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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA 100ª VARA DO

TRABALHO DE MACEIÓ/AL

Processo nº xxxx.xxx.xxxxx.xxxxx-xx

Sociedade empresária Ômega, já qualificada no processo acima descrito, por


seu advogado que esta subscreve, na ação trabalhista, movida por Fabiano, já
igualmente qualificado no processo, inconformado com a respeitável sentença
de folhas, vem tempestivamente e respeitosamente a presença de Vossa
Excelência interpor:

RECURSO ORDINÁRIO

Com base na CLT, art. 895, I, de acordo com as razões em anexo, as quais
requer que sejam recebidas e remetidas ao Egrégio Tribunal Regional do
Trabalho da xxx Região.

Segue comprovante das custas devidamente recolhidas.

Que o recorrido seja intimado para contrarrazoar o presente recurso, no prazo


de 8 (oito) dias conforme disposto no artigo 900 da CLT.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Local e data.

Advogado(a)

OAB/UF
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ____ª REGIÃO

RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO

Recorrente: Sociedade Empresária Ômega

Recorrido: Fabiano

Processo nº xxxx.xxx.xxxxx.xxxxx-xx

Origem: 100ª Vara do Trabalho de Maceió/AL

I - RESUMO DA RESPEITÁVEL SENTENÇA

Na referida ação trabalhista pleiteada por Fabiano, o magistrado rejeitou a


preliminar suscitada pela empresa e determinou o recolhimento do INSS.

Foi rejeitada a preliminar suscitada e desconsiderou que a empresa havia feito


um acordo em outro processo movido pelo mesmo empregado, homologado
em juízo, no qual pagou o prêmio de assiduidade, condenando-a novamente ao
pagamento dessa parcela.

O juízo rejeitou a preliminar suscitada pela empresa e desconsiderou que em


relação às diárias postuladas, este já possuía ação em trâmite sobre o referido
tema em grau de recurso.

Deferiu a reintegração do ex-empregado, pois este foi eleito presidente da


associação de leitura dos empregados.

Ainda, deferiu indenização por dano moral, porque, pelo confessado atraso no
pagamento dos salários dos últimos 3 meses do contrato de trabalho, o
empregado teve seu nome inscrito em cadastro restritivo de crédito, conforme
certidão do Serasa juntada pelo reclamante demonstrando a inserção do nome
do empregado no rol de maus pagadores em novembro de 2015.
A sentença deferiu a entrega de uma carta de referência para facilitar ao
recorrido a obtenção de nova colocação no mercado de trabalho.

Houve também, o deferimento do pagamento da participação nos lucros,


prevista em convenção coletiva da categoria dos anos de 2012 e 2013.

E por fim, a sentença deferiu ao recorrido o pagamento de férias sob a


justificativa de que o empregado não fruiu 30 dias úteis no ano de 2016,
conforme previsão legal.

II- PRELIMINARMENTE

• DA INCOMPETENCIA ABSOLUTA

A sentença ora prolatada, determinou inicialmente o recolhimento do INSS


relativo ao período trabalhado mês a mês, para fins de aposentadoria.

Neste caso, é importante mencionar a súmula 368, inciso I, a qual elenca que a
competência da justiça do trabalho em relação as contribuições
previdenciárias, se limite as sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e
aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem o salário de
contribuição. Com isso, é notório que a sentença ora prolatada não é de cunho
condenatório, logo a Justiça do Trabalho não possui competência para julgar.

Conforme os fatos acima narrados, requer que seja declarada a incompetência


absoluta quanto ao recolhimento do INSS.

III- DO CERCEAMENTO DE DEFESA

Na audiência o MM Juiz indeferiu o pedido da recorrente preliminarmente, visto


que, foi desconsiderado que a empresa havia feito um acordo em outro
processo movido pelo mesmo empregado, homologado em juízo, no qual
pagou o prêmio de assiduidade, condenando-a novamente ao pagamento
dessa parcela.

No entanto, a sentença não merecer ser mantida, uma vez que houve acordo
homologado em juízo, o qual já foi pago à época ao empregado, portanto, de
acordo com o parágrafo único do artigo 831 da CLT, no caso de conciliação, o
termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, salvo para a
Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas.

Logo, requer que seja reformada a sentença, e que seja considerado o acordo
já homologado, inclusive os valores já pagos pela empresa.
É importante mencionar, que no caso em apreço foi rejeitada a preliminar
suscitada, com isso, fora desconsiderada que em relação as diárias
postuladas, o autor, tinha comprovadamente outra ação em curso com o
mesmo tema, e que esta se encontrava e grau de recurso.

Assim sendo, é notório a litispendência neste caso, conforme elenca o artigo


337, inciso VI do Código de Processo Civil, estando diante de repetição dos
pedidos das diárias, os quais estão sendo apreciados pelo judiciário em outro
processo de mesmo tema.

Desta feita, requer a extinção do processo sem a resolução do mérito quanto


ao pedido das diárias postuladas, por haver litispendência.

DOS MOTIVOS DA REFORMA DA RESPEITÁVEL SENTENÇA

O MM Juiz proferiu a respeitável sentença em desfavor do recorrente,


deferindo em favor do reclamante os pedidos de reintegração do ex-
funcionário, o pagamento de danos morais, a entrega de carta de referência ao
ex-funcionário, o pagamento na participação dos lucros e o pagamento de
férias.

Considerando o pedido de reintegração do ex-funcionário, é importante


mencionar o artigo 543, parágrafo 3º da CLT, onde demonstram as hipóteses
de vedação para dispensa do empregado, e, considerando que a função
exercida pelo reclamante era de apenas de Presidente Associação de Leitura
dos empregados da empresa não possuindo estabilidade provisória, logo, a
sentença não deve ser mantida.

A sentença, deferiu o pedido de dano moral, pois houve o atraso dos últimos
três meses do contrato de trabalhado, e com isso o recorrido acabou sendo
inserido no Serasa, no rol de maus pagadores em novembro de 2015.

Ocorre que o atraso ocorreu nos últimos três meses do contrato de trabalho, ou
seja, em 2017, e o documento apresentado para comprovar o dano foi de 2015,
desta maneira, o documento não deve ser considerado, visto a divergência dos
períodos e a não comprovação do prejuízo.

Houve o deferimento da entrega de uma carta de referência, com a finalidade


de facilitar ao recorrido a obtenção de nova colocação no mercado de trabalho.

Neste sentido, o artigo 5º, inciso II da Constituição Federal, ninguém será


obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei, logo,
a carta de referência não é um documento previsto em Lei.

Ainda, foi deferido o pagamento da participação nos lucros prevista em


convenção coletiva da categoria nos anos de 2012 e 2013, pois
confessadamente não havia sido paga.
A sentença não deve ser mantida, pois o contrato estava suspenso no período
de referência em razão de doença (Código B-31), conforme documento
apresentado pela empresa, desta maneira, a participação nos lucros é
indevida, pois ele não colaborou para a lucratividade no período em questão,
conforme estabelece a súmula 451 do TST.

E por fim, a sentença deferiu ao recorrido o pagamento de férias sob a


justificativa de que o empregado não fruiu 30 dias úteis no ano de 2016,
conforme garante a Lei.

No entanto, a sentença não merece ser mantida, pois conforme o artigo 130,
inciso I da CLT, as férias não são fruídas em dias úteis e sim em dias corridos,
portanto, requer que seja reformada a sentença e julgue improcedente o
pedido.

Portanto, diante dos fatos narrados e da legislação exposta, requer a reforma


da respeitável decisão de folhas, julgando improcedente os pedidos,
considerando os dispositivos legais expostos acima.

Requer ainda, que o presente recurso seja conhecido e provido pelos mais
puros motivos de JUSTIÇA!

Local e data.

Advogado(a)

OAB/UF

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