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Curso de Ciências Aeronáuticas


Computadores de bordo e Aviônicos

Introdução a eletricidade básica.

Em eletricidade, temos voltagem, corrente, resistência e energia.

Estrutura da matéria. Toda a matéria pode ser classificada em seu


estado como sólido, liquida ou gasosa. Aproximadamente existem 92
elementos naturais na terra, no seu estado sólido. Um elemento é
uma substância com um único tipo de átomo. Este átomo distinto faz
cada elemento diferente de outro elemento. Um átomo é a mais
pequena partícula que forma um elemento. Portanto um grupo de
átomos idênticos forma um elemento.

Para estudar eletricidade, dividimos o átomo em prótons elétrons e


nêutrons. Prótons têm carga positiva, elétrons têm carga negativa e
nêutrons têm carga neutra. No centro do átomo estão os prótons e
nêutrons juntinhos, o núcleo é positivo. Em volta do núcleo estão os
elétrons circulando. Quando o número de elétrons no átomo iguala o
número de prótons, o átomo está balanceado ou neutralizado. Neste
caso, o átomo não possui carga elétrica. Cada elemento é idêntico
pelo número atômico. Isto é o número de prótons no núcleo

O átomo do cobre, o mais usado metal para conduzir eletricidade,


tem 29 prótons e 29 elétrons. As órbitas de elétrons são formadas
por grupos de elétrons a distâncias diferentes do núcleo. Cada grupo
tem um número de elétrons. Cada grupo tem um certo número de
elétrons. Quando um grupo está completo, outro grupo deve ser
formado caso haja um elétron adicional. A órbita mais distante é
chamada de valência (grupo de valência). Este grupo é o mais
importante na eletricidade. Um grupo de valência instável contem 8
elétrons. Aqueles que estiverem menos que 4 elétrons de valência,
perderam um elétron com relativa facilidade. Átomos com mais de 4
elétrons de valência e menos que 8, atraem elétrons livres para
completar o grupo de valência. A energia em um grupo de valência é
distribuída igualmente. Quanto menos elétrons no grupo de valência
maior energia. Isto requer menos energia adicional para soltar o
elétron do átomo.
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Figura 3
O átomo de cobre neutro contem 29 prótons no núcleo e 29 elétrons
nas suas órbitas. As cargas positivas e negativas estão balanceadas.
O átomo não tem carga elétrica. Quando o único elétron de valência
sai da órbita do átomo, este fica íon positivo com carga +1. O elétron
livre tem carga negativa –1. existem agora uma diferença de
potencial entre as duas cargas. A carga positiva possui uma lacuna
onde o elétron está faltando. Isto produz uma atração entre o íon
positivo e qualquer elétron livre que esteja por perto. Uma antiga
regra da eletricidade é: cargas diferentes se atraem e cargas iguais
se repelem.

Figura 4
O íon negativo tem 1 elétron a mais em sua órbita do que o número
de prótons em seu núcleo. O íon positivo à direita tem uma lacuna no
local do elétron em falta. Isto dá ao íon uma carga positiva. Os
elétrons de valência no íon negativo estão no limite de se soltarem e
serem atraídos pelo íon positivo. Em largos corpos de material, a
carga é determinada da mesma forma que em 1 átomo. Se o material
contem mais elétrons que prótons, este possui carga negativa.
Quando há menos elétrons que prótons o material tem carga positiva.
O próton tem 1840 vezes a massa de 1 elétron. O núcleo é uma
massiva e instável parte do átomo. É o elétron que vai ser juntado ou
removido.
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Figura 5

Na figura 5, o átomo da esquerda é um íon positivo. O íon positivo é


uma partícula com carga de lacuna no local onde deveria estar o
elétron. A repulsão e atração de cargas, são forças que causam
movimento. Elétrons livres movem-se de átomo para átomo. Os
átomos estão unidos na estrutura, mas as cargas positivas ou lacunas
movem-se também. O que acontece aqui é que o elétron de valência
do átomo do meio liberta-se e é atraído pelo íon positivo. Quando
isso acontece, o átomo do meio passa a ser íon positivo que por sua
vez vai atrair o elétron de valência do átomo da direita. Agora o
átomo da direita ficou íon positivo como mostra a figura 6.

Figura 6

Os átomos não se moveram, o que se moveu foram os elétrons


livres. Enquanto o elétron livre se move para a esquerda, a lacuna
move-se no sentido contrario para a direita. Neste exemplo o
terminal negativo está à direita. Como podemos ver a condução de
corrente elétrica é descrita como se movesse em ambas as direções.
Uma vasta convenção em eletricidade aceitou que a corrente em um
circuito seria de cargas positivas movendo-se do terminal positivo
para o negativo. Isto é chamado de corrente convencional. O elétron
movendo-se do negativo para o positivo é muitas vezes usado para
explicar o funcionamento do circuito e seus componentes. O resultado
de qualquer calculo é o mesmo independentemente de qual
convenção é usada.
Quando as cargas estão separadas, positivas num lado e negativas no
outro, existe um diferencial em potência entre estes dois pontos. A
diferença de potencial é dada em unidade de volt. O volt é o nome
dado em homenagem a Alessandro Volta, o pioneiro Italiano em física
que inventou a bateria elétrica.
A diferença de potencial só pode existir entre dois pontos. Para se
afirmar que existe uma voltagem no ponto X, não quer dizer nada a
não ser que se afirme que o ponto de referência está claramente
referenciado. A voltagem no ponto X é a diferença de potencial entre
o ponto X e qualquer outro ponto no circuito.
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Muitas vezes um ponto comum num circuito é chamado de terra que


está conectado no terminal da fonte. Assim sendo a terra passa a ser
o ponto de referência para voltagens. Mesmo assim temos quer ser
claros em referenciar a voltagem com referência à terra.

Figura 7
Todas as marcações de terra no circuito indicam um único ponto no
circuito. Como o terminal negativo da bateria está conectado à terra,
a leitura no terminal é de +12 volts no ponto X com a terra como
referência.
Quando uma carga é conectada a uma fonte, a carga move-se pelo
circuito, executa trabalho e retorna à fonte noutro terminal. O
movimento desta carga é chamado de corrente. A corrente é medida
em amperes. O nome ampere é usado em honra do pioneiro físico
Francês André Ampere.
Para que a corrente exista, deverá haver um caminho, este caminho
é o circuito condutor que deve ser livre ao movimento de elétrons.
Alguns materiais têm elétrons muito ligados ao átomo. Estes
materiais são isoladores. A carga não tem liberdade de se mover nos
isoladores, não existe fluxo de corrente. Cerâmica e muitos plásticos
são exemplos de bons isoladores.
Outros materiais, por sinal os metais, têm elétrons pouco ligados aos
átomos, elétrons de valência. Estes elétrons são facilmente atraídos
por lacunas. Devido à liberdade de fluxo da corrente por parte do
circuito condutor, a corrente move-se com liberdade. Também
existem os semicondutores. A habilidade dos semicondutores é a de
conduzir corrente entre um condutor e um isolador.

Figura 8
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A figura 8 mostra a origem ou fonte com cargas separadas. Quando


houver um caminho entre o positivo e o negativo, a corrente flui.
Elétrons e lacunas combinam-se e a diferença de potencial
desaparece. Se se colocar uma barra de ferro entre os dois terminais,
a bateria se descarrega rapidamente e o seu potencial passa a ser 0
Volts. Quando uma carga é colocada no circuito, a fonte fornece
potência à carga.

Figura 9
A carga é qualquer coisa que executa trabalho, luz, calor, movimento,
som ou todos estes em conjunto. Na figura 9 a carga é uma lâmpada
que produz luz e calor usando a energia da bateria. Devido à lâmpada
usar energia, ela atua como uma restrição no fluxo de corrente. A
bateria também se esgota a seu tempo mas irá levar mais tempo do
que se conectassem os terminais com a barra de ferro como falamos
atrás. Uma ligação direta (curto circuito, não oferece (ou oferece
mínima) resistência à passagem de corrente. A quantidade de
corrente para uma dada voltagem depende da quantidade de
restrição. Esta restrição é chamada de resistência, reatância ou
impedância, dependendo no tipo de carga. Nesta lição falaremos só
da resistência.

Esquema 1

Agora que você já sabe sobre voltagem entregando corrente a uma


carga, veja o esquema 1 que representa um esquema eletrônico. O
esquema é como um mapa de estradas que nos mostra as estradas.
No caso o esquema eletrônico mostra-nos o caminho da corrente
elétrica. Ele usa simbologia própria para representar dispositivos e
caminhos para chegar até eles. Os esquemas providenciam formas
rápidas de descrever o circuito.
O esquema 1 é formado por fios de conexão, uma bateria e uma
resistência. As resistências são os componentes mais usados em
eletrônica. As resistências vêm em diferentes formas e tamanhos. A
resistência da figura 10 é uma resistência fixa as bandas de cor
identificam o valor das resistências em ohms.
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Figura 10

Existem também resistências semi-variáveis (ajustáveis) e variáveis.


O controlo de volume do seu rádio é uma resistência variável.
A quantidade de resistência para uma dada voltagem determina a
quantidade de corrente que flui por ela. Em termos simples, quanto
maior a resistência, mais baixa a corrente. Existe uma relação fixa
entre voltagem, corrente e resistência. A relação é conhecida por lei
de ohm, em nome de Georg Ohm, pioneiro Germânico em física que
descobriu essa relação.

Lei de ohm

U = voltagem em volts (V)


I = corrente em amperes (A)
R = resistência em ohms (Ω)

Esquema 2

No esquema 2, vemos uma fonte de 12 volts, fios de ligação


(conexão) a uma resistência de 1.000 Ω, na figura identificada por 1
KΩ, e fios de retorna da resistência à fonte. O símbolo “Ω” deve-se
ler Omega. O circuito não nos mostra o valor da corrente.
Calculemos então a corrente usando a lei de ohm.
I= 0,012 A ou 12 mA
As correntes em eletrônica são relativamente baixas, usualmente
miliamperes (mA) ou microamperes (μA).
Usando a lei de ohm, podemos ver que a corrente varia em proporção
direta com a tensão e inversamente com a resistência.

Uma vez que a resistência controla a corrente, esta (a resistência)


usa energia da fonte. Você não vê trabalho sendo executado, no
entanto ele existe. A energia é dissipada sobe a forma de calor. As
resistências aquecem, umas mais que outras. A energia ou potência
em eletricidade e eletrônica é medida em Watts, nome em honra do
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engenheiro Escocês James Watt. Em adição ao valor em ohms,


resistências são classificadas de acordo com a sua habilidade de
dissipar energia. O tamanho físico da resistência determina a
habilidade desta dissipar a energia sobre a forma de calor. A
quantidade de energia usada pela resistência é calculada pela
formula:

Você se pergunta; Se as resistências não fazem nada a não ser


produzir calor, porque as usamos?
- As resistências são usadas para dividir a voltagem e entregar
voltagens diferentes a diferentes componentes.
- As resistências são usadas para limitar a quantidade de
corrente a ser entregue a outros componentes.
- As resistências são usadas para descarregar a voltagem
armazenada em alguns componentes depois que a corrente é
cortada.

Esquema 3

Figura 16
Na figura 16 você vê um potenciômetro conectado como reostato.
Colocado em sério o reostato pode controlar a corrente no circuito. Se
subirmos o braço do reostato, a corrente diminui, se baixarmos o
braço do reostato a corrente aumenta.
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Vimos como a corrente pode ser controlada com resistências. Outra
forma de controlar resistências é com o uso de botões. Quando o
botão está aberto não flui corrente mas quando se fecha o botão a
corrente flui livremente. Veja a figura 17.

Figura 17
Botões são descritos pelo número de seus pólos e pelo número de
caminhos que ele controla. Os pólos indicam o número de fios que
vão para o botão, os caminhos descrevem o número de caminhos a
que pode ser conduzida.

Figura 18
- SPST single pole single throw switch - conecta um condutor a
um local
- SPDT single pole double throw switch - conecta um condutor a
qualquer um de 2 locais
- DPST double pole single throw switch - conecta 2 condutores a
um só local
- DPDT double pole double throw switch - conecta um condutor a
um local

Figura 19
Um botão SPDT providencia uma escolha de caminhos. O caminho do
meio possui menos resistividade que o superior.

Figura 20
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Coulomb é unidade de carga elétrica do Sistema Internacional de
Unidades. Um coulomb é medido como a quantidade de carga que flui
num condutor quando um ampere de corrente está presente por um
segundo. O símbolo para Coulomb é Q para representar a sua
quantidade. Um coulomb com carga negativo é uma quantidade de
6,25 x 1018 elétrons. É erro pensar-se que corrente é o movimento de
alguns elétrons ao longo de um caminho. Em termos de fluxo
eletrônico, mesmo a corrente de um microampere, um milionésimo
do ampere, consiste em 6.250.000.000.000 elétrons movendo-se em
um único sitio durante 1 segundo.

Eletromagnetismo

Todos os elétrons em movimento geram campos magnéticos. Os


elétrons giram em diferentes níveis e em diferentes direções. Em
adição, cada elétron troca de direção. Os campos magnéticos
individuais normalmente não suportam uns aos outros nem se
combinam num campo querente com uma dada polaridade.

Figura 6

Elétrons livres atraídos pelo potencial positivo movem-se ao longo de


um condutor na mesma direção. Cada campo magnético do elétron se
junta-se ao seu campo magnético visinho. Esta acumulação cria um
campo eletromagnético em volta do condutor. Nós podemos
visualizar linhas de campos magnéticos em volta do condutor.

Figura 7
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Na figura 7 temos uma bobina em forma helicoidal. Há direita temos
um corte dessa bobina, mostrando-nos o que acontece quando a
corrente magnética passa por ela. As linhas do campo magnético
entre os enrolamento estão em oposição, por isso se anulam. O
campo magnético é forçado a fluir em volta da parte adjacente do
enrolamento, cada um se juntando ao próximo. Uma vez que o efeito
é acumulativo, um enrolamento com algumas centenas de voltas tem
um campo magnético forte à sua volta.

Figura 8

Uma bobina com algumas centenas de voltas é feitas com muitas


camadas umas em cima das outras. As linha de força juntam-se e
criam um campo magnético intenso quando a corrente é aplicada à
bobina esta atrai metais como qualquer magnético. Uma solenóide ou
bobina elétrica é um dispositivo mecânico operado por uma campo
eletromagnético. Usam-se estes componentes para abrir portas,
acender lâmpadas à noite, campainhas, etc. Uma bobina produz
energia mecânica a partir de uma corrente elétrica. Um relé é um
exemplo de bobina. A figura 9 mostra-nos esquema de vários tipos
de relés.

Figura 9

Capacitores - Condensadores

O capacitor é vulgarmente conhecido de condensador. Ele compre


inúmeras finalidades nos circuitos eletrônicos. É utilizado no bloqueio
de corrente contínua, para livre passagem de corrente alternada,
como reservatório de cargas no circuito de filtro, como tanque nos
circuitos osciladores, etc.
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Capacitância.

Suponhamos que se coloquem duas placas de metal em paralelo, sem


que se toquem. Essas placas chamam-se de armaduras e o conjunto,
capacitor. Liguemos essas placas a uma bateria. Como sabemos que
as duas placas não se tocam, não haverá passagem de corrente
elétrica, ou, melhor dizendo não deveria haver passagem de corrente
elétrica. Admitamos que após certo tempo, tempo esse que
corresponde ao de carga do capacitor, sejam medidas as tensões nas
placas e na bateria. Verifica-se que não há diferença nas medidas;
conseqüentemente, não está passando corrente.
Agora, desliga-se a bateria e mede-se
novamente a diferença de potencial entre as
placas. Verifica-se que ela é igual à da bateria.
Ora, o fato de existir essa diferença de potencial
indica que as placas acumularam cargas
elétricas, além de que uma delas tem cargas
negativas e a outra positivas. Para maior
facilidade de raciocínio, admitamos que o
capacitor tenha acumulado duas cargas elétricas,
quando a ele aplicou-se 1 volt de diferença de
potencial. Em uma segunda prática, unamos
entre si os terminais do capacitor. É claro que as cargas positivas e
negativas se anulam e temos, então, o que se chama de descarga do
capacitor. Uma vez descarregado, apliquemos ao nosso capacitor
uma diferença de potencial de 2 volts. Esperemos o tempo necessário
para que se carregue. Feito isto, determinemos, por um processo
qualquer que no momento não tem importância, a nova quantidade
de carga. Verificamos que ela é duas vezes maior que a anterior, ou
seja, 4 cargas. Agora em experiências iguais à descrita, mas com
outras diferenças de potencial, medimos sempre a quantidade de
carga. Verificamos que para 3 volts, encontramos 6 cargas; para 4
volts, 8 cargas; para 5 volts, 10 cargas; e assim por diante.
Observando atentamente esses números, notamos uma
particularidade interessante, ou seja, a relação, isto é, a divisão entre
a quantidade de cargas que o capacitor acumulou e a diferença de
potencial aplicada é constante e sempre a mesma, nas diversas
experiências, isto é, 2, pois, 2 dividido por 1 resulta 2; 4 dividido por
2 também dá 2, e assim por diante.
Chama-se Capacidade ou Capacitância de um capacitor a relação
(divisão) entre a quantidade de carga acumulada e a diferença de
potencial aplicada às suas armaduras.
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Unidade de medida.

A unidade de medida da capacitância é chamada de farad, em


homenagem ao grande sábio inglês Michael Faraday, sendo
representada pela letra F.
O farad é uma unidade de medida muito grande e tem pouca ou
quase nenhuma aplicação prática. Por isso utilizamos seus
submúltiplos.
Microfarad (μF) = 1/1.000.000 F Nanofarad (nF) = 1/1.000.000.000
F Picofarad (pF) = 1/1.000.000.000.000 F, veja tabela de
prefixos da lição Parte 1.

Dielétrico:

Chama-se dielétrico de um capacitor a substância isolante que está


colocada entre suas armaduras. A capacidade do capacitor também
depende dessa substancia. Nas experiências anteriores, usamos o ar
como dielétrico. Na realidade existem capacitores cujo ar é o seu
dielétrico. Quando se desejam grandes capacidades são utilizados
outros materiais como a mica, plástico, poliéster, cerâmica, vidro,
óleo, etc. Para observar como varia a capacitância com o tipo de
dielétrico, recorramos às experiências:
Admitamos que, sendo o ar o dielétrico, no capacitor da experiência
anterior, encontramos uma capacitância de 8,86 pF. Agora, vamos
preencher o espaço entre as duas armaduras, com mica. Sua
capacitância é agora de 53,16 pF. Isto significa que a mica faz
aumentar a capacitância em 6 vezes. Se usarmos o teflon que é um
plástico como dielétrico o aumento teria sido de 2 vezes. Daqui
concluímos que a capacitância depende do tipo de dielétrico utilizado.
Se aumentarmos para o dobro a espessura do dielétrico, a
capacitância cai para metade, se diminuirmos a espessura para
metade do dielétrico, a capacitância aumenta o dobro. Daqui
concluímos que a capacitância varia inversamente com a espessura
do dielétrico.

Como explicar o efeito capacitivo do capacitor?


Considere a figura à direita onde se vê um capacitor
formado por duas placas planas e paralelas. A placa A
está ligada ao positivo de uma fonte de corrente
contínua e a placa B está ligada ao negativo através
de um miliamperimetro. Com a chave desligada como
mostra na figura, a corrente que passa é zero. Quando se liga a
chave, à primeira vista também não deveria passar corrente, porque
as duas placas não se tocam. Contudo, o operador irá observar que o
ponteiro do medidor dará um salto brusco no momento em que se
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liga a chave, e em seguida, cai lentamente, até à posição de repouso,
indicando que não há mais passagem de corrente. É neste instante
que o capacitor fica carregado. Inicialmente, as placas A e B estão no
estado neutro, ou seja, em cada uma existe igual quantidade de
cargas elétricas negativas e positivas (elétrons e prótons). Quando se
fecha a chave, liga-se a placa A ao pólo positivo da bateria, em que,
como sabemos, há falta de elétrons. Este pólo então retira os
elétrons da placa A, a qual fica positiva. O pólo negativo da bateria
tem excesso de elétrons e como os elétrons procuram ocupar sempre
a maior área possível, eles encaminham-se para a placa B, passando
pelo medidor de corrente, que os acusa. De fato, quando as duas
placas estão face a face e ligadas à bateria, aparece o efeito de
indução, isto é, a placa A, positiva atrai os elétrons da B, negativa, e
a B, negativa, atrai os prótons da A. Esta ação facilita a retirada de
elétrons pelo pólo positivo da bateria e o fornecimento pelo pólo
negativo à placa B.

Classificação dos capacitores quanto à variação da capacitância:fixo,


variável, semivariável
Classificação dos capacitores quanto à forma física: tubular,
disco, plano, moldado, passagem, pin-up, etc
Classificação dos capacitores quanto ao material dielétrico: óleo,
cerâmica, eletrolítico, papel, etc

Associação em série
A capacitância resultante será dada pelo produto das
capacidades, dividido pela sua soma.
Cr = C1 x C2 / (C1 + C2) <=> Cr = 6 x 3 / (6 + 3) <=> Cr =
2 μF
Pela formula podemos concluir que a o resultado da associação em
série é menor que o mais pequeno capacitor. Mais, quando se aplica
uma diferença de potencial nos terminais da associação, que
correspondem aos terminais livres do primeiro e último capacitor,
essa diferença de potencial reparte-se entre os capacitores, de
maneira que o que possuir menor capacitância receberá maior
parcela de tensão. Esta particularidade deve ser observada sempre
que se faz uma associação em série, porque, se não for levada em
conta, poderá danificar o capacitor de valor mais baixo. Vamos
insistir nisso, dando o exemplo da figura e admitindo que a tensão
é de 100 volts. Olhando na figura parece que pode funcionar a
125 volts ou seja a soma das duas voltagens. Errado. A
capacidade resultante como vimos é 2 μF. Essa capacitância
equivalente está ligada a uma diferença de tensão de 100 V; logo,
podemos determinar a quantidade de carga. De fato, se para
definir a capacitância dividimos a quantidade de carga pela
diferença de potencial aplicado é fácil concluir que, para calcular a
quantidade de cargas, basta multiplicar a capacitância pala diferença
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de potencial: logo, a quantidade de carga em cada capacitor é de: 2
μF x 100 V = 200 μC (microcoulomb). (veja página 8 da Parte 1). A
quantidade de carga em cada capacitor é, portanto, de 200 μC.
Podemos, então, determinar qual deve ser a tensão em cada um,
para que eles adquiram essa carga. Para calcular a tensão, basta
dividir a quantidade de carga pela capacitância. Assim, para os dois
capacitores: C1 – V = 200 μC / 6 μF = 33,33 V e C2 – V = 200 μC / 3
μF = 66,66 V. Como podemos ver o capacitor de menor capacidade
terá que ser superior a 66,66 V, logo, não podemos usar o de 50 V
pois este queimará. Note: normalmente não há necessidade de fazer
este tipo de associação em série. Isto só acontece quando
pretendemos um valor de capacitor não fabricado.

Associação em paralelo
A capacitância resultante é igual à soma de todas as capacitâncias,
portanto, maior do que qualquer capacitância da associação. Cr = C1
C2 C3 = 18 μF. Se a tensão aplicada entre os terminais a e b for de
115 V, todos os capacitores estarão submetidos a essa mesma
tensão.

Os capacitores pin-up e os poliéster metalizado são identificados por


barra de cores iguais às resistências. Use a tabela de cores dada no
manual Parte 1.
Magnetismo, eletromagnetismo e indutância

Magnetismo é a ciência que estuda as propriedades magnéticas dos


materiais. Diremos que o magnetismo estuda os imãs.
Imã; à muito tempo, os Gregos e os chineses encontraram uma
pedra preta, brilhante, que gozava da propriedade de atrair o ferro.
Essa pedra é, na realidade também um minério de ferro. Como foi
encontrada em uma região da Ásia chamada Magnésia, recebeu o
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nome de magnetita. Os imãs podem ser naturais e artificiais. Os
naturais são aqueles encontrados na natureza. Podemos fazer com
que certos corpos que não são imãs passem a sê-lo. Alem de imãs
naturais e artificiais, podemos ainda faze-los permanentes,
temporários ou transitórios. Pode ver no manual Parte 2 como se
obtêm imãs artificiais em eletromagnetismo página 4.

Unidade de medida do campo magnético


A unidade de campo magnético é medida em Oesrsted, em
homenagem ao físico dinamarquês que tinha esse sobrenome. Alem
dessa unidade, a intensidade de campo magnético também pode ser
medida em ampère por metro. O eletromagnetismo é o estudo do
magnetismo produzido pela corrente elétrica.

Solenóide
Na figura 8 da Parte 2 na página 4, podemos ver uma solenóide que
mais não é que um fio enrolado com um certo número de voltas,
também chamada de bobina. Chama-se solenóide a um condutor
enrolado em espiral. Fazendo-se passar corrente continua pelo
condutor do solenóide, verifica-se que se comporta como um imã.
Cada uma das suas extremidades age como os pólos do imã, por este
motivo, são também denominados de pólos solenóides. A solenóide é
aplicada como eletroímã. O eletroímã alimentado por corrente
alternada é encontrado em campainhas vulgares, conhecidas por
cigarras. Outros exemplos da aplicação dos solenóides são os relés, o
telegrafo, os fones magnéticos, etc.

Indutância eletromagnética
A indutância é a alteração do campo em conseqüência da introdução
de um meio material que modifica a disposição das linhas de força,
caracterizadas por uma constante que chamamos de permeabilidade
do meio. A aplicação mais importante do fenômeno da indução
eletromagnética está exatamente nas máquinas produtoras de
eletricidade, que recebem o nome de geradores eletromagnéticos.
Quando o gerador produz corrente contínua, ele é chamado de
dínamo. Quando produz corrente alternada, ele é chamado de
alternador.

Auto-indução
Um gerador percorrido por uma corrente elétrica variável, produz em
sua volta um campo magnético, que é também variável. Por outro
lado, qualquer condutor colocado em campo magnético variável será
percorrido por uma corrente elétrica induzida, se o circuito for
fechado, ou terá em suas extremidades uma força eletromotriz
induzida, se o circuito estiver aberto. Em conseqüência disso, o
condutor percorrido por uma corrente variável fica sob a ação do
campo variável que ele cria e terá induzido em si mesmo uma
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corrente de indução. Este é o chamado auto-indução. Desta forma
podemos dizer que auto-indutância é o fenômeno pelo qual um
condutor produz corrente de indução em si mesmo quando percorrido
por corrente variável. Agora, diremos que um condutor ou um
enrolamento, quanto à sua auto-indução, é caracterizado por uma
grandeza que chamamos de coeficiente de auto-indução ou
simplesmente indutância. Os fatores que influem na indutância são: o
número de espirais, a forma do enrolamento, o diâmetro das espiras,
a permeabilidade do meio.

Indutores
Como chamamos de resistor (resistências como são chamadas nas
lições anteriores) o corpo cuja propriedade elétrica predominante é a
resistência e de capacitor o corpo cuja propriedade predominante é a
capacitância, também chamaremos de indutor o corpo cuja
propriedade elétrica principal seja a indutância. Tenha em mente que
não existe um corpo que tenha, exclusivamente, resistência,
capacitância ou indutância, pois todo corpo possui as três
propriedades, mas ele será classificado de acordo com a propriedade
predominante. Uma bobina, por exemplo, apresenta resistência, que
é aquela do fio de que é feita; indutância, decorrente dos fatores que
estudamos anteriormente e capacitância, resultante da diferença de
potencial que existe entre as espiras. A unidade que mede a
indutância é o Henry, em homenagem ao físico inglês que tinha esse
nome. Henry é uma unidade grande, por isso usamos seus
submúltiplos; Milihenry (mH) e Microhenry (μH). O indutor ou bobina
é o terceiro elemento mais utilizado em circuitos eletrônicos,
principalmente em receptores de rádio e televisão. Definido o indutor,
este é um fio enrolado em espiras, cuja principal característica é a
indutância. De notar que a indutância só aparece quando o indutor é
percorrido por uma corrente variável.
Um indutor, quando ligado a uma fonte de corrente contínua,
comporta-se, para a corrente, como se fosse um resistor puro, ou
seja, somente a resistência ôhmica do fio limita o valor da corrente
que passa pelo indutor. Quando atravessado por uma corrente
continua, o indutor comporta-se, magneticamente, do mesmo modo
que um imã natural.
Podemos tirar as seguintes conclusões: A resistência que uma bobina
oferece à passagem da corrente alternada é maior que a oferecida à
corrente contínua. Em corrente alternada, a bobina não se comporta
como um imã, pois o objeto metálico é atraído e repelido de acordo
com a pulsação da freqüência da rede. A saber, uma bobina oferece à
corrente alternada uma resistência maior que em corrente contínua.
Para que não se faça confusão entre resistência à corrente continua e
corrente alternada, esta última recebe o nome de reatância indutiva.
Assim, define-se a reatância indutiva de uma bobina como sendo “a
resistência que o indutor oferece à passagem da corrente alternada.”
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Quando a bobina é ligada à corrente continua, só existe auto-
indutância no instante em que a corrente é ligada ou desligada, a
partir dai não há mais variação das linhas de força e,
conseqüentemente, não existirá também força contra-eletromotriz
induzida. Como conseqüência, a corrente mantém-se constante e
igual à divisão da tensão pela resistência ôhmica do fio. Alimentando
agora a bobina pela corrente alternada, sabemos que esta aumenta e
diminui periodicamente, ou seja, no mesmo ritmo da freqüência. Por
conseguinte, há constante expansão e contração das linhas de força,
o que determina, a indução de uma força eletromotriz que se opõe à
força eletromotriz (tensão) aplicada. Logo, se há uma tensão aplicada
e outra induzida em sentido contrário, a resultante das duas dá uma
tensão menor. Ora, diminuindo a tensão, e como a resistência ôhmica
do fio variou, é claro que a corrente deve diminuir. Tudo se passa,
então, como se a resistência do indutor tivesse aumentado. Por esse
motivo, a reatância indutiva, é às vezes chamada de resistência
aparente da bobina.

De que depende a reatância indutiva?


A reatância indutiva depende da freqüência da tensão alternada
aplicada à bobina. Esta conclusão é imediata, pois, como a força
contra-eletromotriz induzida aumenta, quando se aumenta a
freqüência, a reatância indutiva também aumenta. Em resumo, a
reatância depende da freqüência (f), indutância (L) e de um fator
numérico constante (2π). Portanto se quisermos determinar a
reatância indutiva numericamente podemos utilizar a formula X L = 2π
x f x l. Onde XL representa a reatância indutiva.

As bobinas classificam-se
Na prática as bobinas são constituídas das seguintes partes: fôrma,
enrolamento, núcleo e blindagem.
Quanto à geometria da forma: cilíndrica, plana e toroidal.
Quanto ao número de camadas: de uma camada e de mais de uma
camada.
Quanto ao número de enrolamento: enrolamento único e vários
enrolamentos.
Quanto ao tipo de suporte: com suporte, auto-suportadas e
impressas.
Quanto ao tipo de fio usado: esmaltado, encapado, litz, estanhado,
prateado, etc.
Quanto ao tipo de enrolamento: cilíndrico ou espiral, inclinado,
secionado, ninho-de-abelha ou honcycomb, fundo-de-cesta, toroidal,
espiral achatado, bilateral e bilateral progressivo.
Quanto ao núcleo: ar e metálico.
Quanto ao espaçamento: simples e múltiplo
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Quanto ao fator de mérito: Vimos, na lição sobre resistores que era
possível construir estes de vários tamanhos tendo a mesma
resistência. Com os indutores acontece o mesmo. Podemos construir
bobinas com os mais diferentes fios, formas e tipos de enrolamento,
mas tendo todas a mesma indutância. Se assim é, quando
necessitamos de um indutor, temos de ter uma especificação que nos
permita escolher, dentre todos os que têm a mesma indutância,
aquele que satisfaz as nossas necessidades. Essa especificação é
conhecida como fator de mérito ou fator de qualidade que, nos meios
técnicos é indicada por “Q” da bobina. Vejamos o que isso significa.
Quando um indutor é ligado a uma fonte de energia variável, por ele
circula uma corrente que cria o campo eletromagnético. Então a
energia elétrica é transformada em magnética. Por outro lado, o
condutor da bobina tem resistência ôhmica; logo, a corrente que
passa por ele também provoca seu aquecimento, ou seja, uma parte
da energia que o indutor retira da fonte é transformada em energia
térmica. Em resumo, a energia elétrica da fonte é transformada em
energia magnética e em energia térmica (calor). Ora, nas aplicações
dos indutores, o que interessa é a energia magnética e não térmica;
por isso, terá melhor qualidade o indutor que produzir menos calor.
Como o calor desprendido depende da resistência do fio, é fácil
concluir que o indutor que tiver resistência ôhmica mais baixa terá
melhor qualidade, isto é, ele cumprirá melhor sua finalidade, que é a
de transformar a energia elétrica em magnética.
Para que se pudesse ter uma indicação pratica da qualidade do
indutor, definiu-se o fator de mérito Q como sendo a relação (divisão)
entre energia magnética armazenada pelo indutor e a energia térmica
desprendida sob a forma de calor. Assim, o fator de mérito é indicado
por um número e, quanto mais alto for esse número, melhor
qualidade terá a bobina.
Como a energia magnética depende da indutância da bobina e,
também, da freqüência da fonte, por transformações matemáticas da
definição de Q, chega-se a uma fórmula bastante conhecida, que é: Q
= 2π F L / R. Onde F é a freqüência
em Hertz, L a indutância em Henrys e
R a resistência em ohms. Este fator de
mérito é muito importante na
seletividade (qualidade de selecionar
as emissoras) de um receptor de rádio.
Se o Q for elevado, a seletividade é
elevada. No entanto, o Q não pode ser
o mais alto possível pois isto diminui a
fidelidade ou qualidade do som
recebido.
Bobinas da figura ao lado:
A – seletor de rádio com núcleo de
ferrite
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B – Freqüência intermédia – FI
C – de auto-falante
D – choque de filtro - também os transformadores são deste feitio
E – auto-suporte
F – núcleo de ferrite

Introdução á eletrônica básica.

O objetivo deste curso é entender....ementa....

Uma coisa importante em eletrônica é visualizar o que acontece


dentro de um equipamento eletrônico. Aparelhos eletrônicos
funcionam de forma diferente de outros aparelhos. Quando você olha
um equipamento mecânico, você vê os componentes e as formas
como eles trabalham. Olhando os transistores e outros componentes
eletrônicos trabalhando normalmente, você não vê nada. Quando
está avariado você vê o mesmo que vê quando estava trabalhando.

Em eletrônica, as coisas acontecem a um nível subatômico. Para


entender o que acontece, você necessita formar uma imagem mental,
visualizar acontecimentos que você não pode ver diretamente. Você
necessita de uma imagem mental em como as coisas acontecem
dentro dos componentes. Você necessita visualizar sinais sendo
amplificados ou atenuados.

Dê uma olhada em equipamentos de eletrônica. Dentro de cada


equipamento desses, o que acontece pode ser descrito como
qualquer coisa que se movimenta a partir de uma origem até ao seu
destino e regressando à origem. A origem é a fonte de alimentação
de onde vem a energia. O destino é a carga que executa o trabalho.
Quando a energia é aplicada à carga (destino), este produz; som,
calor, imagem ou algo mais que possa ser produzido eletronicamente.

Figura 1
Para visualizar isto em termos de eletrônica, você necessita de uma
concepção de apresentar energia em movimento para a carga. O
transporte de energia vem em dois tipos; carga negativa chamada de
elétrons e positiva chamada de lacunas. A energia é criada separando
cargas positivas de negativa.
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Introdução á eletrônica básica


História da televisão - Parte 21

(Philo Farnsworth, inventor da TV eletrônica, em confidência à


sua noiva, na noite de núpcias)

Televisão: um pouco de história


A televisão, como muitas das criações humanas nos últimos séculos,
foi resultado de trabalho em grupo e da soma de descobertas por
vezes erráticas feitas ao longo de décadas. A transmissão de imagens
a locais distantes de seu ponto de geração já fascinava os
pesquisadores do século 19 tanto quanto o teletransporte mexeu com
corações e mentes de físicos do final de 1999. A comparação não é
fortuita: apesar de os pesquisadores do século 20 mal terem
conseguido teletransportar uma ou outra micropartícula, muitos
físicos já admitem que a questão agora é de descobrir um ou outro
mecanismo quântico para se chegar ao verdadeiro teletransporte de
objetos e até pessoas. 
Há dois séculos, em meados dos anos 1800, a sensação na
comunidade científica era a mesma -- senão maior. Alexander Bain,
um destes visionários oitocentistas, conseguiu em 1842 pela primeira
vez transmitir uma imagem estática através de impulsos elétricos
canalizados em um par de fios. Estava inventado o fac-simile, ou fax,
e pavimentado o terreno para uma das mais fascinantes jornadas
humanas, capaz de colocar mulheres e homens dos mais diversos
pontos do planeta virtualmente face a face.
Para se chegar à TV tal como a conhecem hoje bilhões de humanos,
porém, foi preciso que outras descobertas científicas se
acrescentassem ao cadinho. Uma delas, básica, passou
desapercebida por mais de meio século. A descoberta do elemento
químico selênio aconteceu em 1817. Só em 1873, no entanto, um
cientista percebeu uma incrível capacidade do selênio: com ele,
percebeu o inglês Willoughby Smith, era possível transformar energia
luminosa em impulsos elétricos. É exatamente o que fazem hoje
câmeras de vídeo ou máquinas fotográficas digitais.

Brincando de enganar o cérebro


Foi mais um dos passos fundamentais para a invenção dos
televisores, mas ainda faltavam muitos. Sete anos mais tarde, outro
condimento foi adicionado ao caldeirão fumegante de onde emergiria
a TV. A contribuição chegou pelas mãos de Maurice Le Blanc. Em
Paris, ele demonstrou que o cérebro humano podia ser enganado por
um mecanismo de repetição. Ou, melhor dizendo, que um humano
entenderia como movimento a sucessiva projeção de várias imagens
individualmente estáticas. É o mecanismo que ainda hoje funciona no
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cinema e, claro, nos tubos de raios catódicos dos monitores e de
televisores.
A síntese de tantos anos de trabalho, de tantas pessoas, estava
próxima. Faltavam apenas três outros ingredientes --todo o restante
seria decorrência do que já vinha sendo somado. Um deles surgiu em
1892, através da criação da célula fotoelétrica por Hans Getiel e
Julius Elster, e outro em 1906, quando Arbwehnelt e Boris Rosing
montaram quase que ao mesmo tempo, mas em países diversos, 
engenhocas dotadas de espelhos e de um tubo de raios catódicos que
podiam "desenhar" em uma tela. Como porém somar a brincadeira de
salão de Maurice Le Blanc à transmissão elétrica de imagens e ao
tubo?
O último dos temperos responderia a questão. Paul Nipkow havia
inventado um sistema baseado em um disco de ferro dotado de furos
em espiral. Ao girar o disco, a imagem de um objeto era quebrada
em pequenos pontos --mas, se a velocidade do giro fosse alta o
suficiente, a imagem voltaria outra vez à forma original.
E sua amiga sai do cadinho
Pouco depois da primeira guerra mundial, na Inglaterra, uma
adaptação do disco de Nipkow foi usada por John Logie Baird para
desmembrar uma imagem e em seguida remembrá-la. Em 1924,
Baird conseguiu transmitir contornos tremeluzentes de objetos. Um
ano mais tarde, foram rostos de pessoas. A televisão saiu do cadinho.
Baird começou a fazer as primeiras transmissões experimentais em
1926, quando assinou um contrato com a BBC. A qualidade da
imagem era péssima, com definição de apenas 30 linhas, mas ainda
assim um espanto para um sistema de captura de imagens
basicamente mecânico. Enquanto isso, nos Estados Unidos, Wladimir
Zworykin trabalhava sobre um projeto que, embora indo na mesma
direção dos inventos de Baird, acrescentava um dado formidável: a
captação das imagens era feita eletronicamente. Chamado de
iconoscópio, o invento deste russo naturalizado americano chamou a
atenção da RCA, que resolveu patrociná-lo. O iconoscópio é o zigoma
do que hoje se conhece como câmera de vídeo: uma válvula a vácuo
com uma de suas superfícies polvilhada de células fotoelétricas. Os
diferentes níveis de luz refletida pelos objetos sensibilizavam as
células, que transformavam estes impulsos em sinais elétricos.
A partir da década de 30 as tecnologias relacionadas à então
nascente indústria da TV não páram de se desenvolver, e em
velocidade cada vez maior. Na Europa, Alemanha e França fazem
suas primeiras transmissões em 1935, com diferença de poucos
meses entre elas.
As transmissões eletrônicas de imagens ganham a realeza em 37,
quando a coroação de Jorge 6, na Inglaterra, são transmitidas pela
BBC para um espantoso público de 50 mil pessoas. A qualidade das
imagens já é bem melhor: nesta altura, os telespectadores podem
assistir televisão com resolução superior a 400 linhas.
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Anos 50: a TV chega ao Brasil


A partir da década de 50, o caminho da TV já não oferece retorno:
ela está definitivamente entronizada como grande meio de
comunicação de massa.
Foi no primeiro ano desta década que a primeira emissora de TV
comercial surgiu na América Latina. Ela foi montada no Brasil por
Assis Chateaubriand, o mitológico magnata de imprensa criador dos
Diários Associados. Em setembro de 1950, entrou no ar a TV Tupi de
São Paulo. Os poucos telespectadores usavam televisores importados
para assistir os programas de auditório, jornais e peças teatrais
televisionadas da pioneira Tupi: a primeira fábrica brasileira só
começaria a funcionar em 51, sob a marca Invictus.
As transmissões são em preto e branco. As cores só ganhariam
espaço, no Brasil, 20 anos mais tarde. Em 72, no auge da ditadura
militar brasileira, os então raros televisores em cores no País
puderam mostrar entre seus chuviscos os matizes da Festa da Uva de
Caxias do Sul (RS). Não por acaso, a data da transmissão foi 31 de
março --aniversário oficial do golpe militar.

Há controversas quanto ao nascimento da televisão mundial.


Conforme a versão inglesa e americana, o inventor se trata de John
Logie Baird, o escocês que em 1926 exibiu as primeiras imagens
televisionadas. Antes de falarmos deste grande inventor, é
importante citarmos o progresso das comunicações que influenciaram
a origem da telinha, de 1900 a 1935, que eclodiram na criação do
padrão de TV que hoje conhecemos como o oficial, o VHF.Veja
cronologicamente o nascimentos de algumas das grandes invenções,
logo abaixo:
- Rádio, 1915. Vozes humanas são transmitidas de um lado a outro
do Atlântico, entre Arlington, nos EUA, e a torre Eiffel, na França;
- Cinema falado, 1920. Chegada dos filmes com som, desprezados
pelo público até a origem de "O Cantor de Jazz", com Al Johnson, em
1927;
- Televisão, 1926. Instituto Real de Londres, por John Baird.
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- Gravador, 1935. A AEG, da Alemanha, desenvolve o princípio do
magnetismo permanente para permitir a gravação dos sons sobre
uma fita plástica. Nascem as bases do videotape.

A Primeira Imagem
Como já citamos anteriormente, o escocês John Logie Baird é tido oficialmente com pai
da televisão mundial, em 1926. E aqui você saberá bem o que foi que este gênio do
século XX executou pela primeira vez no início da segunda metade da década de 20.
No Instituto Real de Londes, Baird demonstrou o que
seria o seu invento, ao transmitir imagens do seu
próprio laboratório, logo a frente do seu transmissor
e do protótipo de câmera que havia inventado
também. Ele, ali, dava o primeiro passo para lançar
uma invensão que tiraria dos cinemas boa parte do
seu grande público.
Nasce também a RCA (Radio Corporation of
America), que monta seus estúdios nos Estados
Unidos e faz sua primeira demonstração televisiva ao
gerar imagens do jardim em frente a estes estúdios.
A primeira imagem seria justamente, a estátua que
ficava bem ao meio deste jardim, um monumento do
famoso personagem de desenhos animados Gato
Félix, que media 2 metros de altura. A transmissão
foi feita com sucesso, naquele mesmo ano de 1926.
A imagem aparecia através de um televisor que
possuía 60 linhas de capacitação, tornando o
conjunto desta parecido com uma persiana, que
produzia a figura de Félix. 30 anos depois, esta
mesma empresa, a RCA Victor, trazia ao Brasil sua
tecnologia para fundar a PRF-3 TV Tupi-Difusora, em
1950.

Transistor
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A primeira versão do que veio a ser o transistor foi criada em 1945
por uma equipe do Bell Labs, composta por John Bardeen, Walter
Brattain e chefiada por Willian Shockley. Este transistor primordial
era feito com um cristal de germânio prensado entre duas folhas de
ouro. Três anos depois, a custo de um milhão de dólares em
pesquisas, a Bell possuía o seu primeiro amplificador de
semicondutor. Esta versão inicial era conhecida como transistor de
contato de ponta.

O transistor possui três eletrodos; portanto, é também


um tríodo. Um dos eletrodos é chamado de base, outro
de emissor e, o terceiro de coletor. Os transistores
substituem as válvulas a vácuo em todas as suas
funções.
Figura 1

Semicondutor
Numa lição anterior vimos que os corpos, quanto à facilidade com
que eles podem conduzir a corrente, costumam ser classificados em
condutores, semicondutores e isolantes. Para o estudo do transistor,
o mais importante é o semicondutor. Os materiais mais importantes,
atualmente, na fabricação de transistores e diodos são: germânio,
silício, índio, arsênio, fósforo, gálio, etc. O semicondutor, é um mau
condutor. Está mais perto dos isolantes do que dos condutores.
Entretanto, quando se adiciona alguma substancia a um
semicondutor, como o germânio e o silício, suas propriedades
elétricas sofrem profundas modificações. A substancia que se
adiciona ao semicondutor puro é chamada de impureza e chama-se
de dopagem ao ato de adicionar tais impurezas.

Tipos de impurezas
Existem dois tipos de
impurezas. A doadora e a
aceitadora. Consideremos
o semicondutor germânio,
figura 2. Ele, é formado
por átomos de germânio.
Figura 2 Figura 3 Figura 4 Cada átomo está ligado
aos seus vizinhos através
de quatro elétrons. Suponhamos agora que ao germânio puro, como
vemos na figura 3, seja dopado com fósforo, que é uma substancia
que tem cinco elétrons rodeando o átomo. Essa substancia adicional
ao germânio constitui uma imporeza. Essa impureza tem cinco
elétrons e o germânio somente quantro. Ora, quando se misturam
germânio e fósforo, quatro elétrons do fósforo se unirão ao germânio
e um de cada átomo ficará livre, porque não pode juntar-se à
estrutura do germânio, uma vez que lê só aceita quatro. Como o
fósforo cedeu um elétron ao germânio, ele, fósforo, é chamado de
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impureza doadora. Se ligarmos uma bateria a esse material, o elétron
livre se moverá através do material para o pólo positivo da bateria.
Há, então, passagem de corrente elétrica constituída por elétrons . o
semicondutor formado é chamado de semicondutor do tipo N
(negativo), já que os portadores de carga são os elétrons. Existe
outra possibilidade. Ao invés de dopar o germânio com fósforo,
vamos adicionar a ele uma substancia que tenha somente três
elétrons na última camada, como o boro, por exemplo. Então,
haverá um elétron a menos na ligação. Dizemos que há um buraco ou
vazio (figura 4). Quando um elétron da estrutura se dirige à lacuna
para completar a ligação, o átomo de onde veio fica carregado
positivamente, porque era neutro e perdeu uma carga negativa. Isto
equivale a dizer que o átomo que cedeu o elétron ganhou uma
lacuna. Se outro elétron vem preencher a lacuna e restabelecer o
equilíbrio do átomo, deixará, no átomo de onde partiu, outro buraco
positivo (lacuna). Deste modo, as lacunas se movem no
semicondutor e com a particularidade de o movimento das lacunas
acontecer em sentido contrário ao dos elétrons. A impureza do boro é
chamada de aceitadora. O germânio dopado com boro é chamado de
semicondutor P, porque a maioria dos portadores de carga é lacunas.
Convém observar que os semicondutores do tipo P ou N, no estado
natural, permanecem eletricamente neutros, porque a carga de cada
elétron fica equilibrada pela carga positiva que existe no núcleo. Alem
disso, se às extremidades de uma barra de qualquer desses
semicondutores for ligada uma bateria, haverá passagem de corrente
normalmente, ou seja, do pólo negativo para o positivo da bateria.
Ainda mais, se os pólos da bateria forem invertidos, inverter-se-á
também o sentido da corrente mas a intensidade permanecerá a
mesma. Materiais do tipo P ou do tipo N podem ser dopados de
maneira a apresentarem valores exatos de resistividade na
construção de resistores internos a circuitos integrados.

Junção PN
Vamos justapor uma barra de semicondutor P e outro N.
Formamos, o que se chama de junção PN. Quando isso
acontece, na superfície da junção sucede o seguinte: os
elétrons do semicondutor N passam rapidamente através da
superfície da união e vão preencher os buracos do Figura 5

semicondutor do tipo P. Essa transferência não dura


indefinidamente, porque cada elétron que sai do semicondutor N
deixa uma carga positiva e cada lacuna que é preenchida pelo elétron
deixa uma carga negativa, já que, os dois semicondutores são
eletricamente neutros. Então, logo se forma uma camada de cargas
positivas no semicondutor N e outra negativa no P. Essas duas
camadas impedem o prosseguimento da difusão, isto é, da passagem
dos elétrons para a região P e das lacunas para a região N. Essas
duas camadas formam um obstáculo ao movimento das cargas
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majoritárias, que é chamada de barreira de potencial. Ela é
equivalente a uma pilha imaginária, como ilustra a figura 5.

Funcionamento da junção
Feita a junção da maneira explicada,
vamos ligar aos seus extremos uma
bateria e verificar o que acontece.
Inicialmente, liguemos o pólo positivo
Figura 5
da bateria à região P e o negativo à
região N, como mostra a figura 6. Figura 6
Nesta situação, as lacunas da região
P são empurradas para a região de contato, e os elétrons da região
N também são empurrados para a região de contato. O pólo positivo
atrai os elétrons e o negativo atrai as lacunas. Assim, no
semicondutor, a corrente é formada pelo movimento dos elétrons e
das lacunas. Quando a bateria é ligada da maneira descrita, o pólo
positivo ao semicondutor P e o negativo ao N, diz-se que a junção
está polarizada no sentido direto, que corresponde ao sentido em
que há passagem de corrente. Se a bateria estiver ligada como
mostra a figura 6, o terminal negativo atrai as lacunas e o positivo os
elétrons. Tanto elétrons como lacunas ficam concentrados nos
extremos dos semicondutores, e não ha passagem de corrente. Isto é
a mesma coisa que aumentar a barreira de potencial. Dizemos que a
junção está polarizada no sentido inverso. Uma junção deste tipo, PN,
é chamada de diodo. Por essa razão, os diodos formados pelas
junções PN de semicondutores, como o germânio e o silício, são
largamente utilizados em eletrônica. Na figura ao lado vemos a
simbologia do diodo. O A é o ânodo, este é o lado por onde
entra a corrente e o K, é o cátodo por onde sai a corrente (sentido
convencional).

Estrutura do transistor
Dois semicondutores do tipo N, tendo entre si
um semicondutor do tipo P,
ou dois semicondutores do
tipo P, tendo no meio um
Figura 7 semicondutor do tipo N,
formam o componente que Figura 8
recebe o nome de transistor. No primeiro caso,
o transistor é do tipo NPN e, no segundo PNP. Na figura 7, mostramos
as representações de um transistor tipo NPN e outro PNP. Cada
semicondutor é unido a um terminal metálico para ligá-lo ao circuito
externo. A fatia do meio, recebe o nome de base e as laterais de
emissor e coletor, respectivamente. Na figura 8, mostramos a
simbologia dos dois tipos de transistores.
Consideremos um transistor NPN e polarizemos a junção emissor-
base no sentido direto, e a junção coletor-base, no

Figura 9
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sentido inverso como mostra a figura 7. 1- Na junção NP emissor-
base, os elétrons são empurrados pelo pólo negativo da bateria, até
à base. Ai, uma pequena parte deles se recombina com as lacunas,
que são poucas, já que a base é muito fina. 2- A bateria que alimenta
o coletor está em série com a bateria que alimenta o emissor;
portanto, ela reforça o efeito desta última e atrai os elétrons que
passam pela base. Assim, praticamente todos os elétrons que
partiram do emissor atingem o coletor, e a corrente do coletor é
quase a mesma do emissor. 3- O outro transistor PNP, está com as
ligações invertidas em relação ao NPN. Os portadores de corrente,
agora, são as lacunas. As explicações que demos para o
funcionamento do transistor NPN valem para o PNP, com a diferença
de que agora, o fluxo é de lacuna. 4- Nas duas polarizações da figura
8, o sentido da corrente é o real. 5- Tanto o emissor como o coletor
são feitos do mesmo tipo de semicondutor. Entretanto, o coletor é
mais volumoso que o emissor, como mostra a figura 9.

Corrente contínua e alternada (variável)

Os componentes passivos capacitor, resistores e indutores – que


apresentamos nas lições anteriores, são fundamentais no estudo da
eletricidade e eletrônica, pois esses componentes, isolados ou em
conjunto deveram desempenhar a funções mais variadas,
fazendo parte de todos os circuitos que se utilizam em recepção
de rádio, televisão, amplificadores de som, etc. Como os
elementos passivos são excitados (alimentados) pelos
componentes ativos, vamos mostrar como reagem resistor,
Figura 1
capacitor e indutor, quando ligados a correntes contínua ou
variável.
Chama-se corrente contínua aquela cujo movimento das cargas
elétricas se faz sempre em um mesmo sentido, ou seja, do pólo
positivo da fonte para o pólo negativo (considerando este sentido
como convencional). Como exemplos de geradores de corrente
continua, temos os dínamos, as pilhas, etc. Na figura 1, ilustramos
um circuito esquemático que faz uso de um gerador de corrente
contínua, pode ser uma pilha e uma resistência ou uma lâmpada. O
sentido da corrente é o sentido convencional. Um gerador de corrente
contínua apresenta duas características principais: a)
força eletromotriz – que corresponde à força responsável
pelo movimento das cargas elétricas (elétrons), através do
circuito externo. No circuito externo, cada componente (ou
conjunto de componentes) passivo fica sujeito a uma
diferença de potencial ou tensão. Mesmo nos terminais Figura 2
de ligação do gerador já temos a diferença de potencial,
pois da sua força eletromotriz temos de descontar a queda

Figura 3
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em sua resistência interna. Se fosse medida a diferença de potencial,
nos terminais do gerador, com um instrumento de medida que não
“consumisse” corrente, isto é, de resistência infinita (coisa
impossível), então o valor lido seria, de fato, o da força eletromotriz.
Tanto a força eletromotriz como a tensão são medidas com a mesma
unidade de medida, que, no caso geral, será o Volt e seus múltiplos e
submúltiplos. b) corrente elétrica – como vimos, é o movimento da
corrente de corrente elétrica. Esse movimento aparece sempre que os
terminais do gerador são ligados a um circuito externo. Se esse
circuito tem resistência baixa, o movimento é bastante intenso e, em
caso contrário, isto é, se a resistência do circuito externo for alta, o
movimento dos elétrons será dificultado. À quantidade de carga
elétricas que passa pela secção de um condutor, durante certo
intervalo de tempo, chamamos de intensidade de corrente
elétrica. À unidade de intensidade de corrente elétrica deu-se o
nome de Ampère. Na pratica, para facilidade de expressão, diz-se
que a corrente elétrica é medida em Ampères, mas, corrente elétrica
é o nome que se dá ao fenômeno dos movimentos das cargas, e que
intensidade de corrente elétrica é uma avaliação, em termos
práticos, desse fenômeno. Uma propriedade importantíssima da
corrente continua, da qual nos valeremos ainda nesta lição para
explicar o comportamento de certos componentes passivos, é aquela
pela qual os elétrons se movimentam sempre em um mesmo sentido,
ou seja, do pólo positivo para o negativo do gerador. Assim, as
propriedades de um gerador de corrente contínua são: a) possui uma
força eletro-motriz que lhe é própria. b) pode fornecer corrente
elétrica, corrente essa que dependerá, do valor da força eletromotriz
e da resistência do circuito externo (desprezando a interna do
gerador). c) o sentido do movimento dos elétrons , ou seja, da
corrente elétrica, é imutável e foi convencionado que ele é do pólo
positivo para o negativo, externamente ao gerador.
As correntes continuas têm a propriedade de manter sempre o
mesmo sentido de deslocamento das cargas elétricas, não o
modificando com o decorrer do tempo. Admitamos um circuito real
composto por uma pilha de 1,5 V ligada a um resistor de 1Ω. No
momento em que ligamos o circuito, a corrente que passa pelo
resistor é, como sabemos, de 1,5 A. Se admitirmos que a pilha
jamais se descarregue, a representação da tensão será o gráfico da
figura 2. A corrente também seria sempre a mesma, gráfico da figura
3. no caso real, a pilha descarrega-se com o tempo; portanto, a
tensão em seus terminais vai diminuindo, gradualmente e
progressivamente, até se anular.
Correntes variáveis. Contrariamente ao que acontece com a
corrente contínua, existem geradores cuja tensão não se mantém
constante com o decorrer do tempo, mas sofre variações para mais e
para menos, podendo, inclusive, mudar de sentido. São os chamados
geradores de tensão

Figura 4
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(ou corrente) variáveis. Esses geradores são muito importantes em
eletrônica. Graças a eles é que podemos transmitir informações de
som e imagem. As tensões e as correntes variáveis mais importantes
são: dente-de-serra, quadrada ou retangular e alternada, veja
os desenhos da figura 4. Falaremos sobre a corrente alternada. O
gerador de tensão alternada é muito utilizado, tanto em eletrônica
como em eletrotécnica, pois, dadas as propriedades extraordinárias
desse tipo de gerador, as usinas de força elétrica da atualidade
geram exclusivamente, tensões alternadas. Por outro lado, os
transmissores das emissoras de rádio e TV, como veremos mais
tarde, possuem o circuito oscilador, que nada mais é que um
gerador eletrônico de ondas alternadas. Na figura 4 representemos
uma onda senoidal (alternada) a qual passamos a explicar.

a) Amplitude – que
corresponde ao máximo valor
(positivo ou negativo) que a
corrente ou tensão pode
alcançar num determinado
instante. +A representa a
amplitude positiva e -A a
amplitude negativa. A
Figura 5
amplitude se repete,
igualmente, em intervalos de
tempo que chamamos de período, na figura chamado de T.
Consideremos a tensão alternada que alimenta os aparelhos elétricos
de nossa residência. No medidor, lemos as indicações de 220 V – 60
Hz. 110 V, não é da amplitude, mas do valor que chamamos de
eficaz. A amplitude ou valor máximo da tensão no caso, será de
cerca de 155 volts. Isto quer
dizer que, se possuíssemos
um aparelho que nos
permitisse medir os valores
instantâneos da tensão,
observaríamos que ela varia
de -310 V até +310 V. Por
outro lado, medindo o tempo
que a tensão leva para passar
Figura 6 por dois valores máximos
igual e sucessivos, ou seja,
duas amplitudes positivas ou negativas, encontramos 0,016
segundos, sendo esse período da tensão alternada de 60 Hz (1/60).
b) freqüência – por freqüência é conhecido o número de vezes que o
ciclo se repete em um segundo. Ela é medida em Hertz. Os sons que
ouvimos têm freqüências de cerca de 20 Hz até 16 KHz. Existe uma
relação entre freqüência e período. De fato, como período é o tempo
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necessário para que a onda alternada efetue um ciclo, e como
freqüência é o número de ciclos efetuados no tempo de um segundo,
resulta que a freqüência é o inverso do período, e vise- versa. Sendo
assim, basta conhecer um, para podermos determinar o outro. Se
conhecemos a freqüência, basta dividir o número 1 pelo valor dessa
freqüência e teremos como resultado o período em segundos. Logo; F
= 1 / período e período = 1 / F. c) fase – outro conceito importante
em eletrônica, é o de fase e, o de diferença de fase. De uma maneira
intuitiva, podemos dizer que duas tensões, corrente, etc., estão em
fase, quando elas variam da mesma maneira, com o tempo, figura 6.
Na figura 7, mostramos um gráfico de uma tensão e de uma corrente
que não estão em fase. De fato, basta observar que a tensão atinge o
máximo valor positivo no instante 1 e a corrente só no instante 2,
mais tarde. Quando a tensão e a corrente não estão em fase, diz-se
que há uma diferença de potencial, medida por um angulo e
geralmente4 indicado pela letra grega φ (fi). d) valor instantâneo –
por valor instantâneo entendemos o valor da tensão ou corrente no
instante que nos interessa. e) valor eficaz – nas aplicações práticas, o
valor instantâneo da tensão ou da corrente não tem muita utilidade,
sendo mais usado o valor eficaz. Por valor eficaz de uma tensão ou
de uma corrente entendemos aquele valor que
deveria ter a tensão ou a corrente alternada,
para produzir o mesmo efeito que uma tensão
ou uma corrente contínua conhecida. A
corrente máxima corresponde, sempre, a 41%
mais do que a eficaz; Imáx = 1,41 Ief, ou se
quisermos conhecer o valor eficaz; Ief = Imáx /
1,41. da mesma forma, para calcular a tensão
substituímos o I por V nas formulas. Assim
para calcular a voltagem máxima da rede de Figura 7
220 V usamos: Vmáx = 220 x 1,41, o que é
igual a 310,2 V.

Retificação de CA
A retificação de corrente alternada, ou seja, a sua transformação em
corrente contínua, é conseguida pelo emprego de elementos
semicondutores como os retificadores de estado sólido,
principalmente os diodos de silício. Uma das
principais aplicações praticas do diodo é a do
processo de retificação, pelo qual uma tensão Figura 1

alternada com valor médio


Figura 2 zero, como representa a figura
1, é convertida em uma tensão
com valor médio ou nível DC

Figura 3 Figura 4
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(CC - corrente contínua) maior que zero. O circuito necessário é o
mostrado na figura 2, com um diodo ideal (circuito aberto na região
de não condução, isto é, a corrente no diodo é nula). Para a tensão
senoidal de entrada V definida no intervalo de 0 a π, como demonstra
a figura 3, a polaridade da tensão nos terminais do diodo é tal que
resulta uma representação de curto circuito (vd = 0 V), pois o seu
ânodo encontra-se em potencial positivo, em relação ao seu cátodo, o
que equivale a dizer que o componente encontra-se corretamente
polarizado. Para a tensão senoidal de entrada V definida no intervalo
de π a 2π como mostra a figura 4, resulta a representação de circuito
aberto, pois o diodo encontra-se inversamente polarizado, já que o
seu cátodo encontra-se neste instante, em um potencial mais positivo
que seu ânodo. Figura 5 - Devido às características de circuito aberto
do diodo ideal, a tensão de saída VS é igual a zero.
Consideremos que pelo resistor R de carga,
passe corrente pulsante como forma de onda
semelhante à que mostramos na figura. Coloquemos
, em paralelo com o resistor, Figura 5 um capacitor de
capacitância elevada. Teremos o circuito da figura 5.
Explicando o que acontece com a ajuda da figura 6 e 7, então,
acontece o seguinte: quando a corrente,
no resistor, flui de A até o ponto O, que
corresponde à amplitude
máxima, o capacitor C carrega-
Figura 6
se com sua máxima carga. A
figura 6 mostra o que
Figura 7 acontece sem a presença do capacitor, e a figura 7 mostra
o que acontece com a presença do mesmo. Quando a
corrente decresce, o que corresponde ao trecho OB, o capacitor
começa a descarregar-se, através do resistor R, e continua se
descarregando durante o tempo em que o diodo não conduz. Como a
descarga é lenta, o capacitor não chega a atingir carga zero,
produzindo o trecho OX. A corrente fica bem mais próxima da forma
de corrente contínua. O circuito RC é chamado de filtro RC. A
filtragem é tão mais eficiente quanto maior é o produto RC, embora,
na prática, esse produto tenha limitações. O filtro RC é o mais
elementar que existe, porém os filtros mais eficientes são construídos
de indutores e capacitores.
Nas figuras 8 pode ver os
vários tipos de filtros.
A: L – RC B: L – LC C: L
– RC D: L – LC
E: T – RC F: T – LC G: π
– RC H: π – LC
O filtro mais eficiente é
Figura 8 aquele formados por
indutores e capacitores. De
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fato, analisemos o circuito π com L e C. Sabemos que o indutor se
opõe à passagem de corrente variável e que o capacitor é pouco
resistente a ela. Então, a corrente variável tende a descarregar-se
para a terra, através do 1º capacitor, e a parcela que tenta passar
pelo indutor fica bastante amortecida, sofrendo nova descarga para a
terra, através do 2º capacitor, melhor ainda mais filtragem.
Dizemos que o retificador é de meia onda quando ele aproveita
somente a metade do ciclo da corrente a ser
retificada. O transformador é um
dispositivo que serve para modificar as
características de uma corrente
alternada ou pulsante. Assim,
teoricamente, Figura 11 usando o
Figura10
transformador, podemos elevar ou
abaixar a corrente e a tensão de uma fonte alternada ou
pulsante a qualquer valor. Entretanto, essas modificações
devem obedecer à lei da conservação da energia, pois o
transformador não cria energia, mas apenas a modifica. Por
Figura 9 exemplo, se temos um gerador que fornece 100 V a 1 A,
potencia de 100 W, com o transformador podemos aumentar
a tensão para qualquer valor, mas a corrente abaixa para que a
potencia continue a mesma. Assim, se quisermos transformar os 100
V para 500 V, podemos fazê-lo usando um transformador, mas a
corrente máxima que esse transformador pode fornecer será de 0,2
A. Multiplicando 500 V por 0,2 A temos os tais 100 W de potência. A
figura 9 mostra-nos um circuito em que o diodo não está ligado
diretamente à fonte de CA (corrente alternada da nossa rede
elétrica), mas é utilizado um transformador que fornece tensão mais
baixa que a rede, para o diodo retificador. A figura 10 mostra-nos um
retificador de onda completa. Trata-se de um circuito retificador de
dois semiciclos da onda. A figura 11 mostra-nos as formas de ondas
do retificador de onda completa. O gráfico de cima mostra a onda no
primeiro transformador e o gráfico de baixo mostra a onda no 2º
transformador.

Retificador em ponte
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Figura 1

O retificador em ponte também é um tipo de circuito muito


empregado na prática. Empregam-se 4 diodos retificadores (como
indicado no esquema) ou uma ponte retificadora e um transformador
simples, que não tenha derivação central. Este tipo de retificador é
chamado também de onda completa. Cada diodo é chamado de braço
da ponte, sendo a carga conectada aos terminais da ponte que não
estão ligados ao transformador conforme podemos ver na figura 1.
Para compreender como funciona o circuito, suponhamos que, para o
meio ciclo positivo de tensão aplicada ao primário do transformador,
seu secundário tenha o ponto A positivo e, evidentemente, o B
negativo. Nestas condições, o ponto 1 da ponte retificadora também
apresenta o mesmo potencial que o ponto A, que, no momento, é
mais positivo em relação ao ponto 2 da ponte, o que possibilita ao
diodo D1 conduzir, por sua vez, o ponto 4 da ponte também é mais
positivo que o ponto 3, o qual apresenta o mesmo potencial que o
ponto B do transformador, permitindo que o diodo D3 também
conduza. Assim os diodos D1 e D3 ficam em série com a carga e
conduzem. Por lado, os diodos D4 e D2 ficam polarizados no sentido
inverso e não conduzem. A corrente, no semiciclo com traço cheio, na
figura 40 (sentido real). Quando o semiciclo inverte no primário, o
ponto A, que supomos positivo, fica negativo, enquanto que o ponto
B, que era negativo, torna-se positivo. Nesta nova situação, os
diodos. D2 e D4 conduzem, porém os diodos D1 e D3 não, pois
encontram-se inversamente polarizados, ou seja, ânodo negativo em
relação ao cátodo. O sentido real da corrente é,então, o que
indicamos com linhas tracejadas. Desta maneira, na carga, a corrente
circula no mesmo sentido, durante ambos os semiciclos, portanto, há
retificação de onda completa.

Amplificação de pequenos sinais de áudio e classes de amplificação -


Parte 8
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Tipos de amplificação: 1. de tensão contínua 2. de tensão variável


3. de potência

A amplificação de tensão contínua consiste em amplificar a variação


que essa tensão sofre, quando muda de valor. É um tipo de
amplificação que tem aplicação, por exemplo, nos instrumentos
conhecidos como voltímetro eletrônico. Graduando a tensão de saída
em função do ganho, podemos aplicar o amplificador como medidor
de tensão contínua. Por exemplo, suponhamos que temos um
amplificador de ganho igual a 10. Então, se aplicarmos 1 V no
amplificador, o voltímetro acusará uma variação de 10 V; se
aplicarmos 0,3 V o voltímetro marcará 3 V de variação, logo,
calibrando o voltímetro (no caso seria variação dividida por 10),
podemos ler diretamente a tensão desconhecida.
Quando o transistor é usado para amplificar a tensão de baixo nível,
dizemos que há amplificação de tensão. Esses sinais geralmente
provêm de microfones, fonocaptadores, câmeras de televisão, etc., e
devem ter sua tensão elevada, para que possam excitar o
amplificador de potência.
Amplificadores de potência, muitas vezes, necessitam de potência
elevada na saída do amplificador. Neste caso, devemos elevar tanto a
tensão como a corrente. Teremos, então, a amplificação de potência.
Os receptores de rádio, amplificadores de som, estágio de saída de
vídeo de televisores, etc., necessitam de amplificação de potência na
carga.
O transistor NPN, para funcionar normalmente, deve
ser polarizado como mostra a figura 1, ou seja, o
emissor é negativo em relação à base (sentido direto)
e o coletor é positivo em relação à base (sentido
Figura 1 inverso). Naturalmente, se o transistor for do tipo
PNP, as polaridades deveram ser trocadas. Polarizado
dessa maneira, as correntes nas junções NP e PN estabelecem-se da
seguinte maneira: Os elétrons fluem do emissor para a base, porque
essa junção está polarizada no sentido direto. Na base, há
recombinação de elétrons e lacunas, mas, como ela é estreita, uma
pequena quantidade de elétrons atinge o pólo positivo, formando o
que se chama de corrente de base. Entre base e coletor não há fluxo
de elétrons (corrente elétrica), porque a junção PN está polarizada
no sentido inverso. Da região N do
emissor para a região N do coletor flui
a corrente mais importante do
Figura 2
transistor, que é chamada de
corrente de coletor. Isto acontece
porque os elétrons do emissor são
atraídos pela bateria E2 e os elétrons
da região do coletor, além de serem
Figura 3

Figura 4
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atraídos por essa bateria, são repelidos pela bateria E1, pois, como se
pode verificar pela figura 2, as baterias E1 e E2 estão ligadas em série
entre os pontos E e C. A corrente de coletor pode ser controlada pela
polarização da base. De fato, suponhamos que a base fique negativa
em relação ao emissor. Isto significa inverter a polaridade da bateria
E1. Então, a junção NP emissor-base fica polarizada no sentido
inverso e não haverá corrente de base, porque, sendo negativa a
base, ela fica com excesso de elétrons e, como a corrente
majoritária, no transistor NPN, é construída pelo movimento de
elétrons , resulta que os elétrons da corrente de emissor são
repelidos pelos elétrons da base e não conseguirão passar para a
região do coletor. Agora, se fizermos o inverso do exposto, ou seja,
se polarizarmos normalmente a base, e aumentarmos
progressivamente a tensão, iremos observar que a corrente de
coletor também aumenta. A explicação do fato é bastante simples.
Basta lembrar que a base, ficando mais positiva, arrasta mais
elétrons do emissor, obrigando maior número deles a atravessar a
região do coletor. Ora do que acima expusemos, pode-se concluir que
a corrente emissor-coletor pode ser controlada pela ação da corrente
emissor-base. Além disso, uma pequena variação na corrente de base
provoca variação bem maior da corrente de coletor. Então é possível
aplicar um sinal pequeno na base e recolhê-lo bem maior no coletor,
o que significa que o transistor é um dispositivo amplificador. A
análise feita é no sentido real da corrente.
Sendo o transistor um dispositivo de três terminais, podemos liga-lo
de seis modos. Dessas, as três mais importantes do ponto de vista
pratico são: figura 2, base-comum, figura 3, coletor-comum e figura
4, emissor-comum.

Base-comum: neste tipo de ligação, o sinal é introduzido nos


terminais emissor-base e recolhido nos terminais coletor-base. Como
se nota, o terminal da base é comum tanto ao sinal de entrada como
ao de saída, justificando-se daí o nome de base-comum.
Baixa resistência de entrada. Por resistência de entrada devemos
entender a relação entre a tensão e a corrente de entrada que, no
caso, seria a tensão entre a base e o emissor, e a corrente de
emissor. Como essa tensão é baixa e a corrente relativamente alta,
resulta resistência de entrada de baixo valor. Concluímos, também,
que a resistência deve ser baixa, observando que a junção emissor-
base está polarizada no sentido direto, isto é, no sentido que favorece
a passagem da corrente e que, naturalmente, deve ser o de menor
resistência.
Resistência de saída. Definimos a resistência de saída como a
relação entre a tensão de saída e a corrente de saída. No caso, é a
relação entre a tensão e a corrente do coletor. Como a junção
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coletor-base está polarizada no sentido inverso, é fácil concluir que a
resistência de saída deve ser alta.
Ganho de corrente menor que a unidade. O ganho de corrente
contínua do transistor ligado na configuração base comum costuma
ser representado pela letra α (alfa). Ele representa a relação entre a
corrente no circuito de saída e aquela no de entrada. No caso em
análise, será a relação (divisão) entre a corrente do coletor e a do
emissor, ou seja: α = IC / Ie. Considerando-se que a corrente de
coletor é ligeiramente menor que a corrente de emissor, o ganho de
corrente será menor que um, já que a divisão de um número por
outro maior do que ele sempre dá como resultado um número menor
que um. De um modo geral, o ganho de corrente na ligação base-
comum está entre 0,95 a 0,99.
Não há inversão de fase. Nesta montagem não há inversão de
fase. Isto quer dizer que a forma de onda aplicada na entrada terá o
mesmo aspeto na saída. Podemos chegar a essa conclusão,
observando o seguinte: suponhamos que o nosso gerador da figura 3
tenha a forma de onda senoidal, representada à direita, na mesma
figura. Quando a tensão do gerador varia de A a B, ou seja, passa do
zero ao máximo positivo, a tensão total aplicada à junção emissor-
base diminui, porque o gerador e a bateria ficam em oposição, ou
seja, o pólo negativo da bateria ligado ao negativo do gerador.
diminuindo a tensão na base, fica também diminuída a corrente no
coletor, como já analisamos nesta lição. Então, a queda de tensão no
resistor de carga, que designamos por RL, diminui e a tensão da
bateria de coletor com a queda no resistor RL aumenta. Isto significa
que a tensão retirada entre base e o coletor, através do capacitor C,
aumenta. Então, a variação positiva da forma de onda, na entrada,
produz variação positiva também na saída, o que quer dizer que
nesse trecho a forma de onda varia no mesmo sentido, não havendo
inversão de fase.naturalmente, no trecho CD da tensão na entrada,
tudo se passa do mesmo modo, com a diferença de que há mudança
de sentido tanto na entrada, como na saída, como se pode deduzir
facilmente, com o mesmo raciocínio empregado acima.

Coletor-comum: o circuito da figura 3, a entrada do sinal é efetuada


na junção base-coletor e a saída, na junção emissor-coletor, sendo,
portanto, comum aos dois circuitos o terminal de coletor. Alta
resistência de entrada. De fato, o sinal sendo aplicado na junção
base-coletor, encontrará alta resistência, pois sabemos que essa
junção está polarizada no sentido inverso. Baixa resistência de
saída. A corrente do transistor flui quase totalmente entre o emissor
e o coletor; logo, esse é o caminho de menor resistência. Ganho de
corrente elevado. O ganho de corrente é definido como a relação
entre a corrente de saída e a de entrada. Ora, a corrente de saída, no
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caso, é a de coletor-emissor e a de entrada é a de base-coletor.
Como a corrente de base é muitíssimo menor que a de coletor,
resulta que a divisão desta última pela primeira dará um número bem
maior do que a unidade, ou seja, o ganho de corrente é elevado.
Neste caso, o ganho costuma ser representado pela letra β (beta). Β
= IC / IB.
Não há inversão de fase. De fato, quando o sinal na entrada varia
de A a B, isto é, de zero ao máximo positivo da onda senoidal
aplicada na base, a corrente de base aumenta, porque o gerador fica
em série com a bateria de polarização, como se pode verificar na
figura 3. em conseqüência, a corrente de coletor também aumenta, o
que provoca maior queda de potencial no resistor de carga RL. Mas,
observe o sentido da corrente, verifica-se, que quando a corrente
aumenta, o terminal de RL ligado à bateria E2 fica mais positivo;
portanto, a queda de tensão fica em série com a bateria e aumenta a
tensão resultante na saída. Isto significa que a tensão de saída
acompanha no sentido as variações da tensão de entrada, ou seja,
não há inversão de fase. Com raciocínio análogo, podemos concluir
que no trecho CD, quando a tensão de entrada diminui de valor, a de
saída também diminui.

Emissor-comum: Este tipo de ligação está mostrado na figura 4.


como se pode observar, o sinal de entrada é introduzido entre a base
e o emissor, e o de saída é retirado entre o coletor e o emissor. Esse
tipo de circuito é o que mais se usa na prática.
Média resistência de entrada. A junção base-emissor está
polarizada no sentido direto e sua resistência tem valor relativamente
baixo. Essa resistência, entretanto, é maior do que no caso da ligação
em base comum e menor do que na ligação em coletor comum;
portanto, diz-se que essa montagem tem média resistência de
entrada.
Média resistência de saída. Também, pelo fato da resistência de
saída da montagem emissor comum ser menor do que no caso da
montagem em base comum e maior do que na montagem coletor
comum, diz-se que ela é média.
Elevado ganho de corrente. Nessa montagem, o ganho de corrente
é a relação entre a corrente de coletor e a de base, e costuma ser
representado por β ou hFE. Como a corrente de coletor é muito maior
que a de base, resulta que o ganho de corrente tem valor elevado.
Há inversão de fase. Das três montagens que apresentamos, esta é
a única em que há inversão de fase, isto é, a forma de onda do sinal
de entrada aparece modificada, no tempo, na saída. Vejamos porquê:
Suponhamos que o sinal de entrada varie de A a B (fig. 4), isto é,
passe de zero ao máximo positivo. Nessas circunstancias, a bateria E 1
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e o sinal do gerador ficam em série, suas tensões se somam e,
conseqüentemente a corrente de base aumenta, o que provoca o
aumento da corrente de coletor. Esse aumento na corrente de coletor
produz maior queda de tensão no resistor RL. Em razão do sentido da
corrente, essa queda no resistor RL fica em oposição com a bateria E 2
e a tensão resultante diminui. Então, quando o sinal de entrada varia
no sentido positivo, o de saída varia no negativo; logo, há inversão
de sinal de um ângulo de 180º. Com o mesmo raciocínio, podemos
concluir que, quando o sinal de entrada varia de C a D, ou seja, de
zero ao máximo negativo, o sinal de saída sofre variação de C’ a D’,
isto é, passa do zero ao máximo positivo.
CONFIGURAÇÃO CARACTERÍSTICAS
Ganho Ganho Resistência Resistência Inversão
de de de entrada de saída de fase
corrente tensão
Base-comum <1 elevado baixa elevada sem
inversão
Coletor – elevado ≤1 elevado Baixa sem
comum inversão
Emissor-comum elevado elevado médio médio com
inversão

Microeletrônica
O aparecimento do transistor provocou enorme impacto na eletrônica.
Com ele foi possível a realização de circuitos complexos de tamanho
reduzido, de baixo consumo, leve e, sobretudo confiáveis. Entretanto,
se já tive a oportunidade de abrir um transistor de baixa potência,
certamente verificou que sua parte ativa é extremamente reduzida,
necessitando de lente de aumento para a observação mais detalhada
de sua constituição.O volume maior do transistor é devido ao
encapsulamento de proteção e aos terminais de ligação. A técnica,
cada vez mais desenvolvida, de produção do transistor possibilita a
realização de dispositivo tão pequeno que a utilização de fios para
liga-lo ao circuito é uma inútil perda de espaço. Considerando que
componentes passivos, tais como resistor, capacitor, diodo, etc.,
também podem der realizados com a mesma tecnologia com que se
produz o transistor e, portanto, com dimensões também reduzidas,
os pesquisadores realizaram circuitos contendo componentes ativo e
passivos interligados sem fio, ou seja, utilizando a técnica de
fabricação do componente para atingir o resultado final. Á esta
técnica de fabricação chamou-se de eletrônica molecular e,
posteriormente, micro-eletrônica, sendo que esta última designação é
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mais coerente e, por isso, de maior aceitação. Os circuitos realizados
segundo essa técnica receberam o nome de circuitos integrados.

Circuitos intergrados
Pode-
se
afirmar
que o
circuito

Figura 1

integrado, geralmente abreviado por CI e que o aluno não deve, de


maneira alguma, confundir com circuito impresso, é um dispositivo
formado pela associação de componentes convencionais interligados
e integrados em um mesmo módulo, de modo a constituir um circuito
eletrônico completo. A quantidade de componentes ativos e passivos
do circuito integrado depende da finalidade principal para a qual ele é
projetado. Para que o aluno tenha uma idéia do assunto, na figura 1
mostramos um circuito integrado bem simples, em sua representação
esquemática, disposição de terminais e o circuito eletrônico interno
correspondente. O CI da figura 1, é o LM386 da National. Veja
também folha em anexo com um circuito amplificador de rádio.

Classificação do circuito integrado

- Quanto ao modo de obtenção


De acordo com o processo de fabricação do circuito integrado,
podemos dividi-lo em monolítico e película. O circuito integrado
monolítico é obtido partindo-se de um cristal semicondutor e criando-
se nesse cristal, através de processos adequados, os diversos
componentes do circuito. O circuito integrado pelicular também
chamado de circuito integrado de deposição, tem seus componentes
obtidos pela disposição, em camadas, de material adequado.
Devemos aduzir que essas duas técnicas da microeletrônica são
empregadas também na obtenção de componentes discretos
denominados micromódulos, tais resistores, capacitores, indutores,
etc., de reduzidas dimensões.

- Quanto à aplicação
Sob o aspeto da aplicação do circuito, costuma-se classificá-lo em
circuito integrado digital e circuito integrado linear. O circuito
integrado digital foi projetado para ser utilizado no campo da lógica
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digital. São usados em computadores, relógios digitais, etc. O circuito
integrado linear é criado para desempenhar as mais variadas funções
dentro da eletrônica que não seja a digital. Assim temos os circuitos
para amplificadores, demoduladores de crominância em tv colorida,
controlador de velocidade de motores, amplificadores de surdez e
muitas mais aplicações.

Por transdutores eletroacústicos consideramos os microfones, alto-


falantes e fonocaptadores.

Microfone: dispositivos que transformam uma onda sonora em


força eletromotriz (corrente).
Todo som, ao atingir uma placa , exerce sobre ela uma pressão. Esta
pressão varia a corrente elétrica que passa sobre a placa que é
amplifica.

Tipos de microfone:
Carvão (contém carvão pulverizado), e um diafragma que ao ser
tocado com uma onda sonora vibra e altera a resistência do carvão.
Alterando a resistência do carvão e usando a lei de ohm, sabemos
que a corrente varia. Necessitam de cc.
Cristal, funciona com efeito piezoelétrico. Sua construção é com uma
placa de cristal de quartzo, fixas entre 2 placas.
Quando se fornece pressão ás placas, elas deformam o cristal,
oferecendo sobre o mesmo uma tensão elétrica. Boa qualidade de
reprodução dos 30 aos 15 KHZ. Tensão de saída alta. Impedância
alta, que permite ligar o microfone diretamente á entrada dos
amplificadores sem necessidade de transformador de impedância .
Dinâmico. O microfone dinâmico consiste numa bobina móvel,
situada no campo magnético de um imã.
Microfone de velocidade.
Microfone de condensador ou eletreto. È formado por duas
armaduras como o capacitor (condensador). A onda sonora produz o
afastamento ou a proximidade entre as duas armaduras, modificando
a sua capacitância.
Microfone de cerâmica, semelhantes em funcionamento a microfone
de cristal (piezoelétrico).

Fonocaptadores
São transdutores destinados a transformar as vibrações mecânicas ou
as magnéticas em corrente elétrica. Gira discos (fora de moda) e
cabeças magnéticas de cassete (fita)
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Fones e alto-Falantes
São os componentes que transformam os impulsos elétricos de áudio
em ondas sonoras.

Fones
Transformam um sinal elétrico de pequena potência em som de
pouca intensidade, já que o fone é projetado para entrar no ouvido.
fone magnético, formado por imã enrolamento e diafragma.
Cristal, efeito piezoelétrico.

Alto-falante, bobina emergida em um campo magnético intenso,


bobina esta ligada a um diafragma.
Tipos de alto-falantes
Dinâmico, uso de imã permanente
Campo, alto-falante eletro-dinâmico, o qual o campo magnético é
produzido pela passagem de uma corrente continua através de uma
bobina com núcleo de ferro. O alto-falante eletrodinâmico, na pratica
é designado de falante de campo.

Aplicação dos detectores e receptores - Parte 12

I – Antena

O primeiro elo de ligação entre a onda de RF (Rádio Freqüência) e o


receptor é a antena; portanto, um dos fatores mais importantes para
assegurar recepção satisfatória consiste na eleição e instalação de
antena adequada. A função da antena receptora é extrair a energia
eletromagnética do espaço que a circunda e transferir essa energia
ao rádio-receptor. A antena transmissora, evidentemente, tem função
inversa. Em geral, uma antena apresenta características
semelhantes, que opere como transmissora ou
receptora, o que leva a estuda-la como transmissor e
estender as conclusões obtidas às receptoras. Neste
nosso primeiro contato com o assunto,
poderemos considera-la como transmissora ou
receptora, segundo as conveniências didáticas. O
que é antena? Pode-se afirmar que antena é todo
Figura 1
elemento ou dispositivo capaz de irradiar e
receber ondas eletromagnéticas. Os
osciladores produzem um campo elétrico, no
capacitor, e magnético, no indutor; portanto,
gera-se aí uma onda eletromagnética. Essa Figura 2
onda fica confinada no circuito LC (bobina e
capacitor) e tem dificuldade de se libertar do
circuito. Se este for ligado a uma linha paralela,

Figura 3
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aberta (linha de transmissão), como mostra a figura 1, ainda assim o
campo eletromagnético não se desgarrará com facilidade, porque a
linha pode ser considerada como formada por indutores, capacitores
e resistores infinitamente próximos pois, qualquer condutor apresenta
sempre resistência, indutância e capacitância, como vimos em uma
lição anterior. Entretanto, nesse arranjo da figura 1, observamos que
as ondas apresentam certa tendência a escaparem pela extremidade
aberta encurvando aí suas linhas de força. Abrindo um pouco a
extremidade da linha de transmissão, notamos que há maior
desprendimento de linhas de força, como mostra a figura 2. se
prosseguirmos abrindo a linha de transmissão, observamos que há
maior desprendimento de linhas de força, ou seja, maior irradiação
quando as extremidades da linha estão dobradas em ângulo de 90º
como mostra a figura 3. a energia irradiada é uma onda que se move
com a velocidade da luz. Chamamos de antena à parte que foi
dobrada em ângulo de 90º, em nosso exemplo. A linha que liga a
antena ao oscilador é chamada de linha de transmissão. Quando
uma antena é colocada onde existe campo eletromagnético variável,
nela se induz uma diferença de potencial em seus terminais. Esta
antena será chamada de receptora.

II – Antenas ressonantes e não-ressonantes

a) Ressonante
Quando o comprimento físico da antena é múltiplo do comprimento
de onda, dizemos que ela é ressonante. Neste caso, existe uma
freqüência principal para a qual a antena irradiará maior energia, se
for transmissora ou receberá maior energia, se for receptora.

b) Não-ressonante
A antena não-ressonante se caracteriza por apresentar uma faixa de
freqüência. E não apenas uma freqüência, como acontece com a
ressonante. A antena ressonante é utilizada nas estações
transmissoras, a fim de se conseguir a maior potência irradiada e
pelo fato de que a freqüência é única. Na recepção, a não ser em
casos especiais, a antena ressonante é inadequada, pois se trata de
receber sinais dos mais variados comprimentos de onda.

III – Antenas receptoras

Existe uma infinidade de tipos de antenas, mas citaremos somente as


de uso mais generalizado. Inicialmente, devemos lembrar que um
dos fatores que mais concorrem para a eficiência de uma antena é
sua localização. Por isso, deve ser muito bem estudada a topografia
do terreno, a proximidade de grandes obstáculos ou grandes massas
metálicas ligadas à terra, etc. A altura da antena, ou seja, sua
distancia do solo, dependerá da localização. Na prática, deve-se
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procurar sempre o lugar mais alto e livre de obstáculos; por isso, é
comum situar a antena sobre o telhado. A orientação da antena
também é importante. De fato, a potência recebida é a maior,
quando a antena receptora é paralela à transmissora, e o máximo
acontece quando são perpendiculares à semi-reta que une os centros
das duas antenas. Diante disso, é fácil entender que a antena
receptora não tem o mesmo rendimento para todas as emissoras; por
isso, é conveniente procurar a melhor orientação, ou seja, aquela em
que há captação de maior número de emissoras. Infelizmente, isso
nem sempre é possível, devido à exigüidade do espaço, e o que se
faz é localizar a antena sobre o telhado, seguindo a cumeeira de
maior extensão, sem maiores preocupações sobre a orientação.
Entretanto, essa orientação deverá ser evitada se a antena correr
próximo e paralelamente à linha de transmissão da rede de energia
elétrica, a qual induz o zumbido característico (roço) na antena.

IV – Tipos de antenas receptoras

Dentre a enorme variedade de antenas receptoras utilizadas na


recepção de ondas médias e curtas, as mais comuns são:

a) Antena horizontal
Esse tipo de antena consta de um condutor esticado entre dois
apoios. Quando instalada sobre o telhado, os apoios costumam ser
dois mastros de ferro, geralmente cano d’água de 1´´, com 1,5 a 2
m de altura. Na ponta dos mastros prende-se o fio da antena,
conhecido como cordoalha de antena, através de isolador de
porcelana ou vidro, chamado de castanha. Usam-se duas castanhas
para cada extremidade, sendo que a mais próxima do mastro deve
guardar dele uma distância não inferior a 0,5 m. O fio que liga a
antena ao receptor recebe o nome de fio de descida de antena. Trata-
se de um condutor flexível (cabinho) de muito boa isolação. Este fio
deve correr o mais afastado possível das paredes. No ponto onde
deve penetrar na parede, instala-se um isolador de porcelana,
conhecido como cachimbo, com a boca virada para baixo, a fim de
não permitir a entrada de água, em caso de chuva. Na falta de
cachimbo de porcelana, pode-se usar um pedaço de tubo plástico,
como os eletrodutos utilizados nas instalações elétricas. A curva é
feita aquecendo-se o eletrodo. O fio de descida pode ser ligado no
centro da antena, ou em uma de suas extremidades.

b) Antena de quadro
A antena de quadro foi desenvolvida para
substituir a antena externa. Consiste de uma
bobina de grande dimensão colocada no
interior (ou sobre) o receptor. A antena de
Figura 4 quadro é sintonizada por um capacitor Figura 5
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variável. O conjunto (indutância da antena e capacitor variável)
constitui o circuito de sintonia de receptor e vai ligado, diretamente,
à base do transistor de entrada (amplificador de RF ou oscilador-
misturador). Na figura 4, mostramos o esquema de princípio da
recepção por antena de quadro. Na figura 5, mostramos o aspecto
mais comum da antena de quadro. Nos meios técnicos, a antena de
quadro também é conhecida pela sua denominação em inglês, que é
“loop”. A antena de quadro é altamente direcional, o que significa que
existe uma determinada orientação em relação à emissora
sintonizada para a qual a energia captada é máxima. Essa orientação
corresponde àquela em que o plano da antena é perpendicular à
direção do emissor. Devido à sua direcionalidade, a antena de quadro
é utilizada em radiogoniometria, ou seja, a medida de ângulos
através das ondas radioelétricas, o que possibilita a localização de
uma transmissão (processo de triangulação). As vantagens de uma
antena de quadro são:
- Evita o trabalho da instalação da antena externa.
- Aumenta a seletividade, em primeiro lugar porque, sendo
construída com condutor de baixa resistência, apresenta Q elevado; e
segundo, porque permite orientação para máxima rejeição da
emissora interferente, desde que, é claro, a emissora que nos
interessa receber e a interferente não estejam na mesma direção.
- Capta menos ruído que a antena externa.
A antena de quadro tem, também, suas desvantagens, tais como:
- É volumosa.
- Tem menor sensibilidade que a antena externa.
- Para aproveitar sua direcionalidade é preciso faze-la móvel em
torno de um eixo vertical, o que é, quase sempre, impraticável nos
receptores comerciais. Nestes, a antena de quadro é fixa e a
orientação se consegue girando o aparelho todo, o que constitui um
grande inconveniente.
Confrontando as vantagens e desvantagens da antena de quadro,
chega-se à conclusão de que as últimas suplantam, as primeiras.
Mesmo assim, ela foi muito utilizada em receptores de uma faixa
(ondas médias), projetados para recepção de emissoras próximas,
como são os chamados rádios de cabeceira.

c) Antena vertical
Também se pode usar antena vertical, seja na transmissão ou
recepção de ondas radioelétricas. Para a recepção, a antena tem duas
desvantagens em relação à horizontal:
- Dificuldades construtivas. De fato, a sustentação de uma haste
vertical cria mais problemas práticos que a horizontal.
- É muito mais sensível a ruídos atmosféricos e industriais que a
antena horizontal.
A antena vertical tem sobre a horizontal a vantagem de ocupar
menos espaço. A antena vertical é largamente utilizada em auto-
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rádios e em receptores portáteis, para a faixa de ondas curtas. A
maioria dessas antenas consta de várias secções diferentes de tubo
de latão ou alumínio, de modo que um encaixe no outro. Por causa
disso, são chamadas de antenas telescópicas. No caso da recepção
dentro do carro, não se pode colocar a antena no interior do veiculo,
porque sua carroceria metálica atua como blindagem, impedindo que
as ondas eletromagnéticas penetrem em seu interior.

d) Antena de ferrite
bastante empregada em receptores portáteis transistorizados é
conhecida como antena de ferrite. Na realidade, trata-se de uma
antena de quadro cujas dimensões foi possível reduzir enormemente,
pelo emprego de um núcleo de material ferromagnético de elevada
permeabilidade, que é o ferrite. Essa antena apresenta todas as
vantagens da antena de quadro descrita (loop), como:
direcionalidade, alta seletividade (alto Q), baixa captação de ruído,
além de ser relativamente pequena e mais sensível que a antena de
quadro. Como esta última, a antena de ferrite é usada para a
recepção de ondas médias, enquanto que para ondas curtas e FM se
utiliza, normalmente, a antena telescópica. Na figura 6 se mostra
uma foto de uma antena de ferrite com a bobina de antena.

Transmissores e amplificadores de RF - Parte 13

Chamamos de transmissor o dispositivo que produz e irradia as


ondas eletromagnéticas de rádio. Esse dispositivo, fundamental, é
simples podendo-se construir um transmissor, com o emprego de um
só transistor. É claro que os transmissores utilizados nas grandes
estações de rádio são complexos, mas a complexidade não se deve
ao principio de funcionamento e, sim, à exigência de cada um dos
estágios do transmissor, devido à grande potencia libertada, a
estabilidade de freqüência, à freqüência de funcionamento, etc.
Basicamente, o transmissor apresenta as seguintes etapas:
1. amplificador de áudio;
2. modulador
3. oscilador de radiofreqüência
4. amplificador de radiofreqüências
5. fonte de alimentação
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Essas etapas estão interligadas, como vemos na figura 1.
Ao

Figura 1

amplificador de baixa freqüência (áudio) acham-se ligados os


transdutores de entrada, que podem ser um ou vários microfones,
fonocaptadores, cabeças reprodutoras de fita, etc. O sinal
proveniente do amplificador de áudio passa pela etapa denominada
moduladora, onde ele é elevado em potência e transferido ao
estágio amplificador de radiofreqüência. Este último estágio
recebe, também, a onda de radiofreqüência produzida no oscilador. A
onda de radiofreqüência é amplificada pelo estágio de RF e
sobreposta (modulada) ao sinal do modulador, e o resultado – onda
de radiofreqüência modulada – é levado à antena. Evidentemente,
existem transmissores com maior ou menor número de estágios, tudo
depende das necessidades individuais. Os transmissores para
telegrafia (CW) não necessitam do estágio amplificador de áudio, e
no caso de transmissão por portadora não há necessidade nem do
modulador. Os transmissores para freqüências elevadas, geralmente,
possuem um ou mais estágios destinados a multiplicar a freqüência
fundamental, geralmente, gerada pelo oscilador até o valor de
freqüência desejado. Dos estágios acima enumerados, só não se
tomou conhecimento do modulador e amplificador de
radiofreqüência. Deixaremos isso mais para a frente.
Trataremos do amplificador de RF que é um estágio comum em
funcionamento, tanto ao transmissor como ao receptor. Se tratarmos
do assunto transmissão, será apenas para enfatizar os problemas da
recepção, uma vez que estes devem ser resolvidos de acordo com o
sistema de transmissão. Trocando em miúdos, devemos entender
como é feita a transmissão das ondas de rádio, para podermos
conceber os circuitos de recepção.

I – Modulação
Chama-se modulação ao processo mediante o qual uma das
características de onda é modificada de acordo com as características
de uma onda. A onda que tem sua característica modificada é
chamada de portadora e a onda modificadora recebe o nome de
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modulante ou moduladora. Nas transmissões normais de
radiodifusão, a onda portadora serve apenas como veiculo de
transporte para a moduladora. Uma onda audível, como um grito, por
exemplo, tem alcance muito pequeno, e que uma onda de
radiofreqüência, mesmo de pouca potencia, percorre centenas de
quilômetros. Fazendo com que essa onda de RF transporte o grito,
ele terá seu campo de atuação alargado. Isto é o que se verifica nas
transmissões radiofônicas, onde a onda portadora de freqüência
elevada transportadora de freqüência elevada transporta a onda
moduladora, que pode ser o sinal de um microfone, fonocaptador,
câmara de TV, etc. No receptor, a onda portadora é eliminada,
ficando-se somente com a onda de informação (moduladora), que
nos interessa.

II – Tipos de modulação
As três características de uma onda que podem ser modificadas são:
amplitude, freqüência e fase. De acordo com aquela que for
modificada, ter-se-ão os processos de modulação denominados
de:modulação de amplitude, modulação de freqüência e
modulação de fase. A modulação de amplitude é a mais utilizada.
As emissoras que recebemos em nosso aparelho de rádio (OM., OC,
etc.) são moduladas em amplitude (AM). Nas emissoras de televisão,
a onda portadora de informação de imagem é modulada em
amplitude e a onda portadora de som é modulada em freqüência
(FM).

a) Modulação de amplitude
Tal sistema consiste em modificar a amplitude da onda portadora. É o
tipo de modulação da onda portadora. É o tipo de modulação utilizado
em todas as emissoras de radiodifusão comerciais, que recebemos
em nosso receptor comum de
rádio. Estamos chamando de
receptor comum à classe de
receptores não especiais, dentro
da qual situamos os receptores
Figura 2 não especiais,dentro da qual
situamos os receptores para
freqüência modulada, banda
lateral única, etc. Suponha que
um oscilador gere uma onda de
radiofreqüência, como mostra a
figura 2, onde se percebe que a
Figura 2 amplitude é constante. Suponha
agora, que um gerador de áudio
produza uma onda retangular, como mostra na figura 3. se
introduzirmos no oscilador de RF a onda retangular do gerador de BF,
teremos na saída uma onda como a mostrada na figura 3, ou seja, a
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onda de RF modulada pela onda de BF. Percebe-se, pela figura 3, que
os picos da onda modulada seguem a variação de amplitude da onda
moduladora. Essa linha é chamada de envolvente de modulação.
Na recepção do sinal, o que interessará é, somente, a envolvente da
modulação.

b) Faixas laterais e largura de faixa


Quando aplicamos uma onda modulada de uma única freqüência, por
exemplo de 1.000 Hz, a uma onda portadora, digamos de 1.000 KHz,
o sinal de RF resultante estará formado por três freqüências distintas,
a saber:
1ª a freqüência da onda não modulada
(portadora), denominada de freqüência
central.
2ª uma freqüência correspondente à
diferença entre a freqüência central e a de
Figura 3
modulação, denominada freqüência lateral
inferior;
3ª uma freqüência correspondente à soma da freqüência central
com a de modulação, denominada freqüência lateral superior.
No nosso exemplo, onde a freqüência central é de 1.000 KHz e a da
portadora é de 1.000 Hz, teríamos, além da freqüência central de
1.000 KHz, a lateral inferior de 999 KHz e a lateral superior de 1.001
KHz.
Demos o exemplo com uma freqüência de modulação de tom único
de 1.000 Hz, para ficar mais fácil o entendimento da questão,
entretanto, pode imaginar agora que a onda modulante é gerada pelo
sinal de áudio de uma orquestra, que produz todos os tons audíveis,
desde 16 a 16.000 Hz. Neste caso, não se têm mais duas freqüências
laterais singelas, como no exemplo anterior, e sim uma coleção de
freqüências correspondentes à soma e diferença da freqüência central
com a de cada tom produzido pela orquestra. Essa coleção de
freqüências define as faixas ou bandas laterais. No exemplo, a
faixa lateral inferior abrange todas as freqüências, desde 1.000 KHz -
16.000 Hz até 1.000 KHz - 16 Hz, ou seja, a faixa lateral inferior vai
de 984 KHz a 999,984 KHz.
A faixa lateral superior vai de 1.000 KHz + 16 Hz a 1.000 KHz +
16.000 Hz, ou seja, de 1.000,016 KHz a 1016 KHz.
O intervalo de freqüência, entre a freqüência mais baixa da faixa
lateral inferior e a mais alta da faixa lateral superior, é chamada de
largura de faixa ou de banda ou, ainda, de canal. No nosso
exemplo, a largura de faixa corresponde a 32.000 Hz. Uma emissora
de rádio para transmitir todas as freqüências do espetro de áudio,
deverá ter largura de banda de, no mínimo, 40.000 Hz. Como a
largura total da faixa de ondas médias é de 1.070 KHz (1.605 – 535
KHz), podemos concluir que, nela só caberiam cerca de 27 emissoras
(1070 / 40KHz). Entretanto, comprovou-se que, para a
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inteligibilidade da palavra falada e da música, basta um intervalo de
freqüência de poucos Hz até cerca de 4.500 Hz; então, distribui-se a
cada emissora um canal de 10 KHz, sendo que a modulação só pode
atingir 9 KHz, ou seja, 4.5 KHz em cada faixa lateral. O ½ KHz
restante em cada faixa lateral é para garantir a separação entre
emissoras, isto é, para evitar que a modulação de uma interfira com
as das imediatamente vizinhas. Com esta restrição de canal é
possível colocar 107 emissoras na faixa de ondas médias, sem que
haja interferência entre elas. Evidentemente, existem mais de 107
emissoras na faixa de ondas médias, portanto, mais de uma emissora
trabalha na mesma freqüência, isto é perfeitamente possível, desde
que a potência entre elas seja grande e suas potências tais que não
haja interferência mútua. Na faixa de ondas curtas (6 a 18 MHz)
cabem 1.200 emissoras com canal de 10 KHz, como o aluno pode
calcular facilmente.

c) Porcentagem de modulação
na modulação de amplitude, como pode verificar na figura 4, a onda
modulada faz variar a amplitude da portadora, aumentando-a ou
reduzindo-a. A quantidade em que a portadora é reduzida ou
aumentada costuma ser indicada por uma relação entre a amplitude
da onda moduladora e da onda portadora. Essa relação é chamada de
fator de modulação. Quando esse fator é indicado em
porcentagem, dá-se-lhe o nome de porcentagem de modulação ou
profundidade de modulação. Assim, se chamarmos de Am à
amplitude da moduladora e Ap à da portadora, podemos escrever que
a profundidade de modulação m é: m = Am / Ap x 100%. As
amplitudes tanto podem ser indicadas em tensão, como em corrente.
Exemplo: se a amplitude da onda modulada for 3 V e a da portadora
de 10 V, a profundidade de modulação será: m = 3 / 10 x 100% =
30%.
Quando a profundidade de modulação é muito grande, há muita
distorção do som detectado (recebido pelo rádio); por isso, ela deve
ser mantida dentro de, aproximadamente, 30 a 70%. Nas emissoras
comerciais, a profundidade de modulação é aproximadamente 30%.
Para que tenha uma idéia do que acontece se a profundidade de
modulação é muito grande, na figura 4, mostramos uma onda
modulada com m = 30%, e a envolvente que seria detectada no
receptor; na figura 5, apresentamos a mesma situação, se a
profundidade de modulação fosse de 100%. Observe como se
modifica a forma da envolvente. Quando m é maior que 100%, diz-se
que há sobremodulação.
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Figura 4
Figura 5

d) Sistema de modulação
a onda portadora de um transmissor é gerada de um oscilador
eletrônico, de qualquer dos tipos que já descrevemos. Para modular
essa onda, injetamos no próprio oscilador ou, no estágio de saída do
transmissor, que está ligado à antena, o sinal proveniente de uma
fonte qualquer, como um microfone, fonocaptador, etc. Há várias
maneiras de modular a onda portadora, dependendo da potência do
transmissor, sendo mais utilizadas as seguintes:

1ª Modulação direta
É o tipo mais
simples:
consiste em
ligar, por
exemplo, um
microfone em
Figura 6
Figura 7
série com o
circuito de
antena, como mostramos na figura 6, onde
indicamos o oscilador por um bloco. Este sistema só se aplica a
transmissores de reduzida potência, uma vez que a corrente de saída
circula também pelo microfone. O microfone mais apropriado para tal
fim é o de carvão. Sabemos que a resistência do microfone de carvão
varia sobre a ação das ondas sonoras; conseqüentemente, a corrente
de RF; na antena, varia na mesma cadência. Pode-se modular
diretamente uma onda, ligando-se um microfone em paralelo com
uma carga que esteja em série com a antena. Neste caso, a tensão
gerada pelo microfone constitui a onda modulante, que se somará
com a portadora. Essa variante é a que mostramos na figura 7.

2ª modulação por absorção


Este processo permite modular potência
superior ao processo da modulação

Figura 8
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direta, mas, mesmo assim, só pode ser usado em transmissões de
pequena potência. Na figura 8, mostramos o esquema de um
transmissor modulado em amplitude por absorção. O oscilador é do
tipo Hartley. Acoplado com o circuito oscilante, temos o enrolamento
de antena e um secundário, no qual se liga o microfone ou
amplificador de microfone. Como o aluno sabe, o microfone ou
amplificador, se for o caso, comporta-se como uma resistência, e
absorve parte da energia do circuito oscilante (daí o nome de
modulação por absorção); pois toda resistência do secundário de um
transformador se reflete no primário, e vice-versa. A pressão sonora
sobre o microfone faz variar sua resistência e conseqüentemente, a
do circuito de antena, no mesmo ritmo, produzindo a modulação.

3ª modulação por base


É possível fazer-se com que a onda
moduladora atue no circuito de base
do transistor oscilador. Neste caso, a
modulação é dita por base. A
modulação por base permite modular
grandes potências de saída. Na
Figura 9
figura 9, mostramos um circuito
típico de um oscilador modulado por base. O transistor T 1 é uma
etapa amplificadora de microfone (áudio). O acoplamento entre p
transistor T1 e o oscilador, constituído pelo transistor T2 e circuito LC,
em montagem Hartley, é feito através do transformador T. O resistor
variável R tem por função variar a profundidade de modulação. O
principio de funcionamento desta classe de modulação é também,
bastante simples. De fato, analisando o esquema, percebemos que a
tensão de áudio é aplicada à base do transistor oscilador. Aí, a onda
portadora sofre modificações no mesmo ritmo da onda da modulação.
A modulação é limitada pela amplificação do transistor, já que o sinal
de modulação deve ter excursão na parte linear da curva de
transferência, para que não haja excessiva deformação.

4ª Modulação por emissor


Figura 10. Neste sistema
de modulação, o
secundário do
transformador de saída
Figura 10 TRF1 está em série com o
retorno do emissor do
transistor. Aí colocamos o modulador no emissor da Figura 11
etapa amplificadora de RF, através do transformador TRF2, mas ele
poderia estar situado diretamente no emissor da osciladora. Este
método de modulação é muito usado em transmissores de pequena
potência. Na figura 11, apresentamos um circuito básico semelhante
para modulação por emissor.
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5ª modulação por coletor


Figura 12. De todos os sistemas de
modulação que se conhece, o mais
difundido é o de modulação por coletor;
por isso, ele é extensamente usado, tanto
Figura 12
em pequenos transistores, como nos
grandes. Seu principio consiste em juntar,
à tensão continua de coletor do transistor oscilador, a tensão de
áudio de modulação, o que se consegue intercalando o modulador
entre a fonte de alimentação e o coletor do oscilador ou do transistor
que se deseja modular.

III – Modulação de freqüência


A modulação de freqüência
consiste em variar a freqüência
de uma onda portadora, de
acordo com as variações de um
sinal modulador. As figuras 13,
mostramos o que acontece na
modulação de freqüência.
Como se pode aperceber, a
amplitude da onda permanece
constante. A grande vantagem
da transmissão em freqüência
modulada é ser menos sensível
Figura 13
aos ruídos, uma vez que eles
se manifestam sempre como
variações de amplitude. Devemos acrescentar,entretanto que a
eficiência da modulação em freqüência depende, quase que
inteiramente, do receptor, pois caberá a ele limitar a amplitude a
amplitude do sinal e, conseqüentemente, eliminar o ruído.

a) Faixas laterais e índice de modulação


A transmissão em freqüência modulada (FM) pode ser feita em
qualquer freqüência; entretanto, em nosso país foi reservada a faixa
de 88 a 108 MHz (VHF) para as transmissões comerciais de FM. A
cada emissora foi distribuído um canal de 200 KHz, no qual a
modulação pode ocupar, no máximo, 150 KHz, isto é, 75 KHz em
cada lado da freqüência central. Deste modo, entre uma emissora e
as duas adjacentes (a de freqüência imediatamente superior) há uma
separação de 50 KHz, o que evita interferência mútua.
A transmissão de FM na faixa de VHF é de reduzido alcance, pelos
motivos que já explicamos, de modo que são empregadas apenas em
transmissões locais e como links, isto é, ligação entre o estúdio e o
transmissor.dada a grande largura de faixa do canal FM, as
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transmissões são feitas aproveitando-se todo o espetro de áudio, o
que permite emissões de alta fidelidade monofônicas (um canal), e
estereofônicas (dois canais). A modulação, como vimos, modifica a
freqüência da portadora, fazendo com que ela se desvie do valor
central. A relação entre o desvio máximo de freqüência e a freqüência
de áudio é chamada de índice de modulação. Assim, se chamarmos
de mf ao índice de modulação, de Δf à freqüência de áudio,
resultará: mf = Δf / f. no caso das emissoras comerciais de FM, Δf =
75 KHz, como vimos, e o índice de modulação para a maior
freqüência de áudio considerada como 15 KHz será: mf = 75 KHz / 15
KHz = 5. É fácil de ver que, para os valores mínimos da freqüência de
áudio, o índice de modulação aumenta. Para o caso extremo de f =
15 Hz, o índice de modulação será: mf = 75.000 Hz / 15 Hz = 5.000.
O índice de modulação varia, também, com a intensidade do sinal
modulante. Quanto mais intenso o sinal, maior será o índice de
modulação. Por outro lado, o sinal de áudio é mais intenso nas
freqüências baixas; logo, podemos afirmar que o índice de
modulação varia inversamente com a freqüência. Para evitar
esse inconveniente, os moduladores de FM devem possuir circuitos
que igualem os sinais, isto é, que aumentem os agudos e diminuam
os graves. Esses circuitos são chamados de equalizadores.

b) Modulador transistorizado de reatância


Um dispositivo simples e satisfatório para
a modulação de FM, em transmissores de
potencia reduzida, é o modulador
transistorizado de reatância. O transistor
de reatância tem a propriedade de
modificar a impedância de saída,
Figura 14 tornando-a indutiva ou capacitiva, de
acordo com a tensão aplicada à sua base.
Aplicando à base uma tensão variável como a de áudio, por exemplo,
a reatância variará na mesma cadencia do transistor de reatância a
um circuito oscilador, sua freqüência se modificará, porque o
transistor atua como um capacitor (ou indutor) variável. Haverá,
portanto, modulação em freqüência. Na figura 14, mostramos um
esquema que ilustra o principio de funcionamento de um modulador
em freqüência transistorizado de reatância.

IV – Modulação de fase
Neste método modifica-se a fase da corrente no circuito e, com isso,
se modifica a freqüência, de modo a ter, a modulação de fase, a
mesma forma que a de freqüência, sendo que a diferença entre esses
dois tipos de modulação reside apenas na definição.

Oscilações - Parte 14
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Define-se a onda como sendo uma variação periódica de um estado


físico que se propaga na matéria ou no espaço. Na lição “Operador de
rádio amador – Parte 1”, você encontra matéria sobre o conceito de
onda. A onda estudada nessa lição se refere a ondas criadas à
superfície da água, no entanto existem outros tipos de onda que não
podemos ver diretamente, embora, em certas condições, possamos
senti-la: é a onda produzida pela perturbação de um campo
eletromagnético. É chamada de onda de rádio, onda
eletromagnética ou de onda hertziana.

Elementos da onda
Toda onda se caracteriza por três grandezas: amplitude,
freqüência e velocidade de propagação. Examinaremos a figura
1.
a)
Elongação
chama-se
de
elongação
a distancia
de um
ponto
qualquer
da curva
Figura 1
até o eixo
dos X. Na figura, Y é a elongação do ponto P.
b) Amplitude
chama-se amplitude à elongação máxima. Na figura a distância do
ponto A ao eixo X, assim como o é a distância do ponto C ao eixo X.
Para diferencia-las, dizemos que a amplitude de A, que está na
região de Y positivo, é positiva, e a de C, por estar na região de Y
negativa, é negativa.
c) Fase
Pontos da curva que têm mesma elongação e mesmo sentido são
ditos em fase. Assim, os pontos P e P1 da figura estão em fase,
porque têm a mesma elongação Y e ambas estão no ramo crescente
da curva. Note que o ponto P2 não está em fase com P3.
d) Comprimento de onda
Chama-se de comprimento de onda a distancia entre dois pontos em
fase e com a mesma elongação. Assim, as distâncias AE, CG, PP1 e
P2P3 de nossa figura representa o comprimento de onda.
e) Crista da onda
Dá-se o nome de crista à amplitude positiva e de vale, a negativa. Os
pontos A e C representam, respectivamente, uma crista e um vale.
Dadas estas definições preliminares, podemos complementa-las,
introduzindo o conceito de freqüência e de velocidade de propagação
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que, juntamente com a amplitude já definida, afirmamos tratar-se
das características fundamentais da onda para o estudo da
radiotécnica. Para isso, em vez de considerar o eixo dos X como
representativo das distâncias, admitamos que ele represente o
tempo. Assim temos:
1º Velocidade da onda
É a velocidade com que um ponto qualquer da onda se desloca. Como
a velocidade é a divisão do espaço pelo tempo gasto em percorre-lo,
podemos calcula-la com facilidade. De fato suponhamos que a
perturbação da onda para ir de O a O1 gastou o tempo t. Então,
chamando de v a velocidade, de λ (lambda)a distancia OO1 que,
como pode notar, nada mais é que o comprimento de onda, podemos
escrever: v = λ / t. Em particular, ao tempo que a onda leva para se
deslocar de um comprimento de onda damos o nome de período e o
representamos pela letra T; logo, podemos escrever v = λ / T.
2º Freqüência
Na figura 2, temos uma onda
de velocidade de propagação
pequena. Já na figura 3 temos
uma onda de velocidade de
propagação grande. Na figura
2 a onda tem período de 1
segundo e, a figura 3 tem
período de 1/5 de segundo, ou
seja, em 1 segundo, ela
realizou 5 períodos. Para distinguir a velocidade das ondas, defini-se
sua freqüência como sendo o número de períodos (ou ciclos) que a
onda efetua em um segundo. A unidade de freqüência, ou seja, um
ciclo por segundo recebe o nome de Hz (Hertz). Assim diremos que a
freqüência da onda da figura 2 é de 1 Hz e a da figura 3 é 5 Hz.

Princípios de transmissão- Parte 15

I – Onda eletromagnética
Como o próprio nome sugere, a onda eletromagnética nada mais é
que um campo elétrico e magnético que se propaga no espaço.
Sabemos que a corrente elétrica, ao percorrer um condutor, forma ao
redor dele um campo magnético, cujas linhas de força são
concêntricas com o eixo do condutor. Se a corrente for variável, o
campo também será e, se colocarmos um outro condutor na região
ativa do campo, nele se induzirá uma corrente com as mesmas
variações que a corrente produtora do campo. À região onde ocorrem
fenômenos elétricos e magnéticos chamamos campo
eletromagnético. Se tivéssemos exclusivamente carga elétrica, em
volta dela existiria só campo elétrico. Se tivéssemos somente carga
magnética (imã), ao redor dela existiria só campo magnético. Como
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temos um campo elétrico variável, devido ao movimento das cargas
elétricas no interior do condutor, surge um campo magnético também
variável. Há, portanto, duas relações fundamentais entre campo
elétrico e magnético, que são:
1º A variação do campo elétrico corresponde à existência do campo
magnético.
2º A variação do campo magnético corresponde à existência do
campo elétrico.
Essas duas relações vinculam (prendem) um campo ao outro, ou
seja, a existência de um campo elétrico variável implica na existência
de um campo magnético, e vice-versa.

a) Formação da onda eletromagnética


A formação da onda eletromagnética, ou seja, da propagação do
campo eletromagnético, é um fenômeno bastante complicado.
Entretanto, vamos descrevê-lo de maneira breve, simplificando ao
máximo as explicações, apenas para que se tenha qualitativa do
fenômeno. Para isso, suponhamos um condutor retilíneo percorrido
por uma corrente variável de alta freqüência. Sabemos que, num
plano perpendicular cortando esse condutor, aparecerá um campo
magnético, cujas linhas de força são concêntricas com o condutor,
como mostramos na figura 1, em tracejado. A existência desse
campo magnético num ponto muito próximo do condutor faz aparecer
agora, um campo elétrico, situado num plano perpendicular ao
magnético, como indicamos na figura 1, em traços cheios. O campo
elétrico em O1, sendo igual ao de O e de sinal contrário, anula-o,
aparecendo outro em O2, que depois será anulado pelo de O3, e assim
por diante. Deste modo, os campos elétricos e magnéticos
produzidos em O propagam-se no espaço, mutuamente entrelaçados.
A esse fenômeno dá-se o nome de onda eletromagnética. A
velocidade de propagação da onda eletromagnética é igual à da luz
ou seja, cerca de 300.000 quilômetros por segundo, em todas as
direções.

Figura 1
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b) Intensidade do campo eletromagnético
Há medida que a onda eletromagnética se distancia do ponto de
origem, vai se enfraquecendo em virtude das perdas que sofre devido
à densidade do meio de propagação. Geralmente, os corpos bons
condutores de eletricidade refletem a onda sem absorvê-la e os maus
condutores a absorvem, refletindo-a muito pouco. Isso tem grande
influencia na propagação das ondas de radia, que são
eletromagnéticas, como mostraremos logo mais. A intensidade do
campo magnético em um ponto do espaço é medida em volts por
metro de altura. Adota-se como referencia de medida a superfície
da terra. Assim, pode-se medir a intensidade do campo
eletromagnético, colocando-se uma placa metálica à distancia de um
metro do solo e lendo-se a tensão (diferença de potencial) entre essa
placa e o solo. Como essas tensões são geralmente pequenas,
costumam ser dadas em microvolts (μV/m) por metro.

II – Ondas de radia
A energia que um transmissor de rádio aplica ao elemento irradiador,
que é a antena, estabelece, em volta da mesma, um campo
eletromagnético variável. Este se desloca no espaço (antigamente
chamado de éter) com velocidade muito grande,ou seja,
aproximadamente 300.000 Km/s, que corresponde à velocidade da
luz. Essa velocidade é tão grande que uma onda de rádio daria sete
voltas e meia à terra, em 1 segundo. Sendo constantes a velocidade
de propagação da onda, podemos deduzir as duas características
fundamentais, que são: freqüência e o comprimento da onda.
Na lição “Parte 6” falamos ondas assim como na lição “Parte 1 –
Introdução ao radia”. Para calcular a velocidade de uma onda,
dividimos o espaço que ela percorre, pelo tempo empregado em
percorrê-lo. . particularmente, podem-se considerar o espaço como
comprimento de onda. Sabe-se que, neste caso, o tempo
corresponderá a um período; portanto, v = λ / T, onde v representa
a velocidade, λ (lâmbda) o comprimento de onda e T, o período. É o
inverso da freqüência, podemos escrever: v = λ . f, que é a igualdade
que relaciona velocidade, comprimento de onda e freqüência. Mas, no
caso das ondas eletromagnéticas, v é a velocidade da luz. Logo,
podemos escrever: λ.f=300.000.000 m/s. Desta expressão, resulta:
que dará o comprimento de onda em metros, se f for
contado em Hertz e que dará f em Hertz, se o λ for
considerado em metros. Por exemplo, vamos calcular o comprimento
de onda de uma emissora que opera na freqüência de 1 MHz.
Teremos: = 300 m. Outro exemplo, vamos determinar a
freqüência de uma emissora de onda curta, que opera em 25 metros.
Teremos: = 12.000.000 Hz ou 12 MHz. Certamente,
você já está muito acostumado a ouvir o locutor do rádio a falar na
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freqüência e o comprimento de onda de sua estação de rádio. Essas
características identificam a estação, e facilitam ao usuário a sua
localização sobre uma escala graduada, que chamamos de “dial”. As
freqüências das estações de rádio e, conseqüentemente, os
comprimentos de onda, se estendem por uma escala bem ampla,
indo desde 3 KHz até 30 GHz, divididas em 7 faixas denominadas da
forma como indicamos na lição “Operador de rádio amador - arte 1”
na página 2, e que passamos a exibir aqui novamente e em língua
portuguesa.
Freqüênci Designação quanto Sigla Comprimento Designação quanto ao
a à freqüência de onda comprimento de onda
3 a 30 kHz Muito baixas VLF 100 Km a 10 Muito longas
Km
30 a 300 Baixas LF 10 Km a 1 Longas
kHz Km
300 a Médias MF 1000 m a Médias
3000 KHz 100 m
3 a 30 Altas HF 100 m a 10 Curtas
MHz m
30 a 300 Muito altas VHF 10 m a 1 m Muito curtas
MHz
300 a Ultra-altas UHF 100 cm a 10 Ultracurtas
3000 MHz cm
3 a 30 Super-altas SHF 10 cm a 1 cm supercurtas
GHz
Tabela 1

a) Propagação das ondas de rádio


1) A atmosfera terrestre
Para entender a maneira como se propagam as ondas de rádio,
precisamos ter uma idéia clara da forma da atmosfera, ou seja, da
massa gasosa que envolve nosso planeta. O ar é composto de
oxigênio, hidrogênio, nitrogênio e os chamados gases nobres, como
argônio, criptônio, xenônio, etc., sendo
que os três inicialmente citados se
encontram em muito maior proporção
que os demais. Alem disso, a
distribuição do ar não é uniforme, pois
na superfície da Terra o ar é mais denso
que nas grandes altitudes, onde há uma
distribuição dos gases em camadas. As
camadas mais leves se distribuem em
maiores altitudes. O aluno pode Figura 2
assemelhar a Terra a uma bola rodeada
de várias “cascas”, cada qual desempenhando papel diferente na
propagação das ondas, como mostraremos logo mais. O limite da
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atmosfera está fixado em cerca de 1000 Km. Na prática, chama-se
de troposfera a camada mais baixa, ou seja, compreendida entre a
superfície da Terra e até cerva de 15 Km de altitude e ionosfera, a
camada que vai do limite da superfície da troposfera até cerca de
1000 Km. A partir daí não há mais ar. A ionosfera está subdividida
em 3 camadas, por nós denominadas D, E, e F, cujos limites
aproximados podem ser vistas na figura 2. o nome de ionosfera que
se dá à camada que sucede a troposfera é devido ao fato de que nele
o ar sofre influencia de vários fatores, principalmente dos raios
cósmicos e raios solares, ionizando-se, isto é, certos átomos dos
gases perdem elétrons , que se transformam em elétrons livres,
tornando-se íons positivos. É importante observar que essas
camadas não são fixas. A camada D, por exemplo, sé existe durante
o dia. A camada F se subdivide em duas, durante o dia. Não existe,
portanto, um limite bem estabelecido para as camadas. Além disso, a
espessura das camadas e sua condutividade variam durante as 24
horas do dia, e também durante o ano, devido à atividade ionizadora
dos raios solares, à tempestade magnética, causada por erupção de
elétrons do Sol, à presença de meteoros que entram na atmosfera,
etc., influenciando a propagação das ondas de radia.
2) Perda das energias das ondas de rádio
Quando uma onda de rádio sai da antena do transmissor, ela tem a
máxima energia. Essa onda se propaga em todas as direções e a sua
energia vai diminuindo à medida que se afasta do transmissor. Além
disso, a energia é também absorvida pelos obstáculos que se
encontram no caminho da onda. As ondas que propagam na
superfície terrestre são absorvidas pelas montanhas, florestas, linhas
de transmissão de energia elétrica, etc. É interessante observar que
se a absorção é menor, conseqüentemente, o alcance da onda é
maior. É o que acontece, por exemplo, quando a onda tem a mesma
direção que uma linha de transmissão ou trilhos de uma estrada de
ferro. O contrário acontece, quando a direção da onda é
perpendicular à superfície boa condutora ou paralela à superfície ma
condutora. As camadas ionizadas da atmosfera absorvem energia,
em virtude de serem semicondutoras. Nessas camadas, a onda de
rádio pode sofrer reflexão ou refração.
Reflexão: Num meio homogêneo, isto é, que tem as mesmas
propriedades físicas em todos os seus pontos, a onde de rádio se
propaga em linha reta. Entretanto,
quando ela atinge a superfície de
separação de dois meios diferentes, ela
sofre uma reflexão e uma refração.
Figura 3
Estes fenômenos ocorrem quando as
ondas atravessam as diversas camadas da ionosfera. A Figura 4
reflexão consiste na volta da onda, fazendo um certo
ângulo com a superfície de separação dos dois meios (camadas). É o
que mostramos na figura 3.
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Refração: A refração consiste na penetração da onda no meio de
propriedade diferente, o que se dá com mudança de direção. Na
figura 4, ilustramos a refração.
Esses fenômenos são facilmente observados na propagação das
ondas de luz, que são também ondas eletromagnéticas semelhante
às de rádio. De fato, a reflexão dos raios luminosos pode ser
observada no espelho, com muita facilidade. Quanto à refração
podemos vê-la na água. Para finalizar, acrescentamos que a onda de
rádio, quando atingir um meio condutor, será parcialmente
absorvida e refletida. Quando atingir um dielétrico ou um mau
condutor, será absorvida, refletida e refratada.
Difração: Outro fenômeno
que acontece com as ondas
de rádio é o da difração, que
consiste na mudança de
direção da onda, para
contornar obstáculos que
estejam em seu percurso. Na
figura 5, ilustramos a difração
Figura 5 das ondas de rádio quando
atingem uma montanha.
Como a onda não segue exatamente o contorno do obstáculo, atrás
dele haverá uma zona de silencio para essa onda, ou seja, zona
onde a recepção é nula ou quase nula. Essa capacidade de contornar
os obstáculos depende do comprimento da onda e, quanto maior for
ela, mais facilmente ela atingirá o outro lado.

3) Ondas terrestres e celestes


As ondas que se propagam na superfície da Terra são chamadas de
ondas terrestres. Como mostramos, essas ondas são absorvidas
pelos obstáculos que se encontram em seu percurso e
particularmente pela terra, que é um bom meio condutor. Essas
ondas são irradiadas horizontalmente. As ondas que
são irradiadas, fazendo ângulo com a superfície
terrestre, ou seja, dirigidas para o céu, são
denominadas de ondas celestes. As ondas celestes
atravessam a troposfera e atingem as camadas
Figura 6 ionizadas da ionosfera. Nessas camadas elevadas vão
sofrendo refrações e reflexões sucessivas e, devido à
mudança de meios condutores, encurvam-se e voltam para a Terra.
Na figura 6, mostramos ondas com freqüências distintas. A onda (1)
é refletida pela camada E e volta para a Terra no ponto A. finalmente,
a onda (3) é de freqüência muito mais alta (e/ou inclinação mais
acentuada), de modo que penetra na camada F e se perde no espaço
interplanetário. Como já foi afirmado, a posição das camadas não é
fixa, ou seja, elas mudam de altitude freqüentemente. Além disso, a
ionização, que depende grandemente dos raios solares, é diferente
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em cada época do ano. Isto explica a variação considerável da
intensidade do sinal de uma emissora, durante o dia e à noite e,
também, em determinada época do ano. Em outras palavras,
freqüentemente uma emissora que, durante o dia, chega muito mal,
é bem recebida à noite. Por outro lado, em certas épocas do ano,
essa emissora chega mal, inclusive à noite. Outro efeito que se
verifica devido à propagação irregular das ondas é o chamado
“fading” ou desvanecimento. Já observou, principalmente na
recepção de emissoras distantes, que há uma flutuação na
intensidade do sinal, que, às vezes, desaparece completamente,
retornando logo após. É o chamado “fading”. A causa do “fading” é a
chegada, ao receptor, de diversas ondas emitidas pelo mesmo
transmissor, mas que percorreram caminhos diferentes. Devido às
constantes modificações das camadas da ionosfera, há variações na
distancia do percurso das ondas celestes até ao receptor. Essas ondas
chegam atrasadas em relação às ondas terrestres. Há, portanto,
variação de fase. Quando as fases coincidem, as ondas se somam e o
sinal torna-se mais intenso. Se as fases são opostas, as ondas se
subtraem, podendo anular-se.

b) As faixas de onda
na tabela 1, apresentamos a divisão, em 7 faixas, do espetro
eletromagnético das ondas de rádio. Entretanto, as ondas utilizadas
nas emissões de rádio não correspondem integralmente a uma faixa;
por isso, daremos em seguida os limites adotados para serviços de
radiodifusão, e as características de propagação de cada faixa.
1) Ondas longas
São ondas cuja freqüência está entre 30 e 300 KHz. Essa faixa não é
utilizada no Brasil para o serviço de radiodifusão comercial, embora o
sejam na Europa. As ondas terrestres acompanham a curvatura da
Terra com facilidade, em razão da baixa freqüência. Entretanto, como
as ondas terrestres são muito absorvidas, os transmissores
necessitam de potencia elevada, para cobrir grandes distancias. O
efeito do “fading” não afeta muito a recepção. A recepção durante a
noite é melhor que durante o dia, devido ao menor efeito ionizante do
sol.
2) Ondas médias
As ondas médias vão de cerca de 500 a 1600 KHz, ou mais
precisamente, 535 KHz a 1605 KHz (valores fixados na Conferencia
Internacional de Telecomunicações, em 1947 nos EUA). São
universalmente usadas no serviço de radiodifusão. As ondas
terrestres são absorvidas fortemente pela Terra, o que exige também
transmissores de elevada potencia, para cobrir distâncias longas. As
ondas celestes são absorvidas, quase que totalmente pela ionosfera,
durante o dia. Durante a noite, devido à menor ação do Sol, há
reflexão das ondas celestes, e a propagação melhora bastante. É por
este motivo que muitas emissoras, à noite, diminuem a potência de
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seus emissores, pois assim evitam a interferência com radiodifusão
que possuem freqüência igual ou muito próxima. À noite, devido à
reflexão das ondas celestes, a recepção é muito afetada pelo
“fading”. As transmissões de ondas médias são afetadas pela forte
interferência, provocada pelas descargas atmosféricas (raios),
principalmente no verão.

3) Ondas intermediárias e curtas


As ondas desta faixa vão de cerca de 10 a 100 metros. Suas ondas
terrestres são fortemente absorvidas pela terra e obstáculos; por
isso, têm alcance reduzido. Entretanto, as ondas celestes têm grande
alcance. As ondas de 10 a 25 metros usam-se para comunicações
diurnas, porque são pouco absorvidas pela camada E. À noite, essas
ondas são refletidas pela camada E, e devido à diminuição da
ionização, de modo que não são boas para comunicação a longa
distância. Para comunicação a longa distancia
são utilizadas as ondas de 25 a 70 metros,
tanto no período diurno como no noturno. As
ondas curtas sofrem menor interferência que
os outros tipos de onda e, quanto menor o
Figura 7
comprimento de onda, menor será também a
interferência. A grande vantagem das ondas
curtas é que elas atingem distancias muito grandes com
transmissores de pequena potência. Uma desvantagem da onda curta
é que, em virtude do pequeno alcance das ondas terrestres e do
ângulo de incidência das ondas celestes, por causa da direcionalidade
de transmissão, forma-se uma “zona de silencio” que, às vezes, se
estende a centenas de quilômetros, dependendo da potência do
transmissor. Na figura 7, ilustramos a formação da zona de silêncio.
Dentro da faixa de ondas intermediarias e curtas existem vários
intervalos de freqüência, destinados à radiodifusão comercial e a
radioamadores. Assim, por exemplo, as faixas de 2300 KHz a 2495
KHz e 3200 a 3400 KHz são destinadas à radiodifusão; recebem o
nome de ondas tropicais, devido à sua melhor propagação nas
regiões tropicais. De 7000 a 7300 KHz temos uma das faixas
destinadas a radioamadores.

4) Ondas métricas, decimétricas e centimétricas


as ondas de comprimento menor que 10 metros isto é, as freqüências
muito altas (VHF), e ultra-altas (UHF) e superaltas (SHF),
praticamente não são refletidas pela ionosfera; por isso, o alcance
dessas ondas se restringem, apenas, ao das ondas terrestres. Estas,
por sua vez, não têm difração, ou seja, não contornam os obstáculos,
de modo que o alcance das ondas terrestres fica restrito ao alcance
óptico, isto é, a onda vai até onde nossa vista alcança. Se ela
encontrar um obstáculo, como uma montanha, um prédio alto, etc.,
ela parará. A grande vantagem das ondas métricas é que a
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propagação não depende da hora do dia, e nem da época do ano,
pois não é influenciada pela ionosfera. Não é perturbada pelo
“fading”, e tem grande facilidade para transmissões direcionais. As
ondas métricas são bastante utilizadas. Assim, elas são empregadas
na transmissão de televisão, nas comunicações por microondas e nas
comunicações espaciais (via satélite). Você deve estar a pensar que
isto é um contra-senso, pois afirmamos que seu alcance, na Terra, é
pequeno. Acontece que o alcance é pequeno exatamente porque
essas ondas não sofrem reflexão e refração na ionosfera, ou seja,
elas atravessam as camadas ionizadas. Ora, atravessando essas
camadas, elas atingem outros planetas ou satélites, e são refletidas
para a Terra, desde que dirigidas para tal, possibilitando a
comunicação a distâncias fantásticas. Acreditamos que, com este
apanhado sobre a formação e propagação das ondas de rádio, você
esteja em condições de entender porque a recepção não é uniforme
durante as 24 horas do dia e em todo o ano, porque as emissoras
transmitem em freqüências diferentes durante as horas do dia,
porque os sinais de TV têm pequeno alcance, etc.

Microondas e UHF - Parte 22

I – Histórico das microondas


O termo microondas é-nos bastante familiar, dada a grande
divulgação que dele se faz ao implementar-se, no país, esse sistemas
de telecomunicações, que permite a ligação imediata e perfeita entre
os pontos mais distantes da Terra. Entretanto, por mais paradoxo
que pareça, foi com microondas que se fizeram as primeiras
experiências de radiocomunicação, pois o gerador de chispas utilizado
por Hertz produzia ondas menores que um metro. Isto permitiu aos
pesquisadores pioneiros demonstrar a identidade entre as ondas
eletromagnéticas e luminosas. Entretanto, dada a pouca sensibilidade
dos receptores da época, foi necessário aumentar o comprimento de
onda, para que se atingisse distancia razoável. Devido a esse fato, a
técnica de radiocomunicação inicialmente foi orientada para as ondas
longas. Depois da Primeira Grande Guerra, chegou-se à conclusão de
que as ondas curtas (HF) permitem melhores ligações entre dois
pontos que as ondas longas, ao mesmo tempo que permitem um
número bem maior de canais. Até recentemente, todas as ligações
intercontinentais, tanto de telefonia quanto de telegrafia automática
(telex), eram efetuadas em ondas curtas, sem contarmos as
transmissões radiofônicas de entretenimento. Entretanto, a
transmissão por ondas curtas padece de inconvenientes dificilmente
sanáveis, tais como a baixa qualidade dos circuitos telefônicos, o
reduzido números de canais, o desvanecimento, o ruído excessivo e a
pouca confiabilidade, já que as comunicações não são possíveis,
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durante todas as horas do dia, além de, em certas circunstancias,
serem bloqueadas por longos períodos. A necessidade de se
encontrar outro modo de comunicação levou os pesquisadores para o
campo das ondas decimétricas, que foram batizadas como
microondas. As primeiras investidas no campo da microonda foram
realizadas por volta de 1930, quando se começaram a transmitir
sinais telefônicos multiplexados, utilizando cabos. Com a Segunda
Guerra, foi dado grande impulso às microondas, em razão de sua
aplicação em radar e para as comunicações telefônicas de campanha.
Daí em diante, a utilização da microonda generalizou-se. Foi
extensamente empregada nas ligações internas a grande distancias
de sistemas telefônicos e de TV, através de repetidores, e de ligações
intercontinentais por meio de cabo. A colocação em órbita de satélites
repetidores permitiu aliviar o trafego por cabos submarinos nas
ligações intercontinentais e tornar imediatas e seguras as ligações
entre os mais distantes povos da Terra. Como deverá ter observado,
o espetro de freqüências é infinito. Assim, houve a necessidade de se
dividir esse espetro em bandas e sub-bandas. Tais divisões são
nomeadas segundo a faixa de freqüência e sua utilização. Desta
forma, temos, de maneira simples, a divisão das radiofreqüências em
9 faixas, como mostrado na tabela I.

Tabela I
VLF 10 KHz a 30 KHz 30.000 m a Ondas
LF 30 KHz a 300 10.000 m miriamétricas
MF KHz 10.000 m a Ondas
IF 300 KHz a 1.650 1.000 m kilométricas
HF KHz 1.000 m a 182 Ondas médias
VHF 1,65 MHz a 3 m Ondas
UHF MHz 182 m a 10 m intermédias
SHF 3 MHz a 30 MHz 100 m a 10 m Ondas curtas
EHF 30 MHz a 300 10 m a 1 m Ondas
MHz 1 m a 10 cm métricas
300 MHz a 3.000 10 cm a 1 cm Ondas
MHz 10 mm a 1 mm decimétricas
3 GHz a 30 GHz Ondas
30 GHz a 300 centimétricas
GHz Ondas
milimétricas

II – O que são microondas


Como se conclui de sua denominação, a microonda é uma onda
eletromagnética cujo comprimento é bastante pequeno, ou seja,
entre 1 a 10 cm. Situa-se, portanto, na região das freqüências
superaltas (SHF – Super Hight Frequency), cujo espetro vai de 3 GHz
a 30 GHz, lembrando que o GHz (gigahertz) corresponde a 1.000
MHz. Em virtude das elevadas freqüências de operação, a técnica de
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microondas é diferente daquela dos transmissores e receptores de
ondas médias, curtas e mesmo de TV, a que os componentes reais
(ditos de parâmetros concentrados), tais como capacitores,
indutores, etc., não poderão ser utilizados. Basta verificar, por
exemplo, que um indutor de 1 μH em GHz terá reatância indutiva de
62800 Ω, aproximadamente, e um capacitor de 1 pF terá reatância
capacitiva de cerca de 15,3 Ω, e valores de capacitância e indutância
dessa ordem de grandeza estão presentes em pequenos pedaços de
condutores. A sintonia dos circuitos não poderá ser conseguida pelos
processos convencionais mas através de variação do comprimento de
guia de ondas. Como a técnica da microonda foge ao escopo de nosso
curso, neste tópico daremos informações gerais sobre o processo de
comunicação em ondas SHF, sem preocupar-nos com os detalhes
técnicos do transmissor ou receptor.

II – Propagação de microondas
Em razão da freqüência elevada da microonda, o seu modo de
propagação é bastante semelhante ao da luz. Assim, podemos
considerar três tipos de propagação:

1ª Visão direta
Neste modo de
propagação, exige-
se a visão direta
entre as antenas do
transmissor e do
receptor, como
Figura 1
ilustra a figura 1.
este processo é o
mais difundido, porque as ondas se propagam com pouca atenuação
(perda), possibilitando o uso de transmissores de potência reduzida.
O seu maior inconveniente é que a ligação entre transmissor e
receptor depende diretamente da topografia do terreno, o que obriga
a procurar-se pontos altos, onde não haja intermediários, o que
encarece bastante a instalação.

2ª Difração
Como as microondas
obedecem às leis óticas de
propagação, é justo
esperar-se que o fenômeno
da difração também seja
verificado e, de fato, assim
se dá. Baseado no princípio
Figura 2 da difração, é possível fazer
com que as microondas
transponham obstáculos. No caso de um morro, por exemplo, como
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ilustramos na figura 2, o contorno desse morro, atingido pela frente
de microondas, atua como pequenas fontes, cuja emissão atinge a
antena que está oculta para a visão direta.

3ª Difusão
O fenômeno da difusão ótica é aquele
que se verifica quando um feixe de
raios luminosos incide sobre uma
superfície áspera ou meio material que
contenha corpos estranhos. Devido às
reflexões e refrações, o corpo se torna
visível, mesmo se constituído de
substância transparente. A
Figura 3 transmissão por esse processo é
chamada de tropodifusão.

IV – Ruído e fading
A escolha do tipo de propagação depende de inúmeros fatores;
entretanto, qualquer que seja o tipo, deverá ser confiável e de boa
qualidade. A ligação entre dois pontos através de ondas
eletromagnéticas pode ser perturbada pelo ruído e pelo “fading”
(desvanecimento). O ruído introduz-se em qualquer parte do circuito
e aumenta á medida que caminha da entrada para saída. No caso de
microondas, o ruído introduzido pelo meio de propagação é bastante
reduzido, sendo mesmo desprezível, de modo que o ruído final se
restringe unicamente ao ruído interno do equipamento. O mesmo não
acontece com o “fading”, pois o sinal é bastante afetado pela
propagação dentro da atmosfera e diferentemente, de acordo com o
tipo de propagação utilizado. Assim é que, nas ligações em visão
direta, as comunicações são afetadas por chuvas intensas, pelas
reflexões terrestres ou da troposfera etc.; nas ligações por difração,
além das condições meteorológicas, também influi no “fading”, índice
de refração do ar perto do solo; as ligações por tropodifusão são
perturbadas pela variação do índice de refração das camadas, pelo
ângulo de difusão, etc. Além do “fading”, que é uma variação do sinal
no tempo, freqüentemente há variação no espaço, resultante de
interferências do raio principal com os raios refletidos pelo solo ou por
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obstáculos. Algumas vezes, acontece de o raio refletido atingir o
receptor com fase invertida em relação ao direto e, quando de
mesma intensidade, anular o principal. Uma situação desse tipo está
ilustrada na figura 4, onde admitimos que o lance a ser vencido é um
lago e que a propagação é por visão direta. A onda atinge a antena
do receptor por dois caminhos: um direto e outro refletido pela
superfície do lago. Essa onda refletida introduzirá perdas ou o
cancelamento da onda direta. Além disso, causará flutuação do sinal,
em conseqüência do movimento da superfície liquida determinado
pelo vento. Para diminuir
o problema, na
instalação procura-se
dirigir as antenas de
modo que a onda não
sofra reflexão na água e,
sim no solo, e também
que a superfície de
Figura 4 reflexão seja a mais
próxima possível da
antena receptora, para que os caminhos direto e refletido não sejam
muito diferentes.

V- Rádio-enlace
Apresentaremos, a seguir algumas noções do sistema de
comunicação por microondas, que é chamado de rádio-enlace. Por
enlace entende-se a distância total entre as estações terminais. A
distância entre estações adjacentes é denominada de lance.
Fundamentalmente, o sistema de rádio-enlace consta de duas ou
mais estações, que podem comunicar-se nos dois sentidos, isto é, no
sistema chamado duplex. Quando o enlace é muito longo, usam-se
estações repetidoras.

VI – Estações repetidoras
A função principal da estação repetidora é receber o sinal
enfraquecido, elevar seu nível e novamente transmiti-lo. Entretanto,
esta não é sua função única, pois a repetidora pode servir para
mudança de direção do sinal, entroncamento de várias rotas e
também para a derivação de certo número de canais a uma
determinada área de utilização. Em razão disso, a ligação entre o
receptor e o transmissor da estação repetidora é efetuada por uma
das três maneiras:

1ª No plano de freqüência de RF
No denominado plano de freqüência, a interligação é efetuada nas
freqüências de SHF regulamentadas pelo órgão competente
(DENTEL). Para as comunicações em microondas, foram distribuídas
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faixas com freqüência centrais de 2 GHz, 6 GHz, 7 GHz, 7,5 GHZ e 17
GHz em valores arredondados. Cada faixa tem uma determinada
amplitude (largura), dentro da qual estão distribuídos os canais de
RF. Cada canal de RF é modulado por certo número de canais
telefônicos. Por exemplo, a faixa cuja freqüência central é 7,575 GHz
(nominalmente, 7,5 GHz) tem extremos de 7,425 GHz e 7,725 GHz;
portanto, sua amplitude é de 300 MHz. Nesta faixa, estão distribuídos
24 canais de RF, sendo12 para o canal de ida e 12 para o de volta de
uma comunicação bilateral (duplex). Cada um desses canais de RF
pode transmitir até 960 canais telefônicos. Para minimizar
interferências, a separação entre canais de RF é de 11,662 MHz. Os
canais de RF estão numerados de 1 a 12 e de 1’ a 12’. A separação
entre o 12 e o imediatamente superior, que é o 1’, é 23,332 MHz, já
que no centro está situada a portadora principal. Tendo em vista o
problema da interferência, as freqüências de uma estação são
arranjadas de tal maneira que a transmissão e recepção são
efetuadas em canais homólogos, já que a distancia entre eles é
constante e de 151,614 MHz. Assim, se a transmissão for feita no
canal 4, cuja freqüência corresponde a 7.470,034 MHz, a recepção
será efetuada no seu homólogo, ou seja, 4’, cuja freqüência é
7.621,648 MHz.
Quando se trata de repetidoras, o arranjo das freqüências deve ser
muito bem estudado, para evitar que haja interferências entre canais,
principalmente quando houver mudança de rota ou entroncamento.

2ª Repetidora de FI
Quando não há necessidade de derivação de canais telefônicos na
estação repetidora, é mais vantajoso repetir um nível de RF. O sinal
recebido é, então convertido a uma freqüência mais baixa (freqüência
intermediária), geralmente de 70 MHz, através de batimento no
receptor. Em seguida é aplicado ao transmissor e convertido em
freqüência elevada, ou seja, na faixa de SHF, através de batimento
com uma freqüência gerada pelo transmissor. A vantagem desse
sistema está em não haver necessidade de demodular o sinal
recebido em nível de banda-base para, posteriormente, modular o
transmissor. Isto reduz as perdas e o ruído. A desvantagem está na
impossibilidade de acesso aos canais telefônicos.

c) Repetidora de banda-base
Por banda-base entende-se a faixa de freqüência ocupada por todos
os sinais transmitidos que modulam a freqüência portadora; portanto,
trata-se da banda formada por todas as informações multiplexadas
em freqüência ou no tempo. Assim nesse processo de repetição, o
sinal recebido de uma direção é totalmente demodulado no receptor.
Uma parte dos canais demodulados é encaminhada ao multiplexador,
que a decodifica e a remete ao local e utilização. Em seguida, todos
os canais restantes acrescidos daqueles provenientes do local de
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utilização modulam o transmissor em outra freqüência. A vantagem
de repetição em banda-base, em relação á repetição em FI, está na
possibilidade de fazer entroncamento e derivação de rota e,
principalmente, de se poder servir várias cidades ao longo da rota.

VII – Potência do transmissor


Em alta freqüência, a potência do equipamento não precisa ser muito
elevado, como acontece com as emissões de ondas médias e curtas.
Quanto mais alta a freqüência, menor é a potência necessária para se
cobrir a mesma distância. Como as comunicações em microondas são
estabelecidas em SHF, a potência do transmissor é pequena.
Também contribui para o uso de pequena potência a grande
diretividade e o elevado ganho da antena receptora. Por isso, em 7,5
GHz, a potência do transmissor é limitada em cerca de 0,5 W, o que
possibilita o emprego de semicondutores. Para menores freqüências
de potência. Em 6 GHz, por exemplo, emprega-se transmissor de 5 W
e assim por diante.

VIII – Antena
Nas comunicações em microondas é de fundamental importância a
antena que funciona tanto como elemento irradiante (transmissão)
como absorvente (recepção). Já afirmamos que deverá ser de grande
diretividade e ganho. Além disso, deve ter boa atenuação das
radiações laterais, para evitar
interferências que atuam em freqüências
próximas. Para as aplicações de alta
freqüência, o tipo principal é o dipolo.
Figura 5
Este tipo de antena consta
essencialmente de um condutor de
comprimento igual a metade do
comprimento de onda a transmitir ou
receber, alimentado pelo centro, como
mostramos na figura 5. o campo
Figura 6
eletromagnético é irradiado em várias
direções, porém é máxima na direção
perpendicular á antena. Em microondas, a antena costuma ser
associada a um elemento refletor, sendo este último um elemento
passivo destinado a aumentar o ganho e a diretividade da antena. O
refletor assume formas diversas segundo o tipo de sódio de irradiação
geralmente se refere a esse sólido. Na figura 6, mostramos dois
deles: em a, termos o refletor do tipo parabolóide de revolução;
em b, o tipo em ângulo diétrico (ângulo formado por dois planos),
conhecido como refletor em ângulo ou “Horn”, na denominação
inglesa. O mais utilizado é o tipo parabolóide, vulgarmente chamado
de parabólico. No refletor parabólico, o elemento irradiante é
colocado no foco da parábola e assim as ondas incidentes propagam-
se em direções paralelas, exatamente como as ondas luminosas, cuja
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fonte esteja situada no foco de um espelho parabólico. Uma antena
de grande utilização em microondas, devido às suas características de
faixa larga, foi realizada pela Siemens e é conhecida pelo nome
comercial de antena cassegrain. Por analogia com a ótica, o elemento
irradiante (antena) também costuma ser chamado de iluminante.

XI – As comunicações via satélite


Não é fácil citar exemplos aplicações
para os satélites de comunicação: as
transmissões de televisão
intercontinentais , o trafego
telefônico internacional, as redes
para comunicação de dados entre os
computadores de bancos ou de
Figura 7
grandes empresas, o acesso da
telefonia e da televisão a locais de
difícil infraestrutura como a Amazônia, etc. A comunicação por
satélite é, na verdade, apenas um caso particular da comunicação por
rádio, com características especiais que podem ser observadas na
figura 7. um sinal enviado por uma estação transmissora na Terra é
recebido pelo satélite e retransmitido para a Terra. Porém, esta
retransmissão não é para apenas um ponto de recepção, mas sim
para toda uma área de cobertura do satélite. Portanto, o satélite se
trata de uma estação retransmissora ou repetidora em órbita da
Terra, e um sinal por ele recebido é praticamente distribuído para
toda uma área, o que significa que este sinal poderá ser recebido por
estações em quaisquer pontos dessa área.
O satélite é designado por Segmento Espacial e as estações em
Terra de Segmento Terrestre. A transmissão da Terra para o
satélite é conhecida como link de subida e a freqüência das ondas
eletromagnéticas usadas para esta transmissão é a freqüência de
subida. Ao contrário, quando nos referimos à transmissão do satélite
para a Terra, utilizamos as expressões link de descida e freqüência
de descida. É interessante ainda citar algumas siglas, pelas quais
muitas vezes se referenciam alguns equipamentos, e que são apenas
abreviações de denominações em inglês:
LNA: Low Noise Amplifier – amplificador de baixo ruído
LNC: Low Noise Converter – amplificador de baixo ruído + conversor
de descida
PA: Power Amplifier – amplificador de potência
HPA: High Power Amplifier – amplificador de alta potência

Freqüências utilizadas
A faixa de freqüência mais tradicional nas comunicações por satélite é
a chamada banda C, que utiliza 6 GHz como freqüência de subida e
4 GHz como freqüência de descida. Entretanto, já é também comum
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o uso da freqüência de 14 GHz para a subida, em conjunto com 11 ou
12 GHz para descida, e faixas cada vez mais altas começam a ser
utilizadas, como 20/30 GHz. UIT União Internacional das
Telecomunicações já alocou freqüências desde 0,5 GHz até 275 GHz
para os diversos serviços via satélite. Há cuidados especiais quanto à
definição da potencia permitida em cada faixa,evitando-se
interferências de uma ligação satélite com outra ou com enlaces de
microondas terrestres.

A órbita do satélite
O tipo de órbita mais utilizado é a órbita síncrona equatorial ou órbita
geoestacionária. Nesse tipo de órbita, o satélite, localizado sobre a
linha do Equador e a uma altitude de aproximadamente 36.000 Km,
dá uma volta em torno da Terra a cada 24 horas. Ora, este é também
o tempo que a Terra leva para dar uma volta em torno de si mesma,
o que significa que com esse período de rotação o satélite dá ao
observador na Terra a impressão de estar parado.

O que é o UHF
Reafirmando, a faixa de UHF, que compreende os canais 14 a 83,
abrange freqüências que variam de 300 MHz a 3 GHz. Os canais
desta faixa ocupam as freqüências dadas na tabela II. Esta faixa tem
2.700 MHz de largura e poderia abrigar mais de 450 canais de TV, se
fosse totalmente ocupada por esta modalidade de transmissão. No
entanto, como existem freqüências destinadas a outros serviços,
apenas a faixa que vai de 470 MHz a 890 MHz é ocupada pelos canais
de TV. A diferença básica entre os sinais das duas faixas, VHF e UHF,
está na freqüência e, conseqüentemente, nos comprimentos de onda,
já que o tipo de informação que eles transportam é a mesma. No
entanto, o comportamento de uma onda eletromagnética depende
também de sua freqüência, ocorrendo, em relação às duas faixas,
pequenas diferenças que implicam em cuidados especiais por parte
de quem transmite e de quem deseja recebe-las.

Componentes digitais e lógicos

TTL (Transistor Transistor Logic) [Transistores Transistores Lógicos] e


CMOS (Complementary Metal Oxide Semiconductors)
[Semicondutores de Metal Oxidável Complementares] são dois
componentes de circuito integrado ou CI. A teoria comum é que o
técnico não necessita saber o está vai dentro do CI. Se eles não
estiverem executando as suas funções de acordo com o que era
suposto, substitua ele. Com esta lição você vai saber um pouco mais
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como os Cis trabalham e assim entender o circuito total como um
todo, com isso terá uma melhor capacidade se encontrar uma avaria.

Esquema 1
O TTL é o resultado longo da involução de expressões lógicas. O
caminhos nos trouxe através de botões, relés, tubos de vácuo,
diodos, transistores e finalmente o TTL. O esquema 1 é de um TTL
invertido. Quando você tiver uma boa noção do que este circuito faz,
o resto será fácil. O bom da informação digital é que o sinal só existe
em um de dois estados, alto ou baixo, ou se você preferir, dois
estados de voltagem. Quando um circuito analógico tem que
processar um número infinito de níveis de voltagens, o circuito digital
só necessita de reconhecer dois níveis. O sinal é alto ao baixo. Cada
família lógica tem voltagens especificas, lógica válida baixa ou lógica
válida alta. Para a série de TTLs estandardizados dos 74xx as
voltagens lógicas especificadas são de +0,8 V ou menos. Um TTL
estandardizado operando nos parâmetros específicos, reconhece
voltagens de +0,8V ou menos como um sinal lógico baixo.

Figura 1
Olhando o comportamento dos transistores em saturação, figura 1.
Aumentar a base causa uma emissão de resistência pequena na base.
A corrente na base aumenta enquanto a voltagem na base fica
próxima de 0,7V. Um incremento da corrente na base produz um
incremento na corrente no coletor, assim sendo, a voltagem no
coletor cai.
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Figura 2
Figura 2, em algum ponto, a voltagem do coletor é menos que a
voltagem de imissão. Neste ponto a junção do coletor fica induzida.
Esta é a definição de saturação. Uma vez que a junção do coletor
fica induzida, a corrente de base tem pouco efeito na corrente do
coletor.

Figura 3
Não é incomum para um transistor de silicone NPN conduzir em
saturação no coletor com voltagens de 0,4V a 0,2V. Ao mesmo
tempo, se você forçar isso, você pode obter voltagens superiores ao
típico 0,7V na base.

Figura 4
Dando a voltagem máxima aceite de 0,8V a um input lógico baixo, Q1
terá uma corrente de 0,875mA na base. Isto é determinado pela
resistência de 4KΩ na base. O transistor fica bem dentro da
saturação e conduz quase 1mA de corrente da origem.
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Figura 5
+0,8V é a voltagem máxima para um input lógico baixo. Zero é o
mínimo. Com zero volts no input, a corrente do input é ainda maior,
ainda determinada pela voltagem na resistência de 4KΩ. A área
aceite de VCC para um TTL da série 77xx é de 4,75V a 5,25V. A
5,25V a corrente do input é ainda maior.
O input lógico baixo para um TTL 74xx é especificado para ter o
máximo de 1,6mA. Isto nos dá variações na resistência de 4KΩ,
variações na voltagem da base de Q1 e variações na voltagem de
alimentação até um máximo de 5,25V. Qualquer input de um TTL
74xx que dê mais que 1,6mA quando conectado por baixo é para ser
considerado com defeito.

Figura 6
Olhemos o pior caso para um input lógico baixo de 0,8V. Q1 está
pesadamente em saturação com uma voltagem de coletor de
aproximadamente 0,2V. Isto coloca a base do Q2 a +1V. A junção
base emissor de Q2 e Q4 estão conectadas em série. Com 0,7V para
cada uma delas, isso requer +1,4V para conduzir Q2 e Q4. quando o
input está baixo, Q2 e Q4 estão desligados.

Figura 7
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Com Q2 desligado, a resistência de 1,6KΩ puxa Q3 para a saturação
o que produz uma voltagem de output lógica alta. Um TTL 74xx está
garantido para output de +2,4V ou maior com a corrente da carga
até 400µA. Na prática, estes chips usualmente terão output
aproximado de +3,5V, muito mais do que os especificados +2,4V.

Figura 8
Quando o input é puxado para cima para voltagem lógica alta o
transistor Q1 atua como reverso. O emissor fica um coletor ineficiente
e o coletor fica um emissor ineficiente. Conduzindo deste modo, o
transistor tem um beta muito baixo, muitas vezes menos que 1. a
corrente de base pode ser maior que a do coletor.

Figura 9
Agora com +1,4V ou mais na base de Q2, Q2 está conduzindo na
saturação. Por causa da voltagem de 0,7V no diodo, Q3 requer +1,8V
na base para conduzir. A corrente no coletor de Q2 produz uma
queda de voltagem através da resistência de 1,6KΩ e Q3 está
desligado. A voltagem de output no coletor de Q4 é 0,4V no máximo.
A corrente de output a partir de Q4 alimenta a carga externa. Aqui a
carga externa é conhecida como uma resistência, mas na prática isso
é o input para o próximo componente lógico.
O TTL 74xx são específicos para entregar uma voltagem lógica baixa
de +0,4V ou menos. Na prática, muitos destes chips terão output de
aproximadamente +0,2V. Adicionalmente, estes chips agüentarão até
+0,4V com uma corrente de output de 1,6mA. Este output entregará
uma especifica voltagem lógica baixa de 10 inputs a 1,6mA cada.
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Figura 10
Recordando o circuito lógico alto. Esses chips agüentarão uma
voltagem de output de +2,4V ou mais a 400 mµ de corrente de
carga.

Figura 11
O circuito de input que só tem 40mµ quando em um chip lógico alto
de 2,4V ou mais. Atualmente, esses componentes são específicos
para reconhecer qualquer voltagem de +2V ou mais com um chip
lógico alto e requer somente 40mµ de input a essa voltagem. Os
400mµ no output do chip lógico alto conduzirá 10 desses inputs à
voltagem especifica.

Figura 12
Um TTL estandardizado conduz 10 TTL inputs ambos baixo ou alto.
Isto é “Ventoinha de saída” do componente. Conectado a um número
grande de correntes de cargas é como puxar uma voltagem baixa
mais do que o output especificado de 0,4. Com um grande número de
cargas, a voltagem de output alta é como se tivesse menos do que os
especificados +2,4V.

Figura 13
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Por agora você já deve ter notado que a voltagem especifica de
output lógico baixo é +0,4V ou menos e que a voltagem especifica de
input lógica baixa é de +0,8V. Esta diferença dá-nos uma margem de
ruído que por ventura seja adicionada ao sinal de output durante a
transmissão de uns componentes para outros. O sinal pode pegar
400mV de ruído de pico e continuar conectado à voltagem lógica
baixa. Os 400mV de diferença entre estas duas especificações é
chamada de “Margem de ruído”.

Figura 14
A mesma diferença existe entre o especifico output voltagem lógica
alta e o input lógico alto. Como na voltagem lógica baixa, os 400mV
permite o sinal de ruído.

Movimento de onda

Ondas
Uma comunicação de rádio viaja por ondas. Para ajudar-lhe a ação
compreensiva da onda, você olhará primeiramente para ondas na
água. Todo o distúrbio em uma lagoa de águas imóvel produzirá
ondulações ou ondas. Quando você deixa cair um seixo em uma
lagoa da água imóvel, as ondas estão criadas e viajam afastado do
respingo em círculos concêntricos alargando-se.

O seixo de queda empurra a água de seu trajeto que dá forma a uma


cavidade. A água deslocada é empurrada acima do nível da lagoa em
uma parede circular em torno da cavidade. O peso da água faz com
que esta parede circular desmorone e quando cai, vai abaixo do nível
original da lagoa. A água após a queda do seixo desloca mais água
que causa uma outra parede circular fora da cavidade original.
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Isto continua produzindo paredes circulares sempre alargando-se. Por
causa da resistência ao movimento da água, cada parede nova é uma
pouco mais baixa do que essa antes dela. Cada vale novo causado
pela parede de queda da água desce menos abaixo da superfície da
lagoa. Se você prestar atenção a uma rolha de cortiça na superfície
da lagoa que se sacode acima e abaixo com o passar das ondas mas
não viaja sobre uma onda. Isto mostra que cada partícula da água
move para cima e para baixo mas não viaja através da lagoa como a
onda. Você pode ver como a onda viaja ajustando uma fileira dos
dominós. Derrube o primeiro, este empurra seus vizinhos de encontro
ao seguinte e assim por diante. O movimento passa ao longo da
fileira inteira, mas os movimentos de cada dominó somente se
desloca uma distância curta. É a energia do domino de queda que
viaja, não o dominó. Em uma onda de água a partícula não viaja ao
longo do curso da água através da lagoa. Somente a energia da
parede de queda da água viaja no círculo concêntrico. Aqui você vê
como uma onda pode viajar, as partículas individuais somente se
sacodem acima e para baixo.

A velocidade em que a onda viaja depende da natureza do meio.


Ondas eletromagnéticas, viajam a 300.000.000 metros por segundo.
Anote a substituição das paredes e das cavidades. Primeiramente em
uma parede então uma cavidade e então uma parede e assim por
diante. Uma única onda, ou comprimento de onda. O comprimento da
onda está a uma distância do começo de uma crista ao começo do
seguinte. A série das mudanças do começo de uma onda ao começo
da onda seguinte é um ciclo. O ciclo e/ou o comprimento de onda
poderiam facilmente ser medidos entre duas cristas ou algum outro
ponto na onda onde começa a repetir.

A amplitude da onda é medida aqui na superfície ao alto de uma


crista ou ao fundo de uma calha. Esta é a amplitude de pico. Uma
outra maneira de medir a amplitude é do pico ao pico. Você
observaria que o tamanho do seixo ou da força com que é jogado
determina a amplitude da onda produzida.
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A amplitude de uma onda depende da força produzindo. Aqui você vê


como o pico e a amplitude é medido. O pico ao pico é usado
freqüentemente na medida de formas de ondas de áudio.

Este gráfico mostra um ciclo de uma onda. O número dos ciclos


termina um período de tempo especificado e é a freqüência da onda.
A freqüência das ondas de rádio é medida em ciclos por o segundo. O
termo Hertz, abreviado geralmente para Hz é usado como um
símbolo para ciclos por segundo. 60Hz é uma freqüência de 60 ciclos
por segundo. Você viu a energia nas ondas carregadas pelo meio. Na
ondas de uma lagoa, o meio é a água. Para ondas sadias, o meio
pode ser moléculas do ar. As ondas sadias viajam também através
dos líquidos e dos sólidos. O meio alternadamente é comprimido ou
rarefeito mudando a pressão na fonte. Recorde que é a pressão do
seixo na água que começou as ondas na lagoa.

Ondas de calor, luz e de rádio


Você pode observar que as ondas de calor, luz e de rádio, viajarem através do vácuo do
espaço. Você pode sentir e observar a luz do sol estes são membros de um grupo
chamado ondas eletromagnéticas. As ondas eletromagnéticas são originais, não
requerem nenhum meio para viajar de um lugar a outro. As ondas do calor, luz e de
rádio diferem na freqüência e no comprimento de onda. A freqüência de ondas de calor,
para a escala do exemplo são aproximadamente de 750.000.000.000 ciclos a
375.000.000.000.000.000 ciclos por segundo. As ondas da luz têm uma freqüência de
375 milhões de milhões a 750 milhões de milhões de milhões de ciclos por o segundo.
Para os valores que variam o excesso uma escala tão grande é conveniente expressá-los
com prefixos métricos melhor que contar 15 zero. 750.000.000.000 ciclos por o
segundo podem ser expressados como 750 o terahertz ou 750 THz. Os prefixos métricos
são explicados na tabela seguinte.
Fator Prefix Simbolo
multiplicador
1018 exa E
15
10 peta P
1012 tera T
109 giga G
6
10 mega M
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103 kilo k
2
10 hecto h
10 deka da
10-1 deci d
-2
10 centi c
-3
10 milli m
10-6 micro µ
-9
10 nano N
-12
10 pico P
10-15 fempto f
-18
10 atto a
Exemplo: 1500 Hz = 1.5 kHz = 1.5 kilohertz = 1.5 x 103 Hz.

Freqüência de rádio
Very low radio frequencies 10 to 30 kHz
(VLF)
Low radio frequencies 30 to 300
(LRF) kHz
Medium radio frequencies 300 kHz to 3
(MF) MHz
High radio frequencies (HF) 3 to 30 MHz
Very high radio frequencies 30 to 300
(VHF) MHz
Ultra high radio frequencies 300 MHz to 3
(UHF) GHz
Super high radio 3 to 30GHz
frequencies (SHF)
Extremely high radio 30 to 300
frequencies (EHF) GHz

Freqüências e comprimentos de onda


As ondas eletromagnéticas viajam a 300.000.000 metros por
segundo. Porque a velocidade é constante, o comprimento de onda
diminuirá como o aumento da freqüência. O comprimento de onda
varia inversamente com a freqüência na seguinte maneira:
Onde:
l = wavelength nos medidores
V = velocidade em meters/second
F = freqüência no hertz
As freqüências de rádio variam entre 10 quilohertz a 300 gigahertz,
você pode calcular o comprimento de ondas de rádio são de 30.000
metros aproximadamente ou 30 kilometros a baixo de 0.001 metros
ou a 1 milímetro. Agora que você tem uma idéia do que as ondas de
rádio são, você verá como estas são recebidas. Você operou um
receptor de rádio de alguma tipo, seja ele que um portátil, dispositivo
transistorizado, um rádio de carro, um rádio de casa ou um receptor
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de televisão. Os telefones mais recentemente e celulares tornaram-se
populares. Estes são receptores de rádio. Os receptores de rádio de
cristal desde o mais simples ao mais sofisticado de todos, têm
somente quatro funções básicas. Antena Receptor
Detector Reprodutor
A antena transmissora erradia uma onda (eletromagnética) de rádio.
A antena de recepção deve interceptar a onda de passagem. A
antena é parte de um sistema de antena/terra. A antena pode
consistir em uma parte longa de fio situada fora de casa e conectada
aos terminais da antena do receptor. Este tipo de antena requer
também um aterramento bom ligado à terra. Este é um fio conectado
a uma haste à terra ou a uma tubulação de água fria do metal. O
sistema da antena para um receptor de TV pode incluir uma antena
ao ar livre tal como as antenas yagi mostradas aqui.

O yagi é uma antena altamente direcional projetada para capturar


sinais como a transmissão de TV. Geralmente poderia ser o cabo
coaxial que a companhia de cabo forneceu como a parte de seu
serviço da subscrição. Poderia ser um dos sistemas compactos dos
novos pratos que recebem os sinais da TV diretos dos satélites
órbitando a terra. A antena para telefones celulares portáteis é
geralmente uma antena flexível revestida de plástico ou de borracha
(conhecida no mundo de rádio amador como um pato de borracha)
ou uma haste dobrável pequena armazenada no corpo dos celulares.
Símbolos esquemáticos para antenas e terras.

Não obstante qual o receptor de interesse, todos eles incorporam


uma antena e um terra. Às vezes a terra não é óbvia, como em
telefones e em rádios portáteis, mas existe. A função de um receptor
é selecionar um único sinal das centenas que estão sendo
transmissão. Os receptores adiantados usaram os circuitos compostos
por bobinas e por capacitores para selecionar uma freqüência e para
rejeitar todas as outras.
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Os receptores modernos têm mais sofisticado circuitos para realizar


isto. A habilidade de selecionar freqüências desejáveis é uma
exigência de todos os receptores.

Os diagramas são usados para ajudar a visualizar as funções


individuais do circuito em um dispositivo eletrônico sem a
necessidade de mostrar detalhes elétricos reais. As partes de um
receptor de rádio discutido já apareceriam como mostrado na figura
acima. O receptor deve detectar ou recuperar a informação ou os
dados no sinal do receptor. Para que a onda eletromagnética seja
considerada um sinal deve conter a informação ou a inteligência. Uma
onda de rádio não modificada em alguma maneira conter a
informação justa para uma onda de rádio. Não surpreendente, o
dispositivo que detecta a informação é chamado o detector. Em seu
formulário mais básico, a detecção é realizada com um único detector
de diodo. Todos os receptores têm meios de detectar o sinal. Extraído
uma vez o sinal, a inteligência deve ser convertida em um formulário
que nós podemos compreender. O material do programa, seja ele
voz, música, vídeo ou um outro formulário de informação deve ser
reproduzido em seu formulário original. Cada receptor tem um
reprodutor. Na caixa do receptor do rádio ou do telefone, o
reprodutor é um alto-falante ou auriculares. Na caixa de receptores
de televisão uma exposição vídeo, tubo de imagem, é requerida para
reproduzir a imagem além ao alto-falante que reproduz a parcela
áudio da transmissão. Estes dispositivos; o alto-falante, e o auricular
e os tubos do retrato são sabidos formalmente como transdutores.
Um transdutor transfere a energia elétrica na energia em um outro
formulário, movimento, som ou luz.
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Símbolos esquemáticos para alguns transdutores comuns.
Como indicado no diagrama acima de um receptor terminado, todos
os receptores não obstante os sofisticado, têm somente quatro
funções básicas. O receptor intercepta e detecta para reproduzir na
unidade de reprodução.

Dispositivos e Circuitos Eletrônicos – Laboratório 01

Diodos – Curvas Características

1. Introdução

O diodo é um dispositivo semicondutor que a principio permite


a passagem de corrente em uma única direção. O desenho a seguir
mostra o símbolo e as convenções de corrente e tensão, para o
diodo. vd

+ -

id

Para vd  0, temos id  0. Nesta condição o diodo está


polarizado diretamente e oferece uma relação tensão (v) corrente (i)
do tipo:

x 10
-3 Característica do Diodo - Polarização Direta
1.5

1
Corrente (A)

0.5

0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7
Tensão (V)

Para vd  0 espera-se uma corrente praticamente nula (i d  0).


Nesta condição o diodo está polarizado reversamente.

Um tipo especial de diodo, chamado Zener, cujo simbolo é dado


a seguir, se caracteriza por ter um comportamento semelhante ao
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diodo anterior, quando diretamente polarizado, v D  0, mas com
comportamento diferente para polarização reversa, vD  0.

vd -
+
id

Para polarização reversa, o diodo inicialmente não conduz (i d 


0) para pequenas tensões negativas. Quando a tensão v d ficar abaixo
de uma tensão especificada, -VZ, o diodo passa a conduzir corrente
apreciável no sentido reverso (i d  0), conforme mostra a curva
característica a seguir:

-3
x 10 Vz Diodo Zenner - Polarização Reversa
0

-0.5
Corrente (A)

-1

-1.5
-0.7 -0.6 -0.5 -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0
Tensão (V)

2. Parte experimental

Experimento 1:
Determinação do comportamento do diodo tanto em polarização
direta, quanto reversa.

a) Monte o Circuito 1, utilizando o diodo 1N4007 e uma resistência


R=100 de 1W. Varie a tensão da fonte de 0 a 10V, sendo que:
entre 0 e 1V a variação deve ser feita com incremento de
0,1V e
entre 1 a 10V o incremento deverá ser de 1V.
Para estas diversas tensões medir as correntes
correspondentes.
b) Monte o Circuito 2, usando o mesmo diodo. Varie a tensão de 0
a 10V com incrementos de 1V. Verifique as correntes para as
diversas tensões.
c) Arrume os dados em uma tabela e com eles trace a curva
caracteristica vd x id do diodo. Usando um papel monolog e
trace a característica vd x log id. As duas curvas devem ser
apresentada no relatório.
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100/1W 100/1W

1
Voltímetro Voltímetro

V
1N4007 (vd) 1N4007 (vd)
Fonte DC Fonte DC
(0 - 10V) (0 - 10V)
2

2
A A
(id) (id)
Amperímetro Amperímetro

Circuito 1 Circuito 2

Experimento 2:
Determinação do comportamento do diodo Zener tanto em
polarização direta, quanto reversa.

a) Monte o Circuito 3, utilizando o diodo Zener BZX79C5V1 e uma


resistência R=100 de 1W. Este diodo possui uma tensão
nominal Zener (VZ ) de 5,1V. Varie a tensão da fonte de 0 a
10V, sendo que entre 0 e 1V a variação deve ser feita com
incremento de 0,1V, e de 1 a 10V o incremento deverá ser de
1V. Para estas diversas tensões medir as correntes
correspondentes.
b) Monte o Circuito 4, usando o mesmo diodo Zener. Varie a
tensão de 0 a 4V com incrementos de 1V. No intervalo de 4 a
6V utilize incrementos de 0.2V e de 6 a 10V retorne aos
incrementos de 1V. Verifique as correntes para as diversas
tensões.
c) Organize os dados em uma tabela e trace a curva característica
do diodo (vd x id) a ser apresentada no relatório.

100/1W 100/1W
1

Voltímetro Voltímetro
V

BZX79C5V1 (vd) BZX79C5V1 (vd)


Fonte DC Fonte DC
(0 - 10V) (0 - 10V)
2

1
2

A A
(id) (id)
Amperímetro Amperímetro

Circuito 3 Circuito 4

Experimento 3:
O diodo sendo usado como um Retificador de Meia onda

a) Monte o Circuito 5, usando um gerador de funções, configurado


para gerar uma senóide de 60Hz e amplitude de 5V. O resistor
deve ter resistência de 1K e potência de 1/4W.
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b) Observe o sinal de tensão sobre o resistor no osciloscópio,
anotando as características de tensão e frequência. No
relatório, explique o porque da curva observada.

1N4007

1
Osciloscópio

Scp
1K (1/4W) (vd x t)
Fonte AC
(5V / 60 Hz)
2

Circuito 5
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Diodo Zener
Equipamento Necessário:

   - Multímetro (Ohmímetro)


   - Fonte de corrente constante ajustável

Um diodo zener também pode ser testado como se fosse um diodo


comum, conduzindo somente quando a ponta preta está do lado do
anodo. Pode-se apenas determinar se ele não está “em curto” ou com
fuga, sem no entanto ser possível a verificação da sua tensão zener.

O teste somente é válido se a tensão zener do diodo for maior que a


alimentação interna do multímetro (pilhas ou bateria), para se ter a
garantia de que ele não irá conduzir quando o catodo receber a
polaridade positiva (ponta preta).Para determinar a tensão zener com
o uso do multímetro, pode-se utilizar o circuito simples da figura 3,
capaz de testar zeners de até 28V.Esse circuito gera uma corrente
constante, ajustada em P1 na faixa de 2,5 a 30 mA, que atravessa o
zener em teste.Consultando o data book de um fabricante de zener,
verifica-se que a tensão zener nominal é dada para uma certa
corrente, que está na faixa de 2 a 20 mA, conforme a potência
nominal do diodo.
Para determinar a tensão zener, utiliza-se o voltímetro, verificando a
tensão indicada para cada corrente aplicada ao zener (figura 4). O
valor nominal da tensão zener será aquele que se manter mais
estável com as variações de corrente.Atenção: para zeners acima de
13V e de pequena potência (400 mW ou 500 mW) , a corrente
máxima suportável torna-se menor que a de fundo de escala do
circuito, sendo tanto menor quanto maior a tensão de zener
(calculada por Imáx= P/Vz ; P= potência do zener e Vz=tensão
nominal). Portanto, para não queimar os zeners de pequena potência,
não ultrapasse o limite de 10 mA de corrente aplicada. No caso de
teste de zeners com tensão inferior a 5V, quando a tensão entre
coletor e emissor de Q1 torna-se alta , com correntes acima de 15
mA o transistor Q1 pode aquecer-se, portanto, não demore muito
quando testar zeners de baixa tensão com correntes acima de 15 mA
para que o transistor não queime.

Para determinar a escala de graduação do pequeno instrumento,


coloque o potenciômetro na posição de maior resistência (menor
corrente) e ligue aos pontos de teste um zener de tensão nominal
entre 10 e 20V, com o multímetro na escala de corrente em série
com ele. Anote no painel o valor de corrente lido com o
potenciômetro nessa posição (ele deve estar em torno de 2,5 mA).
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Mude a posição de P1 até que a leitura seja de 5 mA e marque essa
posição, continuando o processo e marcando as posições para 7,5
mA, 10 mA, etc.

DIODO SEMICONDUTOR E RETIFICAÇÃO


1.1 FÍSICA DOS SEMICONDUTORES
A ESTRUTURA DO ÁTOMO
O átomo é formado basicamente por 3 tipos de partículas
elementares: Elétrons, prótons
e nêutrons. A carga do elétron é igual a do próton, porém de sinal
contrário. Os elétrons
giram em torno do núcleo distribuindo-se em diversas camadas, num
total de até sete
camadas. Em cada átomo, a camada mais externa é chamada de
valência, e geralmente
é ela que participa das reações químicas
Todos os materiais encontrados na natureza são formados por
diferentes tipos de
átomos, diferenciados entre si pelo seus números de prótons,
elétrons e nêutrons. Cada
material tem uma infinidade de características, mas uma especial em
eletrônica é o
comportamento à passagem de corrente. Pode-se dividir em três
tipos principais:
MATERIAIS CONDUTORES DE ELETRICIDADE
São materiais que não oferecem resistência a passagem de corrente
elétrica. Quanto
menor for a oposição a passagem de corrente, melhor condutor é o
material. O que
caracteriza o material bom condutor é o fato de os elétrons de
valência estarem
fracamente ligados ao átomo, encontrando grande facilidade para
abandonar seus
átomos e se movimentarem livremente no interior dos materiais. O
cobre, por exemplo,
com somente um elétron na camada de valência tem facilidade de
cedê-lo para ganhar
estabilidade. O elétron cedido pode tornar-se um elétron livre.
MATERIAIS ISOLANTES
São materiais que possuem uma resistividade muito alta, bloqueando
a passagem da
corrente elétrica. Os elétrons de valência estão rigidamente ligados
aos seu átomos,
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sendo que poucos elétrons conseguem desprender-se de seus átomos
para se
transformarem em elétrons livres.
Consegue-se isolamento maior (resistividade) com substâncias
compostas (borracha,
mica, baquelita, etc.).
MATERIAL SEMICONDUTOR
Materiais que apresentam uma resistividade elétrica intermediária.
Como exemplo temos
o germânio e silício
ESTUDO DO SEMICONDUTORES
Os átomos de germânio e silício tem uma camada de valência com 4
elétrons. Quando os
átomos de germânio (ou silício) agrupam-se entre si, formam uma
estrutura cristalina, ou
seja, são substâncias cujos átomos se posicionam no espaço,
formando uma estrutura
ordenada. Nessa estrutura, cada átomo une-se a quatro outros
átomos vizinhos, por meio
de ligações covalentes, e cada um dos quatro elétrons de valência de
um átomo é
compartilhado com um átomo vizinho, de modo que dois átomos
adjacentes
compartilham os dois elétrons, ver Figura 1-1.

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Prof. Roberto A. Bertoli set-00
Figura 1-1
Se nas estruturas com germânio ou silício não fosse possível romper
a ligações
covalentes, elas seriam materiais isolantes. No entanto com o
aumento da temperatura
algumas ligações covalentes recebem energia suficiente para se
romperem, fazendo com
que os elétrons das ligações rompidas passem a se movimentar
livremente no interior do
cristal, tornando-se elétrons livres.
Figura 1-2
Com a quebra das ligações covalentes, no local onde havia um
elétron de valência,
passa a existir uma região com carga positiva, uma vez que o átomo
era neutro e um
elétron o abandonou. Essa região positiva recebe o nome de lacuna,
sendo também
conhecida como buraco. As lacunas não tem existência real, pois são
apenas espaços
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vazios provocados por elétrons que abandonam as ligações
covalentes rompidas.
Sempre que uma ligação covalente é rompida, surgem,
simultaneamente um elétron e
uma lacuna. Entretanto, pode ocorrer o inverso, um elétron
preencher o lugar de uma
lacuna, completando a ligação covalente (processo de recombinação).
Como tanto os
elétrons como as lacunas sempre aparecem e desaparecem aos
pares, pode-se afirmar
que o número de lacunas é sempre igual a de elétrons livres.
Quando o cristal de silício ou germânio é submetido a uma diferença
de potencial, os
elétrons livres se movem no sentido do maior potencial elétrico e as
lacunas por
conseqüência se movem no sentido contrário ao movimento dos
elétrons.
IMPUREZAS
Os cristais de silício (ou germânio. Mas não vamos considera-lo, por
simplicidade e
também porque o silício é de uso generalizado em eletrônica) são
encontrados na
natureza misturados com outros elementos. Dado a dificuldade de se
controlar as

características destes cristais é feito um processo de purificação do


cristal e em seguida
é injetado através de um processo controlado, a inserção proposital
de impurezas na
ordem de 1 para cada 106 átomos do cristal, com a intenção de se
alterar produção de
elétrons livres e lacunas. A este processo de inserção dá-se o nome
de dopagem.
As impurezas utilizadas na dopagem de um cristal semicondutor
podem ser de dois tipos:
impureza doadoras e impurezas aceitadoras.
IMPUREZA DOADORA
São adicionados átomos pentavalentes (com 5 elétrons na camada de
valência. Ex.:
Fósforo e Antimônio). O átomo pentavalente entra no lugar de um
átomo de silício dentro
do cristal absorvendo as suas quatro ligações covalentes, e fica um
elétron fracamente
ligado ao núcleo do pentavalente (uma pequena energia é suficiente
para se tornar livre).
Figura 1-3
IMPUREZA ACEITADORA
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São adicionados átomos trivalentes (tem 3 elétrons na camada de
valência. Ex.: Boro,
alumínio e gálio). O átomo trivalente entra no lugar de um átomo de
silício dentro do
cristal absorvendo três das suas quatro ligações covalentes. Isto
significa que existe uma
lacuna na órbita de valência de cada átomo trivalente.
Figura 1-4
Um semicondutor pode ser dopado para ter um excesso de elétrons
livres ou excesso de
lacunas. Por isso existem dois tipos de semicondutores:
SEMICONDUTOR TIPO N
O cristal que foi dopado com impureza doadora é chamado
semicondutor tipo n, onde n
está relacionado com negativo. Como os elétrons livres excedem em
número as lacunas

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Prof. Roberto A. Bertoli set-00
num semicondutor tipo n, os elétrons são chamados portadores
majoritários e as lacunas,
portadores minoritários.
SEMICONDUTOR TIPO P
O cristal que foi dopado com impureza aceitadora é chamado
semicondutor tipo p, onde p
está relacionado com positivo. Como as lacunas excedem em número
os elétrons livres
num semicondutor tipo p, as lacunas são chamadas portadores
majoritários e os elétrons
livres, portadores minoritários.
1.2 DIODO
A união de um cristal tipo p e um cristal tipo n, obtém-se uma junção
pn, que é um
dispositivo de estado sólido simples: o diodo semicondutor de junção.
Figura 1-5
Devido a repulsão mútua os elétrons livres do lado n espalham-se em
todas direções,
alguns atravessam a junção e se combinam com as lacunas. Quando
isto ocorre, a
lacuna desaparece e o átomo associado torna-se carregado
negativamente. (um íon
negativo)
Figura 1-6
Cada vez que um elétron atravessa a junção ele cria um par de íons.
Os ions estão fixo
na estrutura do cristal por causa da ligação covalente. À medida que
o número de ions
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aumenta, a região próxima à junção fica sem elétrons livres e
lacunas. Chamamos esta
região de camada de depleção.
Além de certo ponto, a camada de depleção age como uma barreira
impedindo a
continuação da difusão dos elétrons livres. A intensidade da camada
de depleção
aumenta com cada elétron que atravessa a junção até que se atinja
um equilíbrio. A
diferença de potencial através da camada de depleção é chamada de
barreira de
potencial. A 25º, esta barreira é de 0,7V para o silício e 0,3V para o
germânio.
O símbolo mais usual para o diodo é mostrado a seguir:
Catodo
material tipo n

POLARIZAÇÃO DO DIODO
Polarizar um diodo significa aplicar uma diferença de potencial às
suas extremidades.
Supondo uma bateria sobre os terminais do diodo, há uma
polarização direta se o pólo
positivo da bateria for colocado em contato com o material tipo p e o
pólo negativo em
contato com o material tipo n.
POLARIZAÇÃO DIRETA
No material tipo n os elétrons são repelidos pelo terminal da bateria e
empurrado para a
junção. No material tipo p as lacunas também são repelidas pelo
terminal e tendem a
penetrar na junção, e isto diminui a camada de depleção. Para haver
fluxo livre de
elétrons a tensão da bateria tem de sobrepujar o efeito da camada de
depleção.
POLARIZAÇÃO REVERSA
Invertendo-se as conexões entre a bateria e a junção pn, isto é,
ligando o pólo positivo no
material tipo n e o pólo negativo no material tipo p, a junção fica
polarizada inversamente.
No material tipo n os elétrons são atraídos para o terminal positivo,
afastando-se da
junção. Fato análogo ocorre com as lacunas do material do tipo p.
Podemos dizer que a
bateria aumenta a camada de depleção, tornando praticamente
impossível o
deslocamento de elétrons de uma camada para outra.
CURVA CARACTERÍSTICA DE UM DIODO
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A curva característica de um diodo é um gráfico que relaciona cada
valor da tensão
aplicada com a respectiva corrente elétrica que atravessa o diodo.
POLARIZAÇÃO DIRETA
Figura 1-7 Figura 1-8
Nota-se pela curva que o diodo ao contrário de, por exemplo, um
resistor, não é um
componente linear. A tensão no diodo é uma função do tipo:
U RI kT
q
ln I
I
1F
S





Eq. 1- 1
TENSÃO DE JOELHO
Ao se aplicar a polarização direta, o diodo não conduz intensamente
até que se
ultrapasse a barreira potencial. A medida que a bateria se aproxima
do potencial da
barreira, os elétrons livres e as lacunas começam a atravessar a
junção em grandes
quantidades. A tensão para a qual a corrente começa a aumentar
rapidamente é
chamada de tensão de joelho. ( No Si é aprox. 0,7V).

RESISTOR LIMITADOR DE CORRENTE


Num diodo polarizado diretamente, uma pequena tensão aplicada
pode gerar uma alta intensidade de corrente. Em geral um
resistor é usado em série com o diodo para limitar a corrente
elétrica que passa através deles.
RS é chamado de resistor limitador de corrente. Quanto maior o
RS, menor a corrente que atravessa o diodo e o RS .
RETA DE CARGA
Sendo a curva característica do diodo não linear, torna-se complexo
determinar através
de equações o valor da corrente e tensão sobre o diodo e resistor.
Um método para
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determinar o valor exato da corrente e da tensão sobre o diodo, é o
uso da reta de carga.
Baseia-se no uso gráfico das curvas do diodo e da curva do resistor.
Na Figura 1-12, a corrente I através do circuito é a seguinte:
IU
R
UU
R
R
S
SD
S
−Eq. 1- 3
No circuito em série a corrente é a mesma no diodo e no resistor. Se
forem dados a
tensão da fonte e a resistência RS, então são desconhecidas a
corrente e a tensão sob o
diodo. Se, por exemplo, no circuito da Figura 1-12 o US =2V e RS =
100, então:
0,01*U 20mA
100
I2UD
−D −Eq. 1- 4
Se UD=0V ! I=20mA. Esse ponto é chamado de ponto de saturação,
pois é o máximo
valor que a corrente pode assumir.
E se I=0A !UD=2V. Esse ponto é chamado corte, pois representa a
corrente mínima que
atravessa o resistor e o diodo.
A Eq. 1-4 indica uma relação linear entre a corrente e a tensão ( y =
ax + b). Sobrepondo
esta curva com a curva do diodo tem-se:

DIODO EMISSOR DE LUZ E FOTODIODO


O diodo emissor de luz (LED) é um diodo que quando polarizado
diretamente emite luz visível (amarela, verde, vermelha, laranja ou
azul)
ou luz infravermelha. Ao contrário dos diodos comuns não é feito de
silício, que é um material opaco, e sim, de elementos como gálio,
arsênico e fósforo. É amplamente usada em equipamentos devido a
sua longa vida, baixa tensão de acionamento e boa resposta em
circuitos de chaveamento.
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A polarização do LED é similar ao um diodo comum, ou seja, acoplado
em série com um
resistor limitador de corrente, como mostrado na Figura 1-14. o LED
é esquematizado
como um diodo comum com seta apontando para fora como símbolo
de luz irradiada. A
corrente que circula no LED é:
R
VV
ISD
D

Eq. 1- 5
Para a maioria dos LED’s disponíveis no mercado, a queda de tensão
típica é de 1,5 a
2,5V para correntes entre 10 e 50mA.
FOTODIODO
É um diodo com encapsulamento transparente, reversamente
polarizado que é sensível a
luz. Nele, o aumento da intensidade luminosa, aumenta sua a
corrente reversa
Num diodo polarizado reversamente, circula somente os portadores
minoritários. Esses
portadores existem porque a energia térmica entrega energia
suficiente para alguns
elétrons de valência saírem fora de suas órbitas, gerando elétrons
livres e lacunas,
contribuindo, assim, para a corrente reversa. Quando uma energia
luminosa incide numa
junção pn, ela injeta mais energia ao elétrons de valência e com isto
gera mais elétrons
livres. Quanto mais intensa for a luz na junção, maior será corrente
reversa num diodo.

RESISTÊNCIA CC DE UM DIODO
É a razão entre a tensão total do diodo e a corrente total do diodo.
Pode-se considerar
dois casos:
RD - Resistência cc no sentido direto
RR - Resistência cc no sentido reverso
RESISTÊNCIA DIRETA
É a resistência quando é aplicada uma tensão no sentido direto sobre
o diodo. É variável,
pelo fato do diodo ter uma resistência não linear.
Por exemplo, no diodo 1N914 se for aplicada uma tensão de 0,65V
entre seus terminais
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existirá uma corrente I=10mA. Caso a tensão aplicada seja de 0,75V
a corrente
correspondente será de 30mA. Por último se a tensão for de 0,85V a
corrente será de
50mA. Com isto pode-se calcular a resistência direta para cada
tensão aplicada:
RD1 = 0,65/10mA = 65
RD2 = 0,75/30mA = 25
RD3 = 0,85/50mA = 17
Nota-se que a resistência cc diminuí com o aumento da tensão
RESISTÊNCIA REVERSA
Tomando ainda como exemplo o 1N914. Ao aplicar uma tensão de -
20V a corrente será
de 25nA, enquanto uma tensão de -75V implica numa corrente de
5A. A resistência
reversa será de:
RS1 = 20/25nA = 800M

RETIFICADORES DE MEIA ONDA E ONDA COMPLETA


É comum em circuitos eletrônicos o uso de baterias de alimentação.
Devido ao alto custo
de uma bateria se comparado com a energia elétrica, torna-se
necessário a criação de
um circuito que transforme a tensão alternada de entrada em uma
tensão contínua
compatível com a bateria. O diodo é um componente importante nesta transformação.
É
que se verá neste item.
ONDA SENOIDAL
A onda senoidal é um sinal elétrico básico. Sinais mais complexos podem ser
representados por uma soma de sinais senoidais.
Figura 1-19
A equação que representa a curva da Figura 1-19 é a seguinte:
U Usen P Eq. 1-6

O TRANSFORMADOR
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As fontes de tensões utilizadas em sistemas eletrônicos em geral são menores que
30VCC
enquanto a tensão de entrada de energia elétrica costuma ser de 127VRMS ou 220VRMS.
Logo é preciso um componente para abaixar o valor desta tensão alternada. O
componente utilizado é o transformador. O transformador é a grosso modo constituído
por duas bobinas (chamadas de enrolamentos). A energia passa de uma bobina para
outra através do fluxo magnético. Abaixo um exemplo de transformador:
Figura 1-20
A tensão de entrada U1 está conectada ao que se chama de enrolamento primário e a
tensão de saída ao enrolamento secundário.
No transformador ideal:
U
U
=
N
N
2
1
2
1

Eq. 1-8
Onde:
U1 tensão no primário
U2 tensão no secundário
N1 número de espiras no enrolamento primário
N2 número de espiras no enrolamento secundário
A corrente elétrica no transformados ideal é:
I
I
=
N
N
1
2
2
1

RETIFICADOR DE MEIA ONDA


O retificador de meia onda converte a tensão de entrada (USECUNDÁRIIO ) ca numa
tensão
pulsante positiva UR. Este processo de conversão de AC para cc, é conhecido como
“retificação”. Na Figura 1-21 é mostrado um circuito de meia onda.
Figura 1-21
Considerando o diodo como ideal, as curvas são as mostrada na Figura 1-22. A saída
do
secundário tem dois ciclos de tensão: Um semiciclo positivo e um negativo. Durante o
semiciclo positivo o diodo está ligado no sentido direto e age como uma chave fechada
e
pela lei das malhas toda a tensão do secundário incide no resistor R. Durante o
semiciclo
negativo o diodo está polarizado reversamente e não há corrente circulando no
circuito.
Sem corrente elétrica circulando implica em não ter tensão sob o resistor e toda a
tensão
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do secundário fica no diodo. Este circuito é conhecido como retificador de meio ciclo
porque só o semiciclo positivo é aproveitado na retificação.
Figura 1-

RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA


A Figura 1-23 mostra um retificador de onda completa. Observe a tomada central no
enrolamento secundário. Por causa dessa tomada, o circuito é equivalente a dois
retificadores de meia onda. O retificador superior retifica o semiciclo positivo da tensão
do
secundário, enquanto o retificador inferior retifica o semiciclo negativo da tensão do
secundário.
Figura 1-

CAPACITOR
Componente eletrônico, constituído por duas placas condutoras, separadas por um
material isolante.
Ao ligar uma bateria com um capacitor descarregado, haverá uma distribuição de
cargas
e após um certo tempo as tensões na bateria e no capacitor serão as mesmas. E
deixa
de circular corrente elétrica.

Se o capacitor for desconectado da bateria, as cargas elétricas acumuladas


permanecem
no capacitor, e portanto é mantida a diferença de potencial no capacitor.
O capacitor pode armazenar carga elétrica.
O capacitor se opõe a variação de tensão elétrica.
A capacidade que tem um capacitor para armazenar cargas depende da sua
capacitância.
CS
d
.
Eq. 1-15

DETALHES SOBRE OS CAPACITORES


TIPOS DE CAPACITORES
papel cerâmica
mica eletrolítico
tântalo variável (distância / área) !(Padder; Trimmer)

FILTRO PARA O RETIFICADOR


A tensão de saída de um retificador sobre um resistor de carga é pulsante como
mostrador por exemplo na Figura 1-26. Durante um ciclo completo na saída, a tensão
no
resistor aumenta a partir de zero até um valor de pico e depois diminui de volta a zero.
No
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entanto a tensão de uma bateria deve ser estável. Para obter esse tipo de tensão
retificada na carga, torna-se necessário o uso de filtro.
O tipo mais comum de filtro para circuitos retificadores é o filtro com capacitor
mostrado
na Figura 1-27. O capacitor é colocado em paralelo ao resistor de carga.
Para o entendimento do funcionamento do filtro supor o diodo como ideal e que, antes
de
ligar o circuito, o capacitor esteja descarregado. Ao ligar, durante o primeiro quarto de
ciclo da tensão no secundário, o diodo está diretamente polarizado. Idealmente, ele
funciona como uma chave fechada. Como o diodo conecta o enrolamento secundário
ao
capacitor, ele carrega até o valor da tensão de pico UP.
Figura 1-27
Figura 1-

DIODO ZENER
O diodo zener é um diodo construído especialmente para trabalhar na tensão de
ruptura.
Abaixo é mostrado a curva característica do diodo zener e sua simbologia.
O diodo zener se comporta como um diodo comum quando polarizado diretamente.
Mas
ao contrário de um diodo convencional, ele suporta tensões reversas próximas a
tensão
de ruptura.
A sua principal aplicação é a de conseguir uma tensão estável (tensão de ruptura).
Normalmente ele está polarizado reversamente e em série com um resistor limitador
de
corrente. Graficamente é possível obter a corrente elétrica sob o zener com o uso de
reta
de carga.

CIRCUITO COM DIODOS


MULTIPLICADORES DE TENSÃO
Formado por dois ou mais retificadores que produzem uma tensão cc igual a um
múltiplo
da tensão de pico da entrada (2Vp, 3Vp, 4Vp)
DOBRADOR DE TENSÃO DE MEIA ONDA
No pico do semiciclo negativo, D1 está polarizado diretamente e D2 reversamente, isto
faz
C1 carregar até a tensão Vp.
No pico do semiciclo positivo, D1 está polarizado reverso e D2 direto. Pelo fato da fonte
e
C1 estarem em série, C2 tentará se carregar até 2Vp. Depois de vários ciclos, a tensão
através de C2 será igual a 2Vp.
Redesenhando o

TRANSISTOR BIPOLAR
Existe uma infinidade de sinais de interesse em eletrônica que são muitos fracos,
como
por exemplo, as correntes elétricas que circulam no corpo humano, o sinal de saída de
uma cabeça de gravação, etc., e para transforma-los em sinais úteis torna-se
necessário
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Computadores de bordo e Aviônicos
amplifica-los. Antes da década de 50, a válvula era o elemento principal nesta tarefa.
Em
1951, foi inventado o transistor. Ele foi desenvolvido a partir da tecnologia utilizada no
diodo de junção, como uma alternativa em relação as válvulas, para realizar as
funções
de amplificação, detecção, oscilação, comutação, etc. A partir daí o desenvolvimento
da
eletrônica foi imenso.
Dentre todos os transistores, o bipolar é muito comum, com semelhanças ao diodo
estudado anteriormente, com a diferença de o transistor ser formado por duas junções
pn, enquanto o diodo por apenas uma junção.
2.1 FUNCIONAMENTO DE TRANSISTORES BIPOLARES
O transistor bipolar é constituído por três materiais semicondutor dopado. Dois cristais
tipo n e um tipo p ou dois cristais tipo p e um tipo n. O primeiro é chamado de
transistor
npn e o segundo de pnp. Na Figura 2-1 são mostrados de maneira esquemática os
dois
tipos:
Figura 2-

Cada um dos três cristais que compõe o transistor bipolar recebe o nome relativo a
sua
função. O cristal do centro recebe o nome de base, pois é comum aos outros dois
cristais, é levemente dopado e muito fino. Um cristal da extremidade recebe o nome
de
emissor por emitir portadores de carga, é fortemente dopado e finalmente o último
cristal
tem o nome de coletor por receber os portadores de carga, tem uma dopagem média.
Apesar de na Figura 2-1 não distinguir os cristais coletor e emissor, eles diferem entre
si
no tamanho e dopagem. O transistor tem duas junções, uma entre o emissor a base, e
outra entre a base e o coletor. Por causa disso, um transistor se assemelha a dois
diodos. O diodo da esquerda é comumente designado diodo emissor - base (ou só
emissor) e o da direita de coletor - base (ou só coletor).
Será analisado o funcionamento do transistor npn. A análise do transistor pnp é similar
ao
do npn, bastando levar em conta que os portadores majoritários do emissor são
lacunas
em vez dos elétrons livres. Na prática isto significa tensões e correntes invertidas se
comparadas com o npn.

POLARIZAÇÃO DE TRANSISTORES
Um circuito transistorizado pode ter uma infinidade de funções e os transistores para
cada função tem um ponto de funcionamento correto. Este capítulo estuda como
estabelecer o ponto de operação ou quiescente de um transistor. Isto é, como
polariza-lo.
3.1 RETA DE CARGA
A Figura 3-1 mostra um circuito com polarização de base. O problema consiste em
saber
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os valores de correntes e tensões nos diversos componentes. Uma opção é o uso da
reta
de carga.
Figura 3-1
a conceito de reta de carga estudado no capítulo sobre diodos, também se aplica a
transistores. usa-se a reta de carga em transistores para obter a corrente IC e VCE
considerando a existência de um RC. A análise da malha esquerda fornece a corrente
IC:
IC = (VCC - VCE )/ RC Eq. 3- 1
Nesta equação existem duas incógnitas, IC e VCE. A solução deste impasse é utilizar o
gráfico IC x VCE. Com o gráfico em mãos, basta Calcular os extremos da reta de carga:
VCE = 0 !IC = VCC / RC ponto superior Eq. 3- 2
IC = 0 !VCE = VCC ponto inferior Eq. 3- 3
A partir da reta de carga e definido uma corrente IB chega-se aos valores de IC e VCE.
Exemplo 3-1 No circuito da Figura 3-1 suponha RB= 500Construa a linha de carga no
gráfico da Figura 3-2 e meça IC e VCE de operação.
SOL.: Os dois pontos da reta de carga são:
VCE = 0 !IC = VCC / RC (15 )/1k5 = 10mA ponto superior
IC = 0 !VCE = VCC = 15V ponto inferior
O corrente

O TRANSISTOR COMO CHAVE


A forma mais simples de se usar um transistor é como uma chave, significando uma
operação na saturação ou no corte e em nenhum outro lugar ao longo da reta de
carga.
Quando o transistor está saturado, é como se houvesse uma chave fechada do coletor
para o emissor. Quando o transistor está cortado, é como uma chave aberta.
CORRENTE DE BASE
A corrente de base controla a posição da chave. Se IB for zero, a corrente de coletor é
próxima de zero e o transistor está em corte. Se IB for IB(SAT) ou maior, a corrente de
coletor é máxima e o transistor satura.
Saturação fraca significa que o transistor está levemente saturado, isto é, a corrente
de
base é apenas suficiente para operar o transistor na extremidade superior da reta de
carga. Não é aconselhável a produção em massa de saturação fraca devido à
variação
de CC e em IB(SAT).
Saturação forte significa dispor de corrente da base suficiente para saturar o transistor
para todas as variações de valores de CC. No pior caso de temperatura e corrente, a
maioria dos transistores de silício de pequeno sinal tem um CC maior do que 10.
Portanto, uma boa orientação de projeto para a saturação forte é de considerar um
CC(SAT)=10, ou seja, dispor de uma corrente de base que seja de aproximadamente
um
décimo do valor saturado da corrente de coletor.
Exemplo 3-2 A Figura 3-4 mostra um circuito de chaveamento com transistor acionado
por uma tensão em degrau. Qual a tensão de saída?
SOL.: Quando a tensão de entrada for zero, o transistor está em corte. Neste caso, ele
se
comporta como uma chave aberta. Sem corrente pelo resistor de coletor, a tensão de
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AMPLIFICADORES DE SINAL
4.1 AMPLIFICADORES DE SINAL EMISSOR COMUM
No capítulo anterior foi estudado a polarização dos transistores. Neste capítulo
considerase
os transistores devidamente polarizados com seus pontos de operação próximos a
meio da reta de carga para uma máxima excursão do sinal de entrada sem distorção.
Ao injetar um pequeno sinal ca à base do transistor, ele se somara a tensões cc de
polarização e induzirá flutuações na corrente de coletor de mesma forma e freqüência.
Ele será chamado de amplificador linear
(ou de alta-fidelidade - Hi-Fi) se não
mudar a forma do sinal na saída. Desde
que a amplitude do sinal de entrada seja
pequena, o transistor usará somente
uma pequena parte da reta de carga e a
operação será linear. Por outro lado se o
sinal de entrada for muito grande, as
flutuações ao longo da reta de carga
levarão o transistor à saturação e ao
corte
Um circuito amplificador é mostrado na
Figura 4-2. A polarização é por divisor de
tensão. A entrada do sinal é acoplada à
base do transistor via o capacitor C1 e a
saída do sinal é acoplada à carga RL através do capacitor C2. O capacitor funciona
como
uma chave aberta para corrente cc e como chave fechada para a corrente alternada.
Esta
ação permite obter um sinal ca de uma estágio para outro sem perturbar a polarização
cc
de cada estágio.
Figura

AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA
São usados quando se deseja amplificar sinais de grande amplitude, tanto de tensão
como de corrente. Assim os amplificadores de potência são amplificadores que
trabalham
com grandes sinais e o regime de operação destes é severo em relação aos
amplificadores de pequenos sinais.
Os amplificadores de potência de um modo geral, podem ser divididos em quatro
classes:
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Classe A
Classe B
Classe AB
Classe C
As classes dos amplificadores de potência estão relacionadas diretamente com o
ponto
quiescente ou ponto de operação dos transistores de saída dos amplificadores.
Portanto,
as classes estão relacionadas também com o ângulo de condução () dos transistores
de
saída, quando estes estiverem funcionando em regime dinâmico.
A Figura 5-1 tem um gráfico que relaciona a corrente de coletor, com sua tensão
baseemissor.
Ele mostra as formas de onda dos quatro tipos básicos de amplificadores de
potência, classes A, B, AB e C, e seus pontos quiescentes.
No amplificador de potência classe C o transistor de saída é polarizado num ponto de
operação abaixo da região de corte do transistor, isto é, com VBEQ <0. Isto significa que
o
sinal VBE aplicado a base do transistor, tem que vencer a tensão VBEQ para iniciar a sua
condução. Portanto, a corrente de coletor circula somente durante um intervalo menor
que 180°. Em geral, os amplificadores classe C são utilizados em circuitos de RF.
5.1 CLASSE A
No amplificador de potência classe A, a polarização do transistor de saída é feita de tal
forma que a corrente de coletor circula durante todo o ciclo do sinal de entrada VBE.
Isto
resulta num ângulo de condução de =360° para transistor de saída. O ponto de
operação do transistor de saída está localizado no centro da região ativa e neste caso
a
polarização do transistor de saída é semelhante à polarização de transistores de baixo
sinal.
POTÊNCIA DE SAÍDA
A Figura 5-2 mostra um exemplo de amplificador de potência classe A. É um emissor
comum já comentado antes.

OSCILADOR DE BAIXA FREQÜÊNCIA


A Figura 6-1 mostra o diagrama de blocos básico de um circuito oscilador.
Figura 6-1
A saída do amplificador de ganho A, realimenta a entrada do próprio amplificador, por
meio do circuito de realimentação que possui um ganho B, também chamado de rede
de
realimentação. Esta forma, o sinal realimentado VR é somado, ou seja, aplicado em
fase
com o sinal de entrada VE. Este sinal VE não é um sinal externo, mas um sinal
qualquer
de referência, que existe na entrada do amplificador. Portanto, com a aplicação do
sinal
realimentador VR na entrada do amplificador, este torna-se instável e começa a oscilar.
O circuito de realimentação deve, portanto, defasar ou não o sinal de amostragem VA,
de
tal modo que o sinal VR fornecido à entrada esteja sempre em fase com o sinal de
referência VE. A defasagem a ser feita no sinal VA depende da defasagem imposta
pelo
amplificador e, portanto, do sinal de saída VS.
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Curso de Ciências Aeronáuticas
Computadores de bordo e Aviônicos
Por exemplo, se um amplificador possuir uma montagem emissor comum, então o
sinal
de saída VS estará defasado de 180° em relação ao sinal de entrada VE e o circuito de
realimentação deverá, neste caso, provocar uma defasagem de 180°, para que o sinal
VR
fique novamente em fase com o sinal VE. Se a montagem do amplificador for em base
comum VS estará em fase com VE e, nesse caso, o circuito ou rede de realimentação
não
deverá provocar defasagem e assim, o sinal VR já estará em fase com o sinal VE.
Um outro critério muito importante para que haja oscilação é que o ganho total do
oscilador, dado por A+B (A- ganho do amplificador, B- ganho da rede de
realimentação),
deve ser maior que um.

FOTOTRANSISTOR E ACOPLADOR ÓPTICO


FOTOTRANSISTOR
Os fototransistores são constituídos basicamente de duas junções, havendo uma
janela
que permite a incidência de a luz sobre a junção base-emissor, aumentando a
condutividade deste diodo emissor, com o conseqüente aumento da corrente de
coletor.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
" CATHEY, Jimmie J. Dispositivos e circuitos eletrônicos, 1ª ed. São Paulo,
Makron Books, 1994. (coleção Schaum)
" HONDA, Renato. 850 exercícios de eletrônica, 3ª ed. São Paulo, Érica, 1991.
" MALVINO, Albert Paul. Eletrônica Vol. I, 4ª ed. São Paulo, Makron Books,
1997.
" MELLO, Hilton Andrade de; INTRATOR, Edmond. Dispositivos semicondutores,
3ª ed. Rio de Janeiro, Livros técnicos e Científicos, 1978.

ATA 31- INSTRUMENTOS

Instrumentos de vôo: Os instrumentos de vôo fornecem as


indicações necessárias ao piloto para o controle do avião. E
são constituídos dos seguintes instrumentos: velocímetro,
( air speed indicator), altímetro, indicador de razão de subida
e descida, indicador de curva e derrapagem, acelerômetro,
machímetro.

Instrumentos de navegação: fornecem as informações e os


recursos para a navegação e orientação durante o vôo. São os
seguintes instrumentos: indicador de curso ( horizontal
situation indicator-HSI), indicador rádiomagnético ( radio
magnetic indicator), gito direcional, bussola magnética
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Computadores de bordo e Aviônicos

e navegação:

EIS ARCHITECTURE (1)


EFIS-ECAM
The Electronic Instrument System (EIS) is shown on 6 identical Cathode
Ray Tubes (CRTs). The Electronic Flight Instrument System (EFIS) are
displayed on identical Display Units (DUs) and controlled through the
EFIS control panels and the lighting/loudspeaker control panels. The
Electronic Centralized Aircraft Monitoring (ECAM) pages are displayed
on identical DUs and controlled through the ECAM Control Panel (ECP).
DMC
The Display Management Computers (DMCs) process data in order to
generate codes and graphic instructions related to the image to display.
Note the particular role of DMC 3 is to be switched instead of DMC 1
or DMC 2. Each DMC can process three displays: Primary Flight Display
(PFD), Navigation Display (ND) and upper or lower ECAM display.
FWC
The Flight Warning Computers (FWCs) monitor the aircraft systems.
These computers are the heart of the ECAM system. Each FWC generates
all warning messages to display and supplies the attention getters. It also
computes the flight phases and supplies aural warnings.
SDAC
The System Data Acquisition Concentrators (SDACs) receive various
signals from the aircraft systems and send them to the FWCs and DMCs.
The SDACs acquire most of the signals used to display system pages and
used by the FWCs to generate amber warnings.
INPUTS
The inputs received by the FWC are used to elaborate red warnings.
Various items of information for systems like engines, fuel, navigation
and which are not related to warning, are directly sent to the DMCs. The
inputs received by the SDACs are used to elaborate amber warnings.
These signals will then be sent to the FWC to generate warnings.
MAINTENANCE COURSE - T1 (V2500-A5/ME)
31 - INDICATING/RECORDING SYSTEMS
EIS ARCHITECTURE (1) May 10, 2006
Page 4
SINGLE AISLE TECHNICAL TRAINING MANUAL
U3U06191 -
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ENGINE/WARNING DISPLAY PRESENTATION (1)


GENERAL OVERVIEW
The Engine/Warning Display (EWD) is normally on the upper Electronic
Centralized Aircraft Monitoring (ECAM) Display Unit (DU). It is divided
into two areas: the upper area and the lower area.
The upper area displays:
- engine primary parameters,
- Fuel On Board (FOB),
- slats and flaps position.
The lower area is used for:
- warning and caution messages,
- memo messages.
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ENGINE/WARNING DISPLAY PRESENTATION (1)


ENGINE/WARNING DISPLAY AREAS
UPPER AREA
The symbols of the upper area are permanently displayed. The
parameters are provided in the form of analog and/or digital indications
(refer to related chapter for detailed description).
LEFT MEMO AREA
Takeoff (TO) or landing memo, normal memo, independent failure
messages, or primary failure messages and actions to do are displayed
in the left memo area. As soon as a failure is detected, the memo
messages are replaced by warning/caution messages.
RIGHT MEMO AREA
Normal memo and secondary failure messages are displayed in the
right memo area. For example when an ENGine ANTI ICE P/B is set
to ON, ENG A.ICE appears on the right memo area. During TO and
landing, most of the warnings are inhibited to avoid distraction of the
crew. For example, at TO, when the second engine is set to TO power
and until the aircraft has reached 1.500 ft, TO INHIB is displayed.
MAINTENANCE COURSE - T1 (V2500-A5/ME)
31 - INDICATING/RECORDING SYSTEMS
ENGINE
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ENGINE/WARNING DISPLAY PRESENTATION (1)


ADVISORY AND STATUS INDICATION
Advisory and status indications are "attention getters" on the display.
ADVISORY INDICATION
ADV: Advisory white message appears only in single display
configuration. It flashes on the lower memo area to signal to the pilot
that a parameter drifts from its normal value. As the corresponding
system page cannot be displayed on the lower ECAM DU, the pilot
has to fetch the information on the ECAM Control Panel (ECP): the
associated key flashes to indicate which system is concerned.
NOTE: In normal display configuration (dual display), the relevant
system page is automatically displayed on System Display
(SD), so the ADV indication doesn't appears on the EWD.
MAINTENANCE COURSE - T1 (V2500-A5/ME)
31 - INDICATING/RECORDING SYSTEMS
ENGINE
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ENGINE/WARNING DISPLAY PRESENTATION (1)


ADVISORY AND STATUS INDICATION (continued)
STATUS AND ARROW INDICATION
STS: Status indicates that a status message is present on the ECAM
SD page. Overflow arrow: only concerns the warning messages and
indicates that the messages exceed the capacity of the display on the
left memo area. In this case, the heading titles of the warning messages
are displayed on the right memo area.
MAINTENANCE COURSE - T1 (V2500-A5/ME)
31 - INDICATING/RECORDING SYSTEMS
E
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ECAM ADVISORY & FAILURE RELATED MODES (3)


ALERT CLASSIFICATION
GENERAL
The alerts are classified in three levels. They depend on the importance
and urgency of the corrective actions required.
- level 3: warnings (highest priority),
- level 2: cautions,
- level 1: cautions,
- status messages.
At each level, the alert messages are also classified by priority order.
LEVEL 3
Level 3 agrees with an emergency configuration. Corrective or
palliative action must be taken by the crew immediately.
These warnings are associated with:
- Continuous Repetitive Chime (CRC) or specific sound,
- warning messages on Cathode Ray Tube (CRT),
- MASTER WARNing light flashing red.
Typical level 3 warnings are:
- aircraft in dangerous configuration or limit flight conditions (Stall,
overspeed),
- system failure altering flight safety (Engine fire, excess cabin
altitude),
- serious system failure (Dual hydraulic failure).
LEVEL 2
Level 2 agrees with an abnormal configuration. Immediate crew
awareness is required, but not immediate corrective action. The crew
must decide when to take the corrective action.
These warnings are associated with:
- Single Chime (SC),
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Computadores de bordo e Aviônicos
- MASTER CAUTion light amber,
- warning messages on CRT.
The level 2 system failure has no direct consequence on flight safety.
LEVEL 1
Level 1 agrees with a configuration requiring crew monitoring, mainly
failures leading to a loss of redundancy or degradation of a system.
The attention getters (lights and sounds) are not activated by a level
1 alert.
STATUS
Some defects which do not trigger warnings or cautions, but which
require further maintenance actions, will be indicated to the crew by
means of a status indication, pulsing after engine shutdown. It is
necessary to call the status page manually to see the title of the affected
system.
MAINTENANCE COURSE

ECAM ADVISORY & FAILURE RELATED MODES (3)


TYPE OF FAILURE
GENERAL
The failures may be of three different types, independently of their
classification.
There are 3 separate types of warnings or cautions:
- those associated with an independent failure,
- those associated with a primary failure,
- those associated with a secondary failure.
INDEPENDANT FAILURE
An independent failure is a failure, which affects an isolated item of
equipment or system without affecting another one.
Example: Flight Warning Computer (FWC) 1 failure.
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NOTE: An independent failure is displayed with the title underlined.
PRIMARY FAILURE
A primary failure is a failure of an item of equipment or system
causing the loss of other equipment.
Example: Green hydraulic system failure may lead to the loss of a
pair of spoilers.
NOTE: A primary failure is displayed with a box around the failure.
SECONDARY FAILURE
A secondary failure is a loss of an item of equipment or system
resulting from a primary failure.
Example: Loss of a pair of spoilers after a hydraulic system failure.
The titles of the system pages corresponding to the secondary failures
are indicated on the lower right part of the Engine/Warning Display
(EWD) by an asterisk.
NOTE: This part can be used if necessary to display heading titles
of warnings if the left part of the EWD is full.
MAINTENANCE COURSE
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CREW CORRECTIVE ACTIONS


CORRECTIVE ACTIONS
When you press the MASTER CAUT, it goes off. Then, actions
indicated on the EWD have to be done. First, switch OFF the Power
Transfer Unit (PTU) P/B on the hydraulic panel, and then switch OFF
the GREEN ENGine 1 PUMP P/B.
RESULTS
The corrective actions have been taken. All the FAULT lights are off.
On the EWD, the messages associated to the corrective action have
disappeared. On the left hand side of the EWD, the result of the failure
appears indicating that it is a primary failure. On the right hand side,
the secondary failures are displayed.
MAINTENANCE COURSE - T1 (V2500-A5/ME)
31 - INDICATING/RECORDING SYSTEMS
ECAM
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ECAM DESCRIPTION/OPERATION (3)


GENERAL ARCHITECTURE
The Electronic Centralized Aircraft Monitoring (ECAM) fulfils three
main functions:
- data acquisition and concentration,
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- data warning computation,
- warning announcement and data display.
Data acquisition is shared between:
- the System Data Acquisition Concentrators (SDACs),
- the Flight Warning Computers (FWCs),
- the Display Management Computers (DMCs).
Data warning computation and memo information are achieved by the
FWCs. Warning announcement and data display is made through
loudspeakers and Display Units (DUs).
The FWCs give aural and visual information in order to:
- know, in real time, all the system failures and dangerous configurations
with their level of seriousness,
- identify the systems or circuits affected by a failure,
- take the appropriate corrective action.
MAINTENANCE COURSE - T1 (V2500-A5/ME)
31 - INDICATING/RECORDING SYSTEMS
ECAM

ECAM DESCRIPTION/OPERATION (3)


SDAC
The two SDACs are identical and interchangeable.
They fulfil three main functions:
- data acquisition,
- data concentration,
- data digitalization.
The SDACs acquire, from the aircraft systems, the malfunction and failure
data corresponding to caution situations and send it to the FWCs for
generation of the corresponding alert and procedure messages. The two
SDACs acquire and send, to the three DMCs, all the A/C system signals
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necessary for the display on the System Display (SD). They are also used
as data concentrators for other systems (example: Flight Data Interface
Unit). All the signals (discrete, analogue, digital) entering into the SDAC
are concentrated and converted into digital format. They are delivered
via the SDAC outputs on ARINC 429 high-speed buses called DATA
BUSES. The SDAC operational software is contained in a specific device
called On Board Replaceable Module (OBRM) in order to make easier
modification of the software..
MAINTENANCE COURSE - T1 (V2500-A5/ME)
31 - INDICATING/RECORDING SYSTEMS
ECAM

ECAM DESCRIPTION/OPERATION (3)


FWC
The two FWCs are identical and interchangeable. They fulfil three main
functions:
- data acquisition,
- data warning computation corresponding to warning situations,
- flight phase computation.
The FWCs also generate aural alerts as well as synthetic voices for radio
height, automatic call out and other announcements. The FWCs do the
acquisition directly from the systems not connected to the SDACs for
red warnings or MASTER WARNing computation and generation, and
acquisition of the SDAC DATA BUSES for amber warning or MASTER
CAUTion computation and generation. Each FWC generates alphanumeric
codes corresponding to all texts and messages to display on the ECAM
DUs. These are:
- system and warning titles,
- procedures associated with the warnings,
- status and memos.
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Each FWC sends a copy of its own acquisition through an ARINC 429
bus to the opposite FWC. The FWC outputs are:
- discrete for visual attention getters,
- analog for audio signals,
- ARINC 429 called FWC DATA BUS,
- RS 422 called FWC MESSAGE BUS.
The FWC operational software is divided into two main parts, each part
corresponding to an OBRM. Each FWC includes Built In Test Equipment
(BITE) to detect the failures.
MAINTENANCE COURSE - T1 (V2500-A5/ME)
31 - INDICATING/RECORDING SYSTEMS
ECAM

ECAM DESCRIPTION/OPERATION (3)


DMC
The three DMCs are identical and interchangeable. They receive data
from the aircraft systems, either directly for some of them or through the
SDACs and FWCs. They decode and process the data in order to display
messages or indications on the ECAM DUs. The DMCs are divided into
four parts:
- data acquisition,
- Primary Flight Display (PFD) processing channel,
- Navigation Display (ND) processing channel,
- ECAM processing channel,
and they can simultaneously drive three DUs (two Electronic Flight
Instrument System (EFIS) and one ECAM).
The Engine/Warning Display (EWD) and SD receive digital signals from
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their related DMC through a master Dedicated Serial Data Link (DSDL).
In feedback, the DUs send to their driving DMC, through a FEEDBACK
DSDL:
- acknowledgment signals,
- DU failure information,
- critical parameter feedback signals (example: engine primary parameters
from EWD).
The DMCs have three OBRMs: one for PFD, one for ND and one for
ECAM, for S/W modifications. They also have BITE for maintenance
operation.
MAINTENANCE COURSE - T1 (V2500-A5/ME)
31 - INDICATING/RECORDING SYSTEMS
ECAM

ECAM DESCRIPTION/OPERATION (3)


INTERFACE
The ECAM interface includes:
- the ECAM Control Panel (ECP),
- the warning and caution lights,
- the loudspeakers,
- the DUs.
The ECP is a control and display unit. It transmits the pilot selections to
the FWCs and DMCs. It receives the DMC data in order to bring its keys
lights out. The ECP outputs discrete for the CLeaR, ReCalL, StaTuS and
EMERgency CANCel keys wired to the FWCs, and for the ALL key
wired to the DMCs. It is also linked to the DUs for the brightness control.
Both MASTER WARN and MASTER CAUT lights are controlled by
each FWC. The aural warnings and synthetic voices are delivered by the
FWCs to the cockpit loudspeakers.
MAINTENANCE COURSE - T1 (V2500-A5/ME)
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31 - INDICATING/RECORDING SYSTEMS
ECAM

EFIS DESCRIPTION/OPERATION (3)


GENERAL
The Electronic Flight Instrument System (EFIS) fulfils three main
functions:
- data acquisition,
- data processing,
- data display for both captain and first officer.
Acquisition and processing are achieved by the Display Management
Computers (DMCs), and data display by the Primary Flight Displays
(PFDs) and Navigation Displays (NDs).
DMC
The three DMCs are identical and interchangeable. They receive data
from the aircraft systems, decode and process it so that it can be displayed
on the EFIS displays. The DMCs are divided into four parts:
- data acquisition,
- PFD processing channel,
- ND processing channel,
- Electronic Centralized Aircraft Monitoring (ECAM) processing channel.
They can drive simultaneously three Display Units (DUs): two EFIS and
one ECAM. The three DMCs receive aircraft system data on ARINC 429
buses, and weather radar (WXR) information on ARINC 453 high-speed
bus. They also acquire some discretes (for example: reconfiguration of
the DUs). They send data to the PFDs and NDs through a master
Dedicated Serial Data Link (DSDL), and WXR information through four
digital buses (one clock and three colors). The DMCs have three On
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Board Replaceable Modules (OBRMs) for software modifications, and
Built-in Test Equipment (BITE) for maintenance operations.
EFIS CONTROL PANEL
The EFIS control panels, which are part of the Flight Control Unit (FCU),
are linked to the DMCs by ARINC 429 buses. The CAPT EFIS control
panel gives information to DMC1 and DMC3, whereas the F/O EFIS
control panel gives information to DMC2 and DMC3.
DISPLAY UNIT
The DUs are identical and interchangeable. Each DU receives digital
signals from its related DMC through a master DSDL, and through four
digital buses for the WXR link. They also receive, analog and discrete
signals from the EFIS switching panels and lighting/loudspeaker control
panels. The master DSDL transmits the drawing parameters and
re-initialization of the DUs. In turn, the DUs send back some feedback
signals to their driving DMC. The feedback signals are sent to the DMCs
through a feedback DSDL. The feedback information is:
- acknowledgment signals,
- DU failure information,
- critical parameter feedback signals (pitch and roll angles, altitude,
heading, aircraft position).
MAINTENANCE COURSE

EIS ABNORMAL OPERATION (3)


FAILURE OF ONE EFIS DISPLAY UNIT
In case of Electronic Flight Instrument System (EFIS) Display Unit (DU)
failure the Primary Flight Display (PFD) image has priority over the
Navigation Display (ND) image. The PFD is displayed on the remaining
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DU.
NOTE: In this module, parameters are given for a CFM engine. For an
IAE engine, the parameters will be shown as follows: Engine
Pressure Ratio (EPR), EGT, N1 and N2.
MAINTENANCE COURSE - T1 (V2500-A5/ME)
31 - INDICATING/RECORDING SYSTEMS
EIS
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WEATHER RADAR
Each DMC receives the Weather Radar (WXR) transceivers (XCVRs)
data via two ARINC 453 data buses (D1 and D2). The DMCs convert
the ARINC 453 bus into four digital buses (one CLOCK and three
COLORS - B0 - B1- B2), which are connected to each Electronic Flight
Instrument System (EFIS) Display Units (DUs). As only one WXR XCVR
is in operation at a time, the DMCs process information from the one in
operation. The WXR ENABLE discrete disables the WXR operation if
both pilots select the PLAN mode. DMC1 normally works with data 1
buses, which correspond to the CAPT range selection; DMC1 switches
to DATA 2 buses with F/O range selection in case of Flight Management
and Guidance Computer (FMGC) 1 failure. It is the same operation for
DMC2.
MAINTENANCE COURSE - T1 (V2500-A5/ME)
31 - INDICATING/RECORDING SYSTEMS
DMC
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EIS ARCHITECTURE (1)


EFIS-ECAM
The Electronic Instrument System (EIS) is shown on 6 identical Liquid
Crystal Display (LCD) units and controlled through the EIS control
panels. The Electronic Centralized Aircraft Monitoring (ECAM) displays
are identical and controlled through the ECAM Control Panel (ECP).
The Electronic Flight Instrument System (EFIS) displays are controlled
by the EFIS control panels and the lighting/loudspeaker control panels.
DMC
The Display Management Computers (DMCs) are data concentrator and
receive data from aircraft sensors and systems. They send them to the
Display Units (DUs). The DUs compute and display the images on each
unit. In normal operation DMC1 drives the CAPT Primary Flight Display
(PFD), the CAPT Navigation Display (ND), Engine/Warning Display
(EWD) and System Display (SD). In normal operation DMC 2 drives
the F/O PFD and ND DUs. If DMC 1 fails, it is automatically replaced
by DMC 2 for ECAM only. DMC 2 cannot drive the CAPT PFD and
ND; a manual switching to DMC 3 is required. DMC 3 can drive any of
the six DUs. DMC 3 is a hot spare awaiting the failure of DMC 1 or 2
and can be switched to drive the DUs linked to the failed DMC.
FWC
The Flight Warning Computers (FWCs) monitor the aircraft systems.
Each FWC generates all warning and caution messages, supplies the
attention getters, computes the flight phase and provides aural warnings.
SDAC
The System Data Acquisition Concentrators (SDACs) receive various
signals from the aircraft systems and send them to the FWCs and to the
DMCs.
INPUTS
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The inputs received by the FWC are used to elaborate red warnings.
Various items of information for systems like engines, fuel, navigation
and which do not agree with a warning, are directly sent to the DMCs.
The inputs received by the SDACs are used by the DMCs to display
system pages and by the FWCs to generate amber warnings.
MAINTENANCE COURSE

ECAM DESCRIPTION/OPERATION (3)


ECAM SYSTEM (continued)
FWC
The two FWCs are interchangeable. Each FWC generates
alphanumeric codes corresponding to all texts and messages to be
displayed on the ECAM DUs. The aural warnings and synthetic voices
are delivered by the FWCs to the cockpit loudspeakers. The FWCs
compute all warnings and cautions.
The FWCs perform three main functions:
- Data acquisition,
- Flight phase computation,
- Data warning computation corresponding to warning situations.
The FWCs outputs/inputs are:
- Discrete for visual attention getters,
- Analog for audio signals,
- ARINC 429 called FWC DATA BUS,
- RS 422 called FWC MESSAGE BUS.
Each FWC sends a copy of its own acquisition through an ARINC
429 bus to the opposite FWC.
The FWCs provide aural and visual information in order to:
- Show, in real time, all the system failures and dangerous
configurations with their level of seriousness,
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- Identify the systems or circuits affected by a failure,
- Provide the appropriate corrective action.
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31 - INDICATING/RECORDING SYSTEMS
ECAM
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ELECTRICAL CLOCK D/O (2)


AIR PRECISION CLOCK
TEST
To test the clock, the annunciator light switch must be set to TEST.
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Then all the displays should show eight.
UTC AND DATE
When the clock is in normal configuration it displays the time. The
date is displayed by pressing the SET turn and P/B when the time of
the day is displayed. By pressing the SET turn and P/B once more the
time of the day will be displayed again.
UTC SETTING
The setting of the Universal Time coordinated (UTC) is done with
the UTC selector. When the selector is in SET position, the second
digits are blanked, the minute digits flash and the hour digits are
frozen. By rotating the SET button clockwise the minutes increase,
anticlockwise the minutes decrease. By pushing the SET button the
hours flash, the minutes are frozen and the seconds are blanked. By
turning the SET button, hours can be adjusted. When the UTC selector
is moved from SET to INT the clock starts running from the adjusted
time with the second digits at 00. When the UTC selector is in Global
Positioning System (GPS) position, the clock is synchronized on the
GPS time, if a GPS signal is present.
DATE SETTING
The setting of the date is done with the UTC selector. By pressing the
SET button, the date is displayed. By setting the UTC selector in SET
position, the year digits flash and the month and day digits are frozen.
By turning the SET button clockwise or anticlockwise, years can be
modified to obtain the chosen value. By pushing the SET button, the
months and days can be adjusted in the same way.
CHRONOMETER
A first press on the CHRonometer P/B starts the chronometer, a second
press stops it and freezes the display, and a press on the ReSeT P/B
resets it.
ELAPSED TIME
To activate the Elapsed Time (ET) function, the ET selector must be
set to RUN. When set to STP, the ET counter stops, and the display
is frozen. To reset the display, the selector must be set to RST (spring
loaded position) and it returns to STP.
FAILURE
With a clock failure or a loss of power supply, the digital displays are
no longer available. With a loss of main electrical power supply, the
time is still counted in memory through the A/C battery supply, except
for the CHR and ET functions.
MAINTENANCE COURSE
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ELECTRICAL CLOCK D/O (2)


SMITH CLOCK
TEST
To test the clock, the annunciator light switch must be set to TEST.
Then all the displays should show eight.
UTC AND DATE
When the clock is in normal configuration, it displays the time. The
date is displayed by pressing the DATE P/BSW, when the time of the
day is displayed. The clock displays successively the day and month
and the year. By pressing the DATE P/BSW once more the time of
the day will be displayed again.
UTC SETTING
The setting of the UTC is done with the UTC selector. Setting the
hours and minutes: the UTC switch is set to HSD. When the figure
for hours is correct, the UTC switch is set to MSM. In this position,
when the figure for the minutes is correct, the UTC switch is set to
HLDY. Once in the HLDY position, if the time is correct, the UTC
switch is set to the RUN position and the clock starts normal operation.
DATE SETTING
The setting of the date is done with the UTC selector. Setting the day,
month and year: the date P/BSW must be pressed, then the UTC switch
is set to HSD. When the figure for the day is correct, the UTC switch
is set to MSM. In this position, when the figure for the month is
correct, the UTC switch is set to HLDY. In this position, when the
figure for the year is correct, the UTC switch is set to RUN.
CHRONOMETER
A first press on the CHR P/B starts the chronometer, a second press
stops it, and a third press resets it.
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Computadores de bordo e Aviônicos
ELAPSED TIME
To activate the ET function, the ET selector must be set to RUN.
When set to HLD, the ET counter stops. To reset the display, the
selector must be set to RESET (spring loaded position) and it returns
to HLD.
FAILURE
With a clock failure or a loss of power supply, the digital displays are
no longer available. With a loss of main electrical power supply, the
time is still counted in memory through the A/C battery supply, except
for the CHR function.
MAINTENANCE COURSE

CFDS FAULT PROCESSING (3)


BITE
Most aircraft system computers are equipped with a Built-In Test
Equipment (BITE). The BITE, which is an electronic device (hard + soft),
monitors permanently the system operation. When a failure is detected,
it is stored in the BITE memory and is transmitted to the Centralized
Fault Display Interface Unit (CFDIU). Memorization of the 64 previous
legs report is done by most of the BITEs.
MEMORIZATION
Memorization of failures is different when the aircraft is on ground or in
flight. The full BITE functions and memorization operate in flight.
On ground, the memorization is done only in the BITEs. The BITEs are
provided with flight and ground memory zones.
CFDIU
The CFDIU centralizes all information concerning aircraft system failures.
Reading or printing of all the failure information is done in the cockpit.
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The Centralized Fault Display System (CFDS = CFDIU + BITEs)
functions are accessed through the MCDUs.
CFDS MODES
Two CFDS modes are available: NORMAL and MENU modes. The
MENU MODE is available only on ground.
NORMAL MODE
In this mode, the CFDIU scans all the connected system outputs and
memorizes the failure messages in order to generate the CURRENT
(LAST) LEG REPORT and the CURRENT (LAST) LEG ECAM
REPORT. In flight the CFDS always operates in the normal mode.
MENU MODE
In this mode, the CFDIU dialogues with one computer at a time in
order to read the contents of its BITE memory and to initiate various
tests. This mode can only be selected on ground and interrupts the
normal mode of operation.
MAINTENANCE COURSE

REPORTS
LAST/CURRENT LEG REPORT
A CURRENT LEG REPORT is elaborated during the flight. After
the flight, its title becomes LAST LEG REPORT. The purpose of this
item is to present the failure messages, concerning all systems,
occurred during the last/current flight. Each message contains the test
of the failure, the ATA reference and the flight phase and time at
which the failure occurred. A function correlates the "SOURCE"
failure message with the "resulting" failure messages.
SOURCE: Name of system affected by a failure.
IDENTIFIER: Name of system affected by an external failure, which
is correlated with the "SOURCE" failure.
The CFDIU capacity for failure messages memorization is up to 40
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lines.
LAST/CURRENT LEG ECAM REPORT
A CURRENT LEG ECAM REPORT is elaborated during the flight.
After the flight, its title becomes LAST LEG ECAM REPORT. The
purpose of this item is to present the warning messages displayed on
the upper ECAM display unit during the last/current flight. These are
primary or independent warnings. Each message contains the ECAM
warning, the ATA reference and the flight phase and time at which
the warning was triggered. When several identical and consecutive
warnings are transmitted, the CFDIU memorizes the first occurrence
only and carries on counting with a maximum of 8. The occurrence
counter is displayed between brackets at the end of the message. The
CFDIU capacity for warning messages memorization is up to 40 lines.
POST FLIGHT REPORT
The Post Flight Report (PFR) is the sum of the LAST LEG REPORT
and of the LAST LEG ECAM REPORT. The PFR can only be printed
on ground. The list of ECAM WARNING MESSAGES and FAULT
MESSAGES with the associated time, flight phase and ATA reference
allow the maintenance crew to make a correlation for easier
trouble-shooting.
Beginning of PFR recording:
- if flight number inserted prior to first engine start, first engine start
+ 3 minutes.
- if not, aircraft speed > 80 knots.
End of PFR recording:
Aircraft speed < 80 knots + 30 seconds.
MAINTENANCE COURSE
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CFDS REPORTS (1)


AVIONICS STATUS
The AVIONICS STATUS presents the list of systems, which are currently
affected by a failure. This function is only available on ground. The
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information presented is permanently updated. The message contains the
name of the system presently affected by a failure, i.e. VHF3, or a NO
X DATA message when the related system bus is not active. For example:
NO ILS 2 DATA
The AVIONICS STATUS also indicates the class 3 failures. (CLASS 3)
means that the system is affected by at least one class 3 failure. Note that
there could also be class 1 or 2 failures. When you make a print, all the
AVIONICS STATUS report is printed even if it contains several pages.

CFDS PHASES (2)


GROUND/FLIGHT TRANSITION
Transition to flight (Event 1) is defined at the soonest or at the latest
depending on whether the flight number has been entered by the crew
before take-off or not:
- at the soonest: First engine start + 3 minutes if flight number entered
prior to first engine start.
- at the latest: Aircraft speed > 80 knots if flight number not entered prior
to first engine start.
At event "1", the leg number is incremented.
IN FLIGHT PHASE
From event 1 until aircraft speed has been below 80 knots for 30 seconds,
type 1 and 3 systems are considered in flight.
NOTE: Type 2 systems are only considered in flight from 30 seconds
after lift off up to touch down.
In flight, the system Built-In Test Equipment (BITE) ensures:
- detection (Type 1/2/3 systems) and memorization in their flight memory
(Type 1/2 systems only as type 3 system BITEs do not have any memory)
of internal and external faults,
- transmission to the Centralized Fault Display Interface Unit (CFDIU)
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of internal and external faults for memorization and establishment of the
CURRENT LEG REPORT.
This in flight phase corresponds to the Post Flight Report (PFR) recording
time (Beginning and end of fault and Electronic Centralized Aircraft
Monitoring (ECAM) warning message memorization in the CFDIU).
FLIGHT/GROUND TRANSITION
Transition to ground occurs when, after touch down, the aircraft speed
has been below 80 knots for 30 seconds. At this time, the CURRENT
LEG REPORT is renamed under the title LAST LEG REPORT and is
stored in the PREVIOUS LEGS REPORT.
NOTE: As the leg has not changed, the content of the LAST LEG
REPORT is identified in the PREVIOUS LEGS REPORT under
the LEG -00.
ON GROUND PHASE
On ground, the system BITEs ensure:
- detection (Type 1/2/3 systems) and memorization in their ground
memory (Type 1/2 systems) of internal faults only,
- transmission to the CFDIU of internal faults for monitoring and
establishment of the AVIONICS STATUS.
All Centralized Fault Display System (CFDS) functions (e.g. PFR
printing) are available on request through the MCDUs.
MAINTENANCE COURSE

UP & DOWN DATA LOADING SYSTEM PRESENTATION (1)


UP LOADING
The aircraft system computers use the loading system to update their data
base, for example the Flight Management and Guidance Computer
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(FMGC) or to modify parts of their operational S/W, for example the Air
Traffic Service Unit (ATSU). The Up loading is automatically done from
a 3.5 inch disk, via an internal logic specific to each computer.
DOWN LOADING
The down loading system is used to down load, to a 3.5 inch disk, the
data recorded by some computers during aircraft operation, for example
the Data Management Unit (DMU). Down loading is done automatically
through an internal logic specific to each computer.
MAINTENANCE COURSE

DFDRS DESCRIPTION/OPERATION (3)


FDIU (CLASSIC)
The Flight Data Interface Unit (FDIU) receives discrete and digital
parameters and processes them. The functions of the FDIU are:
- conversion,
- comparison,
- check and Built-In Test Equipment (BITE).
The FDIU converts the input parameters into a recordable format for
recorders:
- harvard biphase for the Digital Flight Data Recorder (DFDR),
- bipolar return to zero for the optional Quick Access Recorder (QAR).
The FDIU compares the data that it sends with the data recorded by the
DFDR. The recorded data is transmitted back to the FDIU through the
playback data bus. The FDIU checks the integrity of the mandatory
parameters during the flight. After the flight, engines shutdown, only the
Linear Accelerometer (LA) signal check is done. The FDIU includes
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BITE and monitoring functions.
DFDR
The DFDR stores data, which the FDIU has collected during the last 25
hours. The data is recorded in data frames. Each frame contains data
received during one second. The DFDR includes BITE functions. The
DFDR status signal is sent to the Centralized Fault Display Interface Unit
(CFDIU) through the FDIU and to the Electronic Centralized Aircraft
Monitoring (ECAM) through the System Data Acquisition Concentrators
(SDACs). The DFDR energization is controlled through the power
interlock circuit. The underwater locator beacon installed on the front
face of the DFDR gives the location of the recorder if the aircraft is
immersed in water following an accident. The underwater locator beacon
has a battery, which is activated by both fresh and salt water.
QAR
The QAR stores the same data as the DFDR for on ground performance,
maintenance or condition monitoring tasks. The data frames stored in the
QAR are identical to the DFDR data frames. The QAR includes BITE
functions. The QAR status signals (QAR MEDIA LOW, QAR FAIL)
are sent to the lamps on its front face and to the CFDIU through the FDIU.
The QAR energization is controlled through the power interlock circuit.
LINEAR ACCELEROMETER
The task of the LA is to measure the acceleration of the aircraft in all
three axes. The range of measurement is:
- vertical axis (Z): -3 to +6 g,
- longitudinal axis (X): -1 to +1 g,
- lateral axis (Y): -1 to +1 g.
The LA generates an analog signal, which is sent to the SDACs. This
signal is digitalized and sent to the FDIU through an ARINC 429 bus.
MAINTENANCE COURSE
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FDIU INTERFACES (3) (DFDRS CLASSIC)


ARINC 429 INPUTS
Most information is given to the Flight Data Interface Unit (FDIU)
through ARINC 429 buses. The FDIU receives 12 ARINC 429 buses
and it has provision for 4 additional input buses.
NOTE: The Linear Accelerometer (LA) sends an analog signal to the
System Data Acquisition Concentrators (SDACs), which
digitalizes it before sending it to the FDIU.
ARINC 429 OUTPUTS
2 ARINC 429 output buses are given. The output bus to the Centralized
Fault Display Interface Unit (CFDIU) is used for Built-in Test Equipment
(BITE) information and test operation. The output bus to the Data
Management Unit (DMU) enables the Aircraft Integrated Data System
(AIDS) to record the mandatory parameters.
DISCRETE INPUTS
55 discrete inputs are given for the aircraft identification coding. 4 other
inputs are given for the Digital Flight Data Recorder (DFDR) status,
event mark, Quick Access Recorder (QAR) FAIL and QAR MEDIA
LOW information.
NOTE: The QAR is optional.
DISCRETE OUTPUT
1 discrete output is used by the SDACs for showing the FDIU FAULT
message on the Electronic Centralized Aircraft Monitoring (ECAM).
NOTE: To display the DFDR FAULT message on the ECAM, a DFDR
status signal is directly sent by the DFDR to the SDACs.
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HARVARD BIPHASE OUTPUT
The FDIU sends the data to record into the DFDR in Harvard biphase
format on an output bus.
HARVARD BIPHASE INPUT
For verification purposes, the FDIU receives the DFDR playback data
in Harvard biphase format on an input bus.
BIPOLAR RETURN TO ZERO OUTPUT
The FDIU sends the data to record into the QAR in bipolar return to zero
format on an output bus.
MAINTENANCE COURSE

SISTEMA DE NAVEGAÇÃO-320

ADIRU- O (Air Data/Inertial Reference Unit-ADIRU) abrange um


sistema de (Air Data Reference-ADR) e um sistema (Inertial
Reference-IR), ambos são uma unidade. Os sinais de entrada do
ADIRU provêm de sensores externos: (Angle Of Attack- AOA), (Total
Air Temperature- TAT), e (Air Data Module- ADM). Os ADIRUs estão
em interface com o (ADIRS Control and Display Unit-CDU) para
controle e status.
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Descrição e função do ADM:

O ADM tem um microprocessador de sinais ARINC de acordo com a


entrada de sinais discretos, convertendo para sinais de pressões
digitalizadas. As entradas no ADM são: uma entrada de pressão e
várias entradas discretas. Os ADMs são idênticos e intercambiáveis.
As entradas discretas determinam a localização e o tipo de dados de
pressão-Pitot ou estática a qual fornece para o ADR. Os sinais de
saída da ADM são feito através de uma barra ARINC, a qual mantém
uma informação de pressão digital, tipo de pressão, identificação do
ADM e BITE do ADIRU.
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RING LASER GYRO

Os três (Light Amplification Stimulated Emission of Radiation-LASER)


gyros, um para cada eixo de rotação, que fornece dados de rotação
inercial e são compostos de dois LASERs opostos com feixes de luz
dentro do anel. Em repouso os dois feixes chegam até o sensor com a
mesma freqüência. Com a rotação da aeronave criam-se diferentes
freqüências entre os dois feixes. A diferença de freqüência é medida
por desvio óptico que provê um sinal de saída analógico, o qual é
enviado para um conversor analógico-digital. Após a computação a
saída proverá uma informação de rotação.
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Acelerômetros
Três Acelerômetros, um para cada eixo que provê aceleração linear.
O sinal de aceleração é enviado ao conversor analógico-digital. O
sinal digital é enviado ao processador que o usa para computar a
velocidade e a posição.
Computação IR
Cada ADIRU computa o gyro LASER e a saída do acelerômetro para
prover dados de IR aos usuários.
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Apresentação das sondas de AIR DATA

Sondas de PITOT

Três sondas de Pitot provêem sinal de pressão total aos três (Air Data
Modules-ADMs), qual converte a pressão em formato digital ARINC
429. O sinal ARINC é então enviado para o correspondente (Air
Data/Inertial Reference Unit-ADIRU). A sonda de pitot standby supre
diretamente o standby (Airspeed Indicator-ASI) e dados de (Air Data
Reference-ADR 3) através dos ADM.

Tomadas estáticas

Seis tomadas estáticas fornecem pressão estáticas para cinco ADMs,


no qual convertem as pressões em formato ARINC 429. As duas
tomadas estáticas standby fornecem uma pressão media diretamente
aos instrumentos standby e ao ADR 3 através de um ADM.

Sensors AOA

Cada ADIRU recebe informações de ângulo de ataque (Angle-Of-


Attack-AOA) do sensor correspondente de AOA. Os sensores de AOA
também são chamados de Alpha probes.

Sensores TAT

Os três ADIRUs recebem informações de (Total Air Temperature-TAT)


de dois sensores de TAT.
NOTA: Os dois sensors de TAT são compostos por dois elementos
sensitivos.
O ADIRU 3 recebe somente informação de TAT de ambos elementos
sensores do sensor TAT 1.
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Chaveamento (ADIRS SWITCHING)

O (Air Data/Inertial Reference System-ADIRS) é composto de três


(Air Data Inertial Reference Units -ADIRUs).
Vários instrumentos e sistemas recebem dados do ADIRS para
coordenadas de inércia e ar nos: PFDs, NDs, ECAM SD, (Digital
Distance and Radio Magnetic Indicator-DDRMI).
Os ADIRUs transmitem dados de ar, altitude e navegação para vários
usuários, como exemplo: O ADIRS provê dados de altitude
barométrica para o (Air Traffic Control-ATC) no modo C e S e dados
para o (Flight Augmentation Computers-FACs) de computação de
várias características de velocidades, dados para o sistema de radar
meteorológico (Weather Radar-WXR) para a estabilização da atitude
da antena. Basicamente, ADIRU 1 está associado com o sistema 01 e
o DDRMI, ADIRU 2 com sistema 2, e ADIRU 3 está standby. ADIRU 3
pode substituir outro sistema, para esta finalidade existe interface
com os três (Display Management Computers-DMCs). Se um (Air
Data Reference-ADR) ou um (Inertial Reference-IR) falhar, o selector
de AIR DATA ou ATTitude HeaDinG habilita a tripulação a usar o ADR
3 ou IR 3. O chaveamento manual é o principal modo de recuperar os
displays.
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Alinhamento ADIRS

O Alinhamento do (Inertial Reference-IR) é realizado com a aeronave


no solo, selecionando os três (IRs-alignments), a chave do
FMGC/INIT.
A presente posição de alinhamento da aeronave é realizada nos três
IRs, no seletor de OFF/NAVigation/ATTitude no (Air Data/Inertial-
Reference System -ADIRS), (Control and Display Unit-CDU) deve
estar na posição NAV. A presente posição pode ser inserida pela a
Company Route, a Latitude e Longitude ou com FROM/TO.

Alinhamento IRS

A mensagem ALIGN IRS desaparece e o Alinhamento Irs se inicia e


leva cerca de 10 minutos dependendo da latitude. No ADIRS CDU,
ALIGN a luz apaga no final do processo de alinhamento, se ficar
piscando, não houve sucesso no alinhamento.

Aviso de STALL (Warning)

O MASTER Warning vai brilhar (piscar), som de (cricket) associado


com voz sintética se aeronave estiver em configuração de stall, o
Angle-Of-Attack (AOA) é maior que pré-determinado ângulo. O AOA
depende da: posição de slats/flaps, da velocidade e da regra de voo
(flight/control law-normal, alternate/direct). Em teste o stall warnings
também é ativado e só pode ser realizado no solo.

Sobrevelocidade (OVER SPEED)

O “MASTER WARN” brilha/pisca e alarme contínuo sonoro


(Continuous Repetitive Chime-CRC) sounds. Este alarme aparece
quando: a velocidade da aeronave é maior que (Maximum Operating
Speed-VMO), + 4 kts/Maximum Operating Mach (MMO) + 0.006, na
configuração limpa, a velocidade é maior que (Maximum Landing
Gear Extended Speed-VLE) + 4 kts com o trem de pouso não travado
em cima ou a comporta não fechada e quando a velocidade de flap
seja maior que (Maximum Flap Extended Speed-VFE) +4 kts com
flaps e slats extendidos.
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Descrição do sistema MMR.

O sistema Multi-Mode Receiver (MMR) é um sensor de navegação


com dois receptores MMR = ILS + GPS.

ILS

A função do ILS é proporcionar ao tripulante e a aeronave em voo


sinal de uma estação (freqüências) em solo para determinado eixo
(localizer-LOC) e rampa (Glide Slope-G/S). O ILS permite a medição
e a mostragem dos desvios de ângulo, através de sinal de Morse.

Princípio GPS

O sistema NAV (System Time And Ranging-STAR) GPS é um


worldwide auxílio radio navegação que usa sinal de satélite para
proporcionar uma informação precisa de navegação. A arquitetura do
sistema: segmento espacial, segmento de controle e usuário. O
segmento espacial é composto de 24 satélites.
Estes satélites estão arranjados em 6 órbitas separadas de 4
satélites. As características das órbitas: 55° de inclinação em relação
ao equador, uma altitude de aproximadamente 20.200 km com a
uma órbita de 12 horas.
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O segmento de controle é composto de 4 estações de monitoramento


e uma estação principal de controle do trajeto dos satélites. As 4
estações estão localizadas: Kwajalein (Marshall Islands in Pacific
Ocean), Hawaii (Pacific Ocean), Ascencion Island (Atlantic Ocean),
Diego Garcia (Indian Ocean). A estação principal de controle está
localizada no Colorado Springs (USA).

O segmento de usuário usa dados de posição do tempo da


transmissão que o GPS envia para as estações. Este segmento é
composto de receptors de GPS que permite a: signal acquisition,
distance calculation, navigation computation. Nota: quando o modo
GPS está ativo os dados de VOR/DME/ADF não são usados para
navegação.
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Os componentes são: duas ILS antennas, duas GPS antennas e duas


unidades de MMR. O sistema MMR faz interface com: PFDs e NDs.
EFIS control unit for display and ILS control, Flight Management and
Guidance Computers (FMGCs), para ILS auto-tuning and GPS
position, MCDUs for ILS manual tuning, CAPT and F/O Radio
Management Panels (RMPs) for ILS back-up tuning, Audio Control
Panels (ACPs) for ILS audio signal, Air Data/Inertial Reference Units
(ADIRUs) for GP-IRS hybrid position computation.

Indicação de ILS

Os dados de ILS aparecem no PFD com o LS P/BSW no EFIS control


panel pressionado e no ND quando o modo ROSE/LS estiver
selecionado. A informação de ILS é mostrada na cor magenta. A
informação de ILS 1 é mostrada PFD 1 and ND 2. A informação de
ILS 2 é mostrada no PFD 2 and ND 1. Os dados de GPS data são
mostrados no MCDUs e nos NDs. Os dados de GPS na página do
MCDU GPS MONITOR são: GPS POSITION which gives the aircraft
latitude and longitude, TTRK, which gives the aircraft true track, GPS
ALT which gives the aircraft GPS altitude, MERIT for the figure of
Merit in meters, GS, which gives the aircraft ground speed value,
MODE/SAT, which indicates the number of satellites tracked and the
mode used.
GPS message on ND gives information on the availability of the GPS
primary navigation function.
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Sistema WXR/PWS

O radar de voo (Weather Radar-WXR) e o sistema Predictive


Windshear detectam e localiza chuva forte e windshear nas áreas
escaneadas pala antena. O WXR ajuda o piloto a evitar as áreas de
turbulências e pode ser usado para um mapeamento de solo. O radar
emite um pulso de micro onda através da antena e é medido o tempo
de retorno (eco). O ângulo (imagem-azimuth) é dado pela posição da
antena e o recebimento do eco.

PWS PRINCIPLE

A windshear event is a sudden change of wind speed and/or direction


over a small distance due to downwards and/or upwards movement
of
the air. The most critical moment for the aircraft is near the ground
level
during the approach or in take-off.
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COMPONENTS
The main components are an antenna, a wave-guide, a WXR
transceiver
(XCVR) dual mounting tray with an optional second XCVR, and a
control
unit. The WXR/PWS system is also connected to the NDs via the
Display
Management Computers (DMCs) for display.
NOTE: The control panels shown here after are given as examples.
They may differ according to the aircraft configuration.
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WXR INDICATING
The WXR image is shown on the CAPT and F/O NDs. Radar image and
radar information status (Antenna TILT angle, GAIN, failure) are
displayed in the different EFIS modes (ARC and ROSE) except in
PLAN
mode. The WXR provides visual display of the intensity of
atmospheric
disturbances by varying the colors of the rainfall echoes (Green,
yellow,
red and magenta).
PWS INDICATING
The predictive windshear indications and warning/caution alerts are
shown on the CAPT and F/O PFDs and NDs. The windshear
phenomenon
is indicated by an icon superimposed on the radar image in the
different
EFIS modes, ARC and ROSE except in PLAN mode.
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WXR/PWS OPERATIONAL PRECAUTIONS (2)


SPECIAL PRECAUTIONS
Some special precautions must be taken before using the Weather Radar
(WXR) system on ground in MAP, WX or WINDSHEAR mode.
- the dangerous zone forward of the aircraft must be free of metallic
obstacles such as hangars or aircraft, within 5 m in an arc of + or - 90º
on either side of the aircraft centerline,
- make sure that nobody is within a distance of 1.5 m from the antenna,
in an arc of + or - 135º on either side of the aircraft centerline,
- the system must not be operated during the refueling of the aircraft or
during any refueling operation within 100 m.
Note: Although the power radiated by the system is low, the above written
safety precautions should be observed for obvious routine reasons
(behavior with respect to other types of radar systems). To avoid radiating
danger, and nuisance aural alerts the WINDSHEAR AUTO/OFF selector
switch must be selected OFF independently of the radar selector switch.
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RADIO ALTIMETER SYSTEM PRESENTATION (1)


PRINCIPLE
The RA system determines the height of the aircraft above the terrain
during initial climb, approach and landing phases. The RA can therefore
operate over non-flat ground surface. The principle of the RA is to
transmit a frequency-modulated signal, from the aircraft to the ground,
and to receive the ground reflected signal after a certain delay. The time
between the transmission and the reception of the RA signal is
proportional to the A/C height.
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RADIO ALTIMETER SYSTEM PRESENTATION (1)


COMPONENTS
The components are two transceivers, two fans, two transmission antennas
and two reception antennas. The RA system is also connected to the
Display Management Computers (DMCs) for display on the PFDs.

RADIO ALTIMETER SYSTEM PRESENTATION (1)


INDICATING
The A/C height data is displayed on the PFDs for heights less than or
equal to 2.500 ft. The altitude is also shown by means of:
- a red ribbon next to the altitude scale (below 500 ft),
- a ground line rising on to the pitch down area (below 300 ft).
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TCAS PRESENTATION (1)


PRINCIPLE
The Traffic alert and Collision Avoidance System (TCAS) is a system
whose function is to detect and display aircrafts in the immediate vicinity
and to provide the flight crew with indications to avoid these intruders.
NOTE: The TCAS II provides indications to avoid these intruders by
changing the flight path in the vertical plane only.
The TCAS detects the Air Traffic Control (ATC) system or TCAS
equipped aircraft and maintains surveillance within a range determined
by its sensivity. To evaluate threat potential of other aircraft the system
divides the space around aircraft into 4 volumes.
OTHER TRAFFIC VOLUME
The other traffic volume is the first volume providing the presence
and the progress of an intruder. The aircraft detected in this zone does
not represent a collision threat.
PROXIMATE TRAFFIC VOLUME
The proximate traffic volume is defined by a given volume around
the TCAS equipped aircraft. The aircraft detected in this zone does
not represent a collision threat, but is declared in vicinity.
TA VOLUME
When the intruder is relatively near but does not represent an
immediate threat, the TCAS provides aural and visual information
known as Traffic Advisory (TA). The TCAS aural messages can be
inhibited depending on higher priority aural messages.
RA VOLUME
When the intruder represents a collision threat, the TCAS triggers an
aural and visual alarm known as Resolution Advisory (RA), which
informs the crew about avoidance maneuvers.
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TCAS PRESENTATION (1)


COMPONENTS
The TCAS components are two antennas, one TCAS II computer and
one TCAS/ATC control panel.
NOTE: The TCAS/ATC control panel shown here after is given as
example. It may differ according to the aircraft configuration.
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TCAS PRESENTATION (1)
INDICATING
The TCAS indications appear on the PFDs and the NDs. The visual
resolution and TA indications are associated with aural indications such
as "TRAFFIC, TRAFFIC", "CLIMB, CLIMB"... The TCAS displays
only the most threatening intruders.

EGPWS PRESENTATION (1)


GENERAL
The Enhanced Ground Proximity Warning System (EGPWS) is built
over the current Ground Proximity Warning System (GPWS). EGPWS
= GPWS + "ENHANCED" functions.
PRINCIPLE
The purpose of the EGPWS is to help prevent accidents caused by
Controlled Flight Into Terrain (CFIT). When boundaries of any alerting
envelope are exceeded; aural alert messages, visual annunciations and
displays are generated. The basic GPWS modes generate aural and visual
warnings corresponding to an aircraft behavior when the alert envelope
is penetrated. The "ENHANCED" features complete the basic GPWS
modes:
- Terrain Clearance Floor (TCF): Increase the terrain clearance envelope
around the airport runway.
NOTE: The optional geometric altitude function allows the EGPWS
to operate reliably throughout extreme local pressure or
temperature variations from standard.
- Terrain Awareness alerting and Display (TAD): Incorporation of a
terrain database to predict conflict between flight path and terrain and to
display the conflicting terrain.
NOTE: Optionally the EGPWS also incorporates an obstacle database
in which are recorded the man made obstacles. They are treated
as terrain.

EGPWS PRESENTATION (1)


COMPONENTS
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The system comprises an Enhanced Ground Proximity Warning Computer
(EGPWC), a GPWS control panel, two warning lights and two TERRain
ON ND mode P/BSWs. The EGPWS is connected to various navigation
systems:
- weather radar (WXR),
- RA,
- Air Data/Inertial Reference System (ADIRS),
- ILS,
- and so on...
It processes the navigation data and generates alarms.

EGPWS PRESENTATION (1)


INDICATING
The basic GPWS modes generate visual warnings through associated
lights and synthetic warnings through the loudspeakers. The
"ENHANCED" GPWS functions allow the terrain hazards to be displayed
on the NDs. Optionally, the NDs can also display the obstacle hazards
as well as highest and lowest elevations known as peaks mode.
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DME SYSTEM PRESENTATION (1)


PRINCIPLE
The DME provides digital readout of the aircraft slant range distance
from a selected ground station. The system generates interrogation pulses
from an onboard interrogator and sends them to a selected ground station.
After a 50 microseconds delay, the ground station replies. The interrogator
determines the distance in nautical miles between the station and the
aircraft. The interrogator detects the Morse audio signal, which identifies
the ground station.
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DME SYSTEM PRESENTATION (1)
COMPONENTS
The components are two antennas and two interrogators. The DME system
is also connected to:
- PFDs, NDs and Digital Distance and Radio Magnetic Indicator
(DDRMI) for display,
- EFIS control panels for display control,
- Flight Management and Guidance Computers (FMGCs) for automatic
and manual tuning,
- CAPT and F/O Radio Management Panels (RMPs) for back-up tuning
and,
- Audio Control Panels (ACPs) for DME audio signal.

DME SYSTEM PRESENTATION (1)


INDICATING
The DME distance is shown on the PFD if the ILS display is selected via
LS P/B and on the ND if the ADF/VOR selector is set to VOR. The DME
distance is also shown on the two windows of the DDRMI.
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ATC SYSTEM PRESENTATION (1)


PRINCIPLE
The Air Traffic Control (ATC) transponder is an integral part of the Air
Traffic Control Radar Beacon (ATCRB) system. The transponder is
interrogated by radar pulses received from the ground station. It
automatically replies by a series of pulses. These reply pulses are coded
to supply:
- aircraft identification (Mode A),
- automatic altitude reporting (Mode C) and,
- selective calling and transmission of flight data of the aircraft on the
ground controller's radar scope.
These replies enable the controller to distinguish the aircraft and to
maintain effective ground surveillance of the air traffic. The ATC
transponder (Mode S) also responds to interrogations from aircraft
equipped with a Traffic Alert and Collision Avoidance System (TCAS).
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ATC SYSTEM PRESENTATION (1)


COMPONENTS
The components are:
- two transponders,
- four antennas and,
- one ATC/TCAS control panel.
NOTE: The ATC/TCAS control panel shown here after is given as
example. It may differ according to the aircraft configuration.
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ADF SYSTEM PRESENTATION (1)
PRINCIPLE
The ADF is a radio navigation aid. It provides:
- an identification of the relative bearing of the aircraft to a selected
ground station called Non-Directional Beacon (NDB),
- an aural identification of the ground station.
The relative bearing is the angle between the aircraft heading and the
aircraft/ground station axis. The combination of signals, received from
two loop antennas and from one omni-directional sense antenna, provides
bearing information. The ground stations operate in a frequency range
of 190 kHz to 1.750 kHz. An additional Morse signal is provided to
identify the selected ground station.

ADF SYSTEM PRESENTATION (1)


COMPONENTS
The ADF system is composed of two receivers and two antennas. The
ADF system is also connected to:
- NDs and Digital Distance and Radio Magnetic Indicator (DDRMI) for
display,
- EFIS control panels for control display,
- Flight Management and Guidance Computers (FMGCs) for auto-tuning,
- MCDUs for manual tuning,
- CAPT and F/O Radio Management Panels (RMPs) for back-up tuning
and,
- Audio Control Panels (ACPs) for ADF audio signal.
NOTE: ADF 2 system is optional.
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ADF SYSTEM PRESENTATION (1)


INDICATING
The ADF system information can be displayed on the NDs and on the
DDRMI. On the NDs, depending on the position of the VOR/ADF selector
switch on the EFIS control panel:
- ADF 1 is represented by a single pointer,
- ADF 2 is represented by a double pointer.
On the DDRMI, depending on the position of the VOR/ADFselector
switch:
- ADF 1 is represented by a single pointer,
- ADF 2 is represented by a double pointer.
NOTE: Some DDRMIs are not equipped with the ADF capability.

VOR/MKR SYSTEM PRESENTATION (1)


VOR PRINCIPLE
The VOR system is a medium-range radio navigation aid. The VOR
system receives, decodes and processes bearing information from the
omni-directional ground station, working in the frequency range of 108
MHz to 117.95 MHz. The ground VOR station generates a reference
phase signal and a variable phase signal. The phase difference between
these signals, called bearing, is function of the aircraft position with
respect to the ground station. The bearing is the angle between the
magnetic north and the ground station/aircraft axis. Furthermore, the
VOR station provides a Morse identification, which identifies the station.
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VOR/MKR SYSTEM PRESENTATION (1)


MKR PRINCIPLE
The MKR system is a radio navigation aid, which indicates the distance
between the aircraft and the runway threshold. The MKR system is
normally used together with the ILS system during an ILS approach.

VOR/MKR SYSTEM PRESENTATION (1)


COMPONENTS
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The VOR and MKR systems are composed of two receivers, one MKR
antenna and one dual VOR antenna. The VOR/MKR system is also
connected to:
- NDs, PFDs and Digital Distance and Radio Magnetic Indicator
(DDRMI) for display,
- EFIS control panels for control display,
- Flight Management and Guidance Computers (FMGCs) for auto-tuning,
- MCDU for manual tuning,
- CAPT and F/O Radio Management Panels (RMPs) for back-up tuning,
- Audio Control Panels (ACPs) for VOR/MKR audio signal.

VOR/MKR SYSTEM PRESENTATION (1)


VOR INDICATING
TO A SELECTED COURSE
The indicators show that the aircraft is flying to the ground station
and is on the right hand side of the course selected by the pilot.
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VOR/MKR SYSTEM PRESENTATION (1)


VOR INDICATING (continued)
CROSSING A SELECTED COURSE
The indicators show that the aircraft is flying from the ground station
and is crossing the course selected by the pilot.
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VOR/MKR SYSTEM PRESENTATION (1)
VOR INDICATING (continued)
FROM A SELECTED COURSE
The indicators show that the aircraft is flying from the ground station
and is on the left hand side of the course selected by the pilot.

VOR/MKR SYSTEM PRESENTATION (1)


MKR INDICATING
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When the aircraft overflies the MKR, the type of MKR is display on thePFDs in different colors, and is
indicated by an aural identification.

NAVIGATION SYSTEM WARNINGS (EXCEPT ADIRS) (2)


GENERAL
There are no dedicated ECAM pages for the navigation system. In case
of a navigation system fault, there will be no system page called for the
corresponding failure.
ILS 1(2) FAULT
This warning is triggered in case of an ILS 1 or 2, or ILS 1+2 receiver
failure (localizer and glide slope parts). In case of failure of one
Multi-Mode Receiver (MMR), the landing capability is limited to
CATegory 1. When both MMRs have failed, CAT 1 is inoperative. The
MASTER CAUTion comes on and a Single Chime (SC) is triggered.
PRED W/S DET FAULT
This warning is triggered in case of a detected windshear fault. The
MASTER CAUT comes on and a SC is triggered.
RA 1+2 FAULT
This warning is triggered in case of an RA 1 or 2, or RA 1+2 failure. In
case of failure of both RAs, the landing capability is limited to CAT 1.
When only one RA has failed, no local warnings are shown but CAT 3
is inoperative. The MASTER CAUT comes on and a SC is triggered.
With failure of both radio altimeters, a red RA warning message is shown
in place of the radio high information in slats extended configuration
only. The message flashes during 3 seconds then remains on.
TCAS FAULT
This warning is triggered in case of a Traffic alert and Collision
Avoidance System (TCAS) internal failure. The MASTER CAUT comes
on and a SC is triggered.
GPWS FAULT
This warning is triggered in case of an Enhanced Ground Proximity
Warning System (EGPWS) failure. The MASTER CAUT comes on and
a SC is triggered. The SYStem FAULT P/BSW light on the Ground
Proximity Warning System (GPWS) control panel comes on amber.
NOTE: In case of ILS 1 failure, only mode 5 is inhibited, consequently
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the FAULT light does not come on and the GPWS FAULT
message is not triggered.
GPWS TERR DET FAULT
This warning is triggered in case of terrain detection failure. The
MASTER CAUT comes on and a SC is triggered. The TERRain FAULT
P/BSW light on the GPWS control panel comes on amber.
GPS1(2) FAULT
This warning is triggered in case of a GPS 1 or 2, or 1+2 failure. The
MASTER CAUT comes on and a SC is triggered.
FM/GPS POS DISAGREE
The amber NAV FM/GPS POS DISAGREE message is triggered when
Flight Management and Guidance Computer (FMGC) 1(2) latitude or
longitude deviates from MMR 1 (2) latitude or longitude by more than
0.5 nm. The MASTER CAUT comes on and a SC is triggered.

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