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Seção 1.

1 Rosa Maria Alves Diniz

Introdução às doenças
neurológicas
Professora Ms. Raquel Ferreira de Souza Siqueira
E-mail: raquel.fs.siqueira@educadores.net.br
O envelhecimento é caracterizado como um processo dinâmico,
progressivo, irreversível e individual, ligado intimamente a fatores
biológicos, psíquicos e sociais.
O envelhecimento considerado “normal” (senescência) está ligado
às mudanças com a idade. Já o envelhecimento patológico
(senilidade), refere-se à presença de doenças, e se diferencia do
processo normal do envelhecimento.
HISTÓRICO E CONCEITOS

O número de desordens neurológicas atinge 1 bilhão de


pessoas em todo o mundo e a tendência é que esse
número duplique nos próximos 20 anos à medida que a
população mundial envelhece.
HISTÓRICO E CONCEITOS

No Brasil, poucos estudos demonstram a incidência atual de todas as doenças


neurológicas, porém, dados da DATAPREV, empresa de tecnologia e
informações do Ministério da Previdência Social, mostraram que foram
realizados 13.121 exames médico periciais em neurologia - 4,17% do total
de exames periciais - que gerou um gasto de R$ 97.580,00 para a
Previdência Social no ano de 1996.
HISTÓRICO E CONCEITOS

Um estudo realizado no estado da Bahia, no ano de 2000, constatou que dos


935 registros de benefícios concedidos para doenças laborais por
incapacidade temporária, 10,9% relacionavam-se a transtornos mentais e
comportamentais.
HISTÓRICO E CONCEITOS

Patologias neurológicas
são as doenças do sistema
nervoso central e periférico,
que incluem desordens do
cérebro, da medula
espinhal, dos nervos
periféricos e da junção
neuromuscular.
O sistema nervoso desempenha funções de controle
do organismo e é constituído pelo encéfalo (cérebro,
cerebelo e tronco encefálico) e pela medula
espinhal.

Esses dois órgãos formam uma rede complexa e


integrada que visa à comunicação e ao controle
do corpo entre o meio interno e externo, ou seja,
possibilita a detecção sensorial e motora, o
processamento e o armazenamento de informações
e a expressão do comportamento.
O sistema nervoso é constituído pelo sistema nervoso
central e pelo sistema nervoso periférico.

Ambos podem sofrer lesões estruturais e/ou funcionais que


geram intercorrências e acometimentos neurológicos, os
quais, por sua vez, poderão alterar o metabolismo e a
demanda de nutrientes corporais.
As enfermidades neurológicas constituem
grande desafio para as diversas áreas de
assistência à saúde; entre elas, a nutrição.

Tal fato é justificado tanto pela forma como


essas doenças podem interferir no estado
nutricional de um indivíduo, quanto pelas
implicações do estado nutricional no
tratamento e no processo de reabilitação em
si.
HISTÓRICO E CONCEITOS

O tratamento dessas doenças envolve


a identificação dos problemas e
um planejamento de tratamento
global por uma equipe
multidisciplinar composta por
neurologistas, enfermeiros,
terapeutas ocupacionais e
NUTRICIONISTAS.
HISTÓRICO E CONCEITOS

O papel nutricional nas doenças neurológicas é o


fornecimento de um aporte calórico adequado e capaz de
promover a recuperação e homeostase metabólica e
minimizar sintomatologias.
DOENÇAS NEUROLÓGICAS

O conhecimento da fisiopatologia
das doenças neurológicas é
primordial para o entendimento
das funções e estruturas
alteradas.

As doenças neurológicas podem


apresentar diversas origens
como genética, congênita e até
mesmo adquirida.
DOENÇAS NEUROLÓGICAS

Tronco cerebral
(neurodegeneração)

FUNÇÃO E
ESTRUTURA
ALTERADAS

Formação de
Diminuição da emaranhados
atividade neurofibrilares/
neurotransmissora possíveis placas
amiloides
DOENÇAS NEUROLÓGICAS

As repercussões da doença neurológica estão relacionadas


à gravidade, à localização da lesão e ao tipo de
sequela apresentado.

Os distúrbios neurológicos são, frequentemente,


acompanhados por estresse metabólico, com
implicações no sistema imunológico e no estado
nutricional.
MANIFESTAÇÕES CLINICAS

CRISES NÃO
EPILETICAS
PSICOGENICAS

ALTERAÇÃO DE
FADIGA MARCHA/TONTURAS

SINTOMATOLOGIA
PERDA DE
FORÇA ESQUECIMENTO

DIFICULDADE DE
DOR CRONICA
CONCENTRAÇÃO
DOENÇAS NEUROLÓGICAS

A presença, o tipo e a duração das sequelas, bem como o


estado geral de saúde prévio ao evento neurológico e
a idade são fatores que podem interferir no estado
nutricional.

As implicações no estado nutricional vão desde alterações


metabólicas intensas na fase aguda até exigências do
período de reabilitação.
DOENÇAS NEUROLÓGICAS

A diversidade dos distúrbios neurológicos e o curso


dinâmico da doença impõem atenção nutricional
cuidadosa, relacionada à demanda de cada paciente
naquele período específico.
CONSEQUÊNCIAS

A DESNUTRIÇÃO em pacientes com distúrbios neurológicos pode se


desenvolver gradualmente, em semanas ou meses, permitindo uma
série de adaptações; entre essas adaptações, encontram-se as
metabólicas, que resultam:
 na diminuição da demanda de nutrientes;
 em equilíbrio nutricional compatível com nível mais baixo de
nutrientes celulares disponível.
CONSEQUÊNCIAS

A terapia nutricional precoce


pode reduzir a intensidade do
catabolismo, preservando
compartimentos corporais
importantes, como a massa
muscular e gordurosa, que serão
imprescindíveis no processo de
reabilitação do paciente com
doença neurológica.
Os pacientes desnutridos e
acometidos por doença
neurológica evoluem com
algumas complicações que
podem comprometer ou retardar
a reabilitação, além de prolongar
o tempo de internação hospitalar
e de aumentar o risco de
morbidade e mortalidade.
Entre outros, são distúrbios neurológicos reconhecidos:
acidente vascular encefálico (AVE);
traumatismo cranioencefálico (TCE);
lesão medular;
esclerose lateral amiotrófica (ELA);
esclerose múltipla (EM);
doença de Parkinson (DP);
doença de Alzheimer (DA);
epilepsias;
neuropatias;
aneurismas e tumores cerebrais.
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE)

Síndrome clínica
caracterizada pelo rápido
desenvolvimento de
sintomas e/ou sinais focais
e, algumas vezes, globais
(nos pacientes em coma) de
disfunção neurológica, com
uma duração dos sintomas
superior a 24h podendo
resultar na morte, sem outra
causa aparente que não a
origem vascular
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE)

- Trombose ou embolia cerebral - Ruptura de algum vaso cerebral


- Aterosclerose nos grandes vasos - Hemorragia intracerebral ou subaracnóide
cerebrais ou em outra região
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE)
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE)

Entidade clínica mais agressiva das


doenças cerebrovasculares em países
desenvolvidos

85% dos AVC’s são iniciados por um


evento tromboembólico

A hemorragia intracraniana é menos


comum (representam 15% AVCs), porém
com frequência é mais fatal rapidamente

É a 2ª causa de mortalidade no país e está


entre as 10 primeiras doenças que
motivam uma internação hospitalar.
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE)
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE)

FATORES DE RISCO
Diabetes Mellitus;
Tabagismo;
Hipertensão;
Idade avançada;
Obesidade;
Dislipidemia;
Cardiopatia Coronária;
AVC prévio;
Nutrição e dieta.
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE)

Frutas, Redução da
vegetais, Alto teor de fibras
absorção de
cereais gorduras e
colesterol
integrais

Presença de Reduz colesterol e


Peixes ômega-3 doenças cardíacas

Regulam PA,
Leite e Ricos em cálcio, resistência à
produtos potássio e insulina e o
magnésio processo
lácteos aterosclerótico
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE)

Desnutrição no AVC

Mortalidade após Recuperação


6 meses, período funcional e
de internação e imunidade
complicações celular

Admissão 2 a 3 meses
16% 50%
PIOR
PROGNSOTICO

2 semanas
22 a 35%
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE)

DISFAGIA → Disfunção neuromuscular.


Fraqueza, paralisia e/ou perda sensitiva nos
músculos associados à deglutição.

Aspiração

Necessidade de modificação Desnutrição Pneumonia


da consistência,
suplementação ou nutrição
enteral.
Perda de
Desidratação Peso
Pesquise e aprofunde os conhecimentos sobre disfagia:

Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. I Consenso


Brasileiro de Nutrição e Disfagia em Idosos Hospitalizados. 1ª
edição. Barueri, SP: Minha Editora; 2011.
https://sbgg.org.br/wp-
content/uploads/2014/10/Consenso_Brasileiro_de_Nutricao1.pdf

Silva, Laura Mata de Lima et al. Dysphagia and its relation with
nutritional status and calorie/protein intake in the elderly. Revista
CEFAC [online]. 2019, v. 21, n. 3 [Acessado 17 Agosto 2022]
https://www.scielo.br/j/rcefac/a/wdQt3ZRQg6MvLxWdrRKKVKj/abstra
ct/?lang=pt
EPILEPSIAS

Desarranjo intermitente
do sistema nervoso.
Descarga elétrica
desordenadamente
súbita e excessiva dos
neurônios cerebrais:
convulsões, perda de
consciência ou ambos;
EPILEPSIAS
NEUROPATIAS

A neuropatia é uma doença que atinge o funcionamento dos nervos


periféricos, podendo afetar tanto a parte de sensibilidade quanto nossa
motricidade (movimentos).
Os nervos periféricos são os responsáveis por encaminhar as informações do
cérebro e da medula para o restante do corpo, além de receber também as
informações do ambiente externo (frio, calor, dor, pressão, equilíbrio) e
transmiti-las para nosso córtex cerebral.
Os nervos que podem ser afetados pela neuropatia são: os sensoriais, os
motores e os do sistema nervoso autônomo.
A neuropatia periférica, um dos tipos mais comuns de neuropatia, pode ser
extremamente incapacitante, causando sintomas e lesões permanentes que
reduzem a qualidade de vida se não diagnosticadas e tratadas de forma
precoce.
NEUROPATIAS

A neuropatia é uma doença que atinge o funcionamento dos nervos


periféricos, podendo afetar tanto a parte de sensibilidade quanto nossa
motricidade (movimentos).
Os nervos periféricos são os responsáveis por encaminhar as informações do
cérebro e da medula para o restante do corpo, além de receber também as
informações do ambiente externo (frio, calor, dor, pressão, equilíbrio) e
transmiti-las para nosso córtex cerebral.
Os nervos que podem ser afetados pela neuropatia são: os sensoriais, os
motores e os do sistema nervoso autônomo.
A neuropatia periférica, um dos tipos mais comuns de neuropatia, pode ser
extremamente incapacitante, causando sintomas e lesões permanentes que
reduzem a qualidade de vida se não diagnosticadas e tratadas de forma
precoce.
ANEURISMAS E TUMORES CEREBRAIS

Entende-se por aneurisma a dilatação da parede das


artérias do cérebro (como uma bolha na parede de
uma câmara de ar de carro ou na mangueira de
regar jardim), que pode se expandir, romper e levar à
hemorragia cerebral. No entanto, nem todos os
aneurismas têm hemorragia, nem todos sangram e,
portanto, como disse o especialista, nem todos têm
necessidade de serem tratados.
ANEURISMAS E TUMORES CEREBRAIS
DOENÇA
ALTERAÇÕES NUTRICIONAIS
NEUROLOGICA

Ausência do reflexo de deglutição →


Disfagia
Risco alto de broncoaspiração →
Agudas e/ou Pneumonia - Sepse
Crônicas
Desordens de sucção, mastigação e
deglutição (sólidos e/ou líquidos);
Constipação intestinal crônica
DOENÇA
ALTERAÇÕES NUTRICIONAIS
NEUROLOGICA

Acamados: ↓ TMB (10 a 33%) → aumento


de peso e obesidade
Convulsões e contrações múltiplas →
aumenta TMB (10 a 33%) → Desnutrição
Crônicas

Complicações metabólicas associadas a


obesidade (síndrome metabólica)
ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL NAS DOENÇAS NEUROLÓGICAS E IMUNES
Data Conteúdo
Apresentação da disciplina
19/08/2022 UNIDADE 1 - Nutrição em doenças neurológicas
Seção 1.1 Introdução às doenças neurológicas (Teórico)
27/08/2022 Seção 1.2 Determinação das necessidades nutricionais (Prático)
Sábado 08:00- Seção 1.3 Interações medicamentosas e nutricionais (Teórico)
11:00 ATIVIDADE
UNIDADE 2 - Terapia nutricional em traumas neurológicos
09/09/2022
Seção 2.1 Necessidades nutricionais em traumas neurológicos (Teórico)
Seção 2.2 Recomendações nutricionais em traumas neurológicos (Prático)
16/09/2022
ATIVIDADE
Seção 2.3 Orientações nutricionais em traumas neurológicos (Teórico)
21/09/2022
Revisão de Conteúdo
19/09/2022 até
Semana de Palestras
23/09/2022
30/09/2022 Avaliação Oficial 1º Bimestre
ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL NAS DOENÇAS NEUROLÓGICAS E IMUNES
Data Conteúdo
UNIDADE 3 - Terapia nutricional em doenças neurológicas degenerativas
*07/10/2022
Seção 3.1 Doenças neurológicas degenerativas (Teórico)
15/10/2022 Seção 3.2 Necessidades nutricionais em doenças neurológicas degenerativas (Teórico)
Sábado 08:00- Seção 3.3 Terapia nutricional enteral e parenteral (Teórico)
11:00 ATIVIDADE
UNIDADE 4 - Terapia nutricional em doenças do sistema imunológico
28/10/2022
Seção 4.1 Conceitos em doenças imunológicas (Teórico)
Seção 4.2 Terapia nutricional em doenças imunológicas (Prático)
11/11/2022
ATIVIDADE
Seção 4.3 Necessidades nutricionais em doenças imunológicas (Teórico)
16/11/2022
Revisão de Conteúdo
14/11/2022 até
Semana de Estudos Contemporâneos
18/11/2022
25/11/2022 Avaliação Oficial 2º Bimestre
28/11/2022 ATIVIDADE Terapia nutricional em doenças neurológicas degenerativas
02/12/2022 ATIVIDADE Terapia nutricional em doenças imunológicas
05/12/2022
2ª CHAMADA
06/12/2022
07/12/2022 Encerramento do período letivo
08/12/2022
EXAME
1- A Terapia Nutricional Enteral (TNE) é indicada para pacientes com impossibilidade de ingestão oral > 75% das
necessidades nutricionais diárias. Os motivos da baixa ingestão podem ser: intubação oro-traqueal, distúrbios
neurológicos, doenças do trato gastrointestinal, anorexia. Escott-stump, S e colaboradores. Nutrição relacionada ao
diagnóstico e tratamento. 6ª edição, Barueri-SP, 2011.
O nutricionista de uma Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional (EMTN) atendeu um homem com 60 anos de idade, que
sofreu um acidente vascular cerebral e encontrava-se com rebaixamento do nível de consciência. Com base na avaliação
nutricional encontrava-se com diagnóstico de desnutrição grave. Devido à disfagia, à baixa ingestão alimentar e ao quadro
de rebaixamento do nível de consciência, o nutricionista indicou terapia nutricional enteral por sonda.
A respeito das competências do nutricionista da EMTN, avalie as afirmações a seguir:
I. Registrar os dados referentes à evolução nutricional e conduta dietoterápica do paciente/cliente no prontuário.
II. Realizar o procedimento de colocação da sonda enteral no paciente.
III. Determinar as necessidades nutricionais do paciente/cliente e escolher fórmula mais adequada ao caso. Importante
considerar composição química, densidade calórica, osmolaridade e método de infusão.
IV. Determinar a via de acesso da Terapia Nutricional.

É correta apenas a(s) assertiva (s): Escolha uma:


a. I e III.
b. I, III e IV.
c. I e II.
d. III.
e. IV.
1- A Terapia Nutricional Enteral (TNE) é indicada para pacientes com impossibilidade de ingestão oral > 75% das
necessidades nutricionais diárias. Os motivos da baixa ingestão podem ser: intubação oro-traqueal, distúrbios
neurológicos, doenças do trato gastrointestinal, anorexia. Escott-stump, S e colaboradores. Nutrição relacionada ao
diagnóstico e tratamento. 6ª edição, Barueri-SP, 2011.
O nutricionista de uma Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional (EMTN) atendeu um homem com 60 anos de idade, que
sofreu um acidente vascular cerebral e encontrava-se com rebaixamento do nível de consciência. Com base na avaliação
nutricional encontrava-se com diagnóstico de desnutrição grave. Devido à disfagia, à baixa ingestão alimentar e ao quadro
de rebaixamento do nível de consciência, o nutricionista indicou terapia nutricional enteral por sonda.
A respeito das competências do nutricionista da EMTN, avalie as afirmações a seguir:
I. Registrar os dados referentes à evolução nutricional e conduta dietoterápica do paciente/cliente no prontuário.
II. Realizar o procedimento de colocação da sonda enteral no paciente.
III. Determinar as necessidades nutricionais do paciente/cliente e escolher fórmula mais adequada ao caso. Importante
considerar composição química, densidade calórica, osmolaridade e método de infusão.
IV. Determinar a via de acesso da Terapia Nutricional.

É correta apenas a(s) assertiva (s): Escolha uma:


a. I e III.
b. I, III e IV.
c. I e II.
d. III.
e. IV.
E-mail: raquel.fs.siqueira@educadores.net.br

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