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PROPOSTA DE REDAÇÃO

POLÍCIA X MANIFE“TANTE“. ZELO OU EXCE““O?

Em janeiro deste ano, no eixo Rio-São Paulo, ocorreram manifestações que mobilizaram grandes grupos de
diferentes setores da população. Para começar, os "rolezinhos", promovidos por jovens da periferia, com
intuito declarado de se divertir, de ver e ser visto nos shoppings. A seguir, os "rolezões populares",
organizados por movimentos sociais, para protestar e fazer reivindicações, também diante dos shoppings.
Finalmente, na capital paulista, no aniversário da fundação da cidade, um protesto contra os gastos da Copa,
transformou-se numa batalha campal entre Black Blocs e a Polícia Militar, com os atos de vandalismo sendo
duramente reprimidos. A polícia já agira nos rolezinhos e rolezões. Deacordo com os meios de comunicação,
em todos os casos, exagerou na contenção dos manifestantes, atuando de modo violento e inadequado. Qual
a sua opinião sobre a ação dos policiais? Eles extrapolaram o exercício de suas funções e se excederam? Ou se
viram obrigados a reagir aos vândalos com dureza, recorrendo à violência para manter a ordem pública?

CONSIDERANDO AS IDEIAS A SEGUIR, ELABORE UM TEXTO DISSERTATIVO.

Lembre-se:
Deve ter uma estrutura dissertativa-argumentativa;
Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração;
A redação deve ter no mínimo 20 e no máximo 30 linhas escritas;
Não deixe de dar um titulo.

No aniversário da cidade de São Paulo, manifestação contra a realização da Copa no Brasil começou pacífica,
mas terminou em violência

O preço da civilização

Polícia é fundamental. O primeiro passo para um grupamento humano um pouco mais complexo deixar para
trás a barbárie é reservar ao poder público o monopólio do uso legítimo da violência, ou seja, constituir uma
polícia.

Para chegar à condição de sociedade civilizada, entretanto, isso ainda não basta. É preciso também ser capaz
de controlar essa polícia, já que, excluído o cenário mais catastrófico da guerra de todos contra todos, são as
forças do Estado que se tornam um dos principais focos de violência contra os cidadãos.

Em São Paulo, realizamos precariamente o primeiro objetivo, mas só engatinhamos no segundo.


[Hélio Schwartsman, Folha de S. Paulo, 28/01/14]

O ano que não vai acabar


O cenário para 2014 é, a um só tempo, maravilhoso e inquietante. Renovadas formas de organização, debate,
deliberação e ação emergem nas ágoras improvisadas em escadarias e largos onde a multidão toma a palavra
com a coragem de dizer a verdade: do calvário de Amarildo até o trem sempre enguiçado; da tragédia das
enchentes até o apartheid dos templos de consumo, agora desafiados pelos "rolezinhos". Os pobres ousam
saber e sabem ousar.
O poder responde tornando o apartheid explícito: proibição judicial e truculência policial, e isso logo depois da
hipócrita sacralização de Mandela. Mas, como em junho, a repressão só fará o movimento se propagar. Os
jovens que circulam pelos shoppings nos dizem que, para sermos livres, precisamos estar e agir juntos na
polis. E estar juntos implica que o pressuposto da liberdade seja a igualdade, a igualdade não como aplicação
de um critério abstrato de justiça, mas a justiça como constituição da liberdade.
[Giuseppe Cocco e Adriano Pilatti, Folha de S. Paulo, 14/01/14]

Onda incendiária
A depredação de patrimônio público ou privado, a título de protesto contra os mais variados problemas, tem
se transformado numa perigosa e inaceitável rotina no cotidiano nacional.
Se o direito de manifestação e de reunião é assegurado pela Constituição, nem por isso pode ser exercido de
maneira irrestrita. Os atos devem ser pacíficos e, como é óbvio e desnecessário dizer, seus participantes não
são autorizados a praticar crimes de nenhuma natureza.

Alguns manifestantes, todavia, parecem se esquecer das regras básicas de civilidade. Neste sábado, em São
Paulo, um Fusca foi incendiado e terminou destruído. Ainda que o episódio tenha sido acidental, como se
afirma, por pouco não resultou em tragédia, já que cinco pessoas estavam no automóvel.

A piromania, porém, não é nova. Propaga-se, na periferia paulistana, uma onda de incêndios de ônibus
municipais. Até sexta-feira, 21 veículos haviam sido queimados neste mês. O número equivale ao total de
casos registrados no primeiro semestre de 2013.

[Editorial, Folha de S. Paulo, 28/01/14]

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