória para todas as indústrias que pretendam usufruir de
incentivos fiscais na Zona Franca de Manaus. Essa é uma questão social das mais relevantes, pois afinal a
desoneração fiscal como instrumento de fomento tem como uma de suas justificativas criar emprego e renda para a
população.
X- promovam atividades ligadas ao turismo. – Um dos objetivos do Governo é estimular a atividade
turística no Amazonas, considerando que essa atividade de grande potencial econômico e ainda incipiente no Estado.
Subseção II
Do Requerimento, Instrução e Forma da Concessão

Art. 5º A empresa interessada requererá os incentivos ao Governo do Estado por intermédio da SEPLAN,
devendo seu pleito estar fundamentado em projeto técnico-econômico que demonstre a viabilidade do
empreendimento e sua adequação a este Regulamento.

§ 1º É condição para a SEPLAN apreciar o projeto técnico-econômico que a empresa interessada tenha
obtido licença prévia expedida pelo órgão responsável pela política estadual da prevenção e controle da poluição,
melhoria e recuperação do meio ambiente e da proteção aos recursos naturais, tendo em vista a observância dos
aspectos relativos à conservação ambiental.

§ 2º Competirá à SEPLAN a edição de normas complementares que deverão ser atendidas na


apresentação do projeto a que se refere o caput.

16
§ 3º Se emitir parecer favorável, a SEPLAN proporá a aprovação do projeto ao CODAM, instruindo sua
proposição com o respectivo relatório de análise técnica.

COMENTÁRIO :

A Política de Incentivos Fiscais equivale a um edital público em que o Estado oferece um conjunto de
vantagens fiscais e as empresas interessadas se habilitam ao usufruto desses incentivos . O projeto de viabilidade
técnico-econômica materializa a proposta da empresa que adere ao contrato oferecido pelo Estado. O projeto de
viabilidade técnico-econômica, somente poderá ser alterado com a concordância do ente tributante.
Da mesma forma o Estado não pode alterar a legislação dos incentivos, para as sociedades empresariais
com projetos já aprovados pelo Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas, a não ser que haja expressa
adesão dessas empresas pela nova legislação ofertada em substituição a anteriormente vigente.
A condição inicial para a Secretaria de Planejamento do Estado inicie a análise do projeto de viabilidade
técnico-econômica, é a obtenção da licença prévia ambiental do IPAAM, órgão da Secretaria de Estado do Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, responsável pela política ambiental do Estado.
Superada a fase ambiental o SEPLAN analisará e se emitir parecer favorável, submeterá o projeto ao
CODAM.
Art. 6º Referendado pelo CODAM, através de Resolução, a concessão do incentivo fiscal do ICMS
efetivar-se-á por decreto governamental, do qual deverá constar, além da qualificação da empresa incentivada, o
seguinte:
I - incentivos concedidos, inclusive nível de crédito estímulo;
II - prazo de concessão;
III - discriminação dos produtos incentivados, com indicação do código da NCM/SH, relativo aos 6 (seis)
primeiros algarismos, a contar da esquerda para a direita, ou seja, indicadores do capítulo, posição e subposição
simples;
IV - obrigatoriedade da empresa incentivada solicitar Laudo Técnico, para fins de constatação do integral
cumprimento das condições estabelecidas no projeto aprovado pelo CODAM.
§ 1° O início do período de vigência dos incentivos fiscais é a data da publicação do Decreto Concessivo
no Diário Oficial do Estado, o qual passará a produzir efeitos com a comprovação do implemento das condições
exigidas na legislação, através de Laudo Técnico de Inspeção.
§ 2º A aplicação do incentivo fiscal está condicionada à expedição de Laudo Técnico de Inspeção pela
SEPLAN.
§ 3º A empresa que mantiver produção incentivada de bens intermediários e bens finais está sujeita a
inscrições distintas no Cadastro do Contribuinte do Estado do Amazonas - CCA.
§ 4º A empresa incentivada deverá solicitar à SEPLAN modificação relativa à nomenclatura e/ou
enquadramento do produto incentivado no código tarifário da NCM/SH.
§ 5º Na hipótese de deferimento do pedido a que se refere o parágrafo anterior, a SEPLAN expedirá novo
Laudo Técnico de Inspeção.

17
§ 6º A autorização prevista no parágrafo anterior será submetida à homologação do CODAM.
§ 7º Na hipótese do CODAM não homologar a modificação relativa à nomenclatura e/ou classificação do
produto incentivado no código tarifário NCM/SH, a SEPLAN expedirá novo laudo técnico, restabelecendo a situação
anterior.

COMENTÁRIO

Uma vez aprovado pelo CODAM o incentivo fiscal é formalizado pela emissão de diplomas legais que
asseguram à empresa o direito ao usufruto dos benefícios a que tem direito: a resolução de aprovação do projeto e
um decreto concessivo constando todas as características do incentivo aprovado.
Ao se sentir apto para a produção a empresa beneficiária requererá a expedição do Laudo Técnico de
Inspeção, um atestado técnico de que a empresa beneficiária cumpre todas as condições do projeto. O Laudo Técnico
é obrigatório para o gozo dos incentivos.
10
Por uma questão de neutralidade da tributação aos produtos idênticos são concedidos os mesmos
benefícios fiscais.
Uma grande vantagem dos incentivos da ZFM é que a aprovação do projeto não significa ainda nenhuma
vantagem financeira para a empresa. Não há antecipação de receita pública. Somente após a empresa estar em
pleno funcionamento, quando ocorrer a apuração do ICMS é que ela poderá, na apuração do imposto, beneficiar-se
da parcela de incentivo .
O decreto concessivo conterá a descrição dos incentivos concedidos, prazo de concessão que coincide com
a data limite da vigência atual da Zona Franca de Manaus que é 05 de outubro de 2023.
Toda a sociedade amazonense confia na prorrogação da Zona Franca de Manaus para muito além de 2023.
Do ponto de vista econômico é importante que essa data seja prorrogada antes de 2018 considerando-se o período
mínimo de maturação exigido pelos projetos, no mínimo de 03 anos para plena atividade fabril de e de 05 anos para
retorno do investimento.
Uma outra característica importante é que o incentivo é concedido para o produto específico e não para a
sociedade empresarial como um todo. Assim, uma mesma empresa pode fabricar produtos incentivados e não
incentivados.
Por uma questão de controle dos incentivos a empresa que produzir bens intermediários e bens de
consumo final terá inscrições diferenciadas no Cadastro de Contribuintes do Amazonas- CCA.

Subseção III
Do Laudo Técnico de Inspeção

Art. 7º A empresa incentivada deverá solicitar à SEPLAN, com antecedência de, no mínimo, 30 (trinta)
dias do início do processo de produção, o Laudo Técnico de Inspeção, instruindo o pedido com a seguinte
documentação:

10
Produtos iguais são aqueles que têm , na classificação NCM/SH o mesmo capítulo, posição e subposição simples .

18
I - fotocópia do decreto concessivo de que trata o art. 6°;
II – fotocópia da Licença de Operação referente ao respectivo empreendimento, expedida pelo Instituto
de Proteção Ambiental do Amazonas;
III - Certidão Negativa de débitos junto à Secretaria de Estado da Fazenda;
IV - fotocópia do recibo referente à prestação de informação para fins do Cadastro Geral de Empregados
e Desempregados - CAGED junto ao Ministério do Trabalho, ou comprovantes de pagamentos das contribuições
em favor do FGTS e INSS;
V - fotocópia do Balanço Analítico ou último Balancete, exceto quando se tratar de projeto industrial de
implantação;
VI - demonstrativo de benefícios sociais disponibilizados para seus empregados, de acordo com o
enunciado nos arts. 8º e 212, § 1º, da Constituição Estadual, especialmente, nas áreas de alimentação, saúde, lazer,
educação, transporte e creche a preços subsidiados, instruídos com os correspondentes comprovantes;
VII - outros documentos decorrentes de normas complementares a este Regulamento.

§ 1° A SEPLAN terá o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data em que a solicitação foi protocolizada no
órgão, para o início da realização da inspeção técnica e, se comprovadas as exigências legais, mais 10 (dez) dias
para a expedição do Laudo Técnico de Inspeção.

§ 2° Na hipótese de não expedido o Laudo Técnico no prazo previsto no parágrafo anterior e desde que
não existam restrições para sua expedição, a empresa poderá usufruir do incentivo fiscal a partir da data da
inspeção técnica, constante do Termo de Ocorrência.

§ 3° O Laudo Técnico de Inspeção, emitido conforme modelo aprovado pela SEPLAN, deve possuir as
seguintes características:

I - específico para cada produto incentivado;


II - específico para o endereço onde se localiza a planta industrial;
III - prazo de validade será até a data a que se refere o inciso II do art. 6°, exceto quando se tratar de
imóvel locado, caso em que terá validade equivalente ao prazo do contrato de locação.

§ 4° Para efeito do que dispõe este Regulamento, são entendidos como mesmo produto aqueles que:

I – utilizem tecnologias de processo e produto idênticas;


II - classificados com código numérico NCM/SH, que possuam os 6 (seis) primeiros algarismos a contar da
esquerda para a direita, ou seja, indicadores do capítulo, posição e subposição simples, iguais.

§ 5° Sem a cobertura do Laudo Técnico de Inspeção é vedada a fruição dos incentivos fiscais de isenção,
diferimento, redução de base de cálculo, crédito de regionalização e crédito estímulo relativo a cada produto.

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§ 6° Em nenhuma hipótese, será expedido Laudo Técnico de Inspeção com efeito retroativo.

§ 7° A empresa titular do projeto industrial deverá requerer à SEPLAN, observado o disposto no caput, a
atualização do Laudo Técnico de Inspeção nos casos de transferência da planta industrial para outro endereço.
§ 8° Fica a SEPLAN autorizada a expedir normas de controle relacionadas ao projeto industrial e de
viabilidade econômica aprovado pelo CODAM, bem como fiscalizar o seu fiel cumprimento e, uma vez comprovada
infração à legislação de incentivos fiscais, a cancelar o Laudo Técnico de Inspeção, sem prejuízo da aplicação das
penalidades legais.

COMENTÁRIO

O Laudo Técnico de Inspeção, é o documento final que comprova que a empresa requerente está apta para
produzir e gozar dos benefícios fiscais . Se após a inspeção pela SEPLAN, não for registrada nenhuma pendência no
Livro Registro de Ocorrências, e tendo decorridos 10 (dez) dias sem que haja a expedição do Laudo Técnico o
requerente poderá iniciar suas atividades, sem qualquer prejuízo dos incentivos, desde a data da inspeção.
O Prazo de validade do Laudo Técnico de Inspeção é coincidente com o prazo final de fruição previsto no
decreto de concessão, exceto nos casos em que o imóvel em que vai funcionar a planta fabril, não for próprio. A
legislação anterior exigia a renovação anual do LTI o que motivava o lançamento de tributos mediante Auto de
Infração, pela simples inobservância da renovação da validade do LTI.
O LTI é emitido tanto para indústrias iniciais conhecidos como projetos de implantação como para
diversificação da produção ou ampliação da quantidade produzida.
A competência para fiscalizar o cumprimento das obrigações sociais comentadas no art.2° é da SEPLAN –
Secretaria de Planejamento do Estado do Amazonas, a qual poderá emitir resoluções específicas sobre a matéria.
Prazos para a SEPLAN e para o contribuinte:

requerimento para Realização da Inspeção Emissão da LTI Realizada a inspeção sem


inspeção pendência
30 dias 15 dias 10 dias Fruição imediata

Art. 8º No interstício entre a data da publicação do Decreto, de que trata o art. 6°, e a data da expedição
do Laudo Técnico a que se refere o artigo anterior, a SEFAZ, mediante requerimento da empresa interessada,
poderá expedir Autorização, com prazo de validade de até 06 (seis) meses, para acobertar a fruição dos incentivos
de isenção, diferimento e redução de base de cálculo de que trata o art. 2°, referentes às operações de entradas de
insumos e bens na empresa incentivada.

Parágrafo único. O prazo a que se refere este artigo poderá ser prorrogado uma única vez pela SEFAZ.

COMENTÁRIO

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Ainda sobre o LTI há situações em que a empresa deseja usufruir o benefício do diferimento, da redução
da base de cálculo ou da isenção decorrente de insumos desde a edição do decreto concessivo dos incentivos, porém,
pela obrigatoriedade da emissão do LTI a beneficiária não poderia receber o incentivo. A vistoria física da SEPLAN
objetivando a emissão do LTI deve ser feita com a empresa em condições plenas de funcionamento o que não é
possível sem a existência dos insumos.
Para resolver esse impasse foi permitida a expedição de Ato Declaratório da SEFAZ autorizando a empresa
beneficiária a usufruir daqueles benefícios específicos antes da expedição do LTI, pelo período de 6 meses , renovável
por igual prazo.

Art. 9º As empresas deverão colocar em linha de produção os produtos incentivados no prazo máximo
de 24 (vinte e quatro) meses, a contar da data da publicação do Ato Concessivo no Diário Oficial do Estado sob
pena de anulação da concessão.

§ 1º A pena de anulação estipulada no caput não se aplica quando, antes do término do prazo, a
empresa incentivada requerer sua revalidação, fundamentando o pedido com estudo técnico e de viabilidade
econômica que atualize as informações do projeto originalmente aprovado.
§ 2º A revalidação de que trata o parágrafo anterior efetivar-se-á uma única vez e formalizar-se-á através
de Decreto.
§ 3º O disposto neste artigo também se aplica à empresa que deixar de produzir pelo prazo previsto no
caput, hipótese em que ficará sujeita à perda do incentivo fiscal em razão do não cumprimento do projeto técnico
e de viabilidade econômica.

COMENTÁRIO

Este artigo diz da obrigatoriedade da efetiva implantação da indústria no prazo de 24 meses a partir da
aprovação do projeto. Para a política industrial do Estado a simples aprovação de um projeto, sem que haja a efetiva
implantação, pode causar transtorno porque uma outra empresa concorrente, ao se deparar com uma projeto
aprovado na ZFM, pode interpretar que inexiste demanda suficiente para mais uma empresa e desistir dessa
implantação.
Evidentemente que é possível, em determinadas circunstâncias adiar a implantação por motivos técnicos
plenamente justificados, situação em que o projeto será atualizado .
De igual forma, uma empresa já em funcionamento não pode interromper suas atividades produtivas pelo
período superior a 02 anos, sob pena de perda dos incentivos.

Seção III
Das Exclusões

Art. 10. Excluem-se dos incentivos de que trata este Regulamento as seguintes atividades:

21
I - acondicionamento ou reacondicionamento;
II - renovação ou recondicionamento, ressalvado o disposto no § 1º;
III - extração e beneficiamento primário de produtos de origem mineral, inclusive os resultantes de
processos elementares;
IV - beneficiamento de sal;
V - preparo de produtos alimentares em cozinhas industriais, restaurantes, bares, sorveterias,
confeitarias, padarias, mercearias e estabelecimentos assemelhados, desde que se destinem à venda direta ao
consumidor, inclusive as adquiridas por estabelecimento industrial para consumo por parte dos seus empregados;
VI - fabricação de bebidas não alcoólicas, ressalvadas as elaboradas com extratos, xaropes, sucos,
sabores ou concentrados à base de frutas e/ou vegetais produzidos e integralmente processados por indústria
localizada no Estado;
VII - fabricação de bebidas alcoólicas, ressalvadas as industrializadas no interior do Estado, em zonas
definidas como prioritárias pelo Poder Executivo, desde que utilizem insumos produzidos no Estado;
VIII - fabricação de bens que através de seu processo produtivo causem, de forma mediata ou imediata,
impactos nocivos ao meio ambiente;
IX - produção e geração de energia elétrica;
X - captação, tratamento e distribuição de água potável por rede pública;

XI - extração e beneficiamento de petróleo bruto e produção de combustíveis líquidos e gasosos, exceto


biodiesel;

XII - extração e beneficiamento de gás natural e seus derivados;


XIII - geração, emissão, transmissão, retransmissão, repetição, ampliação ou recepção de comunicação
de qualquer natureza, por qualquer processo, ainda que iniciada ou prestada no exterior;
XIV - fabricação de armas e munições;
XV - fabricação de fumo e seus derivados.

§ 1° Os incentivos fiscais para atividade industrial de renovação ou recondicionamento somente poderão


ser concedidos para os produtos especificados em resolução do CODAM.

§ 2° Para fins deste Regulamento, entende-se por processo de:

I - acondicionamento ou reacondicionamento, a operação que importe em alterar a apresentação do


produto pela colocação de nova embalagem diferente da original, com o objetivo de atender essencialmente a
mudança de dimensões lineares, superficiais ou volumétricas, ou a quantidade de produto por unidade embalada,
ou ainda agrupá-lo em conjunto para diversificar sua comercialização;
II – renovação ou recondiconamento, a operação que exercida sobre o produto usado ou partes
remanescentes deste, o renove ou o restaure.

22
§ 3° Para fins do disposto no inciso VII do caput deste artigo, serão consideradas prioritárias as zonas
definidas pelo CODAM destinadas à produção de licores à base de frutas e/ou vegetais produzidos e integralmente
processados no Estado.

§ 4° Para fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, considera-se biodiesel o combustível que
atenda as especificações definidas pela Agência Nacional de Petróleo – ANP.

§ 5º É condição mínima obrigatória para o gozo dos incentivos fiscais para a produção de biodiesel, a
observância da legislação relativa a combustíveis, inclusive a definida pela ANP, e ao meio ambiente.

§ 6º Fica o CODAM autorizado a estabelecer, mediante Resolução, outros requisitos e condições, além
dos já previstos neste Decreto, para a concessão de incentivos relativos à produção de biodiesel.

COMENTÁRIO

As exclusões se justificam porque o vocábulo industrialização é muito vasto e abrange uma enorme
variedade de produtos que, na ausência de um disciplinamento preciso, poderia obrigar o Estado a validar incentivos
para atividades pouco relevantes ou para atividades extremamente relevantes mas que não necessitam dos
incentivos para obter sustentabilidade econômica , como é o caso da indústria de derivados de petróleo, indústria de
gás, geração de energia e de comunicação, fabricação de refrigerantes. Essas atividades têm demanda asseguradas e
independem de qualquer incentivo fiscal para a sua competitividade e rentabilidade econômica. No caso de
derivados de petróleo, por exemplo, o Estado do Amazonas, é fornecedor de gasolina, óleo diesel e gás butano
propano para toda a Região Norte brasileira.
A existência de refinaria de petróleo no Amazonas é condicionada a ocorrência desse minério na região e
independe, portanto, de qualquer benefício fiscal.
A exclusão da água potável fornecida por rede pública se justifica unicamente por ser uma atividade
localizada no campo de incidência do ICMS. A legislação do Estado do Amazonas é silente quanto à tributação desse
produto.
Há exclusões que levam em conta a simplicidade do processo industrial como o beneficiamento de sal,
extração mineral e preparo de alimentos para venda direta ao consumidor final, e atividades de mera troca de
embalagens como acondicionamento e reacondicionamento.
Há exclusões históricas decorrentes do Decreto-Lei 288/67, dispositivo que regulamentou a ZFM , como é
o caso de bebidas alcoólicas, fumos e derivados e fabricação de armas e munições, que sempre estiveram fora dos
favores da ZFM.
A renovação e o recondicionamento, conquanto estejam na lista de exclusão, há uma possibilidade de
admissão dos incentivos para produtos especificados em resolução do CODAM. Um dos setores beneficiados com
esse incentivo é o de máquinas copiadoras.

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De igual forma, as bebidas alcoólicas, podem ser incentivadas desde que a planta industrial se localize em
áreas definidas pelo CODAM , para a produção de licores à base de frutas ou vegetais integralmente processados no
Amazonas.
As bebidas não alcoólicas desde que elaboradas com extratos, xaropes, sucos, sabores e concentrados à
base de frutas e vegetais produzidos e integralmente processados por indústria localizada no Amazonas, têm
incentivo porque se pretende valorizar o consumo de matérias primas regionais.

Seção IV
Da Diversificação

Art. 11. As empresas incentivadas, detentoras dos incentivos fiscais de que trata este Regulamento,
quando da diversificação de suas linhas de produção, deverão requerê-lo ao Governo do Estado do Amazonas, por
intermédio da SEPLAN, da seguinte forma:

I - tratando-se de novo tipo de produto, conforme estabelece o § 4º do art. 7º, deverão instruir a
solicitação com projeto técnico de viabilidade econômica;
II – tratando-se de diversificação abrangendo o mesmo tipo de produto, porém com tecnologia de
processo e/ou produto diferenciadas, a solicitação deverá ser instruída com projeto sumário, contendo as
seguintes informações:

a) fluxograma do processo produtivo;


b) descrição do processo produtivo;
c) descrição do produto, suas características técnicas e campo de utilização e/ou aplicação;
d) quadro dos investimentos adicionais;
e) demonstrativo dos custos e receitas operacionais;
f) novos empregos gerados;
g) benefícios sociais e econômicos.

Parágrafo único. Aplicam-se ao disposto neste artigo as disposições previstas nos artigos 5°, 6° e 7°.

COMENTÁRIO

Este artigo tem o objetivo de facilitar a apresentação de uma espécie de projeto sumário quando se tratar
tão somente de atualização tecnológica do produto. De qualquer forma, em se tratando de diversificação pela
introdução de um novo produto , exigir-se-á da empresa a apresentação de um modelo completo de projeto de
viabilidade técnico-econômica.

Seção V
Dos Prazos

24
Art. 12. Os incentivos fiscais de que trata este Regulamento serão concedidos durante o prazo em que
vigorar o tratamento diferenciado estabelecido no art. 40 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da
Constituição Federal.

COMENTÁRIO

Projetado originariamente para se consolidar em 30 anos, o modelo ZFM já foi objeto de três prorrogações:
a primeira delas, pelo Decreto 92.560, de 16 de abril de 1986, ampliou o prazo de vigência até o ano 2007; a segunda,
pelo artigo 40 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da CF/88, prorrogou por mais 25 anos, contados da
data da promulgação, em 5 de outubro de 1988. A rigor essa prorrogação adicional trazida pela Constituição Federal
foi de seis anos, uma vez que pela legislação vigente já estavam assegurados os incentivos até 2007. Pelo texto da
Constituição Federal de 1988, portanto, a ZFM extinguir-se-ia em 05 de outubro de 2013. E, no processo de
negociação da Reforma Tributária ainda não concretizada, a ZFM foi novamente prorrogada, em 2003, pela Emenda
Constitucional 42, que adicionou 10 anos ao prazo estipulado pelo artigo 40 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias da Constituição Federal de 1988. A validade da ZFM estende-se, portanto, até o dia 5 de outubro de
2023.

Seção VI
Dos Produtos

Art. 13. Para fins do que dispõe este Regulamento, são consideradas as seguintes características de
produtos:

I - bens intermediários, exceto o disposto no inciso seguinte;


II - placas de circuito impresso montadas para produção de aparelhos de áudio e vídeo, excetuadas
aquelas destinadas aos bens especificados nos incisos II, III e IV do § 13 do art. 16;
III - bens de capital;
IV – produtos de limpeza, café torrado e moído, vinagre, bolachas e biscoitos, macarrão e demais massas
alimentícias;
V - bens de consumo industrializados destinados à alimentação;
VI - produtos agroindustriais e afins, florestais e faunísticos, medicamentos, preparações cosméticas e
produtos de perfumaria que utilizem, dentre outras, matérias-primas produzidas no interior e/ou oriundas da flora
e fauna regionais, pescado industrializado e produtos de indústria de base florestal;
VII - mídias virgens e gravadas, com cessão de direitos quando aplicáveis, fabricadas conforme processo
produtivo básico, previsto em legislação federal, e distribuídas a partir da Zona Franca de Manaus;
VIII - bens industrializados de consumo não compreendidos nos incisos anteriores.
§ 1° A madeira serrada, beneficiada e/ou perfilada e o biodiesel ficam classificados no inciso VIII, não se
enquadrando na categoria de produtos prevista no inciso VI.

25
§ 2º Os refrigerantes ficam classificados no inciso VIII, não se enquadrando na categoria de produtos
prevista no inciso V.

§ 3º A distribuição das mídias virgens e gravadas de que trata o inciso VII, efetuada por outro
estabelecimento que não o responsável pela sua industrialização, não poderá exceder o limite de até 10% (dez por
cento) do faturamento anual do respectivo estabelecimento industrial.

COMENTÁRIO

Neste artigo começa a definição dos produtos que poderão ser beneficiários dos incentivos fiscais. É uma
classificação baseada em critérios econômicos não muito rígidos e que serve mais como um roteiro preliminar , uma
vez que algumas classes de produtos podem ter desmembramentos na forma de tributação e outros produtos, com
notória classificação econômica como bens de consumo final, podem ter variações de tributação.
Por exemplo, na classificação de bens intermediários há desdobramentos de classificação que
identificaríamos como: a) bens intermediários propriamente ditos conforme o art. 13, I, que não se enquadre em
nenhuma das exceções; b) os bens intermediários para uso em informática, aqueles constantes do Anexo Único deste
Regulamento que estão obrigados ao investimento compulsório em pesquisa e desenvolvimento; c) as placas de
circuito impresso para áudio e vídeo, que não sejam utilizados para os bens de informática, telefone móvel celular,
nem para monitor de vídeo, art. 13, II; d) placas de circuito impresso para uso em bens de informática e e) os
produtos nominalmente identificados como alto-falante, bobina de atenuação e transformador de até 3 KVA.
Os bens classificados como de consumo final, tradicionalmente recebem o menor quinhão de incentivos.
No entanto, há uma lista de exceções que obtêm um tratamento transitório diferenciado de 100% de crédito
estímulo.11
Há também uma lista de produtos regionais que recebem tratamento especial com 90,25% de crédito
estímulo. Essa lista é composta por mercadorias fabricadas pelas indústrias tradicionais do Estado, a maioria delas
anteriores à própria ZFM. Os produtos são os elencados no inciso IV: produtos de limpeza, café torrado e moído,
vinagre, bolachas e biscoitos, macarrão e demais massas alimentícias.
Os bens classificados como mídias virgens e gravadas têm uma exigência de distribuição a partir da Zona
Franca de Manaus, podendo apenas 10% do faturamento anual ser distribuído por outras unidades da federação.
Essa exigência é motivada pela questão do direito autoral, que representa a parcela mais significativa na formação de
preço desses produtos. Quando a distribuição é realizada por outras unidades da federação, na remessa das mídias
gravadas, o preço de transferência será apenas o custo industrial, conforme disciplinado no RICMS/99, aprovado pelo
Decreto 20.686/99.
Alguns produtos têm a sua classificação ancorada na origem florestal e na utilização de insumos regionais o
que poderia levar à possibilidade de dúvida na interpretação no grupo de produtos incentivados. Então, para evitar
duplicidade de interpretação o legislador julgou necessário definir que refrigerantes e as madeiras serradas,
beneficiada e perfilada, se classificam como bens de consumo final.

11
Vide comentário ao artigo 16.

26
Art. 14. São bens intermediários, para os efeitos deste Regulamento, os produtos industrializados
destinados à incorporação no processo de produção de outro estabelecimento industrial ou os bens que, por suas
características, quantidade e qualidade, indiquem a destinação industrial, a título de matéria-prima ou insumo,
bem como os manuais de instrução, certificados de garantia e os produtos destinados à embalagem pelos
estabelecimentos industriais.

COMENTÁRIO

A classificação de bens intermediários inclui os manuais de instrução e certificados de garantia. Esses itens,
quando produzidos por indústrias gráficas locais, provocam um aparente conflito de competência com a tributação
municipal do ISS. Há um entendimento, pautado na Lei Complementar 116/2003, que material gráfico produzido sob
encomenda, seria tributados pelo ISS.
O legislador estadual entende que no caso dos manuais e certificados de garantia são itens produzidos em
série e que terão aplicação no processo de industrialização, sendo, portanto, insumos do bem a que se destina.

Art. 15. Consideram-se bens de capital, para os efeitos deste Regulamento, as máquinas e equipamentos
destinados à produção de outros bens.

COMENTÁRIO

Os itens de bens de capital mais frequentemente produzidos na ZFM são os laboratórios fotográficos,
máquinas de costura e máquinas copiadoras.

Seção VII
Do Crédito Estímulo

Art. 16. O incentivo fiscal do crédito estímulo do ICMS, será concedido por produto, observado
tratamento isonômico para bens classificados na mesma posição e subposição do código tarifário NCM/SH, de
acordo com sua caracterização definida no art. 13, nos seguintes níveis:

I – 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) para os produtos previstos nos incisos
I, IV e VII;

II – 75% (setenta e cinco por cento) para os produtos previstos nos incisos II, III, V e VI;

III - 55% (cinqüenta e cinco por cento) para os produtos previstos no inciso VIII.

27
§ 1º Bens intermediários produzidos por empresas que mantenham relação de controlada, controladora,
coligada, matriz ou filial, gozarão do mesmo nível de crédito estímulo dos produtos a que se destinam, nas
operações entre elas realizadas, salvo se comprovada utilização das condições previstas nos §§ 12 e 13 do art. 4º.

§ 2º A empresa incentivada poderá usufruir o nível de crédito estímulo fixado para o bem final nas
operações com peças para reparos e consertos deste bem, desde que não ultrapasse o limite anual de 5% (cinco
por cento) da quantidade total das saídas dos respectivos bens finais.

§ 3º Os produtos previstos no inciso VI do art. 13, quando fabricados no interior do Estado, farão jus ao
nível de crédito estímulo de 100% (cem por cento).

§ 4º Os produtos previstos no inciso VIII do art. 13, quando industrializados no interior do Estado, terão
o nível de crédito estímulo acrescido de 20 pontos percentuais, exceto para o biodiesel e para os produtos de que
tratam os §§ 3° e 9° deste artigo.
§ 5º A empresa detentora do crédito estímulo para os produtos previstos no inciso VI do art. 13 fará jus a
adicional, em conformidade com o Coeficiente de Regionalização alcançado em cada período de apuração, exceto
na hipótese do § 3°.

§ 6º O nível de crédito estímulo com o adicional de que trata o parágrafo anterior será obtido mediante
aplicação da seguinte fórmula, calculado em cada mês e aplicado no período de apuração subseqüente:

NCEA= 1+ { CMR+MO/ CMR+CDC+MO} X NCE

Onde:
NCEA = nível de crédito estímulo com adicional;
CMR = custo das matérias-primas regionais;
CDC = custo dos demais componentes;
MO = custo da mão de obra;
NCE = nível de crédito estímulo.

§ 7º Para fins de cálculo do Coeficiente de Regionalização, consideram-se matérias-primas regionais


aquelas de origem animal, vegetal ou mineral, produzidas, extraídas e integralmente processadas no Estado do
Amazonas, inclusive produtos fitoterápicos, fitocosméticos, fármacos genéricos que utilizem princípios ativos da
biodiversidade amazônica, bem assim os respectivos insumos resultantes da exploração dessa biodiversidade.

§ 8º O nível de crédito estímulo acrescido do adicional previsto no § 6°, fica limitado a 90,25% (noventa
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento).

28
§ 9º Bicicletas, ciclomotores, motonetas, triciclos, quadriciclos e motocicletas farão jus a adicional de
nível de crédito estímulo, em conformidade com o coeficiente de regionalização alcançado em cada período de
apuração;

§ 10. O nível de crédito estímulo com o adicional de que trata o parágrafo anterior será obtido mediante
aplicação da seguinte fórmula, calculado em cada mês e aplicado sobre o período de apuração subseqüente:

NCEA = 1{CCL/ CCL+CCN+CCI}X NCE

onde:
NCEA = nível de crédito estímulo com adicional;
CCL = custo dos componentes locais;
CCN = custo dos componentes nacionais;
CCI = custo dos componentes importados;
NCE = nível de crédito estímulo.

§ 11. Para fins de cálculo do Coeficiente de Regionalização de que tratam os §§ 9° e 10, consideram-se
componentes locais os produzidos e integralmente processados no Estado do Amazonas.

§ 12. O nível de crédito estímulo, acrescido do adicional previsto no § 9°, fica limitado a 68% (sessenta e
oito por cento).

§ 13. Aplicar-se-á, enquanto não forem restabelecidas as condições de competitividade, o nível de


crédito estímulo correspondente a 100% (cem por cento) aos produtos a seguir relacionados, observado o disposto
no § 1º do art. 16 da Lei n° 2.826, de 29 de setembro de 2.003:

I - embarcações;
II - terminais portáteis de telefonia celular;

III – monitor de vídeo para informática e aparelho telefônico com fio combinado com aparelho portátil
sem fio, operando em freqüência igual ou superior a 900 MHz;

IV - bens de informática e automação, exceto os referidos nos incisos II e III deste parágrafo, sujeitos ao
investimento compulsório em pesquisa e desenvolvimento tecnológico previsto em lei federal;
V - auto-rádio;
VI - vestuário e calçados;
VII - veículos utilitários;

29
VIII - brinquedos;
IX - máquinas de costura industrial;

X – aparelho condicionador de ar dos tipos janela ou parede e split;

XI - fogões, lavadoras e secadoras de roupas e/ou louças, congeladores e refrigeradores.

XII – tubos de raios catódicos;


XIII – bolas, enfeites e festão natalinos, luzes, luminárias para enfeites natalinos e árvores de natal;
XIV – fios, telas e sacos de juta e/ou malva, castanha beneficiada com casca ou descascada;

XV – aparelho de ginástica.
XVI – bicicleta;
XVII – pneumáticos e câmaras de ar;
XVIII – baú de alumínio e semi-reboque;
XIX – odorizador de ambiente e repelentes.
XX – produtos destinados à segurança ocupacional.
§ 14. Relativamente à categoria de produto prevista no inciso VIII do art. 13, a empresa que implantar e
mantiver projeto agropecuário e afins no interior do Estado, mediante projeto técnico e de viabilidade econômica
aprovado pelo CODAM, fará jus ao benefício adicional de crédito estímulo, equivalente a 5 (cinco) pontos
percentuais, condicionado à aplicação comprovada de plano de investimento anual, observado o disposto no
art.17.
§ 15. Aplicar-se-á o nível de crédito estímulo correspondente a 75% (setenta e cinco por cento) para os
bens finais quando destinados às empresas de construção civil e obras congêneres.
§ 16. O disposto no parágrafo anterior não se aplica ao cimento, hipótese em que o nível de crédito será
de 55% (cinqüenta e cinco por cento).
§ 19. O nível do incentivo fiscal do crédito estímulo de que trata este artigo será aplicado sobre o saldo
devedor do ICMS em cada período de apuração, calculando-se a parcela do imposto não incentivada e o valor do
crédito estímulo.
§ 20. Quando a empresa industrial for incentivada com mais de um nível de crédito estímulo, poderá
fazer a apropriação dos créditos fiscais do ICMS na mesma proporção dos débitos gerados por cada produto ou
grupo de produtos beneficiados com o mesmo percentual de incentivo, desde que os insumos sejam comuns a
todos os produtos ou grupo de produtos, vedada à utilização de crédito relativo a produto incentivado nas
operações com os não-incentivados.
§ 21. Para fins do disposto no inciso VIII do § 13, considerar-se-ão brinquedos os bens classificados nos
códigos tarifários NCM/SH 9501 a 9504.

§ 22 A placa de circuito impresso montada para uso de informática fica enquadrada na categoria de
produtos prevista no inciso IV do §13 deste artigo, com nível de crédito estímulo correspondente a 100% (cem por
cento), relativa à operação não incentivada com o diferimento do lançamento do imposto.

§ 23. A indústria de bem final incentivada pela Lei 2.826, de 2003, que empregar, no processo de
fabricação do televisor, dispositivo de cristal líquido produzido na Zona Franca de Manaus, terá o nível de crédito
estímulo acrescido em 20 (vinte) pontos percentuais;

30
§ 24. O benefício de que trata o § 23 deste artigo será aplicado, exclusivamente, na apuração do
imposto referente aos televisores fabricados com dispositivo de cristal líquido produzido na Zona Franca de
Manaus;

§ 25. Na hipótese da indústria de bem final incentivada pela Lei 2.826, de 2003, que empregar, no
processo de fabricação do televisor, dispositivos de cristal líquido produzido na Zona Franca de Manaus e
importado do exterior, a apropriação dos créditos será feita de maneira proporcional nos termos do § 20 deste
artigo.

COMENTÁRIO

Neste artigo temos a definição do percentual de crédito estímulo previsto para cada produto ou linha de
produtos. Há condições que se referem à destinação da mercadoria, à localização da planta industrial, à origem das
matérias primas, ao percentual de utilização de componentes locais e outros fatores. Há produtos que têm alocado
um percentual único de crédito estímulo e outros que obtêm um percentual móvel, dependendo do cumprimento de
condições que são informados pelo contribuinte em cada mês de apuração do imposto.
1. Produtos e percentuais de Crédito Estímulo:
Produto Inciso do Art.13 Percentual de Previsão de adicionais
crédito estímulo do crédito estímulo

Bens intermediários I 90,25 Não


Produtos de limpeza e IV 90,25 Não
alimentares regionais
Mídias virgens e gravadas VII 90,25 Não
PCI para áudio e vídeo II 75 Não
Bens de capital III 75 Não
Bens de Consumo destinados V 75 Não
a alimentação
Produtos Agroindustriais e VI 75 Sim. Podendo chegar a
afins ... 100%de C.E.
Bens de Consumo Final VIII 55 Sim. Podendo chegar o
C.E. a 68% e 75%
Bens Finais do § 13 do art.16 100 -
Placa de circuito impresso 100 -
para uso em informática
Monitor de Áudio e Vídeo 100

2. Adicionais de Crédito Estímulo, pela localização:

a) Produtos classificados no inciso VI do artigo 13( produtos agroindustriais e afins, florestais e


faunísiticos, medicamentos, preparações cosméticas e produtos de perfumaria, que utilizem, dentre

31
outras, matérias primas produzidas no interior e/ou oriundas da flora e fauna regionais, pescado
industrializado e produtos de indústria de base florestal) se produzidos no interior do Estado, passam a
gozar de 100% de crédito estímulo;
b) produtos classificados no bens de consumo final, se produzidos no interior do Estado passam a gozar de
crédito estímulo de 75%, exceto os agroindustriais ( que fazem jus ao percentual de 100%) e as
bicicletas, ciclomotores, motonetas, triciclos, quadriciclos e motocicletas ( que podem chegar a 68%);
c) as empresas, sediadas na ZFM, com produtos classificados como bens de consumo final, que gozam
portanto do crédito estímulo de 55%, podem obter um incremento de 5 pontos percentuais desde que
implantem um projeto agropecuário e afins, no interior do Estado. Esse percentual adicional, no
entanto, deverá ser parcialmente aplicado no projeto agropecuário( mínimo de 50%). Esse adicional
pretende criar no interior do Estado um pólo de desenvolvimento agropecuário e de exploração de
recursos naturais.

3. Adicionais de Crédito Estímulo, pela utilização de Insumos (Coeficiente de Regionalização):


a) Produtos classificados no inciso VI do artigo 13( produtos agroindustriais e afins, florestais e
faunísiticos, medicamentos, preparações cosméticas e produtos de perfumaria, que utilizem, dentre
outras, matérias primas produzidas no interior e/ou oriundas da flora e fauna regionais, pescado
industrializado e produtos de indústria de base florestal) dependendo do coeficiente de utilização de
insumos e mão-de-obra regionais ( custo das matérias-primas regionais, custo da mão-de-obra)
proporcionalmente à utilização dos insumos totais, inclusive a mão-de-obra, calculados em cada mês . O
novo crédito estímulo obtido com esse complemento não poderá ser superior a 90,25%;
b) as bicicletas, ciclomotores, motonetas, triciclos, quadriciclos e motocicletas – também gozam de crédito
estímulo adicional limitado a no máximo 68%. O adicional de crédito estímulo leva em conta o
coeficiente de utilização de componentes locais utilizados, proporcionalmente aos componentes totais .
4. Adicional de Crédito Estímulo, pelo processo produtivo
As empresas de bens finais fabricantes de áudio e vídeo farão jus a um adicional de no máximo 5 pontos
percentuais , considerando o coeficiente de montagem própria das placas de circuito impresso,
proporcionalmente ao total de placas utilizadas. Esse adicional é calculado e apurado em cada mês. O
percentual máximo de crédito estímulo dos aparelhos de áudio e vídeo é limitado a 60%. Ressalte-se que a
SEFAZ poderá atribuir valores mínimos e máximos para o custo da placa de circuito impressa.
5. Adicional de crédito estímulo pela destinação das mercadorias
Os bens de consumo final, exceto o cimento, quando destinados à construção civil e congêneres têm
direito ao crédito estímulo de 75%.
6. Restrições e condições:
As empresas interdependentes ( matriz, filial, controlada e controladora) quando produzirem bens
intermediários para indústrias de bens finais, com as quais mantenham essa relação, farão jus ao percentual
de crédito estímulo da indústria de bens finais e não ao percentual previsto para os bens intermediários. No
entanto, é possível à empresa de bem intermediário, ainda que na condição de fornecedora da indústria de
bens finais, com a qual mantenha relação de interdependência, obter o percentual próprio de crédito
estímulo se atender três das cinco condições:

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I- geração de novos empregos diretos e indiretos e realização de investimentos em ativos.-- O
Estado quer se assegurar se há vantagens sociais nessa operação, porque o estímulo que se
pretende dar às empresas de bens intermediários é para aquele empresa que atende
outras empresas e não a do componente dedicado, de uso exclusivo do próprio grupo
econômico.
II- absorção de novos processos de tecnologia de produto e de processo no PIM;
III- o bem intermediário não se constitua em desmembramento do processo produtivo do bem
final.—Embora, os projetos para serem aprovados devam cumprir o PPB – Processo
Produtivo Básico aprovados para cada produto o Estado busca se assegurar se não houve
algum Planejamento Tributário que permitisse o desmembramento de linhas de produção
anteriormente existentes, apenas para melhor aproveitamento do incentivo;
IV- o preço FOB praticado pelo fabricante de bem intermediário nas vendas para empresa
controlado ou coligada , seja no máximo similar ao preço médio do mercado  item
obrigatório. O que se busca nessa obrigatoriedade é impedir o superfaturamento do bem
intermediário, que goza do maior percentual de incentivo, com a transferência de créditos
para os bens finais.
V- nas transferências entre estabelecimentos matriz e filial, seja utilizado o valor do custo
industrial dos bens intermediários  item obrigatório. A mesma função do item anterior,
só que aqui aplicado à relação matriz/filial.
Essas condições serão recorrentes todas as vezes em que houver previsão de operações entre empresas de
bens intermediários e de bens finais que mantenham vinculação de interdependência, seja para o crédito estímulo ,
seja para o diferimento na importação de insumos e também o crédito presumido de regionalização.
7.Possibilidade de Crédito nas operações de remessa em garantia
As indústria de bens de consumo final, comumente, por força contratual, têm a obrigação de fornecer partes
e peças para o cliente, nas situações em que o produto necessita de assistência técnica. A remessa de partes e peças
adquiridas de terceiros, em que não houve qualquer transformação normalmente seria tributada integralmente, pois
a condição “sine qua non “ para gozo dos incentivos é sempre o processamento dos insumos mediante o exato
cumprimento do PPB aprovado para o produto específico. No entanto esta é uma exceção. Até o limite de 5% dos
saídas anuais é permitido a operação do fornecimento de peças em garantia ser feita como operação incentivada,
gozando do mesmo percentual de incentivo do bem industrializado.
8. Bens de Consumo Final com 100% de crédito estímulo
Os bens de consumo final que foram contemplados com crédito estímulo, guardam correlação, em geral,
com o baixo percentual de IPI, pois para que a competitividade da ZFM seja eficaz é necessário que os bens
incentivados tenham alíquota elevada dos tributos federais.
Mas há outros bens que foram inseridos nessa tratativa, por se tratarem de bens de informática cuja política
industrial nacional já lhes concede tratamento favorecido concedendo-lhes a isenção do IPI e redução do II,
proporcionalmente ao coeficiente de nacionalização. Essas mercadorias, como monitor de vídeo e bens de
informática em geral, com uma política nacional de incentivos, ao teriam atratividade, no que concerne aos tributos
federais, para se instalar na ZFM. Então, o Estado do Amazonas tenta restaurar a competitividade concedendo-lhes o
nível máximo de crédito estímulo.

33
Outros produtos foram contemplados com esse percentual mais elevado numa tentativa de revitalizar
setores que no passado já representaram investimentos mais significativos, como embarcações, auto-rádio,
brinquedos, máquinas de costura industrial e bicicleta e veículo utilitário.
O segmento industrial de vestuário e calçados nunca teve empreendimentos de vulto na ZFM a sua inclusão
na regra de desoneração de 100% do ICMS é um chamamento para implantação de novas indústrias desse setor.
Os produtos elencados no inciso XIV deste artigo – fios , sacos de juta e malva , etc, representam uma
homenagem a uma das atividades econômicas mais antigas do Estado do Amazonas e atualmente de pouca
representatividade econômica.
10. Metodologia para aplicação do crédito estímulo do ICMS e apropriação dos créditos
O crédito estímulo conforme já conceituado no comentário ao art. 2° é uma parcela de restituição do
imposto devido. Assim, o contribuinte apropria-se normalmente dos créditos a quem direito pela legislação de
regência da matéria e apura o saldo devedor. Sobre o saldo devedor é calculado o percentual do crédito estímulo que
representa a parcela incentivada. A outra parcela ( não incentivada) deverá ser recolhida normalmente nos prazos
regulamentares.
A indústria poderá ter produtos com diferentes níveis de restituição e até produtos não incentivados. A
apropriação dos créditos que envolvam insumos comuns poderá ser feita de forma proporcional aos débitos
encontrados para cada produto, respeitado o nível de incentivo. De qualquer forma é vedada a compensação de
créditos oriundos de operações não incentivadas com as operações incentivadas. A apuração das operações não
incentivadas deverá ser segregada das operações incentivadas.

Art. 17. O benefício adicional de crédito estímulo, de que trata o § 14 do artigo anterior, destinado a
incentivar a implantação e manutenção de projeto agropecuário ou afim, objetiva criar no interior do Estado pólo
de desenvolvimento agropecuário e de aproveitamento de recursos naturais.

§ 1° O projeto agropecuário ou afim deve demonstrar sua viabilidade econômica, social e ecológica,
geração de empregos e contribuição para o abastecimento do Estado.

§ 2° Ao projeto a que se refere o parágrafo anterior aplicam-se os mesmos critérios de concessão, de


suspensão e de perda dos benefícios previstos para os demais incentivos disciplinados neste Regulamento.

§ 3° Para fins do disposto neste artigo, a empresa produtora do bem pertencente à categoria prevista no
inciso VIII do art. 13 deve ser titular, ainda que na condição de controladora, do empreendimento agropecuário ou
afim.

§ 4° Somente será concedido o adicional se o empreendimento agropecuário for considerado relevante


para o desenvolvimento do Estado.

§ 7º Para que o empreendimento agropecuário ou afim seja considerado relevante ao desenvolvimento


do Estado, o valor do investimento deverá corresponder, em cada ano, a, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento)
do valor do benefício de adicional de crédito estímulo gozado no exercício.

34
§ 8º Na hipótese de projeto de implantação, o investimento de que trata o § 7º deste artigo, deverá ser
realizado pelo período de 5 (cinco) anos.

§ 9º Na hipótese de realização total dos investimentos de que tratam os §§ 7º e 8°, a empresa


beneficiária do incentivo de adicional de crédito estímulo deverá recolher contribuição financeira em favor do
Fundo de Fomento ao Turismo e Interiorização do Desenvolvimento do Estado do Amazonas – FTI, observadas as
formas e condições estabelecidas no disposto no item 5 da alínea “c” do inciso XIII do art. 22.
§ 10. Para fins de fruição do incentivo referido no caput, deverá ser implantado e mantido o
empreendimento agropecuário nas condições previstas no projeto aprovado, observadas as formas e condições
deste Regulamento e da resolução do CODAM.

§11. O beneficiário que realizar integralmente e de forma tempestiva o investimento correspondente ao


projeto de implantação poderá, para fins de manutenção do benefício, atualizar o projeto com a previsão de novo
investimento, estimado com base no valor do adicional devido no último ano, a ser realizado no período de 3 (três)
anos, observado o disposto no § 7º deste artigo.

§ 12. O projeto poderá ser atualizado com a previsão de novos investimentos, sucessivas e indefinidas
vezes, desde que observados os requisitos e condições previstos neste artigo.

§ 13. Na hipótese de divergência entre o valor que deveria ter sido e o efetivamente investido no
exercício, conforme o disposto no § 7º deste artigo:

I – o valor do investimento que exceder a importância exigida poderá ser computado para o exercício
seguinte;

II – o valor que faltar para completar a importância exigida deverá ser:

a) recolhido ao FTI, até o dia 20 do mês de fevereiro do ano seguinte;

b) acrescido de juros equivalente à taxa referencial, mensalmente acumulada, do Sistema Especial de


Liquidação e de Custódia – SELIC, retroativo à data do encerramento para aplicação do investimento e calculado
até a data do pagamento.

§ 14. A execução do projeto deverá se dar nos termos previamente aprovados pelo CODAM,
considerando-se como investimento, para os fins do disposto neste artigo:

I - benfeitorias resultantes de construção, instalações, melhoramentos e reparos;


II - culturas permanentes, essências florestais e pastagens artificiais;

35
III – aquisiçao de utensílios e bens, tratores, implementos e equipamentos, máquinas, motores, veículos
de carga ou utilitários de emprego exclusivo na exploração da atividade rural;

IV - animais de trabalho, de produção e de engorda;

V - serviços técnicos especializados, devidamente contratados, visando elevar a eficiência do uso dos
recursos da propriedade ou exploração rural;

VI - insumos que contribuam destacadamente para a elevação da produtividade, tais como reprodutores
e matrizes, girinos e alevinos, sementes e mudas selecionadas, corretivos do solo, fertilizantes, vacinas e
defensivos vegetais e animais;

VII - atividades que visem especificamente à elevação sócio-econômica do trabalhador rural, tais como
casas de trabalhadores, prédios e galpões para atividades recreativas, educacionais e de saúde;

VIII - estradas que facilitem o acesso ou a circulação na propriedade;

IX - instalação de aparelhagem de comunicação e de energia elétrica;

X - bolsas para formação de técnicos em atividades rurais, inclusive gerentes de estabelecimentos e


contabilistas.

§ 15. Na hipótese de não atualização do projeto, o beneficiário deverá, para fins de manutenção do
adicional de que trata o § 14 do art. 16, recolher ao FTI a importância correspondente a 25% (vinte e cinco por
cento) do adicional de crédito estímulo a que tem direito no mês, na forma prevista no item 5 da alínea “c” do
inciso XIII do art. 22 desde Decreto, sem prejuízo do recolhimento das contribuições à UEA e ao FMPES.

§ 16. A sociedade empresária industrial perderá o direito ao benefício do adicional de crédito estímulo
na ocorrência de quaisquer das hipóteses abaixo:

I - não atendimento das disposições deste artigo;

II – investimento anual inferior a 50% (cinqüenta por cento) do devido;

III - descumprimento da obrigação de recolhimento da contribuição prevista no item 5 da alínea “c” do


inciso XIII do art. 22 deste Decreto.

§ 17. A perda do benefício do adicional do crédito estímulo não dispensa a sociedade empresária
industrial da obrigação de recolhimento das demais importâncias porventura devidas.

36
§ 18. O cumprimento das condições para fruição do benefício será fiscalizado pela SEPLAN e pela SEFAZ,
conforme as atribuições de cada órgão, em procedimento no qual se garanta a ampla defesa e o contraditório.

§ 19. É vedada a fruição do adicional de crédito estímulo, destinado a incentivar a implantação e


manutenção de projeto agropecuário ou afim, às sociedades empresárias industriais fabricantes de produtos que
gozem de nível de crédito estímulo de 100% (cem por cento).

COMENTÁRIO

Este artigo disciplina o incentivo adicional concedido a empresa produtora de bem final que em decorrência
de implantação de um projeto agropecuário situado no interior do Estado passou a obter 5 pontos percentuais a mais
no crédito estímulo, comentada no artigo 16- 2. c .
O empreendimento industrial situado na ZFM deverá ser controlador do empreendimento agropecuário
situado no interior do Estrado, devendo:
a) investir no empreendimento agropecuário, no mínimo 50% do valor correspondente ao adicional do
crédito estímulo;
b) submeter programa de investimento tri anual, com base no valor aplicado no último ano;
c) na hipótese da empresa beneficiária completar o investimento , ela passará a recolher mensalmente a
parcela do FTI correspondente a 2,5% sobre o saldo devedor total do ICMS , calculado pelo estabelecimento de bem
final situado na ZFM e controlador do empreendimento agroindustrial.

Seção VIII
Do Diferimento
Art. 18. O diferimento de que trata este Regulamento será aplicado nas seguintes hipóteses:

I - importação do exterior de matérias-primas e materiais secundários destinados à industrialização das


seguintes categorias de produtos:

a) bens intermediários compreendidos no art. 13, I;

c) embarcações;
d) terminais portáteis de telefonia celular;

e) bens de informática e automação sujeitos ao investimento compulsório em pesquisa e


desenvolvimento tecnológico previsto em lei federal, monitor de vídeo para informática e aparelho telefônico com
fio combinado com aparelho portátil sem fio, operando em freqüência igual ou superior a 900 MHz;

37
f) auto-rádio;

g) veículos utilitários;

h) brinquedos;

i) máquinas de costura industrial;

j) aparelho condicionador de ar dos tipos janela ou parede e split;

l) fogões, lavadoras e secadoras de roupas e/ou louças, congeladores e refrigeradores.

m) tubos de raios catódicos;

n) bolas, enfeites e festão natalinos, luzes, luminárias para enfeites natalinos e árvores de natal;

o) aparelho de ginástica.

p) bicicleta;

q) pneumáticos e câmaras de ar;

r) baú de alumínio e semi-reboque;

s) odorizador de ambiente e repelentes;

t) vestuário e calçados.

u) produtos destinados à segurança ocupacional;

II - saída dos bens intermediários de que trata a alínea “a” do inciso anterior, quando destinados à
integração de processo produtivo de estabelecimento industrial incentivado:

a) pela Lei n° 2.826, de 29 de setembro de 2.003, ou


b) pela Lei nº 2.390, de 08 de maio de 1996, ou pela Lei nº 1939, de 27 de dezembro de 1989, hipótese
em que a empresa destinatária produtora do bem final não fará jus ao crédito fiscal presumido de regionalização,
de que trata o art. 19, deste Regulamento;

38
III – saída de matérias-primas regionais in natura procedentes do interior do Estado, destinadas a
estabelecimento industrial incentivado nos termos deste Regulamento, para fabricação de fios, telas e sacos de juta
e/ou malva; castanha beneficiada com casca ou descascada; produtos fitoterápicos, fitocosméticos e fármacos
genéricos.

§ 1º Encerra-se o diferimento na saída:

I - dos bens intermediários, de que trata a alínea “a” do inciso I do caput, quando destinados à empresa
não incentivada ou localizada noutra unidade da Federação;

II – dos bens de que tratam as alíneas “c” a “u” do inciso I do caput deste artigo;

III - do produto resultante da industrialização dos bens intermediários que trata o inciso II do caput;
IV - do bem intermediário, realizada por estabelecimento produtor de bem de consumo final ou de bem
de capital, desde que destinado ao mercado de reposição para assistência técnica em garantia, assegurada pelo
fabricante, observado o disposto no § 2° do art. 16;
V - do produto resultante da industrialização a que se refere o inciso III do caput.

VI – dos bens de que tratam a alínea “d” do inciso I do caput deste artigo, quando destinados à
destruição, desde que não ultrapasse o limite anual de 0,5% (meio por cento) da quantidade total das saídas dos
respectivos bens finais.

§ 2º Considerar-se-á recolhido o imposto diferido com o pagamento do ICMS apurado, deduzido o


crédito estímulo, nas hipóteses de que trata o parágrafo anterior ou quando o insumo for destinado à destruição.

§ 3º Na hipótese de exportação do produto resultante da industrialização do bem intermediário, não se


efetivará o lançamento do ICMS diferido.

§ 4º Não se aplica o diferimento previsto neste artigo:

I - se a empresa produtora do bem intermediário mantiver relação de controlada, controladora, coligada


ou de matriz ou filial com a produtora do bem final incentivada, exceto se comprovada utilização das condições
previstas nos §§ 12 e 13 do art. 4º;

II - na importação do exterior de matérias-primas e materiais secundários destinados à industrialização


de placas de circuito impresso montadas para produção de aparelhos de áudio e vídeo, exceto para uso em bens
enquadrados nos incisos II e IV do § 13 do art. 16;

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III – nas saídas de:

a) placa de circuito impresso montada para produção de aparelhos de áudio e vídeo, exceto para uso em
bens enquadrados nos incisos II, III e IV do §13 do art. 16;
b) tubos de raios catódicos;
d) transformador de força com potência não superior a 3 KVA;
e) bobina de correção ou atenuação.

IV - se restar comprovado o restabelecimento das condições de competitividade dos produtos elencados


no inciso I do caput.

§ 5° Nas operações beneficiadas com o diferimento de que trata o inciso II do caput, fica vedada a
utilização de crédito fiscal do ICMS, inclusive o previsto no inciso I do art. 49 do Decreto-Lei n° 288, de 28 de
fevereiro de 1967.

§ 6º Quando a empresa fabricante de bem intermediário promover operações de saídas com diferimento
do ICMS e com incentivo de crédito estímulo, poderá aproveitar o crédito fiscal do ICMS proporcionalmente à
parcela sujeita à exigência do imposto, desde que os insumos sejam comuns aos produtos.

§ 7º Fica vedada a saída de insumos importados do exterior com diferimento do lançamento do ICMS,
sem que tenha sido empregado no processo produtivo de bem incentivado, nos termos deste Regulamento, salvo
se efetuar o recolhimento do imposto relativo à importação ou se atendidas as condições previstas nos §§ 5º, 6º e
7º do art. 60.

COMENTÁRIO
1. Diferimento

O diferimento, numa atividade não incentivada, não significa exatamente vantagem fiscal ou redução de
carga tributária, pois o que o caracteriza é a transferência do momento da exigência da obrigação tributária, em que
já ocorreu o fato gerador, para outro momento de conveniência do Fisco, podendo inclusive haver substituição da
responsabilidade para um terceiro vinculado com o fato gerador – é conhecida como substituição tributária para a
frente. No entanto, em se tratando de área incentivada, e especialmente na hipótese deste artigo, o diferimento
ganha status de benefício fiscal efetivo pois o não recolhimento do ICMS na importação de insumos destinados ao
processo produtivo, representa inicialmente um ganho no fluxo de caixa do importador.
Quando da exigência do ICMS diferido, nas hipóteses de encerramento do diferimento, os contribuintes
beneficiados com 100% de crédito estímulo, ainda que emitam a Nota Fiscal com destaque do ICMS, nada recolherão
pois o saldo devedor será inteiramente compensado pelo crédito estímulo de 100%, o que confirma a condição do
diferimento, nessa hipótese , como incentivo fiscal.

40
O diferimento na importação de insumos se aplica aos bens intermediários propriamente ditos, aqueles
que não foram elencados de forma específica em nenhum outro dispositivo deste regulamento; os bens de
informática e automação sujeitos ao investimento compulsório em pesquisa e desenvolvimento tecnológico previsto
em lei federal , monitor de vídeo para informática e todos os demais bens de consumo final que detêm 100% de
crédito estímulo, relacionados no Art. 16, § 13, com exceção no inciso XIV, fios, telas e sacos de juta e/ou malva,
castanha beneficiada com casca ou descascada. Essa exceção se justifica porque essa atividade econômica utiliza
intensivamente a matéria-prima regional e só excepcionalmente precisaria importar insumos . Esse diferimento
concedido aos bens de consumo final, pode deixar de ser concedido se forem restabelecidas as condições de
competitividade dos setores favorecidos.
Um segundo diferimento é concedido nas operações internas realizadas pelas indústrias de bens
intermediários quando destinarem mercadorias para outras indústrias incentivadas na Zona Franca de Manaus, quer
pela lei atual : Lei 2.826 de 29 de setembro de 2003, ou pelas leis anteriores : Lei 1.939, de 27 de dezembro de 1989
ou Lei 2.390 de 08 de maio de 1996.12
Esse diferimento gera diversas conseqüências:
a) a indústria de bens intermediários passa a ter duas formas de apuração – uma referente às saídas
tributadas quando destinadas às indústrias locais não incentivadas e para outras unidades da federação, hipótese em
que aplicar-se-á para essas operações o crédito estímulo de 90,25% e outra apuração exclusivamente dos bens
beneficiados com o diferimento interno, hipótese em que o contribuinte estará sujeito apenas ao recolhimento em
favor dos fundos do FTI e da UEA quando destinarem mercadorias para indústrias produtos de bens de consumo
final;
b) as indústrias de bens de consumo final ( optantes pela Lei 2.826/2003) ao adquirirem insumos
produzidos pelas indústrias de bens intermediários, com diferimento, têm direito à apropriação de um crédito
presumido no valor correspondente a 7% da operação denominado de crédito presumido de regionalização. Esse
benefício não é aplicado às indústrias incentivadas, mas, não optantes pela Lei 2.826/2003;
c) as remessas de bens intermediários das indústrias optantes para outras indústrias de bens intermediários
incentivadas ( optantes ou não ) gozam do diferimento e não estão obrigadas ao recolhimento de contribuições aos
fundos FTI e UEA.
Um terceiro diferimento é concedido favorecendo as remessas de matéria-prima regional do interior do
Estado para indústrias incentivadas localizadas na ZFM . As matérias necessárias à fabricação de fios, telas e sacos de
juta e/ou malva; castanha beneficiada com casca ou descascada; produtos fitoterápicos, fitocosméticos e fármacos
genéricos, gozam desse diferimento.
A condição para encerramento do diferimento á a saída da mercadoria processada conforme o projeto
técnico-econômico apresentado originalmente como condição para usufruto dos benefícios, com o cumprimento do
PPB específico para cada mercadoria. Assim, encerra-se o diferimento da importação de insumos, para as indústrias
de bens intermediários quando promoverem saídas com destino à indústrias locais não incentivadas e destinadas a
outras unidades da federação.

12
Essas leis anteriores ( 1.939/89 e 2.390/96)conquanto tenham sido revogadas pela Lei 2.826/2003, continuam válidas
para aquelas empresas que não fizeram a opção pela novo regime de incentivos, que passam a ser designadas de não
optantes . Da mesma forma, os novos benefícios tributários trazidos pela lei atual não se aplicam, em regra às
empresas não incentivadas, ou se aplicam de forma restritiva.

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Também se encerra o diferimento a saída dos bens industrializados que obtiveram o diferimento na
aquisição de insumos do exterior.
Para o diferimento interno decorrente da saída de bens intermediários destinados à integração no processo
industrial na ZFM, o diferimento é encerrado com a saída do bem final decorrente dessa industrialização.
Encerra também o diferimento as saídas de bens intermediários realizadas por indústrias de bens finais ou de
bens de capital, desde que destinada ao mercado de reposição por força da existência de contrato de assistência
técnica em garantia, respeitado o limite de 5% em relação às saídas totais dos respectivos bens finais. Assim, se a
empresa de bem final promoveu a saída anual de 20.000 TVS que utilizou no processo produtivo igual número de
tubos de raios catódicos, ela poderá direcionar ao mercado de reposição em garantia , sem prejuízo do incentivo ,
1.000 tubos de raios catódicos ( 5% x 20.000), considerando-se também encerrado o diferimento para a indústria de
bens intermediários que importou insumos para a produção dos tubos de raios catódicos, com o gozo do diferimento.
O diferimento vinculado ao fornecimento de matérias-primas regionais destinadas a indústrias incentivadas
na ZFM se encerra quando da industrialização desses bens.
2. Vedações ao Diferimento
A primeira vedação diz respeito ao vínculo entre as empresas de bens intermediários com a indústria de bens
finais, que não poderão manter vínculo de controlada, controladora coligada ou de matriz ou filial, salvo se atender às
condições dos §§ 12 e 13 do art.4°. Essa restrição é recorrente aos benefícios do crédito estímulo( em que a indústria
de bem intermediário vai usufruir do mesmo percentual da indústria de bens finais) do diferimento e do Crédito
Presumido de Regionalização. ( Vide comentário 6 ao artigo 16. )
O diferimento não se aplica à importação de insumos necessários à produção de placas de áudio e vídeo,
exceto se essas placas se destinarem à produção de terminais portáteis de telefonia celular e para os bens de
informática, sujeitos ao investimento obrigatório em pesquisa e desenvolvimento tecnológico, previsto em lei federal.
O diferimento interno, não se aplica nas saídas dos seguintes bens intermediários:
a) placa de circuito impresso( PCI) para áudio e vídeo exceto se destinadas à produção de terminais portáteis
de telefonia celular, monitor de vídeo para informática e aparelho telefônico com fio combinado com aparelho
portátil sem fio operando com freqüência igual ou superior a 900 MHz e para os bens de informática, sujeitos ao
investimento obrigatório em pesquisa e desenvolvimento tecnológico, previsto em lei federal;
b) tubos de raios catódicos;
c) alto-falante;
d) transformador de força com potência não superior a 3 KVA;
e) bobina de correção ou atenuação.
Esses produtos, nas operações de saídas internas têm destaque normal de ICMS, gozando do percentual de
crédito estímulo respectivo.
3. Vedações ao Crédito
Nas operações beneficiadas com o diferimento interno ( inciso II do caput ) não será permitida a apropriação
pelas empresas industriais de qualquer crédito fiscal do ICMS inclusive do crédito presumido previsto no Art. 49,inciso
I do Decreto- Lei 288/67 de 28 de fevereiro de 1967 e regulamentado no âmbito do CONFAZ pelo Convênio ICMS
65/88
Essa vedação não se configura limitação ao princípio da não-cumulatividade exatamente porque a função do
crédito fiscal é reduzir o valor do débito em decorrência de operação com ocorrência de débito. Como na operação

42
em análise a saída subseqüente é sujeita ao diferimento, não há débito a compensar e portanto não deve haver
possibilidade de creditamento.
No entanto, há uma possibilidade de crédito pelas indústrias de bens intermediários naquela circunstância
em que realizarem operações tributáveis. Nesse caso, o valor do crédito será proporcionalizado em função das saídas
tributáveis. Nesse caso a indústria de bens intermediários obedecerá a seguinte tabela para aproveitamento dos
créditos:
Operação Forma de Tributação Admissibilidade de Apropriação
de Crédito Fiscal
Venda para ind. não incentivada Crédito Estímulo de 90,25% Sim. Proporcional às saídas
ou para outra UF tributáveis em relação às saídas
totais do período
Venda para ind. incentivada na Diferimento Não.
ZFM

Ocorrendo a saída, ainda para o exterior de insumos industriais, adquiridos do exterior com o benefício do
diferimento ou a venda desses insumos para outros contribuintes, sem que sido empregado no processo industrial
incentivado, é exigido o ICMS que deixou de ser lançado no diferimento, com os acréscimos legais correspondentes.
A questão aqui é o do cumprimento da finalidade do incentivo. O benefício do diferimento na importação,
objetiva premiar o industrial que vai utilizar esse insumo em seu processo produtivo com um custo menor. No
entanto, não havendo a industrialização, a saída desse insumo caracteriza o não cumprimento da condição essencial
para o gozo do incentivo, exigindo-se o imposto devido desde a data da importação, com os acréscimos devidos.
Essa exigência é flexibilizada permitindo-se ao industrial importador a possibilidade da utilização parcial
desse insumo, sem que tenha havido a industrialização, desde que sejam cumpridas as seguintes condições :
a) Exportação – limitada a 20% em cada ano calculado sobre o total importado no ano;
b) Venda interna para indústria incentivada com direito ao diferimento na importação – limitada a 20% da
importação realizada em cada ano. Nessa hipótese será exigido o recolhimento de 2% calculado sobre o
valor da saída, em favor do FTI, salvo se essa contribuição já tiver sido recolhida por ocasião do ingresso
das mercadorias oriundas do exterior.

Seção IX

Art. 19. As indústrias de bens finais incentivadas nos termos deste Regulamento farão jus a crédito fiscal
presumido de regionalização, equivalente à alíquota interestadual do ICMS vigente nas vendas das regiões Sul e
Sudeste, exceto do Estado do Espírito Santo, para o Estado do Amazonas sobre o valor total da Nota Fiscal emitida
pela empresa fabricante do bem intermediário beneficiado pelo diferimento previsto no inciso II do artigo anterior.
§ 1º A apropriação do crédito fiscal presumido fica condicionada à prática, na operação, de preço FOB
normalmente utilizado no mercado nacional, pela empresa fabricante dos referidos bens ou por empresas
similares.

§ 2º Fica vedada à apropriação do crédito de que trata este artigo:

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I - se a empresa produtora do bem intermediário mantiver relação de controlada, controladora, coligada
ou de matriz ou filial com a produtora do bem final incentivada, exceto se comprovada utilização das condições
previstas nos §§ 12 e 13 do art. 4º.
II - na hipótese de exportação do produto resultante da industrialização do bem intermediário;
III – na hipótese de empresa produtora de bem final não incentivada nos termos da Lei n° 2.826, de 29 de
setembro de 2.003.
IV – nas aquisições internas dos produtos de que trata o art. 26-A deste Decreto.
V – na operação interna de aquisição de dispositivo de cristal líquido, produzido na Zona Franca de
Manaus, por indústria de bem final produtora de televisor que cumpra somente a “FASE 1” da produção industrial
de que trata o inciso I do § 13 do art. 22.

§ 3º As indústrias incentivadas de bens finais que adquirirem, de indústrias incentivadas de bens


intermediários, os produtos relacionados no art. 18, § 4º, inciso III, alíneas “d” e “e” deste Regulamento, farão jus
ao crédito fiscal presumido de regionalização equivalente a 10% (dez por cento) do valor de aquisição do
respectivo bem intermediário.

§ 4º O benefício previsto no § 3º deste artigo apenas poderá ser gozado em relação aos bens adquiridos
até 31 de dezembro de 2008.

§ 5º Fica reduzida em 50% (cinqüenta por cento) o valor do crédito presumido de regionalização, de que
trata o caput deste artigo, para a indústria de bem final produtora de televisor que adquirir dispositivo
de cristal líquido de empresa que cumpra a “FASE 2” da produção industrial, nos termos do inciso II do §
13 do art. 22.

COMENTÁRIO

Esse benefício concedido para a indústria de bens finais incentivadas na ZFM e optantes por este regime
jurídico, equivale a 7% calculado sobre o valor dos bens intermediários adquiridos na ZFM e visa equalizar o
tratamento tributário obtido por essas empresas quando adquirem insumos nacionais oriundos de outras UF,
comparativamente às aquisições locais.
As saídas de bens intermediários de indústrias incentivadas pela Lei 2.826/2003, como já vimos, gozam de
diferimento. Nessa condição o adquirente da mercadoria não tem crédito do ICMS, destarte assuma o ônus tributário
pela operação subseqüente.
Na ausência do crédito presumido de regionalização, seria mais vantajoso para a indústria de bens finais,
adquirirem insumos no Sudeste brasileiro, por exemplo, em que obtêm direito ao desconto sobre o preço de venda
decorrente da isenção do ICMS, previsto no Convênio 65/88 e ainda ao crédito presumido previsto no mesmo
diploma legal e ainda no art. 24 do RICMS/99, aprovado pelo Decreto 20.686/99.
Com o Crédito Presumido de Regionalização essa equação se equivale por que a sistemática do
diferimento permite ao adquirente, num processo negocial, obter um desconto proporcional ao imposto que deixou
de ser pago pelo vendedor e, com a possibilidade de creditamento de 7%, desaparece a vantagem tributária das
aquisições interestaduais.
Exige-se que o preço praticado pela indústria de bens finais seja equivalente ao preço praticado no
mercado nacional por ela mesma, ou por empresas similares.
Esse benefício sofre restrições ao gozo, ficando vedada a apropriação do crédito presumido de
regionalização, nas seguintes ocorrências:
a) Condição de interdependência. Vide comentário 6 ao Art. 16;

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b) Exportação do bem, resultante da industrialização do bem intermediário. Embora, na legislação de
regência do ICMS haja a previsão expressa de manutenção do crédito do ICMS na ocorrência da
exportação, essa restrição não me parece agredir o princípio da imunidade da exportação nem o da
não - cumulatividade do ICMS, posto que se trata de legislação especial, de incentivo fiscal e o crédito
concedido nessa hipótese, não é crédito real, nem mesmo crédito presumido, como faz supor o nome
do incentivo e sim de crédito outorgado, que não guarda qualquer relação com o princípio da não-
cumulatividade , tratando-se , em essência, de benefício fiscal, sujeito a restrições pela mesma norma
concessiva.
c) Venda a indústria não optante pela Lei 2.826/03. Tratando-se de benefício novo , não alcança empresa
não optante que não obstante seja incentivada preferiu manter-se sob a égide do regime jurídico
anterior.

Seção X
Da Isenção

Art. 20. Ficam isentas do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS as seguintes
operações:

I - de saídas internas de insumos produzidos no Estado ou importados do exterior, realizadas sob o


amparo do Programa Especial de Exportação da Amazônia Ocidental – PEXPAM, da Superintendência da Zona
Franca de Manaus – SUFRAMA, observadas as formas e condições estabelecidas em Resolução conjunta da
Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico – SEPLAN e Secretaria de Estado da Fazenda -
SEFAZ;
II - de entradas que destinem máquinas ou equipamentos ao ativo permanente de estabelecimento
industrial para utilização direta e exclusiva no seu processo produtivo, de procedência nacional ou estrangeira,
bem como suas partes e peças.
III – de saídas internas de insumos, realizadas por empresa incentivada nos termos deste Regulamento,
para serem empregados a título de treinamento, pesquisa e desenvolvimento em instituição previamente
credenciada na Secretaria de Estado da Fazenda, sem prejuízo da manutenção do crédito fiscal.

§ 1º O disposto no inciso II do caput está condicionado à vedação da saída do bem do estabelecimento


por um período mínimo de 5 (cinco) anos, hipótese em que o imposto não cobrado na entrada será exigido, com
acréscimos legais, proporcionalmente à razão de 20% (vinte por cento) ao ano ou fração que faltar para completar
o qüinqüênio.

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§ 2º A exigência prevista no §1º não se aplica quando a saída for destinada:

I - a outro estabelecimento industrial localizado neste Estado;


II - ao exterior;

III - a emprego em treinamento, pesquisa e desenvolvimento em instituição previamente credenciada na


Secretaria de Estado da Fazenda, através de regime especial.

COMENTÁRIO

A isenção, na sistemática de tributação do ICMS, deve ser disciplinada mediante celebração de convênio no
âmbito do Conselho de Política Fazendária – CONFAZ, em que haja unanimidade dos Estados- membros e o Distrito
Federal, quanto à concessão do benefício .
No entanto, em se tratando da Política de Incentivos do Estado do Amazonas, direcionado à Zona Franca de
Manaus, não há necessidade de aprovação de convênio pois há autorização expressa no Art. 15 da Lei Complementar
24/75, recepcionada pela Constituição Federal de 1988, que diz, in verbis :
Art. 15. O disposto nesta Lei não se aplica às indústrias instaladas ou que
vierem a instalar-se na Zona Franca de Manaus, sendo vedado às demais unidades da
Federação determinar a exclusão de incentivo fiscal, prêmio ou estímulo concedido pelo
Estado do Amazonas.(grifou-se).

Então, está plenamente autorizado o Estado do Amazonas a disciplinar a concessão de benefícios fiscais,
desde que sejam direcionados às indústrias e limitados à ZFM.
As isenções disciplinadas neste artigo, são:
a) saídas internas de insumos ou importação de insumos do exterior, realizadas sob o amparo do
Programa Especial de Exportação da Amazônia Ocidental – PEXPAM , da Superintendência da
Zona Franca de Manaus – SUFRAMA . O PEXPAM é uma forma de draw back da Zona Franca de
Manaus em que se concede desoneração plena de todos os tributos estaduais e federais para
matéria – prima, material secundário e de embalagem, para serem processados na ZFM e
exportados, no prazo estabelecido no programa. A não efetivação da exportação, evidentemente
que ensejará a exigência do ICMS desonerado, desde à da ta da operação.
b) Entradas de máquinas e equipamentos, inclusive partes e peças desde que utilizadas
exclusivamente no processo produtivo da indústria incentivada. Esse benefício repetiu a não
incidência prevista no artigo 4° do RICMS/99, aprovado pelo Decreto 20.686/99 , inclusive
quanto a sua restrição, a da permanência pelo período de 05 anos no estabelecimento industrial
sob pena de exigência proporcional do imposto desonerado. A cada ano completo de
permanência do ativo no estabelecimento industrial o contribuinte obtém 20% da isenção. Não
se exige o imposto, decorrente da saída do ativo antes de completar os 5 anos , quando:
1) o bem do ativo for destinado à exportação;
2) for destinado a outro contribuinte industrial no Estado do amazonas;
3) utilização em treinamento em instituição credenciada pela SEFAZ .

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Ressalte-se ainda que a desincorporação do bem do ativo está amparada pela não incidência prevista
no art. 4° do RICMS/99, aprovado pelo Decreto 20.686/99 .
Seção XI
Da Redução de Base de Cálculo

Art. 21. Fica concedido o incentivo fiscal de redução de base de cálculo:

I - de 55% (cinqüenta e cinco por cento) quando da importação do exterior de matérias-primas e


materiais secundários para emprego no processo produtivo de placas de circuito impresso montadas, enquadradas
na categoria prevista no inciso II do art. 13;
II - de 64,5% (sessenta e quatro inteiros e cinco décimos por cento) quando da importação do exterior de
matérias-primas e materiais secundários para emprego no processo produtivo de bens enquadrados na categoria
prevista no inciso III do art. 13;

§ 2º Para fruição do benefício fiscal previsto no inciso I deste artigo, a empresa deverá possuir inscrição
específica no Cadastro de Contribuintes do Estado do Amazonas, exclusiva para essas operações.

§ 4º Fica vedada a saída de insumo importado do exterior com o benefício de que trata este artigo, sem
que tenha sido empregado no processo produtivo de bem incentivado, nos termos deste Regulamento, salvo se
efetuar o recolhimento do imposto relativo à importação ou se atendidas as condições previstas nos §§ 5º, 6º e 7º
do art. 60.

COMENTÁRIO

A redução de base de cálculo, concedida neste artigo, ainda que se configure um incentivo menor que o
diferimento, também reduz o valor do imposto a ser recolhido decorrente da importação de insumos do exterior. Os
setores beneficiados são: insumos para produção de placas de circuito impresso, com a redução de base de cálculo
de 55% e insumos para a produção de bens de capital com redução de base de cálculo de 64,5% e ainda o serviço de
transporte prestador por agente de carga , de tal forma que a carga tributária corresponda a 4%. Ressalte-se quanto
a esta última que é exclusiva para os serviços contratados pelas indústrias produtoras de mídias virgens e gravadas. O
benefício da redução da base de cálculo do serviço de transporte deve ser transferido ao tomador dos serviços sob a
forma de desconto, demonstrado no respectivo documento fiscal. Exemplo de redução de base de cálculo na
importação:
Dados: a) Valor CIF ( Cost, Insurance and Freight )…..100.000,00; b)redução de Base de Cálculo: 55%; alíquota
interna do ICMS : 17%
(A) Valor CIF (B)Reconstituição da base de (C)Alíquota interna
cálculo pela carga tributária reduzida Valor do ICMS na
B = A/1-( 17%*45% ) 17% x 45%= 7.65% importação
100.000,00 108.283,70 7.65% 8.283,70

47
A reconstituição da base de cálculo é exigida porque na base de cálculo do ICMS deverá estar contida o valor
do próprio imposto13 como acontece em todas as operações e prestações realizadas em solo brasileiro. No caso da
importação como o valor CIF está sem o ICMS, reconstitui-se a base de cálculo, antes da aplicação da alíquota.
Seção XII
Das Condições

Art. 22. As empresas beneficiadas com incentivos fiscais deverão cumprir as seguintes exigências:

I - implantar o projeto técnico e de viabilidade econômica na forma aprovada pelo CODAM, no prazo
máximo de 24 (vinte e quatro) meses, a contar da data da publicação do Ato Concessivo, prorrogável desde que
devidamente justificado com novo cronograma;
II - manter programas de benefícios sociais para os seus empregados, de acordo com o enunciado nos
arts. 8º e 212, § 1º da Constituição Estadual, especialmente, nas áreas de alimentação, saúde, lazer, educação,
transporte e creche a preços subsidiados, observados os seguintes parâmetros:

a) alimentação - fornecimento de refeições em seu refeitório, preparadas pela própria empresa ou


adquiridas de empresas não incentivadas com benefícios relacionados a projeto aprovado pelo CODAM, ou
concessão de “ticket” refeição;
Efeitos a partir de 1º.02.05, conforme art. 3º do Decreto n°24.959, de 2005.
b) saúde - observância das normas trabalhistas relativas à segurança e medicina do trabalho,
promovendo em caráter subsidiário à previdência social, assistência social, médica e odontológica, através de
convênios ou auxílios-pecuniários;
c) lazer - disponibilidade diária para entretenimento ou prática de esportes no horário facultado para
descanso e alimentação, e efetiva participação da empresa em eventos dirigidos ao lazer específico da classe
trabalhadora;
d) educação - realização de investimentos no aperfeiçoamento técnico do trabalhador, na construção e
manutenção de institutos de educação e auxílio pecuniário aos estudos de dependentes de seus empregados,
menores de 6 (seis) anos;
e) transporte - disponibilidade de transporte da própria empresa ou de contratada ou de vale-
transporte, na forma da legislação federal respectiva, em favor do trabalhador;
f) creche – assistência gratuita aos filhos e dependentes do empregado, desde o nascimento até os 6
(seis) anos de idade, em creches, ressalvada a restrição contida no art. 8o. da Constituição do Estado;
g) apoio ao esporte amador, com promoção de estágios no país e no exterior, adoção de atletas,
patrocínio de eventos esportivos no Estado, organização de equipes de esporte amador, contribuindo para o
desenvolvimento do desporto local.

III - desenvolver programas de regionalização e de desenvolvimento tecnológico, nos termos e condições


estabelecidas em Resolução da SEPLAN;
IV - manter programas de gestão de qualidade, meio ambiente e de segurança e saúde ocupacional;
V - manter em seus estabelecimentos, em local visível ao público, placa alusiva aos incentivos previstos
neste Regulamento, de acordo com modelo e especificações aprovados pela SEPLAN;

VI – reservar parcela de sua produção de bens de consumo final para atender a demanda local, hipótese
em que a empresa industrial incentivada deverá aplicar, na saída interna do produto, a alíquota do ICMS reduzida
para 7% (sete por cento);

VII - assegurar, em condições semelhantes de competitividade, quanto a preços, nestes


incluídos os custos totais de logísticas, qualidade e prazo de entrega, preferência à aquisição de

13
O § 1° do Art. 13 do RICMS/99, aprovado pelo Decreto 20.686/99 , diz:
§ 1º Integra a base de cálculo do imposto, inclusive na hipótese do inciso V do caput deste artigo:

I - o montante do próprio imposto, constituindo o respectivo destaque mera indicação para fins de controle;

48
produtos intermediários, partes e peças, produtos secundários e materiais de embalagens, fabricados em território
amazonense, preferencialmente no interior do Estado;
VIII - utilizar, em condições semelhantes de competitividade, infra-estrutura local de serviços, tais como:
publicidade, consultoria, construção civil, contabilidade, gráficos, segurança, fechamento de contrato de câmbio,
aquisição de passagens aéreas e locação de veículos;
IX - manter a administração no Estado, inclusive um diretor-residente;
X - recolher o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS e contribuições sociais e previdenciárias
no Estado do Amazonas;
XI - manter menores e deficientes físicos em seu quadro funcional, salvo se a empresa incentivada
desenvolver atividades penosas, perigosas ou insalubres, observada a legislação federal pertinente;
XII - recolher o ICMS apurado, relativos à saída do produto incentivado, no prazo regulamentar;
XIII - recolher contribuição financeira, em caráter irretratável e irrevogável, durante todo o período de
fruição dos incentivos, e informar o valor da contribuição no quadro de informações complementares da
Declaração de Apuração Mensal – DAM:

a) ao Fundo de Fomento às Micro e Pequenas Empresas - FMPES, no valor correspondente a 6% (seis por
cento) do crédito estímulo, calculado em cada período de apuração do ICMS, até o dia 20 (vinte) do mês
subseqüente, observado o disposto no § 2º;
b) em favor da Universidade do Estado do Amazonas - UEA, até o dia 20 (vinte) do mês subseqüente,
correspondentes aos valores resultantes da aplicação dos percentuais a seguir especificados, observados as seguintes
formas e condições:

1 -10% (dez por cento) do crédito estímulo, calculado em cada período de apuração do ICMS, quando se
tratar empresa industrial beneficiada com nível de 100% (cem por cento) de crédito estímulo;
2 -1,3% (um inteiro e três décimos por cento) sobre o faturamento bruto, sujeito a diferimento, quando
se tratar das operações previstas no art. 18, II;
3 -1,5% (um e meio por cento) do crédito estímulo, calculado em cada período de apuração do ICMS, nos
demais casos;

c) ao Fundo de Fomento ao Turismo, Infra-estrutura, Serviços e Interiorização do Desenvolvimento do


Amazonas – FTI, no valor correspondente

1 - até o dia 15 (quinze) do mês subseqüente, 2% (dois por cento) sobre o valor FOB das importações do
exterior de matérias-primas, bens intermediários, materiais secundários e de embalagem e outros insumos
empregados na fabricação de bens finais, cujas operações de saídas sejam beneficiadas com os incentivos
consoante projeto de viabilidade econômica aprovado pelo CODAM, exceto na hipótese dos bens previstos no art.
16, § 13, II, III e IV;
2 - até o dia 20 (vinte) do mês subseqüente, 1% (um por cento) sobre o faturamento bruto das empresas
industriais, cujas operações de saídas sejam beneficiadas com nível de 100% (cem por cento) de crédito estímulo;
3 - até o dia 20 (vinte) do mês subseqüente, 1% (um por cento) sobre o faturamento bruto relativo aos
bens intermediários com diferimento de que trata o inciso II do art. 18;

4 - até o dia 15 (quinze) do mês subseqüente, 1% (um por cento) sobre o valor das matérias-primas, bens
intermediários, materiais secundários e de embalagem, procedentes de outras unidades da Federação e adquiridos
pelas indústrias produtoras de bens finais, cujas operações de saídas sejam beneficiadas com os incentivos
previstos neste Regulamento, exceto na hipótese dos bens previstos no art. 16, § 13, II, III e IV;

5 – até o dia 20 (vinte) do mês subseqüente, 2,5% (dois e meio por cento) sobre o valor do saldo devedor
do ICMS, apurado em cada período, relacionado aos produtos incentivados com benefício de adicional de crédito
estímulo, em razão de empreendimento agropecuário localizado na interior do Estado, observado o disposto no
§9º do art. 17.

6 – até o dia 20 (vinte) do mês subseqüente, 1,5% (um e meio por cento) sobre o faturamento bruto
relativo a concentrados e extratos de bebidas, exceto nas operações com diferimento de que trata o inciso II do
caput do art. 18 deste Decreto.

7 - 5% (cinco por cento) sobre o valor FOB das importações do exterior de insumos destinados à
fabricação de dispositivo de cristal líquido para televisores adquiridos por indústria de bem intermediário.

49
§ 1º Para fins do disposto no inciso VIII, o evento de lançamento do produto no mercado consumidor
deverá ser realizado no Estado, mediante contratação de prestação de serviço publicitário local.

§ 2º A exigência do pagamento da contribuição em favor do FMPES não se aplica às hipóteses previstas


no inciso XIII, “b”, 1 e 2, e “c”, 2 e 3.

§ 3º A fim de adequar as condições de competitividade dos produtos industrializados ou que vierem a


ser industrializados no Pólo Industrial de Manaus – PIM, diante da legislação a que estão submetidas empresas
estabelecidas em outras unidades da Federação, ficam dispensados do recolhimento das contribuições em favor do
FTI e da UEA as operações com produtos de informática elencados no Anexo I deste Regulamento.

§ 4º A dispensa do pagamento em favor do FTI e UEA, de que trata o parágrafo anterior, subsistirá tão-
somente enquanto persistirem as medidas que lhes deram causa, observado o disposto no parágrafo único do art.
153 da Constituição do Estado.

§ 5º Para fins do disposto neste artigo, considerar-se-á faturamento bruto o valor da operação nas saídas
de bens destinados a empresa que mantenha relação de matriz, filial, controlada, controladora e coligada.

§ 6º O valor da operação, de que trata o parágrafo anterior, não poderá ser inferior ao custo da
mercadoria produzida, assim entendido como o valor resultante da soma do custo da matéria-prima, material
secundário, mão-de-obra e acondicionamento.

§ 7º Os recolhimentos do ICMS e das contribuições previstas neste artigo deverão ser efetuados através
de Documento de Arrecadação – DAR, em rede bancária autorizada, mediante Códigos de Receitas estabelecidos
pela Secretaria da Fazenda.

§ 8º Não se aplica o disposto no inciso VI do caput deste artigo quando se tratar de refrigerantes, bebidas
energéticas, inclusive repositores, extratos para refrigerante, água mineral, cimento, ciclomotores, motonetas,
motocicletas, triciclos, quadriciclos, mídias virgens e gravadas.

§ 9º Em substituição à obrigação do pagamento do valor correspondente a 10% (dez por cento) calculado
sobre o crédito estímulo de 100% (cem por cento), em favor da UEA, e do pagamento correspondente a 1% (um por
cento) sobre o faturamento bruto, em favor do FTI, a empresa incentivada ficará sujeita às contribuições na forma e
condições previstas no inciso XIII, alíneas “a” e “b”, item 3 em relação aos bens a seguir discriminados:

I – os classificados nos incisos VI do art. 13, desde que a indústria esteja localizada no interior do Estado;

II – os classificados nos incisos XIV do § 13 do art. 16, observado o disposto no §1º do art. 16 da Lei n°
2.826, de 29 de setembro de 2003.

§ 10. O disposto no §9º do caput não se aplica em relação ao açúcar e a concentrados e extratos de
bebidas.

§ 11. Ficam dispensadas das contribuições de que trata este artigo as operações internas com bens
intermediários destinados a outro estabelecimento industrial, para emprego no processo produtivo de bem
intermediário, incentivado nos termos deste Regulamento.

§ 12. Aplicar-se-á, também, a alíquota reduzida prevista no inciso VI do caput deste artigo nas operações
que destinem bens a consumidor final, não contribuinte do ICMS, localizado em outra unidade da Federação.

§ 13. Para os efeitos deste Decreto, define-se como sendo fases de produção industrial de dispositivo de
cristal líquido para televisores e monitores de vídeo:

I – “FASE 1”: montagem das partes elétricas e mecânicas, totalmente desagregadas em nível básico de
componentes e integração das placas de circuito impresso e das partes elétricas e mecânicas na formação do
dispositivo de cristal líquido e/ou injeção plástica da moldura do vidro polarizado (quando aplicável), estampagem
da base e moldura metálica e montagem e soldagem de componentes nas placas de circuito impresso;

50
II – “FASE 2”: cumprimento da “FASE 1” agregada da realização adicional da etapa de montagem das
placas de circuito impressos que implementem as funções de endereçamento e interface (placas chaveamento
“source-gate”) e integração das mesmas à célula de vidro polarizado;

III – “FASE 3”: cumprimento das FASES “1” e “2” agregadas da realização adicional da etapa de
fabricação da célula de vidro polarizado (glass cell).

§ 14. Fica o Poder Executivo autorizado a dispensar, total ou parcialmente, o recolhimento das
contribuições em favor do FTI e da UEA das indústrias produtoras de dispositivo de cristal líquido para televisores
que realizarem a “FASE 3” de produção industrial definida no inciso III do § 13.

COMENTÁRIO

As condições integrantes deste artigo podem ser classificadas em:


a) Condições de natureza econômica- 1) implantação do projeto aprovado, no prazo de 24 meses da publicação
do Decreto concessivo; 2) desenvolver programas de regionalização e desenvolvimento tecnológico.A segunda
condição expressa a preocupação de atualização tecnológica para manter o dinamismo do parque fabril e
reduzir a dependência do mercado nacional e externo para o fornecimento de insumos. Está em consonância
com o objetivo de adensamento da cadeia produtiva e utilização de matéria - prima regional.
b) Condições de natureza social . Essas condições dizem respeito ao cumprimento de obrigações de natureza
social tais como as previstas pela CLT – Consolidação das Leis do Trabalho e firmadas nas Convenções
Coletivas de Trabalho pelos sindicatos das respectivas categorias profissionais, estabelecendo os benefícios
mínimos e obrigatórios que devem ser oferecidos aos funcionários da indústria incentivada nas áreas de
alimentação, saúde, lazer, educação, transporte, creche e apoio ao esporte amador. Insere-se nessas
obrigações a contratação de menores e deficientes físicos, observada a legislação trabalhista.
c) Há ainda a obrigatoriedade de o estabelecimento manter programas de gestão de qualidade, meio ambiente
e de segurança e saúde ocupacional. A rigor, cada um desses programas tem natureza distinta e objetivos
específicos: gestão de qualidade está vinculada não só ao produto e aos processos em todas as fases da
atividade empresarial, mas às políticas de relacionamento empresarial ; meio ambiente reflete a visão holística
que a empresa deve ter com a preservação ambiental além do cumprimento das normas positivadas. Deve
refletir uma posição pro ativa da sociedade empresarial com as questões ligadas ao meio ambiente; segurança
e saúde ocupacional – essa matéria tem vasta disciplina nas normas trabalhistas e intensa atividade interna
com campanhas preventivas aos acidentes aos acidentes de trabalho.
d) Condições Administrativas – Há exigência de placa alusiva aos incentivos e da manutenção da administração
no Estado, incluindo um diretor residente e o de recolhimento do FGTS e contribuições previdenciárias na rede
bancária localizada no Estado.
e) Condições mercadológicas – Essas condições visam estimular a utilização dos bens e serviços locais, quando
oferecidos em igualdade de condições de preços, qualidade e prazo de entrega. Os itens elencados de forma
exemplificativa são: produtos intermediários, partes e peças, produtos secundários e materiais de embalagem,
prioritariamente se fabricados no interior do Estado. Os serviços exemplificados são: publicidade, consultoria,
construção civil, contabilidade, gráficos, segurança, fechamento de contrato de câmbio, aquisição de
passagens ,locação de veículos eventos de lançamentos de produtos. Outra condição mercadológica
importante é a de reservar de parcela da produção para o mercado local , com aplicação da alíquota interna

51
14
de 7%. O mercado local não é representativo para a maioria das empresas do PIM que têm o mercado
nacional como foco principal. Essa medida visa tornar obrigatório o atendimento preferencial da demanda
local. Essa alíquota também será aplicada quando a mercadoria se destinar a não contribuinte do ICMS,
situado em outra unidade da Federação.
f) Condições tributárias e financeiras –A principal condição financeira é recolher contribuições aos fundos ,
conforme tabela abaixo:

Tabela I - Fato Gerador, Base de Cálculo e Alíquota do FMPES, FTI e UEA


Nome do Fundo Fato Gerador Contribuinte Base de Cálculo Alíquota Exceção
beneficiários de
crédito estímulo Valor do Crédito
1 FMPES Saída de Mercadorias inferior a 100% Estímulo 6%
Indústrias de fibras e
sacarias de juta e
malva e castanhas +
produtos da
agroindústria situado
no interior do Valor do Crédito
2 FMPES Saída de Mercadorias Estado15 Estímulo de 100% 6%
Monitor de vídeo
Importação de produtores de bens valor FOB da e bens de
3 FTI insumos de consumo final importação 2% informática
Aquisição Nacional Monitor de vídeo
de Insumos-outras produtores de bens Valor FOB das e bens de
4 FTI UF de consumo final aquisições 1% informática
beneficiários com
100% de crédito Monitor de vídeo
estímulo, exceto e bens de
5 FTI Saída de Mercadorias produtos do item 2 faturamento bruto 1% informática
Saída de
Mercadorias, para
industriais de bens produtores de bens faturamento bruto
6 FTI finais intermediários diferido 1%
Importação de bens valor CIF da
7 FTI de consumo Comércio local importação 1%
Incentivo adicional Ind. de bens finais Saldo devedor do
8 FTI de 5 pontos com ICMS 2,5%

14
A alíquota de 7% não se aplica aos refrigerantes, bebidas energéticas, inclusive repositores, extratos para
refrigerante, água mineral, cimento, ciclomotores, motocicletas, motonetas,triciclos e quadriciclos.
15
Vide nota 12.

52
percentuais empreendimento
agropecuário
beneficiários de
crédito estímulo Valor do Crédito
9 UEA Saída de Mercadorias inferior a 100% Estímulo 1,5%
Produtores de fibras
e sacarias de juta e
malva e castanhas +
produtos
agropecuários
situados no interior Valor do Crédito
16
10 UEA Saída de mercadorias do Estado Estímulo de 100% 1,5%
beneficiários com
100% de crédito Monitor de vídeo
estímulo, exceto os Valor do Crédito e bens de
11 UEA Saída de Mercadorias produtos do item 2 Estímulo 10% informática
Saída de
Mercadorias,
destinadas às Monitor de vídeo
indústrias de bens produtores de bens faturamento bruto e bens de
12 UEA finais intermediários diferido 1,3% informática

Fonte: Lei 2.826/2003 - Pesquisa e tabulação do Autor.

A dispensa do recolhimento aos fundos FTI e UEA para os bens de informática relacionados no Anexo Único
deste Regulamento e para os monitores de vídeo é transitória e deve perdurar pelo tempo em que a competitividade
desses produtos na ZFM, exigirem a concessão de incentivos extraordinários, devendo desaparecer quando a política
de incentivos nacionais for alterada.
É que a política de incentivos fiscais para os bens de informática é nacional, podendo as vantagens fiscais
quanto aos tributos federais ( II e IPI ) ser obtida por qualquer empreendimento no país. Então, o incentivo
diferenciado para que a Zona Franca de Manaus possa atrair investimentos de novas indústrias seria unicamente o
ICMS. Como outros Estados concedem benefícios do ICMS, como redução de alíquota de ICMS para os bens de
informática, torna-se evidente a dificuldade para este setor industrial ter competitividade na ZFM.
O FMPES – Fundo de Fomento às Micro e Pequenas Empresas ó fundo mais antigo da Política de Incentivos
Fiscais e está previsto pela Constituição Estadual do Amazonas. Sua forma de cálculo é a mais simples: corresponderá
sempre a 6% do valor do crédito estímulo, obedecendo a exceção da maioria dos produtos incentivadas com 100% de
crédito estímulo, que não estão sujeitos ao recolhimento dessa contribuição.

16
Dentre as empresas agroindustriais e afins, situadas no interior do Estado e beneficiadas com 100% de crédito
estímulo, não se aplica possibilidade da exigência de contribuições aos fundos FMPES de 6% e UEA 1,5% para as
indústrias de concentrados de bebidas e açúcar que ficam sujeitas às obrigações normais das indústrias que gozam
de 100% do crédito estímulo ( 10% do crédito estímulo para a UEA – 1% do faturamento bruto para o FTI )

53
O FTI – Fundo de Fomento ao Turismo, Infra-estrutura , Serviços e Interiorização do Desenvolvimento do
Amazonas, tem formas de cálculo e percentuais os mais variados:
I) importação de insumos do exterior realizada por indústrias de bens finais ( 2% sobre o valor FOB);
II) aquisição de insumos pelas indústrias de bens finais e oriundos de outras unidades da federação ( 1% sobre o valor
FOB);
III) faturamento bruto diferido das indústrias de bens intermediárias se destinados a outras indústrias de bens
intermediários ( 1%);
IV) importação do exterior de bens de consumo final realizada por comerciantes beneficiados com alíquota de 7%(
sete por cento) – 1% sobre o valor FOB;
V) faturamento bruto das empresas beneficiadas com 100% de crédito estímulo, exceto produtoras de fibras, sacarias
de juta e, castanhas e produtos agroindustriais e afins situados no interior do Estado– 1% sobre o faturamento.
A contribuição para a UEA- Universidade Estadual do amazonas, também é feita de forma diversificada:
I) 1,5% - calculado sobre o valor do crédito estímulo das empresas de bens finais, exceto àquelas com 100% de crédito
estímulo;
II) 10% - calculado sobre o crédito estímulo das empresas beneficiadas com 100% de crédito estímulo, exceto os
produtores de fibra e sacaria de juta e malva , os processadores de castanha e os produtos agroindustriais com 100%
de crédito estímulo, situados no interior do Estado, contribuintes de quem se exige o recolhimento de 1,5%;
III) 1,3% - calculado sobre a parcela do faturamento diferido das indústrias de bens intermediários quando destinadas
a indústrias de bens finais.
Exemplos de Apuração por tipo de produto:
1. Bem final com 55% de crédito estímulo:
I-CRÉDITOS:
ORIGEM BASE DE VALORFOB ALÍQUOTA VALOR DO CRÉDITO
CÁLCULO
17
Importação do Exterior 5.000,00 4.000,00 17%
18
Aquisição de São Paulo 2.000,00 2.000,00 7% 140
Aquisição local de ind. 1.500,00 7% 105,0019
de bem intermediário
TOTAL 245,00

II-DÉBITOS:
DESTINO BASE DE CÁLCULO ALÍQUOTA VALOR DO DÉBITO
20
Amazonas 2.000,00 7% 140,00

17
A rigor, não há crédito de ICMS na importação pois só se admite o creditamento após o pagamento do imposto. Na
realidade a importação do exterior se configura como uma obrigação tributária. O lançamento aqui se justifica apenas
para fins didáticos pois se quer calcular todas as contribuições aos fundos incidentes numa operação real.
18
O crédito, nesse exemplo, é o crédito presumido do ICMS previsto no Convênio 65/88, cuja operação original foi
beneficiada com isenção e concedeu-se um desconto equivalente ao valor do imposto do benefício fiscal.
19
Esse crédito também é presumido ( crédito presumido de regionalização) visto que a indústria de bem final vende
esses bens com diferimento.
20
Essa alíquota é decorrente do incentivo fiscal que determina que as empresas devam reservar parcela da produção
para atender a demanda local utilizando-se da alíquota interna de 7%.

54
São Paulo 15.000,00 12% 1800,00
Pernambuco 2.500,00 12% 300,00
TOTAL 19.500,00 2.100,00

III- Apuração do ICMS:


Débito 2.240,00
Crédito 245,00
Saldo Devedor do ICMS 1.995,00
Crédito Estímulo ( 55% do saldo devedor) 1.097,25
Valor do ICMS a ser Recolhido 897,75

IV-Apuração das Contribuições:


FMPES ( 6% do Crédito Estímulo) 65,84
UEA( 1,5% do Crédito Estímulo) 16,46
FTI ( importação – 2% sobre o valor FOB) 80,00
FTI ( aquisição nacional – 1% sobre o valor FOB) 20,00
TOTAL DAS CONTRIBUIÇÕES 182,30

Nesse exemplo, cujo percentual de benefício final que pode variar conforme a estrutura de aquisição de
insumos e de comercialização de cada empreendimento, verificamos que o valor das contribuições representa 16,61%
do crédito estímulo. Ou, analisando sobre outro aspecto, o percentual efetivo de vantagem da carga tributária obtida
foi de 45,82% e não de 55%, como nominalmente previsto.
2.Bem intermediário com Diferimento e Crédito Estímulo de 90,25%

I- CRÉDITOS:
ORIGEM BASE DE VALORFOB ALÍQUOTA VALOR DO A
CÁLCULO CRÉDITO
Importação do Exterior 5.000,00 4.000,00 Diferido - B
21
Aquisição de São Paulo 4.000,00 4.000,00 7% 280,00 C
Aquisição local de ind. 1.500,00 Diferido - D
de bem intermediário

II-DÉBITOS:
DESTINO VALOR DAS SAÍDAS Valor Alíquota VALOR DO A
Diferido DÉBITO
Amazonas- para ind. de 12.000,00 12.000,00 - B

21
O crédito, nesse exemplo, é o crédito presumido do ICMS previsto no Convênio 65/88, cuja operação original foi
beneficiada com isenção e concedeu-se um desconto equivalente ao valor do imposto do benefício fiscal.

55
bens finais
Amazonas para ind. de 11.000,00 11.000,00 - C
bens intermediários
São Paulo 5.000,00 - 12% 600,00 D
Pernambuco 2.500,00 - 12% 300,00 E
TOTAL 30.500,00 23.000,00 900,00 F
III- Apuração do ICMS:
Débito 900,00 A
Crédito 280,00 B
Coeficiente de Estorno de Crédito( saídas diferidas /saídas totais) 0,7540 C
22
Crédito Efetivo do ICMS = 280,00x ( 1-0,7540) 68,88 D
Saldo Devedor do ICMS ( A- D) 831,12 E
Crédito Estímulo 90,25% do saldo devedor) 750,08 F
Valor do ICMS a ser Recolhido 81,03 G

IV-Apuração das Contribuições:


FMPES - 6% do Crédito Estímulo (III.F) 45,00 A
UEA - 1,5% do Crédito Estímulo ( III. F) 11,25 B
FTI ( 1% sobre as saídas diferidas para bens finais) 120,00 C
UEA ( 1,3% sobre as saídas diferidas para bens finais) 156,00 D
TOTAL DAS CONTRIBUIÇÕES 306,97 E

Evidentemente que todas as demais obrigações tributárias integrantes do Código Tributário Estadual - Lei
Complementar 19/97 e do RICMS/99, aprovado pelo Decreto 20.686/99, aplicam-se supletivamente aos
empreendimentos beneficiários dos incentivos fiscais.
Se a empresa incentivada realiza também outras operações que não são incentivadas , essas operações
devem ser apuradas separadamente e identificadas como tributadas integralmente.
Exemplo 3. Bem final com diferimento na importação de insumos e 100% de Crédito Estímulo
I- CRÉDITOS:
ORIGEM BASE DE VALORFOB ALÍQUOTA VALOR DO A
CÁLCULO CRÉDITO
Importação do Exterior 5.000,00 4.000,00 Diferido - B
23
Aquisição de São Paulo 4.000,00 4.000,00 7% 280,00 C
Aquisição local de ind. 1.500,00 Diferido - D
de bem intermediário

22
O Crédito efetivo é apropriado proporcionalmente às saídas com débito. Assim, as saídas realizadas com diferimento
não têm direito a qualquer crédito.
23
O crédito, nesse exemplo, é o crédito presumido do ICMS previsto no Convênio 65/88, cuja operação original foi
beneficiada com isenção e concedeu-se um desconto equivalente ao valor do imposto do benefício fiscal.

56
II-DÉBITOS:
DESTINO VALOR DAS SAÍDAS Alíquota VALOR DO A
DÉBITO
Amazonas- para 12.000,00 7% 840,00 B
comércio de bens finais
Amazonas para ind. de 10.000,00 7% 700,00 C
bens finais
São Paulo 5.000,00 12% 600,00 D
Pernambuco 2.500,00 12% 300,00 E
TOTAL 29.500,00 2.440,00 F
III- Apuração do ICMS:
Débito 2.440,00 A
Crédito 280,00 B
Saldo Devedor 2.160,00 C
Crédito Estímulo ( 100% do Saldo Devedor) 2.160,00 D

IV-Apuração das Contribuições:


FTI sobre a importação( 2% sobre o valor FOB) 80,00 A
FTI sobre faturamento bruto( 1% x R$ 29.500,00) 295,00 B
UEA ( 10% sobre o Crédito Estímulo) 216,00 C
TOTAL DAS CONTRIBUIÇÕES 591,00 D

Art. 23. A empresa incentivada deverá obter autorização prévia e expressa do CODAM para proceder a
qualquer alteração no seu parque fabril e/ou processo produtivo que implique redução do programa de
investimento e/ou absorção de mão-de-obra, em relação ao projeto que deu origem à concessão dos incentivos
fiscais.

§ 1º Fica vedada a transferência de etapa do processo de produção entre matriz e filial, e entre empresas
que mantenham relação de controlada e coligada, salvo se comprovarem o atendimento de, no mínimo, três das
seguintes condições:

I - a geração de novos empregos diretos ou indiretos e comprovados investimentos considerados


relevantes em ativo fixo;
II - a absorção de novos processos de tecnologia de produto e de processo no parque industrial do
Estado;
III - que não se constitua em desmembramento do processo produtivo de bem final;
IV - o preço FOB praticado pelo fabricante de bem intermediário nas vendas para empresa controlada,
controladora e coligada deve ser similar ao preço da média do mercado;

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V - nas transferências entre os estabelecimentos da mesma empresa, deve ser utilizado o valor do custo
industrial dos produtos intermediários.

§ 2º A condição prevista no inciso IV ou V do parágrafo anterior é de satisfação obrigatória na


cumulatividade exigida no caput.

§ 3º O pedido de autorização de que trata este artigo deverá ser instruído com atualização do projeto
técnico-econômico.

§ 4º A empresa incentivada deverá obter autorização da SEPLAN para realizar operações de transferências
de etapas do processo produtivo, observado o disposto no § 1º do art. 16 e inciso I do § 4º do art. 18.
§ 5º Na hipótese de deferimento do pedido a que se refere o parágrafo anterior, a SEPLAN expedirá novo
Laudo Técnico de Inspeção.
§ 6º A autorização prevista no parágrafo anterior será submetida à homologação do CODAM.
§ 7º Na hipótese do CODAM não homologar a autorização relativa à transferência de etapa do processo
produtivo, a SEPLAN expedirá novo laudo técnico, restabelecendo a situação anterior.

COMENTÁRIO

As alterações no processo produtivo devem ser precedidas de autorização prévia do CODAM, bem como
qualquer alteração na absorção de empregos. Se analisarmos que o projeto técnico-econômico é o contrato
formalizado pelo particular em que se propõe realizar investimentos e gerar certa quantidade de empregos é natural
que a alteração de qualquer cláusula contratual, no caso alteração na planta produtiva e na utilização de mão-de-
obra somente se tornará com a anuência do Estado, a outra parte contratante.
As empresas interdependentes, assim entendidas aquelas empresas que mantenham relação de coligada e
controlada assim como matriz e filial, não podem transferir etapas de seus processos produtivos umas para as outras,
exceto se a empresas interessada cumprir três das condições abaixo especificadas, que são semelhantes às
previstas nos §§ 12 e 13 do art. 4° ( vide comentário 6 ao art.16):
a) geração de novos empregos;
b) absorção de novos processos de tecnologia de produto;
c) que não se constitua em desmembramento do processo produtivo do bem final;
d) o preço FOB praticado pelas empresas de bens intermediários para indústrias de bens finais, seja similar
ao preço de mercado; Cumprimento obrigatório.
e) nas transferências que seja utilizado o custo industrial para os bens intermediários.  Cumprimento
obrigatório.
O que se procura evitar com essa vedação é o planejamento tributário em que empresas do mesmo grupo
econômico possam atender o seu Processo Produtivo Básico, simplesmente com o desmembramento de linhas da
empresa de bens finais e criação de empresas de bens intermediários coligadas ou filiais, obtendo assim um ganho de

58
incentivo excepcional ( com as empresas de bens intermediários) sem que estas de fato contribuam para o
adensamento da cadeira produtiva com terceiras empresas não interligadas.
É sempre pertinente lembrar que a maior carga tributária ( menor incentivo) se concentra nas indústrias
produtoras de bens de consumo final. Assim, se empresas de bens finais pudessem adquirir sem restrições, insumos
das indústrias de bens intermediários de suas coligadas ou filial, com preço superior ao de mercado, poderiam
acumular créditos que reduziriam o recolhimento dessas empresas, com, prejuízo fiscal para o Estado, e
desvirtuamento do modelo ZFM.
A transferência de etapa do processo produtivo, quando autorizada pela SEPLAN , estará sujeita a emissão
de novo Laudo Técnico de Inspeção, submetendo-se à homologação do CODAM.

Art. 24. As empresas incentivadas ficam obrigadas a manter atualizadas as suas informações cadastrais
junto aos órgãos estaduais competentes.

Art. 25. As alterações no contrato ou estatuto social, tais como a mudança na composição
societária/acionária, de denominação ou razão social, endereço, capital social, bem como as incorporações, fusões,
cisões e transformações deverão ser obrigatoriamente comunicadas à SEPLAN e à SEFAZ, no prazo máximo de 30
(trinta) dias após a sua ocorrência, para efeito de registro cadastral, sem prejuízo da comunicação aos demais
órgãos,observado o disposto no art. 72.

§ 1º As alterações relativas à composição societária/acionária, decorrentes da mudança de


sócio/acionista majoritário, bem como as incorporações, fusões, cisões e transformações deverão indicar a nova
titularidade dos projetos técnico-econômicos.
§ 2º Na hipótese das alterações descritas no caput descaracterizarem os fatores técnico-econômicos
constantes nos projetos incentivados, a empresa deverá obter autorização prévia e expressa do CODAM para
proceder à modificação pretendida.

COMENTÁRIO

Qualquer sociedade empresarial, incentivada ou não, deve manter atualizada sua situação cadastral com
os órgãos públicos . Entretanto, em se tratando de indústria incentivada são exigidas informações prioritárias quanto
às alterações societárias, às modificações referentes às alterações estatutárias, assim como as fusões, cisões e
transformações, no prazo de 30 dias, sendo que às empresas não optantes pelo atual regime de incentivos, não é
permitido proceder essas alterações societárias.
Quando essas modificações forem tão significativas que descaracterizarem os fatores técnico-econômicos,
constantes nos projetos incentivados será necessário a obtenção de autorização prévia para proceder tais alterações.
Como dissemos anteriormente, o ato formal representado pela oferta de incentivos disciplinada por um
determinado diploma legal, que confere incentivos fiscais a um determinado empreendimento o qual teve seu
projeto técnico econômico aprovado pela SEPLAN e referendado pelo CODAM, é ato jurídico perfeito e que só pode
ser modificado com a anuência dos integrantes do contrato ( indústria incentivada versus Estado).

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No entanto, ao oferecer uma nova Política de Incentivos, com a revogação do regime anterior, o
desiderato do Estado é unificar e uniformizar tratamentos tributários pois não interessa ao Poder Público, manter
vigentes várias políticas de incentivos, o que pode, em alguns casos, gerar desequilíbrio concorrencial pela diferença
de tratamento fiscal entre uma lei e outra quando aplicadas a um mesmo produto.
Para estimular a adesão ao novo pacote de incentivos a legislação pode criar incentivos adicionais e
exclusivos aos que fizeram a opção pela nova Lei(como é o caso do crédito presumido de regionalização) e criar
embaraços à mobilidade empresarial, como é caso da restrição à modificação societária.
Art. 26. As empresas industriais incentivadas ficam sujeitas ao acompanhamento, avaliação e fiscalização
de suas atividades pela SEPLAN e pela SEFAZ nas áreas de suas respectivas competências.

§ 1º Para o exercício dessas prerrogativas as Secretarias de Estado envolvidas poderão atuar em


conjunto ou isoladamente.
§ 2º Para fins deste artigo, as empresas incentivadas submeter-se-ão às seguintes diligências:
I - exame de documentos, livros, arquivos e projetos;
II – inspeção de processo de produção;
III – prestação de esclarecimentos, fornecimento de documentos, partes, peças e amostras de produtos.

COMENTÁRIO

A atuação das duas Secretarias ( SEPLAN e SEFAZ) pode ser feita de forma conjunta mas, em regra, não o
é. As fiscalizações são realizadas separadamente, ficando a SEPLAN responsável pelo acompanhamento técnico do
cumprimento do PPB- Processo Produtivo Básico e monitoramento das condições técnicas de produção,
desenvolvimento de tecnologia de produto e processo e à verificação do atendimento das condições de natureza
social. Os fiscais da SEPLAN podem aplicar multas administrativas pelo descumprimento de obrigações no seu âmbito
de atuação.
A SEFAZ tem como foco o cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, desde o
desembaraço e vistoria das mercadorias, autorização, controle e registro de documentos e livros fiscais obrigatórios,
recolhimentos do ICMS e das contribuições, sendo responsável pelo lançamento de crédito tributário, no processo
formal de fiscalização.
CAPÍTULO I-A
DA ATIVIDADE DE RECICLAGEM

Art. 26-A. Equipara-se à indústria, o estabelecimento que pratique operações com materiais e/ou
resíduos sólidos destinados à reciclagem, que atenda, no mínimo, às normas técnicas para gestão e garantia de
qualidade e gestão do meio ambiente, ambas definidas pela Organização Internacional para Padronização - ISO.

Parágrafo único. Os materiais e/ou resíduos sólidos de que trata este artigo serão definidos em
Resolução do CODAM.

Art. 26-B. Aplicam-se ao produto resultante da reciclagem as mesmas regras e condições previstas para o
bem intermediário beneficiado por este Regulamento.

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COMENTÁRIO
Motivado pelos benefícios ecológicos trazidos pela reciclagem de materiais e resíduos sólidos em geral , o
executivo amazonense entendeu como uma medida importante equiparar a atividades industriais o processamento e
reciclagem, seja pelos benefícios gerados dessa atividade, como também pelos benefícios trazidos aos empresários
do setor pela formalização dessa atividade econômica.
Os benefícios criados para essa atividade equiparam-no ao de indústria de bens intermediários, gozando de
crédito estímulo de 90,25% .

CAPÍTULO II
DA ATIVIDADE COMERCIAL

Seção I
Do Corredor de Importação

Art. 27. Equipara-se a industrial, para a exigência do ICMS, o estabelecimento importador de


mercadorias estrangeiras, adquiridas sem os favores previstos no Decreto-Lei n° 288, de 1967, e legislação
complementar.

§ 1º As mercadorias importadas nos termos deste artigo estarão sujeitas ao ICMS, relativo à importação
do exterior, no valor equivalente à carga tributária de 6% (seis por cento).
§ 3º O regime previsto neste artigo é exclusivo de estabelecimento comercial importador, vedada
qualquer fase de industrialização.

§ 4º Para fins do disposto no §3º, não se considera industrialização o reacondicionamento e os


procedimentos necessários à simples adequação da mercadoria ao mercado nacional ou com a finalidade de
atender à legislação federal específica, desde que autorizado pela Secretaria de Estado da Fazenda, por meio de
Regime Especial.

COMENTÁRIO

Esse incentivo surgiu originariamente em 1991 com a edição da Lei 2.084/91, em pleno desenvolvimento, em
Manaus, da Zona Franca comercial. Nesse período, os tributos federais de natureza extrafiscais como o Imposto de
Importação – II e o Imposto incidente sobre produtos industrializados – IPI, tinham alíquotas excessivamente
elevadas o que inviabilizava a importação por outras unidades da federação brasileira. Em decorrência dessa
característica desenvolveu-se na ZFM uma especialização na atividade comercial de importação de produtos de bens
de consumo final, com ênfase para a eletrônica de entretenimento.
O objetivo desse incentivo era usar o know how importador do empresário do Amazonas para abastecer o
Brasil, tendo em vista a quase reserva de mercado para produtos estrangeiros de bens de consumo final que favorecia
a ZFM.

61
No entanto, com a posse do primeiro presidente eleito pelo voto direto após o Golpe de Estado de 1964,
houve uma mudança drástica na política econômica com o fomento da abertura da economia para o mercado
internacional, com uma queda abrupta das alíquotas de importação e do IPI.
Com essa mudança a ZFM viu reduzidas as atividades comerciais tendo em vista que a partir dessa abertura
alfandegária, foi viabilizada economicamente a importação direta pelos principais pólos consumidores do país.
Então, esse incentivo é pouco representativo e tem aplicabilidade residual na atividade empresarial da ZFM
sendo ainda rentável para os produtos com elevada alíquota interna e que não gozem dos benefícios fiscais federais
na importação normal, com é o caso das bebidas alcoólicas.
Algumas indústrias utilizam o corredor de importação para complemento de atendimento mercadológico
importando apenas alguns modelos que não produzem no pólo industrial de Manaus.
Recentemente para consolidar o pólo de produção de aparelhos de telefonia móvel o incentivo do corredor
de importação teve seus benefícios ampliados para esse segmento industrial.
Registre-se que esse incentivo é para a atividade comercial, porém ao empreendimento industrial não está
vedado o seu usufruto desde que a importação seja de mercadorias para consumo final, que não esteja na lista de
vedações.
Art. 28. Na saída de mercadoria amparada pelo disposto no artigo anterior, o contribuinte fará jus
a crédito fiscal presumido, equivalente a 6% (seis por cento) do valor da saída, se destinada à outra unidade da
Federação, calculado sobre o valor da operação.

§ 1º Para efetuar apropriação do crédito fiscal presumido de que trata este artigo, o contribuinte deverá
emitir Nota Fiscal no último dia do período de apuração do imposto, observadas as seguintes condições:

I - discriminar os números das Notas Fiscais de saída das mercadorias relativas ao período em referência;
II – indicar a base de cálculo do crédito presumido, que será igual ao somatório dos valores das
operações das Notas Fiscais relacionadas nos termos do inciso anterior;
III - utilizar o Código Fiscal da Operação - CFOP 6.99, bem como fazer constar no corpo da Nota Fiscal a
expressão: “CRÉDITO PRESUMIDO – LEI N° 2.826/2.003”.

§ 2º A Nota Fiscal a que se refere o parágrafo anterior será lançada no livro Registro de Entradas,
excetuando-se da escrituração o valor previsto para a coluna “VALOR CONTÁBIL”.24

§ 3º As mercadorias importadas nos termos do art. 27, quando destinadas ao consumo do


estabelecimento importador, terão o mesmo tratamento dado às saídas internas.

COMENTÁRIO

O principal benefício do corredor de importação é a concessão de um crédito presumido de 6% ( seis por


cento) calculado sobre o valor da operação, se esta se destinar a outra unidade da federação. Outro benefício é
aplicação da alíquota única de 12% ( doze) por cento, quer se trate de operações internas ou interestaduais, aplicada
sobre o valor das saídas.
Como é objetivo desse incentivo é estimular a importação com prévio direcionamento ao mercado nacional
25
para as demais unidades da federação o benefício do crédito presumido se aplica exclusivamente às saídas
interestaduais.

24
Há um erro formal nesse código de CFOP – O correto seria outros créditos, que na nomenclatura atual do CFOP
corresponderia a 6.949.

62
Ora, para vender no mercado interno, na Zona Franca de Manaus, o importador estaria livre do pagamento
do II e do IPI na aquisição dessas mercadorias no exterior, o que não acontece quando a importação é feita pela
sistemática de tributação em comento. Então, sob o ponto de vista de vantagem fiscal o contribuinte usuário do
corredor de importação somente deveria utilizar esse regime tributário se tivesse a certeza da venda interestadual.

Art. 29. Na hipótese de anulação da venda ou devolução da mercadoria, o contribuinte somente fará jus,
a título de crédito fiscal, ao valor correspondente ao montante do imposto destacado na Nota Fiscal de saída,
descontado o valor do crédito presumido de que trata o artigo anterior.

COMENTÁRIO

O desfazimento do negócio como a anulação de venda ou devolução de mercadorias, enseja, como regra
normal de tributação, a possibilidade da apropriação do respectivo crédito fiscal. No corredor de importação, como
o crédito presumido foi concedido sobre um valor de operação que afinal não se concretizou, é necessário por
ocasião da anulação ou cancelamento, o estorno do crédito presumido proporcionalmente à devolução. Um
procedimento prático é a permissão para o creditamento descontando-se a parcela do crédito presumido.

Art. 30. Para fruição dos benefícios fiscais relacionados ao Corredor de Importação, o contribuinte
deverá atender a regime especial nos seguintes termos:

I – inscrição específica junto a SEFAZ;


II – utilização de documento fiscal distinto e exclusivo.

§ 1° A inscrição exigida no inciso I deverá ser requerida de acordo com a nomenclatura estabelecida pelo
Código de Atividade Econômica nas posições 60.00 e/ou 61.00.

§ 2° A Nota Fiscal que acobertar a saída da mercadoria de que trata este artigo deverá conter em
destaque a expressão “MERCADORIA ESTRANGEIRA NACIONALIZADA – CORREDOR DE IMPORTAÇÃO”.

COMENTÁRIO

Uma das formas de controle utilizada pelo Estado do amazonas é a obrigatoriedade do contribuinte possuir
diversas inscrições estaduais. Os controles dos diferentes incentivos concedidos são realizados mediante auditoria
nas operações realizadas em cada inscrição, tais como se tratassem de estabelecimentos autônomos, exigindo-se
livros, registros e documentos fiscais próprios.

Artigo 31 revogado pelo Decreto 25.134/05, efeitos até 31.07.05

25
A melhor terminologia seria crédito outorgado, uma vez que esse crédito não guarda vinculação com o princípio da
não cumulatividade.

63
Art. 32. O recolhimento do imposto relativo à saída da mercadoria beneficiada pelo Corredor de
Importação deverá ser efetuado sob a especificação do Código de Receita estabelecido pela Secretaria da Fazenda.

Art. 33. Não se aplicam às disposições do Corredor de Importação:

I - às operações internas com bebidas alcoólicas, inclusive cervejas e chopes, fumo, perfumes, armas e
munições;
II - às operações internas e interestaduais com motores de popa com capacidade de força igual ou
inferior a 40 HP;
III - quando não ocorrer o desembaraço aduaneiro no Estado e a efetiva entrada da mercadoria no
território amazonense.

§ 1º O disposto no inciso I não se aplica às operações com bebidas alcoólicas, promovidas por
estabelecimento situado na Zona Franca de Manaus, que pratique preço inferior ou igual ao praticado nas lojas
francas (dutty free), de Manaus, Rio de Janeiro e São Paulo.
§ 2º Para efeito de aplicação do disposto no parágrafo anterior, o contribuinte fica obrigado a fixar, de
forma visível e em local de acesso ao público de seu estabelecimento, quadro comparativo dos preços praticados
com as suas mercadorias nas diversas lojas francas nos locais ali indicados.

COMENTÁRIO

É vedada a utilização desse incentivo para importação de fumo, perfumes26, armas e munições, além
motores de popa com capacidade de 40 HP ou de capacidade inferior . As três primeiras mercadorias têm vedação
para usufruir das vantagens da ZFM. Quanto à bebida alcoólica, que também consta da lista de vedações, é permitida
a operação pelo Corredor de Importação, desde que o preço praticado pelo estabelecimento na ZFM não ultrapasse o
preço praticado pelas lojas francas ( duty free ) em Manaus, Rio de Janeiro e São Paulo.
Uma das obrigações acessórias para quem opera com bebidas alcoólicas no Corredor de Importação é a de
dar publicidade dos preços praticados comparativamente aos preços praticados nas lojas francas.
Também é vedada a transferência de mercadorias adquiridas por essa modalidade de incentivo, salvo se a
matriz ou filial exercer a mesma atividade econômica.
Uma importante restrição diz respeito à exigibilidade de que a mercadoria efetivamente seja
desembaraçada no território amazonense com o efetivo ingresso das mercadorias. Essa restrição se justifica como
medida fiscal para evitar o planejamento tributário em que a sociedade empresarial tão somente obtinha a inscrição
de Corredor de Importação porém exercia sua atividade econômica em outras unidades da Federação.
Ao realizar a importação e desembaraço de mercadorias em outro Estado, o contribuinte com inscrição no
Corredor de Importação do Amazonas, fazia unicamente o recolhimento do ICMS incentivado ao Estado do
Amazonas, num flagrante prejuízo ao Estado em que deva o ingresso das mercadorias.

26
O perfume que não pode obter o benefício é o concentrado, o mesmo item vedado para obtenção dos benefícios da
ZFM. O perfume na forma de eau de toilet, pode ser comercializado pelo Corredor de Importação.

64
Como a Lei complementar 87/86, tem um dispositivo que disciplina claramente que o ICMS incidente na
importação é de competência da unidade federada em que se dá o ingresso da mercadoria, essa prática, favorável ao
planejamento tributário deveria ser mesmo cerceada na legislação amazonense.
Art. 34. Nas operações internas regidas pelo Corredor de Importação, fica vedada a transferência de
mercadoria entre estabelecimentos do mesmo titular, exceto quando o destinatário possuir a mesma atividade
econômica.
Artigo 34-A acrescido pelo Decreto 26.111/06, efeitos a partir de 01.08.06
Art. 34-A. Nas operações com aparelho terminal portátil de telefone celular, ainda que combinado com
outros bens de processamento de dados, seus acessórios; disco virgens para gravação de dados por meios ópticos
(disco digital de leitura a laser gravável – CD/DVD); impressoras (jato de tinta, térmica, laser e multifuncional);
cartuchos e cabeças de tinta e com as mercadorias relacionadas no Anexo II deste Decreto aplicar-se-á, em
substituição às disposições previstas no § 1º do art. 27 e no art. 28, o seguinte tratamento:
I – diferimento do lançamento do ICMS incidente sobre operação de importação do exterior;
II – crédito fiscal presumido equivalente a 10% (dez por cento) do valor da saída, se destinada à outra
unidade da Federação, calculado sobre o valor da operação.

§1º Para fins do tratamento estabelecido no caput deste artigo, considerar-se-ão acessórios os seguintes
bens:

I – fones de ouvido – auscultadores, com ou sem tecnologia bluetooth;

II – kit veicular com ou sem tecnologia bluetooth;

III – cartões de memória;


IV - cabo munido de peças de conexão para transmissão de dados;
V – cartão para modem;
VI – outros acessórios, se destinados para aparelho terminal portátil de telefonia celular.

§ 2º Encerra-se o diferimento de que trata este artigo na saída da mercadoria do estabelecimento


comercial importador, hipótese em que o ICMS diferido considerar-se-á englobado ao devido na operação de
saída.

§ 3º O disposto no caput deste artigo somente se aplica:

I - à indústria incentivada nos termos da Lei nº 2.826/2003 que possua estabelecimento importador de
mercadorias estrangeiras nos termos no art. 27 deste Decreto;

II – por 2 (dois) anos a contar do início do gozo do benefício, por modelos de telefone celular;

III – se o cartucho e a cabeça de tinta forem novos e originais de fábrica;

IV – ao estabelecimento que possua autorização da SEFAZ concedida por meio de regime especial.

§ 4º Em relação ao aparelho terminal portátil de telefonia celular, o tratamento de que trata o caput
deste artigo somente poderá ser concedido caso a marca do aparelho importado seja a mesma do produzido pelo
importador no Pólo Industrial de Manaus.

COMENTÁRIO

Esse incentivo recebeu benefícios adicionais para o aparelho terminal portátil de telefonia celular, que a
partir de agora será tratado simplesmente como telefone celular, como forma de compensar eventuais perdas de
competitividade em comparação ás condições oferecidas por outras unidades da federação.

65
Esse setor industrial tem acesso a benefícios fiscais federais, estando em decorrência, obrigados a
procederem investimentos em pesquisa e desenvolvimento tecnológico, no montante equivalente a 5% do seu
faturamento anual. Então, face aos incentivos federais e do tratamento diferenciado que os demais Estados da
Federação costumam oferecer a esse setor, no fenômeno conhecido como guerra fiscal, a competitividade do
telefone celular na ZFM ficou reduzida a eventuais vantagens no ICMS.
Os benéficos concedidos ao telefone celular, quando importado pelo Corredor de Importação são:
I- Diferimento da importação, enquanto que no regime geral do Corredor de
Importação – CI, há incidência de ICMS no percentual de 6%( seis por cento);
II- Crédito presumido de 10%- quando no regime geral do CI esse percentual é de 6%;
É permitida a importação de acessórios necessários ao funcionamento do telefone celular, sem que isso se
caracterize processo de industrialização.
Exemplo de operações com o corredor de importação para mercadorias em geral:
I- Cálculo da Importação.
Valor CIF-R$ Tributos Federais Base de Cálculo do ICMS Alíquota Valor do
Incidentes na ICMS -CI ICMS
Importação27
100.000,00 45.000,00 (estimado) (100.000+45.000)/ (1- 6% 9.255,32
28
0,06) = 154.255,00

II-Cálculo na operação de Saída:


Valor da Operação Interestadual Alíquota ICMS para o Corredor Valor do débito do ICMS
– R$ de Importação
210.000,00 12% 25.200,00

III- Apuração do ICMS:


Débito do ICMS = 25.200,00
(-) Crédito presumido ( 6% sobre R$210.000,00) 12.600,00
(-) Crédito pelo recolhimento ICMS- importação 9.255,32
ICMS a Recolher 3.344,68

IV - Carga Tributária do ICMS:


ICMS na operação de saída + ICMS na importação = 3.344,68+9.255,32= 12.600,00
Valor da Operação de Saída Interestadual = 210.000,00
Carga Tributária do ICMS = 12.600/210.000 = 6%

27
Incidem na importação entre outros tributos o Imposto de Importação- II, o IPI, o PIS e a COFINS.
28
A alíquota de ICMS é de 6%. Esse reconstituição da base de cálculo é necessária para fazer incluir o próprio ICMS,
em sua Base de Cálculo.

66
Para a telefonia celular o cálculo é feito de forma semelhante , porém aplicando-se o diferimento na
importação e um crédito presumido de 10% , nas hipóteses de operações de saídas interestaduais. Em decorrência
desse crédito presumido maior, a carga tributária do ICMS é de apenas 2%( dois por cento) sobre o valor da operação
da saída interestadual. No entanto, como o crédito presumido somente se aplica às operações interestaduais, nas
operações internas a carga tributária será sempre de 12%( doze por cento).
Seção II
Da Alíquota Reduzida

Art. 35. Fica reduzida a alíquota interna do ICMS incidente sobre as operações realizadas por empresas
comerciais, regularmente inscrita no CCA e em situação regular como definido pela legislação do ICMS, para:

I - 7% (sete por cento) nas seguintes operações:

a) na saída de bens de consumo final, incentivados e industrializados no Estado, nos termos deste
Regulamento;
b) na importação de mercadorias estrangeiras destinadas à comercialização;
c) na saída das mercadorias de que trata a alínea anterior.

II - 12% (doze por cento) na saída interna da mercadoria realizada sob o amparo do regime de tributação
a que se refere o art.27.

§ 1.º Não se aplica:

I - o disposto na alínea “a” do inciso I do caput deste artigo, quando se tratar de biodiesel, refrigerantes,
bebidas energéticas, inclusive repositores, extrato para refrigerantes, água mineral, cimento, ciclomotores,
motonetas, triciclos, quadriciclos e motocicletas;
II – o disposto no inciso I, “b” e “c”, do caput em relação aos seguintes produtos:
a) mercadorias que, por suas características, quantidade e qualidade, indiquem a destinação industrial, a
título de matéria-prima ou insumo;
b) combustíveis líquidos, gasosos e lubrificantes, de qualquer tipo;
c) petróleo bruto ou em qualquer fase de refino;
d) armas e munições, fumo, bebidas alcoólicas de qualquer tipo e veículos automotores;
e) cimento e farinha de trigo.
f) motores de popa com capacidade de força igual ou inferior a 40 HP.

§ 2.º Para efeito do disposto neste artigo, veículo automotor é qualquer veículo aéreo, terrestre,
aquático ou anfíbio, dotado de força motriz própria, ainda que complementar ou alternativa de fonte de energia
natural, tais como:
I – automóveis;
II – embarcações, inclusive aquelas destinadas à recreação ou esporte;
III - aeronaves.

COMENTÁRIO
Os três principais incentivos para a atividade comercial são:
1- o corredor de importação, já comentado, direcionado às operações interestaduais;
2- a possibilidade do contribuinte importador de bens finais adquirir determinadas mercadorias (
exclusivamente bens de consumo final) do exterior utilizando a alíquota de 7%( sete por cento), devendo utilizar a
mesma a alíquota de 7%( sete por cento) nas operações internas e
3- aquisição local de mercadorias produzidas por indústrias incentivadas pela Lei 2.826/2003, com alíquota
de 7%( sete por cento), praticando a mesma alíquota nas operações internas

67
Esse incentivo da alíquota reduzida na importação sofre várias restrições porque a alíquota normal de
importação, para os insumos industriais, por exemplo, é de 17%. Se não houvesse um disciplinamento restringindo as
mercadorias a serem importadas, as empresas comerciais fariam importação de insumos com alíquota de 7% , o que
não o objetivo desse incentivo.
Por outro lado, há certos bens de consumo final que pelas suas características mercadológicas e de
demanda não precisam de incentivos adicionais, devendo portando serem vedados do acesso a esse benefício.
Assim, as sociedades comerciais estão impossibilitadas de obter credenciamento para importação com
alíquota reduzida de 7% das seguintes mercadorias : insumos industriais, combustíveis líquidos, gasosos e
lubrificantes, de qualquer tipo, petróleo bruto ou em qualquer fase de refino, armas e munições, fumo, bebidas
alcoólicas de qualquer tipo, veículos automotores, incluindo embarcações e aeronaves, cimento e farinha de trigo.
Ressalte-se que as empresas comerciais que optarem em realizar importação com alíquota reduzida de 7%,
estarão sujeitas à contribuição para o FTI, no valor equivalente a 1% ( um por cento) aplicado sobre o valor CIF da
importação.29
O incentivo da aquisição interna com alíquota de 7% de mercadorias produzidas na ZFM , por indústrias
incentivadas, não aplica aos refrigerantes, bebidas energéticas, extratos para refrigerantes, água mineral, cimento,
ciclomotores, motonetas, triciclos, quadriciclos e motocicletas30 .
Art. 36. As empresas comerciais beneficiadas nos termos do inciso I do caput do artigo anterior deverão
recolher em favor do FTI contribuição financeira em caráter irretratável e irrevogável, durante todo o período de
fruição dos incentivos, até o dia 15 (quinze) do segundo mês subseqüente, mediante Documento de Arrecadação –
DAR, em rede bancária autorizada, com Código de Receita estabelecido pela Secretaria da Fazenda, no valor
correspondente a 1% (um por cento) sobre o valor CIF indicados nos documentos de importação de mercadorias
destinadas à comercialização, exceto na hipótese prevista no artigo anterior.

§ 1° O recolhimento em favor do FTI é condição para a concessão e manutenção do benefício relativo à


redução da alíquota do ICMS para 7%.

§ 2º A contribuição citada no parágrafo anterior será aplicada exclusivamente em projetos da área do


turismo.

Art. 37. O disposto no inciso I, “b” e “c” do art. 35 somente se aplica às empresas previamente
habilitadas pela SEFAZ.
§ 1° Para fins da habilitação de que trata o caput deste artigo, o contribuinte deverá estar em dia com
suas obrigações fiscais estaduais.
§ 2° Para fins de atendimento das exigências contidas no parágrafo anterior, bem como para a
manutenção do benefício, todos os estabelecimentos do mesmo titular serão considerados em conjunto.

29
Vide tabela no comentário ao artigo 22.
30
Os ciclomotores, motonetas, triciclos, quadriciclos e motocicletas, gozam de base de cálculo reduzida de tal forma
que a carga tributária corresponda a 12%.

68
§ 3° A habilitação de que trata este artigo poderá ser cassada a qualquer tempo pela SEFAZ, caso o
contribuinte descumpra as normas e condições contidas neste Regulamento.
§ 4º O requerimento da habilitação deverá ser encaminhado à GCAD e será instruído com os seguintes
documentos:
I - certidão negativa de débito com o Estado;
II – cópia da cédula de identidade do representante legal do contribuinte;
III – cópia do registro de inventário, constando o estoque de mercadorias estrangeiras no dia anterior ao
do protocolo, assinada pelo representante legal;
IV – comprovante de pagamento da taxa de expediente respectiva.

COMENTÁRIO

De forma diversa do Corredor de Importação, que exige inscrição diferenciada do contribuinte no Cadastro
Estadual, na autorização para proceder a importação com alíquota de 7%( sete por cento) exige-se apenas o
credenciamento do contribuinte que , para obtê-lo, deverá estar adimplente e sem qualquer restrição cadastral.

Seção III
Da Cesta Básica

Vide art. 12, I, b, e § 2º, do RICMS/99.

Vide Resolução nº 004/2004 - GSEFAZ

Art. 38. Nas operações com as mercadorias integrantes da cesta básica, a seguir relacionadas, fica
reduzida a base de cálculo do ICMS de forma que a carga tributária líquida corresponderá a 1% (um por cento)
sobre o valor da operação, vedada a apropriação de crédito fiscal a qualquer título, observadas as condições
previstas neste Regulamento:

I - creme vegetal e margarina, em embalagem com peso líquido de até 250g;


II – arroz;

III – feijão;

IV – óleo comestível de soja;


V – sal;
VI – açúcar não refinado;

VII – preparo em pó para bebida láctea (leite em pó, modificado pela mistura de soro de leite) embalado
em pacote com peso líquido de até 400g;

VIII – frango inteiro;

69
IX – sardinhas com óleo de soja, em embalagem em lata, com peso líquido de até 130g;
X – fiambre de carne bovina, em embalagem com peso líquido de até 320g;
XI – carne bovina, em embalagem em lata com peso líquido de até 320g;
XII – salsicha, em embalagem em lata com peso líquido de até 300g.

§ 1º As mercadorias de que trata este artigo ficam consideradas “já tributadas” nas demais fases de
comercialização com:

I - o pagamento do ICMS relativo à antecipação tributária nas operações com mercadorias procedentes
de outra unidade da Federação;
II - a incidência do ICMS relativo à saída do produto do estabelecimento onde foi industrializado.
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos produtos importados do exterior.
§ 3º O tratamento tributário previsto no artigo somente se aplica em relação à empresa detentora de
regime especial concedido pela Secretaria da Fazenda e desde que se encontre em situação regular com suas
obrigações tributárias, nos termos definidos pela legislação do ICMS, exceto quando se tratar de microempresa.
§ 4º É vedado o acúmulo do incentivo fiscal de que trata este artigo com o incentivo previsto no art. 16
deste Regulamento.

COMENTÁRIO

Esse estímulo exemplifica a materialização da aplicabilidade do princípio da seletividade do ICMS do


Estado do Amazonas. Esse princípio, como se sabe, é obrigatório para o legislador do IPI e apenas recomendável no
caso do ICMS . No Código Tributário do Amazonas - Lei Complementar 19/97, ao tratar das alíquotas em seu artigo
assevera a seletividade em função da essencialidade dos produtos e serviços.
Os produtos integrantes da cesta básica sofrem restrições de peso, qualidade, tamanho, etc. mas
representam um avanço social na medida em que possibilita a aquisição por preços menores, de 12 itens essenciais à
alimentação para a população de baixa renda.31
O incentivo consiste em tributar em 1% (um por cento) as mercadorias integrantes da cesta básica ficando,
a partir dessa tributação, já tributada até o consumidor final. A tributação objeto desse incentivo poderá ser feita na
aquisição interestadual, com a técnica de antecipação tributária por ocasião do desembaraço da mercadoria , ou na
aquisição do estabelecimento industrial situado no Estrado do Amazonas.
A intenção é que o benefício da cesta básica seja integralmente repassado ao consumidor final sob a
forma de desconto correspondente à diferença entre o ICMS cobrado e o devido se não houvesse esse tratamento
tributário.
A forma de controle é feita mediante a exigência de uma inscrição específica pelo contribuinte
comerciante que a utilizará em suas aquisições das mercadorias elencadas na cesta básica. Após a aquisição, o

31
É controvertido o efeito da redução de tributos indiretos, como é o caso do ICMS,sobre o preço final das
mercadorias. Entretanto, como essa norma exige a concessão do desconto equivalente ao benefício fiscal e a fixação
de tabelas com preços comparativos, presume-se que os preços praticados sejam realmente menores, com o incentivo.

70
contribuinte transfere integralmente as mercadorias para a sua inscrição não incentivada, chamada “ normal” e
procede a comercialização indicando que essas mercadorias já foram tributadas até o consumidor final.
Esse benefício é exclusivo para as mercadorias nacionais e não se permite o acúmulo de incentivos da cesta
básica com o do crédito estímulo, disciplinado no artigo 16.
Art. 39. A aplicação do tratamento tributário previsto no artigo anterior fica condicionada à concessão
de desconto no preço de venda da mercadoria, correspondente à diferença do ICMS que seria devido caso não
existisse o tratamento tributário específico para a Cesta Básica.

Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, a empresa deverá:


I - expor tabela de preços das mercadorias em local visível ao público, com indicação do desconto a que
se refere o inciso anterior;
II - manter à disposição da fiscalização da SEFAZ a planilha de formação dos preços relacionados aos
produtos da Cesta Básica.
Art. 40. Para fins do disposto no art. 38, observar-se-á:
I - o estabelecimento industrial emitirá a Nota Fiscal, destacando como imposto o valor correspondente
à carga tributária prevista no caput, indicando no corpo do documento fiscal a expressão: “Cesta Básica - Lei n°
2.826/ 2.003”;
II - o estabelecimento comercial revendedor das mercadorias:
a) lançará o documento fiscal, relativo à entrada do produto integrante na Cesta Básica, nas colunas
“Valor Contábil” e “Outras” do Livro Registro de Entradas;
b) emitirá documento fiscal sem destaque do ICMS, indicando no corpo do documento fiscal a expressão:
“Cesta Básica – produto já tributado nas demais fases de comercialização”;
c) escriturará o documento fiscal a que se refere a alínea anterior nas colunas “Valor Contábil” e
“Outras” do Livro Registro de Saídas.

Art. 41. A aplicação do tratamento tributário relativo aos produtos da Cesta Básica, procedentes de
outra unidade da Federação, fica condicionada a inscrição específica no Cadastro de Contribuintes do Estado do
Amazonas – CCA.

Parágrafo único. Para fins de comercialização das mercadorias da Cesta Básica, a empresa deverá
promover prévia transferência da mercadoria da inscrição específica para sua inscrição normal, observando como
valor da operação o disposto no art. 39.

COMENTÁRIO

Esse benefício é exclusivo para as operações internas. Na hipótese de o contribuinte realizar operações de
saídas interestaduais, sujeitar-se-á à tributação normal pela alíquota interestadual, tendo direito tão somente ao
crédito de 1%, correspondente ao ICMS do desembaraço, no caso de aquisições oriundas de outros Estados ou à
tributação quando adquiridas de industriais situados no Estado do Amazonas .

71
CAPÍTULO III
DA ATIVIDADE PRIMÁRIA

Art. 42. Fica mantido o Cadastro Simplificado de Produtor Primário, como definido na Legislação
Tributária do Estado, destinado à inscrição de pessoa física que exerça a atividade de produção rural quer como
proprietária, usufrutuária, comodatária, arrendatária ou possuidora de imóvel rural.

Parágrafo único. O documento hábil para o cadastramento do produtor primário, tratado neste artigo,
será a Cédula de Identidade juntamente com o documento de proprietário, usufrutuário, comodatário,
arrendatário ou possuidor do imóvel.

COMENTÁRIO

Os benefícios concedidos ao setor primário alcançam a pessoa física do produtor primário, os


estabelecimentos agropecuários, às associações de produtores rurais, às cooperativas e associações de produtores
extrativistas , formados por pessoas físicas, as fundações públicas e instituições públicas de pesquisas ligadas à
atividade primária.
Esses benefícios são vedados às atividades relacionadas ao ao extrativismo mineral e extração de madeira.
A idéia do Cadastro Simplificado do Produtor Primário, foi o de desburocratizar a exigência de
documentação e possibilitar a fruição de benefícios fiscais ao pequeno proprietário ou mesmo possuidor de imóvel
rural.

Art. 43. O produtor primário inscrito na forma disposta no artigo anterior e localizado na zona rural, nos
termos fixados em Lei municipal, fará jus a:

I - isenção do ICMS nas aquisições internas de insumos agropecuários e florestais;


II - isenção do ICMS nas aquisições internas de máquinas e equipamentos para uso na produção,
beneficiamento e transporte, nas atividades agropecuária, pesqueira e florestal no interior do Estado;
III - dispensa da exigência do ICMS antecipado nas aquisições de insumos agropecuários efetuados em
outras unidades da Federação;
IV - diferimento do ICMS nas operações de saída para o momento da subseqüente saída do produto, ou
do resultado de sua industrialização, para o consumidor final ou fora do Estado;
V - faculdade de utilização de Notas Fiscais de Produtor sem o destaque do ICMS;
VI - dispensa do pagamento da Taxa de Expediente na emissão de Notas Fiscais Avulsas, nas operações
de saída, quando efetuadas diretamente nas Delegacias, Agências ou Postos da SEFAZ localizados no interior ou na
Capital;
VII - isenção do ICMS nas aquisições de energia elétrica e nos serviços de transportes intermunicipais,
referentes à produção primária realizada no interior do Estado.

72
§ 1º Aplica-se a isenção do imposto, de que trata o inciso VII do caput, à energia elétrica consumida no
imóvel de propriedade e/ou posse de produtor primário, desde que localizado em zona rural e nos termos
estabelecidos no certificado de credenciamento.

§ 2º A isenção de que trata o inciso II do caput não se aplica a veículos automóveis de passageiros,
camionetes, utilitários, ônibus, caminhões e congêneres, mesmo que empregados exclusivamente nas atividades
agropecuárias.

COMENTÁRIO

Os incentivos do ICMS na atividade do produtor primário, localizado em zona rural é bastante abrangente
pois alcança com isenção as aquisições internas de insumos agropecuários e florestais, bem como as aquisições
máquinas e equipamentos para serem utilizados no ativo permanente32; dispensa a antecipação do ICMS33 na
aquisição de insumos agropecuários oriundas de outras unidades da federação e concede diferimento para as
saídas, hipótese em que o tributo quando da saída do produto do estabelecimento industrial para o consumidor final
ou para outra unidade da federação.
A isenção concedida à utilização da energia elétrica, seja nas atividades de produção ou ao consumo do
estabelecimento e aos serviços de transportes tem um impacto econômico diferenciado pois é um redutor de custo
da produção. A empresa geradora de energia elétrica e os prestadores de serviços de transporte interestadual
concedem um desconto equivalente ao valor do ICMS da isenção, assegurada a manutenção dos créditos.
Esse benefício, da isenção do ICMS incidente no fornecimento da energia elétrica e na prestação dos
serviços de transporte intermunicipal foi estendido às cooperativas de trabalhadores.
No campo das obrigações acessórias foi concedida a faculdade da utilização da Nota Fiscal sem o destaque
de ICMS; dispensa da taxa de expediente na emissão da NF Avulsa, emitidas, evidentemente, quando o produtor
não dispõe Notas Fiscais.

Art. 44. Os estabelecimentos agropecuários e afins fazem jus à isenção do ICMS nas operações:

I - de entradas que destinem máquinas ou equipamentos ao ativo permanente de seu estabelecimento


de procedência nacional ou estrangeira, bem como suas partes e peças;
II - de entradas de reprodutores, matrizes animais e sêmen que tenham registro genealógico oficial ou,
na sua ausência, que venham obtê-lo no Estado, destinadas à melhoria do rebanho amazonense;

32
Essa isenção não abrange os veículos sejam eles de passageiros, camionetes, utilitários e quaisquer outros.
Certamente beneficiaria a aquisição de tratores, ceifadeiras, colheitadeiras e outros maquinários que fossem
tipicamente para uso agrícola.
33
A antecipação é um lançamento incidente sobre a aquisição de mercadorias oriundas de outras unidades da
federação, tendo como base de cálculo o valor da operação e como alíquota a diferença entre as alíquotas interna e
interestadual de origem. O art. 118 do RICMS/99, aprovado pelo Decreto 20.686/99, diz: “Será exigido por
antecipação, o imposto incidente sobre a primeira operação de saída, por ocasião da entrada de mercadorias
procedentes de unidade da Federação, destinadas a comercialização ou industrialização, exceto as que tenham por
destino servir de insumos de produtos incentivados pela Política de Incentivos Fiscais concedidos pelo Estado,
comprovado através do Laudo Técnico de Inspeção”.

73
III - de aquisições de energia elétrica destinada à conservação e frigorificação de pescado, produtos
agrícolas e sementes, se o empreendimento estiver localizado no interior do Estado.

§ 1º O disposto no inciso I está condicionado à vedação da saída do bem do estabelecimento por um


período mínimo de 5 (cinco) anos, hipótese em que o imposto não cobrado na entrada será exigido
monetariamente corrigido, proporcionalmente à razão de 20% (vinte por cento) ao ano ou fração que faltar para
completar o qüinqüênio.
§ 2º A exigência prevista no parágrafo anterior não se aplica se a saída for destinada a outro
estabelecimento agropecuário, do mesmo titular, localizado neste Estado.

COMENTÁRIO

Esses incentivos são para os estabelecimentos agropecuários e são bem menos abrangentes que àqueles
concedidos ao produtor primário. A isenção do ICMS alcança: 1- a aquisição de máquinas e
equipamentos destinadas ao ativo permanente, exigindo-se a permanência mínima do equipamento pelo prazo de
05 anos sob pena de cobrança do ICMS proporcional ao período que faltar para completar o qüinqüênio, com os
acréscimos legais. Essa exigência de permanência mínima não se aplica quando a desincorporação do bem do ativo
tem como destinatário outro estabelecimento agropecuário do mesmo titular, localizado no Amazonas; 2- a entrada
de reprodutores e matrizes animais e ainda o sêmen , com vistas à melhoria genética do rebanho amazonense e 3-
aquisição de energia elétrica para conservação e frigorificação do pescado, produtos agrícolas e sementes , tendo
como condição o estabelecimento estar situado no interior do Estado.
A possibilidade de aquisição de energia elétrica a um preço 25% mais barato, já que a operadora é
obrigada a conceder um desconto equivalente ao ICMS da isenção é um fator deveras estimulante para a
implantação de projetos do setor primário no interior do Estado.
Art. 45. Para fins da isenção do ICMS incidente sobre o fornecimento de energia elétrica e prestação de
serviço de transporte intermunicipal, de que tratam os incisos VII do art. 43 e III do art. 44, a SEFAZ emitirá
certificado personalizado declarando o benefício fiscal para a empresa beneficiária, documento que a credenciará
perante o fornecedor e prestador.

§ 1º O modelo de certificado mencionado neste artigo, assim como os procedimentos para sua
expedição serão instituídos por ato do Secretário de Estado da Fazenda.
§ 2º A empresa fornecedora de energia elétrica e prestadora de serviço de transporte intermunicipal,
conforme o caso, deverá abater de seu preço a parcela correspondente ao valor do ICMS, como se devido fosse,
indicando expressamente no documento fiscal o valor do desconto relativo à isenção, número e data de validade
do certificado de que trata este artigo, assegurada a manutenção dos créditos fiscais relativos às entradas.
§ 3º Será cassado o certificado personalizado se a empresa distribuidora de energia elétrica e
prestadora de serviço não efetuar o desconto a que se refere o parágrafo anterior.

COMENTÁRIO

74
A forma de controle adotada pela SEFAZ – AM, para o fornecimento de energia elétrica e para o prestador
de serviço de transporte intermunicipal é a emissão de um certificado de credenciamento para o beneficiário.
A não concessão do desconto decorrente da isenção pelo fornecedor de energia ou pelo prestador do
serviço, implica na cassação do certificado do beneficiário. Esse não é o melhor instrumento de controle do incentivo
pois a concessão do desconto é uma obrigação a ser cumprida por esses contribuintes.
Pela lógica do § 3° do Art. 45, o descumprimento da obrigação por um contribuinte acaba penalizando o
beneficiário do incentivo, que em última análise é o maior interessado em receber o desconto, porém não tem
qualquer controle sobre ele.

Art. 46. As disposições previstas neste Capítulo se aplicam às associações de produtores rurais; ao
produtor primário pessoa física, inscrito na forma do art. 42; às cooperativas e associações de produtores e
extrativistas, formadas por pessoas físicas; e às fundações públicas e instituições públicas de pesquisas ligadas à
atividade.
§ 1º O tratamento tributário definido no art. 45 aplicar-se-á também às cooperativas de trabalhadores,
como definidas em legislação específica.

§ 2º Os benefícios previstos neste Capítulo não se aplicam às pessoas ou cooperativas cujas atividades
estejam relacionadas, direta ou indiretamente, com o extrativismo mineral ou de madeira.

COMENTÁRIO

Embora sejam atividades primárias que utilizem matéria prima regional as atividades vinculadas à extração
de madeira ou mineral não usufruem dos benefícios fiscais aqui tratados e a razão lógica é certamente a questão da
preservação ambiental.
Conquanto o Poder Público exija a adoção de técnicas de manejo e reflorestamento a atividade de
exploração de madeira contem sempre um viés de devastação da cobertura arbórea do planeta. Não se pode
minimizar o efeito ambiental do desmatamento para o clima, para as fontes de água e para a toda biota amazônica,
incluindo o processo de desertificação.
Assim, é bastante razoável excluir a atividade florestal desses benefícios fiscais.
TÍTULO III
DOS INCENTIVOS EXTRAFISCAIS
CAPÍTULO I
DAS ESPÉCIES

Art. 47. Os incentivos extrafiscais do Estado do Amazonas compreendem a concessão de financiamentos


diferenciados através de linhas de créditos subsidiadas, voltados aos estabelecimentos de micro e pequeno portes
dos setores industrial, agro-industrial, comercial, agropecuário e afins e da prestação de serviços, e aplicação de
recursos em investimentos estatais nos setores de infra-estrutura social.
Art. 48. Os incentivos extrafiscais compreendem:

75
I - a concessão de financiamentos diferenciados aos estabelecimentos de micro e pequeno porte dos
setores agropecuário, agroindustrial e florestal, preferencialmente para produtos de origem vegetal e animal, com
certificação ambiental, industrial, comercial e de prestação de serviços;
II - a aplicação de recursos em investimentos estatais nos setores de infra-estrutura social através de
programas e/ou projetos definidos pelo Poder Executivo;
III - apoio tecnológico, gerencial e mercadológico;
IV – treinamento de recursos humanos em todos os níveis;
V - outros afins.

COMENTÁRIO

Os incentivos extra-fiscais têm como principal fonte de recursos a arrecadação advinda das contribuições
exigidas aos fundos de fomento FMPES e FTI, pela concessão de linhas de crédito subsidiadas a empreendimentos de
micro e pequeno porte, pela promoção de aperfeiçoamento tecnológico e profissional em todos os níveis , em que
destaca a ação da UEA e pelo aporte de recursos em setores de infra-estrutura social, numa forma de aplicação
estatal para atender as demandas da população de baixa renda.
Na lógica da política econômica os incentivos extra-fiscais refletem a tentativa de irradiação do modelo
ZFM para além da sua área direta de atuação, para que seus efeitos possam ser aproveitados de forma positiva pelos
demais municípios do Estado do Amazonas, não somente sob a forma de incremento da parcela da arrecadação do
ICMS, via fundo estadual de participação dos municípios, mas também pela ação privada mediante desenvolvimento
de projetos estratégicos para absorção de mão-de-obra, utilização de matéria-prima e criação de condições mínimas
de sustentabilidade econômica a longo prazo.
Paralelamente à implantação de projetos, a presença da Universidade Estadual nos municípios permite o
surgimento de uma mão-de-obra qualificada, de uma população com perspectivas de futuro.

Art. 49. Para os fins deste Regulamento, são definidos como mini e pequeno produtor rural,
microempresa e empresa de pequeno porte, as pessoas físicas, jurídicas e firmas individuais que tiverem alcançado
no ano-base, no período compreendido entre 1º de janeiro e 31 de dezembro, os seguintes níveis de receitas
brutas anuais:

I - mini produtor rural, até R$ 10.080,00 (dez mil e oitenta reais);


II - pequeno produtor rural, acima de R$ 10.080,00 (dez mil e oitenta reais) até R$ 196.800,00 (cento e
noventa e seis mil e oitocentos reais);
III - microempresa, até R$ 244.000,00 (duzentos e quarenta e quatro mil reais), exceto nos casos dos
incisos anteriores;
IV - empresa de pequeno porte, acima de R$ 244.000,00 (duzentos e quarenta e quatro mil reais) até R$
1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais).

COMENTÁRIO

76
Com a edição da Lei Complementar 123/2006 , todas as legislações que tratavam da classificação do porte
das empresas com base no faturamento anual, devem se adaptar ao padrão nacional.
No entanto, para aplicabilidade desses incentivos específicos não há prejuízo em se adotar esses limites
de faturamento para a classificação dos possíveis critérios de concessão de financiamento.

CAPÍTULO II
DO FUNDO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS
EMPRESAS E AO DESENVOLVIMENTO SOCIAL DO
ESTADO DO AMAZONAS – FMPES

Seção I
Disposições Gerais

Art. 50. O Fundo de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e ao Desenvolvimento Social do Estado do
Amazonas – FMPES, instituído pelo art. 151, § 2º da Constituição Estadual, tem por objetivo contribuir para o
desenvolvimento econômico e social do Estado do Amazonas, mediante a execução de programas de
financiamento aos setores produtivos e da aplicação de recursos em investimentos estatais nos setores de infra-
estrutura social para atender às necessidades e demandas da população de baixa renda, em consonância com o
Plano Estadual de Desenvolvimento.

§ 1º A composição dos recursos do FMPES será proveniente das seguintes fontes:

I - participação das empresas incentivadas, devendo ser repassados ao Fundo 6% (seis por cento),
calculados sobre o valor do crédito estímulo;
II - recursos do orçamento do Estado, previstos anualmente na Lei de Diretrizes Orçamentárias;
III - transferências da União e dos Municípios;
IV - empréstimos ou doações;
V - convênios ou contratos firmados entre o Estado e outros entes da Federação;
VI - retornos e resultados de suas aplicações;
VII - resultado da remuneração dos recursos momentaneamente não aplicados, calculado com base em
indexador oficial, a partir do trigésimo dia do seu ingresso na Agência de Fomento do Estado do Amazonas S/A –
AFEAM;
VIII - outras fontes internas e externas.
§ 2º Os recursos do FMPES discriminados nos incisos I a V, VII e VIII deste artigo terão a seguinte
aplicação:
I - 50% (cinqüenta por cento) em financiamento de atividades econômicas, dos quais 60% (sessenta por
cento) no interior do Estado;
II - 50% (cinqüenta por cento) na área social e o restante destinado a investimentos diretos pelo Estado,
preferencialmente, no setor de habitação, direcionados exclusivamente às necessidades de moradia da população
carente nas zonas rurais.

77
§ 3º Os recursos do FMPES de que trata o inciso VI do § 1° serão destinados exclusivamente a
financiamentos, respeitada a proporcionalidade disposta no inciso I do parágrafo anterior.
§ 4º É vedada a aplicação dos recursos do FMPES para outras finalidades que não as previstas neste
artigo, excetuando-se as estabelecidas no art. 168, § 2º e art. 170, § 4º da Constituição do Estado.
§ 5º A contribuição das empresas incentivadas, prevista no inciso I do caput deste artigo, será recolhida
pelas empresas na conta do FMPES, mantida pela Agência de Fomento do Estado do Amazonas S/A – AFEAM no
Banco depositário conveniado, em formulário específico, na mesma data, e com a mesma sistemática de
recolhimento do imposto devido.
§ 6º As liberações dos valores destinados ao Fundo, constantes do inciso II do § 1°, serão feitas pela
SEFAZ à AFEAM, à conta do FMPES.

COMENTÁRIO

O FMPES é o fundo mais antigo e o único criado pela Constituição Estadual em artigo 151, § 2°. É o fundo
que dá sustentação financeira para a execução das políticas de financiamento às atividades econômicas.
A composição desse fundo, além de 6% do crédito estímulo das indústrias incentivadas, recebe também
aporte anual de recursos orçamentários, prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias do Estado.
Metade dos recursos obtidos com o FMPES são destinados a financiamento de atividades econômicas,
sendo que o direcionamento de 60% dos financiamentos devem ocorrer em empreendimentos situados no interior
do Estado.
O restante dos recursos (50%) são aplicados na área social e a investimentos diretos pelo Estado ,
preferencialmente no setor de habitação, para a população de baixa renda.
Os recursos do FMPES são de aplicação exclusiva nas finalidades destacadas neste Regulamento podendo
ainda ser aplicado, para a prestação de assistência técnica e gerencial para as microempresas e empresas de
pequena porte, conforme previsão da Constituição Estadual.
É importante frisar que os recursos disponibilizados em financiamento são recuperados e reinvestidos em
novos financiamentos guardando-se a proporcionalidade de 60% no interior do Estado, sendo vedado a aplicação a
fundo perdido.

Seção II
Diretrizes Gerais

Art. 51. O FMPES obedecerá às seguintes diretrizes na formulação de seus programas de financiamento:

I - tratamento preferencial às atividades produtivas de pequenos e miniprodutores rurais,


microempresas e empresas de pequeno porte, que façam uso intensivo de matérias-primas e mão-de-obra locais e
às que produzam alimentos básicos para consumo da população;
II - distribuição de crédito para as sub-regiões indicadas no art. 26, do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias da Constituição do Estado, de acordo com a necessidade de cada uma dessas sub-
regiões e, ainda, em consonância com o Plano Estadual de Desenvolvimento;

78
III - adoção de prazos e carência, limites de financiamentos, juros e outros encargos diferenciados, em
função dos aspectos sociais, econômicos, tecnológicos e espaciais dos empreendimentos;
IV - conjugação de crédito com assistência e capacitação técnica;
V - orçamento anual das aplicações dos recursos;
VI - adequada política de garantias, preferencialmente fidejussórias e de seguro de crédito e uso dos
recursos de forma a atender a um universo maior de beneficiários e assegurar racionalidade, eficiência e retorno às
aplicações;
VII - apoio à criação de novos centros, atividades e pólos dinâmicos, especialmente em áreas do interior
do Estado, que propiciem a redução das disparidades de renda entre as sub-regiões a que se refere o inciso II;
VIII – proibição de aplicação de recursos a fundo perdido.

Parágrafo único. As operações de crédito do FMPES de valor até R$ 5.000,00 (cinco mil reais) terão
tratamento preferencial, o que não implica dispensa do cumprimento das formalidades necessárias para concessão
de crédito.
Art. 51-A. O Fundo de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e ao Desenvolvimento Social do Estado do
Amazonas – FMPES poderá celebrar parceria técnica com órgãos e entidades do Poder Executivo Estadual, bem
como com instituições de direito privado.
Parágrafo único. Os procedimentos para a celebração da parceria técnica a que se refere o caput deste
artigo serão objeto de regulamento próprio.

COMENTÁRIO

Os parâmetros de operacionalização do FMPES, FTI e UEA bem como a composição desses fundos, sua
administração, formação dos comitês administrativos, controle e prestação de contas obedecem a critérios da
administração pública, que não têm natureza tributária e portanto fogem ao escopo deste trabalho., que é o de
comentar e analisar aspectos tributários do Regulamento dos Incentivos Fiscais Estaduais.
Por decorrência, apenas reproduzo os artigos 51 a 59-C, sem comentá-los, sobretudo porque são auto-
explicativos.

Seção III
Dos Beneficiários dos Programas de Financiamentos

Art. 52. São beneficiários dos programas de financiamentos com recursos do FMPES as pessoas físicas e
as pessoas jurídicas de micro e pequeno porte, dos setores industrial, agro-industrial, comercial, agropecuário e
afins, e de prestação de serviços, bem como as cooperativas de produção e associações de produtores legalmente
constituídos.

Seção IV
Dos Encargos Financeiros

79
Art. 53. Os financiamentos concedidos com recursos do FMPES estão sujeitos a encargos financeiros e
benefícios de adimplência que serão estabelecidos pelo Comitê de Administração do Fundo, graduados de acordo
com o porte do beneficiário.

Seção V
Da Administração do Fundo

Art. 54. O Fundo, na parte que concerne a financiamentos, será administrado por um Comitê composto
por 12 (doze) membros, sendo:

I - 07 (sete) representantes do setor público, designados pelo Governador do Estado;

II - 05 (cinco) representantes da iniciativa privada, mediante indicação das seguintes instituições:


a) Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas;
b) Federação das Indústrias do Estado do Amazonas;
c) Associação Comercial do Amazonas;
d) Centro da Indústria do Estado do Amazonas;
e) Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.

Art. 54-A. Compete ao Comitê:


I - definir normas, procedimentos, encargos financeiros, benefícios de adimplência e demais condições
operacionais;
II - aprovar os programas de financiamentos;
III - indicar providências para compatibilização das aplicações com as ações da Agência de Fomento do
Estado do Amazonas;
IV - avaliar os resultados obtidos.

Art. 55. São atribuições da AFEAM, como Agente Financeiro do Fundo:


I - gerir os recursos;
II - enquadrar as propostas nas faixas dos encargos financeiros estabelecidos;
III - prestar contas sobre os resultados alcançados, desempenho e estado dos recursos e aplicações;
IV - exercer outras atividades inerentes à função de agente financeiro do Fundo.

§ 1º A AFEAM fará jus à taxa de administração de 3% (três por cento) ao ano, calculada sobre o
patrimônio líquido do Fundo e apropriada mensalmente.

80
§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no parágrafo anterior, fica estabelecido que o Patrimônio
Líquido do Fundo propriamente dito será constituído pelo saldo de todas as operações de crédito ativas, as suas
disponibilidades e o saldo das operações de crédito registradas na conta de compensação.
§ 3º A aplicação dos recursos do FMPES destinados à área social, deverá ser feita através de
investimentos em programas e projetos definidos pelo Poder Executivo.
§ 4º A destinação de qualquer valor do Fundo em desacordo com as deliberações específicas do Comitê e
a inobservância do disposto no parágrafo anterior constituirão crime de responsabilidade.

Seção VI
Do Controle e Prestação de Contas

Art. 56. O Fundo terá contabilidade própria registrando todos os atos e fatos a ele referentes, valendo-
se, para tal, do sistema contábil da AFEAM, no qual deverão ser criados e mantidos subtítulos específicos para esta
finalidade, com apuração de resultados à parte.

Art. 57. A AFEAM deverá, semestralmente:

I - publicar os balanços do FMPES, devidamente auditados;


II - apresentar ao Comitê do Fundo relatório circunstanciado sobre atividades desenvolvidas e resultados
obtidos.
§ 1º O exercício financeiro do Fundo coincidirá com o ano civil, para fins de apuração de resultados e
apresentação de relatórios.

§ 2º Deverá ser contratada auditoria externa, às expensas do Fundo para certificação do cumprimento
das disposições constitucionais e legais estabelecidas, além do exame das contas e outros procedimentos usuais de
auditagem.
§ 3º A AFEAM deverá colocar à disposição do Comitê de Administração os demonstrativos com posições
de final de mês, dos recursos, aplicações e resultados do Fundo.

CAPÍTULO III
DO FUNDO DE FOMENTO AO TURISMO E
INTERIORIZACÃO DO DESENVOLVIMENTO DO
ESTADO DO AMAZONAS – FTI

Art. 58. O Fundo de Fomento ao Turismo, Infra-estrutura, Serviços e Interiorização do Desenvolvimento


do Estado do Amazonas - FTI tem por objetivo contribuir para o desenvolvimento socioeconômico do Estado, em
consonância com o Plano Estadual de Desenvolvimento.

§ 1º A composição dos recursos do FTI será proveniente das seguintes fontes:

81
I - contribuição financeira de que trata o art. 22, XIII, “c”;
II - contribuição financeira de que trata o art. 36;
III - contribuições de empresas industriais incentivadas, oriundas de acordos firmados com o Governo do
Estado;
IV - recursos do orçamento do Estado, previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias;
V - transferências da União e dos Municípios;
VI - empréstimos ou doações;
VII - convênios ou contratos firmados entre o Estado e outros entes da Federação;
VIII - resultado da remuneração dos recursos momentaneamente não aplicados;
IX - outras fontes internas ou externas.

§ 2º Os recursos do FTI serão aplicados em programas de investimentos nas áreas de:

I - infra-estrutura básica, econômica e social;


II - interiorização do desenvolvimento, destinando-se 5% (cinco por cento) dos recursos do Fundo para o
desenvolvimento e custeio das atividades de assistência técnica e extensão rural e florestal;
III - comércio e turismo, inclusive na promoção e participação em eventos nacionais e internacionais;
IV - divulgação do modelo econômico do Estado e atração de novos investimentos.

§ 3º É vedada a aplicação dos recursos do FTI para outras finalidades que não as previstas neste artigo.

Art. 59. Os recursos do FTI serão alocados no orçamento do Estado nas respectivas áreas, para aplicação
em projetos definidos de acordo com o disposto no § 1° e no § 2° do artigo anterior.

Parágrafo único. As prestações de contas dos recursos do FTI deverão ser encaminhadas diretamente ao
Tribunal de Contas do Estado pela entidade ou órgão responsável pela respectiva aplicação.
Art. 59-A. O FTI, na parte que concerne a financiamento para novos empreendimentos, de que trata o
inciso IV do § 2º, do artigo 58 deste Regulamento, será administrado por um Comitê composto por 11 (onze)
membros, sendo:

I - 07 (sete) representantes do setor público, designados pelo Governador do Estado;


II - 04 (quatro) representantes da iniciativa privada, mediante indicação das seguintes Instituições:
a) Associação Comercial do Estado do Amazonas;
b) Federação das Indústrias do Estado do Amazonas;
c) Centro das Indústrias do Estado do Amazonas;
d) Federação da Agricultura do Estado do Amazonas.
Art. 59-B. Compete ao Comitê a que se refere o artigo anterior:
I – definir normas, procedimentos e condições operacionais;
II – apreciar e votar os programas de financiamentos apresentados;
III – indicar providências para readequação de programas de financiamentos;

82
IV – avaliar os resultados obtidos.

Art. 59-C. Os recursos do FTI, relativos à parcela destinada ao financiamento de novos


empreendimentos, previsto no inciso IV do § 2º do artigo 58, serão geridos pela AFEAM, a quem compete aplicá-
los de acordo com os programas aprovados, prestar contas ao Comitê de Administração e exercer outras atividades
inerentes ao administrador de recursos.

TÍTULO IV
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES

Art. 60. O descumprimento das obrigações previstas neste Regulamento sujeitará a empresa às
seguintes penalidades:

I - perda dos incentivos, a empresa que:


a) deixar de cumprir a disposição prevista no art. 22, I, salvo quando aprovado pelo CODAM novo
cronograma de implantação e início da produção, apresentado pelo interessado e acompanhado de justificativa
fundamentada;
b) comercializar como de fabricação própria, usufruindo incentivo, produtos que tenham sido produzidos
por outras empresas, ainda que idênticos aos por ela industrializados;
c) praticar ato de burla ao Fisco de qualquer esfera, comprovado por decisão judicial transitada em
julgado;
d) deixar de implantar e manter o projeto agropecuário na forma e condições aprovadas pelo CODAM,
na hipótese prevista no § 14 do art. 16.
II - suspensão dos incentivos, até a sua regularização, a empresa que:
a) deixar de cumprir as disposições dos arts. 22, II, III e VII, 23 e 25, § 2°;
b) for responsável por ato ou ocorrência grave que implique prejuízo, risco, ônus social,
comprometimento ou degradação do meio ambiente.
III - perda dos incentivos no período a que se referir a infração, a empresa que deixar de cumprir as
disposições do art. 22, XII e XIII;
IV - multa de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), a empresa que:
a) deixar de cumprir as disposições dos arts. 22, V e XI, e 24;
b) deixar de atender a qualquer notificação da SEPLAN, e/ou SEFAZ e SETRACI no prazo que for
estipulado.
V - multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) à empresa que:
a) deixar de cumprir às disposições do art. 22, IV, VI, VIII, IX e X;
b) deixar de apresentar ao funcionário responsável pela diligência fiscal ou inspeção, acompanhamento
e avaliação da concessão dos benefícios fiscais, os livros e os documentos contábeis ou comerciais, necessários ao
bom desempenho do seu trabalho, inclusive impedir o acesso aos locais vinculados à produção e estoque de
matérias-primas, secundárias e produtos acabados.

83
VI – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) à empresa que deixar de cumprir o disposto no art. 25, caput e
§ 1º.
§ 1º Na hipótese prevista no inciso VI do caput deste artigo, a multa recairá sobre a empresa
incorporadora, ou sobre aquela que resultar da fusão.

§ 2º No caso de reincidência de infração, no período de 12 (doze meses), haverá um agravamento das


penalidades, obedecendo as seguintes condições:
I - para as infrações penalizadas com multa de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), aplicar-se-á
multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais);
II - para as infrações penalizadas com multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), aplicar-se-á a suspensão dos
incentivos fiscais até a regularização;
III - para as infrações inicialmente penalizadas com a suspensão do incentivo fiscal aplicar-se-á a pena de
perda do benefício fiscal, com a anulação do ato concessivo respectivo.
IV – para as infrações penalizadas com multa de R$ 500,00 (quinhentos reais), aplicar-se-á multa de R$
1.000,00 (mil reais).
§ 3º Salvo disposição expressa em contrário, a responsabilidade por infrações independe da intenção do
agente e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
§ 4º Ressalvados os casos expressamente previstos, a imposição de multas para uma infração não exclui
a aplicação de penalidades fixadas para outras infrações, porventura verificadas.

§ 5º Para efeito do que dispõe o inciso I do caput, não se aplica a penalidade da perda do incentivo fiscal
do ICMS relativo à importação de insumos industriais do exterior, na hipótese da empresa exportar sem
industrialização 20% (vinte por cento) do valor dos insumos importados do exterior a cada ano, caso em que ficará
dispensado o pagamento do imposto incentivado.
§ 6º Fica mantido o incentivo fiscal relativo à importação de insumos industriais do exterior, na hipótese
da empresa realizar operação de saída dos correspondentes bens ou produtos em elaboração, sem industrialização
do respectivo bem incentivado, nos termos aprovados pelo CODAM, até o limite de 20% (vinte por cento) do valor
dos insumos importados do exterior a cada ano, observadas as seguintes condições:
I - que se destine à empresa incentivada com o mesmo incentivo fiscal do ICMS relativo à importação de
insumos do exterior;
II - que a empresa destinatária efetue o pagamento da contribuição, em favor do FTI, nos termos do item
1 da alínea “c” do inciso XIII do art. 22, se devida, calculada sobre o valor da operação de saída e recolhida nos
termos previstos em regulamento, salvo se recolhida por ocasião da importação do exterior.
§ 7º O diferimento e a redução de base de cálculo concedidos na importação de insumos para utilização
no processo produtivo de indústria incentivada ficam estendidos para as saídas de que tratam os §§ 5º e 6º, sempre
respeitados os limites estabelecidos nestes.
§ 8º Na hipótese de ultrapassar os limites de que tratam os §§ 5º e 6º, aplicar-se-á a penalidade da perda
do incentivo fiscal do ICMS ao valor que exceder aos respectivos limites, a cada ano, considerando-se para esse fim
o ano civil.

84
COMENTÁRIO

As penalidades aplicadas por infrações às normas dos Incentivos Fiscais variam desde a perda dos
incentivos fiscais até a multa pecuniária decorrente do descumprimento de obrigações tributárias acessórias diversas.
A perda dos incentivos pode ser analisada sob dois enfoques: perda plena e definitiva dos incentivos e
perda parcial, somente daquela operação realizada fora da cobertura dos incentivos.
Como exemplo de perda total destaca-se o caso da empresa que tem o projeto aprovado, mas não o
implanta. Nessa hipótese, havia somente a expectativa de direito ao incentivo que se consolidaria no momento da
produção industrial cumprindo as regras exigidas pela legislação.
Com a não implantação industrial o incentivo fiscal perde o seu objeto e só resta a Administração Pública
cassar essa autorização de incentivo porque mesmo sem a implantação industrial o detentor do projeto aprovado,
poderia causar efeitos de inibição da implantação do mesmo tipo de produto por outras empresas interessadas.
Por exemplo, uma empresa com indústria já instalada e que pretendesse inibir a concorrência poderia
aprovar um projeto na ZFM apenas para retardar a implantação de indústrias concorrentes.
Há também perda total dos incentivos para indústria que simula a produção, adquirindo mercadorias
prontas sem atender o disposto em seu respectivo Processo Produtivo Básico.
A penalidade de perda total dos incentivos alcança a empresa que praticar ato de burla contra qualquer dos
entes tributantes, sendo necessário a decisão judicial transitada em julgado.
Este artigo enumera ainda no inciso I, alínea “d” que a perda de incentivos aplicar-se-á à indústria que
deixar de implantar o projeto agropecuário no forma e condições preconizados no artigo 16, § 14.
Entende-se aqui que a perda alcançará, nessa hipótese, tão somente a parcela adicional de cinco pontos
percentuais porque se trata de um acréscimo ao incentivo normal.
Assim, se a empresa incentivada , no seu projeto original na ZFM continuar cumprindo o que determina a
legislação, mas, não implantar o projeto agropecuário que lhe permitiria obter os cinco pontos percentuais adicionais
de incentivos, evidente que não fará jus a esse acréscimo ou se já estiver usufruindo desse incentivo adicional, este
será exigido com multa e demais acréscimos legais.
A penalidade de suspensão dos incentivos ocorre quando a indústria deixar de cumprir obrigações sociais
para com os seus colaboradores, não atender a Resolução da SEPLAN para o desenvolvimento de programas de
regionalização e desenvolvimento tecnológico, deixar de dar preferência para os fornecedores locais de bens
intermediários, em igualdades idênticas de competitividade ou ainda causar danos graves ao meio ambiente.
Como se trata de suspensão, cessada o motivo que lhe deu causa restabelece-se o incentivo sem qualquer
outra restrição.
As penas pecuniárias são aplicadas para o descumprimento de obrigações de menor importância,como a
multa de R$ 2.500,00 para a empresa que não mantiver placa alusiva aos incentivos recebidos .
As multas serão cobradas em dobro no caso de reincidência no período de 12 meses.
As importações de insumos em que o ICMS não é exigido no momento da importação( caso do diferimento)
ou é exigido sobre uma base de cálculo menor ( redução de base de cálculo), são incentivos concedidos sob a
condição de industrialização dos insumos, sob pena de exigência do imposto integral com os acréscimos legais
incidentes desde a data da importação. É o caso de perda parcial dos incentivos.

85
No entanto, se a empresa incentivada com o benefício do diferimento ou redução da base de cálculo
promover a saída de insumos para o exterior, sem cumprir o processo de industrialização, até o limite financeiro de
20% do total importado em cada ano, não sofrerá nenhuma penalidade.
De igual forma, a empresa incentivada que promover saídas internas, também limitadas a 20% do valor
importado em cada ano fiscal, não sofrerá qualquer penalidade desde que a indústria adquirente goze de iguais
benefícios da alienante e que haja o recolhimento de contribuição ao FTI, calculado sobre o valor das saídas. A
contribuição não será exigida na hipótese de já ter sido recolhido por ocasião da importação, como é o caso das
indústrias de bens finais que gozam do diferimento na importação.
Evidentemente que se o contribuinte incentivado promover saídas em valores superiores a 20% da sua
importação em cada ano civil, de insumos não industrializados, essa parcela excedente estará sujeita à cobrança do
ICMS que foi desonerado no ingresso dessas mercadorias, com os acréscimos legais correspondentes. 34

Art. 61. As penalidades de perda e de suspensão dos incentivos de que trata o artigo anterior, incisos I e
II, efetivar-se-ão por decreto governamental, em face de proposição da SEPLAN, fundamentada nas provas
constantes do processo administrativo respectivo, no qual sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes.

COMENTÁRIO:

O rito para a cassação ou suspensão dos incentivos deve obedecer aos princípios do contraditório e da
ampla defesa. Afinal, o incentivo foi concedido mediante o cumprimento de diversas etapas de habilitação da
indústria e não poderia ser suprimido por ato isolado de uma autoridade administrativa.

Art. 62. Na hipótese de falta de recolhimento do ICMS e/ou das contribuições a que se refere os arts. 22,
XII e XIII, e 36, § 1º, a SEFAZ expedirá notificação para cobrança do débito.

§ 1º No prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da data da ciência da notificação de que trata o caput, o
contribuinte deverá recolher o imposto e/ou as contribuições, acrescidos dos juros e multa de mora, que incidirão
sobre o valor que deveria ter sido recolhido, nos termos dos arts. 100 e 300 da Lei Complementar n° 19, de 29 de
dezembro de 1997.
§ 2º Na hipótese de falta de recolhimento do imposto e/ou contribuições a que se refere o caput, até o
prazo previsto no parágrafo anterior, será lavrado Auto de Infração e Notificação Fiscal – AINF pelos agentes fiscais
da SEFAZ para aplicação da penalidade prevista no art. 60, III, caso em que será exigido o imposto sem direito ao
incentivo fiscal, acrescido dos juros e multa de acordo com os arts. 101 e 300 da Lei Complementar n° 19, de 29 de
dezembro de 1997.
§ 3º Verificado que o contribuinte não atendeu ao disposto no § 1°, relativamente à contribuição
prevista no art. 36, § 1º, será exigida no AINF, a que se refere o parágrafo anterior, a parcela do ICMS,

34
Os acréscimos legais, dentro do período da espontaneidade correspondem a 0,33% ao dia, limitados ao máximo de
20% e mais a variação da taxa SELIC no período entre o desembaraço aduaneiro e a data de pagamento, previstos no
Artigo 300 da Lei Complementar 19 de 29 de dezembro de 1997.

86
correspondente à diferença entre a alíquota interna prevista do Código Tributário do Estado e a prevista no artigo
35, I, “b” e “c”, acrescida da penalidade correspondente à falta de recolhimento do ICMS e juros de mora.

COMENTÁRIO

As regras do caput desse artigo e de seus §§ 1º e 2º aplicam-se exclusivamente ao ICMS declarado pelo
contribuinte na Declaração de Apuração Mensal- DAM. Na hipótese do contribuinte se encontrar em mora, a
Administração notifica para cobrança amigável. Se o contribuinte promover o recolhimento do tributo no prazo de
cinco(5) dias da notificação os acréscimos moratórios incidirão sobre o valor declarado como devido pelo
contribuinte, isto é, serão considerados como válidos os incentivos concedidos, em especial o crédito estímulo.
Se, ao contrário, o contribuinte não atender a notificação ele será autuado pelo valor integral do imposto,
sem aplicação da redução de valor do crédito estímulo e ainda acrescido do valor da multa correspondente a 50% do
principal.
Por exemplo um contribuinte com crédito estímulo de 55% que tenha declarado como devido o valor de
R$ 75.000,00 de ICMS e não tenha efetuado o pagamento no prazo regulamentar, quando notificado a fazê-lo em
5(cinco) dias, terá as seguintes situações:
a) Pagamento no Prazo da notificação:
ICMS devido (apenas Crédito Estímulo Pagamento no prazo
45% do saldo devedor) notificado ( 5 dias)
75.000,00 55% 75.000,00+ 0,33% ao
dia + variação SELIC

c) Não atendimento no prazo notificado:


ICMS devido Multa do art.101 da LC TOTAL Acréscimos Moratórios
(integral sem a 19/97 (50%)
redução de 55%)
166.166,70 83.333,33 250.000,00 0,33% ao dia + variação
SELIC

A regra do § 3º aplica-se ao contribuinte comercial que beneficiado com a redução de alíquota na


importação de bens de consumo final , de 17% para 7%, não proceder o recolhimento da contribuição em favor do
FTI correspondente a 1% do valor FOB da importação. Nessa hipótese, será exigido o ICMS correspondente à 10% da
base de cálculo da importação FOB, com os acréscimos legais, contados desde a data da importação.
Art. 63. Para fins de aplicação das penalidades cominadas no art. 60, IV e V, será lavrado Auto de
Infração pelo Técnico de Incentivos da SEPLAN, em duas vias, sendo a primeira, considerada documento preliminar
para abertura do processo administrativo e a segunda, entregue à empresa sob inspeção.
§ 1º No prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data da ciência do Auto da Infração, o contribuinte poderá
apresentar defesa administrativa.
§ 2º O titular da SEPLAN, fundado em parecer da assessoria jurídica do órgão, decidirá sobre a aplicação
da sanção no prazo de 30 (trinta) dias, a contar do recebimento da defesa.

87
COMENTÁRIO

As penalidades do Artigo 63, aplicam-se nas hipóteses de descumprimento das obrigações não tributárias
previstas no Art. 22 e 24 deste Decreto, sendo a competência para fiscalização e autuação da Secretaria de Estado de
Planejamento – SEPLAN, oferecendo-se oportunidade de defesa no prazo de 30 ( trinta) dias, sendo decidido em
instância única pela Assessoria Jurídica do órgão.
Essa matéria não obedece o Processo Tributário Administrativo do Estado, disciplinado na Lei
Complementar 19 de 29 de dezembro de 1997, nem o seu regulamento.
TÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Esse Decreto foi editado em 29 de dezembro de 2003, logo, seus efeitos somente terão eficácia a partir de 1º
de abril de 2004, tendo em vista os princípios da legalidade e o da anterioridade , inclusive o da anterioridade
nonagesimal, aplicáveis ao ICMS

Art. 64. Os níveis de crédito estímulo estabelecidos neste Regulamento serão reduzidos, nos últimos
meses de sua vigência, pro rata tempore, à razão de 5 (cinco) pontos percentuais ao mês, de forma que o benefício
se extinga ao termo final de sua vigência, incluindo-se neste momento qualquer resíduo remanescente.

COMENTÁRIO

A redução de incentivo do crédito estímulo está vinculado ao princípio da regressividade, segundo o qual
os incentivos deveriam ser reduzidos paulatinamente até a exaustão no prazo de validade previsto
constitucionalmente (05.10.2023) .
O legislador foi parcimonioso na aplicação da regressividade pois ela se aplicará tão somente nos últimos
6 meses de vigência do benefício e, mesmo assim, tão somente ao crédito estímulo. A idéia de regressividade dos
incentivos é que ocorresse de fato uma redução progressiva ao longo do período de fruição dos incentivos e não
somente no último semestre.

Art. 65. As empresas detentoras de incentivo de restituição do ICMS e regime especial de tributação, de
que tratam as Leis n° 1.939, de 27 de dezembro de l989, e n° 2.390, de 8 de maio de 1996, que satisfaçam as
condições exigidas para fruição dos incentivos fiscais previstos na Lei n° 2.826, de 29 de setembro de 2.003,
poderão submeter à apreciação da SEPLAN, opção, irretratável e irrevogável, até 31 de março de 2004, para fins de
enquadramento neste Regulamento.

§ 1º As empresas optantes na forma deste artigo usufruirão os incentivos previstos neste Regulamento
o
relativamente aos fatos geradores do imposto ocorridos a partir de 1 . de abril de 2.004, pelo prazo previsto no art.
40 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, observado o disposto no art. 64.

88
§ 2º Para fins da aplicação das fórmulas a que se referem os §§ 6°, 10 e 17 do art 16, a empresa optante
poderá efetuar os cálculos dos custos com base no último mês do prazo para opção, aplicando no período de
apuração subseqüente.
§ 3º A opção prevista neste artigo somente será aceita se exercida para a totalidade dos produtos
incentivados ou beneficiados pelo regime especial de tributação, por empresa, incluindo a matriz e filial.
§ 4º As empresas optantes nos termos deste artigo e amparadas por decreto concessivo de incentivos,
de que tratam a Lei n° 1.939, de 1989, e a Lei n° 2.390, de 1996, para bens enquadrados como intermediários,
excetuados os previstos no inciso II do art. 13, usufruirão o diferimento, crédito presumido e crédito estímulo,
observado o prazo previsto no § 1° deste artigo, e tratamento isonômico para bens classificados na mesma posição
e subposição do código tarifário NCM/SH.

COMENTÁRIO

A Lei 1.939 de 27 de dezembro de 1989, referida no caput deste artigo era a principal lei dos incentivos
anteriormente vigente , sendo que os seus benefícios se extinguem em 05 de outubro de 2013. A edição da Lei
2.826/2003, foi para permitir o alongamento do período de benefício para se adequar ao prazo de vigência da Zona
Franca de Manaus, ou seja, quem fizer a opção pelo conjunto de benefícios fiscais ora oferecidos tem assegurado o
benefício até 05 de outubro de 2023.
A Lei 2.390/96 de 08 de maio de 1996, funcionava como um complemento aos benefícios concedidos pela
Lei 1.939/89, premiando parcelas de produção excedente a uma média já alcançada pelo setor em que a empresa se
enquadrava, ou ainda, setores pioneiros, assim entendidos, aqueles inexistentes na ZFM, em 1996.
À empresa beneficiada por uma das leis citadas ou por ambas, já que poderiam coexistir no regime jurídico
anterior, foi concedido o prazo de 90 dias para opção irretratável e irrevogável para opção pelo novo regime de
incentivos, que passou a ter vigência a partir de 1° de abril de 2004 estendendo-se até 05 de outubro de 2023.
As indústrias que resolverem pela opção ao regime novo, cujos produtos se enquadrem nos setores em
que haja benefícios adicionais, condicionados ao nível de utilização de insumos regionais, poderão calcular o
coeficiente do incentivo com base na contabilização dos elementos relativos ao mês anterior ao da opção.
A opção deverá ser universal, para todos os produtos incentivados e para todas os estabelecimentos da
sociedade empresarial, sejam matriz ou filiais . É vedado ao contribuinte realizar planejamento tributário em que a
opção se desse unicamente para um dos itens produzidos pela empresa, permanecendo os demais sob o regime
anterior, ou ainda manifestar a opção por uma filial permanecendo os demais estabelecimentos na situação regida
pelas leis anteriores.
Excetuada a indústria produtora de placa de circuito impresso de áudio e vídeo, às demais empresas
produtoras de bens intermediários, pelo regime de incentivos fiscais anterior, quando optantes pela Lei 2.826/2003,
estão assegurados os benefícios de diferimento, crédito presumido e crédito estímulo, a partir de 1º de abril de 2004.
Um dos benefícios trazidos pela Lei 2.826/2003, foi o tratamento isonômico para os bens classificados na
mesma posição e subposição do código tarifário NCM/ SH.

89
Art. 66. A opção, de que trata o artigo anterior deve ser manifestada através de requerimento da
empresa incentivada, incluindo matriz e filial, dirigido ao Governo do Estado do Amazonas, por intermédio da
Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico – SEPLAN.

§ 1° O requerimento, cujo modelo será aprovado pela SEPLAN, deverá ser instruído com fotocópias do
decreto concessivo e anexo discriminando todos os produtos incentivados e respectivos códigos tarifários na
NCM/SH.
§ 2° A empresa que formular a opção nos termos do parágrafo anterior e atender as exigências legais
será enquadrada na Lei n° 2.826, de 29 de setembro de 2.003, e neste Regulamento, mediante decreto
Governamental.
§ 3° A contar da publicação do Decreto, a que se refere o parágrafo anterior, fica fixado o prazo de 30
(trinta) dias para que sejam substituídos os Laudos Técnicos de Inspeção, independentemente de requerimento da
empresa interessada, sem prejuízo da fruição dos incentivos fiscais a contar do término do prazo previsto no caput
do art. 65, salvo se comprovado o não cumprimento do projeto técnico e de viabilidade econômica.

COMENTÁRIO

A empresa deve manifestar a opção em único documento incluindo os estabelecimentos matriz e filial, se
for o caso, listando todos os itens produzidos com incentivo e indicando a classificação tarifária ( NCM /SH) de cada
um deles.
A formalização do reconhecimento da opção pelo Estado dar-se-á mediante publicação de decreto do
Poder Executivo, sendo fixado o prazo de 30 dias , a partir da publicação desse decreto, para renovação dos Laudos
Técnicos , os quais serão emitidos de ofício, independente de requerimento pelo interessado beneficiário.
Art. 67. A empresa optante nos termos deste Regulamento ficará sujeita à inscrição específica no
Cadastro de Contribuintes do Estado do Amazonas – CCA, hipótese em que, em relação aos estoques de insumos
industriais, produtos acabados, bens de uso e consumo e bens integrantes do ativo permanente, acobertados pela
inscrição no CCA específica para as operações com incentivo fiscal de restituição do ICMS ou regime especial de
tributação, de que tratam as Leis n° 1.939, de 1989, e n° 2.390, de 1996, deverá observar o seguinte:
I - transferir os estoques, mediante Nota Fiscal sem destaque do ICMS, para a nova inscrição específica;
II - transferir os créditos fiscais do imposto em favor da nova inscrição específica, mediante Nota Fiscal
que indique a expressão: “Crédito fiscal do ICMS – Valor R$....”;
III - efetuar o estorno escritural do crédito fiscal do ICMS, relativo à saída com diferimento do imposto,
no período de apuração que realizar as respectivas operações.

§ 1° Na hipótese de falta de cumprimento do disposto no inciso III, deverá a empresa efetuar o


pagamento do ICMS, decorrente da parcela do crédito utilizado indevidamente, com os acréscimos legais,
observada a data de vencimento do imposto que deveria ter sido recolhido.
§ 2° Fica a SEFAZ autorizada a proceder a suspensão das inscrições no CCA relacionadas às operações
com incentivo fiscal de restituição do ICMS ou regime especial de tributação para a empresa optante, nos termos
deste Regulamento.

90
COMENTÁRIO

A exigência de uma nova inscrição no CCA – Cadastro de Contribuintes do Amazonas se justifica pelo tipo
de controle que é realizado, tendo como parâmetro o tipo de inscrição do contribuinte, diferenciando-se , por
exemplo, contribuintes produtores de bens de consumo final ( 06.200...) do produtor de bens intermediários (
06.300...). Determina a transferência de estoques existentes nas inscrições anteriores ( bens de consumo, bens do
ativo, estoque de insumos industriais) e autoriza a transferência de créditos de ICMS respectivos, para a nova
inscrição estadual.
Se a empresa optante pelo no regime especial de tributação, vier a realizar operações com diferimento,
como é o caso das indústrias produtoras de bens intermediários, deverá estornar escrituralmente, na mesma
proporção das saídas diferidas, realizadas em cada mês de apuração.
Na ausência do estorno escritural será exigido o ICMS, como uti9lização de crédito indevido, com os
acréscimos legais, contados desde a data em que deveria ter ocorrido o estorno.
Na hipótese das empresas optantes, as inscrições remanescentes dos regimes especiais de tributação
anteriores poderão ser suspensas de ofício pela SEFAZ.

Art. 68. A empresa que eventualmente não efetuar a opção no prazo previsto neste Regulamento poderá
fazê-la a qualquer tempo, se autorizada pelo CODAM, desde que promova o pagamento da diferença do ICMS e
das contribuições, resultantes da aplicação do tratamento instituído pela Lei n° 2.826, de 29 de setembro de 2.003,
retroativos à data do encerramento do referido prazo, acrescido de juros, equivalentes à taxa referencial,
mensalmente acumulada, do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – SELIC, incidentes sobre o valor da
diferença do ICMS e das contribuições, calculados até a data do pagamento.
§ 1º Em relação à empresa que não efetuou a opção de que trata o art. 6º da Lei n°. 2.721, de 2 de abril
de 2002, é condição para a opção permitida neste artigo o pagamento da contribuição em favor da UEA, com efeito
retroativo ao período de referência de 1º de abril de 2002, observadas as formas e condições legais aplicáveis a
cada incentivo.
§ 2º A empresa a que se refere o parágrafo anterior que não efetuar a opção no prazo previsto no caput
poderá fazê-la se recolher a contribuição em favor da UEA, com efeito retroativo ao período de referência de 1º de
abril de 2002, acrescida de juros de que trata o § 1º incidentes sobre o valor da referida contribuição, calculados
até a data do pagamento, sem prejuízo das demais condições previstas neste Regulamento.

COMENTÁRIO

As empresas industriais incentivadas que não exerceram a opção no prazo originalmente previsto ( 31 de
março de 2004) poderão fazê-lo a qualquer tempo desde que façam uma apuração de toda a diferença entre o
regime instituído pela Lei 2.826/2003 e o anteriormente vigente calculado no intervalo entre o período atual da
opção e o da data originalmente prevista, recolhendo integralmente a diferença de ICMS e contribuições aos fundos
FMPES, FTI e UEA, com os devidos acréscimos da taxa referencial SELIC, acumulada no período.

91
Existe ainda um grupo de empresas que não realizou a opção mais antiga referente à criação da
contribuição para a UEA, instituída pela Lei nº. 2.721/2002. Caso essas empresas desejem optar pelo regime especial
de tributação instituído pela Lei 2.826/2003 , deverão inicialmente , promover o recolhimento de contribuições à
UEA, retroativo a 1° de abril de 2002, sempre com os acréscimos da SELIC, como pré-condição para se beneficiarem
do novo regime de tributação.
Essas exigibilidades estão em consonância com os princípios da justiça fiscal e isonomia tributária, pois as
oportunidades de opção foram ofertadas para todas as empresas, sendo que a maioria delas optou pelo novo modelo
de incentivos, inclusive o que instituiu a contribuição para a UEA.
Admitir-se o ingresso de uma empresa não optante, sem a exigência das contribuições anteriores, e
acréscimos legais devidos, seria conceder tratamento diferenciado e preferencial a essas empresas , colocando em
risco a segurança jurídica da Política de Incentivos Fiscais.

Art. 69. Até 31 de março de 2.004, as empresas que não efetuarem a opção pela Lei n° 2.826, de 29 de
setembro de 2.003, na forma e condições previstas neste Regulamento, deverão submeter a SEPLAN os Laudos
Técnicos de Inspeção, emitidos na vigência das leis anteriores, a fim de serem revistos e atualizados, conforme os
critérios das leis a que estão submetidas.

Parágrafo único. O não atendimento ao disposto neste artigo implicará o cancelamento automático do
Laudo Técnico de Inspeção.

COMENTÁRIO

As indústrias não optantes continuarão com a obrigatoriedade de solicitar a renovação do Laudo Técnico
de Inspeção anualmente submetendo-se às revisões previstas nas Leis 1.939/89 e 2.390/96.
Note-se que as empresas optantes pela Lei 2826/2003 receberão um Laudo Técnico definitivo, exceto se o
prédio em que desenvolvam sua atividade econômica seja locado, hipótese em que o Laudo Técnico deverá ser
renovado em cada ano.
Art. 70. É condição para a SEPLAN apreciar os projetos industriais e de viabilidade econômica, referentes
à diversificação, e/ou modificações que impliquem cisão, fusão, incorporação, transformação e transferência de
etapas do processo de produção, relacionados às empresas incentivadas pela Lei n° 1.939, de 27 de dezembro de
2.003, e pela Lei n° 2.390, de 08 de maio de 1.996, a opção prévia nas formas e condições previstas neste
Regulamento.
Parágrafo único. Os projetos industriais de que trata este artigo somente serão encaminhados ao
CODAM se, previamente, enquadrada na Lei n° 2.826, de 29 de setembro de 2.003, e neste Regulamento, mediante
decreto governamental.

COMENTÁRIO

92
As indústrias não optantes sofrem uma série de restrições operacionais, inclusive quanto à mobilidade da
alteração societária, não podendo sofrer qualquer modificação. O objetivo claro do legislador é induzir o contribuinte
a fazer a opção pelo novo regime de tributação.
Assim, ao examinar novos projetos industriais que tenham como titulares as empresas não optantes, a
SEPLAN rejeitará liminarmente tais projetos, exigindo como pré-requisito para análise a opção pelas empresas
integrantes do corpo societário da empresa em formação.
Também ficam vedadas às empresas não optantes as transferências de etapas do processo de produção,
situação bastante comum entre as empresas com a prática de produção por encomenda.
As empresas não optantes perdem mobilidade econômica, pela impossibilidade de transferência de etapas
de produção e perdem mobilidade na composição da estrutura societária, não podendo, por exemplo, admitir
novos sócios no negócio.
Art. 71. A empresa incentivada que não exercer a opção de que trata o artigo anterior poderá continuar
usufruindo os incentivos com base na Lei nº 1.939, de 1989, e Lei n° 2.390, de 1996, conforme o caso, e, quando
pretender diversificar sua linha de produção, mediante a fabricação de novos tipos de produtos, com os incentivos
previstos neste Regulamento, diretamente ou por intermédio de empresa controlada, controladora ou coligada,
está obrigada ao prévio pagamento dos valores das diferenças do ICMS e das Contribuições com os acréscimos
legais, observadas as formas e condições previstas no artigo anterior, e a requerê-los mediante projeto de
diversificação.

COMENTÁRIO

As empresas não optantes estão impedidas de diversificar sua linha de produção seja diretamente ou
mediante empresas interdependentes ( controladoras, coligadas ou controladas).
Essas empresas, deverão conservar a mesma linha de produção, sendo permitido, desde que mantido a
mesma classificação tarifária, a incorporação de tecnologias inovadoras.
Caso essas empresas pretendam diversificar a produção deverão fazê-lo sob o ditame da Lei 2.826/2003, o
que significa fazer a opção com o pagamento das diferenças de ICMS e contribuições, conforme já anteriormente
comentado.
Art. 72. Para efeito de fruição dos incentivos fiscais, é vedado à empresa não optante pelas disposições
da Lei n° 2.826, de 29 de setembro de 2.003, proceder modificações que impliquem cisão, fusão, incorporação,
transformação, salvo se cumprir o disposto no art. 65, § 1°.

COMENTÁRIO

A possibilidade de alteração societária que implique cisão, fusão,incorporação e transformação somente é


permitida às empresas optantes pelo novo regime de incentivos fiscais, instituído pela Lei 2.826/2003.
De forma exaustiva e até repetitiva essa condição foi definitivamente consagrado.
Art. 73. Fica vedada a fruição dos incentivos concedidos com base na Lei n° 1.939, de 27 de dezembro de
1989, e na Lei n° 2.390, de 8 de maio de 1996, para as empresas que efetuarem a opção de que trata o art. 65.

93
COMENTÁRIO

As empresas industriais que exercerem a opção pelo novo conjunto de incentivos, não poderão continuar
a usufruir dos benefícios anteriores disciplinados pelas leis 1939/89 e 2.390/96, uma vez que não são benefícios
cumulativos.
Art. 74. Fica a Secretaria da Fazenda autorizada a conceder parcelamento da contribuição em favor da
UEA, de que trata o § 1º do art. 68, até o limite máximo de 100 (cem) parcelas mensais e consecutivas, na mesma
forma e condição prevista na legislação relativa ao ICMS, hipótese em que serão exigidos juros com base na SELIC.

COMENTÁRIO

Este artigo facilita a viabilização da opção pelas empresas que originariamente não tenham exercido a
opção no prazo originalmente fixado, em especial para aquelas empresas que não fizeram a opção pela Lei
2.721/2002, que estabeleceu a contribuição em favor da UEA - Universidade Estadual do Amazonas.
A concessão de parcelamento em 100 prestações mensais é o mais longo parcelamento disponível na
legislação estadual do Amazonas.

Art. 75. As empresas detentoras do incentivo de adicional de restituição do ICMS, em razão do


empreendimento agropecuário localizado no interior do Estado, deverão submeter o projeto de atualização do
referido investimento à CODAM, na forma e condições fixadas em Resolução deste conselho.

§ 1° As empresas de que trata este artigo somente usufruirão o benefício previsto no §14 do art. 16, se
efetuarem a opção nos termos do art. 65 e atenderem ao disposto neste artigo.
§ 2° Na hipótese de não aprovação do projeto de atualização pelo CODAM, a empresa deverá recolher o
adicional de crédito estímulo previsto no §14 do art. 16, retroativamente a 1° de abril de 2004, observado o prazo
de pagamento do imposto.

§ 3º O contribuinte deverá submeter ao CODAM projeto de atualização no prazo de 30 (trinta) dias da


publicação da Resolução de que trata o caput.

COMENTÁRIO

Esse projeto está vinculado a um adicional de cinco pontos percentuais no crédito estímulo que poderá ser
concedido às indústrias de bens de consumo final que implantem uma atividade agropecuária localizada no interior
do Estado, passando as empresas beneficiárias a usufruírem de 60% de crédito estímulo em vez de apenas 55%, que
é o percentual original.

94
Uma das principais obrigatoriedades dessas empresas é realizar investimento anual, no estabelecimento
agropecuário pelo menos igual ao estímulo adicional recebido.
A conseqüência da não aprovação do projeto que deverá ser apresentada pela empresa beneficiária
implica cancelamento do crédito estímulo adicional concedido e exigência do valor já usufruído pela empresa desde a
data de início da fruição.
Evidentemente que o contribuinte continuará no gozo de seu projeto industrial original de bem de
consumo final com o benefício de crédito estímulo de 55%. O que se disciplina aqui é a perda do crédito estímulo
adicional de 5 pontos percentuais do crédito estímulo, por descumprimento de condição exigida para a concessão
desse benefício adicional.

Art. 76. A empresa fabricante dos produtos enquadrados na categoria prevista no art. 13, VII, deverá
transferir as etapas do processo produtivo, relativas à injeção, para o território amazonense no prazo de 20 (vinte)
meses, a contar de 1º de janeiro de 2.004.
Parágrafo único. Na hipótese de a empresa não atender o disposto neste artigo, aplicar-se-á o nível de
crédito estímulo correspondente a 75% (setenta e cinco por cento).

COMENTÁRIO

As indústrias produtoras de mídias (virgens ou gravadas) têm a obrigatoriedade da transferência da etapa


do processo produtivo de injeção, para as fábricas localizadas no território amazonense, no prazo de 20 meses.
Esse segmento empresarial goza de 90,25% de crédito estímulo do ICMS. No entanto, na hipótese do
descumprimento dessa obrigatoriedade de transferência do processo de injeção plástica, o percentual de crédito
estimula cai para 75%.
Essa atividade tem como características a obrigatoriedade de distribuição de 90% da produção pela Zona
Franca de Manaus e de usufruir de um desconto a ser concedida pelas empresas agenciadoras de carga aérea , de tal
forma que a carga tributária dos serviços de transporte resulte em 4%, nas prestações interestaduais.
Art. 77. Para fins do disposto no inciso VI, do § 1º, inciso I do § 9º e § 10 do art, 4º deste Regulamento, a
empresa produtora de concentrados e extratos de bebidas, de produtos alimentícios, de preparações cosméticas,
de produtos de perfumaria e de medicamentos, sujeita ao recolhimento da contribuição em favor do Fundo de
Fomento ao Turismo, Infra-estrutura, Serviços e Interiorização do Desenvolvimento do Amazonas – FTI, decorrente
de acordo firmado com o Governo do Estado, deverá continuar dando cumprimento ao correspondente contrato,
nas condições vigentes em 31 de dezembro de 2003, para fazer jus ao diferimento do lançamento do ICMS ou do
crédito estímulo, nas formas e condições previstas neste Regulamento.

COMENTÁRIO

As indústrias incentivadas pelos regimes jurídicos anteriores à Lei 2.826/2003, que firmaram contrato com
o Governo do Estado para realizarem contribuições objetivando o patrocínio de atividades culturais de interesse do
Estadual, deverão cumpri-los com condição para o benefícios fiscais ora disciplinados pela atual Política de Incentivos
Fiscais.

95
Art. 78. No biênio 2006 e 2007, o crédito presumido de que trata o inciso II do art. 34-A deste
Regulamento será o equivalente a 9% (nove por cento).

COMENTÁRIO

O crédito presumido previsto neste artigo refere-se ao benefício a ser concedido para a sistemática
conhecida como “ Corredor de Importação” quando o contribuinte importar aparelhos de telefonia móveis portáteis (
telefones celulares). A partir de 2008 esse percentual de crédito presumido foi ajustado para 10% sobre o valor das
saídas interestaduais.
Art. 79. Ficam a Secretaria de Estado da Fazenda - SEFAZ e a Secretaria de Estado de Planejamento e
Desenvolvimento Econômico – SEPLAN, no âmbito de suas competências, autorizadas a baixar as normas
complementares a fiel execução deste Regulamento.

Art. 80. Este Regulamento entra em vigor na data da sua publicação.

ANEXO

Relação de Bens de Informática Dispensados do Pagamento das Contribuições em favor do FTI e UEA

COMENTÁRIO

Esse anexo é atualizado por alterações na Lei de Informática, Lei 2.248/91 com as alterações introduzidas
pelas Leis 10.176/01 e 11.077/04.
Os produtos elencados nesse anexo, assim como os monitores de áudio e vídeo, gozam do benefício
máximo da Política de Incentivos Fiscais do Amazonas : diferimento na importação de insumos, crédito estímulo de
100% do ICMS e não exigibilidade de qualquer contribuição aos fundos FMPES, FTI e UEA.
ANEXO I

Relação de Bens de Informática Dispensados do Pagamento das


Contribuições em favor do FTI e UEA

Item Produto NCM


8528.41
8528.49
1 Monitor de vídeo para uso de informática
8528.51
8528.59
Unidade Digital de Processamento montada em um mesmo corpo ou 8471.41
2
gabinete UCP 8471.49

96
Item Produto NCM
8471.50
3 Teclado para uso em informática 8471.60
4 Indicador e apontador "Mouse" para uso em informática 8471.60
5 Unidade acionadora de disco rígido 8471.70
8473.29
8473.30
6 Placa de circuito impresso montada para uso de informática 8473.50
8507.90
8517.70
8470.50
7 Micro terminal para uso em automação comercial
8470.90
8 Impressora 8443.32
9 Microcomputador portátil 8471.30
10 Digitalizador de imagem "scanner" 8471.60
11 Sistema de posicionamento global – GPS 8525.50
Rastreador/Imobilizador para veículos automotores com GPS e
12 8525.20
comunicação
13 Distribuidor de conexões para rede "HUB" 8517.62
14 Fac-símile 8443.32
15 Leitor de código de barra 8471.90
16 Caixa registradora eletrônica 8470.50
17 Terminal de auto-atendimento para mini-laboratório fotográfico 8471.90
18 Roteador digital 8517.62
19 Terminal ponto de venda 8470.50
20 Terminal de auto-atendimento 8471.60
21 Central de comutação telefônica 8517.62
8517.62
22 Software gravado 8523.21
8523.29
23 Cartão inteligente 8523.52
24 Dispositivo de cristal líquido para telefone celular 9013.80
Subconjunto para telefone celular com dispositivo de cristal líquido
25 8529.90
Incorporado
26 Subconjunto plástico para telefone celular 8529.90
Parte e acessórios das máquinas da posição 8471 - exclusivamente para
27 circuito impresso com componentes elétricos e eletrônicos montados para
8443.99
impressoras e Motherboards
28 Outras partes e acessórios das máquinas da posição 8470 - exclusivamente

97
Item Produto NCM
para circuito impresso com componentes elétricos e eletrônicos montados 8473.29
para Terminais de Transação Financeira
Outras partes reconhecíveis como exclusiva ou principalmente destinadas
aos aparelhos das posições 8525 e 8528 - exclusivamente para circuito
29
impresso com componentes elétricos e eletrônicos montados para 8529.90
telefones celulares
30 Unidade de controle de ignição eletrônica 9032.89
31 Unidade de controle de injeção eletrônica 9032.89
Subconjunto telefone celular, enquadrado como bem intermediário, sem
as etapas de gravação e configuração final de programas de computador
32 8529.90
(software) e testes funcionais, bem como sem os acessórios e embalagem
final.
33 Unidade de Interconexão da Central de Comutação Telefônica / Dados 8517.69
34 Unidade de Operação Auxiliar da Central da Comutação Telefônica / Dados 8517.69
35 Unidade de Terminais da Central de Comutação Telefônica / Dados 8517.69
8473.30
36 Módulo de Memória
8473.50
37 Modulador/Demodulador 8517.62

38 Dispensador de Notas 8472.90

98

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