O quadro expressionista “O grito”, do pintor norueguês Edvard Munch, retrata a

inquietude, o medo e a desesperança refletidos no semblante de um personagem envolto

por uma atmosfera de profunda desolação. Para além da obra, observa-se que, na
conjuntura brasileira contemporânea, o sentimento de milhares de indivíduos assolados
pelo deslizamento do território brasileiro é, amiudadamente, semelhante ao ilustrado pelo
artista. Nesse viés, torna-se crucial analisar as causas desse revés, dentre as quais se
destacam a negligência governamental e o incumbências com pessoas vulneráveis
economicamente.
A princípio, é imperioso notar que a indiligência do Estado potencializa a encosta
dos morros tem o solo instável, pois o mesmo possui na maior parte de sua composição
rochas e uma pequena camada de terra que é sustentada pela vegetação, que quando
retirada ocorre o deslizamento. Esse contexto de inoperância das esferas de poder
exemplifica a teoria das Instituições Zumbis, do sociólogo Zygmunt Bauman, que as
descreve como presentes na sociedade, todavia, sem cumprirem sua função social com
eficácia. Nessa perspectiva, para a completa refutação da teoria do estudioso polonês e
mudança dessa realidade, faz-se imprescindível uma intervenção estatal.
Ademais, convém salientar que a vulnerabilidade socioeconômica é um dos
maiores motivos que levam pessoas a residirem em locais de risco. Acerca disso, Carolina
de Jesus - em seu livro "Quarto de Despejo"- retrata o cotidiano as margens da sociedade,
vivendo de uma forma precária e sem amparo governamental, a autora mesmo após 62
anos de sua escrita, descreve a realidades de muitos brasileiros, os quais sofrem com a
falta de políticas públicas que viabilizem o auxílio público e moradias seguras.

Logo, são necessárias ações conjuntas para lograr resolução. Portanto, o Governo
Federal deve fomentar políticas públicas de reorganização das cidades, por meio de
empresas e arquitetos autônomos que viabilizem o projeto em conjunto com servidores
de segurança pública. Além de auxílios governamentais que integrem pessoas vulneráveis
a plenitude de seus direitos como cidadãos, afim de que haja bem-estar social e ambiental
na sociedade brasileira.