O Uivo Das Estrelas

Sessão 6
cor vinda das estrelas
Vocês se encontram em um corredor, não tem luz e tão pouco oxigênio, o chão que os pés
de vocês tocam, é livre de marcas do tempo, como se nunca tivessem encontrado interação
humana antes. Mas vocês sabem, não tem como um lugar como esse se quer existir sem que uma
pessoa tenha feito ele, como uma escada de pedra, e este túnel foi escavado sem interferência
humana.

A essa altura vocês já perderam a noção do tempo, foram horas? anos? dias? andando
nesse único estreito e claustrofóbico corredor, as paredes que tinham terra, deram espaço para
a existência de pedra e agora metal, o tempo no ambiente é indiferente a vocês, logo a frente,
existe o que antes foi uma porta, feita de metal, antes reluzente e imponente, agora são só restos
velhos de metal, retorcidos pelo tempo e pela ferrugem.

Do corredor a única visão que todos tem, é de uma escuridão, nada à atravessa, nem a luz,
ou a poeira, a escuridão inodora, é tão espessa que chega a ser quase sólida, no ambiente paira
uma rala nevoa quase imperceptível, que se espalha por todo o corredor, do teto caindo de
encontro ao chão, pequenas gotas de água, que condensam no ar antes de se chocarem com o
chão em um baque seco e sem eco, nada nesse local transmite som, seus passos, falas, nada
produz som.

De dentro da sala, o vácuo é rompido, vindo dela sons gestacionais, os sons semelhantes
ao de uma mãe, gestando a sua prole, para vocês uma prole desgraçada, algo desprovido de
beleza e empatia, um insulto a existência.

Para a mãe, sua cria é a lua e ela o mar, totalmente atraída e hipnotizada por ela.

Vocês olham para a escuridão, e ela que até agora estava ignorando vocês, sorrir, vocês
sabem, vocês não são nada, a além de poeira e desperdício de matéria, desperdício de esforço
dele, vocês sabem que o que vocês estão olhando é algo muito além da compreensão débil que
vocês têm. Vocês todos são serem inferiores, não podem fazer nada contra esse ser que está
olhando e rindo de vocês.