Para Knapp, em A Psicologia do Rumor de 1944, os rumores são criados
para trazer sentido ao que acontece no mundo e para gratificar os sentimentos humanos. Os rumores podem surgir a partir da função cognitiva de clarificação ou a partir da função emocional de expressão (KNAPP, 1944).
No caso da função emocional de expressão, o autor explica que o rumor é
uma forma de vida fantasiosa, mas que se diferencia dos sonhos por ser coletivo e por ser mais limitado pela realidade. Knapp também explica que para alguns psicanalistas, o rumor é uma expressão de ansiedade subjacente, que muitos rumores que superficialmente aparentam um um desejo ou agressão, na realidade são motivados pelo medo, e esses rumores são uma defesa contra a ansiedade.
Dentre os dados do caso, temos o fato de que o então presidente da Índia
Giani Zail Singh, fazia parte da religião sikh, e que o mesmo era aliado da ministra Indira Gandhi. Porém, a ministra era declaradamente contra os separatistas sikhs, uma vez que ela foi a responsável pela operação Estrela Azul, em que mandou invadir o templo sagrado sikh, deixando 493 mortos. Os adeptos desta religião se revoltaram e seus dois guarda-costas, adeptos da religião sikh, a assassinaram em outubro de 1984. O governo de Indira Gandhi trouxe um rompimento grave entre as relações de hindus e sikhs, então a sua morte trouxe grandes revoltas anti-sikh em Nova Déli.
Quando o boato da morte do presidente surgiu, em novembro de 1984, a
morte da ministra ainda estava muito recente e os moradores de Nova Déli tinham acabado de passar por um momento turbulento. Ao verem uma movimentação diferente e não verem o presidente, surgiu o medo daquilo que eles tinham acabado de viver e, para eles, a morte do presidente significaria o início de um novo conflito. Por isso o boato veio à tona, a população tinha um medo profundo e para lutar contra a ansiedade de um novo conflito, surgiu o boato da morte do presidente.