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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA DE FAMÍLIA DO


FÓRUM REGIONAL DE BANGU DA COMARCA DA CAPITAL - RJ

AMANDA MARTINS DOS SANTOS, brasileira, desempregada,


portadora do documento de identidade nº 27113186-4, expedida pelo
DETRAN/RJ, inscrita no CPF nº 144.288.387-19, residente e domiciliada na
Rua Ituna, nº 600, Cascadura, Rio de Janeiro, RJ, CEP 21311-240, vem, por
meio de seus advogados que abaixo subscrevem, mui respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C PEDIDO DE


GUARDA JUDICIAL C/C ALIMENTOS AO CONJUGE

em face de GUILHERME DE MELO ALMEIDA, brasileiro, portador da


identidade nº 23076525-7, inscrito sob o CPF nº 124.927.087-13, domiciliado
na RODOVIA SANTAREM/CUIABA, KM 10, SERRA DO PIQUIATUBA CIPOAL,
SANTAREM, PA, CEP 68033-010, pelos motivos de fato e de direito a seguir
aduzidos.

Endereço: Av. Santa Cruz, 1838, sala 202, Realengo, Rio de Janeiro, RJ, CEP 21715-321
Email: vazebritto@yahoo.com.br - Telefone: 021 3424-7505
DOS FATOS

A Autora começou a manter relacionamento com o Requerido no ano


2009, conforme documento anexo. Juntos tiveram uma filha em 08/07/2014,
denominada LAURA MARTINS ALMEIDA, conforme certidão de nascimento
anexa.

Em 27/04/2014 o Autor e a Ré registraram a união estável, conforme


anexo.

Mesmo diante da personalidade destemperada e comportamento


descomprometido do Réu, o relacionamento perdurou até janeiro de 2017.

Ocorre que o Autor é militar em 2015 foi transferido para Santarém/PA,


ocasião em que levou a Autora, tirando a mesma de sua cidade, da companhia
da família, tirando, principalmente, qualquer possibilidade da Autora concluir
seus estudos e/ou prosseguir em uma carreira profissional.

Sendo certo que não houve qualquer possibilidade de


reestabelecimento da união e evidenciou, de forma ainda mais contundente,
o descompromisso do Réu com a Autora e sua família.

Outros fatos anteriores também já alarmavam essa falta de sentimento


de família, tais como casos de infidelidade para com a Autora, diversos
episódios de brigas e discussões repentinas e sem fundamento do Réu com
sua então companheira, na presença da menor filha do casal.

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Nesse contexto, em janeiro do corrente ano a filha das partes passou
a residir com a Autora, pois esta é quem de fato reúne as melhores condições,
afetivas para assumir a guarda da menor.

Frise-se que a criança já está residindo com a Autora de modo


confortável.

No tocante a questão patrimonial, a Autora saiu de sua Cidade natal,


tendo que acompanhar o Réu, pois o mesmo é militar e fora transferido,
deixando assim de concluir seus estudos, bem como ter uma carreira
profissional.

Assim, diante deste contexto, reconhecida a união estável e não


havendo mais qualquer possibilidade de reconciliação, requer seja declarada
dissolvida essa união, com a regulamentação da guarda da filha menor e a
concessão de alimentos para a Autora, vez que a mesma está a muito tempo
fora do mercado de trabalho, tendo dificuldade de se reinserida.

DO DIREITO

DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA

No presente caso não há quaisquer dúvidas acerca dos fatos narrados


na inicial, posto que a menor de fato já reside com sua genitora. Além disso,
sempre fora dificultosa a convivência da menor com o Requerido,
apresentando a Autora as melhores condições sócio afetivas para criá-la.

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Além disso, muito embora a criança esteja na posse de fato da
Requerente, não há nenhum termo de guarda consentida para tanto, motivo
pelo qual a Autora deseja se eximir da preocupação em razão da já
mencionada personalidade tempestuosa do Ré.

Nesse toar, no que concerne a questão da guarda da filha das partes,


é certo que o deferimento judicial de guarda visa, precipuamente, regularizar
a situação de fato existente, propiciando melhor atendimento da criança em
todos os aspectos, nos termos do art. 33 da lei nº 8.069/90:

Art. 33. A guarda obriga à prestação de assistência


material, moral e educacional à criança ou adolescente
conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros,
inclusive aos pais.

§1º. A guarda destina-se a regularizar a posse de fato,


podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos
procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por
estrangeiros.

Ainda, a jurisprudência entende que ao ser concedida a guarda, devem


ser observados, primeiramente, os interesses da criança. Esse é o
entendimento no Superior Tribunal de Justiça, senão veja-se:

CIVIL. FAMÍLIA. GUARDA JUDICIAL PREVALECE O INTERESSE DA MENOR.


Nas decisões sobre a guarda de menores, deve ser preservado o interesse da
criança, e sua manutenção em ambiente capaz de assegurar seu bem estar
físico e moral, sob a guarda de pais ou de terceiros.
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No caso em apreço, a finalidade desta guarda é, sobretudo, regularizar
a posse sob a criança que de fato vive com sua mãe.

Estando preservados os interesses da criança e estando a requerente


com a posse da mesma, impõe-se a concessão da guarda em favor da Autora.

Cumpre salientar que a Requerente é pessoa íntegra, trabalhadora e


vive em um ambiente familiar saudável, estando à criança perfeitamente
adaptada à convivência com o mesmo.

Pelo exposto, encontram-se atendidos os requisitos estabelecidos pelo


Novo Código de Processo Civil, razão pela qual se requer a concessão da
antecipação de tutela para que Vossa Excelência conceda, desde já, a guarda
da Autora em relação a sua filha LAURA MARTINS ALMEIDA.

DA UNIÃO ESTÁVEL

A Constituição Federal no artigo 226 protege a união estável,


consignado que:

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção


do Estado.

§3º. Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união


estável entre o homem e a mulher como entidade familiar,
devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.

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§5º. Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são
exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.

§8º. O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de


cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a
violência no âmbito de suas relações.

Assim, resta claro o direito que fundamenta a presente demanda.

DOS ALIMENTOS

Conforme já narrado, a Autora, deixou sua Cidade, abandonando seus


projetos de vida, tais como, estudo e profissão, para acompanhar seu ex-
companheiro, o que inviabilizou a mesma de construir uma carreira, ficando,
atualmente, desempregada.

Assim, há de ser observado o artigo 1694 do Código Civil, vejamos:

Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns


aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível
com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua
educação.

§ 1o Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do


reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.

§ 2o Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando


a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia.

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Por esse norte, verifica-se a necessidade da Autora, bem com a
possibilidade do Réu, devendo portanto ser estipulado alimentos no importe
de 20% dos ganhos líquidos do Réu.

DA GUARDA DA MENOR

Requer a Autora a guarda da menor, uma vez que a criança já se


encontra sob sua convivência, recebendo amor, carinho, afeto, enfim, tudo
que uma criança necessita e merece para ser feliz.

DOS PEDIDOS

Ante todo o exposto, requer-se:

1. Conceder liminarmente a guarda da criança ao Requerente, a fim de que


esta permaneça na responsabilidade da Autora até a decisão final deste
juízo, bem como seja concedido alimentos provisórios à Autora no
importe de 20%, conforme autorização legal;

2. A citação do Requerido para, querendo, contestar a presente ação, sob


pena de confissão e revelia e, ao final, sejam julgados procedentes os
pedidos, dissolvendo-se a união estável havida entre o casal;

3. A concessão da guarda definitiva da filha menor à Requerente;

4. Alimentos no importe de 20% dos ganhos líquidos do Réu, com espeque


no artigo 1694 do Código Civil;

5. Requer provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em


direito, especialmente a juntada de novos documentos, depoimento
pessoal do Requerido.

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6. A condenação da Ré ao pagamento das custas processuais e honorários
advocatícios no importe de 20% do valor da causa, de acordo com o
novo CPC;

7. Requer, finalmente, a intimação do i. representante do Ministério


Público, para que intervenha no feito, nos termos do art. 82, II, do CPC.

Atribui-se à causa o valor de R$ 9.919,29 (nove mil novecentos e


dezenove reais e vinte e nove centavos).

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

Rio de Janeiro, 06 de abril de 2017.

Carlos José Britto da Silva


OAB/RJ 202.386

Maicon de Jesus Vaz Pereira


OAB/RJ 163.397

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