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2° Bimestre
Dos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral – Peculato
b) Peculato – FURTO:
§ 1° - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do
dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou
alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Doloso.
d) Peculato – DE USO:
- Não existe no Brasil (se aplica a mesma lógica do furto de uso);
- Ex: prefeito que leva as máquinas para fazer terraplanagem em suas terras. Ele não está se
apropriando, não está desviando e nem furtando as máquinas, por isso da sua inaplicabilidade;
- Mas isso no quesito criminal, pois se aplica a improbidade administrativa.
Peculato culposo
CP, art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo,
recebeu por erro de outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
- Se aproveita da situação;
- Caso o funcionário induza, caberá estelionato.
1. Considerações:
a) Bem jurídico tutelado:
- Moralidade administrativa e patrimônio.
b) Sujeitos:
- Ativo: funcionário público;
- Passivo: Administração Pública.
c) Tipo objetivo:
- O bem deve ser entregue ao funcionário em razão do cargo que ocupa na Administração Pública.
- Apropriar-se;
- Por erro de outrem.
Se aproveita da ignorância da vítima.
d) Tipo subjetivo:
- Dolo.
e) Consumação e tentativa:
- O crime estará consumado no momento em que o agente público se apropria da coisa;
- A tentativa é possível, pois o delito é plurissubsistente.
A conduta é fracionada em diversos atos que, somados, provocam a consumação.
CP, art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar
ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da
Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para
causar dano:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
- Com o fim de obter vantagem: significa que não precisa haver consumação para que o crime
aconteça.
1. Considerações:
a) Bem jurídico:
- Interesse material, moral e segurança do conjunto de informações da Administração Pública.
b) Sujeitos:
- Ativo: funcionário público AUTORIZADO;
O tipo exige que o sujeito ativo seja funcionário AUTORIZADO a realizar operações nos
sistemas informatizados da Administração Pública. Isso significa que outro funcionário
público, que não o autorizado, somente poderá concorrer para o crime na forma do art. 29,
CP.
- Passivo: Administração pública ou o particular prejudicado.
c) Tipo objetivo:
- Modificar;
- Alterar – dados falsos;
- Acarreta mais de um crime quando executados em contextos diferentes.
d) Tipo subjetivo:
- Dolo;
- O agente deve ter a consciência de que a coisa foi recebida em virtude do erro de outrem e da
função pública desempenhada.
e) Consumação e tentativa:
- O crime estará consumado no momento em que o agente público se apropria da coisa;
- A tentativa é possível, pois o delito é plurissubsistente.
A conduta é fracionada em diversos atos que, somados, provocam a consumação.
a) Bem jurídico:
- Proteção dos sistemas informatizados e programas de informática.
b) Sujeitos:
- Ativo: funcionário público;
- Passivo: Administração pública.
c) Tipo objetivo:
- Inserir;
- Facilitar – dados falsos, alterar, excluir indevidamente;
- Tipo misto alternativo: ainda que o agente, no mesmo contexto tático, realize mais de uma conduta
típica, haverá crime único.
d) Tipo subjetivo:
- Dolo (de modificar o sistema);
Não precisa
- O agente deve ter a consciência de que a coisa foi recebida em virtude do erro de outrem e da
função pública desempenhada.
e) Consumação e tentativa:
- O crime estará consumado no momento em que o agente público se apropria da coisa;
- A tentativa é possível, pois o delito é plurissubsistente.
A conduta é fracionada em diversos atos que, somados, provocam a consumação.
31/05/22
Concussão
CP, art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
- Não tem violência e nem grave ameaça;
1. Considerações:
a) Bem jurídico:
- Moralidade administrativa.
b) Sujeitos:
- Ativo: funcionário público;
- Passivo: Administração Pública e secundariamente o particular.
c) Tipo objetivo:
- Exigir: impor como obrigação, mas não contém violência e nem grave ameaça;
≠
Solicitar ou receber (corrupção passiva, art. 317, CP);
- Direita (o autor faz a exigência) ou indiretamente (usar meios interpostos, ou seja, utiliza terceiro
para que faça a exigência);
- Fora da função (de férias ou de licença, mas exige em razão da função) ou antes de assumi-la;
- Vantagem indevida: há duas correntes
Natureza patrimonial;
De qualquer natureza: é a corrente majoritária, mas não é um entendimento pacificado.
d) Tipo subjetivo:
- Dolo.
e) Consumação:
- Se consuma com a mera exigência, independentemente se receber ou não;
- É um crime formal, que não exige resultado;
- Flagrante é somente na hora da exigência.
f) Tentativa:
- É possível, pode se apresentar na forma plurissubsistente, ex: exigência por através de carta.
2. Excesso de exação:
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido,
ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
- Tributos: é o gênero, e possui as seguintes espécies: impostos, taxas, contribuição de melhoria,
contribuição social, empréstimo compulsório, conforme STF;
- Exação é a cobrança de TRIBUTOS;
- É uma cobrança de tributo em valor que não pe devido ou além do devido, ou ainda cobrando de
modo vexatório, humilhante.
CP, art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763,
de 12.11.2003)
1. Considerações:
a) Bem jurídico:
- Moralidade administrativa e o regular desenvolvimento da Administração Pública.
b) Sujeitos:
- Ativo: funcionário público;
- Passivo: o Estado e, de forma mediata, o particular lesado (desde que não tenha praticado o delito
de corrupção ativa).
c) Tipo objetivo:
- Solicitar: o agente público solicitar/pedir a vantagem indevida, direta ou indiretamente para si ou
para outrem, que pode ou não ser dada pela vítima.
- Receber: o terceiro oferece a vantagem indevida, que é aceita e recebida pelo funcionário público;
- Aceitar promessa: o agente público concorda em receber a vantagem indevida prometida pelo
terceiro.
*A corrupção passiva pode ocorrer por via direta ou indireta, ou sea, nada impede que seja interposta
por uma terceira pessoa, um intermediário, que poderá solicitar, receber, ou até mesmo aceitar a
promessa da vantagem, que, em nome do funcionário público, comunicará a concordância deste.
e) Consumação:
- No momento em que o agente solicita (basta solicitar);
- Quando o funcionário receber a vantagem indevida;
- No instante que aceita a promessa dessa vantagem.
*Na modalidade SOLICITAR, mesmo que a proposta não chegue ao destinatário, o crime se consuma
da mesma forma, basta solicitar.
f) Tentativa:
- Na conduta solicitar: a forma tentada é admitida, mas caso entenda a possibilidade de sua
realização na modalidade plurissubsistente, ex: solicitação por escrito. Ocorre que, se torna
impossível na modalidade unissubsistente, ex: solicitação verbal;
- Na conduta receber: não cabe a forma tentada. Ou o agente recebe a vantagem indevida, e há a
consumação, ou o repele, e existe somente corrupção ativa;
- Na conduta aceitar promessa: não cabe a forma tentada. Ou o agente recebe a vantagem indevida,
e há a consumação, ou o repele, e existe somente corrupção ativa.