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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS NÁUTICAS

DEPARTAMENTO DE MÁQUINAS MARÍTIMAS

Engenharia Mecânica e Controlo De Sistemas

Pós-Laboral

MECÂNICA DOS FLUÍDOS

Trabalho Em Grupo

Nomes: Denilsson johnson macie

Milton Florêncio Chiluvane

Isaias Ruben Munguambe

DOCENTE: Manuel Chissaico

Maputo,Julho 2021
Escoamentos Incompressíveis
Nos escoamentos incompressíveis, p e V são as duas variáveis principais de interesse, e
por isto são necessárias duas equações de conservação: continuidade e quantidade de
movimento linear.
Escoamento compressível implica em grandes variações da massa específica num
campo de escoamento. Os efeitos de compressibilidade surgem devido a grandes
variações de velocidade, que por sua vez originam grandes variações de pressão,
levando a grandes variações da massa específica e da temperatura. grandes  V 
grandes  p  grandes  r e grandes  T Uma vez que duas variáveis adicionais
aparecem (r e T), duas equações adicionais são necessárias: equação de conservação de
energia (1a. lei da termodinâmica) e uma equação de estado.
Incógnitas: V ; p ; r ; T
Equações: continuidade quantidade de movimento linear energia equação de estado No
presente curso vamos utilizar as seguintes aproximações:
•regime permanente
• gás ideal e utilizaremos a análise integral
egime Permanente
O desempenho em regime permanente é medido a partir da capacidade de um sistema
seguir referências padrões (salto, rampa, parábola) e a rejeitar assintoticamente sinais de
perturbação também padrões.
A ferramenta matemática utilizada na análise do regime permanente é o Teorema do
Valor Final, que diz que o valor da saída do sistema quando   (valor da saída em
regime permanente) é dada pelo seguinte limite:

onde   é a entrada aplicada ao sistema e   é a função de

transferência1.2 entre   e   .
Consideremos o diagrama da figura:
Figure 1.10: desempenho em regime permanente
Neste sistema estamos interessados pelos efeitos, em regime permanente, sobre a saída

do sistema do sinal   (referência) e da perturbação  . Pelo pricípio da


superposição temos que:

ou seja,

Seguimento de referência
Em sistemas de controle em malha fechada, é desejável que a saída do sistema em
regime permanente seja igualada ao sinal de referência (entrada). Entretanto, em alguns
casos esta igualdade não é atingida e temos o que chamamos de erro em regime
permanente:

Conceito de gás ideal


Os gases ideais são compostos exclusivamente por partículas de dimensões puntuais (de
tamanho desprezível) que se encontram em movimento caótico e
em alta velocidade. Nesse tipo de gás, a temperatura e a velocidade de translação das
partículas são proporcionais.
Uma vez que não há interação entre as partículas de um gás ideal, a energia
interna desse gás é sempre igual à soma da energia cinética de todas as partículas que o
constituem.
O gás ideal é formado por partículas puntiformes que colidem elasticamente entre si.
Quaisquer que sejam os gases ideais, eles sempre contarão com o
mesmo número de partículas para o mesmo volume. A massa deles, por sua vez,
dependerá diretamente da sua massa molar (medida em g/mol), além disso, 1 mol de gás
ideal (cerca de 6,0.1023 partículas) sempre ocupará um volume igual a 22,4 l.
Os gases reais, em que há ocorrência de colisões inelásticas entre partículas,
aproximam-se muito do comportamento dos gases ideais em regimes de baixas pressões
e altas temperaturas. Por coincidência, nas condições normais de pressão e temperatura
da Terra (25 ºC e 1 atm), a maior parte dos gases comporta-se como gases ideais, e isso
facilita o cálculo de previsões acerca do comportamento termodinâmico deles.
Alguns gases, como o vapor d'água, que se encontra diluído no gás atmosférico, não
podem ser considerados gases ideais mas sim gases reais. Esses gases apresentam
interações significativas entre suas partículas, que podem condensar-se, fazendo com
que eles liquefaçam-se, caso haja uma queda de temperatura.
Lei dos gases ideais
O estudo dos gases desenvolvido pelos estudiosos Charles Boyle, Joseph Louis Gay-
Lussac e Robert Boyle levaram ao surgimento de três leis empíricas, usadas para
explicar o comportamento dos gases ideais em regimes
de temperatura, pressão e volume constantes, respectivamente.
Juntas essas leis formaram a base necessária para o surgimento da lei dos gases ideais,
que relaciona o estado termodinâmico inicial de um gás, definido pelas grandezas P1,
T1 e V1, com o seu estado termodinâmico final (P2, V2 e T2), depois de ter sofrido
alguma transformação gasosa.
Confira a fórmula da lei geral dos gases:

A lei geral dos gases afirma que o produto da pressão pelo volume do gás, divido pela


temperatura termodinâmica, em kelvin, é igual a uma constante. Essa constante, por sua
vez, é descrita pela equação de Clapeyron, observe:

n – número de mols (mol)


R – constante universal dos gases perfeitos (0,082 atm.l/mol.K ou 8,31 J/mol.K)
Na fórmula, P é a pressão exercida pelo gás, V é o volume ocupado por esse gás, e T é a
temperatura, medida em kelvin. A grandeza n refere-se ao número de mols,
enquanto R é a constante universal dos gases ideais, que, frequentemente, é medida em
unidades de atm.l/mol.K ou em J/mol.K, sendo essa última adotada pelo SI.
Veja também: O que é vento solar e como ele afeta a atmosfera terrestre?
Energia interna do gás ideal
A energia interna dos gases ideais pode ser calculada por meio do produto entre
a constante de Boltzmann e a temperatura termodinâmica, observe:

KB – constante de Boltzmann (KB = 1,38.10-23 J/K)


Da relação anterior, que nos permite calcular a energia cinética média das partículas de
um gás ideal, tiramos a fórmula seguinte, que pode ser usada para calcular qual deve ser
a velocidade quadrática média das moléculas de um gás ideal, para uma determinada
temperatura T, observe:

M – massa molar (g/mol)


Essa fórmula permite visualizar que um acréscimo na temperatura de um gás
ideal resulta em um aumento na velocidade quadrática média das partículas.

Os fundamentos de escoamento compressível são aplicados a um grande espectro de


problemas de engenharia atualmente. A aviação foi a grande propulsora no avanço da
dinâmica dos fluidos e particularmente no estudo de escoamentos compressíveis.
As baixas velocidades das primeiras aeronaves permitia modelar o escoamento como
subsônico incompressível.

A velocidade dos aviões até o início da segunda guerra mundial era inferior a   da
velocidade do som. Dessa forma, a literatura sobre aerodinâmica tratava de escoamentos
incompressíveis.

Acima de Mach 0.3 os efeitos da compressibilidade não podem ser ignorados.


Com o surgimento de aeronaves com velocidades próximas à do som, os efeitos da
compressibilidade na aerodinâmica de aeronaves passou a ser importante.
Escoamento
Toda substância se encontra em uma das fases da matéria: sólida, líquida ou gasosa.
Chamamos de fluido à substância nas fases líquida ou gasosa. As equações que
governam seus movimentos possuem muitas semelhanças.

Fluidos, ao contrário de sólidos, não resistem à tensões de cisalhamento. Assim,


enquanto houver a aplicação de tensão cisalhante, eles irão sofrer deformação.
Um fluido deforma continuamente quando sujeito à tensão de cisalhamento
Sabemos que nem todos os fluidos se comportam da mesma forma quando sujeitos à
tensão cisalhante. Seu comportamento é caracterizado pela viscosidade, que é uma
propriedade do fluído.
Viscosidade

A resistência do fluido à tensão de cisalhamento é representada pela viscosidade  .


Fluidos Newtonianos possuem relação linear entre a taxa de deformação e a tensão de
cisalhamento:

Os fluidos não-newtonianos podem ser classificados em:


Pseudoplásticos: viscosidade aparente diminui com aumento da taxa de deformação;
Dilatantes: viscosidade aparente aumenta com aumento da taxa de deformação;
Plástico de Bingham: se comporta como sólido até determinado limite e após possu
relação linear entre tensão cisalhante e taxa de deformação;
Tixotrópico: a viscosidade aparente reduz com o tempo;
Reopético: viscosidade aparente aumenta com o tempo;
Viscoelásticos: retornam em parte à sua forma original.
Líquidos & Gases

Para diferenciar líquidos de gases, a idéia mais comum que surge é a de que, a grosso
modo, o gás é capaz de preencher todo o recipiente em que se encontra, enquanto que o
líquido forma uma interface, chamada de menisco. Nem sempre essa definição é
suficiente. Imaginemos um recipiente fechado, com paredes rígidas, cheio de líquido.
Nesta situação, não se observa um menisco e, além disso, é possível adicionar calor ao
recipiente, de modo à provocar a mudança da fase líquida para a gasosa, sem que seja
observada uma interface.
Uma forma de diferenciar estes fluidos está justamente na variação de seu volume com
o aumento da pressão aplicada. Assim, para um dado aumento na pressão, temos:
Gases: grande variação no volume quando submetido à pressão
Líquidos: pequena variação no volume quando submetido à pressão.
Para quase todos os escoamentos de líquidos a variação do volume é tão pequena que
pode ser desprezada. Mas porque podemos fazer tal afirmação? Como podemos saber o
comportamento da matéria, para avaliar a variação de seu volume?
Para qualquer substância, podemos traçar um gráfico Pressão-Volume-Temperatura,
conhecido como superfície P-V-T. Os estados da matéria podem ser identificados na
superfície desse gráfico. Há substâncias que se contraem ao se solidificar e outras que
expandem, mas na região de líquido, pode-se observar que um aumento significativo da
pressão leva a uma redução de volume desprezível.
Líquidos são considerados fluidos incompressíveis, pois possuem variação de volume
específico desprezível (e de massa específica) enquanto gases são considerados fluidos
compressíveis, pois a variação de seu volume específico (e de sua massa específica) é
considerável quando sujeitos à aplicação de uma pressão.
É importante que tenhamos a compreensão do que se trata o estudo de escoamentos
compressíveis. Desta forma, podemos nos questionar, iremos estudar:
Escoamentos Compressíveis ou Fluidos Compressíveis?
É importante que tenhamos a compreensão do que se trata o estudo de escoamentos
compressíveis. Desta forma, podemos nos questionar, iremos estudar:
Escoamento de fluidos compressíveis?
OU
Escoamentos compressíveis?
Escoamento de Fluidos Compressíveis e Escoamentos Compressíveis não são,
necessariamente, a mesma coisa.
O interesse está no estudo do regime de escoamento. Quando nos referimos a
escoamentos compressíveis, portanto, estamos nos referindo aos escoamentos em que a
compressibilidade do fluido é levada em consideração.
Assim, o interesse é em “Escoamento em que há variação significativa ou notável da
massa específica do fluido”.
Para diversas situações práticas, a variação do volume dos gases é relativamente
pequena, podendo também ser desprezada. Essa situação depende do regime do
escoamento.
Escoamentos com velocidade muito menor do que a velocidade do som são
considerados escoamentos a baixas velocidades. A variação do volume específico
desses escoamentos também é muito pequena, podendo ser desprezada.
Aos escoamentos que tem variação de volume específico desprezível, chamamos de
escoamentos incompressíveis.

Quando a variação da velocidade se torna comparável à velocidade do som, a variação


do volume dos gases passa a ser significativa. Nesses casos, o escoamento se torna
compressível.
Compressibilidade
Mas por que um aumento na velocidade do escoamento leva à compressibilidade?
Basicamente, existe uma maior quantidade de momento. Quando o fluido encontra um
objeto, é necessária elevada pressão para desacelerá-lo à velocidade nula. Quanto maior
a pressão, mais o fluido será comprimido.
Observem que o escoamento de gases, que são fluidos compressíveis, pode ser tratado
como incompressível.
Portanto, escoamentos incompressíveis envolvem o estudo de escoamento de fluidos
incompressíveis e de escoamento de fluidos compressíveis, desde que a variação do
volume específico seja desprezível.
Na vida real, todo escoamento, de todo fluido, é compressível numa extensão maior ou
menor. Logo:
Escoamento incompressível é uma idealização;
Para escoamentos de líquidos a variação na massa específica é tão pequena que pode-se
assumir massa específica constante com acurácia razoável;
Para escoamentos de gases, deve-se avaliar até qual variação na massa específica
podemos considerar o fluido como “incompressível”, ou seja, até quando os efeitos da
compressibilidade podem ser desprezados. É uma questão de julgamento.
Quão comum é o escoamento compressível?
Para líquidos, é muito raro. A aplicação de uma pressão de   leva à uma
variação da massa específica menor do que   na água. Líquidos, portanto, são tratados
como fluídos incompressíveis e seu escoamento como incompressível.
Para gases é muito comum. Se ar é armazenado em um recipiente com o dobro da
pressão atmosférica, essa condição é suficiente para acelerá-lo à velocidade do som
quando é liberado para a atmosfera, o que ocasiona substancial variação de seu volume
específico (e de sua massa específica).
Essas afirmações são facilmente observadas em nosso cotidiano. Um sistema pistão-
cilindro cheio de água sofrerá pouca variacão de volume quando comprimido, enquanto
que o mesmo sistema cheio de ar irá ser comprimido facilmente.
Caracterização de escoamento compressível
Um indicador útil para caracterizar o regime de escoamento é o número de Mach,
calculado pela razão entre a velocidade do fluido e a velocidade do som no meio:

(4) 

sendo:
: número de Mach local. É a razão entre a velocidade no ponto e a velocidade do som
para aquela condição. Varia de ponto a ponto no escoamento.
: velocidade da corrente livre. É a velocidade do escoamento longe do corpo.
: velocidade do som na corrente livre. Também é uma propriedade termodinâmica.
Com base no número de Mach, os seguintes regimes são caracterizados:
: escoamento subsônico incompressível.
Para essa condição, mesmo escoamento de gases podem ser tratados como
incompressíveis. As propriedades variam continuamente no escoamento, as linhas de
corrente são suaves, retas e paralelas, e começam a se defletir a montante (antes) do
corpo.
Para aplicações em aerodinâmica, o regime subsônico é identificado como
possuindo 
Exemplo são as Esteiras de Von Karman.
: escoamento subsônico compressível
 Escoamentos de gases nessas condições levam a mudanças na massa específica
consideráveis, mas não há a formação de ondas de choque.
Ex. Bugatti Veyron, a 431Km/h ( ): a estagnação (desaceleração) do
escoamento na frente do veículo leva a um aumento da massa específica e da pressão.
: escoamento transônico
O escoamento é subsônico, mas quando atravessa uma superfície aerodinâmica (ex.
aerofólio) é acelerado em determinadas regiões à velocidades maiores do que a do som,
resultando em regiões localmente supersônicas. Na maioria dos casos essa região de
escoamento local supersônico termina com uma onda de choque através do qual há
descontinuidade e mudanças significativas nas propriedades do escoamento.

Com Mach próximo de 1, o perfil de choque se move para o final do aerofólio e uma
segunda onda de choque aparece à montante do aerofólio. Na frente dessa onda de
choque, as linhas de corrente são retas e paralelas, com um número de Mach
supersônico uniforme. Ao passar pela região de choque quase normal ao escoamento, o
escoamento se torna subsônico, mas um extenso escoamento supersônico se forma
novamente conforme o escoamento se expande pela superfície do aerofólio.
Há, portanto, uma região mista de escoamento supersônico e subsônico. Para efeitos
práticos, a região transônica é considerada para  .

: escoamento supersônico

A aeronave Bell X-1, pilotada pelo capitão da força aérea dos Estados Unidos Charles

E. “Chuck” Yeager, atingiu em 14/10/1947 a velocidade de  , o


equivalente a   a 13000m de altitude sobre o deserto de Mohave. Em
26/03/1948 Yager atingiu a velocidade de Mach 1.45. Foi a primeira aeronave a realizar
um vôo supersônico, mostrando que não há uma barreira sônica que impede tais vôos.

A aeronave comercial Concorde, na década de 1960, voava a   


ou  . Aeronaves militares tais como Grumman F14 atingem   (

), interceptadores militares tais como Mig 25   ( ), e a


SR-71 atinge Mach 3.5.

A aeronave SR-71 atinge Mach 3.5


Em escoamentos supersônicos ocorre a formação de ondas de choque, resultante da
desaceleração do escoamento. Essas ondas podem ser em formato de arco, em corpos
rombudos, ou oblíquoas.
A onda de choque é considerada normal (onda em arco) próxima à regiao central do
corpo rombudo. O ângulo entre a frente de onda e o vetor velocidade é próximo de 90
graus.
: Escoamento hipersônico
Neste regime ocorre um grande aumenta da temperatura, pressão e massa específica
através da onda de choque, que se torna oblíquoa, se movendo para perto da superfície
com o aumento de Mach.
Para   o escoamento entre o choque e o corpo se torna extremamente quente, a
ponto de dissociar ou até ionizar as moléculas de gás. Assim, há escoamentos a altas
temperaturas e quimicamente reagentes, que introduzem uma nova complexidade.
A transição entre supersônico e hipersônico depende do formato do corpo e da massa
específica a montante.
Para essa condição as ondas de choque são mais fortes, levando a altas temperaturas dos
gases. Moléculas individuais vibram a alta intensidade, levando à mudanças nas
propriedades dos gases.
Reações químicas são importantes, assim como a radiação.

Sistemas Scramjet voam a velocidades hipersônicas

Escoamentos Incompressíveis
Os escoamentos incompressíveis são aqueles que sofrem desprezivelmente a ação
da compressão dos fluidos no escoamento.

Em geral, considera-se incompressível um escoamento ocorrido a uma velocidade de até


1/3 da velocidade do som neste fluido, ou seja Mach 0,3.

Para um fluido ideal ser incompressível ele deve ser isocórico, ou seja, o divergente da
velocidade deve ser igual a zero.

São denominados escoamentos incompressíveis aqueles onde a massa específica não


depende de P. Assim a equação de estado é utilizada para o cálculo de r, dependente
apenas de T,  , onde T é determinada através da equação da Conservação da
Energia. Tem-se então, na equação de estado, uma equação para r, sendo que a pressão
é assim destituída de uma equação evolutiva, mas aparecendo sua influência através do
seu gradiente nas equações de movimento. É fácil observar que não basta isolar P de
uma ou outra equação do movimento. Os gradientes nas duas direções devem ser
combinados para a determinação da pressão. Deve-se então extrair P das equações do
movimento de forma que as velocidades obtidas satisfaçam a Conservação da Massa.
A equação da Conservação da Massa, por sua vez, não serve de equação evolutiva para
nenhuma variável, e passa a ser, apenas, uma restrição que deve ser obedecida pelo
campo de velocidades.
Logo, o objetivo do acoplamento é determinar um campo de pressões que, quando
inserido nas equações do movimento, origine um campo de velocidades que satisfaça a
equação da Conservação da Massa. Em outras palavras, o fato de r não variar com P
introduz um forte acoplamento entre a pressão e a velocidade, causando dificuldades
para a solução do sistema de equações.
O caso em que r não é função nem de P e nem de T é o caso particular resolvido pela
biblioteca csfl-lib-1.0, tendo em vista que o software não possui a equação de estado

acoplada ao sistema de equações. Observa-se, entretanto, que os casos de   


e   constante recebem o mesmo tratamento do ponto de vista numérico.

Arranjo das Variáveis Dependentes na Malha (Co-localizado)

O arranjo das variáveis, isto é, a localização relativa das variáveis na malha computacional, tem seu
principal nas posições relativas entre as componentes do vetor velocidade e a pressão. Como já menci
anteriormente o arranjo utilizado pela biblioteca csfl-lib-1.0 é o co-localizado, tendo esta nomenclatura pe
de todas as variáveis usarem o mesmo volume de controle. Assim, utiliza-se um único volume para re
todas as integrações. Detalhes sobre os efeitos do uso do arranjo co-localizado podem ser encontrados em
Método para Tratamento do Acoplamento Pressão-Velocidade (SIMPLEC)
Antes de iniciarmos a descrição do método utilizado pela biblioteca csfl-lib-1.0, vale
lembrar o mecanismo físico que deve ser observado no desenvolvimento de algoritmos
para tratar deste acoplamento. A solução correta de um problema de transporte de
quantidade de movimento será obtida quando o campo de pressões introduzido nas
equações de Navier-Stokes gerar velocidades que satisfaçam a equação da continuidade.
Na construção de qualquer algoritmo, a realimentação adequada do processo é
fundamental para se obter uma boa velocidade de convergência. No caso do
acoplamento em questão, o residual de massa, computado através da equação da
continuidade, é o dado fundamental para indicar a maneira como o novo campo de
pressões deve ser alterado. Ao mesmo tempo, este novo campo de pressões deve,
juntamente com as mais recentes velocidades, satisfazer as equações do movimento.
Existem diversas maneiras de ir “ajustando” as variáveis durante o processo iterativo até
obter-se a solução do problema, quando então todas as equações de conservação
envolvidas estarão satisfeitas.
O método de acoplamento utilizado pela biblioteca csfl-lib-1.0, por conseguinte, o
descrito neste manual, chama-se SIMPLEC, também conhecido como
SIMPLE Consistente (Semi IMPlicit Linked Equations).
O SIMPLEC é baseado no método de Chorin [1] e tem como procedimento escrever a
pressão como a soma da melhor estimativa da pressão disponível, P*, mais uma correção
P' que é calculada de maneira a satisfazer a equação da continuidade, ou seja:

  (7.3.1)

Com o campo de pressão estimado, calcula-se as equações de Conservação da


Quantidade de Movimento, sendo então necessário corrigir as velocidades para que
estas satisfaçam a equação da Conservação da Massa. Para tanto, deve-se determinar
equações de correção das velocidades, e a qualidade das mesmas influencia
significativamente a taxa de convergência do processo iterativo. Em seguida, as
pressões são avançadas, para completar o ciclo iterativo.
No método SIMPLEC, as equações para a correção das velocidades são obtidas a partir
das próprias equações do movimento. Atribuindo à Eq. (4.9) os termos de

pressão   e   resultando na equação do movimento na direção x, e


resultando na equação do movimento na direção y, e ainda, desprezando-se os termos
dos volumes que não fazem fronteira com o volume P, obtém-se:

(7.3.2) 

(7.3.3)
Se um campo de pressões P* é introduzido nas Eqs. (7.3.2) e (7.3.3),

encontramos: 

Introduzindo-se nas Eqs. (7.3.2) e (7.3.3) o campo de pressões correto e em seguida


subtraindo destas as Eqs. (7.3.4) e (7.3.5), considerando os coeficientes e termos-fontes
constantes, e reconhecendo que o operador [L] é o gradiente de pressão aproximado
numericamente, encontramos:

  

Somando em ambos os lados das Eqs. (7.3.6) o   termo , resulta

em: 

 
Desprezando-se os termos entre chaves, obtemos a equações de correção das
velocidades dadas por:
 

Como mencionado anteriormente, o método SIMPLEC é muito semelhante ao método


SIMPLE, tendo como diferença o denominador das equações de correção das
velocidades, onde no SIMPLE este é dado apenas por AP, obrigando ao método o uso de
uma severa sub-relaxação para obter-se convergência.

Inserindo-se, agora, as Eqs. (4.15) nas Eqs. (7.3.6), obtém-se ainda:


 

onde   é dado por:

Vale frisar que  da equação (7.3.10) é a somatória dos vizinhos que fazem
fronteira com o volume de controle P, isto é, os volumes W, E, N e S.

Resta, agora, obter uma equação para determinar P’ tal que, quando substituído nas Eqs.
(7.3.9), origine velocidades u e v que satisfaçam a equação da Conservação da Massa.
Iniciaremos este processo escrevendo as Eqs. (7.3.9) nas interfaces dos volumes de
controle.

Face leste:

(7.3.11a) 

(7.3.11b)

Face oeste: 

(7.3.12a) 
(7.3.12b)

Face norte: 

(7.3.13a) 

(7.3.13b)

Face sul: 

(7.3.14a) 

(7.3.14b)

Deve-se observar que algumas simplificações foram feitas nas Eqs. (7.3.11) a (7.3.14):

Para as faces leste e oeste, os gradientes de pressão na direção x foram desprezados e os

termos  utilizados nas equações para u e v são os mesmos e iguais a  .

Para as faces norte e sul foram desprezados os gradientes de pressão na direção h e os

termos   são feitos iguais a  .

e ainda  nas interfaces, calculados pelo software, são aproximados como sendo:

(7.3.15a) 
(7.3.15b) 

É importante ter em mente que as simplificações a que foram submetidas as Eqs.


(7.3.11) a (7.3.14) não alteram a qualidade dos resultados obtidos, tendo em vista que a
solução do problema não depende das equações de correção, sendo estas equações
auxiliares e que não fazem parte do sistema de equações que está sendo resolvido. A
influência das mesmas está na taxa de convergência. Por esta razão, as equações de
correção aqui apresentadas são originárias das equações que queremos resolver.

Dando continuidade à dedução de uma equação para P’, determina-se as


velocidades contravariantes nas interfaces, substituindo as Eqs. (7.3.11) a (7.3.14) nas
Eqs. (3.2) e (3.3), tendo-se assim:

(7.3.16a) 

(7.3.16b) 

(7.3.16c) 

(7.3.16d)

Após algumas mudanças algébricas nas Eqs. (7.3.16), temos as equações de correção
das velocidades contravariantes, dadas por:
 

(7.3.17a) 

(7.3.17b) 

(7.3.17c) 

(7.3.17d)
onde a e g são componentes do tensor métrico dados pelas Eqs. (3.4) e (3.5).

Finalmente, para encontrar a equação desejada, substitui-se as Eqs. (7.3.17) na equação


de Conservação da Massa, dada por:
 

(7.3.18)
obtendo-se uma equação de Poisson para P', na forma:

 
(7.3.19)
onde os coeficientes são dados por:

(7.3.20a) 

(7.3.20b) 

(7.3.20c) 

(7.3.20d)e 
(7.3.21)
Tendo finalmente obtido P’, as velocidades contravariantes Ue, Uw, Vn e Vs são
corrigidas através das Eqs. (7.3.17), podendo a correção das velocidades cartesianas no
centro dos volumes ser feita de duas formas:

A primeira forma de se corrigir up e vp é calculando estas velocidades diretamente


através das Eqs. (7.3.9).

Na segunda forma calcula-se as velocidades contravariantes no centro dos volumes de


controle com as contravariantes das faces já corrigidas, como nas seguintes equações:

(7.3.23a) 
(7.3.22b)
onde: 
Uc = velocidade contravariante normal a x constante no centro do volume
Vc = velocidade contravariante normal a h constante no centro do volume

Tendo-se então as velocidades contravariantes no centro dos volumes de controle, pode-


se calcular as cartesianas através da inversa das Eqs. (3.2) e (3.3), obtendo-se:

(7.3.23a) 
(7.3.23b)

Após estas atualizações, obtém-se, então, um campo de velocidades que satisfaz a


equação da Conservação da Massa. No passo seguinte, a pressão P é obtida através da
Eq. (7.3.1). Para o novo ciclo iterativo, P* é feito igual ao novo P e um novo campo de
velocidades estimado é calculado, dando-se seqüência ao mesmo processo, até obter-se
a convergência dentro de parâmetros estipulados. O ciclo iterativo será estudado
detalhadamente no Cap. 10.
Brevemente, podemos dizer que a Eq. (7.3.1) não tem uma fundamentação física que a
suporte. Ela não é obtida nem a partir da equação da Conservação da Massa nem da
equação da Conservação da Quantidade de Movimento. É apenas uma maneira simples
de avançar os valores de P. P’ tem um significado físico muito forte nas equações de
correção da velocidade, mas não o tem na Eq. (7.3.1).

 Condições de Contorno (Volumes Fictícios)

Para as condições de contorno a biblioteca csfl-lib 1.0 faz uso dos chamados volumes fictícios, mostrados na Fig. 8.1
volumes que não fazem parte do domínio físico do problema, sendo utilizados para que todos os volumes do domíni
físico, inclusive os de fronteira, possam ser interpretados como volumes internos. Isto facilita a discretização da equa
geral de conservação.

Figura 8.1 – Domínio de cálculo.


Com o uso dos volumes fictícios, deve-se criar equações para estes volumes em função das condições de contorno
existentes. É natural escrever tais equações da mesma forma das equações para os volumes internos:

(8.1)

As condições de contorno que podem ser encontradas na biblioteca csfl-lib-1.0 são: 

 Condições Térmicas:

o Temperatura prescrita;
o Fluxo prescrito;
o Convecção.
 Condições de Escoamento:  

o Velocidades prescritas (u e v);


o Condição de saída;
o Condição de simetria.

Conclusão
Neste trabalho concluímos que Escoamento compressível implica em grandes
variações da massa específica num campo de escoamento. Os efeitos de
compressibilidade surgem devido a grandes variações de velocidade, que por sua vez
originam grandes variações de pressão, levando a grandes variações da massa
específica e da temperatura.

Os escoamentos incompressíveis são aqueles que sofrem desprezivelmente a ação


da compressão dos fluidos no escoamento.Em geral, considera-se incompressível um
escoamento ocorrido a uma velocidade de até 1/3 da velocidade do som neste fluido, ou
seja Mach 0,3.Para um fluido ideal ser incompressível ele deve ser isocórico, ou seja, o
divergente da velocidade deve ser igual a zero. Os gradientes nas duas direções devem
ser combinados para a determinação da pressão. Deve-se então extrair P das equações
do movimento de forma que as velocidades obtidas satisfaçam a Conservação da Massa.

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