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ESCOLA SECUNDÁRIA PROFESSOR JOSÉ AUGUSTO LUCAS

11.º A
Filosofia

Existência de Deus
Carolina Alves

Professor da disciplina:
Doutor José António Pacheco

ANO LETIVO 2021/2022


Índice:

DEFINIÇÃO E DIFERENTES IDEIAS...........................................................................2

FILOSOFIA RELIGIOSA.................................................................................................3

Panteísmo.......................................................................................................................4

ARGUMENTO ONTOLÓGICO......................................................................................4

Crítica:...........................................................................................................................5

PROVA COSMOLÓGICA...............................................................................................5

Crítica:...........................................................................................................................6

PROVA DO DESÍGNIO...................................................................................................6

Crítica:...........................................................................................................................6

FIDEÍSMO MODERADO................................................................................................7

CONCLUSÃO:..................................................................................................................7

BIBLIOGRAFIA:..............................................................................................................7

1
DEFINIÇÃO E DIFERENTES IDEIAS

Iniciando pela explicação de religião, sendo um pouco difícil de arranjar uma definição
que se enquadre em todas as religiões, esta possui um conjunto de símbolos que têm
envolvidos em si respeito, símbolos estes que tanto podem corresponder a objetos ou
ideias simbólicas.

Iniciando pela explicação de que a religião sempre foi o tema muito discutível, desde os
tempos mais longínquos até aos dias de hoje. Deste tema surgiu uma chamada
“principal questão da religiosidade” que consiste na ideia da existência ou não de deus e
a que tipo de deus nos referimos quando somos expostos a esta pergunta.

Surgem diferentes filósofos com diferentes ideias, começando com pascal que nos diz
que o coração tem razões que a própria razão desconhece, por isso devemos seguir a
razão para fazer o bem, mas mais importante que a razão é o coração. Muitos outros
formulam diferentes ideias sendo estas criticadas, mas mais à frente falaremos delas.

Devido ao facto de cada pessoa ter uma posição neste assunto existe as tentativas
racionais, isto é, tenta-se encontrar argumentos e justificações para levar os outros e nós
mesmos a acreditar na existência de Deus. Acabamos por isso, sendo influenciados e
muitas vezes nem tentamos pensar por nós próprios (isto quando nascemos já num
ambiente religioso em que somos em grande parte influenciados). No entanto nos dias
de hoje ocorre ainda em diversos locais, pessoas (tanto familiares como desconhecidos)
que obrigam a população a crer no mesmo que eles, países como China, Irão, Birmânia,
Coreia do Norte, Vietname, Eritreia, Sudão e Arábia Saudita, caso alguém se imponha
sobre isto sofre discriminações a nível do emprego, educação entre outros e pode até
mesmo levar a mortes e torturas. Isto não acontece apenas nos dias de hoje, a prova
disso é que até ao séc XVII a igreja católica perseguiu, condenou e matou pessoas com
crenças diferentes das suas.

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FILOSOFIA RELIGIOSA

A filosofia decidiu analisar a existência ou não de um Deus, daqui provêm as questões


de que tipo de Deus existe e se pode existir mesmo existindo o mal.

Quando à questão do tipo de Deus, pode ser teísta ou deísta.

O teísmo é baseado na crença de um só Deus, tendo este a função de castigar os que são
injustos e praticam o mal e dar beneficio aos bons. Este é omnipotente, omnisciente e
omnipresente, isto é, tem o poder todo, todo o conhecimento e está presente em todo o
lado. O único método de comunicação com este é a oração, tanto sozinho como com um
auxílio de um padre ou alguém que os guie.

Pelo contrário o deísmo baseia-se num Deus que criou o homem e o seu redor mas não
se interessa mais por ele e não existe qualquer forma de comunicar com ele.

Panteísmo
Espinosa defendia o panteísmo, isto é, tudo e todos constituem um Deus que intervém
em tudo. Ou seja, este filósofo acreditava que Deus e o Universo eram o mesmo. “Tudo
o que existe, existe em Deus, e sem Deus nada pode existir nem ser concebido”. Esta
ideia baseava-se então que Deus estava incorporada na realidade sendo assim não
considerada a criação pois Deus não existiu primeiro.

Relativamente à questão da prova da existência ou não de Deus existe duas formas para
este fim: racionais ou fé.

Começando pela fé, muitas pessoas acham que este sentimento as faz acreditar em algo
que não foi provado, acabando por defender a posição do fideísmo. Esta ideologia
acredita que a fé é autossuficiente, não sendo necessária uma razão para provar a
existência divina. No entanto quando estes são expostos perante pessoas que não
acreditam, a razão é importante para os fazer mudar de ideias.

Quanto à prova racionalmente existem argumentos à priori (argumento ontológico) e


outros à posteriori (prova cosmológica e prova do desígnio).

3
ARGUMENTO ONTOLÓGICO (apoiada por Descartes e
Santo Anselmo)
Sendo a ontologia a filosofia que estuda a natureza do ser, da existência e da própria
realidade, as questões ontológicas procuram a certeza da existência das coisas.

Uma destas questões pode ser “este copo existe?” ou “as vozes que oiço são reais ou são
vindas da minha cabeça?”. Para responder a estas questões acabamos por nos aperceber
que os nossos sentidos são enganadores e por isso não podermos ter a certeza da
existência do copo neste caso.

Santo Anselmo sugere que pensemos em Deus e que sendo este considerado perfeito e
existir é mais perfeito que o contrário então se este não existir já não tinha essa
característica. Portanto, pensar num Deus que existe é mais perfeito do que pensar num
que não existe. Deus é então considerado eterno, absoluto, não material e tem de existir,
criou-nos e tem de ser omnipresente, omnipotente e omnisciente e absolutamente bom.

É considerado então à priori pois é antes da experiência, baseia-se em coisas que não
vimos antes.

Crítica: 1- Kant critica esta teoria dizendo que a existência não é uma qualidade, pois
quando dizemos que algo existe não estamos a atribuir nenhuma propriedade ou
qualidade particular a essa coisa. Leva então a que a qualidade de existir não exista, e
por isso que Deus não tem que possuir a característica de existir. Ex: se tiver a ideia de
que tenho uma nota no bolso não é por isso que ela vai lá estar.

2- Gaunilo critica também esta ideia substituindo a ideia de Deus por uma ilha perfeita e
acaba por dizer que ao pensar que um ser é perfeito não leva à ideia de que existe. Ou
seja, isto prova-nos que nas condições de Santo Anselmo a ilha existia. Gaunilo diz
então que este argumento não pode ser bom uma vez que as suas consequências são
absurdas (admitir a existência das coisas apenas por pensar nelas)

4
PROVA COSMOLÓGICA (apoiada por São Tomás de
Aquino)
Esta diz-nos que todas as causas provêm de outras causas anteriores e sendo que a
primeira causa não tem causa que a anteceda tem de ter sido originada por Deus

Crítica: Chega a ser contraditório a ideia de que tudo tem uma causa, mas a primeira
causa não tem.

PROVA DO DESÍGNIO
Baseia-se na ideia de que para a natureza estar organizada de forma correta, tem te ter
tido influência de uma identidade divina sendo essa Deus.

“Observa o mundo em redor; contempla a sua totalidade e todas as suas partes; verás
que não é senão uma grande máquina, subdividida num número infinito de máquinas
mais pequenas, que admitem uma vez mais subdivisões que ultrapassam o que os
sentidos e as faculdades humanas conseguem registar e explicar. Todas estas várias
máquinas, e mesmo as suas partes mais ínfimas, se ajustam entre si com uma precisão
que impõe admiração a todos os homens que as contemplaram. A curiosa adaptação de
meios a fins, em toda a natureza, assemelha-se exactamente, apesar de exceder em
muito, aos produtos do artifício humano: ao desígnio, pensamento, sabedoria e
inteligência humanos. Portanto, uma vez que os efeitos se assemelham entre si, somos
conduzidos a inferir, segundo todas as regras da analogia, que as causas também são
semelhantes: e que o Autor da Natureza é de algum modo análogo ao espírito humano,
apesar de estar dotado de faculdades muito maiores, proporcionais à grandiosidade da
obra que executou”.

Sendo que este argumento defende que se ao construir um relógio por exemplo, foi
preciso um ser inteligente, para a construção do mundo é preciso igualmente esse ser.

5
Crítica: Ao contrário do relógio que é considerado perfeito, o mundo é cheio de
imperfeições. E para além disso o relógio foi criado para um fim e não podemos ter a
certeza de que o mundo foi igualmente criado para um fim. Também podemos
argumentar dizendo que o relógio tem uma complexidade limitada a pequenas
dimensões, o que não poderemos admitir do mundo.

No entanto além do fideísmo racional anteriormente referido, também há um fideísmo


moderado de que vamos falar a seguir;

FIDEÍSMO MODERADO (defendido por pascal)


Fala-nos que o que conta é de facto a fé, no entanto, também há razões para se acreditar
em Deus. O filósofo segue então uma razão prudencial em que Deus não existe
obrigatoriamente, mas é mais inteligente da parte do ser humano se acreditar na sua
existência. Isto é, ou acreditamos em Deus ou não. Ou seja, as possíveis opções são as
seguintes:

 Deus existe e acreditamos na sua existência;


 Deus existe e não acreditamos na sua existência;
 Deus não existe e cremos nele;
 Deus não existe e não cremos nele;

Depois destas opções entendemos que se ele não existir, mas eu acreditar nele, não
ganhamos nem perdemos com isso, da mesma forma que posso não acreditar e ele não
existir. Porém se Deus existiu e eu acreditei então a felicidade vai ser eterna e se Deus
existiu e eu não acreditei estarei “perdido”.

Pascal tenta então aconselhar-nos a acreditar na sua existência.

CONCLUSÃO:
Sobre o tema da religião existe diferentes provas e argumentos a favor da existência de
Deus, mas também contra, diferentes pessoas seguem apenas as cerimónias e diferentes
características devido a uma pressão familiar ou até mesmo vinda de pessoas do seu
país. Pressão essa que muitas das vezes se associa a mortes e torturas.

Estas teorias têm todas um ponto de vista diferente, mas bastante interessante.

6
BIBLIOGRAFIA:

 https://www.publico.pt/2005/11/09/jornal/eua-divulgam-lista-de-paises-sem-
liberdade-religiosa-48037
 https://pt.slideshare.net/joanapontes/transparncia-critica
 Apontamentos anteriores;
 Diálogos sobre a Religião, Hume 1776:15

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