Definição
Dois segmentos orientados dizem-se equipolentes se têm a mesma direção, o mesmo sentido
e o mesmo comprimento.
Na figura, os segmentos orientados [C, D], [E, F], [G, H], [I, J] e [K, L] são equipolentes.
L
F K
E J r
D I
C H
VETOR
Na figura estão representados segmentos orientados equipolentes, isto é, B
C E
≤v
Definição
Chama-se vetor AB≥ ao conjunto dos segmentos orientados com a mesma direção, o mesmo sen-
tido e o mesmo comprimento de [A, B].
Assim, esse vetor pode ser designado por A≥B ou C≥D ou E≥F ou por uma letra minúscula com uma
seta por cima (v≤ , por exemplo), isto é, A≥B = C≥D = E≥F = v≤ .
Vetores colineares
Definição
Dois vetores dizem-se colineares se têm a mesma direção.
Tema 1 | Geometria analítica no plano e no espaço
Vetores simétricos
Definição
Dois vetores dizem-se simétricos se têm a mesma direção, o mesmo comprimento e sentidos
opostos.
Representamos por –≤v o vetor simétrico de ≤v ou por –A≥B o vetor simétrico de A≥B e tem-se que
–A≥B = B≥A.
Vetor nulo
O vetor determinado pelos segmentos orientados de extremos iguais ([A, A], [B, B], …) designa-se
por vetor nulo. Representa-se por ≤0.
O vetor nulo tem:
• direção indefinida;
• sentido indefinido;
• comprimento nulo.
Definição
≤ existe um único ponto Q tal que u
Dado um ponto P e um vetor u ≤ = P≥Q.
≤ , isto é, Q = P + u
Diz-se que o ponto Q é a soma do ponto P com o vetor u ≤ .
≤ com origem em P.
O ponto Q é a extremidade do representante de u
Q = P + ≤u
≤u P≥Q
ADIÇÃO DE VETORES
Existem dois processos para adicionar vetores: a regra do triângulo e a regra do paralelogramo
≤ e v≤ dois vetores do plano.
(para vetores não colineares). Sejam u
NORMA DE UM VETOR
Definição
Fixada uma unidade de comprimento e dado um vetor ≤v, chama-se norma do vetor ≤v à medida
do comprimento de um segmento orientado representante de ≤v. Representa-se por ||≤v ||.
VETOR DIFERENÇA
Definição
Dados dois vetores ≤u e ≤v, existe um e somente um vetor ≤w tal que ≤w + ≤v = ≤u. Diz-se que o vetor
≤w é o vetor diferença e tem-se que ≤w = ≤u + (–≤v ). Representa-se por ≤u – ≤v.
Definição
Dados um vetor ≤v, diferente do vetor nulo, e um número real λ, diferente de zero, o produto
de ≤v por λ é o vetor λ≤v com:
• a direção de ≤v;
123
de ≤v se λ > 0
• sentido ;
oposto ao de ≤v se λ < 0
• norma igual a |λ| ¥ ||v≤ || (fixada uma mesma unidade de comprimento para o cálculo das normas).
Se λ = 0 ou ≤v = ≤0, então λ≤v = ≤0.
Exemplos
1 ≤
≤v
2
v 0 ≤v = ≤0 –≤v – 3 v≤
2
–3≤v
De acordo com a definição dada, sabemos que o produto de um vetor (não nulo) por um número
real (diferente de zero) é sempre um vetor com a mesma direção do vetor dado e com sentido igual
ou oposto ao do vetor dado, consoante o número real é positivo ou negativo.
Propriedade
Dado um vetor ≤v, não nulo, um vetor ≤u é colinear a ≤v se e somente se existir um número real λ tal
que ≤u = λ≤v e, nesse caso, λ é único.
Definição Definição
Sendo fixada uma unidade de comprimento, um Fixado um referencial ortonormado no espaço
plano munido de um referencial ortonormado de de origem O, sejam X(1, 0, 0), Y(0, 1, 0), Z(0, 0, 1),
origem O e um vetor ≤v, e sendo X(1, 0), Y(0, 1), ≤e1 = O≥X, ≤e2 = O≥Y e ≤e3 = O≥Z. Dado um qualquer
≤ 1 = OX
e ≥ e e≤ 2 = OY
≥ , existe um e um só par ordenado vetor v≤ , existe um e um só terno ordenado (a, b, c)
(a, b) de números reais tais que v≤ = ae ≤ 1 + be≤ 2. de números reais tais que v≤ = ae ≤ 1 + be≤ 2 + ce≤ 3.
≤ 1, e≤ 2) designa-
Nestas condições, o par ordenado (e O terno ordenado (≤e1, ≤e2, ≤e3) designa-se por uma
-se por base do espaço vetorial dos vetores do base do espaço vetorial dos vetores do espaço,
plano. pelo facto de satisfazer aquela propriedade.
O par ordenado (a, b) designa-se por coordenadas O terno ordenado (a, b, c) designa-se por coorde-
do vetor v≤ na base (e
≤ 1, e≤ 2). nadas do vetor v≤ na base (e
≤ 1, e≤ 2, e≤ 3).
Exemplo Exemplo
Considera os vetores representados na figura Considera um referencial ortonormado de origem
abaixo e as respetivas coordenadas. no espaço, o paralelepípedo [ABCODEFG] tal que a
face [ABCO] está contida no plano xOy e o ponto G
y ≥ e as suas coorde-
pertence ao eixo Oz e o vetor OE
≤a ≤g
nadas.
≤f
≤b
z
G F
≤e2
x 5≤e3
≤e1 E
D
O ≤e3 7≤e2 C
≤c ≤e1 ≤e y
≤e 2 4≤e1 + 7≤e2
4≤e1
A B
x
≤d
≤ = 1e≤ 1 + 0e≤ 2
a ≤ (1, 0)
a ≤ = 2e≤ 1 + 1e≤ 2
b ≤ (2, 1)
b O≥E = 4≤e1 + 7≤e2 + 5≤e3. Logo, O≥E (4, 7, 5).
c≤ = 0e
≤ 1 – 2e≤ 2 c≤ (0, –2) ≤ = –3e≤ 1 + 1e≤ 2 d≤ (–3, 1)
d
Repara que o vetor O≥E corresponde a um desloca-
≤ = –2e≤ 1 – 2e≤ 2 e≤ (–2, –2)
e f≤ = 1e
≤ 1 – 3e≤ 2 f≤ (1, –3) mento de 4 unidades no sentido positivo do eixo Ox,
7 unidades no sentido positivo do eixo Oy e 5 unida-
≤ = –3e≤ 1 + 0e≤ 2 g≤ (–3, 0)
g des no sentido positivo do eixo Oz.
Definição Definição
Fixado um plano munido de um referencial ortonor- Fixado um referencial ortonormado do espaço de
mado de origem O e dados dois pontos A(a1, a2) e origem O e dados dois pontos A(a1, a2, a3) e
B(b1, b2), chama-se diferença entre os pontos B(b1, b2, b3), define-se a diferença entre os pontos
≥ .
B e A (e escreve-se B – A) ao vetor AB B e A como sendo o vetor AB ≥ .
Propriedade Propriedade
As coordenadas de B – A são a diferença entre as ≥ = B – A = (b1 – a1, b2 – a2, b3 – a3)
AB
coordenadas de B e as coordenadas de A.
Sejam u≤ (u1, u2) e v≤ (v1, v2) dois vetores ≤ (u1, u2, u3) e v≤ (v1, v2, v3) dois vetores
Sejam u
do plano e A(a1, a2) um ponto do plano do espaço e A(a1, a2, a3) um ponto do espaço
≤ = v≤ ⇔ (u1, u2) = (v1, v2)
u ≤ = v≤ ⇔ (u1, u2, u3) = (v1, v2, v3)
u
Igualdade
⇔ u1 = v1 ∧ u2 = v2 ⇔ u1 = v1 ∧ u2 = v2 ∧ u3 = v3
≤ + v≤ = (u1, u2) + (v1, v2) =
u ≤ + v≤ = (u1, u2, u3) + (v1, v2, v3) =
u
Adição
= (u1 + v1, u2 + v2) = (u1 + v1, u2 + v2, u3 + v3)
≤ – v≤ = (u1, u2) – (v1, v2) =
u ≤ – v≤ = (u1, u2, u3) – (v1, v2, v3) =
u
Subtração
= (u1 – v1, u2 – v2) = (u1 – v1, u2 – v2, u3 – v3)
Multiplicação
λu
≤ = λ(u1, u2) = (λu1, λu2) λu
≤ = λ(u1, u2, u3) = (λu1, λu2, λu3)
por um escalar
Norma de um ≤ || = √∫(∫u∫1∫)2∫ ∫ ∫+∫ ∫(∫u2∫ ∫)2∫ ≤ || = √∫(∫u1∫ ∫)2∫ ∫ ∫+∫ ∫(∫u2∫ ∫)2∫ ∫ ∫+∫ ∫(∫u3∫ ∫)2∫
||u ||u
vetor
Vetores colineares
Plano Espaço
Propriedade Critério de colinearidade de vetores através das respetivas
≤ (u1, u2) e v≤ (v1, v2) dois vetores coordenadas
Sejam u
do plano, não nulos. Sejam ≤u (u1, u2, u3) e ≤v(v1, v2, v3) dois vetores do espaço, não
nulos.
≤u e ≤v são colineares se e somente se ≤ e v≤ são colineares se e somente se:
u
u u
u1, u2, v1, v2 ≠ 0 e 1 = 2 ou as primeiras Condições de
v1 v2 u1 u2 u3 v1 v2 v3
coordenadas de ambos forem nulas ou colinearidade
u1 u u
as segundas coordenadas de ambos ≠0 ≠0 ≠0 ≠0 ≠0 ≠0 = 2 = 3
forem nulas. v1 v2 v3
u2 u3
=0 ≠0 ≠0 =0 ≠0 ≠0 =
v2 v3
u1 u3
≠0 =0 ≠0 ≠0 =0 ≠0 =
v1 v3
u1 u2
≠0 ≠0 =0 ≠0 ≠0 =0 =
v1 v2
=0 =0 ≠0 =0 =0 ≠0
São sempre
=0 ≠0 =0 =0 ≠0 =0
colineares
≠0 =0 =0 ≠0 =0 =0
O Q’ P Q’ O P
OQ’ OQ’ OP
OP
NOTA
≤u . ≤v = ||≤u|| ||≤v || cos(≤u,— ≤v )
Se ≤u = ≤0 ou ≤v = ≤0,
então ≤u . ≤v = 0.
Propriedades do produto escalar
• ≤u . ≤u = ||≤u ||2 • ≤u . ≤v = ≤v . ≤u
• (λ≤u ) . ≤v = λ(≤u . ≤v ) • (≤u + ≤v ) . ≤w = ≤u . ≤w + ≤v . ≤w
• ≤u . ≤v > 0 ⇔ 0o ≤ (≤u,— ≤v ) < 90o • ≤u . ≤v < 0 ⇔ 90o < (≤u,— ≤v ) ≤ 180o
≤u . ≤v
• ≤u . ≤v = 0 ⇔ ≤u ⊥ ≤v • cos(≤u,— ≤v ) =
||≤u|| ||≤v ||
Vetores perpendiculares
Plano Espaço
No plano, obtemos um vetor perpendicular a um No espaço, obtemos um vetor perpendicular a um
vetor dado, trocando as coordenadas e trocando vetor dado, substituindo uma das coordenadas
o sinal a uma delas. por zero e trocando entre si o lugar das duas
coordenadas restantes e o sinal de uma delas.
(a, b)
Dado um vetor u ≤ (a, b, c), os vetores de coordenadas
(0, c, –b), (c, 0, –a) e (b, –a, 0) são vetores perpen-
(b, –a) diculares a u ≤ .
≤ (1, 2) e v≤ (2, –1) são per-
Por exemplo, os vetores u ≤ (1, 2, –3) e v≤ (3, 0, 1) são
Por exemplo, os vetores u
pendiculares. perpendiculares.