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As atividades devem levar em consideração dois ou três dos links listados abaixo
e relacioná-los com alguma indicação bibliográfica sugerida. Porém, outros materiais,
bibliografias, conteúdos e referências – desta ou de outras disciplinas e,
obrigatoriamente, da própria experiência pessoal – devem ser utilizadas. Observar ainda
que, necessariamente, a confecção dos trabalhos deve trazer de modo claro e distinto o
chamado “leade” (lide), respondendo-se a cinco itens: “o que”, “quem”, “como”,
“quando”, “onde”. O(s) porquê(s) podem ser apresentados na conclusão, igualmente
pessoal e de acordo com a reflexão anteriormente exposta.
Esta atividade, relacionando invariavelmente links do cotidiano com leituras
clássicas, ainda apresenta como resultado um certo “ideal”, que é tornar cotidiano,
presente, vivificado, um autor, um pensamento, uma experiência, um dado histórico ou
científico. Desse modo, pode-se dizer que “o clássico” 1 é assim tratado porque foge a
seu tempo, porque continua a falar conosco e nos auxilia na custosa e interminável
tarefa de desvendar, desvelar, a realidade que vivemos. Neste curso, quem fará a
mediação entre o passado e o presente (Giddens, 1991) será o autor da investigação, a
partir de suas leituras e reflexões. Para chegarmos a um resultado satisfatório, nunca é
demais lembrar, nesta articulação entre passado e presente – como forma de prospecção
do futuro –, é imperioso ter muita Prudência (Maquiavel, 1994).
A escola pública leva-nos a conhecer a realidade, a cultura, a diversidade, a
mobilidade das formações sociais e as opções posteriores. Se as elites acreditam em
“mentiras” – como soluções fáceis de problemas muito difíceis –, então, isto nos diz que
o problema não é somente da escola pública.
• https://www1.folha.uol.com.br/colunas/novaescola/2019/01/sem-boas-escolas-
publicas-o-brasil-acredita-em-qualquer-coisa.shtml
1
“Todas as disciplinas intelectuais têm fundadores, mas apenas as ciências sociais têm a tendência
de reconhecer a existência de ‘clássicos’. Os clássicos, eu afirmaria, são fundadores que ainda falam
para nós com uma voz que é considerada relevante. Eles não são apenas relíquias antiquadas, mas podem
ser lidos e relidos com proveito, como fonte de reflexão sobre problemas e questões contemporâneas”
(Giddens, 1998, p. 15). Como nos diz Ítalo Calvino (2007) é clássico o que se configura em equivalência
ao universo, no todo muito semelhante aos antigos talismãs.
A educação Pública é um problema – e uma solução – em que se articulam
devidamente a Política (Polis) e o conjunto complexo dos direitos humanos (ontologia e
teleologia). Quem fala em direitos humanos, em seguida ou consoante ao discurso já
revela sua mentalidade acerca do espaço público, da civilidade que o abriga, dos
princípios e condições que julga necessárias e oportunas para sua defesa ou
desconstrução. Dessa forma, fica evidente que não há neutralidade neste discurso, como
forte ou fraca entonação política (como escolhas de meios e atribuição de fins), uma vez
que os direitos humanos (se aceitos) fazem prevalecer o Princípio da Dignidade da
Pessoa Humana ou (se recusados) implicam em valores de mercancia dos seres
humanos. Do que se conclui, inicialmente, que a relação entre política (como “fazer-se
política”) ou Política (como espaço público civilizatório) tem profunda e articulada
relação com o Direito (enquanto normatividade das relações sociais) e, ainda mais
especificamente, com os direitos humanos. Enfim, tratar de direitos humanos é sempre
uma pauta que exige prontamente vozes, olhares, manifestações e posicionamentos
políticos, ou melhor, diria, altamente politizados.
A Política dos direitos humanos
A ética dos direitos humanos está em assegurar a diversidade em meio à
adversidade. Portanto, em meio à luta política em defesa dos direitos humanos, como
direitos fundamentais à promoção da dignidade humana não cabe falar em cautela
(desvio da finalidade humana), exatamente porque implica em conquistar com
prudência, permanentemente, novos direitos.
A legitimação, como ratificação dos direitos humanos, a exemplo do direito à
vida/na esfera planetária, à liberdade, à igualdade, à solidariedade, é emblemática,
espiral, como luta política, e ao mesmo tempo um aprendizado envolto na exigência do
reconhecimento de ordem cultural, social/transindividual, ética.
Esta é a encruzilhada das linhas de reflexão e de ação da humanidade nos
tempos atuais, em que a experiência, o longo aprendizado histórico, os caminhos
percorridos (não homogêneos, via de regra contraditórios), trouxeram a consciência de
que avançamos dialeticamente.
Contraditoriamente, há crescente solidariedade moral em defesa dos direitos
humanos, tal qual recrudescem práticas imperialistas que matam, vilipendiam,
expropriam em nome de uma pretensa defesa dos mesmos direitos humanos.
Neste curso dialético e contraditório da luta política pelo reconhecimento e
efetivação dos direitos humanos, já identificamos um aprendizado coletivo na forma de
consciência sócio-jurídica. Todavia, o movimento histórico espiral e contraditório nos
adverte para a necessária prudência em abordar a temática dos direitos humanos.
Vejamos de que consciência e de que prudência tratamos aqui:
• Consciência Pagã: sem luta não há conquista. A luta moral, solidária, deve ser
efetiva, intransigente com os intolerantes; trata-se de evitar a soma-zero.
• Consciência Iluminista: utiliza-se da razão nas averiguações de experiências e
fenômenos, dados e fatos, factíveis e reais, de modo a afastar relações e
situações que não sejam observáveis de modo lógico e científico.
• Prudência: avaliação dos meios guiada pelo bom senso a fim de que a decisão
esteja o mais próximo possível dos fins almejados. Portanto, implica em ação;
ao contrário da cautela que, diante das circunstancias adversas, propõe o recuo
ou a inação. A prudência está calcada entre a sensibilidade e o risco da ação
humana. Diante do caos da necessidade não cabe recuar, mas sim avançar com
prudência, paciência e consciência.
A luta política dos direitos humanos não tem trégua; ao contrário, exige defesa e
promoção intransigentes, destemidas, radicais. Pois a raiz dos direitos humanos é o
próprio homem: “O homem não é um meio, mas um fim em si mesmo”. A
perfectibilidade da ética dos direitos humanos é teleológica: “A unidade na diversidade
da Humanidade”. Sua ética é, permanentemente, inclusiva e radical – não se trata de
benevolência ou complacência.
O que são direitos humanos
Sinteticamente, pode-se dizer que os Direitos humanos são direitos naturais e
universais. Naturais porque não somos coisas. Naturalmente, ou seja, por determinação
da natureza, somos todos iguais. Temos basicamente a mesma carga genética e
portamos um idêntico potencial de racionalidade. Formamos uma única espécie, não há
raça alguma e nem, portanto, “igualdade independente da condição racial”. No entanto,
se preferirmos, pode-se falar de uma única raça humana e não de raças. Universais
porque, basicamente, não há distinção cultural significativa que justifique melhores ou
piores condições de existência.
As diferenças culturais não podem servir de argumento que impliquem
discriminação pejorativa, inferiorizante, entre as pessoas. Não há validade no discurso
que se autorevela superior e que, diante de tal alegação, possa impor-se às demais
culturas – anteriormente declaradas inferiores pelo próprio portador do discurso ou por
outrem. Não há lógica ou validade na discriminação, preconceito ou racismo. Pode
haver uma discriminação positiva, a exemplo da gestão de ações afirmativas – mas, seu
emprego tem por finalidade oferecer meios que nivelem condições mínimas e iniciais:
igualdade no ponto de partida.
Os direitos humanos alcançam o humano-genérico (independentemente de
qualquer condição) e o ser humano que guarda especificidades ou condicionamentos. A
partir do reconhecimento e do respeito aos seus vários status, incorporando-se a real
discussão e participação dos papéis sociais (portanto, não apenas a simbologia), evita-se
a “naturalização” de certas condições e necessidades que afligem desigualdades com
imposição de inferioridade. Evita-se que o preconceito e a discriminação se convertam
em “situações normais, corriqueiras”.
Não é difícil perceber que o maior desafio está em respeitar o conjunto
complexo dos direitos humanos, sem ceder nos princípios, mas sem desrespeitar as
diferenças. Para tanto, o desafio está em articular: A liberdade na igualdade; As
particularidades na totalidade. Este conjunto geraria o que se define por unidade na
diversidade. Por exemplo, como propõem as concepções libertárias (ainda que liberais),
o liberalismo econômico deve ser calibrado pela igualdade de oportunidades. Do ponto
de vista jurídico, especialmente da Justiça Social (mas também como ideal ético da
Grécia clássica), isto equivale a “tratar os iguais, igualmente; os desiguais,
desigualmente”. O que se confirma com o desenvolvimento institucional que marcou a
passagem do Estado Soberano (como sinônimo de poder absoluto) à soberania do
cidadão.
Outro desafio dos direitos humanos no século XXI está na superação das
contradições entre indivíduo e sociedade, bem como no obstáculo de diálogo que se vê
na crise de civilização: Oriente x Ocidente. As culturas desafiam-se, mutuamente, com
seus projetos de poder e, ao mesmo tempo, são desafiadas internamente em seus
projetos de dominação e de controle social. Também é necessário superar visões de
mundo cristalizadas, herdadas do passado ou gestadas na atualidade.
Em defesa de uma Política dirigida pelos direitos humanos
Direitos humanos supõem a relação de todas as partes entre si e perante o todo (a
sociedade): é o que dá sentido à interdependência social da vida humana. Uma das
possibilidades de se verificar a relação entre direitos humanos e poder é no tocante à
positivação de determinados direitos humanos e sua constitucionalização. Neste caso, a
eficácia jurídica seria um caminho para sua efetividade, cumprimento e verificação na
realidade política cotidiana. Um dos temas que surge com força dessa relação é a
solidariedade, uma vez que a regulação interna dos direitos humanos indica que a
própria atuação do Poder Público está envolta com os valores humanos mais sagrados.
Forçosamente, o direito social deverá impulsionar a mudança de algumas
estruturas jurídicas na forma de um Estado Altruísta. Por este caminho, fala-se em
Direito Constitucional Altruísta, como resposta ao mecanismo vitimário
internacional, que globaliza a negação e legaliza por meios de exceção um perverso
direito de exclusão que recai sobre povos, culturas e indivíduos: “E daí a urgência de
um Direito Constitucional ‘altruísta’ como novo nomos da Terra, capaz de contestar o
princípio da soberania e os interesses da razão de Estado como fundamento da
legitimidade política e da liberdade” (Carducci, 2003, p. 59).
Por esta ótica, então, de um Direito Constitucional Internacional, os bens, os
direitos, as liberdades e as garantias inalienáveis e indispensáveis à reprodução da vida
social não deveriam mais assentar, unicamente, sobre a soberania nacional, estando a
cargo de cada Estado-Nação decidir sobre tais considerações. Assim, trata-se:
... de um progressivo “Direito Constitucional Internacional”,
cujo interior aos condicionamentos produzidos pelos eventos,
contrapõem-se os direitos humanos, ligados à indiferença em
relação ao tempo e à contextual aquisição de uma valor
axiológico, refletido sobre o plano das instituições, emancipada
da tutela da filosofia da história (Carducci, 2003, p. 62).
Desde Pablo Verdú (com a primeira monografia sobre o tema, Estado Liberal de
Direito e Estado Social de Direito, datada de 1955) e Elías Díaz (com seu livro Estado
de Derecho y sociedad democrática, de 1966), o moderno Estado Democrático de
Direito atrelou-se conceitualmente ao socialismo e à Justiça Social. Esta ligação é tão
forte que também foi chamado de Estado de Justiça, por Elías Díaz3(Silva, 2003).
Juridicamente, pode-se dizer que houve a recepção, fixação, positivação e
constitucionalização dos direitos humanos. Em suma: não existe democracia se os
direitos humanos não são respeitados; direitos humanos supõem liberdade e igualdade -
liberdade e igualdade serão ineficazes, inexistindo a solidariedade. Portanto, liberdade e
igualdade, sem solidariedade, não passam de meros direitos formais - o que também
remete à discussão de que a cidadania política (baseada nos direitos políticos) de nada
2
O que já nos leva além do princípio da liberdade negativa: ninguém é obrigado a fazer ou deixar de
fazer algo, senão em virtude da lei. O autômato, por exemplo, age em sintonia, compulsivamente, quando
dirigido pela lei, pelos formalismos ou convenções.
3
Em: http://jusvi.com/artigos/29284/1.
vale se não se completa com a cidadania social e econômica (com a prevalência dos
direitos sociais e um mínimo de igualdade de condições no ponto de partida).
Esta perspectiva ainda nos leva ao cenário inicial do Estado de Direito, em que
se tinham positivados somente os direitos individuais, na forma de direitos
fundamentais – também parece não considerar os horrores da guerra, no pós 45, e a
necessidade da positivação do próprio princípio da dignidade da pessoa humana.
Implica em retornar ao Estado liberal, pré-anos1930, quando o Estado não intervinha na
economia de mercado e muito menos assegurava qualquer direito social ou trabalhista.
O Poder Social (e jurídico) construído com os direitos humanos
Está claro como se têm aí uma posição liberal-conservadora, aliás tão em moda
hoje em dia, com a quebra do bloco ideológico do socialismo real. Aproxima-nos,
inclusive, das agências econômicas internacionais reguladoras ao propor a desobrigação
do Estado em prestar serviços sociais. Quando o Estado alivia sua carga de atuação no
campo social, é porque procura desregulamentar a obrigatoriedade do Estado (na forma
do Estado Social) em manter os equipamentos sociais e de saúde básica. A conclusão a
que chegamos é de que Estado de Direito, cidadania e liberdade devem formar um
conjunto, devem ter como elo a pessoa humana (a dignidade da pessoa humana) e não
apenas o cidadão com seus direitos formais:
Mas, acima de tudo, é preciso não esquecer que “o cidadão
matou a pessoa”, quando subordinou os direitos da cidadania a
concepções legais e, pior do que isso, reservou a cidadania a
uma classe de privilegiados [...] Defenda-se a pessoa humana, e
o cidadão estará sendo defendido [...] Em conclusão, a outorga e
garantia da cidadania poderão ser um sinal de liberdade e de
reconhecimento da igualdade essencial dos seres humanos,
contribuindo para a preservação e a promoção da dignidade
humana. Mas para tanto é indispensável que o direito formal à
cidadania implique, concretamente, o poder de cidadania
(Dallari, 2003, p. 198-200).
Por isso, também é importante resgatar novamente uma minuta dos princípios
democráticos que devem dirigir o Estado Democrático de Direito (o núcleo duro da
Constituição). Em resumo, teríamos os seguintes requisitos:
1. DIREITOS INDIVIDUAIS E LIBERDADES PÚBLICAS;
‘PERFECTIBILIDADE’.
7. A educação tem um lado, tem uma cor, uma inclinação ou opção política?
• http://educacao.uol.com.br/noticias/2018/12/22/paulo-freire-doutrinacao-escola-
sem-partido-educacao-biografia-socialistas.htm
12. Parece de outro mundo, mas há uma inteligência digital, de elite é bem verdade,
falando de conexão e Justiça Social aqui neste país.
• http://www.uol/noticias/conteudo-publicitario/escola-concept-aprendizagem-
significativa-
.htm?utm_source=uolgeral&utm_medium=naticedeconteudo#frases-1
Bibliografia estendida
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