1) A filosofia surgiu na Grécia antiga como uma tentativa de substituir as explicações míticas por explicações racionais dos fenômenos naturais e da existência humana.
2) Os filósofos gregos acreditavam que as coisas possuem propriedades essenciais permanentes que podem ser descobertas pela razão, em oposição às aparências mutáveis percebidas pelos sentidos.
3) Os gregos desenvolveram uma nova visão da natureza (physis) como um sistema dinâmico regido por le
1) A filosofia surgiu na Grécia antiga como uma tentativa de substituir as explicações míticas por explicações racionais dos fenômenos naturais e da existência humana.
2) Os filósofos gregos acreditavam que as coisas possuem propriedades essenciais permanentes que podem ser descobertas pela razão, em oposição às aparências mutáveis percebidas pelos sentidos.
3) Os gregos desenvolveram uma nova visão da natureza (physis) como um sistema dinâmico regido por le
1) A filosofia surgiu na Grécia antiga como uma tentativa de substituir as explicações míticas por explicações racionais dos fenômenos naturais e da existência humana.
2) Os filósofos gregos acreditavam que as coisas possuem propriedades essenciais permanentes que podem ser descobertas pela razão, em oposição às aparências mutáveis percebidas pelos sentidos.
3) Os gregos desenvolveram uma nova visão da natureza (physis) como um sistema dinâmico regido por le
Como as restantes culturas antigas, a cultura grega fundava-se no mito, transmitido
e ensinado pelos poetas, educadores do povo, especialmente HOMERO e HESÍODO. O mito oferecia respostas orientadoras acerca da natureza e destino do ser humano, acerca do aparecimento e estrutura do Cosmos. No dealbar do séc. VI a.C., e em consonância com as profundas transformações de caráter cultural e social, as inteligências mais despertas sentiram a necessidade de substituir as explicações míticas por outro tipo de explicação. Surgiu a filosofia como propósito de racionalizar a interpretação do homem e do universo, das relações dos homens entre si e destes com a natureza. A atitude filosófica é radical num duplo sentido: na medida em que as suas questões abarcam a totalidade do real e na medida em que pretende atingir os princípios últimos do real. A filosofia e a ciência surgem quando o mito é substituído pela explicação racional. Ou seja o logos substitui o mito. O CENÁRIO: No final do século VII a. C. opera-se uma profunda transformação na sociedade grega. Atenas se torna um movimentado mercado e porto, o local de encontro de muitas raças de homens e de diversos cultos e costumes, cujo contato e cuja rivalidade gerarão comparações, análise e reflexão. O comércio assume uma importância definitiva: Aparece a moeda. As relações comerciais exigem novas normas de justiça e de direito como base para as trocas. As viagens trarão novos conhecimentos técnicos, geográficos e etnológicos. O contato com outras civilizações apresenta novas formas de organização da vida e que cada raça representa seus deuses de maneira diferente. O ensinamento rotineiro dos poetas começa a aparecer como inadequado no que diz respeito à moral, aos valores bélicos e aristocráticos abrindo caminho para a convicção de que a interpretação do universo e da convivência humana deve assentar em bases inteligíveis, racionais. O MITO: Pode-se, superficialmente, dizer que é o conjunto de narrativas e doutrinas tradicionais que ofereciam uma explicação total onde se encontrava respostas para os problemas e enigmas fundamentais acerca da origem e natureza do Universo, do homem, da civilização e da técnica, da organização social, etc. O mito acarretava uma atitude intelectual perante a realidade. Duas características desta atitude eram: uma é que as forças naturais (o fogo, o vento, etc.) são personificadas e divinizadas. A outra é que, em consonância com a anterior, os fenômenos do Universo dependem da vontade de um deus ( dos deuses em geral). As conseqüências disso é que os fenômenos naturais – bem como a conduta humana, individual e coletiva – são em grande medida imprevisíveis, sucedem de modo arbitrário. O LOGOS: A ciência só é possível enquanto busca das leis, das regularidades que regem a natureza. A explicação racional só pôde começar quando a idéia de arbitrariedade é suplantada definitivamente pela idéia de necessidade, ou seja quando se impõe a convicção de que as coisas acontecem quando e como têm de acontecer. A lei, a ordem, o cosmos. Esta convicção está relacionada com a idéia de permanência ou constância. Por exemplo a água , apesar de diferentes aparências, se comporta de maneira constante; possui pois propriedades permanentes. Esta maneira permanente ou constante de ser os gregos vão denominar essência (eidos ). A essência é o que uma coisa é apesar das suas possíveis mudanças de aparências ou estado Os gregos vão organizar uma série de conceitos dois a dois, cuja trama constitui o sistema de coordenadas da sua explicação do real: Permanente x mutável Essência x aparência Unidade x multiplicidade Razão x sentidos Conhecer as coisas será, então, conhecer o que elas verdadeiramente são, o que têm de comum e permanente. Os gregos ficaram firmemente convencidos de que por muito útil que o conhecimento sensível possa ser, os sentidos não bastam para nos proporcionar esse conhecimento. É necessário um esforço intelectual, racional para atingir o ser das coisas. Há, pois, essências ou maneiras de ser comuns a uma multiplicidade de indivíduos. É nesta idéia que se baseia a atividade intelectual que consiste em classificar E se, animal, mineral, e vegetal forem variedades ou estados distintos duma única substancia!? Outra convicção fundamental é que todo o universo se reduz, em última análise, a um ou a muito poucos elementos. Este é outro pilar sobre os quais assenta a investigação filosófica. Sem ela a investigação cientifica seria igualmente impossível. Agora já nos é possível compreender a originalidade e a transcendência histórica da interrogação dos filósofos gregos acerca do princípio (arché) último do real. PHYSIS: Natureza ou physis possui para os gregos, como para nós, dois grandes usos ou acepções. Fala-se freqüentemente da natureza como o conjunto de seres que povoam o Universo, excetuando deste conjunto as coisas produzidas pelo homem. Igualmente com freqüência o termo adquire um segundo significado. Neste caso, natureza quer dizer o que as coisas são, aquilo que, no parágrafo anterior, denominamos por essência, modo de ser permanente ou constante. Salientaremos alguns aspectos que caracterizam a natureza, segundo a filosofia grega. a) O conceito natureza anda indissoluvelmente ligado ao conceito de necessidade. No tocante ao Universo como totalidade, traduz-se no fato de aquele ser um todo ordenado, um Cosmos e não um Caos. O Universo só poderia ser um todo ordenado se os diferentes seres que o integram estivessem no seu lugar e se comportassem da forma que lhes compete; é precisamente a natureza dos diferentes seres (no sentido intrínseco) que determina o seu lugar no Universo e a sua maneira de comportar-se. b) A natureza não é algo estático, inerte. Como totalidade revela uma ordem dinâmica, na qual os movimentos dos astros, as estações, as gerações dos seres vivos, etc., se sucedem ordenadamente. c) A natureza implica, pois, movimento e atividade, mas movimento e atividade intrínsecos e próprios do ser natural. Este aspecto marca a separação radical entre os seres naturais e os seres artificiais ou artefactos. Nada nascerá se semear-se cadeiras de pinho. Precisamente em virtude desta atividade intrínseca e própria que caracteriza a natureza, o Universo terá de ser concebido segundo o modelo de um organismo vivo e nunca como o de uma maquina, como o é na modernidade. A natureza, enquanto modo de ser próprio e permanente das coisas, identifica-se realmente com aquilo que denominávamos essência. Existe, no entanto, uma importante diferença de matiz resultante do caráter dinâmico da natureza que assinalamos: a essência é a maneira de ser permanente das coisas por oposição aos seus aspectos variáveis e mutáveis; a natureza é esse mesmo modo de ser permanente, mas enquanto determina um certo tipo de atividade ou operação própria. Uma coisa é a natureza da água e outra é a essência da água. Enquanto a essência prescinde dos aspectos mutáveis e variáveis das coisa, a natureza explica precisamente essas variações e mudanças. O conceito de natureza estabelece uma ponte entre os membros opostos da lista que apresentamos.
Os Mitos (Personagens Mitológicos São Seres Com Características Humanas e Sobrenaturais) Tinham Como Objetivo Transmitir, Através Da Oralidade, Conhecimentos e Explicações Sobre Os Fatos Que Influenciavam o Cotidia