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ALVENARIA ESTRUTURAL

Curso de Engenharia Civil - UNIS


Prof. M.Sc. Antonio de Faria

ALVENARIAS
ALVENARIAS

Fechamentos verticais das construções, formadas por blocos sólidos justapostos;


Devem satisfazer às condições de: resistência, durabilidade e impermeabilidade.

ALVENARIA ESTRUTURAL X ALVENARIA DE VEDAÇÃO


Quando estrutural deve resistir aos esforços de compressão.

FUNÇÕES DAS PAREDES:


- Resistir às cargas de ventos e/ou outros efeitos (alvenaria estrutural), às
solicitações das tentativas de intrusão, sem que a segurança de seus componentes
seja prejudicada;
- Resistir à ação do fogo, não contribuir para o início de incêndios nem para a
propagação da chama, nem para a produção de gases tóxicos;
- Contribuir para a manutenção do conforto térmico no inverno e no verão;
- Impedir a entrada de ar e chuva no interior do ambiente;
- Cumprir funções estéticas, de economia e de durabilidade.
Edifício Monadock Building, Chicago, EUA

Construído no final do séc. XIX, com


16 pavimentos,
As paredes do 1º pavimento tinham
180 cm de espessura. Paredes de
alvenaria.
Se fosse construído hoje, as paredes
teriam no máximo 30 cm, com o
mesmo material.

Utilizava-se métodos empíricos para


dimensionamento:

Exemplo de método empírico utilizado:


“A espessura mínima de parede com
tijolos maciços deve ser de 30 cm para
uma edificação de 1 pavimento, e
deve-se somar 10 cm à espessura da
parede para cada andar adicional.”
EVOLUÇÃO DOS MATERIAIS PRINCIPAIS:

1. Taipa de Pilão
2. Pau a Pique
3. Cantaria de Pedra
4. Tijolo de Barro
4.1. Seco ao sol – Adobe
4.2. Cozido
5. Blocos Estruturais
5.1. Blocos Cerâmicos
5.2. Blocos de Concreto
5.3. Blocos de Concreto Celular
1. TAIPA DE PILÃO
- Blocos de terra apiloada, socada em formas de madeira, que são retiradas quando a
terra está seca;
- Para ter a rigidez necessária, requer espessuras exageradas (cerca de 60cm);
- Predominou no Brasil desde o primórdios da colonização até o século XIX, quando
ainda era o principal material aplicado nas alvenarias (Minas Gerais, Goiás, Mato
Grosso, Paraná e São Paulo).

Museu da Arte Sacra, SP


O uso da taipa na zona rural brasileira. construído em taipa.
2. PAU A PIQUE
Sistema construtivo que utiliza gradeados de varas de madeiras preenchidos
com barro.
Utilizadas em construções no interior do País.

“As travessas são


armadas com
bambus lascados ao
meio, que se
sobrepõem
horizontalmente, a
cada quinze
centímetros. Eles são
amarrados com cipós
aos esteios verticais,
feitos com bambu
inteiro. A seguir,
barreia-se as
paredes, que não são
alisadas.”
Edificação construída em Minas Gerais em 1821,
em pau-a-pique.
CONSTRUÇÕES ECOLOGICAMENTE CORRETAS:
Começam a surgir na Europa e EUA casas e até edifícios de terra, bambu
e madeira. O uso desses materiais reflete a tendência de
vanguarda da arquitetura que é a construção ecologicamente
correta.
Escolha materiais de baixo impacto – A maior parte, mas nem
todo o impacto ambiental causado pelo material de construção, já
aconteceu quando esses materiais são usados. Alguns materiais,
como os que destroem a camada de ozônio, continuam poluindo
durante o seu uso. E alguns materiais têm um forte impacto
ambiental na hora do descarte.

Veja alguns exemplos: 20% das novas casas, na Austrália,


são de taipa de pilão. Na Califórnia, muitas mansões são
construídas com técnicas semelhantes às utilizadas nas
casas de pau-a-pique do interior do Nordeste brasileiro. O
estado de Nova Iorque criou um programa de redução de
impostos para incentivar a construção de edifícios
ecologicamente corretos, num total de 25 milhões de
dólares a serem utilizados até 2004. Na Holanda, as 10
torres que abrigam os 2.500 funcionários da sede do ING
Group, no sudeste de Amsterdã, construídas em 1987,
continuam sendo referência quando se trata de “green
building”, ou construção verde. E o bom senso ecológico
está chegando ao terceiro mundo: na Colômbia e na Costa
Rica, o bambu substitui o concreto em casas e até em
edifícios.
De todos os materiais renováveis utilizados na construção ecológica, o bambu se destaca,
por várias razões. Mas principalmente porque é um recurso renovável, com baixo custo de
produção e pouco poluente. A partir do terceiro ano após o plantio, o bambu pode ser
colhido anualmente - uma árvore demora no mínimo 20 anos para poder ser aproveitada
na produção de madeira ou carvão. A utilização do bambu como substituto da madeira
pouparia milhões de árvores por ano e, além disso, ele pode ser plantado em áreas onde a
agricultura é inviável.

Um poste feito com bambu defumado dura 70 anos mais do que


o eucalipto.

ALÉM DISSO:
1. O bambu suporta mais tração em relação ao seu peso que o aço.
2. O carvão de bambu é eficaz na despoluição de rios e no
tratamento de esgoto.
3. Na Colômbia, ele é utilizado para construir casas resistentes a
terremotos.
4. Se o bambu desaparecesse de repente da face da Terra,
aproximadamente 10% da população asiática ficaria desabrigada.
5. Cerca de 2 milhões de toneladas de broto de bambu são
consumidos por ano.
6. O Brasil é o único país das Américas a ter uma grande indústria
de papel de bambu, plantado principalmente no Maranhão.
7. O bambu tem alta concentração de substâncias antioxidantes e
cerca de 20% de proteína pura.
3. CANTARIA / ALVENARIA DE PEDRAS
Um dos materiais mais empregados na história da arquitetura (deixou de ser
usada como elemento estrutural, pois não resiste bem à tração) hoje é
utilizada como alvenaria ou simples revestimento (falsa cantaria).
Alvenarias/juntas secas (cantaria) ou argamassadas.
Características principais:
- resistência mecânica - resiste bem à compressão e pouco à tração (arcos);
- grande durabilidade e boa trabalhabilidade;
- estética – textura, coloração.
APARELHAMENTO: disposição, ajustamento e dimensionamento das pedras;
Tratamentos para faces aparentes na construção: rústico/ polido/ lustrado...
Alvenaria de pedra argamassada – utilizadas em alicerces e muros de arrimo.

Pedras roladas não Pedras angulosas com Pedras com aparelho Perpianho
aparelhadas face aparelhada parcial em camadas
4. TIJOLO DE BARRO
4.1. TIJOLO DE BARRO SECO AO SOL -
ADOBE
Material antigo para alvenarias, utilizado em
locais onde o acesso a outros materiais era
mais difícil;
Pequeno bloco de forma regular de
argamassa de barro ordinário amassado com
areia e palha, cortado em forma de tijolo e
seco ao sol (não é cozido);
Espessura das paredes : +/- 35 cm.

Desvantagens:
Facilmente atacado por roedores;
Fraco na estabilidade face a sismos
e a esforços laterais provocados
pela fluência das cargas da
cobertura;
Facilmente degradado pela água.
4.2. TIJOLO DE BARRO COZIDO
4.2.1. Tijolo comum
Cozidos em fornos – 900 a 1100°C
Peso: 2 a 3 Kg
Dimensionamento antropométrico (monomanuais):
c x l x h, sendo: c=2l+j e l=2h+j
5,0 x 11,0 x 23,0 cm ou 5,5 x 12,0 x 25,0 cm

Tipologia das paredes:


-Parede de meio tijolo: espessura 11 cm + reboco
-Parede de 1 tijolo: espessura 23 cm + reboco
-Parede de 1 e ½ tijolo: esp. 23+11=34 cm + reb.
-Parede de 2 tijolos: esp. 23+23 = 46 cm + reb.

* CUNHAMENTO
(hoje também é feito com
argamassa expansiva)
4.2.2. Tijolo laminado – alvenaria aparente
Massa mais homogênea e compacta;
Mais caro; 21 furos – menor peso;
Não recomendado para receber revestimentos,
ou, usar chapisco;
Dimensões: 24,0 x 11,5 x 5,25 cm

4.2.3. Tijolo Refratário:


Cozimento de argila refratária;
Resistente a altas temperaturas – 1200°C
(fornos, fornalhas, lareiras, churrasqueiras);
Mais resistente à compressão que tijolo comum;
Dimensões: 25,0 x 18,0 x 12,0 cm
4.2.4. Tijolo Furado: 6 ou 8 furos 4.2.5. Tijolo Baiano:
Variante do tijolo furado, mas com
furos redondos e a camada de
massa entre os furos é maior que
1 cm;
Então:
Maior resistência à compressão.

Isolante térmico e acústico;


Menor peso – economia estrutura e fundação;
Ranhaduras: para facilitar aderência da argamassa;
Menor resistência à compressão;
Utilizar em paredes divisórias/ vedações e não em
parede estrutural;
Dimensões: 6 furos: 25,0 x 18,0 x 12,0 cm (3,8 Kg)
8 furos: 30, x 18,0 x 12,0 cm (5,0 Kg)
5. BLOCOS ESTRUTURAIS
5.1. BLOCOS VAZADOS CERÂMICOS
Blocos modulares, de barro cozido – similar
ao dos tijolos.
Têm formatos semelhantes aos blocos de
concreto.
Podem ser estruturados internamente.
Apresentam-se em diversos tamanhos e
modelos.
5.2. BLOCOS VAZADOS DE CONCRETO
Blocos vazados de concreto pré-moldado –
vazados no sentido da altura;
Paredes com função estrutural ou de vedação;
Assentamento + rápido e + barato que tijolo
comum;
Peso menor – economia na estrutura;
Não permite corte para dividi-lo;
Arremates com tijolos comuns – não permite
cunhamento;
Dias de chuva: ficam marcados nos painéis;
Melhor acabamento e uniformidade dos
painéis;
Bimanuais.
5.3. BLOCOS DE CONCRETO CELULAR
CIMENTO + MATERIAIS SILICOSOS
- Concreto leve;
- Grande porosidade;
grande resistência mecânica
e estabilidade dimensional.
- Mais leve – economia estrutural;
-Incombustível;
- Excelente isolante térmico e acústico;
4 a 8 vezes + isolante que tijolo comum
8 vezes + isolante que concreto
-Rapidez de execução, fácil corte;
_ Pode ter grandes dimensões, quando em blocos:
60,0 x 40,0 cm
-Pode ser executados em painéis de vedação;
- Paredes externas: 10,0 cm
- Paredes internas: 7,5 cm
O TIJOLO DE VIDRO
-Bloco de vidro duplo;
-Para fechamento de vãos permitindo a
iluminação natural;
-Dimensões: 20,0 x 20,0 x 10,0 cm
-Painel armado (tela);
-Jato de tinta na lateral para aderência da
argamassa;
-Isolante térmico e acústico;
-Alto custo.
Fabricados soldando-se duas peças de vidro
moldadas, a uma temperatura muito alta. Este
processo deixa no seu interior uma camada de
ar desidratada a baixa pressão, que
proporciona aos blocos um alto grau de
isolamento térmico e acústico. Os blocos
oferecem segurança, possuem uma excelente
resistência às pressões e os seus diferentes
modelos oferecem a privacidade desejada.

As paredes feitas com blocos


de vidro não são estruturais,
portanto não podem
suportar cargas.
NOVIDADE – O Concreto Transparente

Invenção de arquiteto húngaro promete


revolucionar a arquitetura e decoração. de
ambientes com um material até pouco
tempo atrás considerado impossível: o
"concreto transparente".
Desenvolvido por Áron Losonczi, o LitraCon
é um material, na verdade translúcido,
composto de uma mistura de concreto e
fibras óticas. Em um bloco, milhares de
fibras correm paralelas umas às outras, de
uma face à outra do bloco, deixando passar
a luz. O resultado é que a silhueta de um
objeto que está de um lado da parede pode
ser vista do outro lado.
Graças às propriedades das fibras, as
paredes podem ter até 20 metros de
espessura sem degradação do efeito, e
mantém a mesma resistência de uma
parede de concreto sólido.

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